Educação em saúde Educação alimentar e
nutricional (EAN)
Anos de
1980
Na América Latina, a
‘pesquisa-denúncia’ dá
lugar à ‘pesquisa-ação’,
onde o receptor deixa de
ser um sujeito passivo.
Tem inicio o
desenvolvimento da Teoria
das Mediações e estudos
de recepções das
informações.
Luta pela democracia política e
organização do SUS. Os
movimentos populares se
dedicam a conquistas mais
globais. No entanto,
profissionais dos serviços de
saúde ainda procuram
incorporar a Educação Popular
em Saúde no seu cotidiano.
EAN começa a ser vista
como domesticadora e
repressora. Comer o que se
quer, na hora que se quer e
como se quer - exercício do
direito à liberdade. Ensinar o
que é saudável passa a ser
entendido como cerceamento
desse direito. Aparece, então,
a ‘educação nutricional
crítica’
(4)
.
Anos de
1990
Fortalecimento da teoria
das mediações; toma vigor
o conceito de ‘polifonia’.
Criação do Programa Saúde da
Família – propicia a inserção
dos profissionais da saúde no
cotidiano do adoecimento e de
cura da população. Criação de
uma Rede de Educação Popular
em Saúde.
Começam as discussões que
incluem a educação em saúde
na agenda da promoção da
saúde.
A questão alimentar e
nutricional deixa de ser
prioridade do governo nos
primeiros anos da década de
1990. E, somente, em 1999,
com a PNAN, a EAN volta
revigorada, tendo papel de
destaque nas diretrizes que
visam à promoção da
alimentação saudável.
A partir
dos anos
2000
As teorias da comunicação
abordam a produção de
sentido em nossas práticas
no dia-a-dia.
A educação em saúde faz parte
da promoção à saúde.
A Educação Popular em Saúde
é incluída como ‘estratégia
política e metodológica na ação
do Ministério da Saúde’,
deixando de ser apenas uma
atividade a ser implementada
nos serviços. Há a publicação
de um Caderno de Educação
Popular em Saúde da série
Textos básicos de Saúde.
As ações de EAN são
entendidas no sentido de
subsidiarem os indivíduos
nas suas escolhas sobre
estilos de vida e práticas
alimentares saudáveis, além
de contribuir na prevenção e
controle de doenças
relacionadas à alimentação e
nutrição. Em documentos
oficiais como a PNAN, tal
associação é vista sob a ótica
da garantia ao direito à
informação.
Tabela 3 – adaptação de L’Abbate (1988, 1989); ABN (1992); Mohr e Scahll (1992); Pitta (1995), Boog (1997);
Schmitz (1997); Buss (1999); Lima (2000); Boog et al (2003); Polistchuk & Trinta (2003), Boog (2004); Santos
(2005); Vasconcelos (2005); Rozemberg (2006); Arruda & Arruda (2007); Araújo & Cardoso (2007); Rodrigues
(2007); Martino (2010); França (2010); Ferreira (2010); Araújo (2010); Berger (2010).
Motta & Boog
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reconhecem a limitação da educação nutricional ao lidar com
questões estruturais, como por exemplo, os fatores econômicos. No entanto, ponderam
que mesmo pessoas com poder aquisitivo e disponibilidade de alimentos nem sempre
detém uma prática alimentar correta. Pontuam sete fatores para a pouca efetividade dos
programas de educação nutricional como agentes de mudanças no comportamento
alimentar, que não apenas a limitação econômica:
1. inexistência de uma filosofia de educação nutricional
2. práticas de educação nutricional desprovidas de conhecimento das características
socioeconômico-culturais da população