Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE BIOLOGIA
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Arborização de ruas e praças em Salvador, BA.
- À luz da Ecologia e Permacultura -
por
GABRIEL SALLES GÓES
Monografia apresentada ao Instituto de Biologia
da Universidade Federal da Bahia como exigência para
obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas,
modalidade Ecologia: Recursos Ambientais.
Salvador, BA.
2009
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Data da defesa:
20 de janeiro de 2010.
Banca examinadora:
Marialia Alencar de Oliveira
Orientadora
Pesquisadora FAPESB/EBDA.
Luciano Souza dos Santos
Jardim Botânico de Salvador
Pedro Henrique Cardoso
Instituto de Permacultura da Bahia
ads:
RESUMO
Este trabalho teve por objetivo avaliar a comunidade arbórea de ruas e praças em
Salvador, BA, à luz da Ecologia e Permacultura, com base em inventários quantitativos da
arborização, registrados em relatórios técnicos e publicações científicas. Analisou-se a
riqueza, diversidade, abundância de espécies exóticas, nativas não regionais e nativas
regionais, freqüência de espécies que fornecem alimento à fauna e ocorrência de
espécies tóxicas, alergênicas e invasoras. Foram amostrados 2.469 indivíduos,
pertencentes a 61 gêneros e 27 famílias, com predomínio de Fabaceae. Verificou-se uma
grande riqueza de espécies (R = 82), com dominância de amendoeiras (Terminalia
catappa), sombreiros (Clitoria fairchildiana) e mongubas (Pachira aquatica), que juntas
representam 28,4% da comunidade. Cabe ressaltar a predominância de indivíduos de
espécies exóticas (53,3%) e os poucos representantes de espécies nativas do Domínio da
Mata Atlântica baiana (17,1%). Houve um baixo percentual de espécies que ofereciam
alimento à fauna (26,4%) e ocorreram sete espécies tóxicas e alergênicas, entre elas a
espirradeira (Nerium oleander) e chapéu-de-Napoleão (Thevetia peruviana). Foram
identificadas 11 espécies potencialmente invasoras, com maior abundância de:
amendoeiras (T. catappa), casuarinas (Casuarina equisetifolia) e sabiás (Mimosa
caesalpiniifolia). Alguns princípios e práticas da Permacultura podem ser adotados na
arborização de ruas e praças, como: emprego de espécies nativas, promoção da
sucessão natural e da diversidade, manutenção da fertilidade do solo, uso de recursos
biológicos, produção local de alimentos, zoneamento, setorização, entre outros.
- i -
AGRADECIMENTOS
Meus sinceros agradecimentos à Maria Zélia A. de Oliveira, pela ajuda e confiança;
a Pedro H. Cardoso e Luciano S. dos Santos, pelas preciosas contribuições; e aos
membros do Jardim Botânico de Salvador, Parque Joventino Silva, Instituto de
Permacultura da Bahia, Superintendência do Meio Ambiente e Superintendência de
Conservação e Obras Públicas da Prefeitura Municipal de Salvador-BA, por toda a ajuda
e atenção.
À minha família, por todo o cuidado e aprendizado; aos meus amigos, pelos
caminhos compartilhados; à Nicole Lellys, pelos sensatos conselhos e por todo o amor; à
Hermínia Freitas, coordenadora do Colegiado de Graduação, por toda a atenção e
paciência; a todos os professores que contribuíram na minha formação, em especial à
Marsha Hanzi, pelas sábias palavras; e ao povo brasileiro, pela universidade pública, fruto
do seu suor.
Minha gratidão ao Sol, por toda a luz, fonte da Vida; à Mãe-Terra, por todo o
alimento e proteção; aos mares, pelo ar puro e águas bentas; aos rios Paraguaçu, Joanes
e suas bacias, por suas sagradas águas; ao rio São Francisco e seus afluentes, pela sua
força.
Meus profundos agradecimentos às aceroleiras de Tubarão, aos jambeiros do
Retiro de São Bento e aos abacateiros do Vale do Capão, pelos saborosos frutos de
amor; aos cajueiros do Marizá, pelo acolhimento e aprendizado; aos visgueiros da
Fazenda Caraípe, pelos momentos de contemplação; ao baobá de Porto de Galinhas,
companheiro de pôr-do-sol; às amendoeiras da minha rua, pela preciosa sombra; aos
samaneiros de Ondina, pelos momentos de reflexão; aos ipês do Cachoeirão, por sua
colorida nudez; às mangabeiras e cajueiros de Moreré, pelos momentos de conexão; e a
todas as ervas santas, pela cura e clareza.
Agradeço a todos os Eus por juntos sermos o Todo.
- ii -
DEDICATÓRIA
Dedico ao paraíso de nome Terra e aos filhotes dos filhotes que ainda irão nascer.
... Antigamente, quando a Criação era nova, a terra estava cheia de árvores
gigantescas, cujos galhos pairavam acima das nuvens, e nelas moravam nossos Pais
Antigos, os que caminhavam com os Anjos e viviam segundo a Lei Sagrada.
À sombra dos seus ramos todos os homens conviviam em paz, possuíam a
sabedoria e o conhecimento, e era deles a revelação da Luz Infinita.
Através de suas florestas fluía o Rio Eterno, em cujo centro se erguia a Árvore da
Vida, que não se escondia deles.
Eles comiam à mesa da Mãe Terrena, e dormiam nos braços do Pai Celestial,
aliados para a eternidade com a Lei Sagrada.
Naquele tempo as árvores eram irmãs dos homens, e muito longa era a duração de
sua vida na terra, tão longa quanto o Rio Eterno, que fluía sem cessar deste a Fonte
Desconhecida.
Agora o deserto varre a terra com areia ardente, as árvores gigantescas, fizeram-
se poeira e cinzas, e o vasto rio é uma lagoa lodosa. Pois a aliança sagrada com o
Criador foi rompida pelos filhos dos homens, que foram banidos de seu lar nas árvores.
Agora o caminho para a Árvore da Vida esconde-se dos olhos dos homens, e a
tristeza enche o céu vazio onde antes pairavam os galhos altaneiros.
Agora ao deserto ardente chegaram os Filhos da Luz, para trabalhar no Jardim da
Irmandade.
A semente que plantam no solo árido transformar-se-á em grande floresta, e as
árvores se multiplicarão e estenderão as asas virentes até que toda a terra se cubra outra
vez.
A terra toda será um jardim e as árvores sobranceiras cobrirão a terra...
... Para cada filho plantarás uma árvore, para que o ventre da tua Mãe Terrena
produza vida, como produz vida o ventre da mulher.
Aquele que destrói uma árvore corta os próprios membros...
... Tua majestade reúne todos aqueles que se desgarraram do verdadeiro lar, que é
o Jardim da Irmandade.
Todos os homens voltarão a ser irmãos debaixo dos teus ramos desfraldados.
Como o Pai Celestial tem amado todos os seus filhos, assim amaremos as árvores
e cuidaremos delas, as árvores que crescem na nossa terra, assim as guardaremos e
protegeremos, para que cresçam altas e fortes e encham de novo a terra com sua beleza.
Pois as árvores são nossas irmãs, e, como irmãos, havemos de amar-nos e
guardar-nos uns aos outros.
“O Evangelho Essênio da Paz”.
- iii -
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS.................................................................................................i
DEDICATÓRIA.......................................................................................................... ii
ÍNDICE DAS FIGURAS............................................................................................ iv
ÍNDICE DAS TABELAS ............................................................................................v
INTRODUÇÃO..........................................................................................................1
No começo .....................................................................................................1
Salvador hoje..................................................................................................6
A importância do verde urbano.......................................................................9
Problemas na arborização urbana................................................................13
Ecologia........................................................................................................21
Permacultura................................................................................................23
Agroecologia.................................................................................................25
OBJETIVOS............................................................................................................27
Objetivo geral ...............................................................................................27
Objetivos específicos....................................................................................27
METODOLOGIA .....................................................................................................28
Área de estudo.............................................................................................28
Clima ............................................................................................................28
Geomorfologia..............................................................................................29
Flora e fauna ................................................................................................31
Calçadas.......................................................................................................33
Métodos........................................................................................................33
RESULTADOS........................................................................................................35
Corredor da Avenida Centenário..................................................................35
Dique do Tororó............................................................................................40
Rua Miguel Calmon......................................................................................44
Avenida Antônio Carlos Magalhães..............................................................46
Avenida Juracy Magalhães Júnior................................................................52
Avenida Vasco da Gama..............................................................................58
Universidade Federal da Bahia ....................................................................64
Macroárea Lucaia/Costeira...........................................................................71
DISCUSSÃO...........................................................................................................81
CONCLUSÕES.......................................................................................................93
RECOMENDAÇÕES...............................................................................................94
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................96
APÊNDICES .........................................................................................................109
ANEXOS...............................................................................................................113
- iv -
ÍNDICE DAS FIGURAS
Figura 1 Abertura da Avenida Garibaldi, construída entre 1968 – 1972.
3
Figura 2 Abertura da Avenida Bonocô, inaugurada em 1970.
4
Figura 3 Abertura da Avenida Luís Viana Filho (Paralela), inaugurada em 1974.
4
Figura 4 Renda per capita no município de Salvador, BA, em 2000.
6
Figura 5 – Aspecto da arborização de Maringá, PR, exemplo às cidades brasileiras.
12
Figura 6 - Mapa mostrando o contraste topográfico entre as partes oeste e leste da Falha
do Iguatemi.
30
Figura 7Abundância relativa entre as espécies da comunidade arbórea do Corredor da
Centenário.
37
Figura 8 – Estrutura da comunidade arbórea do Dique do Tororó.
42
Figura 9Abundância relativa entre espécies da Rua Miguel Calmon.
45
Figura 10 Abundância relativa entre espécies da comunidade arbórea da Av. ACM.
49
Figura 11 – Abundância relativa entre espécies da comunidade arbórea da Av. Juracy
Magalhães Jr.
55
Figura 12 – Abundância relativa entre espécies da comunidade arbórea da Av. Vasco da
Gama (Pi = abundância relativa), conforme Tabela 27.
61
Figura 13 – Abundância relativa entre espécies da comunidade arbórea da UFBA.
68
Figura 14 – Abundância relativa entre espécies da comunidade arbórea da Macroárea
Lucaia/Costeira.
75
Figura 15 – Freqüência de indivíduos da Macroárea Lucaia/Costeira, por família botânica.
77
Figura 16 – Localização do município de Salvador e sua Região Metropolitana (RMS)
115
Figura 17 – Localização das áreas inventariadas.
116
Figura 18 – Cobertura vegetal e Áreas de Conservação e Valor Urbano Ambiental em
Salvador.
117
- v -
ÍNDICE DAS TABELAS
Tabela 1 – Indicadores de pobreza e desenvolvimento humano, para Salvador, no ano
2000.
7
Tabela 2 - Porcentagem da Renda Domiciliar Apropriada por Faixas da População, em
Salvador, no ano 2000.
7
Tabela 3 - Indicação do porte das árvores baseado na largura das ruas e calçadas.
14
Tabela 4 - Afastamentos mínimos necessários entre as árvores e outros elementos do meio
urbano.
15
Tabela 5 - Áreas de Conservação e de Valor Urbano Ambiental em Salvador.
32
Tabela 6 - Espécies encontradas no Corredor da Centenário.
35
Tabela 7 – Percentual da soma das espécies mais abundantes no Corredor da Centenário.
38
Tabela 8 – Origem das espécies e abundância de indivíduos de cada categoria no Corredor
da Centenário.
38
Tabela 9 – Abundância de espécies fornecedoras de alimento no Corredor da Centenário.
39
Tabela 10 - Espécies encontradas no Dique do Tororó.
40
Tabela 11 – Percentual da soma das espécies mais abundantes no Dique do Tororó.
43
Tabela 12 – Origem das espécies e abundância de indivíduos de cada categoria no Dique
do Tororó.
43
Tabela 13 – Abundância de espécies fornecedoras de alimento no Dique do Tororó.
44
Tabela 14 - Espécies encontradas na Rua Miguel Calmon.
45
Tabela 15 – Origem das espécies e abundância de indivíduos de cada categoria na R.
Miguel Calmon.
46
Tabela 16 – Abundância de espécies fornecedoras de alimento na R. Miguel Calmon.
46
Tabela 17 - Espécies arbóreas encontradas na Av. ACM.
47
Tabela 18 – Percentual da soma das espécies mais abundantes na Avenida ACM.
50
Tabela 19 – Origem das espécies e abundância de indivíduos de cada categoria na Av.
ACM.
50
Tabela 20 – Abundância de espécies fornecedoras de alimento na Av. ACM.
51
Tabela 21 – Arbustos e palmeiras encontrados na Av. Acm.
51
Tabela 22 - Espécies arbóreas encontradas na Av. Juracy Magalhães Jr.
52
Tabela 23 – Percentual da soma das espécies mais abundantes na Av. Juracy Magalhães
Jr.
56
Tabela 24 – Origem das espécies e abundância de indivíduos de cada categoria na Av.
Juracy Magalhães Jr.
56
Tabela 25 – Abundância de espécies fornecedoras de alimento na Av. Juracy Magalhães Jr.
57
Tabela 26 – Arbustos e palmeiras encontrados na Av. Juracy Magalhães Jr.
57
Tabela 27 - Espécies arbóreas encontradas na Av. Vasco da Gama.
58
Tabela 28 – Percentual da soma das espécies mais abundantes na Av. Vasco da Gama.
62
Tabela 29 – Origem das espécies e abundância de indivíduos de cada categoria na Av.
Vasco da Gama.
62
- vi -
Tabela 30 – Abundância de espécies fornecedoras de alimento na Av. Vasco da Gama.
63
Tabela 31 – Arbustos e palmeiras encontrados na Av. Vasco da Gama.
63
Tabela 32 – Espécies arbóreas encontradas na UFBA.
65
Tabela 33 – Percentual da soma das espécies mais abundantes na UFBA.
69
Tabela 34 – Origem das espécies e abundância de indivíduos de cada categoria na UFBA.
69
Tabela 35 – Abundância de espécies fornecedoras de alimento na UFBA.
70
Tabela 36 – Arbustos, palmeiras e outras espécies não arbóreas encontradas na UFBA.
70
Tabela 37 – Espécies arbóreas encontradas na Macroárea Lucaia/Costeira.
72
Tabela 38 – Percentual da soma das espécies mais abundantes na Macroárea
Lucaia/Costeira.
76
Tabela 39 – Famílias botânicas encontradas na Macroárea Lucaia/Costeira.
76
Tabela 40 – Origem das espécies e abundância de indivíduos de cada categoria na
Macroárea Lucaia/Costeira.
78
Tabela 41 – Abundância de espécies fornecedoras de alimento na Macroárea
Lucaia/Costeira.
78
Tabela 42 – Comparação da riqueza entre as áreas e outros estudos no Brasil
81
Tabela 43 – Comparação da diversidade entre as áreas de Salvador.
84
Tabela 44 – Percentual da soma das espécies mais abundantes na Macroárea
Lucaia/Costeira.
84
Tabela 45 - Origem e informações ecológicas das espécies encontradas.
109
Tabela 46 – Artigos destacados da Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, da
Constituição Federal brasileira.
113
Tabela 47 - Lista das espécies vegetais exóticas invasoras em ambientes terrestres
registradas para o estado de Pernambuco.
114
- 1 -
INTRODUÇÃO
No começo
Antes da chegada dos portugueses, diversos grupos de origem Tupi viviam em
amplos territórios espalhados pela Bahia, especialmente, no litoral (Oliveira et al., 2009).
No território que se estendia da costa de Sergipe até o baixo-sul da Bahia viviam os
Tupinam(Tavares, 2001).
Eram caçadores-coletores e mantinham pequenas lavouras de mandioca, aipim,
inhame, batata-doce, abóbora, mamão, banana e algumas variedades de milho, feijão e
pimenta (Tavares, 2001). Muitos relatos ressaltam a abundância e variedade de espécies
vegetais por eles consumidas, sendo sua principal fonte de nutrientes. A proteína animal
era obtida, principalmente, da pesca. Bebidas fermentadas eram produzidas a partir da
mandioca, milho e de frutas como o caju e a mangaba (Fernandes, 2003).
Conseguiam conciliar seus interesses com a manutenção da biodiversidade. A
floresta encontrada pelos portugueses, chamada pelos índios de caá-etê, era resultado
do manejo tupinambá (Fernandes, 2003).
Segundo Oliveira et al. (2009), são numerosas as informações etno-históricas e
arqueológicas sobre os tupis na região de Salvador. Muitos documentos fazem referência
a aldeias indígenas, do Rio Vermelho à ilha de Itaparica, desde as primeiras instalações
portuguesas.
A chegada dos portugueses se deu no dia 1º de Novembro de 1501, quando
Americo Vespucci encontrou o acidente geográfico que batizou de Baía de Todos os
Santos, em homenagem ao dia da descoberta. Somente 30 anos depois, em 13 de março
de 1531, desembarca no local a armada de Pero Lopes e Martim Afonso de Sousa.
(Tavares, 2001).
Em 1549 Tomé de Sousa começou a construir a cidade, primeira do Brasil, pois
antes havia pequenas vilas. Estabelecido o local da administração, foram concedidas
terras para o plantio de algodão e cana-de-açúcar (Tavares, 2001).
Segundo Cardim (1978) apud Ribeiro (2009, p. 39), a população de Salvador, em
1583, era composta de oito mil índios cristianizados, três a quatro mil escravos africanos e
três mil portugueses.
- 2 -
Nos dois primeiros culos da história da Bahia a vida social foi quase
exclusivamente rural. A cidade do Salvador era sede dos governos-gerais e vice-reinados,
centro administrativo, religioso, militar e comercial, porto de embarque de açúcar, fumo,
algodão, entre outros, mas a maioria dos proprietários vivia nos sobrados e casas de suas
terras, mudando-se para a cidade a partir da segunda metade do culo XVII (Tavares,
2001).
No período de 1750 a 1800 houve, na cidade de Salvador, a expansão da lavoura
açucareira e de culturas como o tabaco e mandioca, correlacionada ao aumento do tráfico
de escravos (Ribeiro, 2009).
Mais de cem anos depois, na primeira metade do século XX, o estado da Bahia
ainda tinha sua economia baseada no setor primário, agrário exportador, sustentado,
neste momento, na cultura do cacau e do fumo. O estado apresentava um processo de
industrialização tardio em relação ao Sudeste, o que não agradava às elites da época
(Mendes, 2006).
Com isso, a partir da década de 50, investiu-se na mudança para um modelo
industrial de desenvolvimento. Em 1954 foi implantada a Refinaria Landulfo Alves, em
São Francisco do Conde (Região Metropolitana de Salvador - RMS). A infra-estrutura
advinda com a Petrobrás facilitou a criação do Centro Industrial de Aratu e do Complexo
Petroquímico de Camaçari, ambos na RMS (Mendes, 2006).
Como retrata Peixoto (1968), a cidade foi crescendo, a partir do seu núcleo inicial,
por cima dos espigões, ao passo que os fundos dos vales eram ocupados pelas hortas,
que abasteciam parte da população. Os bairros se desenvolveram de forma isolada, em
virtude dos vales e desníveis.
Milton Santos apud Peixoto (1968, p. 11) comenta que com o crescimento da
cidade, o Centro desenvolveu-se comercialmente, o que intensificou a circulação nas
direções periféricas.
Como forma de escoar o trânsito, que apresentava engarrafamentos diários nas
ruas do Centro, o sistema de transportes foi ocupando os vales (Peixoto, 1968). Foram
construídas grandes avenidas, para fluxo mais intenso de veículos, denominadas
parkways, ou avenidas de vale, com destaque para as avenidas: Centenário (1949),
Castelo Branco (1967), Costa e Silva (1968), Bonocô (1970), Anita Garibaldi (1977), Luis
Viana Filho (1974), entre outras (Vasconcelos, 2002, apud Mendes, 2006, p. 146). As
figuras 1, 2 e 3 mostram a abertura das Avenidas Garibaldi, Bonocô e Luís Viana Filho,
respectivamente.
- 3 -
Figura 1 Abertura da Avenida Garibaldi, construída entre 1968 – 1972.
Fonte: RCGR Informática (2002) apud Mendes (2006, p. 147).
Neste período, por meio do Decreto 2.181/68, da Reforma Urbana do Município, a
prefeitura s à venda seus terrenos, que representavam grande parte da cidade. Áreas
remanescentes de mata se tornaram vazios urbanos especulativos, à espera da
valorização com o advento de infra-estrutura (Simões, 2002).
- 4 -
Figura 2 – Abertura da Av. Bonocô, inaugurada em 1970.
Fonte: RCGR Informática (2002) apud Mendes (2006, p. 147).
Figura 3 – Abertura da Av. Luís Viana Filho (Paralela), inaugurada em 1974.
Fonte: RCGR Informática (2002) apud Mendes (2006, p. 159).
- 5 -
Fernandes, Santos e Santo (2004) em estudo sobre a formação do bairro do
Cabula, ressaltam que a os anos 40, este local era uma importante área verde de
Salvador, mas com a expansão horizontal da cidade cresceu também a degradação
ambiental na região e os espaços verdes foram substituídos por áreas densamente
construídas.
Com a valorização dos terrenos nos vales, em virtude das obras públicas, a
população mais abastada foi colonizando-os, expulsando os antigos moradores e as
hortas. Estes passaram a habitar as encostas, cujos terrenos eram mais baratos ou
invadidos (Peixoto, 1968).
O modelo de desenvolvimento industrial, dominante até a década de 80, gerou uma
explosão demográfica na cidade, decorrente do grande fluxo migratório. Iniciou-se na
periferia a formação de uma crescente massa de mão-de-obra empobrecida (Souza,
1986). A falta de perspectiva nas cidades do interior fez da capital uma alternativa para os
excluídos, o que acarretou num intenso processo de favelização e de precarização das
relações de trabalho (Mendes, 2006).
Nos anos 90, com a elevada taxa de desemprego e falta de moradia, reduziu-se a
migração. Em virtude, tamm, da tendência nacional de redução da natalidade o
crescimento populacional diminuiu (Mendes, 2006).
Neste período surge um novo modelo de desenvolvimento, baseado no setor
terciário (serviços), com ênfase no turismo. Salvador se torna uma alternativa interessante
para grandes grupos estrangeiros (Mendes, 2006).
Segundo Mendes (2006), essa mudança de paradigma não trouxe benefícios à
população, o que resultou em altos índices de desemprego, baixa escolaridade e
manutenção da exclusão social. Este autor descreve o Carnaval como um grande
exemplo deste processo, onde:
“A perspectiva da exclusão pelo consumo se potencializa, à medida
que os pobres da cidade têm que se contentar com um dos cerca de
220 mil empregos temporários gerados direta ou indiretamente ao
evento, como vendedor ambulante, cordeiros, seguranças,
recepcionista, costureira ou camareira, ao tempo que não mais
são donos do que já foi sua principal festa”.
- 6 -
Salvador hoje
Após as expansões em torno do núcleo inicial, a cidade cresceu ao longo de toda a
orla atlântica e no “Miolo”, espaço entre a BR-324 e a Avenida Paralela. Há, em Salvador,
uma segregação espacial, entre as camadas mais abastadas da população que ocupam,
principalmente, a orla atlântica e a entrada da Baía de Todos os Santos, espaços melhor
servidos de infra-estrutura, e o restante da população, que habita o “Miolo”, a parte mais
interna da Baía e encostas e fundos de vale, muitas vezes insalubres, espalhados
desordenadamente (CONDER, 2006). A Figura 4 mostra essa segregação espacial, com
base na Renda per Capita.
Figura 4 Renda per capita no município de Salvador, BA, em 2000. (Fonte: CONDER, 2006).
Soares (2006) define como territórios populares os espaços onde pouca
presença do Estado e condições de vida ruins. Exemplos destes, em Salvador, ocorrem
- 7 -
no Subúrbio Ferroviário, no Miolo Urbano e em meio aos bairros de classe média, a
exemplo de “ilhas” como o Calabar e o Nordeste de Amaralina.
Porto e Carvalho (2001) comentam que enquanto as famílias mais ricas se
concentram na estreita faixa litorânea até Camaçari, em condomínios fechados, isolados,
protegidos e agora verticalizados, na enorme mancha de pobreza, a segregação social e
econômica traz desemprego, subemprego, informalidade e a busca de negócios nos
próprios bairros.
A taxa de analfabetismo, no ano 2000, entre pessoas com mais de 25 anos era de
7,76%. Neste mesmo ano, a taxa de desemprego, entre os maiores de 15 anos, foi de
24,47% (CONDER, 2006). É grande a desigualdade social e a pobreza. Na Tabela 1
constam alguns índices.
Tabela 1 Indicadores de pobreza para Salvador, no ano 2000
(CONDER, 2006).
Indicadores Valores
% pobres 30,700
% crianças pobres 43,420
% indigentes 13,350
% crianças indigentes 20,780
A Tabela 2 mostra a porcentagem da renda domiciliar apropriada por faixas da
população, em 2000.
Tabela 2 - Porcentagem da Renda Domiciliar Apropriada por Faixas da
População, em Salvador, no ano 2000 (CONDER, 2006).
Faixas da População Porcentagem da Renda
Pelos 20% mais pobres 1,58%
Pelos 40% mais pobres 6,12%
Pelos 60% mais pobres 14,17%
Pelos 80% mais pobres 29,98%
Pelos 20% mais ricos 70,02%
Pelos 10% mais ricos 53,59%
Fernandes (2004) ressalta o papel do Estado em impulsionar este crescimento
urbano, com exclusão social, quando constrói grandes conjuntos habitacionais em
lugares distantes e quase sem infraestrutura. Em entrevista com habitantes do Miolo de
Salvador, esta autora identificou como principais queixas o sistema de transporte público
e a violência.
- 8 -
O transporte coletivo de Salvador é desigual e excludente (Coelho e Serpa, 2001),
assim como o acesso a serviços básicos de sde e educação (Fernandes, 2004).
Este descaso, com parte da população, vai de encontro ao Art. 6º da Constituição
Federal de 1988:
Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a
moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição."
O Art. 225º, dessa mesma constituição, prevê outro direito essencial:
Art. 225º. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”.
Contudo, Serpa (2006) mostra que os projetos mais recentes de
criação/requalificação de parques públicos coincidem exatamente com as áreas mais
“nobres” da cidade, a exemplo do Parque da Cidade e de Pituaçu. Estas intervenções
promovem a valorização dos terrenos nestes bairros e o “embelezamento”, como
estratégia de marketing urbano.
Estes projetos excluíram as áreas periféricas da cidade, levando suas praças e
parques ao abandono, como é o caso do Parque São Bartolomeu, remanescente de Mata
Atlântica onde nasce o Rio do Cobre, localizado no Subúrbio Ferroviário (Serpa, 2006).
Este parque está dentro da segunda maior floresta urbana do país, antes conhecida como
Floresta do Urubu, área importante do ponto de vista histórico, cultural e religioso (Serpa,
1998).
Serpa (2006) ressalta que apesar do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental de Salvador abordar os parques públicos do ponto de vista ambiental
(ecológico), prevalece a ótica do lazer, com estratégias que, ao invés do desenvolvimento
sustentável, visam a valorização do solo urbano e o aumento do consumo e lazer para um
público de maior poder aquisitivo.
- 9 -
Para Simões (2002), em toda a história de Salvador, a percepção ambiental foi
incipiente e o impacto negativo que se vê sobre o território é de ordem política e técnica.
Serpa (2006) considera que “a questão da acessibilidade e da distribuição espacial
dos espaços públicos de natureza deve ser o cerne de uma discussão acadêmica
profunda”. Segundo ele o índice de áreas verdes por habitante diz muito pouco, pois um
habitante do Curuzu, bairro localizado na região administrativa com menor área verde da
cidade, deve, com razão, se perguntar onde estão seus “metros quadrados” de verde.
A imporncia do verde urbano
Existe muita confusão na conceituação de termos para o verde urbano (Buccheri
Filho e Nucci, 2006). As áreas verdes podem ser definidas como espaços livres com, no
mínimo, 70% de área permeável e cobertura vegetal. Canteiros, rotatórias e arborização
de ruas não estão inclusos no sistema de áreas verdes, pois são considerados “verde de
acompanhamento viário”, como parte dos espaços de integração urbana (Buccheri Filho e
Nucci, 2006).
Para Pivetta e Silva Filho (2002), a arborização de ruas e avenidas é um
componente muito importante, porém, pouco reconhecido. É necessária sua inclusão no
plano de desenvolvimento e expansão das cidades.
As árvores nas ruas e praças melhoram o microclima e o conforto térmico, através
da redução da incidência direta da radiação solar e consequente redução da temperatura
(Spangenberg et al., 2008; Herrmann, 2008; Barbosa, 2005; Shashua-Bar e Hoffman,
2004; Gómez et al., 2004; Gomes e Amorim, 2003; Dimoudi e Nikolopoulou, 2003;
Papadakis; Tsamis; Kyritsis, 2001; Shashua-Bar e Hoffman, 2000; Taha, 1997). Para
cumprir esta função, árvores com copas mais densas funcionam melhor, assim como
grupos de árvores em comparação a indivíduos isolados ou em linha (Spangenberg et al.,
2008).
A presença de sombreamento nas ruas, devido às árvores, afeta o padrão de
deslocamento do ar e a ventilação (Shashua-Bar e Hoffman, 2003). A evapotranspiração
incrementa a umidade atmosférica (Herrmann, 2008; Gomes e Amorim, 2003). Picot
(2004) argumenta que a vegetação é uma ferramenta realmente válida para o controle do
microclima em ambientes externos.
- 10 -
A menor temperatura das construções contribui para redução dos gastos com
refrigeração e ventilação (Spangenberg et al., 2008; Velasco, 2007; Shashua-Bar e
Hoffman, 2004; Jensen; Boulton; Harper, 2003; Simpson, 2002; Papadakis; Tsamis;
Kyritsis, 2001). Nos EUA, Akbari, Pomerantz e Taha (2001) estimaram em
aproximadamente 20% a redução nacional no consumo de energia para refrigeração caso
fossem implantadas, em larga-escala, medidas mitigadoras de ilhas-de-calor, como
plantio de árvores e o incremento do albedo de telhados e pavimentos.
Isto, conseqüentemente, reduz a emissão de carbono e outros poluentes (Donovan
e Butry, 2009; Papadakis; Tsamis; Kyritsis, 2001; Akbari; Pomerantz; Taha, 2001). O
resfriamento do ar pelas árvores diminui a produção fotoquímica de ozônio, além de
adsorver poluentes e material particulado (Haney et al., 1997).
As árvores também contribuem diretamente para o sequestro do carbono
atmosférico (Laera, 2006). Segundo Nowak et al. (2002), a redução da concentração
atmosférica de dióxido de carbono, pela floresta urbana, pode ser maximizada,
principalmente, com a escolha de espécies de vida-longa, crescimento rápido, que exijam
baixa manutenção e com um manejo que aumente a sobrevivência e longevidade das
árvores, com reduzido uso de combustíveis fósseis.
