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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARA
CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS
PESQUEIROS E ENGENHARIA DE PESCA
ADELAIDE MARINA SCHAEDLER
PREVALÊNCIA ECTOPARASITÁRIA EM TILÁPIAS DO NILO
CULTIVADAS EM VIVEIROS ESCAVADOS NA REGIÃO OESTE DO
PARANÁ.
Toledo
2010
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ADELAIDE MARINA SCHAEDLER
PREVALÊNCIA ECTOPARASITÁRIA EM TILÁPIAS DO NILO
CULTIVADAS EM VIVEIROS ESCAVADOS NA REGIÃO OESTE DO
PARANÁ.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
Stricto Sensu em Recursos Pesqueiros e Engenharia de
Pesca vel de Mestrado, do Centro de Engenharias e
Ciências Exatas, da Universidade Estadual do Oeste do
Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título
de Mestre em Recursos Pesqueiros e Engenharia de
Pesca.
Área de concentração: Recursos Pesqueiros e
Engenharia de Pesca.
Orientador: Prof. Dr. Aldi Feiden
Co-Orientador: Prof. Dr. Wilson Rogério Boscolo
Toledo
2010
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FOLHA DE APROVAÇÃO
ADELAIDE MARINA SCHAEDLER
PREVALÊNCIA ECTOPARASITÁRIA EM TILÁPIAS DO NILO
CULTIVADAS EM VIVEIROS ESCAVADOS NA REGIÃO OESTE DO
PARANÁ.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Recursos Pesqueiros
e Engenharia de Pesca Nível de Mestrado, do Centro de Engenharias e Ciências Exatas, da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de
Mestre em Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, pela Comissão Julgadora composta
pelos membros:
COMISSÃO JULGADORA
Prof. Dr. Aldi Feiden
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Presidente)
Prof. Dr. Wilson Rogério Boscolo
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Prof. Dra. Marivone Valentin Zabott
Universidade Federal do Paraná - Campus Palotina
Aprovada em: 16 de dezembro de 2010
Local de defesa: Unioeste/Campus de Toledo
DEDICATÓRIA
.
Dedico este trabalho as pessoas
que, como eu, acreditam na
educação como um
aprimoramento do ser humano e
das atividades por ele
desenvolvidas.
AGRADECIMENTOS
A todos que colaboraram para a realização deste trabalho, em especial aos Piscicultores
participantes do projeto, as equipes da EMATER e SEAB, a Daniele Menezes Albuquerque,
Stephan Schaedler Sprengel e ao meu orientador pela consideração que tiveram em me
atender e ao tempo dedicado a este trabalho.
PREVALÊNCIA ECTOPARASITÁRIA EM TILÁPIAS DO NILO
CULTIVADAS EM VIVEIROS ESCAVADOS NA REGIÃO OESTE DO
PARANÁ.
RESUMO - Para determinar as prevalências de ectoparasitas, foram analisadas tilápias-
do-Nilo, Oreochromis niloticus, cultivadas em viveiros escavados em 20 pisciculturas de
terminação nos municípios de Assis Chateaubriand, Maripá, Marechal ndido Rondon e
Toledo e em uma alevinagem em Tupãssi, na região oeste do Paraná. Uma correlação entre a
presença dos parasitas e os pesos finais dos lotes, foi realizada. O experimento durou nove
meses e foram analisados 245 peixes e destes, examinadas brânquias e tegumento, para
pesquisa de ectoparasitas. Nas análises, oito espécies de ectoparasitas foram identificadas:
Tricodinídeos Ichthyobodo necator, Ichthyophthirius multifiliis, Henneguya sp, Monogeneas,
um Ergasilideo, Epistylis sp. e um Náuplio de copépode. As maiores prevalências foram para
tricodinídeos nas três fases de desenvolvimento dos peixes, alevinos, juvenis e adultos, com
valores entre 85,71% e 100%. As segundas maiores prevalências foram para Monogeneas,
com taxas entre 10,34% e 48% . Os alevinos e juvenis apresentaram maiores as prevancias
para Tricodinídeos nas brânquias e Epistylis sp. no tegumento. Os peixes adultos foram os
mais infestados pelos outros parasitas, sendo as brânquias a estrutura mais parasitada, pela
maioria deles. Os pesos médios finais dos lotes na despesca, foram de 497,2 g para os peixes
de Assis Chateaubriand, 510,5 g para os de Maripá, 443,0 g dos de Marechal Cândido
Rondon e 379,3 g para os de Toledo e as temperaturas médias durante o período de
terminação diferiram em Assis Chateaubriand. Concluiu-se que as prevalências e espécies
de parasitas encontrados neste estudo, não demonstraram ter relação direta com os pesos
médios finais obtidos nos lotes.
Palavras-chave: aqüicultura, ictioparasitas, sanidade, tilapicultura
ECTOPARASITE PREVALENCES OF NILE TILÁPIA FARMING IN
FISH FARMING IN THE WEST OF PARANA STATE
ABSTRACT - To determine the prevalence of ectoparasites were examined Nile-tilapia,
Oreochromis niloticus, cultured in ponds, in 20 termination fish farms on the municipalities
of Assis Chateaubriand, Maripá, Marechal Cândido Rondon and Toledo including a nursery
in Tupãssi on the western region of Paraná. One correlation between the presence of parasites
and the final weights of the batches was held. The experimental period was nine months and
245 fishes were analyzed, the gills and integument was examined to search for the presence of
ectoparasites. In the analysis, eight species of parasites were identified: Tricodinídeos
Ichthyobodo necator, Ichthyophthirius multifiliis, Henneguya sp, Monogenea, an Ergasilids,
Epistylis sp. and Nauplius copepod. The highest prevalence observed was trichodinídeos in
the three phases of fish development, fingerlings, juveniles and adults with values between
85.71% and 100%. The second highest prevalences were for Monogenea, with rates between
10.34% and 48%. Fingerlings and juveniles showed the highest prevalence rates for
trichodinídeos in the gills and Epistylis sp. in skin. The adult fishes were the most infested by
other parasites, making gills the most parasitized structure by most respondents. The average
weight were 497.2g on Assis Chateaubriand fishes, 510.5g for Maripá fishes, 443.0g for
Marechal Cândido Rondon and 379.3g for Toledo, the average temperatures during the
fattening period differed only in Assis Chateaubriand. The conclusion is that the prevalence
and species of parasites found in this study have demonstrated no direct relationship with the
average weight obtained in batches.
Keywords: aquaculture, ictioparasites, sanity, tilapia culture
Dissertação elaborada e formatada
conforme as normas da publicação
científica Revista Brasileira de Zootecnia.
Disponível em:
http://www.rbz.ufv.br/rbz/normas.jsp.
SUMÁRIO
Introdução ............................................................................................................................ 10
Ectoparasitas .................................................................................................................... 12
Referências .......................................................................................................................... 21
Introdução ............................................................................................................................ 24
Material e Métodos .............................................................................................................. 25
Resultados e Discussões ....................................................................................................... 30
Conclusões........................................................................................................................... 41
Referências .......................................................................................................................... 42
10
Introdução
Sanidade é essencial para uma produção eficiente e atualmente vem se tornando
uma das principais barreiras para o comércio dos produtos de origem animal incluindo
os provenientes da aqüicultura.
