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Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Desempenho de híbridos de tomate de mesa em função de sistemas de
condução e da densidade populacional
Evandro da Silva Matos
Tese apresentada para obtenção do título de Ciências.
Área de concentração: Fitotecnia
Piracicaba
2010
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1
Evandro da Silva Matos
Engenheiro Agrônomo
Desempenho de híbridos de tomate de mesa em função de sistemas de condução e da
densidade populacional
Orientador:
Prof. Dr. PAULO CÉSAR TAVARES DE MELO
Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em
Ciências. Área de concentração: Fitotecnia
Piracicaba
2010
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Matos, Evandro da Silva
Desempenho de híbridos de tomate de mesa em função de sistemas de condução e da
densidade populacional / Evandro da Silva Matos. - - Piracicaba, 2010.
106 p. : il.
Tese (Doutorado) - - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 2010.
1. Espaçamento 2. Hortaliças 3. Tomate - Manejo 4. Variedades vegetais I. Título
CDD 635.642
M433d
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
Dedicatória
À TALITA,
minha querida esposa, por tanto amor e estímulo,
que nestes anos de convivência tem me ensinado a enxergar o que realmente importa,
e aos meus filhos, JOSÉ e JOANA,
os quais têm nos proporcionado a graça de desfrutar as alegrias
da nossa novel condição de pais.
4
5
AGRADECIMENTOS
À Deus, pelo dom da vida, em nossa rápida passagem por esta Terra;
À Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” pela minha formação;
Ao Prof. Dr. Paulo César Tavares de Melo, pela orientação, confiança, paciência e
sobretudo, pela grande amizade;
À Syngenta Seeds Ltda., pela oportunidade para a realização deste curso;
Aos meus pais, Judite e Nelson, por terem sempre me encorajado a estudar;
Aos meus familiares, em especial Sônia e Jessé, meus sogros, e Juliana e André, meus
cunhados, que durante todo o tempo da realização deste curso, sempre me apoiaram no meu
cotidiano doméstico;
Aos funcionários da Estação Experimental de Itatiba-SP, da Syngenta Seeds Ltda., em
especial ao Donizete, Clésia, Florinda, Marli, Uilson, João e Maria, pela ajuda na condução dos
experimentos de campo.
Aos todos os colegas da área de Vegetais da Syngenta Seeds Ltda., em especial ao Alécio
Schiavon, Francisco Sallit, Arend Schot e Marcos Maggio, que sempre me incentivaram para a
realização deste curso.
Ao amigo Marco Mello, pela ajuda na revisão e formatação do texto e ao Fernando Piotto
pelo auxílio na elaboração das tabelas deste trabalho.
6
7
SUMÁRIO
RESUMO ....................................................................................................................................... 11
ABSTRACT ....................................................................................................................................... 13
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................................... 15
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................................ 17
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 21
2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................. 27
2.1 Revisão bibliográfica...... .............................................................................................................. 27
2.1.1 Aspectos gerais da cultura do tomateiro .................................................................................... 27
2.1.2 Grupos de Mercado .................................................................................................................... 29
2.1.2.1 Grupo Santa Cruz .................................................................................................................... 30
2.1.2.2 Grupo Salada ........................................................................................................................... 32
2.1.3 Práticas culturais ........................................................................................................................ 34
2.1.3.1 Sistemas de condução ............................................................................................................. 35
2.1.3.2 Métodos de Tutoramento ........................................................................................................ 36
2.1.3.3 Densidade de plantio ............................................................................................................... 38
2.1.3.4 Podas ....................................................................................................................................... 41
2.1.4 Classificação dos frutos ............................................................................................................. 44
2.1.5 Custo de produção ...................................................................................................................... 45
2.2 Material e métodos ........................................................................................................................ 46
2.2.1 Localização e caracterização da área experimental ................................................................... 46
2.2.2 Experimento 1 ............................................................................................................................ 49
2.2.2.1 Instalação ................................................................................................................................. 49
2.2.2.2 Genótipos utilizados ................................................................................................................ 50
2.2.2.3 Delineamento experimental .................................................................................................... 51
2.2.2.4 Tratos culturais ........................................................................................................................ 52
