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Almejos da angelitude – Pensamentos
Valdecir de Oliveira Anselmo
Rio Grande do Sul, 2006
(Edição do Autor)
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Sobre o julgamento
Não julgues. Percebas: os verdadeiros sábios, e esses são poucos,
quase raros, não julgam, pois eles, a miúde, sabem da
susceptibilidade do espírito humano em incorrer em erros, em
perpetrar ações repreensíveis, pelo fato de ainda não se imiscuir na
totalidade, ainda não possuir o espírito empático, próprio dos seres
que já alcançaram o ideal de fraternidade e igualdade. Portanto,
afora os sábios, todos nós outros somos susceptíveis de incorrer nos
mesmos erros que criticamos, que notamos em nosso próximo.
Ainda não temos o espírito complacente de irmãos superiores, que
ao invés de julgar, orientam, não com palavras que o vento leva, mas
pelo próprio testemunho, pelas próprias ações, dignas e meritórias.
Que balizamento temos para julgar se até os espíritos elevados
moralmente, não julgam? Percebas: - os iguais julgam seus iguais –
Mas não perturbes teu espírito, meu irmão, a ponto de torná-lo
endurecido, insensível. Percebas: Nos mundos inferiores
moralmente é necessário que haja ações animalescas, aquelas que
criam seres brutais e hediondos, para que o espírito com tendências
mais excelsas, com pensamentos mais depurados, mais susceptível
ao acalanto da luz, vislumbre a grandeza e a beleza do que é
justamente oposto e essa grandeza, essa angelitude, almejar, com
todas as fibras de sua essência, criando bases espirituais propícias
para a edificação de um mundo melhor.
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Ações diárias
Não movas tuas ações diárias tão somente no intuito de angariar
reconhecimento alheio. Ajas sempre de acordo com os ditames de
tua consciência, sempre em prol da justiça, da probidade, da retidão.
Tua consciência é superna e sua crítica, quando arrazoada, é
pertinente, superlativamente distante da impertinência daqueles que
te criticam sem um balizamento, movidos por intentos reprocháveis,
dignos de serem arrolados na lista dos motivos torpes, reprováveis,
às vezes. Não te agastes, não te perturbes, não admoeste teu espírito
nem te insurjas contra aqueles que te difamam ou injuriam.
Mantenha-te sereno. A cada um segundo seus merecimentos. E siga
em paz.
Sobre a educação
O estudo não traz consigo a educação, em sua acepção concernente
ao bem proceder em relação às pessoas com as quais interagimos,
pois essa educação é imanente, é inerente, é peculiar, faz parte de
cada um de nós. Percebe-se o caráter de alguém não pelo seus
diplomas, mas pela sua postura, respeito, dignidade, em suas
relações.
Ação e reação
A maneira com que agimos com relação às pessoas implica na
maneira com que elas vão nos responder. Se tratares alguém com
atenção, carinho, desvelo, alegria, terás em resposta, atenção
carinho, desvelo, um sorriso. Porém, se tratares alguém com
desdém, com arrogância, com antipatia, terás desdém, arrogância,
“cara fechada” como resposta. Mas se tratares alguém com desvelo,
com carinho, com paz e receberes respostas antagônicas, não te
agaste, não te melindres, não te entristeças. Fique sereno. Essas
pessoas estão enfermas espiritualmente. E, se não puderes dar-lhes o
lenitivo, um remédio que aplaque as ansiedades de seus espíritos, ao
menos não te irrites, não te aborreças, não guardes mágoa dessas
pessoas. Mantendo-te calmo, sem alterações improfícuas em teu
ânimo, pelo menos não irás agravar o estado doentio delas. Serás
caridoso e isso ser-te-á levado em conta.
Poesia – Alimento para a alma
Em solilóquio, ensimesmado, indagues: - O que alimenta minha
alma? Será o lampejo fugaz de um voraz sentimento ou o terno
acalanto de um indelével e olente carinho, embebido em dulcífluo
afeto, com a pureza que é tão rara?
