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FREDERICO SILVA THÉ PONTES FILHO
CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE MELÃO
CANTALOUPE CULTIVADO EM DIFERENTES DOSES
DE N E K
MOSSORÓ-RN
2010
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FREDERICO SILVA THÉ PONTES FILHO
CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE MELÃO
CANTALOUPE CULTIVADO EM DIFERENTES DOSES
DE N E K
ORIENTADORA: Dra. EDNA MARIA
MENDES AROUCHA
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Fitotecnia da
Universidade Federal Rural do Semi-
Árido, como parte dos requisitos para
obtenção do Grau de Mestre em
Fitotecnia.
MOSSORÓ-RN
2010
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Ficha catalográfica preparada pelo setor de
classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando
Teixeira” da UFERSA
Bibliotecário: Sale Mário Gaudêncio
CRB-15/476
P813c Pontes Filho, Frederico Silva Thé.
Conservação pós-colheita de melão Cantaloupe cultivado sob
diferentes doses de N e K / Frederico Silva Thé Pontes Filho. --
Mossoró, 2010.
80 f. : il.
Dissertação (Mestrado em Fitotecnia: Área de concentração
em Agricultura Tropical) – Universidade Federal Rural do Semi-
Árido. Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação.
Orientadora: Profª. D. Sc. Edna Maria Mendes Arouca.
Co-orientador: Profº. D. Sc. José Francismar de Medeiros.
1. Melão Cantaloupe. 2. Shelf life. 3. Análise econômica. 4.
Tempo de armazenamento. 5. Sólidos solúveis. I. Título.
CDD: 635.611
FREDERICO SILVA THÉ PONTES FILHO
CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE MELÃO
CANTALOUPE CULTIVADO EM DIFERENTES DOSES
DE N E K
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Fitotecnia da
Universidade Federal Rural do Semi-
Árido, como parte dos requisitos para
obtenção do Grau de Mestre em
Fitotecnia.
AGRADECIMENTOS
À Deus por tudo de bom que tenho e conquistei;
À minha mãe Maria do Socorro Moura Pontes e ao meu pai Frederico Silva
Thé Pontes pelo apoio incondicional, o amor, a educação e a atenção que sempre
me deram;
Aos meus irmãos Felipe Moura Pontes e Fernanda Maiara Moura Pontes
por me incentivarem sempre e por serem companheiros dedicados;
À minha Orientadora D. Sc. Edna Maria Mendes Aroucha pelos
ensinamentos, paciência, dedicação e atenção dispensada;
Ao meu Co-Orientador D. Sc. José Francismar de Medeiros por toda a
ajuda, orientação e ensinamentos;
Ao Professor Glauber Henrique de Sousa Nunes pela grande contribuição
para este trabalho e por sempre estar disposto a ajudar e orientar;
Aos professores da banca D. Sc. Sérgio Weine Paulino Chaves e D. Sc.
Alan Martins de Oliveira pelos ensinamentos e atenção dispensada;
À todos os meus parentes que sempre acreditaram e me ajudaram na vida
acadêmica e pessoal;
Ao CNPq pelo auxílio financeiro concedido para execução do projeto de
pesquisa;
A UFERSA por todo apoio técnico, logístico e físico que contribuíram para
a realização desta pesquisa;
À CoopyFrutas pelo apoio para a realizar o trabalho de campo;
À CAPES pela concessão da bolsa;
À todos os alunos e funcionários da UFERSA que ajudaram para que este
trabalho pudesse ser concretizado.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Valores médios semanais de temperatura (Tmed), e velocidade do vento a 10
m (V10) registrados no período de setembro a novembro de 2009. Mossoró -
RN. 2009............................................................................................................. 25
Tabela 2 - Caracterização química do solo da área experimental. Mossoró-RN,
2009................................................................................................................ 77
Tabela 3 - Caracterização física do solo da área experimental. Mossoró-RN,
2009.......................................................................................................... 77
Tabela 4 - Características químicas da água utilizada no experimento............................... 77
Tabela 5 - Percentual de frutos comercializáveis de cada tratamento em função da
aparência externa e teor de sólidos solúveis durante o período de
armazenamento pós-colheita mais shelf life três dos frutos em Mossoró-RN,
2009.................................................................................................................. 40
Tabela 6 - Custo total (R$) de cada tratamento (CT) (apenas os custo com fertilizantes) e
o custo total da produção (todos os custos mais os custos com fertilizantes)
durante o período de armazenamento pós-colheita mais shelf life três dos
frutos em Mossoró-RN,
2009..................................................................................................................... 41
Tabela 7.1. - Resumo da análise de variância das características físicas de qualidade.
Valores de F da análise da variância para as características de qualidade do
melão Cantaloupe analisadas: perda de massa (PM), aparência externa
(APEX), aparência interna (APIN) e firmeza da polpa (FP), Mossoró-RN,
2009................................................................................................................ 42
Tabela 7.2 - Resumo da análise de variância das características químicas de qualidade.
Valores de F da análise da variância para as características de qualidade do
melão cantaloupe analisadas: sólidos solúveis totais (SS), acidez titulável
(AT), e relação sólidos solúveis/acidez titulável (SS/AT), Mossoró-RN,
2009.................................................................................................................. 43
Tabela 8 - Média das porcentagens de perda de massa avaliadas no melão Cantaloupe
submetido a diferentes tratamentos de nitrogênio e potássio durante o período
de armazenamento pós-colheita dos frutos em Mossoró-RN, 2009...................
44
Tabela 9 - Média das notas de aparência externa avaliadas no melão Cantaloupe
submetido a diferentes tratamentos de nitrogênio e potássio durante o
período de armazenamento pós-colheita e shelf life dos frutos em Mossoró-
RN, 2009........................................................................................................... 46
Tabela 10 - Média das notas de aparência interna avaliadas no melão Cantaloupe
submetido a diferentes tratamentos de nitrogênio e potássio durante o
período de armazenamento pós-colheita dos frutos em Mossoró-RN,
2009................................................................................................................
49
Tabela 11 - Média das firmezas de polpa avaliadas no melão Cantaloupe submetido a
diferentes tratamentos de nitrogênio e potássio durante o período de
armazenamento pós-colheita dos frutos em Mossoró-RN, 2009...................... 51
Tabela 12 - Média das firmezas de polpa avaliadas no melão Cantaloupe submetido a
diferentes tratamentos de nitrogênio e potássio durante o período de
armazenamento pós-colheita dos frutos em Mossoró-RN, 2009...................... 53
Tabela 13 - Média dos sólidos solúveis avaliados no melão Cantaloupe submetido a
diferentes tratamentos de nitrogênio e potássio durante o período de
armazenamento pós-colheita dos frutos em Mossoró-RN, 2009...................... 56
Tabela 14 - Média da acidez titulável avaliada no melão Cantaloupe submetido a
diferentes tratamentos de nitrogênio e potássio durante o período de
armazenamento pós-colheita dos frutos em Mossoró-RN, 2009................... 57
Tabela 15 - Média da relação SS/AT avaliadas no melão Cantaloupe submetido a
diferentes tratamentos de nitrogênio e potássio durante o período de
armazenamento pós-colheita dos frutos em Mossoró-RN, 2009................... 59
Tabela 16 - Resultados da análise econômica do experimento relativo ao uso de
diferentes doses fertirrigadas de N e K na qualidade e vida pós-colheita do
melão Cantaloupe no tempo de armazenamento 21 dias e shel life três
(24dias) em Mossoró-RN, 2009..................................................................... 60
Tabela 17 - Resultados da análise econômica do experimento relativo ao uso de
diferentes doses fertirrigadas de N e K na qualidade e vida pós-colheita do
melão Cantaloupe no tempo de armazenamento 25 dias e shel life três
(28dias) em Mossoró-RN, 2009..................................................................... 61
Tabela 18 - Resultados da análise econômica do experimento relativo ao uso de
diferentes doses fertirrigadas de N e K na qualidade e vida pós-colheita do
melão Cantaloupe no tempo de armazenamento 29 dias e shel life três
(32dias) em Mossoró-RN, 2009..................................................................... 62
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Escala subjetiva (notas de 5-0) para avaliações das aparências externa e
interna de melão, de acordo com a severidade dos defeitos (GOMES
JÚNIOR, 2005).............................................................................................
37
Quadro 2 - Planilha de custo do melão Cantaloupe da Fazenda Nova Vida pertencentes
ao grupo “CoopyFrutas”, localizada na comunidade de Pedra Preta,
Mossoró-RN, 2009..........................................................................................
78
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Coeficiente de cultivo (Kc) utilizado no experimento de acordo com a idade
da planta, durante os meses de setembro a novembro de 2009, Mossoró,
RN...................................................................................................................
32
Figura 2 - Lâmina de irrigação diária utilizada no cultivo de melão Caribean Gold,
Mossoró, 2009.................................................................................................
33
Figura 3- Equipamentos utilizados para aplicação dos fertilizantes: (A) balde graduado
e peneira; (B) reservatório utilizado para diluição e armazenamento da
solução estoque; (C) detalhe de manômetros e registros; (D) detalhe do
sistema de injeção de fertilizantes do tipo “pulmão” com registros para
derivação do fluxo de
água............................................................................................................
34
SUMÁRIO
............................................................................................. 13
2 REVISÃO DE LITERATURA
.................................................................... 16
2.1 Importância econômica do melão
............................................................. 16
2.2 Fatores pré
-
colheita
....................................................................................
18
2.2.1. Nutrição mineral x Qualidade dos frutos
............................................. 19
2.3 Fatores pós
-
colheita
....................................................................................
21
3 MATERIAIS E MÉTODOS
......................................................................... 25
3.1 Caracterização da área experimental
....................................................... 25
3.2
. Tratamentos e delineamento estatístico
.................................................. 26
3.3
Instalação e condução do experimento
..................................................... 27
3.3.1 Preparo do solo
........................................................................................ 27
3.3.2 Adubação de fundação
............................................................................ 28
3.3.3
Instalação do sistema de irrigação e
mulching..................................... 28
3.3.4
Plantio
....................................................................................................... 29
3.3.5
Manejo da irrigação
................................................................................ 30
3.3.6 Aplicação de fertilizantes
........................................................................ 33
3.3.7 Colheita e ma
nuseio pós
-
colheita
...........................................................
35
3.4 AVALIAÇÕES PÓS-COLHEITA............................................................... 36
3.4.1 Perda de massa
(PM)
.............................................................................. 36
3.4.2 Aparência externa e interna (AE e AI)..................................................
36
3.4.3 Firmeza da polpa (FP)............................................................................
37
3.4.4 Sólidos solúveis (SS)................................................................................
38
3.4.5 Acidez titulável (AT)...............................................................................
38
3.4.6 Relação SS/AT.........................................................................................
39
3.5 ANÁLISE ECONÔMICA...........................................................................
39
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................
42
4.1.1 Perda de massa (PM)..............................................................................
44
4.1.2 Aparência externa (AE)..........................................................................
46
4.1.3 Aparência interna (AI)...........................................................................
48
4.1.4 Firmeza da polpa (FP)............................................................................
50
4.2.1 Sólidos solúveis (SS)................................................................................
55
4.2.2 Acidez titulável (AT)...............................................................................
57
4.2.3 Relação SS/AT.........................................................................................
58
4.3 Análise econômica......................................................................................
60
5. CONCLUSÕES............................................................................................
63
REFERÊNCIAS...............................................................................................
64
ANEXOS...........................................................................................................
75
RESUMO
PONTES FILHO, F. S. T. Conservação pós-colheita de melão Cantaloupe cultivado em
diferentes doses de N e K por fertirrigação. 2010. 63f. Dissertação (Mestrado em
Agronomia: Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró,
2010.
O presente estudo teve como objetivo avaliar a vida útil pós-colheita de melão Cantaloupe
cultivar ‘Caribbean Gold’ desenvolvido sob diferentes doses de nitrogênio e potássio via
fertirrigação. Para isto, um experimento foi conduzido no período de setembro a novembro
de 2009 na Fazenda Agrícola “CoopyFrutas”, localizada no município de Mossoró-RN,
onde foi realizado o plantio do melão (Cucumis melo L.), tipo horticultural Cantaloupe,
cultivar ‘Caribbean Gold’. Assim, foi realizada adubação com diferentes dosagens de
nitrogênio e potássio em kg.ha
-1
formando os respectivos tratamentos de N: K
2
O: 1 (0; 0), 2
(0; 83), 3 (0; 365), 4 (0; 828), 5 (38; 0), 6 (38; 83), 7 (238; 0), 8 (238; 365), 9 (238; 828), 10
(666; 0), 11 (666; 365) e 12 (666; 828). Após atingirem a maturidade fisiológica aos 60 dias
após o transplantio (DAT), os frutos foram colhidos e transportados para o Laboratório de
Tecnologia de Alimentos do Departamento de Agrotecnologia e Ciências Sociais da
UFERSA, realizada a limpeza, pesagem e tratamento antifúngico do pedúnculo. Em
seguida, uma amostragem dos frutos foi avaliada previamente e os demais frutos foram
identificados e embalados em filme plástico e colocados em caixas de papelão. Estas foram
armazenadas em câmara fria com temperatura de 5±C e 90±2% UR onde permaneceram
por 21, 25 e 29 dias e mais três dias à temperatura de 20±1ºC e 85±2% UR; este período foi
denominado tempo de shelf life. O delineamento experimental foi blocos casualizados em
esquema de parcela subdividida sendo as parcelas constituídas por doses de nitrogênio e
potássio fertirrigados e subparcela em fatorial 3x2, com três tempos de armazenamento
pós-colheita (21, 25 e 29 dias após a colheita) e dois tempos de shelf life (0 e 3 dias) com
duas repetições. As características avaliadas foram: perda de massa (PM), aparência externa
(AE) e interna (AI), firmeza da polpa (FP), sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT) e
relação SS/AT. De acordo com os resultados das avaliações anteriores, foi realizada análise
econômica. Foram verificados efeitos da interação entre doses de N e K
2
O, tempo de
armazenamento e shelf life, apenas para a característica de aparência externa dos frutos.
Houve efeito significativo para a interação tratamentos e tempos de armazenamento para a
perda de massa. Para as demais características, a interação entre os fatores tempo de
armazenamento e shelf life foram significativos, exceto para perda de massa e sólidos
solúveis. Para os tratamentos foi observado efeito significativo apenas para perda de massa,
aparência externa, firmeza da polpa e sólidos solúveis. Até 29 dias de armazenamento,
apenas no shelf life zero, os frutos mantiveram-se comercializáveis pela aparência externa e
interna e firmeza da polpa. A acidez titulável aumentou durante o tempo de armazenamento
enquanto que a relação SS/AT diminui. Os valores detectados nos teores de sólidos solúveis
não afetaram a qualidade do fruto. Observa-se lucro adicional para os trata mentos 3 (365
Kg.ha
-1
de K
2
O) e 5 (38 Kg.ha
-1
de N), R$ R$ 5.996,34 e R$ 4.095,10, respectivamente no
tempo de armazenamento 29 dias mais três dias de shelf life.
