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Contos, Cartas, Frases e Poemas: Autor: Djalma Pinheiro
Djalma Pinheiro é um homem comum do povo, velho socialista
(velho é ótimo aos 59 anos... rsrsr), que quando pode tenta por
no papel o sentimento do ser humano.
Quando menino pobre de subúrbio, filho de uma lavadeira e de
um marmorista, com mais ou menos 12/13 anos, entendeu que
tinha que se destacar de alguma forma dos outros meninos (eu
era talvez o único pobre da turma e não era nada aparentável,
pois alem de usar óculos ainda era cheio de sardas no rosto), e
fiz da leitura o meu diferencial e aos 17 anos entrei para a JS
(Juventude Socialista), no ano de 68, onde ajudava a escrever
manifestos e este gosto para escrever eu persigo ate hoje,
mais tem nada um dia eu consigo.... rsrsr
Mario Lago, que me define bem: " Fiz o que quis e fiz com
paixão, se estava errado ou certo paciência... Não fiquei
vendo a banda passar, sempre acompanhei o desfile".
Meu site: www.djalmapinheiro.recantodasletras.com.br
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Contos
Um amor cigano.........
Psiu, psiu, moço deixa ler a sua sorte em suas mãos?
Te darei o passado, o presente e o seu futuro...
Assim começa este enredo de uma linda e trágica história de um amor proibido.
Proibido sim, pois João é um gadjé (homem não cigano). Rapaz trabalhador e estudioso,
morador de subúrbio, filho de pais separados e que leva a sua vidinha honesta e
honrada, mesmo aos trancos e barrancos dos dia atuais. Vinha ele literalmente
correndo pela Avenida Rio Branco no Rio de Janeiro, como sempre atrasado para a
faculdade, pois saía de casa quase que de madrugada para ir ao seu trabalho no
centro da cidade. Pegava muito cedo na repartição federal, onde tinha o emprego de
auxiliar administrativo.
Diga-se de passagem que era o orgulho da família pois. Com muito esforço próprio e
horas, dias e anos debruçado sobre os livros que pegava em bibliotecas, haja visto a
carência financeira dos pais, conseguiu passar em concurso publico para o órgão
federal bem como também para estudar Direito em universidade estadual.
Assim era a rotina nos dois últimos anos de João, casa, trabalho e faculdade. Até nos
fins de semana ficava o rapaz internado na Internet, fazendo suas pesquisas, pouco
tempo sobrando para que ele se divertisse ou pelo menos tivesse uma vida pessoal
afetiva. Era inclusive a grande preocupação de Dona Magali, sua mãe, pois mesmo
sendo uma mãe zelosa, estava deveras preocupada com a falta de vida social de seu
único filho. Perguntava a ele se não sairia no fim de semana com seus primos para ir
aos bailes ou ainda ensaios do bloco da rua, no que João retrucava que ele teria muito
tempo para isso. De tanta preocupação. D. Magali, resolveu a contra gosto conversar
com Antonio Marcos, figura que ela fugia como o diabo foge da cruz, pois além de ser
pai de João, tinha mais meia dúzia de filhos espalhados pelo mundo de mães
diferentes. E o Seu Toninho era um cinqüentão charmoso, que desde rapazola por ser
uma figura bem apessoada sempre foi um conquistador e boêmio. Mas dentre todos
os filhos e filhas, João era o único que ele realmente se importava. Diziam as más
línguas que era por esperteza, pelo fato de ele ser um tremendo futurista e ter visto no
filho um bom investimento futuro.
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Depois de muito relutar lá foi D. Magali no cafofo (A meia água de seu Antonio Marcos
era a maior falação da comunidade, a maioria das mulheres do bairro já haviam
estado lá). Ao entrar (já havia ligado antes para o ex), já encontrou o garanhão
literalmente a vontade e foi logo fazendo a corte a D . Magali. Mulher que do alto de
seus 42 anos, conservava a sua rara beleza, morena com dois grandes olhos de um
verde esplêndido e que mesmo maltratada pela vida, inclusive era uma operária da
fábrica de plásticos, era muito assediada onde quer que fosse. Sem contudo, ou que
se saiba, dar trela a qualquer outro homem, pautando a sua vida única e
exclusivamente para o bem estar de João. Mas antes de qualquer investida do
garanhão foi logo dizendo que a estada dela ali não era para sacanagem e fez
questão de conversar com o canalha na porta mesmo, recusando ate água. Relatou a
sua preocupação quanto a vida que seu querido João, estaria levando e suplicando ao
canalha do pai que tivesse uma conversa de homem com ele, pois achava que mesmo
com todo amor a ele dedicado tinha suas limitações e que era por isso que João não
se abria com ela.
Dito e feito, seria um prato feito para o garanhão tentar uma melhor aproximação com
seu filho, pois João não o tratava mal, mas era muito reservado quanto a ele. Talvez
por não perdoar as suas canalhices com todos e principalmente com sua querida
mãe. Pois ele abandonou a família quando João ainda era de colo. Por outro lado
também, ficou preocupado com a repercussão desta inércia de João para com as
mulheres e olhe que João havia mesclado as feições de ambos. Rapaz extremamente
bem apessoado, moreno, alto e atlético que herdou da mãe aqueles olhos grandes e
verdes.
O que de certa forma era problemático para ele desde de garoto na escola, passando
pela repartição onde trabalha e culminando na faculdade o assédio de sua colegas,
todas queriam dar para o João. Tem ate uns fatos engraçados nisso Glorinha,
mocinha sapeca estagiária na repartição (era cantada por todos e dizem os
fofoqueiros que era o maior machado, não podia ver um pau em pé), belo dia na festa
de fim de ano no meio de uma roda de colegas onde estava também João, ela já muito
doida, o agarrou a força na frente de todos. Tinha também na faculdade a Rose,
nossa! um tremendo avião com direito a pista própria e tudo. Belo dia, num grupo de
estudo resolveram fazer uma lanche e ela no meio de todos, perguntou a João se
estava suja, lógico ele disse não.... perguntou se ele a achava feia, João riu, ficou
vermelho e disse que ela era de uma beleza rara.... veio a explosão de Rose na
frente de todos, porra João quero te dar e não vejo como posso conseguir isso.
E foi seu Antonio Marcos, conversar com João, uma conversa de certa forma até
inusitada pois não tinham entrada para o assunto que se avisinhava. Mas como seu
Antonio Marcos era um careta de pau não se fez de rogado , foi logo perguntando a
João, o que ele fazia por diversão e por ser um rapaz bonito quantas mulheres havia
comido, continuando até irritar o rapaz que, sentido-se acuado e ofendido dado as sua
respostas ao papo canalha do pai, pois por ser inteligente sentiu na conversa do pai
uma certa desconfiança quanto sua masculinidade. Para não alongar o assunto,
tranqüilizou o canalha e disse: Pai fica preocupado comigo não, pois não sou gay,
o que não quero agora para a minha vida é me envolver amorosamente com moça
nenhuma, pois quando o fizer será para casar e cuidar de minha família, coisa que o
senhor não teve a responsabilidade de fazer e sei o quanto a pobre de minha mãe
sofreu. Quanto a minha vida sexual também pode ficar despreocupado, pois reservo
mensalmente uma pequena parte de meu salário e me desafogo com as meninas da
vila mimosa, no que deu a conversa por encerrada, pediu a benção de um pai
desconcertado e atônito e foi embora.
Bem ia João literalmente correndo pela Avenida Rio Branco no Rio de Janeiro,
como sempre atrasado para a faculdade, pois o seu ranzinzo chefe o sempre
segurava até mais tarde, onde todos os dias ia João correndo para não perder um
tempo sequer de aula e numa bela terça-feira ouviu João.
Psiu, psiu, moço deixa ler a sua sorte em suas mãos? Te darei o passado, o
presente e o seu futuro..., João ia se desvencilhar do grupo de ciganas que
estavam abordando a todos os que passavam (O Povo Cigano é guardião da
LIBERDADE. Seu grande lema é: "O Céu é meu teto; a Terra é minha pátria e a Liberdade é minha
religião", traduzindo um espírito essencialmente nômade e livre dos condicionamentos das
pessoas normais geralmente cerceadas pelos sistemas aos quais estão subjugadas. A vida é uma
grande estrada, a alma é uma pequena carroça e a Divindade é o Carroceiro), quando muito de
repente ouve-se um grito feminino de dor. Todos que ali passavam se voltaram
para o local de onde teria partido o grito. Eis que num canto estava uma jovem
cigana caída e ensangüentada, tendo ao fundo um homem de terno alto e forte
corrido para um carro estacionado que logrou a fugir. Formou-se aquela roda
de curiosos, mas as ciganas presentes que foram as únicas na realidade a
acudir a jovem cigana, pois por preconceito da sociedade ninguém sequer se
deu ao trabalho de sacar um celular e ligar para o 199. João não havia parado
e nem visto a jovem cigana caída, o reparando parado no sinal a frente
para atravessar a rua e instintivamente esqueceu-se da pressa e a aula que o
aguardava e aproximou-se do grupo.
Viu que a jovem cigana estava bem debilitada e com o rosto bem ferido, pois o
canalha do homem lhe havia assediado e com a resposta negativa deu-lhe diversos
socos no rosto (Freud explica isso, que o homem ao agredir fisicamente uma mulher o esta
fazendo por despeito, pois na realidade ele queria ser mesmo é mulher, ou no popular é gay,
mesmo). E ficou mais chateado ainda pelo fato de que a maioria que ali estava além de
não ajudarem ainda faziam comentários maldosos das ciganas e principalmente da
jovem agredida covardemente.
João ficou indignado com a situação. Soltou os cachorros em cima de todos ajudou a
jovem cigana a levantar-se, conduzindo ela e o grupo de ciganas para a galeria da
Confeitaria Colombo, onde a contra gosto do pessoal da casa de chá, sentou-se a
uma mesa e as convidou o que foi recusado e dito a João que não podiam (pela lei
cigana, a mulher não se senta em mesa com homem, principalmente com um gadjé). Pediu para
o garçom indicar o toilet, para que a moça se refizesse e limpasse seus machucados,
O garçom então disse que quem poderia usar o toilet, seriam os fregueses do
estabelecimento, no que João no ato prontificou-se a fazer pedido para todas as
ciganas. Sem saída o garçom teve que ceder e entregou a João o cardápio para a
escolha do que tomariam e comeriam.
Neste ínterim a cigana mais velha, atônita ainda pelo acontecido e pela bondade
daquele belo rapaz, disse-lhe que o ajudaria a pagar a conta, agradecendo
efusivamente o seu gesto que não é normal vindo de um gadjé, e com a recusa do
rapaz em aceitar dinheiro para o pagamento da conta, a velha cigana o fitou bem nos
olhos e pediu a sua mão. João relutou um pouco, mas por ser um cavalheiro entregou
a sua mão a velha cigana. Ela, ficou olhando por um bom tempo a palma de sua mão,
fitando-o bem dentro dos seus grandes olhos verdes e sem falar nada largou a mão de
João e ele, ao fitar novamente os olhos da velha cigana viu rolarem duas lágrimas ((Na
verdade cigano que se preza, antes de ler a mão, os olhos das pessoas (os espelhos da alma) e
tocam seus pulsos (para sentirem o nível de vibração energética) e então é que interpretam as
linhas das mãos. A prática da Quiromancia para o Povo Cigano não é um mero sistema de
adivinhação), no que ele assustado lhe perguntou se tinha visto algo de ruim. A velha
cigana retrucou que sim e não, pois quase todos os anseios de João seriam
realizados. Ele então perguntou a ela o porquê das lágrimas e ela disse simplesmente
que era pelo fato dele ser um gadjé e não um autêntico cigano.
Neste ínterim como se passaram uns 20 minutos, surge então a jovem cigana
agredida covardemente e as outras duas ciganas que a acompanharam ao toilet,
Sentaram-se a mesa em que só estavam as ciganas e a jovem cigana ao olhar para o
rosto daquele gadjé para agradecer ficou pálida e sem palavras. Situação idêntica
ficou João ao fitar aquela jovem cigana morena de uma beleza pura e simplesmente
angelical, com seus olhos amendoados, sua pele morena, seus lindos lábios carnudos
moldando uma linda e grande boca de onde apareciam uns dentes muito brancos.
Ficou uma situação inusitada e de certa forma até engraçada, com as outras ciganas
querendo falar todas ao mesmo tempo e de certa forma uma algazarra só num
ambiente que não era propício a este tipo ao tipo.
Nisso a velha cigana com o semblante de quem estava realmente preocupada e
dando desculpas de que teriam que ir embora, pois teriam outros compromissos com
seu povo, voltou a fitar João, agradecer toda a gentileza e despedir-se. Na hora de se
despedir a jovem e linda cigana por não ter palavras limitou-se a sorrir, tirou um de
seus brincos de ouro e entregou a João, pura e simplesmente isso. que escondido
da velha cigana. Foram embora e ali ficou João perplexo, com a visão daquele rosto
de uma deusa, só saindo de sua letargia, com a intervenção do garçom, lhe indagando
se queria mais alguma coisa, no que João disse que não e pediu a conta, pagando e
indo embora para casa, pois incrível nem vontade de ir a faculdade teve.
