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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
FÁBIO DOS SANTOS MOURA
DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO MOLECULAR PARA
QUANTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS EM PRODUTOS
INDUSTRIALIZADOS
Mogi das Cruzes, SP
2010
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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
FÁBIO DOS SANTOS MOURA
DESENVOLVIMENTO DE METODO MOLECULAR PARA
QUANTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS EM PRODUTOS
INDUSTRIALIZADOS
Dissertação apresentada ao programa de Pós-
Graduação da Universidade de Mogi das
Cruzes para obtenção do tulo de Mestre em
Biotecnologia.
Área de Concentração: Biotecnologia Aplicada
a Recursos Naturais e Agronegócios.
Orientador: Prof. Dr. Welington Luiz de Araújo
Mogi das Cruzes, SP
2010
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Um dia você aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos
de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos
aniversários você já celebrou.
William Shakespeare
DEDICATÓRIA
- À minha mãe D. Thereza que me ensinou que ser simples é ser verdadeiro.
- Ao meu pai Sr. António que mesmo não vivendo juntos me ensinou que para conquistar é
preciso lutar.
- Aos meus irmãos Sandra, Márcio e Flávio.
- À minha esposa Tatiana C. Moura, por todo incentivo, ajuda, e muita paciência.
- E a minha razão de todos meus esforços a minha filha Lívia Carvalho Moura, por me fazer
um homem mais feliz.
AGRADECIMENTOS
Especialmente:
- À orientação, incentivo, dedicação, confiança e paciência do Prof. Dr. Welington Luiz de
Araújo na elaboração do projeto, além de dar sempre seu apoio e sua amizade.
- À Universidade de Mogi das Cruzes, por intermédio do Núcleo Integrado em Biotecnologia,
pela oportunidade da realização do curso e dos experimentos.
- À equipe do departamento de Microbiologia do Laboratório da Universidade de Mogi das
Cruzes NIB (Núcleo Integrado em Biotecnologia): Aline Aparecida C. Neves, Almir J.
Ferreira, Ana Marie Carolina Bertini, Bianca Suprizi, Emy Tiyo Mano, Fernanda Alves
Caraviere, Fernanda Storte, Felipe Rezende, Juliana Viana da Silva, Marília Bixilia, Maristela
Ciraulo que foram todos muitos receptivos e que contribuíram de alguma forma para
realização deste trabalho.
- Ao Almir J. Ferreira pela ajuda nos experimentos microbiológicos e moleculares.
- À Manuella Nóbrega Dourado, pela ajuda nos experimentos moleculares.
- Amigos e familiares pela paciência, compreensão, ajuda e apoio valiosos durante este
período de aperfeiçoamento pessoal e profissional;
Obrigado a todos.
RESUMO
Os microrganismos representam uma das mais diversas formas de vida da terra e podem
consistir em mais de um milhão de espécies, as quais são contaminantes encontrados no solo
ou água ou ar. O ar do ambiente é fonte importante de propagação de microrganismos, e neste
aspecto, a matéria particulada (poeira), taxa de ventilação, natureza e grau da atividade
exercida pelas pessoas que ocupam um espaço físico são alguns agentes determinantes do
grau de contaminação dos produtos. Assim, o controle microbiológico torna–se muito
importante para a qualidade final dos produtos industrializados. De acordo com as Boas
Práticas de Fabricação, os produtos industrializados devem possuir qualidade, segurança e
eficácia, compatível com especificações determinadas por códigos oficiais, visando assegurar
seu uso. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento de um método
alternativo mais específico e sensível para avaliar a carga microbiana. Para, isso foram
utilizados métodos microbiológicos e PCR quantitativo (qPCR), visando estabelecer um
protocolo para posterior utilização da técnica na quantificação. Para o desenvolvimento, como
modelo foram utilizadas as bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus, para
realização de uma curva padrão e contaminação das amostras: Água Industrial/Potável,
Produto Farmacêutico e um Produto Alimentício. Dessa forma foi possível estabelecer o
efeito do produto avaliado sobre a especificidade e sensibilidade do método. Os resultados
mostraram que em comparação aos métodos analisados o método molecular apresentou os
seguintes resultados: Para os produtos contaminados com o microrganismo S. aureus
obtivemos uma recuperação na média das três contaminações de 95,8% para o produto Água
industrial/Potável, 91,0% para o produto farmacêutico e 102,2% do produto alimentício.
para os produtos contaminados com E. coli obtivemos um recuperação 106,8% para Água,
91,1% para o produto farmacêutico e 96,3% para o produto alimentício. Assim sendo, os
resultados demonstraram ser possível quantificar DNA bacteriano em amostras de produtos
industrializado por meio da técnica de qPCR utilizando uma suspensão com concentração
conhecida em UFC padronizada com curva de calibração, seguida de avaliação da carga
bacteriana nos produtos industrializados por comparação com a curva de calibração. O que
viabiliza a técnica proposta como alternativa para analise microbiológicas em produtos
industrializados.
Palavras-chave: Carga microbiana, PCR, contaminação, quantificação, rRNA 16S.
ABSTRACT
Microorganisms represent the most diverse life forms and may consist of more than one
million species, which some are contaminants found in soil, water or air. The air is the most
important source of microorganisms spread, and in this aspect, the particulate matter (dust),
ventilation rate, nature and degree of activity performed by persons who occupy a space some
agents are determinants degree of contamination of products. It is considered that
microbiological contamination of indoor environments has as source the external environment
and those generated in their own environment. Thus, microbiological control becomes very
important for the final quality of manufactured products. In accordance with Good
Manufacturing Practices, industrial goods must have quality, safety and efficiency,
compatible with specifications determined by official codes, to ensure its use. Thus, the
objective was to develop an alternative method most specific and sensitive to assess the
microbial load. For, this we used microbiological methods and quantitative PCR (qPCR), to
establish a protocol for further use of the technique in the quantification. For development,
were used as model bacteria Escherichia coli and Staphylococcus aureus, to perform a
standard curve and sample contamination: Industrial Water/Drinking, Pharmaceutical Product
and Food Product. Thus it was possible to establish the effect of the product evaluated on the
specificity and sensitivity of the method. The results showed that a total of ten samples
analyzed by the traditional method was within the limits specified, and three of ten samples
were contaminated with three different concentrations, 0.3 x 10
2
, 10
2
and 1 x 3 x 10
2
UFC.mL
-1
for the product Pharmaceutical and Food and 0.6 x 10
2
, 10
2
and 2 x 6 x 10
2
UFC.mL
-1
product for Industrial Water / Drinking. According to the specifications
Pharmacopeial the maximum microbial count for the food and pharmaceutical products is 1 x
10
2
UFC.mL
-1
and for Drinking Water the maximum 5 x 10
2
UFC.mL
-1
. Compared with the
molecular methods analyzed showed the following results: For products contaminated with
the microorganism S. aureus obtained a recovery of the average of three contamination of
95.8% for industrial products Water / Drinking, 91.0% for the pharmaceutical and 102.2% of
the food product. As for the products contaminated with E. coli obtained a recovery to
106.8% Water 91.1% for the pharmaceutical and 96.3% for the food product. Therefore, the
results proved possible to quantify bacterial DNA in samples of industrial products by means
of qPCR technique using a suspension of known concentration in CFU with standard
calibration curve, followed by assessment of bacterial load in manufactured products
compared with the curve calibration. What enables the proposed technique as an alternative to
microbiological analysis on industrial products.
Keywords: microbial load, PCR, contamination, quantification, rRNA 16S.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Crescimento da bactéria Staphylococcus aureus na concentração 6 x 10
2
UFC.mL
-1
(A) e crescimento de E. coli na concentração 6 x 10
2
UFC.mL
-1
(B). As placas foram
analisadas após 48 h de crescimento em meio de cultura TSA (Triptic Soy Agar) . . . . . . . . .36
Figura 2: Eletroforese em gel de agarose 1 % mostrando os fragmentos da amplificação do
gene 16S na suspensão utilizada como curva de calibração contendo a bactéria E. coli.
Marcador peso molecular (1 kb) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 3: Eletroforese em gel de agarose 1 % mostrando os fragmentos da amplificação do
gene 16S na suspensão utilizada como curva de calibração contendo as bactérias E. coli, S.
aureus, λ lambda e marcador peso molecular (1 kb). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Figura 4: Eletroforese em gel de agarose 1 % mostrando os fragmentos da amplificação do
gene 16S da bactéria S. aureus e controles. Marcador peso molecular (1 kb). . . . . . . . . . . . . 38
Figura 5: Crescimento bacteriano proveniente de amostra industrializada, Água
Industrial/Potável. As amostras foram contaminadas nas concentrações de 6 x 10
2
(A), 2 x 10
2
(B) e 0,6 x 10
2
(C) UFC.mL
-1
de E. coli. As placas foram analisadas após 48horas de
crescimento em meio de cultura TSA (Triptic Soy Agar) . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 6: Crescimento bacteriano proveniente de amostra industrializada, Água
Industrial/Potável. As amostras foram contaminadas nas concentrações de 6 x 10
2
(A), 2 x 10
2
(B) e 0,6 x 10
2
(C) UFC.mL
-1
de S. aureus. As placas foram analisadas após 48horas de
crescimento em meio de cultura TSA (Triptic Soy Agar) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 7: Crescimento bacteriano proveniente de amostra industrializada de produto
alimentício. As amostras foram contaminadas nas concentrações de 3 x 10
2
(A), 1 x 10
2
(B) e
0,3 x 10
2
(C) UFC.mL
-1
de E. coli. As placas foram analisadas após 48horas de crescimento
em meio de cultura TSA (Triptic Soy Agar) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Figura 8: Crescimento bacteriano proveniente de amostra industrializada de produto
alimentício. As amostras foram contaminadas nas concentrações de 3 x 10
2
(A), 1 x 10
2
(B) e
0,3 x 10
2
(C) UFC.mL
-1
de S. aureus. As placas foram analisadas após 48horas de crescimento
em meio de cultura TSA (Triptc Soy Agar) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Figura 9: Crescimento bacteriano proveniente de amostra industrializada de produto
farmacêutico. As amostras foram contaminadas nas concentrações de 3 x 10
2
(A), 1 x 10
2
(B)
e 0,3 x 10
2
(C) UFC.mL
-1
de E. coli. As placas foram analisadas após 48horas de crescimento
em meio de cultura TSA (Triptic Soy Agar) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Figura 10: Crescimento bacteriano proveniente de amostra industrializada de produto
farmacêutico. As amostras foram contaminadas nas concentrações de 3 x 10
2
(A), 1 x 10
2
(B)
e 0,3 x 10
2
(C) UFC.mL
-1
de S. aureus. As placas foram analisadas após 48horas de
crescimento em meio de cultura TSA (Triptic Soy Agar). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Figura 11: Controle negativo realizado nas amostras antes da contaminação; Água
Industrial/potável (A), produto alimentício (B) e produto farmacêutico(C). As placas foram
analisadas após 48horas de crescimento em meio de cultura TSA (Triptic Soy Agar). . . . . 43
Figura 12: Crescimento bacteriano proveniente da suspensão padronizada como curva de
calibração utilizada como controle positivo. As amostras foram contaminadas nas
concentrações de 5 x 10
2
UFC.mL
-1
de S. aureus (A) e com 5 x 10
2
UFC.mL
-1
de E. coli (B).
As placas foram analisadas após 48horas de crescimento em meio de cultura TSA (Triptic
Soy Agar) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 13: Eletroforese em gel de agarose 1 % mostrando os fragmentos da amplificação do
gene 16S nas amostras industrializadas que foram contaminadas com E. coli e volumes de
amplificação variados. Marcador peso molecular (1 kb). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 14: Eletroforese em gel de agarose 1 % mostrando os fragmentos da amplificação do
gene 16S nas amostras industrializadas que foram contaminadas com S. aureus e volumes de
amplificação variados. Marcador peso molecular (1 kb). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45
Figura 15: Curva de calibração de S. aureus, dados obtidos através da técnica de PCR em
tempo real utilizado para quantificar a carga microbiana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Figura 16: Curva de calibração de E. coli, dados obtidos através da técnica de PCR em
tempo real utilizado para quantificar a carga microbiana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Isolado do microrganismo S. aureus, dados obtidos através da técnica de PCR em
tempo real utilizado como curva padrão para quantificar a carga microbiana. . . . . . . . . . . . .48
Tabela 2: Amostras industrializadas contaminadas com o microrganismo S. aureus, dados
obtidos através da técnica de PCR em tempo real. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49
Tabela 3: Isolado do microrganismo E. coli, dados obtidos através da técnica de PCR em
tempo real utilizado como curva padrão para quantificar a carga microbiana. . . . . . . . . . . . .49
Tabela 4: Amostras industrializadas contaminadas com o microrganismo E. coli, dados
obtidos através da técnica de PCR em tempo real. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50
SUMÁRIO
1 Introdução
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.1 Aspectos Gerais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2 Métodos tradicionais de contagem bacteriana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.3 Detecção por método molecular. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
13
14
18
1.4 Limitações e problemas no uso da PCR. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.5 PCR quantitativo (qPCR). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.6 RNA ribossômico 16S). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2
Objetivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.1 Objetivo Geral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.2 Objetivos Específicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
29
29
29
3
Método
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1 Quantificação de microrganismos para obtenção de uma curva de calibração e
contaminação das amostras industrializadas com concentração conhecida. . . . . . . . . .