Como os estoques naturais diminuem progressivamente, a produção em cativeiro
torna-se a opção mais viável. Segundo a FAO (2008), a aqüicultura mundial tem
crescido drasticamente nos últimos 30 anos, desde uma produção de menos de um
milhão de toneladas no começo da década de 1950 até 2006 quando se registrou uma
produção de 51.7 milhões de toneladas.
Isto significa que a aqüicultura está crescendo num ritmo maior que outros setores
de produção de produtos de origem animal.
A continuidade deste crescimento esta relacionada a fatores que devem ser
monitorados, como as enfermidades e o ambiente de produção. Segundo Ostrenski &
Boeger (1998) as doenças podem ser consideradas como um obstáculo, para que o
Brasil atinja níveis adequados de produtividade e produção.
O meio ambiente aquático possui uma ampla variedade de parâmetros; se estes se
alterarem além dos limites aceitáveis, predispõe ou até causam alguma enfermidade nos
peixes. (ROBERTS, 1981).
De acordo com Wahli (2002), o estresse crônico provocado pela baixa qualidade
da água pode resultar em perda da homeostase, redução de crescimento e de resistência
a doenças.
Portanto, conhecer o ambiente de produção e suas variáveis, inclusive as variações
climáticas regionais, nos permite estabelecer critérios de atuação direcionados para
11
controle e saneamento de enfermidades, pois existem doenças com maior incidência em
determinados climas e regiões.
Variações climáticas regionais são importantes para determinar uma boa
produtividade em cultivos de peixes, pois, em regiões de clima temperado as
enfermidades infecciosas são mais temidas, porém, em regiões de clima tropical e
subtropical as doenças parasitárias desempenham um papel importante podendo resultar
em perdas econômicas dependendo do grau de parasitismo, da resistência do hospedeiro
e das condições ambientais, que pelas características climáticas pertinentes a região,
propiciam sua rápida e constante propagação, conforme citado por Leonardo et al
(2006) e Tatcher & Brites-Neto( 1994).
Segundo Roux et al (2000), a maioria dos peixes tanto de ambientes naturais
como em cultivos estão infectados por parasitas, cujas lesões passam despercebidas na
maioria dos casos.
Santos et al (2003) citaram que a identificação dos parasitas presentes nos
meios de cultivo, serve como parâmetro indicador do estado do ambiente de maneira
geral.
De acordo com Pavanelli et al (1999), a água de qualidade leva os peixes a
ficarem estressados, tornando-os mais sensíveis às enfermidades em geral, porque o
estresse afeta o equilíbrio fisiológico dos peixes, com conseqüente alteração em seu
sistema imunológico, diminuindo sua capacidade de reação aos microorganismos
patogênicos.
O crescimento excessivo da população de patógenos aliado à baixa qualidade da
água de cultivo, favorece o estabelecimento de doenças em detrimento ao desempenho
produtivo, à saúde e a sobrevivência dos peixes, resultando em sérios prejuízos
econômicos ao criador. (KUBITZA, 2003).
12
O simples fato da presença ou ausência de um parasita não necessariamente
representa um quadro de doença. Segundo Roberts (1981), o número de parasitas
necessário para afetar um peixe varia consideravelmente com a espécie, tamanho e
estado de saúde do hospedeiro e uma mesma espécie de parasita pode ter efeitos distintos
sobre as diferentes espécies de hospedeiros. Por isso, é importante monitorar as
enfermidades nas diferentes fases de vida.
Ectoparasitas
Pode-se dizer que todos os peixes abrigam pelo menos uma espécie de parasitas,
da mesma forma como todos os órgãos e ou estruturas dos hospedeiros, apresentam
potencial para ser um sítio de infecção e ou infestação, conforme Razani-Paiva et al
(2005).
De acordo com Moller e Anders (1986) existem em torno de 10.000 espécies de
parasitas que podem afetar os peixes e segundo Eiras (1994), em torno de 4.200 se
classificam como ectoparasitas.
Neste trabalho foram identificadas oito espécies de ectoparasitas.
1.PROTOZOÁRIOS CILIADOS
1.1 Tricodinídeos
Dentre os protozoários tricodinídeos, estão incluídos os gêneros Trichodina sp.,
Trichodinella e Tripartiella, que parasitam peixes marinhos e de água doce.
O protozoário ciliado peritríquio Trichodina sp. é o mais comum deles, sendo
geralmente ectoparasita, também podendo ser endoparasita. Segundo Pavanelli et al
(1999) de fácil identificação devido a sua forma circular como um sino achatado, com
tamanhos que variam de 20 a 180 micrometros de diâmetro.
Possuem cílios curtos ao redor do corpo que permitem sua locomoção e a face
13
que fica em contato com o hospedeiro é semelhante a um disco adesivo formado por
estruturas esqueléticas dispostas em círculos, os denculos. Fixam-se nos peixes pelo
extremo oposto da boca e adquirem uma forma de aspirador (PÉREZ, 1999).
De acordo com Lom & Dykova (1992), seu ciclo de vida é direto, ou seja, tem
um único hospedeiro e se reproduz por fissão binária, produzindo células filhas, com a
metade do número de dentículos das células paternas, existindo cerca de 150 espécies
do gênero.
Sendo um parasita de ciclo direto, se reproduz com rapidez em condições de
cultivo, onde se observa maior densidade e a área de distribuição é menor, atingindo
rapidamente grandes números o que amplifica seu potencial patogênico, conforme
Ostrenski & Boeger (1998).
São c
o
n
s
i
de
r
a
d
o
s
ectocomensais, pois se nutrem do muco da superfície
do
corpo e brânquias dos peixes, mas na ocorrência de desequilíbrio no sistema
hospedeiro/parasita/ambiente, podem ser responsáveis por
e
n
fe
r
m
ida
de
s
e infecções
secundárias chegando a debilitar peixes estressados quando a temperatura da água está
baixa, segundo Popma & Lovshin (1996).
Lom & Dykova (1992) citam que a disseminação entre diferentes hospedeiros
ocorre através da entrada de peixes infectados em ambientes não infectados, pelo
contato direto entre os peixes e também através da contaminação pela natação ativa das
Trichodina sp. que vão de um hospedeiro para o outro, como também pelos utensílios
utilizados nas pisciculturas.
Quanto maior o acúmulo de resíduos orgânicos nos tanques de produção, maior
será a população destes parasitas e, quanto maior a densidade de estocagem dos peixes,
maior a possibilidade de infestação segundo Kubitza (1998).
Geralmente os peixes adultos são mais resistentes, não apresentam doença
14
clinica e são menos afetados por esses patógenos. Contudo, estes parasitas são
altamente patogênicos para as formas jovens devido a estas terem maior sensibilidade
e por não serem imunocompetentes nessa fase (FIGUEIREDO, 2010).
Os peixes parasitados ficam debilitados, nadando na superfície
da
água,
podendo apresentar hemorragias nos casos mais graves, excessiva produção
de
muco
tendendo a formar um delgado filme azul-esbranquiçado sobre
o
corpo do peixe e
áreas lesionadas na boca, extremidades das nadadeiras
e
opérculos que ficam com
coloração esbranquiçada,
petéquias
e desintegração do epitélio, com freqüente
aparecimento de infecções secundárias por fungos e bactérias.
Rogers & Gaines (1975) observaram sintomas de hiperplasia e necrose da
epiderme, nadadeiras erodidas ou desgastadas e perda de apetite dos peixes.
