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Luciana Lopes Pereira
APLICAÇÃO DA ANÁLISE POR ENVOLTÓRIA DE DADOS (DEA)
PARA AVALIAR A COMPETITIVIDADE TURÍSTICA DAS 12
CIDADES-SEDE DA COPA DO MUNDO DE 2014, COM ENFOQUE NA
SUSTENTABILIDADE
Belo Horizonte
2010
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Luciana Lopes Pereira
APLICAÇÃO DA ANÁLISE POR ENVOLTÓRIA DE DADOS (DEA)
PARA AVALIAR A COMPETITIVIDADE TURÍSTICA DAS 12
CIDADES-SEDE DA COPA DO MUNDO DE 2014, COM ENFOQUE NA
SUSTENTABILIDADE
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado
em Turismo e Meio Ambiente do Centro
Universitário UNA, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre.
Linha de Pesquisa: Gestão Ambiental
Orientadora: Dra. Wanyr Romero Ferreira
Belo Horizonte
Centro Universitário UNA
2010
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“Tenho visão ampla e longa porque apoio em ombros de gigantes.”
Galileu Galilei
AGRADECIMENTOS
À Deus por direcionar e iluminar meus passos. Aos meus pais pelo apoio não só financeiro,
mas também psicológico, confiando sempre no meu esforço e à minha família de modo geral,
principalmente minha irmã Keléu e minha prima Milí, presenças constantes nos momentos
difíceis, fonte de carinho e motivação. Aos que partiram durante esta etapa: Vó Conceição,
Vô Leão, Vó Ica, meu querido primo Rodrigo e, de modo muito especial, a minha
maravilhosa Vó Eme, que sempre me incentivou! Apesar de vocês não estarem presentes
fisicamente nesta reta final, nunca deixaram de ser meus verdadeiros exemplos de vida! Não
tenho dúvidas de que, onde quer que estejam, vocês me deram um suporte essencial nos
momentos de cansaço e de dedicação de horas infindáveis para finalizar esta tarefa.
Ao meu namorado Rômulo, uma das pessoas mais importantes durante essa trajetória, sempre
ao meu lado dando forças para suportar os problemas paralelos à escrita deste trabalho.
Diversos foram os desafios, enorme foi o afeto, companheirismo e tranqüilidade por você
transmitidos. Obrigada por compreender minhas ausências em inúmeros momentos e por ter
lido várias vezes este trabalho, contribuindo com várias sugestões!
À Professora Drª. Wanyr Romero, pela paciência e prontidão em me orientar, inclusive me
recebendo em sua casa para ajudar no desenvolvimento desta dissertação, transmitindo
diversos ensinamentos, sobretudo acerca dos métodos quantitativos. Obrigada por despertar o
interesse pela pesquisa científica e pelo sonho em educar.
À todos os professores, pois cada um contribuiu para que eu pudesse aprimorar meus
conhecimentos em determinada área do saber. De modo especial, agradeço ao Professor Dr.
Mauri Fortes que através de suas excelentes aulas me motivou a aprender matemática.
Aos membros da Banca Examinadora, pela honra de sua presença e por dedicaram tempo à
leitura e avaliação deste trabalho.
Aos colegas do mestrado, sempre ajudando e incentivando uns aos outros. Por termos
desenvolvido trabalhos em equipe e alcançado um convivido mais próximo, agradeço aos
membros do Grupo “Garra”, principalmente à sempre presente Dani e à Val.
E a todos que tiveram participação, mesmo que em pensamento, para que eu pudesse
concretizar esta importante etapa em minha vida.
Resumo
O presente trabalho utiliza uma técnica de Programação Linear para analisar a
competitividade turística e sustentável das doze cidades-sede da Copa do Mundo FIFA de
2014. Por ser o maior evento esportivo do mundo a Copa é de extrema importância ao Brasil.
Propõe-se a utilização da análise por envoltória de dados – DEA e da correlação estatística
das variáveis que irão compor a matriz de entrada-saída (DEA-Estocástica). Os resultados
mostraram que a técnica proposta é efetiva, porque é realmente capaz de permitir a seleção de
variáveis significativas. Apresenta-se uma análise abrangente da competitividade das doze
capitais levando em consideração vinte variáveis, de entradas e saída, envolvendo
principalmente parâmetros socioeconômicos, turísticos e de sustentabilidade. Depois de uma
redução sistemática para somente quatro variáveis de saída, sendo estas o ISSQN, os Quartos
de Hotel, a Capacidade Aeroportuária e a Taxa de Acesso a Serviços Públicos, e três variáveis
de entrada, Despesas Municipais, Violência e Sobrecarga de Passageiros Aéreos, cinco
cidades-sede mostraram 100% eficiência DEA: São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Porto
Alegre e Natal. Os resultados apresentados mostram que o método pode ser aplicado às
Políticas Públicas como ferramenta para a proposição de metas para que o país possa se
beneficiar com as diversas oportunidades de desenvolvimento (econômicos, turísticos, sócio-
culturais e ambientais) que uma Copa do Mundo pode proporcionar.
Palavras-chave: Copa do Mundo FIFA de 2014, Cidades-Sede, Programação Linear, DEA,
Competitividade turística e Sustentável, Desenvolvimento Sócio-econômico.
Abstract
This work presents a technique of linear programming to analyze tourism and sustainable
competitiveness of the twelve host cities of the 2014 FIFA World Cup. Being the major
international sporting event the World Cup has an extreme importance to Brazil. It proposes
the analysis of the problem through Data Envelopment Analysis (DEA) and by statistical
correlation of the variables that will compose the DEA input-output matrix (Stochastic-DEA).
The results showed that the proposed technique is effective, because it is indeed able to allow
the selection of significant variables. A comprehensive analysis is presented on
competitiveness of the twelve capitals. Twenty variables, involving the main socioeconomic,
touristy and sustainability parameters were considered as either input or output variables.
After a systematic reduction to four output variables, namely, ISSQN (a Brazilian index for
social services revenues), Hotel Rooms, Airport Capacity and Public Services Tax, and three
input variables, Municipal Investments, Violence and Overload of Flight Passengers, five host
cities showed 100% DEA efficiency: São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Porto Alegre and
Natal. The results presented indicates that the method can be applied to public politics as a
tool for goals proposals so that the country could be rewarded with the opportunities of
development (socioeconomic boost, infrastructure improvements and others) that a World
Cup can provide.
Keywords: 2014 FIFA World Cup, Host cities, Linear Programming, DEA, tourism and
sustainable competitiveness, Socioeconomic Development.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Representação da fronteira de eficiência 33
Figura 2 - Eficiência DEA - 12 Cidades-Sede da Copa 2014 - Teste 1 - 2008 55
Figura 3 - Eficiência DEA - 12 Cidades-Sede da Copa 2014 - Teste 2 - 2008 56
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Dados utilizados na pesquisa e respectivas fontes 44
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Valores Críticos do Coeficiente de Correlação de Pearson r 40
Tabela 2 - Tabela 2 - Correlações de todos os dados da pesquisa 43
Tabela 3 - Populações das Cidades-Sede - 2008 45
Tabela 4 - ISSQN - 2008 - Dados per capita 46
Tabela 5 - Despesas municipais - 2008 - Dados per capita 47
Tabela 6 - Taxa de Homicídios (%) - 2006 - Dados per capita 48
Tabela 7 - Quartos de Hotéis - 2008 - Dados per capita 49
Tabela 8 - Capacidade Aeroportuária (milhões de passageiros) - 2008 - Dados per capita 50
Tabela 9 - Sobrecarga de Passageiros (milhões por ano) - 2008 - Dados per capita 51
Tabela 10 - Taxa de Acesso a Serviços Públicos (%) - 2007 53
Tabela 11 - Classificação das variáveis de entrada - Ordem Crescente - Teste 1 - 2008 57
Tabela 12 - Classificação das variáveis de saída - Ordem Decrescente - Teste 1 - 2008 57
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABIH – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
BCC – Modelo da DEA criado por Banker, Charnes e Cooper
CCR – Modelo da DEA criado por Charnes, Cooper e Rhodes
CPS – Centro de Políticas Sociais
CVB – Convention & Visitors Bureau
DEA – Data Envelopment Analysis (Análise por Envoltória de Dados)
DMU – Decision Making Unit (UTD – Unidade Tomadora de Decisão)
EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo
FIFA – Fédération Internationale de Football Association
FINBRA – Finanças do Brasil
IDH-M – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
ISSQN – Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza;
OMT – Organização Mundial do Turismo
PIB – Produto Interno Bruto
PL – Programação Linear
PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PO – Pesquisa Operacional
RITLA – Rede de Informação Tecnológica Latino Americana
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SFA – Stochastic Frontier Analysis (Análise de Fronteiras Estocásticas)
STN – Secretaria do Tesouro Nacional
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE 1 - Eficiência DEA 12 Cidades-Sede da Copa 2014 -Teste 1 – 2008 70
APÊNDICE 2 - Eficiência DEA 12 Cidades-Sede da Copa 2014 -Teste 2 – 2008 71
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A - ISSQN (em R$) – Cidades-Sede - 2008 73
ANEXO B - Despesas municipais (em R$) – Cidades-Sede - 2008 74
ANEXO C - Despesas Municipais por funções e sub-funções 75
ANEXO D – Número de Homicídios na População Total – Cidades-Sede - 2006 76
ANEXO E - Quartos de Hotéis – Cidades-Sede - 2008 77
ANEXO F - Aeroporto – Capacidade Anual (milhões de passageiros) - 2008 78
ANEXO G - Sobrecarga de Passageiros (milhões por ano) - 2008 79
ANEXO H - Taxa de Acesso a Serviços Públicos (%) – Cidades-Sede - 2007 80
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 15
1.1 Contextualização da Pesquisa e Justificativa 15
1.2 Objetivos 18
1.2.1 Objetivo Geral 18
1.2.2 Objetivos Específicos 18
2 REFERENCIAL TEÓRICO 19
2.1 Turismo e Desenvolvimento Local 19
2.2 Competitividade dos Destinos Turísticos e a Importância dos Eventos 22
2.3 A Copa do Mundo FIFA de 2014 25
3 METODOLOGIA 30
3.1 O Método DEA (Data Envelopment Analysis) 31
3.2 DEA acoplada a análise paramétrica. 38
4 APLICAÇÃO DA DEA-ESTATÍSTICA À ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE
TURÍSTICA DAS DAS 12 CIDADES-SEDE 41
4.1 Obtenção dos Dados 41
4.2 Variáveis selecionadas para avaliar as doze cidades-sede 44
4.2.1 População 45
4.2.2 ISSQN – Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza 46
4.2.3 Despesas Municipais 47
4.2.4 Violência 47
4.2.5 Quartos de Hotel 49
4.2.6 Capacidade Aeroportuária 50
4.2.7 Sobrecarga de Passageiros 50
4.2.8 Taxa de Acesso a Serviços Públicos 51
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 54
5.1 Análise dos dois testes 55
6 CONCLUSÕES 60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 62
APÊNDICE 69
ANEXOS 72
15
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização da Pesquisa e Justificativa
A Copa do Mundo é o segundo maior acontecimento desportivo do planeta, perdendo apenas
para os Jogos Olímpicos pela diversidade esportiva, mas ainda assim destacando-se por atrair
mais intensamente o interesse do público, fato comprovado na alta audiência registrada pelas
emissoras de TV (CHIAS, 2010). Em função desta premissa, a escolha do Brasil como sede
da Copa de 2014 oficializada pela FIFA - Fédération Internationale de Football Association
em outubro de 2007 é de grande relevância, já que abriu diversas possibilidades de
investimentos e desenvolvimento. Por outro lado, muitos desafios devem ser superados para
que se possa dar suporte à realização deste megaevento (FOLHA, 2007; ABIH, 2009).
O futebol constitui um patrimônio cultural do país, sendo manifestado em práticas cotidianas
e até no contexto artístico (música e literatura). Os brasileiros se identificam com o esporte e
jogam de forma peculiar, despertando a admiração de torcedores de várias nacionalidades que
apelidaram o Brasil de “país do futebol”. Não há dúvidas de que o país terá grande
visibilidade durante a Copa; expectativas revelam que cerca de meio milhão de turistas
internacionais virá assistir ao evento (BASTOS, 2009; PAZ, 2010). Trata-se de uma grande
chance para quebrar a imagem negativa muitas vezes associada ao Brasil e fixar uma imagem
internacional positiva. Para alguns especialistas a Copa pode ainda, representar, a maior
oportunidade para o desenvolvimento do turismo brasileiro neste século (BARRETTO, 2010).
Quando se fala em turismo é importante ressaltar que os recursos gerados pela atividade
movimentam diversos setores da economia como transportes, eventos, hotelaria, agências de
viagens, alimentação, lazer e o comércio de forma geral (OLIVEIRA, 2005). O segmento de
eventos tem-se constituído um dos mais importantes nesta ampla cadeia produtiva pelo efeito
multiplicador: a maior parte do que se necessita para realizá-los é encontrado na própria
região, não exigindo grande dispêndio com importações e proporcionando diversos
benefícios, dentre estes a divulgação do destino, agregação de valor à oferta turística, menor
sazonalidade típica da baixa estação e captação de divisas (SANTOVITO, 2009; SEBRAE &
CVB, 2002). Cabe afirmar que estas vantagens são, em geral, atribuídas a qualquer evento,
16
mas com relação à Copa do Mundo e sua consolidada atratividade, as expectativas revelam-se
maiores e já são debatidas no país.
Neste contexto, uma pesquisa de Benchmarking
1
foi realizada para identificar práticas de
excelência adotadas na Copa mais recente - a de 2006 na Alemanha - que pudessem orientar o
planejamento nacional. Verificou-se que para minimizar os efeitos negativos que o evento de
grande porte causaria, foram adotadas soluções inovadoras, que inclusive tornaram a
Alemanha um exemplo de sustentabilidade para o mundo. Obteve-se também um incremento
social relacionado à capacitação da população. Não obstante, acelerou-se o desenvolvimento
do turismo no país, gerando emprego e renda (BRASIL, 2009a; AGÊNCIA BRASIL, 2010).
Tendo em vista os aspectos acima, é possível constatar que os benefícios proporcionados pela
Copa se estendem após o evento quando há organização eficaz. Evidencia-se, então, que a
Copa do Mundo de 2014 requer um planejamento consistente, para que se possa dar
continuidade às questões sustentáveis e não comprometer os esforços anteriores. No entanto,
um complicador a ser destacado é a grande extensão territorial do Brasil. A maioria das
cidades-sedes apresenta longa distância entre si implicando no uso maciço de transporte
aéreo, já que o país não dispõe de tecnologia de ponta como a Alemanha, que utilizou trens de
alta velocidade para reduzir a emissão de dióxido de carbono. Algumas publicações informam
que o Brasil estabelecerá um recorde de emissões de CO
2
, sendo a Copa mais poluente da
história dos Mundiais (BRASIL, 2009b; PORTAL DE TRANSPARÊNCIA, 2009).