Palavras-chave: Melão Cantaloupe. Shelf life. Análise econômica. Tempo de
armazenamento. Sólidos solúveis
ABSTRACT
PONTES FILHO, F. S. T. Post-harvest storage of Cantaloupe melon grown in different
levels of N and K by fertigation 2010. 63f. Dissertação (Mestrado em Agronomia:
Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró, 2010.
This study aims to evaluate the shelf-life of post-harvested Cantaloupe melons, cultivar
Caribbean Gold, cropped in different nitrogen and potassium levels via fertigation. For this,
an experiment was conducted from September to November 2009 at the CoopyFrutas Farm,
located in Mossoró, Rio Grande do Norte, where the planting of horticultural Cantaloupe
melon (Cucumis melo L.), cultivar Caribbean Gold, was performed. Thus, fertilization was
performed with different nitrogen and potassium levels in kg.ha
-1
forming the respective
treatments of 1 (0; 0), 2 (0; 83), 3 (0; 365), 4 (0; 828), 5 (38; 0), 6 (38; 83), 7 (238; 0), 8
(238; 365), 9 (238; 828), 10 (666; 0), 11 (666; 365) and 12 (666; 828). After reaching
physiological maturity at 60 days after the planting (DAT), fruits were harvested and taken
to the Laboratory of Food Technology of the Department of Agrotechnology and Social
Sciences, UFERSA. They have been cleaned and weighed, and the antifungal treatment of
the peduncle was performed. Then, fruit samples were previously analyzed and the other
fruits were identified and wrapped in plastic film and placed in cardboard boxes. These
ones were stored in cold storage chamber at 5±C and 90±2% UR where remained for 21,
25 and 29 days, and three more days at 20±C and 85±2% UR; we called this period shelf-
life time. The experimental design was randomized blocks with split plots, and the plots
were composed of levels of fertilized nitrogen and potassium and the subplot in a 3x2
factorial with three storage times (21, 25 and 29 days post harvest) and two shelf-life times
(0 and 3 days) with two replications. The characteristics evaluated were: weight loss (PM),
external (AE) and internal appearance (AI), pulp firmness (FP), soluble solids (SS),
titratable acidity (AT), and SS/TA ratio. According to the results of past analysis, the
economic analysis was performed. Interaction effects between levels of N and K
2
O and
storage and shelf-life time were verified to characterize the external appearance of fruits.
There was significant effect for the interaction treatments and storage time for weight loss.
For the other characteristics, the interaction between storage and shelf-life time was
significant, except for weight loss and soluble solids. For the treatments, significant effect
was observed only for weight loss, external appearance, pulp firmness and soluble solids.
Up to 29 days of storage, only in shelf-life zero, fruits remained marketable for the external
and internal appearance and pulp firmness. The titratable acidity increased during storage
time while SS/TA decreased. Values noticed in the levels of soluble solids did not affect
quality of fruits. There is additional profit for treatments 3 (365 Kg.ha
-1
of K
2
O) and 5 (38
Kg.ha
-1
of N), R$ 5,996.34 and R$ 4,095.10 in 29 days of storage and three more days of
shelf-life, respectively.
Keywords: Cantaloupe melon. Shelf-life. Economic analysis. Storage time.
13
1 INTRODUÇÃO
O meloeiro (Cucumis melo L.) é uma das oleráceas mais conhecidas no
mundo, é uma planta herbácea de ascendência africana e asiática, que apresenta
frutos com características variáveis com o grupo e cultivar.
A polpa do melão é muito suculenta (com cerca de 90% de água), contém
açúcares solúveis, ácidos orgânicos, minerais (cálcio, ferro, fósforo) e vitaminas C,
E, A e complexo B (CABRAL, 2009).
Existem dois grupos de melões: um denominado inodorus, sem aroma
acentuado, neste encontram-se o melão Amarelo, mais plantado no Brasil, e o Pele
de Sapo, de maior tamanho. O grupo cantaloupensis corresponde aos melões
aromáticos: Cantaloupe, Orange, Charentais e Gália, sendo que estes exigem um
manuseio pós-colheita diferenciado (GOMES, 2007).
O melão Cantaloupe apresenta exocarpo em formato de rendilhamento, de
coloração levemente amarela à esverdeada e enrugado, frutos com a casca verde. A
polpa tem espessura de aproximadamente 2,5cm, com coloração variando de
amarelo a salmão. Os frutos de casca rugosa possuem polpa laranja a salmão. Esta
variedade apresenta pouca resistência ao transporte e vida pós-colheita curta
(VILELA, 2010).
A maioria do melão cultivado é do grupo inodorus, e em plena expansão
estão os melões do grupo cantaloupensis (MOREIRA et al., 2009). A área de
cultivo destinada aos melões nobres representa cerca de 40% do total da área
cultivada com melão no Rio Grande do Norte/Ceará (PEREIRA, 2009). A grande
produção de melão do Brasil apresenta-se em dois Agropolos: Mossoró-Assu (RN)
e Baixo Jaguaribe (CE), nos quais juntos representam a maior parte da produção e
exportação brasileira.
As pesquisas têm papel de destaque na produção, pois geram informações
técnicas importante para o manejo da cultura (BARROS et al., 2003; GERHARDT,
2007; MEDEIROS et al., 2007; AMARIZ et al., 2009) e conservação pós-colheita
(SENHOR et al., 2008; SÁ et al., 2008). Nesse aspecto, a nutrição mineral das
14
plantas é fator importante, pois quando estas estão equilibradas nutricionalmente
aumentam a produtividade e geram frutos com maior qualidade (TAIZ; ZEIGER,
2004; CHITARRRA; CHITARRA, 2005).
Apesar da escassez de trabalhos na literatura relacionando práticas de
cultivo com pós-colheita de frutos, sabe-se que as características de qualidade pós-
colheita são relacionadas com fatores pré-colheita.
De acordo com Chitarra; Chitarra (2005) a qualidade dos frutos não pode
ser melhorada após a colheita, sendo necessário que as fases de pré-colheita sejam
bem realizadas, o que inclui entre outros, uma adequada nutrição vegetal. O
nitrogênio é de suma importância, pois participa na planta como constituinte de
aminoácidos, amidas, proteínas, coenzimas e outros. Alves et al. (2000)
argumentam que a deficiência de nitrogênio no meloeiro ocasiona frutos pequenos,
de casca fina e sementes pequenas. E essa deficiência também altera a cor dos
frutos, promovendo o surgimento de coloração clara a verde-clara, dependendo da
variedade.
O potássio por sua vez atua na translocação de carboidratos, o que gera
aumentos na produtividade de melão pelo incremento no peso dos frutos
(NEGREIROS; MEDEIROS, 2005). É requerido como cofator de mais de 40
enzimas, e é o principal cátion responsável pelo turgor da lula e conservação da
eletroneutralidade celular (dentro de cada compartimento deve ter a mesma
concentração de cátions e ânions) (TAIZ; ZEIGER, 2004). As plantas que sofrem
deficiência de potássio produzem frutos de qualidade inferior, argumentam Carrijo
et al, (2004) estes podem apresentar os seguintes sintomas: menor teor de sólidos
solúveis, maturação desuniforme, ocos e manchas verdes na parte basal.
Por outro lado, na pós-colheita a qualidade dos produtos pode ser mantida
por um tempo maior dependendo da tecnologia empregada. A refrigeração vem
sendo bastante utilizada pelos produtores de frutas no Agropolo Mossoró-Assu.
Essa técnica quando associada com a embalagem com filme plástico, cria um
microclima (denominado de atmosfera modificada), e baixas temperaturas têm sido
adotadas para a exportação do melão nobre, sendo detectados bons resultados de
conservação (GOMES et al., 2001; DANTAS, 2007; SOUZA et al., 2008).
15
As pesquisas demonstram ser possível o prolongamento da vida útil dos
melões nobres por até 25 dias, com reduzida perda de massa, elevada firmeza de
polpa, notas de aparências interna e externa e sólidos solúveis (LIMA et al., 2005;
BRACKMANN et al., 2006).
Tendo em vista que os fatores pré-colheita afetam a qualidade pós-colheita
dos frutos, e a escasse na literatura de trabalhos que relacionem nutrição mineral do
melão a sua vida útil pós-colheita, este trabalho teve por objetivo avaliar a
conservação pós-colheita do melão Cantaloupe cultivar ‘Caribbean Golden´
desenvolvido em diferentes concentrações de N e K aplicadas via fertirrigação.
16
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Importância econômica do melão
No ano de 2007, o Brasil ocupou o segundo lugar entre os países
exportadores de melão, com uma produção de 204.502 toneladas com valor de US$
128.214.000, o que correspondeu a US$ 627/tonelada, perdendo apenas para a
Espanha com produção de 348.199 toneladas com valor de US$ 284.915.000 o que
corresponde a US$ 818/tonelada. (FAOSTAT, 2010).
No ano de 2008, o Rio Grande do Norte produziu 100.584 toneladas de
melão (32% da produção total do país), em uma área plantada de 3.591 hectares
(27% do total cultivado no país). O valor da produção foi de R$ 53.513.000, sendo
o rendimento médio de 28.088 kg.ha
-1
. No mesmo período, o Estado do Ceará se
tornou o maior produtor do Brasil com uma produção de 170.424 toneladas (54%
da produção país), em uma área plantada de 6.803 hectares (52% do total cultivado
no país), atingindo um valor da produção equivalente a R$ 150.887.000, com
rendimento médio de 25.051 kg.ha
-1
(IBGE, 2010).
O Município de Mossoró-RN, em 2008, exportou um montante de US$
FOB 50.172.871,00 (FOB-Free on borad significa que todas as despesas, até o
momento em que o produto é colocado a bordo do veículo transportador, são da
responsabilidade do exportador, e o resto das despesas cabe ao importador),
correspondente ao volume comercializado com o exterior de 68.151.923 kg de
melão. Essa quantia negociada contribuiu para colocar o melão em primeiro lugar
no ranking dos principais produtos da balança comercial do município; entretanto,
em 2009, o montante exportado foi de apenas US$ FOB 25.753.249,00,
correspondendo a 36.467.364 kg negociados. Com isso, o melão perdeu sua
posição de liderança, assumindo o segundo lugar na pauta de exportação do
referido município (SECEX, 2010).
17
Nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará, o plantio de melão encerrou
em janeiro de 2010 e a colheita foi efetuada até o mês de março. No mês de janeiro
as chuvas prejudicaram a qualidade da fruta, por propiciarem a incidência de
podridões e manchas na casca dos melões, reduzindo a oferta de frutos
comercializáveis. De acordo com agentes do setor, 10,5 mil hectares foram
cultivados nesta safra aproximadamente 50% da área plantada foi destinada ao
plantio de melões amarelos e, o restante, de melões nobres (PEREIRA, 2010).
A viabilidade de tecnologia que possibilita maior rentabilidade, pelo
aumento da quantidade e da qualidade de melões nobres, é importante, pois trata-se
de melões com maior preço comercial. No entanto, esses são mais sensíveis ao
manuseio (MENDONÇA et al., 2005; GOMES JUNIOR et al., 2001) e possuem
menor período de conservação pós-colheita (AROUCHA et al., 2009; MORAIS et
al., 2009).
As exportações da temporada tiveram problemas relacionados aos efeitos
da crise financeira mundial. E ainda, uma grande empresa da região parou suas
atividades no ano de 2009, acarretando uma grande redução na oferta local.
Contudo, embora havendo uma redução no balanço total relativo ao primeiro
trimestre de 2010, as exportações aumentaram em 10% em relação ao mesmo
período de 2009 (PEREIRA, 2010).
O balanço total das exportações da safra 2009/10 (de agosto/09 a
fevereiro/10), apresentou envios da ordem de 178 mil toneladas de melão, que foi
um volume 8% menor que o obtido no mesmo período da temporada anterior, de
acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX, 2010).
18
2.2 Fatores pré-colheita
A fruticultura de exportação caracteriza-se pelo intensivo uso de
tecnologias, sendo norteada pelo comportamento e exigências dos mercados
estrangeiros, principalmente, a Europa e Estados Unidos principais importadores
das frutas produzidas no Brasil (SECEX, 2010). Nesse sentido, as pesquisas atuais
vêem desempenhando papel importante no incremento da produtividade (NUNES,
et al., 2004, NEGREIROS et al., 2005; BATISTA et al., 2009) e da qualidade das
frutas (MACHADO et al., 2008; SÁ et al., 2008; THOMAZ et al., 2009).
Vários são os fatores pré-colheita que interferem na qualidade final do
produto após a colheita. Desta maneira, a qualidade está associada a fatores
intrínsecos e extrínsecos tais como: variedades, práticas culturais e de manejo
como semeadura, pH do solo, plantio, espaçamento, irrigação, controle de plantas
daninhas, adubação, fertirrigação, poda, controle fitossanitário, raleamento, fatores
de clima – temperatura, umidade, radiação, precipitação e vento e aspectos de
colheita (CHITARRRA; CHITARRA, 2005).
A espécie Cucumis melo é constituída por uma grande diversidade de frutos
espalhados pelo mundo (ZHANG; LI, 2005) e com comportamento pós-colheita
bastante diversificado (BOWER et al., 2002; NUNES et al., 2004: DANTAS,
2007).
Cerca de 80% dos híbridos de melões destinados às exportações pertencem
aos tipos horticultura Cantaloupe e Gália. Na safra de 2007/2008 (agosto a
fevereiro) houve um crescimento estimado de aproximadamente 15% desses
melões no mercado interno (MISSURA, 2008).
Atualmente, vários híbridos de melão Cantaloupe são plantados e
comercializados pelos produtores do Agropolo Assu-Mossoró entre eles estão:
‘Sedna’, ‘Torreon’, ‘Acclaim’, ‘Vera Cruz’, ‘Mirage’, ‘Coronado’ e ‘Cristóvão’, da
empresa Syngenta-Rogers. ‘Imperial 45’ (Isla), Cristobal’, ‘Magellan’, ‘PS4048’
(longa vida), ‘Hy-mark’ da empresa Seminis. Caribbean Gold RZ’ (Rijk Zwaan),
‘Don Luís’ e ‘M2-308’ da empresa Sakata (MOREIRA et al., 2009).
19
2.2.1. Nutrição mineral x Qualidade dos frutos
Existem numerosas desordens fisiológicas nos frutos associadas à
deficiência mineral. Os fertilizantes aplicados nas culturas possuem relação indireta
com a qualidade pós-colheita. Quando a adubação é realizada de maneira
adequada, ela propicia às plantas maior rendimento, melhores atributos de
qualidade nos frutos e também maior tolerância e resistência a doenças e pragas
(SENHOR et al., 2009).
Da mesma forma, a irrigação desempenha papel importante no rendimento
e qualidade final do produto. O estresse hídrico moderado reduz o tamanho da fruta
e aumenta o teor de sólidos solúveis, acidez titulável e ácido ascórbico. Por outro
lado, a água em excesso resulta em rachaduras de frutos (como cerejas e ameixas),
turgidez excessiva levando a uma maior suscetibilidade a danos físicos, redução da
firmeza, retardamento da maturação e redução do teor de sólidos solúveis
(KADER, 2002).