2.2.2.5 Avaliação ................................................................................................................................ 53
2.2.2.5.1 Componentes de produção ................................................................................................... 53
2.2.2.5.2 Distúrbios fisiológicos ......................................................................................................... 55
2.2.2.5.3 Aspectos fitossanitários ....................................................................................................... 56
2.2.2.6 Experimento 2 ......................................................................................................................... 57
8
2.2.2.6.1 Instalação ..............................................................................................................................57
2.2.2.6.2 Genótipos utilizados .............................................................................................................57
2.2.2.6.3 Delineamento experimental ..................................................................................................57
2.2.2.6.4 Tratos culturais ......................................................................................................................58
2.2.2.6.5 Avaliação ..............................................................................................................................59
2.2.2.7 Análises estatísticas .................................................................................................................59
2.3 Resultados e discussão ...................................................................................................................60
2.3.1 Experimento 1 .............................................................................................................................60
2.3.1.1 Componentes da produção .......................................................................................................60
2.3.1.1.1 Número total de frutos ..........................................................................................................61
2.3.1.1.2 Produção total .......................................................................................................................62
2.3.1.1.3 Massa de frutos descartados .................................................................................................63
2.3.1.1.4 Número de frutos comercializáveis ......................................................................................64
2.3.1.1.5 Produção comercial ..............................................................................................................65
2.3.1.1.6 Produção por planta ..............................................................................................................66
2.3.1.1.7 Massa média dos frutos ........................................................................................................67
2.3.1.1.8 Massa de frutos por classe ....................................................................................................68
2.3.1.2 Distúrbios fisiológicos .............................................................................................................70
2.3.1.2.1 Lóculo aberto ........................................................................................................................71
2.3.1.2.2 Frutos manchados .................................................................................................................72
2.3.2 Experimento 2 .............................................................................................................................74
2.3.2.1 Componentes da produção .......................................................................................................74
2.3.2.1.1 Número total de frutos ..........................................................................................................74
2.3.2.1.2 Produção total .......................................................................................................................76
2.3.2.1.3 Massa de frutos descartados .................................................................................................77
2.3.2.1.4 Número de frutos comercializáveis ......................................................................................78
2.3.2.1.5 Produção comercial ..............................................................................................................79
2.3.2.1.6 Produção por planta ..............................................................................................................80
2.3.2.1.7 Massa média dos frutos ........................................................................................................81
2.3.2.1.8 Massa de frutos por classe ....................................................................................................82
2.3.2.2 Distúrbios fisiológicos .............................................................................................................84
9
2.3.2.2.1 Rachaduras radiais ............................................................................................................... 85
2.3.2.2.2 Lóculo aberto ....................................................................................................................... 86
2.3.2.2.3 Frutos manchados ................................................................................................................ 87
3 CONCLUSÕES ............................................................................................................................... 89
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 91
APÊNDICE ..................................................................................................................................... 103
10
11
RESUMO
Desempenho de híbridos de tomate de mesa em função de sistemas de condução e da
densidade populacional
