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FABIO LUIZ ANDRETTI
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO À TRAÇÃO DE
CIMENTOS ADESIVOS A UMA LIGA DE NÍQUEL-CROMO
Florianópolis
2003
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FABIO LUIZ ANDRETTI
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO À TRAÇÃO DE
CIMENTOS ADESIVOS A UMA LIGA DE NÍQUEL-CROMO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Odontologia da Universidade Fede-
ral de Santa Catarina, como parte dos requisitos
para obtenção do título de Mestre em Odontologia
- Área de Materiais Dentários.
Orientador: Prof. Dr. Hamilton Pires Maia
Florianópolis
2003
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FICHA
CATALOGRÁFICA
A561 Andretti, Fábio Luiz
Avaliação da resistência de união à tração de cimentos adesivos a uma
liga de níquel-cromo /Fábio Luiz Andretti;
Hamilton Pires Maia. - Florianópolis, 2003.
95f. : il.; gráfs.; tabs + anexos.
Dissertação (Mestrado em Odontologia - opção Materiais Dentários) -
Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade Federal de
Santa Catarina.
Inclui bibliografia
1. Materiais dentários. 2. Cimentos dentários. 3. Ligas de níquel -
cromo. I. Maia, Hamilton Pires. II. Universidade Federal de Santa
Catarina. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. III. Título.
CDU : 616.314
Catalogação na fonte por : Ieda Maria de Souza CRB-14/516
FÁBIO LUIZ ANDRETTI
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO À TRAÇÃO DE
CIMENTOS ADESIVOS A UMA LIGA DE NÍQUEL-CROMO
Esta dissertação foi julgada adequada para obtenção do título de Mestre em Odonto-
logia, Área de Materiais Dentários, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-graduação
em Odontologia.
Florianópolis, 12 de novembro de 2003.
__________________________________________
Prof. Dr. Mauro Amaral Caldeira de Andrada
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Odontologia
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Prof. Dr. Hamilton Pires Maia
Orientador
__________________________________________
Prof. Dr. Luiz Henrique Maykot Prates
Membro
__________________________________________
Prof. Dr. Saulo Geraldeli
Membro
Ao meu DEUS e SENHOR, que tem me suprido, em
Jesus Cristo, todas as minhas necessidades de acordo
com Suas riquezas. Para Sua glória.
À minha família, Miréia, Fábio e Manoela,
muito obrigado por tudo.
Vocês são o meu apoio, minha motivação e minha
inspiração.
Aos meus pais, irmãos, sogros e cunhados pelo a-
mor e pelo apoio incondicional.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Ao Professor Dr. Hamilton Pires Maia, meu orientador, sempre incansá-
vel e dedicado. Por acreditar que somos capazes de alcançar, com humildade,
nossos objetivos.
Ao Professor Dr. Luiz Henrique Maykot Prates, pela participação efeti-
va na elaboração deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Dr. Mauro Amaral Caldeira de Andrada, Coordena-
dor do Programa de Pós-Graduação em Odontologia.
Sua atenção e ajuda foram imprescindíveis para a realização deste tra-
balho.
Ao Professor Cléo Nunes de Sousa, Vice-diretor do Centro de Ciên-
cias da Saúde, pela atenção e colaboração na realização desta etapa de
formação profissional.
Ao Professor Dr. Marcelo Carvalho Chain, pelos ensinamentos e pe-
lo incentivo.
Ao Professor Hubert Chamone Gesser, pela assessoria na análise es-
tatística.
Aos Professores Dr. Izo Milton Zani e Dr. Carlos Renato Soares,
pela amizade e pelo suporte.
Ao Professor Gilberto Müller Arcari, pelo auxílio e pelo estímulo.
Aos colegas da Área de Materiais Dentários, Cassius, Cleonice e Lu-
ana, pelo companheirismo, pela troca de experiências e por me estimula-
rem a alcançar minhas metas.
Aos colegas do Programa de Pós-Graduação em Odontologia, pe-
las palavras amigas, pelo auxílio e pelo estímulo.
Aos acadêmicos, Lilian Coelho e Samuel Zanela, pela participação
nas pesquisas laboratoriais.
Aos funcionários, Sra Valda, Sra Luciane, Srta. Renata e Sr. Lau-
ro, por mediarem, com seu nobre ofício, a realização deste trabalho.
Ao técnico, Sr Fernando, pela ajuda essencial à realização desta pes-
quisa.
Aos funcionários do Programa de Pós-Graduação em Odontologia,
especialmente a Sra. Ana Maria, pela cordialidade nos atendimentos.
Aos Srs. Herbert Mendes e Éderson Marques Pereira, da Ivoclar
Vivadent, por disponibilizarem o cimento Vivaglass Cem PL.
Às Cirurgiãs-Dentistas Glauce Pachane e Anadélia Borges Soares,
da 3M ESPE do Brasil, por disponibilizarem o cimento RelyX CRA.
À Srta. Regiane Marton, da J.Morita do Brasil, por disponibilizar o
cimento Bistite II DC.
À bibliotecária Sra. Ieda Maria de Souza, pela revisão metodológica.
Aos amigos e irmãos, Moacir Tadeu de Melo, Marcos Braga e Raul
Murilo de Souza por sua ajuda e sua amizade.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização
deste trabalho.
Invoca-me, e te responderei;
anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes.
Jeremias 33:3, Bíblia
ANDRETTI, F. L. Avaliação da resistência de união à tração de cimentos adesivos a uma
liga de níquel-cromo. 2003, 95 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia, Área de Materiais
Dentários) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis.
RESUMO
Este estudo avaliou a resistência de união à tração de duas marcas comerciais de cimento resi-
noso de dupla ativação e dois cimentos de ionômero de vidro para fixação a uma liga metálica
de Ni-Cr, aos 15 min e 24 h de armazenamento após o tempo de presa. Cento e vinte cilindros
metálicos fundidos em liga de Ni-Cr, foram cimentados em pares usando um dos cimentos e
foram divididos em 8 grupos: GRUPO 1: RelyX CRA-15 min (R-15), GRUPO 2: RelyX
CRA-24 h (R-24), GRUPO 3: Bistite II DC-15 min (B-15), GRUPO 4: Bistite II DC-24 h (B-
24), GRUPO 5: Ketac-Cem-15 min (K-15), GRUPO 6: Ketac-Cem- 24 h (K-24), GRUPO 7:
Vivaglass Cem PL -15 min (V-15) e GRUPO 8: Vivaglass Cem PL- 24 h (V-24). As médias
de resistência de união à tração dos grupos 1 a 8 foram: R-15= 10,1 MPa; R-24 = 12,9 MPa;
B-15 min = 18,4 MPa; B-24 = 21,1 MPa; K-15 = 7,7 MPa; K-24 = 9,60 MPa; V-15= 3,3 MPa
e V-24 = 11,0 MPa. Os resultados originais obtidos foram submetidos à Análise de Variância
de Dois Critérios (Two-way ANOVA) (p<0,05) e ao teste de Comparações Múltiplas de Tu-
key-Kramer. Entre os grupos de 15 minutos, o cimento Bistite II DC apresentou diferença
significativa em relação aos demais cimentos. Houve equivalência estatística entre os cimen-
tos RelyX CRA e Ketac-Cem e Vivaglass Cem PL apresentou os menores valores. Entre os
grupos de 24 horas, o cimento Bistite II DC apresentou diferença significativa em relação aos
cimentos RelyX CRA, Ketac-Cem e Vivaglass Cem PL, ocorrendo equivalência estatística
entre estes três grupos. Os grupos de cimentos resinosos de 24 h não apresentaram diferença
estatística em relação aos grupos de 15 min e os grupos de cimentos de ionômero de vidro de
24 h foram superiores aos grupos de 15 min.
Palavras-chave: Materiais Dentários. Cimentos dentários. Ligas de Níquel-Cromo.
ANDRETTI, F. L. Avaliação da resistência de união à tração de cimentos adesivos a uma
liga de níquel-cromo. 2003, 95 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia, Área de Materiais
Dentários) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Mestrado em Odontologia, Uni-
versidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
ABSTRACT
This study assessed the tensile bond strength of two dual resin-based and two glass-
ionomer luting commercial cements to a NiCr alloy, after 15 minutes and 24 hour storage
time. One hundred and twenty cylinder-shaped NiCr castings were luted in pairs with either
luting agent and divided in 8 groups: GROUP 1: RelyX ARC- 15 min (R-15), GROUP 2: Re-
lyX ARC- 24 hr (R-24), GROUP 3: Bistite II DC- 15 min (B-15), GROUP 4: Bistite II DC-
24 hr (B-24), GROUP 5: Ketac-Cem- 15 min (K-15), GROUP 6: Ketac-Cem- 24 hr (K-24),
GROUP 7: Vivaglass Cem PL- 15 min (V-15), and GROUP 8: Vivaglass Cem PL- 24 hr (V-
24). The mean tensile bond strength for groups 1 to 8 were: R-15= 10.08 MPa; R-24 = 12.66
MPa; B-15 = 18.42 MPa; B-24 = 21.11 MPa; K-15 = 7.52 MPa; K-24 = 9.60 MPa; V-15 =
3.27 MPa and V-24 = 10.98 MPa. The original results were subjected to 2-way Analysis of
Variance (two-way ANOVA) (p<.05) and Tukey-Kramer Multiple Comparison Test. Among
the 15 min-storage groups, Bistite II DC showed significant difference in comparison to the
other cements. There was no difference between RelyX ARC and Ketac-Cem groups, and
Vivaglass Cem PL demonstrated the lowest values. Among the 24-hr storage groups, Bistite II
DC demonstrated significant difference in comparison to RelyX ARC, Ketac-Cem, and
Vivaglass Cem PL, and these three groups were statistically equivalent. The 24 hr storage
resin cement groups did not show significant differences in tensile bond strength in compari-
son to the 15 min storage groups. The glass-ionomer cement groups of 24-hr-storage were
superior to the 15 min storage groups.
Key words: Dental materials, Dental cements, Nickel-chromium alloys.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Apresentação comercial do cimento resinoso RelyX CRA, cor A3 (3M ESPE, Saint Paul, EUA),
no sistema “click dispenser…............................................................................................................................... 43
Figura 2 - Apresentação comercial do cimento resinoso Bistite II DC, Clear (Tokuyama Inc. /J.Morita do
Brasil, São Paulo), no sistema de “Superseringa”...................................................................................................43
Figura 3 - Apresentação comercial do cimento de ionômero de vidro Ketac-Cem Radiopaque (3M ESPE,
Seefeld, Alemanha), no sistema pó/líquido.............................................................................................................43
Figura 4 - Apresentação comercial do cimento de ionômero de vidro Vivaglass Cem PL (Ivoclar Vivadent
AG, Schaan, Liechtenstein), no sistema pó/líquido............................................................................................... 43
Figura 5 - Par de cilindros fundidos apresentando orifícios laterais (A) para adaptação ao dispositivo
auxiliar para tração e faces circulares de cimentação (B)...................................................................................... 44
Figura 6 - Aparelho Ultrasonic Cleaner (modelo 1440 D, Odontobrás,
Ind. Com. Equip. Med. Odontol.
Ltda., Ribeirão Preto, SP, Brasil) utilizado para a limpeza ultrasônica dos cilindros fundidos............................ 45
Figura 7 - Politriz (Modelo DP-10, Struers/ Panambra Industrial e Técnica Ltda., São Paulo, SP, Brasil)
utilizada para acabamento dos cilindros de cimentação......................................................................................... 46
Figura 8 - Matriz de fixação do cilindro, para acabamento da face circular de cimentação com orifício
central para posicionamento (A) e parafuso lateral (B) para fixação dos cilindros metálicos............................... 46
Figura 9 - Acabamento do cilindro com a matriz para fixação (A) em lixa n
o
600 na politriz.............................. 47
Figura 10 - Aparelho de jateamento (F&F Equip. Med. Odont., Araraquara, São Paulo) utilizado para
limpeza dos cilindros metálicos para cimentação.................................................................................................. 47
Figura 11 - Jateamento com óxido de alumínio de tamanho de partícula de 50 µm, com a caneta de jatea-
mento (A) na face circular de cimentação do cilindro (B)..................................................................................... 48
Figura 12 - Recipiente plástico (A) contendo par de cilindros para cimentação no interior da bandeja do
aparelho de ultrasom (B) preenchida com água destilada...................................................................................... 48
Figura 13 - Dispositivo de alinhamento e fixação dos cilindros para cimentação, composto pela base (A),
formada pelo disco (1), cilindro vertical (2) e suporte (circulado) com a guia de orientação (3, ponta da
seta) e pela plataforma superior (B), composta por disco (4) e haste metálica................................................ 50
Figura 14 - Canaleta do cilindro vertical do dispositivo de alinhamento e fixação (margens: linhas
brancas; paredes: linhas vermelhas), utilizada para alinhar os cilindros de cimentação e haste
metálica da plataforma superior (1), utilizada para aplicar o peso sobre os cilindros de
cimentação, pressionando-os entre si.................................................................................................... 51
Figura 15 - Vista lateral da fenda para remoção de excessos de cimento (A, em destaque), localizada no
cilindro vertical, para posicionamento da ponteira do fotoativador e parafuso (B) localizado na base................. 51
Figura 16 - Cimento recém manipulado sendo aplicado com espátula plástica à superfície circular de
cimentação do cilindro........................................................................................................................................... 53
Figura 17 - Fixação do cilindro de cimentação após aplicação do cimento, no interior da canaleta vertical do
dispositivo de alinhamento e fixação, com o parafuso........................................................................................... 53
Figura 18 - Posicionamento do segundo cilindro com auxílio de uma pinça clínica, com a face de cimentação
recoberta pelo cimento, sobre o primeiro cilindro fixado previamente no dispositivo de alinhamento e
fixação.................................................................................................................................................................... 54
Figura 19 - Posicionamento da plataforma superior (A), deslocando a haste metálica (B) no interior da guia
de orientação (C) ao longo da canaleta de orientação (D), pressionando os cilindros (E) entre si........................ 54
Figura 20 - Peso para balança (A) posicionado no momento da cimentação, sobre a plataforma superior
(B) do dispositivo de alinhamento e fixação. O peso para balança somado ao peso da plataforma (350 g)
totalizou 5 kg................................................................................................................................................... 55
Figura 21 - Remoção dos excessos na linha de cimentação (1), no dispositivo de alinhamento e fixação, de
um par de cilindros cimentados com o material Ketac-Cem Radiopaque, com o auxílio de uma pinça
clínica (2)................................................................................................................................................................ 56
Figura 22 - Remoção dos excessos de cimento, no dispositivo de alinhamento e fixação, de um par de
cilindros cimentados com o material Bistite II DC Ketac-Cem Radiopaque, com pincel descartável.................. 56
Figura 23 - Par de cilindros (letra C), posicionado no dispositivo de alinhamento e fixação, após a aplicação
na linha de cimentação do Gel Bistite Air Barrier utilizado para proteção do cimento Bistite II DC................... 57
Figura 24 - Aparelho fotopolimerizador Curing Light 2500 (3M Dental Products, Saint Paul, EUA) utilizado
para fotoativação dos cimentos resinosos de dupla ativação utilizados na pesquisa............................................. 57
Figura 25 - Ativação dos cimentos resinosos com o feixe de luz do fotopolimerizador paralelo à linha de
cimentação, à esquerda (A), à direita (B) e pela frente (C) do dispositivo de alinhamento e fixação................... 58
Figura 26 - Remoção do gel de proteção do cimento resinoso Bistite II DC, da superfície de cimentação do
par de cilindros, com gaze...................................................................................................................................... 58
Figura 27 - Dispositivo auxiliar para tração composto por conexão (A), corrente (B) e alça (C). A conexão é
adaptada à base ou à cruzeta da máquina de testes universal com um pino (D).................................................... 59
Figura 28 – Dispositivos auxiliares para teste de tração, fixados por suas conexões aos mordentes (A) e à
cruzeta (B) da máquina de testes universal. As alças dos dispositivos (C) são utilizadas para apreender
com pinos um par de cilindros fixados.............................................................................................................. 60
Figura 29 - Máquina de testes universal Instron (modelo 4444, Instron Inc., Canton, EUA) utilizada para o
teste de tração......................................................................................................................................................... 60
Figura 30 - Comparação dos valores médios de resistência de união à tração entre os cimentos no período de
armazenamento de 15 minutos pelo Teste de Comparação Múltipla de Tukey..................................................... 63
Figura 31 - Comparação dos valores médios de resistência de união à tração entre os cimentos no período de
armazenamento de 24 horas pelo Teste de Comparação Múltipla de Tukey......................................................... 64
Figura 32 - Comparações individuais dos grupos experimentais do cimento resinoso RelyX CRA, entre os
tempos de armazenamento de 15 minutos e de 24 horas, segundo o teste de Tukey-Kramer………………....... 65
Figura 33 - Comparações individuais dos grupos experimentais do cimento resinoso Bistite II DC, entre os
tempos de armazenamento de 15 minutos e de 24 horas, segundo o teste de Tukey-Kramer…………............... 66
Figura 34 - Comparações individuais entre os grupos experimentais do cimento Ketac Cem, entre os tempos
de armazenamento de 15 minutos e de 24 horas, segundo o teste de Tukey-Kramer............................................ 67
Figura 35 - Comparações individuais entre os grupos experimentais do cimento Vivaglass Cem PL, entre os
tempos de armazenamento de 15 minutos e de 24 horas, segundo o teste de Tukey-Kramer............................... 68