3.2 Contagem de microrganismos de acordo a farmacopéia Americana e Brasileira
3.3 Extração de DNA genômico total. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.4 PCR convencional amplificação e sequenciamento do 16S rRNA. . . . . . . . . . . . .
3.5 Análise por PCR quantitativo (PCR em tempo real). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
30
20
31
33
33
34
4
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.1 Desenvolvimento da curva de calibração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.2 PCR realizado para avaliação do limite de detecção nas suspensões utilizadas
como curva de calibração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.3 Contaminações das amostras com concentração
conhecida. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.4
Avaliação do processo de extração do DNA bacteriano de produtos
industrializados contaminados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
44
4.5 Avaliação dos resultados do PCR em tempo real. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
45
5
Discussão
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
6 Conclusões
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
7
Referências
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 Aspectos Gerais
A segurança dos produtos industrializados tem se tornado um item de preocupação tanto
para os consumidores quanto para os órgãos governamentais responsáveis pela saúde publica.
Como consequência, tem aumentando a cobrança sobre as indústrias para manutenção do
padrão de qualidade microbiológica dos produtos industrializados (BARRICHELLO e
ALLIL, 1997).
Para garantir o cumprimento das especificações pré-estabelecidas, ao longo de todo o
fluxo ou processo de produção, é requisito fundamental a boas práticas de manipulação ou
fabricação. Os processos de produção são realizados de acordo as BPM e BPF nacionais e
internacionais que demonstram um melhora significativa para as questões ligadas ao controle
microbiológico, ao treinamento continuado envolvendo todo o pessoal de produção e controle,
com os conceitos básicos de higiene e limpeza e com os estudos de validação dos processos,
sistemas e métodos analíticos. Os limites de aceitação para produtos estão descritos nas
farmacopéias aceitas no país, os quais preconizam ausência de microrganismos patogênicos
em um grama ou mililitro no produto terminado. A Farmacopéia Americana no capítulo 1111
apresenta os principais microrganismos indesejados por forma farmacêutica e via de
administração de produtos não estéreis. Escherichia coli, o Staphylococcus aureus, a
Pseudomonas aeruginosa e espécies de Salmonela, considerados indicadores de
contaminação por microrganismos patogênicos ao homem. Pode ser incluido ainda nesta lista
fungos do gênero Aspergillus (US Pharmacopéia, 2005). Estes microrganismos são da mesma
forma, citados nos outros compêndios oficiais aceitos no Brasil. A obtenção de produtos que
cumpram com as especificações e limites definidos é o objetivo que deve ser alcançado.
Os microrganismos aeróbios mesófilos são todos aqueles capazes de crescerem em
temperatura de 35 – 37ºC em condições de aerobiose. Esses microrganismos indicam a
qualidade sanitária com que os produtos industrializados foram obtidos ou processados.
Um número elevado destes microrganismos indica que o produto está com a sua
qualidade comprometida, mesmo que patógenos estejam ausentes. Portanto, uma alta
contagem destes microrganismos pode significar que houve condições para o crescimento de
14
patógenos (FRANCO e LANDGRAF, 1996) indicando que a qualidade do produto pode estar
comprometida. As análises microbiológicas tradicionais utilizadas no controle de qualidade
dos produtos industrializados foram desenvolvidas a partir do final do século XIX e vêm
sendo utilizadas desde então. São realizadas por semeadura convencional sobre meio de
cultura e a caracterização por meio de kits bioquímicos (VASAVADA et al., 1993).
Em termos laboratoriais, a execução desta técnica é bem simples, consistindo no
plaqueamento de alíquotas da amostra, homogeneizada e diluída, em meio de cultura padrão.
As placas são então, incubadas em condições de tempo e temperaturas adequados, para que
haja o desenvolvimento das colônias que serão enumeradas com o auxílio de contadores
automáticos. Trata-se, no entanto, de um processo bastante susceptível a erros, levando-se em
consideração que: os microrganismos estão arranjados em pares, tétrades, cadeias e cachos
(VASAVADA et al., 1993). Conseqüentemente os números de colônias que aparecem na
placa não correspondem ao número de células individuais presentes; quando muitas diluições
precisam ser plaqueadas podem ocorrer erros; algumas partículas de alimentos podem ser
confundidas com colônias, levando a um falso resultado positivo; o modo de leitura e a
interpretação dos resultados, são muito subjetivos e podem variar de acordo com o analista;
algumas colônias denominadas invasoras se espalham pela placa dificultando a contagem e a
expressão do resultado final. Outras limitações do método estariam relacionadas à fisiologia
das diferentes espécies microbianas nos alimentos, que podem ter seu crescimento limitado
quando são usadas condições padronizadas de temperatura, requerimento de nutrientes e
potencial redox. Visando minimizar estes problemas, surgiram os métodos alternativos que
apresentam a conveniência de produzirem resultados mais rápidos, sensíveis e específicos, se
comparados às técnicas convencionais. Tais métodos também podem oferecer economia de
espaço e materiais, aumentando a produtividade laboratorial. Numerosos métodos alternativos
de contagem em placas estão disponíveis visando melhorar a eficiência desta determinação
(VASAVADA et al., 1993).
1.2 Métodos tradicionais de contagem bacteriana
A Contagem Padrão em Placa ou contagem de aeróbios mesófilos em produtos
industrializados reflete com a qualidade da matéria-prima, bem como as condições de
15
processamento, manuseio e estocagem, permitindo estimar o tempo de prateleira do produto
em questão. Esta análise permite à indústria estabelecer também a quantidade de conservantes
(biocidas) que deve ser adicionada ao produto para que a sua qualidade seja mantida por um
período de tempo maior (VASAVADA et al., 1993).
O crescimento bacteriano pode ser calculado por diferentes técnicas, tais como
Contagem total de células: esta metodologia envolve a contagem direta das células em um
microscópio, seja de amostras fixadas (e coradas) ou analisadas a fresco, (sendo aplicados
cerca de 10 µL da suspensão, na maioria dos casos), utilizando-se câmaras de contagem. A
contagem direta é uma técnica rápida, mas tem como principais limitações a impossibilidade
de distinção entre células vivas e mortas (o que pode ser contornado pelo uso de corantes
vitais, para leveduras) e contagens errôneas, devido às pequenas dimensões de algumas
células, ou pela formação de agregados celulares (VASAVADA et al., 1993).
Em preparações não coradas, deve-se utilizar microscópio de contraste de fase, o qual
deve ser empregado apenas quando as células não estão muito diluídas (<10
6
células/mL)
(VASAVADA et al., 1993).
Contagem de viáveis: Procedimento também conhecido como contagem em placa, que
estima o número de células viáveis (isto é, capazes de se reproduzir) em uma amostra. Esta
metodologia envolve a coleta de alíquotas de uma cultura microbiana em diferentes tempos de
crescimento, as quais são inoculadas em meio sólido ou meio liquefeito. Após incubação,
geralmente por 24 à 48hs, o número de colônias é contado. Como uma colônia normalmente é
originada a partir de uma única célula, o total de colônias que se desenvolvem no meio
corresponde ao número de células viáveis presentes na alíquota analisada. Esta técnica deve
sempre realizada empregando-se várias diluições (10
2
a 10
4
células) das amostras. A
contagem de viáveis pode ser feita pela semeadura em superfície ou em profundidade ("pour
plate"), também podem ser usadas membranas filtrantes, onde os líquidos são filtrados e as
membranas colocadas diretamente sobre os meios de cultura. Geralmente o volume a ser
inoculado não deve ultrapassar 1 mL, para evitar a confluência das colônias. Se a técnica de
semeadura em profundidade for utilizada, pode-se inocular de 0,1 a 1,0 mL de células. Esta
técnica é precisa quando o número de colônias (ou placas de lise, no caso de partículas virais)
contadas situa-se entre 30 e 300 e quando as condições culturais e ambientais estão adequadas
para os microrganismos analisados (US Pharmacopéia, 2005).
Este tipo de contagem está sujeito a erros (formação de duas células próximas,
originando uma colônia) que pode ser minimizado pela realização de duplicatas para cada
16
diluição; o produto a ser analisado pode dificultar a contagem de colônias também
minimizado por diluições; muitas variações de resultados de analista para analista,
necessidade de diversos meios de cultura; as condições de incubação podem interferir no
crescimento bacteriano; e um tempo maior para avaliação dos resultados, atrasando a
liberação dos produtos. Mesmo com todas essas variáveis esta metodologia é amplamente
utilizada, exibindo sensibilidade para detectar baixos números de células e permitindo
também a contagem de diferentes tipos de microrganismos, pelo emprego de meios seletivos,
não seletivos e diferenciados (meios que além de favorecerem o desenvolvimento de um tipo
ou grupo de organismo, também permite sua distinção, a partir de alguma característica
fenotípica) (US Pharmacopéia, 2005).
Massa de células: pode ser determinada a partir da estimativa do peso seco ou do peso
úmido de uma cultura. Este tipo de procedimento é realizado quando não é necessário
determinar o número preciso de microrganismos presentes. A determinação do peso seco é
muito utilizada para a quantificação de fungos, onde o micélio é retirado da cultura, lavado e
transferido para um frasco e submetido à secagem. Realizam-se então sucessivas pesagens,
até o momento onde não se observa mais variações. Este procedimento pode também ser
realizado centrifugando-se a cultura e pesando o sedimento, ou então o secando (100 -
150°C/16 horas) e depois o pesando, porem esta metodologia não diferencia células viáveis de
células não viáveis ( US Pharmacopeia, 2005).
Turbidimetria: quantificação em espectrofotômetro ou colorímetro a 660 nm, uma vez
que neste comprimento de onda, a cor geralmente parda dos meios de cultura não interfere
com os resultados. Nestes comprimentos de onda, a absorção de luz por componentes
celulares corados é desprezível, mas se necessário, outros comprimentos de onda podem ser
usados. Tal metodologia requer a confecção de uma curva padrão. Embora a análise
turbidimétrica seja menos sensível, é de rápida e fácil execução, não destruindo a amostra.
Entretanto, não permite a determinação de células viáveis (US Pharmacopeia, 2005).
Número Mais Provável (NMP): Amplamente utilizado em laboratórios de
microbiologia de alimentos ou ambiental, na quantificação de microrganismos em água, leite
e outros produtos. Esta metodologia é basicamente utilizada para a pesquisa de coliformes
totais e coliformes fecais. O grupo dos coliformes totais é o principal indicador utilizado para
avaliar a qualidade microbiológica da água e alimentos. Fazem parte deste grupo,
predominantemente, bactérias pertencentes aos gêneros Escherichia, Enterobacter,
17
Citrobacter e Klebsiella, que têm capacidade de fermentar lactose produzindo ácido e gás
quando incubadas a 35 – 37ºC (FRANCO e LANDGRAF, 1996).
As bactérias pertencentes ao grupo dos coliformes fecais correspondem aos coliformes
totais que continuam fermentando a lactose e com produção de gás quando incubados a 44
45,5ºC. Nessas condições, cerca de 90% das culturas de E. coli são positivas, enquanto poucas
cepas de Enterobacter e Klebsiella mantêm estas características. E. coli é o único
microrganismo deste grupo que tem como habitat natural o trato intestinal de humano e sua
presença indica contaminação fecal de produtos. Os demais microrganismos do grupo
coliformes podem estar também em outros ambientes, como vegetais e solo. E sua ocorrência
pode indicar a presença de outros organismos, tais como protozoários e vírus (FRANCO e
LANDGRAF, 1996).
Esta técnica foi desenvolvida após análises estatísticas complexas. A determinação do
NMP é realizada inoculando-se 3 séries de 5 tubos, com 10, 1 e 0,1 mL da água ou do produto
homogeneizado em solução salina, em meios seletivos para coliformes totais contendo tubos
de Durham invertidos em seu interior. Estes são incubados por 48 hs/37°C sendo então
analisados quanto ao crescimento e à presença de gás no interior dos tubos de Durham. Tal
resultado é considerado positivo para a presença de coliformes totais. Amostras dos tubos
positivos são então repicadas para caldos seletivos para coliforme fecais, também contendo
tubos de Durham, os quais são incubados por mais 24 ou 48 hs a 42°C. Se todos os tubos de
Durham for positivo faz-se uma semeadura em placa com meio seletivo e posterior
identificação bioquímica. De acordo com o número de tubos que apresentam gás determina-se
o NMP, pela consulta de uma tabela desenvolvida por Hoskins (1934). Este é um teste apenas
presuntivo para a presença de coliformes (US Pharmacopéia, 2005).
