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Marcela Cougo
MUSEUS E SUA UTILIZAÇÃO
COMO ATRATIVO TURÍSTICO:
UM ESTUDO EM BELO HORIZONTE/MG
Belo Horizonte
Centro Universitário UNA
Dezembro 2007
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Marcela Cougo
MUSEUS E SUA UTILIZAÇÃO
COMO ATRATIVO TURÍSTICO:
UM ESTUDO EM BELO HORIZONTE/MG
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em
Turismo e Meio Ambiente do Centro Universitário UNA,
como requisito parcial para obtenção de título de Mestre
em Turismo e Meio Ambiente.
Prof. Orientador: Dr. Nelson Antônio Quadros Vieira
Filho
Belo Horizonte
Centro Universitário UNA
Dezembro 2007
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COUGO, Marcela
C853m Museus e sua utilização como atrativo turístico: um estudo em Belo
Horizonte/MG / Marcela Cougo. – 2007.
231f.: il.
Orientador: Dr. Nelson Antônio Quadros Vieira Filho
Dissertação (mestrado) – Centro Universitário UNA, Programa de
Mestrado em Turismo e Meio Ambiente.
Bibliografia: f. 195-200
1. Turismo – Teses. 2. Patrimônio – Teses. 3. Museus – Teses.
4. Belo Horizonte – Teses. I. Vieira Filho, Nelson Antônio Quadros.
II. Centro Universitário UNA. III. Título
CDU : 379.85
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Padre Geraldo Magela – Centro Universitário Una
Dedico este trabalho ao meu avô,
Duílio Cougo, que foi um exemplo
de vida e que faz enorme falta.
Dedico também ao meu irmão que,
meio perto, meio longe, continua
sendo o mais querido de toda a família
.
AGRADECIMENTOS
A minha mãe, Patrícia; ao meu irmão, Bernardo; a Clarissa; a minha avó, Vilma; e ao tio
Fernando pelo carinho, exemplo e por me proporcionarem toda a estrutura de que precisei
para chegar até aqui.
À professora, diretora, Dra. Thais Velloso Cougo Pimentel, incentivadora e companheira,
pessoa com quem eu tive o prazer de conviver desde pequena e que nunca vai parar de me
ensinar.
Ao professor, orientador e amigo Dr. Nelson Quadros que, ao ensinar, também esteve
disposto a aprender. Na esperança de retribuir, com a seriedade de meu trabalho, a confiança
em mim depositada, agradeço pelo compromisso assumido, pelo rigor, pelo empenho, e por
me lançar desafios.
Meu sincero agradecimento à colega e amiga Rachel Sant’Anna Murta, com quem
compartilhei meus melhores e piores momentos, por quem eu tenho enorme admiração e
carinho.
À equipe da Belotur, Matheus Victor, Henrique Vaz, e, em especial, agradeço a Maria
Thereza, pelas incansáveis horas à frente do SPSS, e a Romero Bicalho, pela paciência e por
tornar tudo mais simples. A Fabiana Magnabosco, pelo apoio à pesquisa. Agradeço também
ao Presidente da Belotur, Dr. Fernando Lana, que na sua dedicação à frente da instituição,
sempre apoiou o aprimoramento científico de seus funcionários.
Aos amigos que fiz no Mestrado, cujas presenças, palavras e silêncios rascunharam seus
nomes em minha vida. A Kandice e a Andréa Lameirinha, que me auxiliaram sempre com
grande eficiência.
Aos diretores e funcionários dos museus da cidade de Belo Horizonte, em especial aos do
Museu Histórico Abílio Barreto, Museu Mineiro, Museu de Mineralogia Professor Djalma
Guimarães, Museu de Arte da Pampulha, Museu de Artes e Ofícios e Museu de História
Natural da PUC Minas.
Para além destas palavras escritas, espero encontrar melhor forma e melhor momento para
dizer a todos o quanto aprecio o apoio de vocês.
“Uma das grandes dores infligidas à
natureza humana é a dor de uma nova
idéia”
Walter Bagehot
RESUMO
Esta dissertação pretende contribuir para a discussão das relações entre museus, patrimônio e
turismo a partir de um estudo de caso sobre o uso turístico dos museus da cidade de Belo
Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, Brasil. Ela objetiva caracterizar as condições
gerais de recebimento de visitantes dos museus de Belo Horizonte e identificar os desafios, as
dificuldades e as oportunidades que se colocam em relação ao turismo nos principais museus
da cidade. A dissertação baseou-se em discussões teóricas sobre os temas relacionados acima
e análises dos resultados de três momentos da pesquisa. O primeiro foi a elaboração e
aplicação de uma pesquisa de oferta em 14 museus de Belo Horizonte, através de
questionário, em dezembro de 2006, visando à sua caracterização. O segundo consistiu na
aplicação de uma pesquisa de demanda, através de formulário, com uma amostra de 100
visitantes em cada um dos seis museus escolhidos para serem, no presente estudo,
pesquisados em maior profundidade, de abril a junho de 2007. O terceiro envolveu entrevistas
semi-estruturadas realizadas com os gestores desses seis museus e dos órgãos públicos
relacionados a essas instituições museais e ao turismo da cidade, em julho e agosto de 2007,
visando obter as percepções dos respectivos gestores sobre potencialidades e dificuldades do
relacionamento entre turismo e museus. A pesquisa revelou a diversidade museal entre os 14
museus de Belo Horizonte, assim como possibilitou a descrição do panorama da oferta de
museus da cidade e suas condições de recebimento de turistas. Descreveu-se o perfil, as
motivações e a satisfação dos visitantes dos museus da cidade, e dos turistas, mais
especificamente. Foi identificado que a motivação principal dos turistas nos museus é o lazer,
e que tanto turistas quanto os demais visitantes se sentem, em sua maioria, satisfeitos com a
experiência vivida nos museus. Os gestores dos museus apesar de, em geral, estarem atentos
às questões dos museus como atrativos turísticos, percebem que as ações voltadas ao
atendimento das demandas dos turistas são poucas, assim como as políticas de captação de
turistas. Conclui-se que, apesar da importância potencial dos museus como atrativos turísticos
e do turismo como fonte de recursos para as atividades dos museus, o turista ainda não é visto
como um dos principais “nichos” de visitantes dos museus, não merecendo assim tratamento
diferenciado e atividades específicas. O turismo é uma atividade tecnicamente pouco
conhecida pelos gestores dos museus, apesar de alguns deles reconhecerem a importância do
diálogo entre profissionais de ambas as áreas. Sugerem-se algumas ações, como intervenções
pontuais nos museus e um planejamento mais integrado que venha atender às necessidades de
ambos os atores envolvidos, comunidade e turistas, e que poderiam estimular o
desenvolvimento da relação entre turismo e museus.
Palavras-chave: turismo, patrimônio, museus, Belo Horizonte.
ABSTRACT
This thesis intends to contribute to the discussion of the relationship between museums,
cultural heritage and tourism through a case study on the touristic usage of museums in Belo
Horizonte, capital city of Minas Gerais, Brazil. It aims at characterizing general visitor
reception conditions of Belo Horizonte's museums and identifying tourism-related challenges,
difficulties and opportunities that arise in the main museums of the city, based on theoretical
discussions of the issues above-mentioned and on analyses of results from three research
instances. The first was a research with the purpose of characterizing 14 museums of Belo
Horizonte through a questionnaire given to their managers in December, 2006. The second
was a demands research performed between April and June of 2007 by means of forms given
to a sample of 100 visitors of each of six museums that were previously chosen to be studied
in more detail on the present work. On the third instance (July-August 2007), semi-structured
interviews were carried out with managers from the six museums and from public
departments connected with these institutions and with municipal tourism, focusing on their
perceptions about difficulties and potentialities of the relationship between museums and
tourism. The research revealed the museological diversity of Belo Horizonte and enabled the
description of the museums offered by the city and their tourist reception conditions. The
profile, motivation and satisfaction of museum visitors, and more specifically of tourists, were
described. Leisure was identified as the main motivation for tourists in the museums, and the
majority of visitors, tourists or not, were satisfied with the experience provided. Museum
managers are, in general, aware of the issues concerning museums as touristic attractions, but
realize that the measures taken to attend to the tourists' needs, as well as the policies to attract
them, are few. The conclusion is that, in spite of the potential significance of museums as
touristic attractions and of tourism as a source of resources for museum activity, tourists are
still not perceived as a major class of visitors and therefore there is no differentiated treatment
or specific activities for them. Tourism is an activity which is not well known technically by
museum managers, even though some of them recognize the importance of interchange
between professionals from both areas. Some actions are suggested, such as punctual
interventions in the museums and more integrated planning that would fulfill the needs of
both community and tourists and that could stimulate the development of the relationship
between museums and tourism.
Keywords: tourism, heritage, museums, Belo Horizonte
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Mapa turístico de Belo Horizonte destacando os seis museus....................... 111
Figura 2 Casarão Museu Histórico Abílio Barreto....................................................... 112
Figura 3 Acervo Museu de Artes e Ofícios.................................................................. 114
Figura 4 Museu de Artes e Ofícios .............................................................................. 115
Figura 5 Museu de Arte da Pampulha I........................................................................ 115
Figura 6 Museu de Arte da Pampulha II...................................................................... 116
Figura 7 Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães.................................... 117
Figura 8 Ossada de Dinossauro no Museu de Ciências Naturais................................. 118
Figura 9 Acervo Museu de Ciências Naturais.............................................................. 119
Figura 10 Fachada do Museu Mineiro........................................................................... 120
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Perfil dos gestores dos museus de Belo Horizonte – julho/agosto 2007.... 164
Quadro 2 Perfil dos gestores dos órgãos ligados aos museus de Belo Horizonte
julho/agosto 2007....................................................................................... 174
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Motivação de viagens para Belo Horizonte em 2006 ................................ 72
Gráfico 2 Dias da semana em que os museus ficam abertos em Belo Horizonte em
dezembro de 2006 ....................................................................................... 77
Gráfico 3 Transportes urbanos regulares que permitem o acesso aos museus de Belo
Horizonte em dezembro de 2006 ................................................................. 79
Gráfico 4 Equipamentos e serviços de segurança dos museus de Belo Horizonte em
dezembro de 2006 ....................................................................................... 82
Gráfico 5 Instalações destinadas a portadores de necessidades especiais nos museus
de Belo Horizonte em dezembro de 2006 ................................................... 85
Gráfico 6 Idioma falado por guia/monitor nos museus de Belo Horizonte em
dezembro de 2006 ....................................................................................... 87
Gráfico 7 Oferta de visitas guiadas pelos museus de Belo Horizonte em dezembro de
2006 ............................................................................................................. 88
Gráfico8 Tipologia dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006 ...............
89
Gráfico 9 Tipologia de acervo dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
90
Gráfico 10 Atividades regulares dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
....................................................................................................................... 95
Gráfico 11 Veículos de divulgação regular dos museus de Belo Horizonte em
dezembro de 2006 ........................................................................................ 97
Gráfico 12 Veículos de divulgação permanente dos museus de Belo Horizonte em
dezembro de 2006 ....................................................................................... 98
Gráfico 13 Peças promocionais para comercialização nos museus de Belo Horizonte
em dezembro de 2006 .................................................................................. 99
Gráfico 14 Origem dos visitantes dos museus de Belo Horizonte em dezembro de
2006 ............................................................................................................. 100
Gráfico 15 Informações para o público em local visível nos museus de Belo
Horizonte em dezembro de 2006 .................................................................
102
Gráfico 16 Limpeza das áreas de exposição dos museus de Belo Horizonte em
dezembro de 2006 ........................................................................................ 105
Gráfico 17 Limpeza dos sanitários dos museus de Belo Horizonte em dezembro de
2006 ............................................................................................................. 106
Gráfico 18 Limpeza das áreas externas e jardins dos museus de Belo Horizonte em
dezembro de 2006 ........................................................................................ 106
Gráfico 19 Distribuição percentual dos visitantes por faixa etária nos museus de Belo
Horizonte – abril-junho 2007 ...................................................................... 124
Gráfico 20 Meio de transporte de acesso usado pelos visitantes dos museus de Belo
Horizonte – abril-junho 2007 ...................................................................... 132
Gráfico 21 Tipo de companhia dos visitantes nos museus de Belo Horizonte – abril-
junho 2007 ................................................................................................... 134
Gráfico 22 Avaliação dos visitantes quanto ao acervo dos museus de Belo Horizonte
– abril-junho 2007 ....................................................................................... 138
Gráfico 23 Avaliação dos visitantes quanto ao estado de conservação do acervo dos
museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ............................................ 140
Gráfico 24 Interesse dos visitantes pelo acervo dos museus de Belo Horizonte – abril-
junho 2007 .................................................................................................... 142
Gráfico 25 Avaliação dos visitantes quanto à forma de disposição de peças e dos
textos nos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ........................... 143
Gráfico 26 Opinião dos visitantes quanto à clareza das informações sobre o acervo
nos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ...................................... 144
Gráfico 27 Opinião dos visitantes quanto à necessidade de assessoria por guia ou
monitor nos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ........................ 146
Gráfico 28 Distribuição percentual dos visitantes assessorados por guia ou monitor
em visita aos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ...................... 147
Gráfico 29 Avaliação dos visitantes quanto à forma de disposição de peças e dos
textos nos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ........................... 149
Gráfico 30 Opinião dos visitantes quanto à função dos museus de Belo Horizonte –
abril-junho 2007 .......................................................................................... 156
Gráfico 31 Satisfação dos visitantes quanto à visita nos museus de Belo Horizonte –
abril-junho 2007 .......................................................................................... 157
Gráfico 32 Opinião dos visitantes quanto à probabilidade de retorno aos museus de
Belo Horizonte – abril-junho 2007 ............................................................ 159
Gráfico 33 Opinião dos visitantes quanto à relevância dos museus de Belo Horizonte
como atrativo turístico – abril-junho 2007 .................................................. 161
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Levantamento dos museus de Belo Horizonte nas peças publicitárias da
Belotur em dezembro de 2006 ........................................................................ 59
Tabela 2 Cálculo de Amostragem .................................................................................. 61
Tabela 3 Dias de funcionamento dos Museus de Belo Horizonte em dezembro de
2006 ................................................................................................................ 77
Tabela 4 Cobrança para acesso aos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
......................................................................................................................... 78
Tabela 5 Transportes urbanos regulares para acesso aos museus de Belo Horizonte
em dezembro de 2006 ..................................................................................... 80
Tabela 6 Sinalização Urbana Indicativa para os museus de Belo Horizonte em
dezembro de 2006 ........................................................................................... 81
Tabela 7 Equipamentos e serviços de segurança nos museus de Belo Horizonte em
dezembro de 2006 ........................................................................................... 82
Tabela 8 Serviços e instalações disponíveis para visitantes nos museus de Belo
Horizonte em dezembro de 2006 .................................................................... 84
Tabela 9 Instalações destinadas aos portadores de necessidades especiais nos museus
de Belo Horizonte em dezembro de 2006 ....................................................... 86
Tabela 10 Serviços permanentes para os visitantes dos museus de Belo Horizonte em
dezembro de 2006 ........................................................................................... 87
Tabela 11 Tipologia dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006 .................. 90
Tabela 12 Tipologia de acervo dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006... 91
Tabela 13 Sinalização indicativa para visitação dos museus de Belo Horizonte em
dezembro de 2006 ........................................................................................... 92
Tabela 14 Acervo exposto identificado com texto e legendas nos museus de Belo
Horizonte em dezembro de 2006 .................................................................... 93
Tabela 15 Iluminação e climatização nos museus de Belo Horizonte em dezembro de
2006 ................................................................................................................ 94
Tabela 16 Atividades regulares nos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
......................................................................................................................... 95
Tabela 17 Divulgação e promoção dos museus de Belo Horizonte em dezembro de
2006 ................................................................................................................ 96
Tabela 18 Peças promocionais próprias para comercialização utilizadas pelos museus
de Belo Horizonte em dezembro de 2006 ....................................................... 99
Tabela 19 Principal origem dos visitantes dos museus de Belo Horizonte em
dezembro de 2006 ...........................................................................................
101
Tabela 20 Informações e serviços para o público em local visível nos museus de
Belo Horizonte em dezembro de 2006 ...........................................................
102
Tabela 21 Avaliação da limpeza das áreas de exposição dos museus de Belo
Horizonte em dezembro de 2006 ....................................................................
103
Tabela 22 Avaliação da limpeza dos sanitários dos museus de Belo Horizonte em
dezembro de 2006 ...........................................................................................
104
Tabela 23 Avaliação da limpeza das áreas de alimentação dos museus de Belo
Horizonte em dezembro de 2006 .................................................................... 104
Tabela 24 Avaliação da limpeza das áreas externas e jardins dos museus de Belo
Horizonte em dezembro de 2006 .................................................................... 105
Tabela 25 Visitantes por gênero nos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ......
123
Tabela 26 Distribuição percentual dos visitantes por faixa etária nos museus de Belo
Horizonte – abril-junho 2007 .......................................................................... 123
Tabela 27 Distribuição percentual dos visitantes por grau de escolaridade nos museus
de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ............................................................ 125
Tabela 28 Distribuição percentual dos visitantes por renda familiar mensal nos
museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ............................................... 126
Tabela 29 Distribuição percentual dos visitantes por estado civil nos museus de Belo
Horizonte – abril-junho 2007 .......................................................................... 126
Tabela 30 Distribuição percentual dos visitantes por local de residência nos museus de
Belo Horizonte – abril-junho 2007 ................................................................. 128
Tabela 31 Distribuição percentual dos visitantes por local de residência, por Estado da
Federação e outros países nos museus de Belo Horizonte – abril-junho
2007................................................................................................................. 128
Tabela 32 Distribuição percentual de visitantes não residentes de Belo Horizonte e
Região Metropolitana, por motivo de viagem, por museu da cidade – abril-
junho 2007 ....................................................................................................... 129
Tabela 33 Forma de conhecimento dos visitantes sobre os museus de Belo Horizonte
– abril-junho 2007 .......................................................................................... 131
Tabela 34 Meio de transporte de acesso usado pelos visitantes dos museus de Belo
Horizonte – abril-junho 2007 .......................................................................... 132
Tabela 35 Tipo de companhia dos visitantes nos museus de Belo Horizonte – abril-
junho 2007 ...................................................................................................... 134
Tabela 36 Opinião dos visitantes quanto aos fatores que dificultam a visita aos
Museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ............................................... 135
Tabela 37 Motivo da visita dos visitantes aos Museus de Belo Horizonte – abril-junho
2007 ................................................................................................................. 136
Tabela 38 Avaliação dos visitantes quanto ao acervo dos museus de Belo Horizonte –
abril-junho 2007 .............................................................................................. 138
Tabela 39 Avaliação dos visitantes quanto ao estado de conservação do acervo dos
museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ............................................... 140
Tabela 40 Interesse dos visitantes pelo acervo dos museus de Belo Horizonte – abril-
junho 2007 ...................................................................................................... 141
Tabela 41 Avaliação dos visitantes quanto à forma de disposição de peças e dos textos
nos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ......................................... 143
Tabela 42 Opinião dos visitantes quanto à clareza das informações sobre o acervo nos
museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ............................................... 144
Tabela 43 Opinião dos visitantes quanto à necessidade de assessoria por guia ou
monitor nos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ........................... 145
Tabela 44 Distribuição percentual dos visitantes assessorados por guia ou monitor em
visita aos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007 .............................. 147
Tabela 45 Avaliação dos visitantes quanto à assessoria por guia ou monitor nos
museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ............................................... 148
Tabela 46 Avaliação dos visitantes quanto à sinalização dos museus de Belo
Horizonte – abril-junho 2007 .......................................................................... 150
Tabela 47 Avaliação dos visitantes quanto ao conforto nos museus de Belo Horizonte
– abril-junho 2007 ........................................................................................... 151
Tabela 48 Avaliação dos visitantes quanto à conservação e à manutenção dos museus
de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ............................................................. 151
Tabela 49 Avaliação dos visitantes quanto à limpeza dos museus de Belo Horizonte –
abril-junho 2007 .................................................................................... 152
Tabela 50 Avaliação dos visitantes quanto à iluminação nos museus de
Belo Horizonte – abril-junho 2007 ................................................................ 153
Tabela 51 Avaliação dos visitantes quanto à segurança dos museus de Belo Horizonte
– abril-junho 2007 ........................................................................................... 153
Tabela 52 Avaliação dos visitantes quanto ao acolhimento dos serviços prestados nos
museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007 ............................................... 154
Tabela 53 Avaliação dos visitantes quanto ao acesso aos museus de Belo Horizonte –
abril-junho 2007 ............................................................................................. 155
Tabela 54 Opinião dos visitantes quanto à função dos museus de Belo Horizonte –
abril-junho 2007 .............................................................................................. 155
Tabela 55 Satisfação dos visitantes quanto à visita nos museus de Belo Horizonte –
abril-junho 2007 .............................................................................................. 157
Tabela 56 Opinião dos visitantes quanto à probabilidade de retorno aos museus
de Belo Horizonte – abril-junho 2007............................................................. 159
Tabela 57 Opinião dos visitantes quanto à relevância dos museus de Belo Horizonte
como atrativo turístico – abril-junho 2007 ...................................................... 160
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BELOTUR – Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte
CDPC - Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural
COFEM – Conselho Federal de Museologia
FNPM – Fundação Nacional Pró-Memória
IBPC – Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural
ICOM – International Council of Museums
ICOMOS – International Council on Monuments and Sites
IEPHA – Instituto Estadual de Patrimônio Histórico Artístico
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional
FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz
MAO - Museu de Artes e Ofícios
MAP - Museu de Arte da Pampulha
MB - Museu dos Brinquedos
MCM - Museu de Ciência Morfológicas da Universidade Federal de Minas Gerais
MCN - Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
MEMG - Museu da Escola de Minas Gerais/Centro de Referência do Professor
MFEB - Museu da Força Expedicionária Brasileira
MG - Museu Giramundo
MHAB - Museu Histórico Abílio Barreto
MHN - Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG
MHPM - Museu Histórico da Polícia Militar de Minas Gerais
MM - Museu Mineiro
MMPDG - Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães
MVBC - Museu de Valores do Banco Central
OMCC – Observatório de Museus e Centros Culturais
PNM – Política Nacional de Museus
SPHAN – Serviço de Patrimônio Histórico Artístico Nacional
SPSS – Statistical Package for the Social Sciences
SUM – Superintendência dos Museus
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A - Formulário
APÊNDICE B - Questionários
APÊNDICE C - Carta explicativa
APÊNDICE D - Roteiros para entrevistas
APÊNDICE E - Termo de consentimento livre e esclarecido
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 19
1.1 Objetivos ................................................................................................................. 23
1.1.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 23
1.1.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 23
2 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................. 25
2.1 A abrangência dos museus: cultura e patrimônio cultural................................. 25
2.1.1 Visão antropológica sobre o conceito de cultura................................................... 25
2.1.2 O conceito de patrimônio cultural.......................................................................... 29
2.1.3 Evolução do conceito de museu............................................................................. 33
2.1.4 Os museus na realidade brasileira......................................................................... 38
2.2 Museus e Turismo.................................................................................................. 43
2.2.1 Produto/serviço turístico......................................................................................... 43
2.2.2 Segmentação turística............................................................................................. 45
2.2.3 Turismo cultural como opção para a preservação do patrimônio cultural.......... 46
2.2.4 Os museus como atrativos turísticos.....................................................
.
................ 50
3 PERCURSO METODOLÓGICO........................................................................ 56
3.1 Universo e amostra da pesquisa........................................................................... 57
3.2 Sujeitos da pesquisa.............................................................................................. 62
3.3 Instrumentos e procedimentos para coleta de dados da pesquisa de campo... 63
3.3.1 Pré-teste.................................................................................................................. 67
3.4 Tratamento e análise dos dados.......................................................................... 67
4 BELO HORIZONTE E SEUS MUSEUS............................................................ 69
4.1 Belo Horizonte e o turismo................................................................................... 69
4.2 Museus da cidade................................................................................................... 73
4.3 Análise das condições de recebimento dos turistas nacionais e estrangeiros... 76
4.3.1 Condições de acessibilidade................................................................................... 76
4.3.2 Equipamentos e serviços de segurança................................................................. 81
4.3.3 Serviços e instalações disponíveis para visitantes................................................. 83
4.3.4 Serviços permanentes para visitantes.................................................................... 86
4.3.5 Acervo...................................................................................................................... 88
4.3.6 Atividades regulares............................................................................................... 94
4.3.7 Divulgação e promoção.......................................................................................... 96
4.3.8 Informações sobre os visitantes............................................................................. 100
4.3.9 Informações para o público em local visível......................................................... 101
4.3.10 Condições de recepção........................................................................................... 103
4.3.11 Considerações sobre as condições de recebimento............................................... 106
4.4 Museus em foco..................................................................................................... 110
4.4.1 Museu Histórico Abílio Barreto............................................................................. 112
4.4.2 Museu de Artes e Ofícios........................................................................................ 113
4.4.3 Museu de Arte da Pampulha.................................................................................. 115
4.4.4 Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães.......................................... 117
4.4.5 Museu de Ciências Naturais da PUC Minas........................................................ 118
4.4.6 Museu Mineiro....................................................................................................... 119
5 AVALIAÇÃO DOS MUSEUS NA PERCEPÇÃO DOS VISITANTES............ 122
5.1
Pesquisa de demanda..............................................................................................
122
5.1.1 Perfil........................................................................................................................ 122
5.1.1.1 Sexo.......................................................................................................................... 122
5.1.1.2 Faixa etária............................................................................................................. 123
5.1.1.3 Escolaridade............................................................................................................ 124
5.1.1.4 Renda familiar mensal........................................................................................... 125
5.1.1.5 Estado civil.............................................................................................................. 126
5.1.2 Visitantes.................................................................................................................. 127
5.1.2.1 Procedência............................................................................................................. 127
5.1.2.2 Motivo de viagem................................................................................................... 129
5.1.3 Acesso ao museu.................................................................................................... 130
5.1.3.1 Forma de conhecimento........................................................................................ 130
5.1.3.2 Meio de transporte................................................................................................ 131
5.1.3.3 Tipo de companhia................................................................................................ 133
5.1.3.4 Dificuldade.............................................................................................................. 135
5.1.4 Motivo da visita...................................................................................................... 136
5.1.5 Acervo..................................................................................................................... 137
5.1.5.1 Avaliação................................................................................................................
137
5.1.5.2 Estado de conservação.......................................................................................... 139
5.1.5.3 Interesse.................................................................................................................. 141
5.1.5.4 Disposição das peças e dos textos.......................................................................... 142
5.1.5.5 Clareza das informações....................................................................................... 144
5.1.6 Assessoria............................................................................................................... 145
5.1.6.1 Necessidade de guia ou monitor........................................................................... 145
5.1.6.2 Teve assessoria....................................................................................................... 146
5.1.6.3 Avaliação................................................................................................................ 148
5.1.7 Serviços e infra-estrutura....................................................................................... 149
5.1.7.1 Sinalização.............................................................................................................. 149
5.1.7.2 Conforto.................................................................................................................. 150
5.1.7.3 Conservação............................................................................................................ 151
5.1.7.4 Limpeza................................................................................................................... 152
5.1.7.5 Iluminação............................................................................................................... 152
5.1.7.6 Segurança................................................................................................................ 153
5.1.7.7 Acolhimento/Atendimento..................................................................................... 154
5.1.7.8 Acesso...................................................................................................................... 154
5.1.8 Função do Museu................................................................................................... 155
5.1.9 Resultado da visita.................................................................................................. 156
5.1.9.1 Satisfação da visita................................................................................................. 156
5.1.9.2 Retorno.................................................................................................................... 158
5.1.10 Relevância como atrativo turístico......................................................................... 160
5.1.11 Síntese da pesquisa de demanda............................................................................ 161
6
POTENCIALIDADES E DIFICULDADES NA RELAÇÃO ENTRE
MUSEUS E TURISMO, EM BELO HORIZONTE, NA PERCEPÇÃO DOS
GESTORES ...........................................................................................................
163
6.1 Perfil e visão dos gestores dos museus.................................................................. 163
6.2
Perfil e visão dos gestores da Belotur, da Fundação Municipal de Cultura e
da Superintendência de Museus do Estado de Minas Gerais ........................... 173
6.3 Visão geral dos gestores......................................................................................... 180
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ..................................... 181
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 193
APÊNDICES.......................................................................................................... 199
19
1 INTRODUÇÃO
O Turismo é uma das atividades econômicas e sociais de maior destaque em vel mundial,
crescendo no final do século XX a um ritmo superior ao do crescimento econômico mundial
médio, de acordo com a Organização Mundial de Turismo
1
. No Brasil, o turismo vem batendo
recordes de recebimento de turistas estrangeiros, crescendo acima da média mundial. As
viagens domésticas, que de acordo com o Ministério do Turismo
2
propiciam ganhos de
competitividade e a musculatura necessária para a inserção da oferta nacional no mercado
internacional, cresceram cerca de 26,5% de 2001 para 2005.
O setor turístico abrange diversos setores, como transporte, alimentação, hospedagem,
agenciamentos, recepção, eventos, recreação e entretenimento, e outros serviços
complementares que, juntos, formam o produto final oferecido em nível internacional. O
produto turístico é extremamente sensível às mudanças do seu entorno natural e do contexto
econômico, político e cultural no qual se insere. Na composição do produto turístico destaca-
se a sua condição de atratividade, que está diretamente ligada às condições naturais e culturais
de oferta.
Os segmentos turísticos podem ser estabelecidos a partir dos elementos de identidade da
oferta e também das características e variáveis da demanda. No Brasil, vem crescendo a
diversificação da oferta de produtos turísticos não ligados apenas às praias e ao litoral do País,
mas à pluralidade da cultura e dos recursos naturais brasileiros, destacando o segmento de
ecoturismo e o turismo cultural.
O turismo cultural é aquela forma de turismo em que a motivação do deslocamento do turista
é vivenciar aspectos e situações consideradas particularidades da cultura da região visitada. A
noção de cultura, anteriormente ligada à idéia de civilização, vem sendo discutida e ampliada
no sentido de contemplar as diversas formas de ser e de fazer dos homens. A atividade
turística tem a possibilidade de servir de instrumento de valorização da identidade cultural, da
preservação e conservação do patrimônio.
1
OMT, Proyecto de Libro Blanco – Una mirada al futuro del turismo de la mano de la Organización Mundial
del Turismo, out 2005
2
MTUR. Programa Nacional de Turismo. 2007/2010- Brasília, 2007
20
O patrimônio cultural, entendido como bens materiais ou imateriais representativos da
identidade de diferentes grupos, pode constituir importantes atrativos e produtos turísticos. Os
museus, por serem locais de pesquisa e guarda do patrimônio cultural, são a priori, potenciais
atrativos turísticos. Entender a aproximação entre turismo e museus implica, antes de tudo,
realizar uma reflexão sobre cultura e patrimônio no contexto desta pesquisa. Nela, buscou-se
lançar um olhar sobre essas questões assumindo a importância dos museus como locais de
comunicação do passado com o futuro através do patrimônio cultural.
Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerias, é atualmente uma das principais cidades
do Brasil, em termos políticos, econômicos e culturais. Belo Horizonte vêm concentrando
esforços para se tornar um importante destino de turismo cultural do País, reconhecendo seu
entorno, as cidades históricas, como parte de seu produto turístico.
Para tal, é importante que a cidade ofereça espaços como conjuntos urbanos, centros culturais
e museus destinados à apresentação ou à contemplação do patrimônio cultural, como
manifestações de música, gastronomia, artes visuais e cênicas, festas e celebrações. Mas, além
disso, é preciso que esses locais estejam preparados para receber os turistas tanto oferecendo
serviços e infra-estrutura adequados quanto entendendo suas motivações, expectativas e suas
atuais demandas. Dessa forma, serão analisados como elementos centrais desta dissertação o
potencial turístico e o preparo das instituições museológicas de Belo Horizonte em receber
turistas, considerando as condições de oferta, a avaliação da demanda e dos gestores dos
museus e do turismo da cidade.
Mediante tais considerações, o presente estudo propõe a análise do seguinte problema: os
museus de Belo Horizonte têm condições gerais capazes de receber visitantes, principalmente
os turistas? Quais os desafios, dificuldades e oportunidades que se colocam em relação ao
turismo nos principais museus da cidade?
Parte-se da hipótese de que os museus da cidade não possuem condições de oferta ideais para
o recebimento dos turistas e são subutilizados como atrativos turísticos. Nesse sentido, este
estudo configura-se como uma oportunidade para o aprofundamento e a discussão dessa
21
questão, na tentativa de se estimular a conscientização sobre a importância do uso turístico
dos museus.
O interesse pelo tema surgiu a partir, principalmente, de duas atividades. A primeira delas foi
a experiência profissional da autora como turismóloga por quase três anos na Empresa
Municipal de Turismo de Belo Horizonte (BELOTUR), como Assessora da Diretoria de
Eventos e Diretoria de Projetos, na qual foi possível perceber como apenas alguns museus da
cidade são considerados atrações turísticas. A autora também coordenou, em 2006, uma
pesquisa do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) e FIOCRUZ/MS
no museu histórico de Belo Horizonte, Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB), buscando
identificar os processos e os contextos promotores de acesso aos museus, para os variados
segmentos sociais, traçando o perfil dos visitantes dos museus investigados e identificando
diferentes modalidades de visita.
De acordo com pesquisa realizada previamente no órgão oficial de turismo da capital
(Belotur), na Superintendência de Museus do Estado de Minas Gerais, entre outras fontes, o
tema aqui proposto nunca foi investigado na cidade de Belo Horizonte, o que salienta o
pioneirismo deste trabalho de pesquisa, no âmbito da capital mineira.
Em âmbito nacional, desde 2002, a revitalização dos museus brasileiros e do patrimônio
histórico do País vem sendo uma das prioridades do Ministério da Cultura. Ações como a
criação do Departamento de Museus e Centros Culturais (DEMU) e o aumento dos
investimentos públicos nos museus possibilitaram o fortalecimento, a visibilidade, a
comunicação e a organicidade do setor. O novo lugar ocupado pelos museus na agenda
pública tem relação direta com o processo de construção da Política Nacional de Museus
(PNM).
Tendo em vista este cenário favorável ao trabalho da museologia brasileira e à investigação
científica, acredita-se que esta pesquisa se faz necessária no sentido de contribuir para a
consciência por parte dos gestores dos museus da importância e do diferencial que a qualidade
adequada à demanda de turistas e visitantes em geral pode trazer para a instituição e para a
cidade. Pretende-se também tornar públicas as condições de recebimento de turistas pelos
museus de Belo Horizonte, assim como a opinião de seus visitantes e a visão de seus gestores,
22
possibilitando um estudo comparativo entre eles e contribuindo para a análise das
necessidades de desenvolvimento do setor. É preciso também despertar os museus para o seu
uso turístico, já que se sabe que estes não são muito visitados por turistas, e sim por residentes
de Belo Horizonte, principalmente grupos escolares, e que poucas são as ações voltadas aos
turistas.
Espera-se aumentar o conhecimento geral sobre os museus pela academia, pela população de
Belo Horizonte, e entre os próprios museus de Belo Horizonte.
Após discutir a importância do problema e os objetivos da pesquisa nesta introdução, a
dissertação trata, no capítulo seguinte, do referencial teórico da pesquisa em torno da relação
dos museus com turismo. Optou-se, no referencial teórico, por dialogar com autores que
abordam essa temática em suas pesquisas, de forma a viabilizar o entendimento das nuances
que interferem nos conceitos-chave utilizados, tais como cultura e patrimônio. Em seguida,
disserta-se sobre os passos metodológicos que foram seguidos para atingir os objetivos
propostos: discorrendo sobre o universo e a amostra da pesquisa, os sujeitos da pesquisa, os
instrumentos e procedimentos para coleta de dados e o tratamento e a análise dos dados.
No capítulo seguinte discorre-se brevemente sobre a cidade de Belo Horizonte, sua
segmentação turística e seus museus. Apresenta-se o resultado da análise da oferta dos
museus de Belo Horizonte e um histórico um pouco mais detalhado dos seis museus
selecionados para um estudo aprofundado no âmbito desta dissertação, em função de suas
características de oferta e potencial turístico.
Na seqüência, apresentam-se os resultados da pesquisa de demanda aplicada ao público
visitante dos seis museus, entre eles turistas e moradores de Belo Horizonte e Região
Metropolitana.
No capítulo seguinte, são discutidos os desafios, dificuldades e oportunidades da relação entre
museus e turismo a partir das percepções dos gestores das instituições museológicas e
gestores públicos envolvidos.
23
Por fim, no último capítulo, tecem-se algumas conclusões e considerações finais sobre os
resultados das pesquisas empírica e teórica realizadas, além de serem feitas recomendações
em relação ao tema.
1.1. Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
Caracterizar as condições gerais de recebimento de visitantes dos museus de Belo Horizonte e
identificar os desafios, dificuldades e oportunidades que se colocam em relação ao turismo
nos principais museus da cidade.
1.1.2 Objetivos Específicos
Compreender no plano teórico a relação entre museus, patrimônio cultural e
turismo bem como os elementos que podem potencializar os museus como
atrativos turísticos;
Caracterizar os museus de Belo Horizonte, identificando e analisando as condições
de recebimento dos turistas nacionais e estrangeiros em termos de acessibilidade,
serviços disponíveis, infra-estrutura, segurança, demanda, divulgação, promoção e
aspectos intangíveis como conforto ambiental, limpeza, dentre outras variáveis;
Identificar e caracterizar em linhas gerais os principais museus de Belo Horizonte
em termos de potencial turístico;
Identificar o perfil, as necessidades, as motivações e a avaliação dos visitantes dos
museus de maior potencial turístico de Belo Horizonte;
Identificar o perfil e percepções dos gestores dos museus de maior potencial
turístico, do gestor do órgão municipal de turismo, do órgão municipal de cultura e
24
do órgão estadual de museus, em termos das potencialidades e dificuldades do
relacionamento entre turismo e museus;
Sugerir ações relativas ao aprimoramento da relação entre turismo e museus em
Belo Horizonte.
25
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A abrangência dos museus: cultura e patrimônio cultural
Os conceitos de cultura e patrimônio estão intimamente relacionados às discussões sobre a
origem, o significado, e a estrutura dos museus. Sendo assim, cabe tecer, inicialmente,
algumas considerações acerca desses conceitos.
2.1.1 Visão antropológica sobre o conceito de cultura
Recorre-se aqui ao conceito de cultura trabalhado pela Antropologia, considerando ser este
tema objeto de profunda análise para esta ciência. O primeiro antropólogo a definir o conceito
de cultura foi o britânico Edward Burnett Tylor (1832-1917) em seu livro Primitive Culture
(1871), baseado nas teorias evolucionistas de Charles Darwin. Para Tylor (apud
LARAIA,1986, p.30) a cultura pode ser objeto de um estudo sistemático, pois trata-se de
um fenômeno natural que possui causas e regularidades, permitindo um estudo objetivo e
uma análise capaz de proporcionar a formulação de leis sobre o processo cultural e a
evolução”. Para o antropólogo, o comportamento aprendido pelo homem não dependia da
transmissão genética. Essas características eram determinadas culturalmente (por meio de um
processo denominado endoculturação) e não biologicamente. Em 1871, Tylor
3
(apud DIAS,
2006, p.18) definiu cultura como aquele todo complexo que inclui conhecimentos, crença,
arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na
condição de membro da sociedade”.
De acordo com as críticas de Stocking
4
(apud LARAIA, 1986, p.34), o conceito de cultura de
3
TYLOR, Edward Burnett. A ciência da cultura (1871). In: CASTRO, Celso. Evolucionismo cultural: textos de
Morgan, Tylor e Frazer. Tradução de Maria Lucia Oliveira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005, p.67-99, p.69.
4
STOCKING, G. W. Culture and Evolution. Nova Jersey, Prentice Hall. 1968
26
Tylor era etnocêntrico, pois discriminava culturas, classificando-as hierarquicamente e não
considerando a idéia de relativismo cultural.
Franz Boas (1858-1949), antropólogo alemão, foi o precursor do funcionalismo e iniciou uma
nova geração de críticos ao evolucionismo. Tendo passado a maior parte da sua vida nos
Estados Unidos, Boas, em seu trabalho “Limitation of the Comparative Method of
Antropology”, desenvolveu “o particularismo histórico (ou a chamada Escola Cultural
Americana), segundo a qual cada cultura segue os seus próprios caminhos em função dos
diferentes eventos históricos que enfrentou” (LARAIA, 1986, p.36).
Aluno de Boas na Universidade da Califórnia, Alfred Kroeber (187-1960) também contribuiu
para a Escola Cultural Americana, desenvolvendo estudos nas áreas de Arqueologia,
principalmente no México e Peru. Entre as contribuições de Kroeber para a ampliação do
conceito de cultura, Laraia (1986) destaca a consideração de que o homem foi capaz de
romper as barreiras das diferenças ambientais e transformou toda a terra em seu hábitat, sendo
a cultura um processo acumulativo, resultante de toda a experiência histórica das gerações
anteriores.
Lingüista e Antropologista, Roger Martin Keesing (1935-1993) desenvolveu em seu artigo
“Theories of Culture” um quadro que classificava as tentativas modernas de conceituar
cultura. Sobre este quadro, Laraia (1986) destaca que entre os neo-evolucionistas, que
consideram a cultura como um sistema adaptativo, pode-se afirmar que consenso sobre a
idéia de que:
Culturas são sistemas (de padrões de comportamento socialmente transmitidos) que
servem para adaptar as comunidades humanas aos seus embasamentos biológicos.
Esse modo de vida das comunidades inclui tecnologias e modos de organização
econômica, padrões de estabelecimento, de agrupamento social e organização
política, crenças e práticas religiosas, e assim por diante. [...]. Mudança cultural é
primariamente um processo de adaptação equivalente à seleção natural.[...]. A
tecnologia, a economia de subsistência e os elementos da organização social
diretamente ligada à produção constituem o domínio mais adaptativo da cultura. É
neste domínio que usualmente começam as mudanças adaptativas que depois se
ramificam. [...]. Os componentes ideológicos dos sistemas culturais podem ter
conseqüências adaptativas no controle da população, da subsistência, da manutenção
do ecossistema etc. (LARAIA, 1986, p.59-60)
27
Sobre as teorias idealistas de cultura, o quadro de Keesing aborda três subdivisões: (1) cultura
como sistema cognitivo (W. Goodenough); (2) cultura como sistemas estruturais (Claude
Lévy-Strauss); (3) cultura como sistema simbólico (Clifford Geertz e David Schneider).
Geertz
5
, em seu mais famoso trabalho, The Interpretation of Cultures(1973), afirma que a
cultura deve ser considerada “não um complexo de comportamentos concretos, mas um
conjunto de mecanismos de controle, planos, receitas, regras, instruções (que os técnicos de
computadores chamam programa) para governar o comportamento” (apud LARAIA, 1986,
p.62). Assim, para o autor, a Antropologia busca interpretações, o que ele considera ser uma
tarefa difícil e vagarosa.
De acordo com Caldeira (1988), as abordagens modernas da Antropologia defendiam a
separação e o distanciamento entre o observador e aquilo que é observado, como um exercício
teórico através do trabalho de campo. Se no campo o antropólogo tinha que se tornar um
nativo provisoriamente, a reelaboração da experiência reintroduzia a distância entre as duas
culturas: a do observador e a do observado. O modernismo em antropologia é marcado pelo
relativismo cultural, por meio da denúncia do etnocentrismo (típico da antropologia clássica),
apresentando, todavia, uma redução da prática de crítica cultural. Entende-se por relativismo
cultural, segundo Herskovits (2004), o respeito às diferenças culturais, reconhecendo e
validando as normas e os valores de cada cultura, sendo que os costumes dos povos e as
culturas devem ser estudados na base de sua própria textura de valores.
Considerando as abordagens pós-modernas, estas apresentam a preocupação com as
transformações, com a história, os encontros, a práxis, a comunicação e as relações de poder.
Reinventam o texto e a crítica cultural, tentando romper o caráter de separação das culturas e
o de recriação da totalidade. Para isso, consideram a etnografia como uma negociação, um
diálogo, como trocas que expressam uma multiplicidade de vozes que representam muitas
perspectivas. Os antropólogos pós-modernos não entendem a etnografia como uma
interpretação de algo. O etnógrafo pode evocar, sugerir, provocar, ironizar, mas não pode
descrever culturas. Assim, negam a possibilidade de reconstruir uma totalidade que dê sentido
a todas as posições diversas. Os pós-modernos em geral abandonam o conceito de cultura
5
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1969. 323p.
28
como totalidade apreensível, preferindo abordá-la como inscrições de processos
comunicativos que existem historicamente entre sujeitos em relação de poder e que são
apreendidos no diálogo entre culturas. (CALDEIRA, 1988; VIEIRA FILHO, 2006)
Para Wagner (1981) cada cultura deve ser entendida como uma manifestação específica e
assim “cada cultura é equivalente a outra” (tradução da autora)
6
. Santos (1983, p.16)
comenta que a observação de culturas alheias se faz segundo pontos de vista definidos pela
cultura do observador, que os critérios que se usa para classificar uma cultura são também
culturais. Ou seja, segundo essa visão, na avaliação de culturas e traços culturais tudo é
relativo”.
O conceito de cultura, a partir da construção antropológica, estimula a discussão e a aplicação
do conceito a diversos temas afins. A antropóloga brasileira Eunice Ribeiro Durham (1984)
discute cultura de acordo com o senso comum, para se aproximar do conceito de patrimônio
cultural. Considera que o senso comum concebe cultura numa visão elitista, em duas
dimensões:
[...] uma se refere à natureza mesma do bem cultural, na medida em que incorpora
certas características ‘espirituais’, concebida como de ordem mais elevada; outra diz
respeito a uma capacidade especial, restrita a certas pessoas, para usufruir desses
bens. ‘Ter cultura’, portanto, no senso comum, significa possuir um certo conjunto
de conhecimentos ou informações que não são utilizados no dia-a-dia das pessoas
comuns e, ao mesmo tempo, ser dotado de uma capacidade especial para apreciar e
usar este patrimônio (DURHAM, 1984, p.24).
A autora acredita que a noção de cultura no senso comum engloba aspectos diferentes como a
valorização da cultura (o que sugere a sua preservação) e a multiplicidade de referências do
termo ‘cultura como objetos, conhecimentos, capacidades. Sobre essa multiplicidade a
Antropologia buscou reformular a noção de senso comum buscando uma ‘deselitização’,
tirando do conceito de cultura a conotação de um saber especial e superior que seja produzido
por um grupo e restrito a outros. Durham (1984, p.25) afirma que todos os aspectos
associados à noção de cultura do senso comum permanecem no conceito antropológico, mas
foram aplicados a todas as produções humanas e a todos os comportamentos sociais”. A
6
“[...] we assume that every culture, as such, is equivalent to every other one” (WAGNER, 1981, p.3).
29
antropóloga discute ainda como esta noção de cultura enfatiza a obra produzida pela ação do
homem e privilegia a dimensão simbólica: “Assim, uma obra de arte, e por extensão todo
produto material é, simultaneamente, o substrato material no qual se realiza, e a significação
que cristaliza e expressa” (DURHAM, 1984, p.27). É neste sentido que a discussão se
aproxima na noção de patrimônio cultural, que deve ser definido em função do significado
que possui para a população, reconhecendo que o elemento básico na percepção do
significado de um bem cultural reside no uso que dele é feito pela sociedade(DURHAM,
1984, p.30). Recorre-se ainda, para buscar estabelecer uma relação entre cultura, patrimônio e
museus, relação fundamental para a discussão proposta nesta pesquisa, à seguinte afirmação:
[...] quanto maior a carga simbólica conferida no passado a um bem cultural, tanto
mais ricas serão as possibilidades de sua utilização futura. Desse modo, podemos
conceber que haja certos bens privilegiados, em virtude dos significados que
acumularam durante sua história, que merecem um esforço especial no sentido de
preservá-los e colocá-los à disposição da população para usos futuros. (DURHAM,
1984, p.31)
2.1.2 O conceito de patrimônio cultural
Com a intenção de passar da construção cronológica do conceito de cultura para uma releitura
do conceito de patrimônio, observa-se, como estímulo, o pensamento de Bolle (1984, p.13),
segundo o qual a memória não aparece apenas como uma instância voltada para o passado.
Devemos imaginá-la como uma relação dinâmica entre passado e presente. A memória é um
elemento muito enraizado no presente”. Simão (2001, p.67) estende esta reflexão afirmando
que o processo de desvalorização do passado e das referências da memória pelo qual
passou o homem moderno, ainda refletido na cultura, impôs à sociedade um enorme
desconhecimento de sua história”.
Para construir historicamente o conceito de patrimônio, recorre-se a Dias (2006), que traça
uma linha evolutiva que parte da associação da palavra “patrimônio” com bens de família,
herança e posses, passa para a idéia de algo que se respeita, que é sagrado, segue também pela
identificação do termo com o passado histórico até adquirir valor histórico e artístico como
produto cultural de uma época determinada. O mesmo autor registra uma mudança
significativa no processo de construção da idéia de patrimônio desencadeada pela Revolução
30
Francesa, em 1789: os bens e as coleções da Igreja católica, da nobreza e da monarquia
foram apropriados pelo Estado, que os reuniu em quatro grandes museus, abertos à visitação
pública [...](DIAS, 2006, p.70). Assim, o patrimônio, além do valor histórico e artístico,
assume um valor político por sua identificação com o Estado, com os interesses da nação, que
o adota como símbolo da unidade.
