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ULISSES VALADARES MOREIRA DA SILVA
TV DIGITAL
Novas tecnologias e padrões na produção de conteúdo
Belo Horizonte
2009
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ULISSES VALADARES MOREIRA DA SILVA
TV DIGITAL
Novas tecnologias e padrões na produção de conteúdo
Artigo apresentado ao Departamento de Ciências da Comunicação do
Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni – BH) como requisito parcial
para aprovação na disciplina TV Digital Interfaces e Conteúdo, do curso
de Pós Graduação em Comunicação Digital, Educação e Mídias
Interativas.
Belo Horizonte
2009
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................................03
1 DO ANALÓGICO AO DIGITAL.........................................................................................04
2 TRANSFORMAÇÕES COM A TV DIGITAL.....................................................................12
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO
O mundo pós-moderno se encontra em meio a várias transformações sociais. De um lado temos
as novas comunicações integradas multimídias e interativas e de outro lado a engenharia do
conhecimento. Ambas interligadas realizam um trabalho de revitalização de conceitos antigos e
criação de uma nova cultura, impulsionada pela colaboração, conectividade e conteúdo.
Sabemos que a convergência tecnológica lida com o mais precioso dos bens dessa sociedade: a
informação. Por isso que o texto em questão trata de estudos sobre suas implicações políticas e
sociais, envolvendo não só todas as adaptações tecnológicas, mas também o impacto causado por
elas.
A proposta é estudar e analisar a implantação no Brasil e os reflexos políticos e culturais da
mesma na sociedade. Ainda mais que estaremos lhe dando com a sociedade que até então era
considerada apenas como receptora do conhecimento e que agora passa a ser produtora de toda
informação e os produtores também assumem papéis inversos e passam a ser também receptores.
É essa convergência de conteúdos que caracteriza a TV Digital interativa.
1 DO ANALÓGICO AO DIGITAL
O fascínio humano pela imagem é uma das formas mais antigas e expressivas de comunicação
entre as civilizações. Um dos grandes registros da arte visual são as pinturas rupestres que
simbolizavam a partir de sinais e traços desenhados nas pedras, a transmissão de conhecimento às
demais gerações. Com o avanço tecnológico, estas formas ganharam vida, movimentos e cores
cada vez mais atraentes.
Um dos principais construtores desse universo é a televisão, que apesar de ter sua implantação
recente no Brasil
1
, dispõe de recursos que ampliam a capacidade de percepção do mundo,
fundamental no desenvolvimento humano. Segundo Marcondes (1994), as imagens formam porta
para outra dimensão, a dos sonhos, que apesar de não estar diretamente ligada a vida das pessoas,
influencia em suas idéias e aspirações.
Essa mudança, agora é cada vez mais real com a implantação do SBTVD
2
no Brasil. O ano de
2016 é o prazo para que o sistema seja mudado definitivamente. Com a digitalização, a imagem
ficará sete vezes mais nítida do que a atual em aparelhos com as siglas HDTV (High Definition
Television). Os televisores comuns terão imagens semelhantes às de DVD, já as telas de LCD e
de plasma a qualidade será mais evidente.
Com as transmissões digitais, a televisão terá uma imagem sem fantasmas ou chuviscos, nítida,
com som comparável ao de um CD. Além desses são vários os benefícios que a TV Digital trará
ao espectador:
Alta Definição Programas poderão ser transmitidos em formato e qualidade de cinema,
a chamada tela de cinema, ou 16:9.
Som Multicanal – À similaridade do que ocorre em DVDs, o som poderá ser surround.
1
Brasil, a televisão chega na década de 1950, como um desdobramento do cinema, que havia sido a grande arte dos
anos 1930 e 1940.
2
SBTVD - Sistema Brasileiro de Televisão Digital.
TV Móvel e Portátil Haverá a possibilidade de assistir TV dentro de carros (ou ônibus,
trens, barcos etc) em movimento, sem que a imagem ou o som falhe. Poder-se-á também
assistir em celulares, PDAs, PALMs, Notebooks, Lap tops etc.