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Resumo das informações técnicas fornecidas pelos fabricantes dos cimentos
resinosos................................................................................................................ 42
Tabela 2 – Resumo das informações técnicas dos cimentos de ionômero de vidro forneci-
das pelos fabricantes............................................................................................. 42
Tabela 3 – Divisão dos grupos experimentais, de acordo com as marcas comerciais de ci
mentos e o tempo de armazenamento e distribuição dos pares de cilindros (pa-
res iniciais e pares repetidos) nos respectivos grupos experimentais................... 49
Tabela 4 – Informações sobre o tempo de trabalho, tempo de presa e de ativação dos ci-
mentos de fixação.................................................................................................. 52
Tabela 5 – Médias e desvios-padrão de valores de resistência de união à tração, em MPa,
e respectivos números de amostras, no período de armazenamento de 15
minutos.................................................................................................................. 63
Tabela 6 – Médias e desvios-padrão de valores de resistência de união à tração, em MPa,
e respectivos números de amostras, no período de armazenamento de 24
horas...................................................................................................................... 64
Tabela 7 – Comparação individual, segundo o teste de Tukey-Kramer, das médias e des
vios-padrão dos grupos experimentais do cimento resinoso RelyX CRA, nos
períodos de armazenamento de 15 minutos e de 24 horas.................................... 65
Tabela 8 – Comparação individual, segundo o teste de Tukey-Kramer, das médias e des
vios-padrão dos grupos experimentais do cimento resinoso Bistite II DC, nos
períodos de armazenamento de 15 minutos e de 24 horas.................................... 66
Tabela 9 – Comparação individual, segundo o teste de Tukey-Kramer, das médias e des
vios-padrão dos grupos experimentais do cimento de ionômero de vidro Ketac-
Cem, nos períodos de armazenamento de 15 minutos e de 24 horas.................... 67
Tabela 10 – Comparação individual, segundo o teste de Tukey-Kramer, das médias e des
vios-padrão dos grupos experimentais do cimento de ionômero de vidro Viva
glass Cem, nos períodos de armazenamento de 15 minutos e de 24 horas........... 68
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Bis-GMA: Bisfenol glicidil metacrilato
UDMA: Uretano dimetacrilato
HEMA: Hidroxietil metacrilato
TEGDMA: Trietilenoglicol dimetacrilato
mm: milímetro
mm/min: milímetros por minuto
µm : micrometro
nm: nanômetro
kgF: quilograma-força
kgF/cm²: quilograma-força por centímetro quadrado
N/mm²: Newton por milímetro quadrado
Ni-Cr: níquel-cromo
Ni-Cr-Be: níquel-cromo-berílio
Cu-Al: cobre-alumínio
Au-Ag-Cu: ouro-prata-cobre
Ag-Pd: prata-paládio
MPa: megapascal ou megapascals
KN: quilo-newton
Psi: libra por polegada quadrada
ºC: Graus Celsius
mW/cm²: miliWatts por centímetro quadrado
4-META: 4-metacrilatoloxietil trimelitato anidro
4-AET: 4-acriloiloxietil trimelitato anidro
MDP: ácido 10- metacriloiloxi-decametileno fosfórico
PMMA: polimetil-metacrilato
MAC-10: ácido 10-metacriloiloxi-undecano malônico
IEEE 488: Institute of Electrical and Electronics Engineers, Norma 488
DP : Desvio-Padrão
®: Marca Registrada
P/L: pó/líquido
ADA: American Dental Association
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................................................... 9
ABSTRACT ......................................................................................................................................................... 10
LISTA DE FIGURAS .........................................................................................................................................11
LISTA DE TABELAS.........................................................................................................................................14
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................................................ 15
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 17
2 REVISÃO DA LITERATURA.................................................................................................................... 20
3 PROPOSIÇÃO ............................................................................................................................................. 41
4 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................................................... 42
4.1 CIMENTOS PARA FIXAÇÃO ........................................................................................................................... 42
4.2 CONFECÇÃO DAS AMOSTRAS.......................................................................................................................44
4.2.1 Obtenção dos cilindros metálicos ....................................................................................................... 44
4.2.2 Acabamento das faces circulares de cimentação dos cilindros metálicos.......................................... 45
4.2.3 Jateamento das faces circulares de cimentação dos cilindros metálicos ........................................... 47
4.2.4 Formação dos grupos experimentais e distribuição dos pares de cilindros....................................... 49
4.2.5 Cimentação dos cilindros metálicos ................................................................................................... 50
4.2.5.1 Dispositivo de alinhamento e fixação............................................................................................................50
4.2.5.2 Manipulação dos cimentos ............................................................................................................................52
4.2.5.3 Cimentação dos cilindros metálicos no dispositivo de alinhamento e fixação...............................................52
4.3 TESTE DE TRAÇÃO ....................................................................................................................................... 59
4.3.1 Dispositivo auxiliar para tração......................................................................................................... 59
4.3.2 Máquina de teste universal ................................................................................................................. 60
4.4 TRATAMENTO ESTATÍSTICO ......................................................................................................................... 61
5 RESULTADOS.............................................................................................................................................62
5.1 RESULTADOS DO TESTE DE TRAÇÃO............................................................................................................. 62
5.2 COMPARAÇÕES INDIVIDUAIS ....................................................................................................................... 65
6 DISCUSSÃO ................................................................................................................................................. 69
7 CONCLUSÕES ............................................................................................................................................76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................................................77
APÊNDICE.......................................................................................................................................................... 82
ANEXO ................................................................................................................................................................86
1 INTRODUÇÃO
O procedimento de cimentação é um dos passos mais importantes e críticos durante a
elaboração de restaurações indiretas.
O cimento de fosfato de zinco é o material que há mais tempo vem sendo utilizado pa-
ra fixação e seu desempenho clínico tem sido amplamente relatado (PAFFENBARGER;
SWEENEY; ISAACS, 1933; SMITH, 1968). Apesar de sua história de sucesso clínico, o ci-
mento de fosfato de zinco apresenta propriedades físicas limitadas como solubilidade e baixa
resistência à tração, o que levou a uma busca por cimentos que pudessem oferecer desempe-
nho clínico superior (JOHNSTON, 1954; SWARTZ; PHILLIPS, 1955; SCHOUBOE; PAF-
FENBARGER; SWEENEY, 1956; SMITH, 1968; WILSON et al, 1977; CHAN; BOYER;
AUNAN, 1985).
No final da década de 1960, o cimento de policarboxilato de zinco representou um a-
vanço por ser adesivo, apresentando força de retenção superior à do cimento de fosfato de
zinco (SMITH, 1968; MIZRAHI; SMITH, 1969).
Em 1972, foi apresentado um novo cimento odontológico, translúcido, baseado na re-
ação de presa entre pós de vidro de silicato de alumínio e soluções aquosas de polímeros e de
copolímeros de ácido acrílico. O material recebeu o nome genérico de cimento de ionômero
de vidro por Wilson e Kent (1972), sendo um material experimental. Este cimento aliou a
adesão do cimento de policarboxilato de zinco à liberação de flúor e estética do cimento de
silicato. Os primeiros cimentos de ionômero de vidro restauradores eram muito sensíveis ao ar
e à umidade (CAUSTON, 1981; METZ; BRACKETT, 1994). Também apresentavam uma
18
lenta reação de presa. Por isso acrescentou-se ácido tartárico ao líquido, para acelerar a reação
de presa (CRISP; WILSON, 1976). Visando reduzir a sensibilidade pós-operatória provocada
pela acidez do componente líquido, os fabricantes incorporaram o ácido poliacrílico ao pó,
por meio de liofilização, surgindo os chamados cimentos de ionômero de vidro anidros (M-
CLEAN; WILSON; PROSSER, 1984).
Os cimentos de ionômero de vidro para fixação foram criados experimentalmente a
partir dos cimentos de ionômero de vidro restauradores em 1977 (WILSON et al., 1977), mas
somente em meados da década de 1980 passaram a ser aceitos como materiais para fixação
(FINGER, 1983). Ainda na década de 1980, outros aperfeiçoamentos surgiram como, por
exemplo, a mistura do pó de cimento de ionômero de vidro com limalha de prata para amál-
gama odontológico, dando origem aos ionômeros reforçados por metal (SIMMONS, 1983) e a
adição de monômeros como o HEMA (hidroxietil metacrilato), originando os cimentos de
ionômero de vidro resinosos (WILSON, 1989).
Os cimentos resinosos estão disponíveis desde a década de 1940 (SCHOUBOE; PAF-
FENBARGER; SWEENEY, 1956). Estes cimentos foram indicados para fixação de bandas
ortodônticas pois possuíam melhores propriedades mecânicas do que os outros cimentos utili-
zados até aquela época (JOHNSTON, 1954; MOSER et al., 1976).
O sucesso dos sistemas adesivos atuais, devido à sua capacidade de efetuarem a hibri-
dização da dentina, observada originalmente por Nakabayashi; Kojima; Masuhara (1982),
possibilitou uma aumento significativo do número de indicações clínicas dos cimentos resino-
sos.
Um dos aperfeiçoamentos dos cimentos resinosos foi o emprego de monômeros fun-
cionais como o 4-META (4-metacrilatoiloxietil trimelitato anidro) e o MAC-10 (ácido 10-
metacriloil-oxidecametileno malônico) (NAKABAYASHI; PASHLEY, 2000). Estes monô-
meros unem os cimentos resinosos às ligas metálicas, por sua afinidade à camada de óxidos
19
formada na superfície do metal, possibilitando a execução de próteses parciais fixas mais con-
servadoras (GIVAN et al., 1995; RUBO; PEGORARO, 1995). Apenas na década de 1980 os
cimentos resinosos se tornaram populares e foram aceitos como agentes de fixação para coro-
as e próteses parciais fixas em virtude da menor solubilidade e de resistências ao desgaste e
mecânica superiores, aliadas à capacidade de adesão a diferentes substratos (ARNOLD;
VARGAS; HASELTON, 1999).
A diversidade de materiais para fixação atualmente disponível, com grande variação
de composição, impõe ao profissional a necessidade do conhecimento de suas propriedades
físicas e mecânicas, as quais, por sua vez, influenciam o desempenho clínico destes materiais
(McCOMB; 1996).
A resistência mecânica de um cimento de fixação, tanto flexural, como de compressão,
de tração e de cisalhamento, deve ser adequada para resistir às forças funcionais durante a
vida útil da restauração (DONOVAN; CHO, 1999).
Tem sido demonstrado que a resistência de união dos cimentos de fixação a metais es-
tá correlacionada à sua resistência mecânica (GRIEVE, 1969) e que a resistência de união dos
cimentos para fixação nos momentos iniciais é crítica, pois é muito inferior à resistência má-
xima, normalmente medida 24 horas após a presa (BRAGA; BALLESTER; CARRILHO,
1999). Esta é uma questão relevante, pois é necessário conhecer o momento que os cimentos
de fixação apresentam resistência mecânica e de união suficientes para suportarem tensões
mastigatórias, isto é, o momento que as restaurações podem receber esforços, pois elas inici-
am a função alguns minutos após a sua fixação.
2 REVISÃO DA LITERATURA
Paffenbarger; Sweeney; Isaacs (1933) constataram que a literatura publicada carecia
de dados confiáveis sobre as propriedades físicas e químicas dos cimentos. Assim, devido ao
extensivo uso dos cimentos de fosfato de zinco, publicaram um relato preliminar sobre várias
propriedades, incluindo tempo de trabalho e de presa, adesão e manipulação.
Johnston (1954) avaliou clinicamente um cimento de acrílico, por 15 meses, realizan-
do a fixação de 571 elementos de prótese fixa, 42 coroas totais de ouro, 3 coroas parciais e 14
coroas de jaqueta. O autor salientou que o ponto mais fraco de qualquer tipo de restauração
indireta consiste no cimento de fosfato de zinco que já era utilizado como material para fixa-
ção há décadas. Por isso, materiais resinosos começaram a serem empregados como meio de
fixação. Eles possuíam características de manipulação que os tornavam superiores ao cimento
de fosfato de zinco, sendo menos sensíveis a variáveis de manipulação, tais como, proporção
pó/líquido, temperatura e técnica de espatulação. Um cimento de acrílico com partículas de
carga de tamanho apropriado em sua composição, apresentou espessura de película similar à
do cimento de fosfato de zinco. Por outro lado, salientou que na década de 1950 as pesquisas
indicavam que os cimentos resinosos possuíam adesão apenas a uma superfície dentária seca e
ainda não se conhecia seu comportamento clínico. Concluiu, então, que os cimentos resinosos
utilizados apresentaram desempenho satisfatório, em que pese o período relativamente curto
de avaliação. Também recomendou que seria desejável uma superfície completamente desi-
dratada e afirmou que não se podia determinar a capacidade do cimento de suportar tensões
sob as restaurações.
21
Swartz e Phillips (1955) propuseram, em virtude do desconhecimento do mecanismo
exato pelo qual os cimentos de acrílico se aderiam ao dente, um método da adesão de cimen-
tos dentários. Os testes realizados demonstraram a superioridade dos cimentos resinosos em
relação aos cimentos de fosfato de zinco, em superfície de dentina preparada seca. A umidade
foi prejudicial para ambos os tipos de cimento. Os autores reconheceram que testes de adesão
laboratoriais não reproduzem exatamente o tipo de tensão que ocorre na boca. Todavia, eles
são necessários e aceitáveis para o estudo da adesão dos materiais.
Schouboe; Paffenbarger; Sweeney (1956) estudaram cimentos resinosos e resinas res-
tauradoras diretas posteriores. Foi avaliada a composição, a consistência do cimento resinoso
após a manipulação e antes da presa, o tempo de presa, o aumento de temperatura e a contra-
ção relacionados à polimerização, a espessura de película, a resistência à compressão e a ade-
são, entre outras propriedades. Após a planificação das superfícies de esmalte e dentina, os
materiais foram aplicados à superfície limpa e seca. O teste de adesão demonstrou que todas
as resinas apresentaram adesão inicial alta o suficiente para provocar fratura do dente na re-
moção da resina, desde que o dente fosse mantido seco. Entretanto, após imersão em água por
24 horas, esta adesão era perdida e a maior parte das amostras podia ser deslocada facilmente.
Quanto à composição, a quantidade de partícula de carga variou de 5% a 67% em peso do pó.
Concluíram, portanto, que os cimentos resinosos poderiam ser considerados materiais expe-
rimentais e não serviam como substitutos diretos para o cimento de fosfato de zinco.
Smith (1968) afirmou que a versatilidade que se exigia dos cimentos de fixação talvez
fosse uma das principais razões porque apenas dois tipos de cimentos haviam sido desenvol-
vidos, o cimento de fosfato de zinco e o cimento de óxido de zinco e eugenol. Embora o uso
destes cimentos pudesse propiciar resultados clínicos bastante satisfatórios, era evidente a
necessidade de um cimento melhor, que reunisse as vantagens da manipulação e resistência
do fosfato de zinco à baixa irritabilidade e toxicidade do óxido de zinco e eugenol. A criação
22
de um cimento que pudesse se unir ao dente teria conseqüências importantes, pois permitiria
um selamento dos túbulos dentinários e uma superfície mais favorável para a retenção de ou-
tro material restaurador. O termo “adesão”, segundo o autor, significa atração físico-química
entre a substância adesiva e a superfície à qual ela está em contato. Um adesivo para esmalte e
dentina deve umedecer e se espalhar na superfície dental preparada e reagir quimicamente
com a fase mineral e/ou protéica nesta superfície. Para tanto, o adesivo deve ser uma solução
aquosa, ou hidrófila, e deve conter um grande número de grupos quelantes na molécula, ou
seja, deve ser um polímero. Seguindo estes princípios, o autor preparou e testou polímeros
hidrossolúveis que continham grupos quelantes, como o ácido poliacrílico. Foi demonstrado
que o ácido poliacrílico pode se ligar ao cálcio e também ao óxido de zinco. Quando uma so-
lução aquosa concentrada de ácido poliacrílico é misturada com o óxido de zinco, forma-se
um cimento que toma presa. Assim, o cimento criado foi chamado de cimento de poliacrilato.