Atualmente os produtores de melão do Agropolo Mossoró-Assu vêm
utilizando a fertirrigação, que é uma técnica de aplicação de fertilizante via água de
irrigação com o intuito de disponibilizar as quantidades de nutrientes demandadas
pela cultura no momento propício para alcançar altas produtividades e produtos de
qualidade. Desta maneira esse processo favorece uma nutrição mais eficiente para
as diferentes fases de desenvolvimento das culturas, acarretando em melhor
eficiência de uso e economia de fertilizantes (CARRIJO et al., 2004).
A nutrição mineral adequada à exigência da cultura traz retorno positivo na
qualidade e produtividade dos frutos. O nitrogênio, potássio, fósforo e cálcio
promovem influência no desenvolvimento e qualidade dos frutos de melão.
(FARIA, 1990).
Na planta, o nitrogênio atua como componente essencial do protoplasma e
das enzimas, e é absorvido como NO
3
-
e NH
4
+
(LARCHER, 2000). De acordo com
Queiroga et al. (2007), a adubação nitrogenada está associada aos aspectos
quantitativos e qualitativos da produção do meloeiro.
20
Da mesma maneira, o potássio na planta regula a hidratação (sinergia: NH
4
-
, Na
+
; antagonista: Ca
2+
); efeito eletroquímico (potencial de membrana,
osmorregulação), movimentação estomática e ativação enzimática (fotossíntese,
nitrato-redutase), absorvido pelas plantas na forma do cátion K
+
(LARCHER,
2000).
O potássio regula o potencial osmótico das células vegetais e ativa várias
enzimas atuantes na fotossíntese e respiração (TAIZ; ZEIGER, 2004). No
desenvolvimento vegetativo o efeito do potássio é menos acentuado, mas,
influencia a produção e qualidade dos frutos (SENHOR et al., 2009). O potássio
atua aumentando o peso dos frutos (FARIA, 1990) e a conservação pós-colheita
(CARRIJO et al., 2004).
A aplicação de potássio e nitrogênio via fertirrigação é muito utilizada
pelos agricultores. Por meio dessa técnica, podem-se definir as épocas de aplicação
dos fertilizantes em conformidade com as necessidades das culturas, diminuindo as
perdas, e consequentemente reduzindo o custo de produção (COSTA et al., 1994).
Folegatti et al. (2004) avaliaram a qualidade física do melão plantado em
ambiente protegido, fertirrigado, com diferentes lâminas de irrigação e dosagem de
potássio (K
2
O), estes verificaram que a firmeza da polpa dos frutos foi menor para
as dosagens de 0 e 12g de potássio/planta e maior para as dosagens de 6 e 9g de
potássio/ planta.
O uso de fertirrigação com nitrogênio e potássio para o melão rendilhado,
cultivado em Botucatu-SP, não influenciou o pH, teor de sólidos solúveis e acidez
titulável dos frutos. Entretanto, o aumento da dose de potássio (40 para 130 kg de
K
2
O.ha
-1
) elevou a firmeza de polpa, enquanto as dosagens inferiores (40 para 100
de kg K
2
O.ha
-1
) promoveram diminuição do peso dos frutos (FERNANDES;
GRASSI FILHO et al., 2003).
De acordo com Soares et al. (1999), durante o cultivo do melão amarelo
Valenciano em diferentes fontes de nitrogênio e de suas combinações aplicadas no
solo e via fertirrigação, em Petrolina-PE, a ureia administrada via fertirrigação foi
mais eficiente que a ureia e o sulfato de amônio administrados diretamente no solo,
em relação ao peso médio do fruto.
21
O efeito de doses de nitrogênio e potássio aplicadas via fertirrigação, em
melão da cultivar Eldorado 300, influenciou a matéria seca, o peso médio de frutos
e a produtividade comercial do meloeiro, sendo aplicadas separadas ou pela
interação entre ambas (SOUSA et al., 2005).
Coelho et al. (2003) estudando o efeito de doses de nitrogênio no melão
Cantaloupe cultivado em campo e ambiente protegido averiguaram que as dosagem
não alteraram o teor de sólidos solúveis dos frutos, contudo houve um aumento
significativo do teor de acidez titulável independente do ambiente de cultivo.
Sousa et al. (2005) avaliaram os efeitos de quatro doses de nitrogênio e
quatro de potássio aplicadas via água de irrigação por gotejamento no meloeiro
cultivado em solo arenoso dos Tabuleiros Costeiros do Piauí, e concluíram que a
produtividade do meloeiro foi reduzida com as combinações de doses elevadas de
nitrogênio e potássio.
Purqueiro et al. (2003) analisando o efeito da concentração de nitrogênio na
solução nutritiva e do número de frutos por planta sobre a produção do meloeiro
verificaram que o incremento de 80 para 300 mg L
-1
de nitrogênio na solução
nutritiva proporcionou um pequeno aumento na acidez titulável dos frutos, sem
afetar significativamente o teor de sólidos solúveis. Por outro lado, Silva et al.
(2003) verificaram que o teor de sólidos solúveis em melão fertirrigado com
nitrogênio em Petrolina-PE, foi crescente conforme as dosagens aplicadas de
nitrogênio.
2.3 Fatores pós-colheita
A qualidade dos frutos não pode ser melhorada após a colheita. Entretanto,
a etapa de colheita e manuseio pós-colheita quando realizadas de forma adequada
são fatores primordiais para a manutenção da qualidade pós-colheita dos produtos.
22
Os critérios de qualidade pós-colheita utilizados pelos produtores e
exportadores de melão no Agropolo Mossoró-Assu são: aparência externa, teor de
sólidos solúveis, calibre dos frutos e tempo de armazenamento pós-colheita.
Os melões híbridos do tipo horticultural Cantaloupe se diferencia dos
demais por sua sensibilidade de polpa, por isso, a sua colheita deve ser realizada
em horários de temperaturas mais amenas. No regimento estabelecido pela
certificadora GLOBALGAP (2010) os frutos na recepção da casa de embalagem
devem ser lavados em água clorada (50 a 100 ppm) e pré-resfriados, antes da
embalagem.
Segundo Bleinroth (1992) a etapa de pré-resfriamento é importante, pois
minimiza a transpiração e respiração dos produtos. A respiração é um processo
oxidativo e é o principal evento fisiológico dos frutos após a colheita. Estes não são
mais dependentes da raiz que outrora fornecia água e minerais e nem das folhas e
outras partes da planta que dispunham nutrientes. A respiração se constituirá um
fator limitante para a vida útil dos frutos.
Após a colheita dos frutos, durante o período de armazenamento, é
importante utilizar tecnologia adequada para prolongar a vida útil dos frutos. Tais
tecnologias devem reduzir o metabolismo do fruto, sem que este entre em processo
de fermentação (respiração anaeróbica), pois compromete a qualidade dos produtos
vegetais. Para Kader (1992), os principais fatores que influenciam a vida útil pós-
colheita dos frutos são temperatura, umidade relativa, composição atmosférica e
etileno.
Embalagens e baixa temperatura são tecnologias bastante utilizadas para a
comercialização de frutos, pois retardam o amadurecimento dos mesmos
(BLEINROTH, 1992). Assim, pelo fato da temperatura estar ligada diretamente à
taxa de respiração dos frutos, a mesma constitui em um fator primordial para
retardar ou prolongar o amadurecimento, que pode aumentar ou reduzir a
intensidade respiratória (ARAÚJO, 2006).
O melão Cantaloupe apresenta um padrão respiratório climatérico, o qual é
estimulado pela produção autocatalítica de etileno (SOBRINHO et al., 2008).
Almeida et al. (2001) estudando o comportamento fisiológico de híbridos de melão
23
Cantaloupe ‘Hy Mark’ e ‘Acclaim’ verificaram atividade respiratória e produção
de etileno inferior à faixa de 65 a 71 mg CO
2
.kg
-1
.h
-1
a 25ºC. O que possibilita
avaliar o potencial benefício de técnicas de conservação que empregam o controle
da respiração e produção de etileno.
Os efeitos benéficos da embalagem são potencializados quando associados
ao uso da refrigeração. Esta possibilita prolongar a vida útil dos frutos, por retardar
e reduzir a intensidade da respiração. Sobrinho et al., (2008) enfatizam que o uso
de atmosfera modificada passiva e refrigeração viabiliza a comercialização dos
frutos para mercados mais distantes.
Para a conservação de frutas muitas tecnologias podem ser aplicadas, desde
uso de substâncias químicas, como 1-metilciclopropeno (SOUZA et al., 2008;
LIMA et al., 2005) como atmosfera controlada e modificada (ARAUJO et al.,
2005; ARRUDA et al., 2004).
A atmosfera modificada passiva é a mais utilizada pelos produtores e
exportadores de melão Cantaloupe. Trata-se do acondicionamento dos frutos em
filmes poliméricos de baixa densidade, que permitem trocas gasosas limitadas no
decorrer do tempo, o controle das trocas gasosas é feito através da embalagem
(CHITARRA; CHITARRA, 2005).
et al. (2008a) observaram maiores benefícios quando o melão
Cantaloupe ‘Vera Cruz’ foi embalado em atmosfera modificada passiva, associada
com permanganato de potássio e cera de carnaúba, no controle da ‘podridão do
melão’ possibilitando a sua comercialização, favorecendo o transporte deste aos
centros consumidores mais afastados com uma condição aceitável para a
comercialização e consumo.
O uso de três tecnologias de conservação pós-colheita para o melão Gália:
o uso de atmosfera modificada (AM), 1-metilciclopropeno (1-MCP) e a associação
do 1-MCP a AM, todos em ambiente refrigerado, foi verificado por Lima et al.
(2005) que os melões mantiveram-se adequados para comercialização até o 27º dia.
Ao avaliar a qualidade pós-colheita de diferentes híbridos de melões
Cantaloupe que foram mantidos a uma temperatura de 5 ± 1ºC e UR 95 ± 5% em
câmara fria, Dantas (2007) averiguou que houve um aumento da perda de massa do
24
fruto ao longo do tempo de armazenamento de aproximadamente 25,0% da perda
de peso desde a colheita até 28 dias.
Em relação à vida útil pós-colheita de melões tipo Charentais cultivar
‘Aura Price’ sob refrigeração, tratados com 1-MCP e associado ou não a atmosfera
modificada, foi observado que os frutos mantidos sob atmosfera modificada isolada
permaneceram mais firmes até o 19º dia de armazenamento com uma firmeza
média de 24,34N (SOUZA et al., 2008).
Gomes Junior et al. (2001) avaliaram a conservação pós-colheita de frutos
de melão Cantaloupe genótipo ‘Nun 3984’, e detectaram durante todo o período
experimental, independente do estádio de maturação, valores de SS abaixo de 9%.
Mendonça et al. (2005) estudando a conservação pós-colheita do melão
Orange Flesh tipo Honey Dew genótipo ‘AF-1749’, verificaram que os valores
médios obtidos para a acidez titulável foram de 0,160, 0,176 e 0,181 [(mmoles
H+)/L] para as temperaturas ambiente, 5ºC e 7ºC, respectivamente.
25
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Caracterização da área experimental
O experimento foi realizado no período de 04 setembro a 14 de novembro
de 2009 na Fazenda Nova Vida pertencente ao grupo “Coopyfrutas”, localizada na
comunidade de Pedra Preta, próximo ao km 13 da BR 304, distante 20 km do
município de Mossoró-RN. As coordenadas geográficas do local são 39’ 39,24”
de latitude sul e 37°23’13,309” de longitude a oeste do meridiano de Greenwich.
O clima da região de acordo com a classificação climática de Köppen, é do
grupo BSwh’, isto é, quente e seco; com precipitação pluviométrica bastante
irregular, média anual de 673,9 mm; temperatura de 27°C e umidade relativa do ar
média de 68,9% (CARMO FILHO; OLIVEIRA, 1995).
Os dados climáticos diários durante o experimento foram obtidos da
estação meteorológica do INMET, localizada na comunidade do Pau Branco,
Mossoró-RN a 15 km do experimento (Tabela 1).
Tabela 1. Valores médios semanais de temperatura média (Tmed), e velocidade do
vento a 10 m (V10) registrados no período de setembro a novembro a partir do dia
após o transplantio (DAT) de 2009. Mossoró - RN. 2009.
Data DAT Tmed (OC) V10(m/s)
15/9/2009 0-7 27,54 4,08
22/9/2009 8-14 27,44 4,30
29/9/2009 15-21 27,11 4,25
6/10/2009 22-28 26,87 3,80
13/10/2009 29-35 27,48 4,60
20/10/2009 36-42 27,74 4,81
27/10/2009 43-49 27,81 5,00
3/11/2009 50-56 27,88 5,19
10/11/2009 57-61 27,95 5,22
Média 27,54 4,58
26
Foram coletadas amostras de solo e de água da área experimental para se
fazer a caracterização da área bem como, para promover correção da fertilidade do
solo, caso fosse necessária. O solo da área experimental foi caracterizado como
Argissolo Vermelho-Amarelo (EMBRAPA, 1999). As análises físicas e química do
solo, e química da água de irrigação e foram realizadas no Laboratório de Irrigação
e Salinidade do Departamento de Ciências Ambientais da UFERSA, segundo
metodologia recomendada pela EMBRAPA (1997) cujos resultados encontram-se
nas Tabelas 2, 3 e 4.
A água utilizada para irrigação do experimento foi proveniente da mistura
de duas fontes: do aquífero Arenito Açu, com profundidade de aproximadamente
1000m, caracterizado por apresentar água de baixa salinidade (CEa = 0,61 dS m
-1
)
e do aquífero do Calcário Jandaíra, este com profundidade em torno de 80m com
água salina (CEa = 4,78 dS m
-1
), tendo como principais cátions predominantes o
Na
+
, Ca
++
e os ânions HCO
3
-
e Cl
-
.
3.2. Tratamentos e delineamento estatístico
O experimento foi montado em blocos casualizados, com duas repetições.
Os tratamentos foram formados pela combinação de dois fatores: doses de
nitrogênio (N
1
- 0, N
2
- 38, N
3
- 238, N
4
- 666 kg ha
-1
) e doses de potássio (K
2
O)
(K
1
- 0, K
2
- 83, K
3
- 365, K
4
- 828 kg ha
-1
), formando-se os tratamentos: T
1
- N
1
K
1
,
T
2
- N
1
K
3
, T
3
- N
1
K
3
, T
4
- N
1
K
4
, T
5
N
2
K
1
, T
6
N
2
K
2
, T
7
N
3
K
1
, T
8
N
3
K
3
, T
9
N
3
K
4
, T
10
N
4
K
1
, T
11
N
4
K
3
, T
12
N
4
K
4
. As doses de nitrogênio e potássio foram
definidas nessas quantidades para se obter um maior número de comparações dos
seus efeitos nas qualidades dos frutos do meloeiro. As parcelas foram constituídas
por fileiras de 12 metros de comprimento, com espaçamento 0,3 x 2,0m,
totalizando 40 plantas.
O delineamento experimental foi o de blocos casualizados em esquema de
parcela subdividida sendo as parcelas constituídas por dose dosagens de nitrogênio
27
e potássio fertirrigados (1 (0;0), 2 (0;80), 3 (0;360), 4 (0;800), 5 (40;0), 6 (40;80), 7
(240; 0), 8 (240;360), 9 (240;800), 10 (600;0), 11 (600;360) e 12 (600;800)) e a
subparcela em um fatorial 3x2, com três tempos de armazenamento pós-colheita
(21, 25 e 29 dias após a colheita) e dois tempos (0 e 3 dias) chamados de shelf life
(termo inglês que significa vida útil de prateleira), com duas repetições.
