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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Departamento de Sistemas de Informação – Núcleo Contagem
A IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DIGITAL NO PROCESSO DE
INSERÇÃO SOCIAL E EDUCACIONAL ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO
DO SOFTWARE LIVRE
Presleyson Plínio de Lima
Contagem
2005
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I
Presleyson Plínio de Lima
A IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DIGITAL NO PROCESSO DE
INSERÇÃO SOCIAL E EDUCACIONAL ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO
DO SOFTWARE LIVRE
Monografia apresentada ao Programa de
Graduação em Sistemas de Informação
da Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais, como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em
Sistemas de Informação.
Orientador: Professor Nesley Jesus
Daher de Oliveira
Contagem
2005
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II
FICHA CATALOGRÁFICA
LIMA, Presleyson Plínio de
A importância da inclusão digital no processo de inserção
social e educacional através da utilização do software livre. Contagem
/ MG: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2005.
58f.
Orientador: Professor Nesley Jesus Daher de Oliveira
Monografia (Graduação) - Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais, Departamento de Sistemas da Informação.
Inclui Bibliografia
1. Inclusão Digital 2. Inserção Social 3. Inclusão Informaci
onal
4. Sociedade do Conhecimento 5. Tecnologias de informação e
comunicação 6. Software Livre I. Lima, Presleyson II. Oliveira, Nesley.
III. - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Departamento
de Sistemas da Informação. IV. Título.
III
Presleyson Plínio de Lima
A importância da inclusão digital no processo de inserção social e educacional
através da utilização do software livre.
Monografia apresentada ao Programa de Graduação em Sistemas de Informação da
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Sistemas de Informação, Contagem 2005.
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Nesley Jesus Daher de Oliveira (Orientador) – PUC MINAS
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MSc. Esli de Almeida Rocha – PUC MINAS
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MSc. Gustavo Gama Torres – PUC MINAS
IV
Dedico este trabalho a minha
querida mãe, minha família e amigos
que estão presentes em minha vida.
V
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar gostaria de agradecer a Deus, ser maior da vida, que me
forças todos os dias, para conseguir alcançar as minhas metas na vida de forma
mais eficiente possível.
Em seguida gostaria a minha querida mãe Maria do Perpetuo Socorro, que é
a melhor mãe do mundo!
E as minhas outras mães de criação, Maria, Perpetua, Ana, Rita (in
memorian) e Sebastiana (in memorian), também conhecidas como “As Perpetuas”
que na ausência da minha mãe, quando saia para o trabalho, tomavam conta de
mim dispensando o maior carinho do mundo!
Depois o meu Padrinho Lincoln, é uma pessoa muito importante na formação
pessoal, acadêmica e profissional, mesmo ausente, fora do país, sempre se mostrou
presente em meu dia-a-dia através das facilidades da tecnologia e graça a isso
representa, para mim um Pai! A minha família, em especial a minha aMaria (in
memorian) e o meu avô Pedro (in memorian), nossa quanta saudade! A minha
querida Luana Mara, essa pessoa sem comentários, depois que a conheci a minha
vida mudou, todos os dias aprendo inúmeras coisas, que me edifica cada vez mais.
Ao professor Nesley Daher por todos os momentos em que orientou, criticou e
auxiliou em minhas inquietações e angústias no desenvolvimento dessa monografia.
A todos colegas da comunidade acadêmica, do trabalho, a equipe do Prêmio
FENEAD, Projeto Vida, Projeto Software Livre Minas Gerais, Linux BH, Free
Software Foundation Latin America e a ONG Gemas da Terra e os meus amigos!
“A maior felicidade que podemos ter na vida
é a certeza de sermos amados, apesar de
sermos como somos”. Marta Suplicy
VI
“Justamente com a educação; é possível levar
adiante maciços programas de participação
juvenil nos empreendimentos sociais,
programas de voluntariado, programas de
desenvolvimento solidário, projetos que levem
os jovens a sair de seu microclima, de sua
família, de seu bairro, de sua realidade, de sua
classe social, para compartilhar com os outros”.
Eduardo Amadeo
RESUMO
O Brasil é uma nação que tem por extensão quase o tamanho de um
continente, marcado por vários contrastes profundos e muita diversidade. Dentro
deste contexto, o percentual de pessoas que vivem em condições de extrema
pobreza no Brasil em 2001 era de 33,6%, dos quais 14,6% da população são
consideradas indigentes.
Um dos maiores desafios identificados até então no culo XXI, que
influenciam diretamente e indiretamente na sociedade, é a exclusão digital. Esta
sociedade é atualmente conhecida como sociedade do conhecimento.
A sociedade do conhecimento contribui na formação de competências, de
produtividade e na competição global e caracteriza-se como princípio básico para o
desenvolvimento de invenções, inovações, geração de renda.
As Tecnologias da informação e comunicação são constituídas por recursos
tecnológicos e computacionais utilizados para a criação e manipulação no uso da
informação. Na última década, a sociedade brasileira se depara com as
transformações advindas do avanço das tecnologias de informação e comunicação.
Os fundamentos para essa nova política industrial e tecnológica são: a
inovação e participação ativa no processo de globalização.
A Inclusão Digital pode ser considerada como um processo facilitador no
desenvolvimento e auxílio da promoção da educação, inserção social e
desenvolvimento de economias locais da comunidade assistida.
Atualmente apenas cerca de 20% da população brasileira tem acesso à
Internet. Considera-se a partir do percentual apresentado, que o acesso às
VIII
Tecnologias de Informação e Comunicação não contempla toda a sociedade. Desta
maneira, torna-se necessário criar estratégias que propiciem o acesso de forma
universal, ou seja, abranger e promover democraticamente a inclusão digital e a
capacitação para a utilização dessas tecnologias de acordo com a necessidade do
indivíduo.
Como uma das estratégias que pode vir a contribuir de forma significativa
para a amenização deste quadro, identifica-se a educação como o principal
elemento na formação de uma sociedade fundamentada na informação, no
conhecimento e no aprendizado.
Palavras Chaves: Inclusão Digital, Software Livre, Tecnologias da informação e
Comunicação, Sociedade do Conhecimento e Processo Educacional.
IX
ABSTRACT
Brazil is a nation that has almost an continental dimension, marked by many
deeply contrasts and a lot of diversity. Inside this context the people percentage that
lives in extremely poor conditions in 2001 was of 33,60% of which 14.60% of the
population are considered beggar.
One of the great challenges identified until now in XXI’s century, that influence
directly and indirectly the society, is the digital exclusion. This society currently is
known as “society of knowledge”.
The “society of knowlegde” contributes on the productivity competences
formation and on global competition. It is characterized as a basic principle for the
invention development, innovations and income generation.
The Information and Communication Technologies are constituted by
technological and computational resources used for creation and manipulation on the
information use. On last decade the Brazilian society comes across with the
transformations happened of the information and communication technology
advances
The fundaments for this new industrial and technological politic are: the
innovation and active participation on globalization process.
The digital inclusion can be considered as a strategy on the development and
aid of the education promotion, social insertion and assisted community local
economy development.
Currently just about 20% of Brazilian has internet access. It is considered from
the presented percentage, that the access to the Information and Communication
X
Technologies’ access does not contemplate all the society. In this way, it becomes
necessary create strategies that propitiates universal form access. It means This
means democratically enclose and promotes the digital inclusion and the qualification
for these technologies uses in accordance with the individual necessity.
As one of the strategies that can contributes in a significant way for the of this
situation, education is identified as the main element in a society based on the
information knowledge and learning formation.
Key words: Digital Inclusion, Free Software, Communication and Information
Technologies, Knowledge Society and Educational Process.
XI
SIGLAS E ABREVIAÇÕES
BRASSCOM
Brazilian Association of Software and Service Export
Companies
CSCW Computer-Supported Cooperative Work
ELETRONORTE
Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A.