1.2 Ichthyophthirius multifiliis (Fouquet, 1876)
Protozoário ciliado, comumente chamado de Ictio, encontrado na superfície do
corpo,
nadadeiras,
olhos e bnquias dos
peixes. T
em
forma
arredondada,
ocasionalmente oval, mede aproximadamente um milímetro quando
adulto e
apresenta um pico núcleo central em forma de ferradura.
Segundo
Kubitza (2003), t
em ciclo direto, cuja duração varia de acordo com a
temperatura do ambiente podendo ser de 35 dias a temperaturas de 10º C, de 3 a 4
dias á 20º a 23º C e de 2 dias a 27º C.
O parasito adulto denominado trofonte, presente nas brânquias ou pele,
quando atinge a maturidade sai do hospedeiro e aloja-se
no
substrato dos tanques de
cultivo. Nesta fase chamado tomonte, secreta uma
parede
cística e sofre divisões
binárias originando os tomitos, que se transformarão
em
terontes ou formas
infectantes, de formato claviformes e repletas de cílios.
15
Nesta fase é parasita obrigatório, podendo morrer se não encontrar
rapidamente um hospedeiro,possuindo baixa especificidade
parasitária, conforme
Eiras (1994).
Ewing & Kocan (1988), demonstraram experimentalmente que existe a
possibilidade
de reprodução do parasito no epitélio do peixe, o que favorece
novas infestações. Este tipo de reprodução é vantajoso para
o
parasito, pois quando
o encontra as condições adequadas para reprodução
no
ambiente aquático o seu
ciclo pode completar-se no próprio hospedeiro, segundo Luque (2004).
A presença de pontos brancos na superfície do corpo, nadadeiras e
brânquias,
excessiva produção de muco e hemorragias, são sinais da doença causada
por este parasita. A mortalidade é e
ventual e os
peixes afetados podem apresentar
alterações de comportamento,
como
anorexia seguida de emagrecimento, natação na
superfície, aglomeração
na
entrada da água e o comportamento de raspar-se nos
substratos do tanque.
Segundo Ewig et al (1985), a ação patogênica do protozoário ocorre pela
penetração dos terontes
no
epitélio, utilizando-se de uma estrutura chamada
“perforatorium” localizada
na
extremidade do parasito.
Esta ação favorece a
produção
de muco cistos, que promovem a sua fixação e
a penetração
dessa
estrutura no tegumento provoca necrose do tecido pela ação de
substâncias secretadas pelo
parasito.
Tais substâncias formam uma cápsula
gelatinosa sobre o protozoário que o protege do ambiente.
O parasita se nutre de lulas
do
hospedeiro e quando no tecido branquial,
pode causar
perda
funcional deste órgão, prejudicando a respiração e troca de íons
com a
água.
Ventura e Paperna (1985) observaram os efeitos patogênicos
deste
parasita sobre ciprinídeos e bagres.
16
1.3 Epistylis sp. (Ehrenberg,1830).
Ciliado da subordem Sessilinea, frequentemente encontrados na superfície corporal
e brânquias dos peixes. Eiras (1994), os descreve como ciliados coloniais, com corpo
ovalado ou em forma de barril, ligados a um pedúnculo rijo ramificado que possui um
disco de fixão no hospedeiro, tendo na extremidade oral do corpo, uma espiral ciliar
que rodeia o disco epistomal e se prolonga num infundíbulo afunilado que conduz ao
citoplasma, possuindo ainda, um macronúcleo alongado em forma de fita no centro do
corpo.
Tem estados natatórios livres quando procura um novo hospedeiro e após encontrar,
fixa-se e divide-se por cissiparidade, originando deste modo uma colônia. Nem sempre
necessitam de um hospedeiro, foram observados crescendo no substrato de aquários
(EIRAS, 1994).
Segundo Onaka em Tavares-Dias (2009), sua presença pode provocar lesões
tegumentares com aspecto hemorrágico, mas geralmente é assintomática.
Ocasionalmente podem ocorrer mudanças na pigmentação do tegumento, excesso
da produção de muco e segundo Eiras (1994), as mortalidades associadas à presença
deste parasita provavelmente serão devidas a infecções bacterianas secundárias.
2. PROTOZOÁRIO FLAGELADO
2.1 Ichthyobodo necator
Protozoário
flagelado de formato piriforme, parasita obrigatório, encontrado
parasitando a superfície
do
corpo e brânquias de diversas espécies de peixes, entre elas
as tilápias, medindo aproximadamente de 10 a 15 micrometros
de comprimento e 5 a 9
micrômetros de diâmetro, provido de um par
de
flagelos de comprimentos
diferentes
( PÈREZ, 1999)
.
Sendo parasitas obrigatórios, não possuem especificidade parasitária,
podendo
17
ser transmitidos de um peixe a outro no tanque. Ocorrem em hospedeiros saudáveis,
mas se houver queda de resistência, proliferam rapidamente
e
causam a
enfermidade.
Sua reprodução ocorre por
fissão
longitudinal ou conjugação e
em
condições
desfavoráveis podem encistar sobre o peixe sendo que os cistos são
resistentes
e,
quando as condições são adequadas se transformam em trofozoítos
infectantes
(PELLITERO,1998).
A doença provocada por este parasita é denominada Ictiobodose e provoca sintomas
onde ocorre a formação de uma película branca na superfície
do
corpo dos peixes
infestados, produção excessiva d e muco, lesões de pele, como a simples
hiperplasia epitelial chegando até a necrose, presea de zonas hemorrágicas,
perda
de escamas, perda de apetite, natação irregular e mortalidade
em
taxas
varveis.
3. PROTOZOÁRIO MIXOSPÓREO
3.1 Henneguya sp. (Thélohan, 1892)
Mixosporídeo, com cerca de 146 espécies descritas e segundo Eiras (2002), com
tamanho médio de 10 micrômetros de comprimento, variando conforme a espécie.
São parasitas de brânquias, fígado, testículos e pele, formadores de esporos e, seu
corpo apresenta dois prolongamentos das valvas que possuem em seu interior duas
células cápsulogênicas e uma célula esporogênica binucleada (RAZANI-PAIVA &
SILVA-SOUZA, 2004).
Aparentemente todos os mixozoários utilizam anelídeos como o Tubifex tubifex
em seu ciclo vital, conforme Kent et al (2001).
Segundo Matos et al (2001), estes parasitas produzem profundas alterações ultra
estruturais nos tecidos onde desenvolvem, de um modo geral, todo seu ciclo de vida e
sua ação parasitária sob os diversos órgãos dos hospedeiros. Causa malefícios nas
18
estruturas que podem levar a morte como também podem causar esterilidade nos
animais afetados.
Os parasitas, formam cistos na superfície das vísceras, cartilagens e brânquias
reduzindo a capacidade respiratória do hospedeiro, que, pode ainda apresentar
escurecimento do corpo e natação em espiral, por isso é denominada de doença do
rodopio, segundo Ostrenski & Boeger (1998).
De acordo com Azevedo e Matos (1989), este parasita é um dos mixosporídeos mais
comuns da fauna ictiológica da bacia do Rio Amazonas.
4 .METAZOÁRIOS
4.1 Mogeneas
São parasitas monoxênicos, sem hospedeiros intermediários, de ocorrência
estacional, variável de acordo com a temperatura e fatores abióticos. Parasitam
brânquias e pele, sendo os principais representantes do grupo os girodactilídeos
(Gyrodactylus sp.) e os dactilogirídeos (Dactylogyrus sp.), segundo Pavanelli et al
(1999).