As árvores controlam e previnem o desencadeamento de processos do meio físico,
como a erosão, e impactos ocasionados por processos antrópicos (De Angelis Neto et al.,
2006). Nas ruas, os indivíduos arbóreos interceptam a água da chuva, amenizando o
escoamento que causa alagamentos (Silva, 2008).
A vegetação ao longo das estradas traz maior conforto visual e redução de
elementos que possam distrair os motoristas (Wolf, 2003). A sombra das árvores contribui
para a melhor perfomance do pavimento das ruas, reduzindo os custos de manutenção
(McPherson e Muchnick, 2005).
Vale enfatizar que as áreas verdes interferem nos preços do mercado imobiliário,
valorizando terrenos (Baumgarten, 2006; Wolf, 2009). Laera (2006) pondera que árvores
de rua incrementam preços de imóveis.
Segundo Wolf (2009) os bens colhidos em áreas verdes podem substituir bens
comercializados. A redução das enchentes e da poluição atmosférica poupa os custos de
implantação de sistemas para tal. A presença de calçadas sombreadas e áreas verdes
estimula as pessoas a levarem uma vida menos sedentária, o que reduz a incidência de
problemas de saúde físicos e mentais.
- 11 -
As árvores atendem a necessidades alimentares e não alimentares humanas
(Carsan; Wesonga; Wambugu, 2009). Pivetta e Silva Filho (2002) argumentam que a
questão de frutos para consumo humano é assunto pomico, alguns acreditam estimular
a depredação e outros contestam que se deve lutar pela concientização da população.
Conforme a Prefeitura de São Paulo (2005) o uso de árvores com frutos comestíveis pelo
homem tem que ser objeto de projeto específico e monitoramento, assim como o uso de
novas espécies.
Além de todos estes benefícios proporcionados pelas árvores urbanas, Pivetta e
Silva Filho (2002) citam a redução da poluição sonora, o melhor efeito estético e maior
bem-estar psicológico, os quais contribuem para a melhoria da qualidade de vida e para o
restabelecimento da relação com o meio natural.
Os “corredores verdes” nas cidades, a exemplo de Maringá-PR (Figura 5)
contribuem para a conservação da biodiversidade (Bryant, 2003; Savard; Clergeau;
Mennechez, 2000). Plantas raras podem ser cultivadas para manutenção de um banco
genético (Savard; Clergeau; Mennechez, 2000). Rocha e Barbedo (2008) destacam a
importância da conservação ex situ do Pau-Brasil, espécie em perigo de extinção. Em
estudo destes autores, foram mapeados 67 indivíduos em Recife - PE, 35 em São Paulo -
SP e 123 no Rio de Janeiro - RJ.
As árvores nas vias garantem abrigo e diversificação de fontes de alimentação
para a fauna (Brun; Link; Brun, 2007; Silva et al., 2005; Savard; Clergeau; Mennechez,
2000). O uso de essências nativas, além de garantir a manutenção da avifauna, habituada
aos seus frutos, possibilita o resgate de espécies próximas à extinção (Lorenzi, 2002).
A cobertura arbórea nativa nas cidades serve de ponto de parada para aves
migratórias (Pennington; Hansel; Blair, 2008). Mendonça e dos Anjos (2006) ao
estudarem o comportamento alimentar de beija-flores e passeriformes em flores de
Erythrina speciosa Andrews (Fabaceae) em área urbana, verificaram que esta espécie é
um importante recurso durante o inverno. Em outro estudo destes autores, foram
encontradas 10 espécies de beija-flores em área urbana do sul do País, uma riqueza
moderada (Mendonça e dos Anjos, 2005).
- 12 -
Figura 5 – Aspecto da arborização de Maringá, PR, exemplo às cidades brasileiras.
(Fonte: Junior e Lima, 2007).
Apesar de tantos benefícios, a arborização viária é negligenciada pelo poder
público. A legislação federal não contempla a arborização de ruas (Brun et al., 2008) e,
quando presentes, as leis o em alguns casos descumpridas (Costa e Ferreira, 2009;
Silva et al., 2008; Silva et al., 2002).
Em Salvador as poucas Leis e Decretos que tratam de árvores urbanas são:
1. Lei nº 5.493 de 19 de Janeiro de 1999, que dispõe sobre a conservação,
preservação, poda, agressão, erradicação e a reposição de árvores no
Município e dá outras providências.
2. Lei 4.456 de 09 de Dezembro de 1991, que obriga o plantio de árvores
frutíferas nas avenidas de vale, bem como nas avenidas que disponham de
áreas marginais favoráveis para tal.
3. Decreto 4.756 de 13 de Março de 1975, que delimita áreas incorporadas ao
Sistema de Áreas Verdes do Município, entre elas o conjunto de árvores do
Vale do Canela, Vale das Dorotéias, Convento de São Francisco, Monte Serrat
entre outros;
- 13 -
4. Decreto 5.674 de 19 de Junho de 1979, que declara imune de corte e de
preservação permanente seis árvores situadas na Praça 2 de Julho.
5. Decreto 6.634 de 04 de Agosto de 1982, que declara tombado o conjunto de
edificações, árvores e paisagem do Terreiro da Casa Branca do Engenho
Velho.
6. Decreto 7.374 de 28 de Agosto de 1985, que reclassifica, como área
arborizada, a área o edificável 30, discriminada e delimitada conforme os
Decretos 4.524/73 e 4.756/75 e integrante do Sistema de Áreas Verdes do
Município.
7. Decreto 8.731 de 20 de Setembro de 1990, declara imune de corte e de
preservação permanente duas árvores situadas na atual Escola de Belas Artes-
UFBA.
Não existe um Plano Diretor de Arborização para a capital baiana e escassos o
os estudos de suas árvores. Oliveira et al. (2007) investigaram algumas espécies vegetais
nativas, com potencial paisagístico, para arborização de áreas verdes de Salvador. Outro
estudo foi realizado por Oliveira (2007) em relação às pragas e fungos patogênicos
associados à vegetação da cidade.
Carvalho, Roque e Guedes (2007) realizaram um levantamento da arborização de
espaços livres dos campi da Universidade Federal da Bahia, em Salvador. Maliarenko e
Brito (1996) estudaram uma proposta de intervenção para o trecho Pituba Costa Azul,
da Orla de Salvador, utilizando-se de espécies nativas de restinga.
Problemas na arborização urbana
Salvador não é uma exceção, outras cidades brasileiras também não possuem um
Plano Diretor de Arborização (Almeida, 2009; Costa e Ferreira, 2009; Caznok, 2008;
Colleto et al., 2008; Sampaio e De Angelis, 2008; Roppa et al., 2007; Bortoleto, 2004;
Monico, 2001). É notório que algumas cidades não possuem inventário, ou apresentem
carência de trabalhos científicos sobre a arborização (Monico, 2001).
Nos casos em que não foi possível o planejamento, é importante analisar a
arborização existente por meio de inventários quali-quantitativos que permitem
- 14 -
conhecer as condições da arborização e de plantio. Estes inventários podem ser totais ou
parciais, aleatórios ou sistemáticos, a depender do porte e das características próprias da
cidade. O inventário é o passo inicial para o replanejamento da arborização por meio de
um Plano Diretor (Pivetta e Silva Filho, 2002).
A falta de planejamento e manutenção é um problema recorrente e muito grave
(Lira Filho et al., 2009; Moura e Santos, 2009; Teixeira; Santos; Balest, 2009; Almeida,
2009; Rodolfo Júnior et al., 2008; Sampaio e De Angelis, 2008; Silva Filho et al., 2008;
Roppa et al., 2007; Bortoleto; Silva Filho; Lima, 2006; Monico, 2001). Conforme Pivetta e
Silva Filho (2002), “A arborização bem planejada é muito importante independentemente
do porte da cidade, pois, é muito mais fácil implantar quando se tem um planejamento,
caso contrário, passa a ter um caráter de remediação, à medida que tenta se encaixar
dentro das condições já existentes e solucionar problemas de toda ordem”.
Monico (2001) encontrou, além da desarticulação entre os setores da prefeitura
responsáveis pela arborização urbana, falta de comprometimento e afeto dos cnicos
com as árvores, que são tratadas como “postes”, enxergando a questão apenas
tecnicamente, sem fundamentação filosófica.
Plantios voluntários o realizados pela população, contudo ocorrem sem respeitar
critérios técnicos (Teixeira; Santos; Balest, 2009; Colleto et al., 2008; Pires et al., 2007;
Bortoleto, 2004; Meneses et al., 2003). Cabe destacar que, na maioria das vezes, estes
optam por árvores frutíferas (Almeida; Zem; Biondi, 2008; Rocha; Leles; Oliveira Neto,
2004).
Conforme Pivetta e Silva Filho (2002), não se deve arborizar ruas estreitas (<7m de
largura) e é importante considerar para escolha do porte das árvores, a largura das
calçadas e o recuo das edificações (Tabela 3). Canteiros centrais obedecem aos mesmos
critérios, sendo que, no caso destes apresentarem largura menor que 1,5 m recomenda-
se a utilização de arbustos e palmeiras.
Tabela 3 - Indicação do porte das árvores baseado na largura das ruas e calçadas (Miranda apud
Pivetta e Silva Filho, 2002).
Largura da rua Largura da calçada Recuo das edificações (4 m) Porte de árvore
Rua estreita < 3 m sem recuo -
(< 7 m) com recuo pequeno
Rua larga < 3 m sem recuo pequeno
(> 7 m) com recuo médio
> 3 m sem recuo médio
com recuo grande
- 15 -
A distância recomendada entre as árvores e outros elementos urbanos encontra-se
abaixo (Tabela 4).
Tabela 4 - Afastamentos mínimos necessários entre as árvores e outros elementos do
meio urbano (Pivetta e Silva Filho, 2002).
Elementos Distância (m)
Caixas-de-inspeção e bocas-de-lobo 2,0
Cruzamentos sinalizados por semáforos ou que possam vir a ser 10,0
Encanamentos de água e esgoto e fiação subterrânea 1,0 – 2,0
Entrada de veículos 2,0
Esquinas 5,0 – 7,0
Hidrantes 3,0
Meio-fio 0,5
Pontos de ônibus 1,0 – 1,5
Portas e portões de entrada 0,5 – 1,0
Postes de iluminação pública e transformadores 4,0
A distância entre árvores varia conforme o porte. Pivetta e Silva Filho (2002)
indicam o seguinte espaçamento:
Porte Pequeno, 5 – 6 m.
Porte Médio, 7 – 10 m.
Porte Grande, 10 – 15 m.
Os canteiros devem ter no mínimo um metro quadrado (Pivetta e Silva Filho, 2002).
O Manual Técnico de Arborização Urbana (Prefeitura de São Paulo, 2005), recomenda,
para árvores de copa pequena, uma área permeável de 2 m² e para árvores de copa
grande, uma área de 3 m². O espaço livre para o trânsito de pedestres tem que ser de, no
mínimo, 1,20 m.
A ausência destes conhecimentos técnicos para a implantação da arborização e a
falta de planejamento traz muitos problemas. Espécies de grande porte são plantadas em
locais inadequados, como em canteiros pequenos (Volpe-Filik, 2009; Araújo et al., 2009;
Minhoto; Monteiro; Fisch, 2009; Silva et al., 2008; Cadorin et al., 2008; Roppa et al., 2007;
Aguirre Júnior; Volpe-Filik; Lima, 2007; Faria; Monteiro; Fisch, 2007; Volpe-Filik; Silva;
Lima, 2007; Bortoleto; Silva Filho; Lima, 2006; Tudini, 2006; Silva et al., 2002), ou em
locais de conflito com a infra-estrutura urbana, como redes elétricas (Almeida, 2009;
Marek, 2008; Rodolfo Júnior et al., 2008; Cadorin et al., 2008; Melo. Lira Filho; Rodolfo
Júnior, 2007; Silva et al., 2002).
- 16 -
Recomenda-se que a rede de energia elétrica aérea seja implantada nas calçadas
norte e oeste, e sob esta, árvores de pequeno porte. As árvores de médio porte ficariam
nas calçadas leste e sul. No caso de árvores com porte inadequado, sob fiação, a melhor
convivência destas pode ser obtida por meio de soluções de engenharia como redes
protegidas, isoladas e compactas (Pivetta e Silva Filho, 2002).
O conflito supracitado é o responsável pela necessidade de podas. Mas em muitas
cidades não existe um programa que defina critérios e técnicas, orientando como
proceder esta prática, o que explica a ausência de manutenção e a ocorrência de podas
mal-executadas, drásticas e sem necessidade (Volpe-Filik, 2009; Araújo et al., 2009;
Minhoto; Monteiro; Fisch, 2009; Hasse; Shinosaka; Silva, 2008; Cadorin et al., 2008;
Faria; Monteiro; Fisch, 2007; Teixeira e Santos, 2007; Volpe-Filik; Silva; Lima, 2007;
Bortoleto; Silva Filho; Lima, 2006; Sampaio, 2006; Menegheti, 2003; Andrade, 2002;).
Algumas espécies, como palmeiras, o devem ser plantadas sob fiação, pois não
aceitam podas (Pivetta e Silva Filho, 2002).
Segundo Lorenzi et al. (2003), as árvores devem crescer livremente, na sua forma
original, e as podas devem ser executadas para eliminar infestações por ervas-de-
passarinho ou conter o crescimento em direções indesejadas. Sugere-se retirar no
máximo 70% da copa e tentar manter o seu formato original (Pivetta e Silva Filho, 2002).
Pivetta e Silva Filho (2002) destacam os quatro tipos de poda básicos na
arborização urbana:
Poda de formação, onde os ramos laterais abaixo de 1,8 m são retirados para
não prejudicar o trânsito de pedestres e veículos.
Poda de limpeza, onde se eliminam ramos velhos, doentes, infestados,
danificados ou em excesso.
Poda de contenção, para adequação da árvore (copa) ao espaço físico, após
plantio inadequado.
Poda emergencial, para retirar partes da planta que ameaçam a segurança da
população, de edificações e redes aéreas.
A baixa sanidade de árvores urbanas é comum, principalmente em virtude de
podas executadas incorretamente, que contribuem para a entrada de patógenos e
ocorrência de pragas (Rodolfo Júnior et al., 2008; Sampaio e De Angelis, 2008).
doenças causadas por fungos como o cancro de tronco (De Angelis; Castro; De
Angelis Neto, 2007; Tudini, 2006), manchas foliares, seca dos ramos, podridões e até
- 17 -
morte de plantas (Oliveira, 2007), infestações de ácaros, cochonilhas, coleobrocas,
psilídeos, pulgões, cupins, tripes (Sampaio e De Angelis, 2008; Duarte et al., 2008;
Oliveira, 2007; Sampaio, 2006; Bortoleto; Silva Filho; Lima, 2006; Tudini, 2006; Amaral,
2002;) e de plantas parasitas como ervas-de-passarinho (Andrade, 2002).
Duarte et al. (2008) encontraram, com maior frequência, cupins em árvores mais
fragilizadas, aquelas mais velhas, com injúrias mecânicas, problemas fitossanitários
graves ou mais freqüentes na comunidade.
As condições no meio urbano, como compactação do solo e poluição do ar, são
muito adversas para as árvores (Amaral, 2002). Os processos de movimentação de terra
para urbanização resultam em solos com baixa fertilidade, compactados e muitas vezes
com resíduos de construção no subsolo (Pivetta e Silva Filho, 2002).
A compactação do solo é necessária para a pavimentação e fundação dos prédios,
mas esta prejudica o desenvolvimento das plantas. Aliado a isto, o pavimento das ruas e
calçadas impede a penetração de água e ar (Pivetta e Silva Filho, 2002).
A nutrição e o rendimento vegetal dependem do desenvolvimento radicular,
intimamente associado à bioestrutura grumosa do solo, à fácil disponibilidade de água, ar
e nutrientes e à ausência de compostos tóxicos (Primavesi, 2002).
Primavesi (2002) ressalta a importância da matéria orgânica no solo para a
sanidade vegetal. Em suas palavras, quando adequadamente manejada esta ajuda a
“diversificar a vida do solo, produzir substâncias fungistáticas como fenóis e permitir a
produção de antibióticos por bactérias”. Pivetta e Silva Filho (2002) não recomendam o
controle químico de pragas e doenças no ambiente urbano.
Outro problema relacionado à arborização viária é a escolha das espécies. Pivetta
e Silva Filho (2002) elencam as seguintes condições para que uma árvore possa ser
utilizada na arborização urbana, sem trazer inconvenientes:
a. resistência a pragas e doenças;
b. velocidade de desenvolvimento média para rápida;
c. não produzir frutos grandes;
d. ter lenho resistente;
e. ser livres de espinhos;
f. não conter princípios tóxicos ou alergênicos;
g. apresentar bom efeito estético;
h. flores, de preferência, de tamanho pequeno, sem odores fortes.
i. ser nativa ou, se exótica, deve ser adaptada;
- 18 -
j. ter folhagem de renovação e tamanho favoráveis.
k. ter copa com forma e tamanho adequados.
l. ter sistema radicular profundo.
Os organismos, de determinada espécie, são especializados em intervalos
estreitos de condições ambientais e suas adaptações morfológicas e fisiológicas estão
associadas aos mecanismos pelos quais estes interagem com o meio físico. A distribuição
geográfica de plantas é globalmente determinada pelo clima e localmente associada aos
solos e topografia (Ricklefs, 2003).
No entanto, o homem introduz espécies em áreas fora de sua distribuição original,
para os mais diversos fins: ornamental, alimento, madeira, princípios medicinais, entre
outros. Estas se desenvolvem melhor quando cultivadas em condições próximas as da
região de origem (Lorenzi et al., 2003).
Lorenzi et al. (2003) define como árvores exóticas, aquelas oriundas de outros
países ou continentes que o pertencem à flora do País, o sendo, portanto nativas ou
indígenas”.
A vegetação nativa de nosso país sofreu milhares de anos de seleção natural,
sendo, assim, resistentes e adaptadas ao meio (Lorenzi, 2002). No entanto, as espécies
exóticas representam cerca de 80% das espécies usadas na arborização urbana (Lorenzi
et al., 2003) e são as mais abundantes em muitas cidades (Almeida, 2009; Lira Filho et
al., 2009; Oliveira et al., 2009; Silva et al., 2008; Caznok, 2008; Silva et al., 2008; Cadorin
et al., 2008; Biondi e Leal, 2008; Blum; Borgo; Sampaio, 2008; Colleto et al., 2008; Silva et
al., 2007; Silva et al., 2007; Bortoleto et al., 2007; Silva; Meunier; Freitas, 2007; Teixeira e
Santos, 2007; Bortoleto, 2004; Dantas e Sousa, 2004; Andrade, 2002).
Em muitos casos são raras as espécies nativas do bioma local (Pires et al., 2007;
Silva; Meunier; Freitas, 2007; Harder, 2002). Isernhagen, Bourlegat e Carboni (2009)
comentam a importância de se especificar em qual formação fitogeográfica a espécie é
nativa, pois o Brasil é muito rico em dinstintas formações como o Cerrado, a Caatinga e a
Floresta Amazônica.
Faltam estudos sobre a utilização de espécies nativas (Isernhagen; Bourlegat;
Carboni, 2009; Tomasini e Sattler, 2006; Machado et al., 2006; Lorenzi, 2002;). Apesar do
Brasil possuir a flora arbórea mais diversificada do mundo, espécies de grande valor
estão sendo perdidas, junto com a fauna dependente destas (Lorenzi, 2002).
- 19 -
Alvey (2006) ressalta a necessidade de se promover a diversidade em áreas
urbanas, tendo em vista o potencial destas em sustentar uma importante biodiversidade.
O emprego de árvores exóticas na arborização de ruas e praças do Brasil foi responsável
pela quase extinção de muitas espécies de aves que não se adaptaram aos frutos
exóticos (Lorenzi, 2002).
A enorme diversidade de plantas nativas, com frutificação espalhada ao longo do
ano, garante alimento de forma contínua e equilibrada à fauna (Lorenzi, 2002). Em Recife,
Silva et al. (2005) encontraram uma frequência muito baixa de árvores que ofereciam
frutos a ornitofauna.
Desde o começo da nossa colonização, espécies exóticas foram trazidas para
arborização, mas as árvores nativas também se destacaram na história, como o próprio
nome do Brasil e o de cidades como Juazeiro (BA), Quixabeira (PE) e Cajueiro (AL)
(Lorenzi, 2002). Contudo, muitas cidades não têm identidade arbórea (Silva, 2008).
Também, são utilizadas muitas espécies invasoras (Blum; Borgo; Sampaio, 2008;
Oliveira et al., 2009; Silva et al., 2008; Biondi e Leal, 2008; Silva et al., 2007; Biondi e
Pedrosa-Macedo, 2008). Segundo Ziller (2001), o processo de contaminação biológica de
ecossistemas por plantas exóticas afeta o funcionamento natural destes, prejudica as
plantas nativas e representa hoje a segunda maior ameaça à biodiversidade, perdendo
apenas para a destruição de habitats.
Outro erro comum é o uso de espécies tóxicas, que oferecem risco à população.
Um exemplo é a espirradeira (Nerium oleander), cujas partes são todas tóxicas (Biondi e
Leal, 2008; Cavalcanti et al., 2003; Corrêa, 2006). De acordo com o SINITOX (2009), 60%
das intoxicações por plantas no país ocorrem com crianças pequenas e 80% dos casos
são acidentais.
Espécies não-recomendadas para arborização de ruas, pelos mais diversos
motivos, também o comumente usadas, a exemplo da amendoeira (Terminalia
catappa), sombreiro (Clitoria fairchildiana), cássia-siamesa (Senna siamea), figueira-
benjamina (Ficus benjamina) e flamboyant (Delonix regia), por destruírem calçadas
(Araújo et al.,
2009; Rocha; Leles; Oliveira Neto, 2004; Lorenzi et al., 2003; Menegheti,
2003), o limoeiro (Citrus limon), por apresentar espinhos (Corrêa, 2006), o eucalipto
(Eucalyptus globulus) e o salgueiro (Salix babylonica), por apresentarem riscos aos
encanamentos, em virtude de suas raízes muito hidrófilas (Corrêa, 2006).
- 20 -
Segundo Lesser (2001) muitos fatores contribuem para o enraizamento na
superfície, responsável pelos danos às calçadas, estes são: tendência natural da espécie;
irrigação superficial; canteiros pequenos; e excessiva compactação do solo.
Por esses motivos, é muito importante a orientação sobre espécies ideais (Moura e
Santos, 2009). Contudo, além do uso de espécies inadequadas, em muitos casos ocorre
baixa diversidade ou domincia de poucas espécies (Almeida, 2009; Araújo et al., 2009;
Sampaio e De Angelis, 2008; Cadorin et al., 2008; Rodolfo Júnior et al., 2008; Silva et al.,
2008; Rossatto; Tsuboy; Frei, 2008; Colleto et al., 2008; Melo; Lira Filho; Rodolfo Júnior,
2007; Lima Neto et al., 2007; Sampaio, 2006; Tudini, 2006; Menegheti, 2003; Andrade,
2002; Amaral, 2002).
Pivetta e Silva Filho (2002) citam a importância da diversificação de espécies para
reduzir a monotonia da malha urbana e evitar problemas de pragas e doenças. Estes
recomendam que a frequência de uma espécie não ultrapasse 10 ou 15% da população
total. Lorenzi (2002) ressalta que plantios homogêneos são sistemas instáveis e
vulneráveis e sua manutenção é muito mais complicada que a de bosques heterogêneos
de árvores nativas.
Em virtude da baixa diversidade animais generalistas são beneficiados, com
prejuízo para espécies de hábitos específicos (Brun; Link; Brun, 2007; Mendonça e dos
Anjos, 2005).
De acordo com o USDA Forest Service
(2004), árvores de grande porte trazem
muito mais benefícios que árvores de pequeno porte, pois proporcionam maior
sombreamento, maior redução da poluição atmosférica e maior controle das águas
pluviais.
Apesar do uso de árvores ser mais vantajoso em termos financeiros, estéticos,
climáticos, funcionais e de segurança pública que o de arbustos (Junior e Lima, 2007), um
problema recorrente é a priorização de espécies arbustivas (Bortoleto et al., 2007; Aguirre
Júnior; Volpe-Filik; Lima, 2007; Bortoleto, 2004).
Arbustos em passeios podem prejudicar o trânsito de pedestres, assim como
árvores com a primeira inserção de galhos abaixo da altura ideal (Almeida, 2009; Silva et
al., 2008; Silva et al., 2008). Além destes, as espécies utilizadas como forração são, em
alguns casos, tamm inadequadas (Bobrowski; Biondi; Baggenstoss, 2009).
Todos esses problemas contribuem para uma manifestação negativa dos
habitantes em relação à arborização viária (Silva et al., 2007; Silva, 2005). Lorenzo et al.
(2000) encontraram, em Louisiana (EUA), a disposição de pagar pela proteção e
- 21 -
preservação da floresta urbana positivamente associada com a percepção dos benefícios
e negativamente associada com os transtornos. Mais de 80% dos entrevistados estavam
dispostos a pagar por este serviço. Mas, no Brasil, são raros os projetos de educação
ambiental que discutem este tema (Monico, 2001; Meneses et al., 2003).
Fraser e Kenney (2000) ressaltam a importância de se considerar a diversidade
cultural da população no planejamento. As diferentes percepções da vegetação geram
uma maior complexidade à adoção de estratégias para a floresta urbana.
Ecologia
A maior parte dos problemas vistos acima pode ser associada à inobservância de
processos e princípios básicos da Ecologia.
Segundo Ricklefs (2003), Ecologia é a ciência que estuda como os organismos
interagem entre si e com o meio físico, o prefixo “eco”, derivado do grego oikos, significa
“casa”. Para Odum (1988), Ecologia é o estudo do “lugar onde se vive”, incluindo todos os
organismos presentes e os processos que o tornam habitável.
Alguns conceitos-chave para se discutir ecologia são: população, comunidade e
ecossistema. Estes são diferentes níveis bióticos de organização e à medida que seus
componentes interagem para produzir sistemas maiores, emergem propriedades que não
existiam em níveis inferiores, ou seja, o todo é mais que a soma das partes (Odum, 1988).
Segundo Ricklefs (2003), uma população é constituída de organismos de uma
mesma espécie que vivem numa determinada área. Odum (1988) define como “qualquer
grupo de organismos da mesma espécie que ocupa um espaço determinado e é parte
funcional de uma comunidade biótica
As populações, diferente dos organismos, são potencialmente imortais. Seu
comportamento é dinâmico, devido aos nascimentos, mortes e movimentos de indivíduos,
processos estes influenciados pela interação entre os próprios organismos e com o
ambiente (Ricklefs, 2003). Odum (1988) refere-se a quatro atributos sicos de uma
população: densidade, natalidade, mortalidade e distribuição etária.
Todas as populações que vivem em uma determinada área compõem a
comunidade. Esta é, portanto, um nível biótico maior que a população. (Odum, 1988).
- 22 -
Ricklefs (2003) chama de comunidade ecológica as populações de diferentes tipos que
vivem no mesmo lugar”, as quais interagem de muitas formas.
A estrutura de uma comunidade pode ser medida através do número de espécies
(riqueza) e pelos índices de diversidade, que pesam a contribuição de cada espécie por
meio da abundância relativa, ou seja, sua proporção do número total de indivíduos na
comunidade. Dois índices bastante usados são o de Simpson e o de Shannon-Wiener
(Ricklefs, 2003). Para Silva Filho e Bortoleto (2005) estes indicadores são úteis nas
decisões de manejo da arborização urbana.
O conjunto de organismos e seus ambientes físico-químicos formam o ecossistema
(Ricklefs, 2003). Para Odum (1988), este é “a unidade funcional básica na Ecologia, pois
inclui tanto os organismos quanto o ambiente abiótico”.
É um sistema aberto, com entradas e saídas, cuja interação de três componentes
básicos garante sua funcionalidade: a comunidade, o fluxo de energia e a ciclagem de
materiais (Odum, 1988).
De acordo com Savard, Clergeau e Mennechez (2000), princípios usados para o
manejo e incremento da biodiversidade podem ser aplicados em ecossistemas urbanos.
Mas, é essencial a incorporação do componente sociológico.
Os ambientes humanos tamm são sistemas ecológicos, mas o homem consome
energia e recursos e produz rejeitos além das suas necessidades biológicas. Os impactos
principais disto são a interrupção de processos ecológicos, com conseqüente
exterminação de espécies, e a deterioração dos próprios ambientes humanos, pela forte
pressão sobre os sistemas ecológicos que os sustentam (Ricklefs, 2003).
As cidades, principalmente as industrializadas, o ecossistemas incompletos que
dependem de amplas áreas externas para obter energia, água, alimentos e outros
materiais. Estas apresentam um metabolismo bastante intenso por unidade de área, o
que exige um grande influxo de energia e materiais e resulta em ambientes de saída
carregados de resíduos tóxicos (Odum, 1988).
Ricklefs (2003) ressalta o impacto da população humana na Terra. Segundo ele,
cada indivíduo usa tanta energia e tantos recursos que a maior parte da superfície
terrestre e dos oceanos está sobre controle direto da humanidade.
Odum (1988) defende que o reconhecimento da base ecológica do conflito entre a
meta humana e a tendência de desenvolvimento de sistemas naturais é o primeiro passo
para a construção de políticas racionais de gerenciamento ambiental.
- 23 -
Permacultura
O termo “Permacultura” foi originalmente proposto por Bill Mollison e David
Holmgreen na década de 70 (Morrow, 1993). É definido por Mollison e Slay (1998) como
“um sistema de design para a criação de ambientes humanos sustentáveis”.
Segundo Morrow (1993), este integra a Ecologia na criação de comunidades
humanas, projetando assim, ambientes que possam prover as necessidades básicas,
bem como as infra-estruturas que as apóiam.
Para Mollison e Slay (1998) estes sistemas ecologicamente corretos e
economicamente viáveis, são capazes de suprir suas necessidades, sem exploração e
poluição, garantindo, portanto, a sustentabilidade a longo prazo.
O cerne da Permacultura é o design, ou conexão entre os elementos. Baseia-se na
observação de sistemas naturais, na sabedoria dos sistemas produtivos tradicionais e no
conhecimento científico e tecnológico moderno, para criação de um sistema de apoio à
vida por meio das qualidades inerentes dos organismos e das características naturais dos
terrenos e construções, ou seja, trabalhando com a natureza e não contra esta (Mollison e
Slay, 1998).