Múltiplos Programas Também será tecnicamente possível para a emissora transmitir
mais de um programa simultaneamente, ou então, diferentes tomadas da mesma cena de
forma que o telespectador escolha a que mais lhe aprouver.
Interatividade As emissoras poderão também disponibilizar ao telespectador
informações adicionais sobre a programação, tais como dados sobre os atores do filme
sendo apresentado, resumo do que aconteceu na novela até o capítulo anterior, notas sobre
o time que está jogando etc. Para ver essas informações adicionais, o telespectador
interagirá com seu conversor digital ou com seu televisor já integrado.
Ligando seu conversor digital ou seu televisor integrado a uma rede de telecomunicações,
como por exemplo uma banda larga, um modem de telefonia fixa ou móvel, poderá
desfrutar do que chamamos de interatividade completa, interagindo diretamente com o
programa e, por exemplo, votar em enquetes ou participar de games.
Estas mudanças estão inseridas em um período de revolução informacional, e que CASTELLS
(1999) chama de a era da informação e do conhecimento. Neste contexto, cabe ressaltar que esse
fenômeno se inicia no final dos anos setenta e através do envolvimento da sociedade e fatos
sócio-econômicos. Nesse ambiente de mudanças que desemboca na chamada sociedade da
informação, os meios de comunicação têm papel destacado. Agora, é necessário que os mesmos
se adaptem a esse novo modelo de desenvolvimento e crescimento que têm sofrido alterações
importantes como, por exemplo, a transição para a era digital.
Para CASTELLS (1999), as tecnologias de informação fazem parte de um conjunto convergente
de tecnologias em microeletrônica, telecomunicações, radiodifusão entre outras que usam de
conhecimentos científicos para especificar as coisas de maneira reproduzível.
Para exemplificar essa situação, temos o fenômeno da convergência tecnológica, e
particularmente a transição da TV analógica para a TV Digital Interativa, que consiste na
possibilidade de uma televisão digital terrestre com canal de retorno que viabilize além a
convergência de telefone, televisão e Internet, ou tv a cabo e Internet em um só aparelho, a
interatividade entre receptor, aparelho e programação. Devido a essa junção, e às possíveis
conseqüências políticas e culturais destes meios na sociedade, as produções comunicacionais que
se adaptam a cada um dos meios citados, considerando linguagem, público e alcance, deverão
repensar e discutir sua postura diante da tendência atual, a fim de trabalhar novas propostas de
conteúdo para os novos meios tendo em vista os públicos atingidos por estes.
No Brasil, existem cerca de 56 milhões de aparelhos de televisão, cobrindo mais de 90% dos
domicílios brasileiros. Essa característica singular da televisão nacional faz com que a mesma se
torne um dos principais fatores de integração social. Segundo FERNANDES, LEMOS E
SILVEIRA (2004)
3
os recursos aplicados serão encarados, agora, mais do que nunca, como
negócios. E a grande expectativa gera em torno do conteúdo, que deverá causar a interação entre
os usuários.
Espera-se também que a rede difusora de TV se associe a outras redes de
transporte de informações dando aos telespectadores capacidade para interagir
influenciando nos programas que irá assistir. Em uma etapa mais avançada,
espera-se que a rede de difusão de vídeo digital se torne uma das inúmeras redes
que formam a imensa inter-rede que é a Internet. Em suma, quando a TV se
tornar interativa (TVDI), espera-se que a mesma venha a associar imenso apelo
e penetração com capacidade de interação instantânea com milhões de
telespectadores e com uma vasta cadeia de produtores de conteúdo.
(FERNANDES, LEMOS e SILVEIRA, 2004, p.6)
O conceito de interatividade, advindo do universo da internet, propõe uma participação do
telespectador com o conteúdo. “Convenciona-se entender como mídia interativa toda aquela que
se desprende do modelo “um para muitos” permitindo certa participação por parte do “receptor”,
mesmo que a ação interativa seja apenas uma percepção do ponto de vista do espectador.
3
Jorge Fernandes, Guido Lemos e Gledson Silveira são doutores e ciência da computação e informática, os dois
últimos, respectivamente e explicam o processo de transmissão digital da seguinte maneira: O canal de dados do
MPEG-2 torna possível a agregação de elementos de interação aos programas de televisão tornando-os “interativos”.