Ostrenski e Boeger (1998) descreveram os girodactilídeos como parasitas
vivíparos, que não depositam ovos, dando a luz a vermes completamente formados, com
constituição de adultos ,com transmissão direta entre os peixes, através do substrato,
água ou até de hospedeiros mortos.
Segundo Kubitza (2003), possuem um haptor com um par de ganchos longos,
rodeados por dezesseis ganchos menores e geralmente apresentam alta especificidade
parasitária, ou seja, uma espécie de parasita é restrita a uma ou poucas espécies de
hospedeiros.
Os dactilogirídeos, são ovíparos depositando ovos no meio de onde eclodem
larvas ciliadas livres natantes, que buscam os peixes hospedeiros que quando em
19
ambientes confinados são mais facilmente contaminados. A grande maioria das espécies
de peixes, servem de hospedeiro para este parasita, apesar de ter especificidade
parasitária, conforme Ostrenski & Boeger (1998).
Morfologicamente, possuem quatro manchas oculares, haptor com um par de
ganchos pequenos e catorze ganchos marginais menores e as lesões provocadas por
estes parasitas se devem em grande parte ao haptor, que com seus ganchos e ventosas
podem lesionam os filamentos branquiais, destruindo o epitélio e rompendo capilares
sanguíneos (KUBITZA, 2003).
Eiras (1994), descreveu que a maior parte das espécies de dactilogirídeos prevalece
nos meses frios, até chegar a um mínimo na primavera, sendo que a temperatura define
a duração de vida dos Monogeneas, que sobrevivem de 20 a 25 dias com temperaturas
de verão , enquanto que em períodos frios, podem viver por 6 a 7 meses.
Segundo Roberts (1981), existe uma maior eclosão de ovos deste parasita entre o
final do inverno e inicio da primavera que coincide com a época de eclosão dos ovos
dos peixes e consequentemente maior quantidade de alevinos presentes, que são então
infectados por este parasita. O autor cita ainda que o Dactylogyrus vastator necessita de
uma temperatura ótima para sua reprodução, acima de 22° C.
5. CRUSTÁCEOS
5.1 Ergasilus sp. (Nordmann, 1832)
Crustáceo copépode
medindo
aproximadamente 880 micrômetros, provido de
antenas modificadas em ganchos para fixação localizando-se preferencialmente nas
brânquias e narinas dos hospedeiros.
Segundo
Thatcher & Boeger (
1983), o
s ganchos penetram nos filamentos
branquiais podendo provocar infiltração de
células
inflamatórias, hiperplasia epitelial,
20
fusão de lamelas e adestruição e ruptura de
vasos
sangüíneos.
Alimentam-se de
células e sangue dos peixes (KABATA, 1970).
Foram citadas mais de 70 espécies no mundo, sendo três espécies assinaladas
no Brasil, conforme Tatcher (1981).
Copépodes ergasilídeos tem sido registrados em diversas espécies de tilápias
no continente africano, segundo Razani-Paiva & Silva-Souza (2004). Nas Américas
existem relatos de sua presença em Porto Rico
(
BUNKLEY-WILLIAMS
&WILLIAMS, 1995)
,
também sendo citado como
comum em pisciculturas da
Amazônia por Thatcher & Boeger (
1983).
Ostrenski & Boeger (1998), descreveram que n
o ambiente podem ser
encontrados vivendo no
plâncton e não utilizam hospedeiros intermediários, sendo
que a contaminação se por contato do hospedeiro definitivo com formas larvais
livres natantes de náuplios e copepoditos, que vivem na água por um período de
tempo antes de se tornarem infestantes.
Somente as fêmeas são parasitas e s
ua maior reprodução se no verão,
segundo Roberts (1981).
Em infestações intensas, observa-se uma
estrutura
branca sobre as brânquias
do hospedeiro que pode apresentar um quadro de asfixia e também a possibilidade de
infecções
secundárias por fungos e
bactérias.
21
Referências
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Henneguya sp. parasite of the gill from a Brasilian fish. Parasitology research,
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24
Introdução
A aqüicultura é responsabilizada pelo caráter cosmopolita de alguns parasitas
(DELARIVA & AGOSTINHO, 1999), mas a maior parte das doenças que ocorrem na
piscicultura de cativeiro, tem características regionalizadas, influenciadas pelo clima,
hidrologia, qualidade da água, espécie cultivada, manejo sanitário e outros fatores
peculiares a cada região, que podem acarretar em prejuízos na produção aqüicola.
Segundo Roux et al (2000), o ictioparasitismo é um fenômeno freqüente, senão
constante e conforme Moller e Anders (1986), existem em torno de 10.000 espécies de
parasitas podem afetar os peixes, independentemente da sua fase de vida. Cerca de
4.200 se classificam como ectoparasitas (EIRAS, 1994).
Os fatores climáticos característicos de cada região o relevantes para o
desenvolvimento e sobrevivência dos peixes e dos parasitas, pois podem propiciar a
proliferação dos patógenos. Segundo Pavanelli et al (1999), regiões onde ocorram
oscilações bruscas de temperatura podem inviabilizar a piscicultura.
A influência da temperatura sobre a fisiologia dos peixes é direta afetando o
sistema circulatório, respiratório e os processos fisiológicos vitais, entre eles, a alteração
do mecanismo de defesa contra doenças pela menor formação de anticorpos (ROCHA
& CECARELLI,1994) .
Existem também diferentes suscetibilidades entre as espécies de peixes , segundo
Popma & Lovshin (1996), as tilápias-do-Nilo são mais resistentes a viroses, bacterioses
e parasitoses do que outros peixes utilizados em cultivos, sendo que, com temperaturas
ambientais acima de 18ºC e na ausência de severo estresse ambiental, raramente
adoecem, podendo desenvolver doenças no caso de oscilações bruscas e baixas
temperaturas, problemas de manejo, altas densidades e diminuição da qualidade de água
do meio de cultivo.
25
Estas variações afetam o bem estar dos animais e, de acordo com Broom
(1986), seria a capacidade do individuo de se adaptar ao meio em que vive e aos fatores
presentes neste meio, sendo a presença de parasitas, fator de estresse para os peixes que
em resposta ao estresse, reajustam suas atividades biológicas.
São considerados agentes estressores biológicos, agentes patogênicos e não
patogênicos, incluindo os parasitas internos e externos . Val et al (2004) citaram que, a
reação aos agentes estressores gera respostas metabólicas e fisiológicas que podem
interferir no crescimento dos animais.
Este trabalho foi realizado com o objetivo de determinar prevalências regionais
de ectoparasitas, durante um ciclo de cultivo de tilápias-do-Nilo, abrangendo suas
diferentes fases de vida e comparar a influência da presea destes ectoparasitas sobre o
desempenho dos peixes, com relação às médias de peso final obtidas na despesca em
viveiros escavados de cinco municípios da região oeste do Paraná.
Material e Métodos
A duração total do projeto foi de nove meses, entre outubro de 2008 a junho de
2009, período durante o qual, foram coletados 245 peixes para análise sanitária.
