Dissertação de Ellen Rosa -Mestrado em Tecnologia Ambiental- UNISC
20
O uso da radiação ultravioleta tem sido avaliado no tratamento de resíduos,
principalmente visando sua desinfecção, e tem sido usada no tratamento de compostos
orgânicos voláteis. A fotólise direta envolve a interação de luz com as moléculas, causando a
sua dissociação em fragmentos (DANIEL, 2001; DAVIS e HUANG, 1989).
A fração mais energética do espectro ultravioleta (UV) é comumente usada como
agente bactericida em tratamento de água e ar, permitindo uma taxa de desinfecção eficiente
pelo emprego de lâmpadas germicidas (254 nm), sem, contudo, eliminar a massa microbiana.
A desinfecção com radiação ultravioleta é diferente dos métodos que utilizam produtos
químicos, como, por exemplo, o cloro. Sendo assim, não adiciona produtos ao esgoto ou à
água, não há residual desinfetante e a ação da radiação só é efetiva enquanto a fonte estiver
ligada ou o líquido estiver passando pelo reator fotoquímico. Há dois modelos de fontes de
radiação artificiais ultravioleta: as lâmpadas de baixa pressão de vapor de mercúrio e as
lâmpadas de média pressão de vapor de mercúrio (CHERNICHARO, 2001; DANIEL, 2001).
Basicamente, a desinfecção ultravioleta é conseguida pela exposição dos
microrganismos presentes nos esgotos à radiação emitida por lâmpada ultravioleta. Essa
exposição de esgotos a radiação UV é feita em canais ou em dutos sob pressão, denominados
reatores fotoquímicos, fotorreatores ou simplesmente reatores UV (GONÇALVES, 2003).
A irradiação UV pode ser usada individualmente e com muito sucesso na inativação
de algas (ALAM et al., 2001) e na inativação de microrganismos patogênicos (DONAIRE,
2001), pois ela causa um dano no seu DNA, impedindo sua reprodução. Além disso, a
radiação UV pode ser usada na destruição de compostos orgânicos em processos de
degradação fotoquímicos e fotocatalíticos. Os radicais hidroxila, que são as espécies oxidantes
nesses processos, podem ser gerados através da utilização de oxidantes, como ozônio,
peróxido de hidrogênio, Fenton, e outros, sem irradiação UV. Entretanto, o uso combinado
desses oxidantes com UV apresenta uma série de vantagens, aumentando a eficiência dos
processos catalíticos (JARDIM e TEIXEIRA, 2004; NOGUEIRA e JARDIM, 1996).
O emprego de radiação UV é, portanto, uma importante alternativa à desinfecção de
química de águas residuárias. Nenhum tipo de produto é adicionado a corrente líquida
resultando em processos simples, de baixo custo e com pouca exigência de preocupação e
manutenção (GONÇALVES, 2003; SPERLING, 2005).
Além da radiação UV natural presente na luz solar, pequenas frações de radiação UV
artificial podem ser emitidas por lâmpadas comuns, lâmpadas de halogênio, lâmpadas
fluorescentes, telas de computadores, entre outras. Para efeito de desinfecção de águas e