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ANA LUCIA FARIAS DA SILVA
RIO BRANCO
2010
ATRIBUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS NO SOLO DO USO DA
COMPOSTAGEM DA CASCA DE MANDIOCA
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ANA LUCIA FARIAS DA SILVA
RIO BRANCO
2010
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Agronomia, Área de Concentração
em Produção Vegetal, da Universidade Federal do
Acre, como parte das exigências para a obtenção
do Título de Mestre em Agronomia.
Orientadora: Prof
a
.Dr
a
. Sandra Tereza Teixeira
ATRIBUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS NO SOLO DO USO DE
COMPOSTAGEM DA CASCA DE MANDIOCA
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SILVA, A. L. F. DA, 2010.
SILVA, Ana Lucia Farias da. Atributos químicos e biológicos no solo do uso de
compostagem da casca de mandioca. Rio Branco: UFAC, 2010. 98f.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da UFAC.
Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte.
(A autora)
S586e Silva, Ana Lucia Farias da, 1981 -
Atributos químicos e biológicos no solo do uso de compostagem
da casca de mandioca / Ana Lucia Farias da Silva --- Rio Branco :
UFAC, 2010.
98f : il. ; 30cm.
Dissertação (Mestrado em Agronomia) Curso de Pós-Graduação
em Agronomia, Área de Concentração em Produção Vegetal, da
Universidade Federal do Acre.
Orientador: Profª. Drª. Sandra Tereza Teixeira.
Inclui bibliografia
1. Compostagem. 2. Substâncias húmicas. 3. Solo Atividade
biológica. 4. Mandioca Compostagem. I. Título.
CDD: 633.6
CDU: 633.493
À Deus,
por ser meu alicerce e minha inspiração
À minha família:
Francisco Pacifico da Silva,
Maria das Dores Farias da Silva,
Orlando Farias da Silva,
pelo apoio e incentivo para enfrentar todos
os obstáculos e por permitir que eu alcançasse mais este objetivo.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
A Universidade Federal do Acre, em especial ao curso de Pós-Graduação em
Agronomia pela oportunidade de realizar este curso de mestrado devido a
inigualável sensação de descoberta desta aventura!
Ao coordenador do Curso do Mestrado de Produção Vegetal Sebastião Elviro.
Ao CNPq, a Embrapa e Funtac pela bolsa, a infra-estrutura e apoio financeiro.
Assim como tudo na vida existe um cenário e seus personagens que fazem à
história acontecer, e é para eles que estendem-se meus agradecimentos;
Primeiramente a minha orientadora Prof
a
. Dr
a
. Sandra Tereza Teixeira pelo
apoio científico e acompanhamento do trabalho em todas as suas fases. Pela sua
atenciosidade, paciência, apoio, orientação, incentivo e dedicação durante o
desenvolvimento deste trabalho, que fizeram parte da minha formação. Pela
compreensão diante das minhas dificuldades e limitações, amizade, e que muito me
confortaram nos momentos difíceis para com seus orientados;
Aos funcionários do Laboratório de Solo (LABSOLO) da Embrapa Acre: Pedro
Raimundo Rodriguês de Araújo, Luciélio Manuel da Silva, pelo auxílio nas coletas,
análise laboratoriais, pela amizade e contribuição na obtenção dos resultados; e aos
funcionários do laboratório de Bromatologia em especial Eclésio Farias dos Santos;
Aos demais amigos de mestrado em especial Luciene Alves que me
acompanhou nesta trajetória;
A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização
deste trabalho.
BIOGRAFIA
ANA LUCIA FARIAS DA SILVA, filha de Francisco Pacífico da Silva e Maria
das Dores Farias da Silva, nasceu em Rio Branco, Acre, em 29 de agosto de 1981.
Em março de 2003, iniciou o curso de Engenharia Agronômica na
Universidade Federal do Acre (UFAC), diplomando-se em janeiro de 2008.
Em março de 2008, iniciou o curso do Mestrado em Agronomia na
Universidade Federal do Acre, na área de Produção Vegetal, submetendo-se a
defesa da dissertação em agosto de 2010.
RESUMO
O aproveitamento de resíduos na área agrícola é parte de um processo de
recuperação de resíduos orgânicos que juntamente com a atividade microbiana tem
grande relevância para a ciclagem de nutrientes e a fertilidade do solo, assim, o
objetivo deste trabalho é caracterizar a matriz orgânica de compostos utilizando
como fonte casca de mandioca, serragem, esterco e podas de capim e avaliar o
impacto do uso de composto a base da casca de mandioca na fertilidade e atividade
biológica do solo. Para a compostagem foi utilizado o delineamento de blocos
casualizados com quatro tratamento e 3 repetições. Leiras num sistema de aeração
passiva, monitoradas por revolvimento a cada 7 dias, com medições de temperatura
a cada 3 dias e coleta das amostras aos 32 (primeira amostragem), 47 (segunda
amostragem) dias para determinações de pH, umidade, carbono orgânico total
(COT) e condutividade elétrica (CE). E com 128 dias (terceira amostragem)
analisou-se o K, Ca, Mg, P total, COT e o teor de C nas frações ácido húmico (C-
AH) e ácido lvico (C-AF) do composto. A partir da quantificação do carbono dos
ácidos húmicos (C-AH) e fúlvicos (C-AF), foi calculado os diferentes índices de
humificação, IH: C-FAH/COT x 100; razão de humificação, RH: CSH/COT x 100 em
que o CSH representa o C presente nas substâncias húmicas (C-FAH + C-FAF);
porcentagem de ácido húmico, PAH: C-FAH/CSH x 100; grau de polimerização
através da expressão: GP= C-FAH/C-FAF. O solo utilizado para ser acondicionar
com o composto foi o LATOSSOLO VERMELHO Amarelo eutroférrico. O
delineamento experimental foi em blocos casualizados com 4 tratamentos C1 (40%
casca de mandioca, 10% capim, 10% esterco, 40%, serragem); C2 (100% casca de
mandioca); C3 (60% casca de mandioca, 20% esterco, 20% serragem); C4 (90%
casca de mandioca, 10% esterco) com 3 repetições sendo acompanhados em três
épocas com 13 (1° época), 60 (2° época) e 90 (3° época) dias. O composto foi
aplicado em doses equivalente a 60 t.ha
-1
em solo acondicionado em sacos de
polietileno e mantido na capacidade de campo. Os resultados obtidos permitiram
concluir que as baixas temperaturas não influenciaram no processo final da
compostagem; a qualidade final do composto é adequada para uso agrícola. O
parâmetro mais sensível para monitorar o processo de compostagem foi o teor de
carbono orgânico total (COT). Ao se considerar o índice de humificação (IH), razão
de humificação (RH), porcentagem de ácido húmico (PAH) e grau de polimerização
(GP) com seus respectivos valores críticos 19, 28, 69 e 1.9% respectivamente,
mostra que o composto não estava completamente humificado. Verificou-se que a
adição dos compostos no solo não alterou a atividade microbiana; quanto ao
conteúdo de carbono da biomassa da 1°, 2°, 3° época do solo incubado com
composto a base de casca de mandioca não se alterou entre os tratamentos. Os
teores de K, Ca e Mg no solo foram satisfatórios, sendo observados na soma de
base (SB), capacidade de retenção de tions (CTC) e Saturação por base (V).
Todos os tratamentos do solo com o composto a base da casca de mandioca
apresentaram boa eficiência sobre a fertilidade do solo.
Palavras-chave: Compostagem. Substâncias húmicas. Atividade biológica do solo.
ABSTRACT
The waste recovery in agriculture is part of a recovery process of organic residues
that together with the microbial activity has great relevance for nutrient cycling and
soil fertility thus aim of this study is to characterize the array of organic compounds
using as source cassava peel, sawdust, manure and grass cuttings and evaluate the
impact of using compost from cassava peel based on fertility and soil biological
activity. For the compost was used a randomized block design with four treatment
and three replications. Piles in a system of ventilation passive monitored by revolving
every seven days with temperature measurements at every 3 days and collecting the
samples at 32 (first sampling), 47 (second sampling) days for pH, moisture, total
organic carbon (TOC) and electrical conductivity (EC). And with 128 days (third
sampling) we analyzed the K, Ca, Mg, P, TOC and C content in humic acid fractions
(C-HA) and fulvic acid (C-AF) of the compound. From the quantification of the carbon
of humic acids (C-HA) and fulvic (C-AF), we calculated the various indices of
humification, IH: C-FAH/COT x 100, because of humification, RH: CSH / TOC x 100
where C represents the CSH present in humic substances (C-C + FAH-FAF),
percentage of humic acid, PAH: C-FAH/CSH x100; degree of polymerization through
the expression: GP = C-FAH / C -FAF. The soil used to be packaged with the
compound was the Oxisol Eutrudox. The experimental design was randomized
blocks with four treatments C1 (40% cassava peel, 10% grass, 10% manure, 40%,
sawdust), C2 (100% cassava peel), C3 (60% cassava peel, 20 % manure, 20%
sawdust), C4 (90% cassava peel, 10% manure) with three replicates was followed in
three seasons with 13 (1st season), 60 (2nd season) and 90 (3rd season) days . The
compound was administered in doses equivalent to 60 t ha-1 in soil packed in
polyethylene bags and kept at field capacity. The results showed that low
temperatures did not influence the final process of composting, the quality of the
compost is suitable for agricultural use. The most sensitive parameter to monitor the
composting process was the content of total organic carbon (TOC). When
considering the humification index (HI), humification ratio (HR), percentage of humic
acid (PAH) and degree of polymerization (GP) at their respective critical values 19,
28, 69 and 1.9% respectively, shows that the compound was not completely
humified. As the carbon content of biomass of the 1st, 2nd, 3rd season soil incubated
with the compound base of cassava peel did not change between treatments. And
with the rapid composition of the compound by the microorganism was no loss of
carbon to the middle and with it the incorporation of carbon in biomass was low. The
contents of K, Ca and Mg in soil were satisfactory, being observed in the sum of base
(SB) retention capacity of cations (CEC) and base saturation (V). All treatments of
soil with compost to the base of cassava peel were relevant in microbial activity,
capacity to retain cations.
Key-words: Composting. Humic substances. Soil biological activity.
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - Teores de C em substância húmicas (CSH) e índices de humificação
calculadas para os diferentes compostos estudados..................................
55
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 - Variação da temperatura do processo de compostagem em quatro
diferentes tipos de composto.....................................................................
51
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Relação cíclica entre o estágio de decomposição de resíduos orgânicos no
solo.................................................................................................................
35
FIGURA 2 - Área Experimental...........................................................................................
48
FIGURA 3 - Compostagem da casca de mandioca............................................................
48
LISTA DE TABELAS
CAPITULO I
TABELA 1 - Determinação dos macronutrientes (K, Ca e Mg) de cada resíduo através
dos extratos...............................................................................................
50
TABELA 2 - Valores médios da composição químicas do composto da 1º e 2º
amostragem................................................................................................
52
TABELA 3 - Característica química do composto para avaliar os compartimentos da
matéria orgânica (C-FAH e C-FAF) da 3º Amostragem..............................
54
CAPITULO II
TABELA 1 - Resultado da determinação do carbono da respiração e da biomassa
microbiana do solo avaliado em três épocas...............................................
70
TABELA 2 - Média dos resultados das análises de fertilidade do solo com o composto
da 3º época...................................................................................................
71
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A -
Análise de variância das característica química da amostra
do composto com casca de mandioca proveniente de um
experimento realizado no delineamento em blocos casualizado
com 4 tratamentos qualitativos cada um com três repetições....
95
APÊNDICE B -
Análise de variância das característica química da
amostragem do composto com casca de mandioca
proveniente de um experimento realizado no delineamento em
blocos casualizado com 4 tratamentos qualitativos cada um
com três repetições...................................................................
95
APÊNDICE C -
Análise de variância das característica química da
amostragem do composto com casca de mandioca
proveniente de um experimento realizado no delineamento em
blocos casualizado com 4 tratamentos qualitativos cada um
com três repetições...................................................................
96
APÊNDICE D -
Análise de variância do carbono da respiração e biomassa
microbiana da época do composto com casca de mandioca
mais o solo proveniente de um experimento realizado no
delineamento em blocos casualizado com 4 tratamentos
qualitativos cada um com três repetições.................................
97
APÊNDICE E -
Análise de variância do carbono da respiração e da biomassa
microbiana da época do composto com casca de mandioca
mais o solo proveniente de um experimento realizado no
delineamento em blocos casualizado com 4 tratamentos
qualitativos cada um com três repetições..................................
97
APÊNDICE F -
Análise de variância do carbono da respiração e da biomassa
microbiana da época do composto com casca de mandioca
mais o solo proveniente de um experimento realizado no
delineamento em blocos casualizado com 4 tratamentos
qualitativos cada um com três repetições..................................
98
APÊNDICE G -
Análise de variância da fertilidade do solo com o composto da
época do composto com casca de mandioca mais o solo
proveniente de um experimento realizado no delineamento em
blocos casualizado com 4 tratamentos qualitativos cada um
com três repetições.....................................................................
98
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO GERAL..............................................................................................
15
2 REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................
18
2.1 ASPECTOS GERAIS...............................................................................................
18
2.2 RESÍDUOS..............................................................................................................
20
2.2.1 Problemática dos Resíduos Sólidos no Brasil e no Acre..................................
21
2.2.2 Resíduos da mandioca.........................................................................................
23
2.2.3 Resíduos Industriais madeireiros........................................................................
26
2.2.4 Resíduos bovinos.................................................................................................
29
2.3 COMPOSTAGEM....................................................................................................
30
2.3.1 Balanceamento de resíduos sólidos para compostagem.................................
32
2.3.2 Parâmetros que controlam a compostagem........................................................
32
2.3.3 Qualidade do composto........................................................................................
36
2.4 MATÉRIA ORGÂNICA.............................................................................................
36
2.4.1 Matéria orgânica do solo......................................................................................
37
2.4.2 Compartimentos da matéria orgânica..................................................................
38
2.6 INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO...........................................................
40
CAPÍTULO I: Caracterização e compostagem de resíduos a base da casca
de mandioca...............................................................................................
43
RESUMO.......................................................................................................................
44
ABSTRACT...................................................................................................................
45
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................
46
2 MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................................
48
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................
50
3.1 Caracterização dos resíduos...................................................................................
50
3.2 Compostagem da casca de mandioca....................................................................
51
4 CONCLUSÕES..........................................................................................................
57
REFERÊNCIAS.............................................................................................................
58
CAPÍTULO II: Atividade micobiana e fertilidade do solo tratado com composto
a base da casca de mandioca....................................................................................
63
RESUMO......................................................................................................................
64
ABSTRACT...................................................................................................................
65
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................
66
2 MATERIAL E MÉTODO.............................................................................................
68
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................
69
4 CONCLUSÕES..........................................................................................................
74
REFERÊNCIAS.............................................................................................................
75
5 CONCLUSÕES GERAIS............................................................................................
79
REFERÊNCIAS GERAIS...............................................................................................
80
APÊNDICES...................................................................................................................
94
15
INTRODUÇÃO GERAL
O solo é a base da produção agrícola e o seu uso como o principal fornecedor
de nutrientes para as culturas é de fundamental importância para a manutenção e o
aumento da produção agrícola no mundo. A preocupação com a conservação do
solo vem crescendo nos últimos anos, em virtude do desmatamento e da agricultura
itinerante.