De acordo com Camargo
7
, o patrimônio surge com a Revolução Francesa por razões práticas
ajustadas à ideologia do Estado Nacional. Para proteger e catalogar as propriedades da
monarquia, da aristocracia e da igreja, um grande esforço de organização foi feito, apesar de
que o estabelecimento de uma legislação consistente veio a se realizar somente sessenta anos
após a Revolução. Fonseca (2005, p.49) afirma que foi apenas quando, no final do século
XVIII, o Estado assumiu, em nome do interesse público, a proteção legal de determinados
bens a que foi atribuída a capacidade de simbolizarem a nação, que se definiu o conceito de
patrimônio histórico e artístico nacional”. Posteriormente, no século XIX, a Revolução
Industrial delimitou a concepção de patrimônio como tudo que a antecedia, englobando o
testemunho de uma cultura e apresentando interesse histórico, artístico e científico (DIAS,
2006). Valorizado por sua antiguidade em contraste com os valores da modernidade
decorrentes da industrialização, o patrimônio foi isolado em museus – entendidos como
depositários do passado – e transformado em objeto de visitação.
Ao longo do século XIX, os museus perderam, gradativamente, sua função
educativa e passaram a ser freqüentados principalmente pelas elites e por
intelectuais, com o intuito de restringir o acesso ao patrimônio, que era considerado
pertencente à cultura erudita, identificada com as elites. (DIAS, 2006, p. 72)
Aos valores históricos, artísticos, científicos, educativos e políticos associados à definição de
patrimônio são incorporados novos valores que se relacionam com o território e com a
construção da identidade cultural de uma comunidade (DIAS, 2006). Silva
8
complementa essa
visão considerando que o patrimônio é um processo simbólico de legitimação social e cultural
e que o elemento determinante que define o conceito de patrimônio é sua capacidade de
representar simbolicamente uma identidade.
7
CAMARGO, Haroldo L. Patrimônio e Turismo, uma longa relação: história, discurso e práticas. Revista
Eletrônica Patrimônio: lazer & turismo, UNISANTOS/COEAE, Santos-SP. Disponível em:
<http://www.unisantos.br/pos/revistapatrimonio/artigos.php?cod=33> Acesso em: 06 jun. 2006
31
Acompanhando as transformações naturais da sociedade, o conceito de patrimônio cultural
também passou a merecer novas interpretações, como a de Camargo (2002, p.95-96), que
diferencia o conceito clássico de patrimônio bens culturais ou monumentos de excepcional
valor histórico e artístico do conceito contemporâneo de patrimônio conjunto de símbolos
que precisam ser desconstruídos e interpretados para que se entenda o seu significado. Llull
(2005, p.179) considera acepções distintas para o conceito de patrimônio: herança, seleção
histórica, sedimento da parcela cultural, conformador da identidade social, modelo de
referência. O mesmo autor recomenda também que o patrimônio cultural seja analisado a
partir de uma perspectiva ampla e interdisciplinar, levando-se em conta os pontos de vista das
áreas do conhecimento que se dedicam ao assunto, como Antropologia Cultural, Direito,
História da Arte e Educação. Martins (2006, p.40) observa que o conceito de patrimônio
histórico e artístico usado desde o século XIX deu lugar ao conceito mais amplo de
patrimônio cultural, respondendo a atualizações de estudos, que deram visão a uma
abrangência da área e, ainda, consoante com a concepção antropológica de cultura”. Em
associação ao estudo do patrimônio cultural, outros autores dedicam-se a buscar o conceito de
patrimônio histórico, como Choay (2001, p.11):
A expressão designa um bem destinado ao usufruto de uma comunidade que se
ampliou a dimensões planetárias, constituído pela acumulação contínua de uma
diversidade de objetos que se congregam por seu passado comum: obras e obras-
primas das belas-artes e das artes aplicadas, trabalhos e produtos de todos os saberes
e savoir-faire dos seres humanos.
O conceito de patrimônio cultural envolve o feito humano e é reflexo da sociedade que o
produz. Atualmente, ele é sinônimo não de obras monumentais, mas também de hábitos e
costumes das mais diversas sociedades e culturas. Porém, nem sempre é fruto da
coletividade. Ele pode ser conseqüência de contextos políticos e econômicos apesar de
assumidos pela coletividade de forma autônoma (MARTINS, 2006, p.43).
Barretto (2002) também comenta a evolução do conceito de patrimônio, inicialmente
considerado sinônimo de obras monumentais, obras de arte consagradas, propriedades
luxuosas relacionadas às classes dominantes. Nessa condição de monumento o patrimônio
assumiu a condição de mediador entre passado e presente, fazendo referência a um passado
8
SILVA, Elisa Peralta. Patrimônio e identidade: os desafios do turismo cultural. Revista Eletrônica Os
32
nacional com o qual se identificava. Sobre a atualização do conceito, a mesma autora afirma:
Atualmente, há consenso de que a noção de patrimônio cultural é muito mais ampla,
que inclui não apenas os bens tangíveis como também os intangíveis, não as
manifestações artísticas, mas todo o fazer humano, e não aquilo que representa a
cultura das classes mais abastadas, mas também o que representa a cultura dos
menos favorecidos (BARRETTO, 2002, p.11)
Para Vieira Filho (2002), fica evidente que as definições de patrimônio cultural vão depender
dos contextos históricos e sociais de quem as define. A escolha do que deve ser preservado ou
não é política e envolve disputas e negociações entre atores sociais. Para o mesmo autor, a
noção de patrimônio cultural, amplamente definida, pode englobar até mesmo a noção de
patrimônio natural na medida em que este é culturalmente definido. Ele acredita que o
conceito se amplia à medida que se revisa o conceito de cultura.
Sendo assim, o conceito de patrimônio cultural, passando pelas abordagens mais distintas,
amplia-se ao incorporar questões ligadas à política, à economia, à educação e, em um vel
simbólico, à construção e à manutenção de identidades, abrindo espaço para o debate social.
Seja ao merecer a definição de políticas específicas para a sua preservação, seja ao
movimentar a economia por meio do turismo ou ainda ao ser incluído nos processos
educativos voltados para a valorização da história de um povo, o patrimônio cultural contribui
para a conformação de identidades em um contexto histórico-territorial que alimenta e é
alimentado pelo caráter dinâmico da cultura. Dias (2005, p.8) afirma que uma das
características mais relevantes do patrimônio é ser tomado como referência para construção
de identidades culturais pelas mais diversas estruturas sociais e mesmo dos cidadãos de
forma individual, convertendo-se assim no capital simbólico da sociedade”.
Considera-se, para a análise em questão, que a acumulação desse capital simbólico se faça a
partir dos vínculos com o passado (a busca de referências), passando pelas relações
construídas com o presente (as adaptações e transformações necessárias e constantes) e
projetando-se em direção ao futuro (a memória projetada por meio da preservação). Caberá às
Urbanitas, Portugal. Disponível em <http://.aguaforte.com/antropologia/Peralta.html>. Acesso em: 17 set. 2005.
33
gerações futuras, de acordo com Bourdieu
9
(apud DIAS, 2005), manter os bens simbólicos
herdados sob condições impostas por contextos socioculturais distintos daquele relativo à
origem da herança. E, assim, é dada continuidade ao processo de construção das identidades
culturais.
No Brasil, confirmando o papel do patrimônio na construção de identidades culturais, a
definição de patrimônio cultural merece lugar na Constituição da República Federativa e
assim se apresenta:
[...] bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos
formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I As formas de
expressão; II – Os modos de criar, fazer e viver; III – As criações científicas,
artísticas e tecnológicas; IV As obras, objetos, documentos, edificações e demais
espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V Os conjuntos urbanos e
sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico (BRASIL, 2001, p.200).
2.1.3 Evolução do conceito de museu
A origem da palavra “museu” está na Grécia Antiga, quando o termo mouseiondesignava
casa ou templo das musas, filhas de Zeus e Mhemosyne, deusa da memória. Tendo caído em
desuso na Idade Média, a palavra museu tornou-se comum no Renascimento, e geralmente
designava uma coleção, fosse de moedas, de medalhas, de inscrições (BITTENCOURT,
1997, p.13). Esse mesmo autor afirma que os museus que surgiram no Renascimento não
eram lugares de exibição de coleções, mas lugares em que estas constituíam um suporte para
o progresso da ciência, tendo como essência a recuperação do conhecimento produzido na
Antiguidade. De qualquer modo, a idéia de museu está intimamente ligada às questões de
poder/posse, de memória e ao ato de colecionar.
Assim como a noção de patrimônio, explicitada anteriormente, o surgimento dos museus
9
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. ed. Tradução de Fernando Tomaz. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2000
34
está ligado aos estados nacionais modernos e sua concepção de guardar o que era próprio da
elite. A posse de coleções de objetos, obras de arte e gabinetes
10
de curiosidades era, sem
dúvida, reflexo de poder econômico e político e os bens contemplados eram pouco acessíveis
à população “comum”. As coleções distinguiam o possuidor, atribuindo-lhe uma condição de
poder, uma posição de destaque. O acesso aos gabinetes de curiosidades era restrito e esses
lugares eram protegidos, considerando o valor atribuído principalmente pelos proprietários
aos objetos que compunham as coleções. Segundo Bittencourt (1997, p.7), o gabinete é,
pois, um lugar fechado ao público, e por certo não irá perder esta característica no momento
em que começar a ser ocupado pelas curiosidades científicas, trazidas, a partir dos séculos
XV e XVI, como subproduto da expansão européia”.
De acordo com Vasconcellos (2006), o primeiro museu público europeu surgiu em 1683, na
Inglaterra, e seu acesso era restrito a especialistas e universitários. O segundo museu surgiu
em Paris, em meados do culo XVIII, também para visita de estudantes e para a classe
artística, no qual foi exposta ao público parte da coleção real francesa. Nesse período a França
possuía grandes coleções de história natural e de arte que deram origem ao Museu do Louvre,
iniciado com a primeira galeria aberta ao público, em 1749, no palácio do Luxemburgo. O
Museu do Louvre propriamente dito foi aberto em 1793 com o nome de Museu Nacional e
viria a ser tornar, nos anos seguintes, o centro de uma política de museus públicos tratada
pelas autoridades revolucionárias e, posteriormente, pelo Império, com grande interesse”,
conforme relata Bittencourt (1997, p.26). Em 1759, o Museu Britânico foi aberto ao público, a
partir da coleção reunida no gabinete de Sir Hans Sloane, um médico irlandês que durante
suas viagens reuniu uma quantidade significativa e sortida de curiosidades e que antes de
morrer expressou o desejo de deixar seu gabinete como legado para “a humanidade”. O
museu, como um espaço público diferente dos gabinetes de acesso restrito –, funcionava
regularmente durante os dias de semana e cobrava ingresso dos visitantes, embora não fosse
devidamente organizado com relação à exposição e à classificação dos objetos
(BITTENCOURT, 1997).
Com a ascensão da burguesia na Europa após a Revolução Francesa, uma nova
concepção foi incorporada ao universo museal: a noção de patrimônio, pela qual os
museus dos príncipes e dos reis passaram a ser museus das nações. A partir daí, as
instituições museológicas refletiram, ahoje, seus padrões políticos, estéticos e de
organização, trazendo para dentro delas os seus valores e as suas concepções de
mundo (VASCONCELLOS, 2006, p.18-19).
10
“Uma câmara ou reservado ou gabinete foi o termo usado na Europa Ocidental para descrever um lugar
onde raridades eram mantidas, e dentro do qual o conhecedor poderia retirar-se para a contemplação
privada. (RIPLEY apud BITTENCOURT, 1997, p. 7)
35
Essas instituições, de trajetória multicentenária, são atualmente reinterpretadas e têm seu
conceito ampliado “[...] dentro das perspectivas contemporâneas de ruptura das culturas
hegemônicas e de um interesse mais aprofundado em distinguir, valorar e incorporar o maior
número possível de manifestações culturais [...], como forma de consolidação de culturas
emergentes” (FALCÃO, 2003, p.51).
Criado em 1946, o Conselho Internacional de Museus (ICOM) é uma organização não
governamental de museus e profissionais de museus, a quem está confiada à conservação, a
preservação e a difusão do patrimônio mundial - cultural e natural, presente e futuro, material
e imaterial - para a sociedade. Tem status consultivo no Conselho Econômico e Social da
Organização das Nações Unidas (ONU). Para o ICOM, museu é uma instituição permanente
sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, aberta ao público, que
adquire, conserva, pesquisa, comunica e expõe testemunhos materiais do homem e de seu
meio, para fins de estudo, educação e lazer
11
. Esta importante instituição aprovou na 21ª
Assembléia Geral do ICOM, o Código de Ética para Museus que estabelece um padrão global
mínimo para estas instituições, estruturado por uma série de princípios fundamentados em
diretrizes de práticas profissionais recomendáveis. Entre estes, destacam-se: a proteção e a
valorização do patrimônio, contribuindo para salvaguardar o patrimônio natural, cultural e
científico; o dever de promover seu papel educativo, de atrair e ampliar a visitação da sua
comunidade e de compartilhar seus recursos e prestar outros serviços públicos como
atividades de extensão.
Julião (2002), em seu texto sobre o movimento de renovação dos museus, explica que no final
da Segunda Guerra Mundial foi o início de uma renovação da museologia que, com a
idealização de novas práticas e princípios, passaram a idealizar o museu como um espaço
dinâmico, com função de centro cultural, com espaços para entretenimento, lazer e educação.
É a partir da década de sessenta que, com o aumento das críticas aos museus e a insatisfação
política e a movimentos de democratização da cultura, que os museus iniciaram um processo
de reformulação de suas estruturas, procurando atender as novas demandas da sociedade. Nos
anos setenta:
11
Estatutos do ICOM, 2001, Artigo 2. Disponível em:< http://www.icom.org>. Acesso em: 20 jan 2007
36
Novas práticas e teorias sinalizam a função social do museu, se contrapondo à
museologia tradicional que elege o acervo como um valor em si mesmo e administra
o patrimônio na perspectiva de uma conservação que se processa independentemente
do seu uso social. Tratava-se de redefinir o papel do museu tendo como objetivo
maior o público usuário, imprimindo-lhe uma função crítica e transformadora na
sociedade. (JULIÃO, 2002, p.23)
Para Barretto (1993), foram as pesquisas de estudiosos como Hugues de Varine-Bohan,
Marcel Evrard e Georges Bazin e, em parte, a revisão dos conceitos antropológicos que não
mais se apoiavam na coleta de evidências da cultura material, que revolucionaram a
museologia na França das décadas de 1950, 1960 e 1970. Nesta última década, começaram a
ser realizadas algumas experiências novas, de acordo com quatro frentes: a dimensão
pedagógica; a projeção dos museus sobre o entorno social; as tentativas de ruptura com o
museu tradicional; e a intensificação das relações com o público.
Com a “Nova Museologia”
12
, os museus foram, aos poucos, deixando de ser local de “coisas
velhas”, onde nada se pode tocar ou fazer. A função social dos museus é repensada e as
coleções ficam cada vez mais acessíveis aos visitantes das mais diversas origens, classes
sociais e idades. Para a Julião (2002, p.23), as novas orientações em debate nas sociedades
contemporâneas afirmavam o “compromisso do museu com uma concepção antropológica de
cultura de caráter abrangente, compreendida como um sistema de significações que permite
comunicar, reproduzir, vivenciar um modo de vida global distinto, e que está envolvida com
todas as formas de atividade social”
.
De acordo com Barretto (1993), os paradigmas da nova museologia levaram a se pensar sobre
a arquitetura dos museus. Como crítica aos museus tradicionais (de história, de artes, história
natural, entre outros), surgem na França, nos Estados Unidos, no México, em Portugal e no
Canadá outras arquiteturas de museus e outras concepções de museus: os site museums e eco
museus, ambos classificados como museus ao ar livre, e os museus-jardim.
12
De acordo com Bittencourt (2003, p. 10), a “Nova Museologia” tem início em 1982 na França mas “remonta a
um conjunto de marcos anteriores, observados a partir da década de 50. Em sua base está a idéia de que os
museus não servem apenas para recolher objetos, mas para compreender os homens, e que as coleções de
objetos têm a característica de resumir a experiência coletiva
37
Os museus ao ar livre, ou a céu aberto, são museus de grandes extensões onde
reconstituição de cenários. Para Barretto (1993), as críticas a esses museus são relativas à
tentativa de mostrar a realidade, através da encenação, o que geralmente tem como
conseqüência certo romantismo e desvirtuação do cotidiano dos atores sociais representados.
O site museums é definido pelo ICOM como “um museu concebido e implantado para
proteger a propriedade natural ou cultural, móvel ou imóvel, em seu local original, ou seja,
preservada no local em que tal propriedade foi criada ou descoberta” (apud BARRETTO,
1993, p.19). Ou seja, os site museus estão ligados à preservação de sítios arqueológicos,
ecológicos, etnográficos e históricos. Esses museus se tornaram sucesso comercial,
principalmente nos Estados Unidos, recebendo grande aceitação do público, por estarem
ligados à natureza e afastados de grandes centros urbanos. Os ecomuseus aparecem na década
de 1970 na França, onde se caracterizam pela contribuição efetiva no desenvolvimento das
comunidades e na educação patrimonial. Enfim, os museus-jardim são construções na
periferia, para fugir da poluição, sendo que seus jardins passam a ser locais de descanso para a
comunidade (BARRETTO, 1993).
Sobre outras formas de museus, coloca-se a reflexão de Meneses (2007), que, examinando o
museu do presente e as novas tecnologias, afirma que a penetração da eletrônica e, mais
ainda, da imagem virtual no horizonte dos museus, tal como se vem apresentando entre nós,
está alterando todo um jogo de equilíbrio e certamente altera também o fundamento e a
prática da instituição”. Para ele, o museu deve ser um locus de experimento em que o virtual,
a serviço do museu, abre grandes horizontes. Porém, ele julga o museu virtual algo
problemático em relação à especificidade que justifica o museu: “a concretude das coisas, seu
caráter de obstáculo, de esforço e confronto” (MENESES, 2007, p.70).
Ao mesmo tempo que o conceito de museu muda, mudam também diversos elementos que
compõem a museologia. As cnicas museográficas, que auxiliam o museu a cumprir seu
papel, tendem a trabalhar em conjunto com a área de comunicação e de sistema da
informação, buscando uma linguagem mais simples e interativa, capaz de atingir diversos
públicos. As exposições tendem a se completar em atividades paralelas como oficinas, vídeos,
encenações e atividades lúdicas, permitindo a manipulação de objetos, porém não esquecendo
sua concepção ancorada na educação e na pesquisa. As estruturas políticas e econômicas
mundiais tendem a forçar os museus a serem economicamente viáveis, trabalhando com
38
parcerias públicas e privadas, além de viabilizarem seus projetos através de organizações não
governamentais. Os museus devem estar mais próximos de seus públicos, pesquisando sobre
suas expectativas e buscando superá-las, além de proporcionar infra-estrutura adequada para o
conforto dos visitantes. Finalizando, os museus devem procurar estimular a captação de
exposições temporárias de nível nacional e mundial, como estímulo à visitação de turistas.
2.1.4 Os museus na realidade brasileira
No Brasil, os museus se desenvolveram após a chegada da família real portuguesa, em 1808.
A criação da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, em 1816, e a constituição do Museu
Real, que hoje é o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no ano de 1818, marcam o início
da atividade museológica no País. A partir da segunda metade do século XIX vários museus
foram criados no Brasil. Em 1922, durante as comemorações do Centenário da Independência,
criou-se o Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, mas foi a partir da criação do Curso
de Museus (1932), responsável pela institucionalização da museologia e dos estudos de
museus no Brasil, e da Inspetoria de Monumentos Nacionais (1934), um dos principais
antecedentes do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), que o campo
museal passou a ter lugar definitivo nas políticas culturais brasileiras (MINC/IPHAN/DEMU,
2006).
O anteprojeto que Mário de Andrade elaborou para o Serviço do Patrimônio Artístico
Nacional (SPAN), em 1936, contemplava os vários tipos de museus que existiam pelo País e
sua dimensão educacional na discussão da definição de arte.
E uma análise do texto do anteprojeto em seu conjunto deixa claro que a ênfase na
noção de arte não significa uma posição esteticista. A preocupação em explicar o
que entende por cada uma das oito categorias de arte (arte arqueológica; arte
ameríndia; arte popular; arte histórica; arte erudita nacional; arte erudita estrangeira;
artes aplicadas nacionais; artes aplicadas estrangeiras), e como elas se agrupariam
nos quatro livros do tombo e nos museus correspondentes, indica em Mário uma
visão abrangente e avançada para sua época em relação às noções de arte e de
história vigentes, inclusive nos serviços de proteção já existentes na Europa.
(FONSECA, 2005, p. 108)
Museus privados, públicos e mistos passaram a ser constituídos a partir da década de 1930,
reflexo da modernização e do fortalecimento do Estado sobre as questões sociais, trabalhistas,
39
educacionais, de saúde e de cultura, e esse movimento continuou nas duas décadas seguintes,
ampliando quantitativa e qualitativamente a área museológica brasileira.
Logo após a criação do Conselho Internacional de Museus, em 1946, instalou-se no Brasil a
representação nacional do ICOM. De acordo com o documento “Política Nacional de Museus:
relatório e gestão 2003-2006” (MINC/IPHAN/DEMU, 2006), essa representação
condensava e explicitava o desejo de diversos profissionais de museus espalhados pelo País
na atualização do campo museal e na intensificação do intercâmbio cultural, técnico e
científico com outros países, especialmente com a França e os Estados Unidos”. O mesmo
documento registra que a realização de dois importantes eventos estimulou a
profissionalização da museologia e a consagração da dimensão educacional dos museus: o I
Congresso Nacional de Museus, em 1956, em Ouro Preto Minas Gerais, e o Seminário
Regional da UNESCO sobre a Função Educativa dos Museus, em 1958, no Rio de Janeiro -
RJ. A criação, em 1963, da Associação Brasileira de Museologistas, hoje Associação
Brasileira de Museologia, marcou o início da mobilização para a regulamentação da profissão
de museólogo, concretizada em 1984. Antes disso, porém, em 1976, foi realizado em Recife -
PE o I Encontro Nacional de Dirigentes de Museus, do qual resultou o documento “Subsídios
para Implantação de uma Política Museológica Brasileira” que foi utilizado na orientação de
projetos para a área. Em 1979, a constituição da Fundação Nacional Pró-Memória (FNPM)
garantiu proteção a um conjunto expressivo de museus que não eram atendidos pela política
cultural do SPHAN e abriu espaço para o desenvolvimento do Programa Nacional de Museus,
com projetos especiais para a revitalização de museus no País.
O panorama museológico entre os anos 70 e 80 estava em ebulição e compunha-se
de novas idéias, encontros, debates e novas propostas de uma museologia ativa,
participativa e democrática. Na esteira das discussões de política museológica
surgiria, em 1986, o Sistema Nacional de Museus. Seu objetivo: articular e apoiar
financeiramente projetos museológicos. (MINC/IPHAN/DEMU, 2006)
A extinção da FNPM e do SPHAN no início da década de 1990, com suas funções então
assumidas pelo Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural (IBPC), suspendeu
temporariamente o suporte aos museus vinculados às instituições extintas, os quais foram,
mais tarde, incorporados ao IPHAN, que substituiu o IBPC. A partir de 2003, o Ministério da
Cultura começou a desenvolver um plano de implementação de políticas públicas que, com
base na compreensão da importância dos museus na vida cultural e social brasileira, incluiu a
criação da Coordenação de Museus e Artes Plásticas, vinculada à Secretaria de Patrimônio,
40
Museus e Artes Plásticas, convidando a comunidade museológica a participar da construção
de uma política específica para o setor, desencadeando o lançamento da Política Nacional de
Museus (PNM). A metodologia do processo de construção da PNM (MINC/IPHAN/DEMU,
2005) foi dividida em quatro etapas: I - elaboração de documento para discussão de entidades
e profissionais da área; II - apresentação e debate público dos documentos; III - ampla
disseminação e discussão do documento básico por meio eletrônico, reuniões presenciais; IV -
reavaliação do documento e publicação da PNM. Criou-se, a partir daí, o Departamento de
Museus e Centros Culturais (DEMU), no âmbito do IPHAN, possibilitando o fortalecimento
de todos os museus ligados ao Ministério da Cultura e a elaboração do mapeamento censitário
dos museus brasileiros, ação incrementada com a criação do Cadastro Nacional de Museus em
2005, de forma a contribuir efetivamente para o planejamento de políticas públicas culturais.
Esse conjunto de instrumentos de planejamento constitui uma antiga demanda da comunidade
museológica pela implantação de uma política pública permanente e estável. O Sistema
Nacional de Museus (SNM), nos formatos atuais, é uma das ações da PNM e representa uma
conquista na construção de políticas públicas culturais. Instituído em 5 de novembro de 2004,
Dia da Cultura, o SNM tem papel articulador dos museus de todas as instâncias
governamentais, independente de porte ou localização. Tendo como base às experiências de
outros países como Espanha, Portugal e França, que contam com esse tipo de
sistematização, o sistema brasileiro absorve a idéia de sistema como uma totalidade orgânica
e tem como finalidade:
I - a interação entre os museus, instituições afins e profissionais ligados ao setor,
visando ao constante aperfeiçoamento da utilização de recursos materiais e culturais;
II - a valorização, registro e disseminação de conhecimentos específicos no campo
museológico; III - a gestão integrada e o desenvolvimento das instituições, acervos e
processos museológicos; e IV - o desenvolvimento das ações voltadas para as áreas
de aquisição de bens, capacitação de recursos humanos, documentação, pesquisa,
conservação, restauração, comunicação e difusão entre os órgãos e entidades
públicas, entidades privadas e unidades museológicas que integrem o Sistema.
(BRASIL, 2004, art. 1).
Com a finalidade de propor diretrizes e ações, apoiar e acompanhar o desenvolvimento do
setor museológico, o SNM conta com um Comitê Gestor composto por representantes dos
sistemas municipais e estaduais de museus, museus privados, Conselho Internacional de
Museus, escolas de formação universitária e de diversos outros ministérios, incluindo o
Ministério do Turismo.
41
Para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em suas considerações sobre o
alcance de valorizações possíveis para o desempenho da Política Nacional de Museus, as
iniciativas de criação do SNM são pertinentes as objetivos propostos pelo PNM e constituem
fundamental estratégia de acordo com os recursos financeiros e de gestão disponíveis. As
críticas do IPEA caem sobre a transparência no entendimento do status ou papel estratégico
dos museus na relação com o SNM. (MINC/IPHAN/DEMU, 2005 p.45-50)
Outra importante ação do Ministério da Cultura, que faz parte do PNM é a criação de
mecanismos de apoio financeiro para os museus brasileiros, através da captação de recursos
oriundos de incentivo fiscal, via Lei Rouanet e do Fundo Nacional de Cultura, que é
proveniente de arrecadações de outros recursos públicos para investimento direto em projetos
culturais mediante a celebração de convênios e outros instrumentos similares. De acordo com
os dados do MINC/IPHAN/DEMU (2006, p.50) o aumento de investimentos empreendidos
após a implantação do PNM chegou a 400%, tendo em vista que enquanto em 2001 e 2002 o
investimento total ficou entorno de R$ 20 milhões, em 2005 os investimentos atingiram cerca
de R$ 90 milhões.
Além disso, com a necessidade de capacitar profissionais envolvidos direta e indiretamente
com a atividade museológica, e a carência em âmbito nacional de formação nessa área, o
PNM criou, em 2003, o Programa de Capacitação em Museologia, baseado na oferta de
cursos, oficinas e a realização de fóruns e seminários. De acordo com a ementa dos cursos e
oficinas, cabe aqui destacar, que o tema Museu e Turismo é um dos 12 itens em destaque,
sendo que dentro desse tema foram abordados: definição de Turismo como fenômeno
econômico, espacial e social; Composição do Produto Turístico; Mercado Turístico; Turismo
Cultural; Literatura de referência; Cidades, cidadãos, turismo e lazer; Políticas públicas de
cultura e turismo; Museus como destino de lazer e de turismo; Pesquisas de perfil de
visitantes e de níveis da satisfação; Estudos de casos.
Procurando atender as propostas do Comitê do Sistema Brasileiro de Museus, foi aprovado
por unanimidade em 16 agosto de 2007, na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei
13
7.568/2006 do Estatuto dos Museus que funcionará como instrumento fundamental na gestão
42
museológica, pois assim os museus passarão a ser regulamentados por lei específica. Este
documento, dispõe de questões imprescindíveis para o planejamento das ações dos museus e
para estabelecer padrões entre a diversidade museal brasileira.
No documento “Política Nacional de Museus: relatório e gestão 2003-2006”
(MINC/IPHAN/DEMU, 2006) pode-se contabilizar que em todo o território brasileiros
existem 2.208 unidades museológicas, entre instituições privadas e públicas, que geram mais
de dez mil empregos diretos e são visitadas anualmente por 20 milhões de pessoas,
demonstrando a relevância desta área para o desenvolvimento do País, justificando e exigindo
investimentos e políticas públicas específicas para os museus.
No âmbito do Estado de Minas Gerais, de acordo com os dados da Superintendência de
Museus
14
, existem 272 instituições no total, sendo 73 cadastradas no Cadastro Nacional de
Museus, entre eles 15
15
museus em Belo Horizonte. A Superintendência de Museus do Estado
de Minas Gerais é o órgão gestor da política cultural referente aos museus do Estado, ligada à
Secretaria de Estado da Cultura. A missão da Superintendência é dar assessoria técnica às
Prefeituras, Secretarias e aos Departamentos de Cultura Municipais na criação e implantação
de museus; promover a disseminação de conhecimentos, visando incentivar e aprimorar as
atividades museológicas em Minas Gerais; e atuar como unidade de integração e intercâmbio
dos museus existentes no Estado. Esse órgão, em 2005, como conseqüência da implantação
do SBM, promoveu debates entre profissionais da área para formatar as diretrizes da Política
Estadual de Museus, que no final deste mesmo ano foram validadas. Entre as diretrizes estão:
capacitação e formação de agentes; gestão; financiamento e fomento; democratização; difusão
cultural; política de acervo e pesquisa.
Em âmbito municipal, o órgão responsável pelas políticas públicas dos museus públicos da
cidade é a Fundação Municipal de Cultura que substituiu, recentemente, a antiga Secretaria
Municipal de Cultura. Integram os equipamentos da Fundação o Museu de Arte da Pampulha,
o Museu Histórico Abílio Barreto e o Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães,
além do Arquivo Público, bibliotecas, teatros e centros culturais. A política cultural da cidade
13
Estatuto dos Museus está disponível on line. Acesso em:
<http://www.camara.gov.br/sileg/integras/424661.pdf> Acesso em: set. 2007
14
Dados disponíveis em: <http://www3.cultura.mg.gov.br/index.php>Acesso em: nov. 2007
15
Dado do Cadastro Nacional de Museus/IPHAN. Acesso em:
<http://www.museus.gov.br/cnm_conhecaosmuseus.htm> . Acesso em nov. 2007
43
orienta-se por quatro diretrizes básicas: estender os chamados direitos culturais, ampliando o
acesso de toda a população à produção e ao consumo de cultura, garantir a preservação da
memória social, bem como facilitar a participação popular nas decisões da política cultural;
articular os programas sociais e culturais da administração municipal, promovendo o
desenvolvimento integral de crianças e jovens envolvidos com a ação pública do município;
descentralizar a ação cultural, instalando e fazendo a manutenção de centros culturais
regionais, além de valorizar as manifestações culturais locais; e incentivar e estimular a
qualificação da produção cultural, viabilizando empreendimentos culturais estáveis e
duradouros. A Fundação vem trabalhando no sentido de promover a articulação entre
instituições museológicas localizadas em Belo Horizonte e estimulá-las a criar um Sistema
Museal de Belo Horizonte, como instrumento de promoção de políticas públicas municipais.
O Sistema teria como um dos objetivos o estímulo ao desenvolvimento de programas,
projetos e atividades museais integradas entre as instituições, valorizando o patrimônio
cultural da cidade e reafirmando Belo Horizonte como destino de turismo cultural.
2.2 Museus e Turismo
A partir da discussão das definições de patrimônio cultural e da evolução do conceito de
museu, pode-se agora estabelecer uma relação entre estas instituições e a atividade turística,
com o objetivo de compreender suas contribuições recíprocas e suas perspectivas de
interação. Antes, porém, é preciso fazer algumas breves considerações sobre questões
específicas da atividade turística, como a definição de produto/serviço turístico e segmentação
turística. Essas questões são fundamentais para entender os museus como atrativos para o
turismo cultural.
2.2.1 Produto/serviço turístico
Cooper (2001) considera que o turismo é um produto de serviços especializados, com
características específicas que o tornam diferente dos demais bens comercializados. Tais
características dão origem a considerações que precisam ser feitas para a realização de
44
qualquer empreendimento ou para o funcionamento de organizações turísticas, no sentido de
obter sucesso e ampliar seu potencial.
Ao atribuir características aos produtos de serviços, Cooper (2001) considera as condições de
intangibilidade, perecibilidade e inseparabilidade. Sendo intangível, o produto de serviços não
pode ser facilmente avaliado ou demonstrado antes de sua aquisição, o que cria dificuldades
para os profissionais de marketing dos produtos turísticos, que precisam convencer o
consumidor utilizando informações textuais e imagens que possam criar uma ilusão de
tangibilidade para o produto que vendem. Quanto à perecibilidade, o turismo, diferente de
outras mercadorias, não pode ser estocado para a venda em uma ocasião futura, o que lhe
atribui uma natureza de alto risco que deve ser controlado com políticas de preços e
promoções para a venda em períodos de baixa temporada. A condição de inseparabilidade
refere-se ao fato de o produto de serviços, como o turismo, ser produzido e consumido
simultaneamente, havendo variação nos padrões de prestação de serviços por parte das
diferentes organizações que participam da formatação do produto final (COOPER, 2001).
Para Middleton (2002), o conceito de produtos de viagens e turismo remete a um grupo de
componentes ou elementos reunidos em um ‘pacote’ selecionado para atender às necessidades
dos clientes.
Do ponto de vista de um cliente potencial, considerando qualquer forma de visita
turística, o produto pode ser definido como um pacote de componentes tangíveis ou
não, com base na atividade em um destino. O pacote é percebido pelo turista como
uma experiência, disponível a um determinado preço (MIDDLETON, 2002, p.135).
O mesmo autor complementa a sua definição determinando cinco componentes principais no
produto turístico: as atrações no destino e meio ambiente (atrações naturais, construídas,
culturais, sociais); instalações e serviços do destino (acomodação, alimentação, transporte no
destino, esportes/atividades de interesse e outros); acessibilidade ao destino (infra-estrutura de
estradas, estacionamentos, aeroportos etc., equipamentos de transporte, fatores operacionais,
regulamentos governamentais); imagens do destino (motivadoras na indústria de viagens e
turismo); e preço para o consumidor (que varia de acordo com a estação, a opção de
atividades, as taxas de câmbio etc.) (MIDDLETON, 2002). Para esta dissertação, interessam
principalmente as atrações no destino, mais especificamente as atrações culturais, nas quais se
incluem os museus, porém sem esquecer que as outras dimensões aqui descritas são aspectos
complementares importantes para a discussão da potencialidade turística dos museus.
45
2.2.2 Segmentação turística
Outra questão que vale a pena discutir é a segmentação turística, a qual se pode entender a
partir da idéia de segmentação de mercado: Segmentação do mercado é a divisão do público
em agrupamentos homogêneos, com uma ou mais referências mercadologicamente
relevantes (VAZ, 1999, p.80). A segmentação permite, de acordo com o mesmo autor,
identificar grupos de consumidores atuais ou potenciais de determinado produto; quantificar a
demanda potencial e efetiva desse produto; avaliar a viabilidade financeira das
correspondentes ações de marketing; orientar o direcionamento dessas ações. Para a atividade
turística a segmentação também se revela como uma técnica eficiente.
A melhor maneira de estudar o mercado turístico é por meio da sua segmentação,
que é a técnica estatística que permite decompor a população em grupos
homogêneos, e também a política de marketing que divide o mercado em partes
homogêneas, cada uma com seus próprios canais de distribuição, motivações
diferentes e outros fatores. Essa segmentação possibilita o conhecimento dos
principais destinos geográficos e tipos de transporte, da composição demográfica
dos turistas, como faixa etária e ciclo de vida, nível econômico ou de renda,
incluindo a elasticidade-preço da oferta e da demanda, e da sua situação social,
como escolaridade, ocupação, estado civil e estilo de vida (BENI, 2001, p.153).
De acordo com Ansarah (1999), a segmentação do mercado é uma forma de corresponder às
alterações nos desejos das pessoas e de enfrentar a concorrência, com a busca de diferenciais
que satisfaçam às expectativas dos clientes. A opção de segmentar ou não ocorre
principalmente pelo aumento da oferta de produtos, pela expansão dos mercados e também
pela vontade do cliente ter seus desejos satisfeitos, que muitas vezes são específicos e não
genéricos” (ANSARAH, 1999, p.24). Para essa autora, as empresas podem se aproximar mais
do consumidor, oferecer bens e serviços competitivos, encurtar os canais de distribuição e
adequar pontos-de-venda e veículos de publicidade quando encontram o nicho certo de seu
produto no mercado. Para isso, é preciso ter em mente que o produto turístico tem
características específicas que precisam ser consideradas para o estabelecimento de estratégias
de segmentação.
Ao comentar sobre os critérios para a segmentação do mercado turístico, Ignarra (1998)
seleciona as variáveis definidas por Kotler
16
: geográficas (relacionam-se à oferta de turismo
16
KOTLER, Philip. Administração de Marketing. São Paulo: Atlas, 1996.
46
de praia, de montanha, de verão, de inverno, marítimo, fluvial, urbano, rural), demográficas
(consideram aspectos da demanda, como idade, sexo, tamanho da família, ciclo de vida da
família, renda, ocupação, educação, religião, raça), psicográficas (dizem respeito à classe
social e ao estilo de vida do público-alvo) e comportamentais (referem-se a ocasiões,
benefícios, índices de consumo, graus de lealdade do consumidor, atitudes com relação ao
produto). Essas variáveis servem de referência para o reconhecimento e a caracterização de
públicos-alvo para produtos específicos e, da mesma forma, para a formatação de produtos
para grupos de consumidores com características definidas.
Beni (2001) destaca o motivo da viagem como o principal meio disponível para a
segmentação do mercado turístico, que assim pode ser dividido, considerando a afluência de
turistas: turismo de descanso ou férias; turismo de negócios e compras; turismo desportivo;
turismo ecológico; turismo rural; turismo de aventura; turismo religioso; turismo cultural;
turismo científico; turismo gastronômico; turismo estudantil; turismo de congressos,
convenções, encontros e similares; turismo familiar e de amigos; turismo de saúde ou médico-
terapêutico.
Para o Ministério do Turismo
17
, os segmentos turísticos são estabelecidos pelos elementos de
identidade da oferta e pelas características da demanda. Com relação à oferta, considera-se
que o Brasil apresenta recursos ímpares que possibilitam experiências diversas que definem
tipos de turismo: Ecoturismo, Turismo Cultural, Turismo Rural, Turismo de Aventura, etc.
Conforme foi explicitado anteriormente, a relação entre os museus e a atividade turística
constitui uma discussão fundamental para esta pesquisa. Dessa forma, o segmento “turismo
cultural” deve merecer atenção especial, que contempla a visitação a museus como atrativo
cultural para o grupo interessado neste segmento.
2.2.3 Turismo cultural como opção para a preservação do patrimônio cultural
Estudos específicos sobre a relação entre turismo e cultura foram iniciados na década de 1960.
Na década seguinte, o turismo já era apontado como alternativa para o desenvolvimento
17
BRASIL. Ministério do Turismo. Secretaria Nacional de Políticas de Turismo. Turismo Cultural: orientações
básicas. Brasília: Ministério do Turismo, 2006.
47
mundial, inclusive no Brasil, mesmo que de maneira incipiente. Para o Ministério do
Turismo
18
, a relação entre cultura e turismo fundamenta-se na existência de pessoas
motivadas em conhecer culturas diversas e na possibilidade que o turismo tem de servir
como instrumento de valorização da identidade cultural, da preservação e conservação do
patrimônio, e da promoção econômica de bens culturais”. Em parceria com o Ministério da
Cultura e o IPHAN, o Ministério do Turismo, com base na representatividade da Câmara
Temática de Segmentação do Conselho Nacional de Turismo, estabeleceu a seguinte
definição: “Turismo Cultural compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do
conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos
culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura
19
.
Considerando a visão global da definição de turismo cultural, Goeldner; Ritchie e Mcintosh
(2002) o classificam como um importante meio para promover relações culturais e
cooperação intercultural. O turismo cultural, através de desenvolvimento de fatores culturais
dentro de uma nação, é um forte meio de aprimorar recursos para atrair visitantes.
O turismo bem-sucedido não é simplesmente uma questão de ter transportes e hotéis
melhores, mas, sim, de acrescentar um sabor local específico, mantendo-se em
sintonia com as formas de vida tradicionais e projetando a imagem favorável dos
benefícios que tais bens e serviços podem trazer aos turistas (GOELDNER;
RITCHIE; MCINTOSH, 2002, p.192).
A Organização Mundial de Turismo (2001, p.129) define que turismo cultural é aquele
“baseado nos atrativos culturais que possui o local, sejam eles permanentes ou temporários
tais como museus, atrações teatrais ou musicais, orquestras etc., ou baseado nas
características culturais ou sociais de uma população que dispõe de um estilo tradicional de
vida ou com características próprias [...]”.
Para a Organização Mundial do Trabalho, como relata Alfonso (2003, p.6), o turismo cultural
é definido como “[...] a possibilidade que as pessoas têm de conhecer a história natural, o
patrimônio humano e cultural, as artes e a filosofia, e as instituições de outros países e
regiões” (tradução da autora)
20
. O turismo cultural refere-se ao acesso ao patrimônio cultural
por aqueles turistas que o buscam somente repouso e lazer: “[...] aqueles que se dedicam a
18
BRASIL. Ministério do Turismo. Secretaria Nacional de Políticas de Turismo. Turismo Cultural: orientações
básicas. Brasília: Ministério do Turismo, 2006.
19
Idem.
48
praticar o turismo cultural consomem aspectos do patrimônio de um determinado local com a
intenção, é de se supor, de compreender tanto o lugar como aqueles que vivem ou viveram
nele.”
21
(CLUZEAU
22
, 2000, p.122 apud ALFONSO, 2003, p.6, tradução da autora).
Entende-se que o turista cultural é aquele que, com a motivação de uma formação cultural
permanente, se dispõe a se deslocar para uma cidade diferente de onde reside, para visitar
conjuntos monumentais, museus, rotas e itinerários histórico-artísticos, conhecer
manifestações culturais como festivais de música, cinema, teatro, representações religiosas,
folclore, folclore e gastronomia.
Na visão de Vicente e Guzmán (2004, p.245), “o turismo cultural é um processo que tem
como elemento distintivo a referência a um conjunto de processos simbólicos que, de alguma
maneira, formam parte da cultura da comunidade em que se encontra” (tradução da autora)
23
Esses autores consideram que o turista faz parte desse elemento cultural como algo que deve
manter-se, de forma a deixar de herança para seus descendentes a cultura que, dia a dia, vai
sendo construída em cada lugar. O turismo cultural não pode, então, restringir-se à mera
contemplação do que foi feito no passado, mas deve ser um estímulo para a criação de um
espaço cultural próprio que será contemplado pelas gerações futuras. Para isso, é preciso que
se entenda o planejamento do turismo cultural como um instrumento para a promoção do
desenvolvimento econômico. Dias (2005, p.35) afirma que o turismo tem condições de ser
incorporado como uma das variáveis mais importantes dentro de qualquer proposta de
planejamento do desenvolvimento”.
De acordo com o Internacional Scientific Commitee on Cultural Tourism (comitê da
International Council on Monuments and Sites -
ICOMOS)
24
, turismo cultural é aquela forma
20
[...] la posibilidad que las personas tienen de adentrarse en la historia natural, el patrimonio humano e
cultural, las artes y la filosofía, y las instituciones de otros países o regiones
.
21
[...] aquellos que se dedican a practicar el turismo cultural consumen aspectos del patrimonio de un
emplazamiento con la intención, es de suponer, de comprender tanto el lugar como a quienes viven o vivieron
en él.
22
CLUZEAU, C. Origet du. Le tourisme culturel. Paris: Puf, 2000.
23
[...] el turismo cultural es un proceso social que tiene como elemento distintivo la referencia a un conjunto de
procesos simbólicos que, de alguna manera, forma parte de la cultura de la comunidad donde se encuentra
24
ICOMOS. Carta de Turismo Cultural, 1976. Revista Eletrônica Museu. Disponível em:
<http://www.revistamuseu.com.br/legislacao/turismo/tur_cultural.htm#>. Acesso em: 20 jul. 2006
49
de turismo que tem por objetivo, entre outros fins, o conhecimento de monumentos e sítios
histórico-artísticos. Exerce um efeito realmente positivo sobre estes tanto quanto contribui -
para satisfazer seus próprios fins para a sua manutenção e proteção. Essa forma de turismo
justifica, de fato, os esforços que tal manutenção e proteção exigem da comunidade humana,
devido aos benefícios socioculturais e econômicos que comporta para toda a população
implicada.
Barretto (2002, p.29) delimita um pouco mais o conceito de turismo cultural: turismo com
base no legado cultural é aquele que tem como principal atrativo o patrimônio cultural”. O
interesse dos turistas que escolhem este segmento, segundo a mesma autora, independe de sua
situação socioeconômica. O que conta é a sua formação, é a sua escolaridade, é o seu histórico
cultural. São turistas consumidores de serviços, de paisagens urbanas, de comodidades, de
encenações, de cultura não material. Buscam o que é relevante para a história e a cultura da
comunidade que visitam, como prédios, monumentos, bairros, cidades inteiras, incluindo os
valores da cultura imaterial danças, música, culinária, vestuário, manifestações populares
artísticas e religiosas etc. Buscam peças de origem histórica, que retratam o cotidiano das
populações, e que se encontram, geralmente, nos museus.
Tendo em vista a importância do patrimônio cultural como atrativo e motivação turística, o
turismo cultural é aqui tratado como atividade valiosa na manutenção e transformação do
patrimônio e no desenvolvimento econômico. Para Dias (2003), além das vantagens
econômicas, o turismo cultural pode provocar mudanças de atitude tanto dos turistas quanto
dos políticos e gestores públicos em relação às culturas e ao patrimônio. É importante
salientar que a utilização do potencial turístico e a falta de planejamento da atividade em
regiões distintas podem resultar na depreciação do patrimônio local em todas as suas formas.
A tendência de valorização comercial do patrimônio se deu no Brasil a partir, entre outros, da
assinatura da Carta de Quito (1967) que recomendou que “[...] os projetos de valorização do
patrimônio fizessem parte dos planos de desenvolvimento nacional e fossem realizados
simultaneamente com o equipamento turístico das regiões envolvidas” (RODRIGUES, 2001,
p.18). O turismo cultural é, na contemporaneidade, uma das mais fortes formas de valorização
comercial do patrimônio. Para Simão (2001), o entendimento de que a atividade turística pode
servir para preservar características da identidade local coloca o turismo como uma das
grandes alternativas econômicas atuais para os núcleos preservados.
50
Dentre os principais atrativos culturais estão os museus, que vêm sendo cada dia mais
procurados por turistas que começam a ter consciência da importância da preservação cultural
e do benefício que o intercâmbio entre as culturas traz para seu dia-a-dia e para o
desenvolvimento da população como um todo.
2.2.4 Os museus como atrativos turísticos
Os museus são considerados importantes edificações urbanas culturais e bastante valorizados
como atrativos turísticos, principalmente na Europa e Estados Unidos. Algumas vezes podem
ser co-responsáveis por promover e colocar uma cidade em grandes roteiros mundiais, como é
o caso da cidade de Bilbao, na Espanha, pelo seu mais famoso atrativo, o Museu
Guggenheim. Para Gomes (2001), o México é o país latino-americano onde a relação entre os
museus e o turismo é mais desenvolvida, conseqüência de um grande patrimônio
arqueológico, de políticas públicas e da formação e do treinamento de educadores e
museólogos. No Brasil, essa relação é crescente, tendo em vista que, aos poucos, os atrativos
turísticos que vão além de “sol e praia” vão sendo valorizados, assim como vão surgindo
políticas públicas para seu desenvolvimento.
De acordo com Pires (2001, p.73), o turismo cultural no Brasil ainda é pouco explorado,
podendo ser comprovado pela simples consulta a suplementos de turismo de jornais e revistas
brasileiros para concluir que as praias ainda são, a priori, o símbolo do turismo nacional. O
autor se refere aos atrativos culturais como “migalhas insignificantes no contexto do
aproveitamento turístico”, e, no caso específico dos museus, que, até mesmo com recursos
para incremento da visitação e dinamização de museus, os diretores e secretários de cultura
têm dificuldade de fazê-lo. Apesar disso, ele destaca que Ouro Preto, Minas Gerais, está
conseguindo transformar essa realidade, através do entrosamento entre turismo, religião e
cultura, e que, a cada ano, o Museu da Inconfidência vem aumentando significativamente sua
taxa de visitação. Cabe colocar que, em dezembro de 2006, foi aprovada a Lei 305, que
cria o Sistema Municipal de Museus de Ouro Preto, seguindo as diretrizes do Sistema
Brasileiro de Museus (ação do PNM) e do Sistema Estadual de Museus. O Sistema pretende,
entre outros, promover, apoiar e estimular a articulação entre os museus da cidade e formular
51
uma política municipal de museus.