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FENEAD Federação Nacional dos Estudantes de Administração,
FSF Free Software Foundation
GNU Acrônimo de “Gnu’s not Unix
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
ID Inclusão Digital
ITI Instituto Nacional de Tecnologia da Informação
LINUX Linus for Unix
MCT Ministério da Ciência e Tecnologia
MECON Ministerio de Economia y Producción
miPC mi Próxima Compu
NASSCOM
National Association of SOftware and Service Companies
NEXT Núcleo para Exportação de Tecnologia
ONGs
Organizações Não-Governamentais
PMEs Pequenas e médias empresas
PRODABEL Empresa de Informática e Informação do Município de Belo
Horizonte
PUC Pontifícia Universidade Católica
PUx O Linux da PUC
SL
Software Livre
SOFTEX Sociedade para Promoção da Excelência do Software
Brasileiro
SP
Software Proprietário
TI Tecnologia da informação
TIC’s Tecnologia da informação e comunicação
UNICEF The United Nations Children's Fund
WDR World Development Report
XIII
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Comparativo entre as concepções de apropriação / Alfabetização
25
Tabela 2 - Estrutura de mercado no Brasil, China e Índia _______________
35
XIV
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de
idade, por situação do domicílio - Brasil - 1993/2003 ______________ 46
XV
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO _____________________________________________
18
I
ASPECTOS DE DESNÍVEIS SOCIAIS NO BRASIL
COMTEMPORÂNEO ________________________________________
20
II
O AVANÇO TECNOLÓGICO E A NECESSIDADE DA INCLUSÃO
DIGITAL __________________________________________________
23
2.1 As estratégias e os desafios da inclusão digital no terceiro setor 26
III AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO _____ 28
3.1 As Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil
contemporâneo ____________________________________________ 31
IV
UTILIZAÇÃO DE SOFTWARE LIVRE NO PROCESSO DE INCLUSÃO
DIGITAL __________________________________________________
36
V POLÍTICAS PÚBLICAS E PROPOSTAS DE INCLUSÃO DIGITAL ___ 41
5.1 A inclusão digital na América Sul ____________________________
42
5.2 A inclusão digital no contexto brasileiro _______________________
42
5.3 A inclusão digital no processo educacional ____________________ 45
VI
ESTUDO DE CASO DA VIABILIDADE DO PROCESSO DE
INCLUSÃO DIGITAL ________________________________________
48
6.1 Projeto Vida __________________________________________ 48
6.1.1 Metodologia para capacitação dos jovens ___________________ 50
6.1.2 Resultados obtidos e esperados ___________________________
52
CONSIDERAÇÕES FINAIS __________________________________
53
PROPOSTA PARA TRABALHO FUTURO ______________________ 54
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS _____________________________ 55
XVI
APRESENTAÇÃO
É de grande relevância o estudo sobre a inclusão digital e as possibilidades e
os desafios enfrentados para a efetivação da mesma. Para entender a necessidade
de ampliar o acesso às tecnologias da informação e comunicação (TIC’s) é
imprescindível considerar o contexto sócio-econômico, contudo, as desigualdades
existentes no contexto social, não se restringem somente às esferas econômicas e
sociais, mas, estão relacionadas com todas as áreas que implicam o
desenvolvimento humano.
A presente monografia tem a pretensão de enfocar as contradições sociais
através da desigualdade do conhecimento, portanto, foi realizado um estudo com o
objetivo de demonstrar a importância das TIC’s bem como a sua contribuição no
processo de promoção da inclusão digital para a população de baixa renda.
Este trabalho tem o intuito de demonstrar de maneira sucinta e clara os
reflexos da desigualdade social no acesso às TIC’s, bem como fomentar a
ampliação de métodos eficazes que busquem contribuir para a amenização das
contradições sociais através da inclusão digital.
18
INTRODUÇÃO
Esse estudo foi elaborado a partir da inquietude oriunda das notórias
manifestações das desigualdades sociais. Diante da realidade, a monografia busca
demonstrar a importância da inclusão digital no processo crescimento tanto
educacional como social.
O acesso às tecnologias da informação e comunicação está relacionado com
os direitos básicos de liberdade e de expressão. É por esse motivo que se torna
necessário que as TIC’s se tornem ferramentas contributivas ao desenvolvimento
social, econômico, cultural e intelectual. Diante desta realidade, a monografia se
subdivide nos seguintes capítulos: O primeiro capítulo consiste na descrição dos
ASPECTOS DE DESNÍVEIS SOCIAIS NO BRASIL COMTEMPORÂNEO, no qual
enfatiza a realidade social brasileira a partir das diversidades sociais, culturais e
econômicas. Neste primeiro momento relata-se também alguns dos principais
desafios da globalização e a escassez de acesso as tecnologias de informação e
comunicação.
O segundo capítulo trata sobre O AVANÇO TECNOLÓGICO E A
NECESSIDADE DA INCLUSÃO DIGITAL (ID), uma vez que está contribui de forma
significativa para que através da apropriação da tecnologia o indivíduo tenha a
capacidade de discernir como e quando utilizá-la.
o terceiro capítulo refere às TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO, demonstra a fundamental importância das TIC’s na sociedade
atual chamada de sociedade do conhecimento, bem como os reflexos do avanço
tecnológico na dinâmica da sociedade brasileira.
19
O quarto capítulo está relacionado com a UTILIZAÇÃO DE SOFTWARE
LIVRE NO PROCESSO DE INCLUSÃO DIGITAL, tendo em vista que o mesmo
concede ao usuário a liberdade de modificar e adaptar o software de acordo com as
demandas apresentadas devido ao acesso ao código-fonte.
O quinto capítulo refere-se às POLÍTICAS PÚBLICAS E PROPOSTAS DE
INCLUSÃO DIGITAL, de forma a evidenciar a necessidade da criação e
implementação de políticas públicas que universalize e viabilize o acesso as TIC’s.
Este capítulo aborda também o processo de inclusão digital na América Latina.
O sexto e último capítulo cujo título é a ESTUDO DE CASO DA VIABILIDADE
DO PROCESSO DE INCLUSÃO DIGITAL, busca exemplificar de forma prática a
importância do processo de inclusão digital para a população de baixa renda.
20
CAPÍTULO I - ASPECTOS DE DESNÍVEIS SOCIAIS NO BRASIL
COMTEMPORÂNEO
O Brasil é uma nação que tem por extensão quase o tamanho de um
continente, marcado por vários contrastes profundos e de muita diversidade, como
por exemplo, climáticos e raciais. A população brasileira é constituída por raízes
africanas, européias e ondas sucessivas de imigração, principalmente da Ásia e
Europa
1
, uniu-se à miscigenação que resulta atualmente 173.000.000 brasileiros
2
aproximadamente. O país tem a maior população da América Latina, dos quais
54.000.000 de brasileiros estão abaixo da linha da pobreza conforme dados da
UNICEF
3
.
O percentual de pessoas que vivem em condições de extrema pobreza no
Brasil em 2001 era de 33,6%, dos quais 14,6% da população são consideradas
indigentes. A linha de indigência é definida pela metade da renda adquirida da linha
da pobreza. Os níveis de desigualdade social encontram-se entre os mais altos do
mundo [SOR,2003].
A partir da consideração de alguns aspectos, tais como, demográficos, sociais,
culturais, econômicos, de saúde, dentre outros que se referem a segmentos
populacionais e específicos, torna-se necessário instituir políticas que atendam as
demandas destes contingentes, independentemente de estarem tais políticas
vinculadas à esfera pública ou privada.
1
Cf. Informação extraída do Banco Mundial - http://econ.worldbank.org/wdr/
2
Cf. Informação extraída do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
http://www.ibge.gov.br/
3
Cf. Informação extraída da UNICEF – http://www.unicef.org/
21
A economia mundial atualmente é marcada pelo fenômeno da globalização.
