Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
HOSPITAL DE REABILITAÇÃO DE ANOMALIAS CRANIOFACIAIS
JANAINA TROVARELLI PAES
Relação entre distúrbios articulatórios compensatórios e audição
em crianças com sequência de Robin
BAURU
2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ads:
JANAINA TROVARELLI PAES
Relação entre distúrbios articulatórios compensatórios e audição
em crianças com sequência de Robin
Tese apresentada ao Hospital de Reabilitação
de Anomalias Craniofaciais da Universidade
de São Paulo, para obtenção do título de
DOUTOR em Ciências da Reabilitação.
Área de concentração: Fissuras Orofaciais e
Anomalias Relacionadas
Orientador: Prof. Dr. Adriano Yacubian
Fernandes
Co-orientadora: Profa. Dra. Mariza Ribeiro
Feniman
BAURU
2010
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO DESTE TRABALHO, POR
QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO
E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Paes, Janaina Trovarelli
P138r Relação entre distúrbios articulatórios
compensatórios e audição em crianças com sequência
de Robin / Janaina Trovarelli Paes. Bauru, 2010.
117p.; il.; 30 cm.
Tese (Doutorado Área de Concentração: Fissuras
Orofaciais e Anomalias Relacionadas. Hospital de
Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade
de São Paulo.
Orientador: Prof. Dr. Adriano Yacubian Fernandes
1. Sequência de Pierre Robin. 2. Fissura palatina.
3. Audição. 4. Distúrbio Articulatório Compensatório.
CDD: 616.855
FOLHA DE APROVAÇÃO
Janaina Trovarelli Paes
Tese apresentada ao Hospital de Reabilitação de
Anomalias Craniofaciais da Universidade de São
Paulo para obtenção do titulo de DOUTOR em
Ciências da Reabilitação.
Área de Concentração: Fissuras Orofaciais e
Anomalias Relacionadas
Aprovado em:
Banca Examinadora
Prof. Dr. ____________________________________________________________
Instituição__________________________Assinatura_________________________
Prof. Dr. ____________________________________________________________
Instituição__________________________Assinatura_________________________
Prof. Dr. ____________________________________________________________
Instituição__________________________Assinatura_________________________
Prof. Dr. ____________________________________________________________
Instituição__________________________Assinatura_________________________
Prof. Dr.
Instituição (Orientador):
Profa. Dra. Inge Elly Kiemle Trindade
Presidente da Comissão de Pós-Graduação do HRAC-USP
Data de depósito da Tese junto à SPG:____/____/________
JANAINA TROVARELLI PAES
10 de outubro de 1975 Nascimento – São Paulo – SP
1993 – 1996 Graduação em Fonoaudiologia Universidade do
Sagrado Coração
1997 Aperfeiçoamento Profissional em Fissura
Lábiopalatal – HRAC-USP – Bolsista FUNCRAF
1998 – 1999 Aprimoramento Profissional em Anomalias
Craniofaciais – HRAC-USP – Bolsista FUNDAP
2000 Fonoaudióloga Trainee do Hospital de Reabilitação
de Anomalias Craniofaciais – HRAC-USP
2000 – 2006 Fonoaudióloga do Hospital de Reabilitação de
Anomalias Craniofaciais – HRAC-USP
2001 - 2003 Fonoaudióloga do Ambulatório de Diagnóstico e
Reabilitação Audiológica (ADRA)
2004 Mestre em Ciências com área de concentração em
Distúrbios da Comunicação Humana pelo HRAC-
USP
2006 Bolsista CAPES Programa de Pós Graduação
nível doutorado – HRAC/USP
2010 Professora do Curso de Fonoaudiologia do Centro
Universitário de Vila Velha – UVV
2010 Coordenadora da Clínica de Fonoaudiologia da
Policlínica de Referência do Centro Universitário de
Vila Velha – UVV
DEDICATÓRIA
DEDICATÓRIADEDICATÓRIA
DEDICATÓRIA
DEDICATÓRIA
Sentir primeiro, pensar depois
Sentir primeiro, pensar depoisSentir primeiro, pensar depois
Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Perdoar primeiro, julgar depoisPerdoar primeiro, julgar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Am
AmAm
Amar primeiro, educar depois
ar primeiro, educar depoisar primeiro, educar depois
ar primeiro, educar depois
Es
EsEs
Esquecer primeiro, aprender depois
quecer primeiro, aprender depoisquecer primeiro, aprender depois
quecer primeiro, aprender depois
Libertar primeiro, ensinar depois
Libertar primeiro, ensinar depoisLibertar primeiro, ensinar depois
Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois
Alimentar primeiro, cantar depoisAlimentar primeiro, cantar depois
Alimentar primeiro, cantar depois
Possuir primeiro, contemplar depois
Possuir primeiro, contemplar depoisPossuir primeiro, contemplar depois
Possuir primeiro, contemplar depois
A
AA
Agir primeiro, julgar depois
gir primeiro, julgar depoisgir primeiro, julgar depois
gir primeiro, julgar depois
Navegar primeiro, aportar depois
Navegar primeiro, aportar depoisNavegar primeiro, aportar depois
Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depoi
Viver primeiro, morrer depoiViver primeiro, morrer depoi
Viver primeiro, morrer depois
ss
s
MÁRIO QUINTANA
MÁRIO QUINTANAMÁRIO QUINTANA
MÁRIO QUINTANA
Dedicado ao meu “avô
Dedicado ao meu “avôDedicado ao meu “avô
Dedicado ao meu “avô-
--
-pai” Paulino Trovarelli”
pai” Paulino Trovarelli”pai” Paulino Trovarelli”
pai” Paulino Trovarelli”
(03/07/1923 à 09/08/2009)
(03/07/1923 à 09/08/2009)(03/07/1923 à 09/08/2009)
(03/07/1923 à 09/08/2009)
AGRADECIMENTO ESPECIAL
AGRADECIMENTO ESPECIALAGRADECIMENTO ESPECIAL
AGRADECIMENTO ESPECIAL
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Ser feliz
Ser felizSer feliz
Ser feliz
o é ter uma vida perfeita
não é ter uma vida perfeitanão é ter uma vida perfeita
não é ter uma vida perfeita
Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância
Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerânciaMas usar as lágrimas para irrigar a tolerância
Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância
Usar as perdas para refinar a paciência
Usar as perdas para refinar a paciênciaUsar as perdas para refinar a paciência
Usar as perdas para refinar a paciência
Usar as f
Usar as fUsar as f
Usar as falhas para esculpir a serenidade
alhas para esculpir a serenidadealhas para esculpir a serenidade
alhas para esculpir a serenidade
Usar a dor para lapidar o prazer
Usar a dor para lapidar o prazerUsar a dor para lapidar o prazer
Usar a dor para lapidar o prazer
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligênciaUsar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência
Jamais desistir de si mesmo
Jamais desistir de si mesmoJamais desistir de si mesmo
Jamais desistir de si mesmo
Pois a vida é um espetáculo imperdível
Pois a vida é um espetáculo imperdívelPois a vida é um espetáculo imperdível
Pois a vida é um espetáculo imperdível
Autor Anônimo
Autor AnônimoAutor Anônimo
Autor Anônimo
Agradecimento especial a
Agradecimento especial a Agradecimento especial a
Agradecimento especial a Profa
ProfaProfa
Profa.
..
. Dra
Dra Dra
Dra.
..
. Jeniffer d
Jeniffer d Jeniffer d
Jeniffer de Cássia Rillo Dutka,
e Cássia Rillo Dutka,e Cássia Rillo Dutka,
e Cássia Rillo Dutka,
pelo exemplo de força, liderança,
pelo exemplo de força, liderança, pelo exemplo de força, liderança,
pelo exemplo de força, liderança, humanidade
humanidadehumanidade
humanidade e justiça que a fazem
e justiça que a fazem e justiça que a fazem
e justiça que a fazem
brilhar em todos os aspectos, sua luz me auxiliou
brilhar em todos os aspectos, sua luz me auxiliou brilhar em todos os aspectos, sua luz me auxiliou
brilhar em todos os aspectos, sua luz me auxiliou e guiou
e guiou e guiou
e guiou em tantos
em tantos em tantos
em tantos
momentos
momentosmomentos
momentos,
,,
,
sendo
sendosendo
sendo sua participação crucial para a execução e
sua participação crucial para a execução e sua participação crucial para a execução e
sua participação crucial para a execução e
conclusão deste trabalho.
conclusão deste trabalho.conclusão deste trabalho.
conclusão deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENT
AGRADECIMENTAGRADECIMENT
AGRADECIMENTOS
OSOS
OS
A
A A
A Profa
ProfaProfa
Profa.
..
. Dra
Dra Dra
Dra.
..
. Mariza Ribeiro Feniman e Prof
Mariza Ribeiro Feniman e Prof Mariza Ribeiro Feniman e Prof
Mariza Ribeiro Feniman e Prof.
..
. Dr
Dr Dr
Dr.
..
. Adriano
Adriano Adriano
Adriano
Yacubian Fernandes pela orientação, oportunidade e incentivo.
Yacubian Fernandes pela orientação, oportunidade e incentivo.Yacubian Fernandes pela orientação, oportunidade e incentivo.
Yacubian Fernandes pela orientação, oportunidade e incentivo.
A
AA
A todos os meus amigos especiais Erika, Melina, Simone
todos os meus amigos especiais Erika, Melina, Simone todos os meus amigos especiais Erika, Melina, Simone
todos os meus amigos especiais Erika, Melina, Simone
Bastazini, Simone Prates, André
Bastazini, Simone Prates, AndréBastazini, Simone Prates, André
Bastazini, Simone Prates, André, Yara e
, Yara e, Yara e
, Yara e Eliana
Eliana Eliana
Eliana pelo acolhimento,
pelo acolhimento, pelo acolhimento,
pelo acolhimento,
conforto e
conforto e conforto e
conforto e apoio
apoioapoio
apoio,
,,
, principalmente n
principalmente n principalmente n
principalmente na
aa
as
s s
s situações
situações situações
situações mais difíceis.
mais difíceis.mais difíceis.
mais difíceis.
Ao meu filho Daniel por simplesmente ser o presente que ele é.
Ao meu filho Daniel por simplesmente ser o presente que ele é.Ao meu filho Daniel por simplesmente ser o presente que ele é.
Ao meu filho Daniel por simplesmente ser o presente que ele é.
A minha família pela presença, amor e por me ensinar a ser
A minha família pela presença, amor e por me ensinar a ser A minha família pela presença, amor e por me ensinar a ser
A minha família pela presença, amor e por me ensinar a ser forte
forteforte
forte,
,,
,
perseverante
perseveranteperseverante
perseverante e
e e
e
nunca desistir dos meus sonhos que se
nunca desistir dos meus sonhos que se nunca desistir dos meus sonhos que se
nunca desistir dos meus sonhos que se
transformaram em meta
transformaram em metatransformaram em meta
transformaram em metas.
s.s.
s.
A todos meus colegas de centrinho que partilharam
A todos meus colegas de centrinho que partilharam A todos meus colegas de centrinho que partilharam
A todos meus colegas de centrinho que partilharam com muito
com muito com muito
com muito
carinho
carinho carinho
carinho esses meus últimos anos na casa.
esses meus últimos anos na casa.esses meus últimos anos na casa.
esses meus últimos anos na casa.
E a CAPES pelo apoio financeiro para execução desse trabalho.
E a CAPES pelo apoio financeiro para execução desse trabalho.E a CAPES pelo apoio financeiro para execução desse trabalho.
E a CAPES pelo apoio financeiro para execução desse trabalho.
RESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
RESUMO
Paes JT. Relação entre distúrbios articulatórios compensatórios e audição em
crianças com sequência de Robin [tese]. Bauru: Hospital de Reabilitação de
Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo; 2010.
Objetivo: Verificar, por meio de investigação retrospectiva, a relação entre a técnica
cirúrgica utilizada para reparação do palato com a presença ou ausência de
alterações de fala e audição em crianças com Sequência de Robin e fissura de
palato associada.
Local de execução: Laboratório de Fonética Experimental do Hospital de
Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC-
USP).
Método: estudo retrospectivo de informações que constam nos prontuários de 108
crianças com fissura de palato e Sequência de Robin (SR), submetidas à correção
cirúrgica primária do palato no HRAC. As crianças foram subdivididas em 2 grupos
de acordo com a técnica cirúrgica utilizada para reparação do palato (grupo Furlow e
grupo von Langenbeck). Investigou-se dados da avaliação médica (tipo de técnica e
idade em que realizou a correção cirúrgica do palato e tipo de obstrução
respiratória), dados referentes as avaliações fonoaudiológicas de fala e audição
após o procedimento cirúrgico (presença e tipo de queixa auditiva, medidas de
imitância acústica, audiometria tonal limiar, função velofaríngea e distúrbios
articulatórios compensatórios).
Resultados
:
Crianças operadas pela técnica de von Langenbeck(VL) realizaram o
procedimento em idade superior ao grupo Furlow(F). A obstrução respiratória tipo I
foi predominante em ambos sendo 89,5%(F) e 94,1%(VL). O tipo de queixa auditiva
comumente relatada foi à otalgia 70,2%(F) e 80,4%(VL). Os resultados das medidas
de imitância acústica e audiometria tonal limiar foram similares não sendo observada
significância estatística dos resultados entre os grupos. Na análise da fala o grupo
Furlow não apresentou alterações no que se refere à presença de escape nasal
audível e fraca pressão intra-oral durante a produção de fala. Considerando a
RESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
ressonância da fala o grupo VL obteve 29,4% de ressonância hipernasal de grau
severo. Quanto a função velofaríngea observou-se predomínio de função normal no
grupo F 78,9% e função inadequada em 43,1% no grupo VL. O grupo VL apresentou
41,2% de distúrbios articulatórios compensatórios, classificando os fonemas em
faixas de frequência não ocorreu diferenças estatísticas significativas.
Conclusão: A técnica de F demonstrou melhores resultados considerando a
produção de fala e qualidade de ressonância oro-nasal em comparação com a
técnica de VL, porém ambos os procedimentos não obtiveram sucesso nas
alterações auditivas.
Palavras chave: Síndrome de Pierre Robin. Fissura palatina. Perda auditiva.
Transtornos da fala.
ABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
ABSTRACT
Paes JT. Relationship between disturbance articulatory compensatory and hearing in
children with Robin sequence [thesis]. Bauru: Hospital de Reabilitação de Anomalias
Craniofaciais, Universidade de São Paulo; 2010.
Objective: To verify, through retrospective investigation the relationship between the
surgical techniques used on palate repair with the presence or absence of speech
and hearing alterations in children with Robin Sequence and cleft palate associated.
Place of execution: Laboratory Fonetic Experimental in the Hospital of Craniofacial
Anomalies of University of São Paulo (HRAC-USP).
Method: A retrospective study based on information contained in medical records of
108 children with cleft palate and Robin Sequence (RS), not presenting any other
associated malformation, submitted to primary surgical correction of the palate in the
HRAC. The children were divided in two groups according to the surgical technique
utilized for palate repair (Furlow group and von Lagenbeck group). Medical data
(technique type, age in which the surgery for palate repair was performed and type of
respiratory obstruction), data related to fonoaudiologic speech and listening
assessment after surgical procedure (presence and type of hearing complaint,
acoustic imitance measures, pure tone audiometry, velopharyngeal function,
compensatory articulation disorder).
Results: Children in the von Langenbeck group (VL) were submitted to surgery in a
superior age when compared to the Furlow group (F). The respiratory obstruction
type l was predominant in both groups with 89, 5%(F) and 94, 1 %(VL). The most
reported hearing complaint was otalgia with 70,2 (F) and 80,4(VL). The results of
acoustic imitance and pure tone audiometry were similar with no statistic significance
among groups. Speech analysis of the Furlow group did not present any alterations
related to the presence of audible nasal emission and weak intraoral pressure during
speech. When considering speech resonance, group VL presented 29,4 % of a high
degree nasal resonance. When velopharyngeal function was considered, 78,9 of
normal function and 43,1 % of inadequate function were found in group F and group
VL respectively. The vL group presented 41,2% of compensatory articulation
ABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
disorder, when grading phonemes by frequency zones no significant statistic
differences were found.