Os dados foram submetidos à análise de variância utilizando o software
SAS System® versão 9.1.3 (SAS Institute Inc. Cary, NC, USA). Contudo, os dados
não se ajustaram aos modelos de superfície de resposta gerados pelo programa. Foi
aplicado também o teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade para as
características qualitativas (perda de massa (PM), aparência externa (AE),
aparência interna (AI), firmeza da polpa (FP), acidez titulável (AT), sólidos
solúveis (SS) e relação SS/AT).
3.3 Instalação e condução do experimento
3.3.1 Preparo do solo
O preparo do solo foi realizado 15 dias antes do plantio, utilizando-se a
metodologia usual da fazenda, que consiste em uma aração, seguida por uma
gradagem para destorroamento, abertura dos sulcos para colocação da adubação de
fundação e construção dos camalhões, com dimensões de 1 x 0,2m, destinados ao
plantio.
28
3.3.2 Adubação de fundação
A adubação de fundação foi realizada na profundidade de
aproximadamente 0,25m, com o auxílio de um trator, sendo utilizada a dose de 360
kg ha
-1
da formulação 6-24-12 (N-P
2
O
5
-K
2
O), o que corresponde às quantidades de
21,6 kg de N, 86,4 kg de P
2
O
5,
e 43,2 kg de K
2
O. Em seguida, realizou-se o
fechamento dos sulcos e preparo dos camalhões com uma grade de discos,
deixando os camalhões prontos para a instalação do sistema de irrigação.
Para manter a área cultivada sempre isenta de plantas invasoras, foram
realizadas capinas com uso de enxada. O controle de pragas e doenças foi feito
sempre em caráter preventivo com intuito de evitar a presença das principais pragas
e doenças comuns na região, por meio do uso de inseticidas e fungicidas
específicos para a cultura do melão e de acordo com cronograma de aplicação
utilizado pela fazenda “Coopyfrutas” nas suas áreas de produção comercial de
melão.
As parcelas experimentais foram instaladas em locais próximos das áreas
de produção comercial da fazenda e cobertas com manta TNT (tecido não tecido)
até os 28 DAT cujo objetivo era retardar o ataque da mosca minadora (Liriomyza
sativae), a qual é considerada atualmente como a principal praga do meloeiro e da
melancia na região.
3.3.3 Instalação do sistema de irrigação e mulching
Utilizou-se um sistema de irrigação por gotejamento, provido de cabeçal de
controle, conjunto moto-bomba de 2 CV, filtro de disco de 120 mesh, registros e
manômetros para controle da pressão da água no sistema. A rede hidráulica do
sistema de irrigação foi composta por uma tubulação de PVC de 50mm de
diâmetro nominal de 450m de comprimento, e linhas principais em PVC de 32 e 25
29
mm e em polietileno de 14mm e linhas laterais de polietileno de 14mm, composta
por emissores (tubo gotejador) espaçados em 0,30m.
A água utilizada para irrigação foi obtida pela mistura de duas fontes de
água disponíveis na fazenda, sendo 30% da água proveniente de um poço profundo
cuja fonte é o aqüífero Arenito Açu que apresenta condutividade elétrica (CE) em
torno de 0,61 dS m
-1
e 70% de poço aberto no aquífero do Calcário Jandaíra com
CE - 4,78 dS m
-1
. As águas foram bombeadas dos poços e armazenadas em uma
caixa d’água com volume de 40.000 L, e por meio de um motor bomba de 2 CV e
uma adutora com tubulações de PVC de 50mm de diâmetro e 450m de
comprimento, foi bombeada até a área experimental.
O sistema de irrigação foi avaliado aos 55 DAS e após a colheita, seguindo
metodologia adaptada por Merriam; Keller (1978), apresentando vazão média, e
coeficientes de uniformidade de emissão, respectivamente, de: 1,36L.h
-1
e 83,6%.
Após a instalação do sistema de irrigação colocou-se, de forma tratorizada,
o mulching do tipo dupla-face de coloração branco-preto, (com a face branca
voltada para cima) o qual foi posto em todas as parcelas experimentais. Em
seguida, realizou-se o furo dos mesmos com tubos de PVC, feito isso, foi realizado
o transplantio das mudas.
3.3.4 Plantio
Realizou-se a semeadura no dia 04/09/2009, em bandejas de polietileno de
200 células utilizando-se como substrato a fibra de coco, sendo esta etapa do
processo de produção desenvolvido por uma empresa especializada na produção de
mudas, da mesma forma como faz a maioria dos produtores da região; o
transplantio foi realizado no dia 16/09/2009, 12 dias após a semeadura (DAS)
utilizando o espaçamento 2,0 x 0,3 m. Utilizou-se a cultivar de melão híbrido F1
Caribbean Gold RZ do tipo Cantaloupe Harper, a qual apresenta polpa laranja, com
boa vida de prateleira e excelente flavor (ºBrix igual ou superior a 14), esta cultivar
30
também se destaca em relação aos cantaloupes americanos tradicionais, pela
economia de mão de obra durante a colheita, por apresentar maior uniformidade de
maturação dos frutos, tornando-as mais concentradas. A área plantada foi de 0,38
hectares. Logo após o plantio, foram colocados arcos de suporte para o tecido não
tecido (TNT ou manta) e em seguida uma equipe com quatro pessoas a colocou,
mantendo a área protegida contra o ataque de insetos por um período de 21 dias,
retardando e diminuindo com isso a utilização de inseticidas. Aos 32 DAS, período
que compreende a fase da floração, a manta foi retirada para que se efetuasse a
polinização das flores colocaram-se quatro caixas de abelhas por hectare, para que
houvesse a polinização.
3.3.5 Manejo da irrigação
O manejo da irrigação foi realizado com base na estimativa da
evapotranspiração máxima da cultura (ETm) conforme o método proposto pela
FAO 56 (ALLEN et al., 2006), utilizando dados da estação meteorológica do
INMET de Mossoró obtidos a 10 km de distância da área experimental.
)34,01(
)(
273
900
)(408,0
2
2
u
eeu
T
GRn
ETo
as
med
++
+
+
=
γ
γ
(1)
Em que:
ETo - evapotranspiração de referência, mm d
–1
;
Rn - saldo de radiação, MJ m
-2
d
-1
;
G - densidade de fluxo de calor no solo, MJ m
-2
d
-1
;
Tmed - temperatura média diária do ar a 2m de altura, °C;
u
2
- velocidade do vento média diária a 2m de altura, m s
-1
;
e
s
- pressão de saturação do vapor média diária, kPa;
31
e
a
- pressão atual de vapor média diária, kPa;
- declividade da curva de pressão de vapor no ponto de Tmed, kPa °C
-1
;
γ - constante psicrométrica, kPa °C
-1
.
Foram utilizados os coeficientes de cultivo (Kc) propostos pela
metodologia original da FAO, Allen et al. (1998), utilizando a metodologia do Kc
dual. O Kc basal adotado para as fases intermediária e final, correspondeu a 0,89 e
0,81. Para todas as fases foram feitas as correções sugeridas por Allen et al. (1998),
para ajuste das condições locais de vento, umidade relativa mínima diária e altura
de planta, conforme a equação 2.
Kc
(ajustado)
= Kc + [0,04(V2 – 2) - 0,004(URmin – 45)] x (h/3)
0,3
(2)
Para determinação do Kc, usou-se a técnica do Kc dual apresentado pela
FAO, considerado os valores de Kc basal estimados a partir dos determinados por
Curi et al. (2004), de modo que se adotou 0,16 na fase I (a28 DAS), 0,89 na fase
III (43 DAS - 61DAS), e 0,81 na fase final do ciclo da cultura (75 DAS) (Figura
1).
32
Figura 1. Coeficiente de cultivo (Kc) utilizado no experimento de acordo com a
idade da planta, durante os meses de setembro a novembro de 2009, Mossoró, RN.
A Equação 3 foi utilizada no cálculo da evapotranspiração máxima da
cultura (ETm) que representa a necessidade líquida de irrigação (NLI) e serve de
base para o cálculo do tempo de irrigação.
ETm = NLI = ETo . Kc
(3)
Foi considerada a precipitação efetiva e utilizou-se eficiência de aplicação
de irrigação de 0,91. Esses dados foram inseridos em uma planilha confeccionada
para o cálculo da ETo e do cálculo diário das minas de irrigação. A lâmina bruta
total de irrigação aplicada durante o ciclo da cultura foi de 271,64 mm, os valores
das lâminas de água aplicadas diariamente após o transplantio podem ser vistos na
Figura 2.
33
Figura 2. Lâmina de irrigação diária utilizada no cultivo de melão Caribean
Gold, Mossoró, 2009.
3.3.6 Aplicação de fertilizantes
Os fertilizantes foram aplicados via fertirrigação diariamente a partir do 21º
DAS, prolongando-se até 69º DAS. Utilizaram-se soluções estoques previamente
preparadas (diluídas de acordo com a solubilidade de cada fertilizante) para 3 dias
em média e armazenadas em reservatórios. Diariamente, na hora da aplicação, a
solução era agitada em seguida coletava-se o volume equivalente àquele dia e
transferia-se ao pulmão. A injeção de fertilizantes foi realizada por meio de um
tanque fertilizante do tipo “pulmão”, no qual a solução diluída entra no sistema por
diferença de pressão entre a entrada e a saída do tanque fertilizante, a qual é obtida
por intermédio da instalação de registros na linha principal do sistema e no ponto
de entrada e saída do tanque fertilizante, provocando a passagem do fluxo de água
pelo tanque, levando dessa forma a solução nutritiva. Foram utilizados cinco
34
pulmões independentes, um para cada dose nitrogênio e potássio, sendo aplicadas
pela manhã as doses de nitrogênio e à tarde as doses de potássio (Figura 3).
A. B.
C. D.
Figura 3. Equipamentos utilizados para aplicação dos fertilizantes: (A)
balde graduado e peneira; (B) reservatório utilizado para diluição e armazenamento
da solução estoque; (C) detalhe de manômetros e registros; (D) detalhe do sistema
de injeção de fertilizantes do tipo “pulmão” com registros para derivação do fluxo
de água.
A fertirrigação foi realizada de modo a possibilitar uma aplicação
simultânea e independente dos tratamentos de nitrogênio ou de potássio. Após a
injeção da calda fertilizante, aplicava-se mais um volume conhecido de água,
durante cerca de 15 minutos, para que toda a solução nutritiva pudesse sair das
linhas laterais. Ao término de cada fertirrigação, anotou-se o tempo decorrido para
aplicar toda a calda fertilizante nitrogenada e potássica. As quantidades de adubos
35
aplicadas diariamente conforme os tratamentos e a lâmina de irrigação foram
calculadas por meio de planilha eletrônica.
As quantidades de nitrogênio e potássio foram aplicadas por semana
durante todo o ciclo da cultura. Aplicou-se 15% do nitrogênio como de fonte
nítrica e 85% na forma amídica; para o potássio utilizou-se 15% como sulfato de
potássio e 85% como cloreto de potássio.
Para os demais nutrientes, as dosagens foram iguais para todos os
tratamentos e receberam as seguintes dosagens (kg ha
-1
): P
2
O
5
- 105, CaO - 16,
MgO - 20, B - 4,5, Fe - 0,15, Cu - 0,056, Zn - 0,014, Mn - 0,07 e Mo - 0,006. As
fontes de fertilizantes N, P e K utilizados foram: ureia - 45% N, ácido nítrico - 10%
N, nitrato de cálcio 15% N e 19% CaO, ácido fosfórico - 48% P
2
O
5
, cloreto de
potássio - 62 % K
2
O, e sulfato de potássio - 51% K
2
O, como fonte de
micronutrientes utilizou-se o ácido bórico - 17% B, e o fertilizante Quelatec AZ
com micronutrientes quelatizados - Fe -7,5 %, Mn - 3,5 %, Zn - 0,7 % , Cu - 0,28
%,B - 0,65 %, Mo - 0,3 %.
3.3.7 Colheita e manuseio pós-colheita
Os frutos foram colhidos ao atingirem a maturidade fisiológica (tamanho,
peso e coloração da casca, característicos da cultivar), aos 60 dias após a
semeadura. Logo após foram transportados para o Laboratório de Tecnologia de
Alimentos do Departamento de Agrotecnologia e Ciências Sociais da UFERSA,
onde foram caracterizados previamente por meio de amostragem de 12 frutos de
cada tratamento os quais foram acondicionados em sacolas plásticas (saco de
atmosfera modificada Life Span com dimensões de 1060x800mm para melão
Cantaloupe) e depois colocados em caixas de papelão, da mesma maneira que se
procede nos frutos para exportação. Após a limpeza, pesagem e identificação dos
melões, estes foram armazenados em câmara fria, onde permaneceram por 21; 25 e
29 dias em temperatura de 5±1ºC e 90±2% UR. A cada período foram abertas as
36
embalagens, para análise imediata (considerado shelf life zero) e após três dias em
temperatura de 20±1ºC e 85±2% UR, simulando o período de comercialização na
gôndola do supermercado (considerado shelf life três).
3.4 AVALIAÇÕES PÓS-COLHEITA
3.4.1 Perda de massa (PM)
Determinada em percentagem, considerou-se a diferença entre a massa
inicial do fruto e aquela obtida após cada período de armazenamento (0, 21, 21+3,
25, 25+3, 29, 29+3 dias), utilizando-se balança semianalítica. A perda de massa
dos frutos durante o armazenamento foi atribuída principalmente à perda de
umidade (KADER, 1992).
3.4.2 Aparência externa e interna (AE e AI)
As análises de aparência externa e interna foram determinadas conforme
Gomes Júnior (2005), por meio de escala de notas variando de 0 a 5, de acordo
com a severidade dos defeitos, observando-se, na aparência externa, a intensidade
de depressões, manchas ou ataque de microrganismos e, na aparência interna,
colapso na polpa e, ou, sementes soltas e, ou, líquido na cavidade, considerando-se
impróprios para comercialização, os frutos com nota menor que 3, de acordo com o
Quadro 1. As notas foram atribuídas por dois avaliadores, e a média foi calculada a
partir da nota de ambos.
37
Quadro 1-Escala subjetiva (notas de 5-0) para avaliações das aparências externa e
interna de melão, de acordo com a severidade dos defeitos
*Nota Aparência externa Aparência interna
5
(menos de 1% do fruto
afetado)
Ausência de depressões,
manchas ou ataque de
microrganismos
Ausência de colapso na
polpa, ou sementes soltas,
ou líquido na cavidade
4
(1 a 10% do fruto afetado)
Traços de depressões ou
manchas
Traços de colapso na
polpa, ou sementes soltas,
ou líquido na cavidade
3
(11 a 30% do fruto afetado)
Depressões ou manchas
leves
Colapso na polpa, ou
sementes soltas, ou líquido
na cavidade com
intensidade leve
2
(31 a 50% do fruto afetado)
Depressões ou manchas de
média intensidade
Colapso na polpa, ou
sementes soltas, ou líquido
na cavidade com média
intensidade
1
(51 a 60% do fruto afetado)
Depressões ou manchas
com intensidade severa ou
ataque de microrganismos
Colapso na polpa, ou
sementes soltas, ou líquido
na cavidade com
intensidade severa
0
(mais de 61% do fruto
afetado)
Depressões ou manchas
com intensidade muito
severa ou ataque
generalizado de
microrganismos
Colapso na polpa, ou
sementes soltas, ou líquido
na cavidade com
intensidade muito severa
*Consideraram-se impróprios para comercialização os frutos com nota menor que 3.