Em termos tecnológicos, encontra-se o acelerado progresso da informática, da
microeletrônica e dos meios de comunicação e transporte [MAG2000].
Os desafios derivados da globalização, das mudanças políticas, da crise
econômica, podem ser verificados no âmbito demográfico, mediante as
transformações observadas na virada do Século, no mundo inteiro, e, sobretudo no
Brasil.
Segundo o World Development Report (WDR) de 2004, publicado pelo Banco
Mundial, o Brasil ainda ocupa uma posição de desigualdade social muito significativa
na comunidade internacional. Diante desta realidade, torna-se necessário à
elaboração e implementação de políticas púbicas de desenvolvimento social e
sustentável com base nos pilares da igualdade, democracia, inclusão para formação
de uma sociedade da informação [SOR2003].
Na atual conjuntura econômica, o basta somente ter uma boa infra-
estrutura tecnológica, a nação deve ter líderes políticos que percebam a importância
da formação de indivíduos competentes oriundos uma boa educação infantil, além
da criação e implementação de estratégias advindas principalmente do âmbito
estatal, de incentivo a um processo educacional de qualidade, com o intuito de
contribuir efetivamente na formação de uma sociedade do conhecimento.
A sociedade da informação não é uma moda, e sim uma profunda
transformação na estrutura organizacional da sociedade e da economia. É uma
sociedade onde todos os indivíduos independentes de suas origens, classes ou
seguimentos no qual os que estão incluídos necessitam ter acesso à informação.
Essa sociedade conseqüentemente irá contribuir para viabilizar o acesso ao
desenvolvimento educacional e profissional [CAR2004].
22
A situação socioeconômica brasileira não favorece o acesso tecnológico à
população de baixa renda, comprometendo o processo de inserção no espaço
educacional, no mercado de trabalho, bem como o desenvolvimento de estratégias
de geração de renda.
23
CAPÍTULO II - O AVANÇO TECNOLÓGICO E A NECESSIDADE DA
INCLUSÃO DIGITAL
A sociedade passa por grandes transformações na sua estrutura
organizacional e econômica, essas transformações dão origem à chamada de
Sociedade da Informação. O termo Sociedade da Informação tem como intenção
primária à inclusão digital, que é formar competências que tenham consciência de
seus valores, de forma a ser capaz de aplicar as informações adquiridas no
processo, em prol da comunidade ou no ambiente que esses indivíduos estão
inseridos [CAR2004].
A Internet aparece justamente em um momento em que o capitalismo passa
uma profunda transformação do sistema produtivo e social. Neste contexto,
permitiu-se a convergência de transformações sociais na vida do ser humano bem
como a disponibilização do conhecimento a da comunicação. Assim a informação e
a comunicação deixaram suas formas estáticas e sua localização imóvel no espaço,
e foram transferidas para um espaço virtual denominado de ciberespaço [SOR2003].
O ciberespaço é um novo campo de interação humana que já tem uma
importância significativa principalmente no plano econômico e cientifico. Certamente
esta importância irá se ampliar e se estender a vários outros campos, como por
exemplo, na Pedagogia, na Estética, na Arte e na Política, formando uma rede de
memórias informatizadas e de todos os computadores [LEV2000].
24
No contexto atual, é preciso ter clareza de que assim como a ID (hoje
considerada como um dos maiores desafios no século XXI), outras inclusões são
também necessárias. A inclusão tecnológica, a social, a do cidadão, a de setores
discriminados da sociedade etc., são parte de uma engrenagem que precisa
funcionar em absoluta harmonia. Até porque convergimos cada vez mais entre o
mundo real e o mundo virtual [MEF2005].
A ID compreende a alfabetização informacional com ênfase nas TIC’s
[CAM2005]. Pode ser considerada como um processo facilitador no desenvolvimento
e auxílio da promoção da educação, inserção social e desenvolvimento de
economias locais da comunidade assistida.
A ID utiliza como ferramenta auxiliar recursos das TIC’s para a promoção de
competências e não se restringe somente ao uso de computadores em estado off-
line, ou seja, utilização do computador sem acesso a Internet, esse é o primeiro
recurso que deve ser tratado.
A inserção social é um ponto muito importante e senão o mais importante
nesse processo de ID. A inserção social transcende as limitações das quatros
paredes onde estão instalados os recursos das TIC’s. Para que seja concretizada a
ID é necessário conhecer a comunidade assistida, ou seja, é crucial nesse processo,
além de profissionais que efetivamente manipulem as TIC’s é importante também
contar com a atuação de profissionais especializados, capacitados e qualificados
que possam dar assistência necessária à comunidade, para realizar e desempenhar
suas ações dentro e fora no processo de ID.
25
A Tabela 1 a seguir demonstra de maneira peculiar os objetivos das formas
de inclusão aqui descritas.
INCLUSÃO DIGITAL INCLUSÃO INFORMACIONAL
INCLUSÃO SOCIAL
Ênfase no acesso Ênfase no conhecimento Ênfase no aprendizado
Sociedade da
informação
Sociedade do conhecimento
Sociedade do
aprendizado
Acesso Acesso e processos
Acesso, processos e
relações
O quê O quê e como O quê, como e por quê
Acúmulo de saber Construção do saber Fenômeno do sabe
Sistemas da informação
/ tecnologia
Usuários / Indivíduos Aprendizes / Cidadãos
Expectador Conhecedor Autônomo
Tabela 1 - Comparativo entre as concepções de apropriação / alfabetização (FONTE: Adaptación de
Dudziak, 2001 [DUD2004]. World Library and Information Congress: 70th IFLA General Conference
and Council.)
Em virtude desta diferenciação, o termo sociedade do conhecimento tem
como proposta complementar o objetivo da sociedade da informação, não basta
somente que o indivíduo tenha acesso à universalização da informação, mas, é
primordial que estes tenham capacidade de aplicar as informações adquiridas e
como também o conhecimento tácito que resultem em ações. Cria-se um ciclo de
produção e reprodução do conhecimento.
26
2.1 As estratégias e os desafios da inclusão digital no terceiro setor
Atualmente apenas cerca de 20% da população brasileira tem acesso à
Internet. O Brasil até o ano 2000, não havia implementado políticas públicas
direcionadas para a universalização do acesso à rede e nem estratégias para
erradicar a exclusão digital
[TAK2000].
É preciso que haja um e incentivo à participação e apropriação social do uso
das tecnologias da informação e comunicação. A viabilização do acesso as TIC’s
pode ser através da criação de modelos por pessoas de origens e realidades
diferenciadas.
Um dos desafios mais importantes para a sociedade civil e as instituições não
governamentais é contribuir para o conhecimento das necessidades das populações
e criar instrumentos de participação efetiva, de forma que a sociedade componha
também o espaço de discussões, propostas e soluções.
A Internet possibilita que a democratização dos discursos, dos problemas
evidenciados e das propostas de intervenção, de forma que os mesmos sejam
veiculados de forma imediata. Para ter uma efetivação deste processo é necessário
que o acesso às novas tecnologias e a rede mundial de computadores sejam
universais, senão, torna-se impossível tornar efetivo o processo de democratização
através das TIC’s.
A viabilização do acesso à Internet é uma demanda emergente que precisa
ser trabalhada e para que se possa amenizar a distância entre a chamada “brecha
digital” que é a separação entre os que m e os que não possuem acesso à
27
Internet, ou seja, existem aqueles que desfrutam das facilidades, possibilidades e
novidades propiciadas pelo acesso a Internet e os outros que compõem a parcela
majoritária que apenas ouvem falar das ferramentas virtuais que facilitam a vida dos
que oportunidade têm acesso [SIL2003].
