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O Planalto do Amambaí, no extremo sul de Mato Grosso, compreende a
região delimitada geogràficamente pelos rios Paraná, Ivinhema e
Brilhante, pela Serra de Maracajú e pela República do Paraguai. Entre os
inúmeros tributários da margem direita do rio Paraná, que banham o
planalto, destaca-se o rio Amambaí, como espinha dorsal que é de um
vasto sistema hidrográfico, que irriga uma das maiores reservas de terras
virgens de alto padrão (“trapp”), existentes atualmente no mundo. Ali
situam as cidades de Rio Brilhante (antiga Entre-Rios), Dourados,
Caarapó, Fátima do Sul, Itaporã, Pôrto Felicidade, Ponta Porã e
Amambaí, e os campos de Vacaria, cujas condições ambientes causaram
verdadeira admiração ao Eng. Manoel Arrojado Lisboa (id., ibid. p. 23-
4).
É de se notar o destaque que acima se dá ao rio Amambai, o que é compreensível,
pois tanto esse rio quanto os seus afluentes foram utilizados no início do século XX como
importante via de escoamento da produção do mate até Guaíra. É importante afirmar que
embora o rio Paraná não teve a mesma importância histórica para a navegação comercial
que o rio Paraguai, percebe-se hoje que sua utilização foi corrente, embora aquém das
possibilidades que proporcionava. Desta forma, não é de se estranhar ao final de 1968, o
enfoque dado aos rios como uma ainda importante via de comunicação e circulação de
produtos do ESMT:
O escoamento da produção do Planalto do Amambaí, principalmente da
erva-mate, que se destina aos mercados argentinos, se processa pelas
águas dos rios Iguatemi, Maracaí, Amambaí, Laranjal, Guiraí, Pirabeba e
Ivinhema, que desembocam no Paraná e descem em direção do Pôrto
Guaíra. Todavia, merece menção nesse particular, o Rio Amambaí, pois é
pelo seu curso que transita a maior parte da produção do Planalto, bem
como é por via dêle que as utilidades adquiridas em São Paulo são
encaminhadas para as cidades dos municípios de Amambaí, Dourados e
Ponta Porã, ligadas entre si por boas estradas de rodagens, as quais
convergem para Pôrto Felicidade, ponto teto de navegação dêsse rio,
limitada logo acima pelo majestoso Salto de Pirapó, ao qual está
reservada a missão de fornecedor de energia elétrica a tôda a região em
aprêço (id., ibid., p. 25).
Nessa obra continua-se narrando a exuberância da paisagem, apoiando-se num
estudo de 1952, de autoria de Casemiro Brodziak Filho, membro da Comissão
Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai (CIBPU):
As matas majestosas, ostentando abundantemente as perobeiras, os
angelins, os cedros, os vinháticos, os bálsamos, os ipês, as canafístulas, e
outras inúmeras variedades, tais como a figueira branca, são atestados
veementes da exuberância dessas terras de eruptiva decomposta do
mesmo “trapp” das do norte do Estado do Paraná (terras vermelhas ou
roxas), compreendidas pelos mesmos paralelos geográficos, 22 e 24, com
diferença, apenas que estas se situam à margem esquerda do Rio Paraná e
as do Planalto do Amambaí, à margem direita do mesmo rio (id., ibid., p.
24).
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