textual e sua aplicabilidade prática quando estão envolvidos os interlocutores. Hei de admitir
que não foi um TP muito fácil de trabalhar, visto que, a maioria de nossos cursistas não tinha
um conhecimento prévio de Lingüística, os que possuem a formação em Letras apresentaram
mais facilidade que os formados em Pedagogia. Neste caso precisei reformular alguns
exercícios e levar informações extras, embora o próprio TP já apresentasse de forma bem
simplificada tais assuntos e as atividades propostas nas oficinas também colaboraram muito
para o sucesso, naquele momento, da empreitada. A complementação do TP2, onde a questão
Lingüística ficou bem amarrada, só aconteceu no TP8 “Análise Lingüística”, aliás, em minha
opinião, deveria ter sido visto antes do TP2, pois nele fica muito claro o papel das gramáticas
(internalizada, normativa e descritiva) e as práticas de análise lingüística e sua aplicabilidade
em diferentes tipos de textos.
4 – Na atividade presencial sobre interação verbal e variação lingüística no TP 2 quais foram
as reflexões levantadas pelo grupo?
Como se trata de um assunto que faz parte da realidade de nossos professores, visto que nos
deparamos com mais de um tipo de variação lingüística em sala de aula (social, regional,
geográfica, etc), a atividade que levou o grupo a refletir sobre tais questões causou grande
interesse em todos, inclusive, ficou muito claro que no lugar de discriminar a criança que
apresenta algum tipo de variação lingüística considerada fora dos padrões impostos pela
Gramática Normativa, este aspecto deveria ser, em primeiro lugar respeitado e identificada a
sua causa (nível de escolaridade e poder aquisitivo dos pais, região em que vive, etc) para
então serem aplicadas as atividades para o desenvolvimento das habilidades para que o aluno
entendesse que existe uma linguagem padrão que deve ser observada e empregada de acordo
com o momento, situação, interlocutores e ambiente, além de observarmos os dois aspectos da
linguagem verbal que utilizamos :oral e escrita.
5 – No discurso dos professores cursistas nas oficinas do TP2 apareceram questões relativas à
diversidade cultural presente nas escolas do município? Como eles interagem com os alunos
índios e bolivianos?
Sim, surgiram várias questões relacionadas ao fator cultural, principalmente porque junto com
este temos o social e geográfico que impera em nossas escolas por estarem localizadas, na
maioria, em bairros periféricos e concentrarem a camada mais carente de nossa sociedade. Aí
incluímos os índios e bolivianos. A interação com estes alunos a princípio não é fácil, o
professor reconhece que precisa ter o cuidado ao lidar com a diversidade de modo que o
“preconceito” não interfira no processo e que o conhecimento das variantes lingüísticas é
fundamental para que as “injustiças” não ocorram e que um aluno, só porque não se insere
nos padrões linguísticos estabelecidos e à observância das tradições culturais que imperam no
município ou região, não venha a ser penalizado por ser “diferente”. Ficou claro que os
conteúdos trabalhados neste TP em muito colaborou com a visão que o professor tinha no
tocante às diversidades apresentadas por nossos alunos. Não podemos esperar que todos
sejam iguais ou que reajam da mesma forma quando as atividades são propostas. Trabalhamos
com crianças diferentes e pertencentes a vários contextos familiares.
6 – Ao final do curso surgiu interesse do grupo, ou parte dele, em rever o currículo das
escolas?
Com certeza. Antes do final, quando fomos entregar os resultados das avaliações de
entrada,em que mostramos e explicamos quais as habilidades deveriam ser desenvolvidas em