28
CAPITULO III - AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO
As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) fazem parte do
processo de construção, ampliação e aplicação do conhecimento tanto na esfera
pública quanto na esfera privada [GOM2002]. Nesta concepção social, o
conhecimento é uma ferramenta imprescindível para a ampliação do sistema
produtivo bem como para a competitividade do mundo globalizado.
Aos que por oportunidade têm acesso às TIC’s desfrutam dos benefícios que
facilitam e viabilizam o contato à grande variedade de informações que permeiam
por diferentes espaços do conhecimento.
Nessa sociedade, o conhecimento contribui na formação de competências,
produtividade e na competição global. É o principio básico para o desenvolvimento
de invenções, inovações e geração de renda. As TIC’s provêem princípios para a
construção e aplicação dos conhecimentos principalmente nos setores educacionais
[GOM2002].
Segundo Gomes, essas Tecnologias de Informação e Comunicação
potencialmente oferecem benefícios aos seus usuários, onde sua principal
característica consiste em o acesso ao volume significativo de informações nos mais
diversos segmentos do conhecimento [GOM2002].
As TIC’s são imprescindíveis para viabilização de um novo padrão de
desenvolvimento sustentável, educacional e industrial, para que o país possa
distribuir de forma horizontal a capacidade de inovação no setor produtivo como um
29
todo e a elevação do nível educacional da população. Enquanto esse procedimento
não for aplicado, as TIC’s continuarão restritas à um pequeno grupo de beneficiados
do país [SCH1993].
Neste contexto, vários países do mundo, em especial os da América do Sul e
da África, estão em processo de construção detodos e políticas que viabilizem a
implantação desta metodologia pedagógica através da TIC’s.
As TIC’s são constituídas por recursos tecnológicos e computacionais
utilizados para a criação e manipulação no uso da informação. Os principais
componentes são: Hardware e seus dispositivos e periféricos; Software e seus
recursos, a gestão de dados e informações; sistemas de telecomunicações e
sistemas da informação (SI) [REA2003].
O hardware e seus dispositivos e periféricos são equipamentos responsáveis
pela comunicação em um ambiente computacional dividem-se em duas categorias
de dispositivos: de entrada e dispositivos de saída. Os primeiros, são equipamentos
onde o indivíduo tem a possibilidade de inserir dados no computador, como
exemplo: mouse, teclado, microfone, escaner, drives de disquete e quaisquer drives
de mídia em caráter digital e outros que atendem essas características similares.
os dispositivos de saída são equipamentos que provêem a exibição das
informações, como por exemplo: a impressora, monitor de vídeo, caixa de som e
similares.
O ambiente computacional não está restrito somente aos computadores
pessoais (PC), nesse contexto é contemplado todos os equipamentos que utilizam
os artefatos das TIC’s, bem como robôs, máquinas de automações industriais,
comerciais e sistemas computacionais legados como mainframes e outros.
30
Os sistemas da informação podem ser entendidos como um conjunto de
componentes que se interagem entre si usufruindo ou não das TIC’s, para
armazenar e gerar informações para cooperar nas decisões. Os modelos de SI são
três: convencional, dinâmico e baseado em TI [REZ2003B].
Os sistemas de telecomunicações são todos aqueles dispositivos e recursos
que provêm a comunicação assíncrona entre dois ou mais pontos distintos que
resultem em uma comunicação entre emissor e o receptor. Nesse caso, o emissor é
o agente que, naquele estado de tempo, envia informações de qualquer tipo, voz,
dados, imagens e outros. Ao contrário do emissor, o receptor é o agente que recebe
aqueles dados enviados pelo emissor para interagirem-se. Tal papel ora é exercido
por um, ora por outro, ou seja, o mesmo agente em algum momento é emissor e em
outro é receptor.
Essa comunicação não necessariamente precisa ser realizada em tempo
real, pode ser de forma assíncrona distribuída. O emissor pode enviar uma
mensagem eletrônica em um dado instante e o receptor lê-la horas ou dias depois.
Conceitualmente o recurso humano não é considerado um dos componentes
das TIC’s, mas é essencial para realizar o intercâmbio entre os demais
componentes [REA2003].
A tecnologia da informação (TI) pode ser constituída por dispositivos
tecnológicos e computacionais para armazenamento e para produção de informação
a partir de dados. Conforme mencionado anteriormente estão fundamentados
basicamente nos dispositivos de hardware, software, sistemas da informação e
comunicação.
31
O software e seus recursos o programas de computador baseado em um
código-fonte, ou seja, textos que descrevem inúmeros raciocínios lógicos,
procedimentos, funções e regras de negocio, as quais devem seguir regras
estruturais e lógicas da linguagem de programação. Tal linguagem de programação
contêm todos os procedimentos para o funcionamento de programas no computador.
3.1 - As Tecnologias da Informação e Comunicação no Brasil
contemporâneo
Na última década a sociedade brasileira depara-se com as transformações
advindas do avanço das tecnologias de informação e comunicação. Tais avanços
estão influenciando na vida da população para novas necessidades no que diz
respeito ao acesso a serviços e a informações disponíveis na Internet [ARM2004].
O acelerado crescimento das TIC’s no início da última década no milênio
passado nos países em desenvolvimento foi muito marcante. Por um lado, no Brasil
neste mesmo período, o acesso à telefonia fixa e móvel estava restrito devido aos
custos elevados. O valor cobrado para aquisição de uma linha telefônica residencial
era muito elevado e conseqüentemente era restrito o acesso a rede mundial de
computadores. Emergia então a desigualdade digital que hoje ainda é crescente,
mas não na mesma proporção que era anteriormente conforme pode ser verificado
no relatório do Banco Mundial [GOM2002].
32
Com o advento das privatizações do setor de telecomunicações promovido
pelo Ministério das Comunicações, verifica-se que o acesso a esse recurso está
mais fácil em relação a alguns anos antes das privatizações. Devido a entre
concorrência pelas operadoras de telecomunicações os custos reduziram.
Conforme entrevista concedida à Sociedade para a Promoção de Excelência
do Software Brasileiro, o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Luiz
Fernando Furlan [FUR2004], informou as principais características da nova política
industrial, tecnológica e do comércio exterior. Furlan está ciente que é vital traçar um
caminho para o contínuo crescimento do país, mas, para isso é necessário a
implementação de políticas blicas que contribuam para o aumento da
capacidade de produção.
Os fundamentos para essa nova política industrial e tecnológica são: a
inovação e participação ativa no processo de globalização. A prioridade do governo
brasileiro está focada em quarto setores dentre eles estão os softwares. O foco no
software é uma decorrência natural do processo de desenvolvimento que indica um
nível significativo da competitividade que esse setor já alcançou no país.
As vendas de softwares brasileiros estão acima dos US$ 11.000.000.000,00
(onze bilhões de dólares) e em torno, 5.000 (cinco mil) empresas oferecendo produto
e serviços, que atuam diretamente no mercado interno informou Furlan [FUR2004].
As medidas que vêm sendo tomadas são para fortalecer a demanda interna e
conseqüentemente fornecer subsidio para apoiar a oferta de forma a agregar ao
crescimento exponencial de exportação de softwares e outsourcing services. A
prestação de serviços correlacionado com o setor tem reservado um investimento de
US$ 100.000.000,00 (cem milhões de dólares) até 2006 e um outro investimento
está previsto para 2007, no valor de US$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de dólares).
33
Em paralelo deve-se buscar uma competência industrial e um
desenvolvimento tecnológico em diversos setores emergentes, como comunicações
wireless, jogos, TV digital, entretenimento, agronegócios, redes de computadores,
softwares livres e outros.
A fábrica brasileira de desenvolvimento de software vem apresentando um
crescimento em diagonal, uma fase crescente, de expansão e maturidade. Esse
setor apresenta em média um crescimento de 11% ao ano, sendo que o principal
fato observado para tal crescimento é o fator do crescente mercado interno que está
em processo pleno de expansão de demanda. O tamanho, know how, sofisticação
do setor industrial e serviços no país possibilitarão o surgimento de novas empresas
no setor de software, com soluções eficazes e elevados padrões de qualidade para
satisfazer o cliente [FUR2004].
Essa evolução do nível de excelência principalmente nas áreas de segurança,
telecomunicações, gerenciamento e automatização de serviços, vem sendo
apresentada pela indústria brasileira destacando e identificando o interesse através
mercado externo, empresas como a IBM, Hewlett Packard e outras que têm essa
percepção. Tal reconhecimento pode abrir caminhos para aumentar a participação
no âmbito mundial [FUR2004].
A competência brasileira de desenvolvimento de softwares tem sido utilizada
pelas empresas Nokia e Motorola que estão cada vez mais à usufruir da qualidade,
do diferencial e desta capacidade com o intuito de a fornecer mundialmente
soluções integradas de softwares para celulares. A SOFTEX está disponibilizando
programas contínuos com foco no aumento da capacidade produtiva para PMEs
para promover e agregar à esse empreendimento [FUR2004].
34
A Brazilian Association of Software and Service Export Companies
(BRASSCOM) é uma entidade formada pelas cinco das maiores empresas de TIC’s
do país - CPM, Datasul, Itautec, Politec e Stefanini. Essas empresas se associaram
com o fim de promover a exportação de softwares e serviços de desenvolvimento de
aplicações para países desenvolvidos, a função desta é excepcionalmente destinar
a coordenação e a elevação das exportações brasileiras em serviços e melhorar a
imagem das empresas que desenvolvem soluções baseadas em softwares perante
ao mercado internacional [JUN2004].
A BRASSCOM é modelo espelhado em um caso de sucesso na índia que é a
National Association of Software and Service Companies (NASSCOM) com o
mesmo objetivo da entidade brasileira.
No mesmo foco da exportação está sendo criado um conglomerado de
empresas voltadas somente para o mercado externo, como o Núcleo para
Exportação de Tecnologia (NEXT).
O Brasil atualmente possui uma infra-estrutura para comunicação bem
desenvolvida. Esse fator é muito importante para ativação da participação
competitiva no oferecimento desses serviços. A política do governo atual irá
solucionar algumas dificuldades existentes, como por exemplo, a ausência de
financiamento competitivo, de projeção e reconhecimento externo, a proporcionar
um amplo programa de certificação de qualidade e criação de bibliotecas de
componentes de software, está é uma das formas de aumentarem significativamente
a fatia de participação no mercado crescente, tanto interno quanto externo
[FUR2004].
A Tabela 2 exibe informações de três nações cuja produção é oriunda das
TIC’s e que convergem com o enfoque na indústria. A diferença em intensidade de
35
exportação é notável e revela que serviços dominam o setor indiano. Pelo contrário,
na China e no Brasil, um maior equilíbrio entre os dois tipos de atividades devido
à necessidade de suprir as demandas internas dos dois países.
BRAZIL CHINA ÍNDIA
Services 56% 58% 80%
Market Focus Products 44% 42% 20%
Exports 1,5% 5.5% 76%
Firms with Software Activity 10.700 10.000 -
Software Firms 5.400 5.700 2.800
Employees 158.000 186.000 350.000
Tabela 2 - Estrutura de mercado no Brasil, China e Índia (FONTE: Adapted from Botelho et al, 2003
for Brazil, Tschang and Xue, 2003 and Saxenian, 2003 for China; Tschang et
al, 2003 and Athreye,
2003 for India. Some figures are authors’ estimates based on values provided in these sources
4
.
As exportações do Brasil ainda são pequenas neste setor que gira em torno
de 1,5% do que é produzido. Daí a necessidade de pólos tecnológicos,
desenvolvimento e aplicação de políticas de incentivo para as pequenas e médias
empresas e o suporte por parte do Governo Federal e a importância das iniciativas
do Terceiro Setor como BRASSCOM, NEXT para resultar no aumento substancial da
exportação do país.
4
Slicing The Knowledge-Based Economy in Brazil, China and India: China and India: A Tale of 3
Software Industries - Massachussets Institute of Technology (MIT).
36
CAPÍTULO IV – A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE
LIVRE NO PROCESSO DE INCLUSÃO DIGITAL
No decorrer deste capítulo e no seguinte, serão mencionadas algumas
referências aos produtos da Microsoft e outras empresas proprietárias de softwares.
Tais referências expressam o reconhecimento de que essas empresas são grandes
fornecedoras de software tanto para usuários pessoais quanto empresariais, e
alcança uma parcela significativa no mercado. As referências são para expor as
dicotomias entre as intenções primárias do software proprietário (SP) e o software
livre (SL), não tendo a intenção de criticar a empresa ou seus produtos.
Atualmente existem duas grandes correntes de desenvolvimento de
softwares, que são os softwares livres e os softwares proprietários. O SL é um
software de computador escrito em código-fonte aberto, ou seja, linhas de código em
modo de textos, escritos em computador que contêm todo o procedimento para o
funcionamento do mesmo, onde todas as pessoas possam ter acesso às quatro
liberdades.
As quatro liberdades referentes ao SL são: a liberdade dos usuários de
executarem programas de qualquer propósitos, de copiarem, de (re)distribuírem
cópias na sua forma original ou com customizações, estudarem com o mesmo com a
possibilidade de adaptá-lo de acordo com a necessidade, modificarem e
aperfeiçoarem o mesmo. O código fonte é pré-requisito para todas essas
modificações do programa [STA2000].
37
Na década de 60, fabricantes de sistemas comerciais como a IBM, vendiam
os computadores e entregavam junto para os seus clientes o digo fonte dos
softwares, o que o proporcionava ao usuário a modificação e redistribuição livre dos
mesmos. Na década de 70, com a grande oferta de aplicações e o crescimento do
número de usuários, os mesmos não podiam mais modificar e redistribuir o software
livremente. A partir disso, os fabricantes de hardwares passaram a vender os
softwares ao invés de distribuí-lo gratuitamente.
O contexto se modificou de tal forma que o software se tornou relativamente
mais importante que o hardware, deste modo, os fabricantes passaram a vender os
softwares, sem fornecer o código fonte e impôs na redistribuição dos mesmos, o que
não concedia liberdade para o usuário na redistribuição [HEX2002].
No início da década de 80, estabeleceu-se o Projeto GNU, liderado por
Richard Stallman em reação a sua insatisfação com relação ao crescimento do
mercantilismo do software e contra a inibição no acesso ao código fonte. Stallman
trabalhava como desenvolvedor no MIT e desligou-se para trabalhar no
desenvolvimento de um sistema operacional completo, a ser distribuído como
software livre [HEX2002] [SIL2003].
Em 1985, o Projeto GNU originou a Free Software Foundation (FSF) sobre a
liderança de Stallman. A FSF busca garantir que os esforços coletivos o serão
indevidamente considerados como propriedade intelectual [SIL2003].
O movimento do software livre iniciou pouco a pouco a reunir, distribuir
softwares e ferramentas livres, com código-fonte aberto. Desta maneira, o acesso à
comunidade o se restringia somente ao software e sim o conhecimento
armazenado no código [HEX2002] [SIL2003].
38
A idéia era desenvolver um sistema operacional similar ao Unix, mas que
fosse livre. Até aquele momento vários aplicativos de haviam sido desenvolvidos,
mas, só restavam o núcleo central ou kernel do sistema operacional. Em 1992 Linus
Torvalds
5
, compilou todos os softwares do movimento GNU e uniu-se o kernel
desenvolvido por ele, o que proporcionou a criação do sistema operacional
GNU/Linux. Em menos de dois anos o GNU/Linux se tornava um sistema
operacional razoavelmente estável [HEX2002] [SIL2003].