O design permacultural sustenta-se numa ética de cuidado com a Terra, ou seja,
cuidado com todas as coisas vivas e não-vivas. Reconhece o valor de tudo que é vivo,
mesmo que não haja valor comercial. Esta ética básica implica no cuidado com as
pessoas e no cuidado com a distribuição do excedente de tempo, dinheiro e materiais
para alcançar esses fins (Mollison e Slay, 1998).
Dentro desta ética, os projetos permaculturais, em qualquer clima, condição cultural
e escala, podem adotar leis e princípios básicos, em conjunto com práticas e técnicas
locais (Mollison e Slay, 1998). Estes autores destacam os seguintes princípios:
cada elemento é posicionado em relação a outro de forma que se auxiliem
mutuamente (Localização relativa);
cada elemento executa muitas funções;
cada função importante é apoiada por muitos elementos;
planejamento eficiente do uso de energia para a casa e os assentamentos
(zonas e setores);
preponderância do uso de recursos biológicos sobre o uso de combustíveis
fósseis;
- 24 -
reciclagem local de energias (humanas e combustíveis);
utilização e aceleração da sucessão natural de plantas visando o
estabelecimento de sítios e solos favoráveis;
policultura e diversidade de espécies, objetivando um sistema produtivo e
interativo;
utilização de bordas e padrões naturais para um melhor efeito.
Para Morrow (1993), o planejamento de ecossistemas produtivos e que exijam o
mínimo de manutenção deve levar em conta processos como: fluxos de energia,
reciclagem de matéria, teias alimentares, sucessão ecológica, empilhamento de espécies
no espaço e fatores limitantes do clima e do solo.
Na região metropolitana de Porto Alegre, o Centro Experimental de Tecnologias
Habitacionais Sustentáveis (CETHS), traz uma proposta de assentamento urbano para
populações de baixa renda, que leva em conta princípios da Permacultura (Tomasini e
Sattler, 2006).
No CETHS, além das estratégias como captação de águas pluviais, tratamento e
reciclagem de resíduos, uso de materiais de construção e fontes de energia alternativa, o
projeto busca a integração do paisagismo à produção local de alimentos, agregando,
assim, mais funções à vegetação. É proposto o uso de espécies de importância para o
ecossistema local ou que produzam bens para o homem e que sirvam de instrumento de
educação ambiental (Tomasini e Sattler, 2006). Para Mollison e Slay (1998) tornou-se
mbolo de status as fachadas não produtivas, com gramados e arbustos sem função.
A produção de alimentos, em virtude da necessidade de espaço, tem sido excluída
dos centros urbanos, para a zona rural distante. As cidades se tornaram incapazes de
suportarem suas necessidades de alimento e energia, pois consomem além do que
podem produzir (Mollison e Slay, 1998).
Em pesquisa com a população do CETHS, constatou-se a convergência entre a
busca da sustentabilidade e o uso de espécies nativas na arborização urbana, que além
de incrementar a biodiversidade pode representar importante fonte de recursos (Tomasini
e Sattler, 2006).
Segundo Drescher, Jacob e Amend (2009), a produção de alimentos para as
populações urbanas pode se dar na própria cidade, através de atividades como
horticultura, criação de animais, coleta, silvicultura, entre outras.
- 25 -
Árvores podem ser plantadas em pomares blicos para a produção de frutas,
castanhas, sementes ou óleo. Mas deve-se adotar uma visão de longo-prazo, com o
planejamento da futura retirada de seus produtos e das próprias árvores (Morrow, 1993).
Nas palavras de Mougeot (2009) “a característica principal da agricultura urbana,
que a distingue decisivamente da agricultura rural, é sua integração no sistema
econômico e ecológico urbano” ou ecossistema urbano.
Altieri (2004) traz o conceito de “agroecossistema” e ressalta que a produção
sustentável deste depende do equilíbrio entre plantas, solo, luz solar, água e todos os
organismos vivos coexistentes. A Agroecologia estuda os agroecossistemas, numa visão
multidimensional.
Agroecologia
Segundo Altieri (2004), “a agroecologia fornece uma estrutura metodológica de
trabalho para a compreensão mais profunda tanto da natureza dos agroecossistemas
como dos princípios segundo os quais eles funcionam. Trata-se de uma nova abordagem
que integra os princípios agronômicos, ecológicos e socioeconômicos à compreensão e
avaliação do efeito das tecnologias sobre os sistemas agrícolas e a sociedade como um
todo”.
Caporal, Costabeber e Paulus (2006) abordam a Agroecologia como “uma ciência
que pretende contribuir para o manejo e desenho de agroecossistemas sustentáveis, em
perspectiva de análise multidimensional (econômica, social, ambiental, cultural, política e
ética). Entendida a partir de seu enfoque teórico e metodológico próprio e com a
contribuição de diversas disciplinas científicas, a ciência Agroecológica passa a constituir
uma matriz disciplinar integradora de saberes, conhecimentos e experiências de distintos
atores sociais, dando suporte à emergência de um novo paradigma de desenvolvimento
rural”.
Segundo Petersen (2009), a agroecologia é “um enfoque científico que fornece as
diretrizes conceituais e metodológicas para a orientação de processos voltados à
refundação da agricultura na Natureza por meio da construção de analogias estruturais e
funcionais entre os ecossistemas naturais e os agroecossistemas”.
- 26 -
Mas a sustentabilidade é possível com a preservação da diversidade cultural
que mantém as agriculturas locais. Dentro de uma organização social que proteja os
recursos naturais e zele pela harmonia entre sociedade, agroecossistemas e ambiente. A
participação da comunidade deve ser a força geradora do desenvolvimento (Altieri, 2004).
Portanto, considerando-se a importância da Ecologia e da Permacultura na
construção de uma sociedade sustentável e os benefícios proporcionados por uma
arborização urbana planejada e eficiente.
Em respeito aos artigos e 225º da Constituição Federal brasileira (citados na
página oito); e em respeito à Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, tamm desta
Constituição, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma
Mata Atlântica, com destaque para os artigos 6º e 7º (na Tabela 46 dos Anexos).
Justifica-se a realização deste trabalho que tem por finalidade o estudo da
arborização de Salvador, fundamentado em bases ecológicas e permaculturais.
- 27 -
OBJETIVOS
Objetivo geral
Analisar a comunidade arbórea de ruas e praças em Salvador-BA, à luz da
Ecologia e Permacultura, com base em inventários quantitativos da arborização.
Objetivos específicos
i. Analisar a riqueza e diversidade da comunidade arbórea.
ii. Analisar a abundância de espécies exóticas, nativas não regionais e nativas
regionais.
iii. Analisar a freqüência de espécies que forneçam alimento à fauna (incluso o
homem).
iv. Detectar a ocorrência de espécies tóxicas, alergênicas e invasoras.
- 28 -
METODOLOGIA
Área de estudo
O município de Salvador localiza-se na latitude 12°58’16’’ S e longitude 38°30’39’’
W (Salvador, 2004). É a capital do estado da Bahia (BA) e sua região metropolitana
(RMS) é composta de dez municípios, cuja área total é de 2.186,61 km² e a população,
em 2001, era de 3.021.572 habitantes. Além da capital, a RMS inclui: Camaçari,
Candeias, Dias D'avila, Itaparica, Lauro de Freitas, Madre de Deus, São Francisco do
Conde, Simões Filho e Vera Cruz. (CONDER, 2006). A Figura 16 dos Anexos mostra a
RMS.
No ano de 2000, a cidade de Salvador apresentava uma população de 2.443.107
habitantes, distribuídos nos 313 km² do município, cujo perímetro é de 193,06 km. A
densidade demográfica era de 7.805 hab/km² (CONDER, 2006).
Clima
Seu clima é tropical úmido, com alta pluviosidade, do tipo Af na classificação de
Köppen (Bittencourt, 1971). A temperatura média anual é de 24°C a 26ºC, sendo que a
máxima nunca ultrapassa 36ºC. Os meses de temperatura mais amena são, geralmente,
junho e julho, sendo que a média do mês mais frio varia de 20º a 24ºC (IBGE, 1977).
Mesmo no período com menor freqüência de chuvas, os constantes alísios de SE e
L tem ação refrescante (IBGE, 1977), como retrata Peixoto (1968): “As brisas marinhas e
os alísios vêm atenuar o carácter tórrido do clima soteropolitano, à medida que a posição
e a orientação das casas lhes permitem. Isto quer dizer que no interior da cidade, os
fundos de uma boa parte dos vales são quentes. O tipo de construção das casas, o
material empregado, vêm ligeiramente compensar este inconveniente ou, ao contrário,
agravá-lo mais ainda.”
Salvador situa-se no domínio dos alísios que, regularmente sopram de SE, ao
longo do ano, com maior freqüência em julho e agosto. Sua circulação é ultrapassada, em
freqüência, pelos ventos de NE, de outubro a dezembro, e de L de dezembro a fevereiro.
(Peixoto, 1968). Os ventos de Sul são os mais fortes (Bittencourt, 1971).
- 29 -
As chuvas de inverno o produzidas pelas massas polares, que começam em
abril e dominam em julho. As precipitações de outono são produzidas pela massa
equatorial Norte e as de verão pela massa equatorial continental (Peixoto, 1968).
Os índices pluviométricos anuais estão entre 1750 a 2000 mm. O máximo de
pluviosidade se no Outono (mais freqüentemente) ou no Inverno, sendo o trimestre
mais chuvoso os meses de Abril-Maio-Junho. O mínimo se dá na Primavera ou Verão,
mas não há estação seca (IBGE, 1977).
Geomorfologia
Segundo Ricklefs (2003), os padrões climáticos mais gerais, são sobrepostos por
condições ambientais locais, dependentes da topografia e geologia.
Salvador e seus arredores apresentam três domínios geológicos principais: a Bacia
Sedimentar do Recôncavo, limitada ao leste pela Falha de Salvador; a Margem Costeira
Atlântica; e o Alto de Salvador, que separa a Bacia do Recôncavo do Oceano Atlântico
(Barbosa et al., 2005). Peixoto (1968) define três elementos topográficos principais na
cidade: a Orla da Baía de Todos os Santos, o Planalto e o Litoral.
O planalto é recortado pelas diferentes bacias que drenam a região, gerando um
relevo bastante acidentado, formado por vales profundos e encostas íngremes (Peixoto,
1968). As principais bacias hidrográficas do município são: do Camaragibe, com 37 km²;
do Cobre, com 17 km²; do Ipitanga, com 59 km²; do Jaguaribe, com 58 km²; do Lucaia,
com 18 km²; e do Pituaçu, com 28 km² (Salvador, 2004).
As características do solo resultam das influências da rocha, subjacente, e do clima
e vegetação acima dele (Ricklefs, 2003). O Alto de Salvador é dominado por rochas
metamórficas do Pré-Cambriano, com alto grau de metamorfismo, como granulitos ácidos
e básicos com veios de diabásio. A espessura do manto de intemperismo é, quase
sempre, superior a 10 m (Fujimori, 1968, apud Bittencourt, 1971). Este manto tem caráter
argiloso, mas os fundos dos vales apresentam, geralmente, areias finas misturadas às
argilas decorrentes da última transgressão marinha (Peixoto, 1968).
Sub-paralela à Falha de Salvador, uma zona rúptil, chamada Falha do Iguatemi
(Figura 6), a oeste da qual as altitudes são maiores (>60 m) e a leste, em direção ao
- 30 -
Oceano Atlântico, são menores (>30 m) (Barbosa et al., 2005). No Norte da cidade os
morros atingem em média 90 m de altura (Peixoto, 1968).
Figura 6 - Mapa mostrando o contraste topográfico entre as partes oeste e leste
da Falha do Iguatemi. (Fonte: Barbosa et al., 2005).
Ao do escarpamento que divide as cidades Alta e Baixa, estende-se a orla da
Baía de Todos os Santos, uma estreita e rasa planície, alargada pelo homem ao longo
dos séculos (Peixoto, 1968).
A Margem Costeira Atlântica é formada pelo acúmulo, pouco espesso, de
sedimentos argilosos, arenosos e areno-argilosos, (Barbosa et al., 2005). Pode ser
dividida em duas partes: um trecho que vai da Barra até Amaralina e outro de Amaralina
em direção ao Norte (Peixoto, 1968).
O primeiro trecho caracteriza-se por colinas que avançam em direção ao mar,
terminando em falésias. Na outra parte, as formas de relevo continentais encontram-se
mais afastadas da praia (de 500 m a 1 km) (Peixoto, 1968). Neste trecho as dunas
ocorrem desde a Pituba, com grande desenvolvimento em Itapuã. Após as dunas, em
- 31 -
direção à praia, planícies arenosas, com leves ondulações. Em rios pontos, a costa
é margeada por um cordão arenoso (Bittencourt, 1971).
Flora e fauna
Como disposto na Lei 11.428, de 22 de Dezembro de 2006, da Constituição
Federal, disposto no seu Art. 2º, o Bioma Mata Atlântica integra as seguintes formações
florestais e ecossistemas associados: Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista;
Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional Semidecidual; e Floresta Estacional
Decidual, manguezais, vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e
encraves florestais do Nordeste. A cidade de Salvador está dentro do seu domínio (MMA,
2002).
A Mata Atlântica apresenta altos índices de biodiversidade e endemismo. Os dois
maiores recordes mundiais de diversidade de plantas lenhosas foram registrados no Sul
da Bahia. Apesar disto, sua conservação enfrenta grandes desafios. No domínio da Mata
Atlântica habita 70% da população do país e localizam-se as maiores cidades e pólos
industriais (MMA, 2002).
Dentro do município de Salvador estão presentes quatro Áreas de Proteção
Ambiental: APA Lagoas e Dunas do Abaeté, APA Bacia do Cobre – São Bartolomeu, APA
Joanes-Ipitanga e a APA Baía de Todos os Santos (CRA, 2002).
A APA Baía de Todos os Santos possui uma área de 800 km², abrangendo 13
municípios e 54 ilhas. Serve à proteção de remanescentes de Mata Atlântica, restingas e
manguezais. Suas águas abrigam uma fauna diversa e algumas de suas ilhas são
verdadeiros santuários ecológicos, com destaque para as ilhas: das Vacas, do Medo, dos
Frades e de Bimbarra. Habitam as ilhas desta APA aves como juriti (Geotrygon sp.),
gavião-carrapateiro (Milvago chimachima), garça–azul (Egretta caerulea), murucututu
(Pulsatrix perspicillata), carcará (Polyborus plancus), papagaio-verdadeiro (Amazona
aestiva) e irerê (Dendrocygna viduata), além de outros animais, como a iguana (Iguana
iguana) e o mico-de-tufos-brancos (Callithrix jaccus) (CRA, 2002).
A APA Joanes-Ipitanga, possui 64 mil hectares e abrange os municípios de
Camaçarí, Simões Filho, Lauro de Freitas, São Francisco do Conde, Candeias, São
Sebastião do Passé, Salvador e Dias D’Ávila. Apresenta remanescentes de floresta
ombrófila, dunas e restingas, cuja proteção é essencial à boa qualidade da água que
- 32 -
abastece a RMS. Em suas matas habitam, entre outros animais, mamíferos como a
raposa (Cerdocyon thous) e o quati (Nasua nasua) (CRA, 2002).
Nas proximidades da RMS destacam-se como áreas de alta importância biológica
para a conservação: a área metropolitana de Salvador, a APA Litoral Norte e matas
circunvizinhas (para a flora); a RMS, restingas ao Norte de Salvador e a Ilha de Itaparica
(para invertebrados); as matas de Conde, Jandaíra e Santo Amaro (para as aves); e os
remanescentes florestais do Recôncavo Baiano (para mamíferos) (MMA, 2002).
A cobertura vegetal da parte continental do município é de 9.382,30 hectares, o
que equivale a 33,19% desta área (Salvador, 2004), conforme Figura 18 dos Anexos.
Simões (2002) ressalta a importância das seguintes áreas verdes do município:
Ilha dos Frades, Parque São Bartolomeu/ Pirajá, Parque de Pituaçu, Parque da Cidade,
Dunas de Itapuã e áreas do entorno da Avenida Paralela.
O PDDU ao tratar de Áreas de Conservação e de Valor Urbano Ambiental, dentro
do município, destaca os seguintes espaços e suas categorias (Tabela 5) (Salvador,
2004). O mapa com a localização destas consta nos Anexos (Figura 18).
Tabela 5 - Áreas de Conservação e de Valor Urbano Ambiental em Salvador (Salvador, 2004).
Aratu
Cobre
São Bartolomeu
Abaeté
Dunas de Armação
Vale do Cascão
Parques da Natureza
Manguezal do Rio Passa Vaca
Lagoas e Dunas do Abaeté
Joanes/Ipitanga
Baía de Todos os Santos
APAs Estaduais
Lagoa da Paixão e Bacia do Cobre
Cascão
Cobre/Pirajá
Jaguaribe
Aratu
Áreas de Proteção de Recursos Naturais
São Marcos
Zoobotânico de Ondina
Joventino Silva
Pituaçu
Lagoa da Paixão
Vale da Mata Escura e do Prata
Mata dos Oitis (Jardim Botânico)
Parques Urbanos
Sócio-Ambiental de Canabrava
Dique do Tororó
Jardim dos Namorados
Costa Azul
Jardim de Alah
Parques de Recreação
Aeroclube
- 33 -
Calçadas
Brito (2008) estudou as calçadas de diferentes bairros em Salvador. Segundo ele,
a cidade começou a ter ruas pavimentadas um século depois de sua fundação. Em
meados do século XIX foram implantados os passeios, com largura inferior a 1 m,
seguindo modelo francês. Áreas centrais como o Pelourinho ainda preservam isso. A Lei
de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo (LOUOS), de 1984, definiu a largura
mínima dos passeios entre dois a 2,5 m. Cabe à iniciativa privada a manutenção das
calçadas na frente dos imóveis.
Na Rua Chile as calçadas apresentaram largura média de 2 m, predominando 2,2
m, em contraste com o resto do centro antigo com largura predominante inferior a 1 m.
Isto se deve a uma reforma do início do século XX. Na Ladeira da Preguiça predominam
calçadas de um a 1,5 m.
Na Avenida Tancredo Neves, centro moderno, as calçadas apresentaram em
média dois metros. Estas, quando não estreitas, apresentavam-se repletas de obstáculos.
Na Estrada da Liberdade a largura predominante foi de 2,5 m. Na Rua do Curuzu
predominavam calçadas com menos de 1 m, em alguns trechos com apenas 0,5 m.
Na Rua da Graça a largura média foi de 2,5 m. Na Vitória as calçadas tiveram em
média três metros. No Jardim Apipema, apesar de ser um bairro recente, criado na
metade do século XX, foram encontradas ruas estreitas e calçadas com pouco mais de
um metro.
Métodos
A busca por inventários quantitativos, com a frequência de indivíduos por espécie,
foi efetuada em periódicos e publicações da área como a Revista da Sociedade Brasileira
de Arborização Urbana, Revista Brasileira de Botânica, resumos de congressos, entre
outros, e em relatórios técnicos disponíveis nos órgãos municipais responsáveis pela
arborização e áreas verdes (SMA – Superintendência de Meio Ambiente; SUCOP –
Superintendência de Conservação e Obras Públicas; Jardim Botânico de Salvador e no
Parque Joventino Silva).
- 34 -
Os nomes científicos foram adotados conforme TROPICOS (2009), sendo feitas,
quando possíveis, as devidas correções. Subespécies e variedades foram consideradas
em nível de espécie. A classificação das famílias segue APG II (2003), como adotado por
Souza e Lorenzi (2005).
Foram excluídas da análise as espécies não-arbóreas, como arbustos, palmeiras
(Arecaceae), entre outras. Apesar de sua importância paisagística e ecológica, estas não
proporcionam tantos benefícios quanto às árvores, devido ao reduzido tamanho da copa e
por prejudicar o trânsito de pedestres (no caso de arbustos e touceiras).
Os índices de diversidade de Simpson (D) e de Shannon-Wiener (H) foram
adotados conforme Ricklefs (2003). A densidade de espécies (R/N) segue Odum (1988).
A classificação quanto à origem dividiu as espécies em três grupos: exóticas do
Brasil (EX); nativas do Brasil, mas não regionais (BR); e aquelas nativas regionais do
Domínio da Mata Atlântica no estado da Bahia (NR). Esta classificação é parecida à
adotada por Isernhagen, Bourlegat e Carboni (2009), que separam em exóticas, nativas e
nativas regionais.
A origem das espécies e aquelas fornecedoras de alimento à fauna, foram
levantadas com base em Lorenzi (2002), Lorenzi et al. (2003; 2006). Quanto ao
provimento de alimento, foram consideradas tanto aquelas espécies que fornecem
alimento somente à fauna, quanto aquelas com produtos comestíveis para o homem.
As espécies invasoras (Tabela 46 dos Anexos) foram levantadas com base no
estudo Contextualização sobre espécies exóticas invasoras Dossiê Pernambuco”
(Almeida et al., 2009), levando-se em conta a proximidade geográfica deste estado.
As espécies tóxicas e com princípios alergênicos foram levantadas a partir do
SINITOX (2009), Lorenzi (2002), Lorenzi et al. (2003, 2006), Lorenzi e Souza (2004).
A discussão se fundamentou, principalmente, em estudos e princípios da Ecologia
e Permacultura, considerando a importância destes na construção de uma sociedade
sustentável.
- 35 -
RESULTADOS
Corredor da Avenida Centenário
O laudo técnico “SPJ Corredor da Centenário apresentou inventário quali-
quantitativo das árvores presentes nas avenidas Centenário e Vale dos Barris, ruas Airosa
Galvão, Doutor Artur Neiva, Plínio Moscoso, Deocleciano Barreto, Martagão Gesteira,
Engenheiro Celso Torres, Beirute, Doutor Arlindo de Assis e praças do IBIT, dos Reis
Católicos e Doutor João Mangabeira (Chão Verde, 2002).
Estas ruas e praças localizam-se em duas Regiões Administrativas: Centro e
Barra/Ondina (CONDER, 2006). A Figura 17 dos Anexos mostra a localização do
Corredor da Centenário, na cidade de Salvador. Nesta, estão destacadas apenas as
Avenidas Centenário e Vale dos Barris, Praça dos Reis Católicos e Dr. João Mangabeira.
As outras ruas são circunvizinhas.
Foram reportados diversos problemas fitossanitários como: afloramento da raiz
(79,05% dos indivíduos); infestações (48,13%); e infecções (67,84%).
Do total das 482 árvores analisadas, foram identificadas 31 espécies, dispostas em
13 famílias. Não foram amostradas as Arecaceae. A relação das espécies encontradas e
suas abundâncias encontram-se na Tabela 6.
Tabela 6 - Espécies encontradas no Corredor da Centenário (P – Abundância , Pi - Abundância
relativa).
Nº Espécie Família Nome Vulgar P Pi (%)
1
Clitoria fairchildiana R.A. Howard
Fabaceae Sombreiro 88
18,30
2
Pachira aquatica Aubl.
Malvaceae Monguba 70
14,50
3
Terminalia catappa L.
Combretaceae Amendoeira 43
8,92
4
Delonix regia (Bojer) Raf.
Fabaceae Flamboyant 42
8,71
5
Senna siamea (Lam.) H.S. Irwin
& Barneby
Fabaceae ssia-siamesa 35
7,26
6
Triplaris pachau Mart.
Polygonaceae Triplaris 29
6,02
7
Tabebuia avellanedae Lorentz ex
Griseb.
Bignoniaceae Ipê-rosa 26
5,39
8
Tabebuia caraiba (Mart.) Bureau
Bignoniaceae Caraibeira 23
4,77
9
Albizia lebbeck (L.) Benth.
Fabaceae Língua-de-sogra
20
4,15
10
Mangifera indica L.
Anacardiaceae Mangueira 17
3,53
11
Cassia grandis L. f.
Fabaceae ssia-grande 12
2,49
12
Peltophorum dubium (Spreng.)
Taub.
Fabaceae Canafístula 12
2,49
13
Casuarina equisetifolia L.
Casuarinaceae Casuarina 12
2,49
14
Mimosa caesalpiniifolia Benth.
Fabaceae Sabiá 7
1,45
15
Syzygium cumini (L.) Skeels
Myrtaceae Jamelão 6
1,24
- 36 -
Nº Espécie Família Nome Vulgar P Pi (%)
16
Filicium decipiens (Wight & Arn.)
Thwaites
Sapindaceae
Árvore-
samambaia
5
1,04
17
Spondias monbim L.
Anacardiaceae Cajazeira 5
0,62
18
Tipuana tipu (Benth.) Kuntze
Fabaceae Tipuana 3
0,62
19
Caesalpinia peltophoroides
Benth.
Fabaceae Sibipiruna 3
0,62
20
Schizolobium parahyba (Vell.) S.
F. Blake
Fabaceae Guapuruvu 3
0,62
21
Ficus benjamina L.
Moraceae
Figueira-
benjamina
3
0,62
22
Licania tomentosa (Benth.)
Fritsch
Chrysobalanaceae
Oiti-mirim 2
0,41
23
Ceiba pentandra (L.) Gaertn.
Malvaceae Sumaúma 2
0,41
24
Artocarpus heterophyllus Lam.
Moraceae Jaqueira 2
0,41
25
Hibiscus pernambucensis Arruda
Malvaceae
Algodão-da-
praia
2
0,41
26
Genipa americana L.
Rubiaceae Jenipapo 1
0,21
27
Sterculia foetida L.
Malvaceae
Chichá-
fedorento
1
0,21
28
Ficus guaranítica Chodat
Moraceae Figueira-branca 1
0,21
29
Persea americana Mill.
Lauraceae Abacateiro 1
0,21
30
Cassia fistula L.
Fabaceae Chuva-de-ouro 1
0,21
31
Albizia julibrissin Durazz.
Fabaceae
Acácia-de-
Constantinópola
1
0,21
32 Não Identificadas N.I. N.I. 4
0,83
Total 482
100,00
Ou seja, as dez espécies mais abundantes foram:
1) Clitoria fairchildiana (Sombreiro)
2) Pachira aquatica (Monguba)
3) Terminalia catappa (Amendoeira)
4) Delonix regia (Flamboyant)
5) Senna siamea (Cássia-siamesa)
6) Triplaris pachau (Triplaris)
7) Tabebuia avellanedae (Ipê-rosa)
8) Tabebuia caraiba (Caraibeira)
9) Albizia lebbeck (Língua-de-sogra)
10) Mangifera indica (Mangueira)
O gráfico da Figura 7 mostra as abundâncias relativas entre as espécies da
comunidade arbórea do Corredor da Centenário.
- 37 -
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32
Espécies
Pi (%)
Figura 7Abundância relativa entre as espécies da comunidade arbórea do Corredor da Centenário
(Pi – Abundância relativa), conforme Tabela 6.
- 38 -
Como pôde ser observado, existe uma dominância de poucas espécies, pois as
duas mais abundantes, C. fairchildiana e P. aquatica, representaram 32,8% do total de
indivíduos, os quais somados as populações de T. catappa e D. regia, corresponderam a
metade da comunidade arbórea. Dez espécies apresentaram dois indivíduos ou menos.
O índice de diversidade de Simpson encontrado foi D=11,14 e os índices de
Shannon-Wiener foram H=0,794 e e
H
=15,67. A Tabela 7 mostra o percentual da
comunidade representado pela soma das espécies mais abundantes.
Tabela 7 Percentual da soma
das espécies mais abundantes no
Corredor da Centenário.
Nº espécies Pi (%)
1 18,30
2 32,80
3 41,72
4 50,43
5 57,69
6 63,71
7 69,10
8 73,87
9 78,02
10 81,55
Quanto à origem, as árvores exóticas dominaram tanto em relação ao número de
espécies (45%) quanto ao número de indivíduos (39,6%), mas a abundância relativa dos
indivíduos nativos não regionais (37,3%) foi próxima a dos exóticos.
As espécies nativas regionais representaram somente 11,2% do total de indivíduos
e 25,8% das espécies encontradas, conforme Tabela 8.
Tabela 8 Origem das espécies e abundância de indivíduos de cada
categoria no Corredor da Centenário (NR- Nativa regional; BR - Nativa não
regional; EX - Exótica; N.I. – Não identificado).
Origem P espécies Pi (%) P indivíduos Pi (%)
NR 8
25,8
54
11,2
BR 6
19,4
180
37,3
EX 14
45,0
191
39,6
N.I.
3
9,7
57
11,8
Total 31
100,0
482
100,0
- 39 -
As espécies nativas regionais encontradas foram:
1) T. avellanedae (Ipê-rosa)
2) P. dubium (Canafístula)
3) S. mombin (Cajazeira)
4) C. peltophoroides (Sibipiruna)
5) S. parahyba (Guapuruvu)
6) L. tomentosa (Oiti-mirim)
7) H. pernambucensis (Algodão-de-praia)
8) G. americana (Jenipapo)
Quanto à funcionalidade, das 31 espécies encontradas, somente 10 fornecem
alimento à fauna, o que em número de indivíduos representa 29,9% do total, conforme
Tabela 9.
Tabela 9 Abundância de espécies
fornecedoras de alimento no Corredor da
Centenário (P Abundância total; Pi –
Abundância relativa).
P Pi (%)
Espécies 10
31,25
Indivíduos 144
29,90
Entre estas as mais abundantes foram, respectivamente:
1. Pachira aquatica (Monguba)
2. Terminalia catappa (Amendoeira)
3. Mangifera indica (Mangueira)
4. Syzygium cumini (Jamelão)
5. Artocarpus heterophyllus (Jaqueira)
- 40 -
Dique do Tororó
No relatório “Vistoria da Arborização do Dique do Tororó” consta a relação de
indivíduos arbóreos e palmeiras que circundam o Dique, com uma avaliação do estado
fitossanitário e recomendações de manejo (Oliveira; Nakagawa; Figueiredo, 2000).
Esta área situa-se na Região Administrativa - Centro (CONDER, 2006). Sua
localização consta na Figura 17 dos Anexos.
Do total de 127 indivíduos, foram identificadas 20 espécies, dispostas em 8
famílias. A composição específica e as abundâncias totais e relativas encontram-se na
Tabela 10.
Tabela 10 - Espécies encontradas no Dique do Tororó (P Abundância total, Pi - Abundância
relativa).
Nº Espécie Família Nome Popular P Pi (%)
1
Delonix regia (Bojer) Raf.
Fabaceae Flamboyant 50
39,40
2
Tabebuia caraiba (Mart.) Bureau
Bignoniaceae Caraibeira 12
9,45
3
Ceiba pentandra (L.) Gaertn.
Malvaceae Sumaúma 12
9,45
4
Ficus elastica Roxb.
Moraceae
Seringueira-de-
jardim
11
8,66
5
Casuarina equisetifolia L.
Casuarinaceae
Casuarina 9
7,09
6
Terminalia catappa L.
Combretaceae
Amendoeira 6
4,72
7
Clitoria fairchildiana R.A. Howard
Fabaceae Sombreiro 6
4,72
8
Cassia javanica L.