Foi então que João foi embora e já no ônibus ficava com a imagem daquela cigana na
mente, João mal dormiu e quando conseguiu dormir João sonhou com a sua jovem
cigana, e assim foi o dia inteiro, mal conseguindo se concentrar nos seus afazeres. Já
na hora de ir embora e como sempre atrasado João resolveu fazer o mesmo trajeto do
dia anterior e nada de encontrar a sua jovem cigana e assim foi a semana inteira.
no sábado João tomou uma decisão, pois lembrou que uma das ciganas havia dito
que pegaria o 394 LG. São Francisco Vila Kennedy, e foi João pedir ao seu
primo que fizesse com ele um passeio até a zona oeste da cidade. Explicou o ocorrido
e o seu primo vendo o seu desespero, como não podia ir emprestou o seu carro a
João, que rodou quase que o sábado todo procurando a sua jovem cigana.
Por outro lado, numa comunidade cigana, na baixada fluminense, precisamente em
Nova Iguaçú estava a jovem nara (que entre os ciganos significa Deusa da Lua), que
desde de o ocorrido na semana, não parava de pensar e ver o rosto daquele belo
rapaz na sua mente. Inclusive disse que se saísse, seria para encontrar o canalha
que a socou covardemente, mas na realidade não era isso e sim encontrar o seu lindo
moreno de grandes olhos verdes e sentindo o verdadeiro interesse da cigana Cínara a
velha cigana matriarca e chefe local a cigana Starlina, a proibiu de sair o resto da
semana com a desculpa de que era para ela se refazer de seus ferimentos ainda
visíveis.
E assim passou o fim de semana. Um fim de semana de pensamentos e uma certa
aflição tanto de João quanto de Cínara, cada qual em seu canto. Entrou a semana e
findou a semana, sem João conseguir não só tirar a sua cigana do pensamento e nem
Cínara conseguiu sair, pois a velha cigana Starlina, com a mesma desculpa a proibiu
de trabalhar lendo a sorte nas ruas, deixando a jovem Cínara triste e cada vez mais
com os seus pensamentos voltados para João.
Passaram três longas semanas que foram semanas de agonia para os jovens João e
Cínara até que a velha cigana Starlina consentiu que Cínara fosse as ruas a trabalho,
que não no centro da cidade e sim precisamente no subúrbio em Madureira. foi
Cínara a contra gosto mais foi, afinal era essa sua função no grupo cigano.
D. Magali vinha pedindo a João que resolvesse um assunto dela junto as Casas Bahia,
João foi a loja do centro da cidade próximo a sua repartição e a atendente lhe avisou
que o assunto poderia ser resolvido na loja onde foi feita a compra. João ligou para
D. Magali querendo saber que loja ela havia comprado, no que D. Magali disse que foi
na loja de Madureira, mas que João deixasse que ela resolveria, pois iria atrapalhar a
vida do filho. Ele por ser um bom filho, disse a mãe que iria pedir ao seu chefe que o
deixasse sair duas horas antes de seu horário, o que conseguiu.
João saiu, como sempre vinha fazendo o mesmo percurso de sua amada e mais uma
vez nada. Pegou o trem e saltou na estação de Madureira, foi a loja resolver tudo e ao
estar indo de volta para a estação, viu ao longe um grupo de ciganas no calçadão.
Ele como estava em cima da estação, desceu as escadas correndo e com o
coração na mão, querendo lhe saltar do peito avistou Cínara e como um robô
aproximou-se da sua cigana. Ela de costas não o havia visto, e ao se virar que linda
surpresa Cínara pensou estar sonhando acordada, seus lindos olhos amendoados
cintilaram, seu coração também acelerado como o de João, ficaram ali num mutismo
se fitando ambos com vontade se abraçarem, e para acordá-los a cigana que estava
chefiando o grupo e por sorte não conhecia João, disse nara, você não vai ler a
mão do rapaz? pois ele está em frente a ti, estendendo a mão.”
Caíram na real e inteligentemente se afastaram do grupo e foram a um canto do
calçadão, onde João gaguejando pode dizer a ela o quanto a tinha procurado nas
últimas semanas. Cínara pediu que João deixasse sua mão estendida para fingir que
estava lendo e conseguiu dizer a ele que também não estava conseguindo tirar ele do
pensamento mesmo sabendo ser ele um gadjé e proibido a ela, e explicou a ele que a
mulher cigana não poderia ser de um homem gadjé. Ficaram então os dois num
mutismo só e na face de ambos rolaram duas lágrimas em cada olhar, que vinha lá de
dentro d’alma. Então João tomou coragem e fingindo escrever alguma coisa que tipo
receita cigana passada por Cínara, pediu a ela algo para que pudesse entrar em
contato. Ela disse que não tinha, mas se ele tivesse um telefone que passasse
escondido a ela, no que João rapidamente, como se tivesse tirando dinheiro para paga
ra consulta lhe entrega junto ao dinheiro seu cartão de visita e suplicando que ela
ligasse para ele de onde estivesse a cobrar. Despediu-se dizendo que não poderia
viver sem ela e ela sorriu, um sorriso lindo e ao mesmo num misto de amor e tristeza,
simplesmente disse. Eu estou te amando gadjé.
Nossa que sensação incrível, imagine como deveriam estar os corações, acelerados,
palpitantes. E para que Cínara voltasse junto as outras ciganas e não despertasse
suspeita pelo que estava sentindo, ela viu que não estava com a aparência normal,
disse as outras ciganas que não estava sentindo-se bem, pois achava que teria visto o
carro do canalha que a agrediu covardemente, no que o grupo deu por encerrado seus
trabalhos do dia e foram embora.
João saiu dali em estado de puro êxtase, e jurando a ele mesmo que lutaria
heroicamente por seu amor a Cínara, deixaria até de ser um gadjé, se assim
fosse necessário. O que ele não sabia é que nenhum gadjé torna-se cigano,
pois o cigano nasce cigano, (Ainda em crianças, os ciganos são prometidos em
casamento. É uma das tradições mais preservadas pois, os pais, que decidem unir as
famílias. representam a continuidade da raça, por isso o casamento com os não ciganos
(homens) não é permitido, quando isso acontece a pessoa é excluída do grupo. Um
cigano pode casar-se com uma gadgí (mulher não cigana), mas esta tem que se
submeter as tradições ciganas.). Na mente de João, existiam altas viagens,
fazendo planos mirabolantes dele e sua amada Cínara, só que ele não sabia o
quanto seria doloroso para ambos este amor proibido.
Ficou assim esperando o telefone tocar e a cada chamada era um pulsar forte
de seu coração. Por outro lado, Cínara teria que arrumar uma maneira de ligar
para o seu amado João e seria uma tarefa das mais difíceis de sua vida, pois
as ciganas solteiras eram vigiadas por toda a sua tribo, haja visto que todas
literalmente nasciam comprometidas para algum cigano. Cínara estava
realmente prometida ao cigano Ephraim, cigano bom negociador, um rapaz de
belas feições também que tinha no comércio a sua principal fonte de renda. Era
o rei dos escambos, mas que nada tinha a ver amorosamente com Cínara e ela
simplesmente admitia o casamento por não ter como faltar com a palavra de
seu pai o cigano Petra.
Com muito custo Cínara conseguiu no dia seguinte se desvencilhar do grupo e
ligar a cobrar para o celular de João e ficaram a conversar por uma boa meia
hora, ela então explicou resumidamente a sua vida a João, inclusive o detalhe
de já haver ter sido escolhido o seu marido que era o cigano Ephraim. João do
outro lado da linha era de um inconformismo e de jeito maneira aceita esta
condição e pior ainda quando soube que so a mulher gadjé, poderia ter este
tipo de relacionamento o que era terminantemente proibido ao homem gadjé, e
por Cínara saber onde estaria no dia seguinte marcaram de se encontrar
numa das raras escapulidas de Cínara.
Neste dia João ate faltou ao trabalho, pois o seu ranzinza chefe provavelmente
não o deixaria sair cedo, o que fez com João pela primeira tivesse que mentir e
assim não ser cortado o seu ponto na repartição, Cinara disse ao João que o
grupo de cigana estaria em Botafogo, por voltas das 15 h, o nervosismo de
João era tanto que as 13:00 h, estava ele na Rua da Passagem, estava
parecendo um desesperado e por volta das 15:00 h, estava chegando o grupo
de ciganas e despercebidamente Cínara fez sinal que ele aguardasse na
esquina, próximo a estação do metrô, a cigana que chefiava o grupo havia
pedido a Cínara, que se ela poderia pegar o metrô, e ir ao centro da cidade
pagar uma conta em uma agencia bancaria, pois senão elas perderiam muito
tempo haja visto que seria algo demorado, no que muito alegremente Cínara,
recebeu o pedido.
Logo estava a sua bela Cínara, ao lado de João e fazendo sinais para ele
também pegar o metrô, pois uma das ciganas foi com ela ate a estação,
ficaram se fitando na plataforma, contudo por precaução ela não falou com ele
limitando-se a ficar admirando um ao outro. Adentraram ao trem do metrô,
onde se tocaram e sem uma palavra instintivamente selaram aquele que seria
o primeiro encontro com um longo beijo e nem se aperceberam que o vagão
lotado todos ficaram olhando o lindo casal, uns com inveja e os mais puros
como se estivessem ali sendo testemunhas de uma linda história de amor, este
beijo selou então o amor e a guerra que teriam que travar para a sua
manutenção.
Foram juntos ao banco e Cínara agradeceu muito a Santa Sara de Kali (Para os
ciganos, Sara, santa venerada, possui a pele negra, daí ser conhecida como Sara Kali, a negra. Ela distribui
bênçãos ao povo, patrocina a família, os acampamentos, os alimentos e também tem força destruidora,
aniquilando os poderes negativos e os malefícios que possam assolar a nação cigana. Seu mistério envolve o das
"virgens negras", que na iconografia cristã representa a figura de Sara, a serva (de origem bia) que teria
acompanhado as três Marias: Jacobina, Salomé e Madalena, e, junto com José de Arimatéia fugido da Palestina
numa pequena barca, transportando o Santo Graal (o cálice sagrado), que seria levado por elas para um mosteiro
da antiga Bretanha. Diz o mito que a barca teria perdido o rumo durante o trajeto e atracado no porto de
Camargue, às margens do Mediterrâneo, que por sua vez ficou conhecido como "Saintes Maries de La Mer",
transformando-se desde então num local de grande concentração do Povo Cigano. Quase todos são devotos de
"Santa Sara", que é reverenciada nos dias 24 e 25 de maio, em procissões que lotam Lês Saints Maries de La Mer,
em Camargue, no Sul da França. Através de uma longa noite de vigília e oração, pelos ciganos espalhados no
mundo inteiro, com candeias de velas azuis, flores e vestes coloridas; muita música e muita dança, cujo
simbolismo religioso representa o processo de purificação e renovação da natureza e o eterno "retorno dos
tempos".), não por proporcionar o encontro com seu amado, bem como pedia
a ela uma maneira de fazer com que seu amor impossível pudesse se
materializar, o que seria um verdadeiro milagre. Trocara juras de amor, muitos
beijos e sem querer João como um bom gadjé, se assanhou um pouco onde
Cinara muito arredia explicou a ele que namoro cigano era diferente, pois a
cigana teria que permanecer donzela ao dia de seu casamento (As mulheres
têm que ser virgens e os noivos não podem ter qualquer tipo de relacionamento com elas. O
casamento acontece durante três dias e três noites, sem intimidade antes do casamento., portanto
os noivos ficam separados a darem atenção aos convidados. Somente na terceira noite é que
podem ficar pela primeira vez sós. A noiva tem de comprovar a sua virgindade, através da mancha
de sangue no lençol, que é mostrada a todos no dia seguinte. Na manhã seguinte ao casamento a
mulher veste uma roupa tradicional colorida e um lenço na cabeça, que simboliza que é uma
mulher casada), e mesmo que eles conseguissem transpor a barreira do
impossível, queria que ele desse a sua palavra de homem de que assim seria
feito, no que João pediu mil desculpas a assentiu de imediato. Ficando então
só nos beijos, caricias e abraços.
Pediu Cínara então, um tempo a João, para que ela pudesse tentar encontrar
uma maneira junto ao seu povo de fazer com que ele fosse aceito, no que João
aceitou, pois não tinha como não aceitar. Era aceitar ou perder a sua amada. E
ficaram então de se falarem quando ela tivesse comunicado aos seus pais
que, junto aos anciões de sua tribo tentariam encontrar uma solução. Disse a
João para que ele aguardasse seu telefonema em mais ou menos quinze e
vinte dias.
Foram dezenove dias de aflição para João, só que nestes dezenove dias
quem mais sofreu foi Cínara, pois no dia do encontro com João. Cínara pediu a
velha cigana Starlina, que ela lhe desse uns conselhos até antes de falar com
seus pais. Cínara então como uma autêntica cigana contou tudo a cigana
Starlina, onde ela ouviu calada e disse a Cínara que havia visto estas cenas
quando da leitura de mão do João. Por isso escorreu sobre as suas faces as
lágrimas e disse que tentaria ajudar o máximo possível dentro das leis ciganas,
mas deixou bem claro a Cínara que era uma amor impossível dentro das leis
ciganas e que para dar continuidade a este amor Cínara, provavelmente teria
que deixar a sua tribo, ou seja seria expulsa, e seus pais desonrados por
quebra de palavra e contrato. A velha cigana voltou verter as lágrimas e disse
que iria rezar muito a Santa Kali, para ajudar a resolver a questão. Cínara saiu
dali transtornada e conforme aconselhou a velha cigana Starlina, Cínara foi
direto falar com seus pais.