Realizaram-se dois experimentos, em condições de campo, com os objetivos de (a)
determinar o efeito de sistemas de condução de plantas e de tutoramento sobre a produção e seus
componentes em híbridos de tomate de mesa de hábito de crescimento indeterminado dos
segmentos Salada Longa Vida (SLV) e Santa Cruz (SC) (Experimento 1), e (b) avaliar o efeito do
espaçamento entre plantas no sistema de condução com uma única haste tutorada com fitilho
sobre a produção e seus componentes para híbridos do segmento SLV (Experimento 2). No
experimento 1 adotou-se o delineamento em blocos ao acaso com os tratamentos em esquema
fatorial 5 x 2, e quatro repetições, sendo avaliados três híbridos SLV e dois SC em dois sistemas
de condução de plantas. No experimento 2, o delineamento utilizado também foi em blocos ao
acaso, com os tratamentos em esquema fatorial 2 x 4, e quatro repetições, avaliando-se dois
híbridos SLV. Os experimentos foram conduzidos em Itatiba, SP, de julho de 2007 a janeiro de
2008, e de janeiro a julho de 2009. Foram consideradas todas as plantas de cada parcela e
avaliaram-se o número total frutos (NTF), a produção total por parcela (PTP), a massa de frutos
descartados (MFD), o número de frutos comerciais (NFC), a produção comercial (PCO), a
produção por planta (PPP), a massa média dos frutos (MMF), a massa de frutos comercializáveis
nas classes AAA, AA e A, para ambos os grupos varietais, bem com o número de frutos com
rachaduras radiais (RAD), com rachaduras concêntricas (CON), com ‘lóculo aberto’ (LAB),
manchados (MAN), ocos (OCO) e deformados (DEF). O sistema de condução de plantas com
duas hastes tutoradas com bambu proporcionou incremento de NTF, NFC e PPP, para ambos os
segmentos em comparação à condução de uma única planta por cova com uma haste tutorada
com fitilho. O sistema de condução com bambu, para ambos os segmentos, proporcionou menor
MMF e a massa de frutos das classes AAA e A também foi menor em relação ao sistema com
fitilho. O híbrido Forty mostrou menor MFD devido ao menor MAN no sistema de condução
com bambu. Não houve diferença entre os dois sistemas de condução para PTP, PCO, LAB e a
massa de frutos da classe AA, para os dois segmentos de mercado. No experimento 2, não houve
diferença entre os híbridos estudados nas diferentes densidades de plantio para produção e para a
maioria de seus componentes, exceto para PPP, onde ‘Forty’ superou ‘Valenty’, e para MFD, em
que ‘Valenty’ superou ‘Forty’ devido a maior freqüência de LAB. O menor espaçamento entre
plantas proporcionou maior NTF, PTP, NFC, PCO e massa de frutos das classes AA e A para
ambos os híbridos, bem como menor MFD, PPP, MMF, massa de frutos da classe AAA e número
de frutos com RAD e MAN para ambos os híbridos. O maior espaçamento entre plantas
contribuiu para menor ocorrência de frutos com LAB para ambos os híbridos.
Palavras-chave: Solanum lycopersicum; Hortaliças; Manejo cultural; Espaçamento; Segmentação
de mercado
12
13
ABSTRACT
Performance of tomato hybrids for fresh market in relation to training systems and
planting densities
Two experiments were conducted under field conditions with the objectives of (a)
determining the effect of training and staking systems of plants on yield potential and yield
components of fresh market tomato hybrids of indeterminate growth habit of varietal segments
Salad Extended Shelf Life (SLV) and Santa Cruz (SC) (Experiment 1), and (b) evaluating the
effect of spacing between plants in the single-stem training system with polypropylene wire on
yield and yield components for hybrids of segment SLV (Experiment 2). In experiment 1 it was
adopted the randomized block design with the treatments in a 5 x 2 factorial scheme, and four
replications, being evaluated three SLV hybrids and two SC hybrids in two systems of plant
training. In experiment 2, the experimental design used was also randomized blocks with the
treatments in a 2 x 4 factorial scheme, and four replications, being evaluated two SLV hybrids.
The experiments were conducted in Itatiba, SP, from July 2007 to January 2008, and from
January to July 2009. All plants of each plot were considered and the total number of fruits
(NTF), the total production per plot (PTP), the mass of discarded fruits (MFD), the number of
commercial fruits (NFC), the commercial production (PCO), the production per plant (PPP), the
average mass of fruits (MMF) and the marketable fruit mass of classes AAA, AA and A, for both
segments were evaluated, as well as the number of fruits with radial cracking (RAD), concentric
cracking (CON), open locules with exposed seed (LAB), blotchy appearance (MAN), puffiness
(OCO), and deformed (DEF). It was found that, the training system with one plant per hole,
conducted with two stems staked with bamboo, provided increment of NTF, NFC and PPP, for
both segments in comparison to the system of a single plant per hole with one stem trained with a
propylene wire. The staking system with bamboo, for both segments, provided a smaller MMF
and the mass of fruits of classes AAA and A was also lower in relation to the system with a
propylene wire. The hybrid Fortyshowed lower MFD due to lower MAN in the staking system
with bamboo. It was not found any difference between the two handling systems for PTP, PCO,
LAB and for the mass of the fruits of class AA, for the two market segments. In experiment 2,
there was no difference between the hybrids studied in different planting densities for production
and for the majority of its components, except for PPP, in which Forty was shown to be
superior than Valenty, and for MFD, in which Valentyexceeded Fortydue to the greater
frequency of LAB. The smaller spacing between plants provided larger NTF, PTP, NFC, PCO,
and a mass of the fruits of classes AA and A for both hybrids, as well as a smaller MFD, PPP,
MMF, a mass of fruits class AAA, and also a lower number of fruits with RAD and MAN for
both hybrids. It was also found that, for both hybrids, under wider spacing between plants the
occurrence of fruits with LAB significantly decreased.