A possibilidade de interação coloca como requisitos para o aparelho receptor de televisão capacidade para processar
o código que define os elementos de interação, o “código do programa de tv interativo”, e enviar o resultado da
interação através de um “canal de retorno” para a estação emissora do programa interativo. A estação,
conseqüentemente, também precisa estar equipada com hardware e software adequados para dar suporte aos
“programas interativos. Disponível em: http://www.cic.unb.br/docentes/jhcf/MyBooks/itvdi/texto/itvdi.pdf
”(TEIXEIRA, 2004, p.6)
4
. É essa participação que, num primeiro momento, as emissoras
buscam.
Inicialmente as emissoras prometem apenas que novelas, filmes e jogos tenham transmissão
digital. E a captação do sistema digital será perfeita onde houver sinal, como ocorre com os
celulares, que, porém, não alcançam algumas localidades. De início será preciso que as pessoas
interessadas adquiram um conversor, também chamado de set-top box que recebe o sinal digital e
passa para o televisor. Ele é semelhante aos decodificadores das TVs por assinatura. Agora,
enquanto a demanda ainda é pequena o preço é alto, mas tende a cair.
Mas para que a televisão constitua um meio atraente aos olhos dos telespectadores, envoltos num
universo tecnológico é necessária a presença de uma estrutura técnica. E um dos profissionais que
se destacam no meio televisivo é o produtor. É a partir dele que nasce um roteiro elaborado
(pauta), o foco, e o direcionamento de toda a construção televisiva. Com suas pesquisas e
direcionamentos que são definidas as fontes a serem ouvidas, as imagens a serem capturadas, o
direcionamento à abordagem proposta, além de interferir na edição de texto e imagem,
participando assim, ativamente de todas as etapas de construção do produto midiático.
Kelisson (2007) analisa o produtor como um responsável por satisfazer as necessidades dos
clientes e telespectadores e, por este motivo, é um profissional completo, capaz de utilizar da
melhor forma possível, os talentos do elenco e da equipe. São esses direcionamentos definidos
pela produção que constroem a “cara de uma matéria, ou programa televisivo”.
E para satisfazer as vontades desse público, cada vez mais exigente, que o produtor ganha um
novo papel, em um meio, agora, cada vez mais ligado à tecnologia digital. “E isso está
acontecendo tão depressa que ao passo de cágado do desenvolvimento da televisão, ainda que
digital, será eclipsado pelo computador pessoal” (NEGROPONTE, 1995, p. 52). Com a
tecnologia favorável, o processo de expansão de conteúdo se torna mais propício e agradável ao
4
Dissertação de Lauro Teixeira. Disponível em http://lauroteixeira.com.br/_TESE_Lauro-Teixeira.pdf
expectador que vai conferir a programação não só com as características típicas do ambiente
digital como velocidade e acessibilidade, mas também com qualidade de imagem e som.
Nesse universo de bits é byts LÈVY (1999), afirma que o grande protagonista da expansão
tecnológica, o que resultou dentre outros produtos o surgimento da tv digital, é o aperfeiçoamento
dos computadores. “O computador, então, não é apenas uma ferramenta a mais para produção de
textos, sons e imagens, é antes de mais nada um operador de virtualização da informação.”
(LEVY, 1999 p. 52). A velocidade de transmissão de dados pelo meio digital, apesar de acarretar
problemas em relação à veracidade e a qualidade do que é passado, possibilita uma interação
conjunta do usuário com o produtor de conteúdo.
A comunicação interativa e coletiva é a principal atração do ciberespaço. Isso
ocorre porque a Internet é um instrumento de desenvolvimento social. Ela
possibilita a partilha da memória, da percepção, da imaginação. Isso resulta na
aprendizagem coletiva e na troca de conhecimentos entre os grupos. (LEVY,
1999, P.208)
A interatividade causada pela expansão tecnológica é um dos principais aspectos a serem
incorporados pela incipiente tv digital. Esses novos telespectadores atuam diretamente na
maneira de produzir informação. Essa interação cria um vínculo: quem está atrás do sofá escolhe
o que quer assistir e a televisão, tenta por sua vez, manter a atenção do indivíduo pelo maior
tempo possível.