As técnicas microbiológicas tradicionais utilizam meios de cultura de enriquecimento
para amostras contendo baixo número de células, meios seletivos e não seletivos,
complementados por testes bioquímicos. Segundo Farber et al. (2001) os testes bioquímicos
utilizados para identificação e tipagem bacteriana podem apresentar variabilidade devido a
fatores ambientais sobre a expressão gênica, apresentando outras desvantagens, como o baixo
poder discriminatório em microrganismos com pouca variabilidade genética e o risco de
interpretações errôneas, quando se utiliza um número limitado de testes. Estes métodos
tradicionais de detecção de microrganismos, embora confiáveis, requerem vários dias ou
mesmo semanas para que os resultados sejam obtidos (MARIN et al., 2006). Os mesmos
autores ressaltam que as propriedades fenotípicas pelas quais as bactérias são identificadas
18
podem não ser expressas, e os resultados podem ser suscetíveis a variação de interpretação,
além da possibilidade de existência de células viáveis, porém não-cultiváveis. Além disso, os
métodos tradicionais apresentam desvantagens na quantificação dos microrganismos, devido a
não homogeneização das colônias em meio de cultura, o que leva a sobreposição das células;
Estes métodos são mais trabalhosos, visto que utilizam uma grande quantidade de vidrarias e
equipamentos, aumentando a necessidade de espaço para o cultivo em estufas de incubação
(JAY e HALL, 1992) caso queira aumentar a confiabilidade das análises.
Outros problemas podem ocorrer durante o manuseio e o preparo da análise, como por
exemplo, a não higienização correta dos analistas e a desinfecção completa dos materiais,
visto que se deve considerar também a possibilidade de falha na técnica, como a alta
temperatura do Agar fundido utilizado no método tradicional de semeadura por profundidade
(pour plate) e maior risco de contaminação cruzada por apresentar várias etapas no preparo
das amostras a serem analisadas. Outros erros podem ocorrer tais; algumas partículas de
alimentos e/ou produtos podem ser confundido com colônias, levando a um falso resultado
positivo; o modo de leitura e a interpretação dos resultados são muito subjetivos e podem
variar de acordo com o analista; algumas colônias denominadas invasoras se espalham pela
placa dificultando a contagem e a expressão do resultado final (CHAIN e FUNG, 1991).
1.3 Detecção molecular de microrganismos
Nas últimas décadas, verificou-se um aumento significativo no desenvolvimento de
técnicas moleculares para a detecção, identificação e quantificação de bactérias patogênicas.
Avanços nos estudos e biologia molecular propiciaram o desenvolvimento e emprego de
vários métodos moleculares (DESTRO et al., 1995), dentre estes métodos, destacam-se os que
se fundamentam na amplificação de sequências do DNA pela reação em cadeia da DNA
polimerase (Polymerase Chain Reaction - PCR), a qual é extremamente sensível, podendo
detectar uma única molécula de DNA em uma amostra (ALBERTS et al., 1997).
Apesar dos princípios da técnica de PCR terem sido conceitualmente descritos em
1971 (KLEPPE et al., 1971), os primeiros dados experimentais só foram publicados em
meados dos anos 80 (SAIKI et al., 1985). No início, a abordagem existente era lenta, cara e
imprecisa. A técnica empregava banhos com temperaturas ajustadas e a enzima utilizada na
19
reação era o fragmento obtido a partir da clivagem da DNA polimerase l e Escherichia coli (o
fragmento Klenow), que não apresenta atividade exonucleásica 5’3’. O uso do fragmento
Klenow (enzima termo sensível) apresentava inúmeras limitações e exigia que a cada ciclo de
desnaturação da dupla fita do DNA alvo, fosse adicionada mais uma alíquota de enzima
(GELFAND, 1989 e SAMBROOK et al., 1989). Essa manipulação para a adição da enzima
proporcionava um trabalho árduo, aumentando o risco de contaminação. Além disso, devido a
sensibilidade térmica da enzima, a técnica apresentava a desvantagem do surgimento de
bandas inespecíficas (MULLIS e FALOONA, 1987). A utilização do fragmento Klenow
permitia que uma molécula específica fosse reproduzida 200.000 vezes, mas apenas um
pequeno percentual deste produto corresponde à sequências alvo (SCHARF et al., 1986),
fazendo-se necessário o uso de sondas específicas em ensaios de hibridação para visualização
do produto específico amplificado (SAIKI et al., 1985 e SAIKI et al., 1986).
No ano de 1988, Saiki e colaboradores descreveram o uso da DNA polimerase extraída
da bactéria termofílica Thermus aquaticus na PCR. O uso da DNA polimerase termoestável
simplificou de forma extrema o procedimento e permitiu que a reação fosse processada em
temperaturas mais altas, que a temperatura ótima de reação da enzima passou de 37ºC para
72ºC. Com isso, melhorou significativamente a especificidade e aumentou o percentual de
produto amplificado. A utilização da enzima termoestável permitiu a automação do processo,
pois tornou desnecessária a adição de mais enzimas durante o final de cada ciclo, diminuindo
muito a possibilidade de contaminação por ácidos nucléicos exógenos ou amplificação de
outra amostra. Com isso, ao invés de banhos passou-se a utilizar termocicladores automáticos
programáveis (ERLICH, 1991 e INNIS et al., 1988).
A reação da PCR baseia-se em ciclos que se repetem na forma de três etapas:
desnaturação, anelamento e extensão, que ocorrem em um mesmo tubo e em diferentes
temperaturas de incubação, na presença de reagentes termos-estáveis, e sequências específicas
de DNA a serem amplificadas. Os reagentes são: (1) dois pequenos iniciadores (primers),
sintetizados para serem complementares às sequências conhecidas do DNA alvo, (2) grande
quantidade dos quatro desoxirribonucleotídeos trifosfatados (dATP, dCTP, dGTP, dTTP) e
(3) a enzima termoestável Taq DNA-polimerase, isolada da bactéria termofílica Thermus
aquaticus e tampão (EISENSTEIN, 1990).
A fita dupla do DNA alvo é desnaturada por meio da elevação da temperatura para
92/95°C, para quebrar as ligações de hidrogênio que mantêm as fitas unidas. Esta etapa expõe
a fita de DNA, denominada “template” ou molde, à qual se anelará outra fita de DNA que
20
contenha sequência complementar a ela (iniciador). Esta técnica não exige que o DNA esteja
puro, podendo ser detectado em misturas de DNAs ou deste com outras substâncias
(EISENTEIN, 1990; SCHEINERT et al., 2005). Na etapa de anelamento, a temperatura é
rapidamente reduzida para 35/60°C, dependendo essencialmente do tamanho e sequência dos
iniciadores utilizados, permitindo a hibridização DNA-DNA de cada iniciador com as
sequências complementares que flanqueiam a região alvo.
Os dois iniciadores não podem anelar-se um ao outro e seus sítios de anelamento devem
ser suficientemente distantes um do outro, para permitir a síntese subsequente de novo
produto (EISENSTEIN, 1990). Em seguida, a temperatura é elevada à 72°C para que a
enzima DNA polimerase realize a extensão no sentido 5’- 3’ (TAYLOR, 1993) a uma
velocidade de cerca de 24 nucleotídeos por segundo (SCHEINERT et al., 2005). Este ciclo é
repetido por algumas dezenas de vezes. À medida que os ciclos vão se repetindo, os
iniciadores são consumidos e os números de novas fitas de DNA aumentam (EISENSTEIN,
1990). Esta escala de amplificação permite, portanto, iniciar com quantidades mínimas de
DNA (da ordem de alguns picogramas ou nanogramas) e terminar a reação com grandes
quantidades de DNA especificamente amplificado, resultando em moléculas de DNA com
sequência homóloga ao DNA que serviu de origem (TAYLOR, 1993).
Em relação ao custo, o método molecular é duas a três vezes mais caro do que o método
convencional. Deve-se, no entanto, levar em consideração a relação custo/benefício, visto que
este método molecular permite o processamento de um grande número de amostras em um
período curto de tempo, e tendo em vista a sua especificidade pode ser feito especificamente
para as bactérias ou para grupos específicos.
1.4
Limitações e problemas comuns no uso da PCR
A reação de PCR é caracterizada pela amplificação de sequências específicas do DNA.
Assim, para que a reação ocorra existe a necessidade que as regiões alvo sejam parcial ou
totalmente sequenciadas, para que os iniciadores possam ser sintetizados de modo a flanqueá-
las. Isto limita bastante a expansão da metodologia para estudo de organismos com um
pequeno número de sequências disponíveis. Outro fator importante é o ajuste cuidadoso das
condições ideais de concentração dos componentes da reação, que não existe um protocolo
21
padrão que possa ser usado, sem ajuste, para todas as amplificações. O número de ciclos, a
concentração de MgCl
2
, enzimas, quantidade de DNA molde, a temperatura de anelamento e
a concentração dos iniciadores, devem ser cuidadosamente ajustados para cada tipo de reação.
Outro fator fundamental no preparo das reações está relacionado à origem/procedência do
DNA. Deve-se considerar a introdução ou a presença de inibidores da DNA polimerase,
durante o processo de extração do DNA. Entre os inibidores naturais estão substâncias como o
grupo heme da hemoglobina, entre outros inibidores que geralmente são introduzidos no
processo de coleta ou extração do material biológico: fenol e clorofórmio (inibidores da ação
enzimática); proteinase-K (degrada a DNA polimerase); EDTA; heparina (quelantes dos íons
MgCl
2
) (SAMBROOK et al., 1989).
Um dos problemas da PCR é devido à sua altíssima sensibilidade, que permite a
produção de milhões de cópias de DNA a partir de uma única molécula alvo. Esta alta
sensibilidade torna efetivo o problema de contaminação de reações e a literatura demonstra
grande preocupação com o fato (SARKAR e SOMMER, 1990; ERLICH et al., 1991). Para
minimizar os resultados falsos positivos, procedimentos de operação padrão foram
descritos, incluindo isolar fisicamente as salas para preparação de reagentes da PCR, das salas
de preparação dos alvos de PCR e seus produtos, usar soluções autoclavadas, preparar e
aliquotar reagentes, usar luvas descartáveis, evitar aerossóis, uso de pipetas descartáveis para
o preparo da reação as quais jamais devem ser utilizadas com material já amplificado,
adicionando o DNA por último, e escolher cuidadosamente controles positivos e negativos
(KWOK e HIGUCHI, 1989).
A melhor abordagem para confrontar resultados dúbios é repetir o experimento
cuidadosamente tendo particular atenção para detalhes e controles. Enquanto controles
negativos podem descartar contaminação de reagentes, o mesmo não acontece com
contaminação esporádica, que pode não ser notada (SAMBROOK et al., 1989). Há três fontes
importantes de DNA contaminante: contaminação do ambiente; contaminação cruzada entre
materiais de múltiplas fontes; e o plasmídio contaminante de um clone recombinante que
contenha a sequência alvo. Das três, a contaminação do ambiente é considerada a principal
fonte de contaminação, por causa da relativa abundância de sequência alvo amplificada. Além
disto, a luz ultravioleta pode reduzir o risco de contaminação de superfícies de trabalho e
reagentes. Já a contaminação cruzada entre amostras é mais difícil de ser diagnosticada. Desta
forma, os resultados suspeitos devem ser repetidos com extração de DNA e PCRs
independentes para as amostras em questão. Contaminação por plasmídios, por outro lado,
22
pode ser identificada por análise da sequência e comparação com todas as sequências de
plasmídio do laboratório (METZKER e CASKEY, 2001). Outro fator importante é a
sequência e o comprimento dos iniciadores para uma amplificação bem sucedida. Os
iniciadores geralmente são sintetizados na faixa de 18-30 bases, que são utilizados na
amplificação de DNA de baixa complexidade. Estes oligonucleotídeos são pequenos demais
para formar híbridos estáveis na temperatura de polimerização (SAMBROOK et al., 1989).
Uma alta concentração de iniciadores aumenta a probabilidade de anelamento, gerando
produtos não específicos e dímeros. A falta deste componente interfere na amplificação. Desta
forma, a concentração dos iniciadores deve estar usualmente em torno de 0,1-1,0 pmol.µL
-1
de
reação (SCHEINERT et al., 2005).
A especificidade da amplificação depende principalmente das condições empregadas na
etapa de anelamento, como esta etapa envolve hibridação de oligonucleotídeos, a otimização
desta temperatura representa um fator essencial para o sucesso do processo. Baixas
temperaturas de anelamento aumentam a probabilidade de ocorrência de hibridizações
inespecíficas, resultando na amplificação de diferentes regiões do DNA. Por outro lado,
embora temperaturas muito altas propiciem um grande aumento na especificidade, ocorre um
sensível decréscimo do rendimento, a temperatura ótima de anelamento localiza-se em um
ponto intermediário (RYCHLIK et al., 1990). A temperatura de anelamento é crítica para
amplificação de fragmentos longos de DNA ou ainda, quando o DNA genômico é utilizado
como substrato da reação. Uma hot start PCR aumenta ainda mais a especificidade
prevenindo a formação de produtos não específicos nos ciclos iniciais.
A clonagem de segmentos inteiros de produtos de PCR é problemática, pois as
mutações induzidas pela PCR podem causar substituições de nucleotídeos em relação à
sequência original. Assim, esforços significativos vêm sendo empregados no sequenciamento
completo de múltiplos clones de PCR para identificar clones livres de mutações ou clones que
possuam mutações que não alterem a sequência da proteína codificada. Para a maioria das
aplicações, as condições padrão de PCR podem seguramente amplificar alvos acima de 3-4kb
de uma variedade de materiais. A amplificação de alvos maiores que 5kb, entretanto, é
descrita na literatura usando condições convencionais de PCR, mas geralmente rendem
quantidades menores de produto de PCR. O limite do tamanho da PCR pode ser atribuído a
problemas de má incorporação de nucleotídeos que ocorrem 1 a cada 4000-5000 pb e que
finalmente reduz a eficiência da amplificação de regiões alvo longas. Para a produção de
amplicons longos, pode-se usar combinadamente DNA polimerases termoestáveis, uma delas
23
contendo a atividade 3´exonuclease (BARNES, 1994 e CHENG et al., 1994). Um dos fatores
que determina a confiabilidade da PCR é a eficiência de amplificação, que pode ser
influenciada por inúmeros fatores: concentração de DNApolimerase, dNTPs e do cofator
Mg
+2
, estrutura secundária e conteúdo G/C do alvo, a sequência e composição dos iniciadores
e presença de inibidores da DNA polimerase.