Keywords: Solanum lycopersicum; Vegetables; Cultural management; Spacing; Market
segmentation
14
15
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Sistema de condução tradicional com uma planta por cova, com duas hastes por
planta e estaqueamento tipo “V” invertido com bambu (A); sistema de condução
com uma planta por cova, com uma haste por planta, tutorada com fitilho (B) .......... 50
Figura 2 Caixas de madeira utilizadas para a classificação de frutos de tomate do grupo
Salada (A) e (B), e para frutos do tipo Santa Cruz (C) e (D) ....................................... 55
16
17
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Médias mensais das temperaturas máximas, mínimas e umidade relativa, e valores
de precipitação pluviométrica ocorridas nos períodos experimentais de julho/2007
a janeiro/2008 e fevereiro a julho/2009. Syngenta Seeds, Estação Experimental de
Itatiba, SP, 2007 / 2009 ................................................................................................. 47
Tabela 2 Resultado das análises químicas do solo da área experimental realizadas no
Laboratório de Análise de Solos e Plantas do Instituto Agronômico (IAC),
Campinas, SP, 2007 / 2009 ........................................................................................... 48
Tabela 3 Resultado das análises granulométricas do solo da área experimental realizadas no
Laboratório de Análise de Solos e Plantas do Instituto Agronômico (IAC),
Campinas, SP, 2007 / 2009 ........................................................................................... 48
Tabela 4 Descrição varietal dos híbridos dos segmentos de mercado Salada Longa Vida e
Santa Cruz utilizados no experimento 1, Itatiba, SP, 2007 .......................................... 51
Tabela 5 Classificação de frutos de tomate adotada para os grupos Salada e Santa Cruz .......... 54
Tabela 6 Descrição varietal dos híbridos do segmento de mercado Salada Longa Vida
utilizados no experimento 2, Itatiba, SP, 2009 ............................................................. 57
Tabela 7 Densidade de plantio obtida em função dos espaçamentos testados ........................... 58
Tabela 8 Quadrados médios (QM) da análise de variância para número total de frutos (NTF),
produção total (PTP), massa de frutos descartados (MFD), número de frutos
comerciais (NFC), produção comercial (PCO), produção por planta (PPP), massa
média dos frutos MMF), massa de frutos das classes AAA, AA e A das cultivares
de tomate dos grupos varietais SLV e SC. Syngenta Seeds, Estação Experimental
de Itatiba, SP, 2007 ....................................................................................................... 60
Tabela 9 Número total de frutos (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate dos grupos SLV e
SC, em função do sistema de condução. Syngenta Seeds, Estação Experimental de
Itatiba, SP, 2007 ............................................................................................................ 62
Tabela 10 Produção total (kg parcela
-1
) das cultivares de tomate dos grupos SLV e SC, em
função do sistema de condução. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba,
SP, 2007 ........................................................................................................................ 63
18
Tabela 11 Massa de frutos descartados (kg parcela
-1
) das cultivares de tomate dos grupos SLV
e SC, em função do sistema de condução. Syngenta Seeds, Estação Experimental
de Itatiba, SP, 2007 ........................................................................................................64
Tabela 12 Número de frutos comercializáveis (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate dos
grupos SLV e SC, em função do sistema de condução. Syngenta Seeds, Estação
Experimental de Itatiba, SP, 2007 .................................................................................65
Tabela 13 Produção comercial (kg parcela
-1
) das cultivares de tomate dos grupos SLV e SC,
em função do sistema de condução. Syngenta Seeds, Estação Experimental de
Itatiba, SP, 2007 .............................................................................................................66
Tabela 14 Produção por planta (kg planta
-1
) das cultivares de tomate dos grupos SLV e SC,
em função do sistema de condução. Syngenta Seeds, Estação Experimental de
Itatiba, SP, 2007 .............................................................................................................67
Tabela 15 Massa média dos frutos (g fruto
-1
) das cultivares de tomate dos grupos SLV e SC,
em função do sistema de condução. Syngenta Seeds, Estação Experimental de
Itatiba, SP, 2007 .............................................................................................................68
Tabela 16 Massa dos frutos (kg parcela
-1
) nas classes AAA, AA e A das cultivares de tomate
dos grupos SLV e SC, em função do sistema de condução. Syngenta Seeds,
Estação Experimental de Itatiba, SP, 2007 ....................................................................70
Tabela 17 Quadrados médios (QM) da análise de variância para número de frutos com
rachaduras radiais (RAD), número de frutos com rachaduras concêntricas (CON),
número de frutos com lóculo aberto (LAB), número de frutos manchados (MAN),
e número de frutos deformados (DEF) nas cultivares de tomate dos grupos SLV e
SC, em função do sistema de condução de plantas. Syngenta Seeds, Estação