Conclusion: The F technique presented better results in speech production and
oronasal resonance when compared with the VL technique, however both
procedures were not successful on hearing alterations.
Key words: Pierre Robin Syndrome. Cleft palate. Hearing loss. Speech disorders.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE FIGURASLISTA DE FIGURAS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Tipos de obstrução respiratória decorrente da sequência de
Robin de acordo com a classificação de Sher, Shprintzen e
Thorpy (1986)............................................................................... 31
Figura 2 - Tratamento postural da obstrução respiratória na sequência de
Robin, com colocação de cânula de intubação orotraqueal.........
32
Figura 3 - Audiograma dos sons da fala proposto por Russo e Behlau
(1993)...........................................................................................
57
LISTA DE TABELAS
LISTA DE TABELASLISTA DE TABELAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição das crianças de acordo com sexo e idade em que
foram realizadas as avaliações fonoaudiológicas (audição e
fala)...............................................................................................
52
Tabela 2 - Distribuição das crianças de acordo com a análise estatística
descritiva de idade em meses do período de realização da
avaliação fonoaudiológica e correção cirúrgica do palato
considerando a técnica cirúrgica utilizada....................................
61
Tabela 3 - Distribuição das crianças de acordo com resultado do teste
Mann-Whitney de idade em meses do período de realização da
avaliação fonoaudiológica e correção cirúrgica do palato
considerando a técnica cirúrgica utilizada....................................
62
Tabela 4 - Distribuição das crianças de acordo com o gênero e técnica
cirúrgica utilizada para a correção do palato................................
63
Tabela 5 - Distribuição das crianças de acordo com o tipo de obstrução
respiratória apresentada e técnica cirúrgica utilizada para a
correção do palato........................................................................
63
Tabela 6 - Distribuição das crianças de acordo com o tipo de técnica
cirúrgica utilizada para a correção do palato, presença,
ausência e tipo de queixa auditiva relatada................................. 64
Tabela 7 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica
utilizada para a correção do palato e resultado das medidas de
imitância acústica......................................................................... 66
Tabela 8 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica
utilizada para a correção do palato e audiometria tonal
limiar.......................................................................................... 67
Tabela 9 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica
utilizada para a correção do palato e grau de audição................
68
Tabela 10 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica
utilizada para a corrão do palato e tipo de alteração
auditiva...................................................................................... 69
LISTA DE TABELAS
LISTA DE TABELASLISTA DE TABELAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 11 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica
utilizada para a correção do palato e alteração por faixa de
frequência – resultados da orelha esquerda................................ 70
Tabela 12 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica
utilizada para a correção do palato e alteração por faixa de
frequência – resultados da orelha direita..................................... 71
Tabela 13 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica
utilizada para a correção do palato e presença ou ausência de
escape nasal audível e fraca pressão intra oral........................... 72
Tabela 14 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica
utilizada para a correção do palato e ressonância de fala...........
72
Tabela 15 -
Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica
utilizada para a correção do palato e função velofaríngea...........
73
Tabela 16 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica
utilizada para a correção do palato e presença ou ausência de
distúrbio articulatório compensatório e grau de alteração de
fala................................................................................................
74
Tabela 17 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica
utilizada para a correção do palato e tipo de distúrbio
articulatório compensatório apresentado..................................... 75
Tabela 18 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica
utilizada para a correção do palato e frequência do fonema
alterado pelo distúrbio articulatório compensatório...................... 76
Tabela 19 - Distribuição das crianças operadas pela técnica de Furlow de
acordo com a presença ou ausência de problemas auditivos e
alterações de ressonância de fala................................................
78
Tabela 20 - Distribuição das crianças operadas pela técnica de Furlow de
acordo com a presença ou ausência de problemas auditivos e
alterações de produção da fala.................................................... 79
Tabela 21 - Distribuição das crianças operadas pela técnica de Furlow de
acordo com a presença ou ausência de problemas auditivos e
alterações de produção de fala de acordo com a frequência
acústica do fonema...................................................................... 80
LISTA DE TABELAS
LISTA DE TABELASLISTA DE TABELAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 22 - Distribuição das crianças operadas pela cnica de von
Langenback de acordo com a presença ou ausência de
problemas auditivos e alterações de ressonância de fala............
81
Tabela 23 - Distribuição das crianças operadas pela cnica de von
Langenback de acordo com a presença ou ausência de
problemas auditivos e alterações de produção da fala................ 82
Tabela 24 - Distribuição das crianças operadas pela cnica de von
Langenback de acordo com a presença ou ausência de
problemas auditivos e alterações de produção de fala de
acordo com a frequência acústica do fonema..............................
83
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLASLISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SR Sequência de Robin
HRAC Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais
F Furlow
VL von Langenbeck
DAC Distúrbio articulatório compensatório
FVF Função velofaríngea
FNP Fricativa nasal posterior
PDMP Plosiva dorso médio palatal
GG Golpe de glote
FF Fricativa faríngea
SUMÁRIO
SUMÁRIOSUMÁRIO
SUMÁRIO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA......................................
27
1.1 SEQUÊNCIA DE ROBIN.........................................................................
29
1.2 FISSURA DE PALATO E CORREÇÃO CIRÚRGICA NA SR..................
33
1.3 AUDIÇÃO E FALA...................................................................................
37
2 OBJETIVO...............................................................................................
45
2.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................
47
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................... 47
3 MATERIAL E MÉTODO..........................................................................
49
3.1 CASUÍSTICA...........................................................................................
51
3.2 PROCEDIMENTOS.................................................................................
52
3.2.1 Avaliação Médica...................................................................................
52
3.2.2 Avaliação Fonoaudiológica: Audição..................................................
54
3.2.3
Avaliação Fonoaudiológica: Fala.........................................................
56
3.2.4 Relação entre Audição e Fala...............................................................
58
4 RESULTADOS........................................................................................
59
4.1 AVALIAÇÃO MÉDICA............................................................................. 61
4.2 AVALIAÇÃO FONOARTICULATÓRIA: AUDIÇÃO..................................
64
4.3 AVALIAÇÃO FONOARTICULATÓRIA: FALA.........................................
71
4.4 RELAÇÃO ENTRE AUDIÇÃO E FALA CONSIDERANDO A TÉCNICA
CIRÚRGICA.............................................................................................
77
4.4.1
Relação entre Audição e Fala – Grupo Furlow...................................
77
SUMÁRIO
SUMÁRIOSUMÁRIO
SUMÁRIO
4.4.2 Relação entre Audição e Fala – Grupo von Langenbeck...................
80
5 DISCUSSÃO........................................................................................... 85
6 CONCLUSÃO......................................................................................... 97
6.1 CONCLUSÃO GERAL.............................................................................
99
6.2 CONCLUSÕES ESPECÍFICAS...............................................................
99
7 REFERÊNCIAS.......................................................................................
103
ANEXO....................................................................................................
115
INT
INTINT
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE
RODUÇÃO E REVISÃO DERODUÇÃO E REVISÃO DE
RODUÇÃO E REVISÃO DE
LITERATURA
LITERATURALITERATURA
LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAINTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
29
1 INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
1.1 SEQUÊNCIA DE ROBIN
A Sequência de Robin (SR) foi relatada pela primeira vez em 1923, pelo
estomatologista francês Pierre Robin, que descreveu problemas de obstrução
respiratória alta em neonatos que apresentavam micrognatia e consequente
deslocamento da língua em direção a hipofaringe denominado glossoptose. A
presença da fissura de palato na SR foi acrescentada em 1934, como um agravante,
sendo então a tríade composta por micrognatia, glossoptose e fissura de palato
denominada Síndrome de Pierre Robin (Shprintzen e Goldberg 1995 e Breugem e
Mink van der Molen 2008).
Em 1976 Cohen sugeriu a substituição da terminologia Síndrome de Pierre
Robin por Sequência de Robin, devido se tratar de um complexo sintomático não
específico, com etiologia não definida, que pode se manifestar de forma isolada,
como componente de ndrome genética ou associado a outras anomalias
congênitas (Cohen 1976, Cohen 1999, Marques et al 2001, van den Elzen et al 2001
e Shprintzen 2005). A SR, portanto, caracteriza-se pela presença de micrognatia e
glossoptose com ou sem fissura de palato associada, causando obstrução
respiratória alta, resultando em dificuldades alimentares e respiratórias graves e
frequentes no período neonatal e infância precoce (Marques, Barbieri e Betiol 1998,
Marques et al 2005, Marques et al 2008).
Estudos revelaram que a fissura de palato está presente em 90% dos casos
(Marques et al 2001 e Kirschner et al 2003). Shprintzen (1988) e Shprintzen e Singer
(1992) relatam que a maioria dos casos de SR fazem parte de síndromes ou
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAINTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
30
quadros de múltiplas anomalias, apenas 17% dos casos de SR se manifestam de
forma isolada.
A obstrução respiratória alta apresentada pelas crianças com SR é
diagnosticada pelo exame de nasoendoscopia, que classifica o problema em quatro
tipos de acordo com a severidade da obstrução respiratória conforme proposto por
Sher, Shprintzen e Thorpy (1986).
A obstrução respiratória do tipo I resulta do retroposicionamento da língua
em contato com a parede posterior da faringe abaixo do palato posterior, a
obstrução respiratória do tipo II é decorrente do retroposicionamento da língua em
compressão com o palato posterior e parede posterior da faringe, na obstrução
respiratória do tipo III as paredes laterais da faringe se movem medialmente
obstruindo as vias aéreas superiores sem contato da língua com a parede posterior
da faringe e a obstrução respiratória do tipo IV resulta da contração esfinctérica das
paredes faríngeas sem contato da língua com a parede posterior da faringe,
conforme exemplificado na Figura 1.
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAINTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
31
TIPO I TIPO II
TIPO III TIPO IV
Figura 1 - Tipos de obstrução respiratória decorrente da sequência de Robin de acordo com
a classificação de Sher, Shprintzen e Thorpy (1986).
Avaliações clínicas e instrumentais (nasoendoscopia) são periodicamente
necessárias no período neonatal e infância precoce, para determinar o tipo de
obstrução respiratória apresentada e definir a conduta terapêutica adequada
particularmente para cada caso. Estudos mencionam a heterogeneidade das
manifestações clínicas da SR e demonstram as possibilidades de tratamento para a
obstrução respiratória.
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAINTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
32
As modalidades para o tratamento da obstrução respiratória o: tratamento
postural, em que o lactente permanece na posição prona, a intubação nasofaringea
com a colocação de uma nula de intubação orotraqueal de silicone de 3 a 3,5mm de
diâmetro introduzida 7 a 8 cm pela narina até a faringe, a glossopexia, a
traqueostomia e mais recentemente a distração osteogênica da mandíbula (Marques
et al 2008). A intubação nasofaringea tem se demonstrado eficaz em 90% dos casos
de SR com tipo I de obstrução respiratória (Marques et al 2005). Nos casos
classificados como obstrução respiratória do tipo I o tratamento postural ou a
intubação nasofaringea demonstrou boa evolução no tratamento clínico, considerando
os casos mais graves principalmente os tipos III e IV de obstrão respiratória a única
possibilidade de tratamento para o desconforto respiratório foi a traqueostomia
(Marques, Sousa e Carneiro 2001, Marques et al 2001 e Marques et al 2005).
Figura 2 - Tratamento postural da obstrução respiratória na sequência de Robin, com
colocação de cânula de intubação orotraqueal.
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAINTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
33
1.2 FISSURA DE PALATO E CORREÇÃO CIRÚRGICA NA SR
A fissura de palato associada ou não a SR ocupa uma posição de destaque
entre as malformações que cursam com uma complexidade de alterações orgânicas,
funcionais e estéticas. Na fissura de palato ocorre uma falha na fusão das fibras
musculares na linha média, há uma alteração da inserção muscular na rafe mediana,
com hipo-desenvolvimento da aponeurose palatina, ocorrendo também hipoplasia
muscular, os músculos, tensor e levantador do véu palatino importantes para os
aspectos de fala e audição apresentam uma alteração em seu trajeto e inserção
(Moon e Kuehn 2004 e Silva et al 2008).
A inserção anormal dos músculos do véu palatino decorrente da fissura de
palato pode afetar o adequado funcionamento do mecanismo velofaríngeo,
resultando em disfunção velofaríngea (Sie et al 2001 e Moon e Kuehn 2004) que
pode comprometer a fala e a audição devido problemas no controle da pressão e do
fluxo aéreo durante a produção de fala e alteração na função da tuba auditiva para
ventilação da cavidade da orelha média.
O mecanismo velofaríngeo é resultante da ação dos sculos do palato e
das paredes laterais e posterior da faringe, agem de forma sincronizada, separando
e acoplando as cavidades nasais e nasofaríngea. A função velofaríngea ocorre
durante atividades como a fala e a deglutição, o veú palatino se eleva e em direção
a parede posterior da faringe, pode ocorrer medialização das paredes laterais da
faringe estreitando o diâmetro transverso dessa região e em alguns casos pode
haver participação da parede posterior da faringe que se anterioriza e pode formar
uma saliência denominada Anel de Passavant (Rocha 2002 e Moon e Kuehn 2004).
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAINTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
34
A condição em que não ocorre o funcionamento adequado da vávula
velofaríngea é denominada em termos gerais como disfunção velofaríngea, e em
termos específicos como insuficiência velofaríngea e incompetência velofaríngea. A
insuficiência velofaríngea se refere à disfunção de origem estrutural, onde a
anatomia normal o está restaurada, o tecido muscular é ausente ou insuficiente
e/ou a profundidade da velofaringe é alterada prejudicando o fechamento do
mecanismo (Collares e Ragel 2002, Genaro, Fukushiro e Suguimoto 2007 e Kummer
2008). A incompetência velofaríngea se refere a uma desordem fisiológica ou motora
que influencia a movimentação adequada das estruturas velofaríngeas (Kummer
2008).
A correção cirúrgica da fissura de palato, indicada a partir de
aproximadamente 12 meses de vida da criança, de acordo com o protocolo de
tratamento do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais Universidade
de São Paulo (HRAC-USP) propõe uma reparação anatômica e funcional do palato,
possibilitando o adequado funcionamento do mecanismo velofaringeo (Bertier e
Trindade 2007 e Kummer 2008). Porém, crianças com SR, devido as alterações
anatômicas e fisiológicas, principalmente no que se refere à glossoptose muitas
vezes ainda presente no final do primeiro ano de vida (Sousa et al 2003 e Dell’Oste
et al 2004), a correção cirúrgica do palato é realizada tardiamente, ou seja, após os
12 meses de vida, pois a realização do procedimento cirúrgico na presença de
glossoptose pode resultar em grave obstrução respiratória no pós-operatório
imediato, em decorrência do edema cirúrgico ou da mudança brusca na anatomia
intra-oral (Lee e Kingston 1985). Assim o período de intervenção cirúrgica é indicado
aguardando amenizar o problema respiratório, o crescimento facial e o
desenvolvimento neuromotor, que são acentuados nesta fase.
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAINTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
35
Existem várias técnicas cirúrgicas para a reparação da fissura de palato
como: von Langenbeck (VL), Veau-Wardill-Kilner (pushback), Bardach (two-flap) e
zetaplastia dupla de Furlow. A escolha da técnica cirúrgica é difícil e importante, pois
pode resultar em complicações s-operatórias como: presença de fístulas e
deiscências, alteração no crescimento da face e relação entre arcos dentários dentre
outros (Posnick e Ruiz 2002 e Williams 2009).