Grieve (1969) descreveu um método para determinar a força usada clinicamente na
cimentação in vitro de coroas totais de ouro, com cimentos de óxido de zinco e eugenol modi-
ficados, um cimento de fosfato de zinco e um cimento de policarboxilato de zinco, que eram
os únicos materiais de cimentação disponíveis àquela época. Após a confecção das coroas
totais de ouro e previamente aos procedimentos de cimentação, cada restauração foi posicio-
nada sobre o preparo de dentina e a altura foi medida. Para o procedimento de cimentação, foi
aplicada sobre o preparo uma força de 90 N. Após 1 minuto, a força foi retirada e a altura do
dente com a restauração foi novamente medida. A diferença entre as medições foi considerada
a espessura máxima da película de cimento. Após 24 horas de armazenamento em água a 37º
C, a resistência de união foi determinada tracionando a coroa em uma máquina de testes uni-
versal Instron com velocidade de 0,5 mm/min. Concluiu que existe uma correlação entre a
resistência à compressão e a resistência de união do cimento de fosfato de zinco e do cimento
de óxido de zinco e eugenol.
23
Mizrahi e Smith (1969) estudaram a cimentação direta de brackets ortodônticos ao
esmalte usando cimento de policarboxilato de zinco. Em seu trabalho experimental, prepara-
ram espécimes de esmalte, desgastando-os com uma pasta de pó de carburundum 400 e água
destilada e as fixaram em um recipiente metálico com gesso pedra. A seguir, utilizaram uma
fita adesiva para padronizar a área de colagem de cada botão ortodôntico. Após 10 minutos de
aplicação de peso de 1 kg, os espécimes foram armazenados a 37º C por 24 horas, sendo tes-
tados com velocidade de 5 mm/min. Informaram que houve pouca mudança na técnica de
colagem de bandas ortodônticas a coroas dentárias desde 1871, quando Magill usou pela pri-
meira vez um cimento, até 1966. Em 1968, surgiu o cimento de policarboxilato de zinco, que
se mostrou superior aos cimentos dentários existentes em termos de adesão. Em seu trabalho,
constataram que o cimento de policarboxilato de zinco apresentou um valor médio de 78
kg/cm² contra 5 kg/cm² para o cimento de fosfato de zinco.
Wilson e Kent (1972) apresentaram um cimento odontológico translúcido novo, base-
ado na reação de presa entre pós de vidro de silicato de alumínio e soluções aquosas de polí-
meros e copolímeros de ácido acrílico. O material recebeu o nome genérico de cimento de
ionômero de vidro e o nome usual de ASPA, ou cimento de poliacrilato de silicato-alumínio,
sendo um material experimental. A intenção foi desenvolver um material para uma série de
aplicações dentárias como a restauração de dentes anteriores, de cavidades de erosão, para
fins de fixação e como forramentos cavitários. Ressaltaram que o ácido poliacrílico apresenta
vantagens em comparação ao ácido fosfórico presente nos cimentos de silicato, como boas
propriedades de ligação e menor acidez e possibilidade de se unir ao óxido de zinco para for-
mar cimentos. Foram testadas combinações de pós de cimento de silicato e soluções aquosas
de ácido poliacrílico de 40 a 50%. Os resultados foram desanimadores pois as misturas toma-
vam presa lentamente e formavam cimentos sensíveis à umidade. Entretanto, os cimentos de
ionômero de vidro já possuíam valores de adesão razoáveis ao esmalte humano e a metais, o
24
que os tornava indicados para serem usados em ortodontia. Quanto à reação química do ci-
mento de ionômero de vidro, ocorre uma reação ácido-base entre o pó e o líquido e se forma
um sal hidratado que toma presa. Constatou-se também que a resistência destes cimentos au-
mentou com a concentração do ácido poliacrílico nos líquidos.
Crisp; Lewis; Wilson (1976) realizaram uma pesquisa sobre a relação entre a propor-
ção pó/líquido e as propriedades físicas e de manipulação de cimentos de ionômero de vidro.
Foi determinada a consistência, o tempo de presa, a resistência à compressão e a solubilidade.
Ocorreu uma relação linear inversa entre a consistência do cimento e a relação pó/líquido.
Similarmente, o tempo de presa diminuiu à medida que a relação pó/líquido aumentou. A re-
sistência à compressão dos cimentos de ionômero de vidro aumentou proporcionalmente com
o aumento da relação pó/líquido. Ocorreu uma redução da taxa de aumento da resistência
quando foi utilizada a relação pó/líquido mais alta. Contudo, o valor de resistência à compres-
são não atingiu um patamar máximo, nem diminuiu além da relação pó-líquido ideal. Isto
representou uma vantagem, pois os cimentos de ionômero de vidro usados para restaurações
podiam ser manipulados com a maior relação pó/líquido possível. O resultado foi um cimento
com velocidade de presa rápida, com alta resistência mecânica e bastante resistente ao efeito
da umidade. Entretanto, deveria se observar o tempo de trabalho e adequar a relação
pó/líquido à situação clínica.
Crisp e Wilson (1976) estudaram o efeito da incorporação do ácido tartárico ao líquido
dos cimentos de ionômero de vidro sobre a reação de presa. Constataram que o ácido tartárico
atuou como um acelerador, auxiliando na extração de íons a partir do vidro de silicato de alu-
mínio e mediando a ligação deles às cadeias de poliânions. Verificaram, ainda, que o endure-
cimento do cimento após a geleificação aumentou significativamente, sem afetar o tempo de
trabalho.
25
Moser et al. (1976) estudaram a adesão de cimentos ortodônticos ao esmalte humano.
As características da união à tração de cinco cimentos utilizados em ortodontia ao esmalte
humano condicionado, com ou sem primer, foram estudadas após armazenamento por 1 dia, 7
dias e 30 dias em saliva artificial a 37º C. O cimento resinoso estudado foi significativamente
mais resistente do que os outros cimentos, tanto nos grupos com primer como sem primer.
Wilson et al. (1977) estudaram agentes experimentais para fixação, formulados a partir
de cimentos de ionômero de vidro restauradores. Para fins de cimentação, os cimentos de io-
nômero de vidro foram modificados com a substituição do ácido poliacrílico por um copolí-
mero dos ácidos acrílico e itacônico, que possui menor viscosidade. O pó dos cimentos tinha
um tamanho médio de partícula de 45 µm que foi reduzido, por meio de um processo de tritu-
ração em laboratório, para diminuir a espessura de película. Descobriram que o tamanho das
partículas de pó foi reduzido durante a reação do cimento e que quando foi usada uma relação
pó/líquido baixa, a espessura de película do cimento foi menor do que o tamanho das partícu-
las de pó.
Causton (1981) estudou as conseqüências fisico-químicas da exposição dos cimentos
de ionômero de vidro restauradores à água durante as primeiras 48 horas. A resistência do
cimento após tomar presa foi reduzida somente quando ocorreu exposição à água na primeira
hora após a manipulação. Mostrou-se que a matriz de gel formada durante a reação de presa é
a fonte dos íons flúor liberados quando o cimento de ionômero de vidro é colocado na água. O
grau de hidratação, a taxa de liberação de flúor e o grau de formação de ligações cruzadas da
matriz de gel foram todos afetados pelo ingresso de água durante a reação de presa. Concluiu-
se que a liberação de flúor dos cimentos cessa em até seis meses de exposição à água, indi-
cando que apenas os íons de flúor liberados no interior da matriz de gel durante a reação de
presa estão disponíveis para proteger a estrutura dentária circundante.
26
Nakabayashi; Kojima; Masuhara (1982) estudaram o efeito do 4-META sobre a ade-
são de uma resina acrílica a esmalte e dentina condicionados com solução de ácido cítrico a
10% e cloreto férrico a 3%. O uso de monômeros ambifílicos como o 4-META promoveu a
infiltração de monômeros no interior do tecido dentário. Os monômeros infiltrados polimeri-
zaram in situ e ocorreu adesão satisfatória, com resistência à tração de 18 MPa à dentina con-
dicionada. As análises em microscopia eletrônica de varredura sugeriram que os monômeros
possuíam afinidade ao tecido dentário.
Finger (1983) avaliou o tamanho das partículas, a retenção e a solubilidade de três ci-
mentos de ionômero de vidro para fixação e os comparou a um cimento de fosfato de zinco e
a um cimento de policarboxilato de zinco. Os resultados do teste de solubilidade com exposi-
ção, 15 minutos após o tempo de presa, para os cimentos de ionômero de vidro demonstraram
uma desintegração consideravelmente mais alta dos mesmos em relação aos outros materiais.
Os cimentos de ionômero de vidro mostraram solubilidade bastante baixa em ácido, em com-
paração aos cimentos de fosfato de zinco e de policarboxilato de zinco. Concluiu que a perda
progressiva de cimento na linha de cimentação é consideravelmente menor nos cimentos de
ionômero de vidro do que nos cimentos de fosfato de zinco de policarboxilato de zinco, o que
torna os cimentos de ionômero de vidro materiais de cimentação aceitáveis.
Simmons (1983), propôs a adição de liga para amálgama ao pó do cimento de ionôme-
ro de vidro restaurador, conhecendo a baixa resistência à propagação de fratura e à tração do
cimento convencional. Concluiu que a mistura de pó de cimento de ionômero de vidro e a-
málgama, combinada ao líquido de ácido poliacrílico, resultou em um cimento com melhores
propriedades físicas em comparação ao cimento de ionômero de vidro restaurador convencio-
nal.
McLean; Wilson; Prosser (1984) informaram que os cimentos de ionômero de vidro
apresentavam deficiências como a solubilidade inicial em meio bucal causada pela formação
27
tardia de sais resistentes e a dificuldade de se estabelecer uma relação pó/líquido correta, de-
vido à alta viscosidade do líquido. Além disso o líquido tendia a geleificar, o que prejudicava
o desenvolvimento de materiais com vida útil prolongada. A solução foi o desenvolvimento
do cimento de ionômero de vidro anidro, no qual o poliácido é liofilizado e incorporado ao
pó de vidro. Existem duas formas de cimentos anidros: com o ácido tartárico presente no lí-
quido ou incorporado ao pó. Seu tempo de trabalho é maior porque antes de ocorrer a reação
de formação do cimento, forma-se uma solução entre o poliácido presente no pó e a água. O
primeiro cimento de ionômero de vidro anidro para fixação foi o Ketac-Cem (ESPE, Seefeld,
Alemanha). Entretanto, estes cimentos não eram radiopacos o que exigia do clínico maior
cuidado no controle radiográfico das restaurações.
Chan; Boyer; Aunan (1985) citaram, em um trabalho sobre a resistência de união de
cimentos a ligas metálicas, que as ligas de níquel-cromo têm sido cada vez mais usadas para
coroas, pinos e núcleos devido ao alto custo das ligas de ouro. Utilizaram cilindros de 4,7 mm
de diâmetro por 4,5 mm de comprimento, com um anel acrescentado à uma extremidade de
cada cilindro para fixação à máquina de ensaios. As superfícies de cimentação foram asperi-
zadas com lixas 100, lavadas e secas. Foi exercida pressão de 1 Kg durante o tempo de presa
dos cimentos, informado pelos fabricantes. Os espécimes foram armazenados por 24 horas a
37º C, em um ambiente com 100% de umidade relativa, e testados com velocidade de cruzeta
de 0,5 mm/min. Após o teste, os espécimes que receberam um tipo de cimento foram nova-
mente jateados, lixados, lavados e secos, para que pudessem ser cimentados com outro cimen-
to. Concluíram que a adesão do cimento de policarboxilato de zinco foi superior aos demais
cimentos testados e que os valores foram mais altos para a liga de níquel-cromo.
Diaz-Arnold; Williams; Aquilino (1989) investigaram as resistências sob tração de três
cimentos (Comspan, Panavia Opaque e Super-Bond) para cimentação usados em próteses
parciais fixas, realizando a cimentação, in vitro, de pares de cilindros de uma liga metálica de
28
níquel-cromo (Rexillium III, Jeneric Pentron, EUA) por meio de um aparato de alinhamento.
O aparato de alinhamento mantinha os espécimes fixos durante a cimentação e possuía em seu
interior um dispositivo micrométrico que possibilitava uma espessura de película controlada
em 20 µm. Antes da cimentação, dois cilindros eram posicionados no aparato e o comprimen-
to combinado dos cilindros era registrado. O agente de fixação era manipulado e aplicado com
ligeiro excesso nas extremidades dos cilindros previamente jateadas com óxido de alumínio
de 50 µm por 15 segundos, limpas em ultra-som por 10 minutos. Estes eram reposicionados
na canaleta do aparato de alinhamento e o micrômetro era ajustado com uma leitura 20 µm
maior do que a medida inicialmente registrada. As condições de armazenamento foram de 2
dias e de 30 dias, em água a 37º C, e a metade dos espécimes foram termociclados por 24 ho-
ras (1.080 ciclos, entre 5º e 60º C). Os espécimes foram fraturados sob tração com uma má-
quina de testes universal (Instron Corp., Canton, Massachusetts, EUA), com velocidade de
cruzeta de 5 mm/min e os valores registrados em força de tração por área (MPa). Foram ob-
servadas diferenças estatísticas significativas entre os materiais testados, em ambos os perío-
dos de armazenamento, com ou sem termociclagem. A termociclagem não afetou significati-
vamente as resistências dos materiais testados e o tempo de armazenamento afetou a resistên-
cia de união de Panavia Opaque e de Super-Bond.
Wilson (1989) afirmou que o desempenho dos cimentos de ionômero de vidro melho-
rou desde sua apresentação e que muitas das desvantagens iniciais haviam sido superadas. Os
cimentos de ionômero de vidro modificados por resina surgiram da adição de monômeros
hidrossolúveis como o HEMA (hidroxietil metacrilato) ao líquido de um cimento de ionômero
de vidro convencional. Estes cimentos tomam presa por uma reação ácido-base, que pode ser
complementada por fotoativação.
Adabo et al. (1990) estudaram a influência de diferentes agentes de fixação sobre a re-
sistência de união por tração de ligas metálicas cimentadas em dentina. Em seu estudo, obti-
29
veram fundições cilíndricas com superfície de cimentação medindo 28,26 mm². A superfície
de cimentação foi limpa com jato de óxido de alumínio, lavadas e limpas com spray de serin-
ga tríplice. A manipulação dos cimentos foi de acordo com as instruções dos fabricantes, os
materiais foram aplicados à superfície de cimentação e após 90 segundos os cilindros foram
submetidos à pressão de cimentação de 8 kgF/cm², com o auxílio de uma guia de orientação
para a cimentação. Após 12 minutos, as amostras foram retiradas da guia de orientação e ar-
mazenadas em água destilada à temperatura de 37º C por 24 horas. Os testes foram executa-
dos em uma máquina de testes universal Instron, com velocidade de cruzeta de 0,5 mm/min.
Os resultados para resistência de união à tração foram 2,77 Kgf para uma marca comercial de
ionômero de vidro e 18,83 kgf para um cimento resinoso.
Albers (1991) apresentou uma classificação da união metal-resina (APÊNDICE 1).
Entre os tratamentos possíveis para adesão de resina ao metal, o jateamento foi citado como
um método eficiente para limpar e asperizar a superfície da maioria dos metais, sem remover
metal em excesso, aumentando a área de superfície para a adesão. Para tal, o uso de óxido de
alumínio de 50 µm, sob pressão de 60 a 100 psi, associado à limpeza com ultra-som por um
minuto foi considerado eficiente para a adesão.
Gorodovsky e Zidan (1992) cimentaram coroas de metal nobre, com dimensões pa-
dronizadas, usando cimentos de fosfato de zinco, de ionômero de vidro, resinoso, resinoso
com adesivo dentinário e cimento resinoso adesivo. As fundições foram jateadas com óxido
de alumínio de 50 µm e em cuba de ultra-som por 10 minutos. Os cimentos foram misturados
de acordo com as recomendações dos fabricantes e as coroas foram submetidas no ato da ci-
mentação a uma carga constante de 10 libras por 8 a 10 minutos, enquanto o cimento estava
tomando a presa, sendo posteriormente armazenadas em água deionizada a 37º C por 7 dias.
Os espécimes foram montados em um dispositivo constituído de uma base e uma corrente,
para proporcionar uma junta flexível com a finalidade de dissipar outras tensões além das
30
geradas pela tração. O conjunto foi conectado à uma máquina de testes universal e submetidos
à tração com velocidade de 50 libras/segundo.
Hasegawa; Boyer; Chan (1991) estudaram a extensão da cura de cimentos de dupla
cura sob inlays de resina composta e a eficácia de uma cunha foto-reflexiva sobre a cura de
cimentos na margem proximal. Os tempos de exposição necessários para curar de maneira
ideal os cimentos foram determinados expondo diretamente os cimentos à luz de cura. Os
inlays de resina composta foram cimentados em molares extraídos com os cimentos Dual,
Dicor (foto-ativado) e Duo. Nenhum dos cimentos tomou presa completamente em 24 horas
quando foi usado um tempo de exposição que atingiu ou até mesmo excedeu aquele recomen-
dado pelos fabricantes. O componente de cura química não curou completamente os cimentos
quando a luz foi atenuada pelo dente e pela restauração.
