novo ar; do espírito vegetal e animal, que, se alimentando das partes mais
tênues, tanto aquosas quanto oleosas, engendra novo espírito; das partes sólidas,
das plantas e dos animais, folhas, flores, carne, osso, etc., que assimilam o suco
nutritivo e engendram substância reparadora continuamente. E ninguém tomaria
o lugar de Paracelso em suas fantasias, pois, obcecado com suas destilações,
pretendia que a nutrição só se realizava por separação e que no pão ou em
qualquer outro alimento encontram-se olhos, varizes, cérebros, fígados, e no
humus da terra, raízes, folhas e flores. Tal como o escultor tira de uma massa
tosca de pedra ou de madeira, por eliminação e reparação do supérfluo, folhas,
flores, olhos, varizes, mãos, pés, etc.; da mesma maneira, afirma Paracelso, o
artífice interno (o que chama de Arqueu) extrai, por separação e eliminação dos
alimentos, cada um dos membros e partes. Mas, deixando de lado tais
futilidades, acreditamos como certo que as diversas partes, tanto as orgânicas
como as similares, tanto nos vegetais quanto nos animais, primeiramente atraem
os sucos dos alimentos, escolhem os que são quase comuns a todos ou os que
não são muito diversos, depois os assimilam convertendo-os na própria natu-
reza. E tal assimilação ou geração simples não ocorre somente nos corpos
animados, mas também nas coisas inanimadas, como se depreende do exemplo
da chama e do ar. Assim, o espírito morto,
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que se encontra em toda coisa
tangível e animada, faz com que as partes mais duras sejam digeridas e
transformadas em espírito, que logo depois se exala, daí resultando uma
diminuição e uma dissecação de peso, como já foi assinalado. Também não
pode ser desprezada a forma de assimilação que se costuma vulgarmente
distinguir da nutrição; como é o caso do barro que se endurece entre duas
pequenas pedras e transmuda-se essa matéria pétrea ou da crosta que se forma
entre os dentes e se transforma em substância quase tão dura quanto eles, etc.
Sustentamos a opinião de que em todos os corpos está latente a tendência à
assimilação tanto quanto a tendência a união dos homogêneos; mas, mesmo esta
tendência, como aquela, está vinculada, ainda que não da mesma maneira. E