A espécie analisada tilápia-do-Nilo, Oreochromis niloticus, foi cultivada em
viveiros escavados de vinte pisciculturas, que participaram de um projeto denominado:
“Projeto de certificação para conformidade do modelo EMATER de produção semi-
intensiva de tilápias em unidades familiares da região Oeste do Paraná desenvolvido
pelo Instituto Paranaense de Assistência cnica e Extensão Rural (EMATER-PR), que
visa determinar a eficiência de um modelo de produção para cultivos de tilápias em
viveiros escavados (INSTITUTO PARANAENSE DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E
EXTENSÃO RURAL,2005).
26
O projeto teve inicio em outubro de 2008, com a compra dos alevinos de uma
única estação de alevinagem. Ao completarem 30 dias de vida foram levados aos
berçários para a formação de juvenis, o que ocorreu durante os meses de novembro e
dezembro de 2008. Quando atingiram o tamanho requerido, foram repassados aos
piscicultores das vinte propriedades para a fase de terminação que teve duração média
de seis meses, de dezembro de 2008 a junho de 2009.
Os alevinos foram provenientes e amostrados em uma alevinocultura localizada
no município de Tupãssi (TUP). As fases de beário para a formação de juvenis e a
fase de terminação, foram realizadas com delineamentos estatísticos inteiramente
casualizados utilizando-se quatro tratamentos, ou seja, os quatro municípios onde foi
desenvolvido o projeto; Assis Chateaubriand (ASS), Maripá (MAR), Marechal Cândido
Rondon (MCR) e Toledo (TOL).
Na fase de berçário, foram oito repetições (pisciculturas) sendo, duas em MCR e
MAR , uma em ASS e três em TOL e na fase de terminação, cinco repetições
(pisciculturas) por município, num total de vinte sendo, cada viveiro uma unidade
experimental.
O total de alevinos de tilápia-do-Nilo pós-revertidos sexualmente, utilizados na
fase inicial do projeto, foi de 144.477 peixes. Após o período de reversão sexual, estes
alevinos com 30 dias de idade e peso médio de 2,23 ± 1,28 g, foram repassados para
oito pisciculturas escolhidas entre as vinte participantes do projeto.
Conforme descrito no modelo EMATER, os juvenis para a soltura nos tanques de
terminação e engorda devem ter em média 25 g.
Os 116.073 peixes que atingiram o estágio de juvenis, foram entregues aos
piscicultores para a fase de terminação, com pesos médios de 25,4 g em ASS , 22,1g
27
em MAR, 21,6 g em MCR e 23,4 g para TOL e sua distribuição nas vinte propriedades,
ocorreu conforme a densidade exigida no modelo de 2,5 peixes/m² de área de viveiro.
A fase alevinagem foi realizada sob responsabilidade do produtor de alevinos e
após a entrega dos peixes para a EMATER, as fases de berçário e terminação ficaram
sob responsabilidade dos proprietários das pisciculturas participantes, os quais, no
tratamento dos peixes, utilizaram o padrão de manejo descrito no sistema de produção
do projeto.
Para padronizar o sistema de alimentação em todas as propriedades, foi adotada
a tabela de arraçoamento de tilápias proposta por Ostrenski e Boeger (1998).
No manejo alimentar dos juvenis foi utilizado inicialmente uma ração comercial
extrusada, contendo 40% de proteína bruta (PB), administrada quatro vezes ao dia por
30 dias e na finalização da fase, os juvenis receberam três vezes ao dia a mesma ração
comercial, com teor de PB reduzido a 36% . Na fase de terminação, foi utilizada uma
ração comercial extrusada contendo 28% de PB administrada duas vezes ao dia.
As propriedades receberam monitoramento dos técnicos da EMATER, que
acompanharam as variáveis da água e procederam a biometrias quinzenalmente.
Ao final do período de terminão, em cada uma das vinte pisciculturas do
projeto, os peixes foram pesados. O peso médio final foi calculado a partir da média de
pesos obtida na pesagem de 100 peixes, capturados aleatoriamente no dia da despesca.
As coletas para análises sanitárias nas respectivas fases de desenvolvimento,
foram assim distribuídas:
Fase de alevinagem: Amostra de 80 alevinos com 30 dias de idade e peso médio
de 2,23 ± 1,28 g , na estação de alevinagem em TU , em outubro de 2008
Fase de Berçário: Amostra de 56 peixes juvenis, com idade de 75± 6 dias de
vida e peso de 23,50 ± 1,90g, sendo sete peixes coletados por propriedade num total de
28
oito pisciculturas nos municípios de ASS, MAR, MCR e TOL, no mês de dezembro de
2009.
Fase de terminação: Amostra de 109 peixes adultos, com idade de 136,28 ±
26,23 dias de vida e peso de 212 ± 183g, coletados entre cinco a sete peixes por
propriedade sendo, cinco pisciculturas por município nos quatro municípios do projeto,
nos meses de abril e maio de 2009.
A fase de reversão sexual dos alevinos foi de 30 dias. A duração média do
período de berçário foi de 75 dias e o período médio de duração dos cultivos de
terminação foi de 154 dias nos de ASS, 144 dias nas pisciculturas de MAR, 179 dias em
MCR e 174 dias para os peixes de TOL.
Os peixes amostrados, foram enviados vivos ao laboratório após serem
capturados aleatoriamente nos viveiros, utilizando-se tarrafa de nylon e puçá. Em
seguida, foram acondicionados em embalagens plásticas, com oxigênio e água do
próprio viveiro, vedadas com tiras de borracha e colocadas em caixas de isopor com
gelo biológico ao fundo, lacradas com fita adesiva conforme metodologia proposta por
Ostrenski & Boeger (1998).
As análises sanitárias foram realizadas em Curitiba, Paraná, no Centro
Diagnóstico Marcos Enrietti - CDME, laboratório oficial da Secretaria de Estado da
Agricultura e do Abastecimento- SEAB, credenciado pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento - MAPA, seguindo metodologia proposta por Pavanelli et al
(1999).
Os procedimentos de análise consistiram inicialmente do exame clínico do
corpo, nadadeiras, narinas, boca, olhos, face interna dos opérculos e brânquias para
pesquisa de ectoparasitas visíveis. Para a análise microspica, foi realizado raspado de
brânquias e tegumento do lado esquerdo de cada peixe.
29
O raspado foi prensado entre lâmina e lamínula, observado a fresco em
microscópio óptico, com objetivas 4, 10 e 40 vezes seguindo metodologia de
processamento e identificação de parasitas de Eiras et al (2000) e Martins et al (2004).
Os parasitas encontrados foram classificados relativamente ao grau de
importância para a comunidade , segundo Caswell (1978) e Hanski (1982) citados por
Bush & Holmes (1986) como: Central (Ce) : parasitas presentes em mais de 66,66% do
total de peixes examinados; Secundária (Se): parasitas presentes entre 33,33% e 66,66%
dos peixes examinados; Satélite (S a): inferior a 33,33% da amostra.
Nas analises estatísticas, a prevalência foi calculada segundo Bush et al (1997)
baseada na fórmula : P(%) = 100.Ni/He onde, P é a prevalência, Ni é o número de
hospedeiros infectados e He é o número de hospedeiros examinados. A prevalência foi
calculada para os grupos de produtores por município analisado e para as estruturas de
ocorrência mais afetadas pelos ectoparasitas.
A prevalência de parasitas e o comparativo entre os pesos médios finais, na fase de
terminação, foram calculados por município e os valores obtidos submetidos a ANOVA
5% e, em caso de diferenças estatisticamente significativas, aplicou-se Tukey a 5%
utilizando o software Statistic 7.0 .