Fabaceae Cássia-javanesa 3
2,36
9
Mangifera indica L.
Anacardiaceae
Mangueira 3
2,36
10
Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.
Fabaceae Canafístula 3
2,36
11
Chorisia speciosa A. St.-Hil.
Malvaceae Paineira-rosa 2
1,57
12
Cassia grandis L. f.
Fabaceae Cássia-grande 2
1,57
13
Syzygium cumini (L.) Skeels
Myrtaceae Jamelão 1
0,79
14
Tabebuia avellanedae Lorentz ex
Griseb.
Bignoniaceae Ipê-rosa 1
0,79
15
Spondias monbim L.
Anacardiaceae
Cajazeira 1
0,79
16
Artocarpus heterophyllus Lam.
Moraceae Jaqueira 1
0,79
17
Ficus benjamina L. f.
Moraceae
Figueira-
benjamina
1
0,79
18
Caesalpinia echinata Lam.
Fabaceae Pau-Brasil 1
0,79
19
Tabebuia chrysotricha (Mart. ex A.
DC.) Standl.
Bignoniaceae Ipê-amarelo 1
0,79
20
Cassia fistula L.
Fabaceae Chuva-de-ouro 1
0,79
Total 127
100,00
Portanto as dez espécies mais abundantes foram, em ordem:
1) Delonix regia (Flamboyant)
2) Tabebuia caraiba (Caraibeira)
3) Ceiba pentandra (Summa)
- 41 -
4) Ficus elastica (Seringueira-de-jardim)
5) Casuarina equisetifolia (Casuarina)
6) Terminalia catappa (Amendoeira)
7) Clitoria fairchildiana (Sombreiro)
8) Cassia javanica (Cássia-javanesa)
9) Mangifera indica (Mangueira)
10) Peltophorum dubium (Canafístula)
Além destas espécies arbóreas, ocorreram representantes da família Arecaceae,
sendo um indivíduo de Roystonea oleracea (Jacq.) O.F. Cook e de Dypsis lutescens (H.
Wendl.) Beentje & J. Dransf, e 16 indivíduos de Cocos nucifera L.
A Figura 8 mostra as abundâncias relativas entre as espécies da comunidade
arbórea do Dique do Tororó.
- 42 -
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Espécies
Pi (%)
Figura 8 – Estrutura da comunidade arbórea do “Dique do Tororó” (Pi = abundância relativa), conforme Tabela 10.
- 43 -
A espécie D. regia dominou a área em questão, com 39,4% do total de indivíduos.
Metade das espécies respondeu por 90,57% do total de indivíduos, como se pode ver na
Tabela 11.
A outra metade das espécies apresentou apenas um ou dois indivíduos. O índice
de diversidade de Simpson encontrado foi D=5,19 e os índices de Shannon-Wiener foram
H=0,74 e e
H
=9,04. A Tabela 11 mostra o percentual da comunidade representado pela
soma das espécies mais abundantes.
Tabela 11Percentual da soma das espécies
mais abundantes no Dique do Tororó.
Nº espécies % total
1 39,40
2 48,85
3 58,30
4 66,96
5 74,05
6 78,77
7 83,49
8 85,85
9 88,21
10 90,57
Relativo à origem, houve grande dominância de espécies exóticas, representando
metade das espécies encontradas e 67,7% do total de indivíduos. O número de espécies
nativas não regionais foi próximo ao das nativas regionais, contudo o número de
indivíduos desta última representou apenas 4,72% do total, conforme Tabela 12.
Tabela 12 Origem das espécies e abundância de indivíduos de
cada categoria no Dique do Tororó (NR - Nativa regional; BR -
Nativa não regional; EX - Exótica; N.I. – Não identificado).
Origem Nº espécies
P (%) P P(%)
NR 4
20
6
4,72
BR 5
25
23
18,00
EX 10
50
86
67,7
N.I. 1
5
12
9,45
Total 20
100
127
100,00
As quatro espécies nativas regionais encontradas foram:
1) P. dubium (Canafístula)
2) T. avellanadae (Ipê-rosa)
3) S. mombin (Cajazeira)
4) C. echinata (Pau-Brasil)
- 44 -
Das 20 espécies encontradas, apenas cinco fornecem alimento à fauna (Tabela
13), o que emmero de indivíduos significa 9,45% da comunidade.
Tabela 13 Abundância de espécies
fornecedoras de alimento no Dique do
Tororó (P Abundância total; Pi
Abundância relativa).
P Pi (%)
Espécies 5
25,00
Indivíduos 12
9,45
Estas foram em ordem decrescente de abundância:
1) Terminalia catappa (Amendoeira)
2) Mangifera indica (Mangueira)
3) Artocarpus heterophyllus (Jaqueira)
4) Spondias mombin (Cajazeira)
5) Syzygium cumini (Jamelão)
Rua Miguel Calmon
O relatório técnico Diagnóstico da vegetação da Rua Miguel Calmon”, apresenta
inventário quali-quantitativo das árvores da referida rua (Longa; Barbosa; Oliveira, 1998).
Esta se situa na Região Administrativa - Centro (CONDER, 2006). Sua localização consta
na Figura 17 dos Anexos.
Os problemas encontrados nas árvores diagnosticadas foram: falta de espaço para
o sistema radicular e impermeabilização; injúrias antrópicas; infestações de cupins e
formigas; crescimento externo anormal, “galhas” de nematóides; e manchas foliares,
causadas por fungos.
Ao todo foram analisadas 46 árvores, pertencentes a três espécies, uma de cada
família. Ocorreram também 4 indivíduos de Roystonea oleracea (Jacq.) O.F. Cook.
A Tabela 14 mostra a relação destas com suas respectivas abundâncias.
- 45 -
Tabela 14 - Espécies encontradas na Rua Miguel Calmon (P Abundância total, Pi -
Abundância relativa).
Nº
Espécie Família Nome Vulgar P Pi (%)
1
Pachira aquatica Aubl.
Malvaceae Monguba 36
78,26
2
Licania tomentosa
(Benth.) Fritsch
Chrysobalanaceae Oiti-mirim 9
19,60
3
Fícus benjamina L. f..
Moraceae Figueira-benjamina 1
2,17
Total 46
100,00
A Figura 9 mostra as abundâncias relativas entre as espécies da comunidade
arbórea da Rua Miguel Calmon.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1 2 3
Espécies
Pi (%)
Figura 9Abundância relativa entre espécies da Rua Miguel Calmon, conforme Tabela 14.
Houve grande dominância da espécie P. aquatica, cujos indiduos representaram
78,26% do total. A segunda espécie mais abundante foi a L. tomentosa, com (19,6%),
seguida da F. benjamina com apenas um indivíduo.
O índice de diversidade de Simpson encontrado foi D=1,54 e os índices de
Shannon-Wiener foram H=0,54 e e
H
=1,81.
Quanto à origem, as três espécies encontradas pertencem uma a cada categoria
(Tabela 15). Ou seja, ocorreu um indivíduo exótico (F. benjamina), enquanto houve 36
- 46 -
indivíduos de P. aquatica, nativa o-regional, e 9 indivíduos de L. tomentosa, nativa
regional.
Tabela 15 – Origem das espécies e abundância de indivíduos de cada categoria na R.
Miguel Calmon (NR - Nativa regional; BR - Nativa não regional; EX – Exótica).
Origem P espécies Pi espécies (%) P indivíduos Pi indivíduos (%)
NR 1
33,3
9
19,60
BR 1
33,3
36
78,26
EX 1
33,3
1
2,17
Total 3
100
46
100,00
As espécies L. tomentosa e P. aquatica fornecem alimento à fauna. A soma dos
seus indivíduos representou 97,8% do total, conforme Tabela 16.
Tabela 16 Abundância de espécies
fornecedoras de alimento na R. Miguel
Calmon (P Abundância total; Pi
Abundância relativa).
P Pi (%)
Espécies 2
33,33
Indivíduos 45
97,80
Avenida Antônio Carlos Magalhães
O relatório “Caracterização de vias de circulação. Avenida Antonio Carlos
Magalhães - Itaigara” apresenta relação das espécies vegetais e suas freqüências na
área especificada (SPJ, 2008).
A Avenida Antônio Carlos Magalhães (ACM) situa-se nas Regiões Administrativas:
Pituba/Costa Azul e Brotas (CONDER, 2006). Sua localização consta na Figura 17 dos
Anexos.
Foram identificados 821 indivíduos arbóreos, pertencentes a 44 espécies e 16
famílias. A composição específica e as abundâncias totais e relativas encontram-se na
Tabela 17.
- 47 -
Tabela 17 - Espécies arbóreas encontradas na Av. ACM (P Abundância total, Pi -
Abundância relativa).
Nº Espécie Família Nome vulgar P Pi (%)
1
Terminalia catappa L.
Combretaceae Amendoeira 136
16,60
2
Clitoria fairchildiana R.A. Howard
Fabaceae Sombreiro 121
14,70
3
Lagerstroemia indica L.
Lythraceae Resedá 79
9,62
4
Tabebuia pentaphylla (L.) Hemsl.
Bignoniaceae Ipê-bálsamo 68
8,28
5
Caesalpinia peltophoroides Benth.
Fabaceae Sibipiruna 58
7,06
6
Cassia fistula L.
Fabaceae Chuva-de-ouro 51
6,21
7
Ficus benjamina L.
Moraceae Figueira-
benjamina
41
4,99
8
Pachira aquatica Aubl.
Malvaceae Monguba 39
4,75
9
Filicium decipiens (Wight & Arn.)
Thwaites
Sapindaceae Árvore-
samambaia
34
4,14
10
Tabebuia chrysotricha (Mart. ex A.
DC.) Standl.
Bignoniaceae Ipê-amarelo 23
2,80
11
Ceiba pentandra (L.) Gaertn.
Malvaceae Sumaúma 22
2,68
12
Bauhinia variegata L.
Fabaceae Pata-de-vaca-
rosa
21
2,56
13
Adenanthera pavonina L.
Fabaceae Carolina 15
1,83
14
Mangifera indica L.
Anacardiaceae Mangueira 11
1,34
15
Casuarina equisetifolia L.
Casuarinaceae Casuarina 10
1,22
16
Albizia lebbeck (L.) Benth.
Fabaceae Língua-de-
sogra
8
0,97
17
Prosopis ruscifolia Griseb.
Fabaceae Algarobo 8
0,97
18
Acacia farnesiana (L.) Willd.
Fabaceae Vinhático-de-
espinho
7
0,85
19
Caesalpinia ferrea Mart.
Fabaceae Pau-ferro 7
0,85
20
Delonix regia (Bojer) Raf.
Fabaceae Flamboyant 6
0,73
21
Simarouba amara Aubl.
Simaroubaceae Pau-paraíba 6
0,73
22
Anacardium occidentale L.
Anacardiaceae Cajueiro 5
0,61
23
Caesalpinia echinata Lam.
Fabaceae Pau-Brasil 5
0,61
24
Cassia javanica L.
Fabaceae Cássia-
javanesa
4
0,49
25
Licania tomentosa (Benth.) Fritsch
Chrysobalanaceae Oiti-mirim 4
0,49
26
Peltophorum dubium (Spreng.)
Taub.
Fabaceae Canafístula 3
0,37
27
Pithecellobium diversifolium Benth.
Fabaceae - 3
0,37
28
Sterculia striata A. St.-Hil. & Naudin
Malvaceae Chichá-do-
cerrado
3
0,37
29
Tamarindus indica L.
Fabaceae Tamarindeiro 3
0,37
30
Tipuana tipu (Benth.) Kuntze
Fabaceae Tipuana 3
0,37
31
Araucaria excelsa (Lamb.) R. Br.
Araucariaceae - 2
0,24
32
Ficus Iyrata Warb.
Moraceae Figueira-lira 2
0,24
33
Guazuma ulmifolia Lam.
Malvaceae Embira 2
0,24
34
Anadenanthera macrocarpa
(Benth.) Brenan
Fabaceae Angico 1
0,12
35
Artocarpus integrifolia L. f.
Moraceae Jaqueira 1
0,12
36
Senna macranthera (DC. ex
Collad.) H.S. Irwin & Barneby
Fabaceae Fedegoso 1
0,12
37
Dillenia indica L.
Dilleniaceae Árvore-da-
pataca
1
0,12
38
Syzygium cumini (L.) Skeels
Myrtaceae Jamelão 1
0,12
39
Ficus elastica Roxb.
Moraceae Seringueira-de- 1
0,12
- 48 -
Nº Espécie Família Nome vulgar P Pi (%)
jardim
40
Guarea guidonia (L.) Sleumer
Meliaceae Bilreiro 1
0,12
41
Leucaena leucocephala (Lam.) de
Wit
Fabaceae Leucena 1
0,12
42
Psidium cattleianum Sabine
Myrtaceae Araçá 1
0,12
43
Samanea tubulosa (Benth.)
Barneby & J.W. Grimes
Fabaceae Alfarobo 1
0,12
44
Schinus terebinthifolia Raddi
Anacardiaceae Aroeira 1
0,12
Total 821
100,00
As dez espécies mais abundantes foram respectivamente:
1) Terminalia catappa (Amendoeira)
2) Clitoria fairchildiana (Sombreiro)
3) Lagerstroemia indica (Resedá)
4) Tabebuia pentaphylla (Ipê-bálsamo)
5) Caesalpinia peltophoroides (Sibipiruna)
6) Cassia fistula (Chuva-de-ouro)
7) Ficus benjamina (Figueira-benjamina)
8) Pachira aquatica (Monguba)
9) Filicium decipiens (Árvore-samambaia)
10) Tabebuia chrysotricha (Ipê-amarelo)
A Figura 10 mostra a abundância relativa entre as espécies da comunidade arbórea da
Avenida ACM.
- 49 -
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43
Espécies
Pi (%)
Figura 10 Abundância relativa entre espécies da comunidade arbórea da Av. ACM. (Pi = abundância relativa), conforme Tabela 17.
- 50 -
Houve dominância das espécies T. catappa e C. fairchildiana, as quais
representaram, em mero de indivíduos, 31,3% da comunidade. Estas, somadas às
populações de L. indica e T. pentaphylla foram responsáveis por quase metade (49,2%)
dos indivíduos da área, conforme Tabela 18.
Onze espécies apresentaram apenas um indivíduo. O índice de diversidade de
Simpson encontrado foi D=11,89 e os índices de Shannon-Wiener foram H=0,758 e
e
H
=17,58. A tabela abaixo mostra o percentual da comunidade representado pela soma
das espécies mais abundantes.
Tabela 18 Percentual da soma
das espécies mais abundantes na
Avenida ACM.
Nº espécies % total
1 16,60
2 31,30
3 40,92
4 49,20
5 56,26
6 61,25
7 66,00
8 70,14
9 72,94
10 75,62
Quanto à origem, predominaram as exóticas com 47,7% do total de espécies e
60,5% do total de indivíduos. O número de espécies nativas não regionais (9) foi um
pouco menor que o das nativas regionais (12), contudo estas apresentaram quase 2,5
vezes menos indivíduos (11,4% do total), como mostra a Tabela 19.
Tabela 19 Origem das espécies e abundância de indivíduos de cada categoria na
Av. ACM (NR - Nativa regional; BR - Nativa não regional; EX - Exótica; N.I. Não
identificado).
Origem P espécies Pi espécies (%) P indivíduos Pi indivíduos (%)
NR 12
27,30
94
11,40
BR 9
20,50
225
27,40
EX 21
47,70
497
60,50
N.I. 2
4,55
5
0,61
Total 44
100,00
821
100,00
Entre as espécies nativas regionais, as mais freqüentes foram:
1) C. peltophoroides (Sibipiruna)
2) C. ferrea (Pau-ferro)
- 51 -
3) S. amara (Pau-paraíba)
4) A. occidentale (Cajueiro)
5) C. echinata (Pau-Brasil)
6) L. tomentosa (Oiti-mirim)
Dezesseis das 44 espécies encontradas fornecem alimento à fauna (Tabela 20), o
que representou 27,2% do total de indivíduos.
Tabela 20 Abundância de
espécies fornecedoras de alimento
na Av. ACM (P Abundância total;
Pi – Abundância relativa).
P Pi (%)
Espécies 16
36,4
Indivíduos 223
27,2
Entre estas, as oito mais abundantes foram:
1) T. catappa (Amendoeira)
2) P. aquatica (Monguba)
3) M. indica (Mangueira)
4) P. ruscifolia (Algarobo)
5) S. amara (Pau-paraíba)
6) A. occidentale (Cajueiro)
7) S. striata (Chichá-do-cerrado)
8) T. indica (Tamarindeiro)
Neste relatório tamm consta a identificação de 652 arbustos e palmeiras
presentes na área (Tabela 21).
Tabela 21 Arbustos e palmeiras encontrados na Av. Acm (P
Abundância total).
Espécie Família P
Murraya exotica L.
Rutaceae 399
Roystonea oleracea (Jacq.) O.F. Cook
Arecaceae 63
Cocos nucifera L.
Arecaceae 60
Tecoma stans (L.) Juss. ex Kunth
Bignoniaceae 32
Veitchia joannis H. Wendl.
Arecaceae 20
Roystonea regia (Kunth) O.F. Cook
Arecaceae 13
Pritchardia pacifica Seem. & H. Wendl.
Arecaceae 11
Caryota mitis Lour.
Arecaceae 9
- 52 -
Espécie Família P
Caesalpinia pulcherrima (L.) Sw.
Fabaceae 8
Veitchia merrillii (Becc.) H.E. Moore
Arecaceae 6
Livistona chinensis (Jacq.) R. Br. ex Mart.
Arecaceae 5
Syagrus coronata (Mart.) Becc.
Arecaceae 4
Caryota urens L.
Arecaceae 3
Chrysalidocarpus lutescens H. Wendl.
Arecaceae 3
Elaeis guineensis Jacq.
Arecaceae 3
Calotropis procera (Aiton) W.T. Aiton
Asclepiadaceae
3
Areca triandra Roxb. ex Buch.-Ham.
Arecaceae 2
Sabal causiarum (O.F. Cook) Becc.
Arecaceae 2
Calliandra brevipes Benth.
Fabaceae 2
Plumeria rubra L.
Apocynaceae 2
Nerium oleander L.
Apocynaceae 1
Veitchia montgomeryana H.E. Moore
Arecaceae 1
Total
652
Avenida Juracy Magalhãesnior
O relatório “Caracterização de vias de circulação. Avenida Juracy Magalhães
Júnior” apresenta relação das espécies vegetais e suas freqüências na área especificada
(SPJ, 2007).
Esta avenida situa-se entre as Regiões Administrativas: Rio Vermelho/ Federação
e Brotas (CONDER, 2006). Sua localização consta na Figura 17 dos Anexos.
Foram encontrados 493 indivíduos arbóreos, pertencentes a 46 espécies e 16
famílias. A composição específica e as abundâncias totais e relativas encontram-se na
Tabela 22.
Tabela 22 - Espécies arbóreas encontradas na Av. Juracy Magalhães Jr. (P – Abundância total,
Pi - Abundância relativa).
Nº
Espécie Família Nome Vulgar P Pi (%)
1
Albizia lebbeck (L.) Benth.
Fabaceae Língua-de-sogra
55
11,20
2
Tabebuia pentaphylla (L.) Hemsl.
Bignoniaceae Ipê-bálsamo 48
9,74
3
Tabebuia avellanedae Lorentz ex
Griseb.
Bignoniaceae Ipê-rosa 43
8,72
4
Terminalia catappa L.
Combretaceae Amendoeira 40
8,11
5
Ficus benjamina L.
Moraceae
Figueira-
benjamina
26
5,27
6
Caesalpinia echinata Lam.
Fabaceae Pau-Brasil 24
4,87
7
Caesalpinia peltophoroides Benth.
Fabaceae Sibipiruna 23
4,67
8
Pachira aquatica Aubl.
Malvaceae Monguba 23
4,67
9
Caesalpinia ferrea Mart.
Fabaceae Pau-ferro 20
4,06
10
Bauhinia variegata L.
Fabaceae
Pata-de-vaca-
rosa
19
3,85
11
Cecropia pachystachya Trécul
Cecropiaceae Embaúba 17
3,45
- 53 -
Nº
Espécie Família Nome Vulgar P Pi (%)
12
Cassia fistula L.
Fabaceae Chuva-de-ouro 15
3,04
13
Clitoria fairchildiana R.A. Howard
Fabaceae Sombreiro 11
2,23
14
Tabebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith
Bignoniaceae Ipê-branco 11
2,23
15
Senna spectabilis (DC.) H.S. Irwin &
Barneby
Fabaceae São-João 10
2,03
16
Spondias monbim L.
Anacardiaceae Cajazeira 10
2,03
17
Adenanthera pavonina L.
Fabaceae Carolina 9
1,83
18
Ceiba pentandra (L.) Gaertn.
Malvaceae Sumaúma 9
1,83
19
Tabebuia chrysotricha (Mart. ex A.
DC.) Standl.
Bignoniaceae Ipê-amarelo 8
1,62
20
Ficus guaranítica Chodat
Moraceae Figueira-branca 7
1,42
21
Triplaris gardneriana Wedd.
Polygonaceae Pajaú 7
1,42
22
Byrsonima stipulacea A. Juss.
Malpighiaceae Murici-do-litoral 6
1,22
23
Delonix regia (Bojer) Raf.
Fabaceae Flamboyant 6
1,22
24
Mangifera indica L.
Anacardiaceae Mangueira 6
1,22
25
Mimosa caesalpiniifolia Benth.
Fabaceae Sabiá 5
1,01
26
Genipa americana L.
Rubiaceae Jenipapo 4
0,81
27
Cassia javanica L.
Fabaceae Cássia-javanesa
3
0,61
28
Pithecellobium tortum Mart.
Fabaceae Tataré 3
0,61
29
Schinus terebinthifolia Raddi
Anacardiaceae Aroeira 3
0,61
30
Cassia grandis L. f.
Fabaceae Cássia-grande 2
0,41
31
Casuarina equisetifolia L.
Casuarinaceae Casuarina 2
0,41
32
Filicium decipiens (Wight & Arn.)
Thwaites
Sapindaceae
Árvore-
samambaia
2
0,41
33
Prosopis ruscifolia Griseb.
Fabaceae Algarobo 2
0,41
34
Triplaris brasiliana Cham.
Polygonaceae - 2
0,41
35
Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex
Benth.
Fabaceae
Jacarandá-da-
Bahia
1
0,20
36
Enterolobium contortisiliquum (Vell.)
Morong
Fabaceae Tamboril 1
0,20
37
Syzygium cumini (L.) Skeels
Myrtaceae Jamelão 1
0,20
38
Ficus Iyrata Warb.
Moraceae Figueira-lira 1
0,20
39
Ficus microcarpa L. f.
Moraceae
Figueira-
lacerdinha
1
0,20
40
Guarea guidonia (L.) Sleumer
Meliaceae Bilreiro 1
0,20
41
Hymenaea courbaril L.
Fabaceae Jatobá 1
0,20
42
Leucaena leucocephala (Lam.) de
Wit
Fabaceae Leucena 1
0,20
43
Licania tomentosa (Benth.) Fritsch
Chrysobalanaceae
Oiti-mirim 1
0,20
44
Persea americana Mill.
Lauraceae Abacateiro 1
0,20
45
Psidium cattleianum Sabine
Myrtaceae Araçá 1
0,20
46
Psidium guajava L.
Myrtaceae Goiabeira 1
0,20
Total 493
100,00
As dez espécies mais abundantes foram em ordem:
1) Albizia lebbeck (Língua-de-sogra)
2) Tabebuia pentaphylla (Ipê-bálsamo)
3) Tabebuia avellanedae (Ipê-rosa)
4) Terminalia catappa (Amendoeira)
5) Ficus benjamina (Figueira-benjamina)
- 54 -
6) Caesalpinia echinata (Pau-Brasil)
7) Caesalpinia peltophoroides (Sibipiruna)
8) Pachira aquatica (Monguba)
9) Caesalpinia ferrea (Pau-ferro)
10) Bauhinia variegata (Pata-de-vaca-rosa)
A Figura 11 mostra a abundância relativa entre as espécies arbóreas da Avenida
Juracy Magalhães Jr.
- 55 -
0
2
4
6
8
10
12
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45
Espécies
Pi (%)
Figura 11 – Abundância relativa entre espécies da comunidade arbórea da Av. Juracy Magalhães Jr. (Pi = abundância relativa), conforme
Tabela 22.
- 56 -
As quatro espécies predominantes representaram 37,77% dos indivíduos e um
pouco mais da metade da população (52,58%) correspondeu a apenas sete espécies.
Do total de 46 espécies, dezessete apresentaram apenas um ou dois indivíduos. O
índice de diversidade de Simpson encontrado foi D=18,22 e os índices de Shannon-
Wiener foram H=0,841 e e
H
=24,98. A Tabela 23 mostra o percentual da comunidade
representado pela soma das espécies mais abundantes.
Tabela 23 Percentual da soma
das espécies mais abundantes na
Av. Juracy Magalhães Jr.
Nº espécies % total
1 11,20
2 20,94
3 29,66
4 37,77
5 43,04
6 47,91
7 52,58
8 57,25
9 61,31
10 65,16
Quanto à origem, o mero de espécies entre as categorias foi próximo, contudo, o
total de indivíduos de exóticas representou quase metade da população (48,3%). As
nativas regionais responderam por 31,8% dos indivíduos, como ilustra a Tabela 24.
Tabela 24 Origem das espécies e abundância de
indivíduos de cada categoria na Av. Juracy Magalhães Jr.
(NR - Nativa regional; BR - Nativa não regional; EX -
Exótica; N.I. – Não identificado).
Origem P espécies P (%) P indivíduos P(%)
NR 16
34,80
157
31,80
BR 12
26,10
98
19,90
EX 17
37,00
238
48,30
N.I. 1
2,17
2
0,41
Total 46
100,00
493
100,00
As espécies nativas regionais mais freqüentes foram:
1) T. avellanedae (Ipê-rosa)
2) C. echinata (Pau-Brasil)
3) C. peltophoroides (Sibipiruna)
4) C. ferrea (Pau-ferro)
- 57 -
5) C. pachystachya (Embaúba)
6) S. mombin (Cajazeira)
7) B. stipulacea (Murici-do-litoral)
8) G. americana (Jenipapo)
Dezessete espécies fornecem alimento à fauna (Tabela 25), o que representou
25,4% dos indivíduos da comunidade.
Tabela 25 – Abundância de espécies fornecedoras de
alimento na Av. Juracy Magalhães Jr. (P Abundância
total; Pi – Abundância relativa).
P Pi (%)
Espécies 17
37,0
Indivíduos 125
25,4
Entre estas, as dez mais abundantes foram:
1) T. catappa (Amendoeira)
2) P. aquatica (Monguba)
3) C. pachystachya (Embaúba)
4) S. mombin (Cajazeira)
5) F. guaranitica (Figueira-branca)
6) B. stipulacea (Murici-do-litoral)
7) M. indica (Mangueira)
8) G. americana (Jenipapo)
9) S. terebinthifolia (Aroeira)
10) P. ruscifolia (Algarobo)
Além das espécies arbóreas foram encontrados 269 arbustos e palmeiras, listados
abaixo (Tabela 26).
Tabela 26 Arbustos e palmeiras encontrados na Av. Juracy Magalhães Jr.
(P – Abundância total)
Espécie Família P
Bougainvillea spectabilis Willd.
Nyctaginaceae
36
Veitchia merrillii (Becc.) H.E. Moore
Arecaceae 31
Elaeis guineensis Jacq.
Arecaceae 27
Cocos nucifera L.
Arecaceae 25
Areca triandra Roxb. ex Buch.-Ham.
Arecaceae 24
Caryota mitis Lour.
Arecaceae 21
- 58 -
Espécie Família P
Pritchardia pacifica Seem. & H. Wendl.
Arecaceae 21
Euterpe oleracea Mart.
Arecaceae 20
Calliandra brevipes Benth.
Fabaceae 19
Caryota urens L.
Arecaceae 19
Roystonea oleracea (Jacq.) O.F. Cook
Arecaceae 16
Aiphanes aculeata Willd.
Arecaceae 6
Veitchia joannis H. Wendl.
Arecaceae 3
Nerium oleander L.
Apocynaceae 1
Total
269
Avenida Vasco da Gama
O relatório “Caracterização de vias de circulação. Avenida Vasco da Gama”
apresenta relação das espécies vegetais e suas freqüências na área especificada (SPJ,
2008).
Esta avenida situa-se entre as Regiões Administrativas: Brotas e Rio Vermelho/
Federação (CONDER, 2006). Sua localização consta na Figura 17 dos Anexos.
Foram encontrados 500 indivíduos, pertencentes a 53 espécies e 20 famílias. A
composição específica e as abundâncias totais e relativas encontram-se na Tabela 27.
Tabela 27 - Espécies arbóreas encontradas na Av. Vasco da Gama (P Abundância total, Pi -
Abundância relativa).
Nº
Espécie Família Nome Vulgar P Pi (%)
1
Bauhinia variegata L.
Fabaceae Pata-de-vaca-rosa 79
15,8
2
Terminalia catappa L.
Combretaceae Amendoeira 41
8,2
3
Caesalpinia ferrea Mart.
Fabaceae Pau-ferro 35
7,0
4
Delonix regia (Bojer) Raf.
Fabaceae Flamboyant 28
5,6
5
Caesalpinia peltophoroides
Benth.
Fabaceae Sibipiruna 27
5,4
6
Pachira aquatica Aubl.
Malvaceae Monguba 27
5,4
7
Albizia lebbeck (L.) Benth.
Fabaceae Língua-de-sogra 23
4,6
8
Ceiba pentandra (L.) Gaertn.
Malvaceae Sumaúma 20
4,0
9
Jacaranda mimosifolia D. Don
Bignoniaceae Ipê-roxo 20
4,0
10
Tabebuia pentaphylla (L.) Hemsl.
Bignoniaceae Ipê-bálsamo 20
4,0
11
Cassia fistula L.
Fabaceae Chuva-de-ouro 18
3,6
12
Clitoria fairchildiana R.A. Howard
Fabaceae Sombreiro 13
2,6
13
Lagerstroemia indica L.
Lythraceae Resedá 13
2,6
14
Ficus benjamina L.
Moraceae Ficus-benjamina 10
2,0
15
Ficus elastica Roxb.
Moraceae
Seringueira-de-
jardim
10
2,0
16
Caesalpinia echinata Lam.
Fabaceae Pau-Brasil 9
1,8
17
Tibouchina granulosa (Desr.)
Cogn.
Melastomataceae Quaresmeira 9
1,8
- 59 -
Nº
Espécie Família Nome Vulgar P Pi (%)
18
Persea americana Mill.
Lauraceae Abacateiro 8
1,6
19
Tabebuia chrysotricha (Mart. ex
A. DC.) Standl.
Bignoniaceae Ipê-amarelo 8
1,6
20
Filicium decipiens (Wight & Arn.)