O pai de Cínara o cigano Petra, um homem bem grisalho, com feições duras e
um bom chefe de família, tinha nas tradições ciganas todas as características e
as levava ao da letra, fazendo inclusive parte do conselho de sua
comunidade. Estava em uma missão de negócios, Cinara então encontrou
em casa a sua mãe, e pediu que ela a escutasse a ajudasse a achar uma
solução para um problema, a cigana Milena, uma cigana já beirando a faixa e
seus trinta e oito anos que ainda conservava uma beleza simples de uma
mulher aguerrida as tradições e família, mas angelical, explicado inclusive o
porque da beleza angelical de Cínara. Cínara começou a contar a mãe, toda a
história sem omitir um fato sequer. O que Cínara não notou dado a vontade de
contar os fatos, é que as feições de sua mãe ia da surpresa ao incrédulo e
pelas suas ainda lindas faces desciam grossas grimas. Quando Cínara
terminou e as duas se fitaram a cigana Milena agarrou sua filha e deu um
abraço tão forte e apertado, que ficou no ar se era de medo ou de puro
sentimento materno.
Quando chega o cigano Petra, pai de Cínara, sua esposa a cigana Milena o
chamou a um canto e expôs todo o assunto.De imediato o cigano Petra, não
aceitou este namoro, e era esperado não só pela mãe como também pela
própria Cínara. Mas como um bom cigano ele era muito chegado a família e
tinha verdadeira adoração e orgulho de sua filha Cínara, mesmo tendo mais
outros cinco filhos que também amava. Mas Cínara era diferente, pois o cigano
Petra continuava apaixonado por Milena e Cínara foi a única filha que era o
retrato da mãe quando nova, daí o carinho especial do pai com a filha, sem
contudo deixar de ser duro com a filha no tocante as tradições ciganas.
Mandou que a mulher chamasse a filha. Adentra ao quarto Cínara, lívida e
pálida, esperando uma reação, que talvez fosse pela primeira vez até uma
brusca reação. Nada Aquele homem calejado pela vida mandou que a filha
ficasse sentada em frente a ele e com a voz embargada num misto de carinho,
compreensão e amor. Recontou a filha toda a tradição cigana e até cantou o
refrão de uma sica que é assim “Povo cigano honre sua tradição.....com
amor no coração”, tentando explicar a tão querida filha que este romance teria
que terminar, pois seria não a sua desgraça como a de sua família, quer
seja moral bem como também financeira, pois deixaria de cumprir um acordo já
tratado com a família de Ephraim, a quem havia sido prometida quando
ainda menina. Disse que a filha teria que obedecê-lo, pois do contrário, mesmo
com seu coração partido teria que agir conforme os rigores e tradições ciganas.
Na realidade quis mostrar a filha que se ela insistisse nisso seria até expulsa
da comunidade cigana. No fim, como fez a mãe, aquele cigano calejado deu
um forte abraço na filha e pediu a ela que pensasse seriamente no que havia
dito. Mandou-a embora do quarto trancou-se e caiu em um pranto desesperado
e solitário.
Cínara sentindo a barra que teria para encarar se realmente quisesse ter ao
seu lado o amado João, entrou em desespero, verdadeira depressão, e em sua
mente ficava a dúvida de continuar sendo uma pura cigana e abandonando
este amor ou fugindo com João e abandonando toda uma vida que ela até
agora respeitava e seguia a sua tradição, que até então era uma entusiasta
fervorosa, culminando inclusive não com a agressão de Gajè’s, canalhas (A
sexualidade é outro ponto importante entre os ciganos. E, ao contrário do que se imagina e
maldosamente espalham pelo mundo, eles têm uma moral bastante conservadora. E não é nada
do que se fala do povo cigano, são até bem mais sérios em suas vidas sexuais que os não ciganos
dando muito valor a família e ao respeito), bem como a grandes discussões com o
povo em suas andanças pelas ruas da vida, chamava até para a porrada (no que
era repreendida, pelos outros ciganos, pois também é um mito discriminador dizer que o povo
cigano e arruaceiro, pelo contrario o povo cigano prima pela paz e a ordem, lógico defendem se
ponto de vista, mas sem agressões e sim pela conversa e negociações, no que são imbatíveis) se
fosse o caso, era uma verdadeira radical.
E assim foram-se passando os dias e cada minuto do dia o coração de Cínara
ficava apertado, coitada, a velha cigana Starlina mandou chama lá. É praxe
entre os ciganos os homens sempre pedirem conselhos as mulheres idosas de
seu clã e o cigano Petra havia ido até a ela e com o coração em frangalhos lhe
pedido conselhos de como agir no caso de Cínara. A velha cigana então disse
a ele que teria uma conversa reservada com Cínara, este era o motivo de ter
mandado chamar Cínara. Quando a jovem cigana chegou a velha cigana
mandou que ela sentasse em frente a uma imagem de Santa Sara de Kali e
começou a fazer a explanação de toda a tradição que envolvia o seu povo,
desde de + - 3.000 anos, (A hipótese mais aceita é que o Povo Cigano teve seu berço na
civilização da Índia antiga, num tempo que também se supõe, como muito antigo, talvez dois ou
três milênios antes de Cristo. Compara-se o sânscrito, que era escrito e falado na Índia (um dos
mais antigos idiomas do mundo), com o idioma falado pelos ciganos e encontraram um sem-
número de palavras com o mesmo significado. E assim, os Ciganos são chamados de "povos das
estrelas" e dizem que apareceram há mais de 3.000 anos, ao Norte da Índia, na região de Gujaratna
localizada margem direita do Rio Send e de onde foram expulsos por invasores árabes.), e ao
final da narrativa e da bela saga de seu povo, ela, a velha cigana sabiamente
colocou a jovem Cínara em cheque, pois estaria prestes a sofrer de toda a
maneira por este amor proibido a João. Disse a Cínara que ela ficaria ali
rezando a Santa Sara de Kali, por três dias seguidos só saindo para a sua
alimentação e higiene pessoal, uma forma de expiação e de pedidos a Santa
para uma reflexão séria da atitude a tomar.
Neste ínterim João, super hiper impaciente, pois sentia a cada dia, hora e
segundos a sua amada sair de perto dele, perdendo-a para uma tradição que
como todo gadjè, achava injusta. Por que só a mulher gadjè, poderia casar com
um cigano e um gadjè, mesmo aceitando transformar-se em um cigano não
seria possível? Não entendia como um povo que ama a liberdade e o respeito
ao próximo fazer tamanha discriminação. que João por estar cego de amor
não queria entender que em todas as sociedades existem regras e leis que
devem serem cumpridas e veja só o poder de amar, como transforma o
homem. Logo ele, um rapaz centrado e de boa índole, estava ali remoendo de
certa forma até uma forma errada de pensar, ficava divagando os seus
pensamentos ora para tentar entender o que estava acontecendo, ora
procurando um meio de até levar a sua amada a fuga de seu povo. Nem se
importando o que ela poderia sofrer, acabando assim por de certa forma
tornar-se uma amor egoísta, mas quem pode entender e decifrar os enigmas
deste sentimento que vai desde de o nobre ao egoísmo total?
estava Cínara no terceiro dia de suas orações a Santa Sara de Kali e
quase que resignada a abrir mão de seu amor proibido, seus sentimentos
estavam bem aflorados. Neste três dias Cínara, chorou muito, um choro doído
por sentir que perderia o amor de sua vida. Teria que fazer a opção e esta
opção envolvia diversas pessoas no lado cigano e pelo lado amoroso quem
sofreria seria ela e João. Colocou na balança da vida os prós e os contras,
chegando a amarga conclusão que entregando-se a este amor, estaria
machucando seriamente pessoas que a amava tanto quanto João, só que um
amor diferente. Estaria fazendo sofrer aquele que ela adorava, o cigano Petra
seu pai que tanto a idolatrava. Faria sofrer sua mãe a cigana Milena, que a
guardou e protegeu durante nove meses, lhe proporcionou o direito a vida e em
seu parto quase que foi embora para o mundos dos mortos, seus irmãos a
quem respeitava e amava, a velha cigana Starlina, que era para ela uma
verdadeira avó, sempre desde criança afagando sua linda cabecinha nos seus
problemas infantis, suas amigas ciganas e acima de tudo a sua tradição ao que
era uma das mais aguerridas defensoras.
Cínara então não via outro caminho o que não fosse o de romper com o seu
amado João, pondo fim a este triste amor e como era uma mulher decidida e
de fibra como uma boa cigana tem que ser, pediu permissão a velha cigana
Starlina, para ligar ao João e dizer a ele que tudo estava terminado. A velha
cigana Starlina ficou em dúvidas de consentir ou não. Cínara implorou para que
a deixasse fazer isso, pois só assim, mesmo sofrendo poderia viver em paz
com a sua consciência alegando que não seria justo deixar esperando um ser
que não tinha culpa de ter se apaixonado por uma cigana. Com muito custo a
velha cigana consentiu, desde de que ela estivesse junto.
E assim foi feito. Foram as duas ao orelhão mais próximo (não queriam ligar da
comunidade, com medo de alguém ouvir o teor da conversa que até então era
um segredo bem guardado entre seu pai, sua mãe e a velha cigana). Com mão
tremula a jovem Cínara liga o número de João, ele por sua vez sentiu ao
atender que boa noticia não era e lembrou da velha cigana Starlina lendo sua
mão e chorando no dia em que conheceu Cínara. Veio-lhe a mente a resposta
da velha cigana, quando da sua pergunta o porque da velha cigana ter vertido
as lágrimas e lhe ter lhe dito simplesmente que era pelo fato dele ser um gadjé
e não um autêntico cigano. A velha cigana Starlina, teria visto o fim desta
linda e triste história de amor. Tentou ele se refazer emocionalmente.
Cínara entre tremula e num misto de tristeza e emoção, começou a dizer a
João que este seria a esta seria a última vez que eles se falavam, tentou em
vão minimizar o relacionamento de ambos, entendia que agindo assim o seu
amado ficaria com raiva dela e seu sofrimento fosse menor. Ledo engano João
por sua vez erradamente também não se fez de rogado e com o mesmo
pensamento não só desdenhou do amor de ambos, como disse coisas
indevidas e assim fez com que a Jovem Cigana com seu sangue quente de
uma autentica cigana levantou o tom de voz, mas ambos estavam totalmente
arrasados, com seus corações em frangalhos. Triste fim de o que poderia ter
sido uma linda história de amor.
Acabaram de se falar e cada um seguiu o seu rumo João, cabisbaixo, com o
pensamento fixo em sua amada cigana Cínara foi seguir a sua vida, mas sabia
o quanto ele teria que sofrer para que ela voltasse a normalidade. A jovem
cigana Cínara, saiu dali amparada pela velha cigana Starlina, ambas sem
darem uma palavra. Da face de Cínara rolavam grossas lágrimas amargas pelo
amor que teve que abrir mão e da face da velha e calejada cigana Starlina,
também vertiam lágrimas estas de uma dor de saber o que a jovem Cínara
estava sentindo pois mesmo se passando muito tempo esta velha cigana
também teve que abrir mão do amor de seu gadjé. Então abraçava fortemente
a jovem cigana Cínara, como se assim ela também aplacasse a sua própria
dor.
Cínara depois de anos já casada com Ephraim e com filhos, ainda guardava as
lembranças de se gadjé, Fato este que era percebido por seus pais e pela
velha cigana Starlina, mas como uma boa cigana seguia firmemente as suas
tradições e sempre quando precisava ser forte e continuar a sua vida em sdeu
meio, ficava rezando a Santa Sara de Kali e cantando o refrão “Povo cigano,
honre sua tradição....”, e assim segui a vida desta linda morena cigana de olhos
amendoados.
João também seguiu a sua vida aos trancos e barrancos. Conseguiu formar-
se, teve uma bela ascensão profissional. Casou também e teve uma linda filha
que chamava de minha ciganinha, pois ela era uma linda menininha
moreninha com olhos amendoados e só ele sabia da sua dor. Pois do romance
nada falou a ninguém. Nem a sua mãe D. Magali e muito menos ao seu pai,
este então nem João saberia como contar a dor da perda de seu grande amor.
E sua esposa Marcela, jovem também bonita e culta, nem imaginava o porquê
João vivia cantarolando a sica de Flávio Venturini e Nelson Chaves -
Cigana lua - No olhar um sonho / No sonho um céu / No céu estrelas / Te vejo
azul / Na luz da noite / Na paz do rio / Cigana lua, dedico a ti / Qual um poema /
Feito num cristal..................................................................
É a vida que segue................
NASTUK! (Obrigado)
OPTCHÁ PAZ (luz e Proteção)
Autor: Djalma Pinheiro
Dedico este conto a um povo que respeito e tenho uma profunda gratidão,
pois de certa devo muita a uma madrinha que ganhei Cigana Zoraia e a
SANTA SARA DE KALI
Djalma Pinheiro
È Natal ou não.......