Experimental de Itatiba, SP, 2007 .................................................................................71
Tabela 18 Frutos com lóculo aberto (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate dos grupos
SLV e SC, em função do sistema de condução de plantas. Syngenta Seeds, Estação
Experimental de Itatiba, SP, 2007 .................................................................................72
Tabela 19 Frutos manchados (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate dos grupos SLV e SC,
em função do sistema de condução de plantas. Syngenta Seeds, Estação
Experimental de Itatiba, SP, 2007 .................................................................................73
19
Tabela 20 Quadrados médios (QM) da análise de variância para número total de frutos (NTF),
produção total (PTP), massa de frutos descartados (MFD), número de frutos
comerciais (NFC), produção comercial (PCO), produção por planta (PPP), massa
média dos frutos (MMF), massa de frutos das classes AAA, AA e A das cultivares
de tomate do segmento SLV. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP,
2009 ............................................................................................................................... 74
Tabela 21 Número total de frutos (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate do segmento
SLV, em função do espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação
Experimental de Itatiba, SP, 2009 ................................................................................ 75
Tabela 22 Produção total (kg parcela
-1
) das cultivares de tomate do segmento SLV em função
do espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba,
SP, 2009 ........................................................................................................................ 76
Tabela 23 Massa de frutos descartados (kg parcela
-1
) das cultivares de tomate do segmento
SLV, em função do espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação
Experimental de Itatiba, SP, 2009 ................................................................................ 77
Tabela 24 Número de frutos comercializáveis (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate do
segmento SLV, em função do espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação
Experimental de Itatiba, SP, 2009 ................................................................................ 79
Tabela 25 Produção comercial (kg parcela
-1
) das cultivares de tomate do segmento SLV, em
função do espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de
Itatiba, SP, 2009 ............................................................................................................ 80
Tabela 26 Produção por planta (kg planta
-1
) das cultivares de tomate do segmento SLV, em
função do espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de
Itatiba, SP, 2009 ............................................................................................................ 81
Tabela 27 Massa média de frutos (g fruto
-1
) das cultivares de tomate do segmento SLV, em
função do espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de
Itatiba, SP, 2009 ............................................................................................................ 82
Tabela 28 Massa dos frutos (kg parcela
-1
) nas classes AAA, AA e A das cultivares de tomate
do segmento SLV, em função do espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds,
Estação Experimental de Itatiba, SP, 2009 ................................................................... 84
20
Tabela 29 Quadrados médios (QM) da análise de variância para o número de frutos com
rachaduras radiais (RAD), número de frutos com rachaduras concêntricas (CON),
número de frutos com lóculo aberto (LOC), número de frutos manchados (MAN),
número de frutos ocos (OCO) e número de frutos deformados (DEF) das cultivares
de tomate do segmento SLV. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP,
2009 ................................................................................................................................85
Tabela 30 Número de frutos com rachaduras radiais (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate
do segmento SLV, em função do espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds,
Estação Experimental de Itatiba, SP, 2009 ....................................................................86
Tabela 31 Número de frutos com lóculo aberto (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate do
segmento SLV, em função do espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação
Experimental de Itatiba, SP, 2009 .................................................................................87
Tabela 32 Número de frutos manchados (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate do
segmento SLV, em função do espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação
Experimental de Itatiba, SP, 2009 .................................................................................88
21
1 INTRODUÇÃO
O centro de origem do tomateiro se estende desde o norte do Chile ao sul da Colômbia e a
costa do Pacífico, incluindo as Ilhas Galápagos, até as encostas orientais dos Andes (RICK,
1982). Todas as espécies têm áreas de dispersão natural e habitats bem definidos variando desde
o nível do mar até aos altiplanos andinos com altitude superior a 3.300 m (WARNOCK, 1990,
1991).