Em termos gerais, a transmissão digital de sinais de televisão com suas possibilidades de
interatividade, implica uma série de características diferenciadas que possibilitará reduzir custos
de equipamentos de transmissão, melhorar a qualidade de transmissão e facilitar a convergência
dos meios de TV, telefone e internet, além de permitir ao telespectador de certa forma interagir
com a produção do que é transmitido.
Mas o importante é pensar como será o comportamento das pessoas frente à televisão interativa,
quando já habituadas à passividade ou pseudo-interação da televisão atual.
Acerca da Interatividade na televisão, STANDKE (2002), afirma que há algum tempo as
emissoras têm buscado interagir com o telespectador. Alguns exemplos são os programas em que
você decide o final ou elimina quem participa, onde perguntas são respondidas pela internet ou
frases que aparecem nos programas de domingo. E o limite dessa interação é desconhecido.
Somente o tempo para surpreender nossas humildes expectativas.
Dentro desse cenário, o produtor agora, se vê obrigado a produzir conteúdo e tornar seu produto
atraente a dois tipos diferentes de telespectadores. O primeiro, ainda acostumado com a
passividade anterior do meio, e que utiliza apenas do controle remoto como uma maneira de
interação com o meio. O outro telespectador, por sua vez, advém de um meio marcado pela
produção conjunta e quer da televisão, um conteúdo interativo e atraente, que cause uma
identificação e possa conter vestígios e interferências de quem está do outro lado da tela.
Já faz muito tempo que as TVs estão na maioria dos lares. Em função disso, as
pessoas desenvolvem expectativas em relação ao seu uso: encontrar algo que as
divirta e informe, sem ter de fazer muita coisa além de regular o som, trocar de
canal ou desligar o aparelho. As possibilidades introduzidas pela TVDi
5
irão,
com o tempo, mudar essas expectativas, e as pessoas tenderão a uma atitude
mais ativa, concentrada, engajada em um objetivo que lhes é importante.
(CYBIS, 2007, p.257).
E para gerar um conteúdo diferenciado, o produtor televisivo terá que ampliar toda a produção
audiovisual nos próximos anos. Para Orlando Senna, secretário de audiovisual do Ministério da
Cultura, “o país precisa ao menos dobrar sua produção audiovisual para poder gerar conteúdo que
abasteça a TV digital nos próximos anos”.
Sobre essa perspectiva, que as emissoras de televisão, preocupadas não só em adequar a
tecnologia aos padrões do SBTVD, procuram profissionais diferenciados no mercado, que tragam
um conteúdo original, capaz de atender as necessidades de um público cada vez mais específico.
Hoje os programas de variedades passam a incorporar assuntos como utilidades domésticas,
curiosidades físicas e biológicas, atrações musicais dos diferentes gêneros. Em contrapartida, os
5
TVDi: Televisão Digital Interativa. Conceito utilizado por fulano, disponível em:
http://books.google.com.br/books?id=F4kmAeDBScEC&pg=PA253&dq=produção+tv+digital#PPP1,M1
programas específicos buscam aprofundar ainda mais seus temas a fim de explorar todos os lados
de uma questão, visando atender as necessidades de um público segmentado.
VILCHES (2001) afirma que começam a desaparecer as diferenças entre os meios tecnológicos
(televisão, computador, rádio, telefone). Vive-se deste modo frente a inovações de corporações
das telecomunicações, da informática e da indústria do entretenimento, ou seja, surge terreno
fértil para o desenvolvimento de meios convergentes. O mesmo autor, afirma que atualmente a
necessidade de estudar a convergência não se limita mais apenas ao âmbito tecnológico, está em
andamento também uma convergência de conteúdos, tendo em vista a era digital e o surgimento
de meios híbridos como a TV digital Interativa.