Quantas vezes nesta época do ano você ouve dizer FELIZ NATAL?
Mas será que realmente estamos comemorando mesmo o espírito da data?
Estava Seu Agenor sentado em um trono dentro do Shopping, vestido de Papai Noel, com
aquela roupa pesada para um clima de um país tropical (Papai Noel no Brasil, deveria vir
caracterizado de bermudas, camisa de manga curta e tênis, não é) Aposentado aos cinqüenta
e quatro anos, mas que ainda pegava seus bicos mesmo com os seus sessenta e oito anos, para
completar a renda familiar e se sobrar algum trocado inteirar para comprar os seus remédios
para pressão alta, que ele descobriu ter depois de uma consulta ao médico da rede publica
depois de esperar cinco longos meses para a sua consulta e mais alguns para os exames.
Em sua mente, mesmo balbucionando (já nem forças mais tinha para o tradicional Hou, Hou
Hou...) as frases que a empresa de Marketing do Shopping lhe obrigava a dizer. Toda vez que
era obrigado a por uma criança no colo, das centenas que estavam na fila. Pensava ele em
Letícia sua mais nova netinha de oito anos, filha de seu rebento mais novo o Geraldo. Que
desempregado e com a mulher já esperando o segundo filho, estava desesperado. Seu Agenor
em seus pensamentos via a sua vida passar, lembrava ora de seu tempo de criança, ora nos
problemas familiares. Volta e meia vinha aos seus olhos uma lágrima insistente que ela dizia
ser um “cisco” teimoso que lhe incomodava.
Dentre estas criançadas que em seus sonhos viam ali a figura do bom velhinho, tinham
diversas classes sociais, os mais abastados, os menos abastados, os médios abastados e os que
nada tinham, mas ficavam perambulando pelos corredores do Shopping e fugindo dos
truculentos e seguranças. Homens de terno preto, bem sisudos e ignorantes. Mas é de se
compreender também estavam ali desempenhando os seus papéis dentro da sociedade e
simplesmente cumprindo ordens, muitas vezes a contra gosto.
Dentre estes que nada tinham, existia um em especial para o Seu Agenor, inclusive por
diversas vezes, ao ver o menino Paulinho (um garoto com mais ou menos dez anos, sarará,
que provavelmente seria mais um fruto desta miscigenação tupiniquim da cruza de um branco
e uma negra ou vice versa) Garoto super ativo e diferente dos demais garotos do bando, pois
mesmo quando era enxotado pelos “homens de preto”. Não brigava, não falava palavrão e
muito menos gritava se limitava a tomar os seus cascudos e a ficar com sua roupa rasgada e
sujo sentado ao chão chorando e se negando a sair da frente do “bom velhinho”. E era ai que o
“cisco” entrava nos olhos de Seu Agenor.
Nisto foi se passando todo o mês de dezembro, que neste ínterim, Seu Agenor teve a
oportunidade de tirar fotos com os seus netos. Do João com dezessete anos ao seu xodó a
pequena Letícia, pois quando ele recebeu seu pagamento convidou a todos para ir visitar o
Shopping e como lá estavam aproveitaram para tirar uma casquinha do Vovô Agenor, o que
ele fez com um prazer especial. Mas quando Letícia estava em seu colo ao olhar para o seu
lado direito viu a figura de Paulinho, fitando ele com uma estampada alegria em seus olhos
juvenis. Pois na mente no menino era ele quem ali estava sentado acariciando aquele Vovô e
sendo acariciado por ele.
Sensação que Paulinho nunca experimentou na verdade, pois sabia quem era a sua mãe,
pois foi gerado de um relacionamento de sua mãe, que nem ela mesma sabia ao certo de quais
os namorados era o seu pai, tinha uma pequena desconfiança de ser de um dos muitos
homens com quem teve relacionamento dentro da favela onde morava. Em sua mente juvenil
estava ele ali tendo o afago não do “bom velhinho”, Que ele sabia não existir, perdeu o sonho
de Natal desde que nasceu. Mas da figura paterna de um homem bom e que ali estava
trabalhando exercendo a sua atividade de Papai Noel "O bom velhinho”.
Eis que mais uma vez vem se aproximando um dos “Homens de preto”, que com a habitual
ignorância que lhes são peculiares. Agarra Paulinho pelo braço e o sai puxando pela surrada
vestimenta. Nisto interfere um jovem senhor de aproximadamente uns quarenta anos e
interpela rispidamente o “Homem de preto”, pela forma de como ele segurou o braço de
Paulinho e o arrastava corredor afora. Identificou-se como um membro do Conselho Tutelar e
pediu que soltasse o menino, com a discordância do “Homem de preto”. O jovem senhor não
viu outra maneira de resolver a questão. Deu voz de prisão ao “Homem de preto”.
Criou-se uma situação embaraçosa e surpreendente, pois Paulinho agradece ao jovem senhor,
mas pede que ela não faça isso, dizendo. Obrigado Tio, mas prende ele não, ele só esta
trabalhando e fazendo o que o “dono do Shopping”, mandou ele fazer. Completando com as
seguintes palavras. Tio eu uma vez vi um filme ali na vitrine das Casas Bahia, que um homem
pregado na cruz, falava para o céu. Pai perdoa, pois eles não sabem o que fazem, então Tio
perdoa ele, é marrento, mas é gente boa, noutro dia até vi ele aqui com uma moça e um
menino de minha idade que o chamava de Pai.
Paulinho conseguiu a façanha de entorpecer a mente da multidão que já estava aglomerada ao
redor da confusão, inclusive com uma meia dúzia de PM’s. O “Homem de preto”, o
conseguiu, mesmo com o seu treinamento para ser duro, segurar a lagrima, ou melhor,
também entrou um “cisco” em seu olho e assim como a maioria dos seres normais que ali
estavam.
Criou-se assim um impasse que foi resolvido, mediante acordo com o “chefe dos Homens
de preto”, os PM’s e o jovem senhor. Que Paulinho doravante pudesse ficar ali em um
cantinho próximo a entrada dos sanitários, para que ele ficasse admirando o Bom velhinho.
Que neste tumulto todo tentava segurar a pequena Letícia em seu colo, pois ela ficou não
assustada como mesmo tendo oito anos, penalizada com a situação sofrida por Paulinho,
fazendo com que os teimosos “cisco” adentrasse nos olhos de Seu Agenor.
Nisto foi-se os dias e Seu Agenor, já vendo à hora de ter que arrumar um novo bico, pois já era
dia vinte e três de dezembro, portanto anti véspera de Natal. Paulinho morava literalmente
no Shopping, pois ficava ali desde a chegada de Seu Agenor, transvestido de “Bom velhinho”,
até a hora de sua saída. Nunca se falaram, mas havia nos olhares de ambos um cumplicidade
palpável e toda vez que um dos “Homem de preto”, Perto de Paulinho chegava ele pigarreava
e o expulsava com o olhar de perto daquele menino sarara. Tornando assim o guardião do
acordo firmado entre as “autoridades”.
Pronto chega o dia derradeiro, véspera de Natal, Seu Agenor decidiu chegar uma hora antes
(começa as 14:00 h e ia ate as 22:00 h), Ficou perambulando pelas lojas infantis para comprar
os presentes dos seus netos (comprou roupas para todos e para Letícia uma linda boneca).
Paulinho também angustiado via as horas passar e olhava para Seu Agenor, com um mixto de
olhar de admiração, amor e medo. Medo sim, pois sabia que mesmo Seu Agenor ficando até a
hora do Shopping fechar (ele ia fazer um esforço, pois o dia era especial, seu ultimo dia no ano
para incorporar o “Bom velhinho”). E Le provavelmente não o veria mais e sabe Deus se no
Natal seguinte ele Seu Agenor estaria ali ou ele mesmo, haja visto as covardias que se fazem
com estas crianças nas ruas hoje em dia, se não é o trafico que mata é a policia.
Seu Agenor estava ali com um sorriso todo especial, especial por estar se livrando da calorenta
fantasia de “Bom velhinho”, especial por ter conseguido um bom dinheirinho extra, especial
por mais um Natal poder reunir a sua família no subúrbio de Marechal Hermes e participar da
famosa ceia, com tudo o que tinha direito para uma família suburbana e mais especial ainda
pelo o que ele iria fazer.
Pronto chegou á hora das despedidas, faltavam três minutos para o fechamento do Shopping,
algazarra geral entre a clientela e os funcionários num todo, uma confraternização só, com
troca de presentes, bebidas e comidas liberadas. Em seu cantinho Paulinho esperava que o
“Homem de preto”, viesse pedir que ele fosse embora como de costume, mesmo vendo toda
aquela alegria seus olhos juvenis cismavam de atrair “ciscos”. O seu pequeno coração
apertado, quando se prepara cabisbaixo para ir embora, eis que aquele “Homem de preto”,
da confusão o agarra pelo braço. Mas desta vez com delicadeza e doçura. Faz-lhe um afago e
entrega a ele um belo pacote de presente, culminando com um beijo em sua testa ainda suja
pela falta regular de um banho.
Ficou atônito agradecendo muito ao “Homem de preto”. E abriu o seu presente com os
olhinhos juvenis e sofridos já com um lampejo de criança quando ganha seu presente de Natal.
Dentro havia um belo caminhão e dois pequenos livros. A bíblia e Meu é de Laranja Lima
(“História de um meninozinho que um dia descobriu a dor”, assim inicia o
romance juvenil escrito por José Mauro Vasconcelos, foi publicado em
1968). Muito agradecido disse ao “Homem de preto”. Que no ano seguinte iria voltar a
estudar só para ler o seu presente.
Seu Agenor que a tudo assistia, aproximou-se de agora uma verdadeira multidão ao redor
de Paulinho, mas em uma situação diferente, pois todos queriam desejar a ele um feliz Natal.
Seu Agenor com uma sacola na mão e com aquele sorriso matreiro que lançava para Paulinho
desde cedo, pegou ele no colo ainda transvestido de “Bom velhinho”, acariciou o seu rostinho
sofrido e disse a ele, vamos meu neto, tome um banho no vestiário dos homens, pois já pedi a
minha chefia, coloque estas roupas que comprei para que você fosse passar o Natal e os restos
dos seus dias em minha casa, pois falei com aquele jovem senhor que te defendeu no dia da
confusão e ele disse que arrumaria uma forma rápida de sua adoção. Pois você faz parte de
minha família desde o dia em que proferiste Tio eu uma vez vi um filme ali na vitrine das
Casas Bahia, que um homem pregado na cruz, falava para o céu. Pai perdoa, pois eles não
sabem o que fazem”.............
Ai eu te pergunto, È Natal ou não.......
PS: Não precisa, muito embora fosse o ideal, levar ou nem adotar uma criança. Mas pelo
menos no dia de Natal, veja aquela roupa que seu filho não use mais (se for nova melhor
ainda), aquele brinquedo esquecido no canto (se for novo melhor ainda) E de a uma criança,
veras ma realidade o que é o espírito de Natal e se você estender este Natal por todos os
dias de sua vida melhor ainda.
Djalma Pinheiro
Quem não conhece estes contos..........
Um garoto chamado Zezé tinha 6 anos (ou 5, mas gostava de dizer que ele tinha seis).
Ele vivia em uma casa de tamanho médio, seu pai se chamava Paulo e estava desempregado,
sua mãe, que por causa de seu marido desempregado trabalhava até tarde numa fábrica, e
mais três irmãos: Totoca, Jandira e Glória.
Por causa do desemprego de seu pai, eles foram obrigados a mudar para uma casa menor,
onde o garoto conheceu Minguinho seu de laranja lima, que fica sendo seu melhor e único
amigo.................... (Meu pé de Laranja Lima- José de Abreu)
Cada personagem mostra o quanto as “pessoas grandes” se preocupam com coisas inúteis e
não dão valor ao que merece. Isso tudo pode ser traduzido por uma frase da raposa,
personagem que ensina ao menino de cabelos dourados o segredo do amor: “Só se bem
com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.
Antoine de Saint-Exupéry via os adultos como pessoas incapazes de entender o sentido da
vida, pois haviam deixado de ser a criança que um dia foram. Entendia que é difícil para os
adultos (os quais considerava seres estranhos) compreender toda a sabedoria de uma criança.
Desta fábula foram feitos filmes, desenhos animados, além de adaptações. Muitos adultos até
hoje se emocionam ao lembrar do livro. Talvez porque tenham se tornado “gente grande” sem
esquecer de que um dia foram crianças...... (Meu pequeno Príncipe- Antoine de Saint-Exupéry)
Mas esta de certa forma é real, vinha um cidadão, caminhando cabisbaixo em plena véspera e
Natal (teria ido a uma casa para participar da ceia, mais o ambiente o incomodou muito é que a
maioria das pessoas que ali estavam, haviam esquecido o verdadeiro sentido do espírito
natalino, dado as bravatas que contavam e a maneira de como todos se comportavam), La
para as bandas de 23:00 hr, estava passando em uma praça e deparou-se com uma família de
pedintes, o homem, sua companheira e três crianças. O cidadão ao ver aquela cena, veio-lhe
de imediato na mente de onde ele estava vindo, com toda a ostentação, enquanto ali no meio
de uma praça tinha pessoas que talvez ficasse contente se tivessem pelo menos um prato de
“feijão com arroz ou quem sabe uma sopa quentinha para forrar e aquecer o estômago”.