No protocolo HRAC-USP a técnica cirúrgica rotineiramente utilizada é a von
Langenbeck modificada pela veloplastia intravelar com fechamento longitudinal
(Trier e Dreyer 1984), que respeita os princípios básicos preconizados pela técnica
clássica, a incisão liberadora bilateral associada à veloplastia intravelar com
retroposicionamento muscular proposto por Braithwaite e Maurice (1968). A técnica
de Furlow também é utilizada no protocolo HRAC-USP, foi descrita em 1976 pelo Dr
Furlow que propôs a reconstrução da cinta muscular velofaríngea por meio da
zetaplastia dupla transversa, proporcionando aumento da extensão velar (Khosla et
al 2008, Furlow Junior 2009).
Spauwen, Goorhuis-Brouwer e Schutte (1992) compararam as técnicas de
Furlow e Von Langenbeck com o objetivo de verificar as vantagens e as
desvantagens de cada técnica. A técnica de Furlow demonstrou melhores resultados
uma vez que não foi observada presença de hipernasalidade na fala e a incidência
de presença de escape de ar nasal se limitou a 10% para esse grupo. Observou
hipernasalidade de grau moderado em 40% e grave em 10%, presença de escape
de ar nasal em 50% no grupo operado pela cnica de von Langenbeck. Porém
quanto às complicações cirúrgicas o grupo Furlow apresentou fístulas na zona de
transição entre o palato duro e o véu palatino.
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAINTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
36
Outro estudo comparativo entre as técnicas de Furlow e von Langenbeck
porém considerando a função velofaríngea foi realizado por Yu, Chen e Chen
(2001). O resultado demonstrou função velofaríngea adequada em 98% do grupo
operado pela cnica de Furlow e em 70% no grupo von Langenbeck, porém como
intercorrência no grupo von Langenbeck um paciente apresentou fístula e outro
apresentou deiscência no palato e apenas um paciente apresentou fístula no palato
no grupo Furlow.
O estudo randomizado prospectivo comparando as técnicas de Furlow e von
Langenbeck em pacientes com fissura de lábio e palato unilateral completa realizado
no HRAC-USP em parceria com a Universidade da Flórida demonstrou que 82% dos
pacientes operados pela técnica de Furlow apresentaram função velofaríngea
adequada com 23% de presença de fístula de palato contra 71% de função
velofaringea adequada e 14% de fístula de palato nos pacientes operados pela
técnica de von Langenbeck (Williams et al 2009).
Ressaltando que a técnica e a época cirúrgica mais segura para a correção
do palato, em crianças com SR é estabelecida pela avaliação clínica e instrumental
(nasoendoscopia) realizadas periodicamente nos primeiros anos de vida, de acordo
com o protocolo de tratamento do HRAC/USP. Estudos comparando as técnicas
cirúrgicas de Furlow e von Langenbeck na população com fissura de palato e
sequência de Robin são escassos na literatura.
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAINTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
37
1.3 AUDIÇÃO E FALA
Crianças com SR podem apresentar problemas de comunicação decorrentes
da presença da fissura de palato, como hipernasalidade, distúrbios articulatórios
compensatórios e otites de repetição (Tomaski, Zalazl e Saal 1995).
A fissura de palato causa sintomas específicos na fala, decorrente da
disfunção velofaríngea como: hipernasalidade, escape de ar nasal, fraca pressão
aérea intra-oral e o uso de pontos articulatórios atípicos conhecido como distúrbios
articulatórios compensatórios (Trost-Cardamone 2004, Trindade et al 2005 e
Kummer 2008). A hipernasalidade é o excesso de energia acústica nasal na
presença de sons orais (Pegoraro-Krook 1995, Hardin-Jones e Karnell 2001 e
Henningsson et al 2008). A emissão de ar nasal afeta a produção dos fonemas de
pressão e pode se associar a movimentos compensatórios das asas nasais e/ou da
face, geralmente está associada a hipernasalidade, porém, pode ocorrer em casos
de ressonância equilibrada (Henningsson et al 2008). A articulação compensatória
ocorre na tentativa de compensar o funcionamento deficiente da velofarínge,
utilizando estruturas não usuais na produção dos sons como pontos articulatórios
para gerar pressão aérea (Trost-Cardamone 2004).
A integridade anatômica e fisiológica do sistema auditivo é um dos requisitos
para aquisição e desenvolvimento normal de fala e linguagem. Azevedo (1995)
relataram que a criança deve ser capaz de detectar, discriminar, localizar e
memorizar sons, integrando experiências auditivas e atingindo, assim, o
reconhecimento e a compreensão da fala.
Ruben e Rapin (1980) relataram que o desenvolvimento do sistema auditivo
tem como característica biológica à plasticidade, ou seja, a qualidade da audição
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAINTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
38
depende do desenvolvimento normal da anatomia de transformação (orelha média),
transdução (orelha interna), do sistema nervoso central e das conexões das vias
aferentes e eferentes. Esta transformação estrutural ocorre pela exposição aos
estímulos sonoros, portanto, os erros podem ser resultantes de anormalidades
decorrentes da deficiência de qualidade, quantidade e tempo de apresentação do
estímulo sonoro. Webster e Webster (1979) observaram decréscimo de grupos
celulares primários e secundários do núcleo auditivo central, resultantes de privação
sonora, em virtude de problemas de orelha média.
Musiek e Pinheiro (1985) e Northern e Downs (1991) afirmaram que a
privação de estímulos sonoros nos primeiros anos de vida pode provocar alterações
no sistema auditivo central, o que ainda é agravado por condições sócio-econômicas
inadequadas, reduzida estimulação linguística e educacional e/ou condições
precárias de saúde.
Desde as primeiras semanas de vida a fala é percebida e observada pelas
crianças, que posteriormente passa a localizar e se interessar pelos sons com base
em suas experiências, com aproximadamente um mês de idade a criança é capaz
de identificar peculiarmente traços da voz humana. Distúrbios pré, intra e pós natais
como as anomalias craniofaciais, podem comprometer o desenvolvimento da
criança, modificando também seu sistema auditivo que é também influenciado por
aspectos intelectuais e experiências bio-psico-sociais (Feniman et al 2008).
De acordo com Minardi et al (2004), o processamento auditivo central é o
mecanismo do sistema auditivo responsável pelos fenômenos de localização e
lateralização sonora, discriminação auditiva, reconhecimento dos padrões auditivos,
desempenho auditivo para os sinais acústicos, dentre outros; privações sensoriais
auditivas como as proporcionadas por perdas auditivas condutivas recorrentes
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAINTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
39
frequentemente observada nos casos de crianças com fissura de palato pode ser um
fator de interferência determinante no processo de aprendizagem de fala e
linguagem.
A perda auditiva em crianças com SR pode ser consequência das frequentes
aspirações de alimentos causada pelas patologias de deglutição (Handzic et al
1995) e/ou pela falha na ventilação da cavidade da orelha média, decorrente da
hipoplasia do músculo tensor do véu palatino, relacionado as condições
velofaríngeas inadequadas, resultando na disfunção da tuba auditiva nos casos com
fissura de palato associada.
Segundo Doyle, Kitajiri e Sandi (1988), o músculo tensor do véu palatino é
um dos responsáveis pela abertura da tuba auditiva durante a deglutição e outras
funções. A hipoplasia causada pela fissura de palato prejudica a ventilação da orelha
média, alterando o funcionamento da tuba auditiva, causando as otites médias de
efusão e como consequência, a perda auditiva condutiva de grau variado.
Costa Filho e Piazentin (1997), Kemker (1997), Feniman et al (2008),
Antonelli et al (2010) além de grande parte da literatura, relataram que indivíduos
com fissura de palato apresentam alterações auditivas e otológicas causadas pela
alteração no funcionamento da tuba auditiva. Takasaki et al (2000) salientaram a
importante função da tuba auditiva na ventilação e proteção da orelha média, sendo
que uma alteração nesta região é um indicador de risco para o desenvolvimento da
otite média.
A frequência e duração das alterações auditivas em consequência das otites
de repetição podem interferir no desenvolvimento da comunicação, prejudicando a
aquisição e o desenvolvimento de fala e linguagem, uma vez que dificulta a
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAINTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
40
percepção de nuances fonéticas do idioma (Bluestone, Witel e Paradise, 1972,
Broen, 1996 e Greig, Papesch e Rowsell, 1999).
Dubois et al (1973 p.14) cita Saussure em 1878 definindo a fala como um
fenômeno concreto que pode ser analisado diretamente pelo ouvido humano, ou
seja, a articulação da fala da origem a um segmento fonético audível. A fala,
portanto, compreende a basicamente três (3) fases: a produção da cadeia sonora
pelos órgãos fonoarticulatórios, transmissão da mensagem com ajuda de uma onda
sonora (estrutura física dos fenômenos vibratórios e acústica dos sons da fala) e
recepção da onda sonora pelo ouvido humano, compreendendo a percepção da
cadeia sonora pelo ouvinte e sua interpretação como uma série de elementos com
diferentes traços sonoros (Scoton 2004).
Dubois et al (1973) também referiram que a frequência de um som é o
número de ciclos realizados por unidade de tempo, é calculada geralmente em
ciclos/segundos ou hertz (Hz). O campo auditivo do homem entre o limite da dor e o
limite absoluto é compreendido entre 20 e 20000 ciclos/segundo e as frequências
mais sensíveis situam-se entre 1000 e 6000ciclos/segundo, a duração das
frequências vocais de um discurso normal está entre 60 a 350 ciclos/segundo.
Todos os fonemas possuem traços sonoros particulares, responsáveis por
sua diferenciação, como exemplo as diferentes faixas de frequência que estão
inseridos. Os sons linguodentais /t,d/ são os mais agudos dentre os plosivos,
apresentam uma concentração de energia em 4000Hz. Os plosivos mais graves são
os bilabiais /p,b/, com energia em 500 e 1500Hz; os plosivos de frequência
intermediária são os linguoveolares /k,g,/ com energia em 1500 a 4000Hz. Os
oclusivos nasais são muito graves, sendo o incremento de energia em torno de
300Hz; as consoantes fricativas anteriores /f,v/ têm frequência ampla entre 1200 a
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAINTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
41
7000Hz; as médias /s,z/ o agudas e com faixa de frequência de 4500 a 8000Hz;
as posteriores /j, / apresentam faixa de frequência mais grave 2500 a 6000Hz (Halle
et al 1957 e Russo e Behlau 1993).
Os ciclos de vibração de um corpo são influenciados por qualidades
especificas, considerando a cavidade bucal como exemplo, características de forma,
volume e tamanho pode acarretar variações interferindo no processo de produção
dos fonemas. Para van Demark, Morris e van de Haar (1979), crianças com fissura
de palato apresentam déficit na habilidade articulatória, não apenas pela disfunção
velofaríngea e anomalias dentárias ou oclusais, mas também para fonemas com
glides e vogais, afetados indiretamente por esses fatores, sugerindo que crianças
com fissura de palato apresentam déficits articulatórios que podem estar fortemente
influenciados pela maturação. Sua explicação é a inabilidade para a produção do
modelo articulatório normal das consoantes de pressão que pode ser generalizada
para outros fonemas, pois a prática verbal é limitada para influenciar o
desenvolvimento articulatório.A perda auditiva flutuante, frequentemente observada
nessas crianças, pode ser um dos fatores responsáveis pela limitação.
A percepção de fala tem uma distribuição uniforme ao longo do tempo que
corresponde ao nível de pressão sonora da fala dentro de uma faixa de frequência
que varia de acordo com o som produzido. Para ser inteligível, o nível de pressão
sonora da dinâmica da fala deve ser sempre superior ao limiar auditivo do ouvinte
em todas as frequências (Pavlovic 1989). A dificuldade de percepção dos sons da
fala é um dos fatores etiológicos dos distúrbios articulatórios, havendo uma relação
entre percepção da fala e erros específicos de produção (Rvachew e Jamieson
1989).
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAINTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
42
A diminuição ou prejuízo da sensação auditiva não causa um tipo específico
de problemas de comunicação, sendo que os efeitos de uma deficiência auditiva
dependem do grau, da configuração, da estabilidade e do período em que esta se
iniciou, sendo este o fator mais importante quanto ao desenvolvimento de fala e
linguagem (Northern e Downs 1991). A deficiência auditiva condutiva é caracterizada
como qualquer problema na orelha externa e média que interferem na propagação
do som para a orelha interna. Nessa condição a orelha interna funciona
normalmente, desde que a vibração sonora seja capaz de estimular a cóclea através
do aumento da intensidade do estímulo pela via aérea (Northern e Downs 1991,
Russo e Santos 1991).
A disfunção da tuba auditiva é uma das complicações da fissura de palato,
resultando em doenças auditivas crônicas e perda auditiva condutiva (Smith,
DiRuggiero e Jones 1994 e D’Mello e Kumar 2007). Na medida em que o volume de
ar da cavidade da orelha média diminui em virtude da disfunção da tuba auditiva, a
rigidez na membrana timpânica aumenta e a capacidade para responder a sons de
baixa frequência diminui. A manutenção do quadro de alteração na ventilação da
cavidade timpânica faz com que o fluido ocupe o espaço aéreo e a audição se torne
prejudicada em todas as frequências (Santos 1996).
A incidência de otites de repetição em decorrência da disfunção da tuba
auditiva em crianças com fissura de palato é alta e pode persistir mesmo após a
correção cirúrgica (Phua e Chalain 2008). A correção estrutural do palato pela
cirurgia nem sempre restabelece um mecanismo velofaríngeo funcional,
permanecendo o comprometimento de fala e audição (Bzoch 2004 e Kummer 2008),
porém há um consenso na literatura que a cirurgia de palato realizada o mais
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAINTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
43
precoce possível reduz os riscos de complicações decorrentes da disfunção
velofaríngea (Bzoch 2004).
Estudos considerando e comparando aspectos de audição e fala em
crianças com sequência de Robin o restritos na literatura. Oliveira (2009) realizou
um estudo pioneiro nessa população verificando a funcionalidade das técnicas
cirúrgicas de Furlow e von Langenbeck para a fala, corroborando com demais
estudos na população com fissura de palato isolada, demonstrando os resultados
superiores de fala alcançados pela técnica de Furlow. Paes (2004) verificou a
incidência de alterações auditivas na população com sequência de Robin
considerando a correção cirúrgica tardia e as alterações respiratórias, constatando
que embora a palatoplastia seja realizada em tempo considerado tardio, as crianças
com sequência de Robin apresentaram as mesmas características auditivas de
crianças com fissura de palato isolada operadas em idade considerada ideal.
Estudo realizado por Scoton (2004) relacionou aspectos de fala e audição
em crianças com fissura de lábio e palato isolada, operadas em idade ideal,
considerando as faixas de frequência dos fonemas comprometidos por alterações
articulatórias e as frequências acústicas prejudicada por alterações auditivas, não
encontrando relação direta entre ambos em seus resultados.
Considerando as complicações decorrentes da presença da fissura de
palato, associada aos problemas da sequência de Robin, a influência da cnica
cirúrgica utilizada no procedimento de reparação do palato, o atraso na indicação da
correção cirúrgica, o que pode aumentar a exposição aos riscos de otites de
repetição e privação sensorial auditiva, refletindo em prejuízos na aquisição e
desenvolvimento de fala (Paes 2004), enfatiza a importância deste estudo que
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAINTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
44
certamente contribui na abordagem dos aspectos referentes aos distúrbios da
comunicação em crianças com fissura de palato associada à sequência de Robin.