Nos primeiros ciclos os amplicons têm tamanhos variados e a produção é linear. Em
seguida, o produto aumenta de forma exponencial. Durante os ciclos que se seguem, a
velocidade da reação diminui (KOHLER et al, 1995). Outro fator crucial é o tempo de meia
vida da Taq DNA polimerase que é de 30min a 95ºC, em parte, o que desaconselharia para
alguns a utilização de mais do que 30 ciclos de amplificação com a temperatura de
desnaturação a 95ºC, entretanto, é possível reduzir a temperatura de ação da desnaturação
após os 10 primeiros ciclos de amplificação, porque o comprimento do DNA alvo diminui,
então para moldes de 300 pb ou de menos e que apresente 50% de G/C, a temperatura de
desnaturação pode ser reduzida até 88ºC (YAP e McGEE, 1991). Nestas condições, não
haverá muita diminuição na atividade da enzima mesmo com mais de 40 ciclos de PCR.
Num cenário menos favorável, ocorrendo a mutação e propagação de uma única
molécula alvo durante o primeiro ciclo da PCR, existiria depois disso uma freqüência de 25%
no produto final da PCR. Desde que centenas de cópias de alvos são rotineiramente usadas
como DNA origem na PCR e a maioria das más incorporações terminam a síntese de DNA, a
freqüência de erro observada é significantemente menor que 25%. A enzima Phi29 que faz
parte de um kit comercial (genomicPhi®, Amersham Biosciences) é capaz de usar primers
hexâmeros e suporta a síntese por deslocamento de fita. A atividade de correção de erros da
exonuclease 3’ - 5’ resulta em DNA amplificado com maior fidelidade quando comparada a
Taq DNA polimerase. Essa polimerase é altamente processiva e por isso é utilizada quando o
material genético presente em amostras clínicas não está disponível em quantidade e/ou
qualidade suficiente, impedindo a amplificação pela PCR usando Taq polimerase (AZEVEDO
et al., 2004).
24
1.5
PCR quantitativo (qPCR)
O PCR quantitativo (qPCR) foi desenvolvido com a finalidade de estimar o número de
cópias de um gene de interesse ( DOLKEN et al., 1998; HIGUCHI et al., 1993). O qPCR é
uma variação da técnica do PCR convencional que visa quantificar uma amostra de DNA ou
RNA usando sequência de primer específico, determinando assim o número de cópias de uma
determinada sequência. Se uma quantidade elevada de DNA ou RNA está presente na amostra
é detectado nos ciclos iniciais, mas se a quantidade for pequena é detectado em ciclos mais
tardios (HEID et al., 1996).
A PCR quantitativa (qPCR) vem sendo utilizada para detecção e diagnóstico de
deleções genéticas, para estudo de expressão gênica e para estimação da carga viral de HIV-1.
E podendo ser usada para quantificar a expressão de RNAs mensageiros em baixos níveis ou
fragmentos de DNA, permitindo a detecção e quantificação direta dos produtos da PCR
durante a fase exponencial da reação, e assim combina amplificação e detecção em um
passo (GIULIETTI et al., 2001). O princípio da técnica baseia-se na atividade exonuclease
5’3’da enzima Taq DNA polimerase e na construção de sondas de oligonucletídeos
marcadas duplamente. Estas sondas são baseadas no princípio FRET “Transferência de
Energia de Ressonância da Fluorescência” e emitem sinal de fluorescência somente quando
clivadas. Em PCR em tempo real utilizando-se sondas Taq Man, a sonda específica para o
gene de interesse é marcada duplamente com um corante repórter em uma extremidade (5’) e
uma substância que absorve a luz (Supressor) na outra (3’). Na forma livre, a transferência de
energia fluorescente ocorre de forma que a emissão pelo repórter é absorvida pelo
“Supressor”. Quando ocorre a degradação da sonda pela enzima Taq DNA polimerase,
durante a PCR, os fluoroforo repórter e o silenciador são separados e a emissão de
fluorescência do repórter não será mais absorvida pelo “quencher”, resultando em um
aumento de emissão de fluorescência pelo repórter que será detectada e quantificada. O
aumento na emissão de fluorescência pode ser monitorado por um detector em tempo real,
durante a reação de PCR, e é uma consequência direta da amplificação da sequência de DNA
de interesse (GIULIETTI et al., 2001).
25
Enquanto a quantificação de DNA por multiplex PCR foi previamente descrita
(METZKER ET et al., 1995), a quantificação de RNA vem sendo intensamente pesquisada.
Para várias aplicações, estimar a quantidade relativa de produtos de PCR é suficiente para
descrever a presença do agente etiológico. A quantificação absoluta de moléculas de RNA,
entretanto, tem sido mais difícil do que para DNA por causa da dificuldade de gerar controles
precisos.
Padrões internos derivados de RNA sintético ou cDNA vem sendo desenhados para
conter a mesma seqüência de primers que o alvo, mas gerando um produto de PCR de
tamanho diferente que pode ser facilmente separado por eletroforese. Os cDNAs não são
apenas co-amplificados com as seqüências alvo, mas também servem para quantificar a
variabilidade da eficiência da síntese de cDNA. Mais ainda, qPCR é tipicamente realizada na
fase log ou exponencial do processo de amplificação para obter resultados quantitativos
precisos, a quantidade absoluta de mRNA pode ser quantificada por diluições seriadas da
mistura alvo/controle interno e por extrapolações da curva padrão (METZKER e CASKEY,
2005). A variabilidade da quantidade de alvos iniciais e a presença de vários inibidores
podem, entretanto, afetar adversamente a cinética e eficiência da PCR. A qPCR em tempo real
(HEID et al., 1996) usando uma 5´-nuclease fluorôgenica ou ensaio “Taq Man” vem sendo
desenvolvida para medir precisamente as quantidades iniciais de seqüências alvo.
Diferentemente da eletroforese em gel de agarose, a qPCR em tempo real tem a vantagem
única de começar em um sistema de tubo fechado, o qual pode significativamente reduzir
contaminação ambiental. Usando esta técnica, pode-se facilmente monitorar e quantificar
precisamente o acúmulo de produtos de PCR durante a fase log da amplificação (HOLLAND
et al., 1991).
A evolução na área molecular modificou e aperfeiçoou alguns tipos de diagnóstico de
uma forma geral, e ainda está sendo fonte de grandes estudos. Foi, porém, na última década,
que as técnicas de clonagem, de produção in vitro de DNA a reação em cadeia da polimerase
(PCR) e de seqüenciamento de material genético ficaram mais acessíveis e eficientes. Além
de rápida, a técnica de PCR apresenta vantagem de usar quantidades muito pequenas de DNA.
Teoricamente, a cnica pode ser eficaz até se realizada a partir de uma molécula de DNA
proveniente de uma única célula, o que traz grandes vantagens no diagnóstico de várias
doenças. A sensibilidade da PCR tem sido estudada também na pesquisa de doença neoplásica
residual mínima, com uma média de detecção de uma célula clonal em 2x10
5
células,
superando, assim, outras técnicas utilizadas antes do advento da PCR (STETLER-
26
STEVENSON et al., 1988). A PCR também possibilita a amplificação de regiões do genoma,
a partir de quantidades pequenas de DNA, o qual pode até estar degradado (SAIKI et al.,
1988). Em vista disso, esta técnica torna-se uma metodologia de escolha para a utilização em
tecido fixado em formalina e em blocos de parafina (SEPP et al., 1994), além de outros
materiais de arquivo e de fontes escassas de DNA, ampliando, assim, as possibilidades de
utilização da técnica.
Consequentemente, com os avanços no emprego e na realização da técnica de
polimerização em cadeia, os métodos de extração de DNA também passaram por um processo
de aprimoramento, melhorias e adequações, de forma a serem empregados nos mais diferentes
tipos de fontes de DNA potenciais, ampliando o campo de utilização da PCR. Esses avanços
técnicos têm contribuído para o desenvolvimento de grande número de formas efetivas de
prospecção e descobertas de mutações pontuais, antes desconhecidas. A PCR é uma técnica
da biologia molecular que tem um grande potencial para a análise genética de tecidos. Isso
inclui diagnóstico pré-natal rápido de doenças hereditárias (SAIKI et al., 1988), detecção de
doença residual (LEE et al., 1987), detecção de clonalidade em lesões linfoproliferativas (MC
CARTHY et al., 1990), identificação de mutações pontuais em protooncogenes celulares
(HALASSOS et al., 1989), diagnóstico de infecções virais (LAURE et al., 1988) detecção de
DNA de plasmódio (SCHINDLER et al., 2001) e de Shistosoma mansoni (ABATH et al.,
2002), e muitos outros patógenos infecciosos como: Helicobacter pilory (LAGE et al.,1995);
Herpes simplex (CHESKY et al., 1998 & EISENSTEIN,1990); Mycobacterium tuberculosis
(.TAN et al, 1999); Vírus da Hepatite B –HBV (URDEA,1993 & EISENSTEIN, 1990); Vírus
da Hepatite C HCV (TOYODA et al, 1996); Toxoplasma gondii (EISENSTEIN, 1990);
Yersinia pestis (LEAL e ALMEIDA, 1999); Entamoeba histolytica (PINHEIRO et al, 2004);
Streptococus sp. (CHESKY et al., 1998).
O aprimoramento da técnica de PCR permitiu, além da detecção do ácido nucléico, a
sua quantificação como, por exemplo, a carga viral dos agentes etiológicos das hepatites B e
C e do HIV. A quantificação desses vírus é um parâmetro preditivo e de resposta terapêutica
(LAU et al., 1993). Dessa forma, vale salientar que esta técnica pode ser utilizada para o
monitoramento de agentes contaminantes em uma série de produtos industrializados,
permitindo a obtenção de resultados rápidos e precisos, e tendo em vista que na indústria o
aumento de eficiência e a redução de tempo podem resultar em diminuição de custos, o
desenvolvimento de protocolos baseados na qPCR podem contribuir para um crescimento
mais sustentável deste segmento da economia.
27
1.6 RNA ribossômico 16S
Os rRNAs distintos se combinam com as proteínas ribossomais para formar os
ribossomos, estas organelas auxiliam diretamente na síntese de proteínas. Os ribossomos são
compostos por duas subunidades principais, cada uma possuindo pelo menos um tipo distinto
de rRNA combinado a proteínas ribossomais. A menor subunidade ribossomal contém um
único tipo de rRNA e 20 proteínas em procariontes ou 30 proteínas em eucariotos. Em
procariotos a grande subunidade ribossomal contém dois rRNAs e cerca de 30 proteínas,
enquanto que em eucariotos possuem três rRNAs combinados a cerca de 40 proteínas
ribossomais, ocorrendo um único exemplar de proteína presente em cada ribossomo. Devido à
necessidade de ribossomos para produção de proteínas nos seres vivos, considera-se que a
síntese de rRNA é necessária à vida, pois é universalmente utilizada pelos seres vivos
(HILLIS e DIXON, 1991). Procariotos podem ter uma ou várias cópias dos genes de rRNAs,
com os mesmos podendo se organizar em um único operon, mas também podem estar
dispersos pelo genoma (BROSIUS et al., 1981 e MORGAN, 1982). Os rRNAs são
normalmente classificados de acordo com sua taxa de sedimentação, a unidade S (Svedburg).
Estas subunidades variam de tamanho que vão desde 5S em procariotos até 28S em genomas
nucleares de eucariotos (GUTELL et al., de 1993). Os rRNAs de bactérias são classificados
como 5S, 16S e 23S, sendo o 16S constitutivo da subunidade menor e alvo de estudos mais
intensos. Amplamente utilizado para amplificação por PCR e sequenciamento a fim de
identificação de microrganismos (SILVA et al., 2006). Além disso, os genes 16S e 18S rRNA
(nuclear em eucariotos) tem sido estudados devido à sua lenta evolução, dessa forma,
compreende-se o porque da sua utilização em estudos que abordam antigos eventos
evolutivos. Por meio disso, registra-se uma extensa diversidade filogenética entre os
procariontes, sendo possível o reconhecimento de linhagens distintas como bactérias e
arqueobactérias (WOESE, 1987 e GOUY e LI, 1989). Além da elucidação de grandes grupos,
o gene 16S também pode ser aplicado em estudos sobre as relações dentro dos grupos. Assim,
o estudo do DNA ribossômico (rDNA) tem proporcionado uma grande riqueza de
informações sobre relações filogenéticas entre espécies estreitamente relacionadas e
populações (HILLIS e DIXON, 1991). Sua utilização na taxonomia pode ser ilustrada na
caracterização de linhagens de Bacillus, onde a realização de 50 testes pode caracterizar
apenas de 1 a 3% do potencial genético (CLAUS e FRITZE, 1989), não expressando toda a
28
informação taxonômica necessária para a caracterização. Dessa forma, a utilização do rRNA
16S é uma importante ferramenta na caracterização e detecção de microrganismos.
29
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Descrever um método alternativo para quantificação de bactérias em produtos
industrializadas, utilizando a técnica de PCR em tempo real (qPCR) e comparar com à
metodologia tradicional.
2.2 Objetivos Específicos
Obtenção de uma suspensão de bactérias cultiváveis com concentração conhecida para
utilização como curva de calibração e contaminação das amostras industrializadas;
Fracionar a suspensão bacteriana para formação da curva de calibração e avaliação do
limite de detecção (PCR convencional) em UFC.mL
-1
, utilizando DNA purificado.
Extrações de DNA genômico total da curva calibração e das amostras industrializadas
contaminadas por S. aureus e E. coli;
Quantificação molecular da suspensão padronizada como curva calibração e das
amostras industrializadas contaminadas, através da técnica de PCR em tempo real;
Comparações das metodologias para quantificação baseada em cultivo (UFC.mL
-1
) e
PCR em tempo real (DNA).
30
3 MÉTODO
3.1 Quantificação de microrganismos para obtenção de uma curva
calibração e contaminação das amostras industrializadas com concentração
conhecida.
Para a realização do teste foram preparadas cultura recente dos microrganismos S.
aureus e E. coli, em 5 ml TSB, 28ºC por 48 horas. Posteriormente foram realizadas diluições
seriadas, 5mL 1 / 10mL(mãe) 1mL / 10mL (10
2
) 1mL / 10mL (10
4
) 1mL / 10mL
(10
6
) 1mL / 10mL (10
8
). Após realizadas as diluições, cada tubo foi agitado
individualmente e 1 mL da suspensão foi transferido para cada uma de duas placas de petri
esterilizadas. Em seguida, foram distribuídos cerca de 15-20 mL do meio TSA (Trip Soy
Agar), observando a temperatura do meio de cultura para que esteja aproximadamente 45ºC.
O meio de cultura juntamente com a suspensão bacteriana foi adicionado nas placas de
petri e incubado a 28
o
C por 2-3 dias. Após o período de incubação, foi realizada a contagem
do número de UFC’s pelo método tradicional de contagem bacteriana de todas as diluições
realizadas, com o auxílio do contador de colônias. As suspensões de escolha para utilização
como curva de calibração e contaminação das amostras foram a diluição 1 x 10
-4
contendo
uma concentração de 1 x 10
4
UFC.mL
-1
. As demais diluições foram descartadas por
apresentar uma alta contagem de UFC’s ou estarem muitas diluídas. Seguida da escolha das
suspensões foi realizado o fracionamento das suspensões tanto da S. aureus como da E. coli
partindo de
6 x 10
2
UFC.mL
-1
; 5 x 10
2
UFC.mL
-1
;4 x 10
2
UFC.mL
-1
; 3 x 10
2
UFC.mL
-1
; 2 x
10
2
UFC.mL
-1
; 1 x 10
2
UFC.mL
-1
; 0,6x 10
2
UFC.mL
-1
; 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
; 0,15 x 10
2
UFC.mL
-1
; 0,05 x 10
2
UFC.mL
-1
; 0,01 x 10
2
UFC.mL
-1
, seguida da extração do DNA total de todas as
amostras fracionadas,
onde foi possível avaliar o limite de detecção da PCR convencional. Em
relação às amostras industrializadas a serem analisadas foi realizado um controle negativo
pelo método tradicional para verificar a possível existência de contaminante nos produtos,
alterando o resultado na etapa de quantificação molecular. Após o período 48 horas de
incubação, verificou-se que não havia crescimento bacteriano, sendo utilizado como
31
parâmetro no controle negativo, mesmo sabendo da possibilidade da existência de bactérias
não cultiváveis.
Os produtos industrializados que foram contaminados e serviram como parâmetros para
o desenvolvimento do método molecular são: Água industrial/Potável lote: 156768 Fab.
08/2009 Val. 02/2013, produto alimentício (Leite Nan A.R.) lote: 9168046041
Val.01/09/2010 e produto Farmacêutico (Snif) lote: 149688 A Fab. 03/2009 Val. 03/2011. A
Água industrial/Potável na embalagem de 10 mL foi contaminada com 6 mL da suspensão
padronizada com 10 x 10
2
UFC.mL
-1
ficando com uma concentração 6 x 10
2
UFC.mL
-1
, a
outra contaminação utilizada foi 0,33 mL ficando 2 x 10
2
UFC.mL
-1
e 100µL ficando 0,6 x
10
2
UFC.mL
-1
dos microrganismos E. coli e S. aureus. O produto farmacêutico (Snif na
embalagem de 10 mL), e o produto alimentício (Leite Nam A. R. 1g.10mL
-1
), foi
contaminado com 3 mL da suspensão padronizada com 10 x 10
2
UFC.mL
-1
ficando com uma
concentração 3 x 10
2
UFC.mL
-1
, a outra contaminação que utilizada foi de 0,33 mL ficando
com uma concentração de 1 x 10
2
UFC.mL
-1
e 100 µL ficando 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
dos
microrganismos E. coli e S. aureus.
3.2 Contagem de microrganismos de acordo a Farmacopéia
Americana e Brasileira.
As especificações de qualidade dos produtos, desde os insumos utilizados na
fabricação de todas as formas farmacêuticas até a embalagem final, são de competência legal
e, exclusiva, das farmacopéias. Essas especificações garantem a qualidade do produto, bem
como estabelecem os requisitos máximo da quantidade de bactérias presentes nos produtos
produzidos ou usadas em nosso país, servindo, ainda, como parâmetro para as ações da
Vigilância Sanitária. De acordo com códigos oficiais a analise de contagem bacteriana em
produtos industrializados são:
Para o produto Água Potável/Industrial; foi coletado 1 mL da amostra, o qual foi
transferido para cada uma das duas placas de petri esterilizadas. Foram adicionados 15-20 mL
de meio de cultura Plate-Count-Agar (PCA) liquefeito às placas. Certificando-se de que a
32
temperatura do meio de cultura estivesse entre 45 – 50ºC, homogeneizando e sendo incubadas
por um período de 48 horas em estufa de 30 – 35ºC.
Após o período de incubação as UFC’s foram contadas com auxílio de contador de
colônias e os resultados foram registrando.
Especificações segundo farmacopéia: Limite de alerta: 2,5 x 10
2
UFC.mL
-1
Limite
máximo: 5 x 10
2
UFC.mL
-1
Para a realização dos demais produtos farmacêuticos e alimentício, foi pesado 10 g (se a
amostra for sólida usar balança analítica) ou 10 mL (no caso de amostras líquidas usar pipetas
esterilizadas) foram coletados no Fluxo laminar ou Bico de Bunsen, e transferido com
espátula esterilizadas para frasco previamente identificado contendo 90 mL do diluente
adequado tampão pH 7,2, homogeneizando delicadamente por aproximadamente um minuto.
Após foi pipetado nas placas de petri esterilizadas alíquotas de 1,0 ou 0,1mL da diluição, em
seguida foram adicionados 15-20 mL do meio de cultura TSA (Tryptic Soy Agar)
esterilizados, previamente fundido e resfriado a temperatura de aproximadamente 45ºC foram
adicionados as placas, seguida da homogeneização com movimentos suaves em forma de “8”.
Após a solidificação do ágar, as amostras foram incubadas a 30-35ºC por 48 horas e a leitura
das placas foram realizadas no contador de colônias para posterior cálculo da densidade
populacional.
Especificações segundo farmacopéia: Limite de alerta: 0,1 x 10
2
UFC.mL
-1
Limite
máximo: 1 x 10
2
UFC.mL
-1
Posteriormente estas amostras foram contaminadas com as suspensões com
concentração conhecida contendo as bactérias S. aureus e E. coli. Após ter verificado a
presença de contaminantes nas amostras por meio da metodologia tradicional, foram
realizadas a extração do DNA total e seguida da amplificação pela técnica de PCR
convencional. Para verificar se os componentes de suas formulações poderiam alterar o
processo extração do DNA. Sendo descartada esta hipótese devido à confirmação da presença
de DNA contaminante visualizada através do gel de agarose 1% (figuras 13 e14).
33
3.3 Extração de DNA genômico total
A extração do DNA genômico total foi realizada pelo método de bead beater”, onde
primeiramente foi centrifugado 1 mL do produto por 5 minutos a 14.000 g, em seguida
descartou-se o sobrenadante e foi adicionado 500 µL de solução Tampão de Extração (Tris
1M e pH 8.0; EDTA, 0,5M; NaCl 5M e H
2
O ultra pura). O conteúdo foi agitado em vortex e
centrifugado por 5 minutos a 14.000 g. Após o descarte do sobrenadante, novamente foi
adicionado 500 µL de TE juntamente com 30µL de SDS 10% (dodecil sulfato de sódio). A
solução foi incubada em termobloco por 10 minutos a 70°C. Logo após, foram adicionadas 2
pás de de sílica (Glass Beads 0,1mm) e os microtubos foram agitados por 1 minuto no
bead-beater. Em seguida, foram adicionados 500 µL de fenol saturado e misturados por
inversão e centrifugado por 10 minutos. Depois, o sobrenadante foi transferido para tubos
limpos, onde foi acrescentado 1 volume de fenol-clorofórmio, agitou-se novamente por
inversão e centrifugando-se por 5 minutos a 14.000 g. O sobrenadante foi novamente
transferido para outros tubos contendo 0,1 volume de NaCl 5M e 0,6 volume de isopropanol
absoluto e centrifugados por 10 minutos a 14.000 g. O sobrenadante foi descartado e 300 µL
de etanol 70% foram adicionados, em seguida centrifugou-se por 3 minutos a 9.700 g,
descartando o sobrenadante. Após a evaporação total do álcool, foram adicionados 30µL de
H
2
O ultra pura, finalizando o procedimento.
As amostras de DNA extraído foram analisadas através de eletroforese em gel de
agarose a 1%, em tampão TAE (Tris-acetato 40mM; EDTA 2mM), coradas com brometo de
etídio, com a finalidade de verificar a e a qualidade da amostra.
Devido baixas concentrações de colônias bacterianas não se observou a formação de
precipitados nos tubos durante a etapa de extração, gerando dúvida quanto à presença de
DNA, mas esta hipótese foi refutada, pois mesmo em concentrações menores de células
bacterianas a técnica de PCR foi sensível o suficiente para a detecção de DNA bacteriano.
3.4 PCR convencional amplificação e sequenciamento do 16S rRNA
34
A técnica de PCR foi utilizada para amplificação do 16S do rRNA. Para realização da
técnica foram utilizados os primers R1387 (5´-CGGTGTGTACAAGGCCCGGGAACG-3´) e
968F (5´-AAATTTTTGGG -3´), os quais são específicos para o domínio Bactéria. A PCR foi
realizada em um volume final de 50 µL contendo tampão da enzima 1 X, 5 mM de MgCl2,
0,25 mM de cada dNTPs, 0,1 µM de cada primer, 0,1U/µL de Taq DNA Polimerase. A reação
da amplificação foi realizada em termociclador, programado para realizar uma desnaturação
inicial a 94°C por 4 minutos, 35 ciclos de desnaturação a 94°C por 30 segundos, anelamento a
62,5°C por 1 minuto e extensão de primers 72°C por 1 minuto, seguida de extensão final a
72°C por 10 minutos. Após a amplificação, 5µL da reação de PCR foram avaliados por
eletroforese em gel de agarose (1%).
3.5 Análise por PCR quantitativo (PCR em tempo real)
A reação de amplificação por qPCR foi conduzida em termociclador iQTM5 (Bio-Rad),
utilizando os primers R1387 (5´-CGGTGTGTACAAGGCCCGGGAACG-3´) e 968F (5´-
AAATTTTTGGG -3´), os quais são específicos para o domínio Bactéria. O termociclador foi
programado para uma desnaturação inicial em 5 minutos a 94°C, seguida de 40 ciclos de 15
segundos a 94°C e 1 minuto a 62°C. Na reação de qPCR a especificidade dos primers foi
avaliada por meio de uma curva de desnaturação com o gradiente de 60 a 96°C variando 1°C
a cada 30 segundos. Cada reação de amplificação foi realizada em um volume final de 25 µL,
contendo 2 µL de DNA (100 ng), 10 µM de cada primer e 12,5 µL da solução do kit
PlatinumÒ SYBRÒ Green qPCR SuperMix-UDG (Invitrogen). A eficiência da reação foi
calculada utilizando o programa LinRegPCR (RAMAKERS et al., 2003).
A quantificação da expressão gênica por meio de qPCR foi baseada na expressão de
um gene alvo em relação a um gene de referência (gene com expressão reconhecidamente
constitutiva) pelo modelo matemático de Pfaffl que calcula a razão da expressão relativa de
um gene alvo baseado na eficiência da reação de qPCR (E) e no ponto em que a fluorescência
ultrapassa satisfatoriamente a fluorescência de background (Ct) de uma amostra desconhecida
vs. um controle, e é expresso em relação a um gene referência, de acordo com a seguinte
equação (PFAFFL, 2001).
35
4 RESULTADOS
4.1 Desenvolvimento da curva de calibração
O experimento realizado teve como principal finalidade melhorar a qualidade das
analises. Foi utilizado método tradicional de contagem bacteriana para verificar as
contaminações nas suspensões selecionadas e posteriormente utilizadas como curva de
calibração, seguida de uma quantificação pelo método proposto. Para melhor expressar os
resultados encontrados foi realizado um controle semeando a suspensão utilizada como curva
de calibração em duplicatas (Figuras 1) dos microrganismos S. aureus e E. coli na
concentração de interesse.
As suspensões que foram selecionadas apresentavam uma concentração de
10 x 10
2
UFC.mL
-1
dos microrganismos S. aureus e E. coli, podendo ainda existir a presença de
bactérias não cultiváveis alterando o resultado final, e através destas padronizações seguiu-se
os fracionamentos 6 x 10
2
UFC.mL
-1
; 5 x 10
2
UFC.mL
-1
;4 x 10
2
UFC.mL
-1
; 3 x 10
2
UFC.mL
-
1
; 2 x 10
2
UFC.mL
-1
; 1 x 10
2
UFC.mL
-1
; 0,6x 10
2
UFC.mL
-1
; 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
; 0,15 x 10
2
UFC.mL
-1
; 0,5 x 10
1
UFC.mL
-1
; 0,1 x 10
1
UFC.mL
-1
.
Seguida da extração do DNA total pelo
método de bead-beater e amplificação pela PCR convencional. Foram utilizados dois
volumes diferentes (2 µL e 6 µL) para garantir a amplificação. Onde foi possível verificar
através do gel de agarose 1% o limite de detecção das diluições seriadas em UFC.mL
-1
(
figuras 2, 3 e 4). Após ter observado a eficiência da técnica de PCR convencional em detectar
baixas concentrações 0,1 x 10
1
UFC.mL
-1
E. coli e 0, 5 x 10
1
UFC.mL
-1
para S. aureus
e
garantir a presença de DNA nas amostras fracionadas algumas foram selecionadas e
(E
alvo
)
CP
alvo (controle
-
amostra)
(E
ref.
)
CPref. (controle - amostra)
Razão (RER)
36
analisadas em PCR em tempo real e através dos resultados obtidos foi possível realizar uma
curva de calibração sendo utilizada como parâmetro para a quantificação da contaminação
dos produtos industrializados.
A B
Figura 1: Crescimento da bactéria S. aureus na concentração 6 x 10
2
UFC.mL
-1
(A) e crescimento de E.coli na
concentração 6 x 10
2
UFC.mL
-1
(B). As placas foram analisadas após 48horas de crescimento em meio cultura
TSA (Trip Soy Agar).
4.2 PCR realizado para avaliação do limite de detecção nas suspensões
utilizadas como curva calibração
O processo de extração e avaliação do limite de detecção foi possível através da técnica
de PCR convencional seguida de observação das bandas em gel de agarose 1%. O volume
utilizado no termociclador para amplificação e detecção de banda variou de 2 µL para 6 µL
conforme demonstrado na eletroforese de gel de agarose 1% figuras 2, 3 e 4. Na avaliação da
sensibilidade da técnica de PCR em detectar o limite mínimo de DNA em relação à
quantidade de colônias presente em cada diluição, foi observado que o DNA extraído da
suspensão que teoricamente apresentava 0,1 x 10
1
UFC.mL
-1
do microrganismo E. coli,
resultou em aparecimento de banda sendo verificado nos pontos 23 e 24 da (figura 3) apesar
de ser a mesma amostra, mas sendo amplificado com um volume diferente foi verificado que
o volume de 2 µL apresentou uma qualidade melhor amplificação. Fato este que não foi
repetido para a bactéria S. aureus, que apresentou uma qualidade inferior na sua amplificação,
37
sendo possível detectar o aparecimento de banda na extração da suspensão contendo 0, 5 x
10
1
UFC.mL
-1
de DNA (Figura 4), nos pontos 49 e 50, inversamente aos dados anteriores o
volume que melhor representa a qualidade da amplificada é de 6 µL demonstrando que a
extração do DNA total da suspensão foi inferior em comparação a suspensão da E. coli,. Esse
resultado pode ser devido ao fato que as bactérias Gram-positivas como S. aureus apresentam
uma parede peptidoglicanas muito espessa que podem dificultar a extração de DNA, ou ter
sofrido algum tipo de perda durante o processo, dificultando a formação de banda. Já a
bactéria E. coli por apresentar uma parede mais pobre em peptidoglicanas (Gram Negativa),
pode alterar a qualidade e quantidade do DNA extraído, alterando também a sensibilidade da
análise.
Na avaliação geral da sensibilidade do método empregado para verificar o limite de
detecção, os resultados demonstraram uma boa eficiência tanto no preparo da suspensão
quanto na etapa de extração do DNA total. Embora tenha sido verificada variação na
concentração em UFC.mL
-1
, o DNA obtido na extração apresentou ótima qualidade, não
sendo constatada degradação do DNA, a qual seria observada pela presença de um arraste no
gel, indicando a presença de fragmentos de DNA de tamanho variado (figura 2, 3 e 4).
Sabendo que a técnica de PCR foi sensível mesmo em concentrações baixas de
UFC.mL
-1
, podemos passar o estudo para próxima etapa, quantificação do DNA total extraído
da curva calibração e das amostras contaminadas, através da técnica de PCR em tempo real.
Figura 2: Eletroforese em gel de agarose 1 % mostrando os fragmentos da amplificação do gene 16S na
suspensão utilizada como curva de calibração contendo a bactéria E. coli. Marcador peso molecular (1 kb) .
M - Marcador 1kb; 026 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 2µL DNA; 03 - 6 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli L DNA; 04 - 5 x
10
2
UFC.mL
-1
E. coli L DNA; 05 - 5 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli L DNA; 06 - 4 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli L
DNA; 07 - 4 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coliL DNA; 08 - 3 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 2µL DNA; 09 - 3 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 6µL DNA; 10 - 2 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coliL DNA ; 11- 2 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coliL DNA; 12 - 1 x
10
2
UFC.mL
-1
E. coli 2µL DNA; 13 - 1 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 6uL DNA; 14 0,6x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 2uL
DNA; 15 0,6 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 6uL DNA; 16 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 2uL DNA; 17 0,3x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 6uL DNA; 18 – 0,15 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 2uL DNA; 19 - 0,15 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 6uL
DNA; 20 - 0,05 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 2uL DNA
38
Figura 3: Eletroforese em gel de agarose 1 % mostrando os fragmentos da amplificação do gene 16S na
suspensão utilizada como curva de calibração contendo as bactérias E. coli, S. aureus, λ lambda e marcador peso
molecular (1 kb). M - Marcador 1kb; 22 - 0,05 x 102 UFC.mL-1E. coli L DNA; 23 - 0,01 x 102 UFC.mL-1E.
coli 2µL DNA; 24 - 0,01 x 102 UFC.mL-1E. coli L DNA; 25-λ-1µL( 25ng/ml); 26 - λ - L (50ng/mL); 27 -
λ - L (75ng/mL); 28 - λ - L (100ng/mL); 29 - λ - L (125ng/mL; 30 - 6 x 102 UFC.mL-1 S. aureus L
DNA; 31 - 6 x 102 UFC.mL-1 S. aureus 6µL DNA; 32 - 5 x 102 UFC.mL-1 S. aureus 2µL DNA; 33 - 5 x 102
UFC.mL-1 S. aureus L DNA; 34 - 4 x 102 UFC.mL-1 S. aureus 2µL DNA; 35 - 4 x 102 UFC.mL-1 S. aureus
L DNA; 36 - 3 x 102 UFC.mL-1 S. aureus 2µL DNA; 37 - 3 x 102 UFC.mL-1 S. aureus L DNA; 38 - 2 x
102 UFC.mL-1 S. aureus L DNA; 39- 2 x 102 UFC.mL-1 S. aureus L DNA; 40 - 1 x 102 UFC.mL-1 S.
aureus 2µL DNA
Figura 4: Eletroforese em gel de agarose 1 % mostrando os fragmentos da amplificação do gene 16S da bactéria
S. aureus e controles. Marcador peso molecular (1 kb). M - Marcador 1kb; 42 - 1 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureusL;
43 0,6 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus L DNA; 44 0,6 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus L DNA; 45 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus L DNA; 46 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus L DNA; 47 0,15 x 10
2
UFC.mL
-1
S.
aureus L DNA; 48 - 0,15 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus L DNA; 49 - 0,05 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus L
DNA; 50 - 0,05 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureusL DNA; 51 - 0,01 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureusL DNA; 52 - - 0,01
x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus L DNA; 53 - Amostra1 teste L DNA; 54 - Amostra1 teste L DNA; 55 -
Amostra 2 teste L DNA; 56 - Amostra 2 teste L DNA; 57 - MIX L DNA; 58 - MIX L DNA; 59 -
Branco 2µL DNA; 60 - Branco L DNA
39
4.3 Contaminações das amostras com concentração conhecida
Para a contaminação das amostras industrializadas foram utilizadas as mesmas
suspensões obtidas na curva calibração contendo os mesmos microrganismos E. coli e S.
aureus. Após a padronização da suspensão com carga microbiana conhecida, contendo cepas
bacterianas S. aureus e E. coli, os quais são utilizadas como padrão para análises de
contaminantes em produtos industrializados. Sendo incubadas pelo período de 48 horas e
avaliados pelo método tradicional de contagem microbiana. Foi verificada a presença de
contaminantes (UFC.mL
-1
), mas a técnica deixava algumas duvidas na interpretação dos
resultados, existia a possibilidade das células bacterianas estarem próximas umas das outras,
formando apenas uma UFC.mL
-1
e a turvação do meio de cultura que dificultava a contagem
de UFC.mL
-1
nas placas. Como já se sabia o grau de contaminação destes produtos foi
possível fazer a quantificação pelo método molecular.
A contaminação da amostra Água Industrial/Potável foi realizado com uma suspensão
contendo 6 x 10
2
, 2 x 10
2
e 0,6 x 10
2
UFC.mL
-1
das bactérias E. coli e S. aureus (Figuras 5 e
6), as amostras que foram contaminadas com 6 x 10
2
UFC.mL
-1
estava em desacordo com as
especificações farmacopéicas não estando disponível para comercialização.
Os produtos alimentício e farmacêutico foram contaminado com 3 x 10
2
UFC.mL
-1
, 1
x 10
2
UFC.mL
-1
e 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
, de acordo as especificações vigentes amostras que
foram contaminadas com 3 x 10
2
UFC.mL
-1
estava em desacordo com as especificações
farmacopéicas não estando disponível para comercialização (Figuras 7, 8, 9 e 10). E um
controle negativo das amostras foram realizado (Figura 11), para verificar a carga microbiana
inicial. Onde foi constatado pelo método tradicional de contagem microbiana que não havia
contaminação nos produtos antes da contaminação, mas sabemos que existe a possibilidade da
presença dos microrganismos não cultiváveis.
E um controle positivo também foi aplicado (Figura 12), para verificar a qualidade do
meio cultura utilizado, verificando as possíveis perdas de nutrientes durante a etapa de
preparo (autoclavação), interferindo no crescimento das colônias.
40
A B
C
Figura 5: Crescimento bacteriano proveniente de amostra industrializada, Água Industrial/Potável. As amostras
foram contaminadas nas concentrações de 6 x 10
2
(A), 2 x 10
2
(B) e 0,6 x 10
2
(C) UFC.mL
-1
de E. coli. As
placas foram analisadas após 48horas de crescimento em meio e cultura TSA (Triptic Soy Agar).
A B
C
Figura 6: Crescimento bacteriano proveniente de amostra industrializada, Água Industrial/Potável. As amostras
foram contaminadas nas concentrações de 6 x 10
2
(A), 2 x 10
2
(B) e 0,6 x 10
2
(C) UFC.mL
-1
de S. aureus. As
placas foram analisadas após 48horas de crescimento em meio e cultura TSA (Triptic Soy Agar).
41
A B
C
Figura 7: Crescimento bacteriano proveniente de amostra industrializada de produto alimentício. As amostras
foram contaminadas nas concentrações de 3 x 10
2
(A), 1 x 10
2
(B) e 0,3 x 10
2
(C) UFC.mL
-1
de E. col. . As
placas foram analisadas após 48horas de crescimento em meio e cultura TSA (Triptic Soy Agar).
A B
C
Figura 8: Crescimento bacteriano proveniente de amostra industrializada de produto alimentício. As amostras
foram contaminadas nas concentrações de 3 x 10
2
(A), 1 x 10
2
(B) e 0,3 x 10
2
(C) UFC.mL
-1
de S. aureus. As
placas foram analisadas após 48horas de crescimento em meio e cultura TSA (Triptic Soy Agar)
A B
42
C
Figura 9: Crescimento bacteriano proveniente de amostra industrializada de produto farmacêutico. As amostras
foram contaminadas nas concentrações de 3 x 10
2
(A), 1 x 10
2
(B) e 0,3 x 10
2
(C) UFC.mL
-1
de E. coli. As placas
foram analisadas após 48horas de crescimento em meio e cultura TSA (Triptic Soy Agar).