Se seguires o segundo caminho prepara-te, pois os parvos te
desdenharão, de ti gracejarão, como hienas famélicas de um
sentimento que não possuem e sequer o compreendem que
espíritos sensíveis o acalentem em seus nobres corações, escrínios
que guardam a jóia do verdadeiro amor. Mas não, o verdadeiro poeta
esmorecer jamais há, não obstante o mundo olvidar o lenitivo da
prece silente e vivaz da poesia. Lenitivo esse contra o vazio que se
sente após se embeber nas trevas hiantes da animalidade, substrato
de um desejo, de uma ânsia e de uma paixão desvairada. Amamos,
poetas, o belo, como se ele fosse parte indissociável, imanente em
nossa alma. Como se, sem a luz da beleza nossa alma se embebesse
nas trevas do desespero. Amamos o belo como se ele trouxesse em
sua essência o arrimo na tempestade e o lenitivo para a dor que
acomete quando se sente só. E o Belo são as formas que da poesia
dimanam e se plasmam em um ambiente onírico, apetecível,
certamente. E sempre se estará enquanto ansiarmos angariar
vários “amores”, sem o domínio dos sentimentos, das emoções e das
paixões. Percebas: Não se perde o que se conquistou, o que se
cativou. Se “perdemos” o afeto de alguém é porque nunca o
tivemos. O máximo que tivemos foi “compartilhar” um desejo
fugaz, próprio daqueles que deturpam ou entorpecem em si o
verdadeiro e puro sentimento.
Sobre a confiança e o amor
Confie nas pessoas, plenamente. Não crie expectativas com relação
a ninguém. Não decepção quando se percebe que as pessoas
poderão oferecer aquilo que possuem em seus espíritos, nada
mais. Aqueles que desconfiam dos outros são aqueles que não estão
seguros de si mesmos, de suas próprias tendências. Percebas: vemos
nos outros o que existe em nós mesmos, o que seríamos capazes de
fazer se estivéssemos no lugar do outro. Não sintas ciúmes de
ninguém. O ciúme não é amor, é um sentimento de posse infundada
e irracional. Ames, não loucamente, não desvairadamente, mas
mansamente, docemente, te embevecendo, te alegrando o espírito, te
deleitando, como quem contempla um lago plácido, como quem se
deixa embeber na aprazível luz do sol, no arrebol, ao alvorecer.
Quando disseres a alguém "Eu te amo" não esperes por resposta. O
"Eu te amo" é uma afirmativa e como tal não necessita de resposta.
Não digas "Eu te amo" esperando um "Eu te amo também", para que
somente assim possas sentir-te feliz. Se disseres a alguém "Eu te
amo" e isso alegrar o teu espírito, embebê-lo na luz, e não esperares
nada em troca, saberás que realmente amas alguém.
Revelações da verdade
Não te ufanes se a verdade foi-te revelada pelos conhecimentos
adquiridos. Nem alardeie “Eu sei que é assim e ninguém irá
dissuadir-me a mudar de opinião, pois a verdade está comigo”. Sejas
“pobre de espírito”, ou seja, sejas humilde, receptivo às novas idéias
as quais, algumas vezes, completam as lacunas da tua “verdade”,
para que quando alguém indagar-te sobre particularidades da
verdade que acalantas em teu intelecto e não tiveres argumento
elucidativo e coerente para sustentar e defender tua posição, tua
verdade não venha se abalar, a tal ponto que nem tu mesmo venha a
crer nela. Não fiques no ostracismo intelectual, ensimesmado em tua
arrogância. Esse proceder não condiz com a postura de um sábio.
Percebas: A verdade não ser-te-á revelada apenas para maravilhar-te,
para deslumbrar-te, enaltecer-te o gênio de tua lógica, do teu
raciocínio. A verdade ser-te-á revelada para que efetuas as mudanças
necessárias em ti mesmo, almejando tua elevação intelectual e,
sobretudo, moral.
Sobre a música
A música tem o poder de enlevar, de extasiar, de enternecer o
coração. Mas ela por si não te embevecerá, não te comoverá se
não buscares a comunhão com a mesma, se não buscares soar em
uníssono com a mesma, não te imiscuíres em sua melodia, não
deixares que ela insufle em tua alma a placidez e blandície de sua
harmonia. Deixe que a música te embeba com sua fluidez
estonteante, que ela te remonte a alguns pensamentos, algumas
imagens olvidadas, repousadas em teu passado, nos recônditos de
tua alma, e te faça , concomitantemente, relancear em vislumbres do
infinito. A música tem este poder. O poder de ser extemporânea, de
te fazer incursionar no tempo, de desnudar-te, de desvelar tua
fragilidade e ao mesmo tempo deixar às escâncaras teu potencial, tua
grandeza infinita.