Fonte: (GOMES JÚNIOR, 2005).
3.4.3 Firmeza da polpa (FP)
Foi determinada a firmeza de polpa utilizando-se um penetrômetro manual
marca Mc Cormick modelo FT 327 com ponteira cilíndrica de 8mm de diâmetro. O
fruto foi dividido longitudinalmente em duas partes, sendo que em cada uma delas
procederam-se três leituras, sendo duas na região mediana e uma na região basal
oposta ao pedúnculo. Os resultados foram obtidos em lb.pol
-2
e convertidos para
Newton (N) multiplicando-se por 4,445;
38
3.4.4 Sólidos solúveis (SS)
Os sólidos solúveis foram determinados no laboratório pelo método de
campo, que consistiu na retirada de uma fatia longitudinal do fruto e após extração
das sementes e inserções de cortes sobre o mesocarpo, a fatia foi comprimida e o
suco liberado para a leitura, diretamente no prisma do refratômetro digital (modelo
PR 100, Palette, Atago Co., LTD., Japan), com escala variando de 0 até 32% e
compensação automática de temperatura. Os resultados foram expressos em
porcentagem (%).
3.4.5 Acidez titulável (AT)
A acidez titulável foi determinada titulando-se alíquota de
aproximadamente 1g de suco, contendo 50 mL de água destilada e 3 a 4 gotas de
fenolftaleína 1%, com hidróxido de sódio NaOH (0,1N), até a mudança de cor para
levemente róseo, sendo os resultados expressos em % de ácido cítrico, isto é, o
ácido que predomina no melão (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 1985).
Para a determinação do cálculo de percentagem de acidez utilizou-se a
fórmula:
Acidez (%) =10 x F
ácido
x F
NaOH
x V
NaOH
(mL) / V(mL)
F
ácido
= Fator de correção obtido na padronização do ácido cítrico
F
NaOH
= Fator de correção obtido na padronização do NaOH
V
NaOH
= Volume gasto na titulação da amostra (ml)
V = volume (mL)
39
3.4.6 Relação SS/AT
Determinada pelo quociente das características de SS e AT.
3.5 ANÁLISE ECONÔMICA
A avaliação de desempenho econômico constou do cálculo de indicadores
de custos e receitas, e de medidas de resultados econômicos, descritos em Deleco
(2007); Reis (2002); e Vale e Maciel (1998). Foram calculados para cada
tratamento testado:
1. Valor da produção (VP) preço do quilo do melão multiplicado
pela quantidade comercializável, em kg.ha
-1
.
2. VPA: Valor da Produção Adicional, em kg.ha
-1
de melões
comercializáveis diferença entre o VP obtida em cada tratamento e o VP obtido
no tratamento controle.
3. CT: Custo Total da produção, em R$.ha
-1
custo total da produção
em cada tratamento.
4. CTA: Custo Total Adicional, em R$.ha
-1
diferença entre o CT de
cada tratamento e o CT do tratamento controle.
5. LA: Lucro Adicional, em R$.ha
-1
– diferença entre o valor da
produção adicional (VPA) e o valor do custo total adicional (CTA).
Como os custos totais de cada tratamento se diferenciam em relação às
quantidades de adubação fertirrigada, utilizaram-se os conceitos de custos
adicionais, conforme conceituados acima. Da mesma forma, e seguindo o mesmo
raciocínio, foi considerada a noção de receita adicional. A partir destes dois
conceitos obteve-se o lucro adicional, receita líquida adicional de cada dosagem,
em relação ao tratamento testemunha. O pressuposto econômico que alicerça essa
forma de apresentar os dados da pesquisa baseia-se no seguinte argumento: como
40
os custos de produção de cada tratamento se diferenciam um do outro por um
item específico de despesa, a receita adicional de cada dosagem tem origem neste
custo diferenciado que, na apresentação dos resultados, são denominados custos
adicionais. Resumidamente, custos adicionais proporcionam receitas adicionais.
A quantidade final dos melões tidos como comercializáveis foi selecionada
a partir do percentual de frutos comercializáveis de cada tratamento em função da
aparência externa e teor de sólidos solúveis durante os períodos de armazenamento
pós-colheita mais shelf life três de acordo com a Tabela - 11, e esse percentual foi
multiplicado pela quantidade de 17.000 kg.ha
-1
para se obter a quantidade
comercializável de cada tratamento em todos os tempos de armazenamento pós-
colheita mais shelf life três.
Tabela 5 - Percentual de frutos comercializáveis de cada tratamento em função da
aparência externa e teor de sólidos solúveis durante o período de armazenamento
pós-colheita mais shelf life três dos frutos em Mossoró-RN, 2009.
Percentual comercializável
Tratamentos
(N; K
2
O)
kg.ha
-1
Tempo de
armazenamento 21
Tempo de
armazenamento 25
Tempo de
armazenamento 29
1 (0; 0) 95 95 45
2 (0; 83) 87,5 75 12,5
3 (0; 365) 75 100 75
4 (0; 828) 25 75 0
5 (38; 0) 75 87,5 62,5
6 (38; 83) 75 75 0
7 (238; 0) 100 75 25
8 (238; 365) 100 75 0
9 (238; 828) 100 50 0
10 (666; 0) 75 0 0
11 (666; 365) 100 25 0
12 (666; 828) 25 75 0
Fonte: Dados do experimento.
O preço pago ao produtor utilizado na composição dos indicadores
econômicos foi de R$ 1,40 por kg. A produtividade considerada foi de 17.000
kg.ha
-1
; esse valor corresponde a 70% da produtividade média obtida no campo
41
(25.000 kg.ha
-1
), uma vez que, devido à seleção feita em nível de packing house,
trinta por cento dos frutos são descartados.
Para o cálculo da análise econômica foi utilizado o preço pago ao produtor
citado acima, a quantidade comercializável de cada tratamento em todos os
tempos de armazenamento pós-colheita mais shelf life três e o custo total (R$) de
cada tratamento (apenas os custo com fertilizantes) e o custo total da produção
(todos os custos mais os custos com fertilizantes) durante o período de
armazenamento pós-colheita mais shelf life três de acordo com a Tabela 12 e
quadro 2.
Foi utilizado apenas o shelf life três na análise econômica, pois caracteriza
o período de comercialização nas gôndolas dos supermercados, ou seja, esse tempo
de três dias simula o período de exposição do produto ao ambiente natural, o que
fornece uma estimativa da sua vida útil pós-colheita e consequentemente número
de frutos comercializáveis ao consumidor final.
Tabela 6 - Custo total (R$) de cada tratamento (CT) (apenas os custo com
fertilizantes) e o custo total da produção (todos os custos mais os custos com
fertilizantes) durante o período de armazenamento pós-colheita mais shelf life três
dos frutos em Mossoró-RN, 2009.
Tratamentos N (kg.ha
-1
) K2O (kg.ha
-1
) TOTAL (R$) CT (R$)
1 0 0 0 12768,52
2 0 83 310,235 13078,76
3 0 365 1353,661 14122,18
4 0 828 3089,185 15857,71
5 38 0 192,3957 12960,92
6 38 83 502,6307 13271,15
7 238 0 1171,171 13939,69
8 238 365 2524,832 15293,35
9 238 828 4260,356 17028,88
10 666 0 3139,891 15908,41
11 666 365 4493,551 17262,07
12 666 828 6229,076 18997,60
Fonte: Dados do experimento.
42
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observou-se, interação significativa entre os fatores shelf life, tratamento e
tempo de armazenamento para a aparência externa dos frutos, e interação entre
tratamento e tempo de armazenamento para a perda de massa, e verificou-se,
também, interação entre os fatores shelf life e tempo de armazenamento para as
características de aparências externa e interna e firmeza da polpa. E efeito simples
para tratamento e shelf life para as característica de firmeza da polpa e perda de
massa, respectivamente de acordo com a Tabela 7.1.
Tabela 7.1 - Resumo da análise de variância das características físicas de
qualidade. Valores de F da análise da variância para as características de qualidade
do melão Cantaloupe analisadas: perda de massa (PM), aparência externa (AE),
aparência interna (AI) e firmeza da polpa (FP), Mossoró-RN, 2009.
FV
1
GL
2
PM AE AI FP
Bloco 1 4,13* 0,02
n.s.
0,08
n.s.
8,67
n.s.
Trat
3
11 0,56* 0,20* 0,07
n.s.
34,49*
Erro A 11 0,30 0,06 0,14 18,32
Tempo
4
2 1,91* 4,69* 2,28* 317,57*
Trat*Tempo 22 0,37* 0,25* 0,09
n.s.
23,39
n.s.
Shelf life 1 19,93* 25,24* 4,53* 4.951,23*
SL
5
*Trat 11 0,04
n.s.
0,10
n.s.
0,09
n.s.
8,26
n.s.
SL*Tempo 2 0,04
n.s.
0,39* 3,15* 205,66*
SL*Trat*Tempo
22 0,02
n.s.
0,16* 0,11
n.s.
14,60
n.s.
Erro B 60 0,05 0,07 0,11 14,34
CVA
6
(%) 30,94 8,00 10,17 17,16
CVB
7
(%) 12,63 8,65 9,01 15,18
MG
8
1,77% Nota = 3,06 Nota = 3,68 24,95N
*: Significatico a 5% de probabilidade pelo teste F;
ns
: Não siginificativo a 5% de probabilidade;
1
FV Fonte de variação;
2
GL Grau de liberdade;
3
Trat. Tratamentos;
4
Tempo Tempo de
armazenamento;
5
SL Shelf life;
6
CVA Coeficiente de variação do erro A;
7
CVA
Coeficiente de variação do erro B;
8
MG – Média geral dos tratamentos.
Fonte: Dados do experimento.
43
Observou-se interação dupla significativa entre shelf life e tempo de
armazenamento para as características de acidez titulável (AT) e relação sólidos
solúveis/acidez titulável (SS/AT) e efeito simples de tratamento para o teor de
sólidos solúveis (SS) de acordo com a Tabela 7.2.
Tabela 7.2 - Resumo da análise de variância das características químicas de
qualidade. Valores de F da análise da variância para as características de qualidade
do melão Cantaloupe analisadas: sólidos solúveis totais (SS), acidez titulável (AT),
e relação sólidos solúveis/acidez titulável (SS/AT), Mossoró-RN, 2009.
FV GL SS AT SS/AT
Bloco 1
0,20703
n.s.
0,00033003* 8.633,20*
Trat 11
2,28499*
0,00009610
n.s.
2.900,17
n.s.
Erro A 11
1,26385
0,00005898 2.066,33
Tempo 2
2,54775
n.s.
0,00803551* 266.981,90*
Trat*Tempo 22
0,72673
n.s.
0,00008651
n.s.
1.970,54
n.s.
Shelf 1
2,37674
n.s.
0,00598044* 258.685,83*
SL*Trat 11
0,70798
n.s.
0,00004913
n.s.
926,92
n.s.
SL*Tempo 2
0,97391
n.s.
0,00193559* 131.795,10*
SL*Trat*tempo 22
0,73687
n.s.
0,00007016
n.s.
2.249,24
n.s.
Erro B 60
0,94642
0,00005444 1.593.21
CVA (%) 8,33 13,37 17,53
CVB (%) 7,21 12,85 15,39
MG
13,50%
0,05744% 259,29
*: Significatico a 5% de probabilidade pelo teste F;
ns
: Não siginificativo a 5% de probabilidade;
1
FV Fonte de variação;
2
GL Grau de liberdade;
3
Trat. Tratamentos;
4
Tempo Tempo de
armazenamento;
5
SL Shelf life;
6
CVA Coeficiente de variação do erro A;
7
CVA
Coeficiente de variação do erro B;
8
MG – Média geral dos tratamentos.
Fonte: Dados do experimento.
44
4.1.1 Perda de massa (PM)
Observa-se para o período de armazenamento, que os frutos provenientes
dos tratamentos 3, 6, 7, 11 e 12 apresentaram aumentos significativos de perdas de
massa médias aos 29 dias de armazenamento (Tabela 8). Contudo, os tratamentos 8
e 10 tiveram um comportamento oposto, com redução relativa da perda de massa
do tempo de armazenamento de 29 dias. As médias de perda de massa não foram
maiores que 3,0% nos frutos dos tratamentos. Resultados contrários foram
detectados em melão Orange Flesh tipo Honey Dew genótipo ‘AF-1749’ por
Mendonça et al. (2005), durante o período de armazenamento de 28 dias a 5°C e
7°C, quando detectaram perdas de massa de 3,47 e 3,97% respectivamente.
Tabela 8 - Médias das porcentagens de perda de massa avaliadas no melão
Cantaloupe submetido a diferentes tratamentos de nitrogênio e potássio durante o
período de armazenamento pós-colheita dos frutos em Mossoró-RN, 2009.
Tratamentos (N; K
2
O)
kg.ha
-1
Tempo
21 25 29
1 (0; 0)
1,47a 1,76a 1,75a
2 (0; 83)
1,41a 1,79a 1,67a
3 (0; 365)
1,78b 1,97b 2,69a
4 (0; 828)
1,63a 1,82a 1,86a
5 (38; 0)
1,54a 1,81a 1,77a
6 (38; 83)
1,69b 1,71b 2,64a
7 (238; 0)
1,22b 1,80a 1,80a
8 (238; 365)
1,65a 2,01a 1,00b
9 (238; 828)
1,47a 1,73a 1,66a
10 (666; 0)
1,70b 2,77a 1,97b
11 (666; 365)
1,24b 1,72a 1,80a
12 (666; 828)
1,62b 1,54b 2,05a
Médias seguidas pela mesma letra nas linhas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade.
Letra minúscula: compara as médias dentro de cada tempo de armazenamento.
DMS (Diferença média significativa) Tempo de armazenamento = 0,39
Fonte: Dados do experimento.
45
Ao analisar o shelf life, observou-se aumento significativo na perda de
massa dos frutos. Apesar disto, os frutos mantiveram baixos percentuais de perda
de massa, em torno de 2,0%, isto ocorreu em virtude possivelmente do
revestimento com filme plástico e efeito da temperatura.
Nota-se que o shelf life de três dias propiciou maior perda de massa média
dos frutos resultado associado diretamente à ausência de barreira física durante
esse período, uma vez que as sacolas plásticas contendo os frutos foram abertas, o
que permite certa perda de massa e aumento da transpiração e respiração. Segundo
Bleinroth (1992) a perda de massa dos frutos é consequência em parte da
transpiração e em parte da respiração, devido ao consumo de reservas.