A B
C
Figura 10: Crescimento bacteriano proveniente de amostra industrializada de produto farmacêutico. As amostras
foram contaminadas nas concentrações de 3 x 10
2
(A), 1 x 10
2
(B) e 0,3 x 10
2
(C) UFC.mL
-1
de S. aureus. As
placas foram analisadas após 48horas de crescimento em meio e cultura TSA (Triptic Soy Agar)
43
A B C
Figura 11: Controle negativo realizado nas amostras antes da contaminação; Água Industrial/potável (A),
produto alimentício (B) e produto farmacêutico(C). As placas foram analisadas após 48horas de crescimento em
meio e cultura TSA (Triptic Soy Agar).
A
B
Figura 12: Crescimento bacteriano proveniente da suspensão padronizada como curva de calibração utilizada
como controle positivo. As amostras foram contaminadas nas concentrações de 5 x 102 UFC.mL-1 de S. aureus
(A) e com 5 x 10
2
UFC.mL
-1
de E. coli (B). As placas foram analisadas após 48horas de crescimento em meio e
cultura TSA (Triptic Soy Agar).
44
4.4 Avaliação do processo de extração do DNA bacteriano dos
produtos industrializados contaminados
Nesta etapa foi demonstrada a eficiência do método de extração do DNA das amostras
contaminadas e verificado possíveis interferências dos produtos industrializados durante a
etapa de extração do DNA total pelo método bead beater”. Como podem ser observados, os
produtos que foram contaminados com três concentrações diferentes e o volume utilizado no
termociclador variando de L e L, o DNA obtido apresentou qualidade razoável, sendo
observado DNA degradado principalmente na figura 13 nos pontos 13 à 18 contaminado com
E. coli
e na figura 14 nos pontos 31 a 36 contaminado S. aureus
que representa o produto
alimentício Leite Nan A.R. Diferentemente da extração obtida na curva padrão, foi observada
presença de fragmentos de DNA de tamanhos variados. Os produtos em análise podem ter
sido uma variável importante, bem como, o microrganismo utilizado, visto que variações
foram observadas. Como mostram as figuras 13 e 14 com o DNA obtido, foi possível obter
fragmentos de amplificação do rDNA das bactérias utilizadas nas amostras avaliadas,
mostrando que podem ser detectadas mesmo em concentração pequenas e possivelmente em
outros produtos industrializados.
Figura 13: Eletroforese em gel de agarose 1 % mostrando os fragmentos da amplificação gene 16S nas amostras
industrializadas que foram contaminadas com E. coli e volumes de amplificação variados. Marcador peso
molecular (1 kb).
M - Marcador 1kb; 01 - 6 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli L DNA; 02 - 6 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli
L DNA; 03 - 2 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 2µL DNA; 04 - 2 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 6µL DNA; 05 0,6x 10
2
UFC.mL
-1
. coliL DNA; 06 – 0,6 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli L DNA; 07 - 3 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coliL DNA;
08 - 3 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli L DNA; 9 - 1 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 2µL DNA; 10- 1 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli
L DNA; 11 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 2µL DNA; 12 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 6uL DNA; 13 - 3 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 2uL DNA; 14 - 3 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 2uL DNA; 15 - 1 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 6uL DNA;
16 - 1 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 2uL DNA; 17 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 2uL DNA; 18 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
E. coli 6uL DNA; M - Marcador 1kb.
45
Figura 14: Eletroforese em gel de agarose 1 % mostrando os fragmentos da amplificação gene 16S nas amostras
industrializadas que foram contaminadas com S. aureus e volumes de amplificação variados. Marcador peso
molecular (1 kb). M - Marcador 1kb; 19 - 6 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus L DNA; 20 - 6 x 10
2
UFC.mL
-1
S.
aureus L DNA; 21 - 2 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureusL DNA; 22 - 2 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureusL DNA; 23 -
0,6 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus L DNA; 0,6 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus L DNA; 25 - 3 x 10
2
UFC.mL
-1
S.
aureus L DNA; 26 - 3 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus L DNA; 27 - 1 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus L DNA; 28-
1 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureusL DNA; 29 - 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureusL DNA; 30 -0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
S.
aureus 6uL DNA; 31 - 3x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus 2uL DNA; 32 - 3 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus 2uL DNA; 33 - 1
x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus 6uL DNA; 34 - 1 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus 2uL DNA; 35 - 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
S.
aureus 6uL DNA; 36 - 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
S. aureus 2uL DNA; 37- branco 2uL; 38 - branco 6uL; 39 - Mix
2uL; 40 - Mix 6uL; M - Marcador 1Kb
Sabendo que a técnica de PCR foi sensível em detectar bandas mesmo em
concentrações baixas de UFC.mL
-1
e os produtos analisados não interferiram no processo de
extração, foi possível avançar a próxima etapa, a quantificação do DNA total extraído da
curva padrão e das amostras contaminadas utilizando a técnica de PCR em tempo real.
4.5 Avaliação dos resultados do PCR em tempo real
A quantificação microbiana por meio da técnica de PCR em tempo real ou PCR
quantitativo (qPCR) mostrou que a metodologia pode ser aplicada de acordo com os dados
obtidos neste trabalho, porem alguns ajustes de precisão deverão ser melhorados para possível
utilização em escala industrial. Segundo os dados obtidos (Tabela 1), que representa o DNA
extraído da suspensão padronizada como curva padrão, usando o microrganismo S. aureus
nas concentrações 0,3 x 10
2
, 3 x 10
2
, 4 x 10
2
e 5 x 10
2
UFC.mL
-1
. Foi detectado pela técnica
qPCR representado por Ctmédio que correspode a UFC.mL
-1
. E os dados da (Tabela 2) que
correspondem as amostras industrializadas contaminadas com uma suspensão com
concentração conhecida por UFC.mL
-1
do microorganismo S. aureus mostrou que:
46
O produto Água Potável (produto industrializado) que foi contaminado com o
microrganismo S. aureus em três concentrações conhecidas 0,6 x 10
2
, 2 x 10
2
e 6 x 10
2
UFC.mL
-1
, sendo que a média da soma das três contaminações representou uma recuperação
de DNA 95,8% (Tabela 2), em relação ao valor teórico da curva de calibração. Sabendo que a
água não interferiu no processo, a contaminação realizada de 0,6 x 10
2
UFC.mL
-1
apresentou
um valor teórico segundo a curva de calibração de 26,06 ciclos, amplificação representada por
Ctmédio mas o valor detectado na amostra representada pela média de duas detecção Ctmédio
foi 22,45 sendo detectado em ciclos anteriores, para a contaminação de 2 x 10
2
UFC.mL
-1
o
valor teórico era de 24,88 ciclos e o valor encontrado foi de 25,32 ciclos acima do teórico e a
contaminação 6 x 10
2
UFC.mL
-1
o valor teórico era de 23,82 e o encontrado foi de 23,70
ciclos próximo de 100%.
a amostra do produto farmacêutico que foi contaminado com o mesmo
microrganismo mas com concentrações diferentes 0,3 x 10
2
, 1 x 10
2
e 3 x 10
2
UFC.mL
-1
, o
resultado da média recuperada foi de 91,0% DNA (tabela 2) em relação ao valor teórico da
curva de calibração. O produto farmacêutico pode apresentar algum tipo de interferência no
processo de extração alterando a qualidade e quantidade de DNA recuperado. Segundo dados
obtidos da contaminação realizada com 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
,
o valor teórico segundo a curva
de calibração de 26,73 ciclos, representada por Ctmédio mas o valor amplificado e detectado
na amostra através da média foi 23,28 sendo detectado em ciclos anteriores, para a
contaminação de 1 x 10
2
UFC.mL
-1
o valor teórico era de 25,56 ciclos e o valor encontrado foi
de 23,22 ciclos abaixo do teórico e a contaminação com 3 x 10
2
UFC.mL
-1
o valor teórico era
de 24,49 ciclos e o encontrado foi de 23,20 próximo do teórico.
E para o produto alimentício foi possível obter uma recuperação de 102,2% DNA
(tabela 2) em relação ao valor teórico da curva de calibração. O produto alimentício também
pode apresentar algum tipo de interferência no processo de extração alterando a qualidade e
quantidade de DNA recuperado. Os dados obtidos da contaminação realizada com 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
,
o valor teórico segundo a curva de calibração foi de 26,73 ciclos, representada por
Ctmédio mas o valor de ciclos amplificado e detectado na amostra através da média foi 21,33
sendo detectado em ciclos anteriores, para a contaminação de 1 x 10
2
UFC.mL
-1
o valor
teórico era de 25,56 ciclos e o valor encontrado foi de 23,68 ciclos abaixo do teórico e a
contaminação com 3 x 10
2
UFC.mL
-1
o valor teórico era de 24,49 ciclos e o encontrado foi de
32,82 ciclos muito acima do teórico.
47
Para as amostras contaminadas com uma suspensão com concentração conhecida por
UFC.mL
-1
do microorganismo E. coli mostrou que:
Segundo dados observados da (tabela 3) que representa a curva de calibração do DNA
extraido da suspensão padronizada nas concentrações 0,15 x 10
2
, 0,6 x 10
2
, 4 x 10
2
, 5 x 10
2
e
1 x 10
3
UFC.mL
-1
do microrganismos E. coli foram detectados pela técnica PCR em tempo
real através da detecção de ciclos de amplificação representado por Ctmédio que correspode
ao DNA detectado em relação a UFC.mL
-1
. O produto Água Potável (produto industrializado)
que foi contaminado com o microrganismo E.coli em três concentrações conhecidas 0,6 x 10
2
,
2 x 10
2
e 6 x 10
2
UFC.mL
-1
, sendo que a média da soma das três contaminações representou
uma recuperação de DNA 106,8% em relação ao valor teórico da curva de calibração dados
da (Tabela 4), sabendo que a água (produto industrializado) não interferi no processo de
extração, a contaminação que foi realizada com 0,6 x 10
2
UFC.mL
-1
apresentou um valor
teórico segundo a curva de calibração de 25,29 ciclos, amplificação representada por Ctmédio
mas o valor detectado na amostra representada pela média de duas detecção Ctmédio foi
31,64 sendo detectado em ciclos acima do teórico, para a contaminação com 2 x 10
2
UFC.mL
-1
o valor teórico era de 24,29 ciclos e o valor encontrado foi de 23,80 ciclos
detectado abaixo do teórico e a contaminação 6 x 10
2
UFC.mL
-1
o valor teórico era de 23,38 e
o encontrado foi de 22,78 ciclos próximo ao teórico.
a amostra do produto farmacêutico que foi contaminado com o mesmo
micorganismo mas com concentrações diferentes 0,3 x 10
2
, 1 x 10
2
e 3 x 10
2
UFC.mL
-1
,o
resultado da média recuperada foi de 91,1% DNA (tabela 4), podendo o produto ter algum
tipo de interferência no processo de extração alterando a qualidade e quantidade de DNA
recuperado.
Segundo dados obtidos da contaminação realizada com 0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
,
o valor
teórico segundo a curva de calibração é de 25,86 ciclos, representada por Ctmédio mas o valor
amplificado e detectado na amostra a média foi 23,05 sendo detectado em ciclos anteriores,
para a contaminação de 1 x 10
2
UFC.mL
-1
o valor teórico é de 24,86 ciclos e o valor
encontrado foi de 21,99 ciclos abaixo do teórico e a contaminação com 3 x 10
2
UFC.mL
-1
o
valor teórico é de 23,96 ciclos e o encontrado foi de 23,00 próximo ao teórico.
E o produto alimentício foi possível obeter uma recuperação de 96,3% DNA em
relação ao valor teórico da curva de calibração dados da (Tabela 4). O produto alimentício
tambem pode apresentar algum tipo de interferência no processo de extração alterando a
qualidade e quantidade de DNA recuperado. Os dados obtidos da contaminação realizada com
48
0,3 x 10
2
UFC.mL
-1
,
o valor teórico segundo a curva de calibração é de 25,86 ciclos,
representada por Ctmédio mas o valor de ciclos amplificado e detectado na amostra a média
foi 23,40 sendo detectado em ciclos anteriores, para a contaminação com 1 x 10
2
UFC.mL
-1
o
valor teórico é de 24,86 ciclos e o valor encontrado foi de 28,92 ciclos acima do teórico e a
contaminação com 3 x 10
2
UFC.mL
-1
o valor teórico era de 23,96 ciclos e o encontrado foi de
19,64 ciclos muito abaixo do teórico.
Demonstrando que a técnica pode ser aplicada, mas tem que ser melhorada e os
principais pontos a serem melhorados são: Os produtos analisados podem conter células
mortas que não foram detectados no controle negativo realizado pelo método tradicional e ou
durante o processo de analise pode ter ocorrido alguma contaminação de DNA nas amostras
somadas com a contaminação conhecida, para os resultados que foram encontrados em
ciclos detecção abaixo do valor teórico da curva de calibração e um maior cuidado na etapa de
pipetagem evitando perda das amostras que pode varia de analista para analistas para os
resultado que foram encontrados ciclos acima do valor teórico da curva de calibração.
Tabela 1: Isolado do microrganismo S. aureus, dados obtidos através da técnica de PCR em tempo real utilizado
como curva padrão para quantificar a carga microbiana.
