69
igarapé, que passava as proximidades da colônia, fazia ligação com o rio Guamá, diminuindo
o tempo de viagem até a capital.
Em comunicação a presidência do Pará, Antonio Gonçalves Nunes levava ao
conhecimento de Francisco Maria de Sá e Benevides o início dos trabalhos de construção da
nova estrada, sendo que para o Presidente da Comissão de Colonização o interesse maior
estava na facilidade do fornecimento de sementes aos colonos, uma vez que, em Benevides já
se avistavam alguns terrenos prontos para o cultivo.
188
Com a nova estrada, as embarcações
que traziam as sementes de Irituia, Ourém e São Miguel do Guamá, poderiam seguir direto
para o porto do Tuyassuí, não havendo mais a necessidade de vir até Belém, para que subindo
o rio Maguarí se atingisse o porto de Benfica. A criação da nova estrada, portanto, além de
encurtar o tempo de viagem da capital até Benevides, possibilitava a comunicação da colônia
com localidades como Irituia, Ourém e São Miguel.
189
Em 09 de setembro de 1875, o capitão
Valentim dava conta de que a estrada estava aberta e entregue ao transporte de mercadorias.
190
Além da estrada do Tuyassuí, o Capitão Valentim, empreiteiro de diversos trabalhos em
andamento na colônia, dava como concluído os serviço de abertura da via comunicação com o
porto de Benfica, assim como de algumas obras de abarracamentos, aberturas de picadas e
ruas. Restava a Comissão de Colonização solicitar autorização da presidência de Província
para fazer o pagamento das despesas com os serviços empreitados. Somente a estrada até o
porto de Benfica custaria aos cofres públicos cerca de oitocentos mil réis; pagamento que foi
ainda efetivado em setembro de 1875. Também se dava como pronta às obras do barracão de
Benevides, utilizado para abrigar os imigrantes que ainda não haviam ocupados os seus lotes,
assim como a abertura de picadas divisórias de nove lotes marginais a estrada de Bragança.
188
APEP. Caixa 340 (1874-1879). Ofício da Comissão de Colonização de 27 de agosto de 1875. Documentação
Avulsa da Secretaria da Presidência da Província do Pará. Colonização e Imigração, 1875.
189
A Comarca de Irituia com 52 casas, uma igreja em ruínas, agência do correio, coletoria provincial, cadeia,
duas escolas e 11 estabelecimentos comerciais estava situada na margem esquerda do rio Irituia, afluente da
margem esquerda do Guamá, cerca de 44 quilômetros de distância da foz; produzia algodão, mandioca, arroz,
feijão e tabaco, que constituía o seu principal ramo de industria e comércio, e que era exportado para a capital
em grande quantidade, bem como arroz, farinha, madeiras, borracha e aves. Ourém estava situada na margem
direita do rio Guamá; era composta de 3 ruas, 3 travessas, 2 praças, cemitério, agência de correio, cadeia pública,
coletoria geral e provincial cinco escolas e uma igreja e uma igreja; comunicava-se com a cidade de Bragança
pela estrada chamada de Ourém e com a Província do Maranhão , por um caminho muito acidentado até
Turiassú, no Maranhão. Ourém exportava muito tabaco, farinha, feijão, milho, arroz e em pequena escala,
algodão, borracha e madeira de todas as qualidades. São Miguel, situado a margem direita do rio Guamá,
distante mais de 160 quilômetros de Belém era formada por 8 ruas, 50 casas, igreja matriz, 2 cemitérios, paço
municipal, coletoria geral e provincial, agência do correio, 2 escolas e 9 casas comerciais. Produzia, mandioca,
tabaco, arroz, feijão, café, cacau, borracha e madeiras. In: BAENA, Manoel. Informações sobre as comarcas da
Província do Pará: Organizada em virtude do aviso circular do Ministério da Justiça de 20 de setembro de
1883. Pará. Typ. F. da Costa Júnior, 1885, pp. 29-31.
190
APEP. Caixa 340 (1874-1879). Ofício da Comissão de Colonização de 09 de setembro de 1875.
Documentação Avulsa da Secretaria da Presidência da Província do Pará. Colonização e Imigração, 1875.