Ao passar por eles notou que uma das crianças o olhava atentamente com um lindo sorriso.
Não pediu nada, limitou-se apenas a olhar e sorrir e na mente do cidadão veio um turbilhão de
coisas, de fatos. Muito embora hoje um homem de posses, mas que também tivera uma
infância humilde, que quando criança ganhava presentes na noite de natal dados por
vizinhos...
Deu um estalo, correu a um Shopping, antes que fechasse as 24:00 hrs, e comprou
mantimentos e algumas coisinhas de natal, comprou alguns simples brinquedos e foi a um
restaurante pediu a melhor ave que estivesse pronta, que por sorte haviam encomendado um
“chester” e não haviam pegado,
Receoso de como o homem o receberia, aproximou-se do casal e perguntou ao homem se eles
se importariam de que ele ficasse ali com eles na noite de natal. O homem ficou meio
assustado, pois como um cara com aquela aparência de garotão bem vestido, iria querer
passar a noite de natal no meio de uma praça junto com uma família que não tinha nem um
pedaço de pão, onde o cidadão lhe deu todas as explicações e confessou que como no
“Presépio”, ficou tocado com o sorriso de seu filho menor (tinha uns três ou quatro anos) e
havia ido ao Shopping em frente à praça comprado uma pequena ceia de natal, junto com
outros mantimentos do dia a dia e brinquedos para as crianças.
Mesmo assustado e desconfiado o casal permitiu a sua estada junto a eles. Nossa foi uma
noite maravilhosa! A algazarra das crianças com seus brinquedos e a disposição com que
todos se fartaram, mesmo que tenha sido só uma noite, mas foi maravilhoso, pois não era uma
noite qualquer era a noite de natal............
Que o espírito natalino se renove em nosso dia a dia UM FELIZ NATAL PARA TODOS OS
DIAS DE NOSSAS VIDAS
Djalma Pinheiro
O Tropeço
Nos dias atuais um dos maiores tropeços que se pode dar na vida é o envolvimento
com drogas e infelizmente (estão ai as estatísticas e os noticiários), sobre o assunto
que não nos deixam mentir e já falam por si próprios.
Esta até pode ser uma história real, dado ao nosso cotidiano,
Vinha um homem trôpego, em um estado de dar dó, pela rua e em dado momento
uma caridosa senhora o aborda perguntando:
O Senhor está passando mal, necessita de ajuda? No que o homem fita bem nos
olhos a senhora e lhe responde que sim, que necessitava de ajuda e realmente estava
passando mal do espírito, pois o dele, ele achava que já estava morto.
Retruca à senhora: fale isso não moço, pois mesmo que agente faça a passagem para
o mundo dos mortos, o nosso espírito nunca nos abandona. O que nos abandona é
nossa carne que fica aqui por cima ou embaixo da terra e apodrece, pois é so um
invólucro de nosso ser espiritual. O homem com uma aparência horrível (que
infelizmente a maioria das pessoas ficaria com medo até de se aproximar) fica
cabisbaixo e em sua face rolam duas lágrimas de uma dor indescritível, pois a sua dor
vinha de dentro de sua alma e narra à caridosa senhora a sua historia.
Senhora não sei se o que vou lhe contar vai me ajudar ou me atrapalhar ainda mais,
mas tenho que contar para alguém o que estou sofrendo, pois, não tenho ninguém
por mim. Perdi o respeito de minha mulher, o amor de meus filhos, meus irmãos, meus
amigos, meu emprego, em fim, perdi a fé em viver.
Xiiii, por favor, deixe-me continuar, era um homem que vinha de uma linhagem dita
superior. Estudei em bons colégios, cursei em universidades fora do país, tenho ou
tinha uma profissão que amava, pois sou um engenheiro químico, mas por ironia do
destino ou por irresponsabilidade de minha parte hoje me tornei este trapo humano
que a senhora está vendo.
Nisso todos que passavam ficavam olhando para o homem, com aquele olhar de
repugnância....
Senhora eu comecei a me drogar ainda estudante. Comecei com um inocente
baseado de maconha com os amigos de infância nas peladas e no colégio. Fiquei
usando isso diversos anos de minha vida, sem, contudo me atrapalhar, pois as vezes
que o faziam eram numa situação de discrição total. Anos mais tarde já casado e com
minha vida estabelecida, com filhos e tudo, nas festas de amigos e nas noitadas,
enveredei pelo mundo da cocaína (pois aquele baseadinho de maconha, já não mais
fazia efeito). Também fazendo uso anos seguidos com a mesma discrição, quando
muito nos fins de semana ou nas festas, e sempre afirmando que quem fazia a cabeça
era eu e não a “diaba branca”, que fazia a minha cabeça.
Ledo engano senhora. Ela estava esperando o momento certo para dar o seu bote
fatal, pois ao sofrer talvez o primeiro reverso brabo em minha vida (doença de meus
pais, culminando com o falecimento de ambos). Meu casamento não era essas
coisas, dado as divergências do mundo atual, também culminando com a esperada
separação e conseqüentemente a distância de meu casal de filhos.
E os passantes cada vez mais incrédulos, com a atitude daquele ser repugnante, e
falavam que ele era um verdadeiro farrapo humano....
Logo, por nunca ter passado por experiência de vida tão amarga, comecei a usar
cocaína todos os fins de semana e logicamente o meu círculo de amizades foi
mudando. Quando me dei conta ou pensei estar me dando conta, havia perdido o
elo com a normalidade da vida, cheirando literalmente todos os dias, onde daí a perda
do emprego e toda a minha vida, Hoje sou isso que a senhora está vendo.
A senhora com uma paciência incrível, perguntou a ele se havia terminado e se
poderia lhe dizer algo mesmo que ele não gostasse. Muito embora tenha se tornado
um verdadeiro farrapo, ainda tinha nele uma centelha de educação e respeito, no que
disse a senhora que jamais ficaria aborrecido com ela, que ela poderia falar sim o que
quisesse a ele.
Com isso, já havia pessoas a ponto de expulsar ele do local em que estavam, pois era
em frente a uma igreja.
A senhora pegou um lindo lenço azul, quase que violeta e enxugou as suas lágrimas e
lhe disse o seguinte.
Meu filho na realidade o que você está fazendo é a perda de sua vida, pois isso tem
um nome “suicídio”. Mas é um “suicídio” diferente, porque é um “suicídio” de sua alma
e que a única solução seria tentar nos raros momentos de lucidez olhar para o seu
interior. Num local onde estivesse sozinho, que seja num templo de qualquer religião,
num cemitério (onde as pessoas convivem com a única realidade da vida “A morte”),
sem se ligar em conselhos de quem quer que fosse neste momento, e que ele fizesse
um balanço de quem mais gostava dele, onde ele teria a oportunidade de ver que
ainda lhe restava à melhor das dádivas. Que é a VIDA. E completou dizendo. Meu filho
para que você possa ter condição de sair dessa, olhando para dentro de você
mesmo e se amando. Quando você conseguir isso, você vai ver o quanto é humano e
tem muito amor ainda para dar aos seus filhos, sua família, seus amigos e a todos.
E disse a ele que teria que ir embora, pois a sua missão ali havia terminado. Desejou
que o homem tivesse êxito em sua empreitada, e disse mais Meu filho eu te dou minha
benção.
Onde o homem, aos prantos, perguntou a ela: minha caridosa senhora posso pelo
menos saber o seu nome?
No que a senhora disse Consciência... e foi andando até sumir na multidão
Ta o motivo de que todos estavam espantados o homem falava sozinho, ou
pensavam que ele estava sozinho. Este homem adentrou a igreja e ajoelhado sem
saber rezar agradeceu aquela senhora com um nome tão estranho a Dona
Consciência.....
Djalma Pinheiro
Cartas
As minhas filhas
Meus amores, minhas maridas.. rsrsrsr, hoje eu vejo que realmente o amigo lá de cima
gosta de mim e no decorrer desta minha humilde existência o quanto foi generoso
comigo.
Deu-me, de presente duas pérolas, Gabriela (que quando nasceu, tomei um tremendo
porre de alegria) gritava aos ventos que havia nascido a mais nova poetisa do
mundo......, nove anos depois ganhei meu segundo presente a Mariana, totalmente
diferente de Gabi (moreninha), para não fugir ao costume e ela não ficar com ciúmes
da irmã, também tomei um senhor porre.. rsrs, de alegria lógico... rsrs e afirmei que
um pouco diferente da irmã (a Nana nasceu branquinha), ela nasceu predestinada ao
mundo jurídico e realmente ela tem um tremendo senso de justiça, meio radical mais
tem... rsrsr
O amigo de cima quando me levar eu terei muito mais que agradecer do que
reclamar, pois nasci de um casal de trabalhadores honestos, tive excelentes irmãos e
na minha criação de menino humilde os ensinamentos de como se deve respeitar e
amar ao próximo, o que passo para vocês minhas filhas é este meu legado de que
minha mãe me passou.
De quem não vive para servir e amar ao próximo, está, fadado a ter uma vida
conturbada e não servir para viver.....
Djalma Pinheiro
Frases
VALER A PENA..
A nossa pureza vale a pena sim, pois ela constrói, fortalece e
enobrece o nosso coração.........
Djalma Pinheiro
Poesias
Prosas poéticas de homenagens
A Poetisa.......
A mulher já tem em seu vasto currículo
O dom de nos proporcionar
A vida
O amor
O carinho, dentro outros atributos que nos levam ao prazer
O prazer do filho agradecido à mãe,
O prazer do ombro e da palavra doce ao amigo,
O prazer do amor ao amado, onde ela o leva aos orgasmos da alma
Mas existem mulheres que alem disso são mulheres mais especiais ainda
Pois alem de todos estes dons divinos
Trazem em seu interior. O mais puro dos sentimentos
O sentimento de por em suas escritas a sua alma
Que posso quase que garantir que são psicografias de seu interior
Suas escritas nos proporcionam um prazer único
O prazer de saber que estamos sendo brindados com o mais puro dos sentimentos
O amor de uma Poetisa, Escritora, Autora e de todas as que das letras nos amam......
Minhas humildes homenagens a todas estas mulheres que nos fazem sonhar....
Djalma Pinheiro
ESTE SER DIVINO
Mulher, tão falada e descrita em verso e prosa,
Este ser magnífico, que entre as incontáveis e imemoráveis qualidades
Tem a maior delas, que é o ser escolhido pelo criador para dar a vida
Vida, esta que se perpetua no amor, amor ao filho, ao amigo, ao amante
Mulher, que seria de nós os homens, sem você, para nos conduzir, nos ensinar a viver
Nos ensinar a amar e ser amado
Nos ensinar a ser filho pródigo, querido e amado
Nos ensinar a sermos amantes, de tantos orgasmos
Nos ensinar a sermos e nos sentirmos como gente
Você mulher, querida amada e idolatrada
Você mulher, mãe, filha, irmã, amiga e amante........
Djalma Pinheiro
Receita de um bolo “MULHER”
Este é um bolo especial que pode ser degustado por todos os seres vivos
Começa assim:
Uma boa dose de amor infinito
Uma de paciência
Uma de vida
Uma de carinho
Pegue o amor infinito, o mesmo que só a mulher tem, com sabor de quando ela nos da
á vida,
Faça uma boa reflexão com a paciência, a mesma que uma mãe ou uma professora
tem com seus pupilos
Junte os dois ingredientes. Amor infinito e Paciência e reveja toda a sua vida, faça
uma misturada só, unte o seu coração com carinho, aquele que a mãe tem pelo filho, a
amiga pelo amigo a amante por seu amado e coloque tudo numa forma especial, tipo
respeito e faça desenhos em forma e coração.
Leve ao fogo brando do coração ardente e deixa lá por uma eternidade
Sirva em pequeninos pedaços para que possas ter a sensação de estar ali
saboreando o manjar dos Deuses por toda a sua vida.
Terá gosto de mãe, amiga e amante
Este é o bolo MULHER, que deve ser degustado por quem a respeita e para aqueles
que não façam este exercício de respeito a elas, aprendam, pois delas que nascemos
e viemos ao mundo, logo elas nos deu a maior das dádivas a VIDA
Este é um bolo MULHER O VERDADEIRO MANJAR DOS DEUSES”
Djalma Pinheiro
Mulheres não tão famosas....
Fico pensando aqui em meu canto, porque quando alguem escreve sobre mulheres e
principalmente no dia delas, pegam como exemplos as celebridades em geral quer
seja do meio artistico ou que fizeram e participaram da história.
Reparam que raramente quando se escreve, alguem fala da mulher do seu cotidiano,
salvo raras excessões como por exemplo: A sua propria mulher, a namorada, a
amante, a vizinha, a mulher que sofre pelos becos e vielas em fim por diversas
mulheres que ficam na labuta diária.