Os valores de ausência e presença dos parasitas, por estrutura de ocorrência e por
faixa etária de cultivo, foram determinados à significância de 5% , sendo o nível de
significância adotado de p≤ 0,05 (ZAR, 1996) e os valores de prevalência parasitária por
faixa etária dos peixes por município, submetidos ao teste do Qui - quadrado (χ2)
utilizando o programa computacional Biostat 5.0 ( AYRES et al, 2007).
30
Resultados e Discussões
Nas análises sanitárias dos 245 espécimes de tilápias-do-Nilo, nas fases de
alevinos, juvenis e terminação, oito espécies de ectoparasitas foram identificados:
Monogeneas , os protozoários Ichthyophthirius multifiliis , Ichthyobodo necator e
Tricodinídeos, o mixosporídeo Henneguya sp., o ciliado sessilíneo Epistylis sp., um
copépode Ergasilídeo e um Náuplio.
Analisando-se as diferentes espécies encontradas, podemos ressaltar que alguns
fatores podem ter contribuído para a presença dos parasitas nos peixes examinados.
Um deles, é a qualidade da água dos viveiros que afeta a presença e reprodução
dos parasitas, pois conforme Kubitza (1998), quanto maior o acúmulo de resíduos
orgânicos nos tanques de produção, maior será a população de parasitas.
Podemos citar ainda, a exposição dos peixes aos parasitas, seja através de
contato com peixes ou com material de uso da piscicultura contaminados, o que
predispõe a entrada dos parasitas no ambiente. Lom & Dykova (1992), citam que a
disseminação entre diferentes hospedeiros, ocorre através da entrada de peixes
infectados em ambientes não infectados.
Também a temperatura ambiente (Figura 1), influencia na ocorrência de
parasitas, pois a maioria deles tem seu ciclo reprodutivo ligado a temperatura.
Segundo Eiras(1994), a maior parte das espécies de Dactilogirídeos prevalece
nos meses frios até chegar a um mínimo na primavera, sendo que a temperatura define a
duração de vida dos monogeneas.
31
17
19
21
23
25
27
29
31
33
DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN
MESES
TºC
ASS
MAR
MCR
TOL
MINIMA*
MÁXIMA*
*TEMPERATURAS DE CONFORTO PARA CULTIVO DE TILÁPIAS (HEPHER et al ,1983).
Figura 1. Temperaturas médias mensais nos viveiros escavados de cultivos de
tilápias-do-Nilo, fase de terminação em pisciculturas da região oeste
do Paraná.
O gráfico demonstra que as temperaturas médias mensais durante o período de
terminação nos cultivos de tilápias dos quatro municípios analisados, tiveram variações
muito próximas entre elas e, durante a maior parte do cultivo, a temperatura média
esteve dentro dos parâmetros ideais de conforto para o desenvolvimento de tilápias
(HEPHER et al, 1983), não provocando portanto, nestes animais, um estresse térmico
que propiciaria a queda da imunidade e a instalação de uma enfermidade devido a
presença dos parasitas nestes ambientes.
Dentro das diferentes fases de desenvolvimento das tilápias-do-Nilo, nas
pisciculturas analisadas, valores de prevalências elevados foram observados nas fases
iniciais dos lotes onde os peixes apresentam baixa imunidade (Tabela 1).
Figueiredo (2010) citou que geralmente os peixes adultos são mais resistentes, não
apresentam doença clinica e são menos afetados por patógenos. No entanto, as formas
jovens são bastante afetadas devido a maior sensibilidade e por não serem
imunocompetentes nessa fase.
32
Tabela 1. Prevalência parasitária por fase de desenvolvimento e sua classificão
relativa ao grau de importância para a comunidade em cultivos de tilápias do Nilo na
região oeste do Paraná.
Prevalências
(%)
ALEVINOS
¹ (80)*
JUVENIS
(56)*
ADULTOS
(109)*
Municipios / Parasitas Classificação²
ASSIS CHATEAUBRIAND
Tricodinídeos 100,00 100,00 85,71 Ce
Monogenea
35,00
42,85
28,57
Se/
S a
Epistylis sp. 18,75 --- 3,57 Sa
Ichthyobodo necator 13,75 14,28
25,00
Sa
Ichthyophthir
ius multifili
is
7,50
---
10,71
Sa
Henneguya sp. --- --- 7,14 Sa
Náuplio de copé
pode
---
---
3,57
Sa
Ergasilídeo --- --- --- Sa
MARIPÁ
Tricodinídeos
100,00
92,85
96,00
Ce
Monogenea 35,00 35,71 48,00 Se
Epistylis
sp.
18,75
7,14
4,00
Sa
Ichthyobodo necator 13,75 7.14 --- Sa
Ichthyophthir
ius multifili
is
7,50
---
---
Sa
Henneguya sp. --- --- --- ---
Náuplio de copépode ---
--- --- ---
Ergasilídeo ---
--- --- ---
MARECHAL
CANDIDO RONDON
Tricodinídeos 100,00
100,00 93,10 Ce
Monogenea 35,00 21,42 10,34 Se/S a
Epistylis sp. 18,75
42,85 --- Se/S a
Ichthyobodo necator 13,75
--- 6,89 Sa
Ichthyophthirius multifiliis 7,50
7,14 17,24 Sa
Henneguya sp. ---
--- --- ---
Náuplio de copé
pode
---
---
---
---
Ergasilídeo ---
--- --- ---
TOLEDO
Tricodinídeos 100,00
100,00 95,59 Ce
Monogenea
35,00
37,14
37,03
Se
Epistylis sp. 18,75
--- --- Sa
Ichthy
obodo
necator
13,75
---
11,11
Sa
Ichthyophthirius multifiliis 7,50
4,76 3,70 Sa
Henneguya
sp
.
---
---
---
---
Náuplio de copépode ---
--- --- ---
Ergasilídeo
---
6,66
---
Sa
* Nº de peixes examinados por fase de desenvolvimento. Total: 245 peixes.
¹ Provenientes do município de Tupãssi.
² Classificação dos parasitas relativos ao grau de importância para a comunidade :
Central (Ce) : parasitas presentes em mais de 66,66%; Secundária (Se): parasitas
presentes entre 33,33% e 66,66% ; Satélite (S a): inferior a 33,33% do total de peixes
examinados.
33
Comparativamente Lizama et al (2007), encontraram sete espécies de
ectoparasitas, cinco de monogenea e dois de crustácea, em 90 tilápias examinadas,
cultivadas em viveiros escavados de três pisciculturas de terminação na região de Assis,
São Paulo.
C
onforme observado na Tabela 1, os tricodinídeos obtiveram as maiores
prevalências e apareceram como Centrais, com o maior grau de importância, em todas
as pisciculturas e amostras analisadas, confirmando o citado por diversos autores como
Leonardo et al (1998), Vargas et al (1998), Martins et al (2006), Braccini et al (2007)
em seus trabalhos que, os trichodinídeos o os ectoparasitas de maior prevalência entre
as espécies de parasitas encontrados nas tilápias-do-Nilo.
As prevalências encontradas apresentaram diferenças altamente significativas
entre as fases de desenvolvimento para as tilápias de ASS (p= 0,0006) onde, na fase
adulta, as taxas decaíram. Para os peixes de MCR (p=0,017) e TOL (p= 0,013)
ocorreram diferenças significativas e nas amostras de MAR, foram não significativas.