A domesticação do tomateiro ocorreu na América, porém o local exato e os eventos
iniciais desse processo não estão ainda inteiramente esclarecidos (PERALTA; SPOONER, 2007).
A hipótese mais aceita, é que o tomateiro cultivado foi levado da região andina para o sul do
México. As evidências apontam as regiões hoje ocupadas pelos estados de Puebla e Vera Cruz
como o mais provável centro de domesticação (PAZINATO; GALHARDO, 1997). Presume-se
que Solanum lycopersicum var. cerasiforme seja o ancestral direto do tomateiro cultivado com
base em sua ampla dispersão na América Central (COX, 2000).
O fato é que, o tomateiro alcançou um estágio muito avançado de domesticação antes de
ser introduzido na Europa no século XVI. No continente europeu o processo de domesticação
teve continuidade em nível muito mais intenso entre os séculos XVII e XIX (SIMS, 1980).
A partir do início do século XX, os melhoristas obtiveram uma infinidade de cultivares
morfologicamente diferentes quanto às suas características hortícolas e qualitativas. No entanto,
estima-se que o genoma das cultivares de tomate disponível hoje no mercado contenha apenas 5
% da variação genética de seus parentais selvagens (MILLER; TANKSLEY, 1990). Esse fato
evidencia a importância do valioso reservatório de variação genética existente nas 12 espécies
selvagens aparentadas do tomateiro cultivado no desenvolvimento de novas cultivares.
A produção e área mundiais de tomate em 2008 alcançaram 129,6 milhões t e 5,2 milhões de
ha, respectivamente, e a produtividade foi de 24,8 t/ha (FAO, 2009). A contribuição do tomate para
processamento correspondeu a 28,2 % do total da produção mundial (WORLD PROCESSING
TOMATO COUNCIL - WPTC, 2009).
A produção mundial, na atualidade, mais do que dobrou em comparação à do início da década
de 1980, que alcançou cerca de 63 milhões de t. Essa extraordinária expansão de produção pode ser
creditada ao aumento do consumo que cresceu 36 %, passando de 14 kg/per capita/ano para 19 kg/per
capita/ano, na média, de 1983-1985 e 2003-2005, respectivamente, segundo dados da Organização das
22
Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação. China, Estados Unidos, Turquia, Índia, Itália, Egito,
Irã, Brasil, Espanha e México são os países líderes da produção de tomate (FAO, 2009).
Embora o Brasil figura como o 8º maior produtor mundial, detendo apenas 3,0 % da
produção global. A produção e área colhida de tomate no Brasil, em 2008, alcançaram 3867,7 mil
t e 60,9 mil ha, respectivamente e produtividade de 63,5 t/ha (INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE, 2009). Estima-se que o segmento de tomate de mesa
contribuiu com 63,4 % da produção (2453,7 mil t) e os 36,6 % restantes destinaram-se ao
processamento industrial (1414,0 mil t).
A tomaticultura tem relevante importância socioeconômica no país uma vez que, em
2008, movimentou uma cifra avaliada em R$ 4,2 bilhões de reais. Além disso, a atividade
contribuiu para a geração de 610 mil empregos no setor de produção (IBGE, 2009).
