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Erótica
Alberte Momán
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Erótica
Alberte Momán
http://moman.wordpress.com
Primeira Edição ano 2005
www.arcosonline.com
Segunda Edição ano 2008
www.lulu.com
ISBN: 978-1-4092-1644-5
Revisão ortográfica
Isaac Alonso Estraviz
Victor Domingos
2 Erótica. Alberte Momán
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Saying again
If you do not teach me I shall not learn
Samuel Beckett
Alberte Momán. Erótica 3
do sangue nas mãos
levo-te dentro
porque também eu sou ferida
4 Erótica. Alberte Momán
abraça-me
como o úbere do mundo
e verás deslizar do caucho
o látex da vida
a goma elástica
sobre o rosto
asfixiado
Alberte Momán. Erótica 5
traça
concretamente
no compor um corpo longe de um mesmo
ali onde outrora nada existira
aguardando um retorno que o salve
6 Erótica. Alberte Momán
sinceramente
conseguir na distância apalpar o teu aroma de orgasmo
na distância
sofrer os temores teus
na distância
tão meus
como este ácido ventre em que destilo
o amor ódio das tuas carnes
Alberte Momán. Erótica 7
sofrendo o prazer
dos silêncios
perdendo a elegância
no esforço
sente-te longe
o meu suor escorrega
nos sulcos da tua diversão
inocente
longe
onde não te emprenhe o meu orgasmo
de tédio
8 Erótica. Alberte Momán
é formosa e inacessível
como todas as formosas e inacessíveis
que cravaram os olhos
longe do meu desejo
é formosa e inacessível
aprendi a amar a distância
entre ambos
Alberte Momán. Erótica 9
perfíla-se o contacto
as mãos sobre o tecido da tua pele porosa
mimando umas curvas que me falam do prazer
uma gota de suor
escorregadiça
no mole morno do contacto
nutrindo-se de ambos
10 Erótica. Alberte Momán
as horas
vibra platónica na distância
desejo
na distância despe-se o tempo
paixão
esse corpo que mistura energia e doçura
silvestre
dono da hora primitiva
tântrica
Alberte Momán. Erótica 11
correndo em direção ao tempo
cumpre-se
desfeito retiro-me
livre do poder de namorar
condensado todo ele na tua vulva
o tempo passa
cumprido
onomatopéia labiodental
atraiçôo o porquê
perguntas
houve um momento em que volveria
se mo pedisses
mas prefiro aguardar a que te vás
devagar
12 Erótica. Alberte Momán
oculto o rancor
atrás de um orgasmo
para converter-me ao nada
não me ofereço
sem o poder de amar
Alberte Momán. Erótica 13
guardo o fumo nos lábios
da tua última guimba*
buscando as palavras exactas
após o aprendido
para imbricar-me entre as pernas
o tempo
que faz que não falamos
com a quentura das coxas
no meu ventre
húmido
14 Erótica. Alberte Momán
perdi a memória
no fundo do teu umbigo
do tempo só guardo a tua presença
e a minha mão percorrendo
a modo*
os teus ombros
para descer pela coluna
bem abaixo
onde o amor se perde
desejo
Alberte Momán. Erótica 15
sou também o imisericordioso
o eu que conheceste
quando ainda desejavas conhecer
porque levo da estirpe
um membro esculpido
no passado
16 Erótica. Alberte Momán
aprendi a falar
nas horas de silêncio
com o teu pescoço arqueado
e os teus braços firmes
cravados no leito
Alberte Momán. Erótica 17
ofereço a minha erótica
ao teu subconsciente
domina-me com essa curva de mulher
íntima
e um sorriso de
bom dia
18 Erótica. Alberte Momán
vejo um nome
o teu
em cada forma
insinuante
das palavras pronunciadas
tiro o teu cabelo
húmido
com o meu
na almofada
quando me faltas
Alberte Momán. Erótica 19
no ego que exclamo
em cada sacudida
aguardo
e gravo o teu perdão na pele
com o sangue da estirpe
que te precedeu
20 Erótica. Alberte Momán
comprometo
com família
o meu erro
consagrando um instante efêmero
que te lembrarão quando não estejas
Alberte Momán. Erótica 21
c
na ribeira do desejo
para escrever o meu nome
entre as tuas pernas
com um fluido que te pertence
desde o além de todos os tempos
e ali prender um jugo e uma mata
em flor
para fazer de um
pegadoiro
no que descansar as noites
e futuro do instinto
com o segundo
22 Erótica. Alberte Momán
esse projecto
procurando nas entranhas da terra
um coito
acarinhando as margens de umas cadeiras
num afundar impossível
nas chagas de um passado tão presente
e real
como a ausência mesma
do amor nas tuas carnes
Alberte Momán. Erótica 23
convida-me a passar
também eu levo nos pés
a terra
que sulca as tuas rugas
24 Erótica. Alberte Momán
de morrer sentiras-te longe
e a um passo
infranqueável
Alberte Momán. Erótica 25
dos peitos teus tiramos
com graça
um sorriso
manipulando aquelas trémulas formas
jogamos com o alimento
do mato que forjou a nossa segurança
fictícia
porque o pensar procura sempre um mais além
da simplicidade
e quisemo-nos de outro jeito
diferente
26 Erótica. Alberte Momán
recreio no meu instinto o recordo
de um beijo escorregado pelas costas
a língua sulcando todas as funduras
penetrando até à génese mesma do sentimento
numa explosão
e tu
hirta
fundindo-te em todas as superfícies
que figuram
num instante
o prazer
logo
brevemente
recomeçando o infinito
