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do povo japonês, como as maquinas de venda, as maquinas de cozinhar “gohan” (arroz), os
carros ecologicamente amigáveis, e conheci bem mais, consideravelmente mais, sobre o
pensamento humano e o espírito guerreiro que habita o coração do povo japonês. Conhecer
esse universo da cultura pop além do anime foi um dos fatores que me fez ter ainda mais
vontade de estudar japonês.
De todo o conteúdo cultural que absorvi sobre o Japão durante o curso, certamente a noção de
coletividade, o valor dado à educação, o esforço constante e a cidadania do povo japonês
foram os responsáveis por mudar meu motivo de estudar a língua. Passei a sentir que nosso
país tem muito a aprender com o Japão, sobre civilização, cidadania e desenvolvimento
humano. Durante o curso, além de me fascinar cada vez mais com a língua - eu passei a
estudar o imaginário que norteia a formação do kanji, o ideograma usado na língua, derivado
da china - resolvi que um dia queria trazer ao Brasil um pedacinho do Japão, pra mostrar os
pontos bons da cultura que podem ser aprendidos pelos brasileiros. Pra isso, precisaria ir ao
Japão para conhecê-lo, e conseguir repassar bem o que aprendesse, daí a necessidade de
aprender a ensinar. Nessa época, já no final do curso, comecei a querer ser professor de
japonês, e isso me incentivou a estudar mais.
Passei inclusive a freqüentar aulas de outras turmas, com a autorização da professora, para
tentar ajudar os estudantes dos primeiros semestres.
Sujeito A-3: O motivo não mudou, pelo contrário. Ao entrar pro curso, apelei meus planos
para com o japonês. Dessa vez, eu não queria apenas trabalhar no Japão, como também queria
estudar para me tornar melhor nesse idioma. Foi aí que, ao final do 5º semestre, fiquei
sabendo das bolsas de estudo do Governo Japonês, Monbushou (Ministério da Educação,
Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia do Japão).
Alguns amigos da época iriam tentar para graduação, no entanto, como eu não sabia inglês,
não pude fazer. Foi aí que, decidi fazer faculdade de inglês para então aprender esse outro
idioma e, juntamente com o estudo do japonês, poderia unir os dois e um dia fazer a prova do
Monbusho (Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia do Japão). No
entanto, o tempo passou e, quando aprendi inglês de fato, de acordo com o conselho dado por
alguns amigos na época, decidi me formar para tentar essa prova. O tempo que levei pra me
formar, foi o tempo que estudei mais japonês e me dediquei mais ao curso. Sempre tentando
contribuir de alguma forma, ao mesmo tempo em que melhorava meu nível de inglês e
japonês, bem como me tornava mais responsável. Acredito que durante o curso, a
responsabilidade foi a maior conquista, ou seja, o motivo para com o japonês se intensificou
ainda mais.
Sujeito A-4: Mudou. Depois que comecei a estudar no curso, quis estudar no Japão.
Sujeito B-1: Sim. Agora eu quero aprender mais pelo conhecimento em língua estrangeira e
também quero poder estudar no Japão.
Sujeito B-2: Sim. No começo era só por diversão (para assistir anime sem legenda), mas me
apaixonei pelo idioma e passei a ter interesse por outras atividades envolvendo a cultura
japonesa, e querer me aprofundar mais no estudo do idioma e futuramente ensiná-lo e ir ao
Japão para estudar.
Sujeito B-3: Não necessariamente. Ainda gosto e tenho interesse pelas mesmas coisas, mas
outros fatores foram agregados tais como a própria língua, música, mangas, capacitação
profissional, etc..
Sujeito B-4: Sim. Agora tenho interesse em estudar japonês para fazer mestrado no Japão.