A disponibilidade brasileira de tomate, em 2008, alcançou 21 kg/habitante/ano. Deve ser
destacado, no entanto, que entre 1990 e 2008, a disponibilidade por habitante/ano teve um
crescimento de 40 %. Todavia, de acordo com a última Pesquisa de Orçamento Familiar (IBGE,
2003) o consumo de tomate no país é de apenas 5,0 kg/habitante/ano. Esse nível de consumo é
muito baixo se comparado com o da Turquia (86,0 kg/habitante/ano), Itália (70 kg/habitante/ano),
Espanha (42,7 kg/habitante/ano) e Estados Unidos (41,5 kg/habitante/ano).
A cadeia produtiva brasileira do tomate vem experimentando importantes transformações
desde o final da década passada, orientadas para a sua modernização e aumento da produtividade.
Com efeito, a produtividade média brasileira de tomate, no agregado (segmentos de mesa e
indústria), vem aumentando de forma significativa e consistente desde o início da década de
1980. Nas décadas de 1980, 1990 e 2000, os rendimentos médios foram de 33,9 t/ha, 42,0 t/ha e
57,9 t/ha, respectivamente. A produtividade estimada para 2009 é de 60,6 t/ha, enquanto que em
1980, foi de apenas 30,6 t/ha. Por conseguinte, em três décadas, a produtividade da tomaticultura
brasileira incrementou 98 %. É importante mencionar que para os produtores que adotam alto
nível de manejo cultural e insumos modernos, a produtividade, em geral, é superior a 100 t/ha,
tanto nos cultivos tutorados, cuja produção se destina ao consumo fresco, quanto nas lavouras
rasteiras onde é produzida usualmente matéria-prima para o processamento industrial.
O tomate de mesa ou para consumo ao natural é produzido em praticamente todas as
regiões geográficas do Brasil e em épocas distintas sob diferentes sistemas de cultivo e diferentes
níveis de manejo cultural. Entretanto, a produção está fortemente concentrada nas regiões
23
Sudeste (40,4 %) e Centro-Oeste (30,4 %), vindo em seguida o Nordeste (15,0 %), o Sul (13,4 %)
e o Norte, com apenas 0,8 %. O estado de Goiás é o maior produtor de tomate do país com
1.148,7 mil t, e aproximadamente 80 % dessa produção destinam-se para processamento pelas
indústrias locais. Os estados de São Paulo (770,8 mil t), Minas Gerais (463,7 mil t) e Paraná
(289,6 mil t) destacam-se como segundo, terceiro e quarto maiores produtores nacionais de
tomate. Merece registro que apenas dez Estados da Federação respondem por 94 % da produção
nacional de tomate.
Os fatores que os consumidores priorizam no momento da compra de tomate estão
relacionados a atributos de qualidade com destaque para cor, brilho, firmeza e principalmente
tamanho do fruto. Isso estimula o setor produtivo a selecionar cultivares de alto potencial
produtivo, mas que reúnam as características qualitativas requeridas pelo mercado consumidor.
Por conta disso, os produtores de tomate têm sido obrigados a buscar alternativas de manejo
cultural que contribuam efetivamente não apenas para o incremento de produtividade, mas que
propiciem uma melhoria constante do padrão de qualidade do produto ofertado no mercado.
Uma das medidas que vem sendo adotadas pelos tomaticultores tem por objetivo aumentar
a produção por hectare de frutos de maior valor comercial por meio de mudanças nos sistemas de
condução e tutoramento das plantas em campo.
Tradicionalmente, no Brasil, são usadas estacas de bambu como tutores das plantas de
cultivares que possuem hábito de crescimento indeterminado. Contudo, um dos fatores que tem
contribuído para onerar os custos da cultura é a aquisição de estacas de bambu, haja vista que a
oferta desse material não acompanhou a demanda crescente do setor produtivo nas últimas
décadas. Atualmente, o custo da dúzia de estacas de bambu varia de R$ 2,00 a R$ 5,00
representando um custo entre R$ 1.833,00 a R$ 4.583,00 por hectare, considerando a densidade
de 11 mil plantas por hectare. Embora desaconselhável, a maioria dos produtores de tomate
reutiliza as estacas de bambu em cultivos subsequentes para reduzir custos. Com efeito, as
estacas velhas passam a ser vetores que favorecem a transmissão de doenças fúngicas,
bacterianas e viróticas para as novas lavouras de tomate, acarretando redução de rendimento.