O uso de resíduos em áreas agrícolas pode fornecer a matéria orgânica e
com isso melhorar fertilidade do solo (BUTTENBENDER, 2004). A produção
constante e inesgotável desses materiais, aliada ao seu baixo custo de obtenção, os
tornam atrativos para uso na agricultura, florestas e recuperação de áreas
degradadas. Além disso, considerando que a geração de resíduos é por si um
problema, o reaproveitamento deles contribui para aliviar a pressão sobre o meio
ambiente (PASCUAL et al., 1997). A reciclagem tem-se mostrado extremamente
importante nas sociedades com altas taxas de consumo de recursos naturais.
Os subprodutos do processamento da mandioca têm sido relatados como
responsáveis por graves problemas de contaminação do ambiente. A manipueira é o
resíduo líquido gerado nas indústrias de processamento de mandioca. E é um dos
resíduos mais prejudiciais ao ambiente, não por possuir elevada demanda
bioquímica de oxigênio (DBO), como também pela alta concentração de ácido
cianídrico, elevado teor de potássio, magnésio, cálcio e fósforo (PINHO, 2007).
Ferreira et al. (2001) consideram que a adubação de solos de baixa fertilidade com
manipueira possibilita ao produtor obter produtividades semelhantes àquelas
alcançadas com adubação mineral e com um número maior de cultivos sucessivos
na mesma área.
No entanto a casca de mandioca é um resíduo bastante comum nas casas de
farinha e para alguns agricultores esse resíduo é utilizado na alimentação de
animais e/ou descartados no ambiente (solo, mananciais). que a oferta desse
resíduo é bastante promissora o aproveitamento da casca de mandioca juntamente
com a serragem que também é gerado em grandes quantidades, e o esterco
tratados pelo compostagem podem se tornar um adubo viável para a agricultura
trazendo melhoria nas propriedades química e biológicas do solo.
16
O Estado do Acre apresentava área plantada e a área colhida de 33.650
hectares, produzindo uma quantidade de 730.434 toneladas, com rendimento médio
de 21.706 kg/ha e com valor de produção de 149.961 mil reais. Com esses dados o
Acre é considerado o terceiro estado maior produtor da região Norte do Brasil. De
acordo com este Instituto, a região do Vale do Juruá, no Acre, representou neste ano
47% de toda a produção de mandioca do Estado (IBGE, 2009).
Dentro dos princípios do desenvolvimento sustentável, é importante buscar a
reciclagem dos nutrientes contidos nos resíduos através da incorporação dos
mesmos nos ecossistemas produtores tais como florestas e áreas agrícolas. Na área
do cultivo e processamento de mandioca, muitos anos foi identificada uma forte
demanda para transformação dos resíduos, subprodutos ou co-produtos, capazes
de, ao mesmo tempo, reduzir impacto ambiental e gerar recursos (CEREDA, 2001).
A compostagem é um processo que pode ser utilizado para transformar
diferentes tipos de resíduos orgânicos em adubo que, quando adicionado ao solo,
melhora as suas propriedades físicas (estrutura, densidade), físico-químicas
(umidade, pH, nutrientes) e biológicas. Conseqüentemente se observa maior
eficiência dos adubos minerais aplicados às plantas, proporcionando ao solo mais
condições para sustentar a produção por mais tempo e com mais qualidade.
A matéria orgânica compostada se liga às partículas (areia, limo e argila),
formando pequenos grânulos que ajudam na retenção e drenagem da água,
melhoram a aeração, a capacidade de troca catiônica e as propriedades físicas do
solo. Além disso, a presença de matéria orgânica no solo aumenta o número de
minhocas, insetos e microorganismos desejáveis, o que reduz a incidência de
doenças nas plantas. A técnica da compostagem foi desenvolvida com a finalidade
de acelerar com qualidade a estabilização (também conhecida como humificação)
da matéria orgânica. Na natureza a humificação ocorre sem prazo definido,
dependendo das condições ambientais e da qualidade dos resíduos orgânicos.
Este processo envolve transformações extremamente complexas de natureza
bioquímica, promovidas por diversos microorganismos do solo que têm na matéria
orgânica in natura sua fonte de energia, nutrientes minerais e carbono. As
substâncias húmicas são o principal compartimento da matéria orgânica que resulta
em três frações principais: ácido húmico, ácido fúlvico e humina.
Esses agrupamentos químicos o moléculas constituídas basicamente 30%
de aminoácidos, 5 a 20% de carboidratos, 40 a 60% de compostos aromáticos
17
derivados da lignina, e em torno de 2 % de lipídeos, resina e outros componentes
(MOREIRA e SIQUEIRA, 2006). As diferentes frações de carbono orgânico
humificado do solo apresentam características químicas, físicas e morfológicas
distintas, e a distribuição dessas frações pode indicar a qualidade da matéria
orgânica do solo MOS (LIMA, 2004).
Em paralelo a esses atributos utilizados para indicar a qualidade do solo para
determinar o teor de carbono orgânico total (COT), a biomassa e a respiração
microbiana que consistem na quantificação de CO
2
presente em suas atividades,
também contribuem de forma significativa.
Entretanto, ainda são escassos os estudos que monitoram indicadores de
qualidade da MOS. Como as alterações no estoque de (COT) por longos períodos
de tempo (PILLON et al., 2007) e as frações que compõem este carbono nesse
ambiente redutor. É através desses indicadores (biomassa microbiana e matéria
orgânica) que iremos quantificar o teor de carbono do solo.
O uso de resíduos pode aumentar a fertilidade do solo em função do aporte
de matéria orgânica, propiciando a produção de biomassa. Todavia, trabalhos na
literatura têm revelado que a melhoria da fertilidade do solo pode ser momentânea
em função da qualidade dos resíduos adicionados. Desta forma, o objetivo deste
trabalho foi avaliar a qualidade dos compostos a base de casca de mandioca e seus
efeitos sobre a fertilidade e atividade microbiana do solo.
18
2 REVISÃO DE LITERATURA
Na presente revisão bibliográfica serão apresentados os principais temas
relacionados ao impacto do uso de resíduos sobre a fertilidade e a atividade
microbiana do solo.
2.1 ASPECTOS GERAIS
Existem muitos meios de conservar o solo, os quais, para efeitos didáticos,
podem ser classificados em três grupos representados por práticas de caráter
edáfico, mecânico e vegetativo (LEPSCH, 2002).
De acordo com o mesmo autor as práticas de caráter edáfico são medidas
que dizem respeito ao solo em si, procurando manter e melhorar sua fertilidade,
principalmente no que diz respeito à adequada disponibilidade de nutrientes para as
plantas. Estas medidas baseiam-se em quatro princípios: eliminação ou controle das
queimadas, adubações (incluindo calagem) e rotação de cultura.
As queimadas são consideradas por muitos a forma mais rápida e econômica
de limpar um terreno, de combater certas moléstias ou pragas das culturas, de
facilitar a colheita ou de renovar pastagem (LEPSCH, 2002).
É o caso da exploração inadequada das terras para agricultura e a pecuária
na região Amazônica que nas últimas décadas se expandiram á custa do
desmatamento e da substituição da vegetação nativa por pastagem e culturas
comerciais (WADT, 2002).
Um dos vários problemas que ocorre ainda na Região Amazônica é a prática
do sistema de agricultura itinerante, ou migratória que consiste em derrubar e
queimar a mata primária e, ou secundária (capoeira), seguindo-se o plantio de arroz,
milho, feijão e mandioca durante um período de dez anos, em torno de dois anos o
produtor obtém bons resultados (ACRE, 2000). Após a segunda ou a terceira
colheita, ou seja, nos anos seguintes a produção diminui e entra em pousio durante
5 a 10 anos. De acordo com Wadt (2002) a área é abandonada, e substituída por
outra, onde todo o processo é repetido.
19
Conforme o mesmo autor, para dar continuidade à exploração agrícola em
áreas desmatadas, evitando-se novas derrubadas na cobertura florestal nativa, é
necessário repor os nutrientes perdidos pelo sistema, com intuito de manter a
fertilidade dos solos explorados em patamares suficientes para sustentar a
exploração agrícola ou pecuária em níveis economicamente viáveis.
O solo é a base para se ter uma produtividade agrícola significativa, portanto
o enfoque da agricultura brasileira esta voltada atualmente para o manejo da
fertilidade do solo (RAIJ, 1991).
Para o monitoramento da qualidade do solo, de forma que possam ser
sugeridas modificações nos sistemas de manejo em utilização pelos agricultores a
tempo de evitar a sua degradação, é necessário definir atributos de solo e do
ambiente sensíveis ao manejo e de fácil determinação (MIELNICZUK, 2008).
Wadt (2002) cita três medidas básicas que são necessários para o manejo
adequado da fertilidade dos solos: medidas conservacionistas, medidas corretivas e
medidas de manutenção. As medidas de manutenção estão relacionadas á
reposição dos nutrientes que são exportados pelas culturas, perdidos na erosão,
volatilização ou lixiviação. Favorecendo ainda o fornecimento dos nutrientes em
quantidades necessárias para o crescimento das plantas cultivadas.
A manutenção da fertilidade do solo faz-se normalmente por meio dos
seguintes processos de adubação: mineral (fertilizantes minerais), orgânicos
(fertilizantes orgânicos), corretivos, entre outros (WADT, 2002).
As adubações e correções visam adicionar ao solo os nutrientes que lhe
faltam para proporcionar melhor desenvolvimento das lavouras, além de corrigir as
deficiências naturais do solo, para compensar os nutrientes que são removidos com
as colheitas. Em certas áreas com agricultura intensiva (hortaliças ou pomares)
podem ser tratadas com adubações orgânicas, sob forma de esterco de curral ou
composto formado pela decomposição de detritos orgânicos tais como palhas
diversas, restos de lixo urbano entre outros (LEPSCH, 2002).
20
2.2 RESÍDUOS
Desde o início de nossa civilização o ar, o solo e os cursos d'água foram
usados como forma natural de descarte dos resíduos gerados pelas atividades
humanas (MATTIAZZO-PREZOTTO, 1992).
Em meados do culo XIX, a revolução industrial introduziu no processo de
produção máquinas acionada por novas fontes de energia. Nessa época a produção
humana de “bens de consumoainda era limitada. Ao se aumentar a produção de
materiais devido às exigências de uma população sempre crescente, as alterações
no ambiente se acentuaram devido ao aumento dos resíduos gerados por essa
produção e população (MATTIAZZO-PREZOTTO, 1992). E na maioria das vezes
tais resíduos são depositados na superfície do solo e causam uma serie de impactos
ao ambiente.
Segundo Souza (2005a) por definição, resíduo é tudo aquilo não é
aproveitado nas atividades humanas, proveniente das indústrias, comércios e
residências. Como resíduos encontramos o lixo, produzido de diversas formas, e
todo aquele material que não pode ser jogado ao lixo, por ser altamente tóxico
(resíduo nuclear, hospitalar) ou prejudicial ao meio ambiente. Resíduos lidos e
líquidos podem ser de dois tipos, de acordo com sua composição química: resíduos
orgânicos que podem ser de origem animal ou vegetal, provenientes de matéria viva,
Nessa categoria incluem-se grande parte dos restos de alimento, restos de plantas
ornamentais, restos de carne e ossos, fezes, etc) e resíduos inorgânicos, de origem
não-viva e derivados especialmente de materiais como o plástico, o vidro, metais,
etc.
Os resíduos orgânicos recebem esta denominação em função das elevadas
quantidades de carbono, hidrogênio e oxigênio que armazenam em suas moléculas
componentes (SILVA, 2008).
Segundo Santos (2004) os resíduos sólidos se enquadram nas seguintes
categorias:
Quanto a origem:
a) Resíduos sólidos urbanos: gerados nas áreas urbanas, classificados em:
domiciliares, comerciais, serviços de limpeza pública.
21
b) Outros resíduos sólidos: resíduos industriais, restos de serviços de saúde,
resíduos de atividades rurais, serviços de transporte, radioativos, construção
e demolição saneamento básico etc.
Os resíduos de atividade rurais proveniente da atividade agropecuária, que
são constituídos de restos ou sobras vegetais como a (casca de mandioca, casca de
café e palha de arroz, podas de capina-capim) e /ou animais, como esterco, cama
de frango, etc. Os resíduos industriais proveniente das atividades de produção de
bens e consumo, como das indústrias madeireiras como as serrarias/carpintarias
(serragem, cascas, maravalhas etc., usinas de açúcar e álcool (o bagaço da cana, a
torta de filtro e a vinhaça), dos subprodutos da indústria de fertilizantes químicos
(gesso agrícola, proveniente da fabricação do superfosfato simples) (SOUZA,
2005a).
Esses materiais orgânicos são fontes primárias de elementos minerais,
sobretudo nos casos dos agricultores com falta de recursos e nos países em
desenvolvimento. O aumento dos custos energéticos elevou os preços dos
fertilizantes inorgânicos, o que forçou as nações menos favorecidas a reconsiderar
as fontes orgânicas dos nutrientes vegetais (BRADY, 1989).
2.2.1 Problemática dos Resíduos Sólidos no Brasil e no Acre
O crescimento populacional nos últimos trinta anos, aliado ao acelerado
processo de industrialização ocorrido nesta segunda metade do século passado,
vem causando um aumento considerável na geração dos resíduos sólidos urbanos
das mais diversas naturezas. O consumo crescente de produtos menos duráveis
e/ou descartáveis tem causado um processo contínuo de deterioração ambiental,
com sérias implicações na qualidade de vida do homem (IPT, 2000).
A disposição ou destinação final dos resíduos sólidos urbanos consiste em
uma das maiores preocupações dos administradores municipais. Segundo a
CETESB (2002) a disposição e o tratamento de resíduos sólidos distribuem-se da
seguinte forma: 76% depositados em lixões a céu aberto, 22% em aterros
22
controlados e sanitários e apenas 2% m outra destinação, como as usinas de
compostagem e a incineração.
De acordo com os dados extraídos da pesquisa nacional de saneamento
básico do divulgados pelo IBGE (2000) estimou-se que são gerados no país perto de
157 mil toneladas de Resíduo Sólidos urbanos - RSU por dia. Entretanto, 20% da
população brasileira ainda não contam com serviço regulares de coleta. Vale
ressaltar, que esses resíduos orgânicos, equivalente a aproximadamente 57% de
todo resíduo urbano gerado no Brasil, são justamente os resíduos passíveis de
serem empregados no processo de compostagem (BRITO, 2008).
A poluição do solo ocorre pela retenção de substâncias tóxicas pelo solo, pois
permanência dessas substâncias no solo depende de vários fatores, que vão desde
características físico-químicas do solo, às características dos resíduos depositados e
fatores climáticos (SISINNO; OLIVEIRA, 2000). A presença de substâncias
poluentes no solo colabora para o aparecimento de macro e microvetores,
responsáveis pela proliferação de doenças, que podem causar tanto problemas de
saúde pública como uma série de outros problemas, a exemplo, da desvalorização
das áreas próximas ao aterro (BOWLER, 1999).
Segundo Sisinno e Oliveira (2000) ao atingir os lençóis d'água subterrâneos,
as substâncias tóxicas podem poluir poços, provocando endemias, desencadeando
surtos epidêmicos ou provocar intoxicações, se houver a presença de organismos
patogênicos e substâncias tóxicas em níveis acima dos permissíveis. Os mesmos
autores ainda citam, que esses processos tornam o uso da água limitado, podendo
ocorrer pelo contato direto horizontal da água subterrânea atravessando o lixo
quando o lençol é alto, ou por capilaridade até atingir o lençol d'água
A deposição de resíduos sólidos urbanos ainda provoca a geração de gases
através da decomposição desses resíduos por bioreações promovidas pela ação de
microrganismos, que os transformam em substâncias mais estáveis. Como exemplo
dessas substâncias pode-se citar, dióxido de carbono, água, gás metano, gás
sulfídrico e outros componentes minerais (NOVA GERAR, 2003).
