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Introdução
Entender que o pensamento químico, isto é, a utilização deliberada de obter
certos produtos utilizando procedimentos definidos, esteve presente mesmo nas
civilizações primitivas, extraindo os metais contidos nos minérios e no aproveitamento
das plantas com finalidades medicinais (CARRARA JR; MEIRELLES, 1996), como o
caso de síntese de drogas para o tratamento de problemas perenes a saúde, como
hipertensão, diabetes, artrite e problemas mentais, (MASTERTON; SLOWINSKI;
STANITSKI, 1990), é compreender a relevância social da química para uma sociedade
cada vez mais dependente de inovações tecnológicas e de avanços científicos. Assim
sendo, o professor de Química pode utilizar desse estudo de desenvolvimento da ciência
Química como um fator de contribuição na formação do cidadão mais consciente do seu
papel de educando/educador frente às questões sociais.
Entende-se aqui a contribuição do educador de química não como a
“transferência de conhecimentos”, apresentada por Freire (1996) como um “ensino
bancário”, mas a contextualização dos conhecimentos químicos com aspectos sociais,
relacionando conceitos químicos com o cotidiano dos alunos e uma reconstrução de
idéias com a finalidade de permitir ao aluno desvendar as realidades existentes. Por
outro lado, o educador experiência realidades dos seus alunos, aprendendo com eles, ou
seja, “[...] o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é
educado [...]” (FREIRE, 1970, p 68).
Maldaner (2003, p 97) alerta que,
[...] Não podemos esquecer, no entanto, que temos uma função especial no
complexo da produção do conhecimento químico. Somos professores de
Química, ou melhor, educadores químicos e, nesse sentido, o nosso
conhecimento é de natureza especial. Mais que fazer ‘avança’ o conhecimento
químico especifico, temos o compromisso de recriá-lo em ambiente escolar e na
mente das gerações jovens da humanidade [...].
Portanto, o ensino da química precisa ser contextualizado, onde o foco do
conhecimento é a formação consciente do cidadão. De acordo com Santos e Schnetzler
(2003) formar o cidadão não consiste apenas ensinar a química dos polímeros, das
poliamidas, policarbonatos, dos hidrocarbonetos, das sulfamidas, como pretendem
alguns livros maquiados com o cotidiano. A química que precisamos implica também o
desenvolvimento de valores éticos. Para tanto, faz-se necessário o entendimento e
reflexão crítica sobre a prática de ensino na relação transmissor/receptor, tornando