OBJETIVO
OBJETIVOOBJETIVO
OBJETIVO
OBJETIVO
OBJETIVOOBJETIVO
OBJETIVO
47
2 OBJETIVO
2.1 OBJETIVO GERAL
Verificar, por meio de investigação retrospectiva, a relação entre a técnica
cirúrgica utilizada para reparação do palato com a presença ou ausência de
alterações de fala e audição em crianças com sequência de Robin e fissura de
palato associada.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Comparar os grupos operados pelas técnicas cirúrgicas Furlow e Von
Langenbeck de acordo com:
a) Avaliação Médica
- Idade de realização da correção do palato;
- Tipo de obstrução respiratória predominante.
b) Avaliação Fonoaudiológica (Audição)
- Verificar a presença e tipo de queixa auditiva;
- Condições funcionais da orelha média;
- Verificar a presença, tipo e grau da perda auditiva;
- Frequências acometidas pela perda auditiva.
c) Avaliação Fonoaudiológica (Fala)
- Função velofaríngea;
OBJETIVO
OBJETIVOOBJETIVO
OBJETIVO
48
- Grau de alteração de fala;
- Valores acústicos médios de frequência dos fonemas que apresentam
articulação compensatória.
d) Relação entre Avaliação Fonoarticulatória e Avaliação Audiológica
considerando a técnica cirúrgica.
- Função velofaríngea e função da orelha média;
- Verificar a presença de perda auditiva e o grau de alteração de fala;
- Faixas de frequência pertencentes aos fonemas com articulação
compensatória e déficit auditivo.
MATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODOMATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODOMATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODO
51
3 MATERIAL E MÉTODO
3.1 CASUÍSTICA
Primeiramente o projeto de pesquisa foi elaborado e encaminhado para o
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do HRAC para apreciação, com resultado
aprovado em 07/07/2010, ofício 136/2010 SVAPEPE-CEP (Anexo 1). Solicitado a
Central de Processamento de Dados (CPD) do HRAC que utilizou o Sistema de
Informática Hospitalar (SIH) a listagem dos pacientes que apresentaram o seguinte
perfil: fissura de palato associada a SR, na faixa etária atual entre 04 (quatro) a 08 (oito)
anos de idade. Essa faixa etária foi escolhida, pois se espera que com essa idade de
acordo com o protocolo de atendimento do HRAC a criança já tenha realizado a
corrão cirúrgica do palato, bem como avaliões ambulatoriais onde constam os
dados de interesse para esse estudo.
A listagem inicial era composta por 208 crianças, como critério de exclusão
estabeleceu-se: presea de outras malformações associadas e/ou síndromes
genéticas, ficit cognitivo, palato operado em outros serviços e presença de stulas
e/ou deiscências. Durante a análise dos prontuários, 100 crianças apresentaram um ou
mais critérios de exclusão,o participando do estudo, restando assim 108 crianças.
O presente trabalho consistiu, portanto, em um estudo retrospectivo de
informações que constam nos prontuários de 108 crianças regularmente
matriculadas no HRAC, com fissura de palato e sequência de Robin (SR), não
apresentando outras malformações associadas, na faixa etária de 04 (quatro) a 08
(oito) anos de idade, de ambos os sexos, submetidas à correção cirúrgica primária
do palato no HRAC.
MATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODOMATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODO
52
Tabela 1 - Distribuição das crianças de acordo com sexo e idade em que foram realizadas
as avaliações fonoaudiológicas (audição e fala).
Gênero 4 anos
n (%)
5 anos
n (%)
6 anos
n (%)
7 anos
n (%)
Total
n (%)
Feminino
6(5,6) 8(7,4) 14(13,0) 17(15,7) 45 (41,7)
Masculino
9(8,4) 13(12,0) 21(19,4) 20(18,5) 63 (58,3)
Total
15(14,0) 21(19,4) 35(32,4) 37(34,2) 108 (100)
3.2 PROCEDIMENTOS
A análise dos prontuários das 108 crianças selecionadas foi realizada no
espaço físico do HRAC pertencente ao Laboratório de Fonética Experimental e
direcionada a coleta de informações que fazem parte do protocolo de atendimento a
pacientes com sequência de Robin do HRAC, referentes às áreas médica e
fonoaudiológica (audição e fala).
3.2.1 Avaliação Médica
No que se refere à análise de dados da avaliação médica, a atenção para a
execução deste estudo se voltou principalmente ao tipo de técnica cirúrgica utilizada
para a correção do palato, idade em que a cirurgia foi realizada, bem como o tipo de
obstrução respiratória apresentada pelas crianças.
O tipo de obstrução respiratória é determinado pela avaliação
nasoendoscópica realizada pela equipe multidisciplinar e faz parte do protocolo do
HRAC no atendimento á pacientes com sequência de Robin. O protocolo HRAC
utiliza a classificação proposta por Sher, Shprintzen, Thorpy (1986), que classifica a
MATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODOMATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODO
53
obstrução respiratória em tipo I, tipo II, tipo III e tipo IV considerando o grau de
severidade e as estruturas velofaríngeas envolvidas.
De acordo com tipo de obstrução respiratória diagnosticado pela
nasoendoscopia, é que a equipe HRAC define, acompanha e determina as diretrizes
do tratamento das crianças com sequência de Robin, que pode variar desde
procedimentos como colocação de sonda nasogástrica para atenuar a obstrução
respiratória decorrente da glossoptose ou intervenções cirúrgicas como a
traqueostomia. Após a realização da intervenção mais adequada, aguarda-se o
crescimento craniofacial e o desenvolvimento neuromotor que é acentuado nos
primeiros anos de vida e gradativamente atenua a dificuldade respiratória.
O procedimento cirúrgico de correção do palato será realizado apenas
quando a criança apresentar condições respiratórias favoráveis, ou seja, com o
quadro de obstrução respiratória ausente. O acompanhamento da evolução do
tratamento da obstrução respiratória pela nasoendoscopia é que determina e
justifica a idade mais segura para a realização da correção cirúrgica do palato, que
nesses casos são normalmente tardias considerando o protocolo de procedimentos
cirúrgicos do HRAC, onde a correção cirúrgica primária do palato é indicada por
volta dos 12 meses de idade.
A técnica cirúrgica utilizada é determinada pelo cirurgião da equipe HRAC
responsável pelo tratamento de crianças com sequência de Robin. As crianças
participantes desse estudo foram operadas pelo mesmo cirurgião, pertencente ao
programa Robin do HRAC/USP, porém foram utilizadas técnicas distintas: von
Langenbeck ou Furlow.
Portanto o tipo de obstrução respiratória influencia a idade da correção do
palato e considerando os aspectos de fala e audição, quanto mais precoce possível
MATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODOMATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODO
54
a realização da correção cirúrgica espera-se menores prejuízos para ambos os
aspectos, de acordo com a técnica cirúrgica utilizada diferenciação entre a
manipulação e reposicionamento dos feixes musculares envolvidos na função
velofaríngea interferindo diretamente na produção de fala e no mecanismo de
ventilação da orelha média.
3.2.2 Avaliação Fonoaudiológica: Audição
Foram analisadas as primeiras avaliações audiológicas realizadas na rotina
clínica ambulatorial do HRAC após a correção cirúrgica do palato, o intervalo de
tempo entre a cirurgia e as avaliações eram de 3 anos e 4 meses à 6 anos e 3
meses. Verificamos informações como: queixa de dificuldade auditiva, otalgia e
otorréia, sendo as mesmas classificadas como presente e ausente, e os exames de
medidas de imitância acústica e audiometria tonal limiar.
As condições funcionais da orelha média, na rotina do HRAC são verificadas
pelas medidas de imitância acústica, todos os exames das 108 crianças foram
realizados utilizando o impedanciômetro AZ7-R da marca INTERACOUSTICS. A
compliância estática foi classificada segundo Jerger (1970), de acordo com tipo de
curva timpanométrica apresentada. Assim foi considerado como valores normais
compliância estática entre 0,3 e 1,3 ml e com pressão da orelha média entre -100 à
+70 daPa (curva tipo A). Considerou-se como alterado quando não ocorreu de pico
de máxima compliância estática (curva tipo B); compliância estática entre 0,3 à 1,3
ml e com pressão de orelha média negativa superior a -100 daPa (curva tipo C);
compliância estática maior que 1,3 ml e pressão da orelha média entre -100 á +70
MATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODOMATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODO
55
daPa (curva tipo Ad); compliância estática menor que 0,3ml e pressão da orelha
média entre -100 à +70 daPa (curva tipo As).
As avaliações audiológicas das 108 crianças pertencentes ao estudo foram
realizadas no audiômetro AD 27 da marca INTERACOUSTICS. Os limiares auditivos
pesquisados pela audiometria tonal limiar foram analisados quanto ao grau de
acordo com a classificação proposta por Northern e Downs (1991). Deste modo
considerou-se dentro da normalidade as respostas mínimas obtidas nas frequências
de 250Hz, 500Hz, 1000Hz, 2000Hz, 3000Hz, 4000Hz, 6000Hz e 8000Hz que se
apresentaram entre 0 à 15dB. Por outro lado considerou-se como indicativo de
perda auditiva quando as respostas mínimas obtidas se apresentaram a partir de
20dB. Para a perda auditiva de grau leve as respostas mínimas encontraram-se
entre 20 a 40dB; para a perda auditiva de grau moderado as respostas mínimas
encontraram-se entre 40 a 60dB; na perda auditiva de grau severo as respostas
deveriam estar entre 60 a 90dB e, para a perda auditiva de grau profundo as
respostas mínimas encontraram-se acima de 90dB.
Em relação ao tipo de perda auditiva, foi utilizada a classificação proposta
por Jerger (1970), que considera a diferença entre os limiares existentes de vias
aérea e ósseas (gap). Deste modo a perda auditiva condutiva foi considerada
quando os limiares reos se apresentaram superiores (piores) a 15dB e os limiares
ósseos se apresentarem iguais ou inferiores (melhores) a 15dB com diferença
aérea-óssea iguais ou maiores que 15dB; perda auditiva mista foi classificada
quando os limiares aéreos e ósseos se apresentaram superiores à 20dB com
diferença aérea-óssea superior à 15dB e, como perda auditiva sensorioneural,
quando os limiares aéreos e ósseos se apresentaram superiores à 20dB com
diferença aérea-óssea inferior a 15dB.
MATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODOMATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODO
56
Seguindo a proposta deste estudo, os limiares auditivos foram agrupados
por faixa de frequência de forma semelhante aos estudos de Brandão (2002) e
Scoton (2004): frequências baixas 250Hz e 500Hz, médias 1000Hz, 2000Hz e
3000Hz e altas 4000Hz, 6000Hz e 8000Hz.
3.2.3 Avaliação Fonoaudiológica: Fala
Foram analisadas as primeiras avaliações fonoarticulatórias realizadas
durante a rotina clínica ambulatorial do HRAC após a correção cirúrgica do palato,
que coincidiram com a época da realização da avaliação audiológica, ou seja, com o
mesmo intervalo de tempo de 3 anos e 4 meses à 6 anos e 3 meses após a cirurgia
de palato. Nesta avaliação foram considerados os aspectos: função velofaríngea e
presença ou ausência de distúrbio articulatório compensatório.
A função velofaringea foi analisada com base na avaliação perceptivo-
auditivo da fala descrita por Trindade et al (2005), que classifica a função
velofaríngea de acordo com uma média de pontuação referente à: presença ou
ausência de distúrbios articulatórios compensatórios, ressonância e presença ou
ausência de escape de ar nasal, classificando assim a função velofaríngea em
adequada, marginal ou inadequada. Quanto à ressonância da fala os dados foram
distribuídos em: 1 ressonância normal, 2 hipernasal leve, 3 hipernasal moderada, 4
hipernasal severa. A pontuação para emissão de ar nasal e articulação
compensatória foi: 1 ausente e 2 presente.
Na análise da produção articulatória foram considerados os fonemas que
apresentam distúrbio articulario compensatório (DAC) relacionado à função
velofaríngea (Golding-Kushner 2001). Para quantificar o grau de alteração de fala
MATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODOMATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODO
57
pelos DAC, foram atribuídos escores de acordo com a quantidade de fonemas que
se apresentaram alterados, como realizado por Scoton (2004), sendo considerado:
1 sem alteração, 2 alteração leve (1 ou 2 fonemas alterados), 3 alteração
moderada (3 ou 4 fonemas alterados) e 4 alteração severa (5 ou mais fonemas
alterados).
Posteriormente os fonemas foram agrupados seguindo os valores
acústicos médios de frequência e intensidade dos sons da fala (Russo e Behlau
1993) sendo: fonemas de frequência baixa (250Hz a 500Hz) /m/, /n/, /l/, /b/, /p/, /r/;
fonemas de frequência dia (1000Hz a 3000Hz) /R/, /g/, /k/; fonemas de
frequência alta (4000 Hz a 8000 Hz) /t/, /d/, /z/, /s/, /j/, /v/, /f/, conforme disposto na
Figura 2.
Figura 3 - Audiograma dos sons da fala proposto por Russo e Behlau (1993).
MATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODOMATERIAL E MÉTODO
MATERIAL E MÉTODO
58
3.2.4 Relação entre Audição e Fala
Verificou-se a relação existente entre os grupos Furlow e von Langenbeck
de acordo com: tipo de função velofaríngea e função da orelha média, presença ou
ausência de perda auditiva e grau de alteração de fala, faixas de frequência
pertencentes aos fonemas com articulação compensatória e déficit auditivo.
Considerando os resultados entre as técnicas cirúrgicas utilizou-se o teste
do qui-quadrado para a comparação de duas proporções a partir de amostras
independentes com índice de significância menor que 0,05.
Para as variáveis categóricas, a técnica estatística utilizada foram às tabelas
cruzadas com teste qui-quadrado com p-valor significante menor que 0,05. Na
existência do valor esperado (< 0,05) o teste exato de Fisher foi calculado.
RESULTADOS
RESULTADOSRESULTADOS
RESULTADOS
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
61
4 RESULTADOS
4.1 AVALIAÇÃO MÉDICA
Participaram do presente estudo 108 crianças, subdivididas em 2 grupos de
acordo com a cnica cirúrgica utilizada para a reparação primaria da fissura de
palato, sendo o primeiro grupo composto por 57 crianças operadas pela técnica de
Furlow (F) e o segundo grupo formado por 51 crianças operadas pela técnica de von
Langenbeck (VL). Foi considerada a idade das crianças em meses, correspondente
a época em que realizou as avaliações fonoaudiológicas (audição e fala) e o
procedimento cirúrgico para a correção do palato (Tabela 2). Observou-se que o
grupo von Langenbeck foram submetidos à correção cirúrgica em período de tempo
discretamente superior ao grupo Furlow.
Tabela 2 - Distribuição das crianças de acordo com a análise estatística descritiva de idade
em meses do período de realização da avaliação fonoaudiológica e correção
cirúrgica do palato considerando a técnica cirúrgica utilizada.
Idades Cirurgia n nimo Máximo
Mediana
Média
Desvio-
padrão
F 57 48,00 84,00 72,00 70,11 13,76 Idade da avaliação
fono
VL
51 48,00 84,00 72,00 70,59 10,91
F 57 12,00 24,00 15,00 15,02 3,53 Idade da correção
do palato
VL 51 13,00 27,00 18,00 19,00 4,27
F = Furlow
VL = von Langenbeck
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
62
Para se comparar as idades segundo os tipos de cirurgia utilizou-se o teste
não-paramétrico de Mann-Whitney para amostras independentes. Entre os grupos
Furlow e von Langenbeck, observou-se diferença estatisticamente significante
considerando a idade da correção do palato, onde as crianças operadas pela técnica
cirúrgica de von Langenbeck apresentaram mais idade na época da intervenção
cirúrgica (Tabela 3).
Tabela 3 - Distribuição das crianças de acordo com resultado do teste Mann-Whitney de
idade em meses do período de realização da avaliação fonoaudiológica e
correção cirúrgica do palato considerando a técnica cirúrgica utilizada.