As prevalências de 100% para tricodinídeos nas fases iniciais de
desenvolvimento (alevinos e juvenis), foram responveis pela manutenção da
ocorrência desta parasitose durante a fase adulta dos peixes, reforçando a necessidade
de se evitar a entrada de peixes contaminados nos cultivos.
A mortalidade na fase de berçário foi de 19.65%, ficando dentro dos padrões de
mortalidade esperados, pois, conforme Ostrenski & Boeger (1998), pode-se considerar
perdas de a 30% dos lotes como sendo admissíveis.
Não se pode afirmar que esta mortalidade foi devida exclusivamente a presença
dos parasitas, mas Kubitza (2003), citou que alevinos que sofrem com parasitoses e
doenças, apresentam atraso no crescimento e desempenho produtivo abaixo do
esperado.
34
Segundo Zuben (1997), é importante que se considere em estudos
parasitológicos a relação entre agregação de parasitas e prevalência de infecção como
também, a variação do nível de agregação dos parasitas em função da idade do
hospedeiro.
Povh e Vargas (1999) encontraram valores de prevalência de 12% para Trichodina
sp. em 100 reprodutores de tilápias importadas da Tailândia e de 36 % em 100 alevinos
destas mesmas tilápias, examinados na região de Maringá, Paraná, demonstrando
também maiores contaminações na fase inicial de desenvolvimento.
Vargas et al (2003), encontraram ocorrências de ectoparasitas em 60% das
tilápias-do-Nilo examinadas na fase de crescimento e 40,8% das analisadas na fase de
terminação, com valores de 15,8% e 18,3% para Trichodina sp., respectivamente nas
duas fases de vida, em viveiros escavados de um “pesque pague” em Umuarama,
Paraná.
Kubitza (2003), citou que a tolerância a certos parasitas e pagenos, aumenta com
a idade dos peixes a medida em que, o sistema imune é fortalecido e desenvolve
memória imunológica após repetidas e connuas exposições aos antígenos relacionados
a estes organismos, o que foi observado com as quedas das prevalências para
tricodinídeos na idade adulta nos peixes, em três dos quatro municípios e a não
ocorrência de mortalidades acima de 10% durante toda a fase de terminação.
Entre os peixes dos quatro municípios durante o período de terminação, o foram
observadas diferenças significativas entre eles (P>0,05) para a ocorrência de
tricodinídeos, conforme demonstrado na Figura 2.
35
TRICODINÍDEOS
F(3,16)=0,29950;P=0,82526
85,71
95,59
96,00
93,1
80
82
84
86
88
90
92
94
96
98
ASSº MA MCR² TO
MUNICIPIOS
P(%)
ASSº: Assis Chateaubriand, MAR¹: Maripá, MC: Marechal Cândido Rondom, TOL³ : Toledo.
Figura 2 – Prevalência de Tricodinídeos em tilápias-do-Nilo na fase de terminação
cultivadas em viveiros escavados de quatro municípios do oeste do Paraná.
As prevalências para tricodinídeos, foram próximas as encontradas por Leonardo
et al (2006) de 73,6% para Trichodina sp. em 110 tilápias na fase de terminação,
cultivadas em viveiros escavados na região noroeste do Paraná.
Diferentemente em estudos realizados em tanques-rede, Razani-Paiva et al
(2005), trabalhando na Represa de Guarapiranga-SP, encontraram prevalências para
Trichodina sp. entre 10 e 50 % em 206 tilápias examinadas em um período de nove
meses e Marengoni & Santos (2004), observaram prevalências de 53,1% para o mesmo
parasita em exemplares de tilápias-do-Nilo, cultivadas em tanques-rede no reservatório
da Represa da Usina Hidrelétrica de Rosana-SP.
Os tricodinídeos mostram relação de ocorrência com
a
m
b
ie
n
t
es
poluídos,
conforme citam Ogut & Palm (2005) e, segundo Razani-Paiva & Silva e Souza (2004)
podem afetar negativamente o fator
d
e
condição dos peixes.
36
Os Monogeneas apresentaram as segundas maiores prevalências e apareceram
como Secundários na classificação de importância na comunidade, principalmente nas
fases jovens de desenvolvimento (fase de alevinos em TUP e de juvenis em ASS, MAR
e TOL), alterando esta classificação para satélites ou de menor importância, nas fases
adultas dos peixes de dois municípios (ASS e MCR).
Entre as fases de desenvolvimento dos peixes, encontramos somente nos de MCR,
diferenças altamente significativas entre elas (p=0,009), sendo, nos outros municípios a
diferença não significativa.
Nas prevalências para monogeneas na fase de terminação nas 20 pisciculturas, não
houve diferenças significativas entre os peixes dos diferentes municípios (P>0,05)
conforme demonstrado na Figura 3.
MONOGENEAS
F(3,16)=1,0009;p=0,41788
48,00
10,34
37,03
28,57
0
10
20
30
40
50
60
AS MA MC TOL³
MUNICIPIOS
P(%)
ASSº: Assis Chateaubriand, MAR¹: Maripá, MCR²: Marechal Cândido Rondom, TOL³ : Toledo.
Figura3 - Prevalência para Monogeneas na fase de terminão de tilápias-do-Nilo
cultivadas em viveiros escavados de quatro municípios do oeste do
Paraná.
37
Segundo Popma e Lovshin (1996), os monogeneas são parasitas comuns em
tilápias, mas normalmente tem baixa patogenicidade com pequeno efeito no
crescimento dos peixes.
Vargas et al (2000), avaliando a presença de ectoparasitas em tilápias-do-Nilo na
região de Maringá, encontrou 14% dos peixes contaminados por monogeneas em 100
exemplares adultos cultivados em viveiros escavados.
Os monogeneas tem seu ciclo de vida relacionado com densidades de estocagem,
níveis de arraçoamento e outros fatores que afetem a carga orgânica da água bem como,
com a temperatura do ambiente segundo
Kubitza (2003).
As prevalências para monogeneas encontradas neste trabalho na fase de juvenis,
foram menores comparativamente as de 90 a 100% encontradas por Zanolo &
Yamamura (2006), em um estudo de seis meses com tilápias-do-Nilo criadas em
tanques-rede, na represa de Capivara, Paraná, embora estes autores também relataram
que as maiores infestações, ocorreram nos primeiros meses na fase de juvenis.
Vargas et al(2003), em um estudo feito com tilápias-do-Nilo oriundas de um
“pesque-pague” de Umuarama, Paraná, encontraram ocorrências de 53,3% para os
monogeneas dactilogirídeos na fase de crescimento dos peixes e de 25,8% na fase de
terminação para o mesmo parasita.
A presença de I. multifiliis foi observada na fase de terminação nos peixes de
três municípios (MCR, ASS, TOL) e, sem ocorrência nas tilápias de MAR. Entre as
fases de desenvolvimento, não houve diferenças significativas entre os locais de criação
(P>0,05).
Todas as prevalências encontradas nas análises da fase adulta das tilápias dos três
municípios onde houve a ocorrência de I. multifiliis, foram maiores do que as
encontrados por Tavares-Dias (2001) de 2,7% para tilápias-do-Nilo, em um estudo
realizado em pesque pagues de Franca, São Paulo e foram próximos aos valores
38
encontrados por Leonardo et al (2006), no noroeste do Paraná em 110 peixes, onde
11,8% estavam contaminados por este parasita.