entre cócegas de suor
ergo-me
a friagem da parede do quarto
é o meu único descanso
Alberte Momán. Erótica 27
com os teus pezinhos
entre as minhas pernas
jogando com um joelho
antes
e depois daquele beijo ascendente
detido em toda adversidade
para reflexionar
por isso que não podia ser eterno
tirou-nos méritos frente à desídia
e ganhou
marchando com um sombreiro de palha
sobre um cajado de tojo
assobiando os nossos amores
vitorioso depois de uma forte aposta
28 Erótica. Alberte Momán
chega a tempo
resvalando inocente
pelas coxas tuas
que mamaram o salgado agridoce
da estirpe
Alberte Momán. Erótica 29
a tradução do verbo
amparado pela paixão
com os olhos fechados
num aperto de pele com pele
transpirando as sensações compartidas
que amam apertar-nos e respirar
o lume dos nossos sentimentos
30 Erótica. Alberte Momán
complicar a metamorfose
no corpo de ambos
suspirando
entrega-me
leva-me nesse último alento
contigo
perverte-me de sonho
entre os teus e os meus
cabelos
firmando na esperança
um último suspiro
Alberte Momán. Erótica 31
chega o nosso momento
assobiando
novas formas de fazer
uma história permanente
nesse ponto
a fórmula verdadeira
para não mentir-nos em cada sacudida
para falar
sem palavras
com cada gesto
e aproveitar do último alento
a seiva de uma vida nova
32 Erótica. Alberte Momán
recôndito parece-me o lugar
onde vi por primeira vez
as gotas de oceano
agarrando-se ao velocino
dourado da tua pele
aquele perseguir a beijos
a sua trajetória
sorvendo a essência
dos mil mares
perseguidos
para dormir abalado
pela força do teu alento
até a noite
conquistando as funduras
indómitas
do teu semblante aprazível
mas na distância
destilo os aromas do recordo
para perder a consciência pela embriaguez
estreitando o cerco da saudade
Alberte Momán. Erótica 33
falemos de tudo quanto é
denudável
de quanto repousa além
dos sensabores
abraça-me
apertando-me com os peitos
fortemente
como se fosse fácil romper com o alento
do coração
34 Erótica. Alberte Momán
levas-me dentro
molhado na tua vulva
trémulo
com a excitação própria do proibido
Alberte Momán. Erótica 35
la prefiero compartida
a vaciar mi vida
Silvio Rodríguez
docemente
intuindo um corpo
nu
dentro do meu próprio
falange após falange
tecendo um mancomunado
fértil
de luz
busca-me ao fim
tenho um espaço nas ladeiras
das minhas superfícies
para ti
e os que te amem
se te amam
36 Erótica. Alberte Momán
fui quem de queimar a pele
com alouminhos*
proscrito
num corpo que sonhou
com o roçar da minha pele
nos meus sonhos
quem de enumerar com mágoa
os amores
para roçar com a minha língua
outras peles
acovilhando-me nas minhas fronteiras
ausência no conflito
brisa correndo entre poro e carne
Alberte Momán. Erótica 37
na minha mão
prisioneira
de uma forma entrelaçada com o teu corpo
dominada por um sono intenso
e uma mão intuindo umas curvas
que se deixam deduzir de entre as sombras
e mais além
um sorriso
acarinhando o poder
de saber-se forte frente a tudo
livre de dominar
e deixar-se sumir no mais absoluto prazer
docemente
sem compromisso
38 Erótica. Alberte Momán
lamber o domínio
da tua carne estremecida
consagrando um vínculo com os lenços
de um leito vacilante
através da passagem do tempo
para confirmar um passado unidireccional
afincado no nosso desejo
aguardando
Alberte Momán. Erótica 39
cravavas as unhas no ar
mantendo a respiração
para conter o mundo no peito
e soltá-lo de golpe
num verso
40 Erótica. Alberte Momán
cuore
tempo fa
aria
fuoco di sabbia
dove?
dove sei?
Alberte Momán. Erótica 41
lume de areia
tão perdido e áspero
que dana os interiores
incultos
da tua virgindade
42 Erótica. Alberte Momán
não por esquecimento
ou por ele mesmo
vivo num país sem pegadas
um corpo
pobre incauto
às cegas
murmurando os prazeres
que intuo
cultiva-me
para dominar o teu corpo
Alberte Momán. Erótica 43
levo comigo o teu sexo
esculpido com a força de mil
sacudidas
na retina do recordo
44 Erótica. Alberte Momán
a sede
menciona-me nos sonhos
alimentando-me do teu suor
sulcando as ribeiras dos oceanos do teu corpo
com a embarcação nua
deste esqueleto que me leva
já os soluços me empurram
para a costa
Alberte Momán. Erótica 45
recortemos um beijo do passado
para pô-lo ao remolho dos novos tempos
ali onde possamos portar o recordo
também das épocas
que deveríamos ter vivido
longe
e a um tempo
assumindo-nos como única presença
eterna
46 Erótica. Alberte Momán
podes colher de mim
tudo quanto precisares
alimento-me só de saudade
um corpo que deixou de tremer por mim
suar por mim
em todas as superfícies
a dor que causa é só comparável
ao prazer que foi quem de gerar
Alberte Momán. Erótica 47
Aclarações
*Guimba: ponta de cigarro, beata.
*A modo: com vagar, sem presa.
*Alouminho: carícia, carinho.
48 Erótica. Alberte Momán
Erótica
de Alberte Momán
ganhadora do certame de Poesia Francisco Añón
que convoca o Concello de Outes na edição do 2004
Alberte Momán. Erótica 49
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