Staphylococcus aureus
Amostra Ct1 Ct2 Ctmédio
UFC.mL
-
1
1
30,22 23,24
26,73 30
2
24,7 24,35
24,52 300
3
24,2 24,1
24,15 400
4
24,19 23,85
24,02 500
Figura 15: Curva de calibração de S. aureus, dados obtidos através da técnica de PCR em tempo real utilizado
para quantificar a carga microbiana.
49
Tabela 2: Amostras industrializadas contaminadas com o microrganismo S. aureus, dados obtidos através da
técnica de PCR em tempo real.
Amostra de Água Potável
Amostra Ct1 Ct2 Ctmédio
UFC.mL
-
1
Teórico % Recuperada
5
22,59
22,31
22,45
60
26,05657
86,2 %
6
25,32
25,32
25,32
200
24,88462
101,7 %
7
23,48
23,93
23,705
600
23,81523
99,5 %
Amostra de Produto Farmacêutico
Amostra Ct1 Ct2 Ctmédio
UFC.mL
-1
8
23,27
23,48
23,375
30
26,73127
87,4 %
9
23,10
23,34
23,22
100
25,55933
90,8 %
10
23,13
23,26
23,195
300
24,48994
94,7 %
Amostra de Produto Alimentício
Amostra Ct1 Ct2 Ctmédio
UFC.mL
-1
11
21,22
21,44
21,33
30
26,73127
79,8 %
12
22,76
24,61
23,685
100
25,55933
92,7 %
13
31,44
34,2
32,82
300
24,48994
134,0 %
Tabela 3: Isolado do microrganismo E. coli, dados obtidos através da técnica de PCR em tempo
real utilizado como curva padrão para quantificar a carga microbiana.
Escherichia coli
Amostra Ct1 Ct2 Ctmédio
UFC.mL
-
1
1
26,60
25,93
26,26 15
2
24,98
26,20
25,59 60
3
23,56
23,56
23,56 400
4
23,51
23,58
23,54 500
5
22,78
23,18
22,98 1000
Figura 16: Curva de calibração de E. coli, dados obtidos através da técnica de PCR em tempo real utilizado para
quantificar a carga microbiana.
50
Tabela 4 : Amostras industrializadas contaminadas com o microrganismo E. coli, dados obtidos através da
técnica de PCR em tempo real.
Amostra de Água Potável
Amostra Ct1 Ct2 Ctmédio
UFC.mL
-
1
Teórico % Recuperada
6
25,38
37,89
31,635
60
25,28761
125,1 %
7
23,32
24,28
23,80
200
24,29241
98,0 %
8
22,48
23,07
22,775
600
23,3843
97,4 %
Amostra de Produto Farmacêutico
Amostra Ct1 Ct2 Ctmédio
UFC.mL
-1
9
23,04
23,01
23,025
30
25,86057
89,0 %
10
21,92
22,06
21,99
100
24,86537
88,4 %
11
23,11
22,9
23,005
300
23,95725
96,0 %
Amostra de Produto Alimentício
Amostra Ct1 Ct2 Ctmédio
UFC.mL
-1
12
22,41
24,39
23,40
30
25,86057
90,5 %
13
30,23
27,6
28,915
100
24,86537
116,3 %
14
19,55
19,72
19,635
300
23,95725
82,0 %
51
5 DISCUSSÃO
Existem várias técnicas para quantificar e avaliar a qualidade da população microbiana
de uma determinada amostra. Esses microrganismos presentes nas amostras podem ser
quantificados de forma direta, contando-se microscopicamente o número de células presentes
num determinado material ou superfície, ou indiretamente, efetuando-se análises da turbidez,
determinação do peso seco, concentração de substâncias químicas (proteínas, pesquisa de
determinada enzima ou produto final de uma via metabólica, DNA, RNA) ou através da
contagem do número de microrganismos viáveis utilizando um meio de cultura apropriado
(VASAVADA et al., 1993). Essa possibilidade permite que se avalie a quantidade de
microrganismos na água, em alimentos como leite e nos produtos farmacêuticos. Na seleção
de meios de cultura deve-se considerar a presença de nutrientes na forma assimilável, estes
servem como fonte de energia e de carbono para os microrganismos, sendo que as
necessidades nutricionais geralmente são específicas. Observa-se que, normalmente as
populações fúngicas se desenvolvem melhor em meios com alta relação carbono - nitrogênio,
enquanto que para as populações bacterianas o melhor desenvolvimento acontece em meios
com baixa relação carbono - nitrogênio (GRAY e WILLIAMS, 1975).
A maioria das amostras possui uma microbiota natural, ou em muitos casos existem
microrganismos que são adquiridos durante a sua manipulação ou contato com superfícies, ou
então são intencionalmente adicionados durante o seu processamento. Os testes microbianos
são considerados como um dos indicadores gerais de “Carga Bacteriana”, sendo utilizados na
avaliação da qualidade microbiológica de água e alimentos. No caso de “água potável” a
Contagem de Bactérias Heterotróficas é utilizada para avaliar o atendimento a legislação
vigente (até 5x10
2
UFC.mL
-1
) (US Pharmacopéia, 2005). No caso de alimentos e os produtos
farmacêutico a “Contagem de Bactérias” além de indicar a qualidade microbiológica, permite
avaliar o risco de deterioração à estabilidade do produto. A contagem do total de bactérias
viáveis é uma técnica que em virtude do grande uso muitas vezes recebe denominações
distintas como Contagem Padrão em Placa ou Contagem de Bactérias, Aeróbias e
Facultativas, Mesófilas, Viáveis (que especifica as características dos microrganismos
quantificados) (GRAY e WILLIAMS 1975).
52
A contagem de bactérias viáveis em placa é realizada pela adição de alíquotas da
amostra, ou de suas diluições, sobre ou meio de cultura da placa de Petri (Técnica de
Espalhamento em Superfície ou “Spread Plate”) ou misturadas ao meio de cultura sólido
ainda no estado líquido, ou seja, fundido e resfriado a 40-45ºC (Técnica de Espalhamento em
Profundidade ou “Pour-Plate”). Cada uma destas técnicas apresenta características próprias,
como no volume máximo a ser transferido para o meio de cultura ou na possibilidade ou não
da utilização de meios opacos. Apesar da reprodutibilidade ser baixas e um maior risco de
interpretação dos resultados, ainda é largamente utilizado, apresentando algumas vantagens
como, somente células viáveis são contadas, permite o isolamento das colônias, estas podem
ser sub-cultivadas em culturas puras, as quais podem ser facilmente estudadas e identificadas
(GRAY e WILLIAMS 1975). Entretanto, a lista de desvantagens é muito maior como, não
existe um meio que permita o crescimento de todos os microrganismos; é necessária a
incubação apropriada para permitir o desenvolvimento das colônias; usa-se muitas vidrarias e
é relativamente trabalhoso; a necessidade de muita manipulação pode originar erros nas
contagens devido a erros de diluição e/ou plaqueamento; formação de muitos resíduos; todo o
material utilizado precisa ser autoclavados e descontaminado e o tempo de análise levam no
mínimo 48 horas.
Para se obter uma qualidade melhor nas análises microbiológicas dos produtos
industrializados dependemos dos métodos que estão sendo desenvolvidos, e nesse aspecto, os
cuidados com contaminação microbiana se tornaram um item de preocupação para a saúde
publica. Como consequência, tem aumentando o interesse das indústrias no padrão de
qualidade microbiológicas dos produtos industrializados (BARRICHELLO e ALLIL,1997),
visto que caso ocorra contaminação, o produto perde suas características rapidamente, além
de poder causar sérios danos à saúde do consumidor. Dessa forma, métodos mais sensíveis
para a detecção de células microbianas podem contribuir de forma significativa com a
qualidade dos produtos industrializados.
A introdução da PCR em diagnóstico microbiano estabeleceu uma alternativa viável aos
métodos tradicionais de cultura
(MARLONY et al., 2003). Esta técnica apresenta diversas
vantagens em relação aos métodos convencionais, como maior poder quantificação e
discriminação, maior rapidez, bom limite de detecção, maior seletividade, especificidade,
potencial para automação e a possibilidade de trabalhar com bactérias que não são cultiváveis
em meios de cultura normalmente utilizados (BUSH e NITSCHKON, 1999). Mas, os
principais obstáculos à sua implementação na rotina laboratorial são a incapacidade do
53
método em diferenciar entre células vivas e mortas, a presença de inibidores de enzima
polimerase em alguns alimentos, o alto investimento em equipamentos e reagentes e a falta de
aprovação, padronização e regulamentação por parte dos órgãos oficiais (MARLONY et al.,
2003). Outra desvantagem está na complexidade do método, principalmente para ser utilizado
em análises de rotina, apesar do recente desenvolvimento de kits básicos em PCR que tem
facilitado a sua utilização e difusão (BOER e BEUMER
, 1999).
A sensibilidade da técnica de PCR encontrada no presente estudo para E. coli e S.
aureus foi maior que a encontrada por (HALL et al., 1992). No entanto, a análise dos
resultados da técnica proposta para contagem bacteriana em PCR em tempo real nos permite
dizer em comparação com a metodologia convencionais, maior poder de quantificação, maior
rapidez, bom limite de detecção, maior seletividade, especificidade, reprodutibilidade,
potencial para automação, possibilidade de trabalhar com bactérias que não são cultiváveis em
meios de cultura normalmente utilizados e a diminuição dos resíduos gerados pelos métodos
tradicionais. E uma participação em programas de acreditação e qualidade laboratorial
contribuem para a credibilidade da utilização da técnica.
54
6 CONCLUSÕES
Ao final deste estudo pode-se concluir que:
Os resultados demonstraram ser possível quantificar DNA bacteriano em amostras de
produtos industrializado através da técnica qPCR utilizando uma suspensão com concentração
conhecida em UFC padronizada com curva de calibração, seguida de avaliação da carga
bacteriana nos produtos industrializados por comparação com a curva de calibração. O que
viabiliza a técnica proposta como alternativa para analise microbiológicas de produtos
industrializados.
- A técnica de PCR foi sensível para detectar DNA bacteriano em soluções
contaminadas por E. coli e S. aureus mesmo baixas concentrações bacterianas de 6 x 10
2
UFC.mL
-1
à 0,1 x 10
1
UFC.mL
-1
tanto da curva de calibração como das amostras analisadas.
- Na avaliação da sensibilidade da técnica de PCR convencional em detectar o limite
mínimo de DNA em relação à metodologia tradicional o nível de detecção pode variar de
acordo com as características de cada microrganismo. A bactéria E. coli gram negativo
apresentou maior sensibilidade sendo detectado o aparecimento de banda na análise de PCR
convencional na suspensão com concentração de 0,1 x 10
1
UFC.mL
-1
, entretanto o mesmo
não ocorreu com o microrganismo S. aureus, onde foi detectado o aparecimento de banda
em suspensão com concentração de 0,5 x 10
1
UFC.mL
-1.
- Em relação à curva padrão as extrações de DNA genômico total das amostras
industrializadas apresentaram uma qualidade razoável. Foi observado amplificação de DNA
degradado em gel de agarose 1%.
- Sabendo da sensibilidade da cnica PCR convencional em detectar e não quantificar
o DNA bacteriano foi realizado o teste de PCR em tempo real nas amostras para quantificar o
nível de contaminação em relação à curva de calibração. Sendo observado que a maiorias das
amostras foram detectadas em ciclos abaixo do valor teórico em comparação à curva de
calibração e quanto menor o numero de ciclos maior a quantidade de DNA presente na
amostra o que explica da possibilidade da técnica ter detectado bactérias não cultiváveis e
para as amostras que foram detectados em ciclos acima do valor teórico pode ter ocorrido
perda da amostra durante a pipetagem por ser tratar de volumes muitos pequenos. Alguns
produtos também podem aumentar a eficiência do PCR em tempo real devido a diferenças dos
55
produtos e o caso do leite que apresenta em sua formulação diversos nutrientes e quando
incubado pelo o período de 48 hora pode ter aumentado a carga microbiana inicial.
- Observou-se que o método molecular é menos variável em comparação ao método
tradicional: não existe um meio seletivo para o crescimento de todos os microrganismos; as
características do produto podem turvar o meio de cultura dificultando a leitura; é necessária a
incubação apropriada para permitir o desenvolvimento das colônias; são utilizadas diversas
vidrarias e é muito trabalhoso; muita manipulação, podendo originar erros analíticos e a
formação de muitos resíduos; todo o material utilizado precisa ser autoclavados e
descontaminado, além disso, o tempo de análise é de no mínimo 48horas. Já o método
molecular: os resultados poderão ser liberados em um período menor de tempo, maior
sensibilidade; repetitividade; reprodutibilidade; potencial para automação e a possibilidade de
trabalhar com bactérias que não são cultiváveis em meios de cultura normalmente utilizados.
As técnicas tradicionais de cultura de microrganismos continuarão ainda, por algum
tempo, ocupando a sua posição como métodos analíticos oficiais para determinação da carga
microbiana em produtos industrializados, principalmente no Brasil. Mas em um futuro
próximo, as técnicas moleculares estarão presentes em todos os laboratórios de análises,
complementando e sendo alternativa viável as técnicas tradicionais para o controle de
microrganismos.
56
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