A convergência tecnológica da internet com outros meios (TV, rádio e telefones de última
geração) assegura a entrada dos consumidores em uma fase de globalização, onde a principal
característica é a convivência interativa do telespectador com meios e conteúdos convergentes e
digitais. Em outras palavras, é possível presenciar o surgimento de uma interação “horizontal e
interindividual”. Horizontal porque não existe uma linha de comunicação definida como emissor,
mensagem, meio, ruídos e receptor. E interindividual, porque as pessoas se comunicam entre si,
mas de maneira isolada e restrita, sem um contato direto uma com as outras.
Além desses benefícios, porém, causados pela interatividade, deve ser levado em consideração,
que muitos dos telespectadores podem não aderir a tais transformações e a interatividade causada
pelos programas e aplicações para a TVDi. Dessa forma, os produtores devem partir do princípio
dual que a programação digital deverá proporcionar aos telespectadores: interativa, mas que não
altere o conteúdo e a maneira de ser expressa aos que não querem participar ativamente da
programação. “Isso é, a passagem do modo normal ao modo interativo deve se dar por meio de ao
máximo um toque no controle remoto.” (CYBIS, 2007, p.258)
Além dessa preocupação, os produtores de televisão devem estar antenados a outra realidade.
Com a TV digital, a multiprogramação, ou seja, a variedade de canais existentes, regulamentada
pelo governo, trará um novo padrão de produção. O Brasil é hoje um dos maiores consumidores
de televisão do mundo e um dos menos ativos produtores de programação. Essa realidade faz
com que, agora, mais do que nunca, que os programas tenham que se superar as expectativas dos
telespectadores. Diferenciar os produtos em relação aos concorrentes buscando novidades por
óticas ainda não exploradas é um primeiro passo para manter o público fiel. Não podemos nos
esquecer que a televisão é um veículo sustentado pela publicidade, atraída pela audiência que o
programa traz.
Essas características novas sugerem um multiprofissional. Uma pessoa cada vez mais ligada nas
transformações sociais para adequá-las à realidade do público, trazendo mais telespectadores.
Contudo, ainda será necessário incorporar linguagens de outros meios, como o virtual, difundido
pela comunicação na internet. Se os padrões de quem assiste mudou, é necessário que os padrões
de quem produz também mude.
2 TRANSFORMAÇÕES COM A TV DIGITAL
Toda essa realidade, porém, poderá causar aspectos negativos no Brasil. Apesar de a tecnologia
ter potencial para se tornar um mecanismo de inclusão digital, a gratuidade e os serviços públicos
não são garantidos. Em nosso país menos de 20% da população tem Internet nas residências e
essa classe economicamente excluídas, como por exemplo, terá dificuldades em obter os
benefícios da TV digital.
Existe o risco de que os recursos tecnológicos não sejam distribuídos de forma igual a todas as
classes, ou seja, “há também o risco iminente de que as caixinhas conversoras feitas para a
população mais pobre só sejam capazes de transformar o sinal analógico em digital, sem a
possibilidade de interatividade. Já as caixas mais caras teriam os recursos mais ‘sofisticados’. O
baixo custo é fundamental, mas é preciso ter cuidado para que isso não justifique uma política
excludente”. (Revista TV Digital, pág. 14). Desta forma, fica manifestada a desigualdade
inclusive no que se refere à distribuição da tecnologia da TV digital. Cabe aos órgãos
competentes, elaborar uma regulação para que a exclusão não se dispare em mais um setor da
sociedade.
Outro problema sobre a regulação da TV digital e que pode se tornar bem mais complexo do que
se encontra é a questão da atual legislação que regulamenta o rádio e a TV. De acordo com a
revista TV digital, de maio de 2006, “A atual legislação é fraca, conservadora, ultrapassada,
confusa e, ainda, por cima, não permite a introdução da TV e rádio digitais. Se não quiser ser
questionado judicialmente, o governo deve desistir da aparente intenção de introduzir a TV e
rádio digitais através de decreto e encaminhar uma nova legislação para o setor”.
Além das questões sobre a legislação, essa necessidade de um novo marco regulatório deve
atender a outras questões como as relacionadas à educação e dos interesses da população.