Thwaites
Sapindaceae Árvore-samambaia 7
1,4
21
Mangifera indica L.
Anacardiaceae Mangueira 6
1,2
22
Hovenia dulcis Thunb.
Rhamnaceae Uva-japonesa 5
1,0
23
Schinus terebinthifolia Raddi
Anacardiaceae Aroeira 5
1,0
24
Tabebuia avellanedae Lorentz ex
Griseb.
Bignoniaceae Ipê-rosa 5
1,0
25
Tabebuia roseoalba (Ridl.)
Sandwith
Bignoniaceae Ipê-branco 5
1,0
26
Parkinsonia aculeata L.
Fabaceae Turco 4
0,8
27
Cassia javanica L.
Fabaceae Cássia-javanesa 3
0,6
28
Leucaena leucocephala (Lam.)
de Wit
Fabaceae Leucena 3
0,6
29
Salix babylonica L.
Salicaceae Chorão 3
0,6
30
Samanea tubulosa (Benth.)
Barneby & J.W. Grimes
Fabaceae Alfarobo 3
0,6
31
Spondias monbim L.
Anacardiaceae Cajazeira 3
0,6
32
Pithecellobium diversifolium
Benth.
Fabaceae
-
3
0,6
33
Cecropia pachystachya Trécul
Cecropiaceae Embaúba 2
0,4
34
Syzygium cumini (L.) Skeels Myrtaceae Jamelão 2
0,4
35
Psidium guajava L.
Myrtaceae Goiabeira 2
0,4
36
Sterculia striata A. St.-Hil. &
Naudin
Malvaceae Chichá-do-cerrado 2
0,4
37
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
Rutaceae Mamiqueira 2
0,4
38
Anacardium occidentale L.
Anacardiaceae Cajueiro 2
0,4
39
Annona muricata L.
Annonaceae Graviola 1
0,2
40
Artocarpus altilis (Parkinson)
Fosberg
Moraceae Fruta-pão 1
0,2
41
Artocarpus heterophyllus Lam.
Moraceae Jaqueira 1
0,2
42
Senna spectabilis (DC.) H.S.
Irwin & Barneby
Fabaceae São-João 1
0,2
43
Casuarina equisetifolia L.
Casuarinaceae Casuarina 1
0,2
44
Chorisia speciosa A. St.-Hil.
Malvaceae Paineira-rosa 1
0,2
45
Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex
Benth.
Fabaceae
Jacarandá-da-
Bahia
1
0,2
46
Licania tomentosa (Benth.)
Fritsch
Chrysobalanaceae Oiti-mirim 1
0,2
47
Lithrea molleoides (Vell.) Engl.
Anacardiaceae Aroeira-branca 1
0,2
48
Peschiera fuchsiaefolia (A. DC.)
Miers
Apocynaceae Leiteira 1
0,2
49
Acacia farnesiana (L.) Willd.
Fabaceae
Vinhático-de-
espinho
1
0,2
50
Psidium cattleianum Sabine
Myrtaceae Araçá 1
0,2
51
Tamarindus indica L.
Fabaceae Tamarindeiro 1
0,2
52
Tipuana tipu (Benth.) Kuntze
Fabaceae Tipuana 1
0,2
53
Trema micrantha (L.) Blume
Cannabaceae Pau-Pólvora 1
0,2
Total 500
100,0
- 60 -
As dez espécies mais abundantes foram respectivamente:
1) Bauhinia variegata (Pata-de-vaca-rosa)
2) Terminalia catappa (Amendoeira)
3) Caesalpinia ferrea (Pau-ferro)
4) Delonix regia (Flamboyant)
5) Caesalpinia peltophoroides (Sibipiruna)
6) Pachira aquatica (Monguba)
7) Albizia lebbeck (Língua-de-sogra)
8) Ceiba pentandra (Summa)
9) Jacaranda mimosifolia (Ipê-roxo)
10) Tabebuia pentaphylla (Ipê-bálsamo)
A Figura 12 mostra a abundância relativa entre as espécies da comunidade
arbórea da Av. Vasco da Gama.
- 61 -
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53
Espécies
Pi (%)
Figura 12 – Abundância relativa entre espécies da comunidade arbórea da Av. Vasco da Gama (Pi = abundância relativa),
conforme Tabela 27.
- 62 -
Houve grande dominância da espécie B. variegata, com 15,8% dos indivíduos da
comunidade, seguida de T. catappa com 8,2%. As sete espécies mais abundantes
representaram um pouco mais da metade da comunidade (52%), como mostra a Tabela
28.
Das 53 espécies, vinte e uma apresentaram somente um ou dois indivíduos. O
índice de diversidade de Simpson (D) encontrado foi D=17,17 e os índices de Shannon-
Wiener foram H=0,823 e e
H
=26,29. A tabela abaixo mostra o percentual da comunidade
representado pela soma das espécies mais abundantes.
Tabela 28 Percentual da soma das espécies mais
abundantes na Av. Vasco da Gama.
Nº espécies % total
1 15,8
2 24,0
3 31,0
4 36,6
5 42,0
6 47,4
7 52,0
8 56,0
9 60,0
10 64,0
Quanto à origem, houve predomínio de exóticas, com 45,3% das espécies e 61%
do total de indivíduos (Tabela 29). As nativas regionais representaram 21% da
comunidade arbórea e ocorreram em mero de espécies (15) próximo as nativas não
regionais (13).
Tabela 29Origem das espécies e abundância de indivíduos de cada categoria
na Av. Vasco da Gama (NR - Nativa regional; BR - Nativa não regional; EX -
Exótica; N.I. – Não identificado).
Origem P espécies
Pi espécies (%)
P indivíduos
Pi indivíduos (%)
NR 15
28,30
105
21,0
BR 13
24,50
87
17,4
EX 24
45,30
305
61,0
N.I. 1
1,89
3
0,6
Total 53
100,00
500
100
As espécies nativas regionais mais abundantes foram:
1) C. ferrea (Pau-ferro)
2) C. peltophoroides (Sibipiruna)
3) C. echinata (Pau-Brasil)
- 63 -
4) T. granulosa (Quaresmeira)
5) S. terebinthifolia (Aroeira)
6) T. avellanedae (Ipê-rosa)
7) S. mombin (Cajazeira)
8) C. pachystachya (Embaúba)
As espécies fornecedoras de alimento à fauna foram 21, o que siginificou 23% do
total de indivíduos (Tabela 30).
Tabela 30 Abundância de espécies fornecedoras de alimento na
Av. Vasco da Gama (P – Abundância total; Pi – Abundância relativa).
P Pi (%)
Espécies 21
39,6
Indivíduos 115
23,0
Entre estas, as dez mais abundantes foram:
1) T. catappa (Amendoeira)
2) P. aquatica (Monguba)
3) P. americana (Abacateiro)
4) M. indica (Mangueira)
5) H. dulcis (Uva-japonesa)
6) S. terebinthifolia (Aroeira)
7) S. tubulosa (Alfarobo)
8) C. pachystachya (Embaúba)
9) S. cumini (Jamelão)
10) P. guajava (Goiabeira)
Além das árvores, foram encontrados 243 arbustos e palmeiras, listados abaixo
(Tabela 31).
Tabela 31 Arbustos e palmeiras encontrados na Av. Vasco da Gama (P
Abundância total).
Espécie Família P
Cocos nucifera L.
Arecaceae 48
Tibouchina candolleana Cogn.
Melastomataceae 40
Ptychosperma elegans (R. Br.) Blume
Arecaceae 21
Thevetia peruviana (Pers.) K. Schum.
Apocynaceae 18
Veitchia merrillii (Becc.) H.E. Moore
Arecaceae 14
- 64 -
Espécie Família P
Phoenix roebelenii O'Brien
Arecaceae 13
Nerium oleander L.
Apocynaceae 10
Senna alata (L.) Roxb.
Fabaceae 9
Livistona chinensis (Jacq.) R. Br. ex Mart.
Arecaceae 8
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman
Arecaceae 8
Tecoma stans (L.) Juss. ex Kunth
Bignoniaceae 8
Borassus aethiopum Mart.
Arecaceae 7
Calliandra haematocephala Hassk.
Fabaceae 7
Syagrus coronata (Mart.) Becc.
Arecaceae 7
Calliandra tweediei Benth.
Fabaceae 5
Roystonea oleracea (Jacq.) O.F. Cook
Arecaceae 5
Caryota mitis Lour.
Arecaceae 4
Areca triandra Roxb. ex Buch.-Ham.
Arecaceae 3
Elaeis guineensis Jacq.
Arecaceae 3
Calliandra brevipes Benth.
Fabaceae 2
Chrysalidocarpus lutescens H. Wendl.
Arecaceae 2
Pritchardia pacifica Seem. & H. Wendl.
Arecaceae 1
Total 243
Universidade Federal da Bahia
O estudo Levantamento das espécies arbóreas da Universidade federal da Bahia,
Salvador, Bahiafoi feito por Carvalho, Roque e Guedes (2007) nos campi da UFBA dos
bairros de Ondina, Federação, São Lázaro e Canela. Foi realizado o levantamento
florístico dos espaços livres, excluindo remanescentes de mata e áreas em estágio
relativamente avançado de sucessão. O maior esforço de coleta deu-se em jardins,
praças e arborização de vias.
Estas áreas amostradas encontram-se na Região Administrativa Barra/Ondina
(CONDER, 2006). Suas localizações constam na Figura 17 dos Anexos.
Segundo Carvalho, Roque e Guedes (2007), com base em entrevistas e no
histórico de ocupação da universidade, não houve um planejamento destes espaços e
sua arborização foi fruto de iniciativas isoladas de diferentes setores da comunidade
acadêmica.
Excluindo-se as espécies o arbóreas, foram analisados 1723 indivíduos,
pertencentes a 103 espécies, distribuídas em 30 famílias. A Tabela 32 mostra a relação
das espécies e suas respectivas abundâncias.
- 65 -
Tabela 32 Espécies arbóreas encontradas na UFBA (P - Abundância total, Pi - Abundância
relativa).
Nº Espécie Família Nome Vulgar P Pi (%)
1
Mangifera indica L.
Anacardiaceae Mangueira 203
11,80
2
Clitoria fairchildiana R.A. Howard
Fabaceae Sombreiro 175
10,20
3
Spondias monbim L.
Anacardiaceae Cajazeira 104
6,04
4
Terminalia catappa L.
Combretaceae Amendoeira 101
5,86
5
Cecropia pachystachya Trécul
Cecropiaceae Embaúba 99
5,75
6
Leucaena leucocephala (Lam.) de
Wit
Fabaceae Leucena 74
4,29
7
Tabebuia pentaphylla (L.) Hemsl.
Bignoniaceae Ipê-lsamo 65
3,77
8
Schinus terebinthifolia Raddi
Anacardiaceae Aroeira 55
3,19
9
Pachira aquatica Aubl.
Malvaceae Monguba 46
2,67
10
Peltophorum dubium (Spreng.)
Taub.
Fabaceae Canafístula 38
2,21
11
Psidium guajava L.
Myrtaceae Goiabeira 36
2,09
12
Acacia farnesiana (L.) Willd.
Fabaceae
Vinhático-de-
espinho
36
2,09
13
Delonix regia (Bojer) Raf.
Fabaceae Flamboyant 36
2,09
14
Pithecellobium dulce (Roxb.)
Benth.
Fabaceae Ingá-doce 33
1,92
15
Albizia lebbeck (L.) Benth.
Fabaceae ngua-de-sogra 32
1,86
16
Guarea guidonia (L.) Sleumer
Meliaceae Bilreiro 29
1,68
17
Sterculia foetida L.
Malvaceae Chichá-fedorento 27
1,57
18
Mimosa caesalpiniifolia Benth.
Fabaceae Sabiá 27
1,57
19
Bowdichia virgilioides Kunth
Fabaceae Sucupira 21
1,22
20
Artocarpus heterophyllus Lam.
Moraceae Jaqueira 20
1,16
21
Senna siamea (Lam.) H.S. Irwin &
Barneby
Fabaceae ssia-siamesa 19
1,10
22
Guazuma ulmifolia Lam.
Malvaceae Embira 17
0,99
23
Cassia fistula L.
Fabaceae Chuva-de-ouro 17
0,99
24
Caesalpinia ferrea Mart.
Fabaceae Pau-ferro 16
0,93
25
Licania tomentosa (Benth.) Fritsch
Chrysobalanacea
e
Oiti-mirim 16
0,93
26
Erythrina variegata L.
Fabaceae Eritrina-indiana 15
0,87
27
Ficus benjamina L.
Moraceae Figueira-benjamina
14
0,81
28
Caesalpinia peltophoroides Benth.
Fabaceae Sibipiruna 14
0,81
29
Persea americana Mill.
Lauraceae Abacateiro 14
0,81
30 Manilkara zapota (L.) P. Royen Sapotaceae - 13
0,75
31
Cassia grandis L. f.
Fabaceae Cássia-grande 13
0,75
32
Bougainvillea glabra Choisy
Nyctaginaceae Primavera-arbórea 12
0,70
33
Ficus elastica Roxb.
Moraceae
Seringueira-de-
jardim
12
0,70
34
Bauhinia monandra Kurz
Fabaceae Pata-de-vaca 12
0,70
35
Tabebuia roseoalba (Ridl.)
Sandwith
Bignoniaceae Ipê-branco 12
0,70
36
Syzygium cumini (L.) Skeels
Myrtaceae Jamelão 11
0,64
37
Ficus enormis (Mart. ex Miq.) Mart.
Moraceae Figueira-da-pedra 10
0,58
38
Prosopis juliflora (Sw.) DC.
Fabaceae Algaroba 10
0,58
39
Caesalpinia echinata Lam.
Fabaceae Pau-Brasil 9
0,52
40
Trema micrantha (L.) Blume
Cannabaceae Pau-Pólvora 9
0,52
41
Tabebuia chrysotricha (Mart. ex A.
DC.) Standl.
Bignoniaceae Ipê-amarelo 9
0,52
42
Anacardium occidentale L.
Anacardiaceae Cajueiro 9
0,52
- 66 -
Nº Espécie Família Nome Vulgar P Pi (%)
43
Filicium decipiens (Wight & Arn.)
Thwaites
Sapindaceae Árvore-samambaia
8
0,46
44
Erythrina indica Lam. var. picta B.
& M.
Fabaceae
Eritrina-verde-
amarela
8
0,46
45
Adenanthera pavonina L.
Fabaceae Carolina 8
0,46
46
Tapirira guianensis Aubl.
Anacardiaceae Pau-pombo 8
0,46
47
Syzygium malaccense (L.) Merr. &
L.M. Perry
Myrtaceae Jambo-vermelho 7
0,41
48
Eugenia uniflora L.
Myrtaceae Pitanga 7
0,41
49
Tipuana tipu (Benth.) Kuntze
Fabaceae Tipuana 7
0,41
50
Casuarina equisetifolia L.
Casuarinaceae Casuarina 7
0,41
51
Lonchocarpus cultratus (Vell.)
A.M.G. Azevedo & H.C. Lima
Fabaceae - 6
0,35
52
Enterolobium contortisiliquum
(Vell.) Morong
Fabaceae Tamboril 6
0,35
53
Tamarindus indica L.
Fabaceae Tamarindeiro 6
0,35
54
Genipa americana L.
Rubiaceae Jenipapo 5
0,29
55
Ficus obtusifolia Kunth
Moraceae - 5
0,29
56
Theobroma cacao L.
Malvaceae Cacau 5
0,29
57
Ficus guaranitica Chodat
Moraceae Figueira-branca 4
0,23
58
Swietenia macrophylla King
Meliaceae Mogno 4
0,23
59
Erythrina velutina Willd.
Fabaceae Mulungu 4
0,23
60 Dalbergia miscolobium Benth. Fabaceae Sapuvussu 4
0,23
61
Tabebuia avellanedae Lorentz ex
Griseb.
Bignoniaceae Ipê-rosa 4
0,23
62
Samanea tubulosa (Benth.)
Barneby & J.W. Grimes
Fabaceae Alfarobo 4
0,23
63
Labramia bojeri A. DC.
Sapotaceae Abricó-da-praia 3
0,17
64
Morus nigra L.
Moraceae Amora-preta 3
0,17
65
Maclura tinctoria (L.) D.Don. ex
Steud.
Moraceae Taiúva 3
0,17
66
Bauhinia variegata L.
Fabaceae Pata-de-vaca-rosa 3
0,17
67
Schefflera morototoni (Aubl.)
Maguire, Steyerm. & Frodin
Araliaceae Morototó 3
0,17
68
Himatanthus bracteatus (A. DC.)
Woodson
Apocynaceae Janba 3
0,17
69
Annona squamosa L.
Annonaceae Pinha 3
0,17
70
Chrysophyllum gonocarpum (Mart.
& Eichler ex Miq.) Engl.
Sapotaceae Caxeta 2
0,12
71
Zanthoxylum caribaeum Lam.
Rutaceae - 2
0,12
72
Averrhoa carambola L.
Oxalidaceae Carambola 2
0,12
73
Averrhoa bilimbi L.
Oxalidaceae Biri-biri 2
0,12
74
Azadirachta indica A. Juss.
Meliaceae Niim 2
0,12
75
Gliricidia sepium (Jacq.) Kunth ex
Walp.
Fabaceae Gliridia 2
0,12
76
Erythrina poeppigiana (Walp.) O.F.
Cook
Fabaceae Mulungu-do-alto 2
0,12
77
Inga laurina (Sw.) Willd.
Fabaceae Ingá-branco 2
0,12
78
Inga minutula (Schery) T.S. Elias
Fabaceae - 2
0,12
79
Pithecellobium tortum Mart.
Fabaceae Tata 2
0,12
80
Tabebuia aurea (Silva Manso)
Benth. & Hook. f. ex S. Moore
Bignoniaceae
Ipê-amarelo-do-
cerrado
2
0,12
81
Sapindus saponaria L.
Sapindaceae Saboneteiro 1
0,06
82
Ziziphus joazeiro Mart.
Rhamnaceae Juazeiro 1
0,06
- 67 -
Nº Espécie Família Nome Vulgar P Pi (%)
83
Triplaris brasiliana Cham.
Polygonaceae - 1
0,06
84
Eugenia luschnathiana (O. Berg)
Klotzsch ex B.D. Jacks.
Myrtaceae Pitomba-da-Bahia 1
0,06
85
Artocarpus altilis (Parkinson)
Fosberg
Moraceae Fruta-pão 1
0,06
86
Melia azedarach L.
Meliaceae Cinamomo 1
0,06
87
Cedrela fissilis Vell.
Meliaceae Cedro 1
0,06
88
Theobroma grandiflorum (Willd. ex
Spreng.) K. Schum.
Malvaceae Cupuaçu 1
0,06
89
Ceiba pentandra (L.) Gaertn.
Malvaceae Sumaúma 1
0,06
90
Inga flagelliformis (Vell.) Mart.
Fabaceae 1
0,06
91
Cassia javanica L.
Fabaceae Cássia Javanica 1
0,06
92
Eschweilera ovata (Cambess.)
Miers
Lecythidaceae Biriba 1
0,06
93
Couroupita guianensis Aubl.
Lecythidaceae Abricó-de-macaco 1
0,06
94 Sapium glandulatum (Vell.) Pax Euphorbiaceae Pau-de-Leite 1
0,06
95
Dillenia indica L.
Dilleniaceae Árvore-da-pataca 1
0,06
96
Cupressus lusitanica Mill.
Cupressaceae Cipreste 1
0,06
97
Conocarpus erectus L.
Combretaceae - 1
0,06
98
Protium heptaphyllum (Aubl.)
Marchand
Burseraceae Almecegueira 1
0,06
99
Commiphora leptophloeos (Mart.)
J.B. Gillett
Burseraceae Imburana 1
0,06
100
Spathodea nilotica Seem.
Bignoniaceae Espatódea 1
0,06
101
Araucaria columnaris Hook.
Araucariaceae Pinheiro-de-Natal 1
0,06
102
Schefflera actinophylla (Endl.)
Harms
Araliaceae
Árvore-guarda-
chuva
1
0,06
103
Annona muricata L.
Annonaceae Graviola 1
0,06
Total 1723
100,00
As dez espécies mais abundantes foram em ordem decrescente:
1) Mangifera indica (Mangueira)
2) Clitoria fairchildiana (Sombreiro)
3) Spondias monbim (Cajazeira)
4) Terminalia catappa (Amendoeira)
5) Cecropia pachystachya (Embaúba)
6) Leucaena leucocephala (Leucena)
7) Tabebuia pentaphylla (Ipê-bálsamo)
8) Schinus terebinthifolia (Aroeira)
9) Pachira aquatica (Monguba)
10) Peltophorum dubium (Canafístula)
A Figura 13 mostra a abundância relativa entre as espécies arbóreas da UFBA.
- 68 -
0
2
4
6
8
10
12
14
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97 101
Espécies
Pi (%)
Figura 13 – Abundância relativa entre espécies da comunidade arbórea da UFBA (Pi = abundância relativa), conforme
Tabela 32.
- 69 -
Houve grande domincia de duas espécies, M. indica e C. fairchildiana, que juntas
representaram 22% do total de indivíduos da área. As oito espécies mais abundantes,
responderam por metade da comunidade arbórea (50,9%).
Das 103 espécies, trinta e quatro apresentaram apenas 1 ou 2 indivíduos. O índice
de diversidade de Simpson (D) encontrado foi D=22,36 e os índices de Shannon-Wiener
foram H=0,794 e e
H
=39,56. A Tabela 33 mostra o percentual da comunidade
representado pela soma das espécies mais abundantes.
Tabela 33 Percentual da soma das espécies mais
abundantes na UFBA.
Nº espécies % total
1 11,80
2 22,00
3 28,04
4 33,90
5 39,65
6 43,94
7 47,71
8 50,90
9 53,57
10 55,78
Quanto à origem, as exóticas foram predominantes com 40,8% das espécies e
46,1% dos indivíduos (Tabela 34). O número de espécies entre as nativas não regionais
(24) e as nativas regionais (28) foi próximo, mas estas últimas apresentaram maior
quantidade de indivíduos (30,9 % do total).
Tabela 34Origem das espécies e abundância de indivíduos de cada categoria
na UFBA (NR - Nativa regional; BR - Nativa não regional; EX - Exótica; N.I.
Não identificado).
Origem P espécies Pi espécies (%)
P indivíduos
Pi indivíduos (%)
NR 28
27,20
532
30,90
BR 24
23,30
364
21,10
EX 42
40,80
795
46,10
N.I. 9
8,74
32
1,86
Total 103
100,00
1723
100,00
As espécies nativas regionais predominantes foram:
1) S. mombin (Cajazeira)
2) C. pachystachya (Embaúba)
3) S. terebinthifolia (Aroeira)
4) P. dubium (Canafístula)
- 70 -
5) P. guajava (Goiabeira)
6) G. guidonia (Bilreiro)
7) B. virgilioides (Sucupira-do-campo)
8) G. ulmifolia (Embira)
9) C. ferrea (Pau-ferro)
10) L. tomentosa (Oiti-mirim)
Das 103 espécies, 41 fornecem alimento à fauna, o que representou 47% da
comunidade (Tabela 35).
Tabela 35 Abundância de espécies fornecedoras de alimento
na UFBA (P – Abundância total; Pi Abundância relativa).
P Pi (%)
Espécies 41
39,8
Indivíduos 809
47,0
Entre estas, as dez mais abundantes foram:
1) M. indica (Mangueira)
2) T. catappa (Amendoeira)
3) C. pachystachya (Embaúba)
4) S. terebinthifolia (Aroeira)
5) P. aquatica (Monguba)
6) P. guajava (Goiabeira)
7) P. dulce (Ingá-doce)
8) G. guidonia (Bilreiro)
9) S. foetida (Chichá-fedorento)
10) A. heterophyllus (Jaqueira)
Também foram encontradas 27 espécies não arbóreas, como arbustos, palmeiras,
entre outras, num total de 565 indivíduos (Tabela 36).
Tabela 36 Arbustos, palmeiras e outras espécies não arbóreas encontradas
na UFBA (P – Abundância total).
Espécie Família P
Veitchia merrillii (Becc.) H.E. Moore
Arecaceae 71
Dypsis lutescens (H. Wendl.) Beentje & J. Dransf.
Arecaceae 69
Ptychosperma elegans (R. Br.) Blume
Arecaceae 68
Roystonea borinquena O.F. Cook
Arecaceae 60
- 71 -
Calliandra brevipes
Fabaceae 51
Roystonea oleracea (Jacq.) O.F. Cook
Arecaceae 42
Elaeis guineensis Jacq.
Arecaceae 39
Cocos nucifera L.
Arecaceae 39
Thevetia thevetioides (Kunth) K. Schum.
Apocynaceae 29
Carica papaya L.
Caricaceae 22
Caesalpinia pulcherrima (L.) Sw.
Fabaceae 13
Tecoma stans (L.) Juss. ex Kunth
Bignoniaceae 12
Pritchardia pacifica Seem. & H. Wendl.
Arecaceae 11
Caryota mitis Lour.
Arecaceae 10
Plumeria rubra L.
Apocynaceae 9
Ravenala madagascariensis Sonn.
Strelitziaceae 5
Calotropis procera (Aiton) W.T. Aiton
Asclepiadaceae
3
Euterpe oleracea Mart.
Arecaceae 2
Caryota urens L.
Arecaceae 2
Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze
Fabaceae 1
Sabal maritima (Kunth) Burret
Arecaceae 1
Livistona chinensis (Jacq.) R. Br. ex Mart.
Arecaceae 1
Dypsis decaryi (Jum.) Beentje & J. Dransf.
Arecaceae 1
Coccothrinax barbadensis (Lodd. ex Mart.) Becc.
Arecaceae 1
Borassus aethiopum Mart.
Arecaceae 1
Bismarckia nobilis Hildebrandt & H. Wendl.
Arecaceae 1
Acrocomia intumescens Drude
Arecaceae 1
Total 565
Macrrea Lucaia/Costeira
Após a análise isolada das sete áreas, far-se-á aqui a análise em conjunto. Pelo
fato destas localizarem-se na Macroárea Lucaia/Costeira (CONDER, 2006), conforme
Figura 17 dos Anexos, essa amostragem se assim denominada.
Contudo é importante ressaltar um fato. Os resultados obtidos a partir dos estudos
de Carvalho, Roque e Guedes (2007) na Universidade Federal da Bahia, em comparação
com as outras áreas de Salvador, demonstram que esta apresenta uma arborização
bastante diferenciada, pelos seguintes motivos:
51 espécies ocorreram exclusivamente na UFBA, sendo que o número de
espécies exclusivas de outras áreas é de oito, na Av. Vasco da Gama, quatro, nas
Avenidas Centenário, Juracy Magalhães Jr. e ACM, e uma no Dique do Tororó;
A riqueza encontrada na UFBA (103 espécies) é maior que aquela encontrada
nas outras áreas juntas (82 espécies), mesmo considerando o total de
indivíduos amostrados, 1723 e 2469 respectivamente.
A freqüência de espécies nativas regionais é bem maior na UFBA que nas
outras áreas (à exceção da Av. Juracy Magalhães Jr.).
- 72 -
Por esses aspectos e pelo fato da arborização da UFBA estar historicamente
desvinculada da intervenção da Prefeitura Municipal de Salvador, entende-se que esta
não pode ser analisada juntamente com as outras áreas.
Então, far-se-á a análise em conjunto das outras seis áreas amostradas (Corredor
da Centenário, Dique do Tororó, R. Miguel Calmon, Avenidas ACM, Juracy Magalhães Jr.
e Vasco da Gama).
Ao todo, foram amostrados 2469 indivíduos, pertencentes a 82 espécies, 61 neros,
dispostos em 27 famílias. A relação destas e suas abundâncias encontram-se na Tabela 37.
A Tabela 45 dos Apêndices apresenta informações ecogicas e sobre a origem
das espécies encontradas.
Tabela 37 Espécies arbóreas encontradas na Macroárea Lucaia/Costeira (P - Abundância
total, Pi - Abundância relativa).
Nº
Espécies Família Nome popular P
Pi (%)
1
Terminalia catappa L.
Combretaceae Amendoeira 266
10,80
2
Clitoria fairchildiana R.A.
Howard
Fabaceae Sombreiro 239
9,68
3
Pachira aquatica Aubl.
Malvaceae Monguba 195
7,90
4
Tabebuia pentaphylla (L.)
Hemsl.
Bignoniaceae Ipê-bálsamo 136
5,51
5
Delonix regia (Bojer) Raf.
Fabaceae Flamboyant 132
5,35
6
Bauhinia variegata L.
Fabaceae Pata-de-vaca-rosa
119
4,82
7
Caesalpinia peltophoroides
Benth.
Fabaceae Sibipiruna 111
4,50
8
Albizia lebbeck (L.) Benth.
Fabaceae Língua-de-sogra 106
4,29
9
Lagerstroemia indica L.
Lythraceae Resedá 92
3,73
10
Cassia fistula L.
Fabaceae Chuva-de-ouro 86
3,48
11
Ficus benjamina L.
Moraceae
Figueira-
benjamina
82
3,32
12
Tabebuia avellanedae Lorentz
ex Griseb.
Bignoniaceae Ipê-rosa 75
3,04
13
Ceiba pentandra (L.) Gaertn.
Malvaceae Sumaúma 65
2,63
14
Caesalpinia ferrea Mart.
Fabaceae Pau-ferro 62
2,51
15
Filicium decipiens (Wight &
Arn.) Thwaites
Sapindaceae
Árvore-
samambaia
48
1,94
16
Mangifera indica L.
Anacardiaceae Mangueira 43
1,74
17
Tabebuia chrysotricha (Mart. ex
A. DC.) Standl.
Bignoniaceae Ipê-amarelo 40
1,62
18
Caesalpinia echinata Lam.
Fabaceae Pau-Brasil 39
1,58
19
Senna siamea (Lam.) H.S. Irwin
& Barneby
Fabaceae ssia-siamesa 35
1,42
20
Tabebuia caraiba (Mart.)
Bureau
Bignoniaceae Caraibeira 35
1,42
21
Casuarina equisetifolia L.
Casuarinaceae Casuarina 34
1,38
22
Triplaris pachau Mart.
Polygonaceae Triplaris 29
1,17
23
Adenanthera pavonina L.
Fabaceae Carolina 24
0,97
24
Ficus elastica Roxb.
Moraceae
Seringueira-de-
jardim
22
0,89
- 73 -
Nº
Espécies Família Nome popular P
Pi (%)
25
Jacaranda mimosifolia D. Don
Bignoniaceae Ipê-roxo 20
0,81
26
Spondias monbim L.
Anacardiaceae Cajazeira 19
0,77
27
Cecropia pachystachya Trécul
Cecropiaceae Embaúba 19
0,77
28
Peltophorum dubium (Spreng.)