A perda de massa é considerada uma das principais causas da deterioração
dos frutos no armazenamento, resultando, não apenas na perda quantitativa, o que
proporciona sérios prejuízos econômicos, pois normalmente os frutos são
comercializados por unidade de massa, mas também perda qualitativa pelo
enrugamento e amolecimento, dentre outros (SOUZA et al., 2008).
Apesar do aumento significativo na perda de massa média dos frutos
durante o período de armazenamento, os valores máximos de perda de massa
detectados (2,69%) o afetaram significativamente a comercialização dos frutos,
tendo em vista que a nota média da aparência externa dos frutos manteve-se acima
de 3,0 até os 29 dias de armazenamento no shelf life zero.
Dantas (2007) observou perda de massa média de 7,40% em frutos de
diferentes híbridos de melões Cantaloupe mantidos a 5 ± 1ºC e UR 95 ± 5%, após
28 dias de armazenamento, porém sem o uso de atmosfera modificada.
Semelhante ao ocorrido neste trabalho, Lima et al, (2005) observaram que
aos 21 dias de armazenamento pós-colheita do melão Gália, a perda de massa
observada nos tratamentos com atmosfera modificada (AM) foi praticamente a
metade daquela verificada no controle sem AM, com valores de 2,65 e 4,54%
respectivamente.
46
4.1.2 Aparência externa (AE)
Ao analisar os tempos de armazenamento para o shelf life zero, observou-se
que os frutos dos tratamentos 3, 5, 7, 11 e 12 obtiveram diminuição significativa
das notas médias de aparência externa no final do período de armazenamento
(Tabela 9). Entretanto, as médias permaneceram com notas médias superiores a
3,0. Da mesma forma, Mendonça et al. (2005) verificaram em melão Orange Flesh
armazenado à temperatura de 5ºC após 28 dias, notas de aparência externa de 4,56.
Tabela 9 - Médias das notas de aparência externa avaliadas no melão Cantaloupe
submetido a diferentes tratamentos de nitrogênio e potássio durante o período de
armazenamento pós-colheita e shelf life dos frutos em Mossoró-RN, 2009.
Aparência Externa
Tratamentos
(N; K
2
O)
kg.ha
-1
21 (dias) 25 (dias) 29 (dias)
0 3 0 3 0 3
1 (0; 0) 3,60 Aa 3,10 Aa 3,63 Aa 3,05 Aa 3,25 Aa 2,43 Bb
2 (0; 83) 3,44 Aa 2,94 Aa 3,50 Aa 2,94 Aa 3,57 Aa 2,32 Bb
3 (0; 365) 3,50 Aab 2,63 Bb 4,00 Aa 3,25 Ba 3,38 Ab 2,88 Aab
4 (0; 828) 3,38 Aa 2,38 Ba 3,25 Aa 2,88 Aa 3,25 Aa 2,63 Aa
5 (38; 0) 3,75 Aa 2,94 Ba 3,82 Aa 3,07 Ba 3,01 Ab 2,76 Aa
6 (38; 83) 3,75 Aa 2,88 Ba 3,75 Aa 3,00 Ba 3,38 Aa 1,75 Bb
7 (238; 0) 3,75 Aa 3,00 Ba 3,50 Aab 3,00 Aa 3,00 Ab 2,13 Bb
8 (238; 365) 3,75 Aa 3,13 Ba 3,50 Aa 2,88 Aa 3,25 Aa 1,00 Bb
9 (238; 828) 3,63 Aa 3,00 Ba 3,50 Aa 2,75 Ba 3,13 Aa 1,75 Bb
10 (666; 0) 3,50 Aa 2,75 Ba 3,25 Aa 2,13 Bb 3,00 Aa 2,38 Aab
11 (666; 365) 4,25 Aa 3,00 Ba 3,25 Ab 2,50 Ba 3,13 Ab 2,13 Bab
12 (666; 828) 3,88 Aa 2,38 Bb 3,50 Aab 3,13 Aa 3,13 Ab 2,13 Bb
Médias seguidas pela mesma letra nas linhas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade.
Letra maiúscula: compara as médias dentro de cada tempo de armazenamento.
Letra minúscula: compara as médias dentro de cada shelf life 0 dos tempos de
armazenamento.
Letra minúscula em negrito: compara as médias dentro de cada shelf life 3 dos tempos de
armazenamento.
DMS (Diferença mínima significativa) shelf life = 0,54; DMS tempo=0,64.
Fonte: Dados do experimento.
47
Por outro lado, observa-se para o período de armazenamento no shelf life
três, nenhum fruto proveniente de todos os tratamentos apresentou notas médias
iguais ou superiores a 3,0 até 29 dias de armazenamento. Os tratamentos 3, 4 e 5
foram os que obtiveram maiores notas de aparência externa dos frutos. Tais notas
médias ficaram abaixo do mínimo recomendado para a comercialização que é igual
ou superior a três (GOMES JÚNIOR, 2005).
As aparências externa e interna são características de qualidade muito
importantes, pois a aceitação dos frutos nos mercados interno e externo é
determinada, principalmente, pela sua qualidade visual, desta forma, frutos com
nota inferior a 3 são indesejáveis para o consumo (MENDONÇA et al., 2004).
As médias de aparência externa também foram analisadas a partir do
desdobramento dos shelf life dentro de cada tempo de armazenamento. Assim,
admitindo-se o critério mínimo (nota mínima 3,0) de aparência externa para a
comercialização dos frutos de melão nos tratamentos, verificou-se que no tempo de
armazenamento 21, apenas os tratamentos 1, 7, 8, 9 e 11 apresentaram notas
médias iguais ou superiores a 3,0. E os demais tratamentos apresentaram frutos
com nota média inferiores a 3,0 no shelf life três.
Mendonça et al. (2005) observaram durante o armazenamento de melão
Gália ‘Solar King’, que as notas de aparência externa decresceram gradativamente
com o tempo de armazenamento em temperatura ambiente, apresentando vida útil
de até 21 dias, enquanto os frutos mantidos a 5 e 7°C obtiveram boa qualidade
comercial até 28 dias.
Da mesma forma, verificaram-se decréscimos nas notas médias de
aparência externa, no tempo de armazenamento de 25 dias. Entretanto, apenas os
frutos provenientes dos tratamentos 1, 3, 5, 6, 7 e 12 apresentaram notas médias
iguais ou superiores a 3,0 no shelf life três, o que os torna preferíveis aos demais
tratamentos. Entretanto, no final do período de armazenamento, aos 29 dias,
verificou-se que nenhum dos frutos provenientes dos tratamentos manteve
qualidade para comercialização.
Sousa et al. (2005) observaram maior produtividade e qualidade comercial
do melão cultivar ‘Eldorado 300’ (48,13 t ha
-1
), quando esse foi fertirrigado com as
48
seguintes combinações de N e K
2
O: 100 e 190 kg ha
-1
, 220 e 190 kg ha
-1
e, 100 e
370 kg ha
-1
, respectivamente. Esses resultados foram contrários aos detectados
neste trabalho, pois as dosagens 3 e 6, correspondem respectivamente às
combinações de N e K
2
O de 0: 365 kg ha
-1
e 38: 83 kg ha
-1
.
Devido à escassez de trabalhos relacionando qualidade pós-colheita e
adubação, foi possível exercer, neste trabalho, somente alguma comparação da
aparência externa com a produção de frutos comercializáveis. Dessa forma, Coelho
et al. (2001) relatam que a produtividade total e comercial dos melões não diferiu
quando adubados com nitrogênio a 120 kg.ha
-1
ou 180 kg.ha
-1
), entretanto essas
doses foram melhores que 0 e 60 kg. ha
-1
. O que é praticamente diferente dos
resultados, averiguados neste trabalho, para os tratamentos 3 (0 kg. ha
-1
de N e
365kg. ha
-1
) e 6 (38 kg. ha
-1
de N e 83kg. ha
-1
) para a aparência, a qual caracteriza
frutos comercializáveis.
4.1.3 Aparência interna (AI)
Desdobrando os tempos de armazenamento dentro do shelf life zero e três,
observa-se que de forma geral as maiores notas médias da aparência interna dos
frutos ocorreram no shelf life zero (Tabela 10). Em ambos os shelf life houve
diferenças significativas na nota média de aparência interna ao longo do tempo de
armazenamento, esse fato revelou que aos 29 dias é mais evidente a diminuição
para o shelf life três. Esses resultados estão em concordância com aqueles obtidos
na aparência externa no referido período de armazenamento. A possível explicação
está relacionada à ausência de revestimento, ou seja, a abertura da embalagem de
atmosfera modificada, uma vez que esta constituía barreira física para contra a
passagem de gases e a elevada temperatura.
49
Tabela 10 - Médias das notas de aparência interna avaliadas no melão Cantaloupe
submetido a diferentes tratamentos de nitrogênio e potássio durante o período de
armazenamento pós-colheita dos frutos em Mossoró-RN, 2009.
Tempo (dias)
TSL 21 25 29
0 3,98 Aa 3,70 Ab 3,88 Aab
3 3,69 Ba 3,83 Aa 2,98 Bb
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Letra maiúscula: compara as médias dentro da coluna
Letra minúscula: compara as médias dentro de cada linha.
DMS (Diferença mínima significativa) shelf life = 0,19; DMS Tempo de
armazenamento=0,23.
Fonte: Dados do experimento.
De acordo com Souza (2005) melões Gália armazenados sob refrigeração
(9±1ºC e 87±5% de U.R.) até 14 dias, e depois retirado da atmosfera modificada e
colocados em temperatura ambiente (22±2ºC e 70±5% de U.R.), apresentaram
notas médias de aparência interna menores chegando a aproximadamente a 3,99
aos 21 dias de armazenamento.
Desdobrando o shelf life dentro do tempo de armazenamento, verifica-se
que o shelf life propiciou diferença significativa na média da aparência interna dos
frutos aos 21 e 29 dias de armazenamento (Tabela 10). Por outro lado, os frutos
apresentaram-se inadequados para a comercialização, apenas aos 29 dias, no shelf
life três, uma vez que a nota média de aparência interna foi inferior a 3,0.
Gomes Junior et al. (2001), avaliando a aparência interna de melões tipo
Cantaloupe, genótipo Nun 3984, colhidos em dois estádios de maturação e
armazenados a20 dias a 20 ± 1°C e 50 ± 2% de UR obtiveram nota 2,98 que foi
idêntica à nota média do shel life 3 nos 29 dia de armazenamento.
Thomaz et al. (2009) averiguaram que mesmo havendo perda de massa nos
híbridos de melão-amarelo em função do período de armazenamento dos frutos a
10±1ºC e 90±2% UR, estes apresentaram uma nota média de aparência interna de
4,93 aos 28 dias de armazenamento. Para este trabalho o shelf life zero a 29 dias de
armazenamento obteve uma nota média de 3,88.
50
A retirada dos frutos da atmosfera modificada associada com a elevada
temperatura (20ºC) ocasionou redução nas notas médias da aparência interna,
devido possivelmente ao aumento do metabolismo. De acordo com Chitarra;
Chitarra, (2005) as temperaturas elevadas podem causar desordens nos frutos
afetando a taxa de deterioração dos mesmos.
Admitindo-se que grande parte dos frutos produzidos é exportada para a
Europa e que é necessário um período de transporte marítimo em torno de 15 dias,
verifica-se pelos resultados obtidos neste experimento, que os frutos avaliados
poderiam ser exportados, pois se conservaram por 25 dias a 5°C mais 3 dias a 20°C
com nota média superior a 3, mas não para todas as doses de nitrogênio e potássio
aplicadas via fertirrigação.
4.1.4 Firmeza da polpa (FP)
Avaliando-se os tempos de armazenamento dentro do shelf life zero e três,
observou-se que em todos os tempos de armazenamento os frutos apresentaram
firmeza da polpa diferenciada (Tabela 11). Verificou-se, também, decréscimo
significativo na firmeza da polpa durante o período de armazenamento dos frutos,
somente no shelf life zero. A explicação para o decréscimo da firmeza, segundo
Kays (1991) e Awad (1993), está associada às reações químicas e bioquímicas que
ocorrem durante a maturação dos frutos na qual síntese e ativação de enzimas
hidrolíticas que atuam na despolimerização das substâncias pécticas que conferem
rigidez à parede celular dos frutos.
51
Tabela 11 - Médias das firmezas de polpa avaliadas no melão Cantaloupe
submetido a diferentes tratamentos de nitrogênio e potássio durante o período de
armazenamento pós-colheita dos frutos em Mossoró-RN, 2009.
Tempo (dias)
TSL 21 25 29
0 36,13 Aa 27,81 Ab 28,50 Ab
3 19,63 Ba 18,32 Ba 19,31 Ba
Médias seguidas pela mesma letra nas linhas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade.
Letra maiúscula: compara as médias dentro da coluna
Letra minúscula: compara as médias dentro de cada linha.
DMS (Diferença mínima significativa) shelf life = 2,19; DMS Tempo de
armazenamento=2,63.
Fonte: Dados do experimento.
Diminuição na firmeza da polpa durante o armazenamento foi evidenciada,
também, em melões Gália por Aroucha et al. (2009), quando armazenados a
temperatura de 30 ± 1 ºC e umidade relativa de 65 ± 5%, e por Tomaz et al. (2009)
em cinco híbridos de melão cv. amarelo (AF-7100, AF-1498, AF-5107, AF-4945 e
AF-1805) após armazenamento pós-colheita em temperatura de 10±1ºC e 90±2%
de umidade relativa.
A firmeza da polpa dos frutos aos 21 dias de armazenamento foi
estatisticamente superior aos demais tempos de armazenamento no shelf life zero.
No final do período de armazenamento, no shelf life zero, os frutos ainda
apresentaram firmeza da polpa elevada (28,50N), e características
comercializáveis. Essa afirmação é justificada pelas análises da aparência externa e
interna, que obtiveram notas médias acima de 3,0. Diferentes do shelf life zero, não
foram verificadas diferenças significativas de firmeza da polpa entre os tempos de
armazenamento no shelf life três, condição na qual os frutos não apresentaram
revestimentos, ou seja, as sacolas de atmosfera modificada estavam abertas.
Gomes Júnior (2005) estudando o comportamento de frutos de melão “tipo
Gália” em ambiente refrigerado (3°C, 7°C e 11°C de temperatura e 90 ± 5% de
U.R.), sob atmosfera normal e modificada, constatou que a temperatura de
armazenamento que mais preservou a firmeza de polpa, foi a de 3°C, em ambas as
52
atmosferas de armazenamento. Verificaram, também, que os valores da firmeza de
polpa mantiveram-se acima dos 12,00N até o final do período experimental, o que
não foi observado para frutos armazenados a 7°C e, principalmente, a 11°C de
temperatura, cuja firmeza de polpa foi de 9,48N e 3,05N (atmosfera normal) e
8,29N e 0,20N (atmosfera modificada), respectivamente, aos 21 dias de
armazenamento.
Brackmann et al. (2006) avaliando a qualidade de melões (Cucumis melo L.
var. cantalupensis Naud.), híbrido Torreon, produzidos em hidroponia, e
armazenados durante 25 dias em ambiente refrigerado a 3,8±0,2°C e dois dias a
20±1°C, observaram que frutos acondicionados na embalagem de polietileno de
baixa densidade (40µm) mantiveram maior firmeza da polpa (16,9N) após o
período de armazenamento, a qual foi significativamente superior ao controle (sem
uso de embalagem) que obteve uma firmeza de polpa de 13,8N.