Atualmente a comunidade do SL se refere ao sistema operacional Linux como
GNU/Linux em homenagem aos esforços de trabalho de várias pessoas de
organizações independentes no processo de elaboração, cooperação, e não
somente do Linus Torvalds e seus seguidores [IGA2005].
Depois da grande mobilização proporcionada mundialmente do advento do
GNU/Linux, vários novos SL’s foram criados softwares como o KDE, Gnome, Gimp,
MySQL, Firefox, Apache e muitos outros. Os softwares que forem desenvolvidos
sobre a cultura do SL, todas as pessoas poderão ter acesso para realizarem
modificações e sugerirem implantações de melhorias sobre os mesmos, de forma
devem ser mantidos os registros contidos nos códigos que referenciam todos os
colaboradores que contribuíram no processo de cooperação daquele software
[IGA2005].
Nos últimos anos o SL se destaca notoriamente pelos interesses de inúmeros
setores tais como, públicos, privados, acadêmicos e de pessoas físicas devido ao
trabalho cooperativo também chamado por alguns autores como groupware, ou seja,
a produção de software em grupo. Esse processo sistêmico, conta com mais
voluntários atuantes no desenvolvimento do software, na identificação de problemas,
5
Finlandês Linus Torvald era aluno de pós-graduação da Universidade de Helsinki.
39
soluções e atualizações do software com mais precisão e qualidade [LOP2004]
[HEX2002].
A comunidade de desenvolvedores em prol do SL espalhada por todo mundo,
na sua grande maioria, a cooperação de desenvolvimento de software é através da
Internet. uma estimativa aproximadamente em torno de 400.000 (quatrocentos
mil) programadores e projetistas que fazem parte desta comunidade [SIL2003].
ao contrário do software livre, o software proprietário é caracterizado por
ter o seu código-fonte fechado, que impossibilita o acesso ao conhecimento aplicado
naquele código, sendo assim, a sua modificação e sua redistribuição é negada. No
SP é proibido reabrir o código fonte e sua classificação de um produto,
caracterizando como um objeto de geração de lucros sem na maioria das vezes se
preocupar com a necessidade do usuário. Desta maneira em cada computador que
tenha uma cópia do software deverá obrigatoriamente estar de posse de uma
licença de lhe permita o uso do mesmo de acordo com o critério utilizado pelo
responsável pelo desenvolvimento do software.
Diante dessas características que concedem os SL’s e os SP’s, ressalta-se
duas vantagens: a disponibilidade de acesso ao código-fonte do software para os
usuários, e o direito outorgado a outros desenvolvedores para realizarem
modificações e redistribuições perante ao novo código fonte criado [HEX2002].
Em síntese, verifica-se que a proposta do SL coincide com os princípios e
objetivos da ID [SIL2003]: prover a liberdade de acesso a sociedade informacional,
disponibilizar conteúdo e contribuir para uma formação de uma sociedade em rede
[CAS1999].
Ao contrário do SL, o SP não tem a intenção primária de contribuir com a
formação de uma sociedade igualitária, e sim aumentar o seu monopólio, enviar
40
mais royalties que conseqüentemente aumenta de forma significativa o seu
faturamento e agravar mais os desníveis sociais principalmente nos países em
desenvolvimento [SIL2003].
É essencial interligar a política de ID na informatização das escolas, das
bibliotecas públicas e a adoção das TIC’s como facilitador didático-pedagógico à
estratégia de desenvolvimento tecnológico nacional [SIL2003].
No âmbito fiscal, as soluções baseadas em SL podem ser muito menos
onerosas. Pode gera uma economia em torno de US$ 1.000 (mil dólares) por licença
em relação aos produtos Microsoft Windows XP Home SP2 e o Microsoft Office 2003
Professional em cada computador conforme pesquisa realizada no site da empresa
Brasoftware com cotação do dólar no Banco do Brasil do dia 01/06/2005 á R$ 2,75.
Esses recursos financeiros economizados com as licenças dos SP’s poderiam
ser revertidos em formação, treinamento e educação digital e assim investir no
fortalecimento da inteligência local e formar agentes multiplicadores baseados com
os princípios do SL para ampliar do potencial intelectual da comunidade assistida
[SIL2003].
Os SL’s necessitam de suporte e manutenção bem como os SP’s, mas a sua
aplicação no processo de ID, contempla a formação de competências com o
potencial de desenvolvimento de softwares e um grande incentivo no surgimento de
inúmeras empresas locais capacitadas com propostas de desenvolvimento e
soluções em TIC’s atentas aos interesses das PME’s e órgãos públicos locais
evitando o pagamento de royalties pelo deste serviços e/ou soluções [SIL2003].
41
CAPÍTULO V - POLÍTICAS PÚBLICAS E PROPOSTAS DE INCLUSÃO
DIGITAL
Uma política pública não sintetiza-se na função que o Estado deve
desempenhar, e reservar grande parte dos recursos, mas a formulação, a execução
e o diagnostico devem obrigatoriamente envolver as comunidades locais, os
movimentos sociais e as ONG’s [SIL2003].
Considerando que o acesso às tecnologias de informação e comunicação não
contempla toda a sociedade torna-se necessário criar estratégias que propicie o
acesso de forma universal, ou seja, abranger e promover de forma democrática a
inclusão digital e a capacitação para a utilização dessas tecnologias de acordo com
a necessidade do indivíduo.
A maioria dos países estão cientes quanto à gravidade da educação para
promover o bem-estar, o desenvolvimento sócio-econômico e cultural da sociedade.
Pesquisas afirmam que o investimento em capital humano é responsável por grande
parte dos contrastes de produtividade, formação de competências e cidadãos
responsáveis. Tal processo está sendo realizado em diversos países em
desenvolvimento, conforme indicam os estudos realizados pelos economicistas
norte-americanos [HAL1999] [MAN1990].
Mediante tais estudos, nesse capítulo serão verificadas algumas políticas que
são executadas em algumas nações da América do Sul.
42
5.1 - A inclusão digital na América do Sul
O governo da Argentina através do Ministerio de Economia y Producción, está
desenvolvendo o programa miPC com os objetivos de adicionar 10 milhões de
computador até 2008, o que significa um aumento de 55% de computadores, criação
de 900 telecentros comunitários. O miPC conta com a parceira de 40 empresas de
TI, como Microsoft®, Mcafee®, Intel®, a cada computador vendido para a
sociedade, o programa doará cerca de 4,80 pesos (4,32 reais) a um fundo destinado
a doações de computadores promovidas por ONG’s [MEC2005].
Desde do ano de 2001 o Governo Federal do Chile, representado pelo comitê
governamental de novas tecnologias para a informação e comunicação em conjunto
com o setor privado, desenvolvem o programa nacional de infocentros chamado
Conectando@Chile. Esse programa tem estabelecido políticas de acesso para as
novas tecnologias da informação para formação de telecentros comunitários para
atender e melhorar o acesso dos setores de menores rendimentos e empresas que
não dispõem deste tal recurso [PRE2001].
5.2 - A inclusão digital no contexto brasileiro
Segundo o professor e pesquisador Emir Suaiden, novo diretor do Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), unidade de pesquisa do
43
MCT, sedada prioridade as ações de inclusão social da população com expansão
da sociedade do conhecimento e para o fortalecimento de uma cultura informacional
[IBI2005].
Suaiden também afirma que a inclusão social será possível após alcançar
a nova cultura correspondente através da disseminação do desenvolvimento
científico-tecnológico no país, da adequação da linguagem no incentivo à formação
e aperfeiçoamento de competências [IBI2005].