Taub.
Fabaceae Canafístula 18
0,73
29
Licania tomentosa (Benth.)
Fritsch
Chrysobalanaceae
Oiti-mirim 17
0,69
30
Cassia grandis L. f.
Fabaceae ssia-grande 16
0,65
31
Tabebuia roseoalba (Ridl.)
Sandwith
Bignoniaceae Ipê-branco 16
0,65
32
Cassia javanica L.
Fabaceae ssia-javanesa 13
0,53
33
Mimosa caesalpiniifolia Benth.
Fabaceae Sabiá 12
0,49
34
Syzygium cumini (L.) Skeels
Myrtaceae Jamelão 11
0,45
35
Senna spectabilis (DC.) H.S.
Irwin & Barneby
Fabaceae São-João 11
0,45
36
Persea americana Mill.
Lauraceae Abacateiro 10
0,41
37
Prosopis ruscifolia Griseb.
Fabaceae Algarobo 10
0,41
38
Schinus terebinthifolia Raddi
Anacardiaceae Aroeira 9
0,36
39
Tibouchina granulosa (Desr.)
Cogn.
Melastomataceae Quaresmeira 9
0,36
40
Acacia farnesiana (L.) Willd.
Fabaceae
Vinhático-de-
espinho
8
0,32
41
Ficus guaranítica Chodat
Moraceae Figueira-branca 8
0,32
42
Anacardium occidentale L.
Anacardiaceae Cajueiro 7
0,28
43
Tipuana tipu (Benth.) Kuntze
Fabaceae Tipuana 7
0,28
44
Triplaris gardneriana Wedd.
Polygonaceae Pajaú 7
0,28
45
Pithecellobium diversifolium
Benth.
Fabaceae
-
6
0,24
46
Simarouba amara Aubl.
Simaroubaceae Pau-paraíba 6
0,24
47
Byrsonima stipulacea A. Juss.
Malpighiaceae Murici-do-litoral 6
0,24
48
Leucaena leucocephala (Lam.)
de Wit
Fabaceae Leucena 5
0,20
49
Artocarpus heterophyllus Lam.
Moraceae Jaqueira 5
0,20
50
Genipa americana L.
Rubiaceae Jenipapo 5
0,20
51
Hovenia dulcis Thunb.
Rhamnaceae Uva-japonesa 5
0,20
52
Sterculia striata A. St.-Hil. &
Naudin
Malvaceae Chichá-do-cerrado
5
0,20
53
Tamarindus indica L.
Fabaceae Tamarindeiro 4
0,16
54
Samanea tubulosa (Benth.)
Barneby & J.W. Grimes
Fabaceae Alfarobo 4
0,16
55
Parkinsonia aculeata L.
Fabaceae Turco 4
0,16
56
Psidium guajava L.
Myrtaceae Goiabeira 3
0,12
57
Pithecellobium diversifolium
Benth.
Fabaceae - 3
0,12
58
Salix babylonica L.
Salicaceae Chorão 3
0,12
59
Psidium cattleianum Sabine
Myrtaceae Araçá 3
0,12
60
Ficus Iyrata Warb.
Moraceae Figueira-lira 3
0,12
61
Dalbergia nigra (Vell.) Allemao
ex Benth.
Fabaceae
Jacarandá-da-
Bahia
3
0,12
62
Schizolobium parahyba (Vell.)
S. F. Blake
Fabaceae Guapuruvu 3
0,12
63
Guarea guidonia (L.) Sleumer
Meliaceae Bilreiro 2
0,08
64
Guazuma ulmifolia Lam.
Malvaceae Embira 2
0,08
65
Triplaris brasiliana Cham.
Polygonaceae
-
2
0,08
- 74 -
Nº
Espécies Família Nome popular P
Pi (%)
66
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
Rutaceae Mamiqueira 2
0,08
67
Araucaria excelsa (Lamb.) R.
Br.
Araucariaceae - 2
0,08
68
Chorisia speciosa A. St.-Hil.
Malvaceae Paineira-rosa 2
0,08
69
Hibiscus pernambucensis
Arruda
Malvaceae Algodão-da-praia 2
0,08
70
Sterculia foetida L.
Malvaceae Chichá-fedorento 1
0,04
71
Trema micrantha (L.) Blume
Cannabaceae Pau-Pólvora 1
0,04
72
Enterolobium contortisiliquum
(Vell.) Morong
Fabaceae Tamboril 1
0,04
73
Artocarpus altilis (Parkinson)
Fosberg
Moraceae Fruta-pão 1
0,04
74
Annona muricata L.
Annonaceae Graviola 1
0,04
75
Dillenia indica L.
Dilleniaceae Árvore-da-pataca 1
0,04
76
Lithrea molleoides (Vell.) Engl.
Anacardiaceae Aroeira-branca 1
0,04
77
Peschiera fuchsiaefolia (A. DC.)
Miers
Apocynaceae Leiteira 1
0,04
78
Anadenanthera macrocarpa
(Benth.) Brenan
Fabaceae Angico 1
0,04
79
Hymenaea courbaril L.
Fabaceae Jatobá 1
0,04
80
Ficus microcarpa L. f.
Moraceae
Figueira-
lacerdinha
1
0,04
81
Albizia julibrissin Durazz.
Fabaceae
Acácia-de-
constantinópola
1
0,04
82
Senna macranthera (DC. ex
Collad.) H.S. Irwin & Barneby
Fabaceae Fedegoso 1
0,04
83
N.I. - -
4
0,16
Total 2469
100,00
As dez espécies mais abundantes foram, respectivamente:
1) Terminalia catappa (Amendoeira)
2) Clitoria fairchildiana (Sombreiro)
3) Pachira aquatica (Monguba)
4) Tabebuia pentaphylla (Ipê-bálsamo)
5) Delonix regia (Flamboyant)
6) Bauhinia variegata (Pata-de-vaca-rosa)
7) Caesalpinia peltophoroides (Sibipiruna)
8) Albizia lebbeck (Língua-de-sogra)
9) Lagerstroemia indica (Resedá)
10) Cassia fistula (Chuva-de-ouro)
A Figura 14 mostra a abundância relativa entre as espécies arbóreas no total das
áreas, excluída a UFBA.
- 75 -
0
2
4
6
8
10
12
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73 76 79 82
Espécies
Pi (%)
Figura 14 – Abundância relativa entre espécies da comunidade arbórea do total (Pi = abundância relativa), conforme Tabela 37.
- 76 -
Houve predomínio de T. catappa, C. fairchildiana e P. aquatica, que juntas
representaram 28,38% da comunidade. Das 82 espécies, as 14 mais abundantes
responderam por 71,56% do total de indivíduos.
Vinte espécies tiveram apenas uma ou duas ocorrências. O índice de diversidade
de Simpson encontrado foi D=20,85 e os índices de Shannon-Wiener foram H=0,785 e
e
H
=32,11. A Tabela 38 mostra o percentual da comunidade representado pela soma das
espécies mais abundantes.
Tabela 38 Percentual da soma das espécies
mais abundantes na Macroárea Lucaia/Costeira.
Nº espécies % total
1
10,80
2
20,48
3
28,38
4
33,89
5
39,24
6
44,06
7
48,56
8
52,85
9
56,58
10
60,06
No total das áreas amostradas foram encontradas 27 famílias botânicas (Tabela
39), as cinco mais abundantes foram: Fabaceae (Pi=44%), Bignoniaceae (Pi=13,1%),
Malvaceae (Pi=11%), Combretaceae (Pi=10,8%) e Moraceae (Pi=4,95%).
Merece destaque o fato de Combretaceae estar representada por apenas uma
espécie, T. catappa. Famílias como Cannabaceae e Annonnaceae apresentaram apenas
um indivíduo.
Tabela 39 Famílias botânicas encontradas na Macroárea
Lucaia/Costeira (P – abundância; Pi abundância relativa).
Família Espécies
P Pi (%)
Fabaceae 31 1085
44,00
Bignoniaceae 6 322
13,10
Malvaceae 7 272
11,00
Combretaceae 1 266
10,80
Moraceae 7 122
4,95
Lythraceae 1 92
3,73
Anacardiaceae 5 79
3,20
Sapindaceae 1 48
1,95
Polygonaceae 3 38
1,54
Casuarinaceae 1 34
1,38
Cecropiaceae 1 19
0,77
Myrtaceae 3 17
0,69
- 77 -
Família Espécies
P Pi (%)
Chrysobalanaceae 1 17
0,69
Lauraceae 1 10
0,41
Melastomataceae 1 9
0,37
Simaroubaceae 1 6
0,24
Malpighiaceae 1 6
0,24
Rubiaceae 1 5
0,20
Rhamnaceae 1 5
0,20
Salicaceae 1 3
0,12
Meliaceae 1 2
0,08
Rutaceae 1 2
0,08
Araucariaceae 1 2
0,08
Annonaceae 1 1
0,04
Cannabaceae 1 1
0,04
Dilleniaceae 1 1
0,04
Apocynaceae 1 1
0,04
N.I. - 4
0,16
Total 82 2469
100,00
A Figura 15 mostra a distribuição do total de indivíduos entre as famílias.
Fabaceae
Bignoniaceae
Malvaceae
Combretaceae
Moraceae
Lythraceae
Anacardiaceae
Outras
Figura 15 – Freqüência de indivíduos da Macroárea Lucaia/Costeira, por família botânica.
Quanto à origem, houve predomínio de exóticas tanto em relação ao número de
espécies (36,6%) quanto ao número de indivíduos, que representou um pouco mais da
metade do total (53,3%).
- 78 -
O número de espécies nativas não regionais (21) foi um pouco inferior ao das
nativas regionais (25), mas estas últimas representaram apenas 17,1% do total de
indivíduos (Tabela 40).
Tabela 40 Origem das espécies e abundância de indivíduos de cada
categoria na Macroárea Lucaia/Costeira (NR - Nativa regional; BR - Nativa não
regional; EX - Exótica; N.I. – Não identificado).
Origem
Nº espécies
P espécies (%)
Nº indivíduos
P indivíduos (%)
NR 25
30,50
423
17,1
BR 21
25,60
651
26,4
EX 30
36,60
1316
53,3
N.I. 6
7,32
79
3,2
Total 82
100,00
2469
100,0
Entre as nativas regionais, as mais freqüentes foram:
1) C. peltophoroides (Sibipiruna)
2) T. avellanedae (Ipê-rosa)
3) C. ferrea (Pau-ferro)
4) C. echinata (Pau-Brasil)
5) S. mombin (Cajazeira)
6) C. pachystachya (Embaúba)
7) P. dubium (Canafístula)
8) L. tomentosa (Oiti-mirim)
9) S. terebinthifolia (Aroeira)
10) T. granulosa (Quaresmeira)
11) A. occidentale (Cajueiro)
12) S. amara (Pau-Paraíba)
Das 82 espécies levantadas, apenas 30 fornecem alimento à fauna (Tabela 41), o
que representou 26,45% do total de indivíduos.
Tabela 41 – Abundância de espécies fornecedoras de alimento na
Macroárea Lucaia/Costeira (P Abundância total; Pi
Abundância relativa).
P Pi (%)
Espécies 30
36,1
Indivíduos 653
26,45
- 79 -
Entre estas, as espécies mais abundantes foram:
1) T. catappa (Amendoeira)
2) P. aquatica (Monguba)
3) M. indica (Mangueira)
4) C. pachystachya (Embaúba)
5) L. tomentosa (Oiti-mirim)
6) S. cumini (Jamelão)
7) P. americana (Abacateiro)
8) P. ruscifolia (Algarobo)
9) S. terebinthifolia (Aroeira)
10) F. guaranitica (Figueira-branca)
Quanto à ocorrência de espécies invasoras, foi detectada a presença das seguintes
espécies arbóreas:
1) Artocarpus heterophyllus (Jaqueira);
2) Azadirachta indica (Nim);
3) Casuarina equisetifolia (Casuarina);
4) Leucaena leucocephala (Leucena);
5) Mangifera indica (Mangueira);
6) Mimosa caesalpiniifolia (Sabiá);
7) Terminalia catappa (Amendoeira).
Além destas, as seguintes palmeiras e espécies arbustivas invasoras tamm
estiveram presentes:
1) Calotropis procera;
2) Tecoma stans (Ipê-amarelo-de-jardim);
3) Elaeis guineensis (Dendezeiro).
Quanto à presença de plantas tóxicas ou com princípios alergênicos, foram
encontradas as seguintes espécies arbustivas, arbóreas e palmeiras:
Thevetia peruviana (Chapéu-de-Napolo);
- 80 -
Nerium oleander (Espirradeira);
Melia azedarach (Cinamomo);
Schinus terebinthifolia (Aroeira);
Lithrea molleoides (Aroeira-branca);
Ficus microcarpa (Figueira-lacerdinha);
Caryota urens (Arecaceae)
- 81 -
DISCUSSÃO
A discussão a seguir busca analisar os resultados obtidos em Salvador, em
comparação com outros estudos no Brasil, à luz da Ecologia e Permacultura.
Ao todo, foram amostrados 2469 indivíduos, pertencentes a 82 espécies, 61
gêneros e 27 famílias. A Tabela 42 mostra a riqueza das áreas de Salvador e de outros
estudos no Brasil. Essa comparação deve levar em conta a diferença de amostragem,
pois conforme aumenta o número de indivíduos amostrados, mais espécies são
descobertas (Ricklefs, 2003).
Tabela 42 Comparação da riqueza entre as áreas e outros estudos no Brasil
(N – nº indivíduos; R – Riqueza; R/N – densidade de espécies; MCRua Miguel
Calmon; DT Dique do Tororó; CC Corredor da Centenário; JMJ Av. Juracy
Magalhães Jr.; VG – Av. Vasco da Gama; ACM – Av. Antonio Carlos Magalhães;
MLC – Macroárea Lucaia/Costeira).
Local N
R
R/N
Referência
MC* 46
3
0,065
-
DT* 127
20
0,157
-
Patos-PB 164
12
0,073
Jacareí-SP 295
28
0,095
Faria; Monteiro; Fisch,
2007.
Pombal-PB 212
8
0,038
Rodolfo Júnior et al.,
2008.
Campina Grande-PB 360
24
0,067
Araújo et al., 2009.
Taubaté/SP 415
50
0,120
Minhoto; Monteiro;
Fisch, 2009.
Mariópolis/PR 424
20
0,047
Silva et al., 2008.
Franca/SP 479
72
0,150
Silva et al., 2008.
CC* 482
31
0,064
-
JMJ* 493
46
0,093
-
VG* 500
53
0,106
-
Sete de Setembro/RS 773
60
0,780
Coletto; Müller;
Wolski, 2008.
ACM* 821
44
0,054
-
Campos de Jordão-SP 836
32
0,038
Andrade, 2002.
Aracaju/SE 1076
23
0,021
Lima Neto et al.,
2007.
Norte do MT 1210
37
0,031
Almeida, 2009.
Uberlândia-MG 1329
30
0,023
Silva et al., 2002.
Pato Branco/PR 1677
55
0,033
Cadorin et al., 2008.
UFBA* 1723
103
0,060
-
Assis/SP 1915
54
0,028
Rossatto; Tsuboy;
Frei, 2008.
MLC* 2469
82
0,033
-
Americana-SP 2551
76
0,030
Silva, 2005.
Maringá/PR 93.261
87
0,001
Blum; Borgo;
Sampaio, 2008.
* áreas em Salvador-BA.
- 82 -
Entre as áreas de Salvador a que apresentou maior número de espécies foi a
UFBA (103), seguida das Avenidas Vasco da Gama (53) e Juracy Magalhães Jr. (43),
contudo este fato sofre influencia do grande número de indivíduos amostrados na UFBA
(1723) e do diferencial desta como campus universitário (conforme demonstrado nos
Resultados).
A densidade de espécies (R/N) refere-se ao número de espécies encontradas em
relação ao total de indivíduos (Odum, 1988). O Dique do Tororó foi o local com maior
densidade em Salvador (0,157), seguido da Avenida Vasco da Gama (0,106) e da Juracy
Magalhães (0,093), mas esse número é favorecido pela baixa amostragem dessa área.
O Dique do Tororó apresentou densidade de espécies equiparável à encontrada
por Silva et al. (2008) em Franca-SP (0,15) e um pouco superior a de Taubaté-SP (0,12),
estudada por Minhoto, Monteiro e Fisch (2009).
As Avenidas Vasco da Gama e Juracy Magalhães Jr. apresentaram uma riqueza
maior do que a encontrada em áreas de Campos de Jordão-SP (Andrade, 2002), Aracaju-
SE (Neto et al., 2006), norte do Mato Grosso (Almeida, 2009) e Uberlândia-MG (Silva et
al., 2002), mesmo considerando a maior amostragem destes estudos.
A riqueza de espécies amostradas na Macroárea Lucaia/Costeira em Salvador
(R=82) foi maior do que a encontrada por Silva (2005) em Americana-SP (R=76) e
consideravelmente elevada se comparado à de Maringá-PR (R=87), conforme Blum,
Borgo e Sampaio (2008), levando-se em conta o grande mero de indivíduos
amostrados nesta (93.261).
Essa elevada riqueza é favorável ao equilíbrio e sustentabilidade pois proporciona
um sistema mais interativo, onde cada função importante é apoiada por diversos
elementos (Mollison e Slay, 1998).
Nas áreas amostradas em Salvador, a família mais abundante em número de
indivíduos foi Fabaceae (44%), seguida de Bignoniaceae (13,1%) e Malvaceae (11%).
Faria, Monteiro e Fisch (2007) encontraram um maior número de espécies de
Fabaceae e Bignoniaceae, em Jacareí-SP, sendo que em número de indivíduos
predominaram as leguminosas. Bortoleto (2004) encontrou na Estância de Águas de São
Pedro-SP, predomínio de Fabaceae, seguida de Bignoniaceae e Moraceae, considerando
árvores, arbustos e palmeiras.
Machado et al. (2006) tamm encontrou predominância de leguminosas entre as
árvores nativas de Teresina-PI, assim como Melo e Chagas (2008), no Campus da
- 83 -
UNIFEOB, em São João da Boa Vista-SP, onde a freqüência de Fabaceae foi em torno de
43%, sendo as outras famílias mais freqüentes Myrtaceae e Bignoniaceae.
Em Franca (SP) Silva et al. (2008) encontraram uma maior abundância de Rutaceae
(15%), seguida de Fabaceae-Caesalpinoideae (11,9%), Anacardiaceae (10,6%), Oleaceae
(10,2%) e Moraceae (8,9%). As famílias Moraceae e Anacardiaceae tiveram relativa
representatividade em Salvador com 4,95% e 3,2% de freqüência, respectivamente.
No Horto Municipal da Barreirinha, em Curitiba-PR, Biondi e Leal (2008)
encontraram, entre árvores, arbustos e trepadeiras, mais espécies de Fabaceae (37),
Myrtaceae (13) e Bignoniaceae (8). Ou seja, assim como ocorre em Salvador, é comum a
alta freqüência de leguminosas e bignoniáceas na arborização de ruas do país.
Fabaceae é uma das maiores famílias de angiospermas, ocorrendo no Brasil cerca
de 200 gêneros e 1500 espécies. É a principal família usada na arborização urbana do
Brasil e muito importante economicamente (Souza e Lorenzi, 2005).
Está incluída entre as principais famílias na maioria dos ecossistemas naturais
brasileiros e tem como uma importante função ecológica a fixação de nitrogênio, por meio
da associação com bactérias do gênero Rhyzobium (Souza e Lorenzi, 2005).
Mollison e Slay (1998) destacam o papel das leguminosas, principalmente das
pioneiras, na construção do solo e fornecimento de matéria orgânica e abrigo para
árvores de crescimento lento.
O uso de recursos biológicos é uma ótima estratégia, sempre que possível, para
economizar energia, a exemplo da utilização da adubação verde ao invés de fertilizantes
nitrogenados e o emprego de plantas no combate de pragas (Mollison e Slay, 2008).
Contudo, a adubação verde, por si só, não enriquece o teor de matéria orgânica do
solo, pois, pelo fato de ser uma adubação nitrogenada, acaba consumindo-a (Primavesi,
2002).
Diversidade
Mollison e Slay (1998) ressaltam a importância de se praticar a diversidade
policultural, que traz estabilidade e prepara o sistema para eventuais mudanças sociais e
ambientais.
A comparação da diversidade entre as áreas estudadas deve levar em conta a
diferença de amostragem. O índice de diversidade de Simpson é dependente do tamanho
- 84 -
da amostra. Seu valor máximo é o número de espécies encontradas (Ricklefs, 2003).
Comparando-se as três áreas de Salvador com amostras de tamanho parecido, concluiu-
se que a Av. Juracy Magalhães apresenta maior diversidade (D=18,22), seguida da Vasco
da Gama (17,17) e do Corredor da Centenário (11,14).
O índice de Shannon-Wiener (h) é relativamente independente da amostragem
(Odum, 1988). A ordem acima se confirma com o cálculo deste, onde as três áreas
apresentam-se com os maiores índices de diversidade (0,841; 0,823; e 0,794,
respectivamente). A UFBA mostrou diversidade semelhante ao Corredor da Centenário
(H=0,794), a Av. ACM ficou em quarto lugar com H=0,758, seguida do Dique do Tororó
com H=0,74 e da R. Miguel Calmon (H=0,54), como ilustra a Tabela 43.
Tabela 43 Comparação da diversidade entre as áreas de
Salvador (N nº indivíduos; D – Índice de diversidade de
Simpson; H – Índice de Shannon-Wiener).
Local N D H
R. Miguel Calmon 46
1,54
0,540
Dique do Tororó 127
5,19
0,740
Corredor da Centenário 482
11,14
0,794
Av. Juracy Magalhães Jr. 493
18,22
0,841
Av. Vasco da Gama. 500
17,17
0,823
Av. ACM 821
11,89
0,758
UFBA* 1723
22,36
0,794
Macroárea Lucaia/Costeira 2469
20,85
0,785
Para comparação com outras cidades brasileiras, será levada em conta a
porcentagem do total de indivíduos representada pelas espécies mais abundantes. Os
resultados obtidos na Macroárea Lucaia/Costeira, em Salvador, encontram-se na Tabela
44. Houve predomínio de amendoeiras (T. catappa), sombreiros (C. fairchildiana) e
mongubas (P. aquatica), que juntas representaram 28,38% da comunidade.
Tabela 44 Percentual da soma das espécies
mais abundantes na Macroárea Lucaia/Costeira.
Nº espécies % total
1 10,80
2 20,48
3 28,38
4 33,89
5 39,24
6 44,06
7 48,56
8 52,85
9 56,58
10 60,06
- 85 -
Algumas cidades brasileiras apresentam baixíssima diversidade, com domincia
de poucas espécies. Rodolfo Júnior et al. (2008) na cidade de Pombal-PB, encontrou
predomínio de F. benjamina e S. siamea que juntas foram responsáveis por
aproximadamente 77% do total de indivíduos. No norte do Mato Grosso, Almeida (2009)
encontrou que as três espécies mais frequentes representavam 79,1% do total de
indivíduos, das cidades estudadas. Andrade (2002) encontrou que 87,8% dos indivíduos
arbóreos de Campos de Jordão pertenciam a duas espécies. Das 12 espécies
encontradas em Patos-PB, somente duas foram responsáveis por 83,53% das árvores
amostradas (Melo; Lira Filho; Rodolfo Júnior, 2007). Estes valores de dominância são
muito superiores aos encontrados na capital baiana.
Na Macroárea, em Salvador, as oito espécies mais abundantes responderam por
um pouco mais da metade (52,85%) da comunidade arbórea. Em Jacareí-SP as quatro
espécies mais freqüentes representaram em torno de 52% dos indivíduos (Faria;
Monteiro; Fisch, 2007), assim como em Taubaté-SP (Minhoto; Monteiro; Fisch, 2009). No
bairro estudado por Araújo et al. (2009), em Campina Grande-PB, a espécie F. benjamina
foi a mais freqüente (51,95%) e as cinco mais abundantes totalizaram 83,62% da
comunidade arbórea. Em Uberlândia-MG as cinco espécies mais frequentes
representaram 67,2% do total de indivíduos (Silva et al., 2002). Sete espécies respondiam
por 70% da arborização de Sete de Setembro-RS (Coletto; Müller; Wolski, 2008).
As dez espécies mais freqüentes, em Salvador-BA representaram 60,06% do total
da comunidade arbórea. Valor próximo ao de Franca-SP, 64,5% (Silva et al., 2008).
Em Assis-SP, Rossatto, Tsuboy e Frei (2008) encontraram predomínio de L.
tomentosa (21,41%) e as dez espécies mais frequentes foram responsáveis por 82,77%
dos espécimes. Em Maringá-PR, as dez espécies mais frequentes responderam por
74,76% da arborização de vias públicas (Sampaio e De Angelis, 2008).
Em Águas de São Pedro-SP, ocorreu maior diversidade que em Salvador, pois a
soma das dez espécies mais abundantes respondeu por 48,33% do total de indivíduos,
apesar de C. peltophoroides apresentar freqüência de 13,63% (Bortoleto et al., 2007).
Portanto, a Macroárea Lucaia/Costeira, em Salvador, apresenta considerável
diversidade em comparação a outras cidades brasileiras, mas está longe do ideal, devido
à dominância de poucas espécies e presença de muitas espécies com poucos indivíduos.
Para Silva et al. (2008) o baixo número de indivíduos de algumas espécies é decorrente
de plantios realizados pelos próprios moradores.
- 86 -
A estabilidade, obtida através da diversidade, depende da cooperação entre as
espécies. É necessário que estas o causem prejuízos umas às outras. Alguns detalhes
importantes a serem conhecidos na hora da escolha de árvores para crescerem juntas
são: a estrutura da árvore madura, o que interfere no sombreamento dos indivíduos ao
redor; a tolerância à sombra; a altura das árvores na maturidade, para decidir a
localização e necessidades de espaço; a necessidade de umidade; e a ocorrência de
alelopatia (Mollison e Slay, 1998).
As espécies
Sempre que possível, deve-se utilizar espécies nativas ou aquelas adaptadas e
reconhecidas como benéficas (Mollison e Slay, 1998). Deve ser respeitada a aptidão
ecológica de cada espécie (Lorenzi, 2002).
As plantas distinguem-se em relação ao seu comportamento ambiental. As
pioneiras crescem na mata jovem (capoeira). As secundárias predominam no estágio
intermediário e as clímaxes crescem e reproduzem-se somente na floresta madura
(Lorenzi, 2002).
A natureza encarrega-se de transformar numa floresta qualquer área coberta com
solo e sem vegetação. Nos primeiros anos desenvolvem-se apenas herbáceas anuais,
herbáceas perenes e arbustivas perenes. Somente depois de quatro anos surgem as
primeiras arbóreas pioneiras e após o sombreamento da área aparecem as espécies
secundárias e clímaxes (Lorenzi, 2002). As plantas iniciais da sucessão modificam o
ambiente e facilitam o estabelecimento das espécies mais tardias, ou seja, cada estágio
pavimenta o caminho para o próximo” (Ricklefs, 2003).
Mollison e Slay (1998) destacam a importância de se promover a sucessão natural,
ao invés de lutar contra este processo à custa de trabalho e energia.
Quanto à origem das espécies, na amostragem de Salvador houve predomínio de
exóticas tanto em relação ao mero de espécies (36,6%) quanto ao número de
indivíduos (53,3%). O número de espécies nativas não regionais (21) foi um pouco inferior
ao das nativas regionais (25), mas estas últimas representaram apenas 17,1% do total de
indivíduos.
Muitos autores não fazem distinção entre as espécies nativas regionais eo
regionais. Melo e Chagas (2008) encontraram, na UNIFEOB, em São João da Boa Vista,
- 87 -
19 espécies nativas e 9 exóticas. Faria, Monteiro e Fisch (2007) encontraram igual
número de espécies entre nativas e exóticas (sendo a maior parte destas, frutíferas
plantadas pela população). Em Assis-SP, o número absoluto de árvores nativas foi quatro
vezes maior que o de exóticas, apesar do número de espécies exóticas ser maior
(Rossatto; Tsuboy; Frei, 2008). Estes estudos, portanto, subestimaram a presença de
organismos exóticos ao bioma local.
Porém, mesmo quando não há distinção entre nativas regionais e não regionais, na
maior parte dos estudos prevalece o predomínio de exóticas ao Brasil. Araújo et al. (2009)
encontrou o dobro de espécies exóticas em relação a nativas. Almeida (2009) em cidades
do norte do Mato Grosso encontrou que 56,8% das espécies eram exóticas. Na Estância
Turística de Águas de São Pedro, houve predomínio de espécies exóticas (61,33%)
(Bortoleto et al., 2007), assim como em Sete de Setembro-RS com 58,3% das espécies
(Coletto; Müller; Wolski, 2008). Teixeira e Santos (2007) encontraram 71,7% de indivíduos
exóticos. Segundo Lorenzi et al. (2003) as exóticas representam cerca de 80% das
espécies usadas no país.
Considerando-se a importância das variações regionais, dentro do mesmo país,
muitos autores fazem a separação daquelas espécies do bioma local. Contudo, essa
definição varia em virtude do território considerado.
Silva et al. (2008) encontrou em Franca-SP, 68,5% dos indivíduos exóticos e 31,5%
nativos do Brasil. Destes, apenas 8,3% eram nativos da região. Blum, Borgo e Sampaio
(2008) encontraram em Marin muitas espécies exóticas ao Brasil (55,2%), além de
20,7% exóticas ao ecossistema natural de Maringá.
Silva et al. (2008) mostraram que as espécies mais abundantes na arborização de
Mariopólis não têm nenhuma identidade com o bioma local. No total, ocorreram oito
espécies nativas do Brasil, três do bioma local e 12 exóticas (sendo seis destas
consideradas invasoras no Paraná).
Das 55 espécies inventariadas por Cadorin et al. (2008), em Pato Branco-PR, 25
são nativas e apenas 11 são do bioma local, sendo a freqüência de indivíduos arbóreos
nativos bem menor que a de exóticas.
Em Salvador ocorreu boa representatividade das espécies nativas regionais (17,1%
do total de indivíduos), em comparação a outras localidades do Brasil. Contudo deve-se
levar em conta o amplo território considerado (Domínio da Mata Atlântica no estado da
Bahia).
- 88 -
Blum, Borgo e Sampaio (2008) ressaltam que nem toda espécie exótica traz
prejuízos ambientais, mas é preciso valorizar a riqueza florística regional. Machado et al.
(2006) encontraram 48 espécies nativas em parques e praças de Teresina-PI, mas
afirmam a importância do estudo de espécies com potencial para arborização de calçadas
laterais.
Lorenzi (2002) argumenta que nem todas as espécies de árvores nativas são
adequadas para o plantio em áreas urbanas, contudo, a maior parte pode ser plantada em
grandes avenidas, praças e parques. A indisponibilidade de mudas é a principal
dificuldade para o uso destas.