Problema esse também enfrentado pela maioria das cidades Brasileiras
inclusive no Acre onde os resíduos mal cuidados ou despejados em locais
impróprios podem provocar doenças, atrair animais indesejáveis como ratos e
urubus e causar problemas de entupimento de bueiros, sem falar na sujeira que fica
a cidade e na poluição do meio ambiente, rios e igarapés.
23
Segundo levantamento da Prefeitura de Rio Branco, cada pessoa produz em
média de meio a um quilo de lixo por dia. na capital a quantidade de resíduos
que vai pro aterro diariamente é de 130 a 150 toneladas. E que metade destes
resíduos pode ser reaproveitada, não precisando ser depositada nos aterros.
Mas para Glória (1992) a utilização agronômica de resíduos, pressupõe um
número bem diversos de aplicações, entre os quais se pode citar as utilizações em
alimentação animal, substrato para fermentação, fabricação de fertilizantes
orgânicos ou organo-minerais e entre outros.
Ressalta-se que o objetivo desta apresentação é restrito aos aspectos do uso
de resíduos no solo como adubo orgânico, compreendendo os aspectos
relacionados à caracterização desses resíduos, os benefícios ou inconvenientes da
aplicação ao solo e os parâmetros que devem ser observados quando se pretende
dar este destino aos resíduos.
Dentre os diversos produtos que são fontes alternativas disponíveis, com um
volume de resíduos nada desprezível estão a mandioca que na etapa de
processamento da farinha de mandioca, fécula ou amido é gerado diversos tipos de
resíduos.
2.2.2 Resíduos da Mandioca
A mandioca (Manihot esculenta) é uma cultura típica entre as regiões do
Brasil principalmente nas regiões norte e nordeste. É cultivada principalmente para
subsistência por pequenos agricultores (PARREIRAS, 2007).
A mandiocultura representa a base econômica e alimentar de boa parte da
população da região Norte e Nordeste, principalmente a de menor poder aquisitivo.
Tradicionalmente, o cultivo da mandioca tem um papel importante no Brasil, tanto
como fonte de alimento como geradora de emprego e renda, notadamente nas
regiões Norte e Nordeste do Brasil. Nessas regiões, para famílias com renda mensal
de menos de um salário mínimo, o consumo de farinha de mandioca representa em
torno de 10% das despesas anuais com alimentação; o que ratifica a importância
desse produto para a população de baixa renda. Estima-se que a maioria das raízes
24
de mandioca produzida no Brasil, de um total de 26,6 milhões de toneladas (IBGE,
2008), é destinada á fabricação de farinha.
No Brasil, a Industrialização de mandioca tornou-se conhecida em função da
obtenção de produtos amiláceos, tradicionalmente conhecidas como casa de
farinha, fecularia e engenho de polvilho (LIMA, 2001).
E com a crescente comercialização de mandioca principalmente no setor
industrial que tem uma variedade de usos, dos quais as farinhas (e as farofas) e a
fécula são os mais importantes. A farinha tem essencialmente uso alimentar, com
elevada especificidade regional que, em muitos casos, torna o produto cativo a
mercados locais. A fécula e seus derivados têm sido utilizados em produtos
amiláceos para a alimentação humana, ou como insumos em diversos ramos
industriais, tais como: alimentos, embutidos, embalagens, colas, papeis, mineração,
têxtil, e farmacêutico (CARDOSO; GAMEIRO, 2006).
No estado do Acre, a cultura da mandioca apresenta expressiva importância
econômica e alimentar. A mandioca é a base energética da alimentação de boa
parte da população, e tem grande participação na renda familiar de milhares de
pequenos produtores locais. No entanto, outras formas de consumo, como a tapioca,
tucupi, caiçuma (cerveja indígena) e a mandioca para mesa, mais conhecida como
macaxeira ou mandioca mansa, são comuns entre os habitantes do Estado. A
mandioca é o principal produto agrícola do Acre em termos de geração de renda e
segurança alimentar, sendo tipicamente de exploração familiar (SILVA, 2010).
Conforme o IBGE no ano de 2006 o Estado do Acre apresentava área
plantada e a área colhida de 33.650 hectares, produzindo uma quantidade de
730.434 toneladas, com rendimento médio de 21.706 kg/ha e com valor de produção
de 149.961 mil reais. Com esses dados o Acre é considerado o terceiro estado
maior produtor da região Norte do Brasil. De acordo com este Instituto, a região do
Vale do Juruá, no Acre, representou neste ano 47% de toda a produção de
mandioca do Estado.
O governo do Acre, por meio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e
Produção Familiar (Seaprof), ampliou o programa de atendimento aos produtores de
farinha, principal subproduto da mandioca, incentivando-os a embalar a mercadoria.
Para isso, a Seaprof estabeleceu como foco a região de Rio Branco, Sena
Madureira e Cruzeiro do Sul, os maiores pólos de produção no Estado. “Na região
do Juruá, o produtor recebe hoje pelo saco de farinha de 50 quilos entre R$ 37 e R$
25
42. Embalando-a em sacos de um quilo, receberá, levando-se em conta a mesma
saca de 50 quilos, R$ 102”. (PLANETA ACRE, 2010).
No processamento de mandioca são gerados resíduos sólidos e líquidos, com
qualidade e quantidade dependente de diversos fatores (cultivar, idade da planta,
tempo de armazenamento, tipo de processamento, etc.) (CEREDA, 1994).
Além dos produtos que tem as raízes como matéria prima básica, há produtos
a partir da parte aérea (constituídas de folhas e hastes) e as raízes que são também
usados na alimentação animal (CARDOSO; GAMEIRO, 2006). Segundo Marques et
al. (2000) garante que a alimentação de bovinos, que é a base do milho, esta cada
vez mais caro escassos e pouco conclusivos, e com isso esta contribuindo para
aumentar o uso de mandioca e seus resíduos, em substituição parcial ou total dos
alimentos tradicionalmente usados na alimentação de bovinos. E em razão disto
cresce a procura por produtos de mandioca inclusive a casca para alimentar os
bovinos e suínos (CENTEC, 2004).
A mandioca tem grande número de usos correntes e potenciais, classificados
em duas grandes categorias: mandioca de mesa e mandioca para a indústria.
Segundo Cardoso e Gameiro (2006) na subcadeia da mandioca de mesa
apresenta-se como subprodutos sólidos a casca, a cepa, e as sobras do
processamento de seleção; como subprodutos líquidos têm-se a água de lavagem
das raízes. No processamento da mandioca para indústria gera-se subprodutos
fibrosos (cepa, casca e bagaço) o subproduto líquido (água de lavagem das raízes,
água de extração da fécula e manipueira).
A casca de mandioca é um resíduo da indústria de farinha, resultante da pré-
limpeza da mandioca na indústria. A casca de mandioca (CAM) é o resíduo obtido
durante o início da fabricação da farinha de mandioca, sendo constituído de casca,
entrecasca e pontas de mandioca e apresentando elevado teor de umidade (85%)
(MICHELAN et al., 2006). Segundo Takahashi e Fagioto (1990) este resíduo da
industrialização da mandioca representa 5,1% da raiz.
Considerando que a produção de mandioca tem aumentado nas propriedades
agrícolas brasileiras, de acordo com Michelan et al. (2006) na literatura nacional é
escassa com respeito à utilização da mandioca na agricultura. Mas o uso da casca
de mandioca para adubar certas culturas é difundida pela maioria dos agricultores
como adubo orgânico, justifica-se o maior direcionamento de trabalhos de pesquisa
que avaliem o desempenho.
26
Embora não existam dados absolutos a respeito da quantidade total de
resíduos produzidos a partir da industrialização farinheira, sabe-se que cerca de
10% da mandioca total utilizada na fabricação de farinha é eliminada na forma de
casca (CALDAS NETO, 1999).
O excesso destes resíduos nas casas de farinha tem sido nos últimos anos
um agravante ao meio ambiente, principalmente em comunidade ribeirinha da região
do baixo Juruá na região do Cruzeiro do Sul, onde a concentração de casas de
farinha é muito alta. Durante o processamento da mandioca é gerado uma grande
quantidade cascas que são desperdiçados. Uma parte desse resíduo é utilizada
para alimentar os animais, mas maioria é lançada diretamente ao solo, rios e
igarapés, sem nenhum tratamento.
Segundo Alves (2006) todos os órgãos da mandioca, exceto as sementes,
contém glucosídio cianogênico (GC) também conhecido como cianeto ou ácido
cianídrico (HCN). A concentração de GC pode variar com a variedade, condições
ambientais, práticas culturais e estádio de desenvolvimento da planta. Segundo o
mesmo autor a casca da raiz é mais rica em princípio tóxico que o cilindro central, e
a para alguns autores o HCN constitui defesa da planta contra predadores ou
parasitas.
Além dessa composição Marques e Maggioni (2010) relatam que polpa de
raiz da mandioca é onde se concentra o maior teor de amido e menores teores de
carboidratos estruturais, a caca de mandioca, por ser a raiz de mandioca integral,
apresenta teores intermediários de amido e carboidratos estruturais.
2.2.3 Resíduos Industriais Madeireiros
A exploração madeireira tem desempenhado grande papel no impulso da
colonização da Amazônia brasileira, pois para alcançar a floresta, as empresas
necessitam abrir estradas. Lentini et al. (2005) mostram que no ano de 2004 esse
setor processou 24,5 milhões de metros cúbicos de toras, sendo que 36% da
matéria-prima processada era exportada. Segundo Brasil (2000) a atividade florestal
tem sido essencial para o crescimento econômico do país contribuindo, atualmente,
com 4% do Produto Interno Bruto (PIB) e com 8% das exportações. Tudo indica que
27
o consumo de madeira está crescendo mundialmente, porém os limites de sua
produção, em termos de equilíbrio entre ganho econômico e prejuízo ambiental
levam a inferir que, no futuro não muito distante, haverá redução significativa de sua
oferta.
Uma das características das indústrias madeireiras é a geração de grandes
quantidades de resíduos durante o processamento da matéria-prima (madeira). Os
resíduos gerados nas diversas fases do processamento da madeira o
representados por cascas, costaneiras, serragem, maravalha, destopos, e peças
desclassificadas, os quais na sua grande maioria, não são aproveitados, sendo
queimados em lixões a “céu aberto” ou lançados indiscriminadamente em corpos
d’água, configurando-se como passivos ambientais para as empresas produtoras
(LOPES; WIPIESKI, 2001).
Resíduos industriais florestais são definidos como subprodutos de correntes
do desdobro primário e secundário como também da utilização da madeira. Os
resíduos da indústria madeireira do Acre, avaliados em aproximadamente 60% da
produção são considerados um forma de desperdício de matéria prima não
aproveitada, podendo ocorrer na forma de casca, costaneira, pontas, aparas, lascas,
serragem e a maravalha (ARAÚJO, 2003).
Santos (2006) acrescenta ainda que a quantificação do consumo de madeira
para o Acre teve seu valor estimado em 198.014 m
3
de madeira, sendo que Rio
Branco, com 64 serrarias em funcionamento no ano de 2005, teve consumo 108.409
m
3
/ano, o que representou, em termos percentuais, 55% de todo o resíduo gerado
no Estado. Desse consumo, cerca de 67% da madeira que entra na serraria é
desperdiçada, virando resíduo, sendo representado em 5% por costaneira, 15% por
serragem e maravalha, 10% por refugo/sobras e 37% por lenha.
Os resíduos gerados pela indústria madeireira, que são normalmente
desprezados, podem ser utilizados para o cultivo de cogumelos comestíveis,
construção de casas com roletes e confecção de tonéis, além da produção de
chapas de aglomerados e manufatura de artefatos de madeira, entre outros
(REVISTA DA MADEIRA, 2010).
Resíduos orgânicos das indústrias madeireiras, inclusive a serragem, têm
servido como fontes prediletas de aditivos de solo, sobretudo para jardins caseiros.
Esses rejeitos possuem elevados montantes de ligação e materiais afins,
coeficientes C/N muito altos e por conseguinte, são passiveis á decomposição lenta.
28
Assim não são supridores imediatos de nutrientes vegetais, demonstrando
insuficiência desse elemento nutriente, mesmo que tenham sido adicionadas
quantidades significativas de serragem (BRADY, 1989).
A aplicação direta desses materiais lignocelulósicos no solo pode apresentar
algumas desvantagens, tais como fitotóxicidade, imobilização de nutrientes e
concentração de sais desequilibrada (MAIA et al., 2003). Para suprir esses
nutrientes Brady (1989) recomenda aplicar fontes alternativas e concomitantes de
nitrogênio e Maia et al. (2003) que são os agentes microbiológicas lignocelulolítico á
serragem para aumentar a velocidade de sua decomposição.
De acordo com os pesquisadores, uma quantidade enorme de resíduos é
gerada pelo processamento inadequado da madeira pela indústria. O uso adequado
dos resíduos, por outro lado, poderá proporcionar a geração de novos empregos,
com o surgimento das atividades decorrentes de sua aplicação (REVISTA DA
MADEIRA, 2004).
Nas serrarias se produzem resíduos de madeira de vários tamanhos. O mais
fino é o de serra ou serragem, cuja granulometria lembra a farinha de mandioca.
Esse material é muito apreciado como cama de aviário. A composição química da
serragem é a mesma da madeira que as originou, geralmente muito rica em energia
(celulose) e pobre em nitrogênio. Apresentam também quantidades importantes de
lignina, nisso contrastando com as palhas. De acordo com a madeira de origem, sua
decomposição é mais ou menos lenta. Incorporadas ao solo, a serragem induzem a
imobilização do nitrogênio. A imobilização de N pela serragem é mais intensa, por
sua maior superfície de reação. Como cobertura morta, ambos os materiais
apresentam problemas (BUDZIAK et al., 2004).
A serragem tende a formar blocos quando molhada, impedindo a germinação
das sementes. Por essas razões, o melhor uso desses materiais é a compostagem,
em combinação com outros resíduos mais facilmente decomponíveis. Embora de
compostagem demorada, os resíduos de madeira produzem composto de efeito
duradouro, devido à sua riqueza em derivados da lignina. Para acelerar a
compostagem desses materiais, é necessário adicionar materiais mais ricos em
nutrientes minerais, como os estercos de aves e suínos, e inocular de ruminantes
são ricos em bactérias celulolíticas e as terras de mata são boa fonte de bactérias
que atacam a lignina (MAIA et al., 2003).
29
A falta de eficiência da indústria madeireira, especialmente das empresas
localizadas na Região Amazônica, em boa parte ocorre porque não se sabe o que
fazer com o grande volume de resíduos (VIANA, 2000). Segundo Santos (2007) o
consumo de madeira nas indústrias de madeireiras, processadoras e fábricas de
laminados e compensadoras levantados nas indústrias do setor madeireiro do
Estado do Acre, no ano de 2005, foi estimado em 198.014,23 m
3
de madeira, sendo
que 76% deste volume corresponde aos municípios de Rio Branco (108.409,17
m
3
/ano) e Acrelândia (42.152,07 m
3
/ano), os demais municípios do Estado somaram
juntos apenas 24%(47.452,99 m
3
/ano).