“Atender aos princípios citados pelo artigo 221 da Constituição Federal: finalidades educativas,
artísticas, culturais e informativas; promoção da cultura nacional e regional; produção
independente; regionalização da produção cultural, artísticas e jornalísticas; respeito aos valores
éticos e sociais.”
Como tal, mais do que uma legislação adequada, é necessária uma mudança de pensamento dos
profissionais que trabalham diretamente com a TV digital. Para que todos os benefícios
tecnológicos sejam incorporados, de fato, mais do que adaptar, é preciso novas maneiras de criar
e rever toda uma estrutura, que agora, não pode ser considerada fixa, mas sim em constante
transformação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não há como não perceber o que grande parte dos estudiosos defende que vivemos em meio a
grandes transformações onde a comunicação ocupa papel destacado na chamada "sociedade da
informação".
As transformações citadas anteriormente são de origem econômica, políticas e sociais e
desembocam nessa nova sociedade onde os meios de comunicação também têm sofrido
alterações em suas estruturas e funções para adaptarem-se a esse novo modelo de
desenvolvimento.
Desse modo, apesar do assunto ser relativamente novo, é necessário aprofundar discussões que
reflitam acerca da necessidade de adaptação das produções comunicacionais os meios
convergentes, uma vez que uma das características da comunicação é sua facilidade de adaptação
aos diferentes meios de maneiras distintas.
O mundo digital tem muito menos regras, mas duas delas certamente ficam do que se tinha
aprendido com o mundo analógico. Primeiro, o consumidor é rei. E, segundo, que grandes idéias
são fundamentais para tocar uma empresa adiante e sustentar qualquer inovação tecnológica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo, Paz e Terra, 1999.
CYBIS, Walter. Ergonomia e Usabilidade: conhecimentos, métodos e aplicações, in: Capítulo
8: Ergonomia e Usabilidade da TV digital Interativa. São Paulo, Novatec, 2007. Disponível em:
http://books.google.com.br/books?
id=F4kmAeDBScEC&pg=PA253&dq=produção+tv+digital#PPP1,M1
DESAFIO do futuro: A Transformação na Mídia. Mídia & Mercado. Outubro de 2002.
DIZARD, Wilson Jr. A nova mídia. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1998.
KELLISON, Catherirne. Produção e Direção para TV e Vídeo. Elsevier Editora Ltda, 2007.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34,1999.
NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital. São Paulo:Companhia das Letras,1995
MARCONDES, Ciro Filho. Televisão. São Paulo: Ed. Scipione, 1994.
STANDKE, Gerson Luiz. TV interativa: como funciona esta nova tecnologia de
entretenimento para sua TV? Disponível em http://www.cinemaemcasa.com, capturado em
09/12/2002.
VILCHES, Lorenzo. A migração digital. Coleção Comunicação Contemporânea, São Paulo:
Editora Loyola, 2003.
WOODARD, Emory H. Mídia interativa: a televisão no século 21. Comunicação & sociedade,
Ano XII, n. 21, São Paulo, Editora IMS, junho 1994.
A transformação na mídia. Mídia&Mercado. Outubro de 2001, p.15.
FERNANDEZ, Jorge; LEMOS, Guido e SILVEIRA, Gledson; Introdução à Televisão Digital
Interativa: Arquitetura, Protocolos, Padrões e Práticas. Disponível em:
http://www.cic.unb.br/docentes/jhcf/MyBooks/itvdi/texto/itvdi.pdf
TEIXEIRA, Lauro H. P. Televisão Digital: Interação e Usabilidade. Dissertação(Mestrado em
Comunicação). UNESP - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Arquitetura, Artes e
Comunicação. Bauru (SP), 2008. 142f. Disponível em: http://lauroteixeira.com.br/_TESE_Lauro-
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Sites:
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http://novaescola.abril.com.br/index.htm?ed/164_ago03/html/falamestre. Acessado em
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http://www.emarket.ppg.br/, acessado em 30/010/1999
Revista:
TV digital - Maio/2006
Eu Ulisses Valadares Moreira da Silva autorizo a publicação do meu artigo junto ao Domínio
Público...
<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by/2.5/br/"><img alt="Creative
Commons License" style="border-width:0"
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