É crescente o número de museus que buscam o equilíbrio de suas contas através da venda de
suvenires, cobrança de ingressos, da venda de catálogos, reproduções, apresentações artísticas
instalação de restaurantes, etc., para atrair maior quantidade de público, entre eles, os turistas.
Cabe aqui também destacar a recente polêmica sobre a criação de filiais de museus franceses
em outros países, em especial a do Museu do Louvre em Abou Dhabi (Emirados Árabes), que
consiste em ceder a marca “Louvre” para o novo museu que os Emirados querem construir em
troca de 400 milhões de euros. Para além da marca, durante trinta anos renováveis, a França
compromete-se a emprestar obras das coleções de todos os seus museus, por 190 milhões de
euros, até o museu constituir a sua própria coleção. E, ainda, organizará exposições para as
quais receberá 195 milhões de euros. Este tipo de ação reafirma a importância e a centralidade
que os museus conquistaram nas agendas internacionais como parte das políticas públicas
culturais e além delas, porém também abre discussões sobre a necessidade de se construírem
modelos democráticos de gestão dos bens culturais, levando em conta seu caráter social e
simbólico.
Huyssen (1996), em seu trabalho sobre o museu como cultura de massa, afirma que os
museus são atualmente a menina dos olhos das instituições culturais, uma vez que, a partir da
década de 1980, os museus passam a ser de local de cunho elitista, da tradição da alta cultura,
para um local de cultura de massa. Ao se pensar na valorização do patrimônio cultural, na
revitalização dos centros históricos, e na crescente nostalgia, considera-se que os museus se
tornaram o que o autor chama de “paradigma-chave das atividades culturais
contemporâneas” (HUYSSEN, 1996, p. 224). Para o autor, as novas práticas museológicas de
exposição do acervo e de atividades culturais são conseqüências do novo perfil de seus
visitantes. Hoje não se voltam mais apenas para exibição e para estudo por parte de um grupo
seleto de experts. Os banners e suas cores, informando e atraindo visitantes na porta dos
museus, indicam que os museus se aproximam cada dia mais do mundo do entretenimento, da
diversão em massa. Uma prova disso são os gestores dos museus que passam a ter que lidar
com a parte artística das exposições e o lado financeiro do museu, gerenciando as exposições
com cotas para patrocinadores, organizadores e para a receita da cidade. O autor afirma que
“o sucesso de qualquer grande cidade depende substancialmente dos atrativos dos seus
museus” (HUYSSEN, 1996, p. 223). Ele exemplifica que as cidades de Nova York e Berlim e
as empresas Móbil e Exxon utilizam as imagens dos museus para se promoverem, e que as
52
políticas de museus se tornam cada dia mais de interesse público, além de os museus serem
pressionados a atender a indústria do turismo, trazendo benefícios à economia urbana.
Os museus e suas coleções devem ser reflexos da sociedade e deles mesmos. Com a
globalização, as formas de se ver o mundo vão mudando a cada dia, e os museus devem
acompanhar essas mudanças. Eles devem estar atentos ao poder universal das novas formas
de comunicação, circulação global de capital, acordos e transições internacionais, influências
culturais mundiais, turismo cultural, além de terem que se adaptar no sentido de responder às
necessidades locais, regionais e internacionais (THOMSON, 1998).
As mudanças econômicas atuais vêm forçando os museus a procurar novas formas de
aumentar seus níveis de visitação, geração de renda própria e controle de gastos operacionais,
passando pelo desafio de continuar a preservar o patrimônio cultural e sua função
educacional. Para o turismo, quanto mais o turista fica em uma região, mais ele gasta, o que
vai depender, entre outros, da qualidade do produto cultural oferecido (SILBERBERG, 1995).
De acordo com Silberberg (1995, p. 362), a habilidade de atrair turistas tem a ver com os oito
pontos listados a seguir, que servem como um roteiro para ajudar os produtos culturais a se
avaliarem e a serem avaliados: percepção da qualidade do produto; raridade; atitude em
relação aos serviços oferecidos aos clientes; sustentabilidade; grau de percepção de cada
produto em relação a ser único e especial; conveniência; envolvimento e suporte da
comunidade; comprometimento da administração e capacidade.
Nem todos os museus são atrativos turísticos ou têm potencial para tal. Para o museu, a renda
recebida através do pagamento de ingresso, por exemplo, tem o mesmo valor se for de
residentes ou turistas, porém, se o turista chega até o museu, este está “exportando” seus
produtos, sua história e seus valores, trazendo divisas para a comunidade receptora. O mesmo
autor (Silberberg, 1995) classifica os atrativos turísticos culturais, que não atraem um fluxo
contínuo de visitantes de fora de sua região, mas que querem atingir as metas da lista de
pontos acima, como the willing (desejosos). No meio estão aqueles não desejosos, mas
prontos para realizar o comprometimento de aumentar seus produtos e serviços, os quais são
chamados de the ready(os preparados). Aqueles atrativos culturais que possuem todas as
características dos oito pontos são os “able” (os capazes).
53
Para Silberberg (1995), assim como nem todos os museus estão prontos para o turismo, nem
todo turista é interessado em cultura. A motivação dos turistas para a cultura se apresenta em
diferentes graus, o que pode ser explicado através do que o autor chama de circos
concêntricos. Ele explica que, ao centro, no círculo menor, estão as pessoas greatly(muito
motivadas) pela cultura, que envolveriam as pessoas que viajam para uma cidade específica
por causa das oportunidades de teatro, museus e festivais culturais. Estima-se que esse
segmento esteja em torno de 5% dos residentes e 15% de turistas fora da região. A diferença
nas porcentagens entre residentes e turistas é explicada pelo fato de que educação elevada
atrai pessoas mais propensas a viajar e também mais interessadas em cultura, ou seja, as
pessoas mais interessadas em viajar tendem a ser aquelas mais interessadas em cultura. O
segundo círculo representa pessoas motivadas “in part(em parte) pela cultura, que envolvem
pessoas que viajam para uma cidade por causa das oportunidades culturais e para visitar
parentes ou amigos. Essas pessoas motivadas em parte representam 15% do mercado
residente e 30% do mercado turístico. O terceiro círculo, que representa 20% dos dois
mercados, envolve pessoas para quem a cultura é um adjunto (suplemento) de outra
motivação principal. A motivação principal para escolher uma cidade pode não ser cultural,
mas, como visitantes, planejarão incluir oportunidades culturais. O último círculo envolve o
que é referido pelo autor, como “turista cultural acidental”, que também representa 20% do
mercado. Tal grupo inclui pessoas que, sem a intenção de ir a eventos e atrações culturais,
viajam para as cidades e acabam indo a alguma oportunidade cultural por intermédio dos
amigos ou parentes que estão indo visitar ou se o hotel fica perto de alguma atração deste tipo.
Fora dos círculos, representando 40% do mercado residente e 15% dos turistas, estão as
pessoas que não freqüentam eventos ou atrações culturais em nenhuma circunstância.
Uma vez que o visitante, sendo ele motivado ao não pela atratividade do museu, sendo o
museu capaz ou não de atraí-lo, chega a completar a visita, a pesquisa de público é uma das
possibilidades de os museus obterem o feedback das ações ali implantadas e também é
importante instrumento de planejamento para a instituição. Um grande trabalho de pesquisa
de público, reconhecido em todo o mundo, é a minuciosa pesquisa coordenada por Pierre
Bourdieu (2003) que constituiu na aplicação de questionários em amostra de visitantes de
museus de arte na França, Espanha, Grécia, Itália, Holanda e Polônia em 1964 e 1965. A
sondagem sistemática sobre o público de museus, suas características sociais e escolares, suas
atitudes em relação ao museu e seus preferências artísticas, levam Bourdieu a afirmar que a
parcela de turistas visitantes dos museus cresce à medida que sobe a hierarquia social.
54
Mesmo na hipótese de que as oportunidades turísticas viessem a tornar-se iguais, as
diferentes categorias sociais continuariam a conformar-se, de forma desigual, com o turismo
cultural(BOURDIEU; DARBEL, 2003, p.50). Os autores consideram que o turismo ativa
nas pessoas a obrigação de fazer parte do “mundo culto”, o que as faz visitar mais os museus,
como se fossem práticas obrigatórias evocadas por amigos e conhecidos em seus locais de
origem e também por guias turísticos. Em 1969, quando lançado o livro L’amour de l’art-
lês musées d’art europé ens et leur public”, Bourdieu acreditava que o turismo cultural, e
conseqüentemente, a visita a museus atraíam turistas com alto nível de instrução, ou seja, o
público já tradicional de museus.
[...] o crescimento (correlato de um aumento do volume global dos visitantes) da
representação das classes favorecidas, do ponto de vista social e cultural, observado
em alguns museus por ocasião das férias, é tanto mais marcante quanto maior for sua
força de atração turística (definida pela notoriedade da cidade em que se encontram
e, sobretudo, pela celebridade das obras do seu acervo) e, correlativamente, quando
mais elevado for o nível de informação que eles propõem.”(BOURDIEU; DARBEL,
2003, p.52)
Em âmbito regional, duas autoras, recentemente, procuraram investigar o público dos museus
e a relação com o turismo. O trabalho de Gonçalves (2002) é um exemplo de como se a
abordagem das condições de receptividade dos museus, e teve como principal motivação a
tentativa de buscar traçar um diagnóstico mais preciso daquilo que a autora suspeitava por sua
experiência como museóloga: uma visão amadora dos gestores dos museus do Rio de Janeiro
com relação à receptividade do turista. A pesquisa em referência ficou no âmbito apenas
quantitativo das condições de infra-estrutura de recebimento dos turistas. A autora, que
pesquisou, além de museus, alguns Centros Culturais não só na cidade do Rio de Janeiro, mas
também em Niterói, Petrópolis, Cabo Frio, Nova Friburgo e Vassouras, não retratou as
diversas realidades em que estas instituições se encontram, devido a suas distintas
localizações e não apresentou uma análise por cidade, ou uma comparação entre capital e
demais cidades. Acredita-se que os resultados da pesquisa poderiam ter sido tratados através
de uma análise mais comparativa e principalmente mais qualitativa da realidade de
receptividade de turistas em museus do Estado. A pesquisa de Lamarca (2005) propôs
investigar se o Museu Paulista está preparado para receber uma demanda turística, através do
inventário de suas instalações, equipamento e serviços, além da análise sobre o perfil e a
opinião do seu público. Ela constata que o produto oferecido pelo Museu, como atrativo, não
reflete as necessidades de sua demanda turística.
55
Em âmbito nacional destaca-se o esforço empreendido pelo IPHAN, através do DEMU em
parceria com o Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz/FIOCRUZ, ao iniciar uma pesquisa
de público, chamada Observatório de Museus e Centros Culturais (OMCC), com o objetivo
subsidiar a prática profissional produzindo informações que contribuam para tomada de
decisão cotidiana relativa a aspectos de gestão, subsidiar pesquisa, elaboração e avaliação de
políticas públicas nos campos da cultura e afins. Em 2005, 11 museus do Estado do Rio de
Janeiro participaram da pesquisa piloto. Em 2006 foi realizada a pesquisa em cerca de 27
museus de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, entre eles cinco museus
de Belo Horizonte. Os resultados desta segunda etapa ainda não estão disponíveis, porém vão
traçar o perfil e a opinião dos visitantes dessas instituições, além de identificar as diferentes
modalidades de visita.
56
3 PERCURSO METODOLÓGICO
A abordagem escolhida para a presente pesquisa é do tipo quali-quantitativa, apropriada ao
tipo de problema de pesquisa e à estratégia de pesquisa adotada.
Segundo Lüdke e André (1986, p.11), a pesquisa qualitativa se desenvolve numa situação
natural, é rica em descritivos, tem um plano aberto e flexível e focaliza a realidade de forma
complexa e contextualizada”, permitindo visualizar o objeto sem desconsiderar suas
especificidades, seu contexto histórico, as relações institucionais e organizativas que o
permeiam.
De acordo com Minayo (2004b, p.21), a pesquisa qualitativa: “[...] trabalha com o universo
de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um
espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser
reduzidos à operacionalização de variáveis”.
A pesquisa quantitativa é um método de pesquisa social que utiliza técnicas estatísticas para
tratamento e análise de dados. Ela trabalha com uma amostra estatisticamente representativa
do universo da pesquisa para apurar opiniões, atitudes e interesses compartilhados por uma
determinada população.
No contexto da presente pesquisa, buscou-se uma articulação entre qualidade e quantidade,
através da complementaridade dessas abordagens.
De acordo com a classificação proposta por Vergara (2000), a presente pesquisa, quanto aos
fins, é, ao mesmo tempo, exploratória, pois se caracteriza pelo desenvolvimento e
esclarecimento de idéias, com o objetivo de oferecer uma visão panorâmica do fenômeno a
ser explorado; descritiva, pois expõe características de determinado fenômeno; e explicativa,
pois procura esclarecer quais fatores contribuem para a ocorrência de determinado fenômeno.
57
O tipo de pesquisa, quanto aos meios de investigação, de acordo com os critérios de Vergara
(2000), é estudo de caso que, de acordo com Gonçalves (2003, p.67), “é o tipo de pesquisa
que privilegia um caso particular, uma unidade significativa, considerada suficiente para
análise de um fenômeno”. Para Vergara (2000), o estudo de caso permite o conhecimento
amplo e detalhado do objeto de estudo, circunscrevendo-se a uma ou poucas unidades, como,
por exemplo, comunidades e regiões.
Ainda quanto aos meios de investigação, de acordo com Vergara (2000), inicialmente foi
utilizada a pesquisa bibliográfica de fontes secundárias, ou seja, bibliografias publicadas
como livros, artigos, teses, revistas sobre os temas cultura, museus, patrimônio e turismo. Foi
realizada também pesquisa documental nos arquivos dos museus pesquisados, no sentido de
levantar informações mais consistentes sobre os mesmos. Na biblioteca da Belotur foram
realizadas pesquisas com todos os instrumentos de divulgação turística que citavam os
museus de Belo Horizonte, com a finalidade de identificar quais deles são mais divulgados,
ou seja, quais deles são apresentados com maior potencial turístico pelo órgão público
turístico municipal. Por fim, foram realizadas pesquisas de campo, mais detalhas a seguir.
3.1 Universo e amostra da pesquisa
Belo Horizonte tem, no total, 16 museus, que serão brevemente descritos na seção posterior.
Por uma questão de sistematização do trabalho e delimitação do universo da presente
pesquisa, opta-se por considerar apenas aquelas instituições denominadas explicitamente
“museu”, deixando de lado o Centro de Memória da Medicina de Minas Gerais da UFMG, o
Centro de Memória do Sistema FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais
- que é um espaço que reúne acervo documental sobre a história da FIEMG, CIEMG, SESI,
SENAI, IEL, Sindicatos Patronais filiados e da Indústria mineira e o Memorial do Judiciário
Mineiro, cujo acervo é composto de mobiliário, estatuetas, processos e condecorações que
contam a história do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Optou-se, também, por não
pesquisar o Museu do Telefone, pois na data do início (novembro de 2006) desta pesquisa
este encontrava-se fechado, e o Museu de Minerais da IRFFI Internacional, por se tratar de
uma pequena exposição de gemas e minerais brasileiros e estrangeiros no Show Room das
58
Organizações Josué IRFFI LTDA, empresa de manufatura e comércio de pedras preciosas.
Sendo assim, optou-se inicialmente por analisar as condições de recebimentos de visitantes
dos 14 seguintes museus:
- Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB);
- Museu de Arte da Pampulha (MAP);
- Museu de Artes e Ofícios (MAO);
- Museu dos Brinquedos (MB);
- Museu de Ciências Morfológicas da Universidade Federal de Minas Gerais
(MCM);
- Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
(MCN);
- Museu da Escola de Minas Gerais/Centro de Referência do Professor (MEMG);
- Museu da Força Expedicionária Brasileira (MFEB);
- Museu Giramundo (MG);
- Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG (MHN);
- Museu Histórico da Polícia Militar de Minas Gerais (MHPM);
- Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães (MMPDG);
- Museu Mineiro (MM);
- Museu de Valores do Banco Central (MVBC).
Em um segundo momento, foram considerados os seis (a escolha do número de museus se
deu pela possibilidade de execução de acordo com os recursos e tempo disponível do presente
estudo) museus da cidade onde seria aplicada a pesquisa de demanda, a partir do potencial da
instituição como atrativo turístico. Para tanto, seria importante considerar o inventário da
oferta turística de Belo Horizonte que, na época do começo da pesquisa, ainda não existia.
Sendo assim, a escolha dessas instituições se deu levando em consideração a indicação da
Belotur, dados da promoção turística, além dos dados das condições de recebimento de
turistas levantados na presente pesquisa.
Assim, foi realizado em dezembro de 2006, para propósito desta pesquisa, um levantamento
de todas as peças publicitárias distribuídas pela Belotur aos turistas e à comunidade. Em cada
peça foram verificados quais são os museus citados e quantas vezes cada um é citado.
59
TABELA 1
Levantamento dos museus de Belo Horizonte nas peças publicitárias da
Belotur em dezembro de 2006
Museu
de vezes
citados
Museu Histórico Abílio Barreto 12
Museu de Arte da Pampulha 11
Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães 8
Museu de Artes e Ofícios 6
Museu de Ciências Naturais PUC Minas 5
Museu Mineiro 5
Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG 4
Museu de Ciências Morfológicas da UFMG 3
Museu Giramundo 3
Museu Histórico da Polícia Militar de Minas Gerais 3
Museu da Escola de Minas Gerais 2
Museu da Força Expedicionária Brasileira 1
Museu dos Brinquedos 1
Museu de Valores do Banco Central 1
Fonte: Dados da pesquisa
O resultado acima demonstra que todos os museus da cidade de Belo Horizonte são citados
nas peças publicitárias pelo menos uma vez, e que dentre os seis mais citados estão o MHAB,
o MAO, o MAP, o MMPDG, o MCN e o MM. É importante colocar que das 16 peças
publicitárias (entre folders, mapas, guias e revistas) analisadas, 13 citavam os museus como
atrativos turísticos da cidade, o que pode ser visto como um reconhecimento pela Prefeitura
dos museus como locais dignos de exploração turística.
De acordo com a Presidência e a Diretoria de Projetos da Belotur, que apoiaram esta pesquisa,
com a disponibilização de estagiários para coleta de dados da pesquisa de demanda, os seis
museus com maior potencial turístico e que maior representam a diversidade museal de Belo
Horizonte são exatamente esses museus que aparecem mais vezes nas peças publicitárias. Os
critérios para tal julgamento se basearam na qualidade do acervo, na singularidade e
importância para a cidade e pelas condições de recebimento por parte dos museus. Apesar da
importância do Museu de História Natural da UFMG, este foi excluído devido à
60
impossibilidade de saber sobre a sua visitação e atratividade efetiva, uma vez que no mesmo
espaço estão também o Jardim Botânico da UFMG e o Presépio do Pipiripau
25
. Sendo assim,
o MHAB, o MAO, o MAP, o MMPDG, o MCN e o MM foram às instituições museológicas
escolhidas como os principais museus de Belo Horizonte e, assim, participaram da pesquisa
de demanda proposta neste trabalho. Além disso, a pesquisa de oferta aplicada no presente
estudo (ver resultado na seção 4.3) que verificou as condições de recebimento, de forma geral,
em 14 museus da cidade reforça o destaque a esses museus quanto à qualidade geral que eles
apresentam aos seus visitantes.
A pesquisa de demanda foi aplicada a uma amostra do universo de visitantes dos museus
acima devido à impossibilidade de se pesquisar toda a população. A escolha da amostra de
visitantes se deu de forma que, dentro das possibilidades de tempo e recursos humanos, ela
fosse a mais representativa possível do todo. A escolha de aplicar a pesquisa de demanda
junto a visitantes dos museus, sendo eles turistas
26
ou não, se pela impossibilidade de
conseguir informações sobre o número de turistas que visitam essas instituições para cálculo
da amostragem e pela não disponibilidade de tempo e recursos humanos suficientes para
aplicação da mesma com os turistas, devido ao seu número insuficiente e por serem
temporalmente dispersos nos museus da cidade. Além disso, é importante considerar a
opinião dos residentes de Belo Horizonte e Região Metropolitana sobre essas instituições,
pois são eles os visitantes que utilizam com mais freqüência os museus como locais de lazer e
estudo.
Com vista na eficácia da pesquisa em pauta, optou-se pela amostragem probabilística por
meio da qual pode-se identificar apenas um estrato: os visitantes espontâneos. Houve a
tentativa de estratificação em visitantes espontâneos e visitantes agendados para melhor
25
O Presépio do Pipiripau, criado pelo artesão Raimundo Machado Azevedo, em 1906, foi doado à UFMG em
1976 e tombado pelo patrimônio histórico nacional em 1984. O Presépio é composto por cenas móveis que
narram o nascimento, a vida, a morte e a ressurreição de Cristo, com 580 figuras móveis, em 45 cenas. A
visitação exclusiva ao presépio não é diferenciada da visitação ao museu.
26
Denominam-se na presente pesquisa todos aqueles que visitam os museus de visitantes, e dentro desta
categoria tem-se os visitantes turistas e os visitantes moradores de Belo Horizonte e Região Metropolitana. Não
foi possível diferenciar os visitantes dos museus com origem de fora de Belo Horizonte e Região Metropolitana
entre turistas e excursionistas. Sendo assim, os excursionistas estão representados na categoria de turistas. De
acordo com a OMT (2001), o que distingue as duas categorias é a questão do tempo de permanência no local
visitado. Os excursionistas não pernoitam no local que visitam, ou seja, permanecem menos de 24 horas fora do
seu local de residência fixa. o turista, para assim ser classificado, deve permanecer pelo menos uma noite no
local visitado.
61
calcular a amostra (estratificação proporcional), porém nem todos os museus dispõem de tais
informações em seus bancos de dados. Para Mann
27
(1970, p.114, apud MARCONI;
LAKATOS, 2006, p.50) a estratificação proporcional “protege a representatividade da
amostra ao assegurar que os grupos conhecidos da população sejam representados com
justiça na amostra”.
Sendo assim, de acordo com o cálculo
28
da amostra (conforme fórmula abaixo), com margem
de erro de 10% e nível de confiança de 95%, a pesquisa foi realizada com cerca de 100
visitantes em cada um dos seis museus. (ver TAB. 2)
Amostra Simples
as = Z
2*
(p)*(1-p)
c
2
Onde:
Z = valor (ex. 1.96 para 95% de nível de confiança)
p = porcentagem escolhida, expressa em decimal (usar 0,5 em amostra simples)
c = intervalo de confiança, expressa em decimal
Correção para população finita
Onde:
pop = população
novo as = as .
1+ as-1
pop
TABELA 2
Cálculo de Amostragem
Museu
Total de
visitantes/anual
Amostragem
Museu Histórico Abílio Barreto 29.863 96
Museu de Arte da Pampulha 34.578 96
Museu de Artes e Ofícios 36.000 96
Museu de Ciências Naturais PUC Minas 40.607 96
Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães 26.193 96
Museu Mineiro 3.600 94
Fonte: Dados da pesquisa
27
MANN, Peter. Métodos de investigação sociológica. Rio de Janeiro: Kahar, 1972.
28
cálculo realizado através do site http://www.surveysystem.com/sscalc.htm
62
A pesquisa nos museus MHAB, MAO, MAP, MMPDG, MCN e MM ocorreu durante cerca
de quatro semanas em cada museu, entre a metade do mês de abril até a metade do mês de
junho de 2007. Os visitantes abordados eram maiores de 16 anos e espontâneos, ou seja, não
haviam chegado ao museu com agendamento prévio, exceto em caso de grupos de turistas. A
amostragem inicialmente seria sistemática, ou seja, seria abordado um a cada dois visitantes
espontâneos maiores de 16 anos que entravam para visitar os museus. De acordo com Barbosa
e Milone (2004, p.103), a amostra sistemática “toma por base de seleção algum critério de
escolha dos elementos”. Porém, de acordo com a realidade encontrada principalmente no
Museu Mineiro e no Museu de Ciências Naturais, esse sistema adotado estenderia
demasiadamente a estadia dos pesquisadores em campo, pois poucos eram os visitantes
espontâneos. Sendo assim, procurou-se dividir melhor os questionários aplicados diariamente
entre as quatro semanas de pesquisa em cada museu. Observa-se que os visitantes que não
estiveram nos museus para visitar as exposições, e sim, por exemplo, para ir à loja, passear
nos jardins ou se alimentar, não foram abordados, pois não seriam capazes de responder a
todas as perguntas, ou seja, não saberiam avaliar o museu como um todo.
Três grupos de turistas foram encontrados entre os visitantes dos museus: um no MAO, com
cerca de 20 americanos, e dois grupos no MMPDG, um com cerca de 60 canadenses e o outro
com cerca de 30 turistas nacionais. Não foi possível abordar todos os membros desses grupos
devido à logística de preenchimento dos questionários em local confortável nos museus e
devido à falta de tempo dos turistas. Portanto, é possível que os dados do número de turistas
desses museus possam estar sub-representados no que tange a sua representatividade no
período de coleta de dados.
3.2 Sujeitos da pesquisa
Considerando a riqueza que atores-chave podem proporcionar a esta pesquisa, por ocuparem
posições privilegiadas na observação dos diversos acontecimentos concernentes à museologia
belo-horizontina, foram escolhidos, como sujeitos deste estudo:
O gestor de maior grau hierárquico em cada uma das instituições museológicas, ou
representante por este indicado;
63
O presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (BELOTUR);
A superintendente da Superintendência de Museus do Estado de Minas Gerais
(SUM);
A presidente da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte;
Os visitantes espontâneos moradores de Belo Horizonte e Região Metropolitana, e
turistas dos principais museus, maiores de 16 anos.
3.3 Instrumentos e procedimentos para coleta de dados da pesquisa de campo
Partindo de base teórica, e tendo Belo Horizonte como estudo de caso, pretendeu-se verificar
a situação dos museus da capital mineira quanto à sua condição de recebimento dos turistas,
nacionais e estrangeiros. Como procedimento de coleta de dados e para atingir os objetivos
propostos foi realizado um levantamento quantitativo da oferta, aplicado à amostra de 14
museus.
Sobre o instrumento de pesquisa, este consistiu em um formulário (APÊNDICE A) contendo
perguntas que foram respondidas pelos gestores e perguntas respondidas a partir da
observação da pesquisadora. De acordo com Marconi e Lakatos (2006), a coleta de dados
através do formulário consiste em obter informações diretamente do participante, o que difere
do questionário, que é também um instrumento de pesquisa, porém é respondido pelo
pesquisado, sem a presença do pesquisador.
O formulário conteve perguntas das seguintes classes (MARCONI; LAKATOS, 2006):
perguntas fechadas dicotômicas aquelas em que o informante escolhe sua
resposta entre duas opções;
perguntas de múltipla escolha perguntas fechadas mas que apresentam várias
repostas possíveis.
De acordo com os objetivos propostos na primeira parte da pesquisa, o formulário contemplou
as seguintes variáveis:
64
Condições de acessibilidade;
Equipamentos e serviços de segurança;
Serviços e instalações disponíveis para os visitantes;
Serviços permanentes para os visitantes;
Acervo;
Mecanismos de informação das exposições/divulgação e promoção;
Conforto ambiental;
Atividades regulares;
Informações sobre o visitante;
Condições de recepção quanto aos funcionários;
Informações e serviços para o público em local visível;
Limpeza do espaço expositivo e de serviços.
Para a escolha das variáveis mais adequadas ao objetivo da pesquisa e para a formatação do
formulário foram consultados exemplos de questionários e formulários, no sentido de
familiarização dos termos museológicos e especificidades da área, como, por exemplo,
tipologia de acervo. Entre os instrumentos de pesquisa consultados estão:
O formulário do Cadastro Nacional de Museus (DEMU/IPHAN): que é uma ação
do DEMU e do IPHAN, em parceria com o Ministério da Cultura da Espanha, por
intermédio da Organização dos Estados Ibero-Americanos, e tem como objetivo
principal conhecer e mapear a diversidade museal brasileira.
O questionário do projeto Observatório de Museus e Centros Culturais do
DEMU/IPHAN e Museu da Vida Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz.
O questionário de Registro de Instituições Museológicas do Conselho Federal de
Museologia (COFEM).
O questionário de uma pesquisa realizada no Museu do Louvre (França), em 1998,
abrangendo perfil dos visitantes, acesso às exposições, interesses de acervo,
circunstância e satisfação da visita.
O formulário do Cadastro Estadual de Museus de Minas Gerais, instrumento da
Superintendência de Museus do Estado de Minas Gerais, órgão da Secretaria de
Cultura do Estado.
65
O formulário da pesquisa sobre as condições para recepção de turistas em museus
realizada pelos alunos do curso de Turismo através do Centro de Pesquisa do
Fenômeno Turístico (CEPETur) do Centro Universitário Plínio Leite, que faz parte
da pesquisa de dissertação de mestrado de Gonçalves (2002).
Num segundo momento, foi realizada uma pesquisa quali-quantitativa através de um
questionário semi-estruturado (APÊNDICE B) aplicado a uma amostra de visitantes dos
museus MAO, MHAB, MAP, MMPDG, MCN e MM. Segundo Gil (1991), define-se
questionário como a técnica de investigação composta por um número relativamente elevado
de perguntas ou quesitos apresentados às pessoas por escrito, tendo por objetivo o
conhecimento de opiniões, crenças, interesses, entre outros. O uso do questionário minimiza à
influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistador sobre o entrevistado. O contato
com os visitantes foi feito ao final da visita nos museus pesquisados, através de abordagem
pessoal, para solicitação de preenchimento dos instrumentos de pesquisa. Foi entregue junto
ao questionário uma carta explicativa (APÊNDICE C) com os objetivos da pesquisa.
Nesta etapa da pesquisa as variáveis trabalhadas através do questionário foram o perfil do
visitante, suas motivações, sua satisfação em relação à visita, à qualidade do acervo, função e
atratividade do museu, buscando estreitar o caminho da relação entre o museu e seu público.
Especificamente para benefício dos museus e, conseqüentemente, do desenvolvimento do
turismo em Belo Horizonte, os estudos de demanda servem para obter informações
atualizadas sobre os visitantes com o fim de responder melhor às necessidades e expectativas
do público e mostrar a patrocinadores de que maneira o museu serve à comunidade e que
parcela dessa comunidade são seus usuários.
Num terceiro momento deste estudo, realizou-se uma pesquisa qualitativa com os gestores dos
museus MAO, MHAB, MAP, MMPDG, MCN e MM, do órgão público municipal de turismo
de Belo Horizonte (Belotur), do órgão público estadual de museus (Superintendência de
Museus do Estado de Minas Gerais) e do órgão municipal de cultura (Fundação Municipal de
Cultura). De acordo com Minayo (2004a), nas Ciências Sociais, a pesquisa qualitativa se
preocupa com um nível de realidade que não pode ser quantificado, trabalhando com
significados, crenças e valores.
O instrumento de pesquisa utilizado nessa etapa foi a entrevista semi-estruturada, que é
66
definida por Minayo (2004b, p.108) como aquela que combina perguntas estruturadas e
abertas, onde o entrevistado tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto, sem
resposta ou condições pré-fixadas pelo pesquisador”. Marconi e Lakatos (1991) descrevem a
entrevista semi-estruturada como “uma forma de poder explorar mais amplamente uma
questão. [...] as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação
informal”. A entrevista, assim definida, valoriza o informante e, ao mesmo tempo, dá a
liberdade e a espontaneidade necessárias para enriquecer a investigação.
O contato com os diretores dos museus e representantes dos órgãos públicos foi realizado
inicialmente por telefone e e-mail, para o agendamento de contato pessoal. Posteriormente,
foram efetuados novos contatos para agendamento de data e horário convenientes para a
aplicação dos instrumentos de pesquisa.
As entrevistas foram guiadas através de roteiro próprio (APÊNDICE D) visando apenas
nortear a coleta, sem tolher as opiniões e visões dos sujeitos da pesquisa. Antes de iniciá-las,
os sujeitos da pesquisa foram informados quanto aos objetivos e finalidades do estudo através
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE E). As entrevistas foram
realizadas nos próprios museus e nos órgãos públicos. Elas foram gravadas em gravador
digital e em fita cassete, com consentimento do entrevistado, de modo a garantir a
fidedignidade das falas.
Os roteiros contêm perguntas específicas (APÊNDICE D) para cada museu, além de
perguntas comuns a eles que contemplam o perfil dos gestores e suas percepções quanto a:
Reconhecimento do museu como atração turística;
Qualidade da infra-estrutura, dos serviços, do acervo e da programação dos
museus;
Desafios, dificuldades e oportunidades da relação entre museus e turismo;
Participação em discussões sobre museu e turismo;
Reconhecimento da importância da integração de profissionais de ambas as áreas.
67
3.3.1 Pré-teste
Como forma de averiguar a validade dos instrumentos de pesquisa, foram realizados dois pré-
testes, um para cada etapa da pesquisa. O pré-teste consiste em aplicar o instrumento de
pesquisa em uma pequena parte da amostra a ser pesquisada antes de ser aplicada
definitivamente, com o intuito de melhorar o instrumento e verificar sua eficácia ao que se
propõe. De acordo com Marconi e Lakatos (2006, p.32), é suficiente realizar o pré-teste em
5% a 10% da amostra.
Para a etapa da pesquisa da oferta, em que a amostra de é de 14 museus de Belo Horizonte, o
pré-teste do formulário foi aplicado à gestora de um museu, o MHAB, que representa 7,14%
da amostra. O pré-teste dessa etapa contribuiu para o refinamento do formulário, resultando
na revisão de alguns itens, porém não indicou a necessidade de eliminação de nenhuma
questão.
o pré-teste da etapa do questionário foi aplicado ao total de 84 visitantes de três museus
(MAO, MM e MMPJG) entre os dias 11 e 15 de abril de 2007. O número de visitantes que
participaram do pré-teste representou 14% da amostra de 600 visitantes dos seis museus
selecionados. Não houve grandes dificuldades na avaliação do instrumento, uma vez que
todos os 84 questionários foram preenchidos de forma correta, exceto dois visitantes que não
responderam o verso do questionário, provavelmente por falta de atenção. Esse problema foi
resolvido com a colocação de um aviso que indica ao visitante que vire a folha ao terminar de
responder a primeira página. Todas as perguntas foram bem compreendidas e não foi
verificada a necessidade de excluir ou incluir perguntas. Com o pré-teste foi possível também
verificar, através do cálculo da média do tempo utilizado para o preenchimento dos
questionários, que o tempo gasto era de cerca de oito minutos.
3.4 Tratamento e análise dos dados
Na pesquisa de oferta e na pesquisa de demanda, os dados recolhidos através do formulário e
do questionário foram elaborados e classificados de forma sistemática, passando por um
68
processo de codificação e tabulação eletrônica. No primeiro caso foi usado o programa Excel
e, no segundo, o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).
Na pesquisa com os gestores dos museus e com os gestores dos órgãos públicos citados, as
entrevistas foram transcritas na íntegra, preservando-se a fidegnidade das falas dos
entrevistados. Posteriormente foram realizadas leituras múltiplas dos discursos para
familiarização com o conteúdo e, em seguida, os discursos foram organizados de acordo com
as variáveis de análise, excluindo-se os vícios de linguagem.
As análises das entrevistas foram feitas a partir dos achados e da interpretação da
pesquisadora. A conclusão se deu a partir do confronto entre os resultados da pesquisa de
oferta, da pesquisa de demanda e dos autores que abordam os temas envolvidos na presente
dissertação.
69
4 BELO HORIZONTE E SEUS MUSEUS
Este capítulo inicia-se com uma breve descrição de Belo Horizonte e do turismo na cidade no
sentido de contextualizar a presente pesquisa. Em seguida, apresentam-se os resultados da
pesquisa de oferta aplicada a 14 museus, que teve como objetivo caracterizar os museus de
Belo Horizonte, identificando e analisando as condições de recebimento dos turistas nacionais
e estrangeiros em termos de acessibilidade, serviços disponíveis, infra-estrutura, segurança,
demanda, divulgação, promoção e aspectos intangíveis como conforto ambiental, limpeza,
dentre outras variáveis. Finaliza-se este capítulo descrevendo com mais detalhes os seis
museus selecionados aqui por sua maior potencialidade turística e que serão objetos de
pesquisa e análise mais aprofundada nos próximos capítulos.
4.1 Belo Horizonte e o turismo
Belo Horizonte foi a primeira cidade planejada do País, devido à necessidade de transferência
da capital do Estado de Minas Gerais, na passagem do século XIX para o século XX, e dos
novos anseios da modernidade do Brasil República. Atualmente, Belo Horizonte é a quarta
maior cidade brasileira, com cerca de 2,2 milhões de habitantes (IBGE, 2000). Sua
temperatura varia de 16º a 31º, sendo a média de 21º. O inverno é seco e o verão, chuvoso.
Localizada na Região Sudeste, em ponto geográfico estratégico para o desenvolvimento do
turismo no país e nas Américas, Belo Horizonte é cercada pela Serra do Curral e destaca-se
pela riqueza de seus conjuntos arquitetônicos, pela forte vocação de comércio e prestação de
serviços. Com a facilidade de acesso aéreo e rodoviário e com os constantes investimentos em
infra-estrutura urbana e turística, a capital mineira vem se destacando como destino de
turismo de eventos, de negócios e turismo cultural.
Belo Horizonte é porta de entrada para os principais produtos turísticos de Minas Gerais, as
cidades históricas. Com exceção de São João Del Rei, Tiradentes e Diamantina, Belo
Horizonte está localizada num máximo de 150 km da maioria das cidades históricas de Minas,
com destaque para Ouro Preto. Boa parte dos turistas que visitam essas cidades utiliza Belo
70
Horizonte como a cidade para se hospedarem devido, além da sua posição geográfica, à
grande oferta e infra-estrutura hoteleira. Além disso, a capital mineira está próxima à Serra do
Espinhaço, que recentemente foi inscrita como Reserva da Biosfera; ao Parque Nacional da
Serra do Cipó e a diversos parques estaduais e Reservas Particulares de Proteção Natural,
além de possuir inúmeros monumentos tombados pelo IPHAN.
Uma das características marcantes da oferta turística de Minas Gerais está extremamente
relacionada à sua cultura, que tem como marca a religiosidade, a rica gastronomia, o
patrimônio artístico-arquitetônico, o folclore e o artesanato. Belo Horizonte, constituída e
planejada para ser a nova capital do Estado, é freqüentemente descrita como uma síntese de
Minas e de seu povo, por ter sua população raízes em várias regiões do Estado. Desde sua
concepção, Belo Horizonte vem se desenvolvendo no cenário artístico, com destaque para os
grupos como Corpo, Uakti, Galpão, Giramundo, Pato Fu, Sepultura, Skank, e artistas como
Milton Nascimento, entre outros.
A gestão do turismo municipal de Belo Horizonte fica a cargo da Empresa Municipal de
Turismo de Belo Horizonte S/A (Belotur), órgão de administração indireta da Prefeitura. A
Empresa tem como missão “fazer da cidade um pólo de atração turística com visibilidade
nacional, internacional, e referência em turismo de negócios, eventos, lazer, entretenimento,
cultura e atividades complementares, em Minas Gerais e no Brasil, mantendo as tradições e os
valores característicos do povo mineiro”
29
.Algumas ações estão sendo realizadas na atual
gestão (2004-2007) no sentido de tornar a Belotur uma agência de desenvolvimento turístico.
Entre elas estão a realização de pesquisas para levantamento de dados com o objetivo de
mensurar vários aspectos da atividade turística; implementação de sinalização turística na
cidade; criação do centro de referência turística; o incremento do Sistema de Banco de Dados
sobre a oferta turística (Infotur); a qualificação de mão-de-obra turística; a capacitação e o
aperfeiçoamento de recursos humanos internos; apoio e colaboração no desenvolvimento das
artes, das tradições populares, da cultura popular e do artesanato; entre outros. Outras duas
importantes políticas da Empresa são: captação de eventos, principalmente congressos de
diversas categorias profissionais, trabalho realizado também em parceria com o Convention
and Visitors Bureau e demais instituições do trade turístico; e a promoção de Belo Horizonte
e seu entorno através da participação em feiras e congressos de turismo e de diversas áreas, no
29
Retirado do Manual do Colaborador da Belotur de fevereiro de 2007 – Documento Interno
71
Brasil e no Exterior.
De acordo com o relatório do Ministério do Turismo sobre Caracterização e
Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil (FIPE/EMBRATUR, setembro 2006),
em 2004, 165 mil estrangeiros visitaram Belo Horizonte e, em 2005, esse número aumentou
para 310 mil visitantes, destacando a cidade como destino de motivação “negócios” e “visita
de parentes e amigos”. O turismo doméstico é difícil de ser mensurado, como em qualquer
cidade do País, devido à extensão do território nacional e à predominância do transporte
rodoviário. Entretanto, a Belotur tenta estimar o volume de visitantes domésticos através
principalmente dos dados referentes a transporte e hospedagem, apresentados na forma de
“Relatório de Pesquisa dos Postos de Informação da Belotur, 2004”, através de dados da
Infraero e da rede hoteleira.
Em recente pesquisa realizada para a formação do Plano Horizonte
30
(EMPRESA
MUNICIPAL DE TURISMO DE BELO HORIZONTE-BELOTUR, 2007), constata-se,
quanto à origem dos visitantes de Belo Horizonte, que uma presença determinante do
turista mineiro, que os visitantes dos estados vizinhos têm uma participação de
aproximadamente 30%, enquanto os turistas nacionais correspondem a cerca de 15% do total.
4% do total de visitantes são estrangeiros (sendo eles em sua maioria americanos e franceses).
No gráfico abaixo, pode-se perceber que as principais motivações dos turistas
31
para visitar
Belo Horizonte são Turismo/Lazer, Visitar amigos/parente e Negócios, de acordo com a
pesquisa.
30
O Plano Horizonte é o resultado do trabalho da empresa Chias Marketing que foi contratada pela Belotur para
o desenvolvimento de um Plano de Marketing Turístico para Belo Horizonte. Ele foi dividido em três grandes
fases distintas: I-Diagnóstico;II- a Formulação da Estratégia de Marketing; III o Plano Operacional. O Plano
Horizonte foi realizado durante o ano de 2006 e tornou-se público em abril de 2007.
31
No que se refere à motivação dos turistas que visitam Belo Horizonte, a pesquisa realizada para o Plano
Horizonte (BELOTUR, 2007) optou por excluir os visitantes que fazem a opção exclusivamente por “negócios”,
pois neste caso o destino é determinado pela empresa.
72
Motivão da Viagem - Plano Horizonte 2006
37%
26%
10%
9%
7%
5%
2%
4%
Turismo / Lazer Visitar amigos / parentes
Negócios Eventos / Congressos
Estudo / Pesquisa Compras
Sde Religião
GRÁFICO 1: Motivação de viagens para Belo Horizonte em 2006
Fonte: (BELOTUR , 2007, p. 35)
Elaboração: Gauus/Belotur
Pode-se destacar ainda do Plano Horizonte (BELOTUR, 2007) a avaliação que é realizada de
56 produtos turísticos de Belo Horizonte e entorno, a partir do seu potencial (singularidade,
valor intrínseco, identidade regional) e grau de aproveitamento (notoriedade, concentração da
oferta). Estes foram visitados e analisados em seus aspectos potenciais e estágio de
desenvolvimento, estabelecendo uma nova ficha de inventário em base Access. As
informações foram consolidadas em um banco de dados com conteúdo descritivo, estrutural,
aspectos técnicos e de uso estabelecidos para produtos atuais.
De acordo com a metodologia apresentada, foi aplicada uma fórmula de ponderação às notas
concedidas, estabelecendo pesos diferentes a cada um dos critérios. O resultado da soma total
alcançada por cada produto é o seu valor potencial no mercado, o que permitiu elaborar um
ranking dos principais Produtos Turísticos de Belo Horizonte e entorno, bem como fixar uma
hierarquia para produtos A, B e Complementares
32
. Não cabe aqui apresentar este ranking e
sim destacar o aparecimento ou a ausência dos museus. Entre os Produtos A está o Museu de
Artes e Ofícios. Entre os Produtos B encontram-se o Museu Histórico Abílio Barreto, Museu
de História Natural da UFMG, Museu de Arte da Pampulha, Museu Giramundo e Museu de
32
Os produtos valorados como “A” são considerados, pela sua excepcional potencialidade, como
imprescindíveis para conhecer um determinado destino turístico. Os produtos avaliados como “B” exercem uma
função estratégica em caso de visitas mais prolongadas ou no caso de uma segunda viagem, no retorno do
turismo à cidade. Os produtos classificados como “Complementares” também são apresentados como
possibilidades de ampliação às opções existentes, ou, em muitos casos, atrativos que despertam interesse de
públicos muito específicos.
73
Ciências Naturais da PUC Minas. Como Produtos Complementares são considerados o
Museu Mineiro e o Museu de Mineralogia. Os demais museus de Belo Horizonte não foram
citados.
De acordo com o diagnóstico realizado pela Chias Marketing (BELOTUR, 2007), a imagem
de Belo Horizonte é definida pelas atividades culturais, gente/hospitalidade, arquitetura e
patrimônio cultural, a oferta cultural da cidade e a gastronomia. O relatório ainda faz a
projeção da imagem desejada para Belo Horizonte no mercado turístico no médio prazo
(2010), e essa imagem está diretamente relacionada à cultura mineira. Em função do leque das
características dos produtos turísticos de Belo Horizonte, do posicionamento desejado e como
estratégia para ampliar os usos atuais e o tempo de permanência do visitante, o Plano
Horizonte definiu uma grade de produtos a partir da potencialidade existente na cidade e em
seu entorno. Como principal nicho está exatamente o turismo cultural, que inclui a
gastronomia, as artes plásticas, o teatro, a música, as tradições, as cidades históricas e os
museus. Pode-se comprovar esse fato através da estratégia de promoção iniciada após o
lançamento do Plano Horizonte, na qual se criou uma mensagem global, uma mensagem
permanente, que é o slogan do turismo da cidade: Belo Horizonte, onde a cultura ganha
vida. Além disso, o artista plástico Carlos Bacher traduziu graficamente a mensagem criando,
assim, a marca do turismo de Belo Horizonte.
4.2 Museus da cidade
A cidade de Belo Horizonte possui 16 museus, sendo eles
33
:
- Museu Histórico Abílio Barreto: é o museu histórico da cidade, dotado de área externa
composta por jardins e palco ao ar livre que, harmoniosamente, se integram ao casarão,
edificação remanescente do arraial do Curral Del Rei, que existia no local onde a capital do
estado foi implantada.
- Museu de Arte da Pampulha: é o principal museu de arte da cidade, primeiro projeto do
conjunto arquitetônico da Pampulha, concebido pelo arquiteto modernista Oscar Niemeyer.
33
Estatutos do ICOM, 2001, Artigo 2. Disponível em: <http://www.icom.org>. Acesso em: 20 jan 2007
74
- Museu de Artes e Ofícios: é o primeiro empreendimento museológico brasileiro dedicado
integralmente ao tema das artes, dos ofícios e do trabalho no País.
- Museu de Ciência Morfológicas da Universidade Federal de Minas Gerais: através de
exposições permanentes, o museu focaliza o organismo humano, com todos os seus órgãos e
sistemas, evidenciando a importância deste conhecimento.
- Museu de Ciências Naturais PUC Minas: possui uma das maiores coleções de
paleontologia (60.000 fósseis) da América do Sul e cerca de 17.000 exemplares nas coleções
de plantas, animais invertebrados, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
- Museu da Escola de Minas Gerais/Centro de Referência do Professor: é o primeiro do
gênero no Brasil, com um acervo de aproximadamente 5.000 peças, entre mobiliário, objetos,
fotografias, etc. e banco de depoimentos orais sobre a história da educação de Minas Gerais.
- Museu da Força Expedicionária Brasileira: fundado em 1986, o museu expõe
armamento, munição, roupas e outras peças utilizadas pelo Exército e pela Força
Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial.
- Museu Giramundo: foi inaugurado em setembro de 2001, concretizando uma antiga
demanda do público de Belo Horizonte com relação ao acesso às variadas criações e um
pouco da história do grupo de teatro de bonecos Giramundo.
- Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG: em uma área de 600 mil
onde se encontram exemplares da flora e fauna brasileiras, o espaço abriga exposições
permanentes de arqueologia, paleontologia, mineralogia, física divertida, laboratório
interativo de Ciências e o Presépio do Pipiripau.
- Museu Histórico da Polícia Militar de Minas Gerais: tem em seu acervo 8.300 peças que
vão de registros desde fotos e cartas a objetos e equipamentos que escreveram a história da
Polícia Militar de Minas Gerais.
- Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães: composto de amostras dos
75
principais minerais extraídos no mundo, com informações geológicas e a utilização dos
minerais no cotidiano das pessoas.
- Museu Mineiro: reúne um acervo composto de diversas coleções que retratam a história da
produção cultural mineira.
- Museu de Valores do Banco Central: exibe um acervo de 240 peças, entre cédulas e
moedas das famílias que circularam no País no período de 1964 até os dias atuais.
- Museu de Minerais da IRFFI INTERNACIONAL: tem uma coleção com mais de 500
espécimes de minerais, do Brasil e do mundo, expostas nas suas mais variadas formações;
inclui troféus confeccionados com os minerais.
- Museu do Telefone: foi inaugurado em 1978, como parte das comemorações dos 25 anos
da Telemig, com o objetivo de resgatar, preservar e divulgar a memória da telefonia em todo
o mundo, desde a sua invenção até as mais modernas tecnologias do setor de
telecomunicações.
- Museu dos Brinquedos: o acervo inclui mais de 5 mil peças de brinquedos do final do
século XIX até os dias atuais, na tentativa de preservar a memória da infância.
76
4.3 Análise das condições de recebimento dos turistas nacionais e estrangeiros
Os resultados da pesquisa de oferta realizada em dezembro de 2006 através do questionário
aplicado aos responsáveis por 14 museus de Belo Horizonte são mostrados a seguir. As
variáveis dessa etapa foram definidas após análise de diversos instrumentos de pesquisa em
museus (ver capítulo 3) e de acordo com os objetivos deste estudo. Algumas questões foram
respondidas pelos diretores ou responsáveis pelos museus e outras foram respondidas através
da observação da pesquisadora, de acordo com a necessidade da pesquisa. Questões como
transporte urbano regular, sinalização urbana e interna, condições de recepção quanto aos
funcionários, informações para o público em local visível e limpeza do espaço expositivo e de
serviços, eram de responsabilidade da pesquisadora e foram respondidas pela mesma. Para as
demais questões couberam as respostas aos gestores dos museus.
4.3.1 Condições de acessibilidade
Todos os 14 museus pesquisados estão abertos ao público nos doze meses do ano, exceto o
Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG que se mantém fechado durante um
mês ao ano para manutenção. Todos os museus ficam abertos de terça-feira a sexta-feira. Às
segundas-feiras, 28,6% dos museus ficam abertos, aos sábados, 71,4%, e aos domingos,
42,9% (ver GRAF. 2). 78,6% das instituições fecham em feriados nacionais. O MCN não abre
aos domingos (ver TAB. 3).
Para a visitação de munícipes e turistas o acesso aos museus no domingo é fundamental pois é
esse, em geral, o principal dia de lazer das pessoas. É grande também o número de museus
que não abrem nos feriados nacionais, o que novamente dificulta a sua visitação,
principalmente por turistas que em sua maioria se deslocam de seu local de origem no período
de férias e em feriados.
77
0 20 40 60 80 100
seg
ter
quar
quin
sex
sab
dom
Dia da
semana
%
GRÁFICO 2: Dias da semana em que os museus ficam abertos de Belo Horizonte em dezembro de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
segunda-
feira
terça-
feira
quarta-
feira
quinta-
feira
sexta-
feira
sábado domingo fecha nos
feriados
nacionais
MHAB 0 1 1 1 1 1 1 0
MAO 0 1 1 1 1 1 1 1
MAP 0 1 1 1 1 1 1 1
MMPDG
0
1
1
1
1
1
1
1
MCN 0 1 1 1 1 1 0 1
MM 0 1 1 1 1 1 1 0
MB 0 1 1 1 1 1 0 1
MCM 0 1 1 1 1 0 0 1
MEMG 1 1 1 1 1 1 0 1
MFEB 1 1 1 1 1 0 0 1
MG 0 1 1 1 1 1 0 0
MHN 0 1 1 1 1 1 1 1
MHPM 1 1 1 1 1 1
MVBC 1 1 1 1 1 0 0 1
Total
4
14
14
14
14
10
6
11
%
28,6
100,0
100,0
100,0
100,0
71,4
42,9
78,6
Fonte: Dados da pesquisa
Museus
Dias
TABELA 3
Dias de funcionamento dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
Com relação ao pagamento e à gratuidade relativa ao ingresso nos museus, 50% deles têm
ingresso pago e 50% são gratuitos (ver TAB. 4). O valor praticado pelos museus varia de
78
R$2,00 a R$5,00. Das sete (50%) instituições que cobram ingresso, cinco delas oferecem a
possibilidade do pagamento de meia entrada para estudantes e idosos. O Museu de Artes e
Ofícios, um dos museus que praticam a cobrança de ingresso, oferece entrada gratuita aos
sábados a todos os visitantes. Outros museus têm regras de cobrança distintas para grupos
especiais, como grupos de alunos de escolas públicas, que em alguns casos não pagam
ingresso.
Os valores dos ingressos são relativamente baratos se comparados a outro tipo de gasto com
lazer como, por exemplo, cinema, considerando que em Belo Horizonte o ingresso varia de
R$ 8,00 a R$16,00. Em relação ao gasto médio de viagem do turista em Belo Horizonte, que é
de R$ 158,00 (BELOTUR, 2007, p.39), o valor de R$ 2,00 a R$ 5,00 também é relativamente
baixo.
Museus
pago gratuito
meia entrada para
estudantes e
idosos
MHAB 0 1 0
MAO 1 0 1
MAP 0 1 0
MMPDG 0 1 0
MCN 1 0 0
MM 1 0 1
MB 1 0 1
MCM 1 0 0
MEMG 0 1 0
MFEB 0 1 0
MG 1 0 1
MHN 1 0 1
MHPM 0 1 0
MVBC 0 1 0
Total
7
7
5
% 50,0 50,0 35,7
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 4
Cobrança para acesso aos museus de Belo
Horizonte em dezembro de 2006
Os visitantes acessam todos os museus de táxi e 92,9% deles são acessíveis através de ônibus
urbano público (ver GRAF. 3). O Museu de Arte da Pampulha é o único que não é facilmente
79
acessível por ônibus urbano. O visitante consegue chegar a ele de carro/táxi. 21,4% dos
museus estão próximos à estação ferroviária de Belo Horizonte, que conta na atualidade com
apenas uma linha de trem, que faz o trajeto BH-Vitória e Vitória-BH uma vez ao dia. 42,9%
dos museus estão localizados próximos a uma das 19 estações de metrô de Belo Horizonte. O
MAO, MFEB e MG são os únicos que podem ser acessados por todos os tipos de transporte
(ver TAB. 5).
0 20 40 60 80 100
taxi
ônibus
metrô
trem
Tipo de
transporte
%
GRÁFICO 3: Transportes urbanos regulares que permitem o acesso aos museus de Belo Horizonte em dezembro
de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
80
Museus
taxi ônibus met trem
MHAB 1 1 0 0
MAO 1 1 1 1
MAP 1 0 0 0
MMPDG 1 1 0 0
MCN 1 1 1 0
MM 1 1 0 0
MB 1 1 0 0
MCM 1 1 0 0
MEMG 1 1 0 0
MFEB 1 1 1 1
MG 1 1 1 1
MHN 1 1 1 0
MHPM 1 1 1 0
MVBC 1 1 0 0
Total 14 13 6 3
% 100,0 92,9 42,9 21,4
Fonte: Dados da pesquisa
Transportes urbanos regulares para acesso aos
museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
TABELA 5
Sobre a existência e a qualidade de placas indicativas na porta dos museus e em ruas e
avenidas de suas adjacências, 71,4% das instituições possuem sinalização urbana indicativa,
sendo 80% de boa qualidade, ou seja, legíveis e visíveis ao visitante a e de carro e em
número superior a duas placas (ver TAB. 6). 20% dos museus têm sinalização de qualidade
regular. Os seis museus tratados nesta pesquisa em maior profundidade (MHAB, MAO,
MAP, MMPDG, MCN e MM) têm placas indicativas padronizadas e em boas condições. As
placas indicativas são essenciais para que os visitantes acessem os museus e são também
formas de os mesmos tomarem conhecimento da existência dos museus.
81
Museus
existente
boa regular
precária/
insuficiente
inexistente
MHAB 1 1 0 0 0
MAO 1 1 0 0 0
MAP 1 1 0 0 0
MMPDG 1 1 0 0 0
MCN 1 1 0 0 0
MM 1 1 0 0 0
MB 0 0 0 0 1
MCM 1 0 1 0 0
MEMG 1 0 1 0 0
MFEB 0 0 0 0 1
MG 1 1 0 0 0
MHN 1 1 0 0 0
MHPM 0 0 0 0 1
MVBC 0 0 0 0 1
Total 10 8 2 0 4
% 71,4 80,0 20,0 0,0 28,6
Fonte: Dados da pesquisa
Sinalização Urbana Indicativa para os museus de
Belo Horizonte em dezembro de 2006
TABELA 6
Apenas 35,7% dos museus pesquisados, sendo eles MAP, MCN, MCM, MHN e MHPM,
possuem estacionamento próprio para o visitante, sendo todos gratuitos e descobertos.
Nenhum museu oferece o serviço de guardador e/ou manobrista.
4.3.2 Equipamentos e serviços de segurança
Quanto à segurança dos visitantes, dos funcionários e do acervo dos museus, 92,9% das
instituições possuem extintores de incêndio, 78,6% contam com vigilantes uniformizados e
desarmados, 50% têm faixas e/ou vitrines de isolamento para acervo, 42,9% possuem sistema
de alarme contra roubo, 35,7% utilizam circuito interno de TV, 28,6% têm sistema de alarme
contra incêndio, 21,4% têm saída de emergência sinalizada e 14,3% das instituições possuem
brigada de incêndio (ver GRAF. 4). O MVBC possui todos os itens de segurança e o MHPM
não possui nenhum. O MM e MCN também se destacam positivamente quanto ao número de
82
equipamentos de segurança (ver TAB. 7).
0 20 40 60 80 100
extintores de incêndio
vigilantes uniformizados e desarmados
faixas de isolamento para o acervo/vitrine
sistema de alarme contra roubos
circuito interno de TV
sistema de alarme contra incêndio
sda de emergência sinalizada
brigada de incêndio
Tipo de
equip. e serviço
%
GRÁFICO 4: Equipamentos e serviços de segurança dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
Museus
extintores
de
incêndio
vigilantes
uniformizados
e desarmados
faixas de
isolamento
para o
acervo/vitrine
sistema de
alarme
contra
roubos
circuito
interno de
TV
sistema de
alarme
contra
incêndio
sistema de
alarme
contra
incêndio
brigada de
incêndio
MHAB 1 1 0 1 1 0 0 0
MAO 1 1 0 1 1 0 1 0
MAP 1 1 0 1 1 0 0 0
MMPDG 1 1 1 0 0 0 0 0
MCN 1 1 1 0 0 1 0 1
MM 1 1 1 1 1 1 0 0
MB 1 0 1 0 0 0 1 0
MCM 1 1 1 0 0 0 0 0
MEMG 1 1 0 0 0 0 0 0
MFEB 1 1 0 0 0 0 0 0
MG 1 0 0 1 0 1 0 0
MHN 1 1 1 0 0 0 0 0
MHPM 0 0 0 0 0 0 0 0
MVBC 1 1 1 1 1 1 1 1
Total 13 11 7 6 5 4 3 2
% 92,9 78,6 50,0 42,9 35,7 28,6 21,4 14,3
Fonte: Dados da pesquisa
Equipamentos e serviços de segurança nos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
TABELA 7
83
4.3.3 Serviços e instalações disponíveis para visitantes
Com relação aos serviços básicos e instalações disponíveis aos visitantes, 71,4% museus
possuem sanitários masculino e feminino sinalizados (placa indicativa de direção) e 35,7%
têm sanitários para portadores de deficiência física sinalizados. Todos os museus oferecem
instalações que vão além das salas de exposições, como: sala de cursos (78,6%); sala de vídeo
(71,4%); auditório (64,3%). Oito (57,1%) dos museus oferecem aos visitantes a oportunidade
de fazer pesquisa em bibliotecas, porém cinco deles oferecem serviço de fotocópia e um
oferece serviço de empréstimo de livros ao público. Espaços para alimentação como
cafeteria, lanchonete e restaurante estão disponíveis em 21,4%, 7,14% e 7,14%,
respectivamente (ver TAB. 8). Esses espaços são de grande importância para que os visitantes
tenham condições de ter uma experiência completa, muitas vezes menos contemplativa e mais
interativa com o museu.
Dos sete museus que exigem ingresso pago, cinco têm bilheteria. 85,7% das instituições
oferecem bebedouros, 50% dão autorização para fotografar, 35,7% contam com loja de
suvenires e 35,7% têm telefone público interno (ver TAB. 8). Nenhum dos museus oferece os
recursos de áudio-guia para dar escolha e melhor esclarecer seus visitantes. O MHAB, MAP
e o MAO se destacam positivamente quanto ao número de instalações e serviços disponíveis
aos visitantes.
84
Quanto às instalações e aos equipamentos disponíveis aos visitantes portadores de
necessidades especiais (ver GRAF. 5), 53,7% dos museus possuem vagas exclusivas em
Museus
bilheteria
lanchonete
biblioteca serviço de
fotocópia
empstimo
ao público
sala de
vídeo
cinema auditório restaurante
MHAB 0 0 1 1 0 1 0 1 1
MAO 1 1 0 0 0 1 0 0 0
MAP 0 0 1 1 0 1 0 1 0
MMPDG 0 0 1 1 0 1 0 1 0
MCN 1 0 0 0 0 0 0 0 0
MM 1 0 1 0 0 1 0 1 0
MB 0 0 0 0 0 1 0 0 0
MCM 1 0 0 0 0 1 0 1 0
MEMG 0 0 1 0 1 1 0 1 0
MFEB 0 0 1 0 0 1 0 1 0
MG 0 0 0 0 0 1 0 0 0
MHN 1 0 1 1 0 0 0 1 0
MHPM 0 0 1 1 0 0 0 1 0
MVBC 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 5 1 8 5 1 10 0 9 1
% 35,7 7,1 57,1 35,7 7,1 71,4 0,0 64,3 7,1
TABELA 8
Serviços e instalações disponíveis para visitantes nos museus de Belo Horizonte em
dezembro de 2006
Museus
cafeteria
sala de
cursos
guarda-
volume
audio-
guia
bebedouro loja de
suvenires
sanitário
masculino
e feminino
sinalizado
sanitário para
portadores de
deficiência
física sinalizado
autorização
para
fotografar
telefone
blico
interno
MHAB 1 1 0 0 1 1 1 1 1 0
MAO 1 1 1 0 1 0 1 1 0 0
MAP 1 1 0 0 1 1 0 0 0 1
MMPDG
0 1 1 0 1 0 0 0 1 0
MCN 0 1 1 0 1 0 1 0 1 1
MM 0 1 1 0 1 1 1 1 0 0
MB 0 1 0 0 1 0 1 1 0 0
MCM 0 1 1 0 1 1 1 1 0 0
MEMG 0 1 0 0 1 0 1 0 0 1
MFEB 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0
MG 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0
MHN 0 1 0 0 1 0 1 0 1 1
MHPM 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
MVBC 0 1 1 0 1 0 1 0 1 0
Total 3 11 6 0 12 5 10 5 7 5
% 21,4 78,6 42,9 0,0 85,7 35,7 71,4 35,7 50,0 35,7
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 8
Serviços e instalações disponíveis para visitantes nos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
85
estacionamento, considerando nesta questão também os estacionamentos públicos sinalizados
próximos às entradas dos museus. Rampas de acesso às exposições são instalações
disponíveis em 64,3% dos museus; sanitários adaptados com equipamentos e acessórios
próprios existem em 42,9% e elevadores estão instalados em 28% dos museus. Nenhuma
outra instalação ou equipamento foi citado. O MEMG, o MFEB, o MG, o MHN e o MHPM
não têm nenhuma das instalações pesquisadas, e o MHAB, o MCN e o MM têm,
respectivamente o maior número de instalações (ver TAB. 9). Ter cinco, dos 14 museus, sem
nenhuma facilidade de acesso aos portadores de necessidades especiais é um dado que
demonstra grande limitação em democratizar o acesso ao patrimônio a todos.
Para o portador de necessidade especial visual, apenas 14,3% dos museus utilizam recursos de
sinalização e legenda do acervo em braile. O Museu de Mineralogia Djalma Guimarães, além
de oferecer legenda em braile, oferece também a possibilidade de tirar o acrílico que protege
parte do acervo e disponibilizar o objeto exposto para o toque dos cegos. O Museu de
Ciências Morfológicas da UFMG tem um projeto que possibilita ao portador de necessidade
especial ter contato com modelos didáticos tridimensionais que reproduzem o corpo humano
em abordagem macro e microscópica.
0 20 40 60 80
rampa de acesso
sanitários adaptados
vagas exclusivas em estacionamento
elevador com cabine e porta de entrada acessíveis
sinalização em braile
etiquetas em braile
Instalações
%
GRÁFICO 5: Instalações destinadas à portadores de necessidades especiais nos museus de Belo Horizonte em
dezembro de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
86
Museus
rampa de
acesso
sanitários
adaptados
vagas
exclusivas em
estacionamento
elevador com
cabine e porta
de entrada
acesveis
sinalização
em braile
etiquetas
em braile
outros
MHAB 1 1 1 1 0 0 0
MAO 1 1 0 1 0 0 0
MAP 1 0 0 0 0 0 0
MMPDG 1 0 0 0 1 1 0
MCN 1 1 1 1 0 0 0
MM 1 1 1 1 0 0 0
MB 1 1 0 0 0 0 0
MCM 1 1 1 0 1 1 0
MEMG 0 0 0 0 0 0 0
MFEB 0 0 0 0 0 0 0
MG 0 0 0 0 0 0 0
MHN 0 0 0 0 0 0 0
MHPM 0 0 0 0 0 0 0
MVBC 1 0 1 0 0 0 0
Total 9 6 5 4 2 2 0
% 64,3 42,9 35,7 28,6 14,3 14,3 0,0
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 9
Instalações destinadas aos portadores de necessidades especiais nos museus
de Belo Horizonte em dezembro de 2006
4.3.4 Serviços permanentes para visitantes
Das 14 instituições pesquisadas, todas têm em seu corpo de funcionários guias ou monitores
para o acompanhamento dos visitantes. Todos os monitores falam português e somente em
35,7% dos museus falam inglês (ver GRAF. 6). O MCM, MB e MG se destacam como os
museus que possuem monitores que falam maior número de línguas.
O auxilio do funcionário do museu para prestar esclarecimentos e ajudar na compreensão da
mensagem das exposições é fundamental para os turistas estrangeiros que não falam
português. De acordo com o Anuário Estatístico da Embratur 2005 (BELOTUR, 2007), em
2004, os principais mercados emissores internacionais de Belo Horizonte foram os
americanos (50%), seguidos pelos alemães e italianos (20%), franceses e argentinos (8%).
87
Sendo assim, pode-se dizer que o inglês é a principal língua que deve ser trabalhada para
atender os turistas nos museus de Belo Horizonte e, de acordo com a presente pesquisa,
apenas cinco museus o fazem (ver TAB. 10).
0 20 40 60 80 100
português
inglês
espanhol
outros
francês
Tipo de
idioma
%
GRÁFICO 6: Idioma falado por guia/monitor nos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
português
inglês espanhol outros francês
grupos de
estudantes
grupos de
turistas
grupos
especiais
individual
MHAB 1 0 0 0 0 1 1 1 0
MAO 1 1 0 0 0 1 1 1 0
MAP 1 0 0 0 0 1 1 1 0
MMPDG 1 1 0 0 0 1 1 1 0
MCN 1 1 0 0 0 1 1 1 1
MM 1 0 0 0 0 1 1 1 1
MB 1 1 0 1 0 1 1 1 1
MCM 1 0 1 1 0 1 1 1 1
MEMG 1 0 0 0 0 1 1 1 1
MFEB 1 0 0 0 0 1 1 0 1
MG 1 1 1 0 1 1 1 1 1
MHN 1 0 0 0 0 1 1 1 0
MHPM 1 0 0 0 0 1 1 1 1
MVBC 1 0 0 0 0 1 1 1 1
Total 14 5 2 2 1 14 14 13 9
% 100,0 35,7 14,3 14,3 7,1 100,0 100,0 92,9 64,3
Fonte: Dados da pesquisa
Serviços permanentes para os visitantes dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
TABELA 10
Museus
Guia/Monitor do museu Visitas guiadas
88
Todos os museus oferecem o serviço de visita guiada (ver GRAF. 7), sendo que 100%
atendem grupos de estudantes; 100%, grupos de turistas e excursionistas; 92,9%, grupos
especiais (como terceira idade e grupos portadores de necessidades especiais); e 64,3%
oferecem visitas guiadas para visitantes individuais. O MHAB, o MAO, o MAP e o MHN não
disponibilizam guia para visitantes individuais.
Todos os museus que cobram ingressos para visitação incluem no seu valor o serviço de visita
guiada. Os museus de entrada gratuita não cobram pelo serviço. Ambas as políticas de serviço
de visita guiada, no que se refere a pagamento, são boas, pois não há cobrança extra por esta
prestação, e com isso os visitantes são mais estimulados a usufruir deste serviço.
0 20 40 60 80 100
grupos de estudantes
grupos de turistas e
excursionistas
grupos especiais
individual
Categoria de
visitantes
%
GRÁFICO 7: Oferta de visitas guiadas pelos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
4.3.5 Acervo
Quanto à pergunta sobre o tipo de museu e de acervo, percebe-se uma dificuldade por parte
dos entrevistados em responder a esta questão, devido a dúvidas quanto ao delineamento das
corretas tipologias das instituições. As opções de tipologia de museus estão de acordo com a
tipologia internacional utilizada pelo ICOM. As opções quanto ao tipo de acervo estão de
acordo com o formulário da tipologia nacional do IPHAN através do Cadastro Nacional de
89
Museus. Observa-se que cada entrevistado pôde marcar mais de uma opção para cada questão.
35,7% dos museus são classificados como de Ciência e/ou Tecnologia; 28,6%, como de Arte;
21,4%, como de História Natural e/ou Ciências Naturais; 21,4%, como Especializado; 14,3%,
como de Arqueologia e/ou História; 7,1%, como Regional (ver GRAF. 8). A opção “Outros”
foi escolhida pelo gestor do MHAB que também foi considerado Museu de Cidade
34
(ver
TAB. 11). O gestor do MFEB ficou em dúvida quanto à classificação e optou por não
responder a esta pergunta.
0 10 20 30 40
Ciência/Tecnologia
Arte
História Natural/Ciências Naturais
Especializado
Arqueologia/História
Regional
Outros
Tipologia
%
GRÁFICO 8: Tipologia dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
34
“Entre esses novos tipos de museus, surge o "Museu de Cidade", voltado para a preservação das estruturas, das
referências e das formas de uma cidade. Esse modelo museológico procura ser o "local" privilegiado para a
população encontrar as suas marcas patrimoniais e conhecer as suas tradições e rupturas culturais. É um museu
para a população se ver, como também ser vista por pessoas de outras regiões. Em geral, reúnem vestígios do
processo de urbanização, dos ciclos econômicos que sustentaram a consolidação da cidade, das famílias que
formaram a população, entre outros referenciais.” (BRUNO, 1996, p. 39)
90
Museus
ciência/
tecnologia
arte
história natural/
ciências naturais
especializado
arqueologia/
história
regional outros
etnografia/
antropologia
MHAB 0 0 0 0 1 0 1 0
MAO 1 1 0 0 0 0 0 0
MAP 0 1 0 0 0 0 0 0
MMPDG 1 0 0 0 0 0 0 0
MCN 1 0 1 0 0 0 0 0
MM 0 1 0 0 0 0 0 0
MB 0 0 0 1 0 0 0 0
MCM 1 0 1 0 0 0 0 0
MEMG 0 0 0 0 0 1 0 0
MFEB 0 0 0 0 0 0 0 0
MG 0 1 0 0 0 0 0 0
MHN 1 0 1 0 1 0 0 0
MHPM 0 0 0 1 0 0 0 0
MVBC 0 0 0 1 0 0 0 0
Total 5 4 3 3 2 1 1 0
% 35,7 28,6 21,4 21,4 14,3 7,1 7,1 0,0
Fonte: Dados da pesquisa
Tipologia dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
TABELA 11
Os gestores dos museus entrevistados classificam os acervos da seguinte forma: 42,9% como
Artes Visuais; 42,9% como História; 35,7% como Ciência e Tecnologia; 28,6% como
Ciências Naturais e História Natural; 14,3% como Imagem e Som; 14,3% na classificação
“Outros”; e 7,1% como Virtual (ver GRAF. 9).
0 20 40 60
Artes Visuais
História
Cncia e Tecnologia
Cncias Naturais e História Natural
Arqueologia
Imagem e Som
Outros
Virtual
Tipologia
%
GRÁFICO 9: Tipologia de acervo dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
91
De acordo com os dados acima pode-se observar que Belo Horizonte possui uma rica
diversidade museal, uma vez que todos os tipos de museus e de acervo oferecidos como
alternativas para respostas (exceto tipo de acervo Antropologia e Etnografia) de acordo com a
metodologia do ICOM e do Cadastro Nacional de Museus foram apontados por no mínimo
um museu. O MHAB se destaca como o museu com maior diversidade de tipo de acervo,
seguido do MHN.
Dos 14 museus pesquisados, 78,6% possuem sinalização indicativa para visitação (ver TAB.
13), o mínimo oferecido para que os visitantes tenham certa autonomia sobre seu
deslocamento pelo museu. Toda essa sinalização está em português, sendo que o MCN e
MMPDG oferecem também sinalização em inglês.
Museus
Antropologia
e Etnografia
Artes
Visuais
História
Ciência e
Tecnologia
Ciências Naturais
e História Natural
Arqueologia
Imagem
e Som
Outros Virtual
MHAB 0 1 1 1 0 1 1 1 1
MAO 0 1 0 1 0 0 1 0 0
MAP 0 1 0 0 0 0 0 0 0
MMPDG 0 0 0 1 1 0 0 0 0
MCN 0 0 0 1 1 1 0 0 0
MM 0 1 1 0 0 0 0 0 0
MB 0 0 0 0 0 0 0 1 0
MCM 0 0 0 0 1 0 0 0 0
MEMG 0 0 1 0 0 0 0 0 0
MFEB 0 0 1 0 0 0 0 0 0
MG 0 1 0 0 0 0 0 0 0
MHN 0 1 0 1 1 1 0 0 0
MHPM 0 0 1 0 0 0 0 0 0
MVBC 0 0 1 0 0 0 0 0 0
Total 0 6 6 5 4 3 2 2 1
% 0,0 42,9 42,9 35,7 28,6 21,4 14,3 14,3 7,1
Fonte: Dados da pesquisa
Tipologia de acervo dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
TABELA 12
92
português
inglês francês espanhol outros
MHAB 1 0 0 0 0
MAO 1 0 0 0 0
MAP 0 0 0 0 0
MMPDG 1 1 0 0 0
MCN 1 1 0 0 0
MM 1 0 0 0 0
MB 1 0 0 0 0
MCM 1 0 0 0 0
MEMG 1 0 0 0 0
MFEB 1 0 0 0 0
MG 1 0 0 0 0
MHN 1 0 0 0 0
MHPM 0 0 0 0 0
MVBC 0 0 0 0 0
Total 11 2 0 0 0
% 78,6 14,3 0,0 0,0 0,0
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 13
Sinalização indicativa para visitação dos museus de
Belo Horizonte em dezembro de 2006
Museus
Idiomas
Todos os museus têm seu acervo exposto com legendas em português e 21,4% deles (MHAB,
MAO e MMPDG) têm legendas em inglês (ver TAB. 14). Nenhuma outra língua foi citada.
Esses dados demonstram um despreparo por parte dos museus no atendimento e na
comunicação com os turistas estrangeiros que, em sua maioria (como explicitado na seção
4.3.4 acima), falam inglês.
93
português inglês francês espanhol outros
MHAB 1 1 0 0 0
MAO 1 1 0 0 0
MAP 1 0 0 0 0
MMPDG 1 1 0 0 0
MCN 1 0 0 0 0
MM 1 0 0 0 0
MB 1 0 0 0 0
MCM 1 0 0 0 0
MEMG 1 0 0 0 0
MFEB 1 0 0 0 0
MG 1 0 0 0
MHN 1 0 0 0 0
MHPM 1 0 0 0 0
MVBC 1 0 0 0 0
Total 14 3 0 0 0
% 100,0 21,4 0,0 0,0 0,0
Fonte: Dados da pesquisa
Acervo exposto identificado com texto e legendas nos museus
de Belo Horizonte em dezembro de 2006
TABELA 14
Idiomas
Museus
Sem levar em conta os critérios internacionais de preservação do acervo, observou-se que
35,7% das instituições são refrigeradas mecanicamente (ar-condicionado). Verificou-se, nos
locais, que em 7,1% dos museus a iluminação nas exposições era insuficiente para a leitura
das legendas (ver TAB. 15), o que configura um problema a ser resolvido.
94
Museus
iluminação
climatização
MHAB 1 1
MAO 1 1
MAP 1 0
MMPDG 1 0
MCN 1 0
MM 1 1
MB 1 0
MCM 1 1
MEMG 1 0
MFEB 1 0
MG 1 0
MHN 1 0
MHPM 0 0
MVBC 1 1
Total 13 5
% 92,9 35,7
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 15
Iluminação e climatização nos museus
de Belo Horizonte em dezembro de 2006
4.3.6
Atividades regulares
Buscou-se saber se os museus oferecem, aos seus visitantes, atividades que vão além de
exposições permanentes do acervo. 64,3% dos museus fazem exposições temporárias,
variando entre exposições do próprio acervo ou não. 78,6% museus oferecem atividades
especiais para crianças como, por exemplo, uma visitação diferenciada, shows e teatros;
71,4% oferecem atividades especiais para estudantes do Ensino Médio e Ensino Fundamental.
Além disso, 78,6% das instituições oferecem atividades extras como cursos, palestras,
oficinas, e 57,1% exibem filmes e vídeos em suas instalações. É significativo o número de
instituições que responderam a opção “Outros” (50%) e citaram atividades como eventos do
tipo mesas redondas e shows, atendimento a grupos de profissionais especializados em
museologia e treinamento de guias de turismo (ver GRAF. 10).
95
0 20 40 60 80 100
cursos, palestras, oficinas
atividades especiais para crianças
atividades especiais para estudantes (ensino
médio/fundamental)
exposição temporária
exibição de filmes / vídeos
outras
Tipo de atividade
%
GRÁFICO 10: Atividades regulares dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
O MHAB, o MAO, o MAP, o MMPDG, o MCN e o MM se destacam positivamente
oferecendo aos seus visitantes várias opções de lazer (ver TAB. 16).
Museus
cursos,
palestras,
oficinas
atividades
especiais para
crianças
atividades especiais
para estudantes (ensino
médio/ fundamental)
exposição
temporária
exibição
de filmes
/ vídeos
outras
MHAB 1 1 1 1 0 1
MAO 1 1 1 1 1 1
MAP 1 1 1 1 1 1
MMPDG 1 1 1 1 0 1
MCN 1 1 1 1 0 1
MM 1 1 1 1 1 1
MB 0 1 1 1 1 0
MCM 1 1 1 1 1 0
MEMG 1 1 1 1 1 0
MFEB 1 0 0 0 1 0
MG 0 0 0 0 1 1
MHN 1 1 0 0 0 0
MHPM 0 0 0 0 0 0
MVBC 1 1 1 0 0 0
Total 11 11 10 9 8 7
% 78,6 78,6 71,4 64,3 57,1 50,0
Fonte: Dados da pesquisa
Atividades Regulares nos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
TABELA 16
96
A oferta dessas atividades que vão além da contemplação do acervo são fundamentais para a
composição de uma verdadeira experiência museológica, além de interagir em maior grau
com os visitantes. A experiência de agregar valor ao museu através destas atividades citadas
acima dão um caráter de credibilidade aos museus de Belo Horizonte, que utilizam diferentes
formas de comunicação para cativar seus públicos.
4.3.7
Divulgação e promoção
Dez (71,4%) dos museus pesquisados possuem serviços especializados (assessoria de
comunicação ou demais profissionais que promovam a instituição) para promoção e
divulgação permanente (ver TAB. 17). Destes, apenas em um o serviço é contratado à parte,
ou seja, terceirizado. Os outros nove são próprios do museu. O MCM, o MFEB, o MEMG e
o MHPM não possuem este tipo de serviço.
Museus
serviços especializados próprio
terceirizado
MHAB 1 1 0
MAO 1 1 0
MAP 1 1 0
MMPDG 1 1 0
MCN 1 1 0
MM 1 1 0
MB 1 1 0
MCM 0 0 0
MEMG 0 0 0
MFEB 0 0 0
MG 1 0 1
MHN 1 1 0
MHPM 0 0 0
MVBC 1 1 0
Total 10 9 1
% 71,4 64,3 7,1
Fonte: Dados da pesquisa
Divulgação e promoção dos museus de Belo Horizonte
em dezembro de 2006
TABELA 17
97
Perguntou-se quais eram, entre as opções colocadas, os veículos regulares de divulgação mais
utilizados para promoção e divulgação dos museus (ver GRAF. 11). O guia turístico foi citado
por todos os museus, mais especificamente o Guia Turístico de Belo Horizonte, produzido
mensalmente e distribuído gratuitamente pela Belotur. As revistas foram citadas por 21,4%
dos museus; as revistas de fim-de-semana dos jornais, por 14,3%; e o jornal diário também,
por 14,3% dos museus. A internet é usada como veículo de divulgação por 13 (92,2%) das
instituições pesquisadas, entretanto, destas, cinco têm gina própria e oito utilizam outras
páginas, como, por exemplo, os dois museus da UFMG, que não têm página própria e
utilizam o próprio
site
da Universidade para a divulgação. Os museus da Prefeitura de Belo
Horizonte não têm
site
próprio, porém utilizam o
site
da Belotur. Outros veículos de
divulgação foram citados por 14,3% dos museus.
0 20 40 60 80 100
guia turístico
internet
revistas
revista de fim-de-semana de jornais
jornal diário
outros
Tipo de
veículo
%
GRÁFICO 11: Veículos de divulgação regular dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
Perguntou-se também quais são os veículos permanentes de divulgação dos museus. Os
folhetos são os veículos mais utilizados, ou seja, 71,4% das instituições responderam
positivamente a esta opção (ver GRAF. 12). Em 21,4% das instituições os folhetos são
impressos em língua inglesa. Nenhum outro idioma foi citado. O catálogo de acervo e os
catálogos de exposições temporárias são utilizados em 28,6% dos museus, todos em
português e um também em inglês. Instrumentos como CDRoms são utilizados por 14,3% e
Vídeos e Revistas são produzidos apenas por 7,1%, sendo todos eles em português. Mais uma
vez pode-se demonstrar a falta de consciência por parte dos gestores sobre a importância da
98
comunicação em língua estrangeira, uma vez que a comunicação impressa através de material
gráfico é uma importante forma de comunicação com os turistas estrangeiros.
0 20 40 60 80 100
folhetos
catalogo do acervo
vídeo
revista
CDRom
catálogo de exp. temporárias
Tipo de
veículo
%
GRÁFICO 12: Veículos de divulgação permanente dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
Quanto à confecção de peças sobre o museu para a comercialização em loja própria ou
qualquer tipo de venda dentro das instalações do museu, observa-se que a maior freqüência de
produção é de Cartão Postal (35,7%), e depois a de Livros (28,6%), Reproduções do Acervo
(28,6%), Camisetas (21,4%), Catálogos de Exposições (21,4%) e
Posters
(7,1%). Slides,
Canetas, Bonés/Viseiras não foram citados por nenhuma instituição (ver GRAF. 13). A opção
“Outras Peças” foi marcada por 14,3% das instituições. O uso destas peças como suvenires é
um alternativa muito freqüente dos turistas que geralmente fazem questão de levar alguma
coisa do lugar que visitaram e que gostam de presentear aqueles que não estiveram ali.
Geralmente os museus públicos não podem vender objetos, mas os fazem através das
associações de amigos dos museus. De acordo com o resultado acima, é ainda muito pequena
a utilização deste tipo de recurso, o que implica uma perda de oportunidade de arrecadação
de recursos e de divulgação dos museus.
O MHAB, o MAP e o MAO se destacam como os museus que mais utilizam
permanentemente os veículos de divulgação e confeccionam as peças promocionais acima
citadas (ver TAB.
18).
99
0 10 20 30 40
cartão postal
livros
reproduções do acervo
camisas
catálogos de exposições
outras
posters
Tipo de peça
%
GRÁFICO 13: Peças promocionais para comercialização nos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
Museus
cartão
postal
livros
reproduções
do acervo
camisas
catálogos de
exposições
outras posters
slides
canetas
bonés/
viseiras
MHAB 1 1 1 0 1 1 1 0 0 0
MAO 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0
MAP 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0
MMPDG 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
MCN 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
MM 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0
MB 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
MCM 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
MEMG 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
MFEB 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
MG 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0
MHN 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
MHPM 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
MVBC 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 5 4 4 3 3 2 1 0 0 0
% 35,7 28,6 28,6 21,4 21,4 14,3 7,1 0,0 0,0 0,0
Fonte: Dados da pesquisa
Peças promocionais próprias para comercialização utilizadas pelos museus de Belo
Horizonte em dezembro de 2006
TABELA 18
100
4.3.8
Informações sobre os visitantes
Procurou-se saber quais são os mecanismos utilizados pelos museus para pesquisa e controle
dos visitantes. Um museu (MCN) informou que não faz controle regular sobre os visitantes;
12 utilizam o livro de assinaturas e três (MHAB, MCM e MHN) fazem pesquisa por
amostragens. Além disso, na maioria das conversas com os entrevistados foi mencionado que
o grande fluxo de agendamentos de escolas e grupos possibilita uma estatística mais precisa
do número de visitantes, pois nem todos aqueles que passam pelo museu fazem o registro no
livro de assinaturas devido a sua não obrigatoriedade. Observa-se que no livro de assinatura
geralmente é solicitado que o visitante informe seu nome, idade, cidade de residência e a data
da visita.
Quanto à origem dos visitantes, 100% dos museus responderam que recebem visitantes de
Belo Horizonte (Local); 100%, de Minas Gerais (Regional); 78,6% recebem visitantes de
outros estados do País; e 71,4%, estrangeiros (ver GRAF. 14).
0 20 40 60 80 100
regional
local
nacional
internacional
Origem
%
GRÁFICO 14: Origem dos visitantes dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
Ao serem questionados quanto à principal origem dos visitantes, a resposta pouco variou (ver
TAB. 19). 71,4% das instituições responderam que seus visitantes são de Belo Horizonte
(Local) e 28,6% responderam Regional (Minas Gerais). A variação também é pequena sobre a
101
principal origem dos visitantes espontâneos
35
: 92,9 % (Local) e 7,1 % (Nacional).
Museus
internacional nacional regional local
MHAB 0 0 0 1
MAO 0 0 0 1
MAP 0 0 1 0
MMPDG 0 0 0 1
MCN 0 0 1 0
MM 0 0 0 1
MB 0 0 0 1
MCM 0 0 1 0
MEMG 0 0 0 1
MFEB 0 0 0 1
MG 0 0 1 0
MHN 0 0 0 1
MHPM 0 0 0 1
MVBC 0 0 0 1
Total 0 0 4 10
% 0,0 0,0 28,6 71,4
Fonte: Dados da pesquisa
Principal origem dos visitantes dos museus de
Belo Horizonte em dezembro de 2006
TABELA 19
4.3.9
Informações para o público em local visível
Algumas informações básicas sobre os museus devem estar expostas de forma visível e
correta para que o visitante não se sinta inibido e precise fazer perguntas aos funcionários, e
para que futuros visitantes possam se informar e programar-se. Na porta dos museus ou no
primeiro ambiente existem cartazes,
banners
, placas ou simplesmente papéis informando
sobre horário de funcionamento (64,3%), exposição em cartaz (57,1%), atividades extras
(42,9%), valor ou gratuidade do ingresso (35,7%), caixa de primeiros socorros (21,4%) e
quadro de telefones úteis e de emergência (14,3%) (ver GRAF. 15). O MHAB, o MM e o
MCM se destacam positivamente como os museus que mais possuem informações visíveis
para seus visitantes. O MHPM não possui nenhuma informação (ver TAB. 20).
35
Entende-se por visitantes espontâneos aqueles que não vão aos museus em grupos organizados/programados, como, por
102
0 20 40 60 80
horário de funcionamento
exposição em cartaz
atividades extras
valor do ingresso
caixa de primeiros socorros
quadro de telefones úteis e de emergência
Informações
%
GRÁFICO 15: Informações para o público em local visível nos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
Museus
horário de
funcionamento
exposição
em cartaz
atividades
extras
valor do
ingresso
caixa de
primeiros
socorros
quadro de
telefones úteis e
de emergência
MHAB 1 1 1 1 0 1
MAO 0 1 0 1 0 0
MAP 0 1 0 0 0 0
MMPDG 0 1 0 0 0 0
MCN 1 1 1 0 0 0
MM 1 1 1 1 0 0
MB 1 0 0 1 1 0
MCM 1 0 1 1 1 0
MEMG 1 1 1 0 0 0
MFEB 1 0 0 0 0 0
MG 1 0 0 0 0 0
MHN 1 1 1 0 0 0
MHPM 0 0 0 0 0 0
MVBC 0 0 0 0 1 1
Total 9 8 6 5 3 2
% 64,3 57,1 42,9 35,7 21,4 14,3
Fonte: Dados da pesquisa
Informações e serviços para o público em local vivel nos museus de
Belo Horizonte em dezembro de 2006
TABELA 20
exemplo, os estudantes agendados, e sim aquelas pessoas que por livre e espontânea vontade se dispõem a visitar os museus.
103
4.3.10
Condições de recepção
Em 71,4% dos 14 museus pesquisados, os funcionários (exceto do administrativo) se
encontravam uniformizados. Além disso, foi observado que, em 100% dos museus, os
funcionários foram corteses e prestativos, bem informados e estavam bem apresentados
(roupas, unhas, cabelos, etc.).
Quanto à limpeza dos espaços expositivos e de serviços dos museus (ver GRAF. 16),
predominam locais com o grau Excelente de limpeza (85,7%). A variação da limpeza dos
sanitários foi um pouco maior: 57,1% dos banheiros receberam grau Excelente; 21,4%, Bom;
e 21,4%, Regular (ver GRAF. 17). Dos cinco museus que possuem área de alimentação,
quatro se encontravam em Excelentes condições de limpeza e um em condição Regular (ver
TAB. 23). Nas áreas externas e jardins dos 14 museus também predominam limpeza
Excelente (64,3%) e Boa (28,6%). A condição Regular foi atribuída a 7,1% dos museus (ver
GRAF. 18).
Museus
excelente boa regular ruim
MHAB 1 0 0 0
MAO 1 0 0 0
MAP 1 0 0 0
MMPDG 1 0 0 0
MCN 1 0 0 0
MM 1 0 0 0
MB 1 0 0 0
MCM 1 0 0 0
MEMG 1 0 0 0
MFEB 1 0 0 0
MG 1 0 0 0
MHN 0 1 0 0
MHPM 0 0 1 0
MVBC 1 0 0 0
Total 12 1 1 0
% 85,7 7,1 7,1 0,0
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 21
Avaliação da limpeza das áreas de exposição dos museus
de Belo Horizonte em dezembro de 2006
104
Museus
excelente
boa regular ruim
MHAB 1 0 0 0
MAO 1 0 0 0
MAP 1 0 0 0
MMPDG 0 0 1 0
MCN 1 0 0 0
MM 1 0 0 0
MB 0 1 0 0
MCM 1 0 0 0
MEMG 1 0 0 0
MFEB 0 1 0 0
MG 0 1 0 0
MHN 0 0 1 0
MHPM 0 0 1 0
MVBC 1 0 0 0
Total 8 3 3 0
% 57,1 21,4 21,4 0,0
Fonte: Dados da pesquisa
Avaliação da limpeza dos sanitários dos museus de
Belo Horizonte em dezembro de 2006
TABELA 22
Museus
excelente boa regular ruim
MHAB 1 0 0 0
MAO 1 0 0 0
MAP 1 0 0 0
MMPDG 0 0 0 0
MCN 1 0 0 0
MM 0 0 0 0
MB 0 0 0 0
MCM 0 0 0 0
MEMG 0 0 0 0
MFEB 0 0 0 0
MG 0 0 0 0
MHN 0 0 1 0
MHPM 0 0 0 0
MVBC 0 0 0 0
Total 4 0 1 0
% 28,6 0,0 7,1 0,0
Fonte: Dados da pesquisa
Avaliação da limpeza das áreas de alimentação dos
museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
TABELA 23
105
Museus
excelente boa regular ruim
MHAB 1 0 0 0
MAO 1 0 0 0
MAP 1 0 0 0
MMPDG 0 1 0 0
MCN 1 0 0 0
MM 0 1 0 0
MB 1 0 0 0
MCM 1 0 0 0
MEMG 1 0 0 0
MFEB 1 0 0 0
MG 0 0 1 0
MHN 0 1 0 0
MHPM 0 1 0 0
MVBC 1 0 0 0
Total 9 4 1 0
% 64,3 28,6 7,1 0,0
Fonte: Dados da pesquisa
Avaliação da limpeza das áreas externas e jardins dos
museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
TABELA 24
0 20 40 60 80 100
excelente
boa
regular
Qualidade
%
GRÁFICO 16: Limpeza das áreas de exposição dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
106
0 20 40 60
excelente
boa
regular
Qualidade
%
GRÁFICO 17: Limpeza dos sanitários dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
0 20 40 60 80
excelente
boa
regular
Qualidade
%
GRÁFICO 18: Limpeza das áreas externas e jardins dos museus de Belo Horizonte em dezembro de 2006
Fonte: Dados da pesquisa
4.3.11
Considerações sobre as condições de recebimento
As condições de acessibilidade são as primeiras providências que devem ser tomadas por
parte dos museus e dos órgãos públicos, já que, se não há acesso, não há visitação. A
sinalização urbana indicativa da maioria dos museus é considerada muito boa, tendo em vista
107
que estão dentro de padrões internacionais (símbolo, cor, etc.). Porém não são todos os
museus que as possuem. O transporte urbano também é adequado, exceto para o caso de um
museu que não é contemplado por ônibus urbano público, o que torna inviável a visitação
daqueles que não possuem carro próprio ou condições de se deslocarem de táxi. O fato de
apenas 35,7% dos museus possuírem estacionamento para o visitante também dificulta muitas
vezes o acesso, que, por motivo de segurança e pela dificuldade de se arranjar vagas em
grandes metrópoles como Belo Horizonte, muitas pessoas não saem de casa. Para
excursionistas e turistas em grupos este fato é ainda mais grave, pois para conseguir local
público para estacionamento de ônibus a dificuldade é ainda maior. O acesso também é
restrito nos sábados e domingos, dias de maior demanda de visitação espontânea,
principalmente de turistas regionais. O fato de 50% dos museus terem entrada gratuita não é
suficiente para dizer que estes são mais democráticos do que os que cobram ingresso. A
democracia do museu está em possibilitar a apropriação de sua mensagem a qualquer
categoria de visitantes, com motivações, idades e níveis sociais diferentes.
A segurança do acervo, dos visitantes e dos funcionários não é atendida em sua totalidade em
nenhum dos museus. Um deles nem ao menos tem extintores de incêndio. O acervo está em
muitos dos casos sem proteção contra furtos e degradação, e menos de 30% dos museus têm
saída de emergência sinalizada.
As instalações e os serviços disponíveis aos visitantes são, em sua maioria, precários.
Instalações que agregam valor às exposições, como locais para alimentação, são oferecidas
por uma minoria de museus. Locais que facilitam a integração e a diversificação de serviços
oferecidos, como cursos e palestras, aparecem de uma forma ou outra (auditório, sala de
cursos, bibliotecas, etc.) em todos os museus. Para os visitantes portadores de necessidades
especiais, as instalações ainda são muito precárias, apesar da preocupação de museus
específicos em atender a esta demanda.
Em uma sociedade que utiliza cada dia mais os meios eletrônicos, os visitantes não se
conformam em percorrer as exposições apenas olhando, eles querem utilizar outros sentidos
para otimizar sua experiência. Os recursos de multimídia, aqui considerados como
ferramentas de interação, são utilizados por apenas dois museus.
108
Considerando o serviço de visita guiada importante facilitador no entendimento e na
comunicação entre o museu e seus visitantes, a totalidade dos museus de Belo Horizonte tem
guias e/ou monitores entre seus funcionários, porém 64,3% oferecem visitas guiadas a
indivíduos que não vão com grupos, que não foram previamente agendados. Poucos são
aqueles que oferecem instruções e acompanhamento em outro idioma que não o português.
Observa-se que há uma grande riqueza de tipos de museus e de acervo, porém nem todos os
acervos são expostos com o mínimo de informação sobre eles por meio de legendas. Apenas
três instituições apresentam legendas em inglês em parte ou na totalidade de suas exposições,
o que demonstra baixa preocupação na comunicação com os visitantes estrangeiros.
Todos os gestores dos museus parecem estar atentos ao incremento da visitação de escolares
por meio de atividades especiais para crianças e estudantes. Sendo este o público mais
recorrente dos museus, atividades desta natureza são bem-vindas. Atividades voltadas
exclusivamente a grupos de turistas não foram citadas por nenhum dos museus, apesar de que
os turistas podem usufruir de muitas das atividades extras oferecidas por alguns museus,
como cursos, shows e palestras. Não a preocupação de destinar projetos de atividades
regulares voltadas a este público.
A divulgação e a promoção dos museus, fatores importantes para que potenciais visitantes
tomem conhecimento de sua existência e programação, ainda são precárias e realizadas, em
sua maioria, a partir de mídia espontânea. Apesar de todos os museus estarem no guia
turístico da Belotur, este é entregue aos turistas quando eles já se encontram em Belo
Horizonte. O serviço de divulgação feito por empresa especializada é utilizado por um
museu. A internet, importante difusor de informações e de baixo custo, é utilizada por treze
museus, porém apenas cinco têm página própria. Apenas três instituições utilizam folhetos em
língua estrangeira, demonstrando, mais uma vez, a falta de atenção aos turistas que vêm de
outros países. Veículos de divulgação permanentes, como peças promocionais para
comercialização, são pouco explorados pelos museus. Os suvenires, se bem explorados,
podem ser bons instrumentos de divulgação no Brasil e fora dele. Porém estes são pouco
produzidos pelos museus pesquisados. O cartão postal, que é um elemento de baixo custo de
confecção e de fácil comercialização, capaz de estabelecer uma “memóriaentre visitantes e
museus, é produzido por apenas 35,7% dos museus.
109
A forma de fazer pesquisa de público se mostrou muito eficiente em poucos casos. Na
maioria, os museus têm apenas informações deixadas pelos visitantes nos livros de
assinaturas, o que não representa o universo total das pessoas que ali passaram, pois
infelizmente é grande o número de pessoas que não assinam o livro. Além do mais, as
informações que geralmente os livros solicitam (nome, idade, origem) não o suficientes o
bastante para se conhecer o público de cada museu. A dificuldade de fornecer informações
quantitativas e qualitativas mostra um grande despreparo da maioria das instituições e o não
reconhecimento da importância destas informações como instrumento de planejamento.
Os gestores dos museus reconhecem que seu blico principal são visitantes moradores de
Belo Horizonte e para eles são voltadas as suas principais ações. Assim como dito
anteriormente, as instituições não estão se preparando para o recebimento de turistas nacionais
e estrangeiros.
Os museus de Belo Horizonte estão muito bem preparados no que se refere à limpeza dos seus
ambientes, assim como possuem funcionários corteses, prestativos e bem informados. Este
aspecto é fundamental para a satisfação geral do visitante, que pode ir ao melhor, mais
moderno, mais famoso museu do mundo, porém, se não for bem tratado pelas pessoas que ali
trabalham, sairá de lá com a pior das impressões, passando muitas vezes a não recomendá-lo a
amigos e parentes.
110
4.4 Museus em foco
A escolha dos seis museus a serem trabalhados em maior profundidade, sendo neles aplicada
a pesquisa de demanda e as entrevistas com os gestores, discutidas nos próximos capítulos,
baseou-se na pesquisa com os instrumentos de promoção turística da Belotur e na escolha dos
seis principais museus da cidade para exploração turística (assim como explicitado no
capítulo 3) feita pela Presidência e a Diretoria de Projetos da Belotur em conjunto com a
pesquisadora. Esta escolha ocorreu anteriormente à finalização do Plano Horizonte, que como
se pôde ver anteriormente, difere desta escolha quando coloca o Museu de História Natural da
UFMG e o Museu Giramundo como Produtos B, ou seja, superiores na hierarquia (de acordo
com a metodologia do Plano
36
) em relação ao Museu Mineiro e ao Museu de Mineralogia
Professor Djalma Guimarães. Porém, como se pode verificar nos resultados da pesquisa de
oferta aplicada em 14 museus da cidade e apresentados neste estudo, o MM e o MMPDG
junto com o MHAB, o MAO, o MCN e o MAP se destacam positivamente dentre os critérios
avaliados, com ênfase nas condições de acessibilidade, nas instalações destinadas aos
portadores de necessidades especiais, nos equipamentos e serviços de segurança, nas
atividades regulares extras às exposições e nas peças promocionais para comercialização.
Sendo assim, o bloco de seis museus que mais diferem dos demais é exatamente composto
pelos museus identificados como de maior potencial turístico pela equipe da Belotur, o que
vai ao encontro do resultado da pesquisa de oferta
.
Cabe aqui, então, caracterizá-los em maior profundidade para que se possa conhecer melhor
os objetos de estudo da pesquisa de demanda e os museus sugeridos como sendo os de
melhores condições para compor o turismo cultural de Belo Horizonte.
Segue abaixo o mapa turístico de Belo Horizonte no sentido de localizar geograficamente os
seis museus. O mapa é produzido e distribuído gratuitamente pela Belotur. Para fins desta
pesquisa foram retiradas a legenda e a pontuação dos demais atrativos turísticos da cidade.
36
Essa metodologia de hierarquização, como se sabe, apresenta certa subjetividade.
111
FIGURA 1: Mapa turístico de Belo Horizonte destacando os seis museus
Fonte: Belotur
112
4.4.1
Museu Histórico Abílio Barreto
O Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB) é um museu público, subordinado à Fundação
Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte. Sua função é promover o
recolhimento, a preservação, a pesquisa e a divulgação do acervo histórico de Belo Horizonte.
Sua finalidade é tornar público o acesso aos bens culturais preservados, fomentando, dessa
maneira, a participação dos cidadãos na construção da memória e do conhecimento sobre a
cidade.
O MHAB foi criado em 1935 pelo jornalista e escritor Abílio Barreto quando convidado para
organizar o Arquivo Geral da Prefeitura. Ele passou a recolher documentos e objetos que
deveriam integrar o futuro museu da história da cidade e, a partir de 1941, reuniu acervos de
forma mais sistemática e em diferentes suportes, selecionados segundo duas grandes seções:
peças originárias do antigo Arraial do Curral del Rei e peças relativas à nova capital.
Paralelamente, promoveu-se a restauração do prédio escolhido para sediar o Museu: a casa da
antiga Fazenda do Leitão, remanescente arquitetônico dos arredores do Arraial do Curral del
Rei. Em 18 de fevereiro de 1943, a instituição foi finalmente inaugurada, com a denominação
de Museu Histórico de Belo Horizonte. Em 1968, recebeu a denominação atual, em
homenagem a seu idealizador e primeiro diretor.
FIGURA 2: Casarão Museu Histórico Abílio Barreto
Fonte: Arquivo Belotur
A partir de 1993, um projeto de “revitalização” do MHAB redimensionou o espaço ocupado
pelo Museu desde 1941. A história da “revitalização” do MHAB pode ser entendida como
mais uma reinvenção da Instituição que provocou um deslocamento da sua imagem de
“guardar o passadopara “viver os tempos” (lembrar o futuro). O recém-construído edifício-
sede do Museu contém os espaços físicos para o funcionamento das áreas administrativas,
113
técnica e complementar, que contribui efetivamente para a ampliação do conceito do Museu
como centro de convergência da história e da cultura. Entre estes espaços destacam-se: Atel
de Conservação, Reservas Técnicas, Sala Usiminas (arquitetura arrojada, permitindo a criação
de soluções museológicas inovadoras, numa linguagem contemporânea de exposição das
coleções), auditório Itaú (tem capacidade para 100 pessoas e espaço para portadores de
necessidades especiais), biblioteca, loja do MHAB (gerenciada pela Associação dos Amigos
do MHAB) e o Café do Museu. O acervo preservado no MHAB (objetos, acervo textual,
icnográfico, fotográfico e bibliográfico) mantém-se em constante expansão por intermédio de
sua política de acervos.
O MHAB desenvolve o Programa de Educação Patrimonial que consiste em projetos
educativos relacionados à proteção de bens culturais e à valorização de acervos sobre a
história local e a memória social de Belo Horizonte. Entre eles, destacam-se os cursos de
educação patrimonial e tratamento técnico de acervo, dinâmicas e brincadeiras com jogos
pedagógicos, intervenções teatrais realizadas por um arte-educador, apresentações de grupos
de contadores de histórias, oficinas culturais, acervo em maquete e publicações como o álbum
de figurinhas e o Almanaque MHAB.
Além disso, o Museu conta com o Programa de Difusão Cultural que tem por objetivo
oferecer, sempre gratuitamente, uma variedade de atrações culturais a públicos diversos,
reafirmando o papel do MHAB como lugar de disseminação e valorização da produção
cultural local. Entre os programas destacam-se as apresentações musicais, teatrais e circenses,
voltadas para o público infantil, e apresentações musicais voltadas para o público adulto com
artistas reconhecidos no cenário cultural da cidade e nacionalmente.
4.4.2
Museu de Artes e Ofícios
Inaugurado em dezembro de 2005, o Museu de Artes e Ofícios é uma instituição fundada a
partir da iniciativa do Instituto Cultural Flávio Gutierrez - ICFG e que pôde ser construído
a partir da doação ao patrimônio público de uma coleção de mais de 2.147 peças, dos séculos
XVIII ao XX, pela diretora do Museu, Ângela Gutierrez. Iniciada há a cerca de 50 anos, a
formação do acervo se deu pelo engenheiro Flávio Gutierrez, que em suas viagens pelo País ia
recolhendo peças ligadas a diversos ofícios. O acervo, que tenta mostrar as múltiplas
114
habilidades de homens e mulheres, foi dividido por áreas temáticas e categorias de ofícios,
sendo elas: Ofícios Ambulantes; Ofícios da Cerâmica; Ofícios da Cozinha; Ofícios da
Madeira; Ofícios da Mineração; Ofícios da Terra; Ofícios de Lapidação e Ourivesaria; Ofícios
do Comércio; Ofícios do Couro; Ofícios do Fio e do Tecido; Ofícios do Fogo; Ofícios do
Transporte; Proteção do Viajante; Jardim das Energias.
FIGURA 3: Acervo Museu de Artes e Ofícios
Fonte: www.mao.org.br
Para abrigar o Museu foi assinado um contrato de comodato entre o Instituto e a Companhia
Brasileira de Trens Urbanos, e em 2002 iniciaram-se as obras de restauração do prédio da
Praça da Estação de Belo Horizonte. O prédio é um casarão da década de 20 e sua restauração
contribuiu para o processo de revitalização de toda a região central da cidade, principalmente
da Praça da Estação, que foi totalmente recuperada pela Prefeitura de Belo Horizonte. A
Estação continua funcionando com uma linha de trem e de metrô, e as áreas próximas a
embarque e desembarque de passageiros são utilizadas também como galerias expositivas,
criando assim uma estação-museu. O projeto do museu, assinado pelo museógrafo Pierre
Catel, abrange uma área total de 9.200m
2
,
incluindo um jardim, um túnel que liga os dois
prédios da estação, áreas de conveniência, café e área para eventos.
O MAO vem utilizando a mediação de recursos tecnológicos e multimeios para tentar traduzir
uma linguagem expositiva inovadora e provocar a reflexão sobre as relações sociais de
trabalho. Além disso, o MAO vem se comunicando com a sociedade através de seminários,
palestras e projetos editoriais articulados pelo Instituto Cultural Flávio Gutierrez.
115
FIGURA 4: MAO
Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura675.asp
4.4.3
Museu de Arte da Pampulha
Em 1940, a pedido do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitscheck, Oscar
Niemeyer projeta o prédio que abriga hoje o Museu de Arte da Pampulha e demais
edificações para o Conjunto Arquitetônico da Pampulha (Igreja São Francisco de Assis, Casa
do Baile e Iate Tênis Clube). Projetado e inaugurado em 1943 para ser cassino e conhecido
como “Palácio de Cristal”, o prédio logo teve outras utilizações como local de bailes e festas,
devido à proibição do jogo no Brasil em 1946.
FIGURA 5: Museu de Arte da Pampulha I
Fonte: Arquivo Belotur
Em 1957 foi criado o Museu de Arte de Belo Horizonte, que passou por diversas alterações
116
em seu nome (Museu de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte, Museu Guignard, Museu de
Arte Moderna, Museu de Arte Contemporânea) até chegar a Museu de Arte da Pampulha. Em
junho de 1984, o prédio foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e
Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG) como reconhecimento pelo seu valor histórico. Em
2003 foi tombado definitivamente em vel municipal pelo Conselho Deliberativo do
Patrimônio Cultural (CDPC). O MAP está submetido à Fundação Municipal de Cultura,
antiga Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte. Atualmente conta com o apoio da
Associação Cultural dos Amigos do MAP (AMAP).
Por volta de 1957 ocorreram as primeiras doações de obras que compõem hoje o acervo de
arte contemporânea do Museu. Outra parte da coleção advém dos prêmios obtidos através de
Salões de Artes dos anos 60 e 70. Entre importantes obras e artistas destacam-se Guignard, Di
Cavalcanti, Mabe, Ivan Serpa, Tomie Ohtake, Franz Weissman, Amílcar de Castro, Oswald
Goeldi. O paisagismo dos jardins que circundam o prédio foi criado por Burle Marx,
trabalhando com desenhos, formas e cores com o uso de plantas da flora brasileira. Fazem
parte do acervo ainda esculturas de Augusto Zamoyski, Alfredo Ceschiatti e José Pedrosa,
especialmente criadas para o Museu.
Entre 1994 e 1996 o Museu passou por uma importante revitalização, formando uma equipe
técnica competente e necessária; documentando, organizando e restaurando parcialmente o
acervo de obras; restaurando e adequando o prédio para espaços de exposições, equipamentos
de multimídia, cafeteria e loja de suvenires. Tudo isso foi viabilizado pelo convênio firmado
entre Prefeitura de Belo Horizonte, Fundação Roberto Marinho e Banco Real.
FIGURA 6: Museu de Arte da Pampulha II
Fonte: Arquivo Belotur
117
4.4.4
Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães
O Museu de Mineralogia Djalma Guimarães foi inaugurado em 1974 a partir do acervo
cedido pelo Governo do Estado de Minas Gerais vindo da exposição de minerais chamada
Feira Permanente de Amostras, que ficava no antigo prédio no centro da cidade e que foi
demolida para a construção do atual Terminal Rodoviário de Belo Horizonte. O acervo do
Museu é constituído por amostras de minerais, rochas, gemas, minérios, fósseis e meteoritos,
encontrados em Minas Gerais e em várias outras regiões do País e do mundo.
O Museu funcionou durante 18 anos em um edifício do centro da cidade (atual Centro
Cultural de Belo Horizonte) construído entre 1910-1914 para abrigar o Conselho Deliberativo
da Capital. A partir de um convênio entre a Secretária Municipal de Cultura de Belo
Horizonte (atual Fundação Municipal de Cultura), Secretaria Estadual de Minas e Energia e a
Companhia Mineradora de Minas Gerais, o Museu passou a ocupar um prédio construído na
Praça da Liberdade, carinhosamente chamado pela população de “Rainha da Sucata”, devido
a suas características pós-modernas e da sua composição com vários materiais, entre chapas
de aço, vidros, placas de quartzito, ardósia, pedra sabão e azulejos. O prédio, que
inicialmente foi construído para ser o Centro de Apoio Turístico Tancredo Neves, foi aos
poucos sendo, na sua totalidade, ocupado pelo acervo do Museu, pelas exposições e pelas
demandas administrativas.
FIGURA 7: Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães
Fonte: Arquivo Belotur
118
4.4.5
Museu de Ciências Naturais da PUC Minas
O Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais é uma
instituição que apresenta, entre outros objetivos, o desenvolvimento científico e a exibição de
exposições educacionais com o foco principal na evolução da vida na Terra. O Museu foi
inaugurado em julho de 1983, em um espaço pequeno e ainda restrito à comunidade
científica. A demanda por um espaço bem maior para agregar o acervo recolhido e a
necessidade de compartilhá-lo com a comunidade em geral geraram a busca de parcerias e a
construção e implantação do museu em uma área de 4.500 m2, onde funciona atualmente.
Esse espaço foi aberto ao público em agosto 2002. Além das áreas destinadas à exposição
pública, o Museu apresenta salas de coleções científicas (Paleontologia, Herpetologia,
Ornitologia, Mastozoologia, Entomologia e Botânica), o setor de educação, a reserva técnica e
o setor administrativo.
FIGURA 8: Ossada de dinossauro no Museu de Ciências Naturais
Fonte: Arquivo Museu de Ciências Naturais
O MCN abriga um dos mais significativos acervos paleontológicos da América do Sul. Sua
coleção de paleontologia (fósseis de animais e plantas) conta com mais de 62.000 peças
originais que compreendem vegetais, peixes, dinossauros e invertebrados que datam de
milhões de anos atrás, incluindo espécies inéditas como tatus e preguiças gigantes extintos
cerca de 11.000 anos, além de 1.310 réplicas de outros fósseis. Cerca de 90% da coleção de
paleontologia correspondem a peças originais de mamíferos do Pleistoceno, época do tempo
geológico da Terra que vai de dois milhões a 11 mil anos atrás. O seu acervo neontológico
(espécies atuais) conta com cerca de 10.000 exemplares. Baseado neste acervo foi possível
119
elaborar teses de doutorado, dissertações de mestrado, projetos de iniciação e aperfeiçoamento
científicos, além de trabalhos divulgados em publicações e encontros científicos.
FIGURA 9: Acervo Museu de Ciências Naturais
Fonte: Arquivo Museu de Ciências Naturais
Além da preservação do patrimônio e do desenvolvimento de pesquisas científicas, o espaço
do Museu é um ambiente de difusão do conhecimento e debate de idéias que pretende
estimular todos os sentidos do visitante. Nesse sentido, o setor de educação atua com uma
equipe multidisciplinar de monitores, oferecendo várias atividades: visita orientada para
professores, visita orientada para grupos escolares, além de jogos, oficinas e trilhas
interpretativas oferecidas para os visitantes espontâneos e escolas.
4.4.6
Museu Mineiro
Inaugurado em maio de 1982
37
, o Museu Mineiro é uma instituição idealizada desde 1895,
quando foi criado o Arquivo Público Mineiro. Juridicamente consolidado em 1910, o Museu
era vinculado ao IEPHA/MG, sendo assim desvinculado do Arquivo Público. Em 1982, o
Museu passou a ocupar o prédio do antigo Senado Mineiro, que foi restaurado e adaptado à
nova função. Em abril de 1984, com a implantação da Secretaria de Estado da Cultura e da
Superintendência de Museus, o Museu, conseqüentemente, desligou-se do IEPHA para
compor a estrutura administrativa da Secretaria.
37
Informações retiradas do livro publicado pelo Museu Mineiro:
SECRETARIA de Estado da Cultura. Colecionismo Mineiro. Belo Horizonte, 2002
120
FIGURA 10: Fachada do Museu Mineiro
Fonte: http://www.cultura.mg.gov.br/?task=interna&sec=3&cat=45&con=377
O prédio que acolhe o Museu é remanescente arquitetônico do final do século XIX,
documentando a arquitetura que marcou oficialmente a fase inicial da cidade de Belo
Horizonte, resultando modelos, conceitos e valores estilísticos e culturais, particularmente
aqueles associados à mentalidade da elite política republicana que caracterizou o projeto da
transferência da capital de Minas. O prédio faz parte do entorno do centro administrativo do
Estado, na Praça da Liberdade, que tem um pouco de cada estilo arquitetônico que marca a
história da cidade. A atual feição arquitetônica do Museu Mineiro resulta de incorporações de
anexos e de sucessivas alterações internas e externas, desde a época em que a edificação era
sede do Senado Mineiro e depois da Pagadoria-Geral do Estado. Em 1978, o prédio foi
tombado pelo IEPHA/MG.
Nos últimos anos, as intervenções pontuais ocorridas no prédio voltaram-se para dotar a
instituição de espaços e equipamentos técnicos essenciais à natureza e às funções de um
museu.
O acervo do museu é formado por objetos que documentam, material e simbolicamente,
momentos distintos do processo de formação da cultura mineira. Ele começou a ser
constituído em 1895, quando a Lei de criação do Arquivo Público Mineiro determinou o
recolhimento de objetos que tivessem expressão histórica e artística, os quais foram, depois de
anos, transferidos para o Museu Mineiro. O acervo é atualmente dividido nas seguintes
categorias: Achados Arqueológicos; Armaria; Arte Sacra; Castigo e Penitência;
Comunicação; Equipamentos Domésticos; Escultura; Fragmentos de Construção; História
Natural; Insígnias; Mobiliário; Objetos Cerimoniais; Objetos Pecuniários; Objetos Pessoais;
Pinacoteca e Trabalho.
121
O Museu passou por um recente (1999-2002) processo de revitalização que tem como ponto
de partida o entendimento da própria identidade da instituição, e que entende seu público
como sujeito e agente da História. A revitalização apresentou-se como um conjunto de
projetos voltados a tornar o Museu com vocação para centro cultural através de três princípios
museológicos: a preservação, a pesquisa e a comunicação. Entre as ações que constituem
concretamente esse processo estão, entre outras, a ampliação e a montagem de reserva técnica
e sistema de climatização, a restauração de pinturas do forro do prédio, a utilização de uma
nova metodologia de processamento técnico, a edição do Caderno de Diretrizes Museológicas
1, o início do Cadastramento dos Museus do Estado e o projeto de Extensão Cultural.
122
5 AVALIAÇÃO DOS MUSEUS NA PERCEPÇÃO DOS VISITANTES
5.1 Pesquisa de Demanda
A seguir são descritos os resultados da pesquisa de demanda realizada nos seis museus
tratados em maior profundidade nesse estudo, ou seja, o MHAB, o MM, o MAP, o MCN, o
MMPDG e o MAO. Em cada museu foram pesquisados 100 visitantes espontâneos (ver
capítulo 3), sendo eles turistas ou moradores de Belo Horizonte e Região Metropolitana. A
pesquisa aconteceu entre os meses de abril e junho de 2007 através da aplicação de
questionário (ver APÊNDICE B) aos visitantes.
5.1.1
Perfil
No sentido de conhecer o perfil dos visitantes dos seis museus foram feitas perguntas relativas
a sexo, faixa etária, escolaridade, renda familiar mensal e estado civil dos visitantes.
5.1.1.1 Sexo
A tabela 25 abaixo informa a distribuição por sexo dos visitantes dos museus. No total, 52,8%
são do sexo feminino e 47,2 %, do sexo masculino. Esse índice tem relação com a maior
proporção de mulheres tanto na população brasileira quanto em Belo Horizonte, onde de
acordo com o censo do IBGE (2000) a proporção é de 53,4 % mulheres e 46,6% homens.
123
TABELA 25
Visitantes por gênero nos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Sexo
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Feminino 64 36 41 60 55 61
317 52,8
Masculino 36 64 59 40 45 39
283 47,2
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
5.1.1.2 Faixa etária
A idade dos visitantes é bastante variável, havendo uma concentração entre 26 e 35 anos
(29,8%) e 16 e 25 anos (27,7%), o que indica uma visitação significativa de blico jovem. A
outra faixa de maior freqüência foi a de 36 a 45 anos (21,3%) (ver TAB.26). Apenas oito
visitantes têm idade superior a 65 anos, e seis deles visitaram o MAO. O MM e o MMPDG
são os museus com maior visitação de jovens de 16 a 25 anos. Menores de 16 anos não
participaram da pesquisa.
Esses dados são particularmente interessantes, pois demonstram que os museus são atraentes
ao público jovem, que é um público cada dia mais exigente. Esse fato se dá, provavelmente,
pelas diversificadas programações que esses museus vêm oferecendo à cidade.
TABELA 26
Distribuição percentual dos visitantes por faixa etária nos museus de
Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Faixa etária
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
16 a 25 anos 26 31 31 25 22 31
166 27,7
26 a 35 anos 16 28 29 30 33 43
179 29,8
36 a 45 anos 24 17 22 23 22 20
128 21,3
46 a 55 anos 17 18 10 14 20 6
85 14,2
56 a 65 anos 11 6 7 7 3 0
34 5,7
Acima de 65
anos
6 0 1 1 0 0
8 1,3
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
124
MCN
MAP
MHAB
MM
MMPDG
MAO
100806040200
%
Acima de 65 anos
56 a 65 anos
46 a 55 anos
36 a 45 anos
26 a 35 anos
16 a 25 anos
GRÁFICO 19: Distribuição percentual dos visitantes por faixa etária nos museus de Belo Horizonte abril -
junho 2007
Fonte: Dados da pesquisa
5.1.1.3 Escolaridade
A escolaridade dos visitantes dos museus é bastante alta tendo em vista os dados da tabela 27.
53,3% dos respondentes têm curso superior e 29,7%, s-graduação, ou seja, possuem mais
de 11 anos de estudo. Apenas 1,7% possuem Ensino Fundamental e 15%, Ensino Médio.
Nenhum visitante respondeu a opção sem instrução escolar. O MAP, o MM e o MAO foram
os que tiveram o menor número de visitantes com baixo índice de escolaridade - 13% cada na
soma do Ensino Médio e Fundamental.
125
TABELA 27
Distribuição percentual dos visitantes por grau de
escolaridade nos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Escolaridade
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Ensino Fundamental 0 2 2 4 2 0
10 1,7
Ensino Médio 13 24 11 17 11 14
90 15,0
Superior 59 52 58 41 53 57
320 53,3
Pós-graduação 28 21 29 38 34 28
178 29,7
Não respondeu 0 1 0 0 0 1
2 0,3
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Nota: A opção Sem Instrução Escolar não foi citada
Fonte: Dados da pesquisa
5.1.1.4 Renda familiar mensal
Com relação à renda familiar mensal dos visitantes dos museus, como mostra a tabela 28,
pode-se dizer que, assim como a escolaridade, a renda familiar é relativamente alta. A maior
recorrência de respostas foi da opção de R$ 2.001,00 a R$ 4.000,00 com 20,7%. Os outros
intervalos de valores como R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00, R$ 4.001,00 a R$ 6.000,00 e acima de
R$ 6.001,00 variaram muito pouco ficando com 18,5%, 16,7% e 16,7%, respectivamente.
11,2% dos visitantes não responderam a esta questão. O MHAB e o MAP foram os museus
com maior índice de respostas das maiores rendas, de R$ 4.001,00
a R$ 6.000,00 e acima de
R$ 6.001. O MMPDG e o MM apresentaram com maiores índices de respostas de menores
rendas – até R$ 350,00, R$ 351,00 a R$ 500,00 e R$ 501,00 a R$ 1.000,00.
O alto índice de visitantes de nível superior e de pós-graduação e o perfil de renda dos
visitantes sugerem que os museus ainda são espaços relativamente elitizados.
126
TABELA 28
Distribuição percentual dos visitantes por renda familiar mensal nos museus de
Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Renda
MA
O
MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Até 350 reais 0 2 2 3 2 3
12 2,0
351 a 500 reais 5 4 3 2 3 4
21 3,5
501 a 1.000 reais 14 15 13 7 6 10
65 10,8
1.001 a 2.000 reais 17 19 12 13 24 26
111 18,5
2.001 a 4.000 reais 24 16 23 21 19 21
124 20,7
4.001 a 6.000 reais 13 14 12 18 23 20
100 16,7
Acima de 6.001 reais 21 19 18 19 13 10
100 16,7
Não respondeu 6 11 17 17 10 6
67 11,2
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
5.1.1.5 Estado civil
Em termos do estado civil dos visitantes dos museus, a grande maioria (52,2%) é de solteiros
e casados/união estável (38,5%) (ver TAB. 29).
TABELA 29
Distribuição percentual dos visitantes por estado civil nos museus
de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Estado civil
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Solteiro(a) 47 51 57 46 55 57
313 52,2
Casado (a) /
União estável
41 40 36 43 32 39
231 38,5
Viúvo (a) 0 2 1 2 2 0
7 1,2
Separado(a) /
Divorciado(a)
10 5 5 8 9 4
41 6,8
Outro 1 1 1 1 2 0
6 1,0
Não respondeu 1 1 0 0 0 0
2 0,3
Total 100 100 100 100 100 100 600 100
Fonte: Dados da pesquisa
127
5.1.2
Visitantes
Ainda sobre os visitantes, foram feitas duas perguntas. A primeira se referia a sua origem e a
outra pedia ao visitante, se turista na cidade de Belo Horizonte, que respondesse qual era o
motivo da viagem.
5.1.2.1 Procedência
A expressiva maioria dos visitantes dos museus é de moradores locais, ou seja, 62,7% de Belo
Horizonte e 8,3% da Região Metropolitana
38
. Os demais visitantes são principalmente (6,7%)
regionais, ou seja, de Minas Gerais (ver TAB. 30). Os turistas de outros estados são
principalmente do Rio de Janeiro (4,7%), São Paulo (3%), Pernambuco (2%) e Espírito Santo
(1,7%)
39
. Somaram 20 os estados citados pelos turistas dos museus (ver TAB. 31).
O Museu Mineiro foi o que mais recebeu turistas com 41 dos seus visitantes pesquisados,
seguido do Museu de Artes e Ofícios, com 34, do Museu de Mineralogia Professor Djalma
Guimarães com 33, e do Museu de Arte da Pampulha, com 31. o Museu de Ciências
Naturais e o Museu Histórico Abílio Barreto tiveram 21 e 16 turistas, respectivamente. Os
turistas totalizam 39,3% do total dos 600 visitantes pesquisados nos museus. Observa-se que
são considerados turistas nesta pesquisa todos aqueles visitantes que declaram não ser de Belo
Horizonte ou da Região Metropolitana.
38
A Região Metropolitana de Belo Horizonte é composta pelas cidades: Baldim, Jabuticatubas, Matozinhos,
Capim Branco, Pedro Leopoldo, Confins, Lagoa Santa, Taquaraçu de Minas, Nova União, São José da Lapa,
Esmeraldas, São José da Lapa, Vespasiano, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Sabará, Florestal, Betim, Caeté,
Raposos, Nova Lima Rio Acima, Brumadinho, Ibirité, Sarzedo, Contagem, Mario Campos, Juatuba, Matheus
Leme, Igarapé, São Joaquim de Bicas, Rio Manso e Itaguara.
39
É curioso observar que, de acordo com a pesquisa realizada para o Plano Horizonte (Gauss apud BELOTUR,
2007), os três principais estados emissores de turistas a Belo Horizonte, fora Minas Gerais (que é o principal),
são São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro (nesta ordem).
128
TABELA 30
Distribuição percentual dos visitantes por local de residência nos
museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Origem por região
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Belo Horizonte 61 60 55 77 62 61
376 62,7
Região Metropolitana 5 7 4 7 7 18
48 8,0
Interior de Minas
Gerais
4 5 6 4 3 19
41 6,8
Outros estados 25 20 29 11 25 2
112 18,7
Outros países 5 8 6 1 3 0
23 3,8
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
TABELA 31
Distribuição percentual dos visitantes por local de residência, por estado da federação
e outros países nos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
AL 0 0 1 0 0 0
1 0,2
AM 1 0 0 0 0 0
1 0,2
BA 1 1 2 0 1 0
5 0,8
CE 0 1 0 1 0 0
2 0,3
DF 3 1 0 0 2 0
6 1,0
ES 2 1 2 1 3 1
10 1,7
GO 0 0 0 0 0 1
1 0,2
MA 0 1 0 0 0 0
1 0,2
MG 70 72 65 88 72 98
465 77,5
MS 0 0 1 0 0 0
1 0,2
OP* 5 8 6 1 3 0
23 3,8
PA 0 1 0 0 0 0
1 0,2
PB 0 1 0 1 1 0
3 0,5
PE 1 1 5 4 1 0
12 2,0
PR 0 0 2 0 1 0
3 0,5
RJ 7 5 9 1 6 0
28 4,7
RN 0 0 2 0 1 0
3 0,5
RO 0 0 1 0 0 0
1 0,2
RS 1 0 2 2 3 0
8 1,3
SC 4 3 0 0 0 0
7 1,2
SP 5 4 2 1 6 0
18 3,0
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
* Outros Países
Fonte: Dados da pesquisa
129
5.1.2.2 Motivo de viagem
Dos 600 visitantes dos museus, 176 são considerados turistas e todos eles responderam à
pergunta que procurou compreender o motivo da viagem a Belo Horizonte. 36,9% vieram à
cidade por motivo de fazer turismo/lazer e 28,4% para visitar familiares/amigos. O restante
deles se dividiu entre negócios, congressos e eventos (22,1%) e tratamento de saúde (1,1%).
A opção “outros” teve 6,8% e entre esses motivos foi citada principalmente a
pesquisa/estudo
40
. O resultado desta questão é positivo, pois, apesar do número reduzido de
turistas pesquisados, a principal motivação é o turismo/lazer, o que confirma o potencial da
cidade de atrair turistas para passear pela cidade. Sendo assim, os museus da cidade fazem
importante parte do “leque” de opções de locais para serem visitados, para conhecer a história
da cidade e de sua população, para se divertir e comprar suvenires.
TABELA 32
Distribuição percentual de visitantes não residentes de Belo Horizonte e Região
Metropolitana, por motivo de viagem, por museu da cidade – abril-junho 2007
Museus
Motivo da viagem
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Turismo/lazer 13 15 18 5 10 4
65 36,9
Negócios, congressos e
eventos
1 4 11 5 10 8
39 22,2
Visitas a
familiares/amigos
16 5 11 5 7 6
50 28,4
Tratamento de saúde 1 0 0 1 0 0
2 1,1
Outros 3 1 1 0 4 3
12 6,8
Não respondeu 0 8 0 0 0 0
8 4,5
Total 34 33 41 16 31 21 176 100,0
Nota: A opção Compras não foi citada
Fonte: Dados da pesquisa
40
É importante informar que o resultado da presente pesquisa é muito próximo do resultado da pesquisa
apresentada no Plano Horizonte (BELOTUR, 2007), que tem como a principal motivação da viagem a Belo
Horizonte: turismo/lazer (37%), visitar amigos/parente (28%), negócios (10%), eventos/congresso (9%),
estudo/pesquisa (7%), compras (7%), saúde (4%) e religião (2%).
130
5.1.3
Acesso ao museu
5.1.3.1 Forma de conhecimento
No que tange à forma como os visitantes ficaram sabendo da existência dos museus, podendo
marcar mais de uma opção a esta pergunta, observa-se que, entre as opções, duas respostas se
destacaram. 35,1% dos visitantes marcaram que foi por recomendação de
amigos/professores/familiares e 24% dos visitantes marcaram que foi ao passar em frente ao
Museu. Demais opções tiveram menos de 10% das respostas dos visitantes. O guia turístico
ficou com apenas 7,5% das respostas, ou seja, 57 pessoas. Em uma análise mais profunda da
procedência dos que responderam a opção guia de turismo, verificou-se que entre eles 25
eram de outros estados do País, 17 de Belo Horizonte, nove de outros países, quatro da região
metropolitana e dois do interior de Minas Gerais. O fato de os belo-horizontinos também
utilizarem o guia turístico para tomar conhecimento dos museus se deve, provavelmente, ao
fato de que o guia turístico de Belo Horizonte é distribuído pela Belotur gratuitamente em
pontos de fácil acesso na cidade, como shopping, a estação Rodoviária, Parque Municipal e
Mercado Central.
O MMPDG e o MM foram os museus em que os visitantes mais citaram o guia turístico (13
pessoas cada). O MMPDG foi o museu em que mais de 50% de seus visitantes responderam
que tomaram conhecimento ao passarem em frente ao Museu. A opção “televisão foi a
segunda maior freqüência entre as respostas dos visitantes do MCN, e a do MAO foi a opção
“jornais e revistas”. O Museu que teve maior freqüência de respostas “internet” foi o MHAB,
apesar de ele não ter
site
próprio, como o MAO, por exemplo.
131
TABELA 33
Forma de conhecimento dos visitantes sobre os museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Passando em frente
ao Museu
20 51 43 28 26 13
181 24,0
Visitando outros museus
2 2 5 1 7 2
19 2,5
Televisão
19 1 2 7 10 14
53 7,0
Rádio
5 0 0 2 1 3
11 1,5
Panfletos, cartazes, outdoors
3 4 6 3 5 3
24 3,2
Jornais e revistas
22 3 3 13 3 8
52 6,9
Guia turístico
8 13 13 6 12 5
57 7,5
Recomendação
*
54 30 34 47 28 72
265 35,1
Pela sinalização de rua
0 3 2 2 3 4
14 1,9
Internet
5 2 3 6 3 4
23 3,0
Outra fonte
2 2 8 9 17 4
42 5,6
Não sabe / não respondeu
1 2 1 5 3 2
14 1,9
Total**
141 113 120 129 118 134 755 100
* Recomendação de amigos/professores/familiares
** Total de respostas dos 600 visitantes pesquisados
Fonte: Dados da pesquisa
5.1.3.2 Meio de transporte
O meio de transporte utilizado com maior freqüência para acesso aos museus foi o automóvel
próprio (51,2%) (ver GRAF. 20). O segundo meio de acesso foi a pé, com 26,5%, e o terceiro,
de ônibus, com 16,5%. O metrô foi utilizado por poucos (1,8%) visitantes. Esse fato se dá,
pois apenas dois museus, o MAO e o MCN, estão próximos a estações de metrô. Entre esses
dois museus o acesso de metrô ao MAO foi maior. Observa-se que o MAO é o museu que
está no prédio da própria estação de metrô, que também é a estação central de Belo Horizonte.
O MMPDG e o MM são os museus que tiveram a maior freqüência de visitantes a e a
menor de automóvel. Isso se dá, provavelmente, por estarem localizados na Praça da
Liberdade e na Avenida João Pinheiro, que são locais de fácil acesso, relativamente seguros e
de grande circulação de pessoas. Além disso, um grande fluxo de carros na região, o que
não facilita o acesso a estacionamento. O MAP é o museu que teve a maior freqüência (85
pessoas) de visitantes indo de carro (automóvel próprio e táxi) (ver TAB. 34). Isso se dá,
provavelmente, pelo fato de a região da Pampulha ser muito extensa e estar longe do centro da
132
cidade. Além disso, não há transporte coletivo urbano que circula na orla da Lagoa da
Pampulha, e os pontos de ônibus de avenidas adjacentes não são próximos ao MAP.
TABELA 34
Meio de transporte de acesso usado pelos visitantes dos museus
de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Automóvel 49 33 25 73 80 47
307 51,2
Táxi 8 2 6 1 5 2
24 4,0
Metrô 7 0 0 0 0 4
11 1,8
Ônibus 18 17 13 7 9 35
99 16,5
A pé 18 48 56 19 6 12
159 26,5
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Nota: A opção Trem não foi citada
Fonte: Dados da pesquisa
MCN
MAP
MHAB
MM
MMPDG
MAO
100806040200
%
A pé
Ônibus
Metrô
Taxi
Automovél
GRÁFICO 20: Meio de transporte de acesso usado pelos visitantes dos museus de Belo Horizonte abril-junho
2007
Fonte: Dados da pesquisa
133
5.1.3.3 Tipo de companhia
No que se refere a com quem os visitantes estão fazendo o passeio no Museu, a grande
maioria, ou seja, 68%, respondeu ser com amigos e/ou parentes. Em seguida, de acordo com
a tabela 35 abaixo, 19,3% dos visitantes estavam sozinhos e 12,2% foram com grupos.
A presente pesquisa abordou visitantes espontâneos e turistas (em grupos ou não), ou seja,
visitantes que não chegaram aos museus com visita agendada, e turistas, independente de
agendamento. Aqueles visitantes que responderam estar em grupos, nessa questão, se assim
estiveram, não foram grupos agendados. O agendamento de grupos nos museus é,
principalmente, feito por grupos escolares do Ensino Médio e do Ensino Fundamental. Apesar
disso, há, mesmo em pequena quantidade, grupos de religiosos, grupos de estudo, grupos de
terceira idade e/ou grupos de pessoas com necessidades especiais, entre outros, que visitam os
museus. Não foi possível abordar todos os membros desses grupos, quando não agendados,
devido à logística de preenchimento dos questionários em local confortável nos museus e
devido à falta de tempo desses membros. Portanto, é possível que os dados do número de
visitantes espontâneos em grupos desses museus possam estar sub-representados no período
de coleta de dados.
O MHAB foi o museu que mais teve visitantes com amigos e/ou parentes, num total de 87
pessoas. Logo em seguida, com 79 pessoas cada, foram o MAO e MAP (ver TAB. 35). O
MMPDG foi o museu que teve melhor distribuídos seus visitantes entre as opções sozinho (42
pessoas) e amigos e/ou parentes (47 pessoas). O MCN foi o que teve maior número de
visitantes em grupos. Isso se dá, provavelmente, pelo fato de o MCN ser um museu de
ciências, que tem uma maior visitação de crianças e estudantes, e esse público geralmente está
em grupos ou em família.
134
TABELA 35
Tipo de companhia dos visitantes nos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Sozinho 14 42 23 11 14 12
116 19,3
Com grupo 7 9 11 2 6 38
73 12,2
Com amigos e/
ou parentes
79 47 66 87 79 50
408 68,0
Outros 0 2 0 0 1 0
3 0,5
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
MCN
MAP
MHAB
MM
MMPDG
MAO
100806040200
%
Outros
Com amigos e/ou
parentes
Com grupo
Sozinho
GRÁFICO 21: Tipo de companhia dos visitantes nos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Fonte: Dados da pesquisa
135
5.1.3.4 Dificuldade
A principal dificuldade para a visita aos museus, podendo os visitantes nesta questão optar por
mais de uma resposta, de acordo com a tabela 36 abaixo, foi a falta de divulgação/informação,
com 44,6% das respostas. As demais opções mais citadas foram o acesso/transporte (13,2%) e
o estacionamento (11,6%). O custo da visita foi a opção que menos (2,5%) recebeu respostas.
O MAO se destaca como o Museu que recebeu maior freqüência de respostas (26) com a
opção “estacionamentoe o que menos recebeu a resposta “falta de divulgação” (51). Além
disso, 22 dos 43 visitantes que responderam a opção “violência urbana” estavam se referindo
ao MAO. Os museus que mais receberam respostas com a opção “falta de
divulgação/informação” foram o MM, o MAP e o MCN. O MAP também se destacou como o
museu que teve maior freqüência (37) de respostas com a opção “acesso/transporte” e a
menor (4) com a opção “estacionamento”. O MCN foi o museu que mais recebeu resposta
com a opção dias e horários de visitação, o que provavelmente se dá pelo fato de ser o único
entre os seis que fecha aos domingos.
TABELA 36
Opinião dos visitantes quanto aos fatores que dificultam a visita aos Museus de Belo
Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Fatores
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Acesso / transporte
14 14 5 11 37 23
104 13,2
Custo do ingresso
6 3 2 1 3 7
22 2,8
Custos da visita
4 1 2 4 1 8
20 2,5
Dias e horários de
funcionamento
6 6 3 7 1 12
35 4,4
Estacionamento
26 20 13 13 4 16
92 11,6
Falta de divulgação/
informação
51 55 64 56 63 63
352 44,6
Violência urbana
22 2 3 6 8 2
43 5,4
Outro fator
4 3 2 4 3 5
21 2,7
Não sei
14 19 25 21 14 8
101 12,8
Total* 147 123 119 123 134 144 790 100,0
* Total de respostas dos 600 visitantes pesquisados
Fonte: Dados da pesquisa
136
5.1.4
Motivo da visita
No que concerne aos principais motivos da visita aos museus, podendo os visitantes nesta
questão optar por mais de uma resposta, as maiores ocorrências de respostas foram: conhecer
o Museu (21,6%), curiosidade pelo acervo (18,6%), alargar horizontes/conhecer coisas novas
(11,6%) e conhecer um atrativo da cidade (10,7%). Essa última opção citada, apesar da baixa
incidência, evidencia o reconhecimento por parte dos visitantes dos museus como atrativos
turísticos.
TABELA 37
Motivo da visita dos visitantes aos Museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Motivo da Visita
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Curiosidade pelo acervo 67 56 54 44 50 63
334 18,6
Utilizar a infra-estrutura /
serviços do Museu
1 5 3 6 2 0
17 0,9
Conhecer o Museu 81 54 71 63 42 76
387 21,6
Conhecer um atrativo
turístico da cidade
41 34 30 31 30 25
191 10,7
Rever ou complementar
uma visita anterior
6 8 7 15 13 11
60 3,3
Pesquisar /
estudar algum tema.
15 12 10 11 8 21
77 4,3
Interesse pelos assuntos
das exposições
26 24 12 18 26 30
136 7,6
Participar de atividades
específicas
4 4 7 29 7 9
60 3,3
Acompanhar parentes /
amigos
18 11 7 14 12 11
73 4,1
Alargar horizontes /
conhecer coisas novas
43 34 28 27 28 48
208 11,6
Divertir-se 25 15 22 31 28 27
148 8,3
Entrada gratuita /
baixo valor do ingresso
9 19 5 18 15 4
70 3,9
Outro motivo 5 3 8 3 5 6
30 1,7
Não sei 0 1 0 0 1 0
2 0,1
Total* 341 280 264 310 267 331 1.793 100
* Total de respostas dos 600 visitantes pesquisados
Fonte: Dados da pesquisa
137
5.1.5
Acervo
No sentido de conhecer a avaliação que os visitantes fazem do acervo como um todo, foram
feitas cinco perguntas sobre esse tema. Em primeiro lugar, perguntou-se como o visitante
avalia o acervo do Museu e como ele avalia o estado de conservação desse acervo, podendo o
visitante nessas duas questões escrever a razão de suas avaliações (pergunta aberta). Em
segundo lugar, procurou-se saber o grau de interesse dos visitantes pelo acervo. Em terceiro
lugar foram feitas duas perguntas que procuravam saber a avaliação da disposição das peças e
dos textos, e se as informações de placas, textos, painéis e legendas eram esclarecedoras.
5.1.5.1 Avaliação
A avaliação que os visitantes fizeram do acervo dos museus foi muito positiva, pois 49,7%
avaliaram como ótimo e 35,3% em bom, o que soma 85% das respostas (ver TAB. 38). 9,2%
dos visitantes avaliaram o acervo como regular e apenas 1,2% avaliaram como ruim. A
maioria dos visitantes que responderam regular e ruim foi do MAP e, de acordo com as
respostas abertas, esse fato se pela pouca quantidade de acervo exposto. O MAO foi o
museu que teve a melhor avaliação, pois 100% das respostas foram positivas. A avaliação do
MCN também foi muito boa, somando 95%.
Tendo em vista que nesta pergunta os visitantes tiveram a oportunidade de justificar a razão
das suas escolhas, pode-se dizer que os visitantes, em geral, avaliaram o acervo devido a:
MAP - Alguns visitantes justificaram suas escolhas negativamente devido ao acervo do
Museu ser pequeno e pouco representativo
MM - A maioria das pessoas, mesmo tendo avaliado bem o acervo, colocou críticas com
relação ao número reduzido de peças expostas e a não representatividade da cultura mineira
como um todo.
MAO - A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido à grande variedade, ao valor
histórico e também ao uso de mídias interativas de comunicação.
MCN - A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido à grande diversidade do
acervo.
138
MMPDG - A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido à grande variedade do
acervo.
MHAB - A maioria dos visitantes justificou suas escolhas positivamente por achar que o
acervo representa bem o que é e era Belo Horizonte, porém observam que poderia haver mais
objetos expostos. Alguns comentários positivos foram feitos com relação às peças expostas no
jardim.
TABELA 38
Avaliação dos visitantes quanto ao acervo dos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Avaliação
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Ótimo 84 56 31 41 22 64
298 49,7
Bom 16 33 50 45 37 31
212 35,3
Regular 0 5 15 10 23 2
55 9,2
Ruim 0 1 1 1 4 0
7 1,2
Não respondeu 0 5 3 3 14 3
28 4,7
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Nota: A opção Péssimo não foi citada
Fonte: Dados da pesquisa
MCN
MAP
MHAB
MM
MMPDG
MAO
100806040200
%
Não respondeu
Ruim
Regular
Bom
Ótimo
GRÁFICO 22: Avaliação dos visitantes quanto ao acervo dos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Fonte: Dados da pesquisa
139
5.1.5.2 Estado de conservação
O estado de conservação do acervo dos museus foi também muito bem avaliado, ficando no
todo com 59,7% de resposta “ótimo” e 33,5% de “bom”. 3,8% dos visitantes responderam
“regular” e apenas 0,5% responderam “ruim”. Dois visitantes responderam “péssimo” a esta
questão e ambos estavam se referindo ao estado de conservação do acervo do MAP. De
acordo com a tabela 39, pode-se verificar também que a melhor distribuição de freqüência de
respostas entre as opções foi a do MAP, e com relação ao qual foi também o menor mero
de visitantes que responderam “ótimo”. O MAO e o MHAB foram os melhores avaliados,
somando cada um 99 avaliações de “ótimo” e “bom”.
Tendo em vista que nesta pergunta os visitantes tiveram a oportunidade de justificar a razão
das suas escolhas, pode-se dizer que os visitantes, em geral, avaliaram positivamente o estado
de conservação do acervo devido a:
MAP - Alguns visitantes justificaram suas escolhas devido à limpeza do ambiente das
exposições, porém muitos visitantes acharam que o que viram não era o acervo do Museu, e
sim apenas uma exposição temporária de “não acervo”. Portanto, muitas respostas sobre o
estado de conservação avaliaram os espaços físicos do Museu, como o jardim e os banheiros.
Mais de quatro visitantes falaram sobre o péssimo estado de conservação do piso do Museu.
Outros falaram do mau tratamento dado aos jardins do Burle Marx. Um visitante declarou:
“tem um furo de cupim na pintura do Mário Silésio”.
MM A maioria dos visitantes justificou positivamente suas escolhas devido ao fato de as
peças serem muito antigas e estarem em bom estado de conservação. Alguns visitantes
citaram negativamente o estado de conservação do teto.
MAO – A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido à limpeza e ao tratamento de
conservação que aparentemente é dado ao acervo.
MCN A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido à limpeza, apesar de um
visitante ter respondido “regular” devido à poeira presente no local.
MMPDG A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido à boa organização, ao
cuidado e à limpeza do acervo. Um visitante respondeu “regular”, pois achou que todos os
itens deveriam ser mantidos protegidos em “caixas”
41
.
41
O comentário não é pertinente, pois o Museu tem parte do seu acervo não protegido por acrílico ou em vitrines
exatamente para integração com os visitantes e para acesso de pessoas com deficiência visual.
140
MHAB – A maioria dos visitantes justificou suas opções devido à boa organização, ao
cuidado e limpeza do acervo.
TABELA 39
Avaliação dos visitantes quanto ao estado de conservação do acervo dos museus de Belo
Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Avaliação
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Ótimo 85 61 47 71 29 65
358 59,7
Bom 14 34 44 28 48 33
201 33,5
Regular 0 4 5 1 12 1
23 3,8
Ruim 0 0 1 0 2 0
3 0,5
Péssimo 0 0 0 0 2 0
2 0,3
Não respondeu 1 1 3 0 7 1
13 2,2
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
MCN
MAP
MHAB
MM
MMPDG
MAO
100806040200
%
Não respondeu
Péssimo
Ruim
Regular
Bom
Ótimo
GRÁFICO 23: Avaliação dos visitantes quanto ao estado de conservação do acervo dos museus de Belo
Horizonte – abril-junho 2007
Fonte: Dados da pesquisa
141
5.1.5.3 Interesse
Além de saber a avaliação do acervo e de seu estado de conservação, foi perguntado ao
visitante se o acervo que ele havia acabado de entrar em contato lhe despertava interesse. A
opção “interesse” foi a mais avaliada com 50% das respostas. Depois, com 43%, ficou a
melhor avaliação, a opção “muito interesse”.
De acordo com a tabela 40, onze visitantes do MAP responderam “pouco interesse”, ou seja,
quase a metade de todas as freqüências de respostas a esta opção. No MM foram seis
visitantes que têm pouco interesse pelo acervo. Três visitantes do MAP têm “nenhum
interesse” pelo acervo do museu, o que representa 75% dos visitantes que responderam esta
opção em todos os museus. O MAO e o MCN foram os únicos museus em que a freqüência
da opção “muito interesse” foi maior que a freqüência da opção “interesse”.
TABELA 40
Interesse dos visitantes pelo acervo dos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Muito interesse 63 42 31 42 25 55
258 43,0
Interesse 35 53 63 53 55 41
300 50,0
Pouco interesse 1 2 6 3 11 1
24 4,0
Nenhum
interesse
0 0 0 0 3 1
4 0,7
Não respondeu 1 3 0 2 6 2
14 2,3
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
142
MCN
MAP
MHAB
MM
MMPDG
MAO
100806040200
%
Não respondeu
Nenhum interesse
Pouco interesse
Interesse
Muito interesse
GRÁFICO 24: Interesse dos visitantes pelo acervo dos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Fonte: Dados da pesquisa
5.1.5.4 Disposição das peças e dos textos
Sobre a avaliação dos visitantes quanto à forma com que as peças e os textos do acervo estão
dispostos nos museus, 47,7% avaliaram como ótimo e 41%, como bom. “Regular” foi a opção
de 8,7% dos visitantes e 1,3% responderam ser ruim. Os museus que tiveram a maior
freqüência de respostas com a opção “ótimo” foram ao MAO, com 69 respostas, e o MCN,
com 61 respostas. O MM e o MAP tiveram números relativamente altos (19 e 17
respectivamente) de visitantes que acharam regular a disposição das peças e dos textos. Além
disso, estes museus são os únicos dois em que alguns poucos visitantes responderam a opção
“péssimo” (ver TAB.41).
143
TABELA 41
Avaliação dos visitantes quanto à forma de disposição de peças e dos textos nos museus de
Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Avaliação
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Ótimo 69 44 29 50 33 61
286 47,7
Bom 29 46 43 46 47 35
246 41,0
Regular 2 8 19 2 17 4
52 8,7
Ruim 0 0 7 1 0 0
8 1,3
Péssimo 0 0 2 0 1 0
3 0,5
Não respondeu 0 2 0 1 2 0
5 0,8
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
MCN
MAP
MHAB
MM
MMPDG
MAO
100806040200
%
Não respondeu
Péssimo
Ruim
Regular
Bom
Ótimo
GRÁFICO 25: Avaliação dos visitantes quanto à forma de disposição de peças e dos textos nos museus de Belo
Horizonte – abril-junho 2007
Fonte: Dados da pesquisa
144
5.1.5.5 Clareza das informações
No que concerne ao esclarecimento sobre o acervo fornecido por placas, textos, painéis e
legendas espalhados pelo museu, 68,7% dos visitantes responderam a opção “sim”, ou seja,
que as informações são esclarecedoras. 27,2% responderam que as informações são
parcialmente esclarecedoras e 2,3% responderam que não são esclarecedoras. O museu que
teve melhor avaliação foi o MHAB, com 83 visitantes respondendo “sim”. A pior avaliação
foi do MM, onde quatro visitantes responderam “nãoe 44 responderam “parcialmente” (ver
TAB. 42).
TABELA 42
Opinião dos visitantes quanto à clareza das informações sobre o acervo nos
museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Sim 76 73 52 83 56 72
412 68,7
Parcialmente 23 24 44 13 34 25
163 27,2
Não 1 1 4 1 6 1
14 2,3
Não respondeu 0 2 0 3 4 2
11 1,8
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
MCN
MAP
MHAB
MM
MMPDG
MAO
100806040200
%
Não respondeu
Não
Parcialmente
Sim
GRÁFICO 26: Opinião dos visitantes quanto à clareza das informações sobre o acervo nos museus de Belo
Horizonte – abril-junho 2007
Fonte: Dados da pesquisa
145
5.1.6
Assessoria
A assessoria de guia ou monitor durante a visita é uma questão bastante polêmica e pessoal. O
ônus, a dificuldade de se treinar e a rotatividade da mão-de-obra especializada são problemas
que as instituições enfrentam. Porém muito se perde na comunicação do museu se os
visitantes não forem devidamente assessorados. Para tentar compreender um pouco mais
sobre estas questões foram feitas três perguntas aos visitantes. A primeira procurou saber se
ele considera necessária a assessoria de guia ou monitor. A segunda foi saber se ele foi
assessorado e a terceira, no caso de ter sido assessorado, como ele avalia essa assessoria.
Nesta última questão havia espaço (pergunta aberta) para o visitante colocar a justificativa de
sua avaliação.
5.1.6.1 Necessidade de guia ou monitor
52,8% dos visitantes dos museus acham necessária a assessoria de guia ou monitor. 42,2%
não acham necessária e 5% não responderam a esta questão. Os visitantes do MCN são os que
mais acham necessária (77 pessoas) e os visitantes do MAO são os que menos acham
necessária (37 pessoas).
TABELA 43
Opinião dos visitantes quanto à necessidade de assessoria por guia ou monitor
nos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Sim 37 55 46 44 58 77
317 52,8
Não 56 39 50 51 39 18
253 42,2
Não respondeu 7 6 4 5 3 5
30 5,0
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
146
MCN
MAP
MHAB
MM
MMPDG
MAO
100806040200
%
Não respondeu
Não
Sim
GRÁFICO 27: Opinião dos visitantes quanto à necessidade de assessoria por guia ou monitor nos museus de
Belo Horizonte – abril-junho 2007
Fonte: Dados da pesquisa
5.1.6.2 Teve assessoria
No total dos pesquisados, 157 visitantes (26,2%) foram assessorados durante suas visitas por
guia ou monitores nos museu de Belo Horizonte. Os demais 443 (73,8%) visitantes não foram
assessorados. O Museu que menos proporcionou assessoria aos seus visitantes foi o MAO e o
que mais assessorou foi o MCN, de acordo com a tabela 44. Nos demais museus a assessoria
ocorreu em 14% a 30% da amostra.
O MAO foi o museu que menos ofereceu assessoria e onde seus visitantes menos acharam a
assessoria necessária. O MCN foi o museu que mais ofereceu assessoria e onde seus visitantes
mais acham a assessoria necessária. Com esses dados, pode-se dizer que, provavelmente, o
147
fato de os visitantes terem ou não a assessoria na visita realizada influencia na resposta dada
no questionário.
TABELA 44
Distribuição percentual dos visitantes assessorados por guia ou monitor em visita aos museus
de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Sim 5 30 26 20 14 62
157 26,2
Não 95 70 74 80 86 38
443 73,8
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
MCN
MAP
MHAB
MM
MMPDG
MAO
100806040200
%
Não
Sim
GRÁFICO 28: Distribuição percentual dos visitantes assessorados por guia ou monitor em visita aos museus de
Belo Horizonte – abril-junho 2007
Fonte: Dados da pesquisa
148
5.1.6.3 Avaliação
Quanto à avaliação da assessoria recebida por guia ou monitores dos museus, dos 157
visitantes assessorados, a maioria achou ótimo (63,3%). 31% avaliaram como bom e 2,5%
como regular. Tendo em vista que nesta pergunta os visitantes tiveram a oportunidade de
justificar suas escolhas, pode-se dizer que os visitantes, em geral, avaliaram positivamente a
assessoria devido a:
MAP A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido à gentileza e ao bom
esclarecimento sobre o acervo.
MM Apesar da boa avaliação da assessoria, a metade dos visitantes que colocaram a razão
das escolhas demonstrou certa insatisfação quanto à assessoria devido ao baixo conhecimento
do acervo.
MAO A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido ao bom esclarecimento sobre
o acervo.
MCN A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido ao domínio do conteúdo,
pelas explicações claras e pela disponibilidade dos assessores.
MMPDG A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido à gentileza e ao bom
esclarecimento sobre o acervo.
MHAB A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido à gentileza e ao bom
esclarecimento sobre o acervo.
TABELA 45
Avaliação dos visitantes quanto à assessoria por guia ou monitor nos museus de Belo
Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Avaliação
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Ótimo 2 21 13 13 12 40
100 63,3
Bom 3 7 10 7 2 20
49 31,0
Regular 0 1 3 0 0 0
4 2,5
Ruim 0 0 0 0 0 2
2 1,3
Não respondeu 0 1 1 0 0 0
2 1,3
Total 5 30 27 20 14 62 157 100,0
Nota: A opção Péssimo não foi citada
Fonte: Dados da pesquisa
149
Não respondeu
Ruim
Regular
Bom
Ótimo
403020100
Quantidade
MCN
MHAB
MMPDG
MAP
MM
MAO
GRÁFICO 29: Avaliação dos visitantes quanto à forma de disposição de peças e dos textos nos museus de Belo
Horizonte – abril-junho 2007
Fonte: Dados da pesquisa
5.1.7
Serviços e infra-estrutura
No sentido de avaliar a infra-estrutura e os serviços dos museus como um todo, foram feitas
oito perguntas aos visitantes, como mostram as tabelas desta seção.
5.1.7.1 Sinalização
Com relação à sinalização dos museus (orientação de entrada, saída, banheiros, etc.), 44,3%
dos visitantes pesquisados avaliaram como bom e 41,8% como ótimo. 10,3% avaliaram como
150
regular e 1,5% como ruim (ver TAB. 46). O MMPDG e o MHAB foram os dois únicos
museus em que a freqüência de respostas “ótimo” superou a de “bom”. O MM foi o museu
que teve maior número de respostas “regular”. Dos únicos quatro visitantes que responderam
“péssimo” para a sinalização, dois são do MM e dois são do MAP.
TABELA 46
Avaliação dos visitantes quanto à sinalização dos museus
de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Avaliação
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Ótimo 46 46 36 45 33 45
251 41,8
Bom 47 42 40 42 50 45
266 44,3
Regular 5 11 17 11 10 8
62 10,3
Ruim 0 1 2 1 3 2
9 1,5
Péssimo 0 0 2 0 2 0
4 0,7
Não respondeu 2 0 3 1 2 0
8 1,3
Total 100 100 100 100 100 100 600 58,6
Fonte: Dados da pesquisa
5.1.7.2 Conforto
Com relação ao conforto (banheiro, guarda-volume, temperatura nas salas, assentos,
bebedouros, lanchonete), 42,8% dos visitantes avaliaram como ótimo, 37,5% avaliaram como
bom, 10,7% avaliaram como regular e 1,2%, como ruim (ver TAB. 47). O MAO foi o museu
que teve maior freqüência de respostas com a opção “ótimo” (62 pessoas). No MM, no
MHAB e no MAP a freqüência de resposta “bom” foi superior à de “ótimo”. O MAP e o MM
foram os museus que tiveram a maior freqüência de respostas com a opção “regular”. Três
visitantes do MAP responderam que o conforto do Museu é péssimo, o que representa 75%
dos visitantes de todos os museus que responderam a esta mesma opção.
151
TABELA 47
Avaliação dos visitantes quanto ao conforto nos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Avaliação
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Ótimo 62 42 34 39 28 52
257 42,8
Bom 30 41 38 43 33 40
225 37,5
Regular 4 12 15 5 23 5
64 10,7
Ruim 0 1 2 0 2 2
7 1,2
Péssimo 0 1 0 0 3 0
4 0,7
Não respondeu 4 3 11 13 11 1
43 7,2
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
5.1.7.3 Conservação
Com relação à conservação e à manutenção (dos equipamentos, dos objetos expostos, etc.),
58% dos visitantes avaliaram como ótimo e 33,8% avaliaram como bom. Somente 4,2%
avaliaram como regular (ver TAB. 48). O MAO se destaca positivamente entre os museus,
pois 80 dos seus 100 visitantes responderam a opção “ótimo”. Nos demais museus essa
freqüência ficou abaixo dos 68 visitantes. O MAP foi o único museu em que a freqüência de
respostas com a opção “ótimo” foi inferior à da opção “bom”. Além disso, ele teve a maior
freqüência de respostas com a opção regular e 100% (2 pessoas) da freqüência com a opção
“péssimo”.
TABELA 48
Avaliação dos visitantes quanto à conservação e à manutenção dos
museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Avaliação
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Ótimo 80 64 45 67 32 60
348 58,0
Bom 17 31 44 32 45 34
203 33,8
Regular 1 4 6 1 11 2
25 4,2
Ruim 0 0 1 0 3 2
6 1,0
Péssimo 0 0 0 0 2 0
2 0,3
Não respondeu 2 1 4 0 7 2
16 2,7
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
152
5.1.7.4 Limpeza
Com relação à limpeza, 69,2% dos visitantes avaliaram como ótimo e 26,8% avaliaram como
bom. (ver TAB. 49). A menor avaliação com a opção “ótimo” foi a do MAP, com 51
respostas, e a maior foi a do MAO, com 87 respostas. Demais museus tiveram respostas entre
72 e 64. O MCN teve 50% (7 pessoas) das respostas com a opção “regular”.
TABELA 49
Avaliação dos visitantes quanto à limpeza dos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Avaliação
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Ótimo 87 72 64 71 51 70
415 69,2
Bom 12 27 31 28 40 23
161 26,8
Regular 0 1 2 1 3 7
14 2,3
Ruim 0 0 1 0 1 0
2 0,3
Péssimo 0 0 0 0 1 0
1 0,2
Não respondeu 1 0 2 0 4 0
7 1,2
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
5.1.7.5 Iluminação
Com relação à iluminação, 52,8% dos visitantes avaliaram como ótimo e 36,5% avaliaram
como bom. Somente 6,3% avaliaram como regular e 1,8% como ruim. (ver TAB. 50). Em
todas as avaliações dos museus a opção “ótimo” superou a opção “bom”. O museu que teve a
menor freqüência de respostas com a opção “ótimo” foi o MM (43) e a maior foi o MAO (70).
O MM ainda teve a maior freqüência de visitantes respondendo as opções “regular”, “ruime
“péssimo”, somando 18 pessoas.
153
TABELA 50
Avaliação dos visitantes quanto à iluminação nos museus de
Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Avaliação
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Ótimo 70 51 43 52 48 53
317 52,8
Bom 24 43 37 41 37 37
219 36,5
Regular 5 5 10 5 6 7
38 6,3
Ruim 0 1 6 1 2 1
11 1,8
Péssimo 0 0 2 0 1 1
4 0,7
Não respondeu 1 0 2 1 6 1
11 1,8
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
5.1.7.6 Segurança
Com relação à segurança, 57,7% dos visitantes avaliaram como ótimo e 32,7% avaliaram
como bom. Somente 4,8% avaliaram como regular (ver TAB. 51). O museu que teve a menor
freqüência de respostas com a opção “ótimofoi o MM (44) e a maior foi o MAO (76). Em
nenhum museu a freqüência de respostas com a opção “bom” superou a opção “ótimo”. O
MM teve a maior freqüência de visitantes respondendo as opções “regular”, “ruim e
“péssimo”, somando 11 pessoas.
TABELA 51
Avaliação dos visitantes quanto à segurança dos museus de
Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Avaliação
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Ótimo 76 53 44 59 52 62
346 57,7
Bom 18 37 38 34 36 33
196 32,7
Regular 4 7 8 5 3 2
29 4,8
Ruim 0 0 1 0 0 1
2 0,3
Péssimo 0 0 2 0 1 0
3 0,5
Não respondeu 2 3 7 2 8 2
24 4,0
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
154
5.1.7.7 Acolhimento/Atendimento
Com relação ao acolhimento/atendimento (recepcionista, monitor, guarda, guia, etc.), 58,8%
dos visitantes avaliaram como ótimo e 33,5% avaliaram como bom. Somente 4,5% avaliaram
como regular (ver TAB. 52). O MAO e o MMPDG se destacam positivamente por receberem
o maior número de respostas com a opção “ótimo”, ou seja, 71 e 62 respostas,
respectivamente. Os museus que menos receberam avaliação ótimo foram o MM e o MAP.
Além disso, esses museus foram os que tiveram a maior freqüência de respostas com as
opções “regular” e “péssimo”.
TABELA 52
Avaliação dos visitantes quanto ao acolhimento dos serviços prestados nos museus de Belo
Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Avaliação
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Ótimo 71 62 53 58 49 60
353 58,8
Bom 26 34 34 34 39 34
201 33,5
Regular 2 3 6 6 6 4
27 4,5
Ruim 0 1 0 1 2 1
5 0,8
Péssimo 0 0 2 0 3 0
5 0,8
Não respondeu 1 0 5 1 1 1
9 1,5
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
5.1.7.8 Acesso
Com relação ao acesso (facilidade de transporte, sinalização nas ruas, facilidade de
estacionamento, etc.), 46,2% dos visitantes avaliaram como ótimo e 34,3% avaliaram como
bom. 10,2% avaliaram como regular; 3,3%, como ruim; e 1,5%, como péssimo (ver TAB.53).
O MAP foi o museu que recebeu o menor número de avaliações “Ótimo” e o maior número
de avaliações “Péssimo”. No geral, o MHAB teve a melhor avaliação.
155
TABELA 53
Avaliação dos visitantes quanto ao acesso aos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
Avaliação
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Ótimo 52 49 41 49 37 49
277 46,2
Bom 26 38 34 39 36 33
206 34,3
Regular 10 9 12 7 11 12
61 10,2
Ruim 5 3 3 1 3 5
20 3,3
Péssimo 0 0 2 1 6 0
9 1,5
Não respondeu 7 1 8 3 7 1
27 4,5
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
5.1.8
Função do Museu
Para 51,5% dos visitantes a principal função do museu é a conservação do patrimônio
cultural, seguida de educação e pesquisa, com 40,5%, e, por último, turismo e lazer, com 6%
(ver TAB. 54). É interessante observar que dos 6% que responderam “turismo e lazer”, ou
seja, 36 pessoas, 26 são de Belo Horizonte, o que leva a considerar que os belo-horizontinos
reconhecem, mais do que os turistas, que a função dos seus museus é o turismo e o lazer. No
MMPDG e MCN as respostas quanto a educação e pesquisa tiveram maior freqüência do que
as de conservação do patrimônio cultural. Pode-se dizer que estes dois museus são
considerados por seus visitantes mais como locais para pesquisa de estudantes e para a
aprendizagem de conteúdos do que locais únicos de guarda de acervos representativos da
memória coletiva.
TABELA 54
Opinião dos visitantes quanto à função dos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Conservação do
patrimônio
cultural
70 34 72 60 42 31
309 51,5
Educação e
pesquisa
24 62 25 27 40 65
243 40,5
Turismo e lazer 5 4 2 9 12 4
36 6,0
Outros 1 0 1 3 5 0
10 1,7
Não sei / não
respondeu
0 0 0 1 1 0
2 0,3
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
156
MCN
MAP
MHAB
MM
MMPDG
MAO
100806040200
%
Não respondeu
Outros
Turismo e lazer
Educação e pesquisa
Conservação do
patrimônio cultural
GRÁFICO 30: Opinião dos visitantes quanto à função dos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Fonte: Dados da pesquisa
5.1.9
Resultado da visita
5.1.9.1 Satisfação da visita
No que se refere à satisfação geral da visita aos museus de Belo Horizonte, a maioria dos
visitantes (50,3%) se sente “satisfeita” com a visita. 43% dos visitantes ficaram “muito
satisfeitos” com a visita e 4,2% se sentiram pouco satisfeitos. Apesar de poder melhorar, esta
é uma avaliação positiva da visitação, tendo em vista que a opção mais positiva (“muito
satisfeito”) ficou com a segunda maior freqüência. O MAO foi o único Museu que recebeu
mais respostas com a opção “muito satisfeito” do que com a opção “satisfeito”, como mostra
a tabela 55. O MAP é o Museu onde o maior número de visitantes (12 pessoas) escolheu a
157
opção “pouco satisfeito”. No MM também tiveram nove visitantes disseram estar “pouco
satisfeitos” e três “insatisfeitos”.
TABELA 55
Satisfação dos visitantes quanto à visita nos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Muito satisfeito 60 38 38 38 36 48
258 43,0
Satisfeito 39 57 50 58 49 49
302 50,3
Pouco satisfeito 1 1 9 2 12 0
25 4,2
Insatisfeito 0 0 3 0 2 0
5 0,8
Não respondeu 0 4 0 2 1 3
10 1,7
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
MCN
MAP
MHAB
MM
MMPDG
MAO
100806040200
%
Não respondeu
Insatisfeito
Pouco satisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
GRÁFICO 31: Satisfação dos visitantes quanto à visita nos museus de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Fonte: Dados da pesquisa
158
5.1.9.2 Retorno
Após conhecer a satisfação geral do visitante quanto à visita, foi solicitado que o mesmo
respondesse se teria a intenção de retornar ao museu. De acordo com a tabela 56 abaixo,
pode-se observar que mais da metade dos visitantes (50,8%) disseram que certamente voltarão
aos museus. 36,8% dos visitantes responderam que provavelmente retornarão ao Museu. Estes
dois dados juntos somam 87,4% de intenção de retorno do visitante, o que é extremamente
positivo e comprova que, apesar das críticas e sugestões, os museus são locais agradáveis e
interessantes de se visitar mais de uma vez. Pode-se dizer também que esses dados refletem os
esforços de algumas instituições de dinamizar suas coleções, de integrar-se mais aos seus
públicos e de construir um diálogo permanente com ele.
A opção “provavelmente não” recebeu 6,2% de respostas em todos os museus. Apesar das
críticas feitas pelos visitantes a diversos aspectos do MAP, a maior freqüência de respostas
com a opção “certamente” foi a do MAP. O MM teve a menor freqüência de “certamente” e a
maior com a opção “não”. (ver TAB.56)
Tendo em vista que nesta pergunta os visitantes tiveram a oportunidade de justificar a razão
de suas escolhas, pode-se dizer que:
MAP - A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido ao gosto por arte e arquitetura.
Alguns visitantes justificaram a probabilidade de não retornarem ao Museu por serem turistas
na cidade.
MM - A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido à vontade de mostrar a
amigos/parentes e a curiosidade de ver o museu com um acervo maior. Alguns visitantes
justificaram a probabilidade de não retornarem ao Museu por serem turistas na cidade.
MAO - A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido à necessidade de completar a
visita, levar parentes e amigos, visitar exposições temporárias e também devido ao interesse
pelo acervo. Alguns visitantes justificaram a probabilidade de não retornarem ao Museu por
serem turistas na cidade.
MCN - A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido à curiosidade pelo acervo
para fins de estudo.
MMPDG - A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido à necessidade de
completar a visita e levar parentes. Alguns visitantes justificaram a probabilidade de não
159
retornarem ao Museu por serem turistas na cidade.
MHAB - A maioria dos visitantes justificou suas escolhas devido à necessidade de completar
a visita, levar amigos e parentes e de conhecer novas exposições. Alguns visitantes
justificaram a probabilidade de não retornarem ao Museu por serem turistas na cidade.
TABELA 56
Opinião dos visitantes quanto à probabilidade de retorno aos museus
de Belo Horizonte – abril-junho 2007
Museus
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Certamente 54 44 35 59 60 53
305 50,8
Provavelmente 33 47 42 35 24 40
221 36,8
Provavelmente não 3 2 15 4 9 4
37 6,2
Não 2 1 3 0 2 1
9 1,5
Não sei 8 6 5 2 5 2
28 4,7
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
MCN
MAP
MHAB
MM
MMPDG
MAO
100806040200
%
Não respondeu
Não
Provavelmente não
Provavelmente
Certamente
GRÁFICO 32: Opinião dos visitantes quanto à probabilidade de retorno aos museus de Belo Horizonte – abril-
junho 2007
Fonte: Dados da pesquisa
160
5.1.10
Relevância como atrativo turístico
A tabela abaixo apresenta os dados da pergunta que procurou compreender se os visitantes
consideram o Museu um importante atrativo turístico da cidade de Belo Horizonte. Mais de
67,2% dos visitantes responderam que acham o Museu um atrativo turístico muito importante
da cidade. 29,2% avaliaram como importante e apenas 2,3% avaliaram como pouco
importante. Vale lembrar que não foi pedido aos visitantes que classificassem a importância
de cada Museu em relação ao outro. Sendo assim, pode-se dizer, de acordo com a tabela 57
abaixo, que o Museu que recebeu a melhor avaliação foi o MAO, seguido por MHAB, MAP,
MCN, MMPDG e MM.
TABELA 57
Opinião dos visitantes quanto a relevância dos museus de Belo Horizonte
como atrativo turístico – abril-junho 2007
Museus
MAO MMPDG MM MHAB MAP MCN
Total %
Muito
importante
80 62 51 72 71 67
403 67,2
Importante 17 36 40 25 25 32
175 29,2
Pouco
importante
1 0 7 3 3 0
14 2,3
Não respondeu 2 2 2 0 1 1
8 1,3
Total 100 100 100 100 100 100 600 100,0
Fonte: Dados da pesquisa
161
MCN
MAP
MHAB
MM
MMPDG
MAO
100806040200
%
Não respondeu
Pouco importante
Importante
Muito importante
GRÁFICO 33: Opinião dos visitantes quanto a relevância dos museus de Belo Horizonte como atrativo turístico
– abril-junho 2007
Fonte: Dados da pesquisa
5.1.11
Síntese da pesquisa de demanda
Fazendo uma síntese geral do perfil dos visitantes dos seis museus de Belo Horizonte
selecionados, percebe-se que a maioria do público é do sexo feminino (52,8%), solteiro
(52,2%), com idade entre 26 e 35 anos (29,8%), com alto grau de instrução, que 53,3% dos
entrevistados têm nível superior e com renda familiar entre R$2.001,00 e R$4.000,00
(20,7%). Considerando a procedência dos visitantes, a maioria é da própria capital (62,7%).
Entre os 176 turistas pesquisados, 36,9% vieram à cidade para turismo/lazer. 35,1% dos
visitantes conheceram o museu através de recomendação de amigos/professores/familiares.
51,2% chegaram ao museu de automóvel e fizeram a visita com amigos e/ou parentes (68%).
O principal fator que dificulta a visitação é a falta de informação/divulgação (44,6%). O
principal motivo da visita é conhecer o Museu (21,6%). Quanto ao acervo, sua avaliação e sua
162
conservação receberam porcentagens da qualificação “ótimo” bem próximas, 49,7% o
primeiro, e 59,7% o segundo. Metade dos visitantes (50%) revelou que tem muito interesse
pelo acervo. A disposição das peças e dos textos foi avaliada como ótima por 47,7%, e as
informações foram esclarecedoras para 68,7% das pessoas.
Considerando a assessoria por guia/monitor, 52,8% dos visitantes a acham necessária, apesar
de que 73,8% deles não tiveram o acompanhamento deste profissional. Dos 26,2% que
tiveram, 63,9% avaliaram como ótima a assessoria.
Sobre a qualidade dos serviços e infra-estrutura, a sinalização (orientação de entrada, saída,
banheiros, etc.) obteve avaliação “bom” por 44,3% dos visitantes. O conforto (banheiro,
guarda-volume, temperatura nas salas, assentos, bebedouros, lanchonete) foi considerado
como ótimo por 42,8% das pessoas e a conservação e manutenção (dos equipamentos, dos
objetos expostos, etc.) foi estimada como ótima (58%). Já os itens limpeza e iluminação
receberam ótimo por 69,2% e 52,8% dos pesquisados, respectivamente assim como também a
mesma resposta os itens segurança (57,7%), acolhimento (58,8%) e acesso (46,2%).
Com relação à principal função dos museus de Belo Horizonte, 51,5% dos visitantes
consideraram a conservação do patrimônio cultural.
Quanto à satisfação da visita, 50,3% se sentem satisfeitos e, quando foram consultados sobre
o retorno, 50,8% responderam que certamente retornarão ao Museu.
Os museus de Belo Horizonte foram considerados, por 67,2% das pessoas pesquisadas, como
atrativos turísticos muito importantes da cidade.
163
6 POTENCIALIDADES E DIFICULDADES NA RELAÇÃO ENTRE MUSEUS E
TURISMO, EM BELO HORIZONTE, NA PERCEPÇÃO DOS GESTORES
A apresentação e a discussão dos resultados das entrevistas com os gestores dos Museus,
Belotur, Superintendência de Museus do Estado de Minas Gerais e Fundação Municipal de
Cultura de Belo Horizonte são apresentadas a seguir, e relacionadas com os resultados da
pesquisa de oferta aplicada aos museus da cidade e com a pesquisa de demanda com os
visitantes (apresentados na seção 4.3 e 5.1). As entrevistas foram realizadas nos meses de
julho e agosto de 2007 nas próprias instituições. Elas foram divididas em duas partes: o perfil
dos gestores e sua percepção sobre a relação dos museus com o turismo (ver roteiro de
entrevista APÊNDICE D).
6.1 Perfil e visão dos gestores dos museus
De acordo com os dados das entrevistas sobre o perfil dos gestores dos museus apresentados
no quadro 1 abaixo, em geral, os gestores dos museus MHAB, MAO, MMPDG, MM, MCN e
MAP têm entre 40 e 59 anos, com formação profissional acadêmica, muitas vezes com s-
graduação
strictu sensu
. Todos os gestores têm experiências profissionais anteriores
relacionadas à atual função, predominando a docência no ensino superior. O tempo de atuação
nos museu varia de dois anos e três meses a 14 anos. Todos os gestores entrevistados, ao
iniciar suas atividades nos museus, já exerciam as funções de diretores e de coordenadora, que
são os cargos mais altos dentro do quadro de funcionários das instituições.
164
QUADRO 1
Perfil dos gestores dos museus de Belo Horizonte – julho/agosto 2007
Museus MHAB MAO MAP
Nome
Thaís Velloso
Cougo Pimentel
Ângela Gutierrez
Priscila Euler
Freire de Carvalho
Cargo
Diretora Diretora Diretora
Formação
profissional
Graduação, Mestrado
e Doutorado em História
Empresária, museóloga,
pesquisadora, presidente
do Instituto Cultural Flávio
Gutierrez.
Bacharel em
Biblioteconomia,
atriz, escritora,
diretora de teatro
Atividades
profissionais
paralelas
Professora do programa de
pós-graduação de História
da UFMG, fazendeira
Empresária, fazendeira.
Escritora de
livros infantis
Experiência
profissional
anterior
Representante da
ANPUH, no
Conselho Municipal
de Patrimônio Municipal
e membro do conselho
do IEPHA
Museu do Oratório
Diretora do MM
e Superintendente de
Museus do Estado;
Coordenadora do
Sistema Nacional
de Museus em
Brasília; IEPHA
Idade
50 a 59 anos 50 a 59 anos Acima de 70 anos
Anos no museu
7 5 12
Anos na atual
função
7 5 12
Museus MMPDG MM MCN
Nome
Vitória Régia
P.R.O. Marciano
Francisco Magalhães Tudy Câmara
Cargo
Diretora Diretor Coordenadora
Formação
profissional
Bacharel em História
Natural, Mestrado e
Doutorado em Geologia,
Mineralogia e Petrografia
Bacharel em Artes
Plásticas
Bióloga, Mestrado
em Biologia
Atividades
profissionais
paralelas
Nenhuma Nenhuma
Docência, escritora, fotógrafa,
consultora ambiental na área de
mamíferos
Experiência
profissional
anterior
Professora da UFMG
Fundação Clóvis
Salgado, MAP,
SUM
Fundação Zoobotânica
- Direção
do Jardim Zoológico
Idade
60 a 69 anos 40 a 49 anos 40 a 49 anos
Anos no museu
7 2 anos e 3 meses. 14
Anos na atual
função
7 2 anos e 3 meses. 14
Fonte: Dados da pesquisa
De acordo com os dados da entrevista com a gestora do MAO, o Museu é considerado como
um atrativo turístico da cidade e muitos dos seus visitantes são turistas, entre eles amigos e
165
parentes de belo-horizontinos que haviam visitado o Museu. A gestão do Museu se
preocupa com esse público, o que pode ser demonstrado através do trabalho bilíngüe das
legendas do acervo. A intenção, segundo a gestora, será também torná-lo trilingüe. Apesar
disso, sabe-se da necessidade de guias que falem inglês e francês. funcionários na
instituição que ajudam na tradução para grupos especiais, porém esse trabalho é esporádico e
não especializado. A gestora se preocupa com o turismo da cidade e afirma que esse foi um
dos motivos de escolher Belo Horizonte para a sede do Museu que receberia o acervo doado
através do Instituto Cultural Flávio Gutierrez. Além disso, está procurando incrementar a
diversidade de objetos vendidos na lojinha do Museu, como, por exemplo, suvenires de maior
interesse para turistas (pedra sabão, cachaças, cartão postal). Conforme a entrevistada a
relação entre o museu e instituições particulares relacionadas com o turismo é nula, apesar de
uma tentativa frustrada de estreitamento de relações com uma operadora. Ela destaca a
importância dos hotéis da cidade em informar melhor os turistas sobre o que fazer.
O MAO tem duas bacharéis em turismo no seu corpo de funcionários, uma na recepção e
outra trabalhando diretamente com a museóloga da instituição. A importância do trabalho
dessas profissionais é reconhecida e é dada a oportunidade para estudantes da área de turismo
estagiarem no Museu.
Com relação aos serviços e à infra-estrutura, a gestora acredita que, apesar do quadro
reduzido de funcionários, o Museu tem atendido adequadamente seus visitantes, inclusive
oferecendo uma programação diversificada e escolhida muitas vezes a partir da própria
demanda dos visitantes. Quando questionada sobre os fatores que dificultam a visita ao
Museu, a diretora afirmou que o acesso não é um deles, pois o local em que o Museu se
encontra, a Praça da Estação, é de acesso muito fácil, inclusive por trem e metrô. Ela afirma
que a principal dificuldade é a própria “chance ao lazer”, ou seja, as dificuldades que
envolvem a vida cotidiana, a falta de tempo e de dinheiro para o lazer. Sendo assim, ela sonha
em um dia poder oferecer transporte gratuito às crianças da periferia da cidade para passear no
Museu.
A gestora afirma também que o acervo vem atendendo às expectativas e necessidades dos
visitantes pois:
166
[...]são trabalhadores, são homens e mulheres voltando do seu trabalho diário,
pessoas que têm tradição, uma família, uma mãe, um pai, uma avó, um bisneto,
bisavô, que desempenhou um destes ofícios um dia e que estão aqui. As pessoas se
sentem muito valorizadas quando se enxergam no acervo. (GUTIERREZ)
No que concerne às questões relativas ao Museu de Arte da Pampulha, a diretora, em
entrevista, demonstra ter conhecimento de praticamente todas as “deficiências” do Museu,
levantadas através da pesquisa de opinião dos visitantes (ver seção 5.1). Ela discorre sobre a
inadequação do prédio para receber exposições, pois ele foi construído para ser cassino e com
isso apresenta muitas dificuldades para se adequar às necessidades de um museu de arte e às
necessidades de seus visitantes, como bons banheiros, ar refrigerado, entre outros. Existe um
projeto de se construir outra edificação, em um terreno em frente ao atual, o que resolveria
grande parte das dificuldades de infra-estrutura e adequação do Museu.
Em relação aos problemas de infra-estrutura e serviços, a gestora coloca que a cafeteria e os
novos banheiros têm suprido as necessidades dos visitantes, apesar de ambos serem pequenos.
Um problema identificado na pesquisa de demanda e também na fala da gestora é a
necessidade de guias ou monitores de sala que fiquem disponíveis não só aos visitantes
agendados, mas também aos visitantes espontâneos. A gestora aponta que é recorrente a
necessidade de um profissional que atenda também grupos de estrangeiros, principalmente
americanos e europeus que vão à Pampulha para conhecer as obras de Niemeyer. Ela atribui
essa deficiência à falta de quadro de funcionários qualificados para tal função. Um
folder
bilíngüe foi feito com o fim de auxiliar o entendimento dos turistas estrangeiros, porém sua
tiragem se esgotou. Para a gestora os porteiros o gentis, educados e uniformizados, e
estão sempre à disposição para informar o visitante sobre onde se localizam os banheiros,
auditório, café, lojinha, etc., porém não é função deles dar explicações sobre as exposições.
Apesar disso, é dado um treinamento a eles antes de as exposições temporárias começarem,
quando muitas vezes é solicitado que o próprio artista dê uma explicação sobre a arte.
Sobre o acervo, a entrevistada discorre sobre a necessidade de haver mais espaço para as
exposições, pois o Museu tem um grande acervo. Porém, como o espaço é reduzido, o museu
não comporta uma exposição temporária e uma permanente, como geralmente ocorre em
museus de médio porte. Com isso, o acervo do Museu fica pouco acessível aos visitantes, o
que foi verificado também através da pesquisa de demanda, em que muitos visitantes sabiam
167
claramente que o que ali estava exposto, durante sua visita, não era acervo do Museu, e
portanto não poderiam avaliá-lo.
Como nós não temos espaço para isso, o acervo deste museu é muito pouco visto.
Eles está bem guardado, ele está bem cuidado, tecnicamente ele está equipado para
preservar as obras de arte, mas o público quase que não tem acesso a esse acervo
porque raramente a gente tem exposição. Deveria ocorrer uma vez por ano uma
exposição temática feita com acervo do museu, com acervo permanente, mas isto
não tem ocorrido também com a freqüência que a gente gostaria. (CARVALHO)
Sobre o estado de conservação do acervo, a diretora afirma que sua equipe de restauração tem
feito um trabalho bastante criterioso e profissional, e que com uma reserva técnica, com
climatização adequada, o acervo está em bom estado de conservação.
Quando questionada sobre se a sinalização interna do Museu estaria atendendo às
necessidades dos visitantes, a gestora responde que não muito que se explicar dentro do
Museu, tendo em vista seu tamanho e a pouca complexidade em andar por ele.
Sobre a relação com o turismo, para a gestora, o Museu esabsolutamente inserido como
atrativo turístico da cidade por se tratar também de uma das peças do complexo da Pampulha,
um dos principais cartões postais da cidade. Para ela o turista que vai à região já tem a idéia
que vai encontrar um conjunto arquitetônico de Oscar Niemeyer e uma bela paisagem. São
essas suas motivações primárias. Apesar disso, o MAP não tem nenhuma ação exclusiva
voltada aos turistas ou para atrair turistas. A gestora coloca que a visitação de museus em
cidades que se vai conhecer é fundamental, pois é nele que os visitantes podem senti-la. Os
museus são responsáveis por transmitir a cultura do povo que o produz, e que durante uma
visita rápida à cidade, como acontece com os turistas de em Belo Horizonte, a visitação do
museu de arte ou de história é fundamental. O museu deve encantar, superar as expectativas
dos visitantes, e que é esse o grande desafio do turismo. Contudo, segundo a diretora, um dos
principais problemas com que o Museu se depara é o acesso, pois não transporte blico
que acesse o Museu e demais atrativos turísticos da orla da Lagoa da Pampulha. Providências
nesse sentido foram solicitadas aos órgãos responsáveis, como a Empresa de Transporte e
Trânsito de Belo Horizonte S/A BHTRANS e a Belotur, pois esse problema inclusive afeta
a segurança dos visitantes e funcionários do Museu.
168
O MAP tem pouco ou nenhum contato com as instituições de interesse turístico, como
agência de viagens, operadoras, hotéis, etc. A diretora citou apenas uma ação da Belotur de
colocar um posto de informação turística dentro do Museu, o que não se concretizou devido
provavelmente à recente abertura de um centro de informação turística na Lagoa da
Pampulha. Apesar disso, ela reconhece que o Museu poderia se beneficiar se alguém do corpo
de funcionários do Museu tivesse formação específica na área de turismo.
O Museu Mineiro, de acordo com seu diretor, é um museu que vem se reencontrando como
museu da cultura mineira, pois o acervo foi sendo formado de objetos que falavam mais da
formação política do surgimento da capital do que propriamente da cultura dos habitantes de
Minas Gerais.
Sobre a infra-estrutura do Museu, o gestor expõe sua insatisfação quanto ao que se está
oferecendo aos visitantes, porém justifica parte dessa realidade com o fato de que o Museu
está em um prédio inadequado para as exposições e, por ser tombado pelo IEPHA, são poucas
as possibilidades de modificar sua estrutura. As paredes de uma das três salas de exposição, a
da Pinacoteca, são obras de arte em si e por isso o espaço de exposição é ainda menor. Apesar
de o Museu ter um acervo de 2.700 peças, poucas são expostas estão à contemplação dos
visitantes. O diretor tem conhecimento de que isso é motivo de crítica pelos visitantes. Há um
projeto que es se iniciando e pretende agregar ao atual prédio uma sala expositiva e um
espaço externo para atividades de teatro e música (anfiteatro) na intenção de
“efetivamente
acentuar essa ligação do espaço do museu com a população”
(MAGALHÃES).
No que se refere à sinalização interna do Museu, de acordo com seu diretor, não existe a
necessidade de uma sinalização mais efetiva, tendo em vista que os locais de exposição não
são muitos e o deslocamento pelo Museu é fácil. Quanto às legendas, aos textos e placas, ele
esclarece que um esforço de referenciar melhor tecnicamente as peças gerou uma dificuldade
de leitura por parte dos visitantes. Sendo assim, outras formas de interação com o público são
desenvolvidas, como o estímulo à fabricação manual de pequenos manequins para uma
imagem sacra exposta, entre outros. O conforto do Museu não foi bem avaliado por seu
diretor, tendo em vista principalmente o local de recepção dos visitantes, que é onde também
fica a loja do Museu Mineiro. Há propostas de uma modificação desse espaço visando
exatamente ao conforto dos visitantes.
169
O estado de conservação do acervo é bem avaliado por seu gestor, exceto o teto de umas das
salas de exposição.
Nós temos dois tetos importantes. Tem a sala de arte sacra que tem o teto restaurado
e a sala da Pinacoteca, que é um teto muito importante, muito bonito, que exige uma
intervenção de restauro. Foi feito o projeto que foi apresentado para o Ministério da
Cultura, mas que não recebeu verbas e vai ser reapresentado agora. Recentemente
nós fizemos um trabalho propriamente no telhado imbuído desse aspecto de
conservação do teto, onde se retirou todo o telhado. Inclusive a Pinacoteca esteve
desmontada por um período, isso o ano passado. Retirou-se todo o telhado,
colocaram-se mantas rmicas entre o telhado e o teto, e agora efetivamente a gente
tem que buscar fazer com que esse projeto seja aprovado, bem visto em alguma
instância para que a gente possa captar recursos para restaurar. (MAGALHÃES)
A necessidade de monitores específicos para o atendimento do público em geral é uma
realidade no Museu e de acordo com seu diretor, providências estão sendo tomadas junto à
SUM no sentido de sanar essas deficiências. Quanto à segurança e ao acolhimento dos
funcionários do Museu, o gestor afirma que são apropriados para o recebimento dos
visitantes, sendo eles turistas ou não.
A programação oferecida pelo Museu foi bem avaliada por seu gestor que frisou sua
preocupação com que a programação, como ação de aproximação do público,
diga respeito
ao conteúdo do museu, e não ações esvaziadas, um evento em si que poderia acontecer aqui
ou em qualquer outro lugar, [...] algo que estimule o visitante a criar reflexões sobre o
museu”
(MAGALHÃES
)
.
Apesar de acreditar que o Museu é um atrativo turístico da cidade e reconhecer que seu
acervo é único, o gestor coloca que, por causa da pouca tradição dos brasileiros em visitar
museu, a visitação ainda é tímida e proveniente de pessoas que vão conhecer a Praça da
Liberdade e passantes da Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena, além do público
infantil das escolas. Nenhuma ação voltada aos turistas é realizada pelo Museu, apesar da
intenção de colocar o Projeto Guardas no calendário oficial de eventos da cidade. Existia até
recentemente, no corpo de funcionários da instituição, durante mais de dez anos, uma
funcionária bacharel em turismo, porém suas funções não estavam ligadas ao
desenvolvimento do Museu como atrativo turístico. Nenhuma ação foi identificada como
sendo de interlocução entre o Museu e órgãos de interesse turístico, como agências de
viagem, órgãos de planejamento e de turismo. Para o diretor, uma pessoa na área de
170
comunicação seria adequada para divulgar melhor o Museu e trabalhar no estreitamento da
relação do MM com o turista e com o turismo da cidade.
No que concerne às questões relativas ao Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães,
a diretora coloca que o Museu vem atendendo prioritariamente a duas áreas: o turismo e os
professores como elementos multiplicadores. Cursos específicos foram criados para guias de
turismo, que têm sempre uma boa aceitação e que vêm multiplicando o conhecimento dos
visitantes e pessoas da área de turismo. Através de profissionais que atenderam aos cursos, a
operadora CVC entrou em contato com o Museu e, depois de fazer uma visita, o incluiu em
seus roteiros. Além disso, a diretora informa que também uma demanda de estudantes de
outros estados que, em turismo pedagógico a Minas Gerais, entram em contato com o Museu
solicitando assessoria e até cursos durante a visita. Além disso, existe um projeto chamado
Ciclo de Palestra sobre a Estrada Real que cerca de três anos convida profissionais da área
de história da mineração, geologia, turismo e patrimônio para falar sobre as cidades da
Estrada Real e seu entorno, focando em suas riquezas naturais. Atualmente a gestora vem
desenvolvendo junto com arquitetas da Casa do Baile e da Fundação Municipal de Cultura um
roteiro turístico da Praça da Liberdade, relacionando estilos arquitetônicos e material
geológico ligados a seus estilos e história. Quando questionada sobre as dificuldades de se
trabalhar o Museu como atrativo turístico, ela aponta a divulgação como o elemento mais
difícil. Apesar disso, ela afirma que o Museu vem cada dia mais oferecendo melhores
condições aos seus visitantes, e reconhece a necessidade de ter um local de alimentação e loja
de suvenires. Ela explica que o prédio em que o Museu se encontra instalado é uma concessão
do Estado para a Prefeitura, e que alguns dos andares do prédio não são oficialmente de uso
do MMPDG, apesar de estarem ocupados por ele. Sendo assim, o espaço disponível para
exposição e para os cursos já é reduzido, inviabilizando a idealização de novos usos.
O Museu tem sido objeto de estudo de vários estudantes de turismo, principalmente de alunos
da PUC Minas e da Faculdade Estácio de Sá, instituições com que a diretora mantém contato.
Além disso, existe um posto de informação turística da Belotur dentro do MMPDG. A gestora
esclarece que existem duas funcionárias do Museu que são bacharéis em turismo, uma
trabalha na recepção e a outra na área administrativa. A da área administrativa é concursada
para cargo administrativo e por isso não exerce sua profissão no Museu.
171
De acordo com os dados da entrevista com a diretora do Museu Histórico Abílio Barreto, o
Museu passou na década de 1990 por uma complexa reinvenção/revitalização, que consistiu
basicamente em um grande movimento de tratamento de acervo, de questionamento do
entorno dele e de reflexão sobre a atuação do Museu na cidade. Uma das principais ações da
revitalização foi a construção de um prédio que pudesse abrigar a reserva técnica, a parte
administrativa, a biblioteca, um auditório, loja e restaurante, retirando do casarão todo o peso
administrativo e dando oportunidade à instituição de tratá-lo como a principal peça do acervo
do MHAB. Tudo isso foi possível devido à continuidade de administrações municipais
democráticas populares que oportunizaram uma maior reflexão na cidade sobre o campo da
história, da memória e do seu patrimônio. Assim sendo, a diretora coloca que a infra-
estrutura, os serviços e a programação cultural que o Museu oferece aos seus visitantes têm
atendido às suas demandas e que cada dia mais o público vem utilizando o Museu como um
local de lazer. Ela reconhece que, apesar de o Museu ser considerado também um atrativo
turístico da cidade, poucos turistas o visitam. O Museu não trabalha com ações efetivamente
voltadas aos turistas, apesar de ter condições de recebê-los para um almoço, para comprar
suvenires
de pontos turísticos diversos da cidade e de ter a exposição permanente do casarão
com legendas em inglês. Um
folder
escrito em três línguas sobre o Museu foi produzido
pela instituição e ficava espalhado pelo Museu. De acordo com a gestora, esse
folder
cumpriu
seu papel enquanto existia, porém, devido à densidade das informações contidas nele e de
acordo com as outras necessidades da instituição, ele não foi reeditado. Ela considera que o
folder
é peça fundamental para apresentar o Museu e que existe a promessa da Belotur em
fazer uma peça publicitária desse tipo e disponibilizar aos museus da cidade.
A entrevistada se dispõe a uma interlocução mais sistemática com o órgão municipal de
turismo, pois reconhece que não nenhum profissional da área em seu corpo de funcionários
que possa se preocupar mais especificamente com as questões do turismo. Ela conta que há
muitos anos uma ex-aluna, que também era guia de turismo, a procurou e passou a levar
grupos de turistas e visitantes ao Museu, porém foi uma ação pontual e informal.
Quando questionada sobre a necessidade de assessores de sala ou visitas monitoradas, a
gestora explica que, quando iniciou sua administração, manteve uma decisão já tomada
anteriormente pela equipe do setor educativo que, pensando no atendimento das escolas, via
como um vício grande o fato de que os professores levavam seus alunos ao Museu e os
entregavam aos monitores, sem participar efetivamente da vista. Esse problema foi sanado
172
com o projeto Encontro com o Museu, no qual os professores, antes de levarem suas turmas,
recebem por um breve curso sobre o Museu e seu conteúdo. Porém ela afirma que essa
“tradição” está sendo rediscutida.
O Museu está atualmente com uma exposição temporária que expôs menos objetos que as
antigas exposições, e que, por isso, provavelmente, alguns visitantes questionados na pesquisa
de demanda dessa dissertação disseram que pouco acervo estava exposto. A diretora explica
que este foi um caso particular e que geralmente as exposições temporárias têm um número de
objetos e fotos (coleção icnográfica) expostos muito maior do que o atual.
No que concerne ao Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais, sua coordenadora, em entrevista, coloca que um desenvolvimento muito
grande em Belo Horizonte na área de museus e que atualmente, com a política nacional de
museus e com as leis de incentivo à cultura e outras leias, está sendo relativamente fácil
conseguir recursos para os museus. Ela explica que o Museu foi construído dessa forma, que a
PUC Minas é responsável por manter o prédio e os funcionários, mas a pesquisa, as
exposições, e até mesmo o mobiliário do Museu tornaram-se viáveis por meio de recursos de
projetos. A PUC Minas, por ser uma instituição filantrópica, não pode ter lucro e tem que
reverter a maioria de seus recursos para a sala de aula, não sendo dessa forma o investimento
no Museu uma prioridade.
A gestora reconhece que o museu é um atrativo turístico, apesar de as pessoas não terem
cultura de visitar museus no Brasil. Ela tem conhecimento de que o Museu está cada dia mais
recebendo turistas e que está relacionado na publicação Guia 4 Rodas e no guia turístico da
Belotur, além de ter sua programação publicada diariamente no Jornal Estado de Minas.
Apesar disso, ela reclama que a PUC Minas investe muito pouco em divulgação, que o Museu
tem boas condições de receber mais visitantes espontâneos, porém agora que sua equipe
vem despertando para a necessidade de colocar, em seus projetos de captação de recursos, a
questão da divulgação, do marketing, que toda publicidade da PUC Minas fica a cargo de
uma equipe muito pequena para a efetiva demanda. Nenhuma ação é voltada exclusivamente
aos turistas. A gestora diz que, pelo fato de o Museu ter sido fundado e idealizado pela equipe
da faculdade de Biologia, a maioria de seus funcionários é de biólogos, e que essa realidade
poderia ser diferente no sentido de agregar outros valores as exposições, ao trato com o
público e à concepção de museu. Entre eles foram citados os pedagogos, historiadores,
173
geógrafos e os turismólogos. O MCN se destacou como o Museu que mais oferece monitoria
em suas salas de exposições, e esta assessoria é também feita por estudantes do curso de
turismo da Universidade.
Quando questionada sobre a existência de alguma ação para atrair turistas a coordenadora
citou a promoção através de cartões postais (pop-cards) que foram distribuídos pela cidade,
incluindo restaurantes e hotéis. Ela completou que o Museu vem participando anualmente da
comemoração nacional da Semana dos Museus, que é uma iniciativa do DEMU/MINC e que
divulga todos os museus participantes país afora.
Além disso, a gestora foi questionada sobre dois pontos: o fato de o Museu não abrir aos
domingos, e por isso inviabilizar em parte a visitação de turista de final de semana; e de não
ter livro de assinatura, reconhecido aqui como forma de se conhecer o perfil de seu público.
Sobre o primeiro tópico, ela coloca que a viabilidade de abrir o Museu aos domingos já está
sendo trabalhada junto à PUC Minas e que este será apenas uma questão de tempo. Sobre o
segundo tópico, a gestora explica que o controle dos visitantes é feito através do agendamento
de grupos e da bilheteria. O Museu trabalhava com livro de assinatura, mas devido ao
comportamento das crianças de rabiscar o livro, este foi retirado.
6.2 Perfil e visão dos gestores da Belotur, Fundação Municipal de Cultura e
Superintendência de Museus do Estado de Minas Gerais
De acordo com os dados das entrevistas sobre o perfil dos gestores dos órgãos blicos
Belotur, Fundação Municipal de Cultura e Superintendência de Museus do Estado de Minas
Gerais apresentados no quadro 2 abaixo, em geral eles têm idade entre 60 e 69 anos, com
formação profissional acadêmica, inclusive em nível de pós-graduação
strictu sensu,
em áreas
afins. A maioria dos gestores tem experiências profissionais anteriores relacionadas à atual
função, com predominância a atuação em outros órgãos blicos. O tempo de gestão dos
órgãos varia ente dois meses e seis anos. Apenas o presidente da Belotur está no mesmo cargo
desde o começo do seu trabalho na empresa.
174
QUADRO 2
Perfil dos gestores dos órgãos ligados aos museus de Belo Horizonte – julho/agosto 2007
Órgão Belotur SUM Fundação Municipal de Cultura
Nome
Fernando Lana Letícia Julião Maria Antonieta Antunes Cunha
Cargo
Presidente Superintendente Presidente
Formação
profissional
Bacharel em
Engenharia Elétrica,
cursos de pós-
graduação na área de
Engenharia
Econômica, Política
e Estratégia
Empresarial
Bacharel em
História, Mestre
em Ciências
Políticas e
Doutoranda em
História
UFMG
Bacharel em Letras,
pós-graduação em Educação
e Letras pela UFMG
Atividades
profissionais
paralelas
Nenhuma Nenhuma
Coordenadora de cursos de pós
graduação em arte e educação e
literatura infantil, editora e
escritora
Experiência
profissional
anterior
Área financeira de
pequena e média
empresas,
BDMG, Diretor
BNDES
MHAB,
IPHAN
Docência, Empresária na rede
de editora e livraria, Consultora
do MEC e do Estado de MG
na área de linguagem
Idade
60 a 69 anos 40 a 49 anos 60 a 69 anos
Anos no Órgão
2 anos 8 meses 11 9
Anos na atual
função
2 anos 8 meses 2 meses 6
Fonte: Dados da pesquisa
De acordo com os dados da entrevista com a superintendente de Museus do Estado de Minas
Gerais, o órgão sempre atuou de forma muito tímida em Belo Horizonte, não exercendo
muitas vezes seu papel de articulador de uma política estadual de museus e ficando voltado à
gestão dos seis museus de sua responsabilidade, sendo o Museu Mineiro o único em Belo
Horizonte. Ela acredita que a partir da gestão de Silvana Cançado algumas ações foram
realizadas no sentido de iniciar um diálogo mais efetivo com as instituições museológicas da
capital e de prestar assessoria técnica a elas. Uma dessas ações foi o cadastramento de museus
e a publicação do Caderno de Diretrizes Museológicas. Cabe à SUM a articulação de
cooperação entre os museus, independente da idade, grau de articulação e desenvolvimento da
instituição na cidade. A atual gestão pretende fazer uma pesquisa qualitativa nos museus do
Estado, no sentido de mapeá-los e traçar um planejamento de políticas públicas nessa área.
Entre os projetos para serem realizados pelo SUM, ela informa sobre a certificação de
175
museus, no sentido de exigir dos museus um patamar nimo de qualidade de serviços, e
destaca a importância dessa ação para o turismo.
Não no corpo de funcionários da instituição uma pessoa com formação específica para
estimular relação mais profícua entre turismo e museus, apesar de uma bacharel em turismo
ter trabalhado durante dez anos na instituição, porém não exercendo sua profissão. A
superintendente cita a necessidade de assessoria de um bacharel em turismo e de outros
profissionais, como museólogos, para o desenvolvimento das políticas públicas da instituição.
Por hora, não nenhuma ação exclusivamente voltada à aproximação entre os museus e o
turismo da cidade, apesar de articulações dessa natureza terem sido mencionadas, sem mais
especificações, em relação a discussões entre a superintendente e gestores dos Circuitos
Turísticos do Estado. Os museus de Belo Horizonte, segundo a gestora,
“não conseguem se
inserir efetivamente numa rede de circulação dos negócios turísticos, ou pelo menos inserir
de uma forma incisiva, com todo o potencial que eles têm para oferecer”
(JULIÃO). Apesar
disso, os museus são locais de visitação turística da cidade e estão cada dia mais
modernizados.
Sobre o desenvolvimento destes museus, a superintendente coloca que eles vêm melhorando
significativamente a qualidade e a conservação de seus acervos, suas programações, infra-
estrutura e a condição de recebimento de seus visitantes a partir da década de 90 e isso se dá
devido a uma política municipal, estadual e federal de incentivo a estas instituições.
Especificamente sobre a esfera federal, ela coloca que criou-se uma consciência da
importância desses incentivos, que também vem de uma discussão mundial do final do culo
XX e início do século XXI, sendo que o museu é hoje o equipamento cultural mais cobiçado
pelas cidades e muito bem vistos como cartão postal. Além disso, com o intenso debate de
profissionais da área, encontros freqüentes, a criação do Sistema Brasileiro de Museus e mais
especificamente a abertura de créditos específicos para a área e os benefícios das leis de
incentivo à cultura, os museus têm conseguido condições para se modernizarem. Apesar
disso, a gestora coloca que o desafio es em modernizar conceitualmente os museus, e a
maior dificuldade está na formação dos funcionários das instituições, que perdem muito com
“as mudanças políticas que levam consigo as levas de profissionais que foram qualificados
na última gestão”
(JULIÃO).
176
A gestora finaliza dizendo que os museus só serão prazerosos para os turistas se forem
prazerosos para a comunidade em que ele está inserido.
Em relação à Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte, dados da entrevista com seu
presidente indicam que a empresa vem, a partir da última gestão pública municipal, se
transformando em uma agência de desenvolvimento de turismo da cidade e não mais um
órgão voltado prioritariamente à realização e ao apoio a eventos, que mais atendia a
população local do que os turistas. O órgão, que assume que a cidade tem vocação natural
para o turismo cultural, vem desenvolvendo políticas públicas neste sentido, e reconhece,
assim, que os museus são importantíssimos atrativos culturais da cidade. Alguns
investimentos estão sendo feitos principalmente em projetos como: a capacitação de mão-de-
obra especializada do turismo, que em uma primeira fase abrangeu taxistas, garçons e
recepcionistas de hotéis e que posteriormente pode incluir funcionários dos museus; a
sinalização turística já existente na cidade, inclusive ao redor dos principais museus da cidade,
que vai ganhar mais 700 placas, facilitando o deslocamento dos turistas e belo-horizontinos;
mudanças importantes na forma do Guia Turístico da Belotur, e também na sua distribuição;
concurso público para a empresa, abrindo diversas vagas para turismólogos e técnicos em
turismo; o incremento da promoção turística com uma orientação mais especializada na
captação de eventos para a cidade; a construção de um centro de referência turística na Lagoa
da Pampulha e a compra de um posto móvel de informação turística, iniciativa única no País,
que possibilitará uma maior agilidade e participação em feiras e congressos no Estado e fora
dele.
O presidente destaca a clareza, a objetividade e a identidade das ações que estão sendo
realizadas a partir do Plano de Marketing, o Plano Horizonte, com a cidade de Belo
Horizonte. Foram oito meses negociando a contratação do Plano e dez meses para sua
realização, afirma o gestor, para quem agora está bem clara e devidamente diagnosticada e
comprovada a vocação da cidade, assim como seus potenciais, suas fraquezas e
principalmente as ações que deverão ser tomadas para o incremento do turismo na capital.
Para o diagnóstico realizado, foram pesquisados todos os museus da cidade e, de acordo com
a metodologia utilizada pelo Chias Marketing, empresa responsável pelo Plano, os museus de
efetiva atratividade turística foram classificados
42
, juntamente com os demais atrativos
42
Sobre a classificação dos atrativos turísticos de Belo Horizonte ver seção 4.1
177
turísticos de Belo Horizonte. Uma das ações do Plano é a reformulação de alguns dos
folders
de promoção turística, e a Belotur está atendendo a essa ação, no caso dos museus, com a
confecção de um guia de todos os museus da cidade, o que amplia a divulgação que existe
através de um
folder
com alguns museus. O presidente ainda coloca que um processo de
convênio com a Infraero, apesar de lento, devido aos problemas nacionais que a aviação vem
sofrendo, que pretende expor no Aeroporto Internacional de Confins uma pequena amostra do
acervo dos museus da capital no sentido de chamar a atenção para esses atrativos.
Para o presidente da Belotur, os museus de Belo Horizonte vêm aprimorando suas
instituições, dando oportunidade a visitas muito mais interativas do que apenas
contemplativas. Porém ele ressalta a importância de que os museus estejam atentos aos
turistas estrangeiros, através da tradução das legendas das exposições, e da necessidade de
monitoria, para otimização do tempo do visitante. Para ele, os museus são também muito
importantes na formação cultural da população, além de ser de fundamental importância para
a pesquisa de todos os níveis de educação.
O gestor afirma que os museus se beneficiam da atividade turística pelo fluxo turístico que
estes recebem e, principalmente, pelo reconhecimento desses espaços como importantes para
a sociedade e, conseqüentemente, a possibilidade de preservá-los. Ele diz que é de
importância primária o reconhecimento da população da cidade, para que, assim, o local seja
atraente aos olhos dos turistas. Nesse sentido, a Belotur vem realizando um projeto piloto
chamado Turismo em Ônibus, que consiste em mostrar à população, através de explicações de
estudantes de turismo dentro de linhas públicas regulares de ônibus, quais são os atrativos
turísticos da cidade e sua importância.
Quando questionado sobre o problema de acesso ao Museu de Arte da Pampulha, o presidente
afirma que a Belotur tentou viabilizar um ônibus turístico que contemplava a região da
Pampulha, entre outros, e que a BHTRANS publicou uma licitação para tal, porém não houve
interesse das empresas de transporte por julgar um investimento muito alto. Agora está sendo
estudada a possibilidade de se ter uma linha regular de ônibus, que passe pelas áreas turísticas
da cidade, sanando a deficiência de acesso ao MAP.
Segundo o presidente, dada a grande importância dos museus na cidade, uma comunicação
com a Administração de Estádios do Estado de Minas Gerais (ADEMG) no sentido de criar
178
um museu do Esporte no Estádio de Futebol Jornalista Felipe Drummond Mineirão. Ele
comenta também da necessidade de se ter nas grades curriculares dos cursos de turismo uma
cadeira que abranja a importância desse equipamento cultural tão significativo e que
possibilite a futuros turismólogos a interlocução do turismo com a museologia.
Sobre a relação da Belotur com a Fundação Municipal de Cultura e a Superintendência de
Museus do Estado de Minas Gerais, o presidente afirma que tem uma relação muito próxima
com a Fundação, tendo vista que a vocação principal para o turismo da cidade é o turismo
cultural. Nessa oportunidade o gestor esclarece que Belo Horizonte, através da Belotur, vem
também divulgando outros museus, como o da Inconfidência, em Ouro Preto, ou o Centro de
Arte Contemporânea Inhotim, em Brumadinho, por entender que o produto turístico Belo
Horizonte não é apenas a capital, mas também seu entorno.
No que concerne à Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, sua presidente explica
que a política da atual administração municipal para a cultura cresce no sentido de
descentralizar as ações do órgão, levando a cultura para as novas regiões administrativas da
cidade. Entre as ações que facilitam essa descentralização, e também como reconhecimento
da população da importância de equipamentos culturais, esa construção de centros culturais
nas regionais através do Orçamento Participativo. Ela considera que a Fundação tem criado e
participado de conselhos, que ajudam na discussão de diversos assuntos e nas tomadas de
decisões. Além disso, a instituição vem pautando suas ações junto a projetos como os de
educação cultural, leitura e informação, e memória e patrimônio, área em que os museus se
destacam.
Sobre a relação da Fundação com os museus de Belo Horizonte, a gestora explica que ela
é
mais ou menos estreita, muito em função das administrações de projetos que cada
equipamento faz
(CUNHA) e ainda que um trabalho no sentido de criar uma rede de
museus municipais, independente de serem da prefeitura ou não. Ela coloca que o MHAB, o
MAP e o MMPDG são equipamentos da Fundação, e que por isso todo seu pessoal e projetos
usuais são financiados pela Prefeitura através dela. Há, também, entre a Fundação e o MAO
uma estreita ligação, através de parceria firmada com a Prefeitura, apesar de o Museu ser uma
iniciativa privada. Ela esclarece que algumas ações dos museus da Prefeitura de Belo
Horizonte, principalmente aquelas que envolvem edificações, são custeadas parcialmente pela
179
iniciativa privada, através de parcerias e das leis de incentivo. Dentre essas ações estão a
construção do prédio anexo do MHAB e o atual projeto de se construir um anexo ao MAP.
Sobre os museus da Fundação e a política nacional de museus, a gestora coloca que
especificamente o MAP e o MHAB são bastante reconhecidos e considerados pelo órgão
federal de patrimônio - IPHAN e que eles vêm se beneficiando da política nacional de
museus, inclusive também por desenvolverem ações sempre pautadas em discussões em nível
nacional e internacional. Ela destaca a política de revitalização do MHAB e o grande
reconhecimento de artistas contemporâneos do trabalho que está sendo realizado no MAP,
entre eles o projeto Bolsa Pampulha
43
.
De acordo com a entrevista, os museus da PBH são as instituições culturais melhor equipadas,
entre as de responsabilidade da Fundação, e mesmo assim necessitam de determinados
especialistas, como museólogos, museógrafos, especialistas em arte educação e em
comunicação. Esta dificuldade será parcialmente sanada devido ao primeiro concurso público
na área da cultura, que será realizado, abrindo 247 vagas para diversas funções. Quando
questionada sobre qual seria um profissional que poderia estreitar a relação entre o turismo e
os museus da Fundação, a gestora apontou um profissional da comunicação. Em relação à
contratação de um bacharel em turismo para essas instituições, ela coloca que profissionais
“básicos”, como os citados acima, além de cenógrafo, iluminador e arquiteto para outras
instituições da Fundação, são muito fundamentais na atualidade e um profissional com essa
formação seria “
pra depois a gente ter o luxo
” (CUNHA).
Sobre o relacionamento com a Belotur, a presidente afirma que os órgãos vêm trabalhando
juntos em várias ações, entre elas, divulgar a cidade fora do País e divulgar os eventos da
cidade na cidade. Ela coloca que a atual gestão da Belotur está estreitando a comunicação
com a Fundação e trabalhando mais objetivamente a vocação da cidade, o turismo cultural.
Sobre a importância dos museus no turismo, para a gestora, os museus são equipamentos
culturais muito importantes para o turismo mundial, atraindo principalmente visitantes de
países europeus e norte-americanos, pois são culturas que mais tempo valorizam a
43
O Bolsa Pampulha é um projeto que busca estimular a produção emergente em artes visuais e incentiva artistas
em início de carreira. Podem se inscrever artistas plásticos de todo o País, sendo que dez são selecionados. Eles
180
memória e o patrimônio. No Brasil, esse valor ainda é recente, assim como as políticas
públicas nesse sentido. Um problema enfrentado pelas instituições museológicas do Brasil,
que reflete essa situação, é a pouca visitação espontânea, conforme a gestora. No sentido de
minimizar esse problema e estreitar a relação dos museus com os visitantes, a Fundação,
através dos museus, vem procurando diversificar suas ações culturais, principalmente sob a
forma de apresentações musicais, entendidas como arte e história.
6.3 Visão geral dos gestores
Os gestores dos museus MHAB, MCN, MAO, MMPDG, MM e MAP, e dos órgãos públicos
pesquisados reconhecem que os museus são atrativos turísticos da cidade, porém poucos são
os museus que trabalham com ações voltadas para a atração dos turistas ou para um
atendimento diferenciado a eles. Para eles, os museus ainda são pouco visitados por turistas,
porque, além de Belo Horizonte não receber um mero significativo de turistas, no Brasil
não há ainda uma cultura de visitação de museus. Em geral, os gestores consideram a
programação, o acervo, a infra-estrutura e os serviços adequados ao atendimento de seus
visitantes, porém destacam a necessidade de locais para agregar valor ao museu, com a
construção de lojas de suvenires e lanchonetes, que são fundamentais para a recepção de
turistas.
Praticamente não há interação entre os museus e outras instituições interessadas no turismo da
cidade, como agências de viagem, operadoras, hotéis, etc. Alguns museus têm, em seu corpo
de funcionários, bacharéis em turismo, porém nem todos eles exercem sua profissão no
museu. 50% dos museus oferecem vagas para estagiários dos cursos de turismo. A maioria
dos gestores, com destaque para aqueles dos museus que não têm bacharéis em turismo,
consideram que um profissional da área de comunicação seria o mais apropriado para o
desenvolvimento da interação da instituição com o turismo da cidade.
recebem bolsa mensal de R$1.200,00, durante 13 meses e participam de exposições em espaços públicos da
cidade ao final do período de bolsa.
181
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
O estudo que embasou esta dissertação, desenvolvido à luz de diversos autores, somado à
análise dos dados recolhidos na pesquisa da oferta de museus da cidade, na pesquisa de
demanda de seis dos seus principais museus e nas entrevistas com os gestores realizadas,
buscou trazer alguns aportes que possam contribuir não para diagnosticar a diversidade
museal da capital mineira, mas também para permitir o desenvolvimento desses museus como
atrativos turísticos, e, conseqüentemente, para desenvolver o turismo na cidade.
Buscou-se nesta pesquisa contribuir para as reflexões teóricas sobre a recente interlocução do
turismo com os museus, a partir das discussões sobre os conceitos de cultura, patrimônio
cultural e museus, além de questões mais específicas sobre segmentação turística, procurando
contextualizar o objeto de estudo e introduzir outras etapas.
Em seguida, a etapa da pesquisa de campo se deu de forma que todos os atores envolvidos no
desenvolvimento turístico dos museus fossem ouvidos. Iniciou-se com a pesquisa de oferta
que verificou as condições de infra-estrutura e serviços em 14 museus da cidade e permitiu
diagnosticar e comparar quais museus estão estruturados para o recebimento de turistas e
visitantes em geral, assim como apontar para questões que precisavam ser investigadas. No
segundo momento, foi dada a voz aos visitantes dos museus, através de um elaborado
questionário, por meio do qual se pôde avaliar diversas questões relativas aos seis museus de
maior potencialidade turística de Belo Horizonte, assim como conhecer o perfil dos visitantes,
suas motivações e grau de satisfação da visita. Essa etapa também apontou algumas questões
que precisavam ser esclarecidas em relação a particularidades dos museus e as suas
dificuldades em relação ao relacionamento com as questões do turismo. Ainda, buscou-se
compreender de que forma os gestores e suas instituições estavam preparados para o
desenvolvimento do turismo, e procurou-se responder as lacunas deixadas nas etapas
anteriores. Para tanto, procedeu-se com entrevistas semi-estruturadas com os diretores dos
museus e de importantes órgãos públicos envolvidos na relação entre museus e o turismo da
cidade de Belo Horizonte.
No que concerne ao panorama das condições de recebimentos de visitantes dos 14 museus da
cidade, a partir da oferta, elas foram discutidas item por item na seção 4.3.11. No geral são
182
quatro os pontos positivos: a diversidade museal, a sinalização externa, o acesso por
transporte público e os aspectos intangíveis, como limpeza dos ambientes e cortesia dos
funcionários. Os museus, em geral, não têm infra-estrutura e serviços adequados para o
recebimento dos turistas, sendo eles nacionais ou estrangeiros, pois não possuem assessoria,
legenda e sinalização interna em ngua estrangeira, loja de suvenires e áreas de alimentação.
Além disso, os museus, em geral, não possuem condições de acessibilidade aos portadores de
necessidades especiais; não possuem sistemas de segurança adequados; não utilizam novos
recursos de comunicação com seus visitantes; não possuem uma forma de fazer pesquisa de
público eficiente e a divulgação e a promoção dos museus são precárias. Nem todos os
museus têm potencialidade turística, sendo os seis museus pesquisados em maior
profundidade na presente pesquisa, sem dúvida, os museus mais equipados e qualificados para
atender visitantes, sendo eles turistas ou não.
Na pesquisa de demanda, destaca-se, em relação ao perfil dos visitantes, a constatação de que
a grande minoria dos visitantes está acima de 65 anos (1,3%). Para o senso comum, o
principal público dos museus seriam os idosos, pelo tempo disponível e por se interessarem e
identificarem com “coisas velhas”. Com os dados mostrando o contrário, pode-se dizer que,
de alguma forma, os museus não são apenas vistos como locais de “de guarda de objetos
antigos”, mas também locais capazes de se comunicar com a população jovem, com seus
interesses e desafios.
Sabe-se que a expectativa de vida das pessoas, atualmente, tem crescido muito, aumentando,
com isso, a necessidade de se repensarem as questões que envolvem a qualidade de usufruto
do tempo livre. O envelhecimento proporciona limites maiores ao indivíduo, mas isso não
significa que o idoso tenha que se abster de atividades como o lazer. Além das mudanças
biológicas e das transformações psicológicas que ocorrem no íntimo de cada um, o
envelhecimento transforma, também, as relações do indivíduo com o meio social. Os museus
devem estar atentos à tentativa de amenizar os declínios e as conseqüências trazidas pelo
processo de envelhecimento, tentando resgatar a autonomia e a auto-estima desses indivíduos
e, assim, lhes proporcionar bem-estar, podendo aumentar a satisfação e o prazer de viver.
Devem reconhecer também que as dificuldades financeiras dos idosos, as condições precárias
de saúde e a perda gradual do hábito de lazer externo são alguns dos impedimentos para esta
prática. Ou seja, é preciso fazer valer os direitos conquistados por eles, como a prioridade no
atendimento e desconto nos ingressos dos museus. Pode-se considerar a divulgação junto a
183
asilos e clubes da maior idade, assim como viabilizar o transporte até os museus, como muitas
vezes é feito com escolas, principalmente da rede pública.
Em relação aos turistas idosos, o segmento do turismo da terceira idade vem crescendo no
Brasil e no mundo, também devido ao aumento da população, e por disporem de tempo livre e
condições financeiras favoráveis para a atividade. A qualidade de vida es cada dia mais
ligada à valorização de hábitos saudáveis, do contato com a diversidade cultural, do
movimento. O turismo proporciona essa interação, desestimulando o sedentarismo e a
inatividade. Além disso, se bem planejada, a atividade turística da terceira idade pode trazer
benefícios à atividade turística em geral, como a ocupação dos equipamentos turísticos em
baixa temporada e a melhoria da rede hoteleira através da agregação de serviços de saúde,
como spas.
No que concerne à escolaridade e à renda dos visitantes, pode-se dizer que os visitantes
espontâneos dos museus, em sua maioria, ainda fazem parte da elite brasileira. Assim como
foi dito em entrevista por alguns diretores dos museus, a população em geral não tem o hábito
de visitar museus, o que de acordo com a discussão teórica deste estudo está ligado ao fato de
o próprio surgimento dos museus ser ligado aos estados nacionais modernos e sua concepção
de guardar o que era próprio da elite. Em
O amor pela arte
, Bourdieu (2003) considera que a
freqüência dos visitantes aos museus em todos os países pesquisados aumenta
consideravelmente à medida que eleva o nível de instrução, sendo a “necessidade cultural”
um produto da escola. Naqueles que não têm a prática de visitação e que o têm instrução
que valorize tal prática, é observada a ausência do sentimento de privação. A mesma coisa é
colocada em relação aos turistas visitantes de museus.
Em relação às especificidades de cada um dos seis museus, e os resultados a partir da
avaliação de seus visitantes, o Museu Mineiro apresentou problemas em vários aspectos, entre
eles a falta de divulgação/informação, disposição das peças e dos textos, clareza das
informações, sinalização, conforto, iluminação, segurança, acolhimento/atendimento, acesso,
entre outros. Porém, o acervo foi o aspecto mais criticado pelos visitantes, tendo em vista,
principalmente, a quantidade exposta. A probabilidade de retorno entre os museus foi a
menor, assim como foi baixa, em relação aos outros museus, a satisfação da visita. Em
conseqüência, o MM teve a mais baixa classificação na opinião dos visitantes quanto à
relevância de o museu como atrativo turístico, dado que se agrava se for cruzado com o fato
184
do museu ter sido o que mais recebeu visitação de turistas. Apesar disso, o museu recebeu a
menor porcentagem de resposta que considera o turismo e lazer a função do Museu. Na
avaliação a partir da pesquisa de oferta, o MM é o único museu público entre os investigados
na pesquisa de demanda que cobra ingresso. O museu se destacou positivamente no que se
refere ao acesso de portadores de necessidades especiais. Em entrevista, foi possível perceber
que seu gestor não reconhece parte das dificuldades encontradas na pesquisa de demanda e
coloca que algumas dificuldades já conhecidas, como algumas reformas necessárias, não são
viáveis devido ao tombamento do edifício da sua sede. É preciso que a gestão do Museu esteja
melhor informada sobre as necessidades dos seus atuais visitantes e sobre as demandas dos
turistas. Mesmo não tendo nenhuma ação voltada aos turistas, o MM estará sempre recebendo
turistas, seja por sua localização, ou pela atratividade que seu “nome” e parte do acervo que
oferecem. Através deste estudo a gestão do museu pode conhecer as necessidades e
expectativas dos visitantes, em especial os turistas, e dar início a uma conscientização da
importância desse blico para a visitação e o desenvolvimento do museu, além de
reconhecer nele uma forma de promoção e preservação da cultura mineira. O Museu Mineiro
deve representar todo o povo mineiro e ser uma síntese de Minas Gerais. E é que ele
decepciona a maioria dos seus visitantes, porque, apesar do seu rico acervo (exposto) de Arte
Sacra, entre outros, o museu não alcança a complexidade e a diversidade mineiras, o que tem
como conseqüência a não identificação dos mineiros com ele, a não preservação e o
desinteresse.
Em relação ao Museu de Arte da Pampulha, foi possível perceber, de acordo com a pesquisa
da oferta, que os principais problemas do museu são a falta de instalações aos portadores de
necessidades especiais, a falta de sinalização interna e de informações para o público em local
visível. Na avaliação dos visitantes, as questões apontadas como negativas foram: a avaliação
do acervo, o estado de conservação do acervo e dos equipamentos do museu, a disposições
das peças e dos textos, a sinalização interna, o conforto, o acolhimento/atendimento, entre
outros. O MAP foi o museu que recebeu a menor porcentagem de visitantes muito
interessados no acervo. A satisfação da visita foi a mais negativa entre os museus, apesar de
ser o museu que recebeu a maior pontuação quanto à probabilidade de retorno. Como dito
anteriormente, esse fato se dá, provavelmente, pelo gosto da arquitetura, e também pela
atratividade da região da Pampulha e/ou pela rotatividade das exposições em cartaz (que são
sempre temporárias). O MAP foi o museu mais considerado pelos seus visitantes como local
para turismo e lazer, porém não superando a porcentagem de visitantes que responderam que
185
sua função é a conservação do patrimônio cultural e a função de educação e pesquisa. Um dos
principais problemas, identificados na pesquisa de demanda, na pesquisa de oferta e na
entrevista com a gestora do Museu é efetivamente o acesso, referindo-se à dificuldade de
acessar o Museu por transporte público regular. Esse obstáculo, que não é apenas do MAP,
mas sim da maioria dos atrativos da Orla da Pampulha, deve sofrer pressões políticas ainda
maiores das que foram relatadas pelo presidente da Belotur, tendo em vista que este problema
é efetivamente um grande empecilho de visitação ao local que a Prefeitura considera um dos
maiores atrativos turísticos da cidade. Se recentemente foi construído um centro de
informações para turistas na Orla da Pampulha, espera-se que este seja capaz de orientar os
visitantes sobre a melhor forma de acessar o Museu, porém esta deveria sempre ser o
transporte urbano público, pois, além da região da Pampulha estar distante do centro da
cidade, ela é distante da grande parte dos hotéis, restaurantes e equipamentos urbanos de Belo
Horizonte, dificultando ainda mais o acesso a tamanho atrativo turístico. O museu, que
reconhece sua importância no turismo da cidade, deve efetivar ações voltadas para os turistas,
como a contratação e capacitação de guias/monitores capazes de dar explicações sobre as
exposições e sobre o entorno do Museu, em no nimo uma língua estrangeira, de
preferência, o inglês. As legendas devem ser também oferecidas aos seus visitantes em outra
língua, para aqueles visitantes que não quiserem ou puderem ser orientados por guia/monitor
não saírem do Museu sem compreender o que ali está exposto.
O MAP, por sua localização, pela beleza e história do prédio em que está instalado, por ser
um museu de arte, entre outros, tem importantes ferramentas para se tornar efetivamente um
grande atrativo turístico da capital mineira. Cabe à Prefeitura, através da gestão do MAP,
repensar o papel que o museu está prestando na cidade, os benefícios e as potencialidades do
museu. É preciso que, em parceria com os demais órgãos municipais, órgãos estaduais e
federais, e a iniciativa privada, crie-se uma força-tarefa para uma ação de inserção do museu
no cotidiano dos moradores de Belo Horizonte, assim como na do turismo na cidade,
comunicando e oferecendo melhores condições de recebimento de visitantes.
O Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães se destacou como um dos museus mais
atentos ao turismo de Belo Horizonte, apesar de pequeno e com sua infra-estrutura incapaz de
suprir demandas como a de uma lojinha de suvenires ou uma lanchonete. Destacam-se a
preocupação da gestora e as ações de qualificar os guias de turismo interessados em levar
turistas ao museu. Essa ação, que não foi identificada em nenhum outro museu, é
186
extremamente importante para difundir informações sobre o acervo ali encontrado, como
estimular a visitação de turistas e tentar tornar a visita mais interessante e contextualizada,
permitindo a diminuição de explicações erradas sobre o acervo (o que não é raro). Além disso,
cabe aqui destacar a existência de parte do acervo com legendas em inglês e parte da
sinalização interna em inglês. Apesar disso, a pesquisa da oferta apontou ainda algumas
questões que podem melhorar no MMPDG como, além de loja de suvenires e lanchonete/café,
informações e serviços ao público em local visível e a limpeza de banheiros e áreas externas e
jardins do Museu. A pesquisa de demanda demonstrou, em geral, satisfação quanto à
experiência vivida. Entretanto, a necessidade de estacionamento (que é um problema da área
central de grandes cidades como um todo) foi apontada como um problema de acesso ao
Museu. Em relação à forma de conhecimento do Museu, a opção que mais recebeu respostas
foi a “Passando em frente ao Museu”, o que demonstra a casualidade da entrada de parte do
número de visitantes e do benefício da localização do Museu. O MM e o MMPDG, que estão
localizados bem próximos, foram os museus mais acessados a pé, e menos conhecidos através
da televisão e do rádio, demonstrando mais uma vez o benefício em visitação por causa de
suas localizações e talvez identificando formas de comunicação pouco exploradas por ambos.
Uma excelente avaliação foi o resultado da pesquisa no Museu de Artes e Ofícios, tanto da
oferta quando da demanda. O museu é relativamente novo e conta com importantes
intervenções que vão ao encontro das necessidades dos novos visitantes, turistas ou moradores
da região. Entre elas, estão as legendas em inglês da grande maioria das legendas da
exposição permanente, a cafeteria, a recém-inaugurada loja de suvenires e as facilidades de
acesso aos portadores de necessidades especiais (principalmente cadeirantes, pois o museu
não oferece legenda em braile). destaque para a divulgação e a promoção das exposições
que são feitas através de serviço especializado, e que podem ser comprovadas a partir da
pesquisa de demanda que teve o maior número de visitantes, entre os demais museus, que
responderam a opção televisão, rádio e jornais/revistas. Com relação à opinião dos visitantes
quanto aos fatores que dificultam a visita ao MAO, houve um grande número apontando
estacionamento, o que remete a necessidade de uma placa indicativa de estacionamento para a
Rua Aarão Reis que fica na lateral esquerda do Museu e relativamente disponível para os
visitantes. Inclusive é que estacionam os ônibus escolares de visitantes do Museu, porém a
rua é de difícil visualização e acesso sem algum tipo de explicação ou sinalização. É preciso,
ainda, qualificar os guias e monitores para que eles possam dar explicações para os visitantes
espontâneos em outras línguas, além do português. Vale lembrar que o MAO é um museu que
187
nasceu de uma parceria entre o setor privado e o terceiro setor, e que, com muito esforço e
recursos, se tornou um museu de destaque nacional.
O Museu de Ciências Naturais da PUC Minas também teve uma boa avaliação dos seus
visitantes, principalmente sobre seus serviços e infra-estrutura, acervo, entre outros,
despertando grande interesse dos que ali puderam desfrutar. O Museu, que é bastante visitado
por escolares, foi o que recebeu maior número de visitantes que atribuíram sua função a
pesquisa e educação, tendo em vista sua temática. Mesmo assim, o Museu não deixou de ter
visitantes (apesar do número reduzido) atribuindo-o ao turismo e ao lazer. O acesso foi o
único item com uma avaliação pouco abaixo das demais avaliações. A pesquisa de oferta
apontou que o museu era o único, entre os seis, que não abre aos domingo. Esse fato, como
foi dito, inviabiliza em parte o acesso de turistas ao Museu. Em entrevista, sua gestora
esclareceu que a tentativa de se viabilizar a abertura do museu também aos domingos. Para
o turista, o Museu não tem nenhuma ação específica e reconhece a necessidade de ter uma
lojinha de suvenires e um local para alimentação. Na pesquisa de oferta o Museu se destaca
com os equipamentos para portadores de necessidades especiais (principalmente cadeirantes),
por oferecer grande número de monitores por todo Museu e sinalização indicativa interna em
português e inglês.
A avaliação dos visitantes do Museu Histórico Abílio Barreto foi muito boa, destacando o
estado de conservação do acervo e dos equipamentos e infra-estrutura, a disposição das peças
e dos textos, a segurança, o acesso e principalmente a clareza das informações sobre o acervo.
Quase a totalidade de seus visitantes achou o Museu relevante ou muito relevante para a
atividade turística de Belo Horizonte e tem a intenção de retornar ao Museu. O MHAB, entre
os demais, teve a maior porcentagem de visitantes que disseram que o motivo da visita é
“rever ou complementar uma visita anterior”, “divertir-se” e “utilizar a infra-estrutura do
Museu. Esses dados demonstram que o MHAB também interage com seus visitantes através
dos seus equipamentos, que são vários, entre biblioteca, restaurante e loja, e de sua
diversificada programação cultural. O MHAB também se destaca positivamente no resultado
da pesquisa de oferta por seu sistema de segurança, seus serviços e instalações disponíveis,
instalações destinadas a portadores de necessidades especiais, diversidade do acervo, tradução
de legenda, comercialização de peças promocionais e informações visíveis aos visitantes.
Esses itens são basicamente os principais para o atendimento dos turistas, além do o Museu
ter sempre uma ou mais exposições temporárias e uma permanente. De acordo com os dados
188
de pesquisa de demanda, o MHAB foi o museu que menos recebeu turistas durante o período
da pesquisa. Esses resultados devem ser destacados, pois o Museu, além de ter boas condições
infra-estruturais de receber turistas, é um dos cartões postais da cidade. Além disso, como foi
dito pela presidente da Fundação Municipal de Cultura, e outros gestores, o MHAB é
exemplo nacional em várias de suas ações museológicas.
De acordo com a entrevista, a gestão do MHAB tem conhecimento do seu potencial turístico e
do reduzido número de visitação de turistas. Sabe-se que todos os demais museus não
realizam ações efetivas para a captação turística. Cabe então a articulação do museu com o
trade
turístico, através não da Belotur, mas com as poucas agências de receptivo da cidade
e hotéis, para recomendarem a visitação. Pode-se considerar também que os museus históricos
são, em todo o mundo, menos visitados por turistas pelo tema de seus acervos ser de interesse
mais específico do que os museus de ciências e os museus de arte.
Alguns problemas são, em geral, comuns a esses seis museus. Entre eles estão a dificuldade e
a falta de divulgação, ou seja, a deficiência na promoção do museu, como local de lazer na
cidade e principalmente como atrativo turístico. Em 44,6% das repostas a opinião dos
visitantes quanto aos fatores que dificultam a visita aos museus está a falta de
divulgação/informação. Além disso, a forma de conhecimento dos visitantes sobre os museus
é de 35,1% por recomendação de amigos/professores/parentes e 24% passando em frente ao
museu. Esses dados mostram que não é feita, ou não é eficaz, a divulgação e promoção dos
museus. Sendo o “boca-a-boca” a maior forma de divulgar o museu, fica ainda mais evidente
a importância da satisfação de cada visitante, independente do sexo, classe social, idade,
escolaridade, assim como a pesquisa de público, que é importante instrumento para medir e
conhecer essa satisfação. A maioria dos gestores apontou a divulgação como um dos maiores
problemas enfrentados diariamente pelas suas instituições. Alguns gestores apontaram que,
para estreitar a relação entre o turismo e os museus seria necessário um profissional da
comunicação. Entende-se que esse profissional estaria apto a estreitar a relação do museu com
a mídia, e de certa forma com seu público, através do uso das novas formas de comunicação,
como aparelhos multimídias, entre outros. Porém, o profissional qualificado para a discussão
das necessidades dos turistas e do desenvolvimento do museu como um atrativo turístico seria
o bacharel em turismo. Foi identificado que apenas o MAO tem uma profissional fazendo esse
diálogo direto, entre museóloga e turismóloga, apesar de outros museus também terem
bacharéis de turismo entre seus funcionários.
189
Outro problema é o papel e a disponibilidade de guias e monitores para o atendimento aos
visitantes. De acordo com os resultados da pesquisa de demanda, 52,8% dos visitantes acham
necessária a assessoria de guia ou monitor. Dos seis museus pesquisados, apenas o MMPDG e
o MCN disponibilizam monitores de sala a todo o momento para qualquer visitante que queira
mais explicações sobre o acervo e sobre o Museu. Os demais têm políticas diferenciadas de
visitas guiadas, o que é muito comum para a realidade brasileira, porém, na maioria das vezes,
não atendem à visitação espontânea, que é a modalidade em que geralmente o turista de Belo
Horizonte se classifica.
Alguns problemas de gestão são colocados, principalmente em relação ao MM e ao MAP.
Este fato é mais grave, pois ambos os museus estão diretamente ligados a importantes órgãos
públicos de museus e cultura. O MM é o principal museu da administração estadual de Minas
Gerais, submetido a uma Superintendência de Museus do Estado, que existe também para
promover esse museu e instituir políticas blicas estaduais para o setor. O MAP é um órgão
antigo da administração da cidade, apontado com um dos equipamentos mais bem vistos da
Fundação Municipal de Cultura, localizado em um dos, senão o principal cartão postal da
cidade, e com uma administração pública que há muito tempo não vê descontinuidade.
Nenhuma política pública no âmbito da Superintendência de Museus do Estado e da Fundação
Municipal de Cultura para a aproximação dos museus com o turismo da cidade foi apontada
por seus gestores. Cabem à SUM a articulação e o estímulo à cooperação dos museus do
Estado. Nas entrevistas com os gestores dos museus não foi identificada nenhuma ação que
envolvesse a SUM, muito menos envolvendo o turismo. Como representante do poder
público, a Superintendência tem grandes responsabilidades em estimular o desenvolvimento
dos museus e em conseqüência, as condições de recebimento de visitantes. Cabem ao órgão as
articulações políticas capazes de abrir portas para que os museus se beneficiem dos recursos
públicos disponíveis, inclusive recursos do Ministério do Turismo. A certificação, citada pela
superintendente como potencial ação de sua gestão, será um importante passo para estimular
os museus a alcançarem padrões importantes de desenvolvimento, possibilitando ao turista
fazer uma escolha mais consciente de um museu para visitar. É preciso que a gestora, na
impossibilidade de contratação de um corpo permanente de funcionários qualificados para
promover discussões entre os museus e o turismo, trabalhe em conjunto com a Secretaria
190
Estadual de Turismo, que é atualmente um importante e influente órgão estadual entre as
políticas do atual governo.
No que concerne à Fundação Municipal de Cultura cabe mencionar que sua responsabilidade
perante a discussão aqui apresentada é parcial, se comparada aos dois outros órgãos públicos
em questão. À Fundação cabe a viabilização das políticas públicas municipais, mais
diretamente ligadas ao MHAB, MAP e MMPDG no sentido de despertá-los para seu grande
potencial turístico e para desenvolverem-se como instituições museais. Cabe também à
Belotur, no âmbito da articulação municipal de todos os museus da cidade, o estímulo ao
desenvolvimento das potencialidades turísticas. Sabe-se que nem todos os museus são
tratados da mesma forma, assim como é desiguais sua atratividade e sua capacidade e
interesse de atrair recursos externos à sua administração para o desenvolvimento do museu.
Apesar de a Belotur fazer a divulgação, através do Guia Turístico, de todos os museus de Belo
Horizonte, acredita-se que não se pode voltar todas as ações da instituição apenas aos museus
apontados pelo Plano de Marketing como de potencial turístico. É preciso estimular todos os
museus na captação de exposições temporárias de nível nacional e mundial e propor a criação
e o aperfeiçoamento de instrumentos legais para o melhor desempenho e desenvolvimento das
instituições museologicas, além de estimular o desenvolvimento de programas, projetos e
atividades museais, valorizando o patrimônio cultural da cidade e reafirmando Belo Horizonte
como destino de turismo cultural.
É preciso considerar que o MAP, o MAO, o MM, o MHAB, o MMPDG e o MCN tem grande
potencial turístico, cada um com suas especificidades e suas dificuldades. Será necessário que
cada museu seja capaz de enfrentar seus desafios individuais para o crescimento da
instituição. O desafio conjunto entre a Belotur, a SUM, a Fundação Municipal de Cultura e as
instituições museais é torná-los ainda mais qualificados para o recebimento de turistas e se
inserir efetivamente na cadeia produtiva do turismo.
Se os museus quiserem realmente receber grupos de turistas será importante considerar que
estes esperam receber tratamento especial, incluindo preços para grupo e recibos. Eles
também requerem guias, fazem visitas rápidas, não chegam na hora marcada e podem
cancelar tudo em cima da hora. Apesar disso, os grupos de turistas acentuam o nível de
visitação, provendo grande visibilidade a uma instituição.
191
É importante considerar também que o museu entre em contato com os
concierges
dos hotéis
da região, pois são eles os responsáveis por dar assistência e sugerir locais de visitação para os
hóspedes. Uma vez localizados os
concierges,
seja através de associações ou individualmente,
nos hotéis, o museus devem convidá-los para uma visita à instituição, para que esta seja
conhecida. Após um primeiro contato, é importante que uma comunicação direta seja
estabelecida para que os
concierges
estejam sempre por dentro da programação do museu.
Os museus devem estar atentos àqueles grupos que fizeram a visita aos museus. Os dados
do grupo, da agência de turismo, operadora, ou quem fez a reserva para visitação devem ser
reunidos e arquivados para futuros contatos, pois eles são candidatos naturais para futuras
visitas. Também os dados de grupos que fizeram contatos com os museus, mas não chegaram
a fazer a visita, devem ser registrados e contactados posteriormente para o estímulo à visita.
Além disso, é preciso, nos
sites
de divulgação do museu, chamar a atenção dos turistas,
colocando, se possível, um
link
ou informações exclusivas a grupos de turistas, estimulando o
acesso e demonstrando um tratamento especial a estes grupos. Se o museu possuir um
website
, é recomendável que seja feito um espaço diferenciado de informações para turistas.
As pesquisas de público devem ser realizadas pelos museus e órgãos públicos para dispor de
informações sobre os aspectos demográficos e a qualidade da experiência desfrutada pelo
visitante, formando uma base lida de dados a serem analisados e utilizados em prol do
desenvolvimento dos museus e do turismo na cidade. Esse tipo de investigação é
especialmente importante para abordar as necessidades das audiências que não têm fácil
acesso aos equipamentos culturais – como as minorias étnicas e grupos economicamente
desfavorecidos geralmente mal representados nos estudos de público tradicionais.
Recomenda-se que sejam investigações qualitativas e quantitativas realizadas periodicamente.
Os museus devem dispor de funcionários competentes e hábeis para treinar e acompanhar sua
equipe, além de serem capazes de avaliar e analisar os resultados obtidos.
A construção da análise dos dados permitiu uma aproximação com a realidade e a
compreensão da impossibilidade de esgotar o assunto discutido. Deve-se, ainda, considerar
que esses dados foram coletados em um determinado contexto histórico e geográfico, sendo a
análise o retrato de um cenário em constante transformação. Cabe comentar que, ao final
desta pesquisa, o mero de museus em Belo Horizonte havia se alterado, passando de 16
para 18 museus.
192
Concluí-se que o turismo é, sem dúvida, uma forma de trazer benefícios econômicos e sociais
às localidades e que o turismo cultural é capaz de gerar recursos que podem ser revertidos
para a própria preservação do patrimônio cultural. É preciso que os gestores dos museus e dos
órgãos públicos relacionados sejam capazes de criar mecanismo para usufruir dos benefícios
da atividade, não esquecendo, é claro, de sua função de preservação do patrimônio, de
educação e das questões éticas que envolvem ambos os campos, turismo e museologia. O
museu deve ser entendido como um espaço interdisciplinar, de participação ativa e
democrática, onde através da linguagem aberta a comunidade tenha a possibilidade de criar
reflexões sobre ela, reforçando sua identidade , auto-estima e consciência crítica.
Sabe-se que não será fácil implementar as recomendações aqui feitas, porque elas além de
envolverem a captação de recursos, experiência, familiarização com as questões do turismo, e
força política, envolvem principalmente a mudança da concepção de museu, tarefa que não se
realiza a curto prazo. Espera-se que os resultados desta extensa pesquisa sejam, para cada
instituição, um estímulo.
193
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MINAYO, M.C.S (Org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 23. ed. Petrópolis:
Vozes, 2004b
MINISTÉRIO da Cultura/ Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/
Departamento de Museus e Centros Culturais. Política Nacional de Museus – relatório de
gestão 2003/2004. Brasília: MINC/IPHAN/DEMU, 2005. 74p.
MINISTÉRIO da Cultura/ Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/
Departamento de Museus e Centros Culturais. Política Nacional de Museus relatório de
gestão 2003/2006. Brasília: MINC/IPHAN/DEMU, 2006. 144p.
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2001. 371p.
PIRES, Mário Jorge. Lazer e turismo cultural. São Paulo: Manole, 2001.
RODRIGUES, Marly. Preservar e Consumir: o patrimônio histórico e o turismo. In:
FUNARI, Pedro Paulo Abreu; PINSKY, Jaime (orgs.). Turismo e patrimônio cultural. 1.
ed. São Paulo: Contexto, 2001. p.15-24.
SANTOS, José Luiz dos. O que é Cultura. São Paulo: Brasiliense, 1983.
SILBERBERG, Ted. Cultural Tourism and Business Opportunities for Museums and
Heritage Sites. Tourism Management. vol 16(5), 1995. p 361-365.
SIMÃO, Maria Cristina Rocha. Preservação do patrimônio cultural em cidades. Belo
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198
THOMSON, Shirley L. Museums and Globalization.In. Musées et politique: actes du
Quatrième colloque de l’Association internacionale de musées dhistoire. Canadá: Musée de la
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Coleção ABC do Turismo.
VAZ, Gil Nuno. Marketing turístico: receptivo e emissivo: um roteiro estratégico para
projetos mercadológicos públicos e privados. São Paulo: Pioneira, 1999. 296p.
VERGARA, Sylvia. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3. ed. São
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VICENTE, Fernando Lara; GUZMÁN, Tomás López-Guzmán. El turismo como motor de
desarrollo económico en ciudades patrimonio de la humanidad. Pasos. Revista de
Turismo y Patrimonio Cultural. Vol.2. Nº 2,. 2004. p. 243-256.
VIEIRA FILHO, Nelson A. Q. Patrimônio, Turismo e Sustentabilidade. REUNA, Belo
Horizonte. Vol. 7, n 4, out-dez. 2002. p11-24
VIEIRA FILHO, Nelson A. Q. O desenvolvimento da Antropologia Social. Belo Horizonte:
Centro Universitário UNA, 2006. Notas de aula.
WAGNER, Roy. The Invention of Culture. London: The University of Chicago, 1981.
168p.
199
APÊNDICES
200
APÊNDICE A - Formulário
1. Dados Gerais
Nome do Museu:
Endereço:
Bairro: Cidade: Belo Horizonte
Telefone: Fax:
E-mail: Site:
Diretor:
Museólogo Responsável:
Instituição Mantenedora:
Fone: Fax:
E-mail:
2. Condições de Acessibilidade
Funcionamento:
Meses: ( )jan ( )fev ( )mar ( )abr ( )mai ( ) jun ( )jul ( )ago ( )set ( )out ( )nov ( )dez
Dias: ( )seg ( )ter ( ) qua ( )qui ( )sex ( )sab ( )dom
Horários:
Fecha nos Feriados Nacionais: ( ) Sim ( ) Não
Ingressos: ( ) Pago R$ ( ) meia entrada p/ estudantes e idosos
( ) Gratuito
Transportes Urbanos Regulares:
( ) Sim ( ) Não
( )Ônibus Urbano ( ) Táxi
( ) Ônibus Rural ( ) Van / Kombi
( ) Trem ( ) Outros
( ) Metrô
Sinalização Urbana Indicativa:
( ) Existente ( ) Inexistente
( ) Boa
( ) Regular
( ) Precária/ Insuficiente
Estacionamento Para Visitante:
( ) Sim ( ) Não
( ) Próprio ( ) Terceirizado
( ) Coberto ( ) Descoberto
( ) Pago ( ) Gratuito
( ) Guardador/ manobrista
2. Equipamentos e Serviços de Segurança
( ) Extintores de incêndio ( ) Vigilantes uniformizados e desarmados
( ) Brigada de incêndio ( ) Circuito interno de TV
( ) Saída de emergência sinalizada ( ) Sistema de alarmes contra roubos
( ) Sistema de alarme contra incêndio ( ) Faixas de isolamento para o acervo
201
3. Serviços e Instalações Disponíveis para Visitantes
( ) Bilheteria
( ) Lanchonete
( ) Biblioteca
( ) serviço de fotocópia
( ) empréstimo ao público
( ) Sala de Vídeo
( ) Cinema
( ) Auditório
( ) Restaurante
( ) Cafeteria
( ) Sala de Cursos
( ) Guarda-volume
( ) Áudioguia
( ) Bebedouro
( ) Loja de Suvenires
( ) Sanitário masculino e feminino sinalizados
( ) Sanitários para portadores de deficiência física sinalizados
( ) Autorização para fotografar
( ) Telefone público interno
_________________________________________________________________________
Instalações destinadas aos portadores de necessidades especiais:
( ) vagas exclusivas em estacionamento
( ) elevador com cabine e porta de entrada acessíveis para pessoa portadora de deficiência
ou com mobilidade reduzida
( ) rampa de acesso
( ) sanitários adaptados com equipamentos e acessórios próprios
( ) sinalização em braile
( ) textos/etiquetas em braile com informações sobre os objetos em exposição
( ) outros
4. Serviços Permanentes para Visitantes
Guia/Monitor do museu:
( ) Sim ( ) Não
Idiomas: ( ) Português ( ) Inglês ( ) Francês ( ) Espanhol ( ) Outros
Visitas guiadas:
( ) Sim ( ) Não
( ) Para grupos de estudantes ( ) Para grupos especiais
( ) Para grupos de turistas e excursionistas ( ) Individuais
Serviços de visitas guiadas:
( ) Incluído no valor do ingresso ( ) Gratuito
( ) Pago a parte R$ /pax
5. Acervo
Tipologia Museu: (ICOM)
( ) Arte
( ) Arqueologia/História
( ) História Natural/Ciências Naturais
( ) Ciência/Tecnologia
Tipologia de acervo:
( ) Antropologia e Etnografia
( ) Arqueologia
( ) Artes Visuais
( ) Ciências Naturais e História Natural
202
( ) Etnografia/Antropologia
( ) Especializado
( ) Regional
( ) Outro – Citar _________________
( ) Ciência e Tecnologia
( ) História
( ) Imagem e Som
( ) Virtual
( ) Outros – Citar __________________
Sinalização indicativa para visitação (roteiro interno):
( ) Sim ( ) Não
Idiomas: ( ) Português ( ) Inglês ( ) Francês ( ) Espanhol ( ) Outros
Acervo exposto identificado com texto e legendas:
( ) Sim ( ) Não
Idiomas: ( ) Português ( ) Inglês ( ) Francês ( ) Espanhol ( ) Outros
Iluminação:
( ) Suficiente para leitura ( ) Insuficiente para leitura
Climatização:
( ) Sim ( ) Não
6. Atividades Regulares
( ) Exposição temporária ( ) Cursos, palestras, oficinas
( ) Atividades especiais para crianças ( ) Exibição de filmes / vídeos
( ) Atividades especiais para estudantes (Ensino Médio)
( ) Atividades especiais para estudantes (Ensino Fundamental)
( ) Outras – Citar:
7. Divulgação e Promoção
Serviços especializados para promoção e divulgação permanente:
( ) Sim ( ) Não
( ) Próprio ( ) Terceirizado
Veículos de divulgação utilizados regularmente:
( ) Guia Turístico ( ) Revista de fins-de-semana dos jornais
( ) Revistas ( ) Jornal diário
( ) Internet ( ) Outros
( ) Página própria ( ) Outras páginas
Citar: Citar:
Veículos de divulgação permanente:
( ) Folhetos ( ) Português ( ) Inglês ( ) Espanhol ( ) Outros
( ) Catálogo do acervo ( ) Português ( ) Inglês ( ) Espanhol ( ) Outros
( ) Vídeo ( ) Português ( ) Inglês ( ) Espanhol ( ) Outros
( ) Revista ( ) Português ( ) Inglês ( ) Espanhol ( ) Outros
( ) CDRom ( ) Português ( ) Inglês ( ) Espanhol ( ) Outros
( ) Catálogo: Exp Temporárias ( ) Português ( ) Inglês ( ) Espanhol ( ) Outros
Peças promocionais próprias para comercialização:
( ) Slides ( ) Posters ( ) Reproduções do acervo
( ) Livros ( ) Camisas ( ) Catálogos de exposições
( ) Canetas ( ) Bonés/Viseiras ( ) Cartão postal
( ) Outras
Citar:
203
8. Informações Sobre os Visitantes
Pesquisa/controle regular sobre os visitantes:
( ) Sim ( ) Não
( ) Livros de assinaturas ( ) Pesquisa de amostragens
Origem dos visitantes:
( ) Internacional ( ) Nacional ( ) Regional ( ) Local
Principal origem dos visitantes:
( ) Internacional ( ) Nacional ( ) Regional ( ) Local
Principal origem de visitantes espontâneos:
( ) Internacional ( ) Nacional ( ) Regional ( ) Local
Total de visitas:
Diário: Mensal: Anual:
Total de visitantes internacionais:
Mensal: Anual:
9. Condições de Recepção quanto aos Funcionários (vigilantes, recepcionistas, monitores
e outros)
Uniformizados:
( ) Sim ( ) Não
Em caso negativo, a apresentação dos funcionários era condizente com a função:
( ) Sim ( ) Não
Limpeza pessoal (roupas, unhas, cabelos, etc.)
( ) Sim ( ) Não
Corteses e prestativos:
( ) Sim ( ) Não
Bem informados:
( ) Sim ( ) Não
10. Informações e Serviços para o público em local visível
Horário de funcionamento:
( ) Sim ( ) Não
Valor do ingresso:
( ) Sim ( ) Não
Exposição em cartaz:
( ) Sim ( ) Não
Atividades extras:
( ) Sim ( ) Não
Quadro de telefones úteis e de emergência:
( ) Sim ( ) Não
Caixa de primeiros socorros:
( ) Sim ( ) Não
11. Limpeza do Espaço Expositivo e de Serviços
Áreas de exposição:
( ) Excelente ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim
Sanitários:
204
( ) Excelente ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim
Áreas de alimentação:
( ) Excelente ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim
Áreas externas e jardins:
( ) Excelente ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim
12. Equipe de Pesquisa
Entrevistado:
Nome
Cargo:
Pesquisador
Nome:
Data:
Revisão
Nome:
13. Comentários
205
APÊNDICE B – Questionários
MAO, MMPDG, MM, MHAB, MAP, MCN
Data: _____/_____/2007
Nº _____/_____/_____
1. Como ficou sabendo a respeito do Museu?
(Pode marcar mais de uma alternativa)
Passando em frente ao Museu
Guia turístico
Visitando outros museus
Recomendação de amigos/professores/familiares
Televisão
Pela sinalizão de rua
dio
Internet
Panfletos, cartazes, outdoors
Outra fonte – Qual? ___________
Jornais e revistas
o sei
2. Como você chegou ao Museu?
Automóvel próprio
Táxi
Metrô
Ônibus
Trem
A
3. Você está visitando o Museu:
Sozinho (a)
Com amigos e/ou parentes
Com grupo
(escola, igreja, excursão, turismo)
Outros. Quem?_____________________
4. Quais os principais motivos desta visita?
(Pode marcar mais de uma alternativa)
Curiosidade pelo acervo
Utilizar a infra-estrutura/serviços do Museu (restaurante, lanchonete, loja, etc.)
Conhecer o Museu
Conhecer um atrativo turístico da cidade
Rever ou complementar uma visita anterior
Pesquisar/estudar algum tema.
Qual?______________________________
Interesse pelos assuntos das exposões
Participar de atividades específicas (palestras, cursos, oficinas, etc)
Assistir a algum espetáculo (teatro, concerto, cinema, vídeo, etc.)
Acompanhar parentes/amigos
Alargar horizontes/conhecer coisas novas
Divertir-se
Entrada gratuita/baixo valor do ingresso
Outro motivo. Qual?____________________
o sei
5. Qual é a sua opinião sobre o estado de conservão do acervo do Museu?
Ótimo
Bom
Regular
Ruim
Péssimo
Não sei
5.1 Por quê?
6. Qual é a sua opinião sobre o acervo do Museu?
Ótimo
Bom
Regular
Ruim
Péssimo
Não sei
6.1 Por quê?
7. O acervo desperta em você:
Muito interesse
Interesse
Pouco interesse
Nenhum interesse
o sei
8. Qual é a sua opinião sobre a forma em que as peças e textos estão dispostos (colocados) no Museu?
Ótimo
Bom
Regular
Ruim
Péssimo
Não sei
9. Na sua opinião as informações
(placas, textos, painéis, legendas)
do acervo são esclarecedoras?
Sim
Parcialmente
o
o sei
10. Você considera necessária a assessoria de guia ou monitor?
Sim
o
o sei
11. Você foi assessorado por guia ou monitor?
Sim
o
(Se
o
passe para questão 13)
12. Como você avalia esta assessoria?
Ótimo
Bom
Regular
Ruim
Péssimo
Não sei
12.1 Por quê? VIRE
PROJETO MUSEUS DE BELO HORIZONTE
PREZADO PARTICIPANTE: Solicitamos a sua colaboração no preenchimento deste
questionário que deverá ser respondido ao final de sua visita. Obrigado
206
13. Como você avalia os serviços e a infra-estrutura do Museu?
(Marque apenas uma alternativa para cada linha)
Item
3-Regular
5-Péssimo
6-Não sei
Sinalizão 1 2 3 4 5 6
(orientação de entrada, saída, banheiros...)
Conforto 1 2 3 4 5 6
(banheiro, guarda-volume, temperatura nas salas, assentos, bebedouros, lanchonetes)
Conservão e manutenção 1 2 3 4 5 6
(dos equipamentos, dos objetos expostos, etc)
Limpeza
1 2 3 4 5 6
Iluminação 1 2 3 4 5 6
Segurança 1 2 3 4 5 6
Acolhimento 1 2 3 4 5 6
(recepcionista, monitor, guarda, guia)
Acesso 1 2 3 4 5 6
(facilidade de transporte, sinalização nas ruas, facilidade de estacionamento)
14. Na sua opinião, qual a principal função do Museu? (Marque apenas uma alternativa)
Conservação do patrimônio cultural
Outras. Qual?________________________
Educação e pesquisa
Não sei
Turismo e Lazer
15. Na sua opinião, que fatores dificultam a visita a este Museu?
(Pode marcar mais de uma alternativa)
Acesso / transporte
Falta de divulgação/informação
Custo do ingresso
sobre museus, exposições, atividades, etc.
Custos da visita (transporte, alimentação,etc.)
Violência urbana
Dias e horários de funcionamento
Outro fator. Qual?_______________
Estacionamento
Não sei
16. Em relação à visita que você acabou de realizar, você se sente:
Muito satisfeito
Satisfeito
Pouco Satisfeito
Insatisfeito
Não sei
17. Você acha que vai retornar a este Museu?
Certamente
Provavelmente
Provavelmente não
o
Não sei
17.1 Por quê?
18. Na sua opinião, qual a relevância do Museu como atrativo turístico de Belo Horizonte?
Muito Importante
Importante
Pouco Importante
o sei
19. Sexo
Feminino
Masculino
20. Faixa etária:
16 a 25 anos
36 a 45 anos
56 a 65 anos
26 a 35 anos
46 a 55 anos
acima de 65 anos
21. Grau de Escolaridade: Completo Incompleto
1 - Ensino Fundamental
5 -Sem instrução escolar
2 - Ensino Médio
6 - Não respondeu
3 - Superior
4 - s-graduação
22. Qual é sua renda familiar mensal?
(Inclua salário, pensões e outros ganhos de todos os que moram em sua casa)
A350 reais
1.001 a 2.000 reais
Acima de 6.001 reais
351 a 500 reais
2.001 a 4.000 reais
o sei
501 a 1.000 reais
4.001 a 6.000 reais
23. Estado civil
(situação conjugal atual)
:
Solteiro(a)
Separado (a) / divorciado (a)
Casado (a) / união estável
Outro
Viúvo (a)
Não sei
24. Onde você mora (residência principal)?
Cidade:______________________ UF:_______ Em outro Ps. Qual?__________________
25. Se você é turista em Belo Horizonte,qual é o motivo da sua viagem? (Marque apenas o principal)
Turismo/lazer
Visitas a familiares/amigos
Outros. Qual?_______________
Negócios
Tratamento de saúde
o respondeu
Congressos e eventos
Compras
1-Ótimo
2-Bom
4-Ruim
207
MAO, MMPDG, MM, MHAB, MAP, MCN
Date: _____/_____/2007
_____/_____/_____
1. How did you learn about this museum?
(If necessary, please mark more than one)
Passing by the museum
Tour guide books
Visiting other museums
Recomendation of friends/teachers/family members
Watching the TV
On street signs
Listening to the radio
On the internet
Brochures, sign posts, billboards
Another source – Specify? ___________
Newspapers/magazines
I don't know
2. How did you arrive at this museum?
My own car
By cab
By subway
By bus
By train
Walking
3. You are visiting the museum:
Alone
With friends/family members
With an organized group
(school, church, trip, etc.)
Other. With whom?__________________
4.Which are the main reasons for yourcurently visit?
(If nececessary, please mark more than one)
Curiosity about the museum collection
To use the structure/services of the museum (restaurant,snack bar, store, etc.)
To visit the museum
To take part in one tourist attraction of the city
To revisit or to complement a previous visit
To research/study some topic.
Please specify?______________________________
Interested in the topics of the exhibits
To take part in specific activities (lectures, courses, workshops, etc)
To watch a show (theater, concert, movie, video, etc.)
To accompany family/friends
To widen my horizons/to learn new things
To have fun
Free admission/low ticket price
Another reason. Please specify?____________________
I don't know
5. What is your opinion about the conservation of the museum collection?
Excellent
Good
Fair
Bad
Very bad
I don't know
5.1 Why?
6. What is your opinion about the museum collection?
Excellent
Good
Fair
Bad
Very bad
I don't know
6.1 Why?
7. The museum collection brings you:
A lot of interest
Interest
Little interest
No interest
I don't know
8. What is your opinion about the pieces and texts that are displayed in the museum?
Excellent
Good
Fair
Bad
Very bad
I don't know
9. In your opinion the informations (sings, texts, panels, legends) of the collection are easy to understand?
Yes
Partialy
No
I don't know
10. Do you consider necessary to be assisted by a guide or monitor?
Yes
No
I don't know
11. Were you assisted by a guide or monitor?
Yes
No (if No please skip to question
13)
12. How do you evaluate this assistance?
Excellent
Good
Fair
Bad
Very bad
Don't know
12.1 Why?
TURN
PROJECT MUSEUMS OF BELO HORIZONTE
DEAR VISITOR:We count on your kind cooperation to complete this questionnaire and ask you
to have it delivered at the end of your visit. We greatly appreciate your participation.
208
13. How do you evaluate the museum services? (Please mark only one for each line)
Item
3-Fair
5-Very bad
6-I don't know
Signposts
(entrance, exit, toilets...)
Comfort
(toilet, bag check, temperatureint the rooms, seats, drinking fountain, snack bar...)
Conservation status and maintenance
(of the equipement, exhibited pieces, etc)
Cleaning
Lighting
Safety
Welcoming
(receptionist, assistants, guard, guide)
Access
(ease of transportation, street signs, ease or parking)
14. In your opinion, what is the main function of the museum? (Please mark only one)
Maintenance of the cultural patrimony
Other. Please specify_____________
Education and research
I don't know
Tourism and leisure
15. In your opinion, what factors hamper someone's visit this museum?
(If necessary, please mark more than one)
Difficult transportation/access
Lack of publicity/information
Ticket price
on the museums, exhibits, activities, etc.
Other expenses in such a visit (meals, etc.)
Urban violence
Opening days and hours
Another reason. Please specify?___________
Park the car
I don't know
16. Related to your visit realized, how do you feel?
Very satisfied
Satisfied
Little satisfied
Dissatisfied
I don't know
17.Do you think you will return to this museum?
Certainly
Probably
Probably no
No
I don't know
17.1 Why?
18. In your opinion, which is the prominence of the museum as one tourist attraction of Belo Horizonte?
Very important
Important
Little Importante
I don't know
19. Gender
Female
Male
20. Age:
1625 years
3645 years
5665 years
26 - 35 years
4655 years
More than 65 years
21. Education: Complete Incomplete
1 – Elementary school
5 - No schooling
2 – High school
6 - No answer
3 – Undergraduate
4 – Graduate
22. What is your family monthly household income?
(Salary, pension and others salaries of w ho lives in your house)
Up to 500 US$
1.001 - 2.000 US$
More than 6.000 US$
501 - 700 US$
2.001 - 4.000 US$
I don't know
701 - 1.000 US$
4.001 - 6.000 US$
23. Marital status (current status):
Single
Separated/divorced
Married / stable union
Other
Widowed
I don't know
24. Where do you live (main home)?
City:______________________ Country. Please specify____________________
25. What is the main reason of your visit to Belo Horizonte?
Tourism/leisure
Visiting relatives/friends
Another reason. Please specify?________
Business
Health treatment ______________________
Congress and events
Shopping
No answer
5
6
1
2
1
2
3
4
3
4
5
6
5
6
5
6
1
2
3
4
1
2
3
4
5
6
1
2
1
2
3
4
3
4
5
6
5
6
5
6
1
2
3
4
1
2
3
4
1-Excellent
2-Good
4-Bad
209
APÊNDICE C - Carta explicativa
Carta Explicativa
Caro Visitante,
O objetivo desta pesquisa é conhecer um pouco do perfil, da motivação e da satisfação dos
visitantes do Museu Histórico Abílio Barreto, do Museu de Artes e Ofícios, do Museu de
Mineralogia Professor Djalma Guimarães, do Museu Mineiro, do Museu de Ciências Naturais
e do Museu de Arte da Pampulha no sentido de entendermos a relação entre o turismo e os
museus na cidade de Belo Horizonte.
A pesquisa é voltada aos visitantes com idade superior a 16 anos, sendo eles turistas e
moradores de Belo Horizonte e região metropolitana.
As informações coletadas são importantes para que possamos conhecer um pouco mais sobre
nossos visitantes e com isso trabalharmos no sentido de desenvolver um melhor serviço
prestado pelos museus de Belo Horizonte, agregando assim valor turístico à cidade.
Obrigado por sua participação!
Belotur – Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte
210
APÊNDICE D - Roteiros para entrevistas
1. Perfil do Gestor
1.1 Museu:
MCN
1.2 Nome completo do gestor:
1.3 Cargo:
1.4 Formação profissional:
1.5 Atividades profissionais paralelas:
1.6 Experiências profissionais anteriores:
1.7 Idade
( ) 30 a 39 anos ( ) 40 a 49 anos ( ) 50 a 59 anos ( ) 60 a 69 anos ( ) acima de 70 anos
1.8 Há quantos anos trabalha no Museu?
1.9 Há quantos anos exerce a atual função/cargo?
2. Relação Museu/Turismo
2.1 A sra./o sr. poderia falar um pouco sobre o histórico das ações do Museu em nível
de gestão.
2.2 Como a sra./o sr. vê a inserção do Museu no turismo de Belo Horizonte?
2.3 A sra./o sr. considera o Museu como um atrativo turístico?
2.4 A sra./o sr. considera que a infra-estrutura do Museu é adequada para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.5 A sra./o sr. considera que os serviços oferecidos pelo Museu são adequados para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.5.1 Particularmente em relação à forma de controle dos visitantes, a sra./o sr. acha
que ela é adequada para se conhecer o perfil dos visitantes do Museu e para subsidiar
o museu de informações?
2.6 A sra./o sr. considera que o acervo do Museu é adequado para o atendimento das
necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.7 A sra./o sr. considera que a programação oferecida pelo Museu é adequada para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.7.1 Particularmente com relação aos dias de funcionamento do Museu, a sra./o sr.
acha que são adequadas às necessidades dos turistas e visitantes?
211
2.8 O Museu trabalha com ações exclusivas voltadas aos turistas?
2.9 Quais são, na sua opinião, as oportunidades de se trabalhar o Museu como um
atrativo turístico?
2.10 Quais são, na sua opinião, os desafios e dificuldades de se trabalhar o Museu
como um atrativo turístico?
2.11 A sra./o sr., ou alguém da sua equipe, já fez parte de algum tipo de discussão
sobre museus e turismo, além desta?
2.12 A sra./o sr. consegue identificar ações dos setores interessados no turismo
(operadoras, órgãos de planejamento, turismo e cultura) voltados aos museus e ao
turismo cultural em Belo Horizonte?
2.13 Na sua opinião, quais os recursos humanos que, trabalhando no Museu,
poderiam agregar valor na relação entre museus e turismo?
2.14 A sra./o sr. vê ganho na integração entre profissionais de museus e bacharéis em
turismo na realidade do Museu? Como?
3. Equipe de Pesquisa
Pesquisador Nome: Data:
Transcrição Nome: Data:
4. Comentários
212
1. Perfil do Gestor
1.1 Museu:
MAO
1.2 Nome completo do gestor:
1.3 Cargo:
1.4 Formação profissional:
1.5 Atividades profissionais paralelas:
1.6 Experiências profissionais anteriores:
1.7 Idade
( ) 30 a 39 anos ( ) 40 a 49 anos ( ) 50 a 59 anos ( ) 60 a 69 anos ( ) acima de 70 anos
1.8 Há quantos anos trabalha no Museu?
1.9 Há quantos anos exerce a atual função/cargo?
2. Relação Museu/Turismo
2.1 A sra./o sr. poderia falar um pouco sobre o histórico das ações do Museu em nível
de gestão.
2.2 Como a sra./o sr. vê a inserção do Museu no turismo de Belo Horizonte?
2.3 A sra./o sr. considera o Museu como um atrativo turístico?
2.4 A sra./o sr. considera que a infra-estrutura do Museu é adequada para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.5 A sra./o sr. considera que os serviços oferecidos pelo Museu são adequados para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.5.1 A sra/o sr. acha necessária a oferta de assessoria de guias ou monitores de sala
para visitantes não agendados?
2.6 A sra./o sr. considera que o acervo do Museu é adequado para o atendimento das
necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.7 A sra./o sr. considera que a programação oferecida pelo Museu é adequada para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.7.1 Quais são os fatores que a sra. considera que dificultam a visita ao Museu?
2.8 O Museu trabalha com ações exclusivas voltadas aos turistas?
2.9 Quais são, na sua opinião, as oportunidades de se trabalhar o Museu como um
213
atrativo turístico?
2.10 Quais são, na sua opinião, os desafios e dificuldades de se trabalhar o Museu
como um atrativo turístico?
2.11 A sra./o sr., ou alguém da sua equipe, já fez parte de algum tipo de discussão
sobre museus e turismo, além desta?
2.12 A sra./o sr. consegue identificar ações dos setores interessados no turismo
(operadoras, órgãos de planejamento, turismo e cultura) voltados aos museus e ao
turismo cultural em Belo Horizonte?
2.13 Na sua opinião, quais os recursos humanos que, trabalhando no Museu,
poderiam agregar valor na relação entre museus e turismo?
2.14 A sra./o sr. vê ganho na integração entre profissionais de museus e bacharéis em
turismo na realidade do Museu? Como?
3. Equipe de Pesquisa
Pesquisador Nome: Data:
Transcrição Nome: Data:
4. Comentários
214
1. Perfil do Gestor
1.1 Museu:
MAP
1.2 Nome completo do gestor:
1.3 Cargo:
1.4 Formação profissional:
1.5 Atividades profissionais paralelas:
1.6 Experiências profissionais anteriores:
1.7 Idade
( ) 30 a 39 anos ( ) 40 a 49 anos ( ) 50 a 59 anos ( ) 60 a 69 anos ( ) acima de 70 anos
1.8 Há quantos anos trabalha no Museu?
1.9 Há quantos anos exerce a atual função/cargo?
2. Relação Museu/Turismo
2.1 A sra./o sr. poderia falar um pouco sobre o histórico das ações do Museu em nível
de gestão.
2.2 Como a sra./o sr. vê a inserção do Museu no turismo de Belo Horizonte?
2.3 A sra./o sr. considera o Museu como um atrativo turístico?
2.4 A sra./o sr. considera que a infra-estrutura do Museu é adequada para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.4.1 Mais particularmente, gostaria de saber:
Em relação à sinalização interna do Museu, a sra./o sr. acha que ela atende às
necessidades dos turistas?
Em relação ao conforto oferecido pelo Museu (banheiro, temperatura da salas,
assentos, bebedouros, alimentação), a sra./o sr. acha que atende às necessidades
dos turistas?
Em relação às condições de acesso ao Museu (transporte), a sra./o sr acha que ele
atende as necessidades dos turistas?
2.5 A sra./o sr. considera que os serviços oferecidos pelo Museu são adequados para o
215
atendimento das necessidades dos turistas? Comentar.
2.5.1 A sra. acha necessária a oferta de assessoria de guias ou monitores de sala para
visitantes não agendados?
2.5.2 Particularmente em relação ao acolhimento/atendimento dos funcionários do
Museu, a sra./o sr. acha que é adequado às necessidades dos turistas?
2.6 A sra./o sr. considera que o acervo do Museu é adequado para o atendimento das
necessidades dos turistas? Comentar.
2.6.1 Mais particularmente, gostaria de saber:
Em relação ao acervo, o que a sra./o sr. acha sobre a quantidade exposta e seu
estado de conservação?
2.6.2 Para a sra./o sr. qual é a principal motivação do turista ao visitar o Museu?
2.7 A sra./o sr. considera que a programação oferecida pelo Museu é adequada para o
atendimento das necessidades dos turistas? Comentar.
2.8 O Museu trabalha com ações exclusivas voltadas aos turistas?
2.9 Quais são, na sua opinião, as oportunidades de se trabalhar o Museu como um
atrativo turístico?
2.10 Quais são, na sua opinião, os desafios e dificuldades de se trabalhar o Museu
como um atrativo turístico?
2.11 A sra./o sr., ou alguém da sua equipe, já fez parte de algum tipo de discussão
sobre museus e turismo, além desta?
2.12 A sra./o sr. consegue identificar ações dos setores interessados no turismo
(operadoras, órgãos de planejamento, turismo e cultura) voltados aos museus e ao
turismo cultural em Belo Horizonte?
2.13 Na sua opinião, quais os recursos humanos que, trabalhando no Museu,
poderiam agregar valor na relação entre museus e turismo?
2.14 A sra./o sr. vê ganho na integração entre profissionais de museus e bacharéis em
turismo na realidade do Museu? Como?
3. Equipe de Pesquisa
Pesquisador Nome: Data:
Transcrição Nome: Data:
4. Comentários
216
1. Perfil do Gestor
1.1 Museu:
MHAB
1.2 Nome completo do gestor:
1.3 Cargo:
1.4 Formação profissional:
1.5 Atividades profissionais paralelas:
1.6 Experiências profissionais anteriores:
1.7 Idade
( ) 30 a 39 anos ( ) 40 a 49 anos ( ) 50 a 59 anos ( ) 60 a 69 anos ( ) acima de 70 anos
1.8 Há quantos anos trabalha no Museu?
1.9 Há quantos anos exerce a atual função/cargo?
2. Relação Museu/Turismo
2.1 A sra./o sr. poderia falar um pouco sobre o histórico das ações do Museu em nível
de gestão.
2.2 Como a sra./o sr. vê a inserção do Museu no turismo de Belo Horizonte?
2.3 A sra./o sr. considera o Museu como um atrativo turístico?
2.4 A sra./o sr. considera que a infra-estrutura do Museu é adequada para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes ? Comentar.
2.5 A sra./o sr. considera que os serviços oferecidos pelo Museu são adequados para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.5.1 A sra./o sr. acha necessária a oferta de assessoria de guias ou monitores de sala
para visitantes não agendados?
2.6 A sra./o sr. considera que o acervo do Museu é adequado para o atendimento das
necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.6.1 Particularmente em relação ao acervo, a sra. acha que a quantidade de acervo
exposto atende à demanda dos turistas e visitantes?
2.7 A sra./o sr. considera que a programação oferecida pelo Museu é adequada para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.8 O Museu trabalha com ações exclusivas voltadas aos turistas?
217
2.9 Quais são, na sua opinião, as oportunidades de se trabalhar o Museu como um
atrativo turístico?
2.10 Quais são, na sua opinião, os desafios e dificuldades de se trabalhar o Museu
como um atrativo turístico?
2.11 A sra./o sr., ou alguém da sua equipe, já fez parte de algum tipo de discussão
sobre museus e turismo, além desta?
2.12 A sra./o sr. consegue identificar ações dos setores interessados no turismo
(operadoras, órgãos de planejamento, turismo e cultura) voltados aos museus e ao
turismo cultural em Belo Horizonte?
2.13 Na sua opinião, quais os recursos humanos que, trabalhando no Museu,
poderiam agregar valor na relação entre museus e turismo?
2.14 A sra./o sr. vê ganho na integração entre profissionais de museus e bacharéis em
turismo na realidade do Museu? Como?
3. Equipe de Pesquisa
Pesquisador Nome: Data:
Transcrição Nome: Data:
4. Comentários
218
1. Perfil do Gestor
1.1 Museu:
MMPDG
1.2 Nome completo do gestor:
1.3 Cargo:
1.4 Formação profissional:
1.5 Atividades profissionais paralelas:
1.6 Experiências profissionais anteriores:
1.7 Idade
( ) 30 a 39 anos ( ) 40 a 49 anos ( ) 50 a 59 anos ( ) 60 a 69 anos ( ) acima de 70 anos
1.8 Há quantos anos trabalha no Museu?
1.9 Há quantos anos exerce a atual função/cargo?
2. Relação Museu/Turismo
2.1 A sra./o sr. poderia falar um pouco sobre o histórico das ações do Museu em nível
de gestão.
2.2 Como a sra./o sr. vê a inserção do Museu no turismo de Belo Horizonte?
2.3 A sra./o sr. considera o Museu como um atrativo turístico?
2.4 A sra./o sr. considera que a infra-estrutura do Museu é adequada para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.5 A sra./o sr. considera que os serviços oferecidos pelo Museu são adequados para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.6 A sra./o sr. considera que o acervo do Museu é adequado para o atendimento das
necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.7 A sra./o sr. considera que a programação oferecida pelo Museu é adequada para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.8 O Museu trabalha com ações exclusivas voltadas aos turistas?
2.9 Quais são, na sua opinião, as oportunidades de se trabalhar o Museu como um
atrativo turístico?
2.10 Quais são, na sua opinião, os desafios e dificuldades de se trabalhar o Museu
como um atrativo turístico?
219
2.11 A sra./o sr., ou alguém da sua equipe, já fez parte de algum tipo de discussão
sobre museus e turismo, além desta?
2.12 A sra./o sr. consegue identificar ações dos setores interessados no turismo
(operadoras, órgãos de planejamento, turismo e cultura) voltados aos museus e ao
turismo cultural em Belo Horizonte?
2.13 Na sua opinião, quais os recursos humanos que, trabalhando no Museu,
poderiam agregar valor na relação entre museus e turismo?
2.14 A sra./o sr. vê ganho na integração entre profissionais de museus e bacharéis em
turismo na realidade do Museu? Como?
3. Equipe de Pesquisa
Pesquisador Nome: Data:
Transcrição Nome: Data:
4. Comentários
220
1. Perfil do Gestor
1.1 Museu:
MM
1.2 Nome completo do gestor:
1.3 Cargo:
1.4 Formação profissional:
1.5 Atividades profissionais paralelas:
1.6 Experiências profissionais anteriores:
1.7 Idade
( ) 30 a 39 anos ( ) 40 a 49 anos ( ) 50 a 59 anos ( ) 60 a 69 anos ( ) acima de 70 anos
1.8 Há quantos anos trabalha no Museu?
1.9 Há quantos anos exerce a atual função/cargo?
2. Relação Museu/Turismo
2.1 A sra./o sr. poderia falar um pouco sobre o histórico das ações do Museu em nível
de gestão.
2.2 Como a sra./o sr. vê a inserção do Museu no turismo de Belo Horizonte?
2.3 A sra./o sr. considera o Museu como um atrativo turístico?
2.4 A sra./o sr. considera que a infra-estrutura do Museu é adequada para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.4.1 Mais particularmente, gostaria de saber:
em relação à sinalização interna do Museu, a sra./o sr. acha que ela atende às
necessidades dos turistas e visitantes?
em relação ao conforto oferecido pelo Museu (banheiro, temperatura da salas,
assentos, bebedouros, alimentação), sra./o sr. acha que atende às necessidades dos
turistas e visitantes?
sobre o estado de conservação do teto da sala de exposição. Comentar.
2.5 A sra./o sr. considera que os serviços oferecidos pelo Museu são adequados para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.5.1 Mais particularmente, gostaria de saber:
221
O que a sra./o sr. acha da assessoria/esclarecimento fornecido pelos monitores e
guias aos turistas e visitantes?
em relação à segurança do Museu, a sra./o sr. acha que ela é adequada às
necessidades dos turistas e visitantes?
em relação ao acolhimento/atendimento dos funcionários do Museu, o sr. acha que
é adequado às necessidades dos turistas e visitantes?
2.6 A sra./o sr. considera que o acervo do Museu é adequado para o atendimento das
necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.6.1 O que o sr. acha do esclarecimento fornecido aos turistas e visitantes através das
placas, textos e legendas espalhadas pelo Museu?
2.7 A sra./o sr. considera que a programação oferecida pelo Museu é adequada para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.8 O Museu trabalha com ações exclusivas voltadas aos turistas?
2.9 Quais são, na sua opinião, as oportunidades de se trabalhar o Museu como um
atrativo turístico?
2.10 Quais são, na sua opinião, os desafios e dificuldades de se trabalhar o Museu
como um atrativo turístico?
2.11 A sra./o sr., ou alguém da sua equipe, já fez parte de algum tipo de discussão
sobre museus e turismo, além desta?
2.12 A sra./o sr. consegue identificar ações dos setores interessados no turismo
(operadoras, órgãos de planejamento, turismo e cultura) voltados aos museus e ao
turismo cultural em Belo Horizonte?
2.13 Na sua opinião, quais os recursos humanos que, trabalhando no Museu,
poderiam agregar valor na relação entre museus e turismo?
2.14 A sra./o sr. vê ganho na integração entre profissionais de museus e bacharéis em
turismo na realidade do Museu? Como?
3. Equipe de Pesquisa
Pesquisador Nome: Data:
Transcrição Nome: Data:
4. Comentários
222
1. Perfil do Gestor
1.1 Órgão:
Belotur
1.2 Nome completo do gestor:
1.3 Cargo:
1.4 Formação profissional:
1.5 Atividades profissionais paralelas:
1.6 Experiências profissionais anteriores:
1.7 Idade
( ) 30 a 39 anos ( ) 40 a 49 anos ( ) 50 a 59 anos ( ) 60 a 69 anos ( ) acima de 70 anos
1.8 Há quantos anos trabalha na Belotur?
1.9 Há quantos anos exerce a atual função/cargo?
2. Relação Museu/Turismo
2.1 A sra./o sr. poderia falar um pouco sobre o histórico das ações da Belotur em nível
de gestão.
2.2 Como a sra./o sr. vê a inserção dos Museus no turismo de Belo Horizonte?
2.3 A sra./o sr. considera os Museus como um atrativo turístico?
2.3.1 Se sim, como os Museus de Belo Horizonte se beneficiam por serem considerados
atrativos turísticos da cidade?
2.4 A sra./o sr. considera que a infra-estrutura dos Museus é adequada para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.5 A sra./o sr. considera que os serviços oferecidos pelos Museus são adequados para
o atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.6 A sra./o sr. considera que o acervo dos Museus é adequado para o atendimento das
necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.7 A sra./o sr. considera que a programação oferecida pelos Museus é adequada para
o atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.8 A Belotur trabalha com ações voltadas para a aproximação entre os Museus e o
turismo da cidade?
2.9 Quais são, na sua opinião, as oportunidades de se trabalhar os Museus como
atrativos turísticos?
223
2.10 Quais são, na sua opinião, os desafios e dificuldades de se trabalhar os Museus
como atrativos turísticos?
2.11 A sra./o sr., ou alguém da sua equipe, já fez parte de algum tipo de discussão
sobre museus e turismo, além desta?
2.12 A sra./o sr. consegue identificar ações dos setores interessados no turismo
(operadoras, agência de viagem, hotéis, convention bureau, órgãos de planejamento
ou cultura) voltados aos museus e ao turismo cultural em Belo Horizonte?
2.13 Na sua opinião, quais os recursos humanos que, trabalhando nos Museus,
poderiam agregar valor na relação entre museus e turismo?
2.14 A sra./o sr. vê ganho na integração entre profissionais de museus e bacharéis em
turismo na realidade dos Museus? Como?
2.15 Como é o relacionamento entre a Belotur, a Fundação Municipal de Cultura e a
Superintendência de Museus do Estado de Minas Gerais?
3. Equipe de Pesquisa
Pesquisador Nome: Data:
Transcrição Nome: Data:
4. Comentários
224
1. Perfil do Gestor
1.1 Museu:
Fundação Municipal de Cultura
1.2 Nome completo do gestor:
1.3 Cargo:
1.4 Formação profissional:
1.5 Atividades profissionais paralelas:
1.6 Experiências profissionais anteriores:
1.7 Idade
( ) 30 a 39 anos ( ) 40 a 49 anos ( ) 50 a 59 anos ( ) 60 a 69 anos ( ) acima de 70 anos
1.8 Há quantos anos trabalha na Fundação?
1.9 Há quantos anos exerce a atual função/cargo?
2. Relação Museu/Turismo
2.1 A sra./o sr. poderia falar um pouco sobre o histórico das ações da Fundação em
nível de gestão.
2.1.1 Qual é a relação da Fundação com os Museus de Belo Horizonte? E como é o
relacionamento?
2.2 Como a sra./o sr. vê a inserção dos Museus no turismo de Belo Horizonte?
2.3 A sra./o sr. considera os Museus como um atrativo turístico?
2.4 A sra./o sr. considera que a infra-estrutura dos Museus é adequada para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.5 A sra./o sr. considera que os serviços oferecidos pelos Museus são adequados para
o atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.6 A sra./o sr. considera que o acervo dos Museus é adequado para o atendimento das
necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.7 A sra./o sr. considera que a programação oferecida pelos Museus é adequada para
o atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.8 A Fundação trabalha com ações voltadas para a aproximação entre os museus e o
turismo da cidade?
2.9 Quais são, na sua opinião, as oportunidades de se trabalhar os Museus como
atrativos turísticos?
225
2.10 Quais são, na sua opinião, os desafios e dificuldades de se trabalhar o Museu
como atrativos turísticos?
2.11 A sra./o sr., ou alguém da sua equipe, já fez parte de algum tipo de discussão
sobre museus e turismo, além desta?
2.12 A sra./o sr. consegue identificar ações dos setores interessados no turismo
(operadoras, hotéis, agência de viagem, órgãos de planejamento e turismo) voltados
aos museus e ao turismo cultural em Belo Horizonte?
2.13 Na sua opinião, quais os recursos humanos que, trabalhando nos Museus,
poderiam agregar valor na relação entre museus e turismo?
2.14 A sra./o sr. vê ganho na integração entre profissionais de museus e bacharéis em
turismo na realidade dos Museus? Como?
2.15 Como as políticas de museus, em âmbito nacional, estadual ou municipal vêm
fomentando o desenvolvimento da qualidade dos museus de Belo Horizonte?
3. Equipe de Pesquisa
Pesquisador Nome: Data:
Transcrição Nome: Data:
4. Comentários
226
1. Perfil do Gestor
1.1 Museu:
Superintendência de Museus do Estado de Minas Gerais
1.2 Nome completo do gestor:
1.3 Cargo:
1.4 Formação profissional:
1.5 Atividades profissionais paralelas:
1.6 Experiências profissionais anteriores:
1.7 Idade
( ) 30 a 39 anos ( ) 40 a 49 anos ( ) 50 a 59 anos ( ) 60 a 69 anos ( ) acima de 70 anos
1.8 Há quantos anos trabalha na Superintendência?
1.9 Há quantos anos exerce a atual função/cargo?
2. Relação Museu/Turismo
2.1 A sra./o sr. poderia falar um pouco sobre o histórico das ações da
Superintendência em nível de gestão?
2.1.1 Qual é a relação da Superintendência com os Museus de Belo Horizonte? E
como é o relacionamento?
2.2 Como a sra./o sr. vê a inserção dos Museus no turismo de Belo Horizonte?
2.3 A sra./o sr. considera os Museus como atrativos turísticos?
2.4 A sra./o sr. considera que a infra-estrutura dos Museus é adequada para o
atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.5 A sra./o sr. considera que os serviços oferecidos pelos Museus são adequados para
o atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.6 A sra./o sr. considera que o acervo dos Museus é adequado para o atendimento
das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.7 A sra./o sr. considera que a programação oferecida pelos Museus é adequada para
o atendimento das necessidades dos turistas e visitantes? Comentar.
2.8 O Superintendência trabalha com ações voltadas para a aproximação entre os
227
museus e o turismo da cidade?
2.9 Quais são, na sua opinião, as oportunidades de se trabalhar os Museus como
atrativos turísticos?
2.10 Quais são, na sua opinião, os desafios e dificuldades de se trabalhar os Museus
como atrativos turísticos?
2.11 A sra./o sr., ou alguém da sua equipe, já fez parte de algum tipo de discussão
sobre museus e turismo, além desta?
2.12 A sra./o sr. consegue identificar ações dos setores interessados no turismo
(operadoras, hotéis, órgãos de planejamento, turismo e cultura) voltados aos museus
e ao turismo cultural em Belo Horizonte?
2.13 Na sua opinião, quais os recursos humanos que, trabalhando nos Museus,
poderiam agregar valor na relação entre museus e turismo?
2.14 A sra./o sr. vê ganho na integração entre profissionais de museus e bacharéis em
turismo na realidade dos Museus? Como?
2.15 Como as políticas de museus, em âmbito nacional, estadual ou municipal vêm
fomentando o desenvolvimento da qualidade dos museus de Belo Horizonte?
3. Equipe de Pesquisa
Pesquisador Nome: Data:
Transcrição Nome: Data:
4. Comentários
228
APÊNDICE E - Termo de consentimento livre e esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Belo Horizonte, de de 2007.
Prezado(a) Sr.(a)
Por meio deste instrumento, venho convidá-lo(a) a participar voluntariamente da pesquisa
sobre os Museus de Belo Horizonte desenvolvida por mim, Marcela Cougo, mestranda do
Programa de Pós-graduação em Turismo e Meio Ambiente da UNA, sob orientação do Prof.
Dr. Nelson Quadros.
A pesquisa tem como objetivo caracterizar as condições gerais de recebimento de
visitantes dos museus de Belo Horizonte e identificar os desafios, as dificuldades e
oportunidades que se colocam em relação ao turismo nos principais museus da cidade.
Assim, tendo em vista o papel que o(a) Sr(a) ocupa nessa entidade, venho solicitar a sua
participação nesse estudo, concedendo uma entrevista com o objetivo de conhecer a sua visão
e suas idéias quanto à relação do Museu e o turismo da capital.
Para isto, é necessário esclarecer-lhe em relação a alguns procedimentos:
Será realizada uma entrevista semi-estruturada, pela pesquisadora, respeitando o local
e o horário escolhidos pelo(a) Sr(a). O depoimento será gravado em formato digital e
poderá ser devolvido ao entrevistado(a) e/ou interrompido no momento em que este
assim o desejar, em qualquer fase da pesquisa, visto que sua participação é voluntária.
Será garantido o acesso, em qualquer etapa do estudo, à pesquisadora que pode ser
encontrada no endereço e telefone que constam ao final desta carta.
Não haverá despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo.
Também não haverá compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir
qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.
Concluída a pesquisa, seus resultados serão divulgados e ficarão acessíveis a qualquer
pessoa.
Agradecendo sua colaboração, solicito a declaração de seu consentimento livre e
esclarecido neste documento.
Atenciosamente,
Marcela Cougo
Mestranda
229
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, ______________________________________________, acredito ter sido
suficientemente informado a respeito das informações sobre o estudo em questão citado que li
ou que foram lidas para mim. Eu discuti com a pesquisadora Marcela Cougo, sobre a minha
decisão em participar da pesquisa. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo,
os procedimentos a serem realizados. Concordo voluntariamente em participar deste estudo.
______________________,_____de______________________de 2007.
___________________________________________
Nome/ assinatura do(a) entrevistado(a)
___________________________________________
Nome/ assinatura da pesquisadora
230
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
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