Segundo Santos (2007) em um levantamento percentual da destinação dos
resíduos da atividade madeireira no Acre, 72% representa aterros do terreno,
olarias/padaria e granja seguidos pela destinação de compostagem/adubação
(10%), forno in cinerador (9%), estufa de secagem (5%), queima e descarte (2%) e
caldeiras a vapor (1%).
2.2.4 Resíduos bovinos
Além desses resíduos (casca de mandioca e serragem) tem-se o esterco de
animais que vem sendo empregado como fertilizantes a milênios. O confinamento de
animais em estábulos, cocheiras, pocilgas e aprisco, geram acúmulo de
excrementos misturados com camas e resto de alimentos, sendo removido e
descarregado em outras locais. Tais resíduos entram em fermentação espontânea
decompondo-se, em breve, já se poderá notar que a vegetação natural que circunda
o monturo se destaca das mais distantes, mostrando se muito vigorosa (KIEHL,
1985).
Por muitos séculos rejeitos de animais assim como resíduos de culturas, tem
sido devolvido aos solos, com vista a fomentar a produção agrícola (BRADY, 1989).
A composição química do esterco é bastante variável e depende de fatores
como espécie animal, tipo de como é utilizada, procedimento usado em sua
manipulação, tipo de alimento condições climáticas e idade do animal. Em geral são
ricos em nitrogênio, fósforo e potássio (BERGO et al., 2005).
30
Kiehl (1985) ressalta que os estercos de animais apresentam uma grande
quantidade de microrganismos e quando adicionado ao solo como fertilizante tem-se
um aumento considerado da população microbiana.
Todos esses resíduos citado podem ser usados como fertilizantes orgânicos
por processo controlado a partir de resíduos vegetais ou animais, não enriquecido
de nutrientes minerais.
Segundo Maia et al. (2003) os resíduos orgânicos de origem industrial ou
agrícola são fontes importantes de carbono (C) provenientes de diversos
ecossistemas.
2.3 COMPOSTAGEM
Muitas tecnologias para o aproveitamento destes resíduos avançaram nos
últimos anos, as quais possibilitam reutilizar estes agentes poluidores como adubos
alternativos e mais baratos, que, além de contribuírem para a não poluição do
ambiente, proporcionam a obtenção de produtos agrícolas de melhor qualidade,
pois, na maioria dos casos são adubos orgânicos (SOUZA, 2005b).
Defini-se tratamento de resíduos como uma série de procedimentos
destinados a reduzir a quantidade ou o potencial poluidor dos resíduos sólidos, seja
impedindo descarte de lixo em ente ou local inadequado, seja transformando-o em
material inerte ou biologicamente estável (IBAM, 2001).
Souza (2005c) cita que os processos de tratamento ou beneficiamento de
resíduos podem ser resumidos em três categorias: reciclagem, incineração e
compostagem.
Esses resíduos orgânicos são passiveis de reciclagem por meio do processo
da compostagem, um método barato quando comparado a outras formas de
tratamento e eficaz na diminuição da quantidade de material a ser aterrado
(BARREIRA et al., 2006).
Kiehl
1
(1985 citado por Oliveira, 2004) define compostagem como sendo: “um
processo natural ou controlado de decomposição microbiana, de oxidação e
oxigenação de uma massa heterogênea de matéria orgânica” e nesse processo
ocorre uma aceleração da decomposição aeróbica dos resíduos orgânicos por
31
populações microbianas, concentração das condições idéias para que os
microrganismos decompositores se desenvolvam, (temperatura, umidade, aeração,
pH, tipo de resíduos orgânicos existentes e tipos de nutrientes disponíveis), pois
utilizam essa matéria orgânica como alimento.
O processo é caracterizado por fatores de estabilização e maturação que
variam de poucos dias à varias semanas, dependendo do ambiente.
Segundo Maia et al. (2003) a compostagem é geralmente considerada o
processo mais eficiente de tratamento e estabilização de resíduos orgânicos,
produzindo a custos aceitáveis um produto higiênico e útil.
O emprego do composto na produção agrícola é uma prática adotada no
mundo inteiro. Seu grau de eficiência depende do sistema e da forma como se
executa o processo de preparo e das matérias primas utilizadas, podendo ocorrer
elevadas variações de qualidade (MELO, 2007).
A prática de compostagem inicia-se com seleção dos resíduos que irão
compor a pilha. Essa etapa é muito importante para que a mistura de resíduos a ser
curtida esteja bem balanceada no inicio do processo e as condições de
compostagem sejam as mais favoráveis (KIEHL, 2001).
___________________
1
KIEHL, E. J. Fertilizantes orgânicos. Piracicaba: Agronômica Ceres, 1985. 492 p.
32
3.1 Balanceamento de resíduos sólidos para compostagem
Segundo o mesmo autor os resíduos orgânicos o divididos em três
categorias, segundo sua função:
a) energéticos: são os resíduos carbonáceos, geralmente restos vegetais
apresentando alta relação C/N, o carbono deve ser facilmente metabolizável pelos
microrganismos. Exemplos: palhas, cascas, sabugo, folhas, capins de corte,
bagaços, serragens etc.;
b) nutritivos: estes resíduos devem conter bons suprimentos de nutrientes
para satisfazer a demanda dos microrganismos, principalmente nitrogênio.
Exemplos: tortas vegetais, restos de planta, resíduos de frigoríficos e matadouros e
de indústrias de couro etc.;
c) inoculantes: tem a função de fornecer microrganismos á massa para que a
decomposição tenha inicio de modo mais breve possível. Muitas vezes é usado
como nutritivos. Exemplo: estercos, efluentes de biodigestores, lodo de esgoto, terra
da mata, serapilheira etc.
2.3.2 Parâmetros que controlam a compostagem
O sucesso para a compostagem depende de conhecer e fornecer as
condições em que o processo se desenvolve adequadamente. Cada parâmetro
desempenha um importante papel durante a cura dos resíduos orgânicos e nenhum
deles pode ser colocado em segundo plano. No entanto, não se pode ter completo
controle de todas as condições de compostagem, principalmente quando feita em
ambiente aberto, mas podem-se adotar formas de manejo que permitam obter
eficientemente composto de qualidade (KIEHL, 2001).
- Aeração
Quanto a aeração a matéria orgânica pode se decompor em processo aeróbio
ou anaeróbio. Sendo a compostagem um processo aeróbio, o fornecimento de ar é
33
vital à atividade microbiana, pois os microrganismos aeróbios têm necessidade de
oxigênio para oxidar a matéria orgânica que lhe serve de alimento. A circulação de
ar na massa do composto é primordial para a compostagem rápida e eficiente. Esta
circulação depende da estrutura e umidade da massa e também da tecnologia de
compostagem utilizada (FERNANDES, 2000).
De acordo com Kiehl (2001) para garantir a aeração adequada no interior da
pilha é necessário efetuar revolvimentos freqüentes. O numero ideal depende das
condições físicas dos resíduos, do volume e forma da pilha, da atividade dos
microrganismos e das condições atmosféricas. Todos esses requisitos manejado
adequadamente garantem que o material não exale mau cheiro não atraia insetos.
- Umidade
A presença de água no composto é necessária por ser indispensável á vida
dos microrganismos. A umidade ótima, de modo geral, situa-se entre 50 a 60%. O
ajuste da umidade pode ser feito pela criteriosa mistura de componentes ou pela
adição de água (MAIA, et al. 2003). Se o teor de água de uma mistura é inferior a
40%, a atividade biológica, é inibida, bem como a velocidade de biodegradação
(FERNANRES, 2000). Acima de 60% a umidade torna-se excessiva, pois passa a
ocupar o espaço do ar e a gerar um ambiente anaeróbio (KIEHL, 2001).
- Microrganismos
Na compostagem atuam diferentes microrganismos tais como fungos,
bactérias e actinomicetos (MAIA et al., 2003). Segundo Kiehl (2001) pelo menos um
dos resíduos orgânicos deve ser rico em microrganismos para atuar como inoculante
e permitir que o processo se inicie de imediato. Os principais materiais inoculantes
ricos nesses microrganismos são: esterco, resíduos de frigoríficos, tortas
oleaginosas (OLIVEIRA et al., 2004). Segundo Maia et al. (2003) os microrganismos
estão agrupados em duas classes quanto a resistência à temperatura do composto:
os microrganismos mesófilos, os quais atuam a temperaturas ótimas entre 25 e 40°C
e os termófilos, os que atuam a temperaturas entre 50 e 60°C. Mas o processo da
compostagem consiste em 3 etapas: de acordo com fase inicial onde
microrganismos mesofilos atuam, fase intermediaria onde atuam microrganismos
34
termófilos, fase de maturação, onde microrganismos mesofilos voltam a dominar e
ocorrem os principais processos de humificação.
- Temperatura
O trabalho dos microrganismos para promover a decomposição da matéria
orgânica resulta na liberação de calor, portanto aquecendo o meio (OLIVEIRA et al.,
2004). A decomposição microbiana da maioria dos compostos orgânicos presentes
nos resíduos libera apreciável quantidade de calor. O aquecimento é desejável
porque destrói sementes de ervas espontâneas, elimina microrganismos
patogênicos e acelera o processo de decomposição (KIEHL, 2001).
- Estrutura
Quanto mais fina é a granulometria, maior é a área exposta á atividade
microbiana, o que promove o aumento das reações bioquímicas, visto que aumenta
a área superficial em contato com o oxigênio. As condições ótimas de compostagem
são obtidas com substratos apresentando de 30 a 36% de porosidade, o que dá um
tamanho médio das partículas entre 25 a 75 mm para os ótimos resultados (MAIA et
al., 2003).
- pH
Níveis de pH muito alto ou muito baixos reduzem ou ainibem a atividade
microbiana. Quando são utilizadas misturas com pH próximos da neutralidade, o
inicio da compostagem (fase mesófila) é marcada por uma queda sensível de pH,
variando de 5,5 a 6,0 devido à produção de ácido orgânico (FERNANRES, 2000).
Quando o pH do composto apresenta o pH próximo de 5,0 ou ligeiramente
inferior, uma diminuição drástica da atividade microbiológica e o composto pode
não passar para a fase termófila. Nesta fase ocorre rápida elevação do pH, que se
explica pela hidrolise das proteínas e liberação de amônia. Assim, normalmente o
pH se mantém em alcalino (7,5 - 9,0) durante esta fase (MAIA et al., 2003).
35
- Relação C/N
A relação C/N de um material orgânico é a razão entre os seus teores de
carbono e de nitrogênio totais (KIEHL, 2001). Fernandes (2000) cita que os
nutrientes, principalmente o carbono e o nitrogênio, são fundamentais ao
crescimento bacteriano. O carbono é a principal fonte de energia e o nitrogênio é
necessário para a síntese celular a relação inicial ótima do substrato deve situar-se
em torno de 30/1. Na realidade, constata-se que ela pode variar de 20 a 70, de
acordo com a maior ou menor biodegradabilidade do substrato.
FIGURA 1 Relação cíclica entre o estágio de decomposição de resíduos orgânicos
e a presença de nitrogênio no solo.
Fonte: adaptado Brady (1983).
36
2.3.3 Qualidade do composto
Segundo Barreira et al. (2006) esses parâmetros, citados acima, podem
interferir e influenciar a decomposição, isto é, a qualidade do composto. Maia et al.
(2003) definem a qualidade do composto quanto ao seu grau de decomposição:
estabilidade e a maturidade. A estabilidade está relacionada á atividade microbiana.
Compostos instáveis contêm altas quantidades de matéria orgânica facilmente
degradável e sua aplicação no solo pode levar á perda de matéria orgânica natural e
quebra de estrutura e erosão dos solos. Além disso, compostos instáveis podem
afetar a atividade microbiológica, causar deficiência de nitrogênio e oxigênio no solo
e mesmo liberar substâncias fitotóxicas no ambiente.
Em se tratando de composto Oliveira et al. (2004) relatam que o composto
pode conter de 50% a 70% de matéria orgânica tendo como característica visual
uma coloração escura. Segundo Barreira et al. (2006) durante processo de
decomposição é produzido dióxido de carbono, água, minerais e uma matéria
orgânica estabilizada.
A maturidade está relacionada ao potencial de crescimento vegetal do
composto, ou seja, relacionada com a presença de substâncias micas (SH) no
composto, que são produzidas principalmente no último estágio da compostagem ou
na fase de maturação. A caracterização química de SH ao longo do processo de
compostagem é uma etapa fundamental para compreender o processo de
humificação e suas implicações na qualidade do composto.
2.4 MATÉRIA ORGÂNICA
Como foi visto anteriormente, cerca de 57% de todo resíduo urbano gerado
no Brasil é constituído de matéria orgânica, que por sua vez apresenta potencial
para produção de composto orgânico.
37
2.4.1 Matéria orgânica do solo
A composição dos solos que é constituído de quatro componentes principais:
partículas minerais e matérias orgânicos (fase sólida), água (liquida), ar (gasosa) e
biológica. Estas quatro fases estão normalmente tão juntas que sua separação
pode ser feita em laboratórios, por métodos específicos (LEPSCH, 2002).
Segundo Lepsch (2002) a quantidade dos materiais orgânicos pode variar
tanto entre um tipo de solo e outro. Normalmente, os maiores teores desses
materiais são encontrados nos horizontes mais superficiais.
Para Silva e Mendonça (2007) a matéria orgânica é constituída basicamente
de C, H, O, N, S e P. Segundo Guerra et al. (2008) esses elementos compõem as
unidades estruturais dos tecidos, como as proteínas, celuloses, hemicelulose,
amido, pectina, lignina e lipídeos. O C compreende cerca de 58% da matéria
orgânica do solo, H, 6%, O 33%, enquanto N, S e P contribuem com cerca de 3%,
individualmente (SILVA; MENDONÇA, 2007).
A matéria orgânica do solo, isto é, o carbono (C) tem sua origem a partir de
resíduos vegetais e animais que chegam ao solo. Segundo Benites et al. (2005)
essa entrada pode ser natural, como a queda de folhas e galhos das árvores, a
morte de insetos e seres microscópicos que habitam o solo, a decomposição de
raízes mortas, a liberação de exudados radiculares, e ainda pela adição de
compostos orgânicos solúveis dissolvidos na água que leva as copas e os troncos
das arvores após uma chuva ou intencional feita pelo homem, ao adicionar um
esterco, um composto, um resíduo orgânico como lixo doméstico, incorporação de
adubos verdes e entre outras.
O estudo da matéria orgânica é baseado na quantificação e caracterização do
C das substancias húmicas e seus compartimentos, indo além de um componente
químico do solo que, constantemente, é relacionada com o teor de carbono orgânico
total (COT) determinado nos laboratórios de analise química do solo (SILVA;
MENDONÇA, 2007).
As pesquisas sobre matéria orgânica do solo (MOS) iniciaram-se com estudos
sobre a origem e formação de húmus, basicamente com vista a pedogênese e,
posteriormente, com uma fonte natural de nutrientes para a produção de vegetal.
Sobre esse aspecto muitas pesquisas foram realizadas e avanços nos aspectos
38
metodológicos e determinação dos constituintes orgânicos do solo. A recém
preocupação com sustentabilidade dos sistemas agrícolas e, sobretudo nas
questões ambientais, que envolvem a poluição das águas e o aquecimento global,
diversificou as pesquisas sobre a matéria orgânica do solo (CERRI et al., 2008).
2.4.2 Compartimentos da matéria orgânica
Segundo Silva e Mendonça (2007) a fração orgânica é dividida em dois
compartimentos: matéria orgânica viva e matéria orgânica não-viva.
