complementar o levantamento, a pesquisa foi realizada também via internet, através da página
eletrônica da Associação Européia para a Conservação do Patrimônio Geológico – ProGEO
(2007), que disponibiliza diversas referências portuguesas na área de patrimônio geológico e
geoconservação.
Como em alguns casos ainda não era possível o acesso ao trabalho completo, optou-se
por realizar a análise de acordo com as palavras-chave no título (KWIT – Key word in title).
A escolha das palavras-chave foi realizada, considerando aquelas que abrangessem a
importância e a necessidade de preservação da geodiversidade. Percebeu-se que seria
necessário, em alguns casos, utilizar descritores compostos para uma maior eficácia do
levantamento. Desse modo, os descritores escolhidos foram patrimônio e valorização,
associadas a fossilífero, paleontológico, geológico ou mineiro; geoturismo e seus derivativos;
geoconservação; monumento, associado a geológico, paleontológico ou natural; museu e seus
derivativos; museologia ou musealização; e sítio geológico ou paleontológico.
As referências foram identificadas e organizadas de acordo com a tipologia documetal
e inseridas numa base de dados, construída sob a interface do Microsoft Access 2003®,
escolhido por possuir algumas ferramentas úteis em atender as necessidades do trabalho,
como chave primária, filtro, relatórios, etc. Essa base de dados possui quatro tabelas
numeradas. A tabela 1 contempla os anais de eventos científicos, na tabela 2 encontram-se os
capítulos de livro, livros, monografias, dissertações e teses, relatórios e suplementos, etc. Na
tabela 3 estão os artigos de periódicos científicos e na tabela 4 todas as referências foram
reunidas. Todas as tabelas contêm os campos: autor, ano, título, publicação (nome da revista,
programa de pós-graduação, congressos, etc.) e país. O recurso “chave primária” foi utilizado
no campo título, assegurando a não duplicação de referências.
Para análise gráfica e de porcentagens utilizou-se o Microsoft Excel 2003®. As tabelas
foram construídas de acordo com as informações do banco de dados e os gráficos “pizza” e
“barra”, que melhor ilustraram os resultados, foram os escolhidos.
3 Resultados
A partir da organização do banco de dados foi possível obter algumas informações
sobre como o campo do conhecimento, através do recorte proposto e nesses países, está
configurado. É importante ressaltar que os resultados apontados a seguir são oriundos de
amostras, mas que representam, no mínimo, o material de consulta e acervo particular de 4
pesquisadores respeitados e que trabalham com o tema, ou seja, são acervos que abarcam um
grande número de referências relevantes. Por isso, através do levantamento realizado é
possível realizar algumas aferições e levantar algumas questões sobre como Brasil e Portugal
entendem e preservam o patrimônio geológico.
Como está demonstrado na tabela 1, foram levantadas 118 referências bibliográficas,
sendo que, desse total, 80 são de trabalhos publicados em anais de eventos (68%), 18 livros
ou teses (15%) e 20 artigos de periódicos (17%) (Gráfico 1). De todas as referências
encontradas, 30 foram do Brasil e 88 de Portugal, o que significa uma diferença de 26% para
74%, respectivamente (Gráfico 2). Por essa análise fica evidente o maior número de
publicações de Portugal, diferença essa, que é justificada pelos muitos simpósios e grupos de
trabalhos em congressos e até mesmo congressos e pós-graduações especializados em
patrimônio geológico e sua conservação que existem em Portugal. No Brasil, existem
iniciativas e projetos que visam a preservação do patrimônio geológico, mas que ainda
trabalham isoladas, resultando em publicações esparsas. Também não se pode deixar de
mencionar que um levantamento bibliográfico maior, principalmente antes de 2003, no Brasil,
ainda pode ser realizado, mas, sem modificar muito esta diferença.