Ichthyobodo necator, na classificação de importância na comunidade, apareceu
como um parasita satélite em todas as ocorrências e teve uma diferença altamente
significativa (p=0,042) entre as fases de desenvolvimento nos peixes provenientes de
Maripá, que foi o único município, onde os peixes adultos não apresentaram este
parasita.
O ciliado sessilíneo Epistylis sp., apresentou prevalências de 18,75% na fase de
alevinagem (em TU) e de 3,57% e 4,00 % para os peixes adultos de ASS e MAR,
respectivamente, afetando mais as fases de desenvolvimento com baixa
imunocompetência.
Houve diferenças significativas para a ocorrência de Epistylis sp. entre as fases de
vida das tilápias provenientes de ASS ( p=0,033) e MAR (p= 0,049) e, altamente
significativas entre os peixes de TOL (p=0,003), somente sendo, não significativas nas
amostras de MCR.
Apesar de estar presente nos alevinos e juvenis, esta parasitose é geralmente
assintomática. Esta espécie de ciliado não é parasita obrigatório de peixes, já tendo sido
encontrado crescendo no substrato de viveiros e aquários, segundo Eiras (2004).
Marengoni & Santos (2004) encontraram valores de 4,1% de contaminação para
Epistylis sp. em tilápias-do-Nilo adultas, criados em tanques rede no reservatório da
UH de Rosana, SP.
Henneguya sp. é um mixosporídeo comum na região Amazônica, mas também foi
registrado neste trabalho, somente nas tilápias adultas de duas das cinco pisciculturas do
município de ASS (p=0,015), sugerindo contaminação nos próprios tanques de
terminação.
39
Os copépodes identificados, um Ergasilídeo e um Náuplio, apresentaram nas
análises estatísticas valores não significativos entre as fases de desenvolvimento dos
peixes nos diferentes municípios, mas tem sua importância como registro de ocorrência
regional.
Segundo Roberts (1981), a presença de enfermidades pode reduzir o rendimento
dos peixes, em termos de ganho de peso e comprimento, mas, nem sempre, somente a
presença de parasitas é responvel pelas diferenças de desenvolvimento entre os lotes,
pois, fatores como as variações de temperatura durante o cultivo, também podem
influenciar no desenvolvimento.
Analisando-se os pesos médios dos lotes de terminação na despesca, conforme
descrito na Tabela 2, observamos diferenças significativas entre os pesos médios finais
das tilápias nas propriedades avaliadas dos diferentes municípios (P<0,05).
Tabela 2 – Temperatura média durante o período de terminação e peso médio final de
tilápias-do-Nilo cultivadas em viveiros escavados de quatro municípios
da região oeste do Paraná.
Pesodio final ± DP Temperatura média ±DP
(g) °C
Municípios F(3, 16) =9, 4797, p=,00078
F(3,80)=42,167,p=,00000
ASS° 497,24 ± 53,46 a 30,2 ± 0,307285 a
MAR¹ 510,54 ± 25,71 a 27,6 ± 0,435158 b
MCR² 442,98 ± 39,40 ab 27,7 ± 0,326909 b
TOL³ 379,34 ± 49,61 b 27,5 ± 0,216462 b
Letras iguais nas linhas não diferem significativamente pelo o teste de Tukey a 5%.
ASSº: Assis Chateaubriand, MAR¹: Maripá, MCR²: Marechal Cândido Rondom, TOL³ : Toledo.
Os peixes com maior dia de peso final foram os de MAR, seguido pelos de
ASS e MCR, não havendo diferenças significativas entre eles. TOL (P>0,05) diferiu de
40
ASS e MAR e apresentou os menores valores para peso médio final em relação aos
demais municípios (P<0,05).
Entre as temperaturas médias dos municípios durante os meses do cultivo de
terminação, observamos que diferiu somente em ASS. Nos outros três municípios, a
temperatura o diferiu estatisticamente e as médias estiveram dentro da faixa de
conforto para o desenvolvimento das tilápias (HEPHER et al, 1983).
Outro fator que pode interferir no desenvolvimento dos peixes é o local de
parasitismo pois, segundo Ewig et al (1985), a ação patogênica dos parasitas como
o protozoário I. multifiliis que geralmente se nutre de lulas
do
hospedeiro ,
quando no tecido branquial, pode causar
perda
funcional deste órgão prejudicando
a respiração e troca de íons com a
água e o crescimento do peixe.
A análise do local de contaminação, nas três fases de desenvolvimento das
tilápias, está descrita na Tabela 3.
Tabela 3. Ectoparasitas em tilápias-do-Nilo quanto ao local de ocorrência nas três fases
de desenvolvimento em pisciculturas da região oeste do Paraná.
Alevinos
(80*)
Juvenis
(56*)
Adultos
(109*)
Alevinos
(80*)
Juvenis
(56*)
Adultos
(109*)
PARASITAS
1
BRÂNQ
UIAS
PELE
Tr(%)
100,00
98,14
77,71
95,00
96,29
84,25
Mo(%) 18,75 29,62 36,11 23,75 5,55 3,70
Ep(%) 6,25 7,40 1,85 13,75 5,55 ---
Ib(%) 5,00 1,85 8,33 8,75 --- 1,85
Im(%)
2,50
1,85
6,48
5,00
1,85
1,85
He(%)
---
---
1,85
---
---
---
NaC(%)
---
---
--
-
---
---
0,92
Er(%) --- 1,85 --- --- --- ---
1
Tr = Trichodina sp.; Mo= Monogenea ; Ep = Epistylis sp.; Ib= Ictiobodo necator; Im= Ichthyophthirius
multifillis; He= Henneguya sp.; NaC= Náuplio de copépode; Er= Ergasilídeo.
*Numero de peixes examinados.
As brânquias foram as estruturas mais parasitadas nas três fases para
diversos parasitas como, os Tricodinídeos nas fases jovens e Monogeneas na fase
adulta, diferindo de Vargas et al (2000), que citou ter encontrado maior distribuão de
41
Trichodina sp. na pele e de monogeneas nas brânquias em um estudo com reprodutores
e alevinos de tilápias de origem Tailandesa, em Maringá, Paraná .
Leonardo et al (2006), encontraram 64,5% de parasitismo no tegumento e 58.2%
nas brânquias de alevinos de tilápias do Nilo cultivados na região noroeste do Paraná.
Houve diferenças altamente significativas para a ocorrência de Tricodinídeos na
pele (p=0,0001) e brânquias (p=0,0092) e, para monogeneas (p=0,0001) e Epistylis
sp.(p=0,001) na pele, entre as fases de desenvolvimento.
Conclusões
Nas pisciculturas da região oeste, as ocorrências sanirias não diferiram das de
outras regiões do Paraná em termos de espécies de ectoparasitas, onde os tricodinídeos e
as monogeneas apresentaram-se as maiores prevalências. As fases jovens apresentaram
as maiores contaminações, fato este, que contribuiu para a manutenção das altas
prevalências na fase adulta, demonstrando a importância de se obter alevinos não
contaminados.
A ocorrência e prevalência dos parasitas não influenciou significativamente os
pesos finais dos peixes, nem foi responvel por mortalidades mas, demonstrou que
algumas espécies estão sempre presentes e podem causar prejuízos econômicos se o
manejo não for adequado.
42
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