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DOUGLAS WILLIAN NOGUEIRA
SELEÇÃO ASSISTIDA POR MARCADORES
MOLECULARES E CAPACIDADE
COMBINATÓRIA DE LINHAGENS DE
PIMENTÃO COM RESISTÊNCIA MÚLTIPLA A
DOENÇAS
LAVRAS – MG
2010
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DOUGLAS WILLIAN NOGUEIRA
SELEÇÃO ASSISTIDA POR MARCADORES MOLECULARES E
CAPACIDADE COMBINATÓRIA DE LINHAGENS DE PIMENTÃO
COM RESISTÊNCIA MÚLTIPLA A DOENÇAS
Tese apresentada à Universidade Federal de
Lavras, como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Genética e
Melhoramento de Plantas, área de
concentração em Genética e Melhoramento
de Plantas, para a obtenção do título de
Doutor.
Orientador
Dr. Wilson Roberto Maluf
LAVRAS - MG
2010
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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca da UFLA
Nogueira, Douglas Willian.
Seleção assistida por marcadores moleculares e capacidade
combinatória de linhagens de pimentão com resistência múltipla a
doenças / Douglas Willian Nogueira. – Lavras : UFLA, 2010.
80 p. : il.
Tese (doutorado) – Universidade Federal de Lavras, 2010.
Orientador: Wilson Roberto Maluf.
Bibliografia.
1. Capsicum annuum. 2. Resistência genética. 3. Nematoide. 4.
PepYMV. 5. Phytophtora capsici. I. Universidade Federal de
Lavras. II. Título.
CDD – 635.64323
DOUGLAS WILLIAN NOGUEIRA
SELEÇÃO ASSISTIDA POR MARCADORES MOLECULARES E
CAPACIDADE COMBINATÓRIA DE LINHAGENS DE PIMENTÃO
COM RESISTÊNCIA MÚLTIPLA A DOENÇAS
Tese apresentada à Universidade Federal de
Lavras, como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Genética e
Melhoramento de Plantas, área de
concentração em Genética e Melhoramento
de Plantas, para a obtenção do título de
Doutor.
APROVADA em 13 de dezembro de 2010.
Dra. Antônia dos Reis Figueira UFLA
Dra. Luciane Vilela Resende UFLA
Dr. Rovilson José de souza UFLA
Dr. Sebastião Marcio Azevedo SAKATA
Dr. Wilson Roberto Maluf
Orientador
LAVRAS – MG
2010
Aos meus familiares,
em especial aos meus pais e meus irmãos,
pelo carinho e atenção durante toda minha vida.
E aos meus queridos amigos
DEDICO
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida e da sabedoria.
À Universidade Federal de Lavras (UFLA), em especial aos
Departamentos de Biologia, Fitopatologia e Fitotecnia.
Ao Prof. Wilson Roberto Maluf, pela confiança, orientação e amizade
durante toda a vida acadêmica.
À Prof. Antônia dos Reis Figueira e ao Prof. Luís Antônio Augusto
Gomes, pela amizade e orientação.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(FAPEMIG); ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq); à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES) e à empresa HortiAgro Sementes Ltda.
Aos técnicos Paulo Moretto e Vicente Licursi, pelo apoio e grande
amizade.
Aos funcionários da HortiAgro, pela grande ajuda.
Aos amigos da República Playboy, do laboratório de virologia, do
Núcleo de Estudo em Genética (GEN) e, em especial, aos amigos Ranoel,
Fernando, Régis, Álvaro, Gabriel, Romário, César Peruano, Godo, Davi, Irwin,
Leandro, Sílvia, Sindinara, Dani, Marcela e Aline.
Ao grande amigo e irmão Antônio, sua esposa Eliane e seu filho
Luiz, pela imensa amizade e confiança.
À querida Nair.
Aos bons e velhos amigos Ceará, Carla, Sidão, Fredão, Eliane, Renan,
Anderson, Gabriela, César Brasil, Júlio, Neide, Camila, Lúcia, Ni, Marcelo,
Velma, Edirlei, Ana Paula, Luciana e Rodrigo, pelos momentos de descontração.
Aos meus queridos Irmãos Danilo e Artur, aos meus avós, tios e tias.
Enfim, a todos que contribuíram de certa forma para esta conquista.
RESUMO
O pimentão é a terceira solanácea mais cultivada, ocupando uma área de
cerca de 13.000 hectares com produção de aproximadamente 350 mil toneladas.
A produção nacional concentra-se nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Nos
últimos anos, tem sido observado um aumento significativo na produção,
principalmente, após a utilização de cultivares híbridas e a intensificação do uso
de estufas. Não obstante esses dados, a ocorrência de doenças é um dos
principais problemas do cultivo do pimentão no Brasil, destacando-se a
requeima, as viroses e os nematoides. Os objetivos do presente trabalho foram :
(a) Avaliar genótipos de pimentão quanto à presença do marcador molecular tipo
CAPS, ligado ao alelo Pvr4, que confere resistência ao PepYMV e determinar a
utilidade deste marcador para a seleção assistida de plantas resistentes ao virus.
(b) Inferir sobre a capacidade combinatória de linhagens de pimentão. (c)
Desenvolver híbridos de pimentão com resistência múltipla a doenças. Os
trabalhos foram realizados em casa de vegetação na área experimental da
empresa HortiAgro Sementes Ltda e no laboratório de Virologia Molecular
(LVM) do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Lavras.
Para a avaliação com marcador tipo CAPS e para a presença do alelo Pvr4,
foram utilizadas plantas individuais dos seguintes genótipos de pimentão:
Magali-R, Konan-R, Myr-29, Ikeda, PIM-025, Criollo de Morellos (CM-334-
UFV e CM-334-INRA), PIM-004, populações F
1
RC
1
(PIX-051, PIX-052 e PIX-
053) e populações F
2
(PIX-044 e PIX-045). A avaliação dos genótipos com o
marcador detectou que a resistência ao PepYMV nos genótipos CM-334-INRA,
Myr-29, PIX-044 e PIX- 053 está associada à banda de 444pb ligada ao alelo de
resistência Pvr4. Nestes casos, os materiais resistentes homozigotos
(Pvr4/Pvr4) mostraram uma banda de 444 pb; os suscetíveis (Pvr4
+
/Pvr4
+
),
uma banda de 458 pb e os resistentes heterozigotos (Pvr4
+
/Pvr4) mostraram as 2
bandas. Contudo, em CM-334-UFV, Magali-R, Martha-R, PIX-045, PIX-051 e
PIX-052, a resistência ao PepYMV não esteve associada ao marcador CAPS,
indicando que nestes materiais o alelo Pvr4 ou não está ligado em associação à
banda de 444 pb, ou ainda que sua resistência é controlada por um outro gene.
Para estudar a capacidade combinatória, foram avaliados 30 híbridos
experimentais, 24 obtidos a partir do cruzamento de dois grupos de genitores
(grupo I: Carolina Wonder, Charleston Belle, PIM-013, PIX-044B-01-01, PIX-
044B-13-01, PIX-045B-27-02, PIX-045B-32-03 e PIX-052B-06-01; grupo II:
Linha-004, MYR-29-03-02 e MYR-29-10-08) e seis obtidos a partir do
cruzamento entre algumas linhagens do grupo I. Seis genótipos comerciais
foram utilizados como testemunhas (Magnata Super, Konan R, Mallorca, Martha
R, Stephany e Magali R). Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados
com três repetições. Avaliaram-se os seguintes caracteres: produção total de
frutos, massa média de fruto total, produção precoce de frutos, espessura do
pericarpo, profundidade de inserção do pedúnculo floral e relação comprimento/
diâmetro. Quanto à capacidade geral de combinação, destacaram-se as linhagens
Carolina Wonder, Charleston Belle, PIM-013 e MYR-29-03-02. Entre os
híbridos experimentais, destacaram os híbridos 1x2’ =F
1
(Carolina Wonder x
MYR-29-03-02), 2x2'=F
1
(Charleston Belle x MYR-29-03-02), 4x1=F
1
(PIX-
044B-01-01 x Carolina Wonder) e 4x2=F
1
(PIX-044B-01-01 x Charleston Belle),
com desempenho médio superior ou equivalente ao das testemunhas e que
aliam resistência ltipla a doeas.
Palavras-chave: Nematoide. Potyvirus. Phytophthora capsici. Resistência
genética. Capsicum annuum. Híbridos. Pvr4.
ABSTRACT
Sweet peppers in Brazil are the third most cultivated solanaceous crop.
They are grown in over 13000 ha, and yearly production amounts to ca. 350
thousand metric tonnes, with the states of São Paulo and Minas Gerais as major
producers. There has been a significant increase in yields in the past two
decades due in great part to the widespread use of hybrid cultivars and/or
protected cultivation. Diseases, with emphasis on blight, viruses and nematodes
are considered major problems of the crop. The present work had the following
objectives: (a) to screen sweet pepper genotypes for the present of the CAPS
molecular marker associated with the Pvr-4 allele that controls resistance to the
PepYMV potyvirus; (b) to assess combining ability of selected pepper lines; (c)
to develop sweet pepper hybrids with multiple disease resistances. Trials were
carried out in plastic houses at the Hortiagro Sementes experiment station, Ijaci-
MG, and at the Plant Virology Laboratory/ Department of Plant Pathology/
Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG, Brazil. The presence of the CAPS
marker associated with Pvr-4 was assessed in individual plants of the genotypes:
Magali-R, Konan-R, Myr-29, Ikeda, PIM-025, Criollo de Morellos (CM-334-
UFV and CM-334-INRA), PIM-004, first-backcross populations PIX-051, PIX-
052 e PIX-053) and F
2
populations (PIX-044 e PIX-045). PepYMV in genotypes
CM-334-INRA, Myr-29, PIX-044 and PIX-053 was found possess the 444bp
expected to be associated with the Pvr-4 allele: homozygous resistant genotypes
(Pvr4/Pvr4) showed a single 444bp band, whereas susceptible genotypes
(Pvr4
+
/Pvr4
+
) showed a single 458bp band, and heterozygous resistant
(Pvr4
+
/Pvr4) genotypes showed both the 444bp and the 458bp bands. In
contrast, PepYMV resistance in CM-334-UFV, Magali-R, Martha-R, PIX-045,
PIX-051 and PIX-052 was not associated with the CAPS marker, indicating that
in these genotypes either the Pvr-4 is not linked to the 444 bp CAPS band, or the
resistance is under control of a different gene locus. In order to assess combining
ability of sweet pepper lines, 30 experimental hybrids were tested: 24 hybrids
comprised a partial diallel among two groups of parental lines (group I: Carolina
Wonder, Charleston Belle, PIM-013, PIX-044B-01-01, PIX-044B-13-01, PIX-
045B-27-02, PIX-045B-32-03 and PIX-052B-06-01; group 2: Linha-004, MYR-
29-03-02 and MYR-29-10-08), and 6 hybrids obtained from crosses among lines
of group I. Six commercial hybrids (Magnata Super, Konan R, Mallorca, Martha
R, Stephany and Magali R) were used as check treatments. The genotypes were
tested in a randomized complete block design with two replications, and the
following traits were assessed: total fruit yield, mean fruit mass, early yield,
pericarp thickness, depth of peduncle insertion, and fruit length/diameter ratio.
Lines Carolina Wonder, Charleston Belle, PIM-013 e MYR-29-03-02 were
found to have good general combining ability. Hybrids 1x2’ =F
1
(Carolina
Wonder x MYR-29-03-02), 2x2'=F
1
(Charleston Belle x MYR-29-03-02),
4x1=F
1
(PIX-044B-01-01 x Carolina Wonder) and 4x2=F
1
(PIX-044B-01-01 x
Charleston Belle) had performances equivalent to or superior to the check
treatments, and had multiple disease resistances.
Keywords: Nematode. Potyvirus. Phytophthora capsici. Genetic resistance.
Capsicum annuum. Hybrids. Pvr-4
SUMÁRIO
PRIMEIRA PARTE ..................................................................... 11
1 INTRODUÇÃO ............................................................................ 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................... 14
2.1 Origem e importância econômica do pimentão ............................. 14
2.2 O melhoramento do pimentão no Brasil ....................................... 15
2.3 Heterose e híbridos de pimentão ................................................... 17
2.4 Principais doenças do pimentão .................................................... 19
2.4.1 PepYMV ....................................................................................... 20
2.4.2 Phytophthora capsici Leonian ........................................................ 22
2.4.3 Nematoides (Meloidogyne spp) ...................................................... 24
3 CONSIDERAÇÕES GERAIS ....................................................... 27
REFERÊNCIAS ........................................................................... 28
SEGUNDA PARTE - ARTIGOS .................................................. 34
ARTIGO 1 Seleção assistida por marcador molecular para
resistência a Potyvirus em pimentão ............................................. 34
ARTIGO 2 Capacidade combinatória de linhagens de pimentão
com resistência múltipla a doencas ............................................... 55
11
PRIMEIRA PARTE
1 INTRODUÇÃO
O pimentão está entre as principais hortaliças cultivadas no Brasil
(RUFINO; PENTEADO, 2006), sendo a terceira solanácea mais cultivada,
superada apenas pelo tomate e pela batata. A área cultivada com pimentão
anualmente no país é cerca de 13.000 hectares, com produção de
aproximadamente 350 mil toneladas (LOPES; ÁVILA, 2003). A cultura existe
em todos os estados, concentrando-se nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
No ano de 2009, o estado de São Paulo, produziu 82.256,03 toneladas e a área
cultivada foi de 2.123,03 hectares, alcançando uma produtividade média de
38,75 toneladas por hectare (INSTITUTO DE ECOMOMIA AGRÍCOLA,
2010).
Nos últimos anos, tem sido observado um aumento significativo na
produção, principalmente após a utilização de cultivares híbridas e a
intensificação do uso de estufas. As vantagens da utilização dos híbridos estão
fundamentadas na combinação de caracteres, normalmente encontrados em
genitores separados, em um único genótipo. Pode-se associar, por exemplo,
genes de resistência a doenças com a heterose para caracteres importantes como
produtividade e qualidade final do produto (NASCIMENTO, 2005; BLAT;
BRAZ; ARRUDA, 2007).
Um dos principais problemas do cultivo do pimentão no Brasil é a
ocorncia de doenças, destacando-se a requeima (causada por Phytophthora
capsici Leonian), as viroses (em especial, o mosaico amarelo, causado pelo
potyvirus PepYMV, Pepper yellow mosaic virus) e os nematoides
(especialmente os causadores de galhas nas raízes, Meloidogyne spp.).
12
A espécie PepYMV (Pepper yellow mosaic virus) é o agente causal da
principal doença virótica de pimentão no Brasil (INOUE-NAGATA et al., 2001;
ECHER; COSTA, 2002; EMPRESA BRASILEIRA EM AGROPECUÁRIA -
EMBRAPA, 2010a). A resistência a potyvirus no pimentão pode ser controlada
por um de pelo menos sete locos gênicos da série pvr (CARANTA et al., 1999;
GRUBE et al., 2000a; PARRELA et al., 2002). Os alelos dominantes Pvr4 e Pvr7
conferem resistência a todos os patótipos das espécies conhecidas e testadas
(CARANTA et al., 1999; ARNEDO-ANDRÉS et al., 2002). Marcadores
moleculares ligados a diferentes alelos de resistência a potyvirus no gênero
Capsicum spp foram desenvolvidos nos últimos anos (PARRELA et al., 2002).
Os locos dos alelos Pvr7 e Pvr4 foram ambos mapeados no cromossomo 10 do
pimentão, estando esse último associado a um marcador molecular tipo CAPS
codominante (CARANTA et al., 1999).
A murcha ou requeima do pimentão, causada pelo fungo Phytophthora
capsici Leonian, é uma das doenças fúngicas mais destrutivas desta cultura em
todo o mundo (ECHER, 2001). O patógeno pode infectar todos os órgãos da
planta, causando podridão da raiz e do colo, lesões negras no caule, lesões
circulares amarronzadas em folhas, podridão de frutos e morte da planta.
Outro problema na cultura é a presença de nematoides, especialmente os
do gênero Meloidogyne, causadores de galhas nas raízes, os quais podem causar
elevadas perdas em hortaliças. A espécie M. incognita provoca maiores danos no
pimentão (LOPES; ÁVILA, 2003). O processo curativo inclui o uso de produtos
químicos como os nematicidas que, além de elevarem os custos da produção,
trazem outros inconvenientes, como a poluição ambiental.
A resistência getica é uma forma eficiente, econômica e de menor
impacto ambiental no controle desses fitopatógenos (BENTO et al., 2009;
WOO et al., 2005; DJIAN-CAPORALINO et al., 1999). A presea de
variabilidade genética no gênero Capsicum tem permitido encontrar e introduzir
13
resistências a esses patógenos em cultivares e isto tem sido prioridade nos
programas de melhoramento de pimentão (ECHER; COSTA, 2002;
CANDOLE; CONNER, 2010; DJIAN- CAPORALINO et al., 1999). A
resistência genética a esses fitopatógenos é favorecida nas combinações híbridas,
pois de forma geral, os estudos mostram a presença de alelos dominantes, com
herança do tipo monogênica (ECHER; COSTA, 2002; MONROY-BARBOSA;
BOSLAND, 2008; THIES; ARISS, 2009).
Os objetivos do presente trabalho foram : (a) Avaliar genótipos de
pimentão comumente encontrados no Brasil quanto à presença do marcador
molecular tipo CAPS, ligado ao alelo Pvr4, que confere resistência ao
PepYMV(Pepper yellow mosaic virus) e determinar a utilidade deste marcador
para a seleção assistida de plantas resistentes ao vírus. (b) Inferir sobre a
capacidade combinatória de linhagens de pimentão potencialmente úteis na
obtenção de híbridos. (c) Desenvolver híbridos de pimentão com resistência
múltipla a doenças e identificar os que venham a ser competitivos com as
testemunhas comerciais.
14
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Origem e importância econômica do pimentão
O pimentão e as pimentas pertencem à família Solanaceae e ao gênero
Capsicum, que é originário das regiões tropicais e subtropicais da América.
Após o processo de domesticação, foram levados para as demais regiões do
mundo, principalmente a Europa. Em contraste com outras solanáceas, como o
tomate e a batata, cultivados exclusivamente como plantas ornamentais logo
após a sua respectiva introdução na Europa, enquanto as pimentas foram aceitas
de imediato e difundidas de maneira muito mais pida, por serem mais
pungentes do que a tão procurada pimenta-do-reino (Piper nigrum). A
pungência deve-se a uma substância existente na placenta dos frutos - a
capsaicina. A ausência de capsaicina diferencia os pimentões e pimentas doces
das pimentas ardidas.
Atualmente consumido por um quarto da população mundial
(MOREIRA et al., 2006), o gênero Capsicum possui cerca de 25 espécies, das
quais cinco são mais amplamente cultivadas: C. annuum, C. frutescens, C.
chinense, C. baccatum e C. pubescens. Todas as espécies são 2n = 2x = 24.
O Brasil destaca-se por possuir ampla diversidade, incluindo quatro
espécies domesticadas (EMBRAPA, 2010b). Capsicum annuum é a espécie mais
cultivada do gênero e a que apresenta a maior variabilidade, compreendendo os
pimentões, as pimentas doces para prica, as pimentas picantes, além de
variedades ornamentais.
Dentre as hortaliças cultivadas no Brasil, o pimentão está entre as
principais (RUFINO; PENTEADO, 2006), sendo a terceira solanácea mais
cultivada, superada apenas pelo tomate e pela batata. No Brasil, o pimentão é em
grande parte consumido verde, imaturo (90%). Em menor escala (10%), é
15
consumido também no estágio de frutos maduros (vermelhos ou amarelos,
dependendo da cultivar). A área cultivada com pimentão anualmente no país é
cerca de 13.000 hectares, com produção aproximada de 350 mil toneladas
(LOPES; ÁVILA, 2003). A cultura de pimentão existe em todos os estados, mas
concentra-se nos estados de São Paulo e Minas Gerais. No ano de 2009, o estado
de São Paulo produziu 82.256,03 toneladas e a área cultivada foi de 2.123,03
hectares, alcançando uma produtividade média de 38,75 toneladas por hectare
(INSTITUTO DE ECOMOMIA AGRÍCOLA, 2010)
Nos últimos anos, tem sido observado um aumento significativo na
produção, principalmente após utilização de cultivares híbridas e a intensificação
do uso de estufas. O mercado de sementes de pimentão no Brasil é estimado em
US$ 3 milhões/ano; dos quais, US$ 600 a 900 mil estão relacionados ao
segmento de pimentão cultivado em estufa. (BLAT; BRAZ; ARRUDA, 2007).
2.2 O melhoramento do pimentão no Brasil
O pimentão foi cultivado no Brasil em escala comercial provavelmente
na década de 20, pelo agricultor Carlos Junger, em Mogi das Cruzes, SP. As
primeiras cultivares plantadas foram pimentões com frutos de formato cônico e
eram supostamente de origem espanhola (SILVA, 2002). Estes tipos foram
cultivados ali intensamente entre os anos de 1920 e 1950, de onde se espalharam
para outras regiões de São Paulo e para a Baixada Fluminense.
Os produtores provavelmente fizeram seleções nessas populações
iniciais, das quais originaram-se as cultivares de polinização aberta como
Moura, Avelar, Casca Dura, Ikeda, entre outras, que predominaram em plantios
comerciais de pimentão no país. Produtores do Centro Sul que cultivavam
pimentão __ especialmente o Califórnia Wonder, de frutos quadrados __
16
sofriam com uma virose denominada "mosaico do pimentão" (na verdade,
estirpes de potyvirus).
O primeiro programa de melhoramento de pimentão foi implantado no
início da década de 60, sob coordenação do pesquisador Hiroshi Nagai, no IAC
e visava localizar fontes de resistência a potyvirus (Potato vírus Y), o agente
causal da principal doença da época (ECHER; COSTA, 2002), combinar
resistência a potyvirus, em cultivar de características desejáveis, e prevenir a
"quebra" da resistência, através da caracterização de estirpes do patógeno e de
genótipos que conferissem resistência. Foram identificadas várias fontes de
resistência a estirpes de vírus em cultivares locais como Casca Dura, Ikeda,
Avelar e Moura (todas de frutos cônicos). Essas cultivares substituiram em
pouco tempo todas as de frutos quadrados.
Através de cruzamentos, seguidos de seleções para resistência a estirpes
de PVY, H. Nagai lançou a série Agronômico, da qual a cultivar Agronômico 10
G passou a ser, durante muitos anos (até meados da década de 80), a principal
cultivar no Sul do país. Nessa mesma década, foram registrados em plantações
comerciais nos estados de Minas Gerais e São Paulo, surtos de uma nova estirpe
de potyvirus infectando as cultivares de pimentão Agronômico 10G, Magda,
Margareth, Ikeda e Magnata (ECHER; COSTA, 2002). Essa nova estirpe capaz
de vencer as fontes de resistência até então utilizadas, foi primeiramente
denominada de PVY
M
e é hoje considerada como uma nova espécie, conhecida
como Pepper yellow mosaic virus (PepYMV) (INOUE-NAGATA et al., 2001).
Desde então, o mosaico amarelo passou a predominar nos principais pólos de
produção, ocasionando elevadas perdas econômicas em cultivares suscetíveis.
As primeiras cultivaresbridas utilizadas pelos produtores foram
desenvolvidas em países de clima temperado, adaptando-se às condições
brasileiras apenas para o cultivo em estufas, a única situação em que
superavam as cultivares de polinização livre (LORENTZ et al. 2005).
17
Somente nos anos 90 é que surgiram os primeiros híbridos comerciais de
pimentão, desenvolvidos em condições brasileiras, com a introdução e fixação
de novos padrões heteróticos, principalmente de origem europeia, nos programas
de melhoramento genético das empresas privadas, e posteriormente também
resistentes a doenças, como as viroses causadas por potyvirus.
Atualmente, em sua maioria, os programas de melhoramento m se
dedicado à obtenção de híbridos que aliem, além de produtividade, qualidade
de frutos e resistência ltipla as doeas.
2.3 Heterose e híbridos de pimentão
Heterose __ também denominada vigor híbrido __ é o termo usado para
descrever a ocorrência de um aumento no valor de um caráter quantitativo em
híbridos de animais ou de plantas. A heterose se manifesta quando o caráter
avaliado no híbrido é maior (heterose positiva) ou menor (heterose negativa) do
que a média dos genitores. Na prática, é mais comum o cálculo da heterose em
relação ao genitor superior (heterobeltiose) ou a uma cultivar de importância
econômica (heterose-padrão).
Em geral, o termo heterose tem sido utilizado para denotar o aumento no
tamanho, vigor, crescimento e rendimento observados em certas combinações
híbridas, em função da presença de alelos com efeitos não-aditivos (dominância
e/ou epistasia). Embora muito explorada entre as espécies alógamas,
ultimamente a heterose tem se mostrado importante também entre as espécies
autógamas (HOLLAND, 2001).
Em hortaliças, tem sido possível explorar a heterose em espécies
alógamas (melão, abóbora, pepino, couve-flor, repolho e cebola), assim como
em autógamas (tomate, pimentão e berinjela) (MALUF, 2001). Em Capsicum
annuum, Ikuta & Venkovsky (1970) verificaram a presença de heterose positiva
18
em pimentão, sendo, portanto, possível produzir híbridos mais produtivos do que
cultivares de polinização aberta.
Alguns autores consideram que o trabalho pioneiro no Brasil que
documenta o melhor desempenho dos híbridos frente às cultivares de
polinização aberta no pimentão foi apresentado por Miranda (1987). Neste
trabalho, ficou comprovada a existência de heterose passível de exploração
econômica em combinões bridas nas condões brasileiras. Mais tarde,
outros autores utilizando padrões heteticos distintos corroboraram esses
resultados (SILVA, 2002; GOMIDE et al., 2003; NASCIMENTO, 2005;
BLAT; BRAZ; ARRUDA, 2007).
Nos anos 1990, começaram a ser produzidos em maior escala os
primeiros híbridos comerciais de pimentão desenvolvidos em condições
brasileiras. A utilizão de híbridos de pimentão no país cresceu
enormemente nos últimos 15 anos, devido à percepção de suas vantagens
(heterose, maior resisncia a doenças) por parte dos produtores.
Para obtenção de híbridos, torna-se necessária a obtenção prévia de
linhagens homozigotas especificamente para esse fim, as quais serão avaliadas
quanto ao desempenho per se e testadas nas diferentes combinações híbridas
para os caracteres desejáveis. Além disso, a utilização de híbridos permite
associar resistências às doenças presentes nos diferentes genitores,
principalmente aquelas controladas por alelos dominantes.
No caso do pimentão, os trabalhos têm demonstrado uma grande
influência dos efeitos gênicos não-aditivos no controle dos caracteres de
interesse, principalmente naqueles relacionados à produção (NASCIMENTO,
2002; SILVA, 2002; NASCIMENTO, 2005). Diante desses resultados, fica
impossível prever o comportamento de uma linhagem quando em combinação
híbrida.
19
O uso da variabilidade genética existente tem permitido a seleção e
obtenção de cultivares bridas com melhor adaptação às condições de cultivo.
Por essas e outras vantagens, o melhoramento de pimentão no Brasil tem sido
conduzido pela maior necessidade de desenvolvimento de cultivares híbridas,
sobretudo com resistências múltiplas a doenças e com características
agronômicas desejáveis. Assim, a exemplo do que ocorreu em outros países, o
uso de cultivares híbridas de pimentão passou a ser uma realidade entre os
produtores brasileiros, tanto que passaram a dominar o segmento de mercado de
sementes no país.
Para atenderem as exigências atuais de mercado “in natura” de
pimentão no Brasil, as cultivares híbridas devem aliar maior produção
(rendimento e qualidade), de preferência com frutos tetraloculares (nova
tendência do mercado), com maior comprimento e largura, polpa espessa,
coloração verde intensa e progressiva (sem estrias), e resistência às
principais doeas.
2.4 Principais doenças do pimentão
Apesar de nos últimos anos ter havido um aumento na produção de
pimentão devido aos avanços na melhoria dos sistemas produtivos da cultura,
problemas fitossanitários têm sido os principais entraves ao seu aumento mais
expressivo. Entre os problemas fitossanitários, observam-se infestações por
vírus, bactérias, nematoides, fungos e pragas. Os problemas fitossanitários
assumem diferentes graus de importância, dependendo do estádio fenológico em
que a planta foi infectada, do genótipo utilizado, época de plantio e nível de
infestação.
Entre os fitopatógenos destacam-se o potyvirus PepYMV (Pepper
yellow mosaic virus), causador da doença conhecida como mosaico amarelo do
20
pimentão, o fungo Phytophthora capsici Leonian, causador da murcha, também
conhecida como requeima ou podridão da raiz e os nematoides, especialmente
os causadores de galhas nas raízes (Meloidogyne spp.).
2.4.1 PepYMV (Pepper yellow mosaic virus)
Os esforços no manejo de doenças viróticas têm sido direcionados para a
eliminação de vetores e erradicação de plantas hospedeiras que constituem fonte
de inóculos. Tais medidas muitas das vezes são provisórias, onerosas e pouco
eficientes. No Brasil, os estudos de viroses em pimentão o quase todos
relacionados ao gênero Potyvirus, o maior e mais importante gênero de fitovirus,
que pode causar perdas econômicas significativas também em outras espécies da
família solanáceas, como a batata e o tomate (EMBRAPA, 2010a). Os sintomas
ocasionados por potyvirus variam com a espécie de vírus, com a estirpe, com o
genótipo do hospedeiro e com as condições ambientais, variando desde infecção
latente seguida ou não por deformação foliar, até necrose pronunciada das folhas
e do caule, que pode culminar com a morte da planta (MURPHY, 2002).
Na década de 1980, uma nova estirpe de vírus primeiramente
denominada PVY
M
(NAGAI, 1983) foi identificada em plantações comerciais de
pimentão em o Paulo e Minas Gerais, infectando as cultivares então
resistentes Agronômico 10G, Magda, Margareth e Ikeda (ECHER; COSTA,
2002). A partir de plantas infectadas da cultivar Magda, coletadas em lavouras
dessa região, Inoue-Nagata et al. (2001) verificaram que se tratava de uma nova
espécie de Potyvirus. A clonagem e análise da sequência da capa protéica do
novo vírus revelaram uma proteína de 278 aminoácidos com identidade de
77,4% com a capa proteíca do Pepper severe mosaic virus, a espécie mais
próxima do gênero. Em função desses resultados, os autores propuseram um
novo nome para o vírus __ “Pepper yellow mosaic vírus” (PepYMV).
21
A espécie PepYMV __ causadora da principal doença virótica de
pimentão no Brasil (INOUE-NAGATA et al., 2001; ECHER; COSTA, 2002;
EMBRAPA, 2010a) __ é de ocorrência natural nas regiões produtoras,
provocando a doença conhecida vulgarmente como mosaico amarelo do
pimentão. No Espírito Santo, essa espécie também foi relatada, infectando
plantas de tomates em plantios comerciais (MACIEL-ZAMBOLIM et al., 2004).
Os potyvirus podem ser transmitidos por meio da inoculação mecânica
e por muitas espécies de insetos vetores, entre eles os afídeos. No caso de
estirpes comuns de PVY e PepYMV, o pulgão Mizus persicae Sulz tem sido
considerado um dos mais importantes (DUSI, 2001; MORAIS, 2003).
A existência de variabilidade genética no gênero Capsicum tem
permitido controlar com eficiência, via resistência genética, as doeas viróticas
causadas pelo complexo potyvirus. Fontes de resistência têm se mostrado
eficientes e duradouras em condições de inoculação artificial e em nível de
campo (CARANTA et al., 1999; ECHER; COSTA, 2002).
A resistência a potyvirus no pimentão pode ser controlada por um de
pelo menos sete locos gênicos da série pvr, os quais os autores denominaram:
pvr1; pvr2; pvr3; Pvr4; pvr5; pvr6 e Pvr7 (CARANTA et al., 1999; GRUBE et
al., 2000a; PARRELA et al., 2002). Em sua maioria, esses alelos são resistentes a
duas ou mais espécies de potyvirus. Nos testes experimentais com materiais
resistentes, tem-se observado que o alelo de resistência atua bloqueando a
multiplicação do vírus, levando ao aparecimento de necroses sistêmicas nas
regiões onde se encontram as partículas virais (NAGAI, 1993). Os alelos
dominantes Pvr4 e Pvr7 conferem resistência a todos os patótipos das espécies
conhecidas e testadas (CARANTA et al., 1999; ARNEDO-ANDRÉS et al.,
2002). Os locos dos alelos Pvr4 e Pvr7 foram ambos mapeados no cromossomo
10 do pimentão. Entretanto, Pvr4 é originado de C. annuum, acesso CM-334
22
(Criollo de Morelos-334) e Pvr7 de C. chinense, acesso ‘PI 159236’(GRUBE et
al., 2000b).
No Brasil, várias fontes de resistência de amplo espectro à estirpe
comum de PVY e a PepYMV têm sido identificadas, entre elas as resistências
encontradas no acesso CM-334, em algumas linhagens e híbridos comerciais.
nas cultivares de polinização aberta Myr-29 e Myr-10. No entanto, não se sabe
ao certo a natureza da resistência encontrada nesses materiais, ou seja, se é
conferida por um único loco ou por mais de um loco da série pvr (CARANTA et
al., 1999; VALLE, 2001; ECHER; COSTA, 2002).
Marcadores moleculares ligados a diferentes alelos de resistência a
potyvirus no gênero Capsicum spp foram desenvolvidos nos últimos anos. Com
exceção do alelo pvr3, todos os demais alelos da série pvr estão associados a um
ou mais marcadores moleculares (PARRELA et al., 2002). O uso de marcadores
moleculares proximamente ligados aos alelos de resistência e atualmente
disponíveis passa a ser uma importante ferramenta para verificar e selecionar
esses alelos em diferentes genótipos num programas de melhoramento.
2.4.2 Phytophthora capsici Leonian
A murcha do pimentão __ ou podridão da raiz causada por
Phytophthora capsici Leonian __ é uma das doenças fúngicas mais destrutivas
desta cultura em todo o mundo (HAUSBECK; LAMOUR, 2004; THABUIS et
al., 2003). O fungo pode também causar doença em espécies de outros quarenta
gêneros de plantas (LUZ et al., 2003). O patógeno pode infectar todos os órgãos
da planta, causando podridão da raiz e do colo, lesões negras no caule, lesões
circulares amarronzadas em folhas e podridão de frutos. Frutos podem ser
comumente encontrados cobertos com esporângios do patógeno. Em razão dos
23
sintomas na parte aérea, a doença é também conhecida como requeima do
pimentão (KUROZAWA; PAVAN, 1997).
A doença inicia-se no campo por meio da infecção das raízes pelo
inóculo primário presente no solo, progredindo para a infecção do coleto, cujos
sintomas se caracterizam pela podridão de raízes, murcha repentina, necrose de
coloração marrom-escura na altura do colo e posterior morte das plantas
(KUROZAWA; PAVAN, 1997). No campo, a doença é devastadora, mas pode
provocar prejuízos também no armazenamento.
Práticas que reduzam o acúmulo de água no solo normalmente têm
contribuído para o controle de P. capsici. No entanto, essa prática associada ao
uso de fungicidas o tem sido suficiente para o controle do patógeno. Como a
umidade do solo é muito difícil de ser controlada, principalmente em cultivos a
céu aberto e, considerando os problemas associados ao uso dos fungicidas,
normalmente sistêmicos, a utilização de genótipos com diferentes níveis de
resistência tem sido uma importante alternativa para o controle de P. capsici.
A busca por fontes de resistência a P. capsici iniciou-se na década de
1960, com os trabalhos de Kimble e Grogan (1960). A partir daí, imeros
trabalhos têm sido desenvolvidos na tentativa de encontrar fontes de resistência
duradoura (MATSUOKA, 1984; KUROZAWA; PAVAN, 1997). Apesar de
avanços obtidos em relação ao controle genético desse patógeno, bridos
plantados no país ainda são em grande parte suscetíveis. Alguns híbridos foram
lançados no mercado com certo grau de resistência, porém nem sempre
apresentaram uma boa aceitação por parte dos produtores (ECHER, 2001).
Várias fontes de resistência genética para controle da doença m sido
testadas. Os acessos mexicanos de Capsicum annuum, Criollo de Morelos (CM)
331 e 334 têm consistentemente apresentado o maior nível e a fonte de
resistência mais promissora dentre os germoplasmas comumente utilizados
como resistentes a P. capsici (THABUIS et al., 2003; ORTEGA; PALAZON-
24
ESPANOL; CUARTERO-ZUECO, 1991). Em relação aos estudos de herança, é
comum encontrar na literatura discordância sobre o número e independência dos
genes que controlam a resistência a P. capsici. Resistência do tipo completa __
conferida por alelos de poucos genes, alguns de natureza dominante sob efeito
de modificadores __ tem sido relatada no acesso Criollo Morellos 334
(ORTEGA; PALAZON-ESPANOL; CUARTERO-ZUECO, 1991; KOBORI et
al., 2000; SY et al., 2005; WANG; BOSLAND, 2006). Linhagens provenientes
de cruzamentos com CM-334 constituem importantes fontes de resistência
genética a P. capsici para serem exploradas em combinações híbridas.
2.4.3 Nematoides (Meloidogyne spp)
O pimentão é tido como a espécie que melhor se adaptou ao sistema
produtivo sob cobertura plástica no Brasil, o que tem contribuído para
regularizar a oferta do produto ao longo do ano (OLIVEIRA, 2007). Porém,
como geralmente acontece em ambiente protegido, ou quando se faz rotação
com outra cultura suscetível, o cultivo repetido na mesma área pode elevar o
nível de população de nematoides, especialmente os do gênero Meloidogyne,
causadores de galhas nas raízes e tornar o patógeno limitante à cultura. No
gênero Meloidogyne, existem mais de 69 espécies, entre as quais se destacam as
espécies M. javanica e M. incognita. Esta última provoca maiores danos ao
pimentão (LOPES; ÁVILA, 2003).
A doença causada pelo nematoide se manifesta, normalmente, em
reboleiras. As plantas afetadas apresentam sintomas que sugerem a deficiência
de água e de nutrientes, ou seja, desenvolvimento abaixo do normal,
amarelecimento das folhas e murcha. Estes sintomas se devem à formação de
galhas (engrossamentos) e apodrecimento das raízes (LOPES; ÁVILA, 2003).
25
O processo curativo inclui o uso de produtos químicos como os
nematicidas que, além de elevarem os custos da produção, trazem outros
inconvenientes, como a poluição ambiental. Medidas de caráter preventivo m
sido adotadas, como a rotação de cultura com plantas tóxicas aos nematoides,
pousio, aração profunda, solarização e até mesmo inundação da área. O uso de
material resistente seria, contudo, o método mais eficaz e menos oneroso.
Os primeiros trabalhos que tratam da resistência ao Meloidogyne em
Capsicum annuum L. datam da década de 1950. Hare (1957) descreveu o
primeiro gene de resistência ao nematoide, denominado N. Atualmente, este
gene está presente nas cultivares americanas ‘Charleston Belle’ e ‘Carolina
Wonder’ (FERY et al., 1998). O alelo N confere alta resistência a M. javanica,
M. incognita e M. arenaria raças 1 e 2 (THIES; FERY, 2000).
Os acessos de Capsicum annuum PM217, PM687 e PM702 (CM334)
que correspondem aos códigos de acesso do INRA (França), todos de frutos
pungentes, constituem importantes fontes de resistência a espécies de
Meloidogyne. Estudos revelaram a existência de três genes dominantes em
PM217(Me1, Me2 e Mech1), dois em PM687(Me3 e Me4) e em PM702 (Me7 e
Mech2). A cultivar ‘Yolo Wonder’ constitui outra fonte de resistência e possui
os genes Me5 e Me6, esse último identificado em populações francesas. O gene
Me1confere resistência a M. javanica, M. incognita e M. arenaria e o Me2 a M.
javanica e M.‘Seville’ (SOUZA-SOBRINHO et al., 2002; WANG; BOSLAND,
2006). O gene Me3 confere resistência a M. javanica, M. incognita e M.
arenaria, e o Me4 a M. arenaria (SOUZA-SOBRINHO et al., 2002; DJIAN-
CAPORALINO et al., 2001; WANG; BOSLAND, 2006). O Me5 confere
resistência a M. javanica (SOUZA-SOBRINHO et al., 2002; WANG;
BOSLAND, 2006). Me6 confere resistência a M. arenaria e M. javanica
(WANG; BOSLAND, 2006). Me7 confere resistência a M. incognita, M.
arenaria e M. javanica (PEGARD et al.,2005; WANG; BOSLAND, 2006). Os
26
genes Mech1 e Mech2 conferem resistência a M. chitwoodi (DJIAN-
CAPORALINO et al., 2007). Não se sabe se o gene N e alguns dos genes da
série Me são alélicos ou não, porém Thies e Ariss (2009) demonstraram que os
genes Me3 e N são distintos e independentes.
27
3 CONSIDERAÇÕES GERAIS
Apesar de nos últimos anos ter havido um aumento na produção de
pimentão devido a avanços na melhoria dos sistemas produtivos da cultura,
problemas fitossanitários têm sido os principais entraves a um aumento mais
expressivo. Entre os problemas fitossanitários, observam-se infestações por
vírus, fungos e nematoides, os quais são de difícil controle em função da alta
incidência e severidade em áreas tropicais e subtropicais
do mundo. O controle
desses fitopatógenos está associado a um conjunto de medidas preventivas
que, na maioria das vezes, não são eficientes. Um dos todos mais
promissores para o controle desses patógenos é o uso de cultivares resistentes. A
presença de variabilidade genética no gênero Capsicum tem permitido encontrar
e introduzir resistência a esses patógenos em cultivares e isto tem sido
prioridade nos programas de melhoramento de pimentão. A resistência
genética a esses fitopatógenos é favorecida nas combinações híbridas, pois de
forma geral, os estudos de herança mostram a presença de alelos dominantes,
com herança do tipo monogênica. O desenvolvimento de híbridos com
resistência a dois ou aos três patógenos considerados e que aliem boas
características agronômicas representará uma evolução no cultivo de pimentão,
principalmente os resistentes ao nematoide Meloidogyne incognita, patógeno em
relação ao qual inexistem, atualmente, no mercado brasileiro, cultivares
resistentes.
28
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34
SEGUNDA PARTE - ARTIGOS
SELEÇÃO ASSISTIDA POR MARCADOR MOLECULAR PARA
RESISTÊNCIA A POTYVIRUS EM PIMENTÃO
Artigos redigidos conforme norma da revista Pesquisa Agropecuária
Brasileira – PAB
35
Seleção assistida por marcador molecular para resistência a potyvirus em
pimentão
Douglas Willian Nogueira
(1)
, Wilson Roberto Maluf
(2)
, Danilo Gustavo
Nogueira
(1)
, Gabriel Mascarenhas Maciel
(2)
e Antônia dos Reis Figueira
(3)
(1)
Universidade Federal de Lavras (UFLA), Departamento de Biologia, Caixa
Postal 3.037, CEP 37.200-000. Lavras, MG. E-mail: [email protected],
asp.@yahoo.com.br
(2)
UFLA, Departamento de Agricultura. E-mail:
wrmaluf@dag.ufla.br, gabrielmascarenhasm[email protected].br
(3)
(UFLA),
Departamento de Fitopatologia. E-mail: antoni[email protected]
Resumo - O presente trabalho teve por objetivo avaliar genótipos de pimentão
resistentes a potyvirus, comumente encontrados no mercado brasileiro,
utilizando um marcador molecular codominante, tipo CAPS, ligado ao alelo
Pvr4, que confere resistência ao potyvirus PepYMV(Pepper yellow mosaic
virus). A resistência ao PepYMV nos genótipos CM-334-INRA, Myr-29 e em
materiais derivados do híbrido comercial Mônica-R foi detectada como
associada à banda de 444pb, ligada ao alelo de resistência Pvr4. Nestes casos,
os materiais resistentes homozigotos (Pvr4/Pvr4) mostraram uma banda de 444
pb; os suscetíveis (Pvr4
+
/Pvr4
+
), uma banda de 458 pb e os resistentes
heterozigotos (Pvr4
+
/Pvr4) mostraram as 2 bandas. Contudo, na linhagem
resistente CM-334-UFV, nos híbridos Magali-R, Martha-R e em populações
derivadas dessa linhagem e desses híbridos, a resistência ao PepYMV não esteve
associada ao marcador CAPS, indicando que nestes materiais o alelo Pvr4 ou
não está ligado em associação à banda de 444 pb, ou que sua resistência ao
PepYMV é controlada por um outro gene; mas não o Pvr4. O acesso CM-334-
UFV (Criollo de Morelos-334, obtido da UFV/Viçosa-MG) mostra-se distinto
do CM-334-INRA (Criollo de Morelos-334, proveniente do INRA/França), pois
embora ambos tivessem sido resistentes ao PepYMV, apenas no segundo a
associação da resistência com a banda de 444pb.
Termos para indexação: PepYMV, híbridos, Pvr4.
36
Marker-assisted selection for potyvirus resistance in sweet peppers
Abstract - The objective of this work was to assess potyvirus-resistant sweet
pepper genotypes commonly available in the Brazilian market for the presence
of a codominant molecular marker (CAPS) associated with the Pvr4 allele that
controls resistance to the PepYMV (Pepper Yellow Mosaic Virus) potyvirus.
PepYMV resistance in genotypes CM-334-INRA, Myr-29, and in genotypes
derived from the hybrid Monica-R, was found to be associated with the 444bp
band linked to the resistance allele Pvr4. Homozygous resistant plants
(Pvr4/Pvr4) showed a single band of 444bp, whereas susceptible plants
(Pvr4
+
/Pvr4
+
) showed a band of 458bp and heterozygous resistant plants
(Pvr4
+
/Pvr4) showed both bands. In contrast, in the resistant line CM-334-
UFV, in hybrids Magali-R and Martha-R, and in populations derived from them,
resistance to PepYMV was not associated to the CAPS marker, indicating that in
those cases either the Pvr-4 allele in not linked to the 444bp band, or PepYMV
resistance is under control of a different gene locus. The access CM-334-UFV
(Criollo de Morelos-334, obtained from the UFV/Viçosa-MG) proved to be
distinct from CM-334-INRA (Criollo de Morelos-334, obtained from
INRA/France): although both lines were resistant to PepYMV, only in the latter
case was there an association of resistance with the 444 bp band.
Index terms: PepYMV, hybrids, Pvr4
37
Introdução
Apesar dos avanços na melhoria dos sistemas produtivos da cultura do
pimentão, as doenças têm sido os principais entraves a um aumento mais
expressivo da produção. Entre as principais doenças da cultura, estão as
causadas por vírus dos gêneros Potyvirus, particularmente pela espécie
PepYMV(Pepper yellow mosaic virus), que tem sido prioridade nos programas
de melhoramento de pimentão no Brasil ( Echer & Costa, 2002; Maciel-
Zambolim et al., 2004). Atualmente, a espécie PepYMV é de ocorrência natural
nas principais regiões produtoras, provocando a doença conhecida vulgarmente
como mosaico amarelo do pimentão. No Espírito Santo, essa espécie foi relatada
também em plantios comerciais de tomateiro (Maciel-Zambolim et al., 2004). A
existência de variabilidade genética no gênero Capsicum tem permitido
controlar com eficiência, via resistência genética, as doenças viróticas causadas
pelo complexo potyvirus. Fontes de resistência têm se mostrado eficientes e
duradouras em condições de inoculação artificial e em nível de campo (Caranta
et al., 1999; Echer & Costa, 2002).
A resistência a potyvirus no pimentão pode ser controlada por um de
pelo menos sete locos gênicos da série pvr, os quais os autores denominaram:
pvr1; pvr2; pvr3; Pvr4; pvr5; pvr6 e Pvr7 (Caranta et al., 1999; Grube et al.,
2000a; Parrela et al., 2002). Em sua maioria, esses alelos são resistentes a duas ou
mais espécies de potyvirus. Os alelos dominantes Pvr4 e Pvr7 conferem
resistência a todos os patótipos das espécies conhecidas e testadas (Caranta et
al., 1999; Arnedo-Andrés et al., 2002). Os locos dos alelos Pvr4 e Pvr7 foram
ambos mapeados no cromossomo 10 do pimentão. Entretanto, Pvr4 é originado
de C. annuum, acesso CM-334 (Criollo de Morelos-334) e Pvr7 de C. chinense,
acesso ‘PI 159236’(Grube et al., 2000b).
38
No Brasil, as fontes de resistência de amplo espectro à estirpe comum de
PVY e a de PepYMV tem sido encontradas no acesso CM-334, em algumas
linhagens, em híbridos comerciais e nas cultivares de polinização aberta Myr-29
e Myr-10. Entretanto, não se sabe ao certo a natureza da resistência encontrada
nesses materiais, ou seja, se é conferida por um único loco ou por mais de um
loco da série pvr (Caranta et al., 1999; Valle, 2001; Echer & Costa, 2002).
Com exceção do alelo pvr3, todos os demais alelos da série pvr estão
associados a um ou mais marcadores moleculares, seja do tipo RFLP, ou obtidos
a partir de cDNA. O alelo Pvr4 __ para o qual inicialmente se usavam
marcadores do tipo AFLP (Caranta et al., 1999; Arnedo-Andrés et. al., 2002) __
teve tal marcador convertido em marcador PCR primer específico (Parrela et
al., 2002). Desenvolvido por Caranta et al. (1999), o marcador PCR primer
específico é um marcador do tipo CAPS codominante, obtido a partir do
cruzamento entre as cultivares Yolo Wonder (Suscetível) e CM-334
(Resistente), usando alise de bulk segregante associada a primers de AFLP.
Este marcador está a 2,1 ± 0,8 cM do alelo Pvr4 e gera bandas de 458 pb nos
genótipos suscetíveis e 444 pb para os resistentes, constituindo assim uma
importante ferramenta para identificação e seleção em diferentes genótipos.
Presumivelmente, genótipos portadores de Pvr4 deverão apresentar a banda
correspondente a este alelo de resistência descrito por Caranta et al. (1999), a
menos que a ligação entre o gene Pvr4 tenha sido quebrada via recombinação na
fonte original de resistência a potyvirus utilizada, ou em gerações posteriores.
Por outro lado, Grube et al. (2000b) descreveram em C. chinense um outro gene
de resistência a potyvirus __ o Pvr7, mapeado a cerca de 2 cM de Pvr4, mas
que, ao contrário deste último, não está aparentemente associado ao marcador
CAPS em questão.
Até o momento, não se sabe ao certo se as atuais cultivares híbridas
disponíveis e comercializadas pelas principais empresas no Brasil, bem como
39
linhagens elites e progênies do Programa de Melhoramento Genético de
Hortaliças da UFLA/HortiAgro Sementes Ltda __ todas resistentes a estirpes
comuns de PVY e PepYMV __ são portadoras ou não do alelo Pvr4 e de seu
marcador CAPS, descrito por Caranta et al. (1999), visto que existem outros
alelos, com modo de ação distinto, que podem também ser responsáveis pela
expressão da resistência a isolados de potyvirus do país.
O objetivo do presente trabalho foi avaliar genótipos de pimentão
comumente encontrados no Brasil, utilizando um marcador molecular tipo
CAPS (Caranta et al., 1999), ligado ao alelo Pvr4, que confere resistência ao
PepYMV(Pepper yellow mosaic virus) e determinar a utilidade deste marcador
para a seleção assistida de plantas resistentes ao vírus.
Material e métodos
As avaliações da resistência dos genótipos ao potyvirus (PepYMV)
foram realizadas em casa de vegetação na área experimental da empresa
HortiAgro Sementes Ltda, situada no município de Ijaci MG. Os trabalhos
com o marcador foram realizados no Laboratório de Virologia Molecular (LVM)
do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Lavras.
As inoculações com isolado do vírus e as avaliações de sintomas foram
feitas em plantas contidas em bandejas de isopor de 128 células (16 x 8), com
substrato comercial Plantimax
. Foi utilizado o delineamento inteiramente
casualizado, com 6 repetições e as parcelas foram constituídas de 8 plantas.
Para a avaliação com marcador tipo CAPS, foram utilizadas plantas
individuais dos seguintes genótipos de pimentão.
Genótipos comerciais resistentes a PepYMV.
Magali-R (Cultivar híbrida, Sakata Sudamerica); (procedência da
resistência ao PepYMV não revelada).
40
Konan-R (Cultivar híbrida, HortiAgro/ Agristar do Brasil); (híbrido
entre Myr-29 e uma linhagem suscetível a PepYMV).
Myr-29 (Cultivar de polinização aberta); procedência da resistência não
conhecida.
Genótipo comercial suscetível a PepYMV (Cultivar de polinização aberta).
Ikeda
Linhagem resistente a PepYMV (resistência obtida a partir do híbrido Magali-
R).
PIM-025
Acessos resistentes a PepYMV.
Criollo de Morellos CM-334-UFV (proveniente da Universidade
Federal de Viçosa, cedido pela empresa Sakata Sudamerica).
Criollo de Morellos CM-334-INRA (proveniente do Institut National de
La Recherche Agronomique, cedido por Carole Caranta).
Linhagem suscetível a PepYMV.
PIM-004
Populações (F
1
RC
1
) experimentais resistentes a PepYMV.
PIX-051 {=[(PIM-025 x PIM-013) x PIM-025]}= população F
1
RC
1,
onde o genitor recorrente é PIM-025 (linhagem resistente a PepYMV,
obtida a partir do híbrido Magali-R) e o genitor não recorrente é PIM-
013 (linhagem suscetível a PepYMV).
PIX-052 {=[(PIM-023 x PIM-013) x PIM-023]}= população F
1
RC
1,
onde o genitor recorrente é PIM-023 (linhagem resistente a PepYMV
obtida a partir do híbrido Magali-R) e o genitor não recorrente é PIM-
013 (linhagem suscetível a PepYMV).
PIX-053 {=[(Myr-29 x PIM-013) x Myr-29]}= população F
1
RC
1,
onde o
genitor recorrente é a cv. Myr-29 (resistente a PepYMV) e o genitor não
recorrente é PIM-013 (linhagem suscetível a PepYMV).
41
Populações (F
2
) experimentais segregantes para resistência a PepYMV.
PIX-044 (= população F
2
obtida a partir da autofecundação do híbrido
Mônica-R); (resistência proveniente de fonte não revelada).
PIX-045 (= população F
2
obtida a partir da autofecundação do híbrido
Martha-R); (resistência proveniente de fonte não revelada).
Famílias derivadas da autofecundação de plantas resistentes ao PepYMV
e portadoras do marcador CAPS, associado a esta resistência, foram testadas
posteriormente tanto para resistência, quanto para a presença do marcador.
Para as populações PIX-051, PIX-052 e PIX-053, esperam-se 100% de
plantas resistentes ao PepYMV (das quais 50% homozigotas e 50%
heterozigotas para o alelo de resistência). Para PIX-044 e PIX-045, espera-se
75% de plantas resistentes ao PepYMV (das quais 1/3 homozigotas e 2/3
heterozigotas para o alelo de resistência). Se o alelo de resistência presente for o
Pvr4, descrito por Caranta et al.(1999) como proveniente de Criollo de Morellos
CM-334-INRA, estas proporções esperadas também se aplicam ao marcador
CAPS, ligado ao alelo, como descrito pelos mesmos autores.
Os genótipos foram avaliados quanto à reação a PepYMV. Para isso, foi
utilizado um isolado de PepYMV, cedido pela empresa Sakata Sudamerica, da
região de Lins SP, oriundo de plantas de pimentão com sintoma sistêmico e
naturalmente infectadas, caracterizado sorologicamente como PepYMV. Para a
manutenção do isolado, plantas de fumo Turkish “TNN” e de pimentão da
cultivar Ikeda, previamente infectadas com PepYMV foram armazenadas em
dessecadores com sílica-gel e também em nitrogênio líquido, em ultra-freezer, a
-80ºC. Para a produção de inóculo, a multiplicação foi feita em plantas de fumo
cv. TNN, mantidas em estufas teladas e substituídas em intervalos não
superiores a dois meses.
Os genótipos de pimentão foram semeados em bandejas de isopor de
128 células. Foram semeadas em cada célula duas sementes e, após a
42
germinação e emergência, procedeu-se ao desbaste, deixando apenas uma
plântula por célula.
Para inoculação, folhas de fumo infectadas com PepYMV foram
maceradas em tampão fosfato 0,01 M, pH 7,0. Em seguida, as plantas de
pimentão a serem testadas foram aspergidas com carborundum (400 mesh) e,
posteriormente, a solução de extrato vegetal foi aplicada por fricção do polegar
sobre as folhas. Após a inoculação, as plantas foram irrigadas e mantidas em
estufas com cobertura plástica e laterais teladas. Foram realizadas duas
inoculações e, para evitar possíveis escapes: a primeira, quando as plantas
atingiram o estádio de primeira folha definitiva plenamente expandida e a
segunda sete dias após a primeira. As avaliações foram feitas semanalmente, do
15º ao 40º dia após a primeira inoculação, totalizando cinco avaliações, sendo
tomadas como avaliações definitivas aquelas realizadas no 40
o
dia. Para cada
planta, foram atribuídas notas, variando de 1 a 5, sendo: 1- Sem sintomas; 2-
Clareamento internerval; 3- Mosaico leve; 4- Mosaico bem desenvolvido, sem
deformação foliar; 5- Mosaico amarelo, bolhoso, com deformação foliar. Foram
consideradas resistentes as plantas que na avaliação do 40
o
dia tiveram nota
igual a 1,0.
Com base nos resultados da avaliação fenotípica, procedeu-se à extração
de DNA. Para as populações (F
2
) (PIX-044 e PIX-045), a extração foi realizada
somente nas plantas que foram resistentes com base na avaliação fenotípica.
Foram extraídos DNAs de uma amostra de cada população e, de posse
dos resultados, procedeu-se à extração de um número maior de plantas nas
populações portadoras do alelo Pvr4, objetivando a identificação de genótipos
homozigotos resistentes (Pvr4/Pvr4).
Para as extrações de DNA, foram coletados folíolos, que foram
colocados em envelopes plásticos devidamente identificados e acondicionados
em caixa de isopor, contendo gelo (procedimento utilizado para minimizar a
43
ocorrência de oxidação). A extração de DNA foi feita em microtubos de 1,5 ml,
a partir de 120 miligramas de tecido foliar, conforme sugerido por Ferreira &
Grattapaglia, (1998).
O marcador utilizado é um marcador do tipo CAPS (codominante),
desenvolvido por Caranta et al.(1999). As sequências dos primers foram CSO-F
(5’-CGAAGAGAGAAGGTC-3’) e CSO-R (5’-TCAGGGTAGGTTATT-3’). A
reação de PCR, a clivagem dos fragmentos amplificados e a eletroforese foram
realizadas conforme sugerido por Caranta et al., (1999).
Nos casos em que ligação entre o marcador e o alelo Pvr4, plantas
contendo o padrão de banda única de 458 pb correspondem aos genótipos
presumivelmente suscetíveis homozigóticos (Pvr4
+
/Pvr4
+
); plantas contendo o
padrão de banda única de 444 pb correspondem aos genótipos presumivelmente
homozigotos resistentes (Pvr4/Pvr4), enquanto plantas contendo ambas as
bandas correspondem aos genótipos presumivelmente resistentes heterozigotos
(Pvr4
+
/Pvr4) a PepYMV.
Resultados e discussão
No experimento para avaliação da reação a PepYMV, os sintomas
iniciais nas plantas suscetíveis consistiram de clareamentos internervais a
mosaico leve. No final do experimento (aos 40 dias após a primeira inoculação),
100% das plantas da cultivar Ikeda e da linhagem PIM-004 (ambas suscetíveis)
apresentaram sintomas típicos da doença (mosaico amarelo, seguido ou não por
deformação foliar, com notas médias superiores a 4,0), confirmando a eficácia
do inóculo. Comportamento variável foi observado entre plantas dentro das
populações PIX-044 e PIX-045, o que se espera de populações segregantes para
a resistência a PepYMV. Por outro lado, em todos os genótipos comerciais tidos
como resistentes ao PepYMV (Magali-R, Konan-R e Myr-29), assim como na
44
linhagem PIM-025, nos acessos (CM-334-UFV e CM-334-INRA) e nas
populações F
1
RC
1
(PIX-051, PIX-052 e PIX-053) não foi observada nenhuma
planta com sintomas. Em trabalho semelhante de avaliação de genótipos
resistentes a PepYMV, Nascimento et al. (2007) obtiveram resultados similares
para os genótipos avaliados neste ensaio, que também la foram testados.
O marcador molecular do tipo CAPS mostrou-se altamente eficiente
para distinguir, em populações derivadas da cultivar resistente Myr-29, plantas
resistentes homozigotas Pvr4/Pvr4 de plantas heterozigotas Pvr4
+
/Pvr4, ou
suscetíveis Pvr4
+
/Pvr4
+
. Em Myr-29, plantas resistentes mostraram uma banda
de 444 pb, que caracteriza os genótipos homozigotos resistentes (Pvr4/Pvr4);
plantas suscetíveis (Ikeda) mostraram uma banda de 458 pb, característica dos
genótipos homozigotos suscetíveis (Pvr4
+
/Pvr4
+
); o híbrido resistente Konan-R,
sabidamente heterozigoto, mostrou as duas bandas que caracterizam os
genótipos resistentes heterozigotos (Pvr4
+
/Pvr4) a PepYMV (Caranta et al.,
1999) (Figura 1).
A distância entre o marcador CAPS e o gene com o alelo Pvr4 é de
apenas 2,1 ± 0,8 cM, o que permite selecionar com boa margem de segurança
plantas resistentes a PepYMV, com base na seleção assistida (Caranta et al,
1999) e em populações cuja fonte de resistência ao PepYMV seja proveniente do
acesso Myr-29. De cinco plantas previamente selecionadas como resistentes e
analisadas com o marcador na população F
1
RC
1
PIX-053, três apresentaram
bandas correspondentes ao genótipo heterozigoto e duas apresentaram a banda
correspondente ao genótipo homozigoto resistente para o alelo Pvr4 (Figura 2).
Esses resultados confirmam a eficiência do marcador em selecionar genótipos
portadores do alelo Pvr4, pois essa população F
1
RC
1
teve como pai recorrente a
cultivar Myr-29 e, portanto, as plantas desse retrocruzamento serão portadoras
do alelo Pvr4 e seu marcador, seja em homozigose (banda de 444 pb) ou
45
heterozigose (bandas de 444 pb e de 458 pb), fato este observado no presente
ensaio.
Famílias foram obtidas a partir da autofecundação de plantas testadas
como resistentes ao PepYMV na população PIX-053 e identificadas como
portadoras do alelo Pvr4 e da marca de 444 pb, seja em homozigose (Pvr4/Pvr4)
ou heterozigose (Pvr4
+/
Pvr4). A família PIX-053A-01 __ derivada de planta
resistente, previamente identificada como portadora das bandas de 444 e 458 pb
__ foi testada, bem como as famílias PIX-053A-03 e PIX-053A-04, derivadas
de plantas previamente identificadas portadoras apenas da banda de 444 pb.
Após inoculação e extração de DNA (amostras), observou-se a ausência
de plantas com sintomas típicos da doença nas famílias PIX-053A-03 e PIX-
053A-04 e a análise feita com o marcador revelou apenas a presença da banda de
444pb, correspondente ao genótipo homozigoto Pvr4/Pvr4 (Figura 3), o que era
esperado, pois as plantas que originaram tais famílias eram presumivelmente
homozigotas resistentes (Pvr4/Pvr4). Plantas dentro das famílias PIX-053A-01
apresentaram segregão, tanto na avaliação fenotípica (inoculação), quanto na
genotípica (marcador) (Figura 3), pois tal família foi originada a partir da planta
heterozigota (Pvr4
+/
Pvr4).
Na população PIM-004, todas as plantas que foram avaliadas
apresentaram banda correspondente ao genótipo homozigoto suscetível no loco
do alelo Pvr4 (Figura 2), confirmando a avaliação fenotípica da reação a
PepYMV.
Quando testadas com o marcador CAPS, as plantas testadas (e
confirmadas como resistentes ao PepYMV) do híbrido Magali-R, do acesso CM-
334-UFV, da linhagem PIM-025 e das populações PIX-051 e PIX-052
apresentaram o padrão correspondente à banda de 458 pb. Nestes casos, o alelo
de resistência ao PepYMV não está associado à banda de 444 pb e, com o
marcador CAPS, todas as plantas analisadas mostraram um padrão de
46
suscetibilidade ao vírus, que não corresponde ao fenótipo (resistente) observado
(Figuras 2, 4 e 5). O fato de as plantas do acesso de Criollo de Morellos CM-
334-UFV mostrarem um padrão de suscetibilidade com o marcador CAPS revela
que a origem desse acesso não parece corresponder à mesma do CM-334,
descrita por Caranta et al. (1999) que é citado como resistente a potyvirus e
portadora da banda de 444 pb, associado a esta resistência. Os resultados do
presente ensaio confirmam a não-identidade entre os dois acessos, pois plantas
do acesso CM-334-INRA (cedido por Caranta/INRA), quando testadas com o
marcador CAPS, apresentaram a banda de 444 pb correspondente ao genótipos
homozigoto Pvr4/Pvr4 ( Figura 5). É possível que no acesso CM-334-UFV o
alelo Pvr4 não esteja associado à banda de 444 pb, ou mesmo que sua resistência
ao PepYMV seja controlada por um outro gene que não o Pvr4. Por outro lado,
embora a origem da resistência do pimentão Magali-R não tenha sido revelada,
por ser informação confidencial da empresa proprietária, é possível que esta
resistência seja originária do acesso CM-334-UFV (e não do CM-334 de Caranta
et al., 1999). Embora resistentes ao PepYMV, isso explicaria o fato de CM-334-
UFV, Magali-R, a linha e as populações destes derivadas (linhagem PIM-025 e
populações PIX-051 e PIX-052) não apresentarem a banda de 444 pb associada
ao alelo Pvr4 (Figuras 2 e 4). Se Pvr7 ou outro gene, não associado à banda de
444 pb do marcador CAPS (Grube et al.,2000b), é responsável pela resistência a
potyvirus do CM-334-UFV e/ou de Magali-R e seus derivados, é uma hipótese
que ainda precisa ser dirimida.
Em plantas resistentes a potyvirus da população segregante PIX-044 (F
2
do híbrido Mônica-R), observou-se um padrão de banda que corresponde ao
genótipo homozigoto (Pvr4/Pvr4) e um padrão que corresponde ao genótipo
heterozigoto (Pvr4
+
/Pvr4) (Figura 4). Isto demonstra que a seleção fenotípica foi
eficiente e também que a resistência a PepYMV, encontrada no híbrido Mônica-
R se deve ao alelo Pvr4, neste caso associado à banda de 444 pb do marcador
47
CAPS. A exemplo do relatado anteriormente para a população PIX-053, plantas
testadas como resistentes ao PepYMV na população PIX-044 e identificadas
como portadoras do alelo Pvr4 e das marcas de 444pb e 458pb foram
autofecundadas para obtenção de famílias. A família PIX-044A-05 apresentou
segregação tanto na avaliação fenotípica (inoculação), quanto na genotípica
(marcador) (Figura 3), pois foi derivada de planta resistente previamente
identificada como heterozigota (Pvr4
+
/Pvr4).
Nas plantas resistentes ao PepYMV, da população segregante PIX-045
(F
2
do híbrido Martha-R), observou-se um padrão de banda correspondente a um
padrão de suscetibilidade ao vírus, mas que não corresponde ao fenótipo
(resistente) observado, ou seja, a presença da banda de 458 pb somente (Figura
4). A exemplo do que se concluiu para CM-334-UFV, Magali-R e seus
derivados, em Martha-R, o alelo Pvr4 ou não está associado à banda de 444 pb,
ou a resistência ao PepYMV é controlada por um outro gene que não o Pvr4
(Grube et al., 2000b).
Das diversas vantagens da selão assistida por marcadores moleculares,
podem ser citadas a ausência de efeitos ambientais e a independência do estádio
de desenvolvimento da planta, ambos considerados por alguns autores como
alguns dos principais problemas quando se deseja selecionar plantas resistentes
ou imunes a viroses, via seleção fenotípica (Lanza et al., 2000). Muitos
marcadores moleculares associados a genes de resistência a viroses têm sido
desenvolvidos, porém sua utilização não é frequente, pois, na maioria das vezes,
esses não estão ligados muito próximos ao(s) gene(s) de interesse (Silva et al.,
2003; Santos, 2004). Este não é o caso do alelo Pvr4 (Caranta et al., 1999).
Além da grande importância na identificação de materiais homozigotos
resistentes, esse marcador CAPS associado a Pvr4 possibilitará a piramidação de
genes de resistência ao PepYMV.
48
A resistência ao PepYMV nos genótipos CM-334-INRA, Myr-29 e em
materiais derivados do híbrido comercial Mônica-R foi detectada como
associada à banda de 444pb do marcador, descrito por Caranta (1999) como
ligado ao alelo de resistência Pvr4. Contudo, na linhagem resistente CM-334-
UFV, nos híbridos Magali-R, Martha-R e populações destes derivadas, a
resistência ao PepYMV não esteve associada à presença do mesmo marcador,
indicando que nestes materiais o alelo Pvr4 ou não está associado à banda de
444 pb, ou que sua resistência ao PepYMV é controlada por um outro gene; mas
não o Pvr4.
Conclusões
1. O marcador molecular do tipo CAPS mostrou-se altamente eficiente em
selecionar plantas resistentes, portadoras do alelo Pvr4 em populações
cuja resistência foi derivada da linhagem Myr-29 ou do híbrido Mônica-
R.
2. A cultivar comercial Myr-29, o acesso CM-334-INRA e os híbridos
Konan-R e Mônica-R são portadores do alelo de resistência (Pvr4)
associado a um marcador molecular tipo CAPS (banda de 444 pb).
3. A resistência a potyvirus em CM-334-UFV, Magali-R (e seus
derivados) ou Marta-R não esteve associada ao marcador molecular
CAPS, que se revelou, portanto, inapropriado para a seleção de plantas
resistentes ao PepYMV em populações derivadas destes materiais.
Agradecimentos
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(FAPEMIG); ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
49
Tecnológico (CNPq); à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES); à Universidade Federal de Lavras (UFLA); à FAEPE/UFLA,
à FUNDECC/UFLA, à empresa HortiAgro Sementes Ltda, à equipe do
laboratório de Virologia Molecular/UFLA, à pesquisadora Carole Caranta/
Institut National de la Recherche Agronomique (INRA).
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50
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Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2001.
51
Figura 1 Padrão eletroforético de fragmentos de DNA, amplificados com o
marcador CAPS em plantas de pimentão: 1- Ladder (500 pb); 2- Ikeda
pl#1; 3- Ikeda pl#2; 4- Ikeda pl#3; 5- Konan-R pl#1; 6- Konan-R pl#2;
7- Konan-R pl#3; 8- Myr-29 pl#1; 9- Myr-29 pl#2; 10-Myr-29 pl#3. S-
Suscetível; R- Resistente; H- Heterozigoto (para o loco do alelo Pvr4)
Figura 2 Padrão eletroforético de fragmentos de DNA, amplificados com o
marcador CAPS em plantas de pimentão: 1- Ikeda pl#1; 2- Myr-29
pl#1; 3- Konan-R pl#1; 4- PIM-004 pl#1; 5- PIM-004 pl#2; 6- PIM-
004 pl#3; 7- PIM-004 pl#4; 8- PIM-025 pl#1
(a)
; 9- PIM-025 pl#2
(a)
;
10- PIM-025 pl#3
(a)
; 11- PIM-025 pl#4
(a)
; 12- Magali-R pl#1
(a)
; 13-
Magali-R pl#2
(a)
; 14- Magali-R pl#3
(a)
; 15- PIX-053 pl#1; 16- PIX-
053 pl#2; 17- PIX-053 pl#3; 18- PIX-053 pl#4; 19- PIX-053 pl#5; 20-
CM-334-UFV pl#1
(a)
; 21- CM-334-UFV pl#2
(a)
; 22- CM-334-UFV
pl#3
(a)
; 23- CM-334-UFV pl#4
(a)
; 24- CM-334-UFV pl#5
(a)
; 25- CM-
334-UFV pl#6
(a)
; 26- CM-334-UFV pl#7
(a)
; 27- CM-334-UFV pl#8
(a)
;
52
28- CM-334-UFV pl#9
(a)
; 29- CM-334-UFV pl#10
(a)
. S- Suscetível;
R- Resistente; H- Heterozigoto (para o loco do alelo Pvr4)
Obs: (a) padrão S não correspondente ao fenótipo da planta (resistente a
PepYMV)
Figura 3 Padrão eletroforético de fragmentos de DNA, amplificados com o
marcador CAPS em plantas de pimentão: 1- Ladder (500 pb); 2- Ikeda
pl#3; 3- Konan-R pl#3; 4- Myr-29 pl#3; 5- PIX-044A-05 pl#1; 6-
PIX-044A-05 pl#2; 7- PIX-044A-05 pl#3; 8- PIX-044A-05 pl#4; 9-
PIX-044A-05 pl#5; 10- PIX-044A-05 pl#6; 11- PIX-044A-05 pl#7;
12- PIX-053A-01 pl#1; 13- PIX-053A-01 pl#2; 14- PIX-053A-01
pl#3; 15- PIX-053A-01 pl#4; 16- PIX-053A-01 pl#5; 17- PIX-053A-
01 pl#6; 18- PIX-053A-01 pl#7; 19- PIX-053A-03 pl#1; 20- PIX-
053A-03 pl#2; 21- PIX-053A-03 pl#3; 22- PIX-053A-03 pl#4; 23-
PIX-053A-03 pl#5; 24- PIX-053A-04 pl#1; 25- PIX-053A-04 pl#2;
26- PIX-053A-04 pl#3; 27- PIX-053A-04 pl#4; 28- PIX-053A-04
pl#5. S- Suscetível; R- Resistente; H- Heterozigoto (para o loco do
alelo Pvr4)
53
Figura 4 Padrão eletroforético de fragmentos de DNA, amplificados com o
marcador CAPS em plantas de pimentão: 1- Ladder (500 pb); 2- Ikeda
pl#2; 3- Konan-R pl#2; 4- Myr-29 pl#2 5- PIX-051 pl#1
(a)
; 6- PIX-
051 pl#2
(a)
; 7- PIX-051 pl#3
(a)
; 8- PIX-051 pl#4
(a)
; 9- PIX-051 pl#5
(a)
;
10- PIX-051 pl#6
(a)
; 11- PIX-051 pl#7
(a)
; 12- PIX-052 pl#1
(a)
; 13-
PIX-052 pl#2
(a)
; 14- PIX-052 pl#3
(a)
; 15- PIX-052 pl#4
(a)
; 16- PIX-052
pl#5
(a)
; 17- PIX-052 pl#6
(a)
; 18- PIX-052 pl#7
(a)
; 19- PIX-044 pl#1;
20- PIX-044 pl#2; 21- PIX-044 pl#3; 22- PIX-044 pl#4; 23- PIX-044
pl#5; 24- PIX-045 pl#1
(a)
; 25- PIX-045 pl#2
(a)
; 26- PIX-045 pl#3
(a)
;
27- PIX-045 pl#4
(a)
; 28- PIX-045 pl#5
(a)
; 29- Magali-R pl#4
(a)
; 30-
Magali-R pl#5
(a)
. S- Suscetível; R- Resistente; H- Heterozigoto (para o
loco do alelo Pvr4)
Obs: (a) padrão S não correspondente ao fenótipo da planta ( resistente a
PepYMV)
Figura 5 Padrão eletroforético de fragmentos de DNA, amplificados com o
marcador CAPS em plantas de pimentão: 1- Ladder (500 pb); 2- CM-
334-INRA pl#1; 3- CM-334-INRA pl#2; 4- CM-334-INRA pl#3; 5-
54
CM-334-INRA pl#4; 6- CM-334-INRA pl#5; 7- Ikeda pl#1; 8-
Konan-R pl#1; 9- Myr-29 pl#1; 10- CM-334-UFV pl#11
(a)
; 11- CM-
334-UFV pl#12
(a)
; 12- CM-334-UFV pl#13
(a)
. S- Suscetível; R-
Resistente; H- Heterozigoto (para o loco do alelo Pvr4)
Obs: (a) padrão S não correspondente ao fenótipo da planta (resistente a
PepYMV)
55
CAPACIDADE COMBINATÓRIA DE LINHAGENS DE PIMENTÃO
COM RESISTÊNCIA MÚLTIPLA A DOENCAS
Artigos redigidos conforme norma da revista Pesquisa Agropecuária
Brasileira – PAB
56
Capacidade combinatória de linhagens de pimentão com resisncia múltipla a
doeas
Douglas Willian Nogueira
(1)
, Wilson Roberto Maluf
(2)
, Danilo Gustavo
Nogueira
(1)
, Cesar Augusto Ticona Benavente
(1)
, Ranoel José de Sousa
Gonçalves
(1)
e Luiz Antônio Augusto Gomes
(2)
(1)
Universidade Federal de Lavras (UFLA), Departamento de Biologia, Caixa
Postal 3.037, CEP 37.200-000. Lavras, MG. E-mail: [email protected],
asp.@yahoo.com.br, cesar.benavente@gmail.com,
ranoelgonçalves@hotmail.com,
(2)
UFLA, Departamento de Agricultura. E-mail:
wrmaluf@dag.ufla.br, laagomes@ufla.br
Resumo Este trabalho teve por objetivos desenvolver híbridos de pimentão com
resistência múltipla a doenças e inferir sobre a capacidade combinatória de suas
linhagens constituintes. O material genético foi constituído por seis testemunhas
e 30 híbridos experimentais, sendo 24 obtidos a partir do cruzamento de dois
grupos de genitores (grupo I: 1=Carolina Wonder, 2=Charleston Belle, 3=PIM-
013, 4=PIX-044B-01-01, 5=PIX-044B-13-01, 6=PIX-045B-27-02, 7=PIX-
045B-32-03 e 8=PIX-052B-06-01; grupo II: 1’=Linha-004, 2’=MYR-29-03-02
e 3’=MYR-29-10-08) e seis obtidos a partir do cruzamento entre algumas
linhagens do grupo I. Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados com
três repetições. Avaliaram-se os seguintes caracteres: produção (total e precoce)
de frutos, massa média de fruto, espessura do pericarpo, profundidade de
inserção do pendúnculo floral e relação comprimento/diâmetro. Destacam-se as
linhagens Carolina Wonder, 2 Charleston Belle e PIM-013, no grupo I, e MYR-
29-03-02, no grupo II, pelos altos valores da capacidade geral de combinão
para os principais caracteres. Os efeitos nicos aditivos foram importantes
para todos os caracteres avaliados, mas os efeitos não-aditivos parecem
também ser relevantes para os caracteres relacionados à prodão. Foram
identificados os bridos 1x2’, 2x2', 4x1 e 4x2, com desempenho dio
superior ou equivalente ao das testemunhas e que aliam resistência ltipla a
doenças.
Termos para indexação: Nematoide, Potyvirus, Phytophthora capsici,
Híbridos.
57
Combining ability of sweet pepper lines with multiple disease resistance
Abstract - The objectives of the present work were to develop sweet pepper
hybrids with multiple disease resistances, and to assess the combining ability of
their parental lines. Tested genotypes included six commercial hybrids (Magnata
Super, Konan R, Mallorca, Martha R, Stephany and Magali R), used as check
treatments, and 30 experimental hybrids: 24 hybrids comprising a partial diallel
among two groups of parental lines (group I: 1=Carolina Wonder, 2=Charleston
Belle, 3=PIM-013, 4=PIX-044B-01-01, 5=PIX-044B-13-01, 6=PIX-045B-27-
02, 7=PIX-045B-32-03 and 8=PIX-052B-06-01; group II: 1’=Linha-004,
2’=MYR-29-03-02 and 3’=MYR-29-10-08), and 6 additional hybrids obtained
from crosses among lines of group I. The genotypes were tested in a randomized
complete block design with two replications, and the following traits were
assessed: total fruit yield, mean fruit mass, early yield, pericarp thickness, depth
of peduncle insertion, and fruit length/diameter ratio. Lines Carolina Wonder,
Charleston Belle and PIM-013, in group I, and MYR-29-03-02, in group II, were
found to have good general combining ability for the majority of the traits under
study. Additive genetic effects were important for all traits evaluated, but non-
additive effects also appeared to be relevant for yield related traits. Hybrids
1x2’, 2x2', 4x1 and 4x2 had performances equivalent to or superior to the check
treatments, and had multiple disease resistances.
Index terms: nematode, potyvirus, Phytophthora capsici, hybrids.
58
Introdução
Dentre as hortaliças cultivadas no Brasil, o pimentão ocupa um lugar de
destaque, sendo a terceira solanácea mais cultivada, superada apenas pelo tomate
e pela batata. Seu cultivo é encontrado em praticamente todas as regiões
brasileiras, mas os principais estados produtores são São Paulo e Minas Gerais.
Os programas de melhoramento têm buscado obter cultivares híbridas
que aliem, além de produtividade, melhor qualidade de fruto e maior resistência
as doenças. A utilização de cultivares híbridas de pimentão cresceu
enormemente no mercado brasileiro devido à percepção de suas vantagens por
parte dos produtores. Entre as vantagens, pode-se citar o aumento da
produtividade e da qualidade final do produto em razão da existência de heterose
em níveis economicamente viáveis (Pereira et al., 2004; Nascimento et al., 2004)
e também a maior resistência às principais doenças limitantes à produção.
Entre os fitopatógenos desta cultura, destacam-se: i) Os potyvirus,
especialmente o PepYMV (Pepper Yellow Mosaic Virus), causador da doença
conhecida como mosaico amarelo do pimentão, atualmente a principal doença
virótica da cultura no Brasil (Inoue-Nagata et al., 2001); ii) o fungo
Phytophthora capsici Leonian, agente causal da doença conhecida como
murcha, requeima ou podridão da raiz e uma das doenças fúngicas mais
destrutivas desta cultura em todo o mundo (Hausbeck & Lamour, 2004); iii) os
nematoides, especialmente os causadores de galhas nas raízes (Meloidogyne
spp.), os quais podem atacar quase todas as plantas cultivadas em climas
tropicais e subtropicais (Djian-Caporalino et al., 1999). Dentre os nematoides,
M. incognita é a espécie que pode provocar maiores danos em pimentão (Lopes
& Ávila, 2003), pois ocorre com maior frequência nos campos de cultivo.
A resistência getica é uma forma eficiente, econômica e de menor
impacto ambiental no controle desses fitopatógenos (Bento et al., 2009; Woo
59
et al., 2005; Djian-Caporalino et al., 1999). A presença de variabilidade
genética no gênero Capsicum tem permitido encontrar e introduzir resistência a
esses patógenos em cultivares e isto tem sido prioridade nos programas de
melhoramento de pimentão (Echer & Costa, 2002; Candole & Conner, 2010;
Caporalino et al., 1999). A resistência genética a esses fitopatógenos é passível
de ser mais facilmente explorada nas combinações híbridas, pois, de forma geral,
os estudos mostram a presença de alelos dominantes, com herança do tipo
monogênica, no controle destas resistências (Echer & Costa, 2002; Monroy-
Barbosa & Bosland, 2008; Thies & Ariss, 2009).
Atualmente, no mercado um grande número de híbridos, em boa
parte importados, que possuem resistência a duas ou mais doenças de
importância econômica (entre elas a resistência ao fungo Phytophthora capsici,
ao PepYMV, ao vírus do mosaico do pepino - CMV e ao vírus do mosaico do
tabaco - TMV). Porém, alguns deles ainda apresentam defeitos que impedem seu
emprego em maior escala (notadamente, menor tamanho de frutos). Nenhum
híbrido comercial atualmente cultivado no país possui resistência ao nematoide
Meloidogyne incognita.
Aliado às boas características agronômicas, o desenvolvimento de
híbridos resistentes a dois ou aos três patógenos considerados representará uma
evolução nos cultivos de pimentão, principalmente os resistentes ao nematoide
Meloidogyne incognita.
Para o desenvolvimento de combinações híbridas, é necessária a
identificação de linhagens parentais com boa capacidade combinatória, baseada
na obtenção de estimativas da capacidade geral (CGC) e específica (CEC) de
combinação.
Os objetivos deste trabalho foram: (a) Inferir sobre a capacidade
combinatória de linhagens de pimentão potencialmente úteis na obtenção de
híbridos. (b) Desenvolver híbridos de pimentão com resistência múltipla às
60
doenças e identificar os que venham a ser competitivos com as testemunhas
comerciais.
Material e Métodos
O material genético foi constituído de 36 genótipos de pimentão, sendo
seis testemunhas comerciais (Magnata Super, Konan R, Mallorca, Martha R,
Stephany e Magali R) e 30 híbridos experimentais. Dos híbridos experimentais,
24 foram obtidos num esquema dialélico North Carolina II, a partir do
cruzamento de dois grupos de genitores (grupo I - genitores femininos: Carolina
Wonder, Charleston Belle, PIM-013, PIX-044B-01-01, PIX-044B-13-01, PIX-
045B-27-02, PIX-045B-32-03 e PIX-052B-06-01; grupo II genitores
masculinos: Linha-004, MYR-29-03-02 e MYR-29-10-08) e seis híbridos foram
híbridos adicionais obtidos a partir do cruzamento entre algumas linhagens do
grupo I: F1(PIX-044B-01-01 x Carolina Wonder), F1(PIX-044B-01-01 x
Charleston Belle), F1(PIX-044B-01-01 x PIM-013), F1(PIX-044B-13-01 x PIX-
052B-06-01), F1(PIX-045B-27-02 x PIX-052B-06-01) e F1(PIX-045B-32-03 x
PIX-052B-06-01).
As linhagens parentais e suas características estão descritas na Tabela 1.
Durante o processo de obtenção das linhagens de códigos PIX e MYR, foi
utilizada seleção fenotípica, quanto à reação de resistência ao PepYMV e/ou a
P. capsici (Nascimento et al., 2007). Também se utilizou durante este processo a
seleção assistida por marcador molecular para a obtenção dos genótipos
resistentes ao PepYMV (Nogueira et al., dados não publicados), usando-se o
marcador CAPS, desenvolvido por Caranta et al. (1999), ligado ao alelo Pvr4,
que confere resistência ao potyvirus. Carolina Wonder e Charleston Belle o
linhagens obtidas pelo USDA, homozigotas para o gene N, que confere
resistência ao nematoide M. incognita (Fery et al., 1998). PIM-013 é uma
61
linhagem elite do programa de melhoramento da HortiAgro Sementes
Ltda/UFLA, resistente a P. capcisi. PIX-044B-01-01 e PIX-044B-13-01 são
linhagens endogâmicas, selecionadas a partir de autofecundações sucessivas do
híbrido comercial nica R, resistentes a PepYMV e a P. capsici. PIX-045B-
27-02 e PIX-045B-32-03 são linhagens endogâmicas, selecionadas a partir de
autofecundações sucessivas do híbrido comercial Martha R, resistentes a
PepYMV e a P. capsici. PIX-052B-06-01 é uma linhagem endogâmica,
selecionada a partir de retrocruzamento e autofecundações sucessivas, onde o
genitor recorrente é PIM-023 (linhagem resistente a PepYMV) e o genitor não
recorrente é PIM-013 (linhagem resistente a P. capsici); é resistente a PepYMV
e a P. capsici. Linha-004 é uma linhagem elite do programa de melhoramento da
HortiAgro Sementes Ltda/UFLA, obtida a partir do híbrido F1 Vidi (Sementes
Vilmorin, França). MYR-29-03-02 e MYR-29-10-08 são linhagens endogâmicas
resistentes a PepYMV, selecionadas a partir de autofecundações sucessivas
dentro da cultivar comercial de polinização aberta MYR-29. As linhagens
PIX-044B-01-01, PIX-044B-13-01, MYR-29-03-02 e MYR-29-10-08,
resistentes a PepYMV, apresentam a banda de 444 bp associada ao alelo Pvr-4,
que controla resistência (Caranta et al., 1999), enquanto as linhagens PIX-045B-
27-02, PIX-045B-32-03 e PIX-052B-06-01, também resistentes, não a
apresentam (Figura 1).
Os bridos experimentais foram obtidos a partir de cruzamentos
manuais e controlados. O experimento foi conduzido na estação experimental da
HortiAgro Sementes Ltda., situada no município de Ijaci MG, entre os meses
de abril e novembro de 2010 (período do inverno). A altitude da região é de 920
m, situado a 21
o
14’ 16’’ de latitude Sul e a 45
o
08’ 00’’ de longitude. As mudas
foram produzidas em bandejas de isopor de 128 células, contendo substrato
comercial Plantimax. O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados
com três repetições. Cada bloco correspondia a uma diferente estufa tipo capela,
62
de dimensões 6 m largura x 32 m de comprimento, com três canteiros de 1,5 m
de largura em cada uma. Estas estufas apresentavam um histórico de altas
populações de nematoides no solo, incluindo M. incognita, mas estas populações
não foram quantificadas previamente à realização do experimento. As plantas
foram transplantadas para estufas no estádio de 4 a 6 folhas definitivas. Cada
parcela experimental constou de 14 plantas espaçadas de 0,75 m entre fileira e
0,35 m entre plantas na fileira e duas fileiras por canteiro, correspondendo a uma
população equivalente a 38.095 plantas/ha.
Foram feitas 11 colheitas, compreendendo 73 dias entre as datas de
23/08/2010 e 03/11/2010 e os frutos foram colhidos na fase de coloração verde
final (ponto comercial). As avaliações e análises foram realizadas em parcelas.
Foram avaliados os seguintes caracteres:
- Produção total de frutos (PRODT): foram somadas as produções de frutos
colhidos em cada parcela durante as colheitas; os dados foram expressos em t.ha
-1
;
- massa média de fruto total (MMFT), expressos em gramas.fruto
-1
;
- produção precoce de frutos (PRODP), correspondente às produções das três
primeiras colheitas (primeiros 17 dias de colheita), expressa em t.ha
-1
;
- espessura do pericarpo (EP), expressa em mm, medida em frutos cortados na
região de maior diâmetro;
- profundidade de inserção do pendúnculo floral (PIP) e
- relação comprimento/ diâmetro (C/D), como indicativo do formato de fruto,
sendo o formato ideal para o comércio aquele de valor aproximado a 2:1.
Para os caracteres espessura do pericarpo, profundidade de inserção do
pendúnculo floral e relação comprimento/ diâmetro foram avaliados 20 frutos
tomados aleatoriamente ao longo das colheitas. Notas de 1 a 5 foram atribuídas
para avaliar o caráter profundidade de inserção do pedúnculo, conforme a
seguinte escala: Nota 1= pendúnculo inserido no nível da base do fruto; Nota 2=
pendúnculo inserido de 0 a 0,5 cm abaixo do nível da base do fruto; Nota 3= de
63
0,5 a 1,0 cm abaixo do nível da base do fruto; Nota 4= de 1,0 a 1,5 cm abaixo do
nível da base do fruto; Nota 5= mais de 1,5 cm abaixo do nível da base do fruto.
Notas menores são consideradas desejáveis.
Foram realizadas análises de variância para todos os caracteres
avaliados. Os quadrados médios da capacidade geral (CGC) e específica (CEC)
de combinação foram obtidos para as pq=24 combinações híbridas resultantes do
cruzamento entre p=8 (genitores do grupo I) e q=3 (genitores do grupo II),
segundo o modelo estatístico: y
ij
= µ + g
i
+ g
j
+ s
ij
+ e
ij
, em que µ = média geral;
g
i
(efeito da CGC do parental do grupo I); g
j
(efeito da CGC do parental do
grupo II); s
ij
(efeito da CEC entre os genitores i e j) e e
ij
= erro experimental. Os
testes de médias foram feitos através do teste de Duncan (P0.05).
Resultados e Discussão
Embora resistentes ao PepYMV, as linhagens PIX-045B-27-02, PIX-
045B-32-03 e PIX-052B-06-01 não revelaram a presença da banda de 444 pb
que caracteriza os genótipos homozigotos resistentes (Figura 1) quando testadas
com o marcador CAPS. É possível que nessas linhagens o alelo Pvr4 não esteja
associado à banda de 444 pb, ou mesmo que sua resistência seja devida a um
outro gene dominante (Nogueira, et al., dados não publicado); mas não o Pvr4,
uma vez que a resistência a potyvirus no pimentão pode ser controlada por um
de pelo menos sete locos gênicos da série pvr (Caranta et al., 1999; Grube et al.,
2000; Parrela et al., 2002). as linhagens PIX-044B-01-01, PIX-044B-13-01,
MRY-29-03-02 e MYR-29-10-08 revelaram a presença da banda de 444 pb
associada ao alelo Pvr4 (Figura 1).
Diferenças significativas entre os tratamentos foram observadas para
todas as características avaliadas (Tabela 2), indicando que os materiais testados
apresentam variabilidade. A significância dos tratamentos para o caráter
64
produção total estaria explicada, principalmente, pela variabilidade encontrada
nos híbridos adicionais, os quais foram também altamente divergentes também
para as demais características.
Os efeitos de capacidade geral de combinação (CGC) entre linhagens
do grupo I foram significativos para todas as características analisadas, exceto
produção total (Tabela 2), o que indica alto grau de divergência entre estas
linhagens para a maioria das características analisadas. os efeitos de CGC no
grupo II não foram significativos para produção total, produção precoce e massa
média por fruto, indicando menor variação entre as linhagens deste grupo, em
comparação com a variação encontrada entre linhagens do grupo I. Não houve
significância para capacidade específica de combinação (CEC) para nenhum dos
caracteres, exceto relação comprimento/diâmetro (C/D). Desta maneira, a
relação C/D, característica relacionada ao formato de frutos, foi a única
característica analisada que não pode ser predita com base na média das
linhagens parentais.
As estimativas de CGCs (g
i
, g
j
) para produção total variaram nas
linhagens do grupo I, entre -5,64 e 7,29 [amplitude total de 12,93 t.ha
-1
], valor
considerável quando comparado à média geral = 39,18 t.ha
-1
); nas linhagens
do grupo II, as g
j
variaram entre -2,41 e 2,43 (amplitude total de 4,84 t.ha
-1
, que
foi menos importante relativamente à média geral) (Tabela 3). Esses valores
indicam que, apesar de os efeitos não serem significativos de CGC, indicados
pela análise de variância (Tabela 2), os efeitos aditivos também podem ter
alguma importância na expreso da prodão total, principalmente no grupo
I. Já os efeitos o-aditivos S
ij
(que representam a CEC), variaram de -6,53 a
9,35, com amplitude total de 15,88 t.ha
-1
, o que representa cerca de 40% do
valor representado pela média µ =39,18 t.ha
-1
(Tabela 3). Isso indica que,
além dos efeitos gênicos aditivos, os não-aditivos (dominância e/ou epistasia)
também podem ser de alguma importância na expressão do caráter, apesar da
65
não detecção de efeitos significativos de CEC (Tabela 2). Com estimativas
positivas de g
i
para produção total, as linhagens 1 = Carolina Wonder, 2 =
Charleston Belle e 3 = PIM-013 (grupo I) e 2' = MYR-29-03-02 (grupo II)
contribuem favoravelmente para o caráter (Tabela 3), em especial as duas
primeiras. O fato de que os maiores valores de g
i
no grupo I, 7,29 e 6,59 t.ha
-1
estarem associados às linhagens 2 (= Charleston Belle) e 1 (= Carolina Wonder),
respectivamente, ambas resistentes a M. incognita, pode refletir a importância
desta resistência para a produção nas condições do experimento, que foi
conduzido em estufas com populações de nematoides no solo sabidamente altas.
Os maiores efeitos positivos de CECs (S
ij
) foram apresentados pelas
combinações 4x1' = F
1
(PIX-044B-01-01 x Linha-004), 2x2' = F
1
(Charleston
Belle x MYR-29-03-02), 6x3' = F
1
(PIX-045B-27-02 x MYR-29-10-08), 7x3' =
F
1
(PIX-045B-32-03 x MYR-29-10-08) e 1x2' = F
1
(Carolina Wonder x MYR-29-
03-02), com valores de 9,35; 6,19; 5,89; 5,66 e 3,13 t.ha
-1
, respectivamente
(Tabela 3). A melhor combinação híbrida deve ser aquela com maior S
ij
, cujos
parentais apresentam alta CGC. Neste caso, as melhores combinações no dialelo
foram 2x2' e 1x2'. Todos os genitores das combinações híbridas 4x1', 6x3' e 7x3'
apresentam valores negativos de CGC, presumindo-se que os efeitos gênicos
não-aditivos foram mais importantes para superioridade desses híbridos. Os
autores Nascimento (2005) e Silva (2002), encontraram efeitos gênicos não-
aditivos para caracteres relacionados à produção, resultando em heterose
significativa.
A amplitude total das estimativas da CGCs para massa média por fruto
variou entre -20,26 e 11,28 g.fruto
-1
(amplitude de 31,54 g.fruto
-1
) entre as
linhagens do grupo I e entre -3,58 e 2,08 g.fruto
-1
(amplitude de 5,66 g.fruto
-1
) e
entre linhagens do grupo II (Tabela 3). A menor amplitude no grupo II é
indicativa de pouca influência na média do caráter e reflete uma CGC não
significativa (Tabela 2). Os efeitos da CECs para o caráter em questão variaram
66
de -8,78 a 10,18 g.fruto
-1
(amplitude de 18,96) (Tabela 3), valores esses menos
relevantes do que os da CGC no grupo I quando comparados com a média geral
(111,30 g.fruto
-1
), o que refletiu na não-significância da CEC (Tabela 2). As
combinações híbridas 3x1' = F
1
(PIM-013 x Linha-004) e 4x1' = F
1
(PIX-044B-
01-01 x Linha-004) possuem altos valores para S
ij
(CEC) e todos os seus
genitores apresentam valores positivos para g
i
,g
j
(CGC), o que é desevel
(Tabela 3). A não significância da CEC indica pouca influência dos efeitos
gênicos não-aditivos para massa média de fruto. O predomínio de efeitos
gênicos aditivos para o caráter poder ser comprovado pela amplitude da CGC no
grupo I, estando de acordo com os resultados encontrados por Nascimento et al.,
(2004); Bonetti (2002) e Gomide et al., (2003).
A amplitude dos valores de g
i
,
(CGC) para produção precoce no grupo I
foi de 6,72 t.ha
-1
(Tabela 3) __ o que representou cerca de 33,7% da média do
caráter = 19.93 t.ha
-1
) , destacando-se os genitores 1 = Carolina Wonder, 2 =
Charleston Belle e 3 = PIM-013, com valores de 2,98, 3,45 e 3,10 t.ha
-1
respectivamente, tendo uma maior inflncia na média das combinões
bridas onde participam (Tabela 4).
Embora o efeito de CEC o tenha sido significativo (Tabela 2), os
valores de S
ij
variaram entre -3,60 e +4,90 __ uma amplitude de 8,50 t.ha
-1
,
valor relevante quando comparado à dia geral = 19,93 t.ha
-1
) (Tabela 3).
Isso indica que, em alguns híbridos, o valor de S
ij
pode ser relevante, embora,
em média, a CEC não seja de grande importância na expressão da produção
precoce. O maior efeito positivo da CEC (S
ij
) foi apresentado pela combinação
4x1' (4,90 t.ha
-1
) __ híbrido que obteve produções precoces superiores ao
esperado, com base nas CGC dos seus genitores, que foram negativas para
ambos. A significância da CGC do grupo I, relativamente ao grupo II, pode
indicar uma maior contribuição dos primeiros genitores para expressão do
caráter nas combinações aqui avaliadas. A CEC não significativa indica que os
67
efeitos gênicos não-aditivos têm menor importância que os efeitos aditivos para
expressão da produção precoce, concordando com os resultados apresentados
por Nascimento et al. (2004), Bonetti (2002) e Gomide et al., (2003) e
discordando dos de Innecco (1995).
Para espessura do pericarpo, a CGC foi significativa para ambos os
grupos de genitores: para os genitores do grupo I, as g
i
variaram entre de -0,39 e
0,41mm (amplitude de 0,80 mm), ao passo que no grupo II (g
j
), variaram entre
-0,14 e 0,08 mm (amplitude de 0,22 mm) (Tabela 3). As CEC variaram entre
-0,32 e 0,32 mm (amplitude de 0,64 mm), com a maioria dos valores de S
ij
próximos de zero, o que resultou em efeito médio não significativo para CEC.
As significâncias das CGC tanto no grupo I, como no grupo II (Tabela 2) são
indicativas de que os efeitos gênicos aditivos são predominantes no controle do
caráter.
Estimativas negativas de CGC para profundidade de inserção do
pedúnculo (PIP) indicam tendência dos genitores em proporcionar frutos com
menor PIP, o que é desejável. No grupo I, as estimativas da CGC variaram de -
0,58 a 0,45 (amplitude de 1,03) e a amplitude do grupo II foi de 0,33 (Tabela 3).
Aparentemente, as linhagens do grupo I apresentaram maior influência na média
do caráter, destacando-se favoravelmente as linhagens 5 = PIX-044B-13-01 e 8
= PIX-052B-06-01, com valores respectivos de -0,58 e -0,28. As estimativas da
CEC variaram de -0,32 a 0,34 (amplitude de 0,66) (Tabela 3), que apesar de
representativos em relação ao comportamento médio do caráter =2,29),
revelaram-se, em média, não significativos (Tabela 2). A significância da CGC
tanto no grupo I, como II e a não significância da CEC é indicativa de que os
efeitos gênicos aditivos foram mais importantes que os não-aditivos no controle
de PIP, concordando com os resultados apresentados por Bonetti (2002) e
Nascimento et al., (2004).
68
As estimativas das CGC para a relação comprimento/diâmetro (C/D),
indicativo do formato de fruto, variaram de -0,42 a 0,42 (amplitude de 0,84) no
grupo I e de -0,20 a 0,11 (amplitude de 0,31) no grupo II (Tabela 3). Esses
valores representam, respectivamente, 37,8% e 13,9% da variação total da
expressão da C/D em relação à média (µ= 2,22) e refletem a importância dos
efeitos gênicos aditivos na expressão do caráter, especialmente no grupo I de
genitores. Os efeitos da CECs variaram de -0,12 a 0,09 (amplitude de 0,21),
valores esses menos relevantes quando comparados à média. Essa maior
amplitude das CGC é indicativa de que os efeitos gênicos aditivos foram mais
importantes para expressão do caráter (C/D) do que os efeitos gênicos não-
aditivos, principalmente no grupo I, em relação à amplitude das CEC.
Resultados semelhantes foram encontrados por Gomide et al., (2008).
De forma geral, a maioria dos bridos teve comportamentos
semelhantes às melhores testemunhas para todos os caracteres aqui avaliados
(Tabela 4), principalmente para produção (total e precoce), espessura do
pericarpo e relação C/D, características para as quais o contraste
"Testemunhas vs. híbridos do dialelo" foram não significativas (Tabela 2).
Desta forma, o grupo de combinaçõesbridas testadas no dialelo inclui
bridos pelo menos competitivos com as testemunhas comerciais utilizadas.
Os bridos do dialelo 1x2' = F
1
(Carolina Wonder x MYR-29-03-02) e
2x2' = F
1
(Charleston Belle x MYR-29-03-02) tiveram estimativas elevadas de
CGC e CEC para produção total e produção precoce (Tabela 3). A produção
total foi de 50,59 t.ha
-1
no híbrido (1x2') e 54,35 t.ha
-1
no híbrido (2x2'), os
quais tiveram médias numericamente superiores a Magali-R (48,93 t.ha
-1
) e
ligeiramente inferiores a Konan-R (55,83 t.ha
-1
), não havendo, no entanto,
diferenças estatísticas entre estes tratamentos (Tabela 4). Esses mesmos híbridos
tiveram comportamento semelhante ao das testemunhas para as demais
características, e, como conseqüência das características de suas linhagens
69
genitoras (Tabela 1), possuem tolerância ao nematoide Meloidogyne incognita e
ao vírus PepYMV: os genitores 1 (=Carolina Wonder) e 2 (= Charleston Belle)
são resistentes ao M. incognita (homozigotas para gene N) (Tabela 1) e o
genitor 2' = (MYR-29-03-02) é resistente ao PepYMV (homozigoto para o
marcador molecular associado ao alelo Pvr4). As elevadas produtividades destes
híbridos podem refletir pelo menos em parte a importância da resistência ao M.
incognita em solos com populações de nematoides sabidamente altas, como foi o
caso do presente experimento.
O híbrido 7x3' [= F
1
(PIX-045B-32-03 x MYR-29-10-08)] apresentou
CGCs negativas para ambos os genitores, porém produziu 40,42 t.ha
-1
, não
diferindo das melhores testemunhas (Tabela 4). Isso reflete a elevada CEC para
produção total observada neste cruzamento. Este híbrido é interessante, pois
apresenta resistência a P. capsici e ao PepYMV, com a possibilidade de ser
homozigoto resistente para o alelo Pvr-4, ou heterozigoto para dois genes
resistência ao PepYMV. Seu genitor 3' = (MYR-29-10-08) apresenta a marca
associada ao alelo Pvr4, que confere resistência ao PepYMV(Tabela 1) (Figura
1), enquanto o genitor 7 (= PIX-045B-32-03) é resistente ao PepYMV, sem a
referida marca. Desta forma, o híbrido 7x3' poderá ser homozigoto para o
alelo Pvr-4 (na hitese de alelismo entre os genes dos genitores que
controlam resisncia ao PepYMV), ou, alternativamente, na hitese de o
alelismo, heterozigoto para dois diferentes locos (um deles o Pvr-4) que
controlam esta resistência. A distinção entre estas duas possibilidades
precisará aguardar resultados de futuros testes de alelismo.
Para a maioria das características avaliadas, os melhores desempenhos
entre os híbridos adicionais foram observados nas combinações 4x1 = F
1
(PIX-
044B-01-01 x Carolina Wonder) e 4x2 = F
1
(PIX-044B-01-01 x Charleston
Belle), destacando-se a produtividade total do híbrido 4x2 (56,93 t.ha
-1
),
numericamente superior à melhor testemunha (Tabela 4). Aliado ao bom
70
desempenho, estes híbridos apresentam resistência a M. incognita, a PepYMV e
a P. capcisi. A exemplo do acontecido com os híbridos do dialelo 1x2' e 2x2',
também para 4x1 e 4x2, as elevadas produtividades podem refletir, pelo menos
em parte, a importância da resistência ao M. incognita em solos com altas
populações de nematoides.
A maioria dos híbridos aqui avaliados tem, portanto, potencial para
serem competitivos em relação às testemunhas comerciais. Por outro lado, os
híbridos 4x1 e 4x2 poderiam mesmo superá-las em condições em que ocorra
estresse pela presença de múltiplos fitopatógenos.
Em trabalho semelhante de capacidade combinatória de linhagens de
pimentão, Gomide et al. (2003) verificaram a maior importância dos efeitos
gênicos aditivos para produção precoce de frutos, massa média de fruto total e
produção total de frutos. Para esse último caráter, os efeitos gênicos não-aditivos
foram também de grande importância, com resultados similares aos aqui
observados. Os efeitos gênicos aditivos foram importantes também para
espessura do pericarpo, profundidade de inserção do pendúnculo floral e relação
comprimento/diâmetro, concordando com os resultados encontrados para esses
caracteres por Silva, (2002); Nascimento et al., (2004) e Gomide et al., (2008)
respectivamente.
As elevadas produtividades dos híbridos 1x2', 2x2', 4x1 e 4x2 podem
estar relacionadas ao fato de que esses híbridos envolvem o uso das linhagens
Carolina Wonder ou Charleston Belle como genitoras, ambas resistentes a M.
Incognita, dessa forma, refletindo que a resistência é efetiva mesmo em
heterozigose, pois o experimento foi conduzido em solo com altas populações de
nematoides. Libânio, (2005) similarmente verificou que a presença do alelo Me1
confere resistência aos nematoides de galhas, mesmo em condições de
heterozigose.
71
Como geralmente acontece com a cultura do pimentão, o cultivo
repetido numa mesma área pode elevar o nível da população de nematoides e
torná-los limitantes à cultura. O controle químico muita das vezes é ineficiente,
além de oneroso. O uso de material resistente é o método mais eficaz contra os
nematoides.
Conclusões
1. A maioria dos híbridos possui desempenho semelhante às melhores
testemunhas para todos os caracteres avaliados.
2. Os efeitos nicos aditivos foram importantes para todos os caracteres
avaliados e, para produção total de frutos, os o-aditivos foram também
de grande importância.
3. Destacam-se pelos altos valores da capacidade geral de combinação para
os principais caracteres, as linhagens 1 = Carolina Wonder, 2 = Charleston
Belle e 3 = PIM-013, no grupo I, e 2' = MYR-29-03-02, no grupo II.
4. Foram identificados os híbridos 1x2= F
1
(Carolina Wonder x MYR-29-03-
02), 2x2' = F
1
(Charleston Belle x MYR-29-03-02), 4x1 = F
1
(PIX-044B-01-01
x Carolina Wonder) e 4x2 = F
1
(PIX-044B-01-01 x Charleston Belle), com
desempenho médio superior ou equivalente ao das testemunhas e que
aliam resistência ltipla às doenças.
Agradecimentos
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(FAPEMIG); ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq); à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES); à Universidade Federal de Lavras (UFLA); à FAEPE/UFLA,
72
à FUNDECC/UFLA, à empresa HortiAgro Sementes Ltda e à equipe do
laboratório de Virologia Molecular/UFLA.
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genes against potyviruses are localized in collinear genomic regions of the
tomato(Lycopersicon spp. ) and pepper (Capsicum spp. ) genomes. Theoretical
and Applied Genetics, Berlin, v. 105, p. 855-861, 2002.
PEREIRA, P.R.V.S.; HALFELD-VIEIRA, B.A.; NECHTE, K.L.; MOURÃO
JÚNIOR, M. Ocorrência danos e controle do ácaro branco
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with Paenibacillus illinoisensis. BioControl 50, 165-178.
75
Figura 1 Padrão eletroforético de fragmentos de DNA, amplificados com o
marcador CAPS em plantas de pimentão: 1- Marcador; 2- PIX-044B-
01-01; 3- PIX-044B-13-01; 4- MRY-29-03-02; 5- MYR-29-10-08; 6-
PIX-045B-27-02
(a)
; 7- PIX-045B-32-03
(a)
; 8- PIX-052B-06-01
(a)
. S-
Suscetível; R- Resistente. (para o loco do alelo Pvr4)
Obs: (a) padrão S não correspondente ao fenótipo da planta (resistente a
PepYMV).
Tabela 1 Progenitores utilizados nos cruzamentos e suas respectivas
características de reação a patógenos, formato e tamanho de frutos
Parentais
Reação
1
Formato
Tamanho
de frutos PepYMV
P.
capcisi
M.
incognita
Grupo I
1- Carolina Wonder S S R Quadrado Pequeno
2- Charleston Belle S S R Quadrado Pequeno
3- PIM-013 S R S Cônico-largo Grande
4- PIX-044B-01-01 R* R S Cônico-
comprido
Grande
5- PIX-044B-13-01 R* R S Cônico-
comprido
Pequeno
6- PIX-045B-27-02 R R S Cônico-largo Pequeno
7- PIX-045B-32-03 R R S Cônico-largo Pequeno
8- PIX-052B-06-01 R R S Cônico-
comprido
Médio
Grupo II
1'-Linha-004 S S S Quadrado Grande
2'-MYR-29-03-02 R* S S Cônico-
comprido
Grande
3'-MYR-29-10-08 R* S S Cônico-largo Grande
1
S = Suscetível; R = Resistência; *Presença da banda associada ao alelo Pvr4
76
Tabela 2 Resumo das análises de variâncias para produção total, massa média de frutos total, produção precoce,
espessura do pericarpo, profundidade de inserção do pendúnculo floral e relação comprimento/diâmetro em
pimentão. UFLA, Lavras, MG, 2010
Fonte de variação GL
QM
Produção
total
(t.ha
-1
)
Massa média
de fruto total
(g.fruto
-1
)
Produção
precoce
(t.ha
-1
)
Espessura
do
pericarpo
(mm)
Profundidade
de inserção do
pendúnculo
(Notas 1-5)
(1)
Relação
compri-
mento
/diâmetro
Blocos 2
3585,376 ** 2805,229 ** 1238,916 ** 3,057 ** 0,3182 ** 0,087 **
Tratamentos 35
221,384 ** 768,110 ** 59,069 ** 0,376 ** 0,364 ** 0,254 **
Híbridos do dialelo 23 129,277
ns
429,412 ** 36,810
ns
0,338 ** 0,378 ** 0,281 **
C.G.C (Grupo I) 7 207,948
ns
1139,604 ** 70,013 * 0,794**
0,871 **
0,677 **
C.G.C (Grupo II) 2 140,924
ns
232,239
ns
14,660
ns
0,339 * 0,660 ** 0,753 **
C.E.C (I x II) 14 88,227
ns
102,455
ns
23,388
ns
0,107
ns
0,090
ns
0,015 *
Híbridos adicionais
5 688,173** 1311,341 **
138,369 ** 0,363 **
0,261 ** 0,339 **
Testemunhas
5 211,195
ns
1543,476 ** 67,991
ns
0,528 ** 0,284 * 0,140 **
Testemunhas vs Híbridos
do dialelo
1 0,247
ns
2037,783 ** 21,375
ns
0,110
ns
1,248 ** 0,015
ns
Hibridos adicionais vs
(Testemunhas + Híbridos
do dialelo)
1 249,532
ns
1477,108 * 188,583 * 0,584
ns
0,009
ns
0,032
ns
Erro médio 70 101,061 84,732 27,879 0,065 0,060 0,011
Média 39,18 111,30 19,93 4,78 2,29 2,22
C.V. % 25,66 8,27 26,49 5,32 10,68 4,67
ns
, **,*: não significativo e significativo a 1 % e 5 % de probabilidade, pelo teste de F, respectivamente
1
Nota 1 - pendúnculo inserido no nível da base do fruto e Nota 5- pendúnculo inserido a mais de 1,5 cm abaixo do nível da base do
fruto. Notas menores são desejáveis
77
Tabela 3 Estimativas da capacidade geral (g
i
e g
j
) e específica (S
ij
) de combinação dos componentes de média de seis
caracteres avaliados em pimentão. UFLA, Lavras, MG, 2010
Produção
total
(t.ha
-1
)
Massa média
de fruto total
(g.fruto
-1
)
Produção
precoce
(t.ha
-1
)
Espessura
do pericarpo
(mm)
Profundidade de
inserção do
pendúnculo
(Notas 1-5)
(1)
Relação
comprimento/
diâmetro
g
i
1 6,59 9,58 2,98 0,35 -0,01 -0,34
2 7,29 11,28 3,45 0,41 0,05 -0,42
3 1,59 11,07 3,10 0,14 0,12 -0,02
4 -5,64 3,56 -3,27 -0,39 0,16 0,03
5 -3,68 -0,30 -2,08 -0,29 -0,58 0,42
6 -1,90 -5,23 -1,90 -0,19 0,45 0,01
7 -3,66 -20,26 -2,36 -0,13 0,09 0,18
8 -0,59 -9,70 0,12 0,10 -0,28 0,13
g
j
1' -2,41 1,50 -0,72 0,06 0,16 -0,20
2' 2,43 -3,58 0,83 -0,14 0,01 0,09
3' -0,02 2,08 -0,11 0,08 -0,17 0,11
s
ij
1x1' -1,38 1,00 -1,00 0,10 -0,04 0,05
1x2' 3,13 -0,72 1,99 -0,12 0,04 -0,04
1x3' -1,75 -0,28 -0,99 0,02 0,01 -0,01
2x1' -2,58 1,01 -1,40 -0,15 -0,08 0,04
2x2' 6,19 3,58 2,37 0,18 0,11 -0,05
2x3' -3,61 -4,59 -0,97 -0,03 -0,04 0,01
3x1' 2,03 6,53 0,27 0,12 0,34 -0,07
3x2' -3,95 -4,60 -0,63 -0,15 -0,01 -0,01
3x3' 1,92 -1,93 0,37 0,03 -0,32 0,08
78
Tabela 3, continuação
4x1' 9,35 10,18 4,90 0,32 0,13 0,05
4x2' -2,82 -1,40 -1,39 -0,003 -0,16 -0,05
4x3' -6,53 -8,78 -3,51 -0,32 0,04 0,001
5x1' -4,39 -5,12 -2,14 -0,03 0,003 0,03
5x2' 2,11 -0,09 1,06 0,01 0,09 0,09
5x3' 2,28 5,21 1,08 0,01 -0,10 -0,12
6x1' -1,63 -3,86 0,30 -0,28 -0,05 0,02
6x2' -4,26 -1,37 -2,64 0,04 -0,08 -0,005
6x3' 5,89 5,23 2,33 0,23 0,14 -0,02
7x1' -5,45 -7,37 -3,60 -0,16 -0,15 -0,01
7x2' -0,21 4,51 0,09 0,05 -0,04 0,03
7x3' 5,66 2,86 3,50 0,11 0,18 -0,03
8x1' 4,05 -2,38 2,66 0,08 -0,15 -0,11
8x2' -0,20 0,10 -0,86 -0,02 0,04 0,03
8x3' -3,85 2,28 -1,80 -0,06 0,10 0,07
1=Carolina Wonder, 2=Charleston Belle, 3=PIM-013, 4=PIX-044B-01-01, 5=PIX-044B-13-01, 6=PIX-045B-27-02, 7=PIX-045B-
32-03, 8=PIX-052B-06-01, 1'=Linha-004, 2'= MYR-29-03-02 e 3'= MYR-29-10-08.
1
Nota 1= pendúnculo inserido no nível da base
do fruto. Nota 5= pendúnculo inserido a mais de 1,5cm abaixo do nível da base do fruto. Notas menores são desejáveis
79
Tabela 4 Médias da produção total, massa média de frutos total, produção precoce, espessura do pericarpo, profundidade
de inserção do pendúnculo floral e relação comprimento/diâmetro em pimentão. UFLA, Lavras, MG, 2010
Identificação
dos
tratamentos
Produção
total
(t.ha
-1
)
Massa média
de fruto total
(g.fruto
-1
)
Produção
precoce
(t.ha
-1
)
Espessura
do pericarpo
(mm)
Profundidade
de inserção do
pendúnculo
(Notas 1-5)
(1)
Relação
comprimento
/diâmetro
Test. comerciais
Magnata Super 33,12 cde 96,41 klm 16,01 bcd 4,46 fghijk 2,38 cdefghi 2,00 lmnopq
Konan R 55,83 a 128,81 bc 28,40 a 4,72 defghi 2,40 cdefghi 2,22 ghijk
Mallorca
43,08 abcd
153,15 a
25,41 ab
5,46 a
2,38 cdefghi
2,05 klmnop
Martha R
38,66
abcde
91,68 lm
19,79 abc
4,63 efghij
1,96 ijklm
2,37 defg
Stephany 36,97 abcde 110,48 defghijk 20,24 abc 5,32 ab 1,76 klm 2,59 bc
Magali R
48,
93 abc
121,32 bcdefg
26,48 ab
5,25 abc
2,55 abcde
2,26 ghij
Híb. Dialelo
1x1 41,23 abcd 124,63 bcdef 20,88 abc 5,24 abc 2,47 bcdefgh 1,72 rs
1x2'
50,59 abc
117,83 bcdefgh
25,43 ab
4,82 cdefgh
2,40 cdefghi
1,93 nopq
1x3' 43,25 abcd 123,92 bcdef 21,52 abc 5,17 abcd 2,17 efghijk 1,98 mnopq
2x1' 40,73 abcd 126,34 bcde 20,95 abc 5,05 abcde 2,49 bcdefg 1,63 s
2x2' 54,35 ab 123,83 bcdef 26,27 ab 5,18 abcd 2,53 abcdef 1,84 qr
2x3'
42,09 abcd
121,32 bcdefg
21,99 abc
5
,18 abcd
2,20 efghijk
1,92 opq
3x1' 39,64 abcd 131,65 b 22,23 abc 5,04 abcde 2,98 a 1,92 opq
3x2' 38,50 abcde 115,44 bcdefghi 22,88 abc 4,58 efghijk 2,48 bcdefgh 2,27 ghij
3x3'
41,92 abcd
123,76 bcdef
22,95 abc
4,97 bcdef
1,99 hijkl
2,39 defg
4x1'
39,73
abcd
127,78 bcd
20,53 abc
4,71 def
ghi
2,81 abc
2,09 jklmno
4x2' 32,40 cde 111,13 cdefghijk 15,79 bcd 4,19 jk 2,37 cdefghi 2,29 fghi
4x3'
26,25
de
109,40 efghijkl
12,73 cd
4,09 k
2,39 cdefghi
2,36 defg
5x1'
27,95
de
108,62 efghijkl
14,67 cd
4,47 fghijk
1,94 ijklm
2,47 cdef
5x2' 39,30 abcde 108,58 efghijkl 19,43 abc 4,31 ijk 1,88 jklm 2,82 a
5x3' 37,00 abcde 119,53 bcdefgh 18,51 abcd 4,52 fghijk 1,51 m 2,63 bc
6x1'
32,49
cde
104,96 ghijkl
17,30 bcd
4,32 hijk
2,92 ab
2,05 klmnop
6x2' 34,71 bcde 102,36 hijklm 15,91 bcd 4,44 ghijk 2,74 abcd 2,32 efgh
6x3' 42,40 abcd 114,62 bcdefghij 19,95 abc 4,84 bcdefg 2,78 abc 2,33 efgh
7x1' 26,91 de 86,41 mn 12,94 cd 4,49 fghijk 2,46 bcdefgh 2,19 ghijkl
80
Tabela 4, continuação
7x2'
37,00 abcde
93,28 klm
18,18 abcd
4,50 fghijk
2,42 cdefghi
2,53 bcd
7x3'
40,42 abcd
97,23 jklm
20,66 abc
4,78 cdefghi
2,46 bcdefgh
2,49 cde
8x1' 39,48 abcde 101,96 hijklm 21,68 abc 4,96 bcdef 2,09 efghijkl 2,04 klmnop
8x2' 40,07 abcd 99,37 ijklm 19,71 abc 4,67 efghij 2,14 efghijk 2,48 cdef
8x3'
33,97 cde
107,21 fghijkl
17,83 abcd
4,84 bcdefg
2,01 ghijkl
2,54 bcd
Híb. Adicionais
4x1 55,67 a 108,79 efghijkl 25,50 ab 4,85 bcdefg 2,29 defghij 1,87 pqr
4x2
56,93 a
128,86 bc
26,25 ab
5,48 a
2,42 cdefg
hi
1,82 qr
4x3 39,27 abcde 115,58 bcdefghi 19,79 abc 4,79 cdefghi 2,06 fghijkl 2,16 hijklm
5x8 31,73 cde 93,31 klm 16,12 bcd 4,60 efghij 1,65 lm 2,68 ab
6x8
28,33
de
85,08 mn
13,95 cd
4,58 efghijk
2,18 efghijk
2,12 ijklmn
7x8
19,46
e
72,29 n
8,82 d
4,56 efghijk
1,79 klm
2,46 cdef
Médias seguidas das mesmas letras na coluna não diferem entre si, pelo teste de Duncan, a 5% de probabilidade. Tratamentos:
1=Carolina Wonder, 2=Charleston Belle, 3=PIM-013, 4=PIX-044B-01-01, 5=PIX-044B-13-01, 6=PIX-045B-27-02, 7=PIX-045B-
32-03, 8=PIX-052B-06-01,1'=Linha-004, 2'= MYR-29-03-02 e 3'= MYR-29-10-08
1
Nota 1= pendúnculo inserido no nível da base do fruto. Nota 5= pendúnculo inserido a mais de 1,5 cm abaixo do nível da base do
fruto. Notas menores são desejáveis
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