Idades Cirurgia Medianas
Postos
Médios
p-valor
F 72,00 54,97 Idade da avaliação fono
VL 72,00 53,97
0,862
F 15,00 40,05 Idade da correção do
palato
VL 18,00 70,65
0,000
*
*p-valor < 0,050
F = Furlow
VL = von Langenbeck
No que se refere ao gênero ocorreu uma uniformidade de distribuição em
ambos os grupos Furlow e von Langenbeck (Tabela 4).
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
63
Tabela 4 - Distribuição das crianças de acordo com o gênero e técnica cirúrgica utilizada
para a correção do palato.
Cirurgia
F VL Total
Variáveis
n % n % n %
p-valor
Gênero
Masculino 32 56,1 31 60,8 63 58,3 0,765
Feminino 25 43,9 20 39,2 45 41,7 0,765
Total 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
F = Furlow
VL = von Langenbeck
Considerando o tipo de obstrução respiratória, ocorreu predomínio da
obstrução respiratória tipo I em ambos os grupos, sendo 89,5%(51) no grupo Furlow
e 94,1%(48) no grupo von Langenbeck, não foi encontrado obstrução respiratória do
tipo IV na amostra pesquisada (Tabela 5).
Tabela 5 - Distribuição das crianças de acordo com o tipo de obstrução respiratória
apresentada e técnica cirúrgica utilizada para a correção do palato.
Cirurgia
F VL Total
Variáveis
n % n % n %
p-valor
Tipo de obstrução respiratória
I 51 89,5 48 94,1 99 91,7 0,607
II 3 5,3 3 5,9 6 5,6 0,776
III 3 5,3 0 0,0 3 2,8 0,279
Total 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
F = Furlow
VL = von Langenbeck
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
64
4.2 AVALIAÇÃO FONOARTICULATÓRIA: AUDIÇÃO
No que se refere à audição, primeiramente considerou-se os registros de
relatos manifestados pelos cuidadores quanto à queixa auditiva, onde 77,2%(44) do
grupo Furlow e 84,3(43) do grupo von Langenbeck manifestaram presença de
qualquer tipo de queixa auditiva, referidas isoladamente ou associadas. Quanto ao
tipo de queixa relatada as mais frequentes foram: otalgia, otorréia e hipoacusia.
Destacando a otalgia que foi predominante em ambos os grupos, 70,2%(40) no
grupo Furlow e 80,4%(41) no grupo von Langenbeck (Tabela 6).
Tabela 6 - Distribuição das crianças de acordo com o tipo de técnica cirúrgica utilizada para
a correção do palato, presença, ausência e tipo de queixa auditiva relatada.
Cirurgia
F VL Total
Variáveis
n % n % n %
p-valor
Queixa
Ausente 13 22,8 8 15,7 21 19,4 0,492
Presente 44 77,2 43 84,3 87 80,6 0,492
Otalgia
Ausente 17 29,8 10 19,6 27 25,0 0,317
Presente 40 70,2 41 80,4 81 75,0 0,317
Secreção
Ausente 37 64,9 26 51,0 63 58,3 0,205
Presente 20 35,1 25 49,0 45 41,7 0,205
Dificuldade auditiva
Ausente 41 71,9 28 54,9 69 63,9 0,102
Presente 16 28,1 23 45,1 39 36,1 0,102
Total 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
F = Furlow
VL = von Langenbeck
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
65
A condição da orelha média foi analisada pela medida de imitância
acústica, considerando a compliância estática descrita na ficha de exame
audiológico, vale ressaltar que pela pouca idade dos pacientes na época da
realização do exame, muitas vezes não houve colaboração para a pesquisa dos
reflexos acústicos contra-lateral e ipsi-lateral, impossibilitando a inclusão destes
dados no presente estudo.
Verificou-se cada orelha separadamente não sendo observada significância
estatística de resultado entre os grupos, vale ressaltar que 5,3%(3) apresentaram
tubo de ventilação no momento do exame não realizando esta medida na orelha
correspondente (Tabela 7).
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
66
Tabela 7 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica utilizada para a
correção do palato e resultado das medidas de imitância acústica.
Cirurgia
F VL Total
Variáveis
n % n % n %
p-valor
Imitanciometria OE
Curva A 16 28,1 17 33,3 33 30,6 0,707
Curva B 17 29,8 19 37,3 36 33,3 0,535
Curva C 17 29,8 10 19,6 27 25,0 0,317
Curva Ad 3 5,3 3 5,9 6 5,6 0,776
Curva Ar 1 1,8 2 3,9 3 2,8 0,939
Presença tubo de ventilação 3 5,3 0 0,0 3 2,8 0,279
Imitanciometria OD
Curva A 22 38,6 17 33,3 39 36,1 0,710
Curva B 15 26,3 18 35,3 33 30,6 0,421
Curva C 12 21,1 12 23,5 24 22,2 0,946
Curva Ad 2 3,5 1 2,0 3 2,8 0,910
Curva Ar 6 10,5 3 5,9 9 8,3 0,607
Presença tubo de ventilação 0 0,0 0 0,0 0 0,0 -
Total 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
F = Furlow
VL = von Langenbeck
OE = orelha esquerda
OD = orelha direita
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
67
Os resultados da audiometria tonal limiar foram analisados por orelha,
encontrou-se limiares audiométricos alterados em 63,9%(69) na orelha esquerda e
em 51,9%(56) na orelha direita, não observou-se significância estatística dos
resultados entre os grupos (Tabela 8).
Tabela 8 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica utilizada para a
correção do palato e audiometria tonal limiar.
Cirurgia
F VL Total
Variáveis
N % n % n %
p-valor
Audiometria OE
Normal 21 36,8 18 35,3 39 36,1 0,969
Alterada 36 63,2 33 64,7 69 63,9 0,969
Audiometria OD
Normal 26 45,6 26 51,0 52 48,1 0,713
Alterada 31 54,4 25 49,0 56 51,9 0,713
Total 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
F = Furlow
VL = von Langenbeck
OE = orelha esquerda
OD = orelha direita
Quanto ao grau de audição observou-se predomínio de perda auditiva de
grau leve na orelha esquerda em 58,3%(63), não observou-se diferença
estatisticamente significante entre os grupos (Tabela 9).
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
68
Tabela 9 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica utilizada para a
correção do palato e grau de audição.
Cirurgia
F VL Total
Variáveis
n % n % n %
p-valor
Grau de audição OE
Normal 21 36,8 18 35,3 39 36,1 0,969
Leve 32 56,1 31 60,8 63 58,3 0,765
Moderada 0 0,0 0 0,0 0 0,0 -
Grave 4 7,0 1 2,0 5 4,6 0,438
Grau de audição OD
Normal 26 45,6 25 49,0 51 47,2 0,873
Leve 24 42,1 21 41,2 45 41,7 0,920
Moderada 0 0,0 0 0,0 0 0,0 -
Grave 7 12,3 4 7,8 11 10,2 0,650
Total 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
F = Furlow
VL = von Langenbeck
OE = orelha esquerda
OD = orelha direita
Na presença da perda auditiva, o tipo mais comumente observado em
ambos os grupos foi a perda auditiva do tipo condutiva, encontrada em 61,1%(66) na
orelha esquerda e em 50%(54)na orelha direita, não observou-se significância
estatística entre os grupos (Tabela 10).
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
69
Tabela 10 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica utilizada para a
correção do palato e tipo de alteração auditiva.
Cirurgia
F VL Total
Variáveis
n % n % n %
p-valor
Tipo OE
Normal 21 36,8 18 35,3 39 36,1 0,969
Condutiva 34 59,6 32 62,7 66 61,1 0,895
Mista 2 3,5 1 2,0 3 2,8 0,910
Sensorioneural 0 0,0 0 0,0 0 0,0 -
Tipo OD
Normal 26 45,6 25 49,0 51 47,2 0,873
Condutiva 29 50,9 25 49,0 54 50,0 0,997
Mista 0 0,0 0 0,0 0 0,0 -
Sensorioneural 2 3,5 1 2,0 3 2,8 0,910
Total 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
F = Furlow
VL = von Langenbeck
OE = orelha esquerda
OD = orelha direita
Além do tipo e grau da perda auditiva apresentada, analisou-se as faixas de
frequências comprometidas pela dificuldade auditiva, subdividindo em: frequências
baixas, frequências médias e frequências altas. Na orelha esquerda a presença de
alterações auditivas nas frequências baixas foi observada em 65,7%(71), porém na
orelha direita a prevalência foi para as frequências altas em 63%(68), não foi
observado também nesta variável diferença estatisticamente significante entre os
grupos (Tabelas 11 e 12).
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
70
Tabela 11 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica utilizada para a
correção do palato e alteração por faixa de frequência resultados da orelha
esquerda.
Cirurgia
F VL Total
Variáveis
n % n % n %
p-valor
Frequências baixas alteradas
OE
Ausente 20 35,1 17 33,3 37 34,3 0,995
Presente 37 64,9 34 66,7 71 65,7 0,995
Frequências médias alteradas
OE
Ausente 29 50,9 28 54,9 57 52,8 0,824
Presente 28 49,1 23 45,1 51 47,2 0,824
Frequências altas alteradas
OE
Ausente 29 50,9 31 60,8 60 55,6 0,401
Presente 28 49,1 20 39,2 48 44,4 0,401
Total 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
F = Furlow
VL = von Langenbeck
OE = orelha esquerda
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
71
Tabela 12 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica utilizada para a
correção do palato e alteração por faixa de frequência resultados da orelha
direita.
Cirurgia
F
VL Total
Variáveis
n %
n % n %
p-valor
Frequências baixas alteradas
OD
Ausente 30 52,6 29 56,9 59 54,6 0,799
Presente 27 47,4 22 43,1 49 45,4 0,799
Frequências médias alteradas
OD
Ausente 34 59,6 29 56,9 63 58,3 0,929
Presente 23 40,4 22 43,1 45 41,7 0,929
Frequências altas alteradas
OD
Ausente 37 64,9 31 60,8 68 63,0 0,810
Presente 20 35,1 20 39,2 40 37,0 0,810
Total 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
F = Furlow
VL = von Langenbeck
OD = orelha direita
4.3 AVALIAÇÃO FONOARTICULATÓRIA: FALA
Durante a análise de fala foram observadas diferenças estatisticamente
significante entre os grupos, 78,9%(45) do grupo Furlow não apresentou alterações
no que se refere à presença de escape nasal audível e fraca pressão intra-oral
durante a produção de fala (Tabela 13).
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
72
Tabela 13 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica utilizada para a
correção do palato e presença ou ausência de escape nasal audível e fraca
pressão intra oral.
Cirurgia
F VL Total
Variáveis
n % n % n %
p-valor
Escape nasal audível/fraca pressão
Ausente 45 78,9 33 64,7 78 72,2
0,153
Leve 9 15,8 3 5,9 12 11,1
0,185
Moderada 0 0,0 6 11,8 6 5,6 0,025
Severa 3 5,3 9 17,6 12 11,1
0,085
Total 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
F = Furlow
VL = von Langenbeck
Considerando a ressonância da fala 78,9%(45) do grupo Furlow o
apresentou alterações, porém o grupo von Langenbeck obteve 29,4%(15) de
ressonância de fala hipernasal de grau severo (Tabela 14).
Tabela 14 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica utilizada para a
correção do palato e ressonância de fala.
Cirurgia
F VL Total
Variáveis
n % N % n %
p-valor
Ressonância
Normal 45 78,9 15 29,4 60 55,6 0,000*
Hiper leve 6 10,5 9 17,6 15 13,9 0,431
Hiper moderada 6 10,5 12 23,5 18 16,7 0,121
Hiper severa 0 0,0 15 29,4 15 13,9 0,000*
Total 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
*p - valor < 0,050
F = Furlow
VL=von Langenbeck
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
73
Utilizando a classificação proposta por Trindade et al (2005) verificou-se a
função velofaríngea das crianças, sendo observado predomínio de função
velofaríngea normal no grupo Furlow 78,9%(45) e função velofaríngea inadequada
em 43,1%(22) no grupo von Langenbeck (Tabela 15).
Tabela 15 Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica utilizada para a
correção do palato e função velofaríngea.
Cirurgia
F VL Total
Variáveis
n % n % n %
p-valor
Função velofaríngea
Adequado 45 78,9 18 35,3 63 58,3 0,000*
Marginal 6 10,5 11 21,6 17 15,7 0,188
Inadequado 6 10,5 22 43,1 28 25,9 0,000*
Total 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
*p - valor < 0,050
F = Furlow
VL = von Langenbeck
Verificou-se a presença de distúrbios articulatórios compensatórios (DAC),
observado em 35,1%(20) no grupo Furlow e em 41,2%(21) no grupo von
Langenbeck. Quanto ao grau de alteração de fala em decorrência da presença do
DAC, a alteração de grau leve predominou em 19,3%(11) no grupo Furlow e em
37,3%(19) no grupo von Langenbeck (Tabela 16).
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
74
Tabela 16 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica utilizada para a
correção do palato e presença ou ausência de distúrbio articulatório
compensatório e grau de alteração de fala.
Cirurgia
F VL Total
Variáveis
n % n % n %
p-valor
Distúrbio articulatório
compensatório
Ausente 37 64,9 30 58,8 67 62,0 0,650
Presente 20 35,1 21 41,2 41 38,0 0,650
Grau de alteração da fala
Normal 37 64,9 31 60,8 68 63,0 0,810
Leve 11 19,3 19 37,3 30 27,8 0,062
Moderada 5 8,8 1 2,0 6 5,6 0,264
Severa 4 7,0 0 0,0 4 3,7 0,157
Total 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
F = Furlow
VL = von Langenbeck
Durante a análise do tipo de DAC apresentado, a plosiva dorso médio palatal
ocorreu em 21,1%(12) no grupo operado pela técnica de Furlow e o foi observada
nas crianças operadas pela técnica von Langenbeck. A fricativa nasal posterior foi
observada em 11,8%(6) no grupo von Langebeck e não ocorreu no grupo Furlow.
Nos demais tipos de articulação compensatória não detectou-se significância
estatística entre os grupos (Tabela 17).
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
75
Tabela 17 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica utilizada para a
correção do palato e tipo de distúrbio articulatório compensatório apresentado.
Cirurgia
F VL Total
Variáveis
n % n % N %
p-valor
Golpe glote
Ausente 41 71,9 36 70,6 77 71,3 0,949
Presente 16 28,1 15 29,4 31 28,7 0,949
Fricativa faríngea
Ausente 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
Presente 0 0,0 0 0,0 0 0,0 -
Plosiva dorso médio palatal
Ausente 45 78,9 51 100,0
96 88,9 0,002*
Presente 12 21,1 0 0,0 12 11,1 0,002*
Plosiva faríngea
Ausente 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
Presente 0 0,0 0 0,0 0 0,0 -
Fricativa nasal posterior
Ausente 57 100,0
45 88,2 102 94,4 0,025*
Presente 0 0,0 6 11,8 6 5,6 0,025*
Fricativa velar
Ausente 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
Presente 0 0,0 0 0,0 0 0,0 -
*p - valor < 0,050
F = Furlow
VL = von Langenbeck
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
76
Após a verificação da presença, grau e tipo de alteração de fala, agrupou-se
os fonemas alterados de acordo com a sua faixa de frequência, classificando em
frequência de fonemas: baixa, média e alta. Observou-se uma distribuição
semelhante entre os grupos, não ocorrendo diferenças estatísticas significativas
(Tabela 18).
Tabela 18 - Distribuição das crianças de acordo com a técnica cirúrgica utilizada para a
correção do palato e frequência do fonema alterado pelo distúrbio articulatório
compensatório.