Mojon et al. (1992) estudaram a resistência de união inicial de cimentos de fixação à
uma liga preciosa. Foram testados três cimentos de fixação – um cimento de ionômero de
vidro (Aqua Cem, DeTrey, Suíça), um fosfato de zinco (Fleck’s, Mizzi, EUA) e um cimento
resinoso adesivo (Super-Bond, Sun Medical, Japão) – durante os primeiros sete dias após a
cimentação. Trinta cilindros de uma liga altamente nobre para metalo-cerâmica foram fundi-
dos e fixados em pares com um dos cimentos. Afirmaram que uma tensão de tração pura é
difícil de se obter e que um desvio muito pequeno na direção da carga pode concentrar ten-
sões em uma área específica e diminuir a resistência à fratura. Além disso, até mesmo em
condições experimentais ideais, a tensão pode não estar distribuída homogeneamente na inter-
face. Eles citaram que os cimentos resinosos desenvolvidos fornecem uma união mais forte a
metais básicos do que os cimentos de ionômero de vidro. Como todos os materiais adesivos,
os cimentos resinosos são sensíveis à concentração de tensões e seu desempenho está intima-
mente relacionado aos procedimentos de teste.
31
Cattani-Lorente; Godin; Meyer (1993) investigaram as resistências à compressão, à
tração e flexural iniciais de 26 cimentos de ionômero de vidro, que foram avaliados 24 horas
após o início da reação de presa. Os resultados mostraram uma ampla variação das proprieda-
des entre os cimentos de ionômero de vidro de forramento e fixação. O cimento Ketac-Cem
Radiopaque apresentou uma resistência à tração de 4,5 MPa.
Metz e Brackett (1994) estudaram um cimento de ionômero de vidro para fixação por
8 anos. Após realizarem a proservação de 1.230 restaurações metálicas cimentadas com um
cimento de ionômero de vidro, concluíram que o cimento de ionômero de vidro se mostrava
promissor como um agente para fixação pois apenas 1% das restaurações foi perdido e apenas
3,9% dos dentes vitais restaurados necessitaram de endodontia.
Givan et al. (1995) analisaram a fadiga sob tração de cimento resinoso à base de 4-
META, unindo três ligas metálicas básicas ao esmalte bovino, em comparação a outros ci-
mentos resinosos. Discos metálicos de Ni-Cr, de Ni-Cr-Be e de Co-Cr de 6 mm de diâmetro
foram jateados com óxido de alumínio de tamanho de partícula de 50 µm e cimentados sob
carga de 2 Kg. O cimento à base de 4-META conferiu a resistência de união mais alta entre a
liga básica e o esmalte.
Rubo e Pegoraro (1995) realizaram teste de resistência de união à tração de cimento
resinoso (Panavia-Ex) a ligas odontológicas de Ni-Cr, Ni-Cr-Be, Cu-Al, de ouro tipo IV e de
ouro para metalo-cerâmica. Obtiveram as amostras segundo uma técnica padronizada, após
acabamento com lixas 600 e jateamento com óxido de alumínio. Os discos metálicos foram
lavados em água corrente ou limpos com ultra-som por 2 minutos em água destilada e foram
cimentados com o uso de um cilindro sob pressão constante de 5 kg por 6 minutos. Os corpos
de prova foram armazenados em água a 37º C por 24 horas e a velocidade de cruzeta empre-
gada foi de 0,5 mm/min. Eles concluíram, após análises de variância e teste de Tukey, que os
espécimes de Ni-Cr e de Ni-Cr-Be foram superiores aos outros metais, independente da reali-
32
zação ou não de jateamento da liga metálica. Também demonstraram que os melhores valores
de resistência de união foram obtidos com jateamento e limpeza ultra-sônica.
Burrow et al. (1996) investigaram a adesão inicial de três cimentos resinosos (um de
dupla cura e dois autopolimerizáveis) à dentina bovina. O teste foi realizado em duas condi-
ções ambientais: em temperatura e umidade ambiente (23º C, com umidade relativa de 50%) e
ambiente bucal (30º C, com umidade relativa de 80%). Os valores de resistência de união à
tração foram registrados após 10 minutos, 1 hora e 1 dia. Os resultados mostraram que as re-
sistências de união foram mais altas para todos os materiais com o passar do tempo (p< 0,05),
exceto para o cimento resinoso Bistite entre 10 minutos e 1 hora (p>0,05). Variação entre os
ambientes de adesão foi observada apenas para o cimento resinoso Bistite, em 10 minutos e
em 1 hora e para o cimento Panavia 21, aos 10 minutos. Concluíram que as resistências de
união foram inicialmente baixas para os materiais quimicamente curados e que todos os mate-
riais exibiram aumento significativo de resistência de união nas primeiras 24 horas. Contudo,
o ambiente de adesão exerceu pouca influência.
McComb (1996) realizou um estudo sobre os tipos de cimentos para fixação adesivos,
seus critérios de seleção e suas indicações de uso. Informou que os estudos clínicos têm mos-
trado que a cárie secundária e a falta de retenção são as principais causas de falha de coroas e
pontes fixas. A precisão marginal e a forma de retenção do preparo são pré-requisitos impor-
tantes para a longevidade. Em um esforço de proporcionar um maior sucesso clínico, têm sido
desenvolvidos novos tipos de agentes de cimentação com melhores propriedades físicas e
novas possibilidades terapêuticas. Afirmou que os cimentos de ionômero de vidro para fixa-
ção convencionais apresentam as vantagens de liberar flúor e adesão e que os cimentos resi-
nosos, apesar de serem mais difíceis de utilizar, possibilitam uma união bastante superior aos
outros cimentos. Afirmou ainda que a reação de autopolimerização ou de presa química de
cimentos resinosos de dupla ativação, que é responsável pelo posterior aumento da resistência
33
final do material, pode não ser suficiente nos casos em que é impossível expor o cimento à luz
visível para fotoativação.
O´Brien (1996) informou, em sua base de dados de propriedades de biomateriais, que
os valores de resistência à tração máxima para ligas de níquel-cromo variaram de 493 MPa a
827 MPa. Sobre as resistências de união entre materiais restauradores e estruturas dentárias,
informou que muitos fatores, incluindo o substrato dentário, as condições de armazenamento
e o método de teste, afetam os valores de resistência de união. Especificamente, os valores de
resistência de união à tração de cimentos de ionômero de vidro variam de 4 MPa em dentina a
5 MPa em esmalte. Já os cimentos resinosos adesivos apresentam valores de resistência de
união à tração à dentina de 4,1 MPa e de 15 MPa ao esmalte.
Ayad; Rosenstiel; Salama (1997) estudaram a influência da rugosidade da superfície
dentária e do tipo de cimento sobre a retenção de coroas metálicas totais. Noventa coroas me-
tálicas foram confeccionadas de modo padronizado e cimentadas com um cimento de fosfato
de zinco, um cimento de ionômero de vidro (Ketac-Cem Aplicap) e um cimento resinoso ade-
sivo. A carga necessária para deslocar as coroas artificiais dos preparos dentários foram 265,6
N para o cimento Ketac-Cem e 348,3 N para o cimento resinoso.
Kourtis (1997), descrevendo um sistema de adesão a metal, afirmou que quando as
partículas de óxido do jateamento contatam as superfícies metálicas, sua energia cinética é
transformada em energia térmica, podendo alcançar o ponto de liquefação da liga. Esta lique-
fação é limitada de 1 a 2 micrometros da superfície e grande quantidade de energia é liberada
formando uma camada que envolve partículas de silicato na superfície da liga.
Yoshida et al. (1997) estudaram os efeitos de primers para metal sobre a resistência de
união de resina auto-polimerizável a uma liga básica. O jateamento do metal com óxido de
alumínio propiciou uma forte união entre óxidos de níquel, cromo, cobalto e platina formados
na superfície da fundição a um cimento resinoso adesivo. Entre os monômeros funcionais
34
estudados estava o monômero funcional MAC-10, ou ácido 10-metacriloil-oxi-undecano ma-
lônico, presente no cimento resinoso Bistite II DC (Tokuyama Inc., Japão). Os espécimes tra-
tados com primers e com as resinas dos mesmos fabricantes conferiram forças de união signi-
ficativamente mais altas de uma resina de PMMA à liga básica do que os espécimes não tra-
tados com primer.
Ernst et al. (1998), ao estudarem as resistências de união de coroas de ouro usando ci-
mento resinoso, de compômero e de ionômero de vidro, constataram que a força de união da
técnica adesiva é três vezes mais alta do que a resistência de união química dos cimentos de
ionômero de vidro. Afirmaram ainda que camadas de cimento demasiadamente finas, de me-
nos de 20 µm, poderiam resultar em reação de polimerização incompleta, pela dificuldade de
acesso da luz do fotoativador, e menor resistência de união.
Taira et al. (1998) pesquisaram se um primer derivado de fosfato e dois primers deri-
vados de tiofosfato aumentaram a resistência e a durabilidade de união entre uma marca co-
mercial de liga de titânio e quatro cimentos resinosos contendo monômeros funcionais deri-
vados de ácido carboxílico (4 – META, 4 – AET e MAC-10), de ácido fosfórico (10-MDP) e
de ácido tiofosfórico (MEPS). Os resultados para o cimento Bistite II SC, que contem o mo-
nômero MAC-10, variaram de 35,5 ± 6,5 MPa a 40,9 ± 6,3 MPa usando primers de diferentes
fabricantes.
Arnold; Vargas; Haselton (1999) escreveram sobre o estado atual de cinco tipos de
cimentos de fixação. Os cimentos resinosos foram descritos como variações de resinas de Bis-
GMA e de outros metacrilatos, que polimerizam por meio de mecanismos iniciados quimica-
mente, de fotoativação ou de uma combinação de ambos. Sua adesão ao esmalte ocorre por
retenção micromecânica de resina aos cristais de hidroxiapatita e prismas de esmalte condi-
cionados. Os cimentos resinosos se unem às resinas restauradoras, à porcelana silanizada e
também demonstram boa resistência de união a ligas metálicas básicas jateadas. Acerca da
35
composição, a maior parte dos cimentos resinosos é composta por vidro ou sílica, de 50% a
70% em peso. Suas partículas de carga contribuem para uma maior resistência ao desgaste
marginal em comparação aos cimentos de ionômero de vidro. A capacidade de se aderir a
múltiplos substratos, a alta resistência e a insolubilidade em meio bucal tornaram os cimentos
resinosos populares. Seus principais inconvenientes são a sensibilidade da técnica e a dificul-
dade de remoção de excessos após a polimerização.
Braga; Ballester; Carrilho (1999), em estudo piloto sobre a resistência de união ao ci-
salhamento entre porcelana e dentina usando cimentos de dupla cura, efetuaram a cimentação
de porcelanas sobre dentina. Constataram que os cimentos resinosos de dupla ativação atingi-
ram valores de resistência adesiva relativamente altos nos primeiros 10 minutos, sendo que as
duas marcas comerciais testadas não apresentaram diferença estatística significativa entre 10 e
30 minutos. Os valores com fotoativação foram sempre superiores, independente do intervalo
de tempo, em relação aos grupos sem fotoativação. Os cimentos resinosos duplamente ativa-
dos atingiram aos 90 minutos, no máximo 31% da resistência final em 7 dias. O cimento Por-
celite não apresentou diferença estatística significativa entre os intervalos de tempo de 10, 30
e 90 minutos. Os cimentos Dual e C&B apresentaram valores similares de resistência de união
ao cisalhamento aos 10 e 30 minutos. Os valores obtidos após 90 minutos foram muito mais
baixos do que a resistência máxima, medida após 24 horas. Por esta razão, recomendaram que
se deve pedir ao paciente para adiar ao máximo os esforços mastigatórios, mesmo quando
forem usados cimentos resinosos de dupla ativação.
Donovan e Cho (1999) afirmaram que a resistência mecânica de um cimento de fixa-
ção, tanto flexural, como de compressão, de tração e de cisalhamento, deve ser adequada para
resistir às forças funcionais durante a vida útil da restauração. Concluíram que uma espessura
de película excessiva (maior do que 150 µm) pode resultar em tensões de contração destruti-
vas nos cimentos de ionômero de vidro e podem enfraquecer bastante o cimento. O contrário
36
acontece com os cimentos resinosos: com espessuras de película mínimas (menores do que 50
µm), as tensões de polimerização ocorrem rapidamente no cimento, resultando na formação
de uma grande lacuna provocada pela contração do cimento na interface dente-cimento.
Yoshida; Kamada; Atsuta (1999) estudaram primers utilizados para união de ligas de
cobalto-cromo à resina e afirmaram que a união de resinas a ligas metálicas têm sido melho-
rada significativamente na última década e que foram desenvolvidos diversos métodos e téc-
nicas de adesão para ligas básicas. O aparecimento de primers capazes de se unirem quimi-
camente a metais básicos simplificou os procedimentos de preparo de superfície destas ligas.
O jateamento do metal com óxido de alumínio forma um filme passivo constituído de óxidos
de Ni, Cr e Co. Os derivados de ácido carboxílico e de ácido fosfórico têm afinidade por esta
camada de óxidos e sua utilização aumenta a força de união às ligas.
El-Mowafy e Rubo (2000) analisaram a influência da espessura de restaurações de re-
sina composta sobre o endurecimento de oito cimentos resinosos de dupla ativação. Um dos
cimentos resinosos estudados teve um componente de ativação química relativamente fraco,
alcançando apenas 30% do endurecimento máximo quando a espessura da restauração de re-
sina foi de 5 mm. Foi demonstrada a existência de uma correlação entre baixa dureza e a ocor-
rência de um mecanismo de ativação química fraco, o que trouxe prejuízo ao comportamento
do cimento em áreas inacessíveis à luz do fotopolimerizador. Os cimentos de dupla ativação
devem ter em sua composição uma proporção de componentes responsáveis pela reação de
polimerização química suficiente para atingirem um grau similar de conversão pela autopoli-
merização, ou pelo menos não muito inferior, ao obtido pela dupla ativação.
Garcia et al. (2000) avaliaram a resistência de união à tração entre cilindros metálicos
de Ni-Cr e diferentes agentes cimentantes, submetidos à ciclagem térmica. Obtiveram setenta
pares de cilindros metálicos distribuídos em sete grupos, utilizando os cimentos Dyract Cem,
Enforce com Flúor, Panavia F, Panavia F com Alloy Primer, RelyX CRA com Ceramic Pri-
37
mer, Vitremer e Fosfato de Zinco (CFZ, SS White), com termociclagem e sem termocicla-
gem. Os ensaios foram realizados em uma máquina de testes universal com velocidade de 0,5
mm/min. O cimento resinoso Panavia F, sem uso de primer, apresentou diferença extrema-
mente significativa em comparação aos demais grupos.
Nakabayashi e Pashley (2000) apresentaram uma evolução histórica de monômeros
adesivos usados atualmente para adesão de resina à dentina. Para a adesão esmalte-resina,
informaram que pelo menos 10 MPa são necessários para uma adesão durável. A força neces-
sária para a adesão provavelmente depende do desenho da cavidade e do tipo de tensão fun-
cional que a restauração será submetida. A resistência à tração máxima de uma camada híbri-
da bem formada pode estar entre 20 e 30 MPa, sobrepujando os valores de tensão de contra-
ção de polimerização, que variam de 15 a 18 MPa.
Padrós et al. (2000), abordaram um novo método para avaliação in vitro de sistemas de
adesão a ligas odontológicas denominado “teste de tração dupla oposta”. O jateamento au-
mentou a energia de superfície da liga e também melhorou as resistências de união entre metal
e resina. Empregaram cilindros da uma liga básica medindo 8 mm de diâmetro por 15 mm de
comprimento, jateados nas duas extremidades com óxido de alumínio de tamanho de partícu-
las de 50 µm a uma distância aproximada de 5 mm, sob pressão de 60 psi. Após limpeza com
ultra-som, os cilindros foram cimentados de três em três, com um dispositivo de alinhamento,
usando as combinações de cimentos Panavia 21 versus Panavia EX, Panavia 21 versus Meta-
bond e Panavia 21 versus Panavia 21 com adesivo. O conjunto de três cilindros foi mantido
sob força de compressão constante de 2 Kg/cm
2
por 24 horas para evitar alterações de posi-
cionamento provocadas pela continuidade da reação de polimerização, bem como pela absor-
ção de água. Os cilindros foram armazenados por 48 horas, submetidos a termociclagem (100
ciclos de 5 minutos de 4º C a 60º C) e depois ao teste de tração com velocidade de 0,5
mm/min. Os resultados médios foram 40,39 MPa para Panavia 21 versus Panavia EX, 49,79
38
MPa para Panavia 21 versus Metabond e 50,19 MPa para Panavia 21 versus Panavia 21 com
resina.
Prates et al. (2000) analisaram a influência de agentes cimentantes sobre a resistência à
tração de coroas totais metálicas fundidas fixadas em dentina. Vinte e oito molares recém-
extraídos foram preparados para coroas totais e receberam peças protéticas fundidas em liga
de paládio-prata (Pors-on 4, Degussa GmbH, Hanau-Wolfgang, Alemanha) que foram cimen-
tadas com cimento de fosfato de zinco, cimentos de ionômero de vidro convencional e cimen-
to de ionômero de vidro modificado por resina para cimentação e cimento resinoso com ade-
sivo. O cimento resinoso proporcionou os valores mais altos (75,78 kgf), seguido do grupo de
cimento de ionômero de vidro resinoso (39,26 kgf), do cimento de ionômero de vidro conven-
cional (34,91 kgf) e do cimento de fosfato de zinco (16,70 kgf).