Sobre o lado bom
É preciso ver o lado bom das pessoas e ignorar o mal. O mal é
comum e torna as pessoas vulgares. O lado bom é o que a
individualidade, é o que faz cada pessoa especial, é o que destingue
as pessoas na multidão. Realmente vemos o mundo tendo nossa
própria imagem, a imagem que nossa consciência projeta em nosso
ser espiritual, para guiar nossa ponderação, nossa crítica em relação
às pessoas, em relação ao mundo. Não podemos ponderar sobre o
que não conhecemos. Os verdadeiros sábios não julgam, pois eles
conhecem suas limitações e eles não querem incorrer em erros. Os
homens superiores não julgam pois eles conhecem amiúde algumas
fragilidades humanas e a sua superior sabedoria confere-lhes a
complacência, o entendimento, a compreensão. Quando julgamos o
mundo mal e corrupto é porque somos maus ou susceptíveis à
maldade e à corrupção. Quando julgamos que o mundo tem jeito e
que as pessoas não são más, somente ignoram ou ainda estão cegas
para a virtude que existe, que impregna cada coração, ainda
dormente em sua ilusão, quando assim julgarmos não é que sejamos
bons, na mais sublime acepção da palavra bondade, mas que
estamos aprendendo a sê-lo. Somos parte do mundo e muito do que
o mundo é hoje é uma extensão das tendências que latejam ainda em
nossa alma.
Sobre as coisas belas
Amas as coisas belas como se elas fossem parte indissociável de tua
alma. Como se, sem a luz que delas dimanam teus olhos se
embebessem em trevas. Como se sem o acalanto do calor de suas
verdades tua alma se enjerisse na dor do desespero. Amas as coisas
belas como se elas trouxessem em suas essências o arrimo na
tempestade e o lenitivo para a dor que te acomete quando te sentes
só. Quando a beleza perpassar em teu coração com a sutileza das
puras emanações e as ilusões não mais admoestarem teu espírito
poderás alardear, com o fragor dos sentimentos, que então
acalentarás, sem pieguice desmedida, toda a efusão do amor que
transluzirá de teu espírito.
Sobre as virtudes do espírito
O espírito será detentor de uma virtude quando seu anelo, toda a
sua aspiração , todo seu desejo se embeber em cada fagulha de luz
que pululam e dimanam dessa flama da virtude que almeja. Um
exemplo: Não abarcarás a virtude da serenidade enquanto ainda
latejar em teu espírito laivos de teu aspecto irascível, de tua índole
intempestiva e inconstante. quando despojares teu espírito dessas
rotas vestes poderás ataviar-te de uma nesga dessa virtude, como
uma luz que acompanhar-te-á pela eternidade, credenciando tua
alma a angariar mais luz para essa virtude, consolidando-a
indelevelmente em teu espírito.
Sobre as ilusões pueris
Ensimesmada a alma, aplacada a ânsia, alijada as ilusões, rechaçadas
para longe do convívio com o espírito, tão longe que não possa
arregimentar, aliciar as almas incautas, invigilantes. Quando o
espírito voltar para si e perceber a sua grandeza rir-se-á das ilusões
pueris que acalentava e então se soerguerá, arrimado ao fomento das
sensações, dos prazeres, das aspirações que lhe são afins com sua
natureza e, por conseguinte, naturalmente, dissipar-se-á toda e
qualquer ilusão, que só acometem o espírito de enfermidades.
Sobre os sentimentos incólumes
Algumas coisas na vida passam como corrente de um rio. Algumas
sensações, alguns sentimentos se exaurem, se dissipam como névoa
e deles nada nos resta, nem resquícios. Outros sentimentos e
emoções são indeléveis, o tempo não corrompe e nem os mais
empedernidos conseguem sufocá-los dentro de si ou deturpá-los.
Esses sentimentos repousam, incólumes, n'alma, nidificam sua
morada nela e são acalentados pelo bafejo terno do encanto e não se
pode ser indiferente a eles, ou furtar-se ao seu afago, pois eles
fazem parte da alma e acompanhá-la-ão no seu adejo pelo infinito e
vão confluir para essa luz da qual eclode toda a essência. Essa é a
luz do Orbe Almejado. A morada dos Anjos, que um dia também
será a nossa. O Empíreo. Esse é o recanto da angelitude. E ali
repousam e refocilam tudo o quanto é caro à alma. É o seu escrínio.