Eu posso e falo com orgulho de uma mulher em especial Dona Orita, uma mulata
lavadeira, bonita e muito azarada. Quando menino, saia com ela, eu ficava puto da
vida quando olhavam para a minha mãe, daqueles olhares de cobiça dos caras em
cima daquela mulata viuva e bonitona, eu jogava pedra e tudo.. rsrsr. Uma mulher que
ficou viuva aos quarenta e cinco anos, com seis filhos e só um maior de idade, nao se
fez de rogada, foi a luta encarar tanque e mais tanques de roupas para criar seus
filhos, uma mãe que enterrou um filho de quarenta e tres anos (meu irmão morreu de
aneurisma no dia do aniversário dela) e teve forças para dizer em seu enterro que o
abençoava e que ele fosse com Deus, uma autentica guerreira e em nome delas que
aproveito para saudar a todas as mães neste e em todos os dias, pois o dia da
mulher para mim é todos os dias.
Tem minhas filhas Gabriela e Mariana, minha maridas.. rsrsrs, mulheres meninas
especiais para mim, e entendo que todo pai tem a obrigação de cuidar e zelar, e
aproveito para dar uma dica aos pais novos, quando a esposa estiver gravida,
converse com seu filho ainda na barriga, de muitos beijinhos, quando nascer e a
esposa por o nenem para mamar pegue e coloque você a criança para golfar,
participe de toda a vida da criança e veras a recompensa, então eu aqui aproveito
para homenagear a todas as mulheres que são filhas, queridas e amadas e mesmo
aquelas esquecidas por pais irresponsáveis, fiquem triste não, pois os daqui podem
ate te-las abandonado, mais tem um pai e amigo la em cima que te adoram e te ama
muito.
Temos também as nossas musas, seres especiais que tanto prazer nos dão, quer seja
o prazer da inspiração, o prazer e estar junto, o prazer de querer e a vontade de amar
eu eu tenho a minha musa ZU, que quando com ela estou quer seja pessoalmente ou
no virtual, me sinto como um verdadeiro pinto no lixo de tanto prazer, pois é imenso a
paz, a cumplicidade e a inspiração que ela me passa e enome delas que homenageio
a todas as mulheres que são musas e servem de inspiração de alguem, que seja
em todos os sentidos e para todos.
Tem aquelas mulheres anonimas do cotidiano, da humilde catadora de papéis até as
que mais que se destacam em suas atividades de nivel superior. Verdadeiras divas
para alguem, disto tenho certeza, elas são as Marias, Julianas, Clarinhas....., e é em
nome delas é que homenageio a todas as mulheres.
Aproveitando para fazer um apelo neste dia em especial a todos os homens e o
porque neste dia. É que infelizmente temos em nosso meio uma boa gama de homens
que acham que o dia da mulher é só dia 8 de março, ledo engano, o dia da mulher é a
todo instante que respiramos, pois lembren-se se não fose uma voce não estaria
respirando.
Logo em todos os dias, ame, acaricie, faça cafuné, plante bananeira e o mais
importante. Respeite as mulheres que respeito é bom e elas fiseram por onde
merecer, pois NASCERAM MULHERES.
Djalma Pinheiro
Nascer para ser mãe.........
Vinha o menino da escola rebocando a sua irmã
mais nova, rebocando mesmo, pois a empurrava
para frente como se estivesse empurrando um
carinho de rolimã. Eis que muito der repente a
menina grita: PERA AI RAPAZ EU NASCI PARA
SER MÃE.
Que bonito, um espírito nascer premeditado a ser mãe, a gerar outra vida, pois a
mulher já nasce abençoada, mesmo aquelas que por acidentes de percurso não
puderam gerar em seu ventre uma vida. Podem apostar guarda em seus corações
femininos o instinto materno.
O carinho de uma mulher supera a todos os limites. Quando Jesus na cruz clamou ao
pai, pedindo que ele nos perdoa-se, quem estava rezando e clamando por Jesus era
Maria sua mãe, procurando interceder por ele, mesmo sabendo o que lhe era previsto,
mas adianta mãe e mãe, mesmo predestinada a ser do salvador.
Tenho até gravado na memória várias passagens do poder de se gritar pela Mãe”, é
o torturado sofrendo na mão do torturador, é o moribundo em seu leito de morte, é o
doente clamando cura e a torcida de um time gritando a mãe do Juiz da partida.....
Eu por exemplo um antigo socialista militante (botei antigo, porque as amigas
faltam me bater quando falo “um velho socialista”... rsrsr), já passeio por poucas e
boas e nas horas do aperto, ou clamava pela Virgem Maria ou pela Dona Orita. A
aquela mulher simples que foi a luta, quando enviuvou, com seis filhos o mais novo eu
com três anos, e sem nunca ter feito nenhum trabalho fora. Foi encarar tanques e mais
tanques de roupa, mas estava ali ao lado de seus rebentos, ensinando e nos dando
este legado de honestidade e respeito ao próximo.
Que encanto e este que faz de uma mulher ter este instinto materno, desde o seu
nascimento, mesmo que em sua vida nunca tenha gerado outra. Que poder é este que
passa a nós homens este sentimento de amor. Quer seja o amor a um amigo, a um
irmão, a um desconhecido.
É pensando assim que aqui rendo minha homenagem ao ser MULHER, pois mãe
todas o é, pelo simples fato de terem nascido MULHER, que rogo a todos e
principalmente aos homens, que não as respeitem ou presenteiam em dia
especiais, como NATAL, ANIVERSÁRIO, DIA DAS MÃES e etc..... E sim todos os dias
de nossas existências, e que nunca nos esquecemos que se não fosse uma delas,
não estaria aqui.
Só uma mulher........ /
Um ser divino
Um ser com instinto materno
Uma deusa do amor
A mulher que briga
A mulher que bate
A mulher que xinga
Quando briga, sofre mais que o seu opositor,
Quando bate, sente mais dores de quem apanhou,
Quando xinga, fica mais ofendida que o ofendido
Portanto você mulher é puro amor
Que predestinada como é
Ensina-nos a viver e a amar e a difundir o que aprendemos com você
Amor....
Obrigado a você mulher, nascida para ser amiga, irmã, amante e MÃE
FELIZ TODOS OS SEUS DIAS DE VIDA, POIS TODOS ELES SÃO DIAS DAS
MÃES
Djalma Pinheiro
Mulher e Guerreira.....
Quem é esta mulher guerreira?
Guerreira da vida
Guerreira do amor
O que torna uma mulher guerreira?
Será que é por ser despojada de medo?
Será que é por auto-afirmação?
Não uma verdadeira guerreira age
Uma guerreira vai à luta
Uma verdadeira guerreira ama na adversidade da vida
Uma verdadeira e autentica guerreira busca lutando
A sua paz
A sua vida
O seu amor....
Djalma Pinheiro
Uma homenagem a todas as mulheres que vão à luta.
Moradia de anjo......
Dentro daquela mulher mora um anjo
Que a torna um anjo vestido de branco
O mesmo branco da paz
O mesmo branco da paciência e doçura
A maioria das vezes este anjo vestido de branco
Esta ao nosso lado nas horas mais doloridas de nossas vidas
Pois é quando estamos nos despedindo dela
Jogados em um leito de um hospital
Muitas vezes nos sentimos abandonado por todos
Mas lá esta o anjo de branco ao nosso lado
A ministrar os nossos remédios
Torcendo e não medindo esforços para a nossa recuperação
Nossa até no estertor de nosso ultimo sopro de vida
Nos, deparamos com o mesmo anjo vestido de branco
Com feições diferentes, mas o anjo é o mesmo
Que traz em seu coração o mesmo sentimento de um, outro anjo
Que também dedicou sua vida a nos dar vida
São Camilo de Lellis
Que este escrito sirva para dizer a todos os anjos de branco
Obrigado por dentro de você morar o meu anjo......
Djalma Pinheiro
PS: Este escrito é uma homenagem, a estas mulheres e homens, seres
iluminados que vivem a cuidar de todos nós, quando estamos muitas vezes a
nos despedir da vida.
A amizade
Muito já se disse sobre a amizade
Vinicius enlouqueceria se os amigos morressem
Milton guarda amigos no coração
E muitos outros grandes poetas já falaram de amizade
A amizade e algo sublime, pois suplanta a todos os sentimentos
E vejo a amizade como uma divida que temos que aqui pagar
Pois é muito estranho que muitas vezes um ser que sem você pedir
Entre em sua vida e te proporcione tanto prazer
O prazer de estar ali juntinho
Na alegria e na dor
Daquela palavra na hora certa, sem você pedir
Da bronca ou verdade na hora precisa
Do aconchego de um carinho
Do ombro para chorar as nossas dores
É ai que digo que realmente temos esta divida com aquele alguém
E o mais gostoso é você sentir
Um ser admirado, amado e respeitado
O mais gostoso no meu caso é saber que de tantos amigos que fiz ao longo de minha
breve passagem aqui
E ai, tenho certeza de estar o caminho certo sim
E parodio Vinicius “ o poetinha
Se me faltar um amigo eu envergo
Se me faltarem todos os amigos eu tombo
Agradeço ao amigo maior
O lá de cima por me dar esta oportunidade de estar aqui de volta para poder
conquistar tantos amigos
Obrigado a você por ser minha amiga
Djalma Pinheiro
Um belo encontro.....
Fiquei feliz além da conta
Pois a encontrei, depois de anos
Anos, nos comunicando na NET
Existia um belo fascínio, por esta amizade
E porque não dizer, também curiosidade
E quando a vi, meus olhos saltaram de uma felicidade impar
Felicidade de poder fitá-la nos olhos
E ver que mesmo nos contatos virtuais
Tinha também visto sua límpida alma
Alma de um ser encantador
Que esbanja beleza
Em todos os sentidos
Este sim foi um belo encontro...
Djalma Pinheiro
PS: Uma homenagem a todos os seres que na NET, tiveram o prazer de se conhecer pessoalmente
em todos os sentidos. Amigos, Amantes e Amores.
Prosas poéticas
Solidão.......
Porque o medo da solidão?
Porque tenho que estar me importando com este sentimento?
Será que é medo de não ter ninguém?
Ou será que é pura e simplesmente pelo prazer de estar acompanhado.
Tem sentimentos que nós temos como tabu
A solidão é um deles
Muito embora, vejamos bem
Na solidão, você na realidade, não está sozinho
Esta, acompanhado de se interior, olhando para dentro de você mesmo
Vendo seus defeitos, seus erros e acertos
Logo este sentimento que pesa este triste tabu em cima dele, não é tão ruim assim
Pois quando você consegue se espiar, estas analisando seu próprio ser
Muitas vezes nos sentimos só, mesmo estando rodeado de gente
Mesmo estando em um estádio em dia de clássico
Pois na realidade desta minha solidão é pelo fato de
Me, faltar você..........
Djalma Pinheiro
Para viver um grande amor
O que é necessário para se viver uma grande amor?
Queria saber, pois meu coração embora transborde deste nobre sentimento
Estou só e a procura de meu amor
Fico vagando pelas noites frias
Esperando encontrar o meu amor
Fico na espreita de esquina em esquina
De ruas em ruas
De bares em bares
Mas nada de encontrar quem me ame
Realizo-me rabiscando em folhas soltas de qualquer botequim
Nos bares da vida
Nas noites adentro
E quando o sol chega,
Volto solitário
Ao aconchego de minha cama vazia
Tão vazia quanto a minha vida
Sempre me perguntando
O que faço para viver um grande amor.......
Djalma Pinheiro
Porque, não tenho um gande amor..........
Porque o amor muitas vezes tem que ser doído e sofrido?
Estanho este sentimento
Um misto de alegria e sofrimento
Quando vi na rua a mulher dos meus sonhos
Pulei, dancei e cantei
Nem pestanejei, disse para mim mesmo
Esta e a mulher que sera a mulher de minha vida
Ledo engano, mais uma peça pregada a mim, pelo meu coração
Pois definitivamente eu não era o homen de seus sonhos
E mais uma vez meu coração me fez amar a quem não podia
Fiquei triste pelos cantos e sai a noite pelos bares
Tentei fazer poesias
Mas so lembrei dos versos da musica do poeta Chico Buarque
Hoje eu tenho uma pedra no meu peito....
Mentira........
Djalma Pinheiro
PS: Hoje eu tenho uma pedra no meu peito.... / Mentira........ / Trechos da musica Samba de um
Grande Amor, deste ser iluminado Chico Buarque de Holanda, a quem eu rendo minha humilde
homenagem
Já estou com saudades.....
Nossa meu coração, esta dolorido
Minha mente confusa
Porque tens que ir?
Não vá, fique
Fique para acalmar o meu coração
Fique para aplacar o meu amor
Se fores, sentirei saudades
Saudades de teus carinhos
De teus beijos
De suas caricias
De nossos momentos de amor
Mas se tiveres que partir
Vá, parta que aqui ficarei
Nos meus momentos de solidão
Há espera de sua volta
Para acalmar meu coração......
Djalma Pinheiro
O porquê de te amar?
Amo você
Pelo prazer de estar, de falar
De te acariciar
Pelas suas caricias
Pelas suas rusgas ao brigar
Pelo se pranto,
Pelo lindo sorriso de criança
Pelos seus gemidos ao amar
Pelos sussurros ao meu ouvido
Até por saber me satisfazer com seus orgasmos
Completando-me e me amando
Pelo simples prazer de estar ao seu lado
Pela sua conversa nas horas próprias
E até nas impróprias
Este sim é o amor
Por tudo isso é que entendi
O porquê de te amar....