De acordo com Souza et al. (2008), os frutos de melão Charentais mantidos
sob atmosfera modificada isolada permaneceram mais firmes até o 19º dia de
armazenamento refrigerado, apresentando valores de firmeza da polpa média de
aproximadamente 24,34N.
A firmeza é essencial no manuseio pós-colheita, pelo fato dos frutos mais
firmes serem mais resistentes a injúrias mecânicas sofridas durante o transporte e a
comercialização (GRANGEIRO, 1997; THOMAZ et al., 2009).
Observou-se redução da firmeza de polpa do shelf life zero para o três em
todos os tempos de armazenamento (Tabela 12), com uma redução máxima de
45,67, 34,12 e 32,25%, para os tempos 21, 25 e 29 dias, respectivamente. Após a
retirada dos frutos das embalagens e posterior armazenamento a 20ºC ocorreu
redução mais acentuada da firmeza da polpa em concordância com os resultados
encontrados para a perda de massa. Resultados semelhantes foram verificados em
melão Charentais por Souza (2008) e Cantaloupe por Sá et al. (2008).
Neste trabalho, verificou-se que o tempo de armazenamento influenciou o
processo de senescência do fruto. Resultados semelhantes foram detectados em
melão Gália durante o armazenamento do fruto em atmosfera modificada e
temperatura de 7,6±1,1°C até 21 dias e depois transferidos para temperatura
53
ambiente de 24,2±0,7ºC, apresentando as respectivas firmezas de polpa 26,06 e
19,61N (LIMA et al., 2005).
Houve variação na firmeza da polpa com os tratamentos (Tabela 12), sendo
verificada maior firmeza da polpa nos frutos que receberam maiores doses de N e
zero de K. E menor firmeza da polpa nos frutos que receberam as menores doses de
N e K (tratamento 6). Contudo, os demais tratamentos não diferiram entre si e entre
os tratamentos 6 (38 kg.ha
-1
de N e 83 kg.ha
-1
de K
2
O) e 10 (666 kg.ha
-1
de N). A
diferença percentual entre as maiores e a menor firmeza da polpa dos tratamentos
foi de 24,23%.
Tabela 12 - Médias das firmezas de polpa avaliadas no melão Cantaloupe
submetido a diferentes tratamentos de nitrogênio e potássio durante o período de
armazenamento pós-colheita dos frutos em Mossoró-RN, 2009.
Tratamentos (N; K
2
O)
kg.ha
-1
Médias das firmezas da polpa dos frutos (N)
10 (666; 0) 29,55 A
12 (666; 828) 26,15 AB
8 (238; 365) 25,41 AB
7 (238; 0) 24,88 AB
11 (666; 365) 24,67 AB
1 (0; 0) 24,60 AB
3 (0; 365) 24,55 AB
4 (0; 828) 24,45 AB
9 (238; 828) 24,41 AB
2 (0; 83) 24,34 AB
5 (38; 00 24,00 AB
6 (38; 83) 22,39 B
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
DMS (Diferença média significativa) = 7,06
Fonte: Dados do experimento.
54
O excesso de nitrogênio diminui a resistência dos frutos e os principais
problemas são o aparecimento de frutos moles e a maior incidência de fermentação
(FILGUEIRAS et al., 2000), o que contraria os resultados encontrados no
experimento.
Vale (2000) esclarece que a firmeza da polpa para melão Cantaloupe se
situa em torno de 23,56 N, o que mostra que a média dos tratamentos deste
experimento que foi de 24,95N, ou seja, superior.
Fernandes; Grassi Filho (2003) observaram que as dosagens de 40 e
130kg.ha
-1
aplicadas via fertirrigação para o melão Rendilhado (Cucumis melo
reticulatus Naud) aumentaram a firmeza da polpa de 9,56 e 15,38N,
respectivamente. Esses resultados são bem inferiores aos apresentados neste
experimento para a dosagem de 38 kg.ha
-1
que obteve firmeza da polpa de 24N.
Follegati et al, (2004) avaliaram a qualidade física de melão fertirrigado
com diferentes doses de potássio e lâminas de irrigação, e constataram que as doses
de 6 e 12g por planta proporcionaram firmezas de 8,89 e 9,31N, respectivamente.
Esses resultados foram inferiores aos tratamentos 2 (83kg.ha
-1
de K
2
O) com 5g por
planta, 3 (365kg.ha
-1
de K
2
O) com 22g por planta e 4 (828kg.ha
-1
de K
2
O) com 50g
por planta que obtiveram as seguintes firmezas: 24,34, 24,55 e 24,45N
respectivamente.
Sales Júnior et al. (2005) avaliando a qualidade de frutos híbrido de melão
AF 646 cultivados sob doses de fertilizantes orgânicos para a variável firmeza da
polpa, averiguaram que não houve diferença estatística significativa entre as
médias dos tratamentos, sendo observada uma variação de 32,97 a 32,21 N.
Os filmes plásticos de atmosfera modificada favorecem maior firmeza da
polpa, por interferir no metabolismo do fruto, devido à manutenção de maior
concentração de CO
2
e menor de O
2
no interior das embalagens. Tais embalagens
atuam, também, como barreira física contra a perda de vapor de água pelos frutos.
55
4.2.1 Sólidos solúveis (SS)
A qualidade do fruto é bastante influenciada pelo teor de sólidos solúveis,
sendo uma medida indireta do teor de açúcares. Para o melão, os açúcares solúveis
situam-se em torno de 65 a 85% dos SS (CHITARRA; CHITARRA, 2005), e é um
fator importante definido previamente nos contratos entre produtores e
importadores.
Os tratamentos 4, 7, 8, 9, 11 e 12 foram superiores ao tratamento 3,
contudo, os tratamentos 1, 2, 5, 6 e 10 não diferiram dos demais (Tabela 13).
Verificou-se também que, os tratamentos que propiciaram maior média de sólidos
solúveis foram aqueles que tiveram um equilíbrio entre as doses de N e K.
Enquanto o tratamento 3, com apenas K (365kg.ha
-1
) proporcionou frutos com
teores de SS inferior cerca de 8,69%, em relação à média dos maiores tratamentos.
Por outro lado, independente do tratamento, os frutos apresentaram boa
qualidade para a comercialização, verificada mediante o teor de sólidos solúveis.
Segundo Filgueiras et al. (2000) e Alves et al. (2000b) frutos de melão Cantaloupe
devem possuir pelo menos 10% de sólidos solúveis, o que foi verificado para todos
os tratamentos.
Queiroga et al. (2007) estudando a influência de doses de nitrogênio na
produtividade e qualidade do melão Cantalupensis sob ambiente protegido,
encontraram valores aproximados de sólidos solúveis de 9,66 e 9,99% ao aplicar as
dosagens de N de 360 e 540kg.h
-1
, respectivamente. Esses valores são inferiores ao
trabalho, que com 38 e 238kg.h
-1
de N obteve sólidos solúveis de 13,21 e 13,83%.
Apesar dos resultados verificados neste trabalho, principalmente para o
tratamento 3 (0kg.ha
-1
N e 365 kg.ha
-1
K
2
O), Crisóstomo et al. (2002) afirmam que o
potássio tem influência sobre a qualidade dos frutos: tamanho, conteúdo de sólidos
solúveis, espessura e coloração da casca. Enquanto Carrijo et al. (2004) afirmam
que plantas com deficiência de K produzem frutos de qualidade inferior, com
menor teor de sólidos solúveis.
56
Tabela 13. Médias dos sólidos solúveis avaliadas no melão Cantaloupe submetido a
diferentes tratamentos de nitrogênio e potássio durante o período de
armazenamento pós-colheita dos frutos em Mossoró-RN, 2009.
Tratamentos (N; K
2
O)
kg.ha
-1
Média de sólidos solúveis dos frutos (%)
8 (238; 365) 14,09 A
9 (238; 828) 13,99 A
7 (238;0) 13,83 A
12 (666; 828) 13,79 A
11 (666; 365) 13,73 A
4 (0; 828) 13,71 A
10 (666; 0) 13,50 A
5 (38; 0) 13,21 AB
2 (0; 83) 13,18 AB
1 (0; 0) 13,16 AB
6 (38; 83) 13,15 AB
3 (0; 365) 12,61 B
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade;
DMS (Diferença média significativa) = 1,01
Fonte: Dados do experimento.
Coelho et al. (2001) analisando os seguintes níveis de N e K : 0, 60, 120 e
180 kg.ha
-1
e 130, 200, 270 e 340 kg.ha
-1
, respectivamente, totalizando 16
tratamentos e 48 parcelas, concluíram que não houve efeito dos níveis de
nitrogênio e de potássio, bem como da interação entre eles na característica de
sólidos solúveis dos frutos de melão.
Vásquez et al. (2005) avaliando a qualidade pós-colheita de frutos de
meloeiro fertirrigado com diferentes doses de potássio e lâminas de irrigação,
concluíram que os valores de sólidos solúveis aumentam com as doses crescentes
de potássio (0, 6 e 9 g de K
2
O por planta), em um intervalo de 9 a 12% de lidos
57
solúveis, contudo, diminuiu com a dose maior (12 g de K
2
O por planta) até valores
próximos da dose mínima aplicada.
4.2.2 Acidez titulável (AT)
Avaliando os tempos de armazenamento dentro do shelf life zero e três
pode-se verificar que os frutos apresentaram acidez titulável diferenciada ao longo
do período de armazenamento (Tabela 14). Em ambos os shelf life, a acidez
titulável dos frutos armazenados aos 29 dias foi significativamente superior aos
demais períodos de armazenamento. De acordo com CHITARRA; CHITARRA,
(2005) o mais comum a ocorrer durante o amadurecimento das frutas é a perda da
acidez, mas em alguns casos, há um pequeno aumento nos valores com o avanço da
maturação.
Tabela 14 - Médias da acidez titulável (% de ácido cítrico) avaliadas no melão
Cantaloupe submetido a diferentes tratamentos de nitrogênio e potássio durante o
período de armazenamento pós-colheita dos frutos em Mossoró-RN, 2009.
Tempo (dias)
TSL 21 25 29
0 0,052726 Bb 0,031918 Bc 0,068317 Ba
3 0,057821 Ab 0,059111 Ab 0,074744 Aa
Médias seguidas pela mesma letra nas linhas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade.
Letra maiúscula: compara as médias dentro da coluna
Letra minúscula: compara as médias dentro de cada linha.
DMS (Diferença média significativa) Shelf life = 0,0042623; DMS Tempo de
armazenamento = 0,0051207.
Fonte: Dados do experimento.
58
Ao desdobrar os shelf life dentro do tempo de armazenamento, observou-se
que em todos os tempos de armazenamento o shelf life três foi superior ao zero.
Resultados semelhantes foram detectados em melão Gália ‘Solar King’ por Lima et
al. (2005) durante o armazenamento refrigerado, em que houve aumento na acidez
titulável dos frutos, sendo pouco acentuado nos frutos sob atmosfera modificada.
Os maiores teores de acidez titulável detectados neste trabalho foram
inferiores aos detectados em melão Cantaloupe armazenado em atmosfera
modificada sob refrigeração (3 °C ± 2 °C e UR 80% ± 5%) aos 25 e 28 dias (0,14 e
0,13% respectivamente.) por Silva; Menezes (2009).
Essas mudanças na acidez são importantes no desenvolvimento do sabor
característico dos frutos (KAYS, 1991). A partir dessas variações no conteúdo dos
ácidos orgânicos e da relação com o teor de açúcares, o sabor dos frutos e as
propriedades do flavor da polpa podem ser significativamente afetados
(PANGBORN, 1963).
Em resumo, verificou-se aumento da acidez tanto, do shelf life zero para o
shelf life três, quanto do tempo de armazenamento 21 para o tempo 29.
4.2.3 Relação SS/AT
Avaliando os tempos de armazenamento dentro do shelf life zero e três
pode-se verificar que os frutos apresentaram a relação SS/AT diferenciada
conforme o shelf life ao longo do período de armazenamento (Tabela 15).
Verificou-se diferença significativa na a relação SS/AT dos frutos no shelf life 0,
sendo o tempo 25 superior a todos os tempos de armazenamento e o tempo 29
inferior aos demais. Contudo no shelf life 3 apenas os tempos de armazenamento
21 e 25 foram superior ao tempo 29 de armazenamento.
59
Tabela 15 - Médias da relação entre sólidos solúveis e acidez titulável (SS/AT)
avaliadas no melão Cantaloupe submetido a diferentes tratamentos de nitrogênio e
potássio durante o período de armazenamento pós-colheita dos frutos em Mossoró-
RN, 2009.
Tempo (dias)
TSL 21 25 29
0 258,88 Ab 441,59 Aa 204,56 Ac
3 237,84 Aa 235,87 Ba 177,01 Bb
Médias seguidas pela mesma letra nas linhas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade.
Letra maiúscula: compara as médias dentro da coluna
Letra minúscula: compara as médias dentro de cada linha.
DMS (Diferença média significativa) Shelf life = 23,06; DMS Tempo de armazenamento =
27,70.
Fonte: Dados do experimento.
Ao desdobrar os shelf lifes dentro do tempo de armazenamento, observou-
se que em nos tempos de armazenamento 25 e 29 o shelf life 0 foi superior ao 3,
devido provavelmente ao aumento da acidez titulável discutido anteriormente,
que fez com que a relação SS/AT ficasse menor ao abrir as embalagens de
atmosfera modificada.
Vargas et al. (2007) avaliaram a qualidade de frutos de cinco cultivares de
melões rendilhados cultivados em casa de vegetação em função do sistema de
produção, e constataram que a cultivar Bônus 2 apresentou uma relação de SS/AT
de 126, que foi superior às demais cultivares avaliadas. Esse valor encontra-se
abaixo dos valores deste experimento, o qual obteve um valor médio mínimo de
177,01, e tal explicação pode ser atribuída ao uso do híbrido ‘Caribbean Gold’.
60
4.3 ANÁLISE ECONÔMICA
Os resultados da análise econômica estão agrupados de acordo com o
tempo de armazenamento mais shelf lifes. Considerando 21 dias de armazenamento
e três dias de shelf life (Tabela 16), o único tratamento que obteve um lucro
adicional positivo foi o tratamento 7 (238 kg.ha
-1
de N), embora este valor tenha
sido muito pequeno, ou seja, R$ 53,83 sobre o lucro total, por hectare, do
tratamento 1 (sem fertirrigação de N e K
2
O). O pior desempenho, para o mesmo
período foi obtido pelo tratamento 12 (666 kg.ha
-1
de N e 828 kg.ha
-1
de K
2
O), cujo
lucro adicional negativo (prejuízo) foi de R$ 23.379,08.
Tabela 16 - Resultados da análise econômica do experimento relativo ao uso de
diferentes doses de N e K na qualidade e vida pós-colheita do melão Cantaloupe no
tempo de armazenamento 21 dias e shel life três em Mossoró-RN, 2009.