O seu Paraíso.
Sobre a essência da verdade
O essencial foi dito. O essencial de tudo o que pode alimentar o
espírito, de tudo o que lhe pode dessedentar e aplacar sua ânsia. Na
alma perpassou esses lampejos da verdade. A embebeu como um
sol. Porém o espírito não insuflou-se da luz a ponto de depurar-se,
então a verdade foi redita e sempre será renovada até alimentar as
almas esfaimadas e estas, por sua vez, quando saciadas, reeditarão
estas verdades para que as mesmas não se dissipem nas trevas da
ignorância, sem o acalanto da luz. Este é o ciclo perpétuo do
conhecimento, aliado às virtudes indeléveis que, concomitantes,
promovem as venturas d'alma em seu fluir pelos séculos. A
angelitude não é uma dádiva, é uma conquista. É um burilamento
constante do espírito. É um despojar, ao mesmo tempo dolente e
deleitoso, dos vícios e das más tendências, para se embeber na luz. É
se abluir nas águas límpidas da temperança e da paz sempiterna do
espírito. Esse é o batismo na luz. E que o Céu seja testemunha dos
propósitos nobres do espírito e a humanidade se beneficie da luz
dimanante dos anjos, apesar de ignorar sua fonte de manancial
virtuoso. Os anjos são invisíveis, porém sua luz é tão perceptível
quanto um cálido beijo, um ósculo requestado, tão docemente e
placidamente almejado.
Sobre a rotina
A insatisfação com a rotina é uma ânsia natural do espírito. As
diretivas da sociedade, enveredando em seus meandros caminhos,
nossos espíritos, por vezes suscita um certo enfado, pois que nosso
desejo de buscar algo mais nos admoesta para a lucidez. Sentimos
que o estímulo para alcançarmos um céu mais mpido, menos
conturbado, não está a nos embeber nessa atual posição em que nos
encontramos. Porém, enquanto não compreendermos os mecanismos
desse liame, dessas ligações que temos com cada circunstância, cada
adversidade pelas quais passam nosso espírito, não podemos adejar
em céus mais serenos.
Sobre as opiniões
Hoje em dia é temerário emitir opiniões sobre qualquer assunto com
convicção arraigada e pretensão de abalizada lucidez, pois com a
avalanche de informações, vinculadas em canais e suportes diversos,
pode-se incorrer em equívocos e ser taxado de desinformado, pois
sua pretensa novidade poderá estar defasada e obsoleta,
suplantada por visões mais lúcidas que a sua no momento. Mas, para
o "amigo da sabedoria" vale arriscar. Aprender-se-á sempre, até
mesmo com a suposta desdita de nossa ignorância. os vaidosos e
arrogantes se ensimesmam em suas limitadas verdades e fazem
ouvidos moucos às lúcidas manifestações do entendimento que toca
outros espíritos mais susceptíveis à lucidez.
Sobre as crenças
O que acreditas é o que tu és. As tuas crenças alimentam teu
espírito. O que sentimos, o que expressamos refletem a gama de
idéias que pululam em nossa alma. Dimanam de teu espírito, que é o
manancial de vivaz energia, essa força criadora que molda, forma
e sustem toda a estrutura de tua vida. Tudo o que advier a ti, as
coisas boas ou ruins serão conseqüências das energias boas ou ruins
que manipulares. vários níveis de compreensão. Quando o
espírito estiver predisposto, com seu campo emotivo estável e
afinado com a luz e com ela coadunar energias para a sua felicidade
ele estará apto a sintonizar-se com a verdade, sem a névoa da ilusão
e do preconceito.
Sobre os poetas
O verdadeiro poeta é aquele que escreve o que lhe sugere o espírito
e o traslada para um mundo seu. O verdadeiro poeta não tem a
pretensão de ser entendido, mas de, através de seus versos deslindar-
se, compreender-se a si mesmo. A poesia é como um páramo
aprazível onde o espírito refocila-se, haure forças para continuar a
jornada. A poesia existe para entreter o espírito, para deleitá-lo e não
para enclausurá-lo no pessimismo ou no flébil suspiro. A poesia é a
flama que embebe o espírito, porém não o consome e sim o
alimenta, posto que o espírito é a chama vivaz em sua
consubstancia de virtudes e cios. O verdadeiro poeta é infenso a
modelos dissociados do contexto de suas emoções, de suas
sensações e percepções. Seus sentimentos são os arquétipos de sua
arte. Se o poeta gosta do que escreve e se ao reler-se sente-se bem,
isso é o que lhe importa, é o que lhe basta como sustentáculo à sua
arte e o qualifica como seu diletante, seu apreciador e cultivador
dessa arte.
Sobre a criação na arte
Quando um ser imperfeito cria uma obra perfeita seu espírito se
acomoda e julga-se ser insuplantável e não mais se atem em criar,
pois sua criação excelsa, acredita, justificaria, pela eternidade, seu
repouso intelectual e moral. Sua obra seria perfeita, porém seu ser
estaria aquém dela, perdido nos meandros de seu egocentrismo.
Porém se o mesmo ser obra criasse digna de elogios, posto que
irrepreensível em seus traços, merecedora de apreço dos sentidos,
com o resguardo daqueles que sabem ter muito a aprender ainda, sua
obra teria a consistência da continuidade no aprimoramento
constante e, conseguintemente, seu espírito continuaria sua
ininterrupta evolução, concomitantemente. A grandeza do artista,
além da sua obra, está na sua susceptibilidade aos ideais da
humildade e acalentado pela docilidade da brandura em contraposto
a irascibilidade da arrogância.
Almejos da angelitude
Que os eflúvios do amor embebam teu espírito e te acalentem como
um estreitar harmônico ao teu coração. Que os anjos solícitos
entornem sua paz sobre o chão da vereda que trilhas e que em
deleite vislumbres a doce angelitude que gozam esses prestimosos
irmãos. Que te regozijes com as coisas boas que advierem na
jornada da vida, porém que não fiques ensimesmado no egoísmo
eufórico, mas sim que dimane de teu ser a luz que hauriste e que
essa mesma luz envolva os seres que se achegam a ti e esses se
contagiem com tua alegria e tua paz. Que compreendas que quando
o mal advier não é para arrojá-lo ao chão, nem para esfacelar teu
coração, nem para melindrar teu espírito e torná-lo infenso à luz,
imerso em desesperança. É para que, tão somente, compreendas que
o mal é apenas as trevas que anseiam em brilhar, porém que ainda
não sabem como. Tu, com tua nova roupagem de luz, será um
norteador para os olhos menos afeitos à claridade do amor.
Sobre pensamentos em exposição
Se fizeres algo e alardeares, não com a jactância dos que almejam o
reconhecimento do mundo, porém com a docilidade dos que buscam
transmitir qualquer lampejo de luz que palpitar em seu espírito para
que outros sintam o mesmo prazer que te embebe a alma, alguém
menosprezar-te, arrancar do mural ou tirar do expositor tua abra, por
simples desprezo injustificável, perceberás quem essa pessoa é e ao
invés de dela teres raiva, deverás ter é pena da pequinês de seu
espírito e pedir a Deus, sinceramente, que dulcifique esse coração
empedernido.
Às vezes reconhecemos as pessoas não por aquilo que elas fazem,
porém por aquilo que elas buscam desfazer.
Sobre o tesouro de cada um
Tu tens um tesouro. É este algo que tu sabes fazer bem. Tens
defeito, quem os não tem? Hão de criticar-te quando tropeçares no
caminho ou rir-se-ão às escâncaras ou sorrateiramente. Ah, por
certo, isso hão! O mundo é crítico, deveras! Bem o sabes. Porém a
crítica do mundo é embalde, é em vão. Tens um tesouro no coração
e que te eleva ao céu. Tem homens que querem tua asa, porém que
rastejam ao chão e que tateiam na escuridão, ao léu.
Sobre os dias de luz
Quando tiveres embebido totalmente tua alma na luz que dimana das
coisas belas e puras o melífluo perfume da paz se espraiará em teu
coração, embevecendo e enlevando teu espírito, criado para evolar
às grandezas do Amado Pai e esse ensejo de existência será para ti
como um páramo aprazível onde tua alma se deleitará no enlevo de
esperança e usufruto de gozo espiritual. Teus dias serão
impregnados de reconfortante alento e te embeberão os eflúvios da
temperança e harmonia, amainando as adversidades do caminho,
como um sopro brando de Deus a acarinhar teu coração, o qual é o
escrínio onde deves guardar, com desvelo, as virtudes de tua alma.
Sobre as vestes do espírito
Os corpos são as vestimentas do espírito, porém este é desnudo
como seus pensamentos e tanto mais bela é a sua nudez espiritual
quanto mais despojado estiver dos adornos desses entrajes fugazes,
os quais , muitas vezes, são luzes bruxuleantes, que se desvanecem
ao bafejo do decantado ideal de pureza. Exala dos corpos a luz de
seus espíritos e tanto mais encanto terão estes corpos quanto mais
luz transluzir dos espíritos que os animam. o que é lidimamente
belo chega ao céu. O resto vira pó.
Eis a beleza inaudita na qual a poesia humana, em sua sede de luz,
busca se embeber e dessedentar-se. Aquela que dimana dos corpos
afeitos à luz e ao equilíbrio e se propala e insufla de regalante
encanto todas as formas tocadas por seus olhares cândidos, de
vivificante harmonia, pois é um toque de criação.
Sobre o ígneo fulgor
A beleza transluz da alma com o lirial anelo do espírito susceptível
ao acalanto do belo e harmonioso enlevo, o qual insufla de encanto a
angelitude em si dormente e soergue, solícita, a alma humana,
embebida na tremeluzente luz do mundo.
Todo espírito é um manancial de ígneo fulgor, porém, ao longo de
suas tendências pode a linfa de seu encanto ter o turvamento das
paixões incontidas ou a limpidez do regalo sereno da ternura.
Externar a efusão da alma quando seu sonho se espraia ao longo do
páramo aprazível de seu anseio é como embeber-se o espírito em um
inefável deleite. É como insuflar o coração do perfume que recende
à placidez de um sonho acalentado pela doçura e candidez dos
sentimentos.
A beleza resplandece com o respaldo da luz granjeada pelas virtudes
imarcescíveis do espírito. Essa é a beleza mais excelsa e digna que
se possa almejar. Além dela ilusão. Alijada a alma da luz seus
anelos são disformes e seus sonhos são baldados pelo desencanto.
Sobre os dias que advirão
Nesses dias em a luz insufla de paz e alento os corações. Em que a alma
se embebe no méleo sorriso de um anjo sereno e evola o pensamento, com as
asas da ternura, em seu ruflar triunfante, esparge-se a esperança em todo o
páramo desse empíreo, de onde o enlevo efusivo, que dimana dos seres que
lhe gravitam na vibração serena, vem a se imiscuir nos sonhos dos seres tão
amados, acalentados por dileta afeição.
Nesses dias de silente euforia, em que o alarde do encanto é sentido no
pulsar do coração e a ventura dos nimbados irmãos transluz ao estreitar-nos à
alma, com afetuosa efusão, sorvemos a esperança em nímio gole, qual
sedentos de sua abluente paz, esfaimados da sua luz.
Nesses dias de indizível fulgor, em que a flama do alento, ateada pelo
decantado amor, perpassa na alma e nidifica no coração, com seu bafejo de
ternura, adeja num céu, tirante ao azul dos entrajes serenos, esse Anjo que se
imiscui no sempiterno manancial do encanto e respinga os sobejos de sua
glória sobre a Terra, ávida do seu lirial aconchego.
Nesses dias de exultação da alma, a remissão vem como um ósculo
requestado pelo coração enamorado desse inefável deleite, no qual a deidade
insufla de vivificante alento e o anelo de paz e harmonia paira sobre as
frontes, nas quais a luz dormita, e os olhos, em regalo, vislumbram um raio de
luz que se imiscui na escuridão e perdura, enquanto os espíritos irmanados
permanecerem em seu aconchego, porém será um prelúdio do que de vir e
nunca mais desvanecer-se-á, posto que será indelével nos espíritos, norteando
seus passos rumo à fraterna comunhão dos seres que coexistem nesse orbe
abençoado chamado Terra. E estes dias de conflito e dor, nos quais estamos
embebidos, serão olvidados, sem resquícios deixar na memória da póstera
alvorada, berço então do homem redivivo, visto que esse, do qual somos o
resultado, com todas as suas mazela e nódoas em seu espírito, será aniquilado
pela torrente de luz que lhe embeberá o espírito e transmudá-lo-á,
inexoravelmente, malgrado sua vontade e terá a forma com a qual fez jus pelo
livre arbítrio. A oportunidade de remissão se nos desvela nesses momentos de
ensimesmamento e reflexão. Buscamos nela arrimo e que nos seja uma
prancha de salvação que nos conduzirá, em deriva, rumo à luz que nos espera.
Não nos debatamos, irmãos, contra a correnteza de luz, pois embalde se
nosso esforço e o máximo que conseguiremos será o exaurimento de nossas
forças.
Sobre os sóis
Cada alma tem seu cabedal de conquistas, seu farnel de provisões
para os momentos tristes ou quando algo em desagrado ocorrer, para
que a alma se embeba e se nutra de paz e equilíbrio, pois é tudo que
a sustém, que a soergue, que a eleva, quando o mundo, às vezes, a
maltrata ou a não compreende. Nada é mais forte que nossa alma e
nada, nem ninguém, deve melindrá-la ou magoá-la. Nada como um
sorriso, um gesto terno, embebido em sincera afeição, para aplacar
qualquer dissabor que a desarmonia de alguém suscitar ao nosso
espírito angústia ou dor.
Tu és um sol. Cujo sorriso irradia de luz e paz e incide nos corações
dos que estão próximos. Aliás, todos somos sóis, porém alguns estão
eclipsados. Sejas como o Sol, que apesar de ser testemunha de
tantos disparates, tanta atrocidade, tantos malefícios que o homem
perpetra contra o próximo e contra si mesmo, o mesmo não deixa de
brilhar um dia sequer, vivificando de alento os corações e norteando,
com sua luz, os que estão perdidos na escuridão.
Sobre a limpidez da verdade
Não gracejes, nem rias maliciosamente, tolamente, daqueles que se
empolgam em defender suas crenças, seus ideais, suas aspirações,
com paixão, com o entusiasmo daqueles que embebem o espírito na
luz que dimana de suas convicções, pois não sabes tu sobre o
manancial da verdade na qual seus espíritos hauriram tais certezas.
Percebas: uma única verdade e essa é inexorável, não se abala,
não se move num ponto, não obstante pulularem verdades,
dimanantes de cada espírito, ou seja, verdades acalentadas por cada
indivíduo e que não abarca a totalidade da verdade em si, nem a
modifica, a distorce ou a corrompe. Portanto pouco importa se tu
creias ou não nela e também não importa se aquele que se empolgou
em alardear sua verdade esteja certo ou não. Percebas: Isso não irá
mudar nada. Portanto estejas desperto, para que quando chegar o
momento de dissipação de toda ilusão, a verdade não te surpreenda,
não te pegues desprevenido.
Sobre a esperança
Reflitas: os dias nublados, os dias cinéreos, chuvosos são até
apetecíveis, são até ternos e acalentadores, pois tem-se a esperança
de que logo o Sol se imiscuirá por entre as nuvens e seu vivificante
alento, se espraiando pelo dia e incidindo nos corações anelantes de
luz e vida, em sua plenitude, vem trazer a alegria de viver, de sentir
o pulsar arrebatador do coração. São dias de reflexão, dias
introspectivos e que suscitam expectativas alentadoras e
acalentadoras quanto ao Sol que, indubitavelmente, virá.
Sobre as flores
Flores são murcháveis, como murcháveis são os entrajes que
revestem as almas, os corpos. Porém a recendência olorosa do
perfume das flores tem a imarcescibilidade do espírito, pois ambos
se desasiam das formas perecíveis quando essas se estiolam,
fenecendo, e evolam pelos ares, sem perderem sua personalidade,
sua olência peculiar.
Eis porque oferecemos flores para quem estimamos, pois as flores
possuem a imanência de seu perfume que perpassa rente ao coração
e impregna-o de dulcíflua ternura, indelével, como o sentimento que
provém do espírito que lha ofertou, mesmo depois que murcharem.
Sobre a alma humana
A alma humana é como um peixinho que foi retirado do oceano e
posto num aquário. Não tem mais a liberdade irrestrita e
despreocupada de vagar onde lhe levar a correnteza. Porém ela tem
uma vantagem com relação aos irmãos que ficaram no mar. Ela pode
vislumbrar, ainda que pelo vidro de seu aquário, seres que coexistem
num ambiente que é outro além do seu. Ela se embebe na luz
artificial que incide em seu aquário e acredita que essa seja toda a
luz que existe, mas esquece, porém, de quando vivia no oceano e
subia à tona de suas águas e contemplava o brilho do Sol.
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