Funcionalidade
A importância da diversidade em um sistema não está somente no número de
elementos presentes, mas, principalmente, na quantidade de conexões funcionais entre
estes (Mollison e Slay, 1998).
“Cada elemento no sistema deverá ser escolhido e posicionado de forma a
executar o maior número possível de funções (Mollison e Slay, 1998). Segundo estes, as
árvores podem servir para: controle da erosão, condicionamento do solo, controle do
clima, manutenção da vida selvagem, como ornamentais, quebra-ventos, para
fornecimento de sementes, alimento, remédios, entre outras funções.
Das 82 espécies levantadas em Salvador, apenas 30 fornecem alimento à fauna, o
que representou 26,45% do total de indivíduos. Silva et al. (2008) encontraram, em
Franca-SP, 65% dos indivíduos com potencial para alimentação de aves e morcegos,
número bastante superior ao encontrado na capital baiana. Contudo, em Salvador não foi
considerado o alimento para visitantes florais.
Morrow (2003) julga necessário, para a sustentabilidade, trazer a produção de
alimentos de volta às cidades, usar o máximo da capacidade de tudo e ajudar a tornar as
pessoas independentes.
Sobre a alimentação humana, Rossato et al. (2008) encontraram, em Assis-SP, 11
indivíduos de frutíferas, que correspondiam a 0,5% da comunidade, o que para eles indica
pouca interferência da população. Coletto, Müller e Wolski (2008) encontraram
significativo número de espécies frutíferas (16), compondo 12% do total de indivíduos.
- 89 -
Para eles o plantio destas, em geral, é feito de forma espontânea pela população, visando
à alimentação.
O uso de espécies com frutos grandes em calçadas é inviável (Pivetta e Silva Filho,
2002), contudo estas podem ser usadas em canteiros largos e praças, como proposto
pela Lei Municipal 4.456 de 09 de Dezembro de 1991, que trata do plantio de árvores
frutíferas nas avenidas de vale, bem como nas avenidas que disponham de áreas
marginais favoráveis para tal.
Deve-se levar em conta que cada elemento do sistema, para funcionar
eficientemente, deve estar posicionado no lugar certo, de forma que facilite suas
interações com outros elementos (Mollison e Slay, 1998), estes autores destacam as
seguintes questões para basear estratégias:
Que uso tem os produtos deste elemento, em particular, para as necessidades
dos outros elementos?”;
Quais serão as necessidades deste elemento que serão supridas pelos
outros?”;
De que forma este elemento é incompatível com os outros?”;
De que forma este elemento beneficia outras partes do sistema?”.
Espécies com folhas caducas em calçadas prejudicam o sistema de drenagem e,
assim como frutos grandes, trazem muita sujeira (Pivetta e Silva Filho, 2002). Devem,
portanto, ser evitadas, assim como a introdução de espécies potencialmente invasoras,
que podem romper o balanço natural do ambiente (Mollison e Slay, 1998).
Ocorreram na cidade de Salvador, 11 espécies potencialmente invasoras, entre
árvores, arbustos e palmeiras, com destaque para a amendoeira (T. catappa), espécie de
maior freqüência na cidade.
Em via pública de Pato Branco-PR, a espécie predominante tamm foi invasora
(Silva et al., 2007). Coletto, Müller e Wolski (2008) encontraram 11 espécies invasoras em
Sete de Setembro-RS. Blum, Borgo e Sampaio (2008) levantaram 16 em Maringá-PR.
No Horto Municipal da Barreirinha, Curitiba-PR, 6,67% das espécies produzidas
eram consideradas invasoras no Brasil e 3,03% no Paraná (Biondi e Leal, 2008).
Blum, Borgo e Sampaio (2008) levantaram que 5,5% da arborização de Maringá é
composta por 16 espécies consideradas invasoras no estado do Paraná. Na área urbana
de Curitiba, Biondi e Macedo (2008) encontraram, entre plantas de todos os hábitos, 23
espécies consideradas invasoras no Brasil e oito invasoras para a região.
- 90 -
Das espécies que ocorreram em Salvador merecem destaque as mangueiras (M.
indica) e jaqueiras (A. heterophyllus), fornecedoras de alimento; e o dendezeiro (E.
guineensis), de importância cultural para a cidade. O uso destas pode ser feito se não
oferecer risco de contaminação em áreas de conservação da flora local.
As outras espécies encontradas devem ter seu uso evitado, são elas: amendoeira
(T. catappa); casuarina (C. equisetifolia); leucena (L. leucocephala); sabiá (M.
caesalpiniifolia); nim (A. indica); ipê-amarelo-de-jardim (T. stans); e C. procera.
Quanto à presença de plantas tóxicas ou com princípios alergênicos, foram
encontradas sete espécies, arbustivas, arbóreas ou palmeiras.
Entre as plantas produzidas no Horto Municipal de Barreirinha (Curitiba-PR), 15
espécies apresentaram princípios tóxicos (Biondi e Leal, 2008). Cavalcanti et al. (2003)
encontraram que 4,4% das espécies arbóreas e 19% dos outros vegetais ornamentais
produzidos no Horto Florestal Lauro Pires Xavier, em Campina Grande-PB, apresentavam
algum princípio tóxico.
Entre as plantas encontradas em Salvador, estão as espirradeiras (Nerium
oleander) e chapéu-de-Napoleão (Thevetia peruviana), espécies amplamente usadas no
paisagismo (Lorenzi, 2001), porém, muito tóxicas, podendo levar à morte (SINITOX,
2009).
Outras plantas tóxicas, cujo uso deve ser evitado, foram: o cinamomo (Melia
azedarach), a aroeira-branca (Lithrea molleoides), Caryota urens (Arecaceae) e a figueira-
lacerdinha (F. microcarpa). Esta última tem suas folhas, geralmente, atacadas por trips
que causam incômodos respiratórios e aos olhos (Lorenzi, 2003).
Entre as alergênicas é importante comentar sobre a aroeira (S. therebinthifolia),
uma espécie nativa regional, pioneira, medicinal, que proporciona alimento para a fauna,
mas pode provocar alergia em pessoas sensíveis (Lorenzi, 2002; Lorenzi e Matos, 2000),
portanto o uso desta, em virtude de tantos benefícios, deve ser feito de forma criteriosa,
em locais onde não haja fluxo constante de pessoas.
Sobre o uso de espécies arbustivas e palmeiras, no total das Avenidas ACM,
Juracy Magales Jr. e Vasco da Gama, foram amostrados 1164 indivíduos não-
arbóreos, junto aos 1814 indivíduos arbóreos. Volpe-Filik, Silva e Lima (2007), também
encontraram grande número de arbustos e palmeiras, inclusive prevalecendo sobre as
árvores.
Arbustos não proporcionam os mesmo benefícios que árvores, mas ajudam no
estabelecimento de condições microclimáticas e na supressão de capins. Porém, não
- 91 -
devem ser plantados tão próximos das árvores para não competirem (Mollison e Slay,
1998)
Um ponto importante a ressaltar é o uso de coqueiros (Cocos nucifera). Suas
grandes palhas e frutos (cocos) os tornam inviáveis para áreas de trânsito de pedestres.
O plantio nestes lugares exige constante manutenção e, portanto, um custo energético
(econômico).
Como destaca Morrow (2003), devem-se buscar soluções, não problemas,
trabalhar onde vale a pena e minimizar os gastos com manutenção e energia.
Outro ponto importante do planejamento energético eficiente é o posicionamento
dos elementos em zonas e setores. As zonas tratam da freqüência com que os elementos
são visitados e os setores tratam das energias, não controláveis, que vêm de fora do
sistema (Mollison e Slay, 1998).
Os componentes que exigem observação rotineira, visitas frequentes e trabalho
intensivo devem ser posicionados próximos ao centro de atividades, ou perde-se muito
tempo, esforço e energia visitando-os (Mollison e Slay, 1998).
Com base nisso, sugere-se posicionar os órgãos da Prefeitura responsáveis pela
manutenção da arborização de forma que não sejam necessários grandes deslocamentos
para alcançar todos os pontos da cidade, podendo inclusive criar-se mais de um centro de
atividades. A produção local de mudas (por meio de um Viveiro Municipal), tamm
diminui os custos com deslocamento, assim como a produção local de adubo (composto).
O planejamento de setores envolve energias e elementos como o sol, vento, chuva
e fluxo de água (Mollison e Slay, 1998), em Salvador merecem destaque fatores como
ventos frios e salinos e áreas sujeitas a enchentes.
Um bom design permacultural faz uso das energias naturais que entram no sistema
e daquelas geradas dentro deste, visando interromper fluxos de nutrientes e energias que
saem do local e transformá-los em ciclos completos (Mollison e Slay, 1998).
A regeneração dos nutrientes em ambientes terrestres ocorre no solo. A
produtividade das plantas depende da reciclagem da serrapilheira e de outros detritos
orgânicos (Ricklefs, 2003). É extremamente necessário o retorno da matéria orgânica ao
solo. Sua reposição periódica é indispensável, devido à rápida decomposição desta em
clima tropical úmido. A incorporação de palha ou qualquer outro material celulósico, na
superfície, é adequada (Primavesi, 2002).
Apesar da pobreza mineral dos solos tropicais, não há problemas enquanto a
bioestrutura for boa. A conservação desta condição depende, entre outras ações, da
- 92 -
proteção contra chuvas e insolação, reposição de matéria orgânica, manutenção de clima
favorável e utilização de técnicas que evitem a compactação e adensamentos (Primavesi,
2002)
Portanto, a matéria orgânica resultante da poda em canteiros largos, se mantida no
solo, melhora sua fertilidade e, consequentemente, o desempenho da vegetação. Deve-
se, porém, separar o lixo que, por ventura, esteja presente.
Com a devida informação, pode-se pensar de forma multidisciplinar e projetar
sistemas sustentáveis, produtivos e que economizem energia e dinheiro (Mollison e Slay,
1998), segundo estes autores:
“A Permacultura não é intensiva em energia ou em capital, mas o é na informação”.
- 93 -
CONCLUSÕES
Em virtude do exposto, conclui-se que na comunidade arbórea analisada em ruas e
praças de Salvador-BA há:
grande riqueza de espécies, em comparação com outras localidades do Brasil;
dominância de poucas espécies, mas a diversidade mostrou-se maior que a de
muitas cidades brasileiras;
predomínio de espécies e indivíduos exóticos e baixa representatividade de
espécies nativas regionais;
baixa freqüência de espécies que oferecem alimento à fauna;
espécies potencialmente invasoras, tóxicas e alergênicas.
Além disso, percebeu-se que um considerável predomínio de leguminosas
(Fabaceae) e que a arborização dos campi da Universidade Federal da Bahia, em
Salvador, diferencia-se do restante da cidade, em virtude da riqueza e composição
específica.
Alguns princípios e práticas da Permacultura podem ser adotados na arborização
de ruas e praças (ver Recomendações), como: uso de espécies nativas, promoção da
sucessão natural e da diversidade, manutenção da fertilidade do solo, uso de recursos
biológicos, produção local de alimentos, zoneamento, setorização, entre outros.
- 94 -
RECOMENDAÇÕES
Para uma arborização sustentável e, portanto, ecológica, algumas diretrizes podem
ser seguidas (baseado em Odum, 1988; Mollison e Slay, 1998; Morrow, 2003; Ricklefs,
2003):
Implementar um Plano Diretor de Arborização Urbana.
Planejar a arborização do município a longo prazo, para a remoção e substituição
de árvores.
Usar espécies nativas do bioma local, ou adaptadas benéficas.
o usar espécies invasoras ou tóxicas.
Usar grande diversidade de espécies.
Preservar a diversidade genética.
Estudar a possibilidade de implantação de corredores ecológicos.
Evitar podas drásticas e desnecessárias.
Realizar podas com orientação técnica qualificada.
o usar espécies que exijam constante manutenção.
Evitar grandes deslocamentos no manejo da arborização, por meio da criação de
macroáreas com distintos centros de atividades.
Minimizar o uso de combustíveis fósseis no trato da arborização.
Implantar um Viveiro Municipal para produção de mudas.
Implantar uma Usina de Compostagem Municipal para produção de composto.
Preservar a vida e fertilidade do solo.
Incorporar restos de poda e capinas na superfície do solo.
Evitar o uso de agroquímicos no tratamento fitossanitário, priorizando métodos
alternativos.
Usar recursos biológicos, como adubação verde e biofertilizantes.
Priorizar a manutenção de áreas permeáveis e subsolo livre em calçadas.
Promover a sucessão natural.
Respeitar a aptio ecológica de cada espécie.
Promover o uso de quebra-ventos e sombreamento de espécies secundárias.
Posicionar os elementos urbanos de forma a beneficiar ou não prejudicar as
árvores, como redes de distribuição de energia compactas ou subterrâneas.
- 95 -
Priorizar a permanência das árvores quando em situações de conflito com
elementos urbanos, sempre que possível.
Selecionar espécies que possuam diversos atributos (ornamentação, conservação
da fauna e flora, alimentação, artesanato, entre outros).
Ter pleno conhecimento do ecossistema local quanto aos fatores abióticos, no
planejamento da arborização urbana.
Fazer plantios densos e estratificados em canteiros de grandes dimensões.
Promover a educação ambiental e a ecopedagogia no sentido de desenvolver uma
relação harmônica entre a população e as árvores.
Promover a auto-suficiência e responsabilidade comuniria.
- 96 -
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIRRE JÚNIOR, J. H. de; VOLPE-FILIK, A; LIMA, A. M. L. P. Programa amiga árvore:
plantio de árvores em vias públicas na cidade de Piracicaba/SP. Revista da Sociedade
Brasileira de Arborização Urbana, v. 2, n. 2, 2007.
AGUIRRE JÚNIOR, J. H. de; ,LIMA, A. M. L. P. Uso de árvores e arbustos em cidades
brasileiras. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba - SP, v. 2,
n. 4, p. 50-66, 2007.
AKBARI, H.; POMERANTZ, M.; TAHA, H. Cool surfaces and shade trees to reduce energy
use and improve air quality in urban areas. Solar Energy, Great Britain, v. 70, n. 3, p. 295–
310, 2001.
ALMEIDA, D. N. de. Análise da arborização urbana de cinco cidades da região Norte do
estado de Mato Grosso. 2009. 62 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e
Ambientais) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais, Faculdade
de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá. 2009.
ALMEIDA, A. R. de; ZEM, L. M.; BIONDI, D. Relação observada pelos moradores da
cidade de Curitiba-PR entre a fauna e árvores frutíferas. Revista da Sociedade Brasileira
de Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v. 4, n. 1, p. 3-20, 2008.
ALMEIDA, W. R. de et al. Contextualização sobre Espécies Exóticas Invasoras: Dossiê
Pernambuco. AMANE/TNC/CEPAN/CI-Brasil, Recife-PE. 2009.
ALTIERI, M. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. 4 ed. Porto
Alegre: Editora da UFRGS, 2004.
ALVEY, A. A. Promoting and preserving biodiversity in the urban forest. Urban Forestry &
Urban Greening, München, v. 5, p. 195–201, 2006.
AMARAL, R. D. de A. M. Diagnóstico da ocorrência de cupins xilófagos em árvores
urbanas do bairro de Higienópolis, na cidade de São Paulo. 2002. 85 f. Dissertação
(Mestrado em Recursos Florestais) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,
Universidade de São Paulo, Piracicaba. 2002.
ANDRADE, T. O. de. Inventário e análise da arborização viária da estância turística de
Campos do Jordão, SP. 2002. 129 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba. 2002.
ARAÚJO, A. C. de et al. Análise quali-quantitativa da arborização no Bairro Presidente
Médici, Campina Grande-PB. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana,
Piracicaba – SP, v. 4, n. 1, p. 133-144, 2009.
BARBOSA, R. V. R. Áreas verdes e qualidade térmica em ambiente urbanos: estudo em
microclimas de Maceió (AL). 2005. 135 f. Dissertação (Mestrado Ciências da Engenharia
Ambiental) - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental, Escola
de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos. 2005.
- 97 -
BARBOSA, J. S. F. et al. Petrografia e Litogeoquimica das Rochas da Parte Oeste do Alto
de Salvador, Bahia. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo - SP, v. 35, 2005.
BAUMGARTEN, H. A administração das áreas verdes blicas e espaços livres nas
cidades alemãs. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba
SP, v. 1, n. 1, 2006.
BIONDI, D.; LEAL, L. Caracterização das Plantas Produzidas no Horto Municipal da
Barreirinha - Curitiba / PR. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana,
Piracicaba-SP, v. 3, n. 2, p. 20-36, 2008.
BIONDI, D.; PEDROSA-MACEDO, J. H. Plantas invasoras encontradas na área urbana
de Curitiba (PR). Floresta, Curitiba - PR, v. 38, n. 1, 2008.
BITTENCOURT, A. C. da S. P. Alguns aspectos da sedimentação recente na Costa
Atlântica de Salvador. 1971. Dissertação (Mestrado em Geociências) Instituto de
Geociências, Universidade Federal da Bahia, Salvador. 1971.
BLUM, C. T.; BORGO, M.; SAMPAIO, A. C. F. Espécies exóticas invasoras na
arborização de vias públicas de Maringá-PR. Revista da Sociedade Brasileira de
Arborização Urbana, Piracicaba - SP, v. 3, n. 2, p.78-97, 2008.
BOBROWSKI, R.; BIONDI, D.; BAGGENSTOSS, D. Composição de canteiros na
arborização de ruas de Curitiba (PR). Revista da Sociedade Brasileira de Arborização
Urbana, Piracicaba – SP, v. 1, n. 1, p. 44-61, 2009.
BORTOLETO, S. Inventário quali-quantitativo da arborização viária da Estância de Águas
de São Pedro-SP. 2004. 99 f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) - Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba. 2004.
BORTOLETO S.; SILVA FILHO, D. F. da; LIMA, A. M. L. P. Prioridades de manejo para a
arborização viária da Estância de Águas de São Pedro-SP, por setores. Revista da
Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v. 1, n. 1, 2006.
BORTOLETO, S. et al. Composição e distribuição da arborização viária da Estância de
Águas de São Pedro-SP. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana,
Piracicaba – SP, v. 2, n. 3, 2007.
BRITO, F. L. Direito à calçada: o espaço e o pedestre na cidade de Salvador. 2008.
Dissertação (Mestrado em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Social)
Universidade Católica do Salvador, Salvador. 2008
BRUN, F. G. K.; LINK, D.; BRUN, E. J. O emprego da arborização na manutenção da
biodiversidade de fauna em áreas urbanas. Revista da Sociedade Brasileira de
Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v. 2, n. 1, 2007.
BRUN, F. G. K. et al. Legislações municipais do Rio Grande do Sul referentes à
arborização urbana estudo de casos. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização
Urbana, Piracicaba – SP, v. 3, n. 3, p. 44-64, 2008.
- 98 -
BRYANT, M. M. Urban landscape conservation and the role of ecological greenways at
local and metropolitan scales. Landscape and Urban Planning, USA, v. 76, p. 23–44,
2006.
BUCCHERI FILHO, A. T.; NUCCI, J. C. Espaços livres, áreas verdes e cobertura vegetal
no Bairro Alto da XV, Curitiba/PR. Revista do Departamento de Geografia, Rio de Janeiro
- RJ, v. 18, p. 48-59, 2006.
CADORIN, D. A. et al. Características da arborização dos bairros Cadorin, Parzianello e
La Salle em Pato Branco PR. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana,
Piracicaba – SP, v. 3, n. 4, p. 40-52, 2008.
CAPORAL, F. R.; COSTABEBER, J. A.; PAULUS G. Agroecologia: matriz disciplinar ou
novo paradigma para o desenvolvimento rural sustentável. 2006. Brasília, DF. Disponível
em: http://www.itcp.usp.br/drupal/files/itcp.usp.br/Agroecologia.pdf . Acesso em: 15 dez.
2009.
CARSAN, S.; WESONGA, G.; WAMBUGU, M. Promovendo a integração da
agrossilvicultura na cidade e periferia de Kisumu. Revista Agricultura Urbana. Havana, n.
13. Acesso em: dez. 2009. Disponível em:
http://www.ipes.org/index.php?option=com_content&view=article&id=111&Itemid=135.
CARVALHO, G. M. de; ROQUE, N.; GUEDES, M. L. S. Levantamento das espécies
arbóreas da Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia. Sitientibus. Série Ciências
Biológicas, Feira de Santana – BA, v. 7, n. 4, p. 377-387, 2007.
CAVALCANTI, M. L. F et al. Identificação dos vegetais tóxicos da cidade de Campina
Grande-PB. Revista de Biologia e Ciências da Terra, Campina Grande PB, v. 3, n. 1,
2003.
CAZNOK, J. Arborização urbana no município de Criciúma, Santa Catarina:
potencialidade das espécies nativas. 2008. 78 f. Dissertação (Mestrado em Ciências
Ambientais) - Programa de Pós-Graduação em Cncias Ambientais, Universidade do
Extremo Sul Catarinense, Criciúma. 2008.
CHÃO VERDE Ltda. SPJ – Corredor da Centenário. SPJ/PMS. Salvador, BA. 2002.
COELHO, S. dos S.;SERPA, A. Transporte coletivo nas periferias metropolitanas: estudos
de caso em Salvador, Bahia. Geografia, Rio Claro - SP, v. 26, n. 2, p. 91-126, 2001.
COLETTO, E. P.; MÜLLER, N. G.; WOLSKI, S. S. Diagnóstico da arborização das vias
públicas do município de Sete de Setembro RS. Revista da Sociedade Brasileira de
Arborização Urbana, Piracicaba - SP, v. 3, n. 2, p.110-122, 2008.
CONDER - Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia. Atlas do
Desenvolvimento Humano da Região Metropolitana de Salvador. Salvador: CONDER.
PNUD. Fund. João Pinheiro, 2006.
- 99 -
CORRÊA, L. da R. Relação entre o critério socioeconômico e parâmetros ecológicos
relativos à arborização viária de Canoas, Brasil. Pesquisas, Botânica. São Leopoldo - RS,
n. 57, p. 303-318, 2006.
COSTA, R. G. S.; FERREIRA, C. C. M. Análise do índice de áreas verdes (IAV) na área
central da cidade de Juiz de Fora, MG. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização
Urbana, Piracicaba – SP, v. 4, n. 1, p. 39-57, 2009.
CRA - Centro de Recursos Ambientais (BA). Baía de Todos os Santos e Litoral Norte.
Salvador: CRA, 2002. v. 3. Série Áreas de Proteção Ambiental.
DANTAS, I. C.; SOUZA, C. M. C. de. Arborização urbana na cidade de Campina Grande -
PB: Inventário e suas espécies. Revista de Biologia e Ciências da Terra, Campina Grande
– PB, v. 4, n. 2, 2004.
DE ANGELIS, B. L. D.; CASTRO, R. M. De; DE ANGELIS NETO, G. Ocorrência do
cancro de tronco em árvores de acompanhamento viário na cidade de Maringá, Paraná.
Revista da Sociedade Brasileira de Arborizão Urbana, Piracicaba – SP, v. 2, n. 2, 2007.
DE ANGELIS NETO et al. O controle de processos em áreas urbanas com uso da
vegetação. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v. 1,
n. 1, 2006.
DIMOUDI, A.; NIKOLOPOULOU M. Vegetation in the urban environment: microclimatic
analysis and benefits. Energy and Buildings, USA, v. 35, p. 69-76, 2003.
DONOVAN, G. H.;BUTRY, D. T. The value of shade: Estimating the effect of urban trees
on summertime electricity use. Energy and Buildings, USA, v. 41, p. 662-668, 2009.
DRESCHER, A. W.; JACOBI, P.; AMEND, J. Segurança Alimentar Urbana - Agricultura
urbana, uma resposta à crise? Revista Agricultura Urbana, Havana, n. 1. Disponível em:
http://www.ipes.org/index.php?option=com_content&view=article&id=111&Itemid=135.
Acesso em: dez. 2009.
DUARTE, F. G. et al. Cupins (insecta: isoptera) na arborização urbana da Zona 1 de
Maringá-PR. Revista em Agronegócios e Meio Ambiente, Maringá - PR, v. 1, n. 1, p. 87-
99, 2008.
FARIA, J. L. G.; MONTEIRO, E. A.; FISCH, S. T. V. Arborização de vias públicas do
município de Jacareí – SP. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana,
Piracicaba - SP, v. 2, n. 4, p. 20-33, 2007.
FERNANDES, J. A. De cunhã a mameluca: a mulher tupinambá e o nascimento do Brasil.
João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2003.
FERNANDES, R. B. Processos recentes de urbanização/segregação em Salvador: O
Miolo, região popular e estratégica da cidade. Revista Bibliográfica de Geografía y
Ciencias Sociales, Barcelona, v. 9, n. 523, 2004.
- 100 -
FERNANDES, R. B.; SANTOS, R. L.; SANTO, S. M. O crescimento urbano em Salvador e
os impactos ambientais na formação do Cabula, bairro popular estratégico da cidade.
Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales, Barcelona, v. 9, n. 521, 2004.
FRASER, E. D. G.; KENNEY, W. A. Cultural background and lanscape history as factors
affecting perceptions of the urban Forest. Journal of Arboriculture, UK, v. 26, n. 2, 2000.
GOMES, M. A. S.; AMORIM, M. C. de C. T. Arborização e conforto térmico no espaço
urbano: estudo de caso nas praças públicas de presidente Prudente (SP). Caminhos de
Geografia, Uberlândia - MG, v. 7, n. 10, p. 94-106, 2003.
GÓMEZ, F.; GIL, L.; JABALOYES, J. Experimental investigation on the thermal comfort in
the city: relationship with the green areas, interaction with the urban microclimate. Building
and Environment, USA, v. 39, p. 1077-1086, 2004.
HARDER, I. C. F. Inventário quali-quantitativo da arborização e infra-estrutura das praças
da cidade de Vinhedo (SP). 2002. 140 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2002.
HASSE, I.; SHINOSAKA, T. J.; SILVA, L. M. Avaliação da presença de cupins na
arborização da Região Central de Pato Branco-PR. Revista da Sociedade Brasileira de
Arborização Urbana, Piracicaba - SP, v. 3, n. 1, p. 9-18, 2008.
HERRMANN, C. R. A. A qualidade do sombreamento de espécies arbóreas e sua
influência no microclima do entorno imediato em ambientes urbanos. 2008. 160 f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia do Meio Ambiente) - Escola de Engenharia Civil,
Universidade Federal de Goiás, Goiânia. 2008.
IBGE. Geografia do Brasil – Região Nordeste. Rio de Janeiro: SERGRAF, 1977. V. 2.
ISERNHAGEN, I.; BOURLEGAT, J. M. G. Le; CARBONI, M. Trazendo a riqueza arbórea
regional para dentro das cidades: possibilidades, limitações e benefícios. Revista da
Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba SP, v. 4, n. 2, p. 117-138,
2009.
JENSEN, R. R.;BOULTON, J. R.; HARPER, B. T. The relationship between urban leaf
area and household energy usage in Terre Haute, Indiana, U.S. Journal of Arboriculture,
UK, v. 29, n. 4, 2003.
LAERA, L. H. N. Valoração econômica da arborização - a valoração dos serviços
ambientais para a eficiência e manutenção do recurso ambiental urbano. 2006. 132 f.
Dissertação (Mestrado em Ciência Ambiental) - Programa de Pós-Graduação em Ciência
Ambiental, Universidade Federal Fluminense, Niterói. 2006.
LESSER, L. M. Hardscape damage by tree roots. Journal of Arboriculture, UK, v. 27, n. 5,
2001.
LIMA NETO, E. M de et al. Análise das áreas verdes das praças do Bairro Centro e
principais avenidas da cidade de Aracaju-SE. Revista da Sociedade Brasileira de
Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v. 2, n. 1, 2007.
- 101 -
LIRA FILHO, J. A. de et al. Experiência piloto em arborização participativa em duas
cidades de pequeno porte do semi-árido brasileiro. Revista da Sociedade Brasileira de
Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v. 1, n. 1, p. 1-15, 2009.
LONGA, C. M. O.; BARBOSA, M. do C. F.; OLIVEIRA, M. Z. A. de. Diagnóstico da
vegetação da Rua Miguel Calmon. SUAVE/PMS. Salvador, BA. 1998.
LORENZI, H. Árvores Brasileiras - manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas
nativas do Brasil. 4 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. V. 1.
LORENZI, H. Árvores Brasileiras - manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas
nativas do Brasil. 4 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. V. 2.
LORENZI, H. et al. Árvores Exóticas no Brasil - madeireiras, ornamentais e aromáticas.
Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2003. 384 p.
LORENZI, H. et al. Palmeiras Brasileiras e Exóticas Cultivadas. Nova Odessa, SP:
Instituto Plantarum, 2004. 432 p.
LORENZI, H. et al. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas (de consumo in natura). São
Paulo: Instituto Plantarum, 2006. 672 p.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova
Odessa: Instituto Plantarum, 2000.
LORENZI, H; SOUZA, H. M. de. Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e
trepadeiras. 3 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2001.
LORENZO, A. B. et al. Assessing residents' willingness to pay to preserve the community
urban forest: a small-city case study. Journal of Arboriculture, UK, v. 26, n. 6, 2000.
MACHADO, R. R. B. et al. Árvores nativas para a arborização de Teresina, Piauí. Revista
da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v. 1, n. 1, 2006.
MALIARENKO, L.; BRITO, R. C. de. A introdução da vegetação de restinga na
arborização urbana da Orla Marítima de Salvador. In: III Congresso Brasileiro de
Arborização Urbana, 1996, Salvador BA, Resumos...Salvador: SBAU/COELBA, 1996.
207 p.
MAREK, C. F. Os impactos da arborização viária sobre a rede de distribuição de enrgia
elétrica: estudo de caso da Zona 7 de Maringá/PR. 2008. 90 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Urbana) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana, Universidade
Estadual de Maringá, Maringá. 2008.
MCPHERSON, G.; J. MUCHNICK . Effects of street tree shade on asphalt concrete
pavement performance. Journal of Arboriculture, UK, v. 31, n. 6, 2005.
- 102 -
MELO, R. R. de; LIRA FILHO, J. A. de; RODOLFO JÚNIOR, F. Diagnóstico qualitativo e
quantitativo da arborização urbana no bairro Bivar Olinto, Patos, Paraíba. Revista da
Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v. 2, n. 1, 2007.
MELO, G. A. M. de; CHAGAS, E. P. Angiospermas utilizadas na arborização do Campus
II da UNIFEOB, São João da Boa Vista, SP. Revista da Sociedade Brasileira de
Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v. 3, n. 4, p. 75-87, 2008.
MENDES, V. M. O. A problemática do desenvolvimento em Salvador: Análise dos planos
e práticas da segunda metade do século XX (1950-2000). 2006. 274 f. Tese (Doutorado
em Planejamento Urbano e Regional) - Programa de Pós-Graduação em Planejamento
Urbano e Regional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 2006.
MENDONÇA, L. B.; DOS ANJOS, L. Beija-flores (Aves, Trochilidae) e seus recursos
florais em uma área urbana do Sul do Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba - PR,
v. 22, n. 1, p. 51–59, 2005.
MENDONÇA, L. B.; DOS ANJOS, L. Feeding behavior of hummingbirds and perching
birds on Erythrina speciosa Andrews (Fabaceae) flowers in a urban area, Londrina,
Paraná, Brazil. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba - PR, v. 23, n. 1, p. 42-49, 2006.
MENEGHETTI, G. I. P. Estudo de dois métodos de amostragem para inventário da
arborização de ruas dos bairros da orla marítima do município de Santos, SP. 2003. 115 f.
Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais) - Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba. 2003.
MENESES, C. H. S. G. et al. Análise da arborização dos bairros do Mirante e Vila Cabral
na cidade de Campina Grande PB. Revista de Biologia e Ciências da Terra, Campina
Grande – PB, v. 3, n. 2, 2003.
MINHOTO, E. S.; MONTEIRO, E. A.; FISCH, S. T. V. Arborização viária na cidade de
Taubaté, SP: no centro comercial histórico e um bairro Residencial Moderno. Revista da
Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v. 4, n. 2, p. 82-96, 2009
MMA (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE). Biodiversidade brasileira: avaliação e
identificação de áreas e ações prioritárias para a conservação, utilização sustentável e
repartição dos benefícios da biodiversidade nos biomas brasileiros. Secretaria de
Biodiversidade e Florestas, MMA, Brasília, 2002.
MOLLISON, B.; SLAY, R. M. Introdução à Permacultura. Brasília: MA/SDR/PNFC, 1998.
204 p.
MONICO, I. M. Árvores e arborização urbana na cidade de Piracicaba/SP: um olhar sobre
a questão à luz da educação ambiental. 2001. 184 f. Dissertação (Mestrado em Ciências
Florestais) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo,
Piracicaba. 2001.
MORROW, R. Permacultura Passo a Passo. Ecocentro IPEC: PAL. 1993.
- 103 -
MOUGEOT, L. J. A. Agricultura Urbana - conceito e definição. Revista Agricultura Urbana,
Havana, n. 1. Acesso em: dez. 2009. Disponível em:
http://www.ipes.org/index.php?option=com_content&view=article&id=111&Itemid=135.
MOURA, T. de A.;SANTOS, V. L. L. V. Levantamento quali-quantitativo de espécies
arbóreas e arbustivas na arborização viária urbana dos bairros Centro e Centro Norte,
Várzea Grande, Mato Grosso, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização
Urbana, Piracicaba – SP, v. 1, n.1, p. 97-117, 2009.
NOWAK, D. J. et al. Effects of urban tree management and species selection on
atmospheric carbon dioxide. Journal of Arboriculture, UK, v. 28, n. 3, 2002.
ODUM, E. P. Ecologia. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A. 1988.
OLIVEIRA, A. P. P. L. Estado da arte das pesquisas arqueológicas sobre a Tradição
Tupiguarani. Juiz de Fora: EDUFJUF, 2009. 158 p.
OLIVEIRA, F. A. C. de et al. Inventário da arborização do Campus Pato Branco da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR. Revista da Sociedade Brasileira
de Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v. 4, n. 1, p. 93-106, 2009.
OLIVEIRA, M. Z. A. de. Levantamento de pragas e fungos patogênicos como subsídio
para o gerenciamento das áreas verdes de Salvador Bahia. In: PEREIRA, T. S.;
COSTA, M. L. M. N. da; JACKSON, P. W. (Orgs). Recuperando o verde para as cidades:
a experiência dos Jardins Botânicos brasileiros. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas
Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2007.
OLIVEIRA, M. Z. A. de et al. Identificando espécies vegetais nativas, com potencial
paisagístico, para arborização de áreas verdes da cidade de Salvador Bahia. In:
PEREIRA, T. S.; COSTA, M. L. M. N. da; JACKSON, P. W. (Orgs). Recuperando o verde
para as cidades: a experiência dos Jardins Botânicos brasileiros. Rio de Janeiro: Instituto
de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2007.
OLIVEIRA, M. Z. A. de; NAKAGAWA, H.; FIGUEIREDO, L. A. Vistoria da Arborização do
Dique do Tororó. GEROP/PMS. Salvador, BA. Julho, 2000.
PAPADAKIS, G.; TSAMIS, P.; KYRITSIS, S. An experimental investigation of the effect of
shading with plants for solar control of buildings. Energy and Buildings, USA, v. 33, p. 831-
836, 2001.
PEIXOTO, C. S. Os fatôres físicos condicionantes dos problemas da cidade do Salvador.
1968. 165 f. Tese (Livre Docência da Cadeira de Geografia Física) - Faculdade de
Filosofia, Universidade Federal da Bahia. 1968.
PENNINGTON, D. N.; HANSEL, J.; BLAIR, R. B. The conservation value of urban riparian
areas for landbirds during spring migration: Land cover, scale, and vegetation effects.
Biological Conservation, USA, v. 141, p. 1235-1248, 2008.
- 104 -
PEREIRA, G. A. et al. O uso de espécies vegetais, como instrumento de biodiversidade
da avifauna silvestre, na arborização pública: o caso do Recife. Atualidades Ornitológicas,
Ivaiporã - PR, n. 125, p. 10, 2005.
PETERSEN, P. Agricultura familiar camponesa na construção do futuro. Rio de Janeiro:
AS-PTA, 2009. 168 p.
PICOT, X. Thermal comfort in urban spaces: impact of vegetation growth Case study:
Piazza della Scienza, Milan, Italy. Energy and Buildings, USA, v. 36, 2004.
PIRES, N. A. M. T. et al. Diagnóstico da Arborização Urbana do Município de Goiandira,
Goiás. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre - RS, v. 5, p. 537-539, 2007.
PIVETTA, K. F. L.; SILVA FILHO, D. M. Arborização Urbana. Boletim Acadêmico. Série
Arborização Urbana. Jaboticabal, SP: UNESP/FCAV/FUNEP, 2002.
PORTO E.; CARVALHO E. Concentração e descentralização na Região Metropolitana de
Salvador. RDE - Revista de Desenvolvimento Econômico, Salvador BA, ano III, n. 4,
2001.
PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO. Manual Técnico de Arborização Urbana. 2
ed. São Paulo: Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, 2005.
PRIMAVESI, A. Manejo ecológico do solo: a agricultura em regiões tropicais. São Paulo:
Nobel, 2002. 549 p.
RIBEIRO A. V. A cidade de Salvador: estrutura econômica, comércio de escravos e grupo
mercantil (c.1750 c.1800). 2009. 266 f. Tese (Doutorado em História Social) - Programa
de Pós-Graduação em História Social, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 2009.
RICKLEFS, R. E. A Economia da Natureza. 5 ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara
Koogan S.A., 2003. 503 p.
ROCHA, Y. T.; BARBEDO, A. S. C. Pau-Brasil (Caesalpinia echinata Lam., Leguminosae)
na arborização urbana de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE). Revista da
Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. Piracicaba – SP, v. 3, n. 2, p. 58 – 77, 2008.
ROCHA, R. T.; LELES, P. S. dos S.; OLIVEIRA NETO, S. N. de. Arborização de vias
públicas em Nova Iguaçu, Rj: o caso dos Bairros Rancho Novo e Centro. Revista Árvore,
Viçosa - MG, v. 28, n. 4, p. 599-607, 2004.
RODOLFO JÚNIOR, F. et al. Análise da arborização urbana em bairros da cidade de
pombal no Estado da Paraíba. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana,
Piracicaba – SP, v. 3, n. 4, p. 3-19, 2008.
ROPPA, C. et al. Diagnóstico da Percepção dos Moradores sobre a Arborização Urbana
na Vila Estação Colônia Bairro Camobi, Santa Maria – RS. Revista da Sociedade
Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v. 2, n. 2, 2007.
- 105 -
ROSSATTO D. R.; TSUBOY, M. S. F.; FREI, F. Arborização urbana na cidade de Assis-
SP: uma abordagem quantitativa. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana,
Piracicaba - SP, v. 3, n. 3, p. 1-16, 2008.
SALVADOR. Lei nº 6.586/2004. Dispõe sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
do Município do Salvador – PDDU e dá outras providências. Anexos...2004.
SAMPAIO, A. C. F. Análise da Arborização de Vias Públicas das principais zonas do
Plano Piloto de Maringá-PR. 2006. 117 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) -
Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá.
2006.
SAMPAIO, A. C. F.; DE ANGELIS, B. L. Inventário e Análise da Arborização de Vias
Públicas de Maringá-PR. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana,
Piracicaba - SP, v. 3, n. 1, p. 37-57, 2008.
SAVARD, J. P. L.; CLERGEAU, P.; MENNECHEZ, G. Biodiversity concepts and urban
ecosystems. Landscape and Urban Planning, USA, v. 48, 2000.
SERPA, A. Fatores Sócio-Culturais na Avaliação de Impactos Ambientais: O Caso da
Periferia de Salvador. Cadernos do EXPOGEO, Salvador - BA, v. 9, n. 9, p. 23-33, 1998.
SERPA, A. Gestão Territorial do Sistema de Parques Públicos em Salvador, Bahia:
Contradições e Paradoxos. Revista RA´E GA, Curitiba - PR, n. 12, p. 7-19, 2006.
SHASHUA-BAR, L.; HOFFMAN, M. E. Geometry and orientation aspects in passive
cooling of canyon streets with trees. Energy and Buildings, USA, v. 35, p. 61-68, 2003.
SHASHUAR-BAR, L.; HOFFMAN, M. E. Quantitative evaluation of passive cooling of the
UCL microclimate in hot regions in summer, case study: urban streets and courtyards with
trees. Building and Environment, USA, v. 39, 2004.
SHASHUAR-BAR, L.; HOFFMAN, M. E. Vegetation as a climatic component in the design
of an urban street - an empirical model for predicting the cooling effect of urban green
areas with trees. Energy and Buildings, USA, v. 31, 2000.
SILVA, L. F. da. Situação da arborização viária e proposta de espécies para os bairros
Antônio Zanaga I e II, da cidade de Americana/SP. 2005. 81 f. Dissertação (Mestrado em
Agronomia) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo,
Piracicaba. 2005.
SILVA, L. F. da. Interceptação da chuva nas espécies de Sibipiruna (Caesalpinia pluviosa
DC.) e Tipuana (Tipuana tipu O. Kuntze). 2008. 61 f. Tese (Doutorado em Agronomia) -
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
2008.
SILVA, E. M. da et al. Estudo da arborização urbana do Bairro Mansour, na Cidade de
Uberlândia-MG. Caminhos de Geografia, Uberlândia – MG, v. 3, n. 5, 2002.
- 106 -
SILVA, L. F. da et al. Participação comunitária no planejamento viário de alguns bairros da
cidade de Americana/SP. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana,
Piracicaba – SP, v. 2, n. 3, 2007.
SILVA, L. M. Reflexões sobre a identidade arbórea das cidades. Revista da Sociedade
Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba, v. 3, n. 3, p. 65-71, 2008.
SILVA, L. M. et al. Arborização de vias públicas e a utilização de espécies exóticas: o
caso do bairro Centro de Pato Branco/PR. Scientia Agraria, Curitiba - PR, v. 8, n. 1, p. 47-
53, 2007.
SILVA, L. M. et al. Inventário e Sugestões para Arborização em via Pública de Pato
Branco/PR. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba SP, v.
2, n. 1, 2007.
SILVA, L. M. et al. Arborização dos bairros Pinheiros, Brasília e Bancários em Pato
Branco/PR. Scientia Agraria, Curitiba - PR, v. 9, n. 3, p. 275-282, 2008.
SILVA, L. M. et al. Inventário da Arborização em Duas Vias de Mariópolis/PR. Revista da
Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. Piracicaba - SP, v. 3, n. 1, p. 36-53, 2008.
SILVA, L. R.; MEUNIER, I. M. J.; FREITAS, A. M. de M. Riqueza e Densidade de Árvores,
Arvoretas e Palmeiras em Parques Urbanos de Recife, Pernambuco, Brasil. Revista da
Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba - SP, v. 2, n. 4, p. 34-49, 2007.
SILVA, M. D. M. Avaliação da Arborização de Vias Públicas de uma Área da Região
Oeste da Cidade de Franca/SP. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana,
Piracicaba - SP, v. 3, n. 1, p. 19-35, 2008.
SILVA FILHO, D. F. da; BORTOLETO S. Uso de indicadores de diversidade na definição
de plano de manejo da arborização viária de Águas de São Pedro SP. Revista Árvore,
Viçosa - MG, v. 29, n. 6, p. 973-982, 2005.
SILVA FILHO, D. F. et al. Levantamento do Potencial de Arborização e Proposta para
Três Bairros no Município de Piracicaba/SP, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de
Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v. 3, n. 4, p. 20-39, 2008.
SIMÕES, M. L. A política ambiental de Salvador: 1972-1997. 2002. Dissertação (Mestrado
em Geografia) - Pós-Graduação em Geografia, Instituto de Geociências, UFBA, Salvador.
2002.
SIMPSON, J. R. Improved estimates of tree-shade effects on residential energy use.
Energy and Buildings, USA, v. 34, 2002.
SINITOX - Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas. Disponível em:
http://www.fiocruz.br/sinitox . Acesso em: 12 de out. de 2009.
SOARES, A. M. de C. “Territorialização” e Pobreza em Salvador BA. Estudos
Geográficos, Rio Claro - SP, v. 4, n. 2, p. 17-30, 2006.
- 107 -
SOUZA, G. A. A. de. Proletário e migrante: livre para a subordinação. Revista Brasileira
de Estudos de População, Campinas - SP, v. 3 n. 1, p. 25-40, 1986.
SOUZA, V. C.; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das
famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Nova Odessa, SP:
Instituto Plantarum, 2005. 640 p.
SPANGENBERG, J. et al. Simulation of the Influence of Vegetation on Microclimate and
Thermal Comfort in the City of São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização
Urbana, Piracicaba - SP, v. 3, n. 2, p. 1-19, 2008.
SPJ. Caracterização de vias de circulação. Avenida Juracy Magalhães Júnior. SPJ/PMS.
Salvador, BA. 2007.
SPJ. Caracterização de vias de circulação. Avenida Antonio Carlos Magalhães Itaigara.
SPJ/PMS. Salvador, BA. 2008.
SPJ. Caracterização de vias de circulação. Avenida Vasco da Gama. SPJ/PMS. Salvador,
BA. 2008.
TAHA, H. Urban climates and heat islands: albedo, evapotranspiration, and anthropogenic
heat. Energy and Buildings, USA, v. 25, 1997.
TAHA, H.; DOUGLAS S.; HANEY, J. Mesoscale meteorological and air quality impacts of
increased urban albedo and vegetation. Energy and Buildings, USA, v. 25, 1997.
TAVARES, L. H. D. Historia da Bahia. 10 ed. Salvador: EDUFBA, 2001.
TEIXEIRA, I. F.; SANTOS, N. R. Z. dos; BALEST, S. de S. Percepção ambiental dos
moradores de três loteamentos particulares em Santa Maria (RS) quanto à arborização de
vias públicas. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v.
4, n. 1, p. 58-78, 2009.
TEIXEIRA, I. F.; SANTOS, N. R. Z. dos. Áreas de lazer públicas caracterização
qualitativa da cidade de Veranópolis (RS). Revista da Sociedade Brasileira de Arborização
Urbana, Piracicaba – SP, v. 2, n. 2, 2007.
TOMASINI, S. L. V.; SATTLER, M. A. Arborização Urbana e Sustentabilidade: Uma
Proposta para o Centro Experimental de Tecnologias Habitacionais Sustentáveis
(CETHS). Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba SP, v. 1,
n. 1, 2006.
TROPICOS. Missouri Botanical Garden. Disponível em: http://www.tropicos.org. Acesso
em: 17 dez. 2009.
TUDINI, O. G. A arborização de acompanhamento viário e a verticalização na Zona 7 de
Maringá-PR. 2006. 150 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Programa de Pós-
Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá, Maringá. 2006.
- 108 -
USDA FOREST SERVICE. The Large Tree Argument: The Case for Large-Stature Trees
vs. Small-Stature Trees. California: Center for Urban Forest Research, Pacific Southwest
Research Station. 2004.
VELASCO, G. del N. Potencial da arborização viária na redução do consumo de energia
elétrica: definição de três áreas na cidade de São Paulo SP, aplicação de questionários,
levantamento de fatores ambientais e estimativa de Graus-Hora de calor. 2007. 13 f. Tese
(Doutorado em Agronomia) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,
Universidade de São Paulo, Piracicaba. 2007.
VOLPE-FILIK, A. Trincas nas calçadas e espécies muito utilizadas na arborização:
comparação entre Sibipiruna (Caesalpinia pluviosa DC.) e Falsa-murta (Murraya
paniculata (L.) Jacq.), no município de Piracicaba/SP. 2009. 97 f. Tese (Doutorado em
Agronomia) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo,
Piracicaba. 2009.
VOLPE-FILIK, A.; SILVA, L. F. da; LIMA, A. M. L. P. Avaliação da Arborização de Ruas do
Bairro São Dimas na Cidade de Piracicaba/SP através de Parâmetros Qualitativos.
Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v. 2, n. 1, 2007.
WOLF, K. L. Freeway roadside management: the urban forest beyond the white line.
Journal of Arboriculture, UK, v. 29, n. 3, 2003.
WOLF, K. L. A economia e o valor blico das florestas urbanas. Revista de Agricultura
Urbana, Havana, n. 13. Acesso em: dez. 2009. Disponível em:
http://www.ipes.org/index.php?option=com_content&view=article&id=111&Itemid=135.
ZILLER, S. R. Plantas exóticas invasoras: a ameaça da contaminação biológica. Ciência
Hoje, Rio de Janeiro - RJ, v. 30, n. 178, p. 77-79, 2001.
- 109 -
APÊNDICES
Tabela 45 - Origem e informações ecológicas das espécies encontradas (EX – exótica; BR nativa não-regional; NR – nativa regional; DE –
decídua; SD – semidecídua; PE – perene).
Espécie
Nome
popular
Origem
Folhas Flores Frutos
Alimento
p/ fauna
Outras info.
FABACEAE
Acacia farnesiana (L.) Willd.
Vinhático-de-
espinho
BR DE JUN-SET OUT-JAN - -
Adenanthera pavonina L.
Carolina EX SD MAR-ABR - - -
Albizia julibrissin Durazz.
Acácia-de-
Constatinópla
- - - - - -
Albizia lebbeck (L.) Benth.
ngua-de-
sogra
EX DE OUT-FEV - - -
Anadenanthera macrocarpa (Benth.)
Brenan
Angico NR DE SET-NOV AGO-SET - Melífera.
Bauhinia variegata L.
Pata-de-vaca-
rosa
EX SD JUN-SET - - -
Caesalpinia echinata Lam.
Pau-Brasil NR SD SET-OUT NOV-JAN - Tintura extraída do lenho.
Caesalpinia ferrea Mart.
Pau-ferro NR SD NOV-FEV JUL-SET -
Ramos facilmente
quebrados pelo vento.
Caesalpinia peltophoroides Benth.
Sibipiruna NR SD AGO-NOV JUL-SET - -
Cassia fistula L.
Chuva-de-
ouro
EX DE SET-OUT - - -
Cassia grandis L. f.
Cássia-grande
BR DE AGO-NOV AGO-SET - Frutos muito grandes.
Cassia javanica L.
Cássia-
javanesa
EX SD OUT-JAN - - -
Clitoria fairchildiana R.A. Howard
Sombreiro BR DE DEZ-MAI MAI-JUL - -
Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex
Benth.
Jacarandá-da-
Bahia
NR DE SET-NOV AGO-SET - -
Delonix regia (Bojer) Raf.
Flamboyant EX DE OUT-JAN - - -
Enterolobium contortisiliquum (Vell.)
Morong
Tamboril NR DE SET-NOV JUN-JUL - -
Hymenaea courbaril L.
Jatobá NR SD OUT-DEZ JUL Sim -
- 110 -
Espécie
Nome
popular
Origem
Folhas Flores Frutos
Alimento
p/ fauna
Outras info.
Inga edulis Mart.
Ingá-ci NR SD OUT-JAN MAIO Sim -
Leucaena leucocephala (Lam.) de
Wit
Leucena EX SD SET-OUT - - -
Mimosa caesalpiniifolia Benth.
Sab BR DE NOV-MAR SET-NOV - Melífera.
Parkinsonia aculeata L. Turco BR PE AGO-DEZ OUT-JAN - Melífera.
Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.
Canafístula NR DE DEZ-FEV MAR-ABR - -
Pithecellobium diversifolium Benth.
- - - - - - -
Pithecellobium tortum Mart.
Tataré BR DE OUT-NOV AGO-SET - -
Prosopis ruscifolia Griseb.
Algarobo BR DE SET-OUT NOV-DEZ Sim -
Samanea tubulosa (Benth.) Barneby
& J.W. Grimes
Alfarobo BR DE AGO-NOV MAI-JUL Sim -
Schizolobium parahyba (Vell.) S. F.
Blake
Guapuruvu NR DE AGO-OUT ABR-JUL -
Ramos facilmente
quebrados pelo vento.
Senna macranthera (DC. ex Collad.)
H.S. Irwin & Barneby
Fedegoso BR DE DEZ-ABR JUL-AGO - -
Senna siamea (Lam.) H.S.
Cássia-
siamesa
EX PE JAN-JUN - - -
Senna spectabilis (DC.) H.S. Irwin &
Barneby
o-Jo BR DE DEZ-ABR AGO-SET - -
Tamarindus indica L.
Tamarindo EX SD SET-OUT DEZ-MAR Sim -
Tipuana tipu (Benth.) Kuntze
Tipuana EX DE SET-DEZ - - -
MALVACEAE
Ceiba pentandra (L.) Gaertn.
Sumaúma BR DE AGO-SET OUT-NOV -
Pluma para bóias,
colchões e etc.
Chorisia speciosa A. St.-Hil.
Paineira-Rosa
BR DE DEZ-ABR AGO-SET -
Paina usada em colchões
e travesseiros
Guazuma ulmifolia Lam.
Embira NR SD SET-NOV AGO-SET Sim -
Hibiscus pernambucensis Arruda
Algodão-da-
praia
NR PE AGO-JAN FEV-ABR - -
Pachira aquatica Aubl.
Monguba BR PE SET-NOV ABR-JUN Sim -
Sterculia foetida L.
Chichá-
fedorento
EX DE MAR-ABR - Sim
Flores mal-cheirosas;
produz óleo.
Sterculia striata A. St.-Hil. & Naudin
Chichá-do-
cerrado
BR DE DEZ-MAR JUN-AGO Sim -
- 111 -
Espécie
Nome
popular
Origem
Folhas Flores Frutos
Alimento
p/ fauna
Outras info.
MORACEAE
Artocarpus altilis (Parkinson) Fosberg
Fruta-pão EX PE OUT-SET SET-MAR Sim -
Artocarpus heterophyllus Lam.
Jaqueira EX PE JUN-AGO SET-MAR Sim -
Ficus benjamina L.
Figueira-
benjamina
EX PE - OUT-DEZ - Sistema radicular vigoroso.
Ficus elastica Roxb.
Seringueira-
de-jardim
EX PE - - - -
Ficus guaranitica Chodat
Figueira-
branca
BR PE SET-OUT DEZ-JAN Sim -
Ficus Iyrata Warb.
Figueira-lira EX PE -
TODO
ANO
- -
Ficus microcarpa L. f.
Figueira-
lacerdinha
EX PE - OUT-NOV - Sistema radicular vigoroso.
BIGNONIACEAE
Jacaranda mimosifolia D. Don
Jacarandá-
mimoso
EX DE DEZ-MAR - - -
Tabebuia avellanedae Lorentz ex
Griseb.
Ipê-rosa NR DE JUN-AGO AGO-NOV
- -
Tabebuia caraiba (Mart.) Bureau
- - - - - - -
Tabebuia chrysotricha (Mart. ex A.
DC.) Standl.
Ipê-amarelo BR DE AGO-SET SET-OUT - -
Tabebuia pentaphylla (L.) Hemsl.
Ipê-bálsamo EX SD AGO-OUT - - -
Tabebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith
Ipê-branco BR DE AGO-OUT OUT - -
ANACARDIACEAE
Anacardium occidentale L.
Caju NR DE JUN-NOV SET-JAN Sim -
Lithrea molleoides (Vell.) Engl.
Aroeira-
branca
BR PE AGO-SET NOV-JAN -
Melífera; Causa alergia em
pessoas sensiveis;
Mangifera indica L.
Mangueira EX PE JUN-SET NOV-FEV Sim -
Schinus terebinthifolia Raddi
Aroeira NR PE SET-JAN JAN-JUL Sim
Folhas podem causar
alergias; Melíferas;
Spondias monbim L.
Cajazeira NR SD AGO-DEZ OUT-JAN Sim -
- 112 -
Espécie
Nome
popular
Origem
Folhas Flores Frutos
Alimento
p/ fauna
Outras info.
MYRTACEAE
Psidium cattleianum Sabine
Araçá NR PE JUN-DEZ SET-MAR Sim -
Psidium guajava L.
Goiabeira NR SD SET-NOV DEZ-MAR Sim -
Syzygium cumini (L.) Skeels
Jamelão EX PE SET-NOV JAN-FEV Sim -
OUTRAS
Annona muricata L.
Graviola EX PE SET-DEZ SET-JAN Sim -
Araucaria excelsa (Lamb.) R. Br.
- - - - - - -
Byrsonima stipulacea A. Juss.
Murici-do-
litoral
NR PE MAR-JUN AGO-OUT Sim -
Casuarina equisetifolia L.
Casuarina EX PE - - - -
Cecropia pachystachya Trécul
Embaúba NR PE SET-OUT MAI-JUN Sim -
Dillenia indica L.
Árvore-da-
pataca
EX DE DEZ-ABR - - -
Filicium decipiens (Wight & Arn.)
Thwaites
Árvore-
samambaia
EX PE JUL-AGO - - -
Genipa americana L.
Jenipapo NR SD OUT-DEZ NOV-DEZ Sim -
Guarea guidonia (L.) Sleumer
Bilreiro NR PE DEZ-MAR DEZ-NOV Sim -
Hovenia dulcis Thunb.
Uva-japonesa EX DE OUT-DEZ - Sim -
Lagerstroemia indica L.
Resedá EX DE NOV-FEV - - -
Licania tomentosa (Benth.) Fritsch
Oiti-mirim NR PE JUN-AGO JAN-MAR Sim -
Persea americana Mill.
Abacateiro EX PE AGO-OUT JAN-AGO Sim -
Peschiera fuchsiaefolia (A. DC.)
Miers
Leiteira BR PE OUT-NOV MAI-JUN Sim -
Salix babylonica L.
Chorão EX DE - - - -
Simarouba amara Aubl. Pau-paraíba NR SD AGO-SET NOV-DEZ Sim -
Terminalia catappa L.
Amendoeira EX DE SET-DEZ - Sim -
Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn.
Quaresmeira NR PE
JUN-AGO
DEZ-MAR
JUN-AGO
ABR-MAI
- -
Trema micrantha (L.) Blume
Pau-pólvora NR PE SET-JAN JAN-MAI Sim Melífera.
Triplaris brasiliana Cham.
- - - - - - -
Triplaris gardneriana Wedd.
Paj BR DE JUL-AGO AGO - Melífera.
Triplaris pachau Mart.
- - - - - - -
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
Mamiqueira NR SD OUT-NOV MAR-JUN Sim Melífera.
- 113 -
ANEXOS
Tabela 46 – Artigos destacados da Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, da Constituição
Federal brasileira.
Art. 6
o
A proteção e a utilização do Bioma Mata Atlântica têm por objetivo geral o
desenvolvimento sustentável e, por objetivos específicos, a salvaguarda da
biodiversidade, da saúde humana, dos valores paisagísticos, estéticos e turísticos, do
regime hídrico e da estabilidade social.
Parágrafo único. Na proteção e na utilização do Bioma Mata Atlântica, serão
observados os princípios da função socioambiental da propriedade, da eqüidade
intergeracional, da prevenção, da precaução, do usuário-pagador, da transparência
das informações e atos, da gestão democrática, da celeridade procedimental, da
gratuidade dos serviços administrativos prestados ao pequeno produtor rural e às
populações tradicionais e do respeito ao direito de propriedade.
Art. 7
o
A proteção e a utilização do Bioma Mata Atlântica far-se-ão dentro de
condições que assegurem:
I - a manutenção e a recuperação da biodiversidade, vegetação, fauna e regime
hídrico do Bioma Mata Atlântica para as presentes e futuras gerações;
II - o estímulo à pesquisa, à difusão de tecnologias de manejo sustentável da
vegetação e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de
recuperação e manutenção dos ecossistemas;
III - o fomento de atividades públicas e privadas compatíveis com a manutenção do
equilíbrio ecológico;
IV - o disciplinamento da ocupação rural e urbana, de forma a harmonizar o
crescimento econômico com a manutenção do equilíbrio ecológico.
- 114 -
Tabela 47 - Lista das espécies vegetais exóticas
invasoras em ambientes terrestres registradas para o
estado de Pernambuco (Almeida et al., 2009).
Arbóreas
Acacia mangium
Artocarpus integrifólia
Azadirachta indica
Casuarina equisetifolia
Citrus limon
Leucaena leucocephala
Mangifera indica
Mimosa caesalpiniifolia
Prosopis juliflora
Psidium guajava*
Tecoma stans
Terminalia catappa
Arbustivas
Calotropis procera
Opuntia ficus-indica
Ricinus communis
Herbáceas
Agave sisalana
Arundo donax
Bambusa vulgaris
Cenchrus ciliaris
Digitaria decumbens
Furcraea foetida
Urochloa humidicola
Palmeiras Elaeis guineensis
* apesar desta espécie estar classificada como
exótica invasora por Almeida et al. (2009), neste
trabalho foi adotada como nativa regional, conforme
Lorenzi (2002).
- 115 -
Figura 16 – Localização do município de Salvador e sua Região Metropolitana (RMS). (Fonte: CONDER, 2006)
- 116 -
Figura 17 – Localização das áreas inventariadas (adaptado de CONDER, 2006).
- 117 -
Figura 18 – Cobertura vegetal e Áreas de Conservação e Valor Urbano Ambiental em Salvador (adaptado de Salvador, 2004).
- 118 -
Creative Commons 3.0 Brasil License
Atribuição - Uso Não-Comercial - Vedada a Criação de Obras Derivadas.
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo