sentimentos dos outros, brincando com o dinheiro dos outros. Isso é uma mentira. É o que falou Jesus,
“não vai ficar pedra sob pedra”. Está na hora disso. A verdade vai aflorar e também essa verdade com
relação à agricultura natural, eu acredito que vai aflorar, porque é uma coisa que preserva a natureza. É
uma coisa que vivifica o solo, vivifica as árvores, vivifica a terra, vivifica a semente, vivifica o homem,
vivifica os animais. Então dá a vida não é? Aos seres. Então isso é uma coisa natural e isso está bem
difundido em todo o mundo. Já, graças a Deus, já através da agricultura orgânica, já se deu um grande
passo, até realmente chegar na agricultura natural. Eu acho.
Marcelo – Está bom. Bem, dando continuidade a nossa entrevista nós vamos entrar na etapa de avaliação
do projeto. Eu gostaria de saber como o senhor avalia o projeto desde a criação da Africarte, do modelo
do pólo agrícola até o dia de hoje? Não é? Qual é a sua avaliação?
Francisco – É. São muitas dificuldades. Muitas dificuldades pelo seguinte, na fase em que o presidente
Watanabe, o presidente mundial, nos fez a doação para que a gente começasse o pólo, tudo bem. Mas foi
aquela, aquela, em torno mais ou menos, foi quarenta, cinquenta mil dólares que os deu e aí nós
ganhamos a terra não é? A terra nos foi passada, mas assim, com muitas dificuldades, por que? Porque a
Igreja também estava crescendo, estava começando. A Igreja não tinha como fazer um investimento
pesado na agricultura. Então naturalmente, com muito esforço, com muito esforço, nós começamos a,
com a ajuda dos membros, dos próprios membros, os membros Rio, iam em caravanas e nós começamos
a arar a terra na enxada, sem trator. Na época não tinha trator. Alugava-se um trator e precisava esperar
esse trator para poder passar no terreno, para poder mexer com a terra. Foi muita dificuldade que
encontramos no início. E também assim, não tínhamos como contratar mão de obra especializada. Então
teve de ser uma meia dúzia, oito, nove membros... Com oito, nove funcionários ali, que nós tínhamos que,
que o Ministro Bambi, com o que ele arrecadava das produções, tinha, para poder manter as pessoas e os
membros indo dedicar. Os membros indo dedicar. Até que nós chegamos realmente numa condição. Nós
criamos assim um katar, que a gente chama o modelo e aí o pólo agrícola começou realmente a se
desenvolver. Porque a gente tinha que construir alojamentos, tinha que construir refeitório, construir uma
série de coisas, com muita dificuldade. À medida que a Igreja foi crescendo, ela foi fazendo os
investimentos. Então hoje nós chegamos nesse ano, esse ano, nós chegamos numa condição de poder
investir. Então inicialmente o governo, ele foi não é? Os técnicos do governo foram e viram o nosso
trabalho, e nos confiaram já o terreno de Kakuaco e agora nos confiaram o terreno de Cachito, onde nós
vamos fazer um investimento maior. Então este ano nós terminamos a parte de construção, quer dizer, de
infraestrutura, comprar motores, comprar todo, toda a parte agrícola, toda a parte de implementos
agrícolas, para a gente poder tocar a obra. Agora, depois dos implementos agrícolas, esse ano, nós
estamos criando um projeto já realmente com um investimento de trinta mil dólares mês, doação da Igreja
Messiânica para a Africarte. Para que a gente possa realmente montar a equipe, toda a equipe e todos os
implementos agrícolas para que a gente, a partir de Bom Jesus e também em Kakuaco, a gente comece a
dar o impulso maior. Já em Kakuaco nós já estamos fazendo um trabalho de recuperação do terreno.
Porque o terreno foi, foi realmente assim, foi desmatado, o terreno está seco, o terreno realmente a água
corre, ela não penetra. Então nós vamos fazer um trabalho em Kakuaco, agora estamos começando com
técnicos, com a ajuda de muitos técnicos do Espírito Santo, com a ajuda de pessoas que amam a África,
que querem nos dar apoio lá na África. Então com a ajuda desses técnicos, nós estamos realmente
começando o trabalho de recuperação do terreno de Kakuaco. Então nós vamos fazer plantações. Já
plantamos bananeira, plantamos abacaxi, mas agora com o estudo técnico nos chegamos a conclusão que
nos precisamos assim, plantar leguminosas, para poder incorporar no solo, até vivificar o solo, para
depois pensar em produção. Então esse investimento será feito. A Igreja hoje, ela tem condições de dar
sustentabilidade para esse investimento de recuperação do terreno. E já assim, com relação a um outro
terreno que, a um outro terreno que ganhamos, que é diferente, são quinhentos equitares em Cachito, aí
sim. Lá tem três rios, rios enorme, águas em abundancia, o que não ocorre em Kakuaco. Nós tivemos que
fazer um investimento em Kakuaco, de quase um milhão de dólares só para buscar a água a um
quilometro, a que? A dois quilômetros de distancia lá do rio, para poder trazer. Ainda estamos agora com
uma firma chinesa acabando de resolver o problema de trazer a água para Kakuaco. Então não é fácil. Ali
em Kakuaco, nosso plano, nosso projeto é para produzir água, através do reflorestamento e de trabalhar o
solo, para que ele possa se vivificar e não ficar seco, para que ele possa aguentar realmente todo o período
de verão, todo o sol causticante que ocorre lá em Kakuaco. E já em Cachito, ali sim, nós vamos começar
realmente o nosso projeto agro florestal. E dentro disso, nós já temos condições. Depois de todo esse
trabalho, depois de realmente a gente mostrar que qualquer tipo de solo... O solo já está sendo
fotografado. A gente consegue recuperar, consegue através da agricultura natural, dar condições de
produzir, através desse agro, produzir os produtos agrícolas, com o reflorestamento, a gente consegue
revitalizar, voltar ao habitar natural que era aquele terreno. Já em Cachito a gente já consegue fazer essa
integração, da floresta que existe, com a agricultura, sem desmatar e fazendo essa integração e
produzindo alimentos neste local. Já temos bastante água. Então nós estamos nessa fase agora, uma fase a
nível global, a nível coletivo, a nível de, para a sociedade, nós estamos trabalhando no pólo agrícola de