Cirurgia
F VL Total
Variáveis
n % n % n %
p-valor
Frequência de fonemas baixa
Ausente 41 71,9 41 80,4 82 75,9 0,420
Presente 16 28,1 10 19,6 26 24,1 0,420
Frequência de fonemas média
Ausente 43 75,4 35 68,6 78 72,2 0,567
Presente 14 24,6 16 31,4 30 27,8 0,567
Frequência de fonemas
alta
Ausente 41 71,9 30 58,8 71 65,7 0,219
Presente 16 28,1 21 41,2 37 34,3 0,219
Total 57 100,0
51 100,0
108 100,0
-
F = Furlow
VL = von Langenbeck
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
77
4.4 RELAÇÃO ENTRE AUDIÇÃO E FALA CONSIDERANDO A TÉCNICA
CIRÚRGICA
Considerando a funcionalidade do esfíncter velofaríngeo durante produção
de fala (equilíbrio da ressonância oro-nasal) e audição (funcionamento da tuba
auditiva), e seguindo o princípio de que as técnicas cirúrgicas para a correção da
fissura de palato propõem a reorganização dos feixes musculares envolvidos,
reposicionando os mesmos e restabelecendo seu desempenho, realizou-se a
análise cruzada dos resultados em cada grupo considerando e comparando a
funcionalidade para os aspectos de audição e fala entre as técnicas cirúrgicas.
4.4.1 Relação entre Audição e Fala – Grupo Furlow
Durante a análise cruzada dos dados de fala e audição no grupo Furlow
observou-se que 81,3%(26) que apresentaram problemas auditivos bilateralmente,
possuíam ressonância oro-nasal equilibrada, o resultado foi confirmado na variável
na variável função velofaríngea. Podemos inferir que a cirurgia restabeleceu a
função velofaríngea para a fala, porém para na audição esse sucesso não foi
observado (Tabela 19).
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
78
Tabela 19 - Distribuição das crianças operadas pela técnica de Furlow de acordo com a
presença ou ausência de problemas auditivos e alterações de ressonância de
fala.
Avaliação audiológica
Normal Unilateral Bilateral
Variáveis
n % n % n %
p-valor
Ressonância
Normal 11 84,6 8 66,7 26 81,3 0,543
Hiper leve 1 7,7 1 8,3 4 12,5 Fisher
Hiper moderada 1 7,7 3 25,0 2 6,3
Função velofaríngea
Adequado 11 84,6 8 66,7 26 81,3 0,543
Marginal 1 7,7 1 8,3 4 12,5 Fisher
Inadequado 1 7,7 3 25,0 2 6,3
Total 13 100,0
12 100,0
33 100,0
-
Considerando o grau de alteração de fala, permanece o resultado de
59,4%(19) crianças que não desenvolveram articulação compensatória certamente
pela função adequada do esfíncter velofaríneo para a fala, porém permaneceram
com problemas auditivos bilateralmente (Tabela 20).
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
79
Tabela 20 - Distribuição das crianças operadas pela técnica de Furlow de acordo com a
presença ou ausência de problemas auditivos e alterações de produção da fala.
Avaliação audiológica
Normal Unilateral Bilateral
Variáveis
n % N % n %
p-valor
Distúrbio articulatório
compensatório
Ausente 10 76,9 8 66,7 19 59,4 0,566
Presente 3 23,1 4 33,3 13 40,6 Fisher
Grau de alteração da fala
Normal 10 76,9 8 66,7 19 59,4 0,874
Leve 2 15,4 3 25,0 6 18,8 Fisher
Moderada 1 7,7 0 0,0 4 12,5
Severa 0 0,0 1 8,3 3 9,4
Total 13 100,0
12 100,0
33 100,0
-
Na distribuição dos fonemas acometidos pela articulação compensatória,
considerando a faixa acústica de frequência correspondente, observou-se alteração
nos fonemas de baixa e alta frequência em 37,5%(12) das crianças que
apresentaram perda auditiva bilateral (Tabela 21).
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
80
Tabela 21 - Distribuição das crianças operadas pela técnica de Furlow de acordo com a
presença ou ausência de problemas auditivos e alterações de produção de fala
de acordo com a frequência acústica do fonema.
Avaliação audiológica
Normal Unilateral Bilateral
Variáveis
n % n % n %
p-valor
Frequência de fonema baixa
Ausente 11 84,6 10 83,3 20 62,5 0,269
Presente 2 15,4 2 16,7 12 37,5 Fisher
Frequência de fonema média
Ausente 10 76,9 9 75,0 24 75,0 1,000
Presente 3 23,1 3 25,0 8 25,0 Fisher
Frequência de fonema alta
Ausente 11 84,6 10 83,3 20 62,5 0,269
Presente 2 15,4 2 16,7 12 37,5 Fisher
Total 13 100,0
12 100,0
33 100,0
-
4.4.2 Relação entre Audição e Fala – Grupo von Langenbeck
Na análise cruzada dos dados de fala e audição do grupo von Langenbeck
observou-se distribuição simétrica de 32,1%(9) de crianças que apresentaram
ressonância normal de fala e problemas auditivos bilaterais e ressonância de fala
hipernasal severa com problemas auditivos bilaterais. Demonstrando que a cirurgia
empregada não apresentou sucesso no restabelecimento efetivo da função
velofaríngea para a fala e audição (Tabela 22). Esse dado foi confirmado na variável
função velofaríngea com índice de 46,4%(13) de crianças com função velofaríngea
inadequada para a fala e com problemas auditivos bilaterais.
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
81
Tabela 22 - Distribuição das crianças operadas pela técnica de von Langenbeck de acordo
com a presença ou ausência de problemas auditivos e alterações de
ressonância de fala.
Avaliação audiológica
Normal Unilateral Bilateral
Variáveis
n % n % n %
p-valor
Ressonância
Normal 1 9,1 5 41,7 9 32,1 0,397
Hiper leve 2 18,2 1 8,3 6 21,4 Fisher
Hiper moderada 5 45,5 3 25,0 4 14,3
Hiper severa 3 27,3 3 25,0 9 32,1
Função velofaríngea
Adequado 2 18,2 6 50,0 10 35,7 0,275
Marginal 5 45,5 1 8,3 5 17,9 Fisher
Inadequado 4 36,4 5 41,7 13 46,4
Total 11 100,0
12 100,0
28 100,0
-
Considerando o grau de alteração de fala, o resultado foi semelhante ao
grupo Furlow, sendo que 53,6%(15) das crianças que não desenvolveram
articulação compensatória permaneceram com problemas auditivos bilateralmente
(Tabela 23).
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
82
Tabela 23 - Distribuição das crianças operadas pela técnica de von Langenbeck de acordo
com a presença ou ausência de problemas auditivos e alterações de produção
da fala.
Avaliação audiológica
Normal Unilateral Bilateral
Variáveis
n % n % n %
p-valor
Distúrbio articulatório
compensatório
Ausente 7 63,6 8 66,7 15 53,6 0,744
Presente 4 36,4 4 33,3 13 46,4 Fisher
Grau de alteração da fala
Normal 7 63,6 9 75,0 15 53,6 -
Leve 4 36,4 3 25,0 12 42,9
Moderada 0 0,0 0 0,0 1 3,6
Total 11 100,0
12 100,0
28 100,0
-
Observou-se alteração nos fonemas de alta frequência em 46,4%(13) das
crianças que apresentaram perda auditiva bilateral na distribuição dos fonemas
acometidos pela articulação compensatória (Tabela 24), não demonstrando
influência direta na percepção do modelo acústico percebido e sua efetiva produção
articulatória.
RESULTADOS
RESULTADOS RESULTADOS
RESULTADOS
83
Tabela 24 - Distribuição das crianças operadas pela técnica de von Langenbeck de acordo
com a presença ou ausência de problemas auditivos e alterações de produção
de fala de acordo com a frequência acústica do fonema.
Avaliação audiológica
Normal Unilateral Bilateral
Variáveis
n % n % n %
p-valor
Frequência de fonema baixa
Ausente 8 72,7 10 83,3 23 82,1 0,800
Presente 3 27,3 2 16,7 5 17,9 Fisher
Frequência de fonema média
Ausente 7 63,6 9 75,0 19 67,6 0,851
Presente 4 36,4 3 25,0 9 32,1 Fisher
Frequência de fonema alta
Ausente 7 63,6 8 66,7 15 53,6 0,744
Presente 4 36,4 4 33,3 13 46,4 Fisher
Total 11 100,0
12 100,0
28 100,0
-
DISCUSSÃO
DISCUSSÃODISCUSSÃO
DISCUSSÃO
DISCUSSÃO
DISCUSSÃODISCUSSÃO
DISCUSSÃO
87
5 DISCUSSÃO
A idade para a realização da cirurgia primária de reparação do palato é
preconizada a partir dos 12 meses de vida da criança com fissura palatina,
considerado o período ideal para otimizar os resultados de fala (Kuehn e Trost-
Cardamone 1986 e Bzoch 2004). A palatoplastia primária na população estudada foi
realizada após o período considerado ideal, o que é esperado para crianças com
fissura de palato associada à sequência de Robin (SR) devido às complicações no
pós- operatório imediato, com grande risco de obstrução respiratória (Antony e Sloan
2002 e Seagle 2004).
Souza et al (2003) relata que em crianças com SR frequentemente não é
possível a realização da palatoplastia na época ideal para minimizar problemas na
aquisição e desenvolvimento de fala, sendo necessário aguardar a estabilização do
quadro respiratório para se indicar a intervenção cirúrgica segura. Os resultados
demonstraram que a palatoplastia foi realizada após os 12 meses de idade em
ambos os grupos, com medianas de 15 meses para o grupo Furlow e 18 meses para
o grupo von Langenbeck.
Crianças com SR apresentam variações quanto ao grau da dificuldade
respiratória, que sofre influência da deficiência mandibular (Gozu et al 2010). O tipo
de obstrução respiratória mais frequente é a obstrução respiratória do tipo I,
chegando a acometer 90% dos casos (Marques et al 2001, Kirschner et al 2003 e
Parhizkar et al 2010). Os resultados do presente estudo corroboram com a literatura,
demonstrando prevalência da obstrução respiratória do tipo I em 89,5% do grupo
DISCUSSÃO
DISCUSSÃODISCUSSÃO
DISCUSSÃO
88
Furlow e em 94,1% do grupo von Langenbeck. Pode-se inferir que não influência
do tipo de obstrução respiratória na escolha da técnica cirúrgica a ser ministrada.
A funcionalidade do esfíncter velofaríngeo principalmente considerando as
características da fala, é que determina o sucesso do procedimento cirúrgico, a
técnica cirúrgica e a habilidade do cirurgião que a executa são fatores importantes
no resultado funcional. Ambas as técnicas cirúrgicas administradas na amostra
pesquisada foram realizadas por um único cirurgião experiente, controlando essa
variável que poderia interferir nos resultados. Furlow Junior (1995), Brothers et al
(1995) e Timmons (2001) alertaram sobre a dificuldade de estudar os resultados de
fala em pacientes operados por mais de um cirurgião.
Iniciando as considerações sobre o resultado funcional do esfíncter
velofaríngeo, a presença de queixas auditivas foi predominante em ambos os
grupos, sendo 77,2% no grupo Furlow e 84,3% no grupo von Langenbeck, sendo a
otalgia mais comumente relatada, resultados semelhantes foram encontrados em
estudo realizado por Scoton (2004) em pacientes com fissura de palato não
associada a SR.
As alterações no traçado timpanométrico unilateral ou bilateral estiveram
presentes em ambos os grupos, ocorrendo uma distribuição semelhante nas curvas
timpanométricas tipo B e C relacionadas a problemas como otite média e disfunção
da tuba auditiva. A curva tipo A referente à funcionalidade normal da orelha média
também apresentou incidência semelhante em ambos os grupos considerando as
curvas tipo B e C, o que evidencia a oscilação das condições auditivas, descritas
na literatura comumente encontradas em indivíduos com fissura de palato (Feniman
et al 1999 e 2008 e Willians et al 2010). Costa Filho e Piazentin (1997) descrevem
que as queixas auditivas podem ocorrer em épocas variadas em indivíduos com
DISCUSSÃO
DISCUSSÃODISCUSSÃO
DISCUSSÃO
89
fissura de palato, associado às alterações oscilantes de orelha média e consequente
perda auditiva.
A fissura palatina pode causar perda auditiva condutiva flutuante durante o
período de desenvolvimento do individuo acometido (Feniman et al 1999, Golding-
Kushner 2001 e Zanzi et al 2002). A recorrência da perda auditiva está relacionada
ao funcionamento deficiente da tuba auditiva devido particularmente ao músculo
elevador do véu palatino que deveria elevar o véu palatino e simultâneamente em
sua contração abrir a tuba auditiva, ventilando a orelha média (Willians et al 1998).
Os resultados predominantes da audiometria em ambos os grupos
relacionam-se a perda auditiva do tipo condutiva de grau leve, precedida de perda
auditiva condutiva de grau moderado, concordando com os estudos em individuos
com fissura de palato não associada à SR realizados por Zanzi et al 2002, Tunçbilek
(2003) e Scoton (2004). Vale ressaltar que a literatura em SR considerando
problemas auditivos é escassa, assim houve a necessidade de confrontar os
resultados encontrados no presente estudo com a literatura referente à população
com fissura de palato.
Em um contexto geral a respeito das alterações auditivas, baseado nos
resultados encontrados, o presente estudo é condizente com os achados de Paes
(2004), confirmando que crianças com SR apresentam problemas audiológicos
semelhante a crianças com fissura de palato isolada, não apresentando qualquer
agravamento da condição auditiva em decorrência do procedimento cirúrgico ser
realizado após o período considerado ideal, da presença de obstrução respiratória
ou pelas patologias de deglutição rotineiras nessa população.
Feniman et al (1999), D’Mello e Kummar (2007) e Wimmer et al (2010)
relatam que a instabilidade da orelha média, devido à disfunção da tuba auditiva
DISCUSSÃO
DISCUSSÃODISCUSSÃO
DISCUSSÃO
90
pode resultar em otites de repetição e perda auditiva flutuante, essa condição é
decorrente das alterações morfológicas e funcionas da fissura de palato. A
alteração auditiva pode comprometer a recepção de todas as faixas de frequência
acústica (Santos 1996). Para que ocorra a aquisição correta das características
espectrais da fala é importante à integridade das vias auditivas desde a porção
periférica formada pelas orelhas externa, dia e interna até a porção central e
córtex auditivo. A representação da imagem acústica informa um conceito ao
cérebro que transmitirá um impulso correlativo a imagem sonora, que será
reproduzida de acordo com a morfologia e fisiologia dos órgãos fonoarticulatórios
(Dubois 1973, Russo e Behlau 1993).
Ao verificar a configuração audiométrica, não foram observadas diferenças
estatísticamente significantes considerando as faixas de frequência no presente
estudo, houve uma uniformidade na distribuição, onde a perda auditiva influenciou
no rebaixamento de limiar de todas as faixas de frequência, semelhante ao
encontrado por Zanzi et al (2002). Pode-se enfatizar também a presença de
comprometimento associando frequências baixas e altas como no estudo de Ahoen
e McDermont (1984) e Scoton (2004), e um pequeno índice de comprometimento
apenas das frequências baixas condizentes também com os achados de Scoton
(2004). O resultado encontrado é respondido pela literatura, referindo que a
alteração da tuba auditiva pode acarretar na diminuição da quantidade de energia
sonora a ser transmitida para a orelha interna comprometendo a recepção em todas
as faixas de frequência (Shprintzen e Croft 1981, Santos 1996 e Ceponiene 2000).
