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EM JEITO DE PREFÁCIO
(Reproduz-se o discurso final).
NA HORA DA DESPEDIDA
Neste momento solene em que à Luz do Leste vai ser
entregue um novo servidor, permitam-me, Fratres e Sorores, que
use o pronome EU, em prejuízo da impessoalidade do NÓS, para
uma breve declaração de despedida e agradecimento.
Abusando da vossa benevolência, quero agradecer em
primeiro lugar a todos os oficiais que comigo corporizaram o
mandato que nesta ocasião se extingue — administrativos,
ritualísticos e iniciáticos — o suporte que me deram e o carinho
que me dispensaram. Bem hajam, pois, pelo vosso emprenho e
bem hajam pelo vosso espírito fraternal.
Em segundo lugar, em meu nome pessoal e em nome
dos atrás referidos oficiais, quero apresentar aos demais Fratres e
Sorores as nossas desculpas por quaisquer insuficiências que não
tenhamos sabido prever ou suprir, bem como por eventuais erros
cometidos, sobretudo se umas e outros goraram de algum modo
lídimas expectativas deste ou daquele membro em particular, ou
quiçá de todo o colectivo que é a Loja. Que tais handicaps possam
ser lições de futuro quanto ao que se não deve fazer; por outro
lado, que os bons frutos produzidos — que certamente os houve
— possam multiplicar-se e que os bons exemplos possam ser
novas flores, de novos frutos. Que possamos dizer hoje e dizer
sempre: «Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá a
glória!», como diziam os antigos cavaleiros templários, quando
davam de esporas às suas montadas.
É minha convicção que a generalidade de todos nós
entende perfeitamente que mestre , aqui, é apenas privilégio na
aprendizagem e tudo o mais gosto no serviço, que se quer tão
impessoal quanto possível, porque o contrário seria o mestre
servir-se e não servir ele os seus iguais para bem da Obra. Mas
este igualitarismo traz-lhe uma especificidade que o deve
compelir a não descurar em momento algum dever ser sempre o
primeiro no louvor ao que esteja bem — por mais que não seja
óptimo — e o último na condenação a quanto possa não correr da
forma mais desejada, com a lúcida e sincera humildade de saber
que não há nada que não possa ser melhorado mas que, todavia, o
óptimo é, as mais das vezes, um inimigo tenaz do bom e um