A matéria orgânica viva corresponde ao material orgânico associado às
células de organismos vivos que se encontram temporariamente imobilizadas, mas
que apresenta potencial de mineralização e raramente ultrapassa 4% do carbono
orgânico total (COT) e pode ser subdividida em três compartimentos que são raízes,
macrorganismos e microrganismos (SILVA; MENDONÇA, 2007).
Para o estudo da avaliação da biota do solo existem algumas características
que tem como referência a densidade, a diversidade e a atividade biológica. A
densidade/diversidade é identificada como avaliações diretas, semidiretas e
indiretas. As avaliações indiretas são indicadas pela Biomassa microbiana,
parâmetro esse avaliado em nossos estudos, Biomarcadores entre outros. Já a
atividade biológicas é indicada pela respiração também um outro parâmetro avaliado
em nossos estudos, ATP, produção de calor e atividades enzimáticas (MOREIRA;
SIQUEIRA 2006).
A matéria orgânica não-viva corresponde com 98% do carbono orgânico total
(COT), podendo ser subdividida em matéria macrorgânica ou matéria orgânica leve
(MOL) ou particulada (3-20%) e húmus. O húmus é um compartimento que consiste
de substâncias húmicas (70%) e não-húmicas (30%). Esses dois grupos encontram-
se fortemente associados no ambiente edáfico e não são totalmente separados
pelos processos tradicionais de fracionamento, sendo difícil definir seus limites
(SILVA; MENDONÇA, 2007).
As substâncias não-húmicas podem chegar a contribuir com 10 a 15% do
COT dos solos minerais (SILVA; MENDONÇA, 2007). São grupos dos compostos
orgânicos bem definidos, como gorduras, ceras, açúcares, enzimas, ácidos solúveis,
39
lignina, proteínas, pigmentos, celulose. Essas substâncias produzidas por
microrganismos que vivem no solo ou pelas plantas, na forma de exsudados
radiculares ou compostos que se encontravam no interior das folhas em
decomposição (BENITES, 2005). De acordo com o mesmo autor estes compostos
participam da nutrição dos microrganismos sendo mineralizados e em parte
imobilizados.
As substâncias húmicas compartimentos são consideradas por Silva e
Mendonça (2007) como o principal compartimento da matéria orgânica, consistindo
a grande reserva orgânica do solo, contribuindo com cerca de 85 a 90% do
carbônico orgânico total (COT). E segundo Guerra et al. (2008) originam-se da
degradação química e biológica de resíduos orgânicos (animais e vegetais) e da
atividade sintética da biota do solo.
Segundo Moreira e Siqueira (2006) em função da sua solubilidade relativa em
álcali e ácidos, as substâncias húmicas são grosseiramente separadas em: ácidos
fúlvicos (solúvel em álcali e em ácido), ácidos húmicos (solúvel em álcali e insolúvel
em ácido), e húmina (insolúvel em álcali e em ácido).
Os ácidos fúlvicos com suas estruturas simples e tamanho pequeno entram
facilmente nos interstícios da rede cristalina das argilas, mobilizando o ferro e
alumínio, que se tornam trocáveis. Mobilizam igualmente o lcio e o magnésio com
que se ligam. Os sais de ácido fúlvico são muito móveis e completamente
hidrossolúveis (PRIMAVESI, 2002).
Segundo Novotny e Martin-Neto (2008) os ácidos fúlvicos seriam formados
por pequenas micelas estáveis que permanecem dispersas devido á repulsão das
cargas negativas originadas da dissociação da grande quantidade de grupos ácidos
presentes na estrutura.
O ácido húmico tem uma estrutura grande e complexa e não entram nas
estruturas das argilas, mas ligam-nas por suas eletrovalências negativas, quando as
argilas estão cobertas por camadas de tions positivos de duas ou três
eletrovalências, como exemplo, o alumínio, ferro, cálcio e magnésio. Elas servem de
“ponte de ligação” entre as partículas de argila (PRIMAVESI, 2002). Fato este
considerado por Raij (1991) onde ele comenta que solos argilosos são mais ricos em
matéria orgânica.
40
2.6 INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO
À medida que as civilizações entram no culo XXI e a população do mundo
continua a aumentar, os resíduos continuam a ser gerados e o ambiente é
comprometido inclusive à qualidade do solo que esta relacionado a sua fertilidade. É
obvio a importância de um continuo aumento na produção de alimentos. E dar
continuidade as pesquisas em todas as fases de produção agrícola, pois há a
necessidade de vestir e alimentar a sociedade (LOPES; GUILHERME, 2007).
A qualidade do solo é mensurado através do uso de indicadores. Atributos
esses que medem ou refletem o status ambiental ou a condição de sustentabilidade
do ecossistema (ARAÚJO; MONTEIRO, 2007).
A presença de nutrientes é um dos aspectos fundamentais que garantem a
boa qualidade dos solos. Segundo Primavesi (2002) um solo de boa qualidade é
grumosos, que permitem um bom desenvolvimento das raízes, tenha nutrientes
suficientes, conserve a maior quantidade de água disponível para as plantas, seja
arejado e não contenha substâncias tóxicas prejudiciais a planta. O seu bom uso e
manejo, a ciclagem natural de nutrientes é a grande responsável pela manutenção
do bom funcionamento do solo e do ecossistema como um todo (LOPES;
GUILHERME, 2007).
A qualidade do solo é um atributo ecológico que tem como definição dada por
Doran e Parkin (1994) que é a capacidade de um solo de funcionar nos limites do
ecossistema, para sustentar a produtividade biológica manter a qualidade ambiental
e promover a saúde vegetal e animal
Segundo Goedert e Oliveira (2007) consideraram a matéria orgânica do solo,
bem como seus compartimentos, como o melhor indicador de qualidade do solo.
Além da matéria orgânica, Araújo e Monteiro (2007) mencionam mais três
indicadores que determinam a qualidade do solo que o os físicos (estrutura do
solo, densidade do solo, capacidade de retenção de umidade), químicos (pH,
condutividade elétrica, teor de N, P, K) e biológicos (biomassa microbiana,
mineralização de nutrientes, respiração, atividade enzimática).
De acordo com Doran e Parkin (1994) existem três grupos de indicadores que
são: Efêmeros, Intermediários, permanentes. Mas o indicador intermediário é o mais
utilizado para monitorar a qualidade do solo pelo fato de não estarem sujeitos a
41
variação brusca, e poderem ser avaliados com métodos de boa reprodutibilidade.
(GOEDERT; OLIVEIRA, 2007).
Segundo os mesmos autores os indicadores intermediários apresentam dois
atributos avaliados em nossos trabalhos que foram os compartimentos da matéria
orgânica do solo (substâncias húmicas), citado anteriormente e a atividade biológica
(biomassa microbiana e respiração basal). É através desses indicadores que se
quantifica o teor de carbono do solo. Os principais indicadores biológicos sugeridos
para monitorar a qualidade do solo são a biomassa e a atividade microbiana
(SPARLING, 1997).
A biomassa microbiana (BM) do solo é definida como a principal parte viva da
matéria orgânica constituída pelos microrganismos vivos (MOREIRA; SIQUEIRA,
2006). Segundo Cerri et al. (1992) a biomassa microbiana representa 2 a 3% do
carbono orgânico do solo, sendo que sua presença está relacionada diretamente
com o teor de matéria orgânica. Valores menores que este indicam perdas de
carbono do sistema (SOUZA et al., 2006).
Segundo GAMA-RODRIGUES (1997) os valores da biomassa microbiana
indicam o potencial de reserva de carbono no solo que participa do processo de
humificação. Portanto, permite aferir o acúmulo ou perda de carbono em função de
determinado manejo: quanto maior a biomassa microbiana, maior será a reserva de
carbono no solo, o que expressa menor potencial de decomposição da matéria
orgânica.
A biomassa microbiana é avaliada pelos métodos de fumigação (fumigação-
incubação e fumigação-extração) que detectam a quantificação de CO
2
microbiana
de amostras de solos (DE-POLLI; GUERRA, 2008). Conforme Moreira e Siqueira
(2006) essa quantificação também é realizada pela taxa de respiração em resposta
á adição de fonte de carbono.
A dinâmica da matéria orgânica e seu compartimento vivo em sistemas
agrícolas tem sido avaliada através da análise da respiração basal. A respiração que
é a oxidação biológica, da matéria orgânica a CO
2
a pelos microrganismos aeróbios,
ocupa uma posição chave no ciclo do carbono no ecossistema terrestre. A avaliação
da respiração do solo é a técnica mais freqüente para quantificar a atividade
microbiana, sendo positivamente relaciona com o conteúdo de matéria orgânica e
com a biomassa microbiana (ALEF; NANNIPIERI, 1994).
42
Segundo Dionísio et al. (2007) a liberação de gás carbônico ou respiração
edáfica esta diretamente relaciona à decomposição da matéria orgânica no solo e a
mineralização do húmus. Os microrganismos são os principais transformadores da
matéria orgânica, realizam a decomposição de resíduos orgânicos e utilizam os
elementos carbono e nitrogênio na proporção 30/1, eliminando dois terços do
carbono para a atmosfera na forma de CO
2
e imobilizam um terço no seu
protoplasma, apresentando no final uma relação C/N 10/1.
Devido á atividade biológica, o solo passa a conter, através da matéria
orgânica, dois importantes elementos não existentes no material de origem do solo-
carbono e nitrogênio (RAIJ, 1991).
A combinação das medidas da biomassa microbiana e respiração do solo
fornecem a quantidade de CO
2
evoluída por unidade de biomassa, denominada
quociente metabólico ou respiratório (qCO
2
). O qCO2 indica a eficiência da
biomassa microbiana em utilizar o carbono disponível para biossíntese, sendo
sensível indicador para estimar a atividade biológica e a qualidade do substrato
(SAVIOZZI et al., 2002).
O uso do qCO
2
como uma medida de indicador de mudanças na qualidade do
solo está na teoria sobre a respiração da comunidade descrita por ODUM (1985).
De acordo com Araújo e Monteiro (2007) esta teoria descreve que o aumento
na respiração da comunidade pode ser o primeiro sinal de estresse, uma vez que a
reparação dos danos causados por distúrbio no solo requer desvio de energia do
crescimento e reprodução para a manutenção celular. Portanto, durante um estresse
na biomassa microbiana, haverá direcionamento de mais energia para a
manutenção celular em lugar do crescimento de forma que uma proporção de
carbono da biomassa será perdida como CO
2
.
CAPITULO I
CARACTERIZAÇÃO E COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS A BASE DA
CASCA DE MANDIOCA
RESUMO
O aproveitamento de resíduos na área agrícola é parte de um processo de
recuperação e reciclagem sendo que a compostagem têm um importante papel
neste processo. Assim, objetivo deste trabalho é caracterizar a matriz orgânica de
compostos utilizando como fonte casca de mandioca, serragem esterco e podas de
capim. O delineamento utilizado foi o de blocos inteiramente casualizados com
quatro tratamento e 3 repetições. Foram montadas leiras num sistema de aeração
passiva e a compostagem foi monitorada realizando-se revolvimento a cada 7 dias,
com medições de temperatura a cada 3 dias e coleta de amostras para
determinações de pH, umidade, COT e CE. Ao final da compostagem analisaram-se
K, o Ca, Mg, P total e o teor de C nas frações ácido húmico (C-AH) e ácido fúlvico
(C-AF) do composto. A partir da quantificação do carbono dos ácidos húmicos (C-
AH) e fúlvicos (C-AF), foi calculado os diferentes índices de humificação, IH: C-
FAH/COT x 100; razão de humificação, RH: CSH/COT x 100 em que o CSH
representa o C presente nas substâncias húmicas (C-FAH + C-FAF); porcentagem
de ácido húmico, PAH: C-FAH/CSH x100; grau de polimerização através da
expressão: GP=C- FAH/C-FAF. Os resultados obtidos permitiram concluir que as
baixas temperaturas não influenciaram no processo final da compostagem; a
qualidade final do composto é adequada para uso agrícola; O parâmetro mais
sensível para monitorar o processo de compostagem foi o teor de carbono orgânico
total (COT). Ao se considerar o índice de humificação (IH), razão de humificação
(RH), porcentagem de ácido húmico (PAH) e grau de polimerização (GP) com seus
respectivos valores críticos 19, 28, 69 e 1.9% respectivamente, mostra que o
composto não estava completamente humificado.
Palavras-chave: Resíduos. Compostagem. Substâncias húmica.
ABSTRACT
The waste recovery in agriculture is part of a process of recovery and recycling and
composting which have an important role in this process. Thus, aim of this study is to
characterize the array of organic compounds using as source of cassava hulls,
sawdust, dung and grass cuttings. The design was a randomized blocks with four
treatment and three replications. Piles were mounted in a passive aeration system
was monitored and compost making is revolving every seven days, with temperature
measurements every three days and collect samples for pH, moisture, TOC and EC.
At the end of composting were analyzed K, Ca, Mg, P and total C content in humic
acid fractions (C-HA) and fulvic acid (C-AF) of the compound. From the quantification
of the carbon of humic acids (C-HA) and fulvic (C-AF), we calculated the various
indices of humification, IH: C-FAH/COT x 100, because of humification, RH: CSH /
TOC x 100 where C represents the CSH present in humic substances (C-C + FAH-
FAF), percentage of humic acid, PAH: C-FAH/CSH x100; degree of polymerization
through the expression: GP= C-FAH/C-FAF. The results showed that low
temperatures did not influence the final process of composting, the quality of the
compost is suitable for agricultural use; the most sensitive parameter for monitoring
the composting process was the content of total organic carbon (TOC). When
considering the humification index (HI), humification ratio (HR), percentage of humic
acid (PAH) and degree of polymerization (GP) at their respective critical values 19,
28, 69 and 1.9% respectively, shows that the compound was not completely
humified.
Key-words: Waste. Composting. Humic substances.
46
1 INTRODUÇÃO
A produção constante e inesgotável de resíduos agrícolas, pecuários e
industriais aliada ao seu baixo custo de obtenção, os torna atrativos para uso na
agricultura, florestas e recuperação de áreas degradadas. Além disso, considerando
que a geração de resíduos é por si um problema, o reaproveitamento deles
contribui para aliviar a pressão sobre o meio ambiente (PASCUAL et al., 1997).
No entanto a casca de mandioca é um resíduo bastante comum nas casas de
farinha e para alguns agricultores esse resíduo é utilizado na alimentação de
animais e/ou descartados no ambiente (solo, mananciais). que a oferta desse
resíduo é bastante promissora o aproveitamento da casca de mandioca juntamente
com a serragem que também é gerado em grandes quantidades, e o esterco
tratados pelo compostagem podem se tornar um adubo viável para a agricultura
trazendo melhoria nas propriedades química e biológicas do solo.
A compostagem de resíduos orgânicos é um dos métodos mais antigos de
reciclagem, durante o qual o resíduo é transformado em fertilizante orgânico. O
processo de compostagem, além de trazer benefícios econômicos, alivia as
pressões ambientais causadas pela disposição desses resíduos
(BUTTENBENDDER, 2004).
Aumentar os teores de matéria orgânica e de nutrientes do solo pode
significar melhorias nas propriedades físicas, químicas e biológicas,
conseqüentemente, incrementos na produtividade e na qualidade dos produtos
agrícolas, bem como redução nos custos de produção.