No que se refere à qualidade de fala, a ausência de distúrbios articulatórios
compensatórios (DAC) foi predominante em ambos os grupos, 64,9% para o grupo
Furlow e 58,8% para o grupo von Langenbeck semelhante ao encontrado por
DISCUSSÃO
DISCUSSÃODISCUSSÃO
DISCUSSÃO
91
Oliveira (2009) e por Scoton (2004) em população com fissura de palato isolada. Na
presença de DAC o tipo que prevaleceu em ambos os grupos foi o golpe de glote
(GG) sendo 28,1% no grupo Furlow e 29,4% no grupo von Langenbeck, a plosiva
dorso dio palatal (PDMP) ocorreu em 21,1% apenas no grupo Furlow, assim
como a fricativa nasal posterior (FNP) ocorreu em 11,8% apenas no grupo von
Langenbeck. Considerou-se o grau de alteração de fala, sendo encontrado grande
índice de normalidade em ambos os grupos, confirmando o resultado anterior sendo
64,9% no grupo Furlow e 60,8% no grupo von Langenbeck.
A predominância do GG corrobora com os achados de Scoton (2003 e
2004), porém discorda dos dados obtidos por Zanzi et al (2002). A literatura relata a
existência de pontos articulatórios atípicos definidos como articulações
compensatórias (Peterson-Falzone et al 2006 e Genaro, Fukushiro e Suguimoto
2007). As articulações compensatórias estão relacionadas ao comprometimento do
funcionamento velofaríngeo, sua produção é atípica considerando a articulação de
indivíduos com funcionamento velofaríngeo normal, uma vez que as articulações
compensatórias fazem uso da orofaringe e glote para gerar plosão e fricção antes
mesmo que o fluxo aéreo chegue ao mecanismo velofaringeo (Warren 1986).
Ao verificar a função velofaríngea para a fala considerando a presença da
articulação compensatória e a qualidade de ressonância oro-nasal, encontrou-se
uma diferença estatísticamente significante entre os grupos, sendo que o grupo
Furlow apresentou 78,9% de ressonância oro-nasal considerada normal com o
mesmo índice de função velofaríngea normal, e no grupo von Langenbeck a
ressonância oro-nasal se apresentou normal em apenas 29,4% e observou-se
23,5% de ressonância oro-nasal hipernasal de grau moderado e 2,9% de
ressonância hipernasal de grau severo, resultado semelhante ao encontrado por
DISCUSSÃO
DISCUSSÃODISCUSSÃO
DISCUSSÃO
92
Oliveira (2009) em população com SR submetidas ao reparo cirúrgico do palato
pelas técnicas de Furlow e von Langenbeck.
Os resultados também corroboram com os autores Posnik e Ruiz (2002) e
Willians et al (2006 e 2009), os quais reportam os resultados superiores de fala em
pacientes com fissura de palato isolada operados pela técnica de Furlow. Kirshner
et al (1999), Yu, Chen e Chen (2001) e LaRossa et al (2004) e Willians et al (2010)
constataram melhores resultados para a técnica de Furlow considerando a qualidade
de ressonância e fala em comparação com a técnica de von Langenbeck. Furlow
Junior (1995) descreve excelente resultado no re-estabelecimento do funcionamento
do mecanismo velofaríngeo em pacientes operados pela técnica de Furlow.
Pegoraro-Krook et al (2004) afirmam que a cirurgia para a correção primária
da fissura de palato pode não re-estabelecer a anatomia e fisiologia adequadas para
a produção de fala.
Na presença de alterações na produção de fala verificou-se a ocorrência dos
DAC por faixa de frequência acústica dos fonemas acometidos, não houve diferença
estatísticamente significante entre as faixas de frequência baixa, média e alta, o que
foi controverso com o estudo de Scoton (2004) que observou maior incidência de
alterações de fala em fonemas pertencentes às frequências média e alta.
Ao associar os resultados da função velofaríngea para a fala e audição,
observou-se que ambos os procedimentos apresentaram pouco sucesso em relação
aos aspectos auditivos, semelhante aos resultados de Willians et al (1998). Freitas
(1991) e Smith et al (1994) observaram o comportamento da capacidade auditiva em
indivíduos com fissura de palato isolada e verificaram a grande incidência de
problemas de orelha média nessa população, concluindo que mesmo com a
correção cirúrgica do palato sendo efetuada em tempo considerado ideal, a tuba
DISCUSSÃO
DISCUSSÃODISCUSSÃO
DISCUSSÃO
93
auditiva demonstrou uma variação de tempo de aproximadamente 6 anos para
restaurar sua função e consequentemente melhorar as alterações de orelha média e
limiares auditivos.
Antonelli et al (2010) avaliaram 673 crianças com crianças com fissura de
lábio e palato sem outras alterações associadas e compararam os resultados
audiológicos entre as técnicas de Furlow e von Langenbeck operadas em idade
considerada ideal, observaram que a audição, a necessidade de colocação de tubos
de ventilação, o tipo de técnica cirúrgica e a idade da realização do procedimento
não influenciaram nos resultados otológicos e audiológicos.
Da Silva, Collares e Da Costa (2010) não observaram correlação entre a
gravidade dos achados de otoscopia e o grau de disfunção velofaríngea, relatando
que alterações intrínsecas de inserção dos sculos velofaríngeos e da própria
cartilagem da tuba auditiva, além da alteração do palato podem contribuir para a
evolução de otite média nessa população.
A presença de DAC associado com a presença de perda auditiva não
apresentou diferenças estatisticamente significantes, não ocorrendo, portanto
relação direta entre a dificuldade auditiva e o desenvolvimento de padrões
articulatórios atípicos. Resultados semelhantes foram encontrados em estudos
realizados por Schönweiler et al (1998) e Scoton (2004). Os problemas de produção
de fala em individuos com fissura de palato estão relacionados a dificuldade em
estabelecer o correto posicionamento dos articuladores e manter o fluxo aéreo
adequado, esta alterações são decorrentes da presença da disfunção velofaríngea
(Bzoch 1997 e Najaran, Savitha e Subramanijan 2009).
A terapia fonoaudiológica obtem frequentemente bons resultados na
reabilitação da fala de pacientes com fissura de palato (Zanzi et al 2002 e Najaran,
DISCUSSÃO
DISCUSSÃODISCUSSÃO
DISCUSSÃO
94
Savitha e Subramanijan 2009). A ausência de DAC na amostra pesquisada, mesmo
na presença da perda auditiva pode ser resultante de intervenção fonoaudiológica
adequada, a qual facilitou o fornecimento de modelos articulatórios corretos dos
fonemas mesmo durante o período de dificuldade auditiva decorrente das otites de
repetição, porém esta variável não pode ser fielmente controlada e adicionada no
presente estudo pela dificuldade em coletar informações suficientes sobre
frequencia, regularidade e procedimento terapêutico, uma vez que a população
pesquisada reside em vários estados brasileiros e nem sempre as cidades oferecem
tratamento ou condições para o mesmo, ou na possibilidade de tratamento muitas
vezes o é possivel definir o planejamento terapêutico utilizado pelo relato dos
cuidadores.
Durante a comparação da presença de DAC de acordo com a frequencia
acústica de cada fonema comprometido e sua relação com o déficit auditivo por
frequência, não ocorreram diferenças estatísticas significativas em ambos os grupos,
o mesmo resultado foi descrito por Scoton (2004). Observou-se na presença de DAC
uma distribuição linear comprometendo os fonemas em todas as faixas de
frequencia acústica indendente do padrão auditivo ser normal, ou com perda
unilateral ou bilateral. Pela lógica da física acústica, na ausência de perda auditiva
ou na presença de comprometimento em apenas uma orelha, a criança apresentaria
condições favoráveis para obter modelos auditivos de produção da fala, sendo a
dificuldade em produção por traços de frequência apresentado apenas em crianças
com dificuldade auditiva bilateral, o que não foi observado.
Porém é precoce descartar a relação da perda auditiva e sua influência na
produção de fala em individuos com fissura de palato, embora os resultados sugiram
a interferência primordial em relação ao funcionamento velofaríngeo, a flutuação da
DISCUSSÃO
DISCUSSÃODISCUSSÃO
DISCUSSÃO
95
audição e a alternância de comprometimento podem contribuir para a aquisição
deficiente de traços de sonoridade fonêmica, uma vez que a percepção precede a
produção (Chapman 1996).
Outra consideração importante em relação a influência da audição na
aquisição e desenvolvimento de fala está relacionado a construção do
processamento auditivo. Minardi et al (2004), Boscariol, André e Feniman (2009) e
Amaral, Martins e Santos (2010) encontraram resultados alterados em testes de
processamento auditivo em crianças com fissura de palato, atribuiem esse resultado
ao índice elevado alterações de orelha média nessa população. Portanto a influência
da audição na produção da fala pode não estar diretamente relacionada a fatores de
correlação acústica, mas a possíveis comprometimentos de funções referentes a
formação e estruturação das habilidades auditivas refletindo no processo de
aquisição de fala e linguagem.
A literatura considerando aspectos de audição e fala na população com SR é
limitada, porém é bastante vasta no que diz respeito as dificuldades respiratórias e
alterações neonatais, demonstrando a necessidade de outros estudos que
fundamentem e complementem a proposta atual buscando otimizar o tratamento
nessa população.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOCONCLUSÃO
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOCONCLUSÃO
CONCLUSÃO
99
6 CONCLUSÃO
6.1 CONCLUSÃO GERAL
A técnica cirúrgica de Furlow para a correção do palato demonstrou
resultados superiores de fala em comparação com a técnica de von
Langenbeck. Porém ambos os procedimentos não obtiveram sucesso
nas condições auditivas.
6.2 CONCLUSÕES ESPECÍFICAS
a) AVALIAÇÃO MÉDICA
Crianças operadas pela técnica de von Langenbeck realizaram o
procedimento cirúrgico primário de correção do palato em idade mais
tardia quando comparadas as crianças operadas pela técnica de Furlow;
O tipo de obstrução respiratória predominante em ambos os grupos foi a
do tipo I, não demonstrando qualquer influência do tipo de obstrução
respiratória com a escolha da técnica cirúrgica.
b) AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA: AUDIÇÃO
A presença de queixa auditiva prevaleceu em ambos os grupos, sendo
a otalgia a mais comumente relatada;
o se observou diferenças estatisticamente significantes quanto às
condições funcionais da orelha média, houve uma distribuição linear das
curvas timpanométricas do tipo A, B e C em ambos os grupos;
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOCONCLUSÃO
CONCLUSÃO
100
A dificuldade auditiva quando presente se caracterizou
predominantemente como perda auditiva do tipo condutiva de grau leve
nos grupos Furlow e von Langenbeck;
A alteração auditiva quando presente acometeu linearmente todas as
faixas de frequência em ambos os grupos.
c) AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA: FALA
O grupo operado pela técnica de Furlow demonstrou resultados
superiores de função velofaríngea para a fala, considerando o grupo von
Langenbeck que apresentou prevalência de função velofaríngea
inadequada para a mesma função;
o se constatou diferenças entre o grau de alteração de fala entre os
grupos;
A articulação compensatória quando presente resultou em grau leve de
alteração de fala predominantemente nos grupos Furlow e von
Langenbeck;
Os fonemas comprometidos pelos distúrbios articulatórios
compensatórios não apresentaram relação direta com a faixa de
frequência auditiva correspondente.
d) RELAÇÃO ENTRE AVALIAÇÃO DE FALA E AVALIAÇÃO DE AUDIÇÃO
CONSIDERANDO A TÉCNICA CIRÚRGICA
As crianças operadas pela técnica de Furlow apresentaram função
velofaríngea adequada para a fala, porém o mesmo não ocorreu na
função auditiva. O grupo von Langenbeck não apresentou
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOCONCLUSÃO
CONCLUSÃO
101
funcionamento velofangeo adequado tanto para a fala quanto para a
audição;
A presença da perda auditiva não foi proporcional ao grau de alteração
de fala, sugerindo que os problemas articulatórios estão relacionados a
alterações na produção de fala devido à função velofaríngea
inadequada em ambos os grupos;
As faixas de frequências dos fonemas alterados pela articulação
compensatória, em ambos os grupos, não apresentaram relação com a
faixa de frequência comprometida pela presença de alterações
auditivas.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
105
7 REFERÊNCIAS
Antonelli P, Jorge J, Feniman M, Piazentin-Penna S, Dutka-Souza J, Seagle B,
Williams W, et al. Otologic and audiologic outcomes with the Furlow and von
Langenbeck with intravelar veloplasties in unilateral cleft lip and palate. Cleft Palate
Craniofac J. 2010.
Amaral MI, Matins JE, Santos MF. A study on the hearing of children with non-
syndromic cleft palate/lip. Braz J Otorhinolaryngol. 2010; 76(2):164-71.
Antony AK, Sloan GM. Airway obstruction following palatoplasty: analisis of 247
consecutive operations. Cleft Palate Craniofac J. 2002; 39(2):145-8.
Azevedo MF, Vieira RM, Vilanova LCP. Desenvolvimento auditivo de crianças
normais e de alto risco. São Paulo: Plexus; 1995. 222p.
Bertier CE, Trindade IEK. Cirurgias primárias de lábio e palato. In: Trindade IEK,
Silva Filho OG. Fissuras labiopalatinas uma abordagem interdisciplinar. São Paulo:
Editora Santos; 2007. P.73-86.
Bluestone CD, Witel RA, Paradise JL. Roentgenographic evaluation of eustachian
tube in infants with cleft and normal palates. Cleft Palate Craniofac J. 1972; 9:93-
100.
Boscariol M, AndKD, Feniman MR. Cleft palate children: performance in auditory
processing test. Braz J Otorhinolarungol. 2009; 75(2):213-20.
Braithwaite F, Maurice DG. The importance of the elevator palati muscle in cleft
palate closure. Br J Plast Surg. 1968; 21:60-2.
Brandão GR. Características audiológicas de individuos com sinais clínicos de
síndrome velocardiofacial [Dissertação]. Bauru: Hospital de Reabilitação de
Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo; 2002.
Breugem CC, Mink van der Molen AB. What is Pierre Robin Sequence? J Plast
Reconstr Aesthet Surg. 2009; 62(12):1555-8.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
106
Broen PA. Comparison of the hearing histories of children with and without cleft
palate. Cleft Palate Craniofac J. 1996; 33:127-33.
Bzoch KR, editor. Communicative disorders related to cleft lip an palate. 5
th
ed.
Austin: Pro-Ed; 2004a. p.375-462.
Chapman RS. Processos e distúrbios na aquisição da linguagem. Tradução por
Emília de Oliveira Diehl e Sandra Costa. Porto Alegre: Artes Médicas; 1996.
Tradução de: Processes in language aquisition and disorders.
Cohen Jr. The Robin anomalad its nonspecificity and associated syndromes. J Oral
Surg. 1976; 34:587-593.
Cohen Jr. Robin Sequences and Complexes: causal heterogeneitty and
pathogenetic/ phenotypic variability. Am J Med Genet. 1999; 84:311-315.
Collares MVM, Rangel LCA. Deformidades secundárias e sequelas de fissura
labiopalatais. In: Mélega JM. Cirurgia plástica: fundamentos e arte, cirurgia
reparadora de cabeça e pescoço. Rio de Janeiro: Medsi; 2002. p.213-28.
Costa Filho OA, Piazentin SHA. Aspectos otológicos. In: Altmann EBC, Fissuras
labiopalatinas. Carapicuiba: Pró-Fono; 1997.p.485-98.
Da Silva DP, Collares MV, Da Costa SS. Effects of velopharyngeal dysfunction on
middle ear of repaired cleft palate patients. Cleft Palate Craniofac J. 2010; 47(3):225-
33.
Dell’Oste C, Saron F, Pelizzo G, Sarti A. Acute airway obstruction in an infant with
Pierre Robin syndrome after palatoplasty. Acta Anaesthesiol Scand. 2004; 48(6):787-
9.
D’Mello J, Kumar S. Audiological findings in cleft palate patients attending speech
camp. Indian J Med Res. 2007; 125(6):777-82.