A cultura informacional vai muito além do conhecimento, da mobilização e
sensibilização da sociedade para a manipulação no uso da informação. Transcende
o resultado mecânico esperado de uma simples acumulação de TIC’s, para
maximizar o efeito de um processo de desenvolvimento no que democratiza o
conhecimento para favorecer a equidade social [IBI2005].
Para alcançar essa inclusão digital proposta, o Governo Federal tem como
proposta de intervenção o desenvolvimento do projeto “PC Conectado” que tem o
intuito de ser viabilizar o acesso da classe C ao computador popular, que será
fabricado por várias empresas como DELL, Positivo e será vendido com
financiamento mais barato. O computador deverá custar no máximo R$ 1.400,00 e
poderá ser financiado em até 24 vezes [GAR2005].
O PC Conectado virá com 26 softwares livres, dentre OpenOffice.org, Gimp,
que contemplará as atividades básicas do usuário, de editoração de textos, imagens
até pesquisas na Internet e a sua principal característica será o GNU/Linux como
sistema operacional do computador [GAR2005].
O Governo Federal considerou, ao definir as especificações do projeto,
também uma possível versão com o Microsoft Windows XP Starter Edition
44
[GAR2005]. Essa é uma versão reduzida do Microsoft Windows XP SP2 que contém
alguns recursos limitados. Com esse novo sistema operacional, o usuário conseguirá
abrir no máximo 3 janelas, com isso, a Microsoft tornará seu produto mais acessível.
Mesmo assim, conforme mencionado no capitulo anterior a intenção primária do
software proprietário não condiz com a proposta da inclusão digital.
A “Rede Floresta de Inclusão Digital Topawa Ka'a” concebido pela
Eletronorte e o ITI o um mais extensos de projeto de ID na região norte. A idéia é
utilizar a infra-estrtutura da Eletronorte e outros órgãos públicos para conceber
Telecentros de ID e capacitação de moradores na administração, controle e gestão.
O projeto Topawa Ka'a é composto por uma área que contém de 10 a 20
computadores que utilizam softwares livres conectados a Internet de alta velocidade
[ENE2004].
O “Casa Brasil” é um programa de ID do Governo Federal voltado para a
comunidade de baixa renda, ou seja, classes D e E, que é desprovida de
condições que lhe permita adquirir um computador pessoal. O programa terá
telecentros com pelo menos 10 computadores que terão softwares livres,
conectados a Internet de alta velocidade. Seo instalados 55 telecentros em todas
as capitais brasileiras e 45 telecentros nos principais bairros que estiverem o IDH
negativo, com acesso público e gratuito a Internet, além de uma sala de leitura e um
auditório para até 50 pessoas. Outros projetos poderão ser adicionados ao
programa, como rádio comunitária, sala de reforço escolar, bibliotecas,
postos de
atendimento de saúde e culturais do Governo Federal [SIL2005].
A “Rede de Software Livre para a Agropecuária AgroLivre”, é um projeto
desenvolvido através da parceira entre o EMBRAPA e o ITI e tem como objetivo
atender as demandas do setor agropecuário nas áreas de Computer-Supported
45
Cooperative Work (CSCW), através de telecentros que possuam computadores com
softwares livres instalados, conectados a Internet de alta velocidade, com sistemas
de apoio à tomada de decisão, de apoio à pesquisa tecno-científicas e apoio a
projeto de ID [BOM2005].
O programa “Informática para todos” implantado pela Prefeitura de Belo
Horizonte um ano, funciona com uma unidade móvel de ID da PRODABEL. O
programa tem como objetivo facilitar o acesso da população de Belo Horizonte as
TIC’s, além oferecer cursos de informática sica. Mais de 25 mil pessoas
acessaram a Internet e 2.920 jovens participaram dos cursos de capacitação
durante esse período. A unidade móvel é composta por 02 salas de aula, 14
computadores com SL com acesso a Internet, videocassete, TV e percorre as todas
regionais da capital [INF2005].
5.3 - A inclusão digital no processo educacional
“O incluído digital precisa estar capacitado para usar
a tecnologia e ter um grau de educação, no sentido
amplo, que permita aplicá-la de forma efetiva”.
Renato Cruz
A educação é o principal elemento na formação de uma sociedade
fundamentada na informação, no conhecimento e no aprendizado. Educar uma
46
sociedade do conhecimento, transcende as barreiras do treinamento, isso significa
muito mais que treinar indivíduos para atender as demandas deste mundo
globalizado [TAK2000].
É preciso manipular o uso das tecnologias da informação e comunicação e
investir na formação de competências capazes de atuar efetivamente na produção
de conhecimentos, bens e serviços, para condicioná-los positivamente e suportarem
a contínuas e aceleradas transformações ocorridas ultimamente nas tecnologias da
informação [TAK2000]. Nessa linha de raciocínio a tecnologia da informação e
comunicação coloca-se a serviços da educação, para atuar como um instrumento
auxiliar para o educador [KAU2005].
Desta maneira, verifica-se que os indicadores sobre a realidade social
brasileira na educação de adolescentes, dentre outros aspectos que estão presentes
na “Síntese dos Indicadores Sociais 2004” [MAC2004] realizada pelo IBGE, o
Gráfico 1 mostra que a taxa de analfabetismo no país vem diminuindo
gradativamente no período de 1993 a 2003.
Gráfico 1 - Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, por
situação do domicílio - Brasil - 1993/2003. (Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas,
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1993/2003. Nota: Não houve pesquisa
em 1994 e 2000.)
47
A redução não alcançou pontos percentuais expressivos, portanto, o Governo
Federal está aplicando alguns programas sociais como bolsas escola, que conforme
o mesmo fortalece a redução de analfabetos. Fica evidente que é extremamente
necessário a implementação de políticas governamentais efetivas que contribuam
para a mudança desta realidade.
Para pensar a educação na sociedade do conhecimento é imprescindível
reconhecer os vários aspectos relativos às TIC’s que têm como premissa o papel
que as mesmas desempenham na construção de uma sociedade na qual a inclusão
e a justiça social sejam prioridades.
Um dos grandes desafios para a utilização das TIC’s em Educação é o da
escassez de infra-estrutura apropriada nas instituições de ensino, como:
computadores, dispositivos especiais e softwares educacionais nas salas de aula
e/ou laboratórios das escolas e outras instituições; conectividade em rede,
viabilizada por algumas linhas telefônicas e/ou um enlace dedicado por escola à
Internet [TAK2000].
O fator dificultador para a disponibilização desta infra-estrutura é o custo. É
um investimento muito alto que envolve recursos financeiros tanto para iniciar quanto
para manter a infra-estrutura.
48
CAPÍTULO VI - ESTUDO DE CASO DA VIABILIDADE DO
PROCESSO DE INCLUSÃO DIGITAL
Como exemplo prático de ações inclusivas será apresentado um projeto que
tem como um dos seus objetivos a ID e a contribuição para a amenização da
desigualdade do conhecimento.
O projeto referido é o “Projeto Vida” que foi desenvolvido por uma equipe
composta por universitários, um funcionário e uma professora da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais – Núcleo Contagem.
6.1 - Projeto Vida
O “Projeto Vida” foi elaborado a partir das discussões realizadas durante
aulas realizadas na universidade que abordavam temas referentes à situação social
brasileira. Essas discussões despertaram em um determinado grupo de estudantes
o interesse em desenvolver ações voluntárias que entrevisse positivamente nas
questões sociais.
A partir do contato com a realidade desses adolescentes e o diálogo com a
comunidade, a equipe se sensibilizou pela gravidade da exclusão vivenciada por
essa comunidade em especial.
De acordo com os levantamentos realizados junto a uma população de
Contagem foi identificado um quadro de carência social bastante acentuado. Partes
49
significativas das famílias sobreviviam da coleta de materiais e/ou alimentos
recolhidos de um aterro sanitário existente nas imediações. Após a transferência do
aterro para outro local, a situação, já degradada, agravou-se ainda mais, os
moradores desta comunidade não tinham acesso à outras formas de trabalho e
sobrevivência. O quadro social de extrema carência evidencia o alto índice de
analfabetismo, violência generalizada, tráfico de drogas, fome, conflitos familiares,
prostituição infantil e péssimas condições de moradia.
Muitos adolescentes das periferias vêem no tráfico de drogas uma forma de
ter uma vida financeira melhor sem medir as conseqüências que este meio pode
acarretar. Diante desse cenário, houve uma mobilização a fim de mudar os
resultados até então apresentados.
A equipe juntamente com a universidade reconhece a importância de uma
reflexão comprometida com o mundo. Desta forma busca dialogar com a sociedade,
sobretudo com os mais carentes.
As atividades realizadas no projeto buscam o desenvolvimento da auto-
estima, a reestruturação dos relacionamentos interpessoais e familiares, o auto-
conhecimento e o conhecimento do outro, a fim de que possam desenvolver uma
personalidade estruturada capaz de se afirmar e de se garantir como cidadão
atuante frente à sociedade.
Além de atividades didático-pedagógicas, o “Projeto Vida” desenvolveu um
projeto piloto visando proporcionar aos adolescentes entre 12 e 16 anos da
comunidade Vila Beatriz o acesso às TIC’s, bem como a capacitação dos mesmos
para o mercado de trabalho e a ID.
50
Nas primeiras aulas em que se utilizou o computador, foi possível perceber a
grande dificuldade de aprendizagem apresentada por muitos adolescentes. A maior
parte está fora da faixa etária escolar. Nesta fase experimental do projeto, foi
possível perceber que, quando o educador acompanhava os alunos que
apresentavam maior dificuldade no aprendizado, com maior proximidade, havia um
desenvolvimento mais ordenado das atividades.
6.1.1 - Metodologia para a capacitação dos adolescentes
Verificou-se a necessidade de tornar o acesso dos adolescentes à tecnologia
e a informação mais fácil através do desenvolvimento de atividades que utilizassem
o computador como meio facilitador na aquisição de habilidades básicas e como
ferramenta que pode auxiliar no processo de desenvolvimento cognitivo e humano
dos adolescentes engajados no Projeto.
As aulas de informática são oferecidas duas vezes por semana, nos
laboratórios da PUC Minas Contagem, cedidos pelo Pró-reitor da Unidade, sob a
orientação de um coordenador especializado em informática na educação - sempre
assessorado por três ou quatro estudantes voluntários ou estagiários do curso de
Sistemas da Informação.
Os Softwares utilizados nos laboratórios são proprietários, sendo eles:
Microsoft Windows 2000, Microsoft Office 2003 e Microsoft Internet Explorer.
51
Vários adolescentes engajados no projeto têm dificuldades de aprendizagem
e não percebem a educação como fator fundamental que promove uma reflexão
sobre sua condição e, sobretudo como um instrumento importante de transformação
social.
Esse método visa integração no processo educacional, unindo tecnologia e
inclusão social e digital. Com isso a Universidade cumpre seu papel que, aliada aos
Direitos Humanos, assume um compromisso com a qualidade de vida das pessoas
de maneira contributiva para o desenvolvimento de uma consciência crítica dos
seus direitos e deveres e potencializando-o para obterem uma vida melhor. Busca-
se também envolver o público universitário com o objetivo de através do seu
trabalho, fazer parte da construção de cidadãos voltados para melhoria de seus
potenciais e qualidade de vida.
A abertura da Universidade às comunidades gera como fruto a gradativa
transformação do ensino universitário. Ao assumirem um compromisso com a
melhoria da qualidade de vida das pessoas, a universidade aprofunda as dimensões
da solidariedade, ética e respeito à vida. Dessa forma a competência profissional se
associa à transformação social. As novas tecnologias e aprendizados estarão em
função da promoção da vida.
O envolvimento e apoio das empresas da região que têm o intuito de melhorar
a vida dessa população reduzindo os níveis de violência incentivando a formação
dos adolescentes como cidadãos. Uma vez capacitados, os adolescentes serão
acolhidos nestas empresas como funcionários, dessa forma, diminui o quadro de
ociosidade, miséria, de exclusão e de violência.
Um dos objetivos é que os aprendizes se tornem monitores e sejam agentes
multiplicadores de conhecimento para outros adolescentes.
52
De acordo com o planejamento, o projeto será desenvolvido em 04 etapas:
Aulas de Informática, Conhecimentos pedagógicos, e atividades voltadas para o
âmbito pessoal e social. A cada etapa, a equipe avaliará o desenvolvimento do
trabalhado. No final do período proposto, será feito o mesmo será submetido a uma
avaliação. Com estes critérios adotados, será possível poderemos fornecer
assessorias e implantar este projeto em outras localidades, marcadas pela exclusão.
6.1.2 - Resultados obtidos e esperados
O projeto tem proporcionado o acesso aos recursos tecnológicos disponíveis
na Universidade, de forma à capacitar o adolescente para a sua inserção no
mercado de trabalho, e o auxilio no processo educacional.
Através do desenvolvimento das atividades propostas pelo projeto, espera–se
atingir alguns resultados, como por exemplo: a criação de uma rede com grupos
que também tem como foco em inclusão social para troca de conhecimento, o
resgate da auto-estima e identidade desses adolescentes para que possam
desenvolver um trabalho educativo voltado para a formação de valores, utilizando o
computador como ferramenta auxiliar para trabalhar as potencialidades dos
beneficiários do projeto.
Espera-se que através do ambiente informatizado de aprendizagem, os
adolescentes possam aprender a ver o mundo sob um prisma diferenciado e crítico e
a sentir-se parte dele, valorizando o conhecimento, a cultura e a criatividade.
53
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considera-se que o conhecimento é imprescindível para o crescimento
produtivo e para a competitividade do mundo globalizado. Por esse, a concepção
atual é chamada por sociedade do conhecimento.
Diante do conteúdo abordado na monografia foi possível reafirmar a
importância das TIC’s no processo de desenvolvimento em um sentido mais amplo.
Apesar do avanço tecnológico, das conquistas e propostas implementadas,
ainda existe um grande contingente de pessoas que não têm acesso às tecnologias
básicas, muito menos as inovações tecnológicas.
É preciso ampliar as iniciativas de promoção de inclusão, pois, a partir da ID o
individuo tem a possibilidade de se comunicar de formar eficiente e essa vantagem
não se restringi somente ao individuo mas se estende ao mercado e ao
desenvolvimento do país.
Para que o individuo seja incluso digitalmente é necessário que o mesmo
tenha uma capacitação prévia que lhe permita a compreender as ferramentas de
acesso. Isso significa que além de implementação de políticas públicas que visem a
ID é necessário que haja uma articulação entre outras políticas como outras a
educação.
54
PROPOSTA PARA TRABALHOS FUTUROS
Conforme mencionado no estudo de caso, atualmente o Projeto Vida utiliza
soluções baseadas em softwares proprietários. Propõem-se a utilização do PUx que
consiste em uma distribuição livre desenvolvida pela Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais.
O PUx contêm aplicações diversas como um sistemas operacional,
automação de escritório, softwares para manipulação de imagens, Internet e outros.
Uma vez que o Software Livre é uma alternativa de promoção da ID tem-se
como proposta inicial a utilização do mesmo no processo educacional com o objetivo
de viabilizar o acesso de forma econômica e eficaz.
É importante ressaltar que o projeto tem a ID como um de seus eixos, que se
soma com as outras estratégias de intervenção que buscam a promoção social da
comunidade.
55
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Presleyson Plínio de Lima
Minas Gerais, 2005
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