A decomposição da matéria orgânica é realizada pelo processo aeróbico e a
introdução do oxigênio na leira ocorre através do revolvimento periódico da massa
de compostagem. Este processo produz um composto humificado, com
características melhores que a dos materiais utilizados
O material húmico formado é representado por dois compartimentos que são
as substâncias húmicas (SH) e as não-húmicas. As SH contribuem com 90% do
carbono orgânico total (COT) e é o principal componente da matéria orgânica,
consistindo a grande reserva orgânica do solo (SILVA; MENDONÇA, 2007).
As substâncias húmicas são operacionalmente subdivididas em frações: ácido
fúlvico (C-AF), ácido húmico (C-AH) e humina (HUM). Entre essas substâncias
47
húmicas os ácido fúlvicos e húmico são os mais estudados (GUERRA et al., 2008).
Grande parte das pesquisas com matéria orgânica está voltada para o estudo
das frações das substâncias húmicas que o separadas com base em
características de solubilidade.
A maioria das pesquisas que utilizam os resíduos orgânicos no processo de
compostagem para obtenção de adubo orgânico não avaliam o teor de C presentes
nas frações das substâncias húmicas da matéria orgânica dos compostos.
Portanto, este trabalho tem por objetivo caracterizar os resíduos empregados
no processo de compostagem a base de casca de mandioca e avaliar os indicadores
químicos (pH, condutividade elétrica e carbono orgânico total e as frações ácido
húmico e fúlvico das substâncias húmicas) do composto.
48
2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado nas dependências da Embrapa em Rio Branco,
AC, em uma área de aproximadamente 10m
2
.
Para montar as leiras de
compostagem utilizou-se de cascas de mandioca, serragem, esterco bovino e resto
de capina. Todos provenientes do município de Rio Branco, AC.
O delineamento empregado foi em blocos inteiramente casualizados com 4
tratamentos e 3 blocos. Os tratamentos foram denominados em T1 (40% Casca de
mandioca - CM, 10% Capim - C, 10% Esterco - E, 40%, Serragem - S); T2 (100%
casca de mandioca); T3 (60% Casca de mandioca, 20% Esterco, 20% Serragem);
T4 (90% casca de mandioca, 10% Esterco).
Todos os resíduos foram submetidos a análises química em laboratório onde
foram determinados o potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e carbono orgânico
total (COT) de acordo com método do Tedesco et al. (1995), umidade e pH
(EMBRAPA, 1997).
A umidade residual das amostras secas de cada resíduo foi determinada pela
secagem do material a 105 °C, durante 12 horas, a fim de se expressar os
resultados em base de matéria seca.
As pilhas foram montadas com dimensão de 50x50x50 cm num espaçamento
de 1,50m entre linhas. O sistema de compostagem escolhido foi o de pilhas de
aeração passiva de dimensão ≥ 0,5 m
3
(FIGURA 1 e 2).
FIGURA 2: área experimental FIGURA 3: compostagem da casca de mandioca
A temperatura, COT, a condutividade elétrica (CE) e pH foram parâmetros
utilizados para monitorar a compostagem. Para temperatura foram realizados
medição a cada 3 dias, com um termômetro digital portátil (100 °C ± 0,1 °C). A
49
haste de metal do termômetro foi inserida em três pontos de cada pilha e as médias
foram calculadas considerando-se as três leituras.
As pilhas foram irrigação foi necessária para evitar que o composto ficasse
ressecado. O revolvimento periódico garante um ambiente aeróbico necessário à
atividade dos microrganismos e uma homogeneização melhor da mistura em
processo de compostagem (HANDRECK, 1998).
As amostras foram coletadas das leiras aos 32 (primeira amostragem), 47
(segunda amostragem) e 128 (terceira amostragem) dias, sendo realizado na
terceira amostragem as análises de K no fotômetro de chama. O Ca e Mg na
espectrometria de absorção atômica extraído de (NOGUEIRA et al. 2005). O P total
pela absorbância em espectrofotômetro (EMBRAPA, 1997). O fracionamento da
matéria orgânica, procedimentos descritos por Benites (2003), para determinar o
teor de C nas frações ácido húmico (C-AH) e ácido fúlvico (C-AF) da matéria
orgânica do composto. A partir da quantificação do carbono dos ácidos húmicos (C-
AH) e fúlvicos (C-AF), foi calculado de acordo com Jouraiphy et al. (2005) os
diferentes índices de humificação, IH: C-FAH/COT x 100; razão de humificação, RH:
CSH/COT x 100 em que o CSH representa o C presente nas substâncias húmicas
(C-FAH + C-FAF); porcentagem de ácido húmico, PAH: C-FAH/CSH x100; grau de
polimerização através da expressão: GP=C- FAH/C-FAF.
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (P<0,05) e,
nos casos em que o teste F se mostrou significativo foi aplicado o teste de Tukey a
5% de significância para a comparação das médias utilizando o Assistat 7.5 beta.
50
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Caracterização dos resíduos
Os valores médios obtidos na caracterização dos resíduos encontram-se na
TABELA 1.
Esses resíduos apresentam composição química variada, uma vez que os
teores de matéria orgânica, de nutrientes neles presentes se mostram dependentes
da origem do processamento de matéria prima, espécie vegetal, regime de
arraçoamento de animais, etc.
A umidade do esterco e da casca de mandioca ficou em torno de 53 e 55%
respectivamente. Estes teores de umidade foram inferiores aos encontrados por
Tedesco et al. (2008) e Prado et al. (2000) foi em torno de 85% tanto para o esterco
como para casca de mandioca. Segundo Gonçalves e Luduvice (2000) a alta
umidade dos materiais pode elevar o custo de aplicação inviabilizando seu uso. No
caso da casca de mandioca observou-se no campo uma perda continua da umidade,
o que diminui o volume de resíduo.
O pH dos resíduos ficou em torno de 4,7- 6,2 tendendo a neutralidade, com
exceção do esterco que apresentou um pH alcalino.
TABELA 1: Determinação dos macronutrientes (K, Ca e Mg) de cada resíduo através
dos extratos
Resíduos
Umidade
pH
C
K
Ca
Mg
--%--
--H
2
0--
--g.kg
-1
--
------------------g.kg
-1
------------------
Casca de
mandioca
55,23
5,55
37,90
0,03
1,01
0,18
Capim
26,06
6,20
36,90
0,06
0.00
0,57
Esterco
53,71
9,89
23,06
0,02
0,40
0,11
Serragem
13,39
4,76
62,21
0,02
0,16
0,12
Os teores de carbono orgânico total encontrado variaram conforme o tipo dos
resíduos. Os teores de COT foram maiores para a serragem, seguida do capim e
casca de mandioca. O esterco apresentou os menores teores. De acordo com
Budziak et al. (2004) a serragem possui maior teor de carbono por que é rica em
lignina e quando disposta no ambiente demora mais para se decompor e isso
justifica acumulação desses resíduos nos pátios das serrarias.
51
Os teores de K, Ca, Mg encontrados na casca de mandioca foram
considerados baixos se comparados com os teores obtidos por Veras e Silva (2007).
Os teores de Ca foram maiores para a casca de mandioca e o de Mg para o capim.
3.2 Compostagem da casca de mandioca
O monitoramento do processo de compostagem foi realizado por meio de
medições periódicas da temperatura, pH ,condutividade elétrica (CE), carbono
orgânico total (COT) e umidade das leiras.
A temperatura máxima das leiras foi de 38°C (GRÁFICO 1). Não foi
observada variação significativa neste parâmetro. Provavelmente devido à altura das
pilhas. Segundo Haug (1993) a temperatura é o proporcional às dimensões das
leiras. As leiras de menores dimensões têm superfície de exposição
proporcionalmente maior em relação às leiras maiores e um volume gerador de calor
proporcionalmente menor, aquecendo-se com menor intensidade. Estes resultados
corroboram com dados obtidos por Febrer et al. (2002).
GRÁFICO1: Variação da temperatura do processo de compostagem em
quatro diferentes tipos de composto.
Todavia as baixas temperaturas não influenciaram o processo final da
compostagem, pois de acordo com Maia et al. (2003) a compostagem pode ocorrer
tanto em temperatura termófila (45 a 60 °C) como mesófila (25°C a 40°C) bactéria
ativa a temperaturas próximas da temperatura ambiente (cerca de 35ºC), cuja
52
digestão permite a conversão de hidratos de carbono, proteínas, alcoóis, dióxido de
carbono, hidrogênio e amoníaco, usada em processos de conversão da biomassa.
Vale ressaltar que a temperatura da leira é um parâmetro importante quando os
resíduos apresentam organismos patogênicos.
Os testes de médias divulgados na TABELA 2 confirmam que houve diferença
significativa na condutividade elétrica (CE) medida aos 32 dias. Observou-se que os
valores da (CE) variaram de 0,37 a 0,71 dS.m
-1
, não foi verificada diferença
significativa entre os valores de CE medidos nos compostos C1, C2, C3 e C4
durante o processo. Esses resultados evidenciam uma tendência de estabilização de
valores ao final do processo, independente do material utilizado na composição das
pilhas. Provavelmente os valores não foram maiores devido ao regime de regas
para o controle da umidade e as chuvas que ocorrem no período de compostagem,
já que as leiras foram montadas a céu aberto.
Este fato contribuiu para que os valores da condutividade dos compostos
gerados pelo processo em pequena escala fossem menores em relação aos valores
de compostos gerados em escala convencional apresentados na literatura (COSTA,
1994).
Portanto Kiehl (2002) ressalta que a condutividade deve diminuir com a
compostagem, estabilizando em um valor próximo a 50% da leitura inicial. Segundo
Sharma et al. (1997) valores entre 0,64 a 6,85 dS.m
-1
são considerados normais
para o uso de resíduos em áreas agrícolas. Mas esse valor de 6,85 dS m
-1
é
considerado alto se for levado em consideração o valor estabelecido por Craul e
Switzenbaun (1996) e Garcia et al. (1992), onde afirmam que a salinidade de um
composto orgânico não deve exceder a 4,0 mohms cm
-1
(ou dS m
-1
) de sais, sob
pena de causar perdas de produção.
Observou-se diminuição dos teores de C durante o processo de
compostagem. Isto ocorre devido a degradação da matéria orgânica ao longo do
processo de compostagem (TABELA 2). De acordo com Bernal et al. (1998) o
carbono é utilizado como fonte de energia, sendo dez partes incorporadas ao
protoplasma celular e vinte partes eliminadas como gás carbônico. Esse decréscimo
também foi observado por Silva et al. (2009). O teor de carbono do C1 com (40%
casca de mandioca, 10% capim, 10% esterco, 40% serragem) foi superior aos
demais compostos, provavelmente em função da presença de serragem que tem
maior persistência no ambiente.
53
TABELA 2: Valores médios da composição químicas do composto da 1º e 2º
amostragem
TRATAMENTOS
1º Amostragem-32dias
Composto
U %
pH (H
2
O)
pH (Cacl
2
)
CE dS.m
-1
C g.kg
-1
C1
50.27 a
6,85 b
6,10 b
0,37b
42,7400 a
C2
52.38 a
6,96 b
6,29 ab
0, 60 ab
10,1400 c
C3
53.05 a
7,38 a
6,45 ab
0,71 a
27,0133 b
C4
54.28 a
7,11 ab
6,60 a
0,67 ab
11,5133 c
2º Amostragem-47dias
C1
NR
5,67 a
5,12 b
0,39 a
22,76 a
C2
NR
6,15 a
5,60 ab
0,65 a
9,07 b
C3
NR
6,14 a
5,54 ab
0,67 a
13,41 b
C4
NR
6,25 a
5,66 a
0,66 a
9,94 b
C1 (40% Casca de mandioca-CM, 10% Capim-C, 10% Esterco-E, 40% Serragem-S); C2 (100% casca de mandioca); C3 (60%
casca de mandioca, 20% Esterco, 20% Serragem); C4 (90% casca de mandioca, 10% Esterco). Médias seguidas de mesma
letra na coluna não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância.
O pH do composto ao longo do processo de compostagem, não teve grandes
variações em todos os compostos (TABELA 2). De acordo Khiel (1985) o pH das
leiras varia em função do tipo de material empregado na confecção, sendo que inicia
com pH ácido tornando-se alcalino no decorrer do período de compostagem,
decorrente da formação de humatos alcalinos. Nos compostos avaliados houve uma
tendencia a neutralização não chegando a valores alcalinos.
Observou-se em todas as amostragens que valores de pH em água sempre
são maiores que em solução de CaCl
2
0,01 mol L
-1
, ver tabela 2 e 3. Esses últimos
valores são mais baixos que os valores de pH em água, de forma semelhante ao
que ocorre em medidas do pH do solo.
Segundo Pavan e Miyazawa (1997) o pH em água (acidez ativa) representa
apenas intensidade H
+
na solução (H
+
dissociado) não indicando o H
+
adsorvido
(não dissociado) nos colóides da matéria orgânica. Isso acontece porque no caso do
H
+
, as frações ativas na solução (H
+
dissociado) e de reserva (H
+
não dissociado)
adsorvidos aos sítios negativos dos colóides da matéria orgânica, estão em
equilíbrio dinâmico. Comparando-se as duas medições de pH, constatou-se que os
valores de pH em CaCl
2
foram, em média de 0,5 a 0,8 unidade inferiores aos valores
medidos em água. E o valor do pH em CaCl
2
(acidez trocável), é menor que em
água devido a maior força de deslocamento do íon H
+
e Al
3+
do complexo de troca
para a solução pelo Ca
2+
pois apresenta a maior capacidade de deslocamento da
acidez da superfície dos colóides para a solução devido a sua maior seletividade,
54
não se altera com o efeito do tempo. Observa-se na TABELA 3, que todos os
compostos dessa amostragem se encontram com pH ideal para aplicação em solos
agrícola. Pois de acordo com os Kiehl (2001) o pH ideal seria no mínimo 6,0.
As TABELAS 2 e 3 mostram a evolução da umidade total no decorrer do
processo de compostagem e consta-se que a umidade inicial, que foi em torno de
50% foi declinando até aproximadamente 30%. Esta mesma situação também foi
percebida por MAGRINI et al. (2009). A literatura cita que a umidade ideal inicial é
entre 50 e 60% e decresce lentamente a chegar a aproximadamente 30%
(FERNANDES, 2000). Portanto a umidade dos compostos do presente trabalho está
de acordo com estes padrões estabelecidos. Segundo Kiehl (2002) o teor de
umidade é um fator importante a ser controlado, pois é a água que promove o
transporte de nutrientes dissolvidos. Um teor entre 50 e 60% é considerado bom
para a compostagem, abaixo de 35-40% de umidade a decomposição da matéria
orgânica é fortemente reduzida e abaixo de 30% praticamente é interrompida,
enquanto que a umidade acima de 65% resulta em decomposição lenta, pois
prevalecem as condições anaerobiose e pode ocorrer lixiviação de nutrientes.
Na TABELA 3, observa-se que os valores médios para os teores dos
macronutrientes potássio (K), lcio (Ca) e magnésio (Mg), analisados ao final da
compostagem, não foram significativos. Alves et al. (1999) e Brito (2008)
encontraram valores semelhantes. Segundo Jahnel et al. (1999) a oxidação da
matéria orgânica para CO
2
, realizada microbiologicamente pelo processo de
compostagem, faz com que ocorra um aumento relativo nos teores de nutrientes.
TABELA 3: Característica química do composto para avaliar os compartimentos da
matéria orgânica (C-FAH e C-FAF) da 3º amostragem.
C1 (40% Casca de mandioca-CM, 10% Capim-C, 10% Esterco-E, 40%, Serragem-S); C2 (100% casca de mandioca); C3 (60%
casca de mandioca, 20% Esterco, 20% Serragem); C4 (90% casca de mandioca, 10% Esterco). Médias seguidas de mesma
letra na coluna não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância.