Doyle WJ, Kitajiri M, Sandi I. The anatomy of the auditory tube and paratubal
musculature in a one month old cleft palate infant. Cleft Palate Craniofac J. 1988;
20:218-226.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
107
Dubois J, Giacomo M, Guespin L, Marcellesi C, Marcellesi JB, Menvel JP. Dicionário
de Linguistica. Tradução por Frederico Pessoa de Barros, Gesuína Domenica
Ferreti, John Robert Schmitz, Leonor Scliar Cabral, Maria Elizabeth Leuba Salum,
Valter Khedi. São Paulo: Cultrix; 1973.
Feniman MR, Donadon DR, Vieira JM. Audição de pacientes com fissura isolada de
lábio e com fissura de palato: um estudo comparativo. J Bras Fonoaudiol. 1999;
1:45-7.
Feniman MR, Daniel BT, De Vitto LP, Lemos IC, Lauris JR. Verbal recognition of
infants with cleft lip and palate with and without history of risk indicators for hearing.
Braz J Otorhinolaryngol. 2008;74(4):601-5.
Furlow Junior LT. Correction of velopharyngeal insufficiency by double-opping Z-
plasty. In: Losee J, Kirschner R eds. Comprehensive cleft care, New York: McGraw
Hill Co; 2009. p. 641-47.
Genaro KF, Fukushiro AP, Suguimoto MLFCP. Avaliação e tratamento dos distúrbios
de fala. In: Trindade IEK, Silva Filho OG, coordenadores. Fissuras labiopalatinas:
uma abordagem interdisciplinar. São Paulo: Editora Santos; 2007. p.109-22.
Golding-Kushner KJ. Therapy techniques for cleft palate speech and related
disorders. San Diego: Singular; 2001.
Gözu A, Genç B, Palabiyik M, Unal M, Yildiring G, Kavuncouglu S, Ozsoy Z. Airway
management in neonates with Pierre Robin sequence. Turk J Pediatr. 2010;
52(2):167-72.
Greig AV, Papesch ME, Rowsell AR. Parental perceptions of grommet insertion in
children with cleft palate. J Laryngol Otol. 1999; 12:1068- 71.
Handzic J, Bagatin M, Subotic R, Cuk V. Hearing levels in Pierre Robin syndrome.
Cleft Palate Craniofac J. 1995; 32(1):30-6.
Jerguer J. Clinical experience with impedance audiometry. Arch Otolaryngol. 1980;
92:311-24.
Henningsson G, Kuehn DP, Sell D, Sweeney T, Trost-Cardamone JE, Whithehill TL.
Universal parameters for reporting speech outcomes in individual with cleft palate.
Cleft Palate Craniofac J. 2008; 45(1):1-17.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
108
Kemker FJ. Audiological management of patients with cleft palate and related
disorders. In: Bzoch KR, editor. Communicative disorders related to cleft lip and
palate. 4th ed. Austin: Pro-Ed; 1997.p.245-60.
Kirschner RE, Low DW, Randall P, Bartlett SP, McDonald McGinn DM, Schultz PJ,
Zackai EH, La Rossa D. Surgical airway management in Pierre Robin Sequence: is a
role for tongue lip adhesion? Cleft Palate Craniofac J. 2003; 40:13-8.
Khosla RK, Mabry K, Castiglione CL. Clinical outcomes of the Furlow Z-plasty for
primary cleft palate repair. Cleft Palate Craniofac J. 2008; 45(5):501-10.
Huehn D, Trost-Cardamone J. Phonological development in children with cleft palate.
Study session presented at the Annual Meeting of the American Cleft Association,
New York, 1986.
Kummer AW. Cleft palate and craniofacial anomalies: the effects on speech and
resonance. 2
nd
ed. San Diego: Singulas Thomson Learning; 2008.
La Rossa D, Jackson OH, Kirschner RE, Low DW, Solot CB, Cohen MA et al. The
Children’s Hospital of Philadelphia modification of the Furlow double-opposing Z-
palatoplasty: long-term speech and growth results. Clin Plast Surg. 2004; 31(2):243-
9.
Lee JT, Kingston HG. Airway obstruction due to massive lingual oedema following
cleft palate surgery. Can Anaesth Soc J. 1985; 32(3):265-267.
Marques IL, Barbieri MA, Betiol H. Etiopathogenesis of isolated with Robin sequence.
Cleft Palate Craniofac J. 1998; 35(6):517-25.
Marques IL et al. Clinical experience with infants with Robin Sequence: a prospective
study. Cleft Palate Craniofac J. 2001; 38(2):171-178.
Marques IL, Souza TV, Carneiro AF, Peres SPBA, Barbieri MA, Betiol H. Sequência
de Robin: protocolo único de tratamento. J Pediatr. 2005; 81(1):14-22.
Marques IL, Betiol H, Souza L, Barbieri MA, Bachega MI. Longitudinal study of the
growth of infants with isolated Robin sequence considered being severe cases. Acta
Pediatr. 2008; 97(3):371-5.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
109
Minardi CG, Souza AC, Netto MP, Ulhôa FM, Feniman MR, Campos CF, Cruz MS.
Auditory abilities in children with cleft lip and/or palate according to Fisher’s. Acta
Otorrinolaringol Esp. 2004; 55(4):160-4.
Moon JB, Keuhn DP. Anatomy and physiology of normal and disorders
velopharyngeal function for speech. In: Bzoch KR, editor. Communicative disorders
related to cleft lip and palate. 5
th
ed. Austin: Pro-Ed; 2004. P67-98.
Musiek EF, Pinheiro ML. Assesment of central auditory dysfunction: foundations and
clinical correlates. Baltimore: Williams & Wilkins; 1985.
Najaran R, Savitha UH, Subramaniyan B. Communications disorders in individuals
with cleft lip and palate: na overview. Indian J Plast Surg. 2009; 42:137-43.
Northern JL, Downs MP. Behavioral hearing testing of children. In: Hearing in
Children. Baltimore: Williams & Wilkins; 1991.
Oliveira RP. Nasalidade de crianças com sequência de Robin após a palatoplastia
primária com as técnicas de Furlow ou von Langenbeck [tese]. Bauru: Hospital de
Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, USP; 2009.
Paes JT. Triagem audiológica em lactentes com sequência de Robin [Dissertação].
Bauru: Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São
Paulo; 2004.
Parkinzar N, Saltzman B, Grote K, Starr J, Cunninghan M, Perkin J, Sie K.
Nasopharyngeal airway for management of airway obstruction in infants with
micrognatia. Cleft Palate Craniofac J. 2010; 17.
Pavlovic CV. Speech spectrum considerations and speech intelligibility predictions in
hearing aid evaluations. J Speech and Hearing Disorder. 1989; 54:3-8.
Pegoraro-Krook MI. Avaliação da fala de pacientes que apresentam inadequação
velofaríngea e que utilizam prótese de palato [tese]. São Paulo: Universidade
Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina; 1995.
Pegoraro-Krook MI, Dutka-Souza JCR, Magalhães LCT, Feniman MR. Intervenção
fonoaudiológica na fissura palatina. In: Ferreira LP, Beffi-Lopes DM, Limongi SCO,
organizadoras. Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca; 2004.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
110
Peterson-Falzone SJ, Trost-Cardamone JE, Karnell MP, Hardin-Jones MA. Effects
of cleft and non-cleft VPI on speech in older children. In: The clinican’s guide to
treating cleft palate speech. Saint Louis: Mosley; 2006.
Phua YS, Chalain T. Incidence of oronasal fistulae and velopharyngeal insufficiency
after cleft palate repair: and audit of 211 children born between 1990 and 2004. Cleft
Palate Craniofac J. 2008; 45(2):172-8.
Phua YS, Salkeld LJ, Chalain T. Middle ear disease in children with cleft palate:
protocols for management. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2009; 73(2):307-13.
Posnick JC, Ruiz RL. Staging of cleft lip and palate reconstruction: infancy through
adolescence. In: Wysynski DF, editor. Cleft lip and palate from origin to treatment.
Oxford:2002. P319-53.
Rocha DL. Insuficiência velofaríngea. In Mélega JM. Cirurgia plastic: fundamentos e
arte, cirurgia reparadora de cabeça e pescoço. Rio de Janeiro: Medsi; 2002. P178-
96.
Ruben RJ, Rapin I. Plasticity of the developing auditory system. Ann Otol. 1980; 303-
11.
Russo ICP, Santos TMM. A prática da audiologia clínica. São Paulo: Cortez; 1991.
Russo ICP, Behlau M. Percepção da fala: análise acústica do português brasileiro.
São Paulo: Lovise; 1993.
Rvachew S, Jamieson DG. Perception of voiceless fricatives by children with a
functional articulation disorder. J Speech and Hearing Disorder. 1989; 54:193-208.
Santos TMM. Otite media: implicação para o desenvolvimento da linguagem. In:
Schochat. Processamento Auditivo. São Paulo: Lovise; 1996. p.115-23.
Schönweiler R, Lisson JÁ, Schönweiler B, Eckardt A, Ptok M, Tränkmann J, A
retrospective study of hearing, speech and language function in children with clefts
following palatoplasty and veloplasty procedures at 18-4 months of age. Int J Pediatr
Otorhinolaringol. 1999; 50:205-17.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
111
Scoton MA, Guilherme A, Feniman MR. Ocorrência dos distúrbios articulatórios
compensatórios Segundo o fator causal. In: Anais do V Encontro Científico da s-
Graduação HRAC-USP; 2003. p.32.
Scoton MA. Fissura Palatina: correlação entre audição e os distúrbios articulatórios
compensatórios [Dissertação]. Bauru: Hospital de Reabilitação de Anomalias
Craniofaciais, Universidade de São Paulo; 2004.
Seagle MP, Furlow Junior LT. Muscle reconstruction in cleft lip repair. Plast Reconstr
Surg. 2004; 113(6):1537-47.
Sher AE, Shprintzen RJ, Thorpy MJ. Endoscopic observations of obstructive sleep
apneia in children with anomalous upper airways: predictive and therapeutic value. J
Pediatr Otorhinolaryngol. 1986; 11:135-146.
Shprintzen RJ, Croft CB. Abnormalities of the Eustachian tube orifice in individuals
with cleft palate. Int J Pediatr Otorhinolarungol. 1981; 3(1):12-23.
Shprintzen RJ. Pierre Robin, micrognatia, and airway obstruction: the dependency of
treatment on accurate diagnosis. Int Anesthesiol Clin. 1988; 26(1): 64-71.
Shprintzen RJ, Singer L. Upper airway obstruction and the Robin sequence. Int
Anesthesiol Clin. 1992; 108(1):17-29.
Shprintzen RJ, Goldberg R. The genetics of cleft and associated syndromes: In
Shprintzen RJ, Bardach J, editors. Cleft palate speech management: a
multidisciplinary approach. St Louis: Mosby; 1995. p.16-43.
Sie KCY, Tampakopoulou DA, Sorom JBA, Gruss JS, Eblen LE. Results with Furlow
palatoplasty in management of velopharyngeal insufficiency. Plast Reconstr Surg.
2001; 108(1): 17-29.
Silva DP, Dornelles S, Paniagua LM, Costa SS, Collares MVM. Aspectos
patofisiológicos do esfíncter velofaríngeo nas fissuras palatinas. Arq Int
Otorrinolaringol. 2008; 12(3): 426-35.
Smith TL, DiRuggiero DC, Jones KR. Recovery of Eustachian tube function and
hearing outcome in patients with cleft palate. Otolaryng Head Neck Surg. 1994;
11:423-29.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
112
Sousa TV, Marques IL, Carneiro AF, Bettiol H, Freitas JAS. Nasopharyngoscopy in
Robin Sequence: clinical and predistive value. Cleft Palate Craniofac J. 2003;
40(6):618-23.
Sousa TV, Marques IL, Carneiro AF, Bettiol H. Nasopharyngoscopy in Robin
Sequence. Therapeutic and predective value. Cleft Palate Craniofac J. 2002.
Spawuen PH, Goorhuis-Brouwer SM, Schutte HK. Cleft palate repair: Furlow versus
von Langebeck. J Craniomaxillofac Surg. 1992; 20(1) 18-20.
Spina V, Psillakis JM, Lapa FS, Ferreira MC. Classificação das fissuras lábio-
palatinas: sugestão de modificação. Rev Hosp Clin Fac Med S Paulo. 1972; 27: 5-6.
Takasaki K, Sando I, Balaban CD, Ishijima K. Postnatal development of eustachian
tube cartilage: a study of normal and cleft palate cases. J Pediatr Otorhinolaryngol.
1999; 52:31-6.
Timmons MJ, Wyatt RA, Murply T. Speech after repair isolated cleft palate and cleft
lip ans palate. Br J Plast Surg. 2001; 54(5):377-84.
Tomaski SM, Zalzal GH, Saal HM. Airway obstruction in the Pierre Robin sequence.
Laryngoscope. 1995; 105(2):111-4.
Trier WC, Dreyer TM. Primary von Langenbeck palatoplasty with levator
reconstruction: rationale na technique. Cleft Palate J. 1984; 21(2):254:62.
Trindade IEK, Genaro KF, Yamashita RP, Miguel HC, Fukushiro AP. A Proposta de
classificação da função velofaríngea na avaliação perceptivo-auditiva da fala. Pró-
Fono. 2005; 17(2): 259-62.
Trost-Cardamone JE. Diagnosis of specific cleft palate speech error patterns for
planning therapy or physical management needs. In: Bzoch KR, editor.
Communicative disorders related to cleft lip and palate. 5
th
ed. Austin: Pro-Ed; 2004.
Tunçbilek G, Özgur F, Belgin E. Audiologic and tympanometric findings in children
with cleft lip and palate. Cleft Palate Craniofac J. 2003; 40:304-9.
van Demark DR, Morris HL, van de Haar C. Patterns of articulation abilities in
speakers with cleft palate. Cleft Palate J. 1979; 16:230-9.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
113
van den Elzen AP, Semmekrot BA, Bongers EM, Huygen PL, Marres HA. Diagnosis
and treatment of Pierre Robin sequence: results of retrospective clinical study and
review of the literature. Eur J Pediatr. 2001; 160(1):47-53.
Warren DW. Compensatory speech behaviors in individuals with cleft palate: a
regulation/control phenomenon? Cleft Palate J. 1986; 23(4):251-60.
Webster DB, Webster M. Effects of neonatal conductive hearing loss on brain stem
nuclei. Ann Otolaryngol. 1979; 88:684-6
Willians WN, Seagle MB, Nackashi AJ, Marks RG, Boggs SR, Kemker J et al. A
methodology report of a randomized prospective clinical trial to asses
velopharynggeal function for speech following palatal surgery. Controlled clinical
trials. 1998; 19:297-312.
Williams WN, Seagle MB, Pegoraro-Krook MI, Souza T, Garla L, Silva M, Machado J,
et al. Prospective clinical trial comparing outcome measures between Furlow and von
Langenbeck palatoplasties for UCLP. Ann Plast Surg. 2010.
Wimmer E, Toleti B, Berghaus A, Baumann U, Nijidlo I. Impedance audiometry in
infants with a cleft palate: the standard 226-Hz probe tone has no predictive value for
the middle ear condition. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2010; 74(6):586-90.
YU CC, Chen PK, Chen YR. Comparison of speech results after Furlow palatoplasty
an von Langenbeck palatoplasty in incomplete cleft of the secondary palate
(resumo). Chang Gung Med J. 2001; 24(10):628:32.
Zanzi M, Cherpillod J, Hohlfeld J. Phonetic and ontological results after early palate
closure in 18 consecutive children presenting with cleft lip and palate. Int J Pediatr
Otorhinolaryngol. 2002; 66:131-7.
ANEXO
ANEXOANEXO
ANEXO
ANEXO
ANEXOANEXO
ANEXO
117
ANEXO 1 - Ofício de aprovação do projeto emitido pelo Comitê de Ética em
Pesquisa em Seres Humanos
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo