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UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO – UNIFENAS
MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO NA
AGROPECUÁRIA
HÍBRIDO DE MILHO DE MAIOR ACEITABILIDADE NO
SUL DE MINAS GERAIS
RICARDO FLABES DE CASTRO COELHO
ALFENAS – MG
2010
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UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO – UNIFENAS
MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO NA
AGROPECUÁRIA
HÍBRIDO DE MILHO DE MAIOR ACEITABILIDADE NO
SUL DE MINAS GERAIS
RICARDO FLABES DE CASTRO COELHO
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação da Universidade José do Rosário
Vellano, como parte das exigências para
obtenção do título de Mestre em Sistemas de
Produção na Agropecuária.
Orientador: Prof. Dr. José Messias Miranda
ALFENAS – MG
2010
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Coelho, Ricardo Flabes de Castro.
Híbrido de milho de maior aceitabilidade no sul de
Minas Gerais. Alfenas: UNIFENAS, 2010. 50f.
Orientador: José Messias Miranda
Dissertação (Mestrado) – Universidade José do
Rosário Vellano, 2010.
1. Híbrido de milho. 2. Tecnologias 3. Tipos de
Híbridos. I. Universidade Jo do Rosário
Vellano. II. Título.
CDU: 633.15(043)
4
RESUMO
COELHO, Ricardo Flabes de Castro. Híbrido de milho de maior aceitabilidade no sul
de Minas Gerais. Orientador: Dr. José Messias Miranda. Alfenas: UNIFENAS, 2010
(Dissertação de Mestrado em Sistemas de Produção na Agropecuária).
O desenvolvimento da agricultura tem se caracterizado pelo surgimento, em
intervalos distintos de tempo, de tecnologias que alteram profundamente a situação
de equilíbrio previamente alcançada. As novas tecnologias tendem a afetar de
formas diferentes as explorações agrícolas, os agricultores e as regiões onde essas
atividades se desenvolvem. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa foi descrever
e identificar o perfil do híbrido de maior aceitabilidade desenvolvido pelas empresas
sementeiras que atuam no mercado do sul de Minas Gerais. A presente pesquisa
fundamentou-se na análise dos dados primários coletados junto às empresas
sementeiras que atuam junto a cooperativas, empresas correlatas e produtores de
milho da região do sul de Minas Gerais. Estas empresas foram: Dekalb (São Paulo);
Agromen Sementes (São Paulo); Syngenta Seeds (São Paulo); Sementes Dow Agro
Sciences Ltda (São Paulo); Pioneer (Rio Grande do Sul); Biomatrix (Minas Gerais);
Agroceres (São Paulo); Agroeste (São Paulo); Santa Helena Sementes S.A. (Minas
Gerais). Para a realização da referida pesquisa, foram utilizados pesquisa
bibliográfica, pesquisas em sites especializados, amostra aleatória, levantamento de
dados, questionário e pesquisa de campo com o método qualitativo. Concluiu-se que
o perfil do híbrido mais aceito, desenvolvido pelas empresas sementeiras seria: o
híbrido duplo precoce com aptidão grão, semi duro, com planta de porte baixo tendo
alta resistência ao acamamento, de preferência posicionado em época normal e com
possibilidade de responder satisfatoriamente a um alto investimento na cultura.
Palavras-chave: Híbrido de milho; Novas tecnologias; tipos de grãos.
5
ABSTRACT
COELHO, Ricardo Castro Flab. Hybrid corn has greater acceptance in southern
Minas Gerais. Supervisor: Dr Jose Miranda Messiah. Alfenas: UNIFENAS, 2010
(Dissertation in the Agricultural Production Systems).
The new technologies tend to affect in different ways the agricultural explorations, the
farmers and the areas where those activities grow. In this context, the objective of
this research was to describe and to identify the profile of the hybrid of larger
acceptability developed by the companies sowings that act at the market of the south
of Minas Gerais. To present research it was based in the analysis of the primary data
collected the companies sowings that act cooperatives close to close to, companies
correlate and producing of corn of the area of the south of Minas Gerais. These
companies were: Dekalb (São Paulo); Agromen Sementes (São Paulo); Syngenta
Seeds (São Paulo); Seeds Dow Agro Sciences Ltda (São Paulo); Pioneer (Rio
Grande do Sul); Biomatrix (Minas Gerais); Agroceres (São Paulo); Agroeste (São
Paulo); Saint Helena Sementes S.A. (Minas Gerais). Para the accomplishment of the
referred research, they were used bibliographical research, researches in specialized
sites, random sample, rising of data, questionnaire and field research with the
qualitative method. It was ended that the profile of the hybrid more I accept,
developed by the companies sowings would be: the precocious double hybrid with
couple aptitude, grains semi hard of color it yellows, with plant of medium load tends
high resistance to the lodging, preferably positioned in normal time and with
possibility to answer satisfactorily to a high investment in the culture.
Key-word: Hybrid of corn; New technologies; types of grains.
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................9
2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................12
2.1 Cultura do milho ..................................................................................................12
2.2 Origem.................................................................................................................16
2.3 Tipos de Híbridos ...............................................................................................16
2.4 Época do Plantio .................................................................................................19
2.4 Clima e solo.........................................................................................................23
2.5 Germinação e Emergência..................................................................................25
2.6 Nutrição e adubação ...........................................................................................27
2.7 Cultivares ............................................................................................................27
2.9 Nível de Investimento..........................................................................................28
2.10 Ciclo dos híbridos..............................................................................................29
2.11 Cor do Grão.......................................................................................................30
2.12 Porte da planta ..................................................................................................31
3 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................34
3.1 Parâmetros de caracterização dos híbridos ........................................................36
3.2 Caracterização da pesquisa................................................................................37
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................41
4.1 Caracterização de híbridos..................................................................................41
4.2 Níveis de tecnologia ............................................................................................42
4.3 Precocidade ........................................................................................................43
4.4 Época de Plantio .................................................................................................45
7
4.5 Produção de grãos, silagem e dupla aptidão ......................................................46
4.6 Tipos de Grãos....................................................................................................47
4.7 Porte da planta ....................................................................................................48
5 CONCLUSÕES ......................................................................................................51
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................52
8
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – Porcentagens de utilização de híbridos duplo, triplo, simples, e
transgênicos pelos produtores do Sul de Minas Gerais.............................................40
GRÁFICO 2 Porcentagens de produtores que utilizam níveis de investimentos
para a produção de milho no Sul de Minas Gerais....................................................41
GRÁFICO 3 Porcentagens de utilização dos híbridos super precoce, precoce e
normais pelos produtores do sul de Minas Gerais ...Erro! Indicador não definido.42
GRÁFICO 4 Porcentagens de produtores que utilizam o plantio precoce, normal,
tardio e safrinha na região do sul de Minas Gerais ...................................................43
GRÁFICO 5 Percentagem de comercialização dos híbridos de milho destinados a
produção de grãos e/ou dupla aptidão (grão e silagem) na região do sul de Minas
Gerais.........................................................................................................................45
GRÁFICO 6 Porcentagens de comercialização de híbridos de milho cujas
características de grãos tipo dentado, duro e semiduro, na região do sul de Minas
Gerais........................................................................................................................46
GRÁFICO 7 Porcentagem de comercialização dos híbridos em relação ao seu
porte: baixo, médio e alto ..........................................................................................48
9
1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento da agricultura tem se caracterizado pelo surgimento,
em intervalos distintos de tempo, de tecnologias que alteram profundamente a
situação de equilíbrio previamente alcançada. Estas tecnologias modificam a
resposta das plantas ao uso de determinados insumos, possibilitam uma melhor
adaptação das plantas a características ambientais ou alteram a forma de execução
de determinadas operações de campo. Como exemplo da primeira situação, tem-se
o conjunto de conhecimentos que permitiram a chamada “Revolução Verde”,
baseada no desenvolvimento genético de plantas com maior eficiência de resposta a
insumos como água e fertilizantes. No segundo caso, tem-se o desenvolvimento de
cultivares de soja adaptados a condições ambientais do Brasil Central e às
possibilidades de mecanização das operações agrícolas. No terceiro caso, tem-se o
desenvolvimento do sistema de plantio direto, que possibilitou um melhor
gerenciamento das operações mecânicas e melhor controle da perda de solo e de
nutrientes pela erosão. Após o impacto inicial da nova tecnologia, que provoca a
maior alteração, uma série de pequenas adaptações se verificam de forma a
melhorar a eficiência tanto técnica como econômica e na forma de conduzir a
atividade de produção agrícola.
As novas tecnologias tendem a afetar de formas diferentes as
explorações agrícolas, os agricultores e as regiões onde essas atividades se
desenvolvem. Como decorrência desta distribuição desigual, uma série de críticas
naturalmente ocorrem. Recentemente, considerações de caráter ambientais tem
ganho maior ênfase no que diz respeito à análise dos custos e benefícios das novas
tecnologias. A maior participação de instituições privadas em atividades de pesquisa
agrícola tem levantado considerações sobre a apropriação privada dos benefícios,
10
por estas entidades, e também discussões sobre quem se beneficia do progresso
tecnológico na agricultura. Com estas instituições privadas tem sido possível exercer
controle sobre a difusão de algumas tecnologias. Existe a possibilidade do uso, por
elas, de procedimentos de concorrência imperfeita, como forma de se apropriar de
uma parcela maior desse benefício.
Neste ambiente é que está se desenvolvendo a mais recente das
mudanças tecnológicas de amplitude global na agricultura: os produtos resultantes
de processos de transformação biotecnológica. A primeira onda desta tecnologia
ainda gera uma profunda polêmica, provocada principalmente por restrições sobre o
maior controle da apropriação privada dos resultados da inovação, pelo seu
desenvolvedor. A segunda onda ainda é uma imensa e nebulosa área de
possibilidades, promessas e desenvolvimentos que necessitam de ajustes finais.
É necessário que todos os produtos transgênicos sejam examinados,
avaliados e julgados, caso a caso, tendo em vista a sua finalidade benéfica e que,
em concordância com a legislação e baseados nos preceitos éticos, morais,
sócioeconômicos e segurança ambiental, venham garantir vantagens ao consumidor
e ao processo produtivo, sem que, no entanto, se ponha em risco à vida e sua
evolução como processo dinâmico e multivariável.
Alguns pesquisadores garantem o consumo de produtos geneticamente
modificados baseados na equivalência substancial (ES). Porém, a ES tem sido alvo
de críticas pela falta de critérios mais rigorosos, pois valida o princípio de que
alimentos transgênicos são iguais aos convencionais, dispensando a análise de
risco. Nos Estados Unidos, é utilizada esta abordagem para os alimentos
transgênicos. Este princípio é considerado útil para a indústria, mas inaceitável do
ponto de vista do consumidor e da saúde pública.
A defesa da existência de testes biológicos, toxicológicos e imunológicos,
ao invés de considerar meramente a equivalência substancial, tem como objetivo
11
garantir a verificação da inexistência de toxinas prejudiciais, carcinogênicas e
mutagênicas.
Neste contexto, o objetivo desta pesquisa é descrever e identificar o perfil
do híbrido de maior aceitabilidade desenvolvido pelas empresas sementeiras que
atuam no mercado do sul de Minas Gerais.
12
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Cultura do milho
O milho é um das fontes mais importantes de alimentos no mundo,
além de ser matéria-prima básica para a produção de diversos outros tipos de
alimento. O milho é o terceiro cereal mais cultivado no mundo, ficando atrás apenas
do trigo e arroz. Em 2008, o Brasil produziu aproximadamente 72 milhões de
toneladas (IBGE, 2009).
O milho, sendo uma planta de origem tropical, exige, durante o seu ciclo
vegetativo, calor e umidade para se desenvolver e produzir (FANCELLI &
DOURADO NETO, 2000).
Fancelli & Dourado (2001) relatam que nos últimos 31 anos a área
plantada aumentou em 2,38 milhões de hectares, a produtividade em 1619 kg/
-1
e
produção total em 23,61 milhões de toneladas. Na safra de 2001/2002 houve uma
redução de 10,1% na área plantada e 15,8 % na produção de milho em relação a
safra anterior.
Os mesmo autores reportam que o milho é cultivado em praticamente
todo o território nacional. Na safra 2000/2001, 77 % da área plantada e 92 % da
produção concentraram-se nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, sendo que a
região Sul participou com 42,32 % da área e 53,70 % da produção; Sudeste com
19,01 % da área e 19,62% da produção e Centro-Oeste com 15,77 % da área e
19,22% da produção. Pelo menos desde 2005, estão sendo liberados o plantio e a
comercialização de plantas geneticamente modificadas no Brasil. Entre 2005 e 2008,
foram liberados vários eventos relacionados à soja, algodão e híbrido de milho
13
transgênico. Entretanto, poucos estudos visam avaliar o impacto efetivo ao produtor
rural e, muitas vezes, à população em geral.
Os benefícios aos produtores agrícolas podem advir do aumento de
produtividade da cultura, que podem resultar em menor custo unitário de produção
da lavoura. No caso dos consumidores, os benefícios das variedades geneticamente
modificadas podem estar relacionados à melhor qualidade nutricional, composição
química que atenda a dietas especiais e características que permitam a obtenção de
um produto final processado de melhor qualidade. As culturas geneticamente
modificadas (GM) encontradas no mercado atualmente foram desenvolvidas
utilizando-se uma (ou mais) das seguintes características básicas: resistência aos
danos causados por insetos, resistência a infecções virais e tolerância a certos
herbicidas. Todos os genes usados para modificar as culturas derivam de
microrganismos. Especificamente no caso do milho, questiona-se sobre o impacto
econômico da utilização do híbrido de milho no Brasil, principalmente em nível
regional.
No Brasil duas safras de milho, uma de verão, concorrentes em área
com a soja, por exemplo, e outra de safrinha, plantada após a colheita da safra de
verão. Este plantio está se tornando primordial para equilibrar oferta e demanda de
milho no Brasil, assim como excelente opção de aumento da utilização da terra,
principalmente no cerrado. Nos últimos anos, os insetos têm causado uma limitação
na produção de milho no Brasil, especialmente os insetos da ordem Lepdoptera
(Spodoptera frugiperda, entre outras). Estima-se que os danos causados cheguem a
34% da produção nacional de grãos (FANCELLI & DOURADO, 2001).
Segundo Fernandes et al.. (2003), no Brasil as perdas médias de
produção promovidas por Spodoptera frugiperda em milho variam de 17% a 38,7%.
14
Essa espécie promove os maiores prejuízos quando as infestações ocorrem no
estádio fenológico de oito a dez folhas da cultura.
Com o advento da biotecnologia foi desenvolvida uma nova tática de
controle de pragas, que consiste nas plantas geneticamente modificadas resistentes
a insetos. Através de apuradas técnicas de laboratório, um gene de Bacillus
thuringiensis Berliner (Bt) foi introduzido em plantas de milho, dando origem ao milho
geneticamente modificado, conferindo alto padrão de resistência da planta a
algumas espécies de Lepidópteros-pragas (ARMSTRONG et al.., 1995).
Segundo James (2003a e b), experimentos em campo realizados no
Brasil sugeriram um ganho dio em produtividade para o milho Bt em torno de
24% quando comparado ao milho convencional. Na Argentina, James (2003a)
verificou que a produtividade de plantas de milho Bt foi em média 10% superior que
as plantas de milho convencional.
Para Trigo e Cap (2003), o beneficio do plantio do milho Bt na Argentina
deriva do aumento em 5% da produtividade. Nos Estados Unidos, um dos impactos
mais significativos da utilização de milho Bt foi o aumento na produtividade da
cultura quando comparada a plantas convencionais. Estudos realizados no cinturão
do milho nos Estados Unidos avaliando o impacto do milho Bt, verificaram um ganho
em produtividade das plantas transgênicas na ordem de 332,1 kg/há
-1
a 935,3 kg/ha
-
1
.
Em experimento realizado na Espanha, James (2003a) apontou que de
maneira geral produtores que utilizaram o milho Bt tiveram um ganho médio de US$
207/ha
-1
, reduzindo ou eliminando a utilização de inseticidas em algumas áreas.
Também verificaram redução de níveis de micotoxinas quando comparado a
produtores que utilizaram o milho convencional.
15
De acordo com Trigo e Cap (2006), a Argentina apresentou um benefício
médio de US$ 24,95/ha/ano com a utilização do milho transgênico resistente a
insetos, este obtido através de um benefício bruto de US$ 481,73 milhões em 8,3
milhões de hectares de lavouras de milho Bt entre os anos de 1998 e 2005.
Para o Brasil, Pereira, Leal e Hussne (2007) estimaram que se as
lavouras brasileiras de milho tivessem adotado 50% de milho Bt em 2005, os
produtores teriam ganhado US$ 161 milhões com o aumento da produtividade e
US$ 31 milhões com a redução de inseticidas para controlar a lagarta-do-cartucho,
considerando um aumento de 10% da produtividade e um preço mínimo por
tonelada de US$ 91,62. Os resultados demonstram que a adoção do milho Bt
contendo a proteína Cry1Ab melhora o acesso dos produtores à tecnologia para
controle das principais pragas do milho; a eliminação das pragas melhora a
produtividade do milho; a eliminação da necessidade de uso de pesticidas para
controlar as principais pragas que afetam a cultura, minimizando os impactos
ambientais, além dos promissores resultados com o lançamento de híbridos
advindos das linhagens MON89034, que deverão ser ainda mais efetivas.
Anteriormente à introdução das tecnologias transgênicas, dois grandes
fatores aumentavam sua importância no cultivo do milho no Brasil e no mundo: a alta
dependência dos defensivos e o crescente índice de resistência de insetos, com a
necessidade de cada vez maior de aplicações e maiores doses. Os resultados eram
o aumento de custos de produção e a menor a produtividade das culturas. Portanto,
o desenvolvimento de plantas geneticamente modificadas oferece o potencial de
aumentar a produtividade agrícola, diminuir a utilização de defensivos, aumentar o
valor nutricional de plantas, entre outras, de forma a melhorar as condições de vida
e desenvolvimento humano. No geral, os resultados obtidos com a introdução da
16
biotecnologia na produção de milho em muitos países apresentam resultados
positivos, reduzindo os custos médios de produção. Não há, contudo, informações a
respeito da economicidade da utilização da tecnologia no Brasil, sendo este estudo
um esforço neste sentido (ARMSTRONG et al.., 1995).
2.2 Origem
Espécie da família Gramineae, Espécies Zea mays L. originaria do
México, anual, com 1,00 metros a 3.00 metros de altura no florescimento, cultivada
no verão e outono (safrinha), em solos bem drenados, da qual se utiliza o grão para
consumo ou toda a planta, no caso de silagem. O consumo pode ser feito tanto na
propriedade como na indústria para extração de óleo e álcool, fabricação de
alimentos e ração, podendo ainda ser utilizado como milho verde (SAWAZAKI et al..,
1998).
2.3 Tipos de híbridos
A situação da cultura do milho, nas décadas de 1950 e 1960, com relação
às atuações das instituições oficiais e empresas privadas no melhoramento de milho
no Brasil, segundo Miranda (1966), era a seguinte: as instituições oficiais que tinham
programas de melhoramento de milho e cultivares comerciais na época eram duas
do Rio Grande do Sul (IPEAS e AS do RGS), duas de São Paulo (ESALQ e IAC),
uma do Rio de Janeiro (IPEACS), uma de Minas Gerais (IPEACO) e uma do
Pernambuco (IPA). Na área privada, havia apenas duas empresas instaladas
(Sementes Agroceres S.A. e Sementes Selecionadas Sementec Ltda) e uma em
fase de instalação (Sementes Cargill).
17
Para maior compreensão Galvão e Miranda (2004), afirmaram que da
evolução dos tipos de cultivares de milho explorados comercialmente, apresentam-
se alguns conceitos:
Híbrido simples: resultante do cruzamento entre duas linhagens
endogâmicas divergentes (linhagem A x linhagem B). Caracteriza-
se por sua uniformidade e maior potencial de produtividade. A
semente tem um custo de produção mais elevado, devido à baixa
produtividade da linhagem endógama utilizada como fêmea.
Híbrido simples modificado: segue o esquema do híbrido simples,
diferindo quanto ao progenitor feminino, que passa a ser um
híbrido entre duas linhagens aparentadas, tendo a seguinte
constituição: (A x A
1
) x B. Esse procedimento diminui o custo de
produção de sementes, dependendo do vigor do híbrido utilizado
como progenitor feminino.
Híbrido triplo: obtido do cruzamento de um hibrido simples (AxB),
utilizado como progenitor feminino, com uma terceira linhagem. A
linhagem polinizadora deve ser suificientemente vigorosa para
poder ser plantada intercalada ao híbrido e produzir uma
quantidade de pólen que garanta uma produção de grãos
satisfatória nas linhas femininas.
Híbrido triplo modificado: é obtido de maneira aloga à do híbrido
triplo, substituindo-se apenas a linhagem macho por um híbrido
entre linhagens aparentadas (CxC). O esquema de cruzamento fica
representado da seguinte forma: [(AxB) x (CxC)].
18
Híbrido duplo: resultante do cruzamento de dois híbridos simples
[(AxB) x (CxD)]. Apresenta maior variabilidade genética que os
tipos anteriores, sendo, portanto, menos sujeito a vulnerabilidade,
além de ter menor uniformidade e custo da semente.
Híbrido “top cross”, os híbridos obtidos do cruzamento entre
híbridos x variedade e linhagem. O termo “top cross” também é
empregado nos cruzamentos entre linhagens com um testador, que
pode ser uma variedade, linhagem ou híbrido, visando avaliação da
capacidade geral ou específica das linhagens, dependendo se o
testador for de base genética ampla ou restrita.
Híbrido intervarietal: resultante do cruzamento de duas variedades.
Embora de menor produtividade que os híbridos de linhagens,
apresenta as vantagens da utilização da heterose sem a
necessidade da trabalhosa obtenção de linhagens. Tem como
desvantagem a maior desuniformidade das plantas e da variação
do genótipo do híbrido.
Variedades: populações de base genética ampla, com alguns
caracteres agronômicos em comum que as diferenciam de outros
materiais, podendo ser multiplicadas pelo agricultor em anos
sucessivos. Têm sido chamadas de variedades antigas ou
variedades locais: populações exóticas ou sintetizadas que
sofreram algum processo de seleção recorrente; e de variedades
sintéticas: populações obtidas do intercruzamento de linhagens de
alta capacidade geral de combinação.
19
As mudanças nos tipos de híbrido disponibilizados no mercado também
podem ser avaliadas pela evolução dos tipos de cultivares experimentais e
comerciais avaliados nos Ensaios Nacionais de Milho Normal, região centro, no
período de 1974 a 1993. Nesse período houve decréscimo de variedades e híbridos
intervarietais, ligeiro aumento na proporção de híbridos duplos até o final dos anos
1980 a tendência de decréscimo nos anos 1990 (SAWAZAKI et al.., 1998).
2.4 Época do plantio
Sawazaki et al. (1998) relataram que o plantio de milho na época
adequada, embora não tenha nenhum efeito no custo de produção, seguramente
afeta o rendimento e, consequentemente, o lucro do agricultor. Para a tomada de
decisão quanto à época de plantio, é importante conhecer os fatores de risco, que
tendem a ser minimizados quanto maior eficiente for o planejamento das atividades
relacionadas à produção. O agricultor tem que estar consciente de que a chance de
seu sucesso deve-se a seu planejamento, e que este depende de vários elementos,
dentre eles os riscos climáticos a que está sujeito.
Segundo Fancelli e Dourado Neto (2001) a produtividade do milho é
função de rios fatores integrados, sendo os mais importantes a eficiência
metabólica, eficiência de translocação de fotossintatos para os grãos e a capacidade
de dreno. As relações de fonte e dreno são funções de condições ambientais e as
plantas procuram se adaptar a essas condições. As respostas diferenciadas dos
genótipos à variabilidade ambiental, ou seja, à interação genótipo e ambiente,
significa que os efeitos genotípicos e ambientais não são independentes. Daí a
importância de conhecer a época de plantio analisando todo o ciclo da cultura,
procurando prever as condições ambientais em todas as suas fases fenológicas. A
20
grande dificuldade que se encontra é com respeito às variações ambientais não
previsíveis. Essas variações imprevisíveis correspondem aos fatores ambientais
altamente variáveis, não espacialmente como de forma temporal (precipitação,
temperatura, vento, etc.). Sabe-se que a interação genótipo e ambiente está
associada a fatores simples e complexos. Os simples são proporcionados pela
diferença de variabilidade entre genótipos nos ambientes, e os complexos, pela falta
de correlação entre os desempenhos do genótipo nos ambientes. Como pode-se
observar, é uma tarefa difícil estabelecer a época de plantio para uma dada região
sem um conhecimento prévio das cultivares a serem plantadas e das condições
ambientais onde se pretende desenvolvê-las. Portanto, a época de semeadura
refere-se ao período em que a cultura tem maior probabilidade de desenvolver-se
em condições edafoclimáticas favoráveis.
As variações nos fatores ambientais determinam a escolha da época de
semeadura do milho. A época preferencial de semeadura é aquela que faz coincidir
a maior área foliar por planta com os dias mais longos do ano, quando não
limitação hídrica (INDICAÇÕES, 2001).
Esta coincidência normalmente ocorre com a semeadura do milho no mês
de outubro. Quando esta cultura é semeada no cedo (agosto/setembro) ou no tarde
(dezembro/janeiro), redução na produção de grãos por planta, em relação à
semeadura realizada em outubro. Este decréscimo está associado aos efeitos que a
temperatura do ar e a radiação solar exercem sobre o desenvolvimento das plantas,
afetando, em consequência, a formação e a expressão dos componentes do
rendimento (SILVA & ARGENTA, 2000).
Quando o meristema apical está abaixo da superfície do solo, a
temperatura do solo é o principal fator determinante da taxa de desenvolvimento do
21
milho. Após este estádio, a temperatura do ar e a radiação solar são os principais
fatores que influenciam a fenologia e o desenvolvimento da cultura (STONE et al..,
1999). Ao semear o milho antes da época preferencial, redução na taxa de
crescimento e aumento na duração dos subperíodos de desenvolvimento, ocorrendo
o contrário com a semeadura no tarde (NOLDIN, 1985).
De acordo com Embrapa (2000) no Brasil Central, mais especificamente
na região dos Cerrados, embora o cultivo do milho seja feito em diversas condições
climáticas, considerando a variabilidade temporal e espacial do clima, pode-se
observar que, durante todo o ciclo da cultura, a temperatura é superior a 15
o
C e não
ocorrem geadas. A temperatura noturna, em alguns locais, é elevada (maior que
24
o
C), o que afeta o desempenho das plantas, principalmente no período
coincidente com aquele entre emborrachamento e grão leitoso, reduzindo a
produtividade.
De forma geral, pode-se dizer que, nessa região, a melhor época de
semeadura é entre setembro e novembro, dependendo do início das chuvas
(EMBRAPA, 2001).
De acordo com Fancelli & Dourado Neto (2001) a produtividade
geralmente é mais alta quando as condições do tempo permitem o plantio em
outubro. Depois disso uma redução no ciclo da cultura e queda no rendimento
por área. Trabalhos de pesquisa no Brasil Central mostram que, dependendo da
cultivar, atraso do plantio a partir da época mais adequada (geralmente em outubro)
pode resultar em redução no rendimento em até 30 kg de milho por hectare por dia.
Obviamente, muitas vezes esse atraso não depende do produtor, por razões
diversas. Cabe a ele elaborar seu planejamento de plantio de forma a não atrasá-lo
22
por negligência ou por desconhecimento, pois assim estará perdendo dinheiro e
comprometendo seu negócio.
Excetuando-se as elevadas altitudes, onde o que determina a época de
plantio é a temperatura, no Brasil Central, o que define a época de plantio é a
distribuição das chuvas. O uso conjuntivo de água para o milho durante seu ciclo
varia de 500 e 800mm, dependendo das condições climáticas dominantes. A água é
absorvida diferencialmente com o estádio de crescimento e desenvolvimento da
cultura. Vale a pena ressaltar que o déficit hídrico tem influência direta na taxa
fotossintética, que está associada diretamente à produção de grãos e sua
importância varia com o estádio fenológico em que se encontra a planta. Pesquisas
mostram que dois dias de estresse drico podem reduzir até 20% de produtividade
e que estresse hídrico de quatro a oito dias diminui a produção em mais de 50%.
Considera-se, ainda, que o período que vai da iniciação floral até o desenvolvimento
da inflorescência e o período do pendoamento até a maturação são as fases críticas
do déficit hídrico. Em resumo, a época de semeadura é determinada em função das
condições ambientais (temperatura, distribuição das chuvas e disponibilidade de
água do solo) e da cultivar (ciclo, fases da cultura e necessidade térmicas das
cultivares). Ainda com respeito ao clima, deve-se levar em consideração a radiação
solar e a intensidade e freqüência do veranico nas diferentes fases fenológicas da
cultura (EMBRAPA, 2002).
Fancelli e Dourado (2001) afirmaram que o milho safrinha, que é plantado
além dos limites dos Cerrados, o tem um período pré-fixado para seu plantio,
como o milho de safra normal, que é plantado no início das chuvas. É uma cultura
desenvolvida de janeiro a abril, normalmente após a soja precoce e, em alguns
locais, após o milho de verão e o feijão das águas.
23
Por ser plantado no final da época recomendada, o milho safrinha tem
sua produtividade bastante afetada pelo regime de chuvas e por fortes limitações de
radiação solar e temperatura na fase final de seu ciclo. Além disso, como o milho
safrinha é plantado após uma cultura de verão, a sua data de plantio depende da
época do plantio dessa cultura antecessora e de seu ciclo. Assim, o planejamento do
milho safrinha começa com a cultura de verão, visando liberar a área o mais cedo
possível. Quanto mais tarde for o plantio, menor será o potencial e maior o risco de
perdas por adversidades climáticas (seca e/ou geadas) (FANCELLI & DOURADO,
2001).
Segundo Sawazaki et al. (1998) isso a torna uma cultura de alto risco,
uma vez que a estação chuvosa encontra-se no fim, o que proporciona uma
variabilidade espacial e temporal muito grande e, como conseqüência, uma
variabilidade de produção. Na safrinha, além do potencial de produção ser reduzido,
alto risco de frustação de safras, baixo investimento na cultura e,
conseqüentemente, baixa produtividade.
2.4 Clima e solo
Existe sempre uma preocupação em analisar as características
ambientais em termos da adequação ao uso que se tem em mente. Isto é da mais
alta relevância, porque a capacidade ambiental de dar suporte ao desenvolvimento
possui sempre um limite, a partir do qual todos os outros aspectos serão
inevitavelmente afetados (SAWAZAKI et al., 1998).
Sawazaki et al. (1998) citam, em outras palavras, que o uso e a ocupação
de uma determinada paisagem são condicionados pelas suas características
24
intrínsecas. Estas determinam as potencialidades de uso/ocupação e a
potencialização de conflitos de interesses.
Almeida (1999) afirma que para qualquer análise do meio-físico é
necessário selecionar critérios que permitam avaliar características ambientais
importantes para o tema enfocado. No caso presente, o interesse é uma análise das
demandas da cultura do milho, para se fazer um balanço com as ofertas ambientais,
visando a uma produção sustentável, pois, verifica-se que a planta capta energia
solar (radiação) e necessita de água e nutrientes para manter o seu crescimento.
Esses fatores ambientais são definidos principalmente por clima e solo. Os fatores
edafoclimáticos são referidos como os mais importantes não para o
desenvolvimento das culturas, como também para a definição de sistemas de
produção.
O milho, assim como a maioria das culturas econômicas, requer a
interação de um conjunto de fatores edafoclimáticos apropriados ao seu bom
desenvolvimento. Assim, um solo rico em nutrientes teria pouco ou quase nenhum
significado para a cultura se esse mesmo solo estivesse submetido a condições
climáticas adversas ou, ainda, apresentasse características físicas inadequadas que
influenciariam negativamente na condução e desenvolvimento da cultura, tais como:
drenagem e aeração deficientes, percolação excessiva, adensamento subsuperficial,
pedregosidade excessiva, profundidade reduzida, declividade acentuada, etc
(SAWAZAKI et al., 1998).
Sawazaki et al. (1998) relatam que em termos de solos, serão aqui
discutidas algumas características físicas mais importantes que, isoladas ou em
conjunto, servirão para orientar a escolha de um solo adequado para a cultura.
25
Profundidade efetiva - É a profundidade até a qual as raízes podem
penetrar livremente em busca de água e de elementos necessários ao
desenvolvimentos da planta. Sendo o milho uma planta cujo sistema radicular tem
grande potencial de desenvolvimento, é desejável que o solo seja profundo ( mais
de 1m) (SAWAZAKI et al.., 1998).
Os solos rasos, além de dificultarem, o desenvolvimento das raízes,
possuem menor capacidade de armazenamento de água, além de estarem sujeitos
a um desgaste mais rápido, devido à pouca espessura do perfil (ALMEIDA, 1998).
2.5 Germinação e emergência
Segundo Almeida (1988), em condições normais de campo, após a
semeadura, as sementes absorvem água e começam a crescer. A radícula é a
primeira a se alongar, seguida pelo coleóptilo, com plúmula incluída. Esse estádio,
conhecido como VE, é atingido pela rápida elongação do mesocótilo, o qual empurra
o coleóptilo em crescimento para a superfície do solo. Em condições de temperatura
e umidade do ar adequadas, a emergência ocorre 4 a 5 dias após a semeadura,
porém, em condições de baixa temperatura e pouca umidade, a germinação pode
demorar até duas semanas ou mais. Assim que a emergência ocorre e a planta
expõe a extremidade do coleóptilo, o mesocótilo para de crescer.
O sistema radicular seminal, que são as raízes oriundas diretamente da
semente, tem o seu crescimento nessa fase e a profundidade onde elas se
encontram depende da profundidade da semeadura. O crescimento dessas raízes,
também conhecido como sistema radicular temporário, diminui após o estádio VE e
praticamente inexiste no estádio V3 (três folhas desenvolvidas) (FANCELLI &
DOURADO NETO, 2000).
26
Almeida (1988) cita o ponto de crescimento da planta de milho, nesse
estádio, está localizado cerca de 2,5 a 4,0 cm abaixo da superfície do solo e
encontra-se logo acima do mesocótilo. Essa profundidade, onde se acha o ponto de
crescimento, é também a profundidade onde se vai originar o sistema radicular
definitivo do milho, conhecido como raízes nodais ou fasciculadas. A profundidade
do sistema radicular definitivo independe da profundidade da semeadura, uma vez
que a emergência da planta vai depender do potencial máximo de alongamento de
mesocótilo.
Almeida (1988), em síntese afirma que, na germinação, ocorre a
embebição da semente, com a consequente digestão das substâncias de reserva,
síntese de enzimas e divisão celular. Baixa temperatura do solo no plantio
geralmente restringe a absorção de nutrientes do solo e causa lentidão no
crescimento. Esse fato pode ser parcialmente superado por uma aplicação de
pequena quantidade de fertilizante no sulco de plantio, ao lado ou abaixo da
semente.
A Embrapa (2003) afirma que a lentidão na germinação predispõe a
semente e a plântula a uma menor resistência a condições ambientais adversas,
bem como ao ataque de patógenos, principalmente fungos do gênero Fusarium,
Rhizoctonia, Phytium e Macrophomina. Para uma germinação e emergência mais
rápidas em plantio mais cedo, deve-se optar por uma profundidade de semeadura
mais rasa, onde a temperatura do solo é mais favorável. Em plantios tardios, as
temperaturas do solo são geralmente adequadas em qualquer profundidade e a
umidade do solo, nesse caso, é o fator limitante para rápido crescimento.
Se a irrigação está disponível ou uma chuva recente aconteceu, não
com que se preocupar. No entanto, na falta dessas situações, as camadas mais
27
profundas do solo possuem maior teor de umidade nos plantios tardios (EMBRAPA,
2003).
2.6 Nutrição e adubação
Nos últimos anos, a cultura do milho, no Brasil, vem passando por
importantes mudanças tecnológicas, resultando em aumentos significativos da
produtividade periódica e produção final. Entre essas tecnologias, destaca-se a
necessidade da melhoria na qualidade dos solos, visando a uma produção
sustentada. Essa melhoria na qualidade dos solos está geralmente relacionada ao
adequado manejo, o qual inclui, entre outras práticas, a rotação de culturas, o plantio
direto e o manejo da fertilidade, através da calagem, gessagem e adubação
equilibrada com macro e micronutrientes, utilizando fertilizantes químicos e/ou
orgânicos (estercos, compostos, adubação verde, etc.) (FRANCELLI & DOURADO,
1999).
Para que o objetivo do manejo racional da fertilidade do solo seja atingido,
é imprescindível a utilização de uma série de instrumentos de diagnose de possíveis
problemas nutricionais que, uma vez corrigidos, aumentarão as probabilidades de
sucesso na agricultura (MALAVOLTA & DANTAS, 1987).
2.7 Cultivares
O rendimento de uma lavoura de milho é o resultado do potencial
genético da semente e das condições edafoclimáticas do local de plantio, além do
28
manejo da lavoura. De modo geral, a cultivar é responsável por 50% do rendimento
final. Consequentemente, a escolha correta da semente pode ser a razão de
sucesso ou insucesso da lavoura (COELHO & FRANÇA, 1995).
Coelho & França (1995) citam outros aspectos relacionados às
características da cultivar e do sistema de produção que deverão ser levados em
consideração para que a lavoura se torne mais competitiva. A escolha de cada
cultivar deve atender às necessidades específicas, pois não existe uma cultivar
superior que consiga atender a todas as situações. Na escolha da cultivar, o
produtor deve fazer uma avaliação completa das informações geradas pela
pesquisa, assistência técnica, empresas produtoras de sementes, experiências
regionais e pelo comportamento em safras passadas.
2.9 Nível de investimento
Este item está relacionado com o investimento que se pretende fazer na
lavoura. O nível de investimento está diretamente ligado a condições de fertilidade
do solo. Quanto melhor o solo, maior pode ser o investimento e mais exigente e
produtivo pode ser o híbrido escolhido. Porém o fator que tem um maior peso é o
fator mercadológico. Geralmente, se o preço da saca de milho grão está boa ou
muito boa, existe uma tendência de maior investimento por parte dos produtores e
vice-versa. É importante constar que o híbrido por si não garante o sucesso da
lavoura. É necessário que se observem todos os outros aspectos relacionados à
cultura: tratar a semente com inseticidas visando as pragas de solo (mastigadores e
sugadores), equilibrar macro e micronutrientes, observar população e espaçamento
recomendados, ficar atento à velocidade de plantio, controlar ervas daninhas,
controlar pragas e, se for o caso, fazer uso de fungicidas visando ao controle de
29
doenças. Desta forma a chance de sucesso na lavoura de milho aumenta
significativamente (LAMANNA, 2010).
2.10 Ciclo dos híbridos
Os híbridos e variedades cultivadas de milho disponíveis no mercado o
classificados quanto à duração do seu ciclo em três categorias principais:
superprecoces, precoces e tardios. Esta classificação é feita considerando o número
de unidades de calor (UC) que cada genótipo requer para florescer
(FEPAGRO/EMATER/FECOTRIGO, 1998). Os materiais genéticos tardios
necessitam de maior soma calórica para atingirem o pendoamento-espigamento do
que os materiais precoces. Híbridos mais exigentes em UC para florescerem
possuem em seu genoma maior participação de linhagens tropicais. Assim, a
precocidade tem sido acentuada pelos programas de melhoramento de milho
através da incorporação de linhagens oriundas de germoplasma temperado
(FISCHER & PALMER, 1984).
As alterações fenológicas que ocorrem dentro da planta podem ter
influência sobre características morfológicas e fisiológicas da cultura (MUNDSTOCK,
1999).
Isto terá reflexo na definição de práticas culturais a serem adotadas na
lavoura, bem como na tolerância do milho a estresses bióticos e abióticos.
30
2.11 Cor do grão
A cor dos grãos no milho é variada e resultado da coloração nas diversas
partes do grão, como pericarpo, aleurona, endosperma e embrião. A coloração do
endosperma é visível quando as duas camadas que o recobrem (pericarpo e
aleurona) são translúcidas e incolores. O endosperma representa a maior porção do
grão (cerca de 70%) e é uma das partes de maior interesse pelas agroindústrias
processadoras de milho, por se tratar de excelente matéria-prima para a indústria de
alimentos, para o consumo humano e para a fabricação de rações. O gene Y
("yellow"), que condiciona a cor amarela aos grãos de milho, domina a forma
recessiva y, que cor branca. Os pigmentos controlados por esses genes estão
presentes no endosperma do grão, que é um tecido triplóide (3n). Dessa forma, o
endosperma pode apresentar quatro constituições genotípicas com relação ao gene
Y. O endosperma com o genótipo yyy tem coloração branca e os outros genótipos
(Yyy, YYy e YYY) apresentam uma intensificação da cor amarela, em direção à cor
laranja, com o aumento do número de genes Y. Os grãos com o genótipo YYY são
os tipos desejados pelo mercado devido ao seu melhor aspecto e por possuírem
maiores teores de vitamina A, xantofilas e carotenos (PATERNIANI 1966, BANDEL
1987). Para a indústria de frangos de corte e galinhas de postura, o milho de
coloração amarelo-laranja é o tipo desejado, pois confere aos frangos, pele e penas
amareladas, bem como gemas dos ovos de cor amarelo-laranja. Essas
características têm valores econômicos muito apreciados no mercado consumidor
(SILVA et al.., 2006).
31
2.12 Porte da planta
Segundo Sawazaki & Paterniani (2004), antes da década de 60, as
cultivares de milho utilizadas, além de pouco produtivas, eram excessivamente altas,
acamavam com facilidade e não suportavam altas densidades de semeadura. Com
os trabalhos de melhoramento foram conseguidas mudanças expressivas não na
produtividade como na redução do porte das plantas, produzindo, em consequência,
maior adaptabilidade a condições de estresse hídrico, menor acamamento, maior
resistência a doenças e pragas e aprimoramento da qualidade nutritiva dos grãos.
Segundo Poehlman (1987), num programa de melhoramento o objetivo é
maximizar os caracteres importantes da cultura de trabalho. Em milho, os caracteres
mais estudados são aqueles relacionados com a produtividade. A produtividade é
um caráter complexo, determinado pela ão de numerosos genes que participam
dos processos vitais da planta. Esta variável também pode ser afetada pelo ciclo
precoce, resistência ao acamamento, a pragas ou doenças e outros caracteres
avaliados por seleção visual.
De acordo com Araújo (1992), a busca por ganhos adicionais na
produtividade tem sido complementada com os esforços para o melhoramento de
outros importantes caracteres agronômicos, como na redução da altura das plantas
e da inserção das espigas. Selecionando híbridos com menor altura da planta e da
espiga, pode-se reduzir o ciclo e o percentual de acamamento e quebramento das
plantas.
Sawazaki & Paterniani (2004), estudando as cultivares modernas de
milho, mostraram uma tendência na redução da altura de e da altura da espiga,
32
apresentando também uma arquitetura ereta das folhas e ciclo precoce, permitindo
uma maior quantidade de plantas por hectare sem que haja estresse populacional.
Segundo esses mesmos autores, cerca de 90% das cultivares de milho
existentes no mercado apresentam altura máxima de 2,50 m, e 83% possuem altura
da espiga até 1,30 m. O porte mais baixo da planta e da espiga auxiliam no
manuseio da polinização artificial em experimentos direcionados e facilita a colheita
manual dos grãos, além de evitar o acamamento e quebramento das plantas de
milho. Por serem características quantitativas, a altura da planta e da espiga são
afetadas pelas condições ambientais, variando com os locais e épocas de plantio,
sendo importante o emprego adequado de métodos experimentais que venham a
minimizar tais problemas. Aliado ao bom desempenho agronômico dos híbridos,
outro fator importante para altas produtividades é a obtenção e emprego de
genótipos resistentes aos principais patógenos da cultura do milho. Brasil &
Carvalho (1998) relataram que o impacto das doenças na cultura do milho vem
crescendo a cada ano, especialmente em rao do incremento das áreas irrigadas e
daquelas sob cultivo de safrinha, o que tem levado à uma maior sobrevivência dos
patógenos no campo.
Almeida Filho et al. (1999), ao avaliar em diferentes híbridos de milho,
observaram que a altura dos híbridos não apresentou relação com o acamamento
das plantas. Ao avaliar o desempenho agronômico de bridos de milho, Santos et
al.. (2002) verificaram alta relação entre a altura da planta e a altura de inserção da
espiga, sendo que tamm estas duas características se correlacionaram com a
produtividade. Desse modo, quanto maior a altura da planta, maior a produtividade
final de grãos.
33
A resistência ao acamamento é uma característica buscada pela maioria
dos melhoristas de milho. Entretanto, ela tem uma relação direta com a fração
fibrosa da planta (FDA, FDN e lignina). A fração FDN (Fibra Detergente Neutro), por
sua vez, tem relação negativa com o consumo, visto que é um fator físico que limita
a ingestão de matéria seca, enquanto as frações FDA (Fibra Detergente Ácido) e
lignina possuem relação negativa com a digestibilidade aparente do material. Ao
mesmo tempo que se desejam materiais com elevada digestibilidade dos
componentes estruturais, exigem-se, por outro lado, materiais resistentes ao
acamamento e quebra de plantas (EIFERT, 2000).
34
3 MATERIAL E MÉTODOS
A presente pesquisa fundamenta-se em análise de dados primários
coletados junto às empresas sementeiras que atuam junto a cooperativas, empresas
correlatas e produtores de milho da região do Sul de Minas Gerais. Estas empresas
foram: Dekalb (São Paulo); Agromen Sementes (São Paulo); Syngenta Seeds (São
Paulo); Sementes Dow Agro Sciences Ltda (São Paulo); Pioneer (Rio Grande do
Sul); Biomatrix (Minas Gerais); Agroceres (São Paulo); Agroeste (São Paulo); Santa
Helena Sementes S.A. (Minas Gerais).
Para a realização da referida pesquisa, foram utilizados pesquisa
bibliográfica, pesquisas em sites especializados, amostra aleatória, levantamento de
dados, questionário e pesquisa de campo com o método qualitativo. Com base nos
dados coletados junto aos órgãos privados ligados aos agropecuaristas que tratam
dos assuntos ligados a agricultura, elaborou-se um questionário para coleta de
dados, conforme modelo abaixo.
Os estudos de pesquisa qualitativa diferem entre si quanto ao método, à
forma e aos objetivos. Godoy (1995) ressalta a diversidade existente entre os
trabalhos qualitativos e enumera um conjunto de características essenciais capazes
de identificar uma pesquisa desse tipo, a saber:
(1) o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como
instrumento fundamental;
(2) o caráter descritivo;
(3) o significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida como
preocupação do investigador;
(4) enfoque indutivo.
35
A expressão "pesquisa qualitativa" assume diferentes significados no
campo das ciências sociais e administrativas.
Compreende um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam
a descrever e a decodificar os componentes de um sistema complexo de
significados. Tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do
mundo natural; trata-se de reduzir a distância entre indicador e indicado, entre teoria
e dados, entre contexto e ação (MAANEN, 1979). Em sua maioria, os estudos
qualitativos são feitos no local de origem dos dados; não impedem o pesquisador de
empregar a lógica do empirismo científico (adequada para fenômenos claramente
definidos), mas partem da suposição de que seja mais apropriado empregar a
perspectiva da analise fenomenológica, quando se trata de fenômenos singulares e
dotados de certo grau de ambigüidade.
As informações provêem, basicamente, de entrevistas com duração de 1
hora cada, entre 9 empresas especializadas em híbridos de milho, aplicadas
diretamente aos responsáveis pelo setor de vendas, contendo questões referentes
ao uso do híbrido de milho.
Diante da abordagem, foi escolhida a pesquisa qualitativa, pois é
considerada uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito. Diante dos
resultados da pesquisa, foi necessário interpretar e avaliar os significados das
respostas dos sujeitos pesquisados. O processo e o seu significado foram os focos
principais da abordagem.
Em relação aos procedimentos técnicos, foi utilizada a metodologia de
estudo de múltiplos casos comparativos entre as empresas sementeiras.
A pesquisa foi realizada no período de outubro de 2009 a janeiro de 2010,
por meio de entrevistas nas empresas. No tratamento dos dados, foram feitas a
36
análise unidimensional (consiste na análise de uma variável) e a bidimensional
(consiste na análise de duas variáveis) dos elementos determinados nas decisões
de produção (dimensionamento de área, instalações, tecnologia, híbridos, época de
plantio etc) das propriedades rurais.
Os resultados da tabulação desses dados são descritos a seguir em
forma de gráficos seguidos de discussão.
3.1 Parâmetros de caracterização dos híbridos
Empresa:
Área de atuação:
Endereço:
Obs.:
1 – Hibrido de milho mais comercializado
2 – Categoria
( ) duplo ( ) triplo ( ) simples ( ) transgênico
3 – Ciclo
( ) superprecoce ( ) precoce ( ) normal ( ) tardio
4 – Aptdão
( ) grão ( ) silagem ( ) dupla aptidão
5 – Tipo de grão
( ) dentado ( ) duro ( )semiduro
6 – Nível de investimento
( ) menor ( ) médio ( ) alto
7 – Cor do grão
37
( ) alaranjado ( ) avermelhado ( ) amarelo
8 – Porte
( ) baixo ( ) médio ( ) alto
9 – Épocas de plantio
( ) cedo ( ) normal ( ) safrinha
10 – Resistência ao acamamento
( ) alta ( ) média ( ) média alta
11 – Densidade de plantas
12 – Produtividade média
13 – Qual perfil do produtor que busca esse tipo de produto
14 – Qual seria a razão pela deste produto ter maior aceitação.
3.2 Caracterização da pesquisa
Foram realizadas 9 entrevistas, com aproximadamente 1 hora de
duração, com assistentes técnicos em vendas das empresas visitadas. Os
entrevistados pertenciam a diferentes empresas, com o objetivo de se obter uma
visão mais completa dos atributos mais importantes em relação ao objetivo desta
pesquisa.
A pesquisa visou à obtenção de dados referentes aos bridos de milho
comercializados na região do sul de Minas Gerais.
Em relação ao híbrido mais comercializado, destacam-se: DKB 747; BM
2202; DOW 2B710; P30F53; MASTER; SHS 4070; AS 3421YG; AGN 2012 e AG
1051.
O DKB 747 foi desenvolvido para apresentar um sistema radicular
diferenciado. Ele possui o ciclo precoce, seu nível de investimento se classifica
38
como médio a textura do grão é dura e de cor alaranjada, sua finalidade é para
grãos e silagem de planta inteira. Nos testes laboratoriais indicou maior crescimento
das raízes em diferentes níveis de alumínio. Esse sistema radicular agressivo
permite ao DKB 747 superar as limitações físicas e adaptar-se a diversas situações
de manejo. Por isso, o DKB 747 tem ótima tolerância à estiagem com estabilidade
produtiva. Essas características, aliadas a sua sanidade foliar e de colmo, permitem
maior amplitude de época de plantio (EMATER, 2010).
O híbrido BM 2202 com excepcional relação custo/benefício, combina alto
potencial produtivo com ampla adaptação (safra e safrinha) e versatilidade devido à
sua elevada produção de massa e grãos semiduros. Na média, produz mais de uma
espiga por planta. A textura dos grãos é classificada como semidura de cor vermelho
alaranjadas, seu ciclo é precoce de nível de investimento médio.
Híbrido precoce para alto investimento, o DOW 2B710 é indicado para
plantio no verão e na safrinha, em todas as regiões. Ideal para plantio integrado com
os híbridos 2B587, 2B604 e 2B707. Alto potencial produtivo, qualidade do colmo e
porte baixo, híbrido eficiente, com adaptação e variações na tecnologia utilizada e à
fertilidade do solo, tolerância ao estresse hídrico e estabilidade de produção
(www.dowagrosciences.com.br, 2010).
O Pioneer 30F53 é um híbrido para o Sul e Centro Alto. Ele tem como
principais características o elevado potencial produtivo com precocidade e a elevada
resposta ao manejo como aumento dos níveis de adubação, redução de
espaçamento e aumento da população de planta dentro dos limites sugeridos para o
híbrido. O 30F53 possui boa estabilidade, com grande potencial produtivo e resposta
ao manejo, sua época de plantio é a normal com a população recomendada por
hectare de 70 a 80 mil plantas.
39
Master é consagrado no mercado de média/alta tecnologia ha mais de 7
anos por sua excelente estabilidade produtiva, qualidade de colmo e raiz e
diferenciado peso de grãos. É fortemente adaptado aos plantios de verão em
regiões quentes de menor altitude, mantendo sempre bons resultados nessas
condições. Estabilidade produtiva em menores altitudes. Alta resistência ao
acamamento e quebramento. Elevada densidade de grãos. Prolificidade de espigas
(syntinella.com.br, 2010).
O híbrido SHS 4070 destaca-se pela sua produtividade de massa com
qualidade de silagem. Híbrido duplo, de ciclo normal, porte alto, desenvolvido para
atender ao mercado de silagem de médio e alto padrão. Plantas vigorosas, com
grande densidade foliar, alta relação entre espiga e parte aérea, confere altas
produtividades e excelente qualidade de massa ensilada. Os grãos são dentados,
proporcionando uma maior janela de corte material (SANTA HELENA SEMENTES,
2010).
A tecnologia YieldGard® caracteriza-se por conferir à planta controle da
broca do colmo (Diatraea saccharallis), e supressão da lagarta da espiga
(Helicoverpa zea) e da lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda), que são as
principais pragas da cultura. O brido com essa tecnologia produz uma proteína
com ação específica contra os insetos-alvo, promovendo a proteção da planta
durante todo o ciclo da cultura.
O milho híbrido com a tecnologia YieldGard® (AS3421YG) é resistente a
pragas e torna-se uma alternativa sustentável, pois possibilita aumento de
produtividade e rentabilidade da lavoura, ao mesmo tempo em que ajuda a diminuir
o uso de agroquímicos e, consequentemente, de maquinário agrícola e óleo diesel.
Possui grãos densos, sadios e pesados, alta tolerância às principais doenças, além
40
de bom potencial produtivo e ampla adaptação às regiões produtoras de milho do
Brasil (www.yieldgard.com.br, 2010).
O híbrido AGN 2012 produtivo, versátil e estável, possui alto potencial
para silagem, excelente custo/benefício, precocidade e estabilidade, sanidade de
grãos, estes de coloração amarelo-alaranjada e textura semidura e com colheita
antecipada (WWW.AGROMENTECNOLOGIA.COM.BR, 2010).
O AG-1051 é um híbrido diferenciado, pois apresenta grande quantidade
de massa verde de alta digestibilidade. Além disso, o AG-1051 é líder na produção
de milho verde e pamonha. Possui também excelente sistema radicular, que permite
grande amplitude de época de plantio. Com ciclo semiprecoce e com secagem para
colheita longa, sua finalidade de uso são silagem, milho verde e produção de grãos
com nível de investimento médio a alto.
O híbrido comercial disponível para o mercado atual tem sido avaliado
cada vez mais pelo consumidor final nos aspectos em relação ao custo-benefício,
potencial produtivo, qualidade de colmo, sanidade e etc.
41
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Caracterização de híbridos
Os resultados obtidos em relação à categoria de híbridos duplos, triplos,
simples e transgênicos em porcentagens de uso pelos produtores do Sul de Minas
Gerais encontram-se no Gráfico 1.
GRÁFICO 1 Porcentagens de utilização de híbridos duplo, triplo, simples, e
transgênicos pelos produtores do Sul de Minas Gerais.
Nota-se que a categoria do híbrido mais escolhido foi o duplo (45%),
seguido do triplo (18%), e consequentemente do simples (22%) e transgênico (15%).
A categoria do híbrido escolhida para posicionamento determinará o nível
de investimento a ser utilizado no planejamento e manejo da lavoura a ser
conduzida. O conhecimento das tecnologias distribuídas no mercado é de grande
importância na escolha do híbrido, para adequação a cada padrão de exigência.
Em relação às características dos híbridos de milho, pode-se dizer que
não existe um produto perfeito e sim o mais adequado para determinada situação. O
42
híbrido com base genética ampla apresenta uma rusticidade e maior adaptabilidade.
Já no aspecto de produtividade e uniformidade se destacam à medida que se
posiciona um produto mais técnico. O custo da semente de hibrido é outro fator que
varia devido à exigência do potencial produtivo que, no caso do híbrido simples a
produção dele em termos de semente é mais elevada, devido ao alto custo de
produção desta semente. Em muitas situações o híbrido duplo produz mais que o
híbrido simples, ou seja, o híbrido simples esta mal posicionada naquela área.
4.2 Níveis de tecnologia
A porcentagem de produtores que utilizam níveis de tecnologias de
produção considerados alto, médio e baixo são apresentadas no Gráfico 2.
GRÁFICO 2 Porcentagens de produtores que utilizam níveis de investimentos
para a produção de milho no Sul de Minas Gerais.
43
Constata-se que 54% dos produtores adotam, em relação ao cultivo do
hibrido, um alto nível de investimento, e 32% investem em nível médio, e 14%
adotam investimento menor.
Para Souza, Saes e Nunes (1999), as decisões de produção de grãos se
baseiam mais nos aspectos econômicos e políticos do mercado. Exemplo disso é o
desenvolvimento dos segmentos de rações e da avicultura, em virtude da pressão
sobre os preços da matéria-prima a curto e médio prazos.
O híbrido simples é o que mais exige investimento e o conhecimento de
forma mais expressiva para fazer uma recomendação mais adequada.
4.3 Precocidade
Porcentagens de utilização dos híbridos de ciclo superprecoce, precoce e
normal comercializados pelas empresas sementeiras na região do sul de Minas
Gerais são apresentadas no Gráfico 3.
44
GRÁFICO 3 Porcentagens de utilização dos híbridos superprecoce, precoce e
normais pelos produtores do sul de Minas Gerais
Indica-se que, em relação ao ciclo, nota-se que a maioria demonstra
preferência por híbrido precoce (54%).
Uma das práticas que dependem do ciclo para definir o planejamento
estratégico seria a combinação de híbridos, utilizando diferentes produtos em todo o
período de safra.
Nota-se que o híbrido de menor comercialização é o hibrido superprecoce
com 13%, seguido com aceitação superior o híbrido de ciclo normal, com 33%,
respectivamente.
Os híbridos superprecoce existentes no mercado do Sul de Minas Gerais
enfrentam certos obstáculos no posicionamento, por se tratar de produtos com
velocidade alta de secagem, ou seja, dry down acentuado e que exigem ser colhidos
mais cedo e com percentual de umidade alta.
45
4.4 Época de Plantio
Em relação à época de plantio das lavouras de milho pelos produtores do
sul de Minas Gerais, pode-se apresentar as porcentagens de utilização de plantio
precoce, normal, tardio e de safrinha como demonstrados no gráfico 4.
GRÁFICO 4 – Porcentagens de produtores que utilizam o plantio precoce, normal,
tardio e safrinha na região do sul de Minas Gerais
Pode-se comprovar que a época mais utilizada é a normal com
50%,seguidas do tardio com 32%, precoce, com 10% e safrinha, com 8%.
Com isto, comprova-se que a época de plantio tradicional, ou seja, normal
(novembro) é a melhor época para se cultivar segundo o resultado da pesquisa,
devido às condições climáticas mais favoráveis na região. Em contrapartida o cultivo
na época “safrinha” foi a menos escolhida, por ser uma época de maior risco em
relação às condições climáticas oscilantes, e por questão de preferência entre os
produtores da região.
46
4.5 Produção de grãos, silagem e dupla aptidão
Com relação à utilização de híbridos para a produção de milho em grãos,
silagem e dupla aptidão, são apresentadas no Gráfico 5 as porcentagens de
comercialização no sul de Minas Gerais.
GRÁFICO 5 Percentagem de comercialização dos híbridos de milho destinados
a produção de grãos, silagem e dupla aptidão na região do sul de Minas Gerais
A aptidão grão foi a mais escolhida, os produtores estão preferindo optar
mais por essa aptidão por ela permitir a reversão para silagem, sendo que o mesmo
não pode ser feito ao contrario.
A aptidão do brido juntamente com a recomendação técnica para o
mesmo vai direcionando para investimento médio a alto, como também para o
mercado de grãos ou silagem.
Na região do sul de Minas Gerais, por possuir características
agropecuárias leiteiras, o uso da dupla aptidão favorece a decisão tanto para
produção de silagem ou grão.
Na dupla aptidão, os produtores estão preferindo optar por um híbrido
versátil devido à instabilidade do mercado de grãos.
47
As características específicas dos mais variados produtos deste
segmento exigem uma atenção redobrada no que se refere à exploração comercial.
4.6 Tipos de Grãos
Em relação aos tipos de grãos utilizados, como dentados, duros e
semiduros, e sua comercialização no sul de Minas Gerais, são representados, no
Gráfico 6, as porcentagens de utilização.
GRÁFICO 6 Porcentagens de comercialização de híbridos de milho com
características de grãos tipo dentado, duro e semiduro, na região do sul de Minas
Gerais
Com 48%, o grão semiduro, segundo dados desta pesquisa, é o mais
utilizado, devido a sua utilização intermediária entre o uso para silagem e para
produção de grãos. Na segunda posição, com 36%, o duro e o dentado têm maior
aceitação para o mercado de silagem na região do Sul de Minas Gerais, com 16%.
48
O milho de acordo com a textura do endosperma, é classificado em
dentado, semidentado, duro e semiduro. No Brasil, a maioria dos milhos
comercializados são duros e semiduros (PEREIRA et al.. 2004), utilizados com
menor eficiência por suínos e aves. Como os critérios para classificação do
endosperma são subjetivos,propõe-se a utilização da vitreosidade para quantificar a
dureza do endosperma e avaliar o efeito da textura na utilização dos alimentos.
(ANTUNES et al., 2006).
4.7 Porte da planta
Para o porte das plantas, pode-se observar no Gráfico 7 as porcentagens
de utilização de híbridos comercializados no sul de Minas Gerais em relação à altura
média, baixa e alta.
49
GRÁFICO 7 Porcentagem de comercialização dos híbridos em relação ao seu
porte: baixo, médio e alto
Pode-se notar que o porte baixo é o mais adotado (51%), seguido do
médio, com 30%, e o alto, com 19%. O híbrido de milho mais presente no mercado
atual está com uma arquitetura moderna no qual tem se observado melhor
adequação ao manejo das práticas da cultura.
Em relação à resistência ao acamamento do híbrido, a mais sugerida foi
a alta resistência, com 66%, seguida da média, com 23%, e da média alta, com
11%. Devido às oscilações climáticas, as exigências quanto a resistência da planta a
estes fatores indesejáveis aumenta cada vez mais, tanto que as empresas
sementeiras estão desenvolvendo seus híbridos para suportarem, através da
resistência ao acamamento, possíveis causas de perdas por manejo inadequado e
fatores climáticos.
No mercado para produção de grãos a dureza do grão e
consequentemente o peso são uma das características mais exigidas nos híbridos.
50
no mercado para produção de massa verde ou silagem as exigências são por
textura dentada ou semidura visando à melhor digestibilidade do grão.
Quando questionados sobre qual seria a rao para escolha do híbrido
em questão, pôde-se notar que maioria respondeu conforme a ótima relação custo
benefício do híbrido.
51
5 CONCLUSÕES
Para a região do Sul de Minas Gerais o perfil do híbrido de maior
aceitação utilizado pelos produtores foi: hibrido duplo, precoce, aptidão grão,
semiduro, com o porte da planta baixo para resistência ao acamamento, com época
de plantio normal e com a utilização de alto investimento em tecnologia.
52
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