TRATAMENTOS
3 amostragem-128dias
Composto
U
pH
CE
C
Ca
Mg
K
P
C-FAH
C-FAF
---%---
(H
2
O)
(CaCl
2
)
-- dS.m
-1
--
-----------------g.kg
-1
-----------------
---------- mg.kg
-1
--------
C1
44,58 a
6,46 b
5,77 b
0,71 a
26,59 a
6,12 a
0,84 a
1,35 a
53,84 a
0,09 a
0,23 a
C2
36,43 a
7,02 ab
6,15 ab
0,82 a
13,07 b
6,22 a
0,86 a
1,95 a
40,62 b
0,21 a
0,14 b
C3
42,85 a
6,85 ab
6,22 ab
0,95 a
17,59 ab
5,97 a
0,77 a
1,41 a
49,99 ab
0,14 a
0,16 b
C4
33,72 a
7,19 a
6,46 a
0,82 a
17,14 ab
6,61 a
0,87 a
1,85 a
48,63 ab
0,18 a
0,15 b
55
Quanto ao teor de fósforo (P) do composto houve diferença significativa, mas
com teores baixos, se comparados com os teores encontrados por Alves et al.
(1999) em compostos de lixo urbano e Leal et al. (2007) em composto orgânicos
obtidos com palhada.
De acordo com os limites de 19, 28 e 69%, estabelecido por Jouraiphy et al.
(2005) o índice de humificação (IH), que corresponde ao carbono da fração ácido
húmico em relação ao carbono orgânico total, a razão de humificação (RH), que
estabelece a porcentagem de substâncias húmicas (C-FAH + C-FAF) em relação ao
carbono orgânico total e a porcentagem de ácidos húmicos (PAH), apresentado
como a porcentagem de carbono da fração ácido húmico em relação ao total das
substâncias húmicas, respectivamente, os resíduos analisados apresentaram baixo
estágio de humificação (QUADRO 1).
Pelo grau de polimerização (GP), que representa a relação entre o C-FAH e o
C-FAF, o C-FAF foi maior que o C-FAH, para os compostos 1 e 3, o que indica que
a matéria orgânica desses resíduos não se encontrava completamente decomposta
(MORAL et al., 2005). Vale ressaltar que havia a presença de serragem nesses
compostos citados e isso justifica a sua lenta decomposição. Segundo Swift et al.
(1979) altos teores de lignina, polifenóis e celulose estão relacionadas com a baixa
taxa de decomposição, menor liberação de nutrientes e com maior acúmulo de
serapilheira. Resíduos que possuem maiores teores de lignina e de celulose tendem
a persistir no solo, tornando-os mais resistentes à decomposição (KLIEMANN et al.,
2006). Por esse motivo quanto mais alto forem os conteúdos de lignina e a relação
C:N nos resíduos, tanto mais lenta será a sua decomposição (FLOSS, 2000).
QUADRO 1: Teores de C em substância húmicas (CSH) e índices de humificação
calculadas para os diferentes compostos estudados
TRATAMENTOS
CSH
(1)
IH
(2)
RH
(3)
PAH
(4)
GP
(5)
composto
____mg.kg
-1
___
______________________%____________________
C1
0,32
0,34
1,20
28,12
0,39
C2
0,35
1,61
2,67
60,00
1,5
C3
0,30
0,79
1,70
46,66
0,87
C4
0,33
1,05
1,92
54,54
1,2
(1)
CSH-C em substâncias húmicas: C-FAH+C-CFAF;
(2)
IH-índice de humificação: C-FAH/COT x 100
;
;
(3)
RH-razão de
humificação: CSH/COT x 100;
(4)
PH-porcentagem de ácido húmico: C-FAH/CSH x 100;
(5)
GP-grau de polimerização: C-
FAH/C-FAF.
56
O valor de 1,9 foi proposto por Iglesias-Jimenez e Perez-Garcia (1992) como
um índice para separar composto de lixo e lodo de esgoto estáveis daqueles não
completamente curados.
Considerando-se esse atributo, os materiais estudados possuem baixo grau
de humificação. Esse índice é apontado por vários autores Sanches-Monedero et al.
(1999) e Tomati et al. (2000) como o mais sensível para monitorar o processo de
humificação. O aumento nesse índice é explicado pela formação de moléculas
complexas, ácido húmico (AH) a partir de moléculas simples, ácido fúlvico (AF) ou
pela biodegradação de componentes facilmente decomponíveis da fração ácido
fúlvico, seguidas pela formação de estruturas húmicas mais policondensadas, à
medida que avança o processo de decomposição e de humificação (JOURAIPHY et
al., 2005). Os compostos 2 e 4 que apresentam a casca de mandioca em maior
proporção obteve-se maiores valores de C-FAH superior ao C-FAF.
57
4 CONCLUSÕES
A qualidade final do composto é adequada para uso agrícola, pois o pH e a
umidade do composto orgânico em todas as amostras, mantiveram valores
mínimos requeridos pela legislação; a condutividade elétrica do composto
apresentou valores considerados normais para o uso de resíduos em áreas
agrícolas se estabilizando com a compostagem;
O parâmetro mais sensível para monitorar o processo de compostagem foi o
teor de carbono orgânico total (COT).
58
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CAPITULO II
ATIVIDADE MICROBIANA E FERTILIDADE DO SOLO TRATADO COM
COMPOSTO A BASE DA CASCA DE MANDIOCA
RESUMO
A atividade microbiana tem grande relevância para a ciclagem de nutrientes e a
fertilidade do solo. O presente trabalho tem por objetivo avaliar o impacto do uso de
composto a base da casca de mandioca na fertilidade e atividade biológica do solo.
O solo utilizado foi o LATOSSOLO VERMELHO Amarelo eutróférrico. O
delineamento experimental foi em blocos casualizados com 4 tratamentos C1 (40%
Casca de mandioca, 10% Capim, 10% Esterco, 40%, Serragem); C2 (100% casca
de mandioca); C3 (60% casca de mandioca, 20% Esterco, 20% Serragem); C4 (90%
casca de mandioca, 10% Esterco)com 3 repetições sendo acompanhados em três
épocas com 13, 60 e 90 dias. O composto foi aplicado em doses equivalente a 60
t.ha
-1
em solo acondiconado em sacos de polietileno e mantido na capacidade de
campo. Os resultados obtidos permitiram concluir que o conteúdo de carbono da
biomassa da 1°, 2°, época do solo incubado com composto a base de casca de
mandioca não se alterou entre os tratamentos. E com a rápida de composição do
composto pelos microorganismos houve perda de carbono para o meio e com isso a
incorporação de carbono na biomassa foi baixa. Os teores de K, Ca e Mg no solo
foram satisfatórios, sendo observados na soma de base (SB), capacidade de troca
de cátions (CTC) e Saturação por base (V).Todos os tratamentos do solo com o
compostos a base da casca de mandioca foram relevantes na atividade microbiana,
capacidade de retenção de cátions.
Palavras-chave: Biomassa e respiração microbiana. Indicadores do solo.
ABSTRACT
Microbial activity has great relevance for nutrient cycling and soil fertility. The present
study aims to assess the impact of the use of the base compound from the bark of
cassava in fertility and soil biological activity. The soil was a Typic Yellow eutrophic.
This experimental design was randomized blocks with 4 treatments C1 (40%
cassava peel, 10% grass, 10% manure, 40%, sawdust), C2 (100% cassava hull), C3
(60% cassava peel, 20 Manure%, 20% sawdust) C4 (90% cassava peel, 10%
manure) with three replicates was followed in three seasons with 13, 60 and 90 days.
The compound was administered in doses equivalent to 60 t ha-1 in acondiconado
soil in polyethylene bags and kept in the field capacity. The results showed that the
carbon content of biomass of the 1st, 2nd, 3rd season soil incubated with the
compound base of cassava peel did not change between treatments. And with the
quick composition of the compound by microorganisms was no loss of carbon to the
middle and with it the incorporation of carbon in biomass was low. The contents of K,
Ca and Mg in soil were satisfactory, being observed in the sum of base (SB)
retention capacity of cations (CEC) and base saturation %. All soil treatments with
the compounds to base cassava peel were relevant in microbial activity, capacity to
retain cations.
Key-words: Biomass and respiration microbial. Indicators of soil
66
1 INTRODUÇÃO
A comunidade microbiana no solo é composta por actinomicetos, fungos,
bactérias, vírus e tem papel fundamental na ciclagem de nutrientes no solo. Para
Souza et al. (2003) as condições básicas, de todos os seres do solo está na
disponibilidade e qualidade de fontes carbonáceas presentes na matéria orgânica,
que se acumulam nos solos (resíduos vegetais e animais) e por eles são reciclados.
Para cada estágio de decomposição dos compostos orgânicos um grupo
especializado e predominante de microrganismos.
A utilização de resíduos na agricultura tem sido amplamente estudada. Tem-
se revelado uma alternativa viável e interessante, por representar fonte de matéria
orgânica e de nutrientes para as plantas, melhorando as propriedades físicas,
químicas e biológicas do solo.
A fonte de energia disponível nos resíduos vegetais e animais, usados pelos
organismos do solo (decompositores) está contida numa ampla variedade de
compostos orgânicos tais como carboidratos (polissacarídeos, oligossacarídeos e
monossacarídeos), lignina, proteína, lipídeos e pigmentos, entre outros compostos
orgânicos (CERRI et al., 1992).
Conforme Moreira e Siqueira (2006) resíduos ricos em açucares, proteínas,
amidos e celulose são decompostos em menos de um ano, aqueles ricos em outras
frações como lignina, resistem á decomposição, persistindo por tempo maior no
solo. Os substratos primários (glicose, glicina e celulose) são decompostos
rapidamente enquanto lignina, melanina e ácido húmico, que são macromoléculas
complexas, e casca de madeira, turfa (material de origem vegetal) são considerados
recalcitrantes e tendem a se acumular no solo, imobilizando grande quantidade de C
e nutrientes.
O resultado da nutrição desses seres é a liberação de gás carbônico (CO
2
) e
substâncias húmicas, que são à base dos ciclos biogeoquímicos, ou da fertilidade
natural do solo (SOUZA et al., 2003). Segundo Raij (1991) os processos bioquímicos
que ocorrem em solos decorrem da busca dos organismos por nutrientes e energia.
A fonte primária de matéria orgânica, que incorpora nutrientes minerais e
67
energia, provem dos vegetais clorofilados que através do processo fotossintético,
fixam gás carbônico do ar e combinam o carbono com oxigênio, hidrogênio e
nutrientes, sintetizando os compostos orgânicos. Esses compostos orgânicos irão
servir de alimentos para uma serie de organismos existentes no solo, irão
transformá-los até que os produtos finais sejam aqueles inicialmente utilizados pelas
plantas como o carbono e nutrientes minerais.
Segundo Araújo e Monteiro (2007) os microorganismos do solo são
bioindicadores das condições biológicas, Os principais indicadores biológicos
sugeridos para monitorar a qualidade do solo são a biomassa e a atividade
microbiana (SPARLING, 1997).
De acordo com García-Gil et al. (2000) e Matsuoka et al. (2003) o teor de
carbono da biomassa microbiana pode ser utilizado como indicador de qualidade,
com sensibilidade para detectar modificações no solo, antes mesmo que os teores
de matéria orgânica sejam alterados significativamente.
Em paralelo a esse fator de indicação, também é levado em consideração a
respiração do solo. Conforme Araújo e Monteiro (2007) a avaliação da respiração do
solo é a técnica mais frequente para quantificar a atividade microbiana, sendo
positivamente relacionada com o conteúdo de matéria orgânica e com a biomassa
microbiana.
A evolução do CO
2
, como medição da respiração, representa a taxa de
decomposição total, uma vez que o CO
2
é liberado durante a biodegradação
aeróbica da maioria das substâncias orgânicas (SKAMBRACKS; ZIMMER, 1998).
O presente trabalho de pesquisa objetivou verificar o impacto da aplicação do
composto a base de casca de mandioca sobre a fertilidade e a atividade microbiana
do solo.
68
2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado em casa de vegetação da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária no município de Rio Branco, AC, O solo utilizado foi o
LATOSSOLO VERMELHO Amarelo eutróférrico coletado na fazenda experimental
da Embrapa Acre.
Análises quimicas realizadas no Latossolo Vermelho Amarelo eutróférrico
revelaram as seguintes características: pH em água = 5,02; P = 3,90 mg.dm
3
; K
+
=0,34 cmol
c
.dm
-3
,
Ca
2+
= 2,57, Mg
2+
= 1,19 cmol
c
.dm
-3
(KCl 1 mol L
-1
), H+Al = 3,19
cmol
c
.dm
-3
, SB = 4,1cmol
c
.dm
-3
, CTC
(pH7)
= 7,3 cmol
c
.dm
-3
, Carbono orgânico = 7,76
g.kg
-1
M.O = 13,35 g.kg
-1
, V = 56,25 %.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizado com quatro
tratamentos e três repetições, avaliados em 3 épocas diferentes, totalizando 36
unidades. Cada época constou com os tratamentos de diferentes composto a saber
C1 (40% Casca de mandioca, 10% Capim, 10% Esterco, 40%, Serragem); C2
(100% casca de mandioca); C3 (60% casca de mandioca, 20% Esterco, 20%
Serragem); C4 (90% casca de mandioca, 10% Esterco).
Cada unidade experimental constou de 1 kg de solo seco e peneirado
acondicionado em sacos de polietileno. Em cada saco foi aplicados diferentes tipos
de compostos na dose de 30g/dm
3
equivalente á 60t/há. Os compostos foram
homogeneização, umedecidos com água deionizada para elevar 60% da capacidade
de retenção e avaliados em três épocas distintas com 13, 60 e 90 dias e cada época
apresentava 12 amostras.
Em todas as épocas, amostras de solos foram submetidas à análise química
para determinar o carbono da biomassa microbiana (VANCE et al., 1987). Carbono
da Respiração procedimento descrito por Dionísio, et. al. (2007). Foi realizado
análise química do solo incubado com o composto. O solo foi destorroado e
preparado como terra fina seca ao ar (TFSA) para determinação do pH em água,
carbono orgânico total (COT), Ca, Mg, K, H+Al, SB, CTC e V% (EMBRAPA, 1997).
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (P<0,05) e, nos
69
casos em que o teste F se mostrou significativo, foi aplicado o teste de Tukey a 5%
para a comparação das médias utilizando o software Assistat 7.5 beta.
70
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Não foi observada alteração na atividade microbiana do solo após 90 dias de
incubação do composto com solo. Na TABELA 1 observa-se que com 13 dias de
incubação, que chamou-se de primeira época, os teores de carbono da biomassa
foram altos, isso por que houve uma maior imobilização de C pela biomassa
microbiana do solo (BMS). A taxa de respiração em resposta à adição do composto
como fonte de carbono não foi significativa entre os tratamentos assim como o
carbono da biomassa. Mas a quantidade de carbono da biomassa foi maior em
relação ao carbono liberado pela respiração.
Segundo Aquino et al. (2005) isso foi possível pela maior oferta de C e
energia utilizada pelos microrganismos. Moreira e Siqueira (2006) mencionam em
seus estudos que quando se adiciona resíduos orgânicos no solo a população
microbiana é estimulada em função do carbono oxidável e a demanda por nutrientes
pela microbiota decompositora aumenta e com isso consequentemente a respiração
(taxa de liberação de CO
2
) do solo também aumenta. E esse aumento é observado
na 2 época.
Aos 60 dias observa-se aumento da respiração do solo. Conforme SALA
(2002) a respiração basal é um indicador da qualidade do carbono orgânico
disponível no solo aos microrganismos heterotróficos. Quanto maior a quantidade de
CO
2
liberada por unidade de peso de solo, maior a quantidade de substrato
assimilável para o desenvolvimento da biomassa microbiana. Nessa amostragem
não foi possível determinar o carbono da biomassa microbiana, pois o substrato
coletado durante o procedimento foi colonizado por fungos.
Aos 90 dias, houve decréscimo na respiração microbiana e
conseqüentemente houve decréscimo da BMS no decorrer do processo de
decomposição dos resíduos (TABELA 1). Segundo Passianoto et al. (2001) que
também detectou esse fenômeno em seus estudos menciona que a atividade
microbiana é mais expressiva nos primeiros dias de incubação, ocorrendo após um
decréscimo na liberação de C-CO
2
.
71
Resultado da determinação do carbono da respiração e da biomassa
microbiana do solo avaliado em três épocas
Na realidade à medida que os microrganismos consomem os nutrientes e
carbono como fonte de energia, a taxa de respiração microbiana também tende a
cair. À medida que os microrganismos vão consumindo o C, e liberando CO
2
, a
relação C/N diminui (Aquino et al. 2005).
TABELA 1:
1 ÉPOCA-13dias
TRATAMENTOS
C-RESPIRAÇÃO
C-BIOMASSA
SOLO+COMPOSTO
mg/100g
mg/100g
SC1
6,48667 a
42,44246 a
SC2
6,03667 a
37,04485 a
SC3
6,09333 a
28,23418 a
SC4
10,64667 a
39,93607 a
2 ÉPOCA-60dias
SC1
20,1800 a
NR
SC2
20,4833 a
NR
SC3
18,4567 a
NR
SC4
15,5300 a
NR
3 ÉPOCA-90dias
SC1
17,2167 a
10,5800 a
SC2
15,6967 a
9,2800 a
SC3
14,2033 a
11,2967 a
SC4
18,7733 a
12,2700 a
Segundo Carvalho (2005) conforme visto, a taxa de liberação de C-CO
2
para
o meio foi alta porque a atividade microbiana foi “ineficiente” incorporando na
biomassa microbiana uma fração mínima de carbono.
Pode-se levar em consideração que a casca de mandioca caracteriza-se por
apresentar, em sua composição, teores mais elevados, particularmente de fibra,
elevado teor de cianeto Michela et al. (2006) açúcares solúveis e amido (CARDOSO;
GAMEIRO, 2006). E os compostos a base de casca podem apresentar ainda altos
teores de C solúvel em água facilmente degradável visto que os teores de C-FAH
dos compostos foram baixos. Segundo Moreira e Siqueira (2006) o amido é uma
mistura de dois polímeros de glicose: amilose e amilopectina, sendo o mais
SC1 (40% Casca de mandioca-CM, 10% Capim-C, 10% Esterco-E, 40%, Serragem-S); SC2 (100% casca
de mandioca); SC3 (60% casca de mandioca, 20% Esterco, 20% Serragem); SC4 (90% casca de mandioca,
10% Esterco). Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de
5% de significância.
*NR - Não Realizado.
72
importante composto orgânico de reserva das plantas e entre os bons degradadores
estão os actinomicetos (actinobactérias), que durante a decomposição liberam C-
CO
2
e outras substâncias. A presença abundante desse tipo de substrato na matéria
orgânica faz com que a decomposição seja rápida causando perdas no estoque de
carbono. De acordo com a literatura o amido é um substrato que está pronto na
natureza e não é persistente no solo.
Análise de fertilidade aos 90 dias após aplicação dos compostos revelou que
não houve diferença significativa das variáveis medidas (TABELA 2).
Com relação ao carbono orgânico total (COT) não houve diferença entre os
compostos no solo. Apesar de teor de carbono do C1 ser superior aos demais
compostos.
As bases trocáveis encontradas na maioria dos solos que são Na, K, Ca e Mg
é considerado uma referência na fertilidade dos solo. Mas neste trabalho
considerou-se apenas os cátions K, Ca, e Mg nos resultados da soma de bases
(SB). Foi observado que não houve diferença significativa entre os compostos e a
mesma tendência foi observada após a incubação dos compostos no solo.
Para os resultados de CTC, saturação por base (V), fósforo e matéria
orgânica, não foi observada diferenças significativas. Os valores apresentados da
soma de base (SB), a capacidade de trocas de cátions (CTC) e saturação por bases
(V), foram considerados de médios a altos em todos os tratamentos. E esta
classificação está de acordo com Novais e Mello (2007) onde estão descritos em
seus trabalhos as classes e a magnitude de algumas dessas variáveis aqui
expostas.
73
TABELA 2: Média dos resultados das análises de fertilidade do solo com o composto final
SC- solo+composto. SC1 (40% Casca de mandioca-CM, 10% Capim-C, 10% Esterco-E, 40%, Serragem-S); SC2 (100% casca de mandioca); SC3 (60% casca de mandioca, 20% Esterco,
20% Serragem); SC4 (90% casca de mandioca, 10% Esterco). Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância.
Tratamentos
pH
(água)
Ca
Mg
K
H+Al
SB
CTC
P
P.rem
C
V
Solo+composto
-----------------------------cmol
c
.dm
-3
------------------------
--mg.dm
-3
--
---mg.L
-1
---
---g.kg
-1
---
---%---
SC1
5,34 a
2,98 a
1,49 a
0,30 a
3,22 a
4,78 a
8,00 a
0,59 a
12,31 a
6,97 a
60,03 a
SC2
4,96 a
2,35 a
1,16 a
0,32 a
3,03 a
3,84 a
6,88 a
0,85 a
16,35 a
6,57 a
52,47 a
SC3
5,15 a
2,33 a
1,15 a
0,30 a
3,09 a
3,79 a
6,88 a
0,88 a
17,31 a
7,04 a
52,13 a
SC4
4,77 a
3,04 a
1,53 a
0,31 a
3,24 a
4,90 a
8,14 a
0,68 a
16,56 a
6,43 a
60,21 a
74
Após a incubação dos resíduos orgânicos ao solo, não foi verificado a
diferença entre os teores de sforo. O composto 1 com 53,84 mg.kg
-1
de P,
apresentou os maiores teores, todavia no solo não foi observada esta diferença.
Braccini et al. (2005) relata que pode ocorrer de imobilização inicial do elemento por
parte dos microrganismos decompositores da matéria orgânica do solo. Segundo
Tsai e Rosseto (1992) o sforo orgânico é utilizando-o na formação e no
desenvolvimento de suas células, sendo necessário para a síntese dos ácidos
nucléicos e para os fofosfolipídios componentes da membrana celular dos
microrganismos
75
4 CONCLUSÕES
Verificou-se que os compostos á base de casca de mandioca adicionado no
solo não alterou a atividade microbiana e fertilidade do solo;
A taxa de liberação de C-CO
2
para o meio foi alta porque a atividade
microbiana foi “ineficiente” incorporando na biomassa microbiana uma fração
mínima de carbono;
Análise de fertilidade do solo após aplicação dos compostos revelou que não
houve diferença significativa das variáveis medidas: pH, Ca, Mg, K, H+Al, SB,
CTC, P, P.rem, C.
76
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79
5 CONCLUSÕES GERAIS
A qualidade final do composto é adequada para uso agrícola, pois o pH e a
umidade do composto orgânico em todas as amostras, mantiveram valores
mínimos requeridos pela legislação; a condutividade elétrica do composto
apresentou valores considerados normais para o uso de resíduos em áreas
agrícolas se estabilizando com a compostagem;
O parâmetro mais sensível para monitorar o processo de compostagem foi o
teor de carbono orgânico total (COT);
Verificou-se que os compostos á base de casca de mandioca adicionado no
solo não alterou a atividade microbiana e fertilidade do solo;
A taxa de liberação de C-CO
2
para o meio foi alta porque a atividade
microbiana foi “ineficiente” incorporando na biomassa microbiana uma fração
mínima de carbono;
Análise de fertilidade do solo após aplicação dos compostos revelou que não
houve diferença significativa das variáveis medidas: pH, Ca, Mg, K, H+Al, SB,
CTC, P, P.rem, C.
80
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Informe agropecuário. Aproveitamento de resíduos na agropecuária. Belo
Horizonte: EPAMIG, v. 26, n. 224, 2005a. 81 p.
92
SOUZA, J. A de. Destinação final de resíduos sólidos. In: EMPRESA DE PESQUISA
AGROPECUARIA DE MINAS GERAIS. Informe agropecuário. Aproveitamento de
resíduos na agropecuária. Belo Horizonte: EPAMIG, v. 26, n. 224, 2005b. 81 p.
SOUZA, J. A de. Tratamento de resíduos sólidos. In: EMPRESA DE PESQUISA
AGROPECUARIA DE MINAS GERAIS. Informe agropecuário. Aproveitamento de
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Mandioca em da Região de Paranavaí. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
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orgânicos no solo e os impactos no ambiente. In: SANTOS, G. de A.; SILVA, L. S.
da; CANELLAS, L. P.; CAMARGO, F. A. de O (Ed.). Fundamentos da matéria
orgânica do solo: ecossistema tropicais e subtropicais. 2. ed. Porto Alegre:
Metrópole, 2008. p. 113-135.
TEDESCO, M. J.; GIANELLO, C. ; BISSANI, C. A.; BOHNEM, H.; VOLKWEISS+, S.
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93
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WADT, P. G. S. Manejo dos solos ácidos do Estado do Acre. Rio Branco:
Embrapa Acre, 2002. 28 p. (Documentos, 79).
APÊNDICES
95
APÊNDICE B -
Análise de variância das característica química da 2º amostragem
do composto com casca de mandioca proveniente de um
experimento realizado no delineamento em blocos casualizado
com 4 tratamentos qualitativos cada um com três repetições
Fonte de
variação
GL
Quadrados Médios
pH (H
2
O)
pH (CaCl
2
)
CE dS.m
1
%C
Blocos
2
2.6021 ns
2.3971 ns
0.7329 ns
1.7096 ns
Tratamentos
3
3.7685 ns
5.0709 *
3.3284 ns
29.6220 **
Resíduo
6
-
-
-
-
Total
11
-
-
-
-
CV %
-
3.82057
3.41462
21.6587
14.44135
Fonte de variação
GL
Quadrados Médios
%U
pH (H
2
O)
pH (CaCl
2
)
CE dS.m
1
%C
Blocos
2
0.9709 ns
11.7957 **
5.8897 *
2.9944 ns
0.9607 ns
Tratamentos
3
3.2242 ns
14.9216 **
6.6680 *
5.3994 *
29.7906 **
Resíduo
6
-
-
-
-
-
Total
11
-
-
-
-
-
CV %
-
3.08515
1.4518
2.25691
19.19471
21.25803
APÊNDICE A -
Análise de variância das característica química da amostragem
do composto com casca de mandioca proveniente de um
experimento realizado no delineamento em blocos casualizado
com 4 tratamentos qualitativos cada um com três repetições
96
APÊNDICE C -
Análise de variância das característica química da amostragem
do composto com casca de mandioca proveniente de um
experimento realizado no delineamento em blocos casualizado
com 4 tratamentos qualitativos cada um com três repetições
Fonte de variação
GL
Quadrados Médios
%U
pH (H
2
O)
pH (CaCl
2
)
CE dS.m
1
%C
Blocos
2
1.3807 ns
2.7357 ns
4.2450 ns
2.4484 ns
1.2228 ns
Tratamentos
3
1.1422 ns
7.5080 *
5.7721 *
2.8998 ns
5.0387 *
Resíduo
6
-
-
-
-
-
Total
11
-
-
-
-
-
CV %
-
21.22493
2.85170
3.36245
11.81810
23.65186
Fonte de variação
GL
Quadrados Médios
P
K
Ca
Mg
AH
AF
mg.kg
-1
---------------g.kg
-1
--------------
----------mg.g
-1
---------
Blocos
2
0.2323 ns
5.5432 *
7.8671 *
0.5255 ns
1.7922 ns
3.7332 ns
Tratamentos
3
5.1567 *
1.7130 ns
4.1066 ns
0.6097 ns
1.1531 ns
23.9476 **
Resíduo
6
-
-
-
-
-
-
Total
11
-
-
-
-
-
-
CV %
-
8.78100
24.52523
3.75887
11.80301
50.98692
8.94772
97
APÊNDICE E -
Análise de variância do carbono da respiração e da biomassa
microbiana da 2º época do composto com casca de mandioca mais
o solo proveniente de um experimento realizado no delineamento
em blocos casualizado com 4 tratamentos qualitativos cada um
com três repetições
Fonte de variação
GL
Quadrados Médios
C-respiração
C-biomassa
mg/100g
Blocos
2
1.5091 ns
NR
Tratamentos
3
1.7292 ns
NR
Resíduo
6
-
-
Total
11
-
-
CV %
-
16.02869
NR
APÊNDICE D -
Análise de variância do carbono da respiração e biomassa
microbiana da época do composto com casca de mandioca
mais o solo proveniente de um experimento realizado no
delineamento em blocos casualizado com 4 tratamentos
qualitativos cada um com três repetições.
Fonte de variação
GL
Quadrados Médios
C- respiração
C-biomassa
mg/100g
Blocos
2
1.2838 ns
0.6209 ns
Tratamentos
3
0.6873 ns
4.0669 ns
Resíduo
6
-
-
-
-
Total
11
-
-
CV %
-
63.67326
14.40852
98
APÊNDICE F -
Análise de variância do carbono da respiração e da biomassa
microbiana da época do composto com casca de mandioca mais
o solo proveniente de um experimento realizado no delineamento
em blocos casualizado com 4 tratamentos qualitativos cada um com
três repetições
Fonte de variação
GL
Quadrados Médios
C-respiração
C-biomassa
mg/100g
Blocos
2
6.1917 *
6.0572 *
Tratamentos
3
1.8599 ns
0.1242 ns
Resíduo
6
-
-
Total
11
-
-
CV %
-
15.16017
38.43885
APÊNDICE G -
Análise de variância da fertilidade do solo com o composto da 3º
época do composto com casca de mandioca mais o solo proveniente
de um experimento realizado no delineamento em blocos casualizado
com 4 tratamentos qualitativos cada um com três repetições
Fonte de
variação
GL
Quadrados Médios
pH
Ca
Mg
K
H+Al
SB
CTC
água
cmol
c
.dm
3
Blocos
2
2.1085 ns
3.1156 ns
2.8752 ns
0.4576 ns
12.5708 **
3.0493 ns
7.1528 *
Tratamentos
3
1.9189 ns
0.7694 ns
0.8500 ns
1.8136 ns
0.5315 ns
0.7859 ns
1.2823 ns
Resíduo
6
-
-
-
-
-
-
-
Total
11
-
-
-
-
-
-
-
CV %
-
6.14277
28.66424
29.07873
4.16322
7.75678
26.75421
14.09209
Fonte de variação
GL
Quadrados Médios
P
P.rem
C
V
mg.dm
-
³
mg.L
-1
g.kg
-1
%
Blocos
2
18.0446 **
1.8635 ns
2.8680 ns
1.0792 ns
Tratamentos
3
1.6021 ns
0.7658 ns
0.3380 ns
0.5306 ns
Resíduo
6
-
-
-
-
Total
11
-
-
-
-
CV %
-
24.96489
28.52550
13.21377
19.11554
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