Entretanto, a distância entre as cidades-sede pode ser analisada sob uma perspectiva mais
otimista. Acredita-se que a Copa de 2014 será, de fato, uma Copa de um país inteiro, onde
diversas cidades serão envolvidas simultaneamente representando todo o Brasil. Os turistas
poderão vivenciar diferentes aspectos sócio-culturais em função das especificidades de cada
local (costumes, culinária, música, etc.). Destaca-se ainda a biodiversidade do país: grutas,
montanhas, cachoeiras, praias e outros que compõem uma rica paisagem e possibilita a
exploração de vários segmentos turísticos (SANTOVITO, 2009; CHIAS, 2010; BARRETTO,
2010). É preciso atentar para o fato de que mesmo diante destes pontos positivos, o nível de
emissão de CO
2
não deixa de ser um complicador. Para modificar este quadro, alcançando
1
“Benchmarking é o processo contínuo de medição de produtos, serviços e práticas em relação aos mais fortes
concorrentes, ou às empresas reconhecidas como líderes (...)” (MAZO, 2003. p. 26).
17
uma Copa sócio-econômica e ambientalmente sustentável, alguns projetos já estão na pauta
do governo federal e serão mencionados neste trabalho.
Deve-se elevar a competitividade turística das doze cidades-sede, fazendo com que a demanda
da Copa possa ser atendida com qualidade internacional e que a mobilização para o seu
sucesso seja também um passo para promover melhorias estruturais nestas capitais. Esta
pesquisa não contemplará aspectos esportivos, visto que alguns estádios ainda estão sendo
avaliados pela FIFA e pelo governo. Mas diversos aspectos de estrutura urbana, turística,
sociais e ambientais serão avaliados, no sentido de apontar eventuais entraves ao evento e
contribuir em termos de legado à população, principalmente no que tange à qualidade de vida.
O maior desafio está no estabelecimento de indicadores relacionados às necessidades de cada
sede (BARRETTO, 2010; BRASIL, 2009b). Há no país uma carência de dados estatísticos
sistematizados que explicitem a competitividade de destinos turísticos (CHIAS, 2010).
Nesse sentido, o estudo em questão pretende colaborar como diagnóstico detalhado das
cidades-sede, avaliando os níveis de competitividade de cada uma e auxiliando na priorização
de ações públicas e privadas que venham a beneficiá-las, com base nos princípios de
sustentabilidade. Utiliza-se uma técnica de análise de eficiência de unidades, a DEA - Data
Envelopment Analysis (Análise por Envoltória de Dados) acoplada de um método
paramétrico, a análise de correlação estatística (DEA-Estocástica) para comparar a eficiência
da estrutura turística e ambiental das cidades-sede.
A DEA é uma técnica multivariável, não paramétrica, que utiliza a programação matemática
linear (PL) para comparar as eficiências de DMU´s - Decision-Making Units (unidades
tomadoras de decisão) sejam elas empresas, cidades ou regiões (RAGSDALE, 2004).
18
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
Avaliar a eficiência relativa da competitividade turística das cidades-sede da Copa do Mundo
2014 com enfoque na sustentabilidade, através da análise por envoltória de dados - DEA,
acoplada à correlação estatística dos dados.
1.2.2 Objetivos Específicos
Levantar dados sócio-econômicos e de sustentabilidade das doze cidades-sede da Copa
do Mundo FIFA de 2014, para mapear as condições de competitividade turística de
cada uma;
Avaliar a utilidade de uma técnica proposta de DEA associada à correlação estatística,
para obtenção da eficiência relativa de unidades tomadoras de decisão;
Avaliar e analisar, por meio da DEA e da correlação de dados, a eficiência relativa das
cidades-sede;
Identificar os fatores sócio-econômicos, turísticos e ambientais que mais influenciam
na competitividade turística de cada cidade-sede.
19
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Discutem-se a seguir, aspectos relacionados ao turismo como fator de desenvolvimento sócio-
econômico e ambiental, a competitividade no mercado turístico, a importância dos eventos e a
importância para o Brasil em ser sede da Copa do Mundo de 2014.
2.1 Turismo e Desenvolvimento Local
A evolução do turismo registra uma importância cada vez maior do setor no contexto
mundial, despertando o interesse de pesquisadores em compreender este fenômeno.
Entretanto, como nas demais áreas das ciências humanas, a atividade turística é subjetiva,
logo, difícil de ser mensurada, e possui uma variada gama de definições em virtude de suas
características que dão margem a muitas reflexões (XAVIER, 2005).
Neste contexto, adota-se como referência oficial o conceito da OMT - Organização Mundial
do Turismo, a qual afirma que “o turismo compreende as atividades realizadas pelas pessoas
durante suas viagens e estadias em lugares distintos de seu entorno habitual por um período
de tempo consecutivo inferior a um ano, por motivo de férias, negócios e outros” (OMT,
2003). Percebe-se que o turismo transcendeu a condição de viagens em busca do lazer para
uma visão mais abrangente, associada inclusive às oportunidades de negócios (BAHL, 2004).
Dados da OMT revelam a expansão do setor: em 2007 registrou-se uma movimentação
histórica de turistas e nos anos anteriores o turismo já apresentava um crescimento acelerado,
entre 5% e 7% ao ano. Alguns desafios como a pandemia da Gripe A e a crise econômica
global provocaram um recuo de 4% na atividade em 2008, mas as perspectivas da OMT para
2010 são bastante otimistas e reafirmarão a relevância do setor (OMT, 2008).
Cabe ressaltar que na proporção em que a atividade turística aumenta, também aumenta o
consumo de bens e serviços turísticos, refletindo uma maior produção local para a satisfação
das necessidades dos turistas. Consequentemente, há uma alteração na estrutura econômica
20
tradicional dos destinos turísticos (RODRIGUES, 2002; COOPER et al., 2001). Beni (2001)
explica esta dinâmica afirmando que o turismo precisa de três pilares para sobreviver: 1.
Atrativo Turístico - patrimônio cultural e natural, manifestações e outros que motivem o
turismo; 2. Estrutura Turística - produtos e serviços essenciais ao desenvolvimento da
atividade, como hotéis, restaurantes, centro de convenções, etc.; 3. Infra-estrutura Básica e de
Apoio - Sistema de Transportes, Saneamento, Comunicação, Saúde, Segurança e Educação,
capazes de atender a comunidade local e servir de apoio aos turistas.
Diante destes aspectos o turismo revela-se multisetorial, impactando e envolvendo diferentes
agentes sociais e econômicos. Não só os profissionais da área (hotelaria, agências, transportes,
gastronomia, entretenimento, etc.) são afetados, mas também aqueles que atuam de forma
indireta, em obras públicas, limpeza, segurança e outros. (DURBARRY, 2004).
Como mencionado, o aumento da demanda turística e sua interação com a comunidade e com
o ambiente local propiciam várias alterações, inclusive financeiras, nos núcleos receptores.
Esta constatação fez com o turismo despontasse, atualmente, como um setor capaz de exercer
influência sobre a economia mundial, principalmente no que tange à geração de receitas
internacionais (RABAHY, 2006).
Muito além da entrada de dinheiro nos destinos turísticos, o turismo também viabiliza
alterações sócio-culturais e ambientais. Podem-se observar como os principais benefícios do
seu desenvolvimento em determinada localidade a geração de emprego; melhoria da infra-
estrutura local que é usufruída pela comunidade; conservação e valorização do patrimônio;
aumento dos níveis profissionais e auto-estima da população; criação de áreas protegidas;
incentivo à formação da consciência ambiental (ACERENZA, 2002; COOPER et al., 2001).
Apesar de a atividade turística operar como agente de mudanças positivas, Wearing & Neil
(2001) alertam para a existência de uma forte crítica quanto à viabilidade do turismo como
desenvolvimento local devido aos prejuízos que podem ser provocados. Observam-se em
determinadas áreas a perda de autenticidade das manifestações culturais; aumento de
problemas sociais como drogas, violência e vandalismo; exclusão da comunidade dos
atrativos locais para uso dos turistas; destruição do patrimônio; construções que
descaracterizam a arquitetura local; especulação imobiliária; apenas parte da população é
21
beneficiada economicamente; excesso de pessoas em áreas frágeis; poluição do ar e da água;
aumento do lixo e problemas de saneamento (ACERENZA, 2002; BRASIL, 2009b).
Tendo em vista os aspectos comentados acima, nota-se que a atividade turística é antagônica
podendo ter impactos positivos ou negativos, dependendo de como é explorada
(RODRIGUES, 2002). O turismo requer, portanto, um planejamento para que possa ser
estruturado, minimizando seus custos e malefícios (DURBARRY, 2004; RABAHY, 2006).
O planejamento é um processo de análise da atividade turística em determinado local para
estabelecer ações que criem condições favoráveis para impulsionar seu desenvolvimento e
coordená-lo (ABREU, 2005). Este planejamento deve integrar o poder público, privado e a
comunidade local. Isso se faz necessário para que todos possam se beneficiar da atividade: os
investimentos realizados resultam na arrecadação de impostos pelo governo e em lucro para
os empreendedores; a população recebe mais ofertas de emprego e passa a valorizar sua
cultura, se tornando guardiã de seu patrimônio. Esta abordagem remete à sustentabilidade,
pressupondo a otimização dos benefícios sócio-econômicos e ambientais. (BENI, 2001).
Trigo (2005) destaca ainda a necessidade de se pesquisar sobre a intensidade dos fatores que
inibem o turismo, estabelecendo indicadores precisos e atualizados que possibilitem prever
tendências aos diversos destinos e traçar diretrizes para um planejamento eficaz, de acordo
com características peculiares de cada local. No entanto há uma imaturidade no setor, com
poucos dados confiáveis, implicando em decisões políticas geralmente afastadas de
conhecimento técnico (BRASIL, 2009b; BARRETTO, 2010).
Enfim, o sucesso do turismo depende tanto do o seu planejamento quanto do desenvolvimento
de pesquisas para orientar gestores e políticos a alcançarem o turismo sustentável, o qual
proporciona benefícios econômicos aliados à melhoria a qualidade de vida da população e a
preservação dos recursos naturais e culturais locais (BENI, 2001).
Devem-se consolidar os princípios da condução racional da ocupação territorial pelo turismo
e controlar o seu crescimento desmesurado para preservar o meio ambiente e a originalidade
de atrações culturais para as gerações futuras. A utilização racional dos recursos, a educação
ambiental, o suporte às economias locais, a qualificação da mão-de-obra e a liderança política
22
integrada à população e aos profissionais do turismo, compõem as principais condições para o
desenvolvimento sustentável do setor (RUSCHMANN, 1997; ABREU, 2005).
2.2 Competitividade de Destinos Turísticos e Importância dos Eventos
Em face à constatação do diferencial do turismo como atividade capaz de promover não só o
desenvolvimento sócio-econômico como também a preservação ambiental, vários países se
empenharam na sua adoção acirrando a competitividade entre os inúmeros destinos turísticos.
Posto que a própria economia globalizada já vinha aumentando esta competição na medida
em que as empresas começaram a concorrer em nível mundial, o mercado passou a exigir
padrões de qualidade cada vez mais elevados (GOELDNER et al., 2002).
De acordo com Porter (1999), a competitividade é definida como a capacidade das empresas
em inovarem seus produtos e serviços, garantindo a permanência da qualidade. No turismo, a
competitividade de um destino está associada, então, ao potencial de suas empresas em se
aperfeiçoarem constantemente e proporcionarem a evolução do local (BRASIL, 2009b).
Para propiciar o desenvolvimento dos destinos turísticos, elevando sua competitividade, a
esfera pública tem um importante papel que pode abranger inúmeras ações fundamentais.
Primeiramente, é essencial regulamentar o turismo e criar mecanismos de fiscalização. Dentre
as outras funções, destacam-se a adequação da infra-estrutura básica e turística; captação de
fontes de financiamento; prestação de serviços essenciais como segurança, transportes, saúde
e capacitação da comunidade; conservação do patrimônio; constituição de sistemas
estatísticos para a obtenção de indicadores como suporte ao monitoramento da atividade;
promoção dos destinos (IGNARRA, 1999; LINCKORISH & JENKINS, 2000).
Com relação á questão mercadológica, é preciso compreender que uma das características da
atividade turística é ser dinâmica. Produtos estão sempre sendo estruturados em decorrência
da incessante busca da sociedade por novas experiências e também para atender aos diversos
segmentos da atividade: Ecoturismo, Turismo de Aventura, Turismo Cultural, Turismo de
Negócios ou Eventos, dentre outros. Por este motivo deve-se aumentar a produtividade de
23
uma destinação, adaptando constantemente sua oferta às novas demandas do mercado para
que esta se torne mais competitiva (PANOSSO NETTO & ANSARAH, 2009).
É imprescindível que destinos turísticos invistam em planejamento e pesquisas como já
apontado e fomentem os estudos de competitividade, já que estes identificam as
peculiaridades e vocações locais passíveis de serem ofertadas como produtos diferenciados.
Com efeito, a adoção de tais medidas agrega vantagens competitivas ao local, tornando o seu
desempenho superior (PETROCCHI, 2001).
Percebe-se que os agentes do turismo devem ser criativos para explorar novas possibilidades
de oferta e conquistar diferentes nichos de mercado. Neste processo, o segmento de eventos
vem recebendo alto investimento, constituindo uma poderosa ferramenta estratégica para
alavancar destinos e torná-los mais competitivos. A estimativa é de que 40% do movimento
turístico internacional estejam associados à realização de eventos (OLIVEIRA, 2005).
De modo geral, os recursos gerados pelos eventos são propícios ao desenvolvimento local,
uma vez que durante o período de sua realização os produtos turísticos e outras atividades do
núcleo receptor são comercializados em larga escala. A absorção de divisas é viabilizada pelo
incentivo aos negócios, investimentos privados e impostos gerados. Assim, os eventos
possuem reflexos não só no nível econômico, mas resgatam aspectos culturais, naturais e
promovem a imagem do destino (CANTON, 2002).
Dependendo de como é estruturado, o evento pode atuar como atrativo turístico tornando-se
gerador de fluxo ou ampliando a permanência dos turistas no destino. Conseqüentemente,
reduzem-se os impactos negativos da sazonalidade turística, pois os empreendedores têm
melhorias na ocupação hoteleira, venda de passagens, refeições e outros quando o trabalho é
feito na baixa estação (GUIMARÃES & FERREIRA, 2006; COOPER et al., 2001).
Sabe-se que existem diferentes tipos de eventos, tais como: congressos, convenções,
exposições, feiras, shows artísticos, eventos esportivos, entre outros. Entretanto, cabe afirmar
que todos geram benefícios comuns às destinações (CANTON, 2002). Há muitos casos de
sucesso de cidades nas quais os eventos se tornaram dínamos econômicos, refletindo
sobretudo no aumento de investimentos públicos em obras urbanas para promovê-los e
24
recepcioná-los. Estas melhorias estruturais permaneceram no destino e passam a ser
usufruídas pela população local que adquiri melhor qualidade de vida (CARVALHO, 1998).
Os eventos são considerados, mundialmente, uma das atividades de maior retorno sócio-
econômico às cidades que os sediam. Desta forma não podem simplesmente usufruir de
determinado local como um apêndice, mas sim, fazer parte de sua política sendo privilegiado
em todos os campos da vida econômica, sócio-cultural e ambiental. Isto se justifica pelas
inúmeras oportunidades advindas do segmento quando desenvolvido de forma sustentável.
Por todos estes fatores, é visível a importância deste setor (SANTOVITO, 2009).
Ainda assim já ocorrem debates sobre a extensão dos impactos dos eventos nos diversos
destinos. Procura-se alicerçar seu desenvolvimento ao planejamento de ações, porque assim
como a propagação de bons resultados pode indicar um incremento considerável na captação
de eventos para uma cidade, em contrapartida, a pouca organização dos eventos e/ou uma
repercussão negativa destes compromete a imagem do destino (CANTON, 2002).
Decorrente desta situação, o evento precisa ser encarado como um momento de reflexão sobre
a reorganização da cidade como um todo, desde sua estrutura urbana e aspectos paisagísticos
adequados, até a capacitação da comunidade, investimentos em turismo, mobilidade urbana,
saneamento, segurança, etc. (GUIMARÃES & FERREIRA, 2006).
O segmento de eventos no Brasil já possui certa maturidade, sendo reconhecido pela nova Lei
Geral do Turismo como setor relevante em sua cadeia produtiva. Não obstante, o país vive um
cenário de grandes expectativas em função de sua escolha como sede da Copa do Mundo de
2014. É notório o entusiasmo dos brasileiros, a mobilização política e o envolvimento de
inúmeros profissionais acerca das diversas reflexões sobre diretrizes para a realização do
megaevento esportivo, visto que este constitui um forte atrativo já consolidado mundialmente
(SANTOVITO, 2009; CHIAS, 2010). Serão apresentados os principais aspectos relacionados
à Copa, discutindo-se os desafios a serem enfrentados e os benefícios que o país poderá obter.
25
2.3 A Copa do Mundo FIFA de 2014
Copa do Mundo ou Campeonato Mundial são termos utilizados para designar competições
internacionais, geralmente de seleções e as mais importantes de cada esporte. A Copa do
Mundo FIFA de futebol, realizada a cada quatro anos, é sem dúvida o evento internacional
que mais atrai a atenção do público; esta enorme visibilidade está relacionada à história do
esporte. Surgido na Inglaterra em 1863, o futebol teve suas regras rapidamente difundidas e,
como em nenhuma outra modalidade, conquistou intensamente o público e tornou-se
extremamente valorizado. Logo, passou a ser o esporte mais popular do planeta, sendo então,
a Copa, um fenômeno de atratividade e qualidade ímpar (BASTOS, 2009; PAZ, 2010).
É importante mencionar que foi no Brasil que o futebol mais se identificou com a cultura e a
população. Os brasileiros apresentaram facilidade em dominar a bola e com seu jeito peculiar
de jogar fizeram com que o futebol nacional se destacasse no contexto mundial. O país é hoje
o único a ter participado de todas as Copas, além de ser o que conquistou mais títulos, o que
desperta a admiração de torcedores de outras nacionalidades. No livro “Futebol - the
Brazilian way of life” o jornalista britânico Alex Bellos confirma este fato, ao relatar que
nenhum país é identificado por uma única modalidade esportiva com a mesma intensidade em
que o Brasil é reconhecido pelo futebol (FOLHA, 2007; PAZ, 2010).
Presente em todas as regiões do território nacional, o futebol constitui importante patrimônio
cultural brasileiro, pois extrapola os estádios e se manifesta em práticas cotidianas do país.
Desde a infância as inúmeras “escolhinhas de futebol” e campos de várzea - onde se joga por
lazer - fazem parte do estilo de vida do brasileiro. Estádios e museus valorizam a memória do
esporte, retratando sua importância coletiva através de acervos (fotografias, vídeos, troféus e
outras relíquias dos craques). Manifestações populares reforçam a relevância do futebol
retratando-o na música, na literatura, no humor, e em tantas outras formas de expressão
artística (BASTOS, 2009; PAZ, 2010).
Em 2014 o Brasil terá a oportunidade de sediar a Copa do Mundo pela segunda vez na
história, já que foi sede em 1950. Vale ressaltar que naquela época os meios de comunicação
não tinham fácil acesso como hoje, em que imagens são reproduzidas de forma maciça com
abrangência global. Estudos estatísticos revelam que durante a Copa o país será notícia de
26
interesse para mais de dois bilhões de pessoas; esta grande repercussão não está associada
somente ao status do ‘megaevento esportivo mas também por ser sediado no ”país do
futebol”, despertando ainda mais o interesse do público (FIFA, 2009; SANTOVITO, 2009).
Outro aspecto que deve ser mencionado é que em 1950 a disputa ocorreu em apenas seis
cidades, enquanto a Copa de 2014, diferentemente, possuirá doze cidades-sedes. Após uma
rigorosa análise, a FIFA anunciou em maio de 2009 as doze capitais escolhidas: Belo
Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de
Janeiro, Salvador e São Paulo (PORTAL 2014, 2009). Na perspectiva de Luiz Barretto,
ministro do Turismo, as cidades selecionadas retratam todas as regiões do Brasil - Norte,
Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Trata-se, portanto, de um desenho estratégico que
poderá facilitar a promoção da imagem do país. Não obstante, é essencial trabalhar com
profissionalismo e qualidade da oferta turística, tendo em vista que o fracasso de uma cidade
implica indiretamente no fracasso do Brasil (BARRETTO, 2010; CHIAS, 2010).
De acordo com experiências internacionais anteriores, a Copa do Mundo proporciona vários
benefícios aos locais onde é realizada. Dentre estes se destacam a geração de emprego e
renda; criação de fluxo turístico por ocasião dos jogos ou pela propagação da imagem dos
países associada à grande repercussão da mídia; aceleração de projetos de desenvolvimento
local; aprimoramentos estruturais significativos nas cidades-sede, refletindo na melhor
qualidade de vida da população (SANTOVITO, 2009; GAGLIARDI [s.d.]).
Está previsto, de acordo com o Encontro Técnico de Segurança para a Copa de 2014 realizado
por uma consultoria para o Ministério do Esporte, que o evento irá gerar cerca R$ 183 bilhões
para a economia brasileira, entre dez anos (2010 até 2019), por meio de impactos diretos -
investimentos em infra-estrutura, turismo, empregos, impostos, consumo - e indiretos, com a
recirculação deste dinheiro no país (O GLOBO, 2010).
Tendo em vista os benefícios expostos, constata-se que a realização da Copa de 2014 é de
extrema importância ao Brasil, possibilitando o desenvolvimento nacional em várias
dimensões. Para que isso de fato aconteça, é necessário que haja não só uma organização de
excelência na estrutura esportiva mas, sobretudo, um planejamento que vise a capacitação dos
recursos humanos e a melhoria da infra-estrutura urbana e turística nas doze cidades-sedes.
Estas medidas devem estar embasadas na sustentabilidade, para evitar impactos ambientais e
27
dar continuidade às preocupações sustentáveis já adotadas em outros países que sediaram a
Copa, não comprometendo estes esforços (BRASIL, 2009b).
A pesquisa de Benchmarking realizada pelo governo sobre a Copa de 2006 na Alemanha,
mostrou que o país adotou o lema Green Goal (Objetivo Verde) e o slogan “Tempo de fazer
amigos” para obter resultados satisfatórios com o evento. Estudaram-se, durante os cinco anos
precedentes ao Mundial, soluções inovadoras para minimizar os efeitos que um evento desta
magnitude poderia causar: aumento de lixo, consumo de energia e água, emissão de CO
2
pelos
deslocamentos e outros. Implantaram-se iniciativas sustentáveis como o uso de copos
reciclados, energia solar, captação de água da chuva a ser reutilizada em descargas e para
regar os gramados. Com o legado verde e envolvimento da comunidade, garantiu-se o sucesso
do evento. Dados oficiais mostraram que a hotelaria arrecadou cerca de 5,5 bilhões de euros
durante a Copa; os alemães, “povo frio”, surpreenderam com sua hospitalidade e 88% dos
turistas entrevistados afirmaram que retornariam ao país e o indicaria como destino. Logo,
acelerou-se o desenvolvimento turístico na Alemanha, favorecendo seu crescimento
econômico (BRASIL, 2009a; AGÊNCIA BRASIL, 2010).
O Brasil possui vários problemas estruturais, frutos de uma carência na educação e na
economia. Violência, mobilidade urbana precária, déficits na cobertura de serviços públicos
como saúde, energia, água, saneamento, tratamento do lixo; estrutura turística que deixa a
desejar (principalmente aeroportos) e falta de qualificação no atendimento. Mas há que se
trabalhar contra o risco de turistas se decepcionarem, a imagem do país deve ser positiva e
este precisa estar preparado para efetivamente recepcionar a Copa de forma favorável,
recebendo todos os seus benefícios (CHIAS, 2010).
Será imprescindível engajar a população em projetos, incentivando a valorização cultural e a
consciência ambiental, bem como investir na estrutura urbana, restaurar monumentos e
patrimônio natural e aprimorar os serviços de apoio ao receptivo turístico (capacitação,
motivação, divulgação de atrativos; fomento à importância de idiomas). É necessário também
ampliar, em cada cidade, a hotelaria, os espaços de lazer, gastronomia, centros de convenções,
aeroportos e rodoviárias - portas de entrada para o turismo (ABIH, 2009).
Ciente da necessidade em implantar tais medidas para atender a demanda da Copa com
eficiência, o governo já está articulando investimentos e projetos para tornar as doze cidades-
28
sede mais competitivas. A intenção é obter um crescimento a longo prazo não se limitando ao
período da competição, mas também ao pós-evento; se bem planejada, a Copa poderá colocar
o Brasil em um novo patamar no mercado turístico internacional (SANTOVITO, 2009).
As principais informações sobre a Copa de 2014 são divulgadas oficialmente pelo Ministério
do Turismo através do site www.copa2014.turismo.gov.br, lançado em Julho do ano passado
com o intuito de divulgar o Brasil, aumentando o número de desembarques internacionais e
obtendo divisas turísticas com o pretexto da Copa. O site reúne diversos artigos de
pesquisadores renomados, notícias, dados sobre as doze cidades-sede, imagens e vídeos
promocionais do Ministério do Turismo.
Como exemplos de ações governamentais encontradas no site podem ser citadas: as medidas
de segurança pública adotadas pelos órgãos de cada estado em parceria com o governo federal
(articulação que já demonstrou eficiência nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de
Janeiro). O Programa de Aceleração do Crescimento - PAC da Mobilidade Urbana, que visa
facilitar o trânsito nas cidades-sedes e buscar formas mais sustentáveis de locomoção, com a
ampliação de ciclovias e transporte sobre trilhos. Além destas, destaca-se o acordo de
cooperação firmado com a Alemanha, para tratar de vários aspectos como a sustentabilidade.
No que tange à preocupação relativa à sustentabilidade, o Brasil firmou ainda um recente
acordo com o Reino Unido, por meio do qual estão elaborando uma norma internacional sobre
a sustentabilidade na gestão de eventos, a ISO/ PC 250 - Sustainability in Event Management,
cuja publicação está prevista para janeiro de 2012, ano em que Londres sediará os Jogos
Olímpicos. Não obstante, diversas ações têm sido desenvolvidas para que as cidades que
recepcionam eventos de grande porte e, consequentemente, estão sujeitas à vários impactos
negativos, possam se precaver a partir de uma gestão ambiental eficaz. Enfim, o Brasil
certamente obterá subsídios relevantes para se beneficiar com a Copa de 2014 (ABNT, 2010).
Outra medida importante foi adotada pela Embratur - Instituto Brasileiro de Turismo que, por
meio do Plano Aquarela 2020, possui vários objetivos e metas para promover a imagem
turística do país para a Copa e manter esta exposição após 2014 (BARRETTO, 2010).
Cabe mencionar também a criação do Portal de Transparência - Rede de Informações e
Acompanhamento dos Recursos Públicos para Organização da Copa do Mundo de Futebol de
29
2014, através do qual todo cidadão terá acesso aos gastos que envolvem a Copa e, inclusive,
encaminhar denúncias de irregularidade às entidades que integram a Rede. Entretanto, críticas
foram feitas acerca do Portal, pois a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da
Câmara dos Deputados não obteve êxito na solicitação de informações sobre os projetos
apresentados ao governo federal, revelando, assim, que o compromisso de transparência deixa
a desejar (PORTAL DE TRANSPARÊNCIA, 2010).
Segundo Barretto (2010) é necessário, sobretudo, dialogar as potencialidades do Brasil, com
as virtudes e dificuldades de um país em desenvolvimento. Nem todos os problemas poderão
ser solucionados a tempo, mas serão feitos esforços para alcançar uma grande Copa do
Mundo, com parcerias e responsabilidades bem estabelecidas.
Tendo em vista os aspectos apresentados, constata-se que a Copa do Mundo de 2014
representa extrema importância para o Brasil, em termos de benefícios econômicos, sócio-
culturais e ambientais. O país poderá renovar sua imagem no exterior, distanciando-se do
imaginário exótico; trata-se de uma oportunidade única para projetar um país moderno, com
uma economia em ascensão destacando, por exemplo, empresas de relevância mundial como
a Embraer e a Petrobrás, e um território com grande potencial à prática de diversos segmentos
turísticos. Espera-se, portanto, que o planejamento para um evento deste porte seja eficiente
para superar vários desafios que estão mais relacionados ao campo da política, do que do
futebol, propriamente dito. Assim, será possível alcançar não só o sucesso da Copa, mas,
sobretudo, promover melhorias estruturais que fiquem de legado à população.
30
3. METODOLOGIA
Levando-se em consideração que os indicadores estatísticos são capazes de mostrar a
evolução de atividades sócio-econômicas, bem como apontar suas projeções mercadológicas,
nota-se que os métodos quantitativos são ferramentas essenciais para promover planejamentos
consistentes, embasados em estimativas técnico-científicas concretas (TIBONI, 2003).
Por este motivo o desenvolvimento do turismo no Brasil apresenta-se comprometido, pois há
uma escassez de dados estatísticos no setor, seja pela imaturidade e falta de profissionalismo
do poder privado (as informações fornecidas não têm credibilidade necessária); ou pela
carência de indicadores coletados pela gestão pública, geralmente divulgados com atraso e
nem sempre disponíveis para consultas (STILPEN, 2003). Além disso, o próprio meio
acadêmico, em grande parte, estuda o turismo somente sob a perspectiva qualitativa (as
pesquisas geralmente não têm compromisso em mensurar informações relevantes como
tendências mercadológicas, lucratividade nos segmentos, dentre outras).
Em função desta premissa, optou-se pela utilização de uma técnica quantitativa nesta pesquisa
para que o levantamento de estudos estatísticos forneça indicadores sobre a realidade de cada
capital que irá sediar a Copa do Mundo de 2014, podendo contribuir para o planejamento
turístico deste fenômeno de suma importância ao país. A partir de uma comparação entre
dados relacionados à estrutura urbana, equipamentos turísticos, aspectos sócio-econômicos e
sustentáveis, pretende-se conhecer melhor o nível de competitividade das doze sedes.
Segundo Airton Pereira, Secretário Nacional de Políticas de Turismo, a proposta do foco
quantitativo em pesquisas turísticas torna-se desafiadora diante do contexto de poucos dados
estatísticos acerca das condições dos destinos, principalmente no que tange à competitividade
(BRASIL, 2009b). Para identificar, portanto, entre as doze sedes quais possuem um melhor
posicionamento relativo ante as demais, é preciso lidar com a dificuldade de encontrar não só
dados atualizados, mas também uma metodologia que permita às estimativas serem calculadas
com a mínima interferência do pesquisador, evitando que o estudo dê margem a viés.
De acordo com Ohira & Scazufca (2009) dentre os métodos utilizados para se medir
eficiência, os mais empregados são a DEA - Data Envelopment Analysis (Análise por
31
Envoltória de Dados) composta por vários modelos não paramétricos e determinísticos, e a
SFA - Stochastic Frontier Analysis (Análise de Fronteiras Estocásticas) metodologia
paramétrica e estocástica. Essencialmente, ambas têm como objetivo estimar as melhores
práticas entre as organizações analisadas e o quão distante cada uma se encontra do ideal.
No presente estudo, utilizar-se-á a DEA acoplada a um método paramétrico, a análise de
correlação, para comparar a competitividade entre as doze capitais investigadas. Com efeito, a
mensuração da eficiência é uma das formas mais adequadas de monitorar o progresso das
cidades-sede, pois aquelas classificadas como eficientes servirão de benchmark ou referência
para as tomadas de decisões (ALMEIDA et al., 2007).
3.1 O Método DEA (Data Envelopment Analysis)
A DEA - Análise por Envoltória de Dados é uma técnica determinística, multivariável e não
paramétrica que utiliza programação matemática para calcular a eficiência relativa entre
unidades de produção com funções semelhantes. Basicamente, constroem-se fronteiras de
eficiência para avaliar os planos de operação executados pelas unidades, segundo o conceito
de otimalidade de Pareto-Koopmans: uma unidade produtiva é eficiente na geração de seus
produtos, dados os insumos gastos, desde que nenhuma outra consiga gerar maior quantidade
de um produto sem diminuir a geração de outro ou sem consumir mais insumos (LOPES,
1998; RAGSDALE, 2004). Alguns aspectos serão explicitados para a melhor compreensão
deste conceito.
No final da década de 70 os norte-americanos Charnes, Cooper e Rhodes criaram o método
DEA para possibilitar a comparação da eficiência de unidades produtivas homogêneas em
análises multivariável, isto é, que envolvessem múltiplos insumos/entradas (inputs) e
produtos/saídas (outputs), contemplando não só os aspectos financeiros (CHARNES et al.,
1978). Os modelos mais difundidos da DEA são o CCR - nome que se refere às iniciais dos
autores Charnes, Cooper e Rhodes que em 1978, quando desenvolveram a DEA, adotaram
este modelo para trabalhar com retornos constantes de escala; e o modelo BCC - nome
também relacionado aos seus criadores Banker, Charnes e Cooper, os quais em 1984
passaram a considerar retornos variáveis de escala (FIUZA, 2006).
32
Anderson (1996) afirma que uma ferramenta estatística “típica” se caracteriza como uma
abordagem de tendência central e avaliam unidades produtivas em relação a uma média. É
neste contexto que se enquadram as técnicas paramétricas, as quais pressupõem que os
procedimentos experimentais sigam determinada distribuição estatística e gerem informações
sobre parâmetros específicos (médias, desvios-padrões, etc.). Já as não paramétricas, como o
próprio nome diz, não dependem de parâmetros nem seguem exigências rígidas (TRIOLA,
2005). Desta forma a DEA, ao contrário das técnicas paramétricas, constitui-se um método de
ponto extremo, que não avalia as unidades em relação a uma média, mas compara cada uma
somente com as “melhores”; por isto na literatura da DEA as unidade produtivas são
chamadas de DMUs - Decision Making Units (UTDs - unidades tomadoras de decisão ou
unidades estratégicas) (SHIKIDA & MILTON, 2007).
Assim, a DEA permite que combinações dos inputs e outputs das DMUs eficientes mostrem
como as demais unidades produtivas podem otimizar sua performance para alcançar uma
melhor eficiência. Vale ressaltar que é necessário que as DMUs tenham objetivos em comum
e realizem processos (conversão de entradas em saídas) similares, diferenciando apenas nas
quantidades de insumos e produtos, para que então possam ser comparadas entre si
(ROMERO, 2006; OHIRA & SCAZUFCA, 2009).
Apesar do conceito de eficiência se associar à idéia de função de produção clássica
(expressões matemáticas de causa-efeito), a DEA dispensa o uso de soluções fracionadas, pois
os resultados são gerados através de dados observados nas unidades por meio da Programação
Linear - PL (método quantitativo aplicado à problemas de otimização, ou seja, aqueles que
têm como objetivo maximizar ou minimizar algum resultado, mesmo havendo restrições; a
PL transforma variáveis em equações através de ferramentas da informática para solucionar
tais problemas) (REIS, 2008; FIUZA, 2006).
A DEA tem por base a construção de fronteiras de eficiência compostas pela projeção dos
dados - insumos, produtos - de todas as DMUs, o que possibilita o cálculo do desempenho de
cada uma. Aquelas que tecnicamente possuírem níveis ótimos de eficiência, apresentando as
melhores práticas de produção na amostra (unidades eficientes de Pareto) irão compor a
fronteira de eficiência e servirão de benchmarks, dando subsídio à priorização de ações para
beneficiar as DMUS que ficarem sob a fronteira, e que precisam melhorar seu desempenho
operacional (MOITA, 2002; DOS ANJOS, 2005).
33
A FIG. 1 sintetiza graficamente o conceito da DEA, indicando a área de envoltória dos dados,
bem como a fronteira de eficiência, linha que separa esta área. As empresas A, B e Z,
eficientes, servem como benchmarks para a C que está sob a fronteira, sendo classificada
como ineficiente. Para elevar seu desempenho, C deve manter a quantidade de insumos e
aumentar seus produtos, comportando-se como a B ou manter o número de produtos,
diminuindo os insumos consumidos, como a empresa A (DOS ANJOS, 2005).
FIGURA 3 – Representação da fronteira de eficiência
Fonte: DOS ANJOS, 2005, p. 166.
Analogamente, Anderson (1996) explica que o método DEA supõe que as unidades
produtivas similares devem ser capazes de fazer o mesmo arranjo de produção (utilizar a
mesma quantidade de insumos e produtos) quando operam de forma eficiente. O autor relata
ainda que produtores virtuais podem ser combinados graficamente para dar forma a uma
unidade composta por entradas compostas e saídas compostas. Pode-se dizer que, ao utilizar a
DEA busca-se achar o “melhor” produtor virtual para cada produtor real; se o produtor virtual
for melhor que o produtor original, este é ineficiente. O procedimento para analisar a
eficiência de n produtores é, então, um jogo de n problemas de PL.
Neste contexto, uma das vantagens da DEA é estimar uma função de produção linear por
partes, uma vez que o método mensura o grau de eficiência que uma DMU converte as
entradas em saídas através de sua comparação com as outras unidades sob análise. Assim, são
determinadas soluções ótimas relativas às unidades individuais por intermédio da revelação
das eficiências das outras DMUs, tendo como parâmetro as de melhor desempenho, ao invés
de apontar como em otimização por regressão, uma única solução ótima para as unidades
(RAGSDALE, 2004; WOBER & FASENMAIER, 2004).
34
O método DEA evoluiu amplamente nos últimos trinta anos, sendo aplicada a diversas áreas,
tais como: engenharia de produção, contabilidade, agricultura, sistemas de informação, dentre
outras. De modo geral, seu desenvolvimento teórico focaliza o cálculo da eficiência de
bancos, indústrias, hospitais, propriedades rurais, transportes, educação e avaliações do setor
púbico (FERREIRA & REIS, 2005). Pôde-se constatar que a Análise por Envoltória de Dados
é um método multidisciplinar usado mundialmente como uma importante ferramenta de
Pesquisa Operacional, visto que a hierarquização das eficiências de unidades produtivas é
extremamente útil nos processos de gestão (GUIMARÃES, 2009).
Outros aspectos que contribuem para a difusão da DEA são: a possibilidade de trabalhar com
entradas e saídas mensuradas em escalas completamente diferentes entre si (valor monetário,
índice de satisfação, e outras); a simplicidade em utilizar o método por meio de recursos da
informática de fácil acesso como o Solver® do Excel®, capaz de explorar os aspectos de
modelagem, implementação computacional e a análise de resultados. Além disso, permite-se
que um grande número de unidades produtivas seja analisado, já que a DEA possui um
dispositivo para obter dados para cada unidade automaticamente, através de um simples
macro (RAGSDALE, 2004; FERREIRA & REIS, 2005)
Segundo Ragsdale (2004) a eficiência de cada unidade (i) na DEA é definida como:
I
O
n
1j
jij
n
1j
jij
vI
wO
i unidades das ponderadas entradas das soma
i unidades das ponderadas saídas das soma
i unidade da Eficiência
(1)
Em que,
O
ij
representa o valor da unidade i na saída j,
I
ij
representa o valor da unidade i na entrada j,
w
j
representa um peso não negativo atribuído à saída j,
v
j
representa um peso não negativo atribuído à entrada j,
n
o
é o número de variáveis de saída e
n
I
é o numero de variáveis de entrada.
35
A questão proposta pelo método DEA é determinar os valores para os pesos w
j
e v
j
, os quais
constituem, portanto, variáveis de decisão no problema. É imprescindível atentar que os pesos
devem ser sempre positivos, evitando que alguma entrada ou saída seja ignorada no processo
de determinação da eficiência das DMUs (RAGSDALE, 2004). Os pesos são os valores pelos
quais, cada entrada e cada saída serão multiplicadas, para se chegar a insumo/produto virtuais,
e, alem disso, podem também ser chamados de taxas de substituição (quando relativas aos
insumos - v
j
) ou taxas de trocas (quando se referem aos produtos - w
j
) (KASSAI, 2002).
Neste trabalho adotar-se-á o modelo mais estudado da DEA, o modelo CCR, o qual permite
obter uma avaliação objetiva da eficiência global e aponta as fontes e estimativas das
ineficiências identificadas (KASSAI, 2002). Aplicado a retornos constantes de escala (para
maiores ou menores quantidades dos insumos, pressupõe-se que sejam obtidos aumentos ou
diminuições proporcionais dos produtos), este modelo pode ser orientado pelas entradas ou
pelas saídas (DOS ANJOS, 2005). Ainda segundo a autora, ambas as orientações apresentam
os mesmos resultados das eficiências, por isso deve-se adotar a que se tem mais controle sob
os dados. No caso desta pesquisa, optou-se pelo CCR orientado pelas saídas, para que possam
ser propostas mudanças administrativas relacionadas às cidades-sede menos competitivas.
Será considerada a maximização das saídas para níveis dados de entradas; a cidade que
consumir menos recursos e produzir mais, será considerada eficiente.
Como já mencionado, a DEA determina soluções ótimas relativas às unidades individuais,
então para cada DMU é resolvido um problema separado de PL, cujo objetivo é o mesmo:
maximizar a soma das saídas ponderadas da unidade. Pode-se afirmar, assim, que o método
consiste em um conjunto de problemas de programação linear. Para cada unidade arbitrária
(i), a função objetivo é (RAGSDALE, 2004):
MAX:
o
n
1j
jij
wO
(2)
Ao se resolver cada problema de PL, é oferecida à unidade produtiva sob investigação a
oportunidade de selecionar para ela mesma os melhores pesos (aqueles capazes de maximizar
a soma de sua saídas ponderadas, fornecendo assim a melhor produtividade possível à
unidade); no entanto, é preciso obedecer a algumas restrições (RAGSDALE, 2004). Nota-se
que este constitui mais um ponto forte da DEA: não exigir conhecimento prévio das taxas de
36
substituição e de trocas, o que contribui para que o método possa ser aplicado à diversas
situações (LOPES, 1998; MOITA, 2002).
No que diz respeito às restrições apontadas por Ragsdale (2004), a primeira delas é que toda e
qualquer unidade deve ter eficiência menor ou igual a 100%; por isso à medida que o
problema de LP é resolvido, a unidade investigada não pode obter pesos que cause para si
mesma e outras unidades, uma eficiência superior a 100%. Então, a soma das saídas
ponderadas de cada unidade individual deve ser menor ou igual à soma das entradas
ponderadas, ou, da mesma forma, a razão entre as saídas ponderadas e as entradas ponderadas
deve ser menor que 100%.


o
I
n
1j
n
1j
jkjjkj
vIwO , para k variando de 1 ao número de unidades (3)
Ou, equivalentemente:


o
I
n
1j
n
1j
jkjjkj
0vIwO , para k variando de 1 ao número de unidades (4)
A outra restrição remete à idéia de que, para se evitar soluções ilimitadas, é necessário que a
soma das entradas ponderadas da unidade investigada (unidade i) seja igual a um.
I
n
1j
jij
1vI (5)
Já que a soma das entradas ponderadas da unidade investigada deve ser igual a um, e a soma
das saídas ponderadas (sendo maximizada) não pode ultrapassar este valor, a pontuação
máxima para a unidade investigada é também um (ou 100%). Desta forma, as unidades que
alcançarem a pontuação de 100% são as unidades eficientes, cujos parâmetros encontram-se
na fronteira de eficiência do conjunto de DMUs.
Cabe ainda afirmar que a aplicação do modelo CCR da DEA supõe que para as variáveis de
saída “mais é melhor” (como lucro, satisfação) e para variáveis de entrada “menos é melhor”
(custo, horas de trabalho, dentre outras). Qualquer variável de entrada ou de saída que não
estejam naturalmente em conformidade com estas regras precisa ser transformada antes de se
aplicar o método (RAGSDALE, 2004).
37
Com relação à aplicação da DEA no turismo, observa-se que o método tem demonstrado sua
utilidade. Wober & Fasenmaier (2004) afirmam que as DMUs podem ser constituídas por
unidades produtivas diversas, como empresas, países e, inclusive, destinos turísticos, pois
para que estes tenham uma melhoria contínua de seus produtos e serviços é necessário avaliar
múltiplos dados oriundos de uma ampla cadeia produtiva. Fuchs & Zachs (2004) destacam
que já se utilizam dados quantitativos relacionados à saída (como a vendas de pacotes
turísticos) e entrada (capacidade hoteleira, dentre outros) para embasar ações em alguns
destinos. Não obstante, o cálculo da eficiência relativa poderá contribuir para o planejamento
estratégico do turismo, apesar de muitos empreendedores e profissionais desconhecerem o
método; há grande dificuldade para lidar com os diversos dados associados à atividade, sendo
que a maioria dos gestores turísticos não tem condições de avaliar qual destino melhor
combina seus insumos e produtos. Com efeito, a DEA configura-se como uma ferramenta
capaz de contribuir para o desenvolvimento do turismo.
No caso desta pesquisa a utilização da DEA se mostra compatível, uma vez que as DMUs são
compostas de 12 destinos turísticos com o mesmo objetivo: melhorar sua competitividade
para recepcionar a Copa do Mundo FIFA de 2014. O desempenho relativo de cada cidade-
sede, levando em consideração os recursos que cada uma dispõe (entradas) e os resultados
alcançados (saídas), poderá servir como instrumentos-base para o melhor aproveitamento do
potencial de cada capital e correção de eventuais entraves ao sucesso da Copa.
Através da revisão bibliográfica brasileira e internacional, encontraram-se publicações
realizadas por diversos autores (WÖBER & FASENMAIER, 2004; FUCHS. & ZACH, 2004;
FIUZA, 2006; ROMERO, 2006; REIS, 2008; GUIMARÃES, 2009) que comprovam a
credibilidade da DEA quando aplicada especificamente na área de turismo. Pretende-se
complementar estes estudos.
Neste processo, é necessário atentar que embora a DEA seja uma ferramenta de PO confiável,
há alguns complicadores que devem ser considerados ao se aplicar o método: sua principal
desvantagem é a extrema flexibilidade para a escolha dos pesos, os quais podem receber até
zero como valor, tornando o insumo ou produto que recebeu este peso sem propósito no
processo produtivo da unidade. A metodologia possui também uma elevada sensibilidade aos
dados de saída incomuns ou fora dos valores normais., podendo proporcionar erros de medida
38
e ruídos estatísticos, o que compromete o cálculo da fronteira (MOITA, 2002). Todavia, a
DEA apresenta muito mais vantagens que desvantagens, justificando, então, o seu uso
crescente em vários setores da economia.
Charnes
et al. (1994) contemplaram uma ampla revisão sobre a DEA, e concluíram
exatamente que mesmo que esta seja um método consistente de auxílio à tomada de decisão,
mas não deve ser o único instrumento para tal. Diante disso, os autores consideram o método
como um conjunto de conceitos e modelos com várias possibilidades de interpretação; sem
contar que modelos modificados ou acoplados da DEA são frequentemente encontrados na
literatura. Contudo, no que tange ao seu uso acoplado de métodos paramétricos e não
paramétricos, metodologia a ser utilizada nesta pesquisa, há poucos trabalhos publicados.
3.2 DEA acoplada à Análise Paramétrica
A DEA é amplamente utilizada para resolver problemas de otimização ou determinar a
eficiência relativa entre unidades produtivas, em áreas distintas. Entretanto, por se tratar de
um método não paramétrico (que não requer a investigação do relacionamento estatístico
entre os dados), geralmente a significância das variáveis de entrada e saída de um problema
não é avaliada, podendo provocar a má coleta de dados e erros de mensuração. Nota-se então
que a aplicação de testes de significância estatísticos às variáveis (testes simples, equivalentes
a testes
-t de parâmetro de regressão) poderiam simplificar os modelos da DEA, minimizando
erros (HORSKY & NELSON, 2006; LAND
et al. 1988).
A constatação deste fato fez com que fossem desenvolvidos modelos de DEA-Estocástica, os
quais propõem que os vetores de insumos e produtos sejam considerados variáveis aleatórias,
passíveis de serem determinados por parâmetros estatísticos. Assim, por meio da estimativa
dos desvios-padrões dos vetores estabelecem-se restrições à fronteira de produção, como por
exemplo a probabilidade de ocorrência dos dados, que é obtida estatisticamente com a análise
de correlação Diante destes aspectos, percebe-se que a DEA-Estocástica pode ser considerada
como modelos de DEA (método não paramétrico) acoplados à correlação (método
paramétrico) (LAND
et al. 1988; PEREIRA, 1995).
39
A correlação estatística é dada por valores que serão sempre entre -1 e +1. O sinal do
coeficiente tem significado específico: quando a correlação é positiva, há uma correlação
diretamente proporcional entre as variáveis, e quando é negativa a correlação é inversamente
proporcional. Já o tamanho da variável indica a força da correlação, então quanto mais
próximo de -1 ou de +1, mais forte é a relação entre as variáveis estudadas. Uma correlação
igual a zero, significa que as variáveis não têm nenhuma relação entre si (REIS, 2008).
O instrumento empregado para efetuar a medida da intensidade da relação entre duas
variáveis quantitativas é o coeficiente de correlação linear,
r, também chamado de coeficiente
de correlação de Pearson (TRIOLA, 2005). Este coeficiente de correlação de linear
pode ser
calculado através da ferramenta “Análise de Dados – Correlação” do Excel®.
Triola (2005) afirma ainda que as interpretações dos valores do coeficiente de correlação
linear,
r, devem ser feitas com o auxílio da Tabela 1, na qual n representa o número de pares
de dados amostrais (neste caso n = 12) e
α o seu nível de significância (a maioria dos
trabalhos adota como padrão o
α = 0,05). Quando o valor absoluto de r exceder o valor na
tabela tem-se uma correlação linear significativa, sugere-se que uma destas variáveis possa ser
excluída, facilitando a visualização do problema. Caso o
r seja menor que o valor na tabela,
não há evidência suficiente para afirmar que existe uma correlação significativa entre as
variáveis, que devem permanecer.
40
Tabela 1 - Valores Críticos do Coeficiente de Correlação de Pearson r
n α = 0,05 α = 0,01
4 0,950 0,999
5 0,878 0,959
6 0,811 0,917
7 0,754 0,875
8 0,707 0,834
9 0,666 0,798
10 0,632 0,765
11 0,602 0,735
12 0,576 0,708
13 0,553 0,684
14 0,532 0,661
15 0,514 0,641
16 0,497 0,623
17 0,482 0,606
18 0,468 0,590
19 0,456 0,575
20 0,444 0,561
25 0,396 0,505
30 0,361 0,463
35 0,335 0,430
40 0,312 0,402
45 0,294 0,378
50 0,279 0,361
60 0,254 0,330
70 0,236 0,305
80 0,220 0,286
90 0,207 0,269
100 0,196 0,256
Fonte: TRIOLA, 2005
Nota-se que a DEA não requer, em princípio, uma investigação do relacionamento estatístico
entre variáveis de saída e as de entrada. Todavia, a existência ou não deste relacionamento,
bem como a mensuração do grau desta relação dada pela análise de correlação, pode ser útil
para determinar quais variáveis devem ser utilizadas, possibilitando que se obtenha uma visão
mais clara do problema analisado, ajudando no processo de aplicação destes dados e na
eventual simplificação dos modelos (GUIMARÃES, 2009).
41
4. APLICAÇÃO DA DEA-ESTOCÁSTICA À ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE
TURÍSTICA DAS 12 CIDADES-SEDE, COM ENFOQUE NA SUSTENTABILIDADE
4.1 Obtenção dos dados
Antes de apresentar as variáveis envolvidas nesta pesquisa, é importante fazer uma rápida
retomada sobre alguns fatores já expostos anteriormente, que afetam o desenvolvimento de
um megaevento como a Copa do Mundo. Sua já consolidada capacidade em atrair grande
demanda turística requer que o planejamento das sedes envolva aspectos sócio-culturais,
econômicos, ambientais, turísticos e, obviamente, esportivos (estádios). Só assim será
possível atender aos turistas com qualidade internacional e receber os diversos benefícios
proporcionados pela Copa.
Por este motivo, a análise da competitividade turística das doze cidades-sede da Copa do
Mundo de 2014, com enfoque na sustentabilidade, não ocorrerá com uma base simplista de
dados. Embora a estrutura esportiva não pudesse ser contemplada porque alguns estádios não
foram aprovados pela FIFA e o governo ainda estuda projetos alternativos, houve, neste
trabalho, o interesse em investigar um conjunto substancial de informações composto por:
• Dados Econômicos (FINBRA, 2008):
- Despesas municipais: investimentos em saúde, educação, cultura, comércio e
serviços, urbanismo e gestão ambiental;
- ISSQN – Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza;
- PIB – Produto Interno Bruto;
• Dados de estrutura turística (www.copa2014.turismo.gov.br):
- Número de Quartos de Hotéis;
- Capacidade do Aeroporto: número de passageiros por ano;
- Sobrecarga Aeroportuária: sobrecarga de passageiros por ano;
• Dados Sócio-Culturais:
- Violência: número de homicídios (RITLA, 2008);
42
- Número de Leitos Hospitalares (Serviços de Saúde 2005
2
);
- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M (ATLAS, 2000
3
);
• Dados de sustentabilidade:
- Taxa de acesso a serviços públicos: população atendida com rede de esgoto, água
canalizada, coleta de lixo e eletricidade (CPS & FGV/IBRE, 2009);
- Percentual da população atendida com tratamento de esgoto e porcentagem de água
que é perdida por dia nos diferentes sistemas de produção de água existentes nas
capitais (INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL, 2007);
O ano escolhido para servir de base ao fornecimento de dados para a pesquisa foi 2008; o
critério para definição desse ano foi o fato de que a dissertação começou a ser desenvolvida
em 2009, então o último ano para o levantamento ficou sendo 2008 já que este constitui o
último com dados consolidados. Ainda assim, ressalta-se que não foi possível obter dados de
2008 para quatro variáveis relevantes (leitos hospitalares, IDH-M, percentual de população
com tratamento de esgoto e perda de água por dia).
A fim de que os dados pudessem ser processados de uma forma mais adequada, todas as
variáveis investigadas foram divididas pelo número correspondente à população local, para se
obter a ponderação dos dados, uma vez que se faz comparação entre diferentes escalas.
Antes de se quantificar a eficiência relativa das doze capitais em utilizar toda a estrutura
urbanística e os investimentos municipais em benefício de seu desenvolvimento turístico
sustentável, observou-se que na metodologia DEA - Análise por Envoltória de Dados, quanto
maior o número de variáveis de decisão, maior será a chance de se obter muitas unidades
(cidades-sede) com eficiência 100%. Golany e Roll
4
(1989 apud SOUZA, 2003) propõem
uma regra prática em que o número de unidades deve ser, no mínimo, duas vezes o número de
insumos e produtos.
Por este motivo, procurou-se diminuir o número de variáveis nesta pesquisa. Primeiramente
agruparam-se as variáveis referentes aos investimentos e também as variáveis relacionadas à
2
IBGE Cidades - Serviços de Saúde, 2005 - http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1
3
ATLAS do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2000 - http://www.pnud.org.br/atlas/
4
GOLANY, R.; ROLL, Y. Na application procedure for DEA. Omega. V. 17m n.3, p.237-250, 1989.
43
cobertura dos serviços públicos, obtendo-se 12 variáveis. Em seguida, aplicou-se a técnica
estatística de correlação para avaliar o grau de relacionamento entre estas variáveis, pois este
procedimento que questiona a obtenção conjunta de variáveis como sendo independentes
quando há alta correlação entre estas.
Considerando que há 12 cidades-sede (n = 12 unidades), da Tabela 1 tem-se que o valor
crítico (mínimo) do coeficiente de correlação de Pearson,
r, é 0,576 (para α = 0,05), valor que
permite afirmar sobre uma correlação significativa. Estatisticamente, as variáveis que
apresentarem correlações com resultado superior ao valor crítico não devem ser utilizadas.
Entretanto, deve-se atentar para o fato de que quando se faz a análise para a metodologia
DEA, correlações entre variáveis de saída ou entre variáveis de entrada não são relevantes. A
Tabela 2 mostra as correlações entre todos os dados envolvidos na pesquisa; correlações de
valor inferior ao crítico estão em vermelho.
Tabela 2: Correlações de todos os dados da pesquisa
PIB ISSQN
Desp.
Mun.
Violên-
cia
Leitos
Hosp.
Quartos
Hotel
Capac.
Aeroporto
Sobrec.
Passag.
IDH-M
2000
% Pop.
Trat.
Esgoto
% Perda
água dia
Taxa
Acesso
Serv. Púb.
PIB
1
ISSQN
0,633 1
Despesas
Municipais
0,84 0,396 1
Violência
-0,28 -0,2 -0,15 1
Leitos Hospitalares
-0,34 -0,114 -0,26 0,583 1
Quartos de Hotel
-0,46 -0,402 -0,31 -0,102 0,383 1
Capacidade
Aeroporto
0,297 0,177 0,243 0,343 0,707 0,2305 1
Sobrecarga de
Passageiros
0,354 0,008 0,478 -0,183 -0,415 -0,198 -0,27739 1
IDH-M 2000
0,554 0,628 0,541 -0,055 0,208 -0,326 0,506765 0,1717 1
% Pop. Tratamento
Esgoto
0,289 0,401 0,333 0,006 -0,203 -0,462 0,005936 0,1095 0,4659 1
% Perda de água
por dia
-0,57 -0,483 -0,63 0,411 0,091 0,2224 -0,2951 -0,0659 -0,681 -0,4857 1
Taxa Acesso Serv.
Públicos
0,296 0,5 0,263 -4E-04 0,153 -0,368 0,410208 -0,1895 0,7884 0,6746 -0,7405 1
Nota: Em vermelho, variáveis que não possuem correlação significativa entre si.
A partir dos resultados das correlações da Tabela 2 (base para a determinação das variáveis de
decisão do trabalho), pôde-se constatar que alguns dados obtiveram alta correlação,
possibilitando, portanto, a redução de variáveis de decisão neste estudo. Nota-se que:
• Como a variável
ISSQN possui correlação significativa com as variáveis PIB e IDH-M,
selecionou-se para a pesquisa apenas a primeira, como variável de saída;
44
• A variável
LEITOS HOSPITALARES não será utilizada, pois só possuem correlação
significativa com as variáveis
VIOLÊNCIA e CAPACIDADE AEROPORTUÁRIA que,
portanto, a representarão na entrada;
• As variáveis
QUARTOS DE HOTEL e SOBRECARGA DE PASSAGEIROS não possuem
correlação significativa com nenhuma variável, então foram selecionadas como saídas;
• Utilizar-se-á como variável sustentável na saída apenas a
TAXA DE ACESSO A
SERVIÇOS PÚBLICOS (esgoto, água encanada, lixo coletado e eletricidade), já que
esta possui correlação significativa com os demais dados de sustentabilidade;
• Como a variável
DESPESAS MUNICIPAIS (saúde, educação, cultura, comércio e
serviços, urbanismo e gestão ambiental) só possui correlação significativa com as
variáveis
PIB e PORCENTAGEM DE ÁGUA PERDIDA POR DIA e ambas não serão
empregadas, é importante que estas despesas sejam consideradas como entrada.
4.2 Variáveis selecionadas para avaliar as 12 Cidades-Sede
A seguir serão apresentados os dados selecionados para caracterizar as doze capitais
envolvidas no estudo. Excetuando o item 4.2.1 População, todos os dados foram tratados de
forma a permitir uma melhor visualização, assim sendo os valores
per capita referentes a cada
variável foram multiplicados ou divididos por múltiplos de 10. Os dados absolutos
encontram-se no anexo deste trabalho.
O Quadro 1 apresenta, resumidamente, quais tipos de dados foram utilizados e suas
respectivas fontes.
Quadro 1 - Dados utilizados na pesquisa e respectivas fontes
Dados Fonte
População MINISTÉRIO DA FAZENDA – Secretaria do Tesouro Nacional – FINBRA
ISSQN MINISTÉRIO DA FAZENDA – Secretaria do Tesouro Nacional – FINBRA
Despesas municipais MINISTÉRIO DA FAZENDA – Secretaria do Tesouro Nacional – FINBRA
Violência Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros - RITLA
Quartos de Hotel Ministério do Turismo – COPA 2014
Capacidade Aeroportuária Ministério do Turismo – COPA 2014
Sobrecarga de Passageiros Ministério do Turismo – COPA 2014
Taxa de Acesso aos Serviços
Públicos
CPS – FGV/IBRE – PNAD
Fonte: Dados da pesquisa
45
4.2.1 População
Para atendimento às disposições constantes da Lei de Responsabilidade Fiscal, o Ministério
da Fazenda – MF, por meio da Secretaria do Tesouro Nacional – SNT, apresenta anualmente
o volume “Finanças do Brasil – Dados Contáveis dos Municípios”, também conhecida por
FINBRA.
Os volumes FINBRA, disponíveis na internet através do site da Secretaria do Tesouro
Nacional
5
a partir do ano de 1989, contêm dados da execução orçamentária (receitas e
despesas) e patrimonial (passivo e ativo) individualizados por Municípios e consolidados por
unidades da federação e nacionalmente.
Os dados referentes à População foram retirados desta fonte, uma vez que a maioria dos dados
contábeis dos municípios contidos neste trabalho também foi coletada do FINBRA. Os
valores coletados referem-se ao ano de 2008, conforme apresentado na Tabela 3.
Tabela 3 - Populações das Cidades-Sede – 2008
Capitais 2008
Belo Horizonte
2.434.642
Brasília 2.557.158
Cuiabá 544.737
Curitiba 1.828.092
Fortaleza 2.473.614
Manaus 1.709.010
Natal 798.065
Porto Alegre 1.430.220
Recife 1.549.980
Rio de Janeiro 6.161.047
Salvador 2.948.733
São Paulo 10.990.249
Fonte: FINBRA – STN – MF
5
Secretaria do Tesouro Nacional - STN - http://www.tesouro.fazenda.gov.br/estados_municipios/index.asp
46
4.2.2 ISSQN – Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza
Devido à sua relação direta e indireta com o tema da pesquisa, o Imposto Sobre Serviço de
Qualquer Natureza – ISSQN
6
é utilizado neste trabalho como fonte de receita municipal e
também pôde ser coletado no FINBRA.
Na Tabela 4 são apresentados os dados
per capita das capitais estudadas. Os dados absolutos
sobre o imposto encontram-se no anexo A.
Tabela 4 - ISSQN – 2008 – Dados per capita
Capitais 2008
Belo Horizonte
21,188
Brasília
27,685
Cuiabá
18,272
Curitiba
25,833
Fortaleza
10,379
Manaus
16,794
Natal
15,980
Porto Alegre
26,770
Recife
20,150
Rio de Janeiro
39,713
Salvador
13,423
São Paulo
50,946
Fonte: FINBRA – STN – MF
Nota: Dividido pela população e por 10.
Deve-se destacar que de acordo com os resultados obtidos na Tabela 2, a variável ISSQN
possui correlação significativa com as variáveis PIB e IDH-M. Assim sendo, nesta pesquisa o
ISSQN representará não apenas um dado econômico de receita municipal, estando fortemente
relacionado ao PIB (totalidade de renda - bens e serviços produzidos nas capitais) e também
ao IDH-M, o qual avalia três dimensões sócio-econômicas do desenvolvimento humano
municipal: longevidade (saúde), padrão de vida (economia) e educação.
6
ISSNQ – Lei Complementar n° 116, de 31 de julho de 2003. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp116.htm
47
4.2.3 Despesas Municipais
As despesas municipais podem ser consideradas todo e qualquer recurso despendido pelo
município para o investimento em determinadas funções ou setores. A relação das despesas
dos municípios brasileiros é disponibilizada pelo Ministério da Fazenda por meio da
Secretaria do Tesouro Nacional em seu documento FINBRA, já mencionado anteriormente.
Neste trabalho foram consideradas todas as despesas sócio-econômicas e ambientais
disponibilizadas pelo FINBRA no ano de 2008 para as 12 capitais estudadas.
A Tabela 5 apresenta os dados
per capita de despesas dos municípios estudados. Os dados
absolutos encontram-se no anexo B, enquanto a descrição de como é feito o investimento em
cada uma das respectivas áreas está no Anexo C.
Tabela 5 - Despesas municipais – 2008 – Dados per capita
Capitais
Saúde Educação Cultura Urbanismo
Comércio e
Serviços
Gestão
Ambiental
TOTAL
Belo Horizonte
0,021 51,979 34,061 1,835 1,386 3,417
105,146
Brasília
0,022 64,032 87,665 3,772 1,714 1,846
199,499
Cuiabá
0,022 43,002 23,696 0,731 0,184 0,054
87,974
Curitiba
0,019 38,441 32,594 1,894 2,208 1,995
138,068
Fortaleza
0,023 35,729 21,646 1,005 0,136 2,423
71,637
Manaus
0,031 20,344 29,664 0,472 0,474 0,867
82,369
Natal
0,023 30,323 24,057 1,285 0,212 0,346
93,197
Porto Alegre
0,019 51,010 34,661 2,306 1,381 2,323
96,804
Recife
0,024 27,116 28,715 4,430 2,476 0,731
86,801
Rio de Janeiro
0,020 31,463 36,287 3,601 0,932 2,270
88,520
Salvador
0,017 22,299 13,624 0,226 1,125 0,037
55,549
São Paulo
0,022 38,145 46,969 2,462 0,259 1,755
117,880
Fonte: FINBRA – STN – MF
Nota: Dados divididos pela população e dividido por 10.
4.2.4 Violência
A violência geral (danos à integridade física e moral) é mensurada pelo número de homicídios
por duas razões: apesar da maioria das agressões cotidianas não conduzir à morte, esta revela
a violência em seu grau extremo; então, a intensidade nos diversos tipos de violência possui
48
uma estreita relação com o número de mortes que causa. Além disso, não há muitas opções
para mensurar a violência, muitas vezes, subjetiva. Esta variável é obtida através do ‘Mapa da
Violência dos Municípios Brasileiros’ produzido pela RITLA – Rede de Informação
Tecnológica Latino Americana, junto ao Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM e à
Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (RITLA, 2008).
O Mapa da Violência representa uma tarefa necessária, pois engaja os poderes e estruturas
municipais no enfrentamento deste flagelo moderno. Embora o documento considere que a
política de desarmamento tenha reduzido a violência em vários estados do país, o mesmo
aponta que as taxas de violência homicida continuam elevadas em diversos municípios. Desta
forma, deve-se investir na segurança pública, buscando soluções preventivas, como trabalhos
de conscientização e combate à criminalidade, e também investir em treinamentos, oferecer
melhoria salarial e equipamentos modernos aos guardas e policiais. As cidades-sede com altos
índices de violência merecem uma atenção especial, já que este dado compromete o sucesso
da Copa, podendo divulgar uma imagem negativa do país e comprometer as demais ações.
O Documento RITLA (2008) apresenta uma tabela com os 200 municípios com maior
número de homicídios na população total em 2006 no Brasil. A partir desta tabela, foi
possível coletar tanto o número total de homicídios ocorridos em 2006 nas doze cidades-sede
(estes dados absolutos estão no anexo D), como também a taxa de homicídios nestas capitais
baseada na população de 2006.
Tabela 6 – Taxa de Homicídios (%) – Dados per capita
Capitais 2006
Belo Horizonte
49,2
Brasília
32,1
Cuiabá
41,7
Curitiba
49,3
Fortaleza
35,4
Manaus
34,7
Natal
21,1
Porto Alegre
36,3
Recife
90,9
Rio de Janeiro
37,7
Salvador
41,8
São Paulo
23,7
Fonte: Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros - RITLA, 2008
49
4.2.5 Quartos de Hotel
O número de quartos de hotel é extremamente relevante quando se trata de uma Copa do
Mundo, pois é preciso que as sedes estejam preparadas para hospedar a ampla demanda
turística. Com efeito, já foram divulgados projetos para a construção de novos
empreendimentos hoteleiros nas doze capitais, bem como de apartamentos ou “Vilas da
Copa”, que servirão como forma de acomodação provisória aos turistas e estarão à venda com
descontos após os jogos (evitando quartos de hotéis ociosos). Além disso, foi anunciado ainda
que cidades-satélites (de entorno) darão apoio às sedes não só nesta questão.
Todos estes projetos que o governo vem elaborando para a realização da Copa de 2014 são
divulgados oficialmente pelo site www.copa2014.turismo.gov.br, já apontado nesta pesquisa.
É importante ressaltar que embora os quartos de hotéis não sejam utilizados pela população
local, esta variável também deve estar mensurada
per capita para que seja submetida à DEA.
Os dados absolutos encontram-se no anexo E.
Tabela 7 – Quartos de Hotéis – Dados per capita
Capitais 2008
Belo Horizonte
3,697
Brasília
4,302
Cuiabá
6,425
Curitiba
4,923
Fortaleza
5,412
Manaus
4,861
Natal
16,415
Porto Alegre
9,789
Recife
8,065
Rio de Janeiro
4,382
Salvador
8,817
São Paulo
3,640
Fonte: COPA 2014 - Ações nas Cidades-Sede
Nota: Dividido pela população e multiplicado por 1.000
50
4.2.6 Capacidade Aeroportuária
Assim como o número de quarto de hotéis, a capacidade aeroportuária possui grande
importância para a realização da Copa. Diversos vôos internacionais irão desembarcar nas
cidades-sede e a movimentação de turistas no país durante o evento será intensa.
Esta variável também é fornecida pelo site www.copa2014.turismo.gov.br, que calcula a
capacidade aeroportuária de acordo com o número de passageiros que o aeroporto de cada
cidade-sede é capaz de receber por ano.
A Tabela 8 revela os valores
per capita, os dados absolutos encontram-se no anexo F.
Tabela 8 – Capacidade Aeroportuária (milhões de passageiros) per capita
Capitais 2008
Belo Horizonte
2,054
Brasília
2,894
Cuiabá
1,065
Curitiba
1,915
Fortaleza
1,213
Manaus
1,053
Natal
1,880
Porto Alegre
4,265
Recife
3,226
Rio de Janeiro
2,435
Salvador
2,035
São Paulo
1,501
Fonte: COPA 2014 - Ações nas Cidades-Sede
Nota: Dividido pela população
4.2.7 Sobrecarga de Passageiros
A sobrecarga de passageiros, ou seja, a quantidade (em milhões) de passageiros que um
aeroporto recebe além de sua capacidade anual, é uma questão que precisa ser solucionada,
uma vez que compromete a logística do aeroporto, provocando transtornos e desgaste, não só
aos turistas, mas aos próprios funcionários locais.
51
Dentre as doze cidades-sedes, somente três não enfrentam este problema atualmente: Porto
Alegre, Recife e Rio de Janeiro, como mostra a Tabela 9.
Esta variável também pôde ser obtida no site www.copa2014.turismo.gov.br. Os dados
absolutos encontram-se no Anexo G.
Tabela 9 – Sobrecarga de Passageiros (milhões por ano) – Dados per capita – Aeroporto
Capitais 2008
Belo Horizonte
0,078
Brasília
1,173
Cuiabá
1,652
Curitiba
0,438
Fortaleza
0,182
Manaus
0,130
Natal
0,180
Porto Alegre
0,000
Recife
0,000
Rio de Janeiro
0,000
Salvador
0,014
São Paulo
0,364
Fonte: COPA 2014 - Ações nas Cidades-Sede
Nota: Dividido pela população
4.2.8 Taxa de Acesso a Serviços Públicos
A Taxa de Acesso a Serviços Públicos constitui o agrupamento de quatro variáveis
relacionadas ao percentual da população com cobertura dos serviços públicos: rede de esgoto,
água canalizada, coleta de lixo e eletricidade. Esta taxa representa o indicador sustentável
deste estudo, porque obteve correlação significativa com os demais dados de sustentabilidade:
Percentual da população atendida com tratamento de esgoto e Porcentagem de água perdida
por dia, como mostrada na Tabela 2.
A variável foi coletada no ‘Trata Brasil’, desenvolvido pelo CPS – Centro de Políticas Sociais
e o FGV/IBRE – Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas. O estudo
destaca que o acesso ao saneamento é bastante inferior aos demais serviços (luz, água e lixo),
o que compromete a sustentabilidade nas capitais brasileiras de modo geral, já que a cobertura
à rede de esgoto é apenas uma condição para prover o tratamento de esgoto, no qual acontece
a materialização dos benefícios da coleta em sua integridade (CPS & FGV/IBRE, 2009).
52
Neste contexto, é importante remeter à atual crise ambiental vivenciada em nível mundial.
Segundo Braga
et al. (2005) a crise possui três pilares interligados entre si: População,
Recursos Naturais e Poluição. Há um acelerado crescimento da população, acarretando maior
consumo dos recursos naturais (finitos e necessários à sua manutenção) e de tecnologias.
Como conseqüência, tem-se um aumento considerável na emissão de contaminações tóxicas e
no volume da produção de lixo, poluindo cada vez mais o meio ambiente. A situação revela-
se ainda mais crítica nos países subdesenvolvidos, que abrigam 81% da população mundial; o
Brasil é o quinto país mais populoso, fato agravante (BRAGA
et al., 2005).
O país tem sido impactado por sua urbanização desordenada. Nota-se, sobretudo nas grandes
cidades: crescimento de favelas; da população carente incapaz de arcar com contas de
água/esgoto e provocando inadimplências;
degradação ambiental; água contaminada; mau
cheiro; disseminação de doenças, dentre outros (CPS & FGV/IBRE, 2009).
Para modificar o atual cenário foi aprovada, após mais de 20 anos no Congresso, a Política
Nacional de Resíduos Sólidos que regulamenta a reciclagem e o manejo dos resíduos (ações
restritas no país). Para reduzir a poluição ambiental provocada pelo lixo, os municípios com
mais de 30 mil habitantes deverão substituir os lixões por aterros sanitários, já que estes
atendem às normas da ABNT (impermeabilizam o solo impedindo a contaminação de lençóis
freáticos e tratam o chorume e o gás metano, podendo haver reaproveitamento energético).
Contempla-se também a logística reversa, que obriga fabricantes a aumentar a vida útil de
seus produtos, a recolher resíduos poluentes ou tornar as embalagens retornáveis. Além disso,
está prevista a responsabilidade compartilhada: poder público, privado e comunidade serão
obrigados a acondicionar o lixo de forma apropriada (IPEA, 2010).
Espera-se que a lei seja sancionada, pois assim diversos problemas atuais seriam solucionados
e o Brasil alcançaria diversas melhorias de dimensão sócio-ambientais. Com relação à Copa, a
Política Nacional de Resíduos Sólidos seria uma forma de garantir às sedes planejamentos
sustentáveis consistentes, inclusive com uma população muito mais consciente acerca da
sustentabilidade e aspectos paisagísticos menos degradados. Em suma, os impactos
ambientais negativos que o grande evento poderia causar seriam minimizados.
A Tabela 10 representa a média da soma das taxas de acesso à rede de esgoto, água
canalizada, coleta de lixo e eletricidade, que indica então a Taxa de Acesso a Serviços
53
Públicos. Ressalta-se que o Trata Brasil, fonte para esta variável, foi elaborado a partir de
microdados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2007. As taxas
absolutas dos quatro serviços analisados encontram-se no anexo H.
Tabela 10 – Taxa de Acesso a Serviços Públicos (%)
Capitais 2007
Belo Horizonte
99,033
Brasília
92,665
Cuiabá
82,098
Curitiba
94,510
Fortaleza
86,533
Manaus
75,520
Natal
79,733
Porto Alegre
95,928
Recife
84,240
Rio de Janeiro
95,463
Salvador
96,063
São Paulo
96,090
Fonte: CPS & FGV/IBRE, 2009 (microdados da PNAD 2007)
Nota: Média das taxas de acesso à rede de esgoto, água canalizada, coleta de lixo e
eletricidade.
54
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A escolha das variáveis de entrada e de saída teve por base o fato que o interesse neste
trabalho foi quantificar a eficiência relativa das capitais em utilizar todos os aspectos
urbanísticos e os investimentos municipais em benefício do seu desenvolvimento turístico,
com enfoque na sustentabilidade.
Realizaram-se dois testes comparativos. Em ambos utilizou-se a técnica DEA para analisar a
eficiência comparada das doze capitais ao converter suas variáveis de entrada em variáveis de
saída. No primeiro teste, a escolha das variáveis utilizadas como entradas e saídas distribuiu-
se da seguinte maneira:
Variáveis de Saída:
o ISSQN (Receita Municipal);
o Quartos de Hotel;
o Capacidade Aeroportuária;
o Taxa de Acesso a Serviços Públicos (rede de esgoto, água encanada,
coleta de lixo e eletricidade).
Variáveis de entrada:
o Despesas municipais (Despesas com Saúde, Despesas com Educação,
Despesas com Cultura, Despesas com Comércio e Serviços, Despesas
com Urbanismo e Despesas com Gestão Ambiental) -
investimentos
que o município faz e que refletem diretamente na qualidade de vida da
população local e que estão direta ou indiretamente ligados à atividade
turística; além de retorno em impostos para o município;
o Violência (número de homicídios);
o Sobrecarga de Passageiros no Aeroporto.
Já no segundo teste, desconsideraram-se duas variáveis: Quartos de Hotel e Sobrecarga de
Passageiros, uma vez que ambas não obtiveram correlações significativas com nenhuma das
demais variáveis.
55
Determinadas as entradas e saídas, montou-se o problema para a análise da eficiência DEA
para cada um dos testes, conforme apresentado nos apêndices 1 e 2. Todos os dados utilizados
nos cálculos são per capita.
5.1 Análise dos dois testes
Os resultados do primeiro teste, apresentados na Figura 1, referentes às eficiências das doze
cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, em termos de competitividade turística com
enfoque sustentável, envolveu 4 variáveis de saída e 3 variáveis de entrada. Finalmente, por
meio da metodologia DEA, tem-se que cinco cidades se mostram eficientes, sendo estas: São
Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Natal.
Eficncia DEA 12 Cidades-Sede da Copa 2014
0,635
0,739
0,762
0,798
0,921
0,935
0,970
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200
Curitiba
Cuiabá
Belo Horizonte
Manaus
Fortaleza
Brasília
Recife
Natal
Porto Alegre
Rio de Janeiro
Salvador
o Paulo
Cidade
Índice de Eficiência DEA
Figura 1 – Eficiência DEA 12 Cidades-Sede da Copa do Mundo de 2014 - Teste 1 - 2008
56
Com relação ao Teste 2, o qual envolveu apenas 3 variáveis de saída e 2 variáveis de entrada,
nota-se que as eficiências das doze cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 não sofreram
quase nenhuma alteração em relação ao Teste 1, como observado na Figura 2. Portanto, as
variáveis
Quartos de Hotel e Sobrecarga de Passageiros, que foram desconsideradas,
praticamente não alteraram a eficiência DEA. Assim, as cidades-sede com eficiência 1 ou
100% continuaram as mesmas: São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Natal.
Eficncia DEA 12 Cidades-Sede da Copa 2014
0,635
0,739
0,741
0,798
0,869
0,921
0,934
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200
Curitiba
Cuiabá
Belo Horizonte
Manaus
Recife
Fortaleza
Brasília
Natal
Porto Alegre
Rio de Janeiro
Salvador
o Paulo
Cidade
Índice de Eficiência DEA
Figura 2 – Eficiência DEA 12 Cidades-Sede da Copa 2014 - Teste 2 - 2008
Afim de facilitar a análise da competitividade entre as doze cidades-sede, indicando quais
aspectos devem ser aprimorados nas capitais não eficientes, será apontado nas Tabelas 11 e 12
o posicionamento das cinco cidades eficientes quando seus dados de entrada e saída são
comparados aos das outras cidades analisadas, em ordem crescente e decrescente
respectivamente. Cabe ressaltar que a ferramenta DEA analisa os menores valores de entrada
e os maiores valores de saída.
57
Como no Teste 2 os resultados obtidos em relação ao teste anterior praticamente não sofreram
alterações, optou-se por não utilizá-lo nesta parte do estudo. Portanto, as Tabelas irão conter
todas as variáveis de entrada e saída (tal como avaliado no Teste 1).
Tabela 11 - Classificação das variáveis de entrada - Ordem Crescente -Teste 1 - 2008
Classificação Capitais
Despesas
Municipais
Capitais
Violência
Capitais
Sobrecarga
Passageiros
Salvador 55,549 Natal 21,1 Rio de Janeiro 0,000
Fortaleza 71,637 São Paulo 23,7 Recife 0,000
Manaus 82,369 Brasília 32,1 Porto Alegre 0,000
Recife 86,801 Manaus 34,7 Salvador 0,014
Cuiabá 87,974 Fortaleza 35,4 Belo Horizonte 0,078
Rio de Janeiro 88,520 Porto Alegre 36,3 Manaus 0,130
Natal 93,197 Rio de Janeiro 37,7 Natal 0,180
Porto Alegre 96,804 Cuiabá 41,7 Fortaleza 0,182
9º Belo Horizonte 105,146 Salvador 41,8 São Paulo 0,364
10º São Paulo 117,880 Curitiba 49,3 Curitiba 0,438
11º Curitiba 138,068 Belo Horizonte 49,2 Brasília 1,173
12º Brasília 199,499 Recife 90,9 Cuiabá 1,652
Nota: Cidades em vermelho possuem eficiência DEA 100%.
Tabela 12 - Classificação das variáveis de saída - Ordem Decrescente -Teste 1 - 2008
Classi-
ficação
Capitais
ISSQN
Capitais
Quarto
de
Hotel
Capitais
Cap.
Aero-
porto
Capitais
Taxa
Acesso
Serv.
Púb.
São Paulo 50,946 Natal 16,415 Porto Alegre 4,265 Belo Horizonte 99,033
Rio de Janeiro 39,713 Porto Alegre 9,789 Recife 3,226 São Paulo 96,090
Brasília 27,685 Salvador 8,817 Brasília 2,894 Salvador 96,063
Porto Alegre 26,770 Recife 8,065 Rio de Janeiro 2,435 Porto Alegre 95,928
Curitiba 25,833 Cuiabá 6,425 Belo Horizonte 2,054 Rio de Janeiro 95,463
Belo Horizonte 21,188 Fortaleza 5,412 Salvador 2,035 Curitiba 94,510
Recife 20,150 Curitiba 4,923 Curitiba 1,915 Brasília 92,665
Cuiabá 18,272 Manaus 4,861 Natal 1,880 Fortaleza 86,533
9º Manaus 16,794 Rio de Janeiro 4,382 São Paulo 1,501 Recife 84,240
10º Natal 15,980 Brasília 4,302 Fortaleza 1,213 Cuiabá 82,098
11º Salvador 13,423 Belo Horizonte 3,697 Cuia 1,065 Natal 79,733
12º Fortaleza 10,379 São Paulo 3,640 Manaus 1,053 Manaus 75,520
Nota: Cidades em vermelho possuem eficiência DEA 100%.
58
Mesmo não aparecendo sempre entre as cidades com os menores valores de dados de entrada
e os maiores valores de dados de saída, as cinco cidades-sede com 100% de eficiência
destacam-se pelos seguintes aspectos:
o Natal – Lidera o ranking do menor índice de Violência e do maior número de
Quarto de Hotéis, sendo este quase o dobro do valor da segunda cidade.
o Porto Alegre – Não apresenta Sobrecarga de Passageiros e possui o sexto
índice de Violência. Quanto às variáveis de saída, tem o maior valor para
Capacidade Aeroportuária, o segundo para Quarto de Hotéis e o quarto para o
ISSQN e para a Taxa de Acesso a Serviços Públicos.
o Rio de Janeiro – Também não apresenta Sobrecarga de Passageiros. Ocupa a
segunda colocação para a arrecadação de ISSQN, a quarta para Capacidade
Aeroportuária e a quinta para Taxa de Acesso a Serviços Básicos.
o Salvador – apesar de ser a cidade-sede com o menor valor para as Despesas
Municipais, consegue obter um retorno relevante, possuindo a quarta menor
Sobrecarga de Passageiros, além de estar na terceira posição para as variáveis
Quarto de Hotel e Taxa de Acesso a Serviços Públicos. Apresenta, ainda, a
sexta melhor Capacidade Aeroportuária.
o São Paulo – Possui o segundo menor índice de Violência. Com relação às
variáveis de saída, tem a maior arrecadação de ISSQN e a segunda melhor
Taxa de Acesso a Serviços Públicos.
As cinco cidades conseguiram reverter investimentos feitos pelo município - qualidade de
vida para a população, infra-estrutura urbana, segurança e aspectos indiretamente
relacionados ao turismo - em arrecadação de impostos e maior renda municipal (ISSQN
possui correlação significativa com PIB e IDH-M). Além disso, estas capitais foram capazes
de aprimorar seus equipamentos turísticos e alcançar melhores níveis de sustentabilidade.
É importante destacar que, mesmo sendo consideradas as mais eficientes dentre as doze
cidades-sede, estas cinco capitais possuem alguns pontos fracos que devem ser tratados com
atenção especial por seus respectivos gestores. Apesar de não afetaram a eficiência destas
cidades, tais problemas podem comprometer seu desenvolvimento turístico e sustentável para
a Copa do Mundo de 2014.
59
De modo geral, pode-se notar que Natal precisa ampliar seu aeroporto e melhorar o acesso a
serviços públicos (que colocam em risco a renda e a sustentabilidade municipal). No Rio de
Janeiro e em Salvador há de se criar medidas de combate à violência. Em São Paulo é
necessário expandir a estrutura turística.
Pode-se dizer ainda que, embora São Paulo e Porto Alegre possuam elevadas Despesas
Municipais, percebe-se que estas são aplicadas de forma eficiente no desenvolvimento sócio-
econômico destas cidades.
Em função da otimização aplicada ao turismo e à sustentabilidade, será possível apontar
alguns aspectos relevantes sobre as demais cidades-sede.
As cidades Curitiba, Belo Horizonte e Cuiabá são as que alcançaram as menores eficiências.
Com relação às duas primeiras capitais, ainda que tenham altos investimentos municipais e
excelentes níveis de sustentabilidade, ambas enfrentam problemas com o elevado índice de
violência e baixo número de quartos de hotéis. Já Cuiabá, que possui um investimento
razoável se comparada às cinco sedes eficientes, deixa a desejar em vários aspectos: dentre as
doze cidades, é a que possui a maior sobrecarga de passageiros e a segunda menor capacidade
aeroportuária; tem ainda um alto índice de violência, falta de acesso a serviços públicos e
arrecada pouco imposto.
Recife apontou o maior índice de violência e para agravar a situação, seu dado de
sustentabilidade está entre piores. Ao contrário, Brasília possui pouca violência e uma boa
Taxa de Acesso a Serviços, assim sua eficiência quase alcançou 100%. Talvez a explicação
para que ela não tenha alcançado o valor máximo seja o fato de apresentar a maior Despesa
Municipal e elevada sobrecarga de passageiros.
Com relação à Manaus e Fortaleza, observa-se que estas têm baixos índices de violência e
fazem poucos investimentos, mesmo assim, não conseguiram se posicionar entre as com
eficiência DEA de 100%, por ocuparem posições ruins para as variáveis: Capacidade
Aeroportuária, Taxa de Acesso a Serviços Públicos e ISSQN. Estas capitais precisam investir
seriamente em turismo e sustentabilidade.
60
6. CONCLUSÕES
Neste trabalho analisou-se a competitividade turística e sustentável das doze cidades-sede da
Copa do Mundo de 2014, evento que pode inserir o país no mercado turístico internacional e
proporcionar diversos legados à população; sabe-se que a competitividade revela-se um
parâmetro que pode ser utilizado como estratégia de gestão pública. A partir da análise por
envoltória de dados junto por uma análise de correlação estatística (DEA-Estocástica), foram
avaliadas vinte variáveis dentre dados econômicos, turísticos, sócio-culturais e sustentáveis.
Visando reduzir o número de variáveis nesta pesquisa para obedecer a uma regra da DEA que
indica que número de unidades deve ser, no mínimo, duas vezes o número de insumos e
produtos, fez-se, inicialmente, o agrupamento de algumas variáveis. Seis varáveis
relacionadas a investimentos formaram uma única variável
Despesas Municipais, e quatro
variáveis referentes à cobertura de serviços públicos se transformaram na variável única, Taxa
de Acesso a Serviços Públicos.
Em seguida, foi feita a correlação entre as 12 variáveis restantes para avaliar o grau de
relacionamento entre estas, pois quando se obtêm alta correlação entre variáveis é dispensável
que estas sejam utilizadas como sendo independentes. Assim, por exemplo, como
ISSQN
possuía correlação significativa com PIB e IDH-M, só a primeira foi selecionada. O processo
de seleção teve por base a eliminação de variáveis não significativas em termos estatísticos.
O próximo passo foi a escolha das variáveis de entrada e saída, tendo em vista o objetivo do
trabalho em quantificar a eficiência relativa das doze cidades-sede em utilizar todos os
investimentos municipais (aspectos urbanos, sócio-culturais, econômicos e ambientais) bem
como sua capacidade para receber passageiros aéreos em benefício da geração de renda e
impostos municipais, da estrutura turística e do desenvolvimento sustentável. Sendo assim,
ficou estabelecido como dados de saída as variáveis
ISSQN, Quartos de Hotel, Capacidade
Aeroportuária
e Taxa de Acesso a Serviços Públicos. Como dados de entrada as variáveis
Despesas Municipais, Violência e Sobrecarga de Passageiros Aéreos.
Os resultados de eficiência relativa das cidades-sede permitiram concluir que dentre as doze
cidades-sede, cinco se mostraram eficientes: São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Porto
61
Alegre e Natal. As variáveis
Quartos de Hotel e Sobrecarga de Passageiros, que não
possuíram correlação significativa com nenhuma outra variável, praticamente não alteraram a
eficiência DEA quando desconsideradas em um segundo teste, o qual manteve as mesmas
cinco capitais eficientes.
Para efeito de análise é importante ressaltar que não cabe a este estudo indicar quais cidades
estão mais avançados ou atrasados em seu desenvolvimento, nem tampouco afirmar que as
cidades com 100% de eficiência DEA estão turisticamente preparadas de forma sustentável,
mesmo porque foram mencionados problemas que estas cidades-sede enfrentam. Vale
ressaltar ainda que não existe, em termos mundiais, uma cidade totalmente sustentável e
considerando a realidade brasileira seria utopia fazer tal afirmação. Portanto, a afirmação que
se pode fazer é que cinco cidades-sede apresentaram um melhor desempenho quando foi feita
a análise comparativa de seus dados em conjunto com as demais cidades-sede. Em outras
palavras, elas utilizaram os seus insumos de maneira mais adequada ao obter maiores
resultados (produzir mais saídas) com menos entradas.
A DEA-Estocástica permitiu que fossem determinados os fatores sócio-econômicos, turísticos
e ambientais que mais afetam na competitividade das doze cidades estudadas. Diferente de
muitos trabalhos turísticos que se embasam em aspectos subjetivos, utilizou-se neste estudo
dados de fontes oficiais, manipulados por um método quantitativo confiável e capaz de
fornecer uma visão clara da otimização das eficiências relativas das cidades em análise. Desta
forma, as questões assinaladas poderão servir como diagnóstico turístico e sustentável das
doze capitais.
A técnica DEA acoplada à análise de correlação mostrou-se adequada para avaliar a
competitividade turística e sustentável das cidades-sede da Copa de 2014. Tal método pode
ser aprimorado por meio da coleta de mais dados, inclusive no que tange aos aspectos
esportivos, bem como a atualização destes, no intuito de apontar novos aspectos relevantes à
proposição de políticas públicas e metas. Conseqüentemente, poderá haver uma condução do
país ao seu planejamento concreto, estando realmente preparado para recepcionar este
megaevento e se beneficiar das diversas oportunidades de desenvolvimento (econômicos,
turísticos, sócio-culturais e ambientais) que uma Copa do Mundo pode proporcionar.
62
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69
APÊNDICE
70
APÊNDICE 1 - Eficiência DEA 12 Cidades-Sede da Copa 2014 -Teste 1 - 2008
Saídas Entradas
Cidades - Sede ISSQN
Taxa de
Acesso
Serv.
Púb.
Quartos
de Hotel
Cap.
Aeroporto
Sobrecarga
Passag.
Violência
Despesas
Municipais
Pesos
Saída
Pesos
Entrada
Diferença Eficiência
Belo Horizonte 21,188 99,033 3,697 2,054 0,078 47,974 105,146 0,8678 1,2465
-0,3786
0,762
Brasília 27,685 92,665 4,302 2,894 1,173 30,072 199,499 0,8885 1,775
-0,8865
0,935
Cuiabá 18,272 82,098 6,425 1,065 1,652 39,652 87,974 0,7248 1,7074
-0,9826
0,739
Curitiba 25,833 94,51 4,923 1,915 0,438 47,809 138,068 0,8666 1,5236
-0,6570
0,635
Fortaleza 10,379 86,533 5,412 1,213 0,182 34,241 71,637 0,7086 0,93
-0,2214
0,921
Manaus 16,794 75,52 4,861 1,053 0,13 31,773 82,369 0,6627 0,9079
-0,2452
0,798
Natal 15,98 79,733 16,415 1,88 0,18 20,174 93,197 0,776 0,776
0,0000
1,000
Porto Alegre 26,77 95,928 9,789 4,265 0,000 35,729 96,804 0,9753 0,9753
0,0000
1,000
Recife 20,15 84,24 8,065 3,226 0,000 88,711 86,801 0,8199 1,8273
-1,0073
0,970
Rio de Janeiro 39,713 95,463 4,382 2,435 0,000 36,893 88,52 0,9628 0,9628
0,0000
1,000
Salvador 13,423 96,063 8,817 2,035 0,014 39,882 55,549 0,8328 0,8915
-0,0588
1,000
São Paulo 50,946 96,09 3,64 1,501 0,364 23,166 117,88 1,000 1,000
0,0000
1,000
Pesos 0,0056 0,0068 0,0057 0,0281 0,4238 0,0168 0,0039
Unidade 12
Saída 1
Entrada 1
Run DEA
71
APÊNDICE 2 - Eficiência DEA 12 Cidades-Sede da Copa 2014 - Teste 2 - 2008
Saídas Entradas
Cidades-Sede ISSQN
Taxa de
Acesso
Serv. Púb.
Cap
Aeroporto
Violência
Despesas
Municipais
Pesos
Saída
Pesos
Entrada
Diferença Eficiencia
Belo Horizonte 21,188 99,033 2,054 47,974 105,146 1,0088 1,3619
-0,3532
0,741
Brasília 27,685 92,665 2,894 30,072 199,499 1,0082 1,5352
-0,527
0,934
Cuiabá 18,272 82,098 1,065 39,652 87,974 0,8033 1,1311
-0,3279
0,739
Curitiba 25,833 94,51 1,915 47,809 138,068 0,9691 1,5271
-0,558
0,635
Fortaleza 10,379 86,533 1,213 34,241 71,637 0,8376 0,9547
-0,1171
0,921
Manaus 16,794 75,52 1,053 31,773 82,369 0,7428 0,9669
-0,2241
0,798
Natal 15,98 79,733 1,88 20,174 93,197 0,8226 0,8226
0,000
1,000
Porto Alegre 26,77 95,928 4,265 35,729 96,804 1,1087 1,1087
0,000
1,000
Recife 20,15 84,24 3,226 88,711 86,801 0,9405 1,9694
-1,0288
0,869
Rio de Janeiro 39,713 95,463 2,435 36,893 88,52 1,0269 1,0864
-0,0595
1,000
Salvador 13,423 96,063 2,035 39,882 55,549 0,9697 0,9697
0,000
1,000
São Paulo 50,946 96,09 1,501 23,166 117,88 1,000 1,000
0,000
1,000
Pesos 0,0016 0,0087 0,0535 0,0172 0,0051
Unidade 12
Saída 1
Entrada 1
Run DEA
72
ANEXOS
73
ANEXO A - ISSQN (em R$) – Cidades-Sede - 2008
Capitais 2008
Belo Horizonte
515.861.368
,
80
Brasília
707.943.511,95
Cuiabá
99.536.401,56
Curitiba
472.248.919,50
Fortaleza
256.730.308,60
Manaus
287.010.001,40
Natal
382.864.481,10
Porto Alegre
38.286.4481,10
Recife
312.317.388,00
Rio de Janeiro
2.446.750.928,00
Salvador
395.820.573,30
São Paulo
5.599.100.962,00
Fonte: FINBRA – STN – MF
74
ANEXO B - Despesas municipais (em R$) – Cidades-Sede - 2008
Capitais Saúde Educação Cultura Urbanismo
Comércio e
Serviços
Gestão
Ambiental
Belo Horizonte
1.265.490.772,00 829.262.109,60 44.665.131,83 303.065.178,10 33.736.835,14 83.198.681,00
Brasília
1.637.408.779,07 2.241.724.830,52 96.454.289,08 1.034.309.790,37 43.839.105,32 47.196.883,77
Cuiabá
234.250.326,10 129.081.704,90 3.982.312,57 110.495.244,00 1.001.084,83 292.395,92
Curitiba
702.733.074,10 595.852.540,10 34.623.145,21 1.113.621.335,00 40.361.249,78 36.472.959,60
Fortaleza
883.788.024,30 535.429.950,90 24.869.427,91 264.086.869,50 3.354.738,94 59.927.363,79
Manaus
347.680.654,00 506.958.407,50 8.074.246,36 521.549.480,60 8.099.047,98 14.812.499,41
Natal
241.993.568,90 191.993.117,10 10.251.972,48 294.891.114,70 1.693.807,57 2.763.647,85
Porto Alegre
729.554.877,20 495.724.374,70 32.974.054,28 73.021.298,99 19.744.681,82 33.228.690,69
Recife
420.297.741,80 445.084.350,10 68.670.633,69 361.271.582,60 38.370.719,76 11.332.041,34
Rio de Janeiro
1.938.442.771,00 2.235.671.499,00 221.887.828,20 859.279.288,30 57.390.279,31 139.872.861,60
Salvador
657.527.468,60 401.728.221,80 6.660.344,72 537.325.832,30 33.176.383,85 1.086.794,04
São Paulo
4.192.279.844,00 5.161.972.971,00 270.611.779,30 3.106.653.820,00 28.488.622,81 192.872.977,90
Fonte: FINBRA – STN – MF
75
ANEXO C - Despesas Municipais por funções e sub-funções
Despesas sócio-econômicas e ambientais
Saúde Educação Cultura Urbanismo
Comércio e
Serviços
Gestão
Ambiental
Atenção
Básica
Assistência
Hospitalar
Suporte
Profilático
Vigilância
Sanitária
Vigilância
Epidemiológ
ica
Alimentação
e Nutrição
Outras
despesas na
função saúde
Ensino
Fundamental
Ensino
Médio
Ensino
Profissional
Ensino
Superior
Ensino
Infantil
Educação de
Jovens e
Adultos
Educação
Especial
Outras
despesas na
função
Educação
Patrimônio
Cultural
Difusão
Cultural
Outras
despesas
na função
Cultura
Infra-estrutura
Urbana
Serviços
Urbanos
Transportes
Coletivos
Urbanos
Outras
despesas na
função
Urbanismo
Promoção
Comercial
Comercialização
Comércio
Exterior
Serviços
Financeiros
Turismo
Outras despesas
na função
Comércio e
Serviços
Preservação
Ambiental
Controle
Ambiental
Recuperação
de Áreas
Degradadas
Recursos
Hídricos
Meteorologia
Outras
despesas na
função Gestão
Ambiental
Fonte: FINBRA – STN – MF
76
ANEXO D – Número de Homicídios na População Total – Cidades-Sede - 2006
Capitais 2006
Belo Horizonte
1.168
Brasília
769
Cuiabá
216
Curitiba
874
Fortaleza
847
Manaus
543
Natal
161
Porto Alegre
511
Recife
1.375
Rio de Janeiro
2.273
Salvador
1.176
São Paulo
2.546
Fonte: Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros – RITLA, 2008
77
ANEXO E – Quartos de Hotéis – Cidades-Sede - 2008
Capitais 2008
Belo Horizonte
9.000
Brasília
11.000
Cuiabá
3.500
Curitiba
9.000
Fortaleza
13.387
Manaus
8.307
Natal
13.100
Porto Alegre
14.000
Recife
12.500
Rio de Janeiro
27.000
Salvador
26.000
São Paulo
40.000
Fonte: COPA 2014 - Ações nas Cidades-Sede
78
ANEXO F - Aeroporto – Capacidade Anual (milhões de passageiros) - 2008
Capitais 2008
Belo Horizonte
5.000.000
Brasília
7.400.000
Cuiabá
580.000
Curitiba
3.500.000
Fortaleza
3.000.000
Manaus
1.800.000
Natal
1.500.000
Porto Alegre
6.100.000
Recife
5.000.000
Rio de Janeiro
15.000.000
Salvador
6.000.000
São Paulo
16.500.000
Fonte: COPA 2014 - Ações nas Cidades-Sede
79
ANEXO G – Sobrecarga de Passageiros (milhões por ano) - 2008
Capitais 2008
Belo Horizonte
189.500
Brasília
3.000.000
Cuiabá
900.000
Curitiba
800.000
Fortaleza
450.000
Manaus
221.600
Natal
143.300
Porto Alegre
0
Recife
0
Rio de Janeiro
0
Salvador
42.300
São Paulo
4.000.000
Fonte: COPA 2014 - Ações nas Cidades-Sede
80
ANEXO H – Taxa de Acesso aos Serviços Públicos (%) – Cidades-Sede - 2007
Capitais
Taxa de Acesso
à Rede de
Esgoto
Taxa de
Acesso à Água
Canalizada
Taxa de
Acesso ao lixo
coletado
Taxa de
Acesso à
Eletricidade
Belo Horizonte
97,05 99,20 99,95 99,93
Brasília
80,17 92,50 98,53 99,46
Cuiabá
41,21 92,97 96,05 98,16
Curitiba
79,37 98,96 99,80 99,91
Fortaleza
54,62 92,72 99,04 99,75
Manaus
34,98 71,52 97,36 98,22
Natal
21,26 98,18 99,49 100,00
Porto Alegre
85,50 98,49 99,86 99,86
Recife
47,12 91,29 99,01 99,54
Rio de Janeiro
83,73 98,59 99,61 99,92
Salvador
87,77 98,03 98,60 99,85
São Paulo
88,52 98,13 98,73 98,98
Fonte: CPS & FGV/IBRE, 2009 (microdados da PNAD 2007)
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