Djalma Pinheiro
Procura-se.....
Triste ironia do destino
Nasci predestinado a ser poeta
Nasci para falar de amor, de carinho
No entanto vivo sozinho
Sozinho pelos bares da vida
A escrever as minhas linhas em versos e prosa
Enaltecendo amor entre os seres
Mas e eu, como fico?
Fico na retaguarda de meu coração
Que clama, grita pelo meu par
Fico a procura de bar em bar
Mas nas mesas só um ébrio
A clamar
Hei você mulher ai quer me amar.........
Djalma Pinheiro
Ah, enfim o amor......
Ah, este estranho amor
Quando se ama se propõe a sorrir e a sofrer
Principalmente a sorrir quando tenho você
Mas ao não te ver, sofro e fico como um barco a deriva
Ao sabor das ondas da boemia
De bares em bares, fazendo da vida a minha poesia
Ai eu digo este é o sofrer
Não sei se sofro pela minha solidão
Ou se sofro por não poder ter você
Mas tenho certeza de que voltarei a sorrir
Por ter você
Ou conseguir te esquecer
Este é o estranho amor
Djalma Pinheiro
Só um detalhe..........
Sabemos que o amor sentido e não correspondido machuca
Mas também sabemos que o amor tem destas coisas
Pois sentir por sentir não é a diferença
O que faz a diferença ao sentir o amor chegando
È so pensar que mesmo não correspondido
Estamos vivos, com nossos sentimentos apurados
E o nosso coração pulsando
E o mais importante num amor não correspondido
É saber que estamos abertos a amar
Estamos aptos a esquecer mesmo sofrendo
E a receber e a dar ao amor uma chance de acontecer
O importante é amar e estar aberto a novos sentimentos
Pelo simples prazer de amar
O resto é só um detalhe.............
Djalma Pinheiro
Quem é você.......
Quando a vi passar, fiquei extasiado
Extasiado pela sua beleza
Extasiado pela singeleza de seu andar
Nossa fiquei em transe
Nem sabia de andava ou se parava para te apreciar
O coração bateu forte querendo sair e gritar
Gritar sim para o mundo ouvir o barulho de seu pulsar
Minha mente ficou confusa, embaralhou toda
Meus olhos ficaram em órbita
Pois eles fitavam os seus e vi o sei interior, lindo
De uma pureza angelical
Foi amor à primeira vista
Afinal quem e você......
Djalma Pinheiro
Fico esperando
Porque fico esperando você?
Eis a questão, será que é por sentimento que nem eu sei o que é
Fico aguardando você passar só para te olhar
E tentar compreender este sentimento
Você passa eu a observo, na esperança de ganhar um bom dia ou um sorriso seu
Nada nem me olhas e me da à sensação de que me ignoras de propósito
Fico indeciso querendo te parar, mais minha timidez me impede
Querias sim ter a coragem de te dizer o que sinto
E ficarias surpresa, pois diante de ti eu ficaria em silencio
E só meus olhos fitando os seus
Onde eu poderia no meu intimo olhar dentro de ti e assim saber
Realmente o que sinto por você
Por isso é que fico esperando você .......
Djalma Pinheiro
Porque tenho medo?
Meu medo real e não ter você ao meu lado
Olhar para o lado e não te ver, quando acordo,
Acordo sobressaltado, e sinto um alivio
Ao te tocar, te acariciar,
Sentir o seu respirar
E em seus sonhos dizer meu nome
E quando mesmo em sussurros, brincas dizendo que vais me deixar
Meu coração palpita de uma angustia alucinante
Angustiado, penso e reflito
Do medo de ter medo
Medo este de te perder.....
Djalma Pinheiro
Perdido.....
Um homem só
Um ser perdido
Perdido em amor
Doce ilusão
Um dia ousou amar
Acabou perdido
Perdido no labirinto da paixão
Anda a procura de um par
Para sair da solidão
E assim poder novamente
No labirinto da paixão
Se encontrar e enfim sossegar
O seu coração
Sofrido, doido, machucado e cansado
Mas pronto novamente
Para sentir uma amada em seus braços
E novamente amar.........
Djalma Pinheiro
Uma musa....
O artista fica louco sem uma musa
O poeta sem inspiração para seus versos
O pintor sem os seus pincéis
O compositor e o escritor sem as suas letras
Ando, procuro e me deixo levar ao sabor do coração
Pela minha musa andei procurando
Pelos bares da vida
Nas noites sombrias
Nos meus devaneios de ébrio
Mas eis que me deparo, com minha musa
Tão bonita como Ceci de José de Alencar
Tão graciosa como a garota de Ipanema de Tom e Vinicius
E tão enigmática quanto o sorriso de Mona Lisa de Leonardo da Vinci
Gritarei em plenos pulmões ao mundo
Que você é a minha musa
Que inspirado, volto meus pensamentos aos meus poemas
Poemas de amor por uma musa.....
Djalma Pinheiro
Um reencontro.......
Madrugada fria
Noite de uma escuridão gélida
Vagando na penumbra
Disputando com minha sombra
Reluzida nas calçadas e paredes
Quem chegaria primeiro
Ao seu encontro
Encontro que também poderia ser um desencontro
Pois a muita não a via
E talvez nem soubesse mais como a amar
E nem o que te falar
Confesso que também com medo de minhas reações
Quando no aeroporto a encontrar
Aquele ser que com a sua fuga
Deixou meu coração em frangalhos
A mente fervilhando de ora tristes ou ora boas recordações
Dos grandes momentos de amor
Mas quando a vi, voltou-me a vida
Largo sorriso desenhou-se em meu rosto
O coração antes amargurado
Pulsava de alegria, querendo sair do peito
Não tinha espaço em meu ser
Para o que ruim aconteceu
E sim só as recordações de nossas noites de amor
E assim o amor venceu...................
Djalma Pinheiro
Sentir falta
O que faz um ser humano sentir falta do outro.
O porquê o sentir falta nos faz bem e mal
O bem é pelo fato de ter certeza de que tem alguém que nos faz bem
Estar perto, olhando, olhando com um olhar enamorado
Ficar fitando com a certeza de que a pessoa nos dá um imenso prazer
Fazer mal, esta é uma das expiações doidas do sentir falta
Pois não estar em contato permanente com alguém especial é o mesmo que estar
vazio, sem opção
E juntando bem o bem e o mal do “sentir falta"
Quem ganha é o bem, pois sei que este “sentir falta” é saudade
E saudade é um sentimento que arrebata com a nossa alma no melhor dos sentidos
E é isso que sinto de você
Djalma Pinheiro
Uma Rosa....
Que poder maravilhoso tem uma rosa
Tanto poder que se sobre-poe ao cravo
Escraviza pensamentos
Ameniza o sofrimento de um amor
Queria sim, ter sempre uma rosa em meu coração solitário
E quando conseguir, serei o mais feliz dos cravos
Cantarei, dançarei e gritarei para o mundo todo ouvir
Que já não sou mais um cravo solitário
A felicidade será tamanha que os pássaros disputarão comigo o canto
E as árvores que eles pousam serão mais floridas
Todas as flores se abrirão num gesto de alegria ao meu contentamento
E o vento cantará
Venha minha rosa, venha me amar........
Djalma Pinheiro
Voar sonhando....
Que sensação gostosa de estar sonhando que estou voando em busca de você,
Olho o sol nascendo da janela do avião e o meu coração poeta vai se apertando,
Minha imaginação voa junto com o meu amor por ti,
Fico assim, na expectativa de abraçar e beijar,
Matar a saudade de ter você em meus braços te amando,
E em assim poderei dizer voei e sonhei
E neste sonho te amei..
Djalma Pinheiro
Uma Cigana.....
Morena Rosa,
Cigana da pele morena,
Que me fascina, enchendo meu coração de amor.
Morena Cigana leia não só minhas mãos
Mas também meus pensamentos
Que neles, verás o quanto a quero
O meu coração transbordando de alegria
Uma alegria tão intensa, que às vezes penso que Ele vai explodir
Minha Cigana morena
Quero adormecer em seu colo
E nele sonhar, que estou a te amar....
Djalma Pinheiro
O amor e o Tarô...........
Como se completam e em muito, o amor e o tarot
Pois ambos mexem com o nosso imaginário e o concreto,
Bolem com os nossos sentimentos mais profundos.
No tarot, é previsível a minha trajetória
No amor não tenho variantes
No tarot é possível a correção de minhas atitudes
No amor, muitas vezes as minhas atitudes são irreversíveis
No tarot você prevê o que pode acontecer
No amor eu sou pego de surpresa amando você
No tarot existe a casa do amor
No amor existe muito do tarot
Djalma Pinheiro
Distância...
Tão distante mas tão perto,
Tão perto que sinto o seu perfume,
Tão perto que a afago,
Tão perto que a toco,
Tão distante de meu alcance,
Tão distante que sinto esta imensa saudade de ti,
Tão distante que me desespero ao não ter noticias,
Mas porque tão distante e tão perto, que meu peito se dilacera, com meu coração
querendo pular dele, Mas estás tão presente em meus pensamentos de boêmio
errante,
Que estás tão distante, mas tão perto...........
Djalma Pinheiro
Oh, meu Santo Antonio
Fiz promessa, rezei
Fiz mandinga
E não a encontrei
Queria encontrar o meu amor
Para no dia dos namorados
Ter a quem beijar e acariciar
E sobre tudo a amar
Porque não a encontro
Será que estou fadado à solidão
Solidão esta que me corrói o coração
Que me leva aos bares da vida
Nas escuras noites de boemia
Procurando neste meu caminho errante
A quem amar
A quem pudesse namorar
E ai, eu me pergunto
Quem quer ser minha namorada e me amar............
Djalma Pinheiro
Pêra, Uva ou Maçã?
Que falta das inocentes brincadeiras de azaração
Quando em nossa adolescência ficávamos na paquera da menina bonita
Tínhamos a disputa pautada pela nossa santa inocência
Queria hoje, já maduro ter o poder voltar à adolescência
E convidar a mulher que me tira o sono
E com ela brincar das inocentes brincadeiras de outrora
E o mais gostoso era salada de frutas, mas
Queria poder brincar de pique - esconde
E me esconder em seu coração
Alojar-me nele de corpo e alma
Derramar sobre os seus lábios
Todo o mel de meus beijos
Acariciar seu colo
E nele deitar, para sonhar
Que voltei à adolescência e te amar...
Djalma Pinheiro
O Mar.......
Olhando o Mar, vendo as ondas passar
Lembrei do dia em que nos conhecemos
Uma bela tarde de verão
Onde começamos a nos olhar com paixão
Paixão esta toda feita em cima de uma ilusão
Pois só poderias ficar ali no verão
E depois que terminasse, voltarias a pensar em seu amado
Voltarias aos braços de quem realmente amas
Que num rompante maior terminaste
Numa noite fria de inverno, com sombrias nuvens
Mas ao chegar o verão foste ao quebra mar
Onde nos encontramos e nos olhamos com paixão
Do entardecer ao anoitecer,
Olhando a lua bonita e cheia de uma noite de verão
Você foi embora, me deixando com o coração apertado e doido
Mas eu continuo olhando o mar..........
Djalma Pinheiro
Uma guerreira morena.....
Eu conheci uma guerreira
Que estava com amarras de amor
Prestes a se libertar
Esta guerreira é uma mulher que se da
Ao trabalho de amar ao seu próximo
Com o desejo enraizado em seu ser
Como uma autentica guerreira em suas batalhas
Batalhas pela vida
Batalha pela sua afirmação
Uma guerreira mãe
Uma mãe que se agarra ao amor de seu cotidiano
Um ser inconfundível
Pois a guerreira morena
É sim uma guerreira da vida
Um ser de tamanha luz que tem seu brilho próprio
E a garra de uma verdadeira guerreira
Que ela ainda esta a procurar
Com quem compartilhar
Tento sim, conquistar o carinho e o respeito
Da guerreira morena.....
Djalma Pinheiro
Encontros e desencontros
Nossa que dilema, encontrar ou não
A arte do encontro contradiz o desencontro
Pois muitas vezes em um encontro, podemos estar promovendo um
desencontro
Encontro de idéias, pode ser um desencontro de ideais,
Encontro de aspirações, podem ser tornar em um desencontro de vontades,
Encontros de amizades, muitas vezes por futilidades encontros infelizes,
Encontros de amor, ah este sim, consegue superar a todos os “Encontros e
Desencontros”
Supera a pior das tempestades, só para não se ter desencontros
E é por isso, que nunca me desencontro de ti...........
Djalma Pinheiro
Ciúmes......
Quando passo pelo local em que nos conhecemos ainda sinto seu perfume
Sinto a sua presença marcante em mim
Onde está você que não a vejo,
Só lamento o meu erro
Erro infantil de um amante ébrio
Doente de tanto te amar, de medo de te perder
Que acabei falando coisas que não passam de inverdades sobre você
Quero, necessito e preciso muito me redimir
De tantas palavras ásperas e duras
E o pior que depois de tudo isso é que vi que a perdi
Perdi para este sentimento idiota e ruim
Mas continuarei a lutar para te reconquistar
Reconquistar sim a parte sadia e boa
Deste nobre sentimento de te amar.....
Djalma Pinheiro
Amor de um poeta....
Deixa eu te ver para servir de colírio aos meus olhos,
Deixa eu te abraçar para que me sinta agasalhado em teus braços,
Deixa eu te beijar e assim sucumbir em sua boca,
Deixa eu te amar para sentir o prazer de teus orgasmos.
Este é um amor de poeta
Vivendo sempre no mundo dos sonhos
E sua alegria é sentir que ele te leva também a sonhar corações alheios
Sonhar com amor, carinho
E porque também não com a solidão do poeta
Que de tanto difundir o amor, que embala corações
Esquece que também é humano e necessita ser amado
Amado em sua plenitude,
Onde suas emoções e amores terminam em uma folha de papel de um bar
Por isso é que quero e preciso amar ............
Djalma Pinheiro
Preciso viver....
Preciso viver pensando em você
Quando digo que preciso com tanta certeza
Estou afirmando que se não pensar em você
Eu me arrasto por esta vida de boêmio errante
Mas quando penso em ti, tudo se transforma
As flores ficam mais lindas,
As árvores florescem e dão os melhores frutos,
Os pássaros alçam vôos mais altos e cantam mais
Um canto de amor, de carinho, de respeito,
De tesão, pela vida, pela paz e pelo amor
Por isso que preciso pensar em ti........
Djalma Pinheiro
Ah como queria..........
Como queria poder dizer o que sinto,
Como queria em minha santa loucura te amar,
Como queria na minha insanidade ser amado,
Ah como queria
Queria poder saber me expressar,
Queria ter o dom de saber me desculpar,
Queria poder te abraçar.
Ah como queria
Queria na realidade te dizer o quanto sinto,
Sinto por tudo que fiz e o que não fiz
Queria sim é estar ao seu lado e te abraçar
Ah como quería................
Djalma Pinheiro
Hoje acordei sonhando
Ah, dormi o sono dos justos, dormi muito,
Sonhei com um vale repleto de animais de diferentes espécimes
E entre eles, estava você
Saltitante, alegre e jovial
Com estes olhos juvenis, que mais pareciam duas pérolas
Que a cada olhar mudava o tom, e sempre me fixando
Nossa que sonho, só que fiquei na dúvida
Se estava sonhando acordado, ou acordado sonhando
Só tenho uma certeza
Hoje sonhei com você.
Djalma Pinheiro
Sonho ou Pesadelo.........
Caminho do céu,
Caminho do mar,
Caminho do amor...
Caminho ao seu encontro,
Mas não a vejo,
Em meu sonho, estavas de branco
Sentada sobre uma nuvem
E chamavas por mim
Mas como as nuvens se dissipam
O sonho acabou
E eu acordei sobressaltado
Pensando em ti
Pensativo pensei
Era um sonho com meu amor
Ou o pesadelo de te perder?
Djalma Pinheiro
Entre a espada e a parede.......
Vivo em dilema profundo,
Pois ver minha espada pendurada na parede
Fico me imaginando minha inércia
Pois perdi o meu desejo de lutar
Lutava por amor a minha musa
Mas quando a perdi em uma batalha do coração
Meu chão se foi e com ele toda a minha inspiração
Perdi minha musa em uma batalha de amor
Deixando-me assim na solidão
E ai, fiquei entre a espada e a parede da vida
Neste meu dilema profundo
Procurando uma nova musa
E assim voltar a viver e a meu coração pulsar
Por isso vivo entre a espada e a parede
Djalma Pinheiro
O que será....
O que será da gente sem esta forma linda de pode amar,
Será que saberemos como viver,
Será que poderemos respirar,
Eu vejo assim como ficaria nossas vidas sem amor,
Uma vida vazia, sem esperanças,
Uma vida de amarguras,
Uma vida sem cor e calor,
Mas isto tudo não passa de um grande pesadelo
Pois jamais, isto aconteceria e pior que possa ser o ser humano
Jamais ele conseguiria viver sem amor
Mesmo os mais cruéis dos mortais
Lá no fundo dele, pode apostar que existe,
Mesmo que seja só uma centelhinha deste sentimento lindo que é o amor
Com esta sombria reflexão, melhor mesmo é ter a certeza de que todos temos em
nossos corações, Por menor que seja, este sentimento nobre de amor
Quer seja amor ao próximo, a amizade e especificamente em meu caso
O amor a você ....................
Djalma Pinheiro
Mulher menina
Quando uma mulher se torna uma menina
Quando ela volta as suas lembranças
Lembranças de ciranda, de pique, das bonecas
Das brincadeiras maliciosas, como “pêra, uva ou maçã, nos piques esconde
Mas o mais importante nestas lembranças,
É a sensação que ela tem de estar rejuvenescendo
A sensação de que o tempo em sua magnitude não a alcançou
E sim rendeu-se a este ser maravilhoso
Que hoje irradia amor, irradia felicidade, felicidade esta de se encontrar
Encontra-se com o seu eu, consigo mesma
Você mulher menina, encantadora e Senhora do seu destino
Vá, corra, alce vôo, como menina ainda é.
Djalma Pinheiro
Um lindo amor......
Coração pulsando, disparado,
Mãos que acariciam,
Rostos que se colam,
Olhos que se fitam,
Bocas que se beijam,
Ah, que infinito amor
Pois se amam com fervor,
Estar por gostar,
Como é lindo o amor,
Estar com quem se ama,
Estar por amar,
Por isso é que estou com você....
Djalma Pinheiro
A Loucura
Quando me pego pensando em loucura
Me vejo retratado em ti, que no meu afã de te amar, acabei enlouquecendo
Enlouquecendo de amar, de medo de te perder
Sentimento muito louco que me corrói a vida
Loucura eterna que me persegue
Mas uma loucura branda me acalanta
Pelo fato de saber que sou louco por ti....
Djalma Pinheiro
Quando um Poeta ama
O Poeta vive a difundir as alegrias e as dores do amor,
Psicografa estes sentimentos, em seus escritos,
Emanado pela emoção sentida, sua ou alheia,
Quer seja de tristeza ou alegria,
Tristeza pela perda de um amor,
Alegria por estar amando,
É um amor, literalmente sentido do que ele sente normalmente,
Pois um Poeta vive um amor constante,
Cheio de prazer em falar e escrever sobre este nobre sentimento,
Mas quando ele se entrega totalmente ao amor,
Ai sim ele chega à plenitude de amar,
Ama estar ao lado de sua amada,
Ama acariciar este ser que ele esta amando,
Ama beijar longamente a sua amada,
Em fim ama profundamente a sua amada,
Esta e a forma de amar de um Poeta,
Ama te amar.....
Djalma Pinheiro
O poeta anônimo.....
Escrevo ou como digo sou abduzido pelo meu ser
Ou ainda falo que não escrevo e sim psicografo o meu interior e o alheio
E não sou reconhecido,
Posso assim expressar o meu ser,
Posso ainda me dedicar aos meus humildes escritos,
Em uma mesa de bar, boêmio e errante.
Porem me sentindo um ser que com minhas
Toco você, te desejando, te amando
No silencio de minha solidão
Te desejo, te amo, te possuo
Mesmo em pensamento e só,
Por isso sou poeta e boêmio....
Djalma Pinheiro
Onde ir......
To perdido, perdido e sem noção de onde ir
Quero encontrar você, onde estiver
Cadê este ser encantador que não vejo e não falo
A solidão me faz assim, boêmio e errante
Mas se encontrar você, quem sabe eu volte a ser eu
Será que a encontrarei em meus sonhos
Ou em meus devaneios de ébrio
E o dia que encontrar este ser perdido na multidão deste mundo
Serei sim, sem sombra de dúvidas o mais feliz dos mortais
Ouvirei o canto dos pássaros,
Ouvirei as batidas deste velho coração alucinado de amor........
Onde está você?
Djalma Pinheiro
Uma Poetisa do Mar
Diz a lenda que quando se ouve o canto de Yemanjá
Vai com ela para o fundo do mar
Mas quando se encontra uma Poetisa do Mar
O seu canto e os seus escritos fascinam e nos leva a sonhar
Sonhar com as suas sutis escritas
Sonhar com o mais singelo dos sentimentos
Pois nos leva a sonhar com o amor
Amor de uma amiga,
Amor de uma mãe,
Amor de uma amante
Por isso é que fico a chamar
Cadê a minha Poetisa do Mar
Djalma Pinheiro
A poesia, tributo ao poeta
O que nos levar a escrever estas linhas
Será que é por amor ao próximo?
Será que é por amor a nós mesmo?
Honestamente, não sei responder
Pois ao escrever, acredito estar sendo abduzido pelo meu ser
E costumo dizer que eu não escrevo
Psicografo o meu coração e o meu interior
Tamanha é a satisfação, depois de sair do transe ao escrever
É que me dou conta, que continuo a ser, um homem só
E de uma solidão, que me leva as noites de boêmio e ébrio
De volta ao espelho da vida, e me perguntar
Djalma, seu poeta. Quem é você...
Djalma Pinheiro
E assim dizem os poetas.......
Porque os poetas em suas poesias, cânticos e artigos enaltecem o amor.
Porque os poetas, falam tanto neste sentido, neste nobre sentimento.
Não seria melhor se fossem no início dos mais puros sentimentos.
Seria, mais ou menos assim, onde começa o amor,
Começa lá no fundo do mais nobre dos sentimentos que é a amizade,
Dai vem o respeito, vem afeição, dá vontade de estar junto,
Dá vontade de participar do cotidiano do outro
E este sentimento sim é a pura essência dos mais profundos sentidos
Sentidos por todos os serem vivos, sentem isto pelo filho, pelo amigo, pelo seu par
Mais cada um com a sua maneira própria de ser,
Pelo filho o desejo materno de cuidar
Pelo amigo o ensejo de ajudar
Pelo seu par, este sim é incontrolável o desejos de amar..........
Ah se eu fosse um poeta........
Djalma Pinheiro
Soneto de Carnaval
Cadê minha colombina, que não encontro
Passei a observar atentamente em todos os blocos
Fui a avenida dos desfiles das escolas de samba
Andei pelos coretos de bairros e não encontrei
Tirei minha máscara para ver se a encontrava
E ela pudesse ver meus olhos castanhos clarinhos, e quem sabe ela apareceria
Nada, movi céus e o escambau e na de minha colombina aparecer
Será que estou fadado a viver sem minha colombina
Pois se assim o for, cairei na boemia, ficarei trôpego e cantando
Quanto riso, ó quanta alegria, mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da colombina, no meio da multidão
Minha colombina cadê você..................
Djalma Pinheiro
PS: Quanto riso, ó quanta alegria, mais de mil palhaços no salão Arlequim
está chorando pelo amor da colombina, no meio da multidão, versos
extraídos de uma das mais bonitas pérolas da MPB Máscara Negra de
Kéti e Pereira Matos.
A Dama
Como posso te ver, sem poder sentir este desejo de te amar
Sei que tenho que vagar por este caminho errante da solidão, que me corrói o coração
Tenho que estar sempre alerta para que não desperte paixões
Paixões estas desenfreadas, arraigadas nos labirintos do amor
Ah, minha divina dama, no fundo mesmo o que queria era poder te ver sem te perder
Ah, minha divina dama, quando me for, não queria levar esta solidão
Queria sim poder levar comigo este sentimento de desejo que sinto
Que é o mais puro dos desejos de estar com tão pura dama
E na minha lápide queria as anotações
“MORRI DE AMOR POR ELA
Djalma Pinheiro
O amor de um Poeta
Quando o Poeta ama,
Ele ama intensamente,
Ama com o seu intimo,
Ama com o seu ego, em flor
Sai de seus versos,
Longas e lindas palavras,
Saem de seus olhos
Lindos lampejos de amor,
Saem de sua boca,
O mais melado dos beijos,
Saem de seu coração,
Expelidas pela boca,
A mais linda declaração
Eu te amo....
Djalma Pinheiro
O Poeta e sua realidade...
O Poeta tem os seus defeitos, como todo ser humano
Ele vive em um mundo de solidão e ilusões,
Que neste mundo de solidão e ilusões,
Ele cria de certa forma uma barreira,
Quase que intransponível, aos olhos alheios,
Mas quando ama se entrega de corpo e alma,
Entrega-se realmente,
E assim fica vulnerável, aos dissabores do amor,
Talvez sofra, mas que o normal,
Justamente por alimentar em seu intimo,
Aquele sentimento que vive a difundir,
O amor,
E assim volta a sua realidade,
A solidão.......
Djalma Pinheiro
Rio de Janeiro, 11 de abril de 2010
AUTORIZAÇÃO
Eu, DJALMA DE FREITAS PINHEIRO, brasileiro, divorciado, residente e domiciliado
na cidade do Rio de Janeiro à Rua Araguari, 465 Aptº. 402 Ramos, CEP.: 21.032-
670, portador da Carteira se Identidade de nº. 2.760.943, expedida pelo Instituto Félix
Pacheco e CPF nº. 202.482.707-10. Tenho a honra de autorizar ao magnifico
PORTAL DOMINIO do MEC, a publicar todos os meus escritos que a eles enviar. Que
são Contos, Poemas, Cartas e outros.
Rio de Janeiro, 11 de abril de 2010
DJALMA DE FREITAS PINHEIRO
RG.: 2.760.943 - IFP