Kamada; Yoshida; Atsuta (2001) determinaram a resistência de união inicial e a dura-
bilidade da união entre uma cerâmica e cimentos resinosos ativados quimicamente ou por
dupla cura, após 10 minutos, 20 minutos, 24 horas e após 20.000 ciclos de termociclagem. Os
três cimentos resinosos utilizados exibiram praticamente a mesma resistência de união para
todas as condições de armazenamento, quando duplamente ativados. Os cimentos resinosos
quimicamente ativados exibiram valores de resistência de união ao cisalhamento de 7,9 MPa
(Panavia 21, Kuraray) e de 15,3 MPa (Super-Bond C&B, Sun Medical Co.) dez minutos após
a presa e de 20,4 MPa (Panavia 21, Kuraray) e de 18,4 MPa (Super-Bond C&B, Sun Medical
Co.) vinte minutos após a presa. Após 24 horas de armazenamento, os valores foram simila-
res: 44,6 MPa para Panavia 21 e 49,7 MPa para Super-Bond C&B. As diferenças de valor
entre os cimentos nos estágios iniciais de polimerização foram atribuídas a velocidades de
reações diferentes provocadas por quantidades diferentes de fotoiniciador de cada cimento.
Prakki e Carvalho (2001) abordaram as características clínicas de cimentos resinosos
de dupla ativação. Informaram que os cimentos resinosos têm como base o sistema monomé-
39
rico Bis-GMA em combinação com monômeros de baixa viscosidade, além de cargas inorgâ-
nicas que podem ter formas irregulares, esféricas ou arredondadas, com conteúdo de peso
variando entre 36 a 77% e diâmetro de 0,2 µm a 15 µm. Lembraram ainda que o mecanismo
de ativação química dos cimentos autopolimerizáveis pode ser bastante lento, o que pode ate-
nuar os efeitos da contração de polimerização, minimizar os defeitos provocados por esta,
além de diminuir a sensibilidade pós-operatória como conseqüência das tensões de contração
da polimerização.
Ferreira (2002) avaliou a resistência flexural dos cimentos resinosos de dupla ativação
Enforce, RelyX CRA e Variolink II submetidos à dupla ativação ou apenas à ativação quími-
ca, aos 30 minutos e 24 horas após o início da polimerização. Os corpos-de-prova foram divi-
didos em 4 grupos para cada cimento, de acordo com a ativação (dupla ou química) e o tempo
de armazenamento (15 minutos ou 24 horas). Não foram observadas diferenças significativas
entre os materiais e a dupla ativação aos 30 minutos. Também no período de 24 horas de ar-
mazenamento, não foram observadas significâncias estatísticas na interação materiais x tipos
de ativação. Concluiu que a reação química pode não ter sido suficiente para estabelecer uma
diferença significativa entre os grupos de cimentos resinosos de 15 minutos e de 24 horas,
quando os cimentos não foram foto-ativados.
Hibino et al. (2002) estudaram a relação entre a resistência de cimentos de ionômero
de vidro e sua resistência de união a metais. O desempenho clínico de restaurações indiretas
metálicas é influenciado tanto pela qualidade da união adesiva como pela integridade estrutu-
ral da camada de cimento. Em relação à integridade, o fator dominante é a capacidade da ca-
mada de cimento resistir às tensões geradas em seu interior quando a restauração recebe car-
gas oclusais. Estudaram se cimentos com maior resistência mecânica, obtidos por meio de
maior proporção pó/líquido, apresentariam maior resistência de união ao cisalhamento, à
compressão e à tração diametral. Observaram uma tendência de cimentos com maior propor-
40
ção de pó/líquido possuírem maior resistência de união. Em geral, quando a proporção
pó/líquido diminuía, a resistência mecânica diminuía de igual modo. Atribuíram esta diminui-
ção ao fato de que ocorre um aumento na fração de volume de matriz, que tem baixa resistên-
cia mecânica. Assim, os valores de resistência à compressão e à tração diametral diminuíram
com uma menor proporção pó/líquido. Concluíram que existe uma correlação significativa,
tanto entre a resistência à tração diametral como à compressão, com as resistências de união.
Moreira e Neisser (2002) realizaram uma avaliação da resistência à tração de cilindros
metálicos de níquel-cromo à dentina bovina. Foram empregados cilindros metálicos que rece-
beram tratamento da superfície de cimentação com óxido de alumínio de tamanho de partícu-
las de 50 µm e, a seguir, banho de ultra-som com água destilada por 5 minutos. Foi emprega-
da pressão de cimentação de 2 Kgf, pelo tempo preconizado pelos fabricantes de cada cimen-
to. Após a cimentação, os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada em estufa a
37º C por 24h. Para que a força aplicada incidisse principalmente sobre o agente cimentante,
os preparos se limitaram a desgastes planos, o que excluiu a influência de paredes cavitárias
sobre a resistência de união. O cimento resinoso foi utilizado com adesivo do mesmo fabri-
cante e apresentou desempenho superior aos cimentos de ionômero de vidro resinoso e de
fosfato de zinco. O resultado médio do grupo de cimento resinoso foi 7,80 MPa.
Almilhatti et al. (2003) estudaram a resistência de união ao cisalhamento de materiais
estéticos a ligas de Ni-Cr. Lembraram que uma camada de óxidos metálicos pode ser criada
na superfície de uma fundição de aço inoxidável ou de ligas com Ni, Co e Cr, na forma de um
filme passivo de óxido de cromo. Os monômeros funcionais derivados de ácido carboxílico e
fosfórico usados em resinas opacificadoras adesivas e em primers foram eficientes na união
de resina composta a ligas básicas.
3 PROPOSIÇÃO
Os objetivos deste trabalho foram:
1. Avaliar a resistência de união à tração de dois cimentos resinosos de dupla ativa-
ção (RelyX CRA e Bistite II DC) e dois cimentos de ionômero de vidro para ci-
mentação (Ketac Cem Radiopaque e Vivaglass Cem PL), a uma liga de níquel-
cromo (Kromalit) com períodos de armazenamento de 15 minutos e de 24 horas,
após a presa.
2. Verificar se os cimentos apresentaram diferença na resistência de união à tração,
após o período de 24 horas de armazenamento em relação aos cimentos após o pe-
ríodo de 15 minutos de armazenamento.
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Cimentos para fixação
Foram utilizadas para os grupos experimentais duas marcas comerciais de cimento re-
sinoso de dupla ativação (TAB. 1) e duas marcas comerciais de cimento de ionômero de vidro
para fixação (TAB. 2).
Tabela 1 – Resumo das informações técnicas fornecidas pelos fabricantes dos cimentos
resinosos
Carga
Cimento Fabricante Matriz
Tipo (% peso)
Código do
lote
RelyX
CRA
3M ESPE,
Saint Paul,
EUA
Bis-GMA
TEGDMA
Dióxido de silício
Dióxido de zircô-
nia
67,5 CPCP
Bistite II
DC
Tokuyama Inc.
/ J.Morita do
Brasil, São
Paulo, Brasil
UDMA
TEGDMA
Dióxido de silício
Dióxido de zircô-
nia
77,0 UB44772
Tabela 2 – Resumo das informações técnicas dos cimentos de ionômero de vidro forne-
cidas pelos fabricantes
Cimento Fabricante Líquido
Código do
lote
Ketac-
Cem
Radiopa-
que
3M ESPE,
Seefeld, Alema-
nha
- Vidro de flúor-
silicato de alumínio
- Vidro de cálcio
- Ácido poliacrílico
- Ácido tartárico
- Água
100926
Vivaglass
Cem PL
Ivoclar Vivadent
AG, Schaan,
Liechtenstein
- Vidro de flúor-
silicato de alumínio
- Vidro de cálcio
- Ácido poliacrílico
- Trifluoreto de itérbio
- Ácido tartárico
- Água
562256AN
43
Foram selecionados dois cimentos resinosos de dupla ativação, RelyX CRA, na cor A3
(3M ESPE, Saint Paul, EUA) (FIG. 1) e Bistite II DC, Clear (Tokuyama Inc., Japão/ J.Morita
do Brasil, São Paulo, Brasil) (FIG. 2).
Figura 1 - Apresentação comercial do cimento
resinoso RelyX CRA, cor A3 (3M ESPE, Saint
Paul, EUA), no sistema “click dispenser”.
Figura 2 - Apresentação comercial do cimento
resinoso Bistite II DC, Clear (Tokuyama Inc.
/J.Morita do Brasil, São Paulo), no sistema de
“Superseringa”.
Os cimentos de ionômero de vidro utilizados, Ketac-Cem Radiopaque (3M ESPE, Se-
efeld, Alemanha) (FIG. 3) e Vivaglass Cem PL (Ivoclar Vivadent AG, Schaan, Liechtenstein)
(FIG. 4) são comercializados no sistema pó/líquido. O pó é constituído, basicamente, de um
vidro de silicato de cálcio, alumínio e flúor e de um ácido poliacrílico liofilizado. O líquido é
uma solução de ácido tartárico e água.
Figura 3 - Apresentação comercial do cimento
de ionômero de vidro Ketac-Cem Radiopaque
(3M ESPE, Seefeld, Alemanha), no sistema
pó/líquido.
Figura 4 - Apresentação comercial do cimento de
ionômero de vidro Vivaglass Cem PL (Ivoclar Vi-
vadent AG, Schaan, Liechtenstein), no sistema
pó/líquido.
44
4.2 Confecção das Amostras
4.2.1 Obtenção dos cilindros metálicos
Foram confeccionados 120 cilindros metálicos a partir de uma liga de níquel-cromo
disponível comercialmente (Kromalit, Knebel Ltda., Porto Alegre, Brasil), seguindo uma téc-
nica de fundição padronizada.
Inicialmente, foram obtidos padrões de resina acrílica (Jet, Clássico, São Paulo, Bra-
sil), confeccionados em torno mecânico, padronizados nas dimensões de 12 mm de compri-
mento por 6 mm de diâmetro. Cada padrão de resina possuía um orifício lateral perpendicular
ao seu longo eixo que foi feito com uma fresa, posicionado a 2 mm de uma das extremidades,
que após a fundição do cilindro terá a função de fixação ao dispositivo auxiliar para tração
(FIG. 5, letra A). Após a fundição, os cilindros metálicos foram limpos manualmente com
escova e água corrente para remoção do revestimento e posteriormente submetidos ao acaba-
mento das superfícies externas com brocas e discos para eliminar excessos e irregularidades
resultantes da fundição.
Figura 5 - Par de cilindros fundidos apresentando orifícios laterais (A) para
adaptação ao dispositivo auxiliar para tração e faces circulares de cimentação (B).
45
Os orifícios laterais dos cilindros também foram regularizados internamente com bro-
cas de aço para peça reta e brocas de aço-tungstênio de alta rotação, para permitir posterior
adaptação ao dispositivo auxiliar para realização do teste de tração. Foram selecionadas as
faces circulares mais distantes dos orifícios laterais dos cilindros (FIG. 5, letra B) para a ci-
mentação. A seguir, os cilindros foram limpos em aparelho de limpeza ultra-sônica (Ultraso-
nic Cleaner, modelo 1440 D, Odontobrás Ind. Com. Equip. Med. Odontol. Ltda., Ribeirão
Preto, SP, Brasil) (FIG. 6) com água destilada por 5 minutos.
Figura 6 - Aparelho Ultrasonic Cleaner (modelo 1440 D, Odontobrás, Ind. Com. Equip. Med. Odontol. Ltda.,
Ribeirão Preto, SP, Brasil ) utilizado para a limpeza ultrasônica dos cilindros fundidos.
4.2.2 Acabamento das faces circulares de cimentação dos cilindros metálicos
As superfícies circulares de cimentação foram submetidas a um acabamento seqüenci-
al com lixas de granulação 400 e 600 em uma politriz (Modelo DP-10, Struers/Panambra In-
dustrial e Técnica Ltda., São Paulo, SP, Brasil) (FIG. 7). Para o acabamento da face de cimen-
tação foi utilizada uma matriz de fixação, constituída de um disco metálico de aproximada-
mente 20 mm de espessura por 50 mm de diâmetro, com um orifício com diâmetro ligeira-
46
mente maior do que o diâmetro do cilindro metálico e um parafuso lateral para fixação do
cilindro (FIG. 8).
Figura 7 - Politriz (Modelo DP-10, Struers/ Panambra Industrial e Técnica Ltda., São Paulo, SP, Brasil)
utilizada para acabamento dos cilindros de cimentação.
Figura 8 - Matriz de fixação do cilindro, para acabamento da face circular de cimentação com orifício central
para posicionamento (A) e parafuso lateral (B) para fixação dos cilindros metálicos.
Cada cilindro foi fixado, individualmente, no interior da matriz, com a face circular de
cimentação exposta, para acabamento na politriz (FIG. 9) com lixas 400 e 600, por 10 segun-
dos cada, sob abundante irrigação, ou até que toda a face fosse polida.
47
Figura 9 - Acabamento do cilindro com a matriz para fixação (A) em lixa n
o
600 na politriz.
4.2.3 Jateamento das faces circulares de cimentação dos cilindros metálicos
Para a limpeza da superfície circular de cimentação dos cilindros, foi executado jatea-
mento com óxido de alumínio de tamanho de partícula de 50 µm (BioArt Equip. Odontol.
Ltda., São Paulo, Brasil), em aparelho de jateamento (F&F Equip. Med. Odont., Araraquara,
São Paulo) (FIG. 10), sob pressão de 5 kgf/cm
2
durante 30 segundos, na face circular de ci-
mentação de cada cilindro (FIG. 11). O jateamento promove a limpeza da superfície do metal,
aumenta sua energia de superfície e cria micro-retenções mecânicas, de acordo com Albers
(1991), Yoshida; Kamada; Atsuta (1999) e Padrós et al. (2000).
Figura 10 - Aparelho de jateamento (F&F Equip. Med. Odont., Araraquara, São Paulo)
utilizado para limpeza dos cilindros metálicos para cimentação.
48
Figura 11 - Jateamento com óxido de alumínio de tamanho de partícula de 50 µm,
com a caneta de jateamento (A) na face circular de cimentação do cilindro (B).
Os cilindros foram em seguida limpos em aparelho de ultra-som (Ultrasonic Cleaner,
modelo 1440 D, Odontobrás Ind. Com. Equip. Med. Odontol. Ltda ., Ribeirão Preto, SP, Bra-
sil) com água destilada. Para evitar que os cilindros metálicos se chocassem entre si, o que
danificaria as superfícies recém jateadas, eles foram acondicionados aos pares em recipientes
plásticos usados para guardar filmes fotográficos (FIG. 12, letra A). Estes recipientes plásticos
foram preenchidos com água destilada, tampados e imersos na cuba do aparelho de ultra-som
(FIG. 12, letra B) também preenchida com água destilada.
Figura 12 - Recipiente plástico (A) contendo par de cilindros para cimentação
no interior da bandeja do aparelho de ultrasom (B) preenchida com água destilada.
49
4.2.4 Formação dos grupos experimentais e distribuição dos pares de cilindros
Para a formação dos grupos experimentais, os cento e vinte cilindros metálicos foram
divididos aleatoriamente em 60 pares, sendo utilizados 15 pares para cada cimento no período
de armazenamento de 15 minutos (chamados Pares Iniciais), que foram reutilizados para o
período de 24 horas de armazenamento do mesmo cimento (chamados Pares Repetidos). Para
a reutilização dos cilindros, as faces circulares de cimentação de cada cilindro foram nova-
mente preparadas, de acordo com os procedimentos descritos nos ítens 4.2.2 e 4.2.3 e de mo-
do similar a Chan; Boyer; Aunan (1985). A distribuição dos pares de cilindros nos grupos
experimentais, formados pelas marcas comerciais dos cimentos e os períodos de armazena-
mento, está descrita na TAB. 3.
Tabela 3 – Divisão dos grupos experimentais, de acordo com as marcas comerciais
de cimentos e o tempo de armazenamento e distribuição dos pares de ci-
lindros (pares iniciais e pares repetidos) nos respectivos grupos experi-
mentais
Grupos Experimentais Distribuição
Cimento X Tempo de
Armazenamento
Denominação Pares Iniciais Pares Repetidos
RelyX - 15 min R-15 15 -
RelyX - 24 h R-24 - 15
Bistite - 15 min B-15 15 -
Bistite - 24 h B-24 - 15
Ketac - 15 min K-15 15 -
Ketac - 24 h K-24 - 15
Vivaglass - 15 min V-15 15 -
Vivaglass - 24 h V-24 - 15
50
4.2.5 Cimentação dos cilindros metálicos
4.2.5.1 Dispositivo de alinhamento e fixação
Foi utilizado um dispositivo de aço inoxidável para o alinhamento e fixação dos cilin-
dros para cimentação, idealizado em 2002 pelo Professor Luiz Henrique Maykot Prates, da
Disciplina de Materiais Dentários da UFSC. O dispositivo de alinhamento e fixação é com-
posto por duas peças de aço inoxidável que se encaixam (FIG. 13). A primeira peça, que cons-
titui a base, é formada por um disco de 60 mm de diâmetro por 12 mm de espessura (FIG. 13,
número 1), por um cilindro vertical de 40 mm de altura por 22 mm de diâmetro (FIG. 13, nú-
mero 2) e um suporte de 29 mm de diâmetro, que possui uma guia de orientação (FIG. 13,
número 3), de diâmetro interno de 6 mm, que se alinha com o longo eixo do cilindro vertical.
Figura 13 - Dispositivo de alinhamento e fixação dos cilindros para cimentação, composto pela base (A),
formada pelo disco (1), cilindro vertical (2) e suporte (circulado) com a guia de orientação (3, ponta da
seta) e pela plataforma superior (B), composta por disco (4) e haste metálica.
A segunda peça, ou plataforma superior, é um disco (FIG. 13, número 4), de dimen-
sões idênticas ao da base, que possui uma haste metálica de 50 mm de comprimento por 5,5
51
mm de diâmetro (FIG. 14, número 1). O cilindro vertical tem uma canaleta lateral medindo 9
mm de profundidade (FIG. 14, em destaque) e uma fenda para remoção de excessos de cimen-
to e para posicionamento da ponteira do fotopolimerizador (FIG. 15, letra A) e ao seu lado foi
fixado um parafuso horizontal, voltado para o centro da canaleta (FIG. 15, letra B).
Figura 14 - Canaleta do cilindro vertical do dispositivo de alinhamento e fixação (margens: linhas
brancas; paredes: linhas vermelhas), utilizada para alinhar os cilindros de cimentação e haste metálica
da plataforma superior (1), utilizada para aplicar o peso sobre os cilindros de cimentação,
pressionando-os entre si.
Figura 15 - Vista lateral da fenda para remoção de excessos de cimento (A, em destaque),
localizada no cilindro vertical, para posicionamento da ponteira do fotoativador e
parafuso (B) localizado na base.
52
4.2.5.2 Manipulação dos cimentos
A manipulação dos cimentos foi realizada de acordo com as orientações de cada fabri-
cante (APÊNDICE 2). Os tempos de trabalho e de presa dos cimentos, apresentados na TAB.
4, foram monitorados. A espatulação de cada cimento foi realizada com espátula plástica em
bloco de papel para espatulação fornecidos pelos próprios fabricantes.
Os cimentos resinosos foram fornecidos em duas pastas – uma pasta base e uma pasta
catalisadora, com apresentação comercial em seringas duplas auto-dosadoras, o que minimi-
zava erros provocados por eventuais variações no proporcionamento das mesmas.
Os cimentos de ionômero de vidro, fornecidos no sistema pó/líquido, foram espatula-
dos de acordo com as instruções dos fabricantes.
Tabela 4 – Informações sobre o tempo de trabalho, tempo de presa e de ativação
dos cimentos de fixação
Material Tempo de mistura Tempo de presa Tempo de ativação
RelyX CRA 10 segundos 3:00 minutos * 40 segundos
BISTITE II DC 10 segundos 3:00 minutos * 30 segundos
KETAC-CEM 1:00 minuto 7:00 minutos
VIVAGLASS
CEM PL
1:00 minuto 6:00 minutos
*
Tempo sem fotoativação.
Tempo de ativação com uso de lâmpada halógena, para cada exposição.
4.2.5.3 Cimentação dos cilindros metálicos no dispositivo de alinhamento e fixação
Imediatamente após a manipulação do cimento, uma porção deste foi aplicada com es-
pátula plástica à superfície circular de cimentação de um cilindro (FIG. 16). Na etapa de ci-
mentação, foram cimentados, para cada grupo, 15 pares de cilindros metálicos unidos pelas
superfícies de cimentação.
53
Figura 16 - Cimento recém manipulado sendo aplicado com
espátula plástica à superfície circular de cimentação do cilindro.
Este cilindro foi imediatamente levado ao interior da canaleta vertical do dispositivo
de alinhamento e fixação, com auxílio de uma pinça clínica, e fixado com o parafuso (FIG.
17).
Figura 17 - Fixação do cilindro de cimentação após aplicação do cimento, no
interior da canaleta vertical do dispositivo de alinhamento e fixação, com o parafuso.
Foi aplicada uma nova porção do cimento recém espatulado à superfície circular de
cimentação de outro cilindro do par, que foi imediatamente posicionado, com o auxílio de
uma pinça clínica, sobre o primeiro cilindro previamente fixado (FIG. 18).
54
Figura 18 - Posicionamento do segundo cilindro com auxílio de uma pinça clínica, com a face de cimentação
recoberta pelo cimento, sobre o primeiro cilindro fixado previamente no dispositivo de alinhamento e fixação.
A plataforma superior (FIG. 19, letra A) foi imediatamente posicionada, deslocando a
haste metálica (FIG. 19, letra B) no interior da guia de orientação (FIG. 19, letra C) e da cana-
leta (FIG. 19, letra D), pressionando os cilindros entre si (FIG. 19, letra E).
Figura 19 - Posicionamento da plataforma superior (A), deslocando a haste metálica (B) no interior da guia
de orientação (C) ao longo da canaleta de orientação (D), pressionando os cilindros (E) entre si.
55
Foi utilizado um peso para balança (FIG. 20, letra A) que foi posicionado, no momen-
to da cimentação, sobre a plataforma superior do dispositivo de alinhamento e fixação (FIG.
20, letra B). O peso para balança somado ao peso da plataforma superior, de 350 g, totalizou 5
kg.
Figura 20 - Peso para balança (A) posicionado no momento da cimentação, sobre a plataforma superior (B) do
dispositivo de alinhamento e fixação. O peso para balança somado ao peso da plataforma (350 g) totalizou 5
kg.
A remoção de excessos dos cimentos de ionômero de vidro foi feita após o tempo de
presa com o auxílio de pinça clínica (FIG. 21), com os cilindros em posição no dispositivo de
alinhamento e fixação.
56
Figura 21 - Remoção dos excessos na linha de cimentação (1), no dispositivo de alinhamento e fixação, de um
par de cilindros cimentados com o material Ketac-Cem Radiopaque, com o auxílio de uma pinça clínica (2).
Para os cimentos resinosos, a remoção dos excessos foi efetuada com pincel descartá-
vel (FIG. 22), sempre antes da fotoativação.
Figura 22 - Remoção dos excessos de cimento, no dispositivo de alinhamento e fixação, de um par de cilindros
cimentados com o material Bistite II DC Ketac-Cem Radiopaque, com pincel descartável.
No cimento RelyX CRA a remoção dos excessos foi realizada após 3 minutos de espe-
ra (recomendação do fabricante). No cimento Bistite II DC, logo após a remoção dos exces-
sos, foi aplicado na linha de cimentação um gel (Bistite Air Barrier, Tokuyama Inc., Japão),
57
que permaneceu por 3 minutos, com seringa própria do sistema, para proteger o cimento da
inibição da polimerização pelo oxigênio (FIG. 23).
Figura 23 - Par de cilindros (letra C), posicionado no dispositivo de alinhamento e fixação, após a aplicação na
linha de cimentação do Gel Bistite Air Barrier utilizado para proteção do cimento Bistite II DC.
Os cimentos resinosos foram ativados por aparelho fotoativador com lâmpada halóge-
na (Curing Light 2500, 3M Dental Products, Saint Paul, EUA) (FIG. 24).
Figura 24 - Aparelho fotopolimerizador Curing Light 2500 (3M Dental Products, Saint Paul, EUA)
utilizado para fotoativação dos cimentos resinosos de dupla ativação utilizados na pesquisa.
A intensidade de luz do fotoativador foi medida com um radiômetro e resultou em 450
mW/cm². Para padronização do procedimento de ativação ela foi executada em quatro pontos
de aplicação, eqüidistantes 90º entre si (FIG. 25 A, B e C), com os cilindros fixados em posi-
ção no dispositivo de alinhamento e fixação. O feixe de luz da ponteira do fotopolimerizador
foi posicionado paralelamente à linha de cimentação, inicialmente de um lado do par de cilin-
58
dros, a seguir do lado oposto e depois pela frente do dispositivo de alinhamento e fixação. O
quarto ponto de ativação foi executado fora do dispositivo de alinhamento e fixação, com o
par de cilindros nas mãos do operador, do lado oposto ao terceiro ponto de ativação.
Figura 25 - Ativação dos cimentos resinosos com o feixe de luz do fotopolimerizador paralelo à linha de ci-
mentação, à esquerda (A), à direita (B) e pela frente (C) do dispositivo de alinhamento e fixação.
O gel Bistite Air Barrier, utilizado para proteção do cimento resinoso Bistite II DC, foi
removido cuidadosamente da superfície de cimentação do par de cilindros, com gaze (FIG.
26), após o tempo de espera de 3 minutos.
Figura 26 - Remoção do gel de proteção do cimento resinoso Bistite II DC,
da superfície de cimentação do par de cilindros, com gaze.
Os pares dos cilindros fixados dos grupos 1, 3, 5 e 7 foram armazenados por 15 minu-
tos e os cilindros fixados dos grupos 2, 4, 6 e 8 foram armazenados por 24 horas antes do teste
de resistência à tração, em água destilada a 37º C, até o momento do teste.
59
4.3 Teste de tração
4.3.1 Dispositivo auxiliar para tração
Para a realização do teste de tração, foram confeccionados dois dispositivos auxiliares
para tração, similares aos utilizados por Diaz-Arnold (1989). Estes dispositivos são compostos
por uma conexão, uma corrente, uma alça e um pino (FIG. 27).
Figura 27 - Dispositivo auxiliar para tração composto por conexão (A), corrente (B) e alça (C).
A conexão é adaptada aos mordentes da máquina de testes universal com um pino (D).
Os dispositivos auxiliares para tração foram fixados por sua conexão (FIG. 27, letra A)
aos mordentes da máquina de testes universal (FIG. 28, letras A e B). Foram utilizadas alças
(FIG. 27, letra C), para apreender com pinos um par de cilindros fixados (FIG. 28, letra C).
60
Figura 28 – Dispositivos auxiliares para teste de tração, fixados por suas conexões aos mordentes (A) e cruzeta
(B) da máquina de testes universal. As alças dos dispositivos (C) são utilizadas para
apreender com pinos um par de cilindros fixados.
4.3.2 Máquina de teste universal
Os pares de cilindros fixados foram submetidos ao ensaio de tração, em uma máquina
de teste universal (Instron, modelo 4444, Instron Inc., Canton, MA, EUA), com velocidade de
cruzeta de 0,5 mm por minuto (FIG. 29).
Figura 29 - Máquina de testes universal Instron (modelo 4444, Instron Inc., Canton, EUA)
utilizada para o teste de tração.
Optou-se por realizar o controle da máquina de testes universal utilizando o software
Series IX (Instron, Canton, EUA) instalado em micro-computador conectado à máquina de
testes universal por meio da interface IEEE 488. Foi realizado com o software o cálculo da
61
resistência à tração, em Megapascal (MPa). Para tanto, os dados fornecidos necessários foram
a carga necessária para romper a união dos cilindros, que foi automaticamente registrada pela
máquina de testes, e a área da superfície circular de cimentação do cilindro, de 28,26 mm
2
,
fornecida pelo usuário. A máquina de testes universal registrou a carga necessária para fratura
da união em quilo-newton (kN) e a exibiu no seu visor. Simultaneamente, foi feita a leitura
dos dados em megapascal (MPa) na interface do software Series IX, no monitor do micro-
computador.
Após o teste, os cilindros foram armazenados para serem reaproveitados de acordo
com a distribuição dos pares, demonstrada na TAB. 3, conforme a técnica descrita nos ítens
4.2.2 e 4.2.3 desta seção.
4.4 Tratamento estatístico
Após a realização do teste de resistência de união à tração e registro dos valores origi-
nais obtidos, foi realizado o tratamento estatístico utilizando Análise de Variância de Dois
Critérios (two-way ANOVA), para identificar a probabilidade de significância das diferenças
existentes entre os grupos testados, e o teste de comparações múltiplas de Tukey-Kramer, para
identificação de quais grupos apresentavam diferenças estatísticas entre si.
5 RESULTADOS
5.1 Resultados do teste de tração
Os valores originais, em MPa, determinados para a resistência de união à tração dos
quatro cimentos (n = 120) estão descritos, individualmente, nos grupos experimentais de 15
minutos (ANEXO 1) e de 24 horas de armazenamento (ANEXO 2). A estatística descritiva
dos grupos experimentais de 15 minutos e de 24 horas está descrita nos ANEXOS 3 a 8. O
teste de ANOVA de Dois Critérios foi empregado separadamente para as duas condições de
armazenamento. A hipótese nula (H
0
) testada foi a inexistência de diferença entre as forças
médias, medidas nos grupos estudados e a hipótese alternativa (H
1
) foi a existência de dife-
rença entre os grupos estudados, para os critérios Material e Tempo de Armazenamento. Des-
te modo, foi possível verificar a existência de diferenças entre os materiais para cada tempo
de armazenamento. O nível de significância adotado foi de 95% (α = 0,05). O resultado de
ANOVA de Dois Critérios demonstrou que houve diferenças estatísticas significativas entre
os grupos (p<0,0001), nas duas condições de armazenamento (15 minutos e 24 horas).
Para identificação de quais grupos experimentais foram diferentes entre si, foi aplicado
o Teste de Comparações Múltiplas de Tukey-Kramer, cujas comparações individuais estão
nas TABS. 5 a 10 e nas FIGS. 30 a 35.
63
Tabela 5 – Médias e desvios-padrão de valores de resistência de união à tração em MPa
e respectivos números de amostras, no período de armazenamento de 15 mi-
nutos
Grupos Médias Desvios-padrão n
R-15
10,1
A
3,9 15
B-15
18,4
B
7,9 15
K-15
7,70
B
1,40 15
V-15
3,3
C
1,0 15
Obs: médias com letras idênticas apresentam equivalência estatística pelo teste de Tukey.
Comparações individuais entre os grupos experimentais, para o tempo
de armazenamento de 15 minutos, segundo o teste de Tukey-Kramer
20
18
B - 15
16
14
R - 15
12
10
K - 15
8
6
V - 15
4
18,4 10,1 7,7 3,3
2
0
Figura 30 - Comparação dos valores médios de resistência de união à tração entre os cimentos
no período de armazenamento de 15 minutos pelo Teste de Comparação Múltipla de Tukey
(grupos unidos pela barra horizontal não apresentaram diferença estatística entre as médias).
Estes resultados demonstram que existe diferença entre os grupos. O cimento mais re-
sistente, em média foi o cimento resinoso Bistite II DC (B-15), seguido dos cimentos RelyX
CRA (R-15) e Ketac Cem Radiopaque (K-15), que não apresentaram diferença estatística en-
tre si, e pelo cimento Vivaglass Cem PL (V-15).
64
Tabela 6 – Médias e desvios-padrão de valores de resistência de união à tração em MPa
e respectivos números de amostras, no período de armazenamento de 24 ho-
ras
Grupos Médias Desvios-padrão n
R-24 12,9
A
4,5 15
B-24 21,1
B
8,0 15
K-24 9,60
A
2,0 15
V-24 11,0
A
2,4 15
Obs: médias com letras idênticas apresentam equivalência estatística pelo teste de Tukey.
Comparações individuais entre os grupos experimentais, para
o tempo de armazenamento de 24 horas, segundo o teste de
Tukey-Kramer
Figura 31 - Comparação dos valores médios de resistência de união à tração entre os
cimentos no período de armazenamento de 24 horas pelo Teste de Comparação
Múltipla de Tukey (grupos unidos pela barra horizontal não apresentaram diferença
estatística entre as médias).
Estes resultados demonstram que existe diferenças entre os grupos. O cimento mais
resistente, em média, foi o cimento resinoso Bistite (B-24) e os cimentos RelyX (R-24), Ketac
Cem (K-24) e Vivaglass (V-24) mostraram ser menos resistentes, não apresentando diferença
estatística entre si.
21,1
12,9
9,60 11,0
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
B - 24
R - 24
K - 24
V - 24
65
5.2 Comparações individuais
Tabela 7 – Comparação individual, segundo o teste de Tukey-Kramer, das médias e
desvios-padrão dos grupos experimentais do cimento resinoso RelyX CRA,
nos períodos de armazenamento de 15 minutos e de 24 horas.
Grupos Médias Desvios-padrão n
R-15 10,1
A
3,9 15
R-24 12,9
A
4,5 15
Obs: médias com letras idênticas apresentam equivalência estatística pelo teste de Tukey.
Comparações individuais dos grupos experimentais do cimento
resinoso RelyX CRA, entre os tempos de armazenamento de 15
minutos e de 24 horas, segundo o teste de Tukey-Kramer
14
Média (MPa)
12
10
8
6
10,1
12,9
4
2
0
24 h 15 min
Figura 32 - Comparações individuais dos grupos experimentais do cimento resinoso RelyX CRA, entre os tem-
pos de armazenamento de 15 minutos e de 24 horas, segundo o teste de Tukey-Kramer. Obs.: a barra horizontal
indica equivalência estatística.
A comparação individual entre os grupos R-15 e R-24 através de Análise de Variância
e teste de Tukey não rejeitou a hipótese nula, ou seja, neste estudo os grupos do cimento
RelyX CRA são equivalentes estatisticamente (p = 0,0813).
66
Tabela 8 - Comparação individual, segundo o teste de Tukey-Kramer, das médias e des-
vios-padrão dos grupos experimentais do cimento resinoso Bistite II DC,
nos períodos de armazenamento de 15 minutos e de 24 horas.
Grupos Médias Desvios-padrão n
B-15
18,4
B
7,9 15
B-24 21,1
B
8,0 15
Obs: médias com letras idênticas apresentam equivalência estatística pelo teste de Tukey.
15 min
24 h
20
15
10
5
0
18,4
21,1
15 minutos e de 24 horas, segundo o teste de Tukey-Kramer
25
Média (MPa)
resinoso Bistite II DC, entre os tempos de armazenamento de
Comparações individuais dos grupos experimentais do cimento
Figura 33 - Comparações individuais dos grupos experimentais do cimento resinoso Bistite II DC, entre os tem-
pos de armazenamento de 15 minutos e de 24 horas, segundo o teste de Tukey-Kramer. Obs.: a barra horizontal
indica equivalência estatística.
A comparação individual entre os grupos B-15 e B-24 através de Análise de Variância
e teste de Tukey não rejeitou a hipótese nula, ou seja, neste estudo os grupos do cimento Bisti-
te II DC são equivalentes estatisticamente (p = 0,3589).
67
Tabela 9 - Comparação individual, segundo o teste de Tukey-Kramer, das médias e
desvios-padrão dos grupos experimentais do cimento de ionômero de vidro
Ketac-Cem, nos períodos de armazenamento de 15 minutos e de 24 horas.
Grupos Médias Desvios-padrão n
K-15
7,70
B
1,40 15
K-24
9,6
A
2,0 15
Obs: médias com letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Tukey.
Comparações individuais entre os grupos experimentais de
cimentos de ionômero de vidro, entre os tempos de
armazenamento de 15 minutos e de 24 horas, segundo o
teste de Tukey-Kramer
12
10
8
6
9,6
7,7
4
2
0
24 h 15 min
Figura 34 - Comparações individuais entre os grupos experimentais do cimento Ketac Cem, entre os tempos de
armazenamento de 15 minutos e de 24 horas, segundo o teste de Tukey-Kramer.
A comparação individual entre os grupos K-15 e K-24 através de Análise de Variância
e teste de Tukey rejeitou a hipótese nula, ou seja, neste estudo, o grupo do cimento Ketac
Cem no tempo de armazenamento de 24 horas apresentou uma resistência média em MPa
superior ao de 15 minutos (p = 0,0052).
68
Tabela 10 – Comparação individual, segundo o teste de Tukey-Kramer, das médias e
desvios-padrão dos grupos experimentais do cimento de ionômero de vidro
Vivaglass Cem, nos períodos de armazenamento de 15 minutos e de 24 ho-
ras.
Grupos Médias Desvios-padrão n
V-15
3,3
C
1,0 15
V-24
11,0
A
2,4 15
Obs: médias com letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Tukey.
Comparações individuais entre os grupos experimentais de
cimentos de ionômero de vidro, entre os tempos de
armazenamento de 15 minutos e de 24 horas, segundo o
teste de Tukey-Kramer
12
10
8
6
11,0
4
2
3,3
0
24 h 15 min
Figura 35 - Comparações individuais entre os grupos experimentais do cimento Vivaglass Cem PL, entre os
tempos de armazenamento de 15 minutos e de 24 horas, segundo o teste de Tukey-Kramer.
A comparação individual entre os grupos V-15 e V-24 através de Análise de Variância
e teste de Tukey rejeitou a hipótese nula, ou seja, neste estudo, o grupo do cimento Vivaglass
no tempo de armazenamento de 24 horas apresentou uma resistência média em MPa estatisti-
camente superior ao de 15 minutos (p < 0,0001).
6 DISCUSSÃO
Este trabalho teve o objetivo de avaliar a resistência de união à tração de dois cimentos
resinosos de dupla ativação (RelyX CRA, 3M ESPE e Bistite II DC, Tokuyama Inc.) e de dois
cimentos de ionômero de vidro para cimentações (Ketac Cem Radiopaque, 3M ESPE e Viva-
glass Cem PL, Ivoclar Vivadent), disponíveis comercialmente, a uma liga de níquel-cromo
(Kromalit, Knebel Ltda.), com período de armazenamento de 15 minutos e de 24 horas após a
presa.
Analisando os valores médios de resistência de união à tração no período de 15 minu-
tos, o grupo B–15 apresentou 18,4 MPa; o grupo R – 15, 10,1 MPa; o grupo K – 15, 7,7 MPa
e o grupo V – 15, 3,3 MPa. Os valores mais altos de cimentos resinosos em relação aos ci-
mentos de ionômero de vidro também foram encontrados nos trabalhos de Adabo et al., 1990;
Ayad; Rosenstiel; Salama, 1997; Gorodovsky; Zidan, 1992; Garcia et al., 2000 e de Prates et
al., 2000. O grupo B – 15 apresentou diferença significativa em relação aos outros grupos no
mesmo período de armazenamento (p< 0,001). Já o grupo R – 15 não apresentou diferença
estatística significativa em relação ao grupo K – 15 (p = 0,453). Os grupos R-15 e K-15 apre-
sentaram diferença estatística em relação ao grupo V-15 (p = 0,001 e p = 0,045, respectiva-
mente), que apresentou a menor resistência à tração os 15 minutos.
A ativação por luz visível (aparelho com lâmpada halógena) certamente contribuiu pa-
ra os valores iniciais de resistência de união maiores dos cimentos resinosos em relação aos
cimentos de ionômero de vidro (HASEGAWA; BOYER; CHAN, 1991). No que diz respeito
aos cimentos de ionômero de vidro, os minutos iniciais da reação de presa são caracterizados
70
por baixa resistência devido à formação de sais de cálcio (CRISP; LEWIS; WILSON, 1976).
Apenas posteriormente, com a formação de sais de alumínio, os cimentos de ionômero de
vidro apresentam aumento de sua resistência.
Os valores médios de resistência de união à tração após 24 horas foram de 21,1 MPa
para o grupo B – 24; 12,9 MPa para o grupo R – 24; 11,0 MPa para o grupo V – 24 e de 9,60
MPa para o grupo K – 24. O grupo B – 24 apresentou diferença significativa em relação aos
demais cimentos (p< 0,001). Houve equivalência estatística entre os grupos R-24 e K-24 (p =
0,265), entre R-24 e V-24 (p = 0,713) e entre K-24 e V-24 (p = 0,864). O aumento dos valores
para os cimentos de ionômero de vidro era esperado pela continuidade da reação de presa dos
cimentos, que pode durar até 48 horas (MOJON et al., 1992).
Comparando apenas os cimentos resinosos, os valores de resistência de união aumen-
taram de 15 minutos para 24 horas. Isto se deve ao fato que os cimentos resinosos de dupla
ativação apresentam um aumento na resistência de união após um período de vinte e quatro
horas de sua ativação – chamado por Burrow et al. (1996) de “período de maturação” do ci-
mento. A reação dos cimentos resinosos de dupla ativação, quando fotoativados, deve conti-
nuar por meio do mecanismo de presa química ou de autopolimerização para assegurar que
ocorra polimerização adequada do material, principalmente nas regiões onde a lâmpada haló-
gena não pôde atingi-los (PRAKKI, CARVALHO, 2001). Entretanto, apesar de Arnold, Var-
gas, Haselton, 1999 e El-Mowafy, Rubo, 2000 já terem demonstrado que ocorre um aumento
significativo na resistência de união de cimentos resinosos duais fotoativados em comparação
aos mesmos quando não são fotoativados, a diferença observada entre os tempos de armaze-
namento aqui estudados não foi significativa, podendo-se inferir que a presa química dos
cimentos resinosos de dupla ativação não ocorreu de forma satisfatória. Em outras palavras, a
autopolimerização ou reação de presa química, que é responsável pelo posterior aumento da
resistência final do material (McCOMB, 1996), pode não ter sido suficiente para estabelecer
71
uma diferença significativa entre os grupos de cimentos resinosos de 15 minutos e de 24 ho-
ras. Isto está de acordo com El-Mowafy; Rubo (2000) e Ferreira (2002), pois os cimentos re-
sinosos foram utilizados na cimentação de cilindros metálicos o muito provavelmente ofere-
ceu um obstáculo à passagem de luz pelas margens. Por outro lado, este efeito pode demons-
trar a eficácia da ativação dos cimentos resinosos pela luz visível, que segundo Hasegawa;
Boyer; Chan (1991) proporciona a fixação inicial de restaurações. Braga; Ballester; Carrilho
(1999) demonstraram que as três marcas comerciais de cimentos resinosos por eles testadas
atingiram em 90 minutos, no máximo 31% dos valores de resistência ao cisalhamento à porce-
lana encontrados após 7 dias. Em nosso estudo, em que pese tenhamos empregado períodos
de armazenamento diferentes e o teste seja de resistência de união à tração, o cimento RelyX
CRA atingiu aos 15 minutos, 78% da resistência em 24 horas e o cimento Bistite II DC apre-
sentou 87% da resistência final em 24 horas. Períodos de armazenamento adicionais e o papel
da fotoativação através do teste de cimentos ativados por luz visível versus não ativados de-
vem ser incluídos no futuro para uma avaliação mais precisa.
Ocorreram diferenças significativas entre os valores de resistência à tração dos cimen-
tos resinosos, tanto após 15 minutos como após 24 horas. Kamada; Yoshida; Atsuta (2001)
atribuíram as diferenças dos valores de resistência de união entre cimentos resinosos, especi-
almente nos estágios iniciais de polimerização, a velocidades de reação diferentes provocadas
por quantidades diferentes de fotoiniciador em cada cimento. Embora não sendo nosso objeti-
vo, foi possível também constatarmos estas diferenças, porém elas não foram mais relevantes
nos estágios iniciais, ou seja, nos grupos de 15 minutos. Os valores mais altos do cimento
resinoso Bistite II DC poderiam ser atribuídos à presença do monômero funcional MAC-10
(ácido 10-metacriloil-oxidecametileno malônico), um derivado de ácido carboxílico que tem a
propriedade de unir o cimento à ligas metálicas bem como unir resina auto-polimerizável
também à ligas metálicas básicas (YOSHIDA et al., 1997; TAIRA et al., 1998; YOSHIDA;
72
KAMADA; ATSUTA, 1999; ALMILHATTI et al., 2003). Por outro lado, os valores mais
altos dos grupos do cimento resinoso Bistite II DC podem ser devido ao fato do mesmo ter
apresentado polimerização química (autopolimerização) em maior quantidade do que o ci-
mento RelyX CRA. Além disso, as diferenças de quantidade de carga podem ter sido respon-
sáveis pelos valores diferentes de resistência à tração encontradas entre os cimentos resinosos
em nosso estudo, segundo Ferreira (2002). O cimento RelyX apresenta 67,5% de carga em
peso e o cimento Bistite II DC apresenta 77,0% de carga em peso.
A comparação dos valores de resistência de união dos cimentos resinosos com os de
outros trabalhos, em função da quantidade de partículas de carga, permite observarmos a simi-
laridade dos nossos valores com o trabalho de Ayad; Rosenstiel, Salama (1997) que, ao reali-
zarem seu estudo cimentando coroas metálicas totais em preparos em dentina, encontraram
348,3 N e resistência à tração média para o cimento Panavia-EX (75,6% de carga em peso),
contra 349,41 N para RelyX CRA (67,5% de carga em peso) e 569,53 N para Bistite II DC
(77,0% de carga em peso) em nosso trabalho. Já o trabalho de Diaz-Arnold; Williams e Aqui-
lino (1989) apresentou 45,2 MPa para o cimento Comspan (65,0% de carga em peso). Em seu
ensaio foram utilizados cilindros metálicos, cimentados em pares, porém com período de ar-
mazenamento de 48 horas e com termociclagem, o que poderia justificar seus valores mais
elevados em relação ao nosso trabalho, onde foi obtido 12,9 MPa para o cimento RelyX CRA,
que apresenta quantidade de carga similar – 67,5% em peso, e de 21,1 MPa para Bistite II DC,
que apresenta quantidade de carga mais elevada – 77,0% em peso. Padrós et al. (2000) reali-
zaram seu teste in vitro com os cimentos Panavia 21 (77,1% de carga em peso), Panavia-EX
(75,6% de carga em peso) e Metabond (um cimento de PMMA sem carga orgânica), fixando
trios de cilindros metálicos de níquel-cromo em linha. Seus valores variaram de 40,39 MPa,
para a combinação Panavia 21 versus Metabond até 50,19 MPa, para a combinação Panavia
21 versus Panavia 21 diluído com adesivo. Moreira e Neisser (2002) encontraram 7,80 MPa
73
para um cimento resinoso com quantidade de carga média de 75,0% em peso, na cimentação
de cilindros metálicos em preparos planos em dentina bovina. Em que pese estas comparações
de valores entre diferentes estudos mostrem, de modo geral, uma resistência de união mais
elevada quando cimentos resinosos com maior quantidade de carga são utilizados, seria ne-
cessária uma meta-análise para afirmar se as diferenças entre os valores de resistência de uni-
ão à tração entre estes diferentes estudos são significativas, pois outros fatores como veloci-
dade de teste, tipo de preparo e substrato, além de variações de composição dos próprios ci-
mentos e outras variáveis de manipulação necessitariam ser avaliadas.
Em relação aos cimentos de ionômero de vidro, as comparações entre os grupos mos-
traram que ocorreram diferenças estatísticas significativas entre os grupos V-15 e K-15 (p =
0,045). A diferença nas velocidades de reação de presa dos cimentos de ionômero de vidro
pode ter sido responsável pela diferença significativa entre os grupos de 15 minutos. As dife-
renças entre os grupos K-15 e K-24 e entre os grupos V-15 e V-24 foram significativas (p =
0,0052 e p < 0,0001, respectivamente). Tais diferenças não foram significativas entre os ci-
mentos de ionômero de vidro testados após 24 horas, ou seja, entre os grupos K-24 e V-24 (p
= 0,864).
Tem sido demonstrado que a resistência de união dos cimentos de cimentação à ligas
metálicas é influenciada por sua resistência mecânica (GRIEVE, 1969; HIBINO et al., 2002).
Esta resistência mecânica está relacionada à integridade da camada de cimento e deve ser a-
dequada para resistir às forças funcionais que normalmente não excedem 40 N (ERNST et al.,
1998; DONOVAN; CHO, 1999). O´Brien (1996) citou que a resistência de união de um ci-
mento resinoso ao esmalte condicionado é de 15 MPa. A resistência de união à tração média
para o grupo de cimento resinoso R – 24 em nosso trabalho foi menor: 12,9 MPa. Por outro
lado, o grupo de cimento resinoso B – 24 apresentou resistência de união à tração média supe-
rior, 21,1 MPa, ao de O’Brien. Tendo em mente que em uma situação clínica, o conjunto for-
74
mado por dente (ou material de base), cimento de fixação e material restaurador irá falhar no
ponto mais fraco, uma baixa resistência à tração do cimento, ou ainda, inferior à resistência à
tração do dente e da liga metálica, pode ser o fator responsável pelo fracasso de uma restaura-
ção indireta.
O grupo de ionômero de vidro V – 15 exibiu resistência de união à tração média de 3,3
MPa e o grupo K – 15 apresentou 7,7 MPa. Estes valores foram maiores do que os apresenta-
dos por Cattani-Lorente, Godin e Meyer (1993) e que apresentaram valores de resistência à
tração de ionômero de vidro de 4,5 MPa (Ketac-cem Radiopaque).
Conhecer o momento em que restaurações indiretas, após a fixação com cimentos re-
sinosos ou cimentos de ionômero de vidro para cimentação, podem ser submetidas a esforço
mastigatório é essencial para o clínico e, naturalmente, para orientar o paciente que recebe a
restauração. O comportamento destes materiais de cimentação, cujos mecanismos de presa
são distintos, necessita de estudos de propriedades mecânicas para a elaboração de um perfil
de presa do material, ou seja, dos valores de resistência mecânica com o tempo (BRAGA,
BALLESTER, CARRILHO, 1999). No caso dos cimentos de ionômero de vidro, pode-se
recomendar cautela quanto às tensões mastigatórias sobre as restaurações quinze minutos após
o tempo de presa, pois a resistência de união foi ainda muito inferior aos valores após 24 ho-
ras. Já os cimentos resinosos, apesar de apresentarem valores de resistência médios iniciais
satisfatórios, não apresentaram valores muito mais altos após 24 horas. Entretanto, pode-se
recomendar cautela quanto ao momento em que se pode iniciar a mastigação sobre restaura-
ções cimentadas com cimentos resinosos, especialmente restaurações metálicas, restaurações
estéticas muito espessas ou muito opacas.
Kourtis (1997) lembrou que testes laboratoriais permitem apenas uma abordagem sim-
plificada da complexa aplicação de forças geradas durante a mastigação. Resultados destes
tipos de teste podem apenas sugerir a eficácia de um material, podendo-se caracterizá-lo como
75
aceitável ou não. Somente pesquisas clínicas de longo prazo podem definitivamente assegurar
o sucesso clínico dos materiais.
Testes in vitro são importantes, naturalmente, para o conhecimento e estudo dos mate-
riais odontológicos. Todavia, são necessárias pesquisas clínicas adicionais para se avaliar a
resistência de união de cimentos de fixação.
7 CONCLUSÕES
Após a análise estatística dos valores originais de resistência de união à tração pode-se
concluir que:
1) Entre os grupos de cimentos com tempo de armazenamento de 15 minutos, Bistite II DC
(B-15) apresentou diferença significativa de resistência de união à tração, em relação aos
demais cimentos, houve equivalência estatística entre os cimentos RelyX CRA (R-15) e
Ketac-Cem (K-15) e Vivaglass Cem PL (V-15) apresentou os menores valores.
2) Entre os grupos de cimentos com tempo de armazenamento de 24 horas, Bistite II DC (B-
24) apresentou diferença significativa de resistência de união à tração, em relação aos ci-
mentos RelyX CRA (R-24), Ketac-Cem (K-24) e Vivaglass Cem PL (V-24), ocorrendo
equivalência estatística entre estes três grupos.
3) Os grupos de cimentos resinosos com tempo de armazenamento de 24 horas (R-24 e B-
24) não apresentaram diferença estatística na resistência de união à tração, em relação aos
grupos de 15 minutos (R-15 e B-15) e os grupos de cimentos de ionômero de vidro de 24
horas (K-24 e V-24) foram superiores aos grupos de 15 minutos (K-15 e V-15).
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APÊNDICE
APÊNDICE 1
Química Mecânica
Adesiva
Interfacial
Jateamento
Ataque eletrolítico
Condicionamento químico
Micro-
Mecânica
Macro - Mecânica
Monômeros funcionais
ABC Cement ™
Superbond ™
Panavia ™
Classificação da união metal-resina. (Adaptado de ALBERS, 1991)
APÊNDICE 2
Resumo das informações do fabricante do cimento resinoso RelyX CRA (3M ESPE, Saint
Paul, EUA)
Tempo de mistura: 10 seg.
Tempo de trabalho: aprox. 2 minutos. Para estender o tempo de trabalho: espalhar o cimento em uma camada
fina sobre o bloco de espatulação; resfriar o bloco, a espátula ou a prótese.
Tempo de limpeza: aprox. 3 a 5 minutos após o assentamento. Se o excesso de cimento for removido das mar-
gens imediatamente após o assentamento, as margens devem ser fotoativadas, por 40 segundos cada, para mi-
nimizar a inibição por oxigênio, que pode levar a margens mal seladas.
Cura: fotoativar as margens por 40 seg cada ou deixar autopolimerizar por 10 minutos a partir do início da mis-
tura.
Proporcionar quantidade adequada de cimento sobre um bloco de espatulação e misturar por 10 segundos.
Observação: em restaurações metálicas deve-se deixar o cimento autopolimerizar por 10 minutos a partir do
início da mistura. As margens de restaurações metálicas podem ser fotoativadas para fornecer estabilidade inici-
al.
Misturar o cimento com espátula plástica ou espátula de aço inoxidável de alta qualidade.
Superfícies de metal devem ser asperizadas, de preferência usando jateamento, ponta diamantada ou broca car-
bide.
Orientar o paciente a evitar aplicar pressão excessiva por 10 a 15 minutos.
FONTE: 3M ESPE, RelyX™ ARC. Adhesive Resin Cement System Instructions, St. Paul, 2003, 3 p.
Resumo das informações do fabricante do cimento resinoso Bistite II DC (Tokuyama Inc.,
Tóquio, Japão)
Ligas de Metais Não-preciosos
Realize jateamento com óxido de alumínio, em toda a superfície de adesão da prótese, com partículas de 30 a 50
µm. Limpe a peça com ultra-som. Seque-a.
Como usar a Super Seringa
Suspenda a tampa com a alavanca.
Gire a alavanca completamente. Sempre use a alavanca para suspender ou girar a tampa.
Coloque o bico sobre o bloco para mistura.
Empurre o centro do êmbolo para expulsar quantidades iguais de cada pasta.
Esfregue e limpe as pontas dos bicos da seringa.
Retorne a alavanca à posição apropriada, onde os bicos estão completamente fechados. Feche a tampa até ouvir
um "click".
Espatulação e aplicação da Pasta A e B
Use a Super Seringa para dispensar uma quantia adequada das Pastas A e B sobre o bloco de espatulação, e
misture uniformemente durante 10 segundos.
Primeiro, aplique o cimento misturado sobre a superfície da peça. Posicione a peça.
Para núcleos metálicos fundidos, não aplique o cimento dentro dos canais radiculares. Aplique o cimento so-
mente no metal e posicione-o dentro do canal radicular com uma pressão suave e, em seguida, posicione a por-
ção coronária no lugar.
Para cimentar uma prótese extensa com múltiplos pilares, aplique o cimento primeiro nas coroas maiores, e
depois nas coroas menores para proporcionar um tempo de trabalho adequado.
O cimento se polimeriza mais rapidamente quando não exposto a uma atmosfera rica em oxigênio.
Posicione a peça sobre o dente, pressionando-a.
Remova o excesso de cimento, irradie luz durante 20 segundos, nas linhas marginais. Caso a irradiação da luz
esteja difícil, aplique Air Barrier com a ponta dispensadora em toda linha de cimentação.
Espere a polimerização do cimento durante 3 minutos, aplicando uma pressão oclusal normal sobre a peça.
Caso o Air Barrier tenha sido utilizado, limpe-o com água após três minutos da aplicação.
FONTE: TOKUYAMA INC., Bistite II DC, Instruções de Uso, J. Morita do Brasil, São Paulo, 2002, 8 p.
Resumo das informações do fabricante do cimento de ionômero de vidro para fixação Ketac-
Cem Radiopaque (3M ESPE, Seefeld, Alemanha)
Dosagem: Agitar o frasco, a fim de desprender o pó. Fixar o conta -gotas ao frasco no lugar da tampa. A dosa-
gem recomendada para fixações é de 3,8 partes de pó por 1 parte de líquido (em massa), o que corresponde
aproximadamente a 1 colher rasa: 2 gotas). Ao retirar o pó, raspar a colher na abertura de plástico do frasco para
eliminar os excessos. Não comprimir o pó. Dosificar o pó e o líquido lado a lado sobre um bloco de mistura.
Manter o frasco em posição vertical durante a dosagem. O conta-gotas tem que estar livre de líquido cristaliza-
do. Os frascos do pó e do líquido devem ser bem fechados após o uso.
Mistura: Ketac-Cem radiopaque deve ser misturado a uma temperatura ambiente de 20 – 25° C/ 68 – 77° F.
Misturar com uma espátula para cimento de metal ou plástico. A porção inteira de pó deve ser misturada com o
líquido de uma vez só. Em princípio, deve misturar tanto pó com o líquido até a consistência ser cremosa. A
quantidade necessária para uma coroa tem de escorrer ainda da espátula. Raspar a pasta várias vezes, até que a
consistência se torne homogênea.
Aplicação: Durante a aplicação e a fase de endurecimento, proteger a área submetida ao tratamento de qualquer
contato com água ou saliva. Aplicar uma camada fina de cimento sobre a parte interna da coroa. Em seguida,
colocar a restauração. Evitar um enchimento excessivo da coroa.
Tempos: os tempos válidos em temperatura ambiente (23°C/ 73°F) e umidade relativa do ar de 50% são os
seguintes: (min:seg)
Mistura 1 : 00
Elaboração (incluindo mistura) 3 : 30
Endurecimento (a partir do início da mistura) 7 : 00
Temperaturas mais elevadas reduzem o tempo de elaboração e temperaturas mais baixas o prolongam (p.ex.
efetuando a mistura sobre uma placa de vidro refrigerada). Uma quantidade maior de pó tem por conseqüência
um tempo de trabalho mais curto.
Remoção de excessos: remover os excessos com uma espátula Heidemann e/ou uma sonda 7 min. após o início
da mistura.
Armazenagem e durabilidade: Proteger o pó contra umidade. Não armazenar o produto a uma temperatura aci-
ma de 25°C/ 77°F. Não utilizar o produto após a expiração da data de validade.
FONTE: 3M ESPE, Ketac™ Cem radiopaque. Instructions for Use, Seefeld, 2001, 2 p.
Resumo das informações do fabricante do cimento de ionômero de vidro para fixação Viva-
glass Cem PL (Ivoclar Vivadent AG, Schaan, Liechtenstein)
Dosagem/ Mistura: 1 gota do líquido para 1 colher do pó (corresponde a proporção em peso de 3/1). Dispensar
pó e líquido sobre um bloco de mistura ou uma placa de vidro. Quando for dispensar o líquido, manter o tubo
do frasco no sentido perpendicular e aplicar leve pressão para expulsar uma gota. Preencher a colher de medida
com excesso de pó e, em seguida, retornar o excesso para o frasco. Misturar o pó e o líquido até conseguir uma
consistência cremosa e homogênea.
Tempo de trabalho: 2 minutos.
Tempo de presa: 4 a 6 minutos
FONTE: IVOCLAR VIVADENT, Vivaglass Cem PL™. Instructions for Use, Schaan, 2002.
ANEXO
ANEXO 1
Valores originais, em MPa, determinados para a resistência à tração dos grupos
experimentais de cimentos com 15 minutos de armazenamento (Grupos 1, 3, 5 e
7)
GRUPO 1 GRUPO 3 GRUPO 5 GRUPO 7
AMOSTRA
R – 15 B – 15 K – 15 V – 15
1 15,53 17,14 6,08 3,16
2 17,07 13,10 8,67 2,23
3 17,40 14,53 5,13 2,76
4 5,12 14,61 6,52 3,48
5 8,21 14,11 8,34 3,72
6 7,05 20,99 7,81 4,31
7 11,59 33,21 7,47 2,63
8 8,33 8,71 6,09 2,11
9 9,63 10,82 8,88 1,70
10 8,50 21,50 7,16 3,50
11 8,75 16,95 7,37 3,84
12 9,84 24,21 10,22 2,61
13 4,79 16,19 9,16 3,13
14 9,95 36,71 9,46 4,64
15 9,42 13,55 6,51 5,25
ANEXO 2
Valores originais, em MPa, determinados para a resistência à tração dos grupos
experimentais de cimentos com 24 horas de armazenamento (Grupos 2, 4, 6 e 8)
GRUPO 2 GRUPO 4 GRUPO 6 GRUPO 8
AMOSTRA
R – 24 B – 24 K – 24 V – 24
1 19,13 27,74 13,22 13,80
2 6,54 22,31 9,90 14,18
3 18,68 10,41 10,31 10,05
4 10,90 27,49 9,70 13,40
5 10,27 12,87 9,47 8,87
6 20,16 33,73 7,77 9,40
7 13,83 8,21 8,41 6,58
8 14,57 15,86 9,63 12,52
9 7,18 25,41 11,18 12,24
10 14,89 22,06 5,73 10,65
11 6,33 11,19 10,46 11,10
12 15,29 19,74 10,29 8,07
13 14,74 26,72 10,46 13,29
14 8,77 21,04 11,60 8,04
15 11,56 32,01 5,80 12,40
ANEXO 3
Estatística descritiva dos valores originais, em MPa, determinados para a resistência à tra-
ção dos grupos experimentais de cimentos com 15 minutos de armazenamento (Grupos 1,
3, 5 e 7)
Grupo n
Média
(em MPa)
Desvio
Padrão
Mínimo
(em MPa)
Máximo
(em MPa)
CV
(1)
R-15 15 10,1 3,9 4,8 17,4 38,2%
B-15 15 18,4 7,9 8,7 36,7 42,6%
K-15 15 7,7 1,4 5,1 10,2 18,9%
V-15 15 3,3 1,0 1,7 5,3 30,1%
ANEXO 4
Estatística descritiva dos valores originais, em MPa, determinados para a resistên-
cia à tração dos grupos experimentais de cimentos com 24 horas de armazenamen-
to (Grupos 2, 4, 6 e 8)
Grupo n
Média
(em MPa)
Desvio
Padrão
Mínimo
(em MPa)
Máximo
(em MPa)
CV
R-24 15 12,9 4,5 6,3 20,2 35,3%
B-24 15 21,1 8,0 8,2 33,7 37,8%
K-24 15 9,6 2,0 5,7 13,2 20,9%
V-24 15 11,0 2,4 6,6 14,2 21,8%
ANEXO 5
Resultado de ANOVA de Dois Critérios, para os grupos experimentais, da resistência
de união à tração medida em MPa, no período de armazenamento de 15 minutos.
Fonte de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Médios
F Valor de p Resultado
Modelo 3 1824,2 608,1
Erro 56 1114,6 19,9
Total 59 2938,8
30,55 <0,0001 Rejeita H
0
ANEXO 6
Resultado de ANOVA de Dois Critérios, para os grupos experimentais, da resistência
de união à tração medida em MPa, no período de armazenamento de 24 horas.
Fonte de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Médios
F Valor de p Resultado
Modelo 3 1200,43 400,14
Erro 56 1315,53 23,49
Total 59 2515,96
17,03 <0,0001 Rejeita H
0
ANEXO 7
Resultado da Comparação Múltipla de Tukey, da resistência de união à tração medi-
da em MPa, no período de armazenamento de 15 minutos.
Comparações
Diferença
entre médias
Valor
de p
Resultado
Grupo B e R 8,34 <0,001 Diferença significativa
Grupo B e K 10,76 <0,001 Diferença significativa
Grupo B e V 15,15 <0,001 Diferença significativa
Grupo R e K 2,42 0,453 Diferença não-significativa
Grupo R e V 6,81 0,001 Diferença significativa
Grupo K e V 4,39 0,045 Diferença significativa
ANEXO 8
Resultado da Comparação Múltipla de Tukey, da resistência de união à tração medi-
da em MPa, no período de armazenamento de 24 horas.
Comparações
Diferença
entre médias
Valor de p Resultado
Grupo B e R 8,26 <0,0001 Diferença significativa
Grupo B e V 10,15 <0,0001 Diferença significativa
Grupo B e K 11,52 <0,0001 Diferença significativa
Grupo R e V 1,88 0,713 Diferença não-significativa
Grupo R e K 3,26 0,265 Diferença não-significativa
Grupo V e K 1,38 0,864 Diferença não-significativa
ANEXO 9
Quadro comparativo de valores de resistência à tração de cimentos resinosos, de diferentes trabalhos da literatura, em
função da marca comercial de cimento resinoso, percentagem de carga, tipo de preparo/substrato e velocidade do teste.
ESTUDO
MARCA
COMERCIAL
% CARGA PREPARO/SUBSTRATO
VELOCIDADE
DO TESTE
RESISTÊNCIA
À TRAÇÃO
DIAZ-ARNOLD
(1989)
§
Comspan
(LD Caulk)
65,0%
Pares de cilindros/
cimentação em linha
0,5 cm/min 45,2 MPa
AYAD;
ROSENSTIEL;
SALAMA (1997)
Panavia –EX
(Kuraray)
75,6 %
Coroas totais metálicas/
preparos totais dentina
0,5 mm/min 348,3 N
PADRÓS et al.
(2000)
Panavia 21
(Kuraray)
Panavia-EX
(Kuraray)
METABOND
(Parkell)
77,1%
75,6%
Sem carga
Trios de cilindros
metálicos em linha
0,5 mm/min
40,39 MPa
(Panavia 21
com Metabond)
a 50,19 MPa
(Panavia 21 com Panavia
21 + adesivo)
MOREIRA &
NEISSER (2002)
Cimento
resinoso 3M
80,0%
A
75,0%
B
Cilindros metálicos/
preparos planos dentina
0,5 mm/min 7,80 MPa
*
RelyX CRA
(3M ESPE)
X
67,5% 12,9 MPa 349,41 N
RESULTADOS EM
DISCUSSÃO
Bistite II DC
(Tokuyama)
Y
77,0%
Pares de cilindros
metálicos
0, 5 mm/min
21,1 MPa 569,53 N
§
Tempo de armazenamento de 48h.
*
Com adesivo.
X,Y
Grupos de 24 horas de armazenamento.
A,B
Pastas A e B, respectivamente.
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