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O cálcio é considerado um nutriente estrutural da planta, pois é um dos principais
integrantes da parede celular, onde os pectatos de cálcio existentes na lamela média são
essenciais para o fortalecimento da parede celular e dos tecidos da planta (MARSCHNER,
1995). A plasticidade da parede celular depende do fornecimento de cálcio para a formação de
ligações cálcio-pectina (TING, 1982). Esse macronutriente também exerce inúmeras funções
no crescimento e desenvolvimento do vegetal, além de fazer parte da estrutura das membranas
(MARSCHNER, 1995). Quando há deficiência as membranas começam a vazar, a
compartimentação celular é rompida e a ligação do cálcio com a pectina da parede celular é
afetada. O pectato de cálcio da lamela média atua como cimento entre uma célula e outra,
sendo depositado durante a citocinese. O cálcio tem efeitos no crescimento e desenvolvimento
da planta, este nutriente atua na fotossíntese e outros processos como a divisão celular,
movimento citoplasmático e o aumento do volume celular; e várias desordens fisiológicas
(MALAVOLTA et al.; 1997). O papel fundamental do cálcio é manter a integridade e
estabilidade da membrana (MARSCHNER, 1995).
O aparecimento de deficiência em cultura, em condições de campo, não é comum.
Mesmo não existindo em quantidade suficiente para manter o pH dentro de uma faixa
conveniente, no que concerne à nutrição de plantas, os solos, via de regra contêm cálcio
suficiente, pelo menos para impedir o aparecimento de deficiência visual. O cálcio também é
um nutriente muito utilizado na agricultura, principalmente como constituintes de corretivos e
de adubos (MELLO et al.; 1983).
A maior proporção do cálcio encontra-se na forma insolúvel em água. O transporte no
xilema está sob controle metabólico. É praticamente imóvel no floema, em consequência,
quando há falta desse nutriente, as regiões de crescimento como as gemas e pontos de raízes
são as primeiras a serem afetadas (FERRI, 1995). Este problema leva a imitação de produção
de massa seca do caule, parte aérea e total Viégas et al (2004).
De acordo com Marschner (1986), a concentração de cálcio nas plantas normais varia
de 1 a 5 g/kg de cálcio. O que significa dizer que plantas de açaizeiro da cultivar BRS-Pará
apresentaram resultados superiores ao encontrado pelo autor, tais como: 5,77 g/kg de Ca nas
folhas; 5,36 g/kg de Ca nos caules e 8,64 g/kg de Ca nas raízes. Provavelmente este fato foi
devido o efeito da calagem, proporcionando em maior teor de cálcio nas folhas, raízes e
caules da planta. Já os resultados de conteúdos de cálcio obtidos pela cultivar de açaizeiro
desta pesquisa a 0,18 g/kg em folhas; 0,16 g/kg nos caules e 0,026 g/kg em pecíolos,
correspondendem o conteúdo de cálcio na parte aérea da planta, cujo valor de 0,60 g/kg foi
superior ao conteúdo da parte aérea obtido por Duboc et al (1994) em seus estudos com