Tratamentos
(N; K
2
O)
kg.ha
-1
Indicadores econômicos
PT
1
VP
2
VPA
3
CT
4
CTA
5
LA
6
Kg.ha
-
1
R$.ha
-
1
R$.ha
-
1
R$.ha
-
1
R$.ha
-
1
R$.ha
-
1
1 (0; 0) 16625 23275 0 12768,52
0 0
2 (0; 83) 15312,50
21437,50
-1837,50 13078,76
310,24 -2147,74
3 (0; 365) 13125,00
18375,00
-4900,00 14122,18
1353,66
-6253,66
4 (0; 828) 4375,00 6125,00 -17150,00
15857,71
3089,19
-20239,19
5 (38; 0) 13125,00
18375,00
-4900,00 12960,92
192,40 -5092,40
6 (38; 83) 13125,00
18375,00
-4900,00 13271,15
502,63 -5402,63
7 (238; 0) 17500,00
24500,00
1225,00 13939,69
1171,17
53,83
8 (238; 365) 17500,00
24500,00
1225,00 15293,35
2524,83
-1299,83
9 (238; 828) 17500,00
24500,00
1225,00 17028,88
4260,36
-3035,36
10 (666; 0) 13125,00
18375,00
-4900,00 15908,41
3139,89
-8039,89
11 (666; 365) 17500,00
24500,00
1225,00 17262,07
4493,55
-3268,55
12 (666; 828) 4375,00 6125,00 -17150,00
18997,60
6229,08
-23379,08
1
PT é produção total;
2
VP é o valor da produção total;
3
VPA: Valor da Produção Adicional,
em kg.ha
-1
de melões comercializáveis diferença entre o VP obtida em cada tratamento e
o VP obtido no tratamento controle;
4
CT: Custo Total da produção, em R$.ha
-1
custo total
da produção em cada tratamento;
5
CTA: Custo Total Adicional, em R$.ha
-1
diferença
entre o CT de cada tratamento e o CT do tratamento controle;
6
LA: Lucro Adicional, em
R$.ha
-1
diferença entre o valor da produção adicional (VPA) e o valor do custo total
adicional (CTA).
Fonte: Dados do experimento.
61
Quando o tempo de armazenamento aumenta para 25 dias mais shelf life
três (Tabela 17), todos os tratamentos apresentaram prejuízo econômico, uma vez
que, com o aumento do tempo de armazenamento mais shelf lifes, de 21 dias mais
três dias de shelf life para 25 dias mais três dias de shelf life, o tratamento
testemunha (1) não apresentou perda do produto total (PT), enquanto que os
demais tratamentos, devido ao descarte de frutos, apresentaram redução no número
de frutos comercializáveis.
Tabela 17 - Resultados da análise econômica do experimento relativo ao uso de
diferentes doses de N e K na qualidade e vida pós-colheita do melão Cantaloupe no
tempo de armazenamento 25 dias e shel life três em Mossoró-RN, 2009.
Tratamentos
(N; K
2
O)
kg.ha
-1
Indicadores econômicos
PT
1
VP
2
VPA
3
CT
4
CTA
5
LA
6
Kg.ha
-
1
R$.ha
-
1
R$.ha
-
1
R$.ha
-
1
R$.ha
-
1
R$.ha
-
1
1 (0; 0) 16625 23275 0 12768,52
0 0
2 (0; 83) 13125,00
18375,00
-4900,00 13078,76
310,24 -5210,24
3 (0; 365) 17500,00
24500,00
1225,00 14122,18
1353,66
-128,66
4 (0; 828) 13125,00
18375,00
-4900,00 15857,71
3089,19
-7989,19
5 (38; 0) 15312,50
21437,50
-1837,50 12960,92
192,40 -2029,90
6 (38; 83) 13125,00
18375,00
-4900,00 13271,15
502,63 -5402,63
7 (238; 0) 13125,00
18375,00
-4900,00 13939,69
1171,17
-6071,17
8 (238; 365) 13125,00
18375,00
-4900,00 15293,35
2524,83
-7424,83
9 (238; 828) 8750,00 12250,00
-11025,00
17028,88
4260,36
-15285,36
10 (666; 0) 0,00 0,00 -23275,00
15908,41
3139,89
-26414,89
11 (666; 365) 4375,00 6125,00 -17150,00
17262,07
4493,55
-21643,55
12 (666; 828) 13125,00
18375,00
-4900,00 18997,60
6229,08
-11129,08
1
PT é produção total;
2
VP é o valor da produção total;
3
VPA: Valor da Produção Adicional,
em kg.ha
-1
de melões comercializáveis diferença entre o VP obtida em cada tratamento e
o VP obtido no tratamento controle;
4
CT: Custo Total da produção, em R$.ha
-1
custo total
da produção em cada tratamento;
5
CTA: Custo Total Adicional, em R$.ha
-1
diferença
entre o CT de cada tratamento e o CT do tratamento controle;
6
LA: Lucro Adicional, em
R$.ha
-1
diferença entre o valor da produção adicional (VPA) e o valor do custo total
adicional (CTA).
Fonte: Dados do experimento.
Considerando 29 dias de armazenamento mais shelf life três (Tabela 18),
observa-se lucro adicional para os tratamentos 3 (365 Kg.ha
-1
de K
2
O) e 5 (38
62
Kg.ha
-1
de N), R$ R$ 5.996,34 e R$ 4.095,10, respectivamente. Esse resultado
pode ser explicado pelo fato de que, enquanto o produto total (PT) do tratamento
testemunha caiu 52,63%, entre 24 e 32 de armazenamento mais shelf life, o PT do
tratamento 3 (365 Kg.ha
-1
de K
2
O) manteve-se o mesmo e o PT do tratamento 5
(38 Kg.ha
-1
de N) caiu apenas 20%, no mesmo período.
Tabela 18 Resultados da análise econômica do experimento relativo ao uso de
diferentes doses de N e K na qualidade e vida pós-colheita do melão Cantaloupe no
tempo de armazenamento 29 dias e shel life três em Mossoró-RN, 2009.
Tratamentos
(N; K
2
O)
kg.ha
-1
Indicadores econômicos
PT
1
VP
2
VPA
3
CT
4
CTA
5
LA
6
Kg.ha
-
1
R$.ha
-
1
R$.ha
-
1
R$.ha
-
1
R$.ha
-
1
R$.ha
-
1
1 (0; 0) 7875 11025 0 12768,52
0 0
2 (0; 83) 2187,50 3062,50 -7962,50 13078,76
310,24 -8272,74
3 (0; 365) 13125,00
18375,00
7350,00 14122,18
1353,66
5996,34
4 (0; 828) 0,00 0,00 -11025,00
15857,71
3089,19
-14114,19
5 (38; 0) 10937,50
15312,50
4287,50 12960,92
192,40 4095,10
6 (38; 83) 0,00 0,00 -11025,00
13271,15
502,63 -11527,63
7 (238; 0) 4375,00 6125,00 -4900,00 13939,69
1171,17
-6071,17
8 (238; 365) 0,00 0,00 -11025,00
15293,35
2524,83
-13549,83
9 (238; 828) 0,00 0,00 -11025,00
17028,88
4260,36
-15285,36
10 (666; 0) 0,00 0,00 -11025,00
15908,41
3139,89
-14164,89
11 (666; 365) 0,00 0,00 -11025,00
17262,07
4493,55
-15518,55
12 (666; 828) 0,00 0,00 -11025,00
18997,60
6229,08
-17254,08
1
PT é produção total;
2
VP é o valor da produção total;
3
VPA: Valor da Produção Adicional,
em kg.ha
-1
de melões comercializáveis diferença entre o VP obtida em cada tratamento e
o VP obtido no tratamento controle;
4
CT: Custo Total da produção, em R$.ha
-1
custo total
da produção em cada tratamento;
5
CTA: Custo Total Adicional, em R$.ha
-1
diferença
entre o CT de cada tratamento e o CT do tratamento controle;
6
LA: Lucro Adicional, em
R$.ha
-1
diferença entre o valor da produção adicional (VPA) e o valor do custo total
adicional (CTA).
Fonte: Dados do experimento.
63
5. CONCLUSÕES
De acordo com os resultados obtidos, verificou-se que:
a) O shelf life, tratamento e tempo de armazenamento influenciaram na perda de
massa e aparência externa dos frutos. A maior perda de massa observada não
afetou a comercialização dos frutos.
b) Até 29 dias de armazenamento, apenas no shelf life zero, os frutos mantiveram-
se comercializáveis pela aparência externa e interna.
c) Até 29 dias de armazenamento sob refrigeração, os frutos mantiveram-se
comercializáveis pela firmeza da polpa. A firmeza da polpa dos frutos cultivados
na dosagem de 10 (666 kg.ha
-1
de N) foi maior que nos frutos cultivados na
dosagem 6 (38 kg.ha
-1
de N e 83 kg.ha
-1
de K
2
O).
d) Os teores de sólidos solúveis foram maiores no tratamento 8 (238 kg.ha
-1
de N e
365 kg.ha
-1
de K
2
O) e menores no tratamento 3 (365 kg.ha
-1
de K
2
O). Porém, os
valores detectados nos teores de sólidos solúveis não afetaram a qualidade do fruto.
e) Houve aumento na acidez titulável dos frutos durante o período de
armazenamento tanto no shelf life zero quanto no três.
g) A relação SS/AT diminuiu aos 29 dias de armazenamento dos frutos para o shelf
life zero e três.
f) O tratamento 7 (238 kg.ha
-1
de nitrogênio) foi o único que obteve lucro adicional
positivo no tempo de armazenamento 21 no shelf life três (21dias + 3dias) no valor
de R$ 53,83.
g) Todos os tratamentos apresentaram prejuízo econômico com o tempo de
armazenamento 25 dias mais shelf life (25dias + 3dias).
h) Observa-se lucro adicional para os tratamentos 3 (365 Kg.ha
-1
de K
2
O) e 5 (38
Kg.ha
-1
de N), R$ R$ 5.996,34 e R$ 4.095,10, respectivamente no tempo de
armazenamento 29 dias mais três dias de shelf life (29dias + 3dias).
64
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76
ANEXOS
77
Tabela 2 - Caracterização química do solo da área experimental. Mossoró -RN, 2009.
Profundidade P K
+
Ca
2+
Mg
2+
Na
+
S Al
3+
pH
(H
2
O)
CE
(1:2,5)
Solo-água
N C MO
(m) mg 100 g
-
1
(cmol
c
Kg
-
1
) µS m
-
1
%
0 - 0,20 5,53 0,2
1,4 1,09
0,02
2,68 0 6,95 0,15 0,04
0,45
0,77
0,20 - 0,40 5,41 0,2
1,4 1,06
0,01
2,64 0 6,97 0,13 0,05
0,52
0,9
Fonte: Dados do experimento.
Tabela 3 - Caracterização física do solo da área experimental. Mossoró -RN, 2009.
Profundidade Areia Silte Argila
Classif. ρg ρp Sat θ
Umidade
(g kg
-1
)
AD
(m) g
kg
-
1
Textural Kg dm
-
3
% 33 150 (%)
0 - 0,20 935,80 26,50
37,70 Arenoso 1,48
2,69
21,33
45,10
60,60
34,50
2,61
0,20 - 0,40 925,60 36,60
37,80 Arenoso 1,48
2,72
21,33
45,84
72,80
34,20
3,86
Fonte: Dados do experimento
Tabela 4 - Características químicas da água utilizada no experimento.
Fonte: Dados do experimento.
Fonte
CE Classe pH K Na Ca Mg CO
3
HCO
3
Cl
-
SO
4
RAS
dS m
-
1
mmol
c
L
-
1
Qualit.
mmol
c
L
-
1
(mmol
L
-
1
)
0,5
Mistura 3,21 C4S1 6,75 0,28 13,8 10 5,3 0 4,59 23,6 Pres 4,97
78
Quadro 2 – Planilha de custo do melão Cantaloupe da Fazenda Nova Vida pertencentes ao grupo “CoopyFrutas”,
localizada na comunidade de Pedra Preta, Mossoró-RN, 2009.
Horas/máquina Horas/Homem TOTAL
Preparo de solo/área
Operação Quant. Operação Qte(h) R$/h Qte(h) R$/h OPERAÇÃO
Subsolagem 0
20
12
0
2,96
0
Calagem 0
12
48
2,96
0
Aração 1
12
12
2,96
144
Gradagem 1
6
12
2,96
72
Sulcamento 1
6,5
12
2,96
78
Estercameneto 1
9,5
12
28,5
2,96
198,36
Cobertura 1
3
12
2,96
36
Mangueira 1
0
50
2,96
148
Mulching 1
14,8
12
10
2,96
207,2
Arqueamento 1
0
96
2,96
284,16
Manta 1
8
12
24
2,96
167,04
Plantio 1
0
200
2,96
592
Replanta 1
0
24
2,96
71,04
Sub-Total1:
1997,8
Horas/máquina Horas/Homem
TOTAL
OPERAÇÃO
R$/ha Operação Quant. Operação Qte(h) R$/h Qte(h) R$/h
Manejo da cultura
Irrigação 1
0
46
2,96
136,16
Raleio Fruto 1
0
220
2,96
0
Bandeija 0
0
Pulv. Manual 4
0
32
2,96
94,72
Pulv. Tratorizada 2
2
12
48
79
Colheita 3
8
12
288
Sub-Total2: 566,88
Insumos Unidade R$/Unid. Qte/ha
Total
(R$)
Composto Enriq. t 80
45
8100
Much m 0,24
5000
2700
Manta m2 0,086
10000
1935
Suporte Manta m 1,47
0
0
Mangueira de irrig
m 0,18
0
0
Mangueira cega m 0,29
0
0
Semente mx 0,097
18000
3928,5
Bandeija unidade 0
0
Energia kw 0
2445
1534
Sub-Total 3: 18197,5
Condução da cultura
Produtos Unidade R$/Unid. Qte/ha Total
Ureia l 1,3
190
555,75
MAP l 4,9
500
2450
Bio-S solo l 1
42
94,5
Lignum-O l 6,3
30
425,25
Lithotaminium ton 1100
0
0
Sulfato potássio Kg 3
148
999
Tricoderma kg 16,3
0
0
Sub-Total 4: 4524,5
Insumos
Produtos Unidade R$/Unid. Qte/ha Total
Neem l 30
10
675
80
Outros l 57
25
3206,25
Diatomil kg 950
0
0
Dipel l 62
8
1116
Sub-Total 5: 4997,25
Cobertura
Fertirrigação
Produtos Unidade R$/Unid. Qte/ha Total
Ureia l 1,3
190
555,75
MAP l 4,9
500
2450
Bio-S solo l 1
42
94,5
Lignum-O l 6,3
30
425,25
Lithotaminium ton 1100
0
0
Sulfato potássio Kg 3
148
999
Tricoderma kg 16,3
0
0
Manejo de Pragas e
Doenças
Sub-Total 4: 4524,5
Produtos Unidade R$/Unid. Qte/ha Total
Neem l 30
10
675
Outros l 57
25
3206,25
Diatomil kg 950
0
0
Dipel l 62
8
1116
Sub-Total 5: 4997,25
Tot campo: 30283,93
Tot /ha: 13459,52
Fonte: Dados do experimento.
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