Uma alternativa à utilização do bambu é o uso do fitilho de polietileno para o tutoramento
vertical das plantas. Por esse sistema, à medida que as plantas crescem, elas vão sendo enroladas
no fitilho, o qual é preso na base da planta no solo e na extremidade superior a um fio de arame
que suporta a carga de todas as plantas de uma linha de cultivo. Deve ser destacado que, por esse
24
sistema a condução das plantas é feita com uma ou duas hastes por planta. Uma das vantagens
desse método é o baixo custo do material, o qual varia de R$ 350,00 a R$ 500,00 por hectare.
Isso representa uma diferença de custo aproximadamente cinco vezes menor em relação ao
estaqueamento tradicional com bambu.
Estudos com diferentes sistemas de condução de plantas de tomate indicam que o
tutoramento na vertical contribui para antecipar o início da colheita e para o aumento da produção
de frutos classificados como extra os quais alcançam maior cotação de preço no momento da
comercialização (HORVATICH; CHURATA-MASCA, 1980; KIMOTO et al., 1984, FONTES et
al., 1987; ZAMBOLIM et al., 1990).
A rigor, alterações no manejo das plantas pela adoção de métodos de condução, desbaste
de frutos e poda apical, dentre outros, podem alterar a relação fonte-dreno, o que proporciona um
incremento da produção e aumento do tamanho e massa dos frutos (PELLUZIO et al., 1999).
Tais adequações nas práticas de manejo visam, portanto, o aumento da produtividade bem como
do padrão de qualidade dos frutos. A qualidade do fruto do tomateiro resulta de uma combinação
de estímulos visuais como cor, tamanho, formato, textura, firmeza e fatores sensoriais como teor
de açúcar, acidez, sabor e aroma. Desse modo, para os consumidores, a percepção de qualidade é
fortemente influenciada pela aparência do produto.
A adoção do método de tutoramento da cultura do tomate em condições de campo com o
uso de fitilho, em larga escala, no Brasil, é considerada recente, sendo que os tomaticultores
utilizam diferentes espaçamentos entre plantas, alternando tanto o espaçamento entre linhas como
entre plantas, na tentativa de maximizar a produtividade da cultura. Entretanto, as cultivares
híbridas dos tipos Salada Longa Vida e Santa Cruz apresentam diferenças em suas características
no que concerne à maturidade, vigor e arquitetura de planta, tipo de fruto, amplitude de adaptação
e resistência a doenças bióticas e abióticas. Por conta disso, há necessidade de serem conduzidas
pesquisas na área fitotécnica visando obter informações sobre os espaçamentos de plantios e
sistemas de condução e de tutoramento mais adequados envolvendo as cultivares de tomate para
mesa que dominam o mercado na atualidade.
Neste sentido, este trabalho teve como objetivos:
a) Estudar o desempenho de cultivares de tomateiro dos segmentos Salada Longa Vida e
Santa Cruz em dois sistemas de condução de plantas, tutoradas com fitilho e com estacas de
bambu, com uma e duas hastes, respectivamente;
25
b) Avaliar o desempenho de duas cultivares do grupo Salada Longa Vida em função de
diferentes espaçamentos no sistema de condução com uma haste por planta e tutoramento vertical
com fitilho.
26
27
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Revisão bibliográfica
2.1.1 Aspectos gerais da cultura do tomateiro
O tomateiro pertence à família Solanaceae, ao gênero Solanum e à espécie lycopersicum.
Em razão da adequação recente da denominação científica do tomateiro, há autores que utilizam
Lycopersicon esculentum Mill. como o nome científico do tomateiro cultivado. No entanto, com
base em evidências obtidas a partir de estudos filogenéticos utilizando sequência de DNA
(SPOONER et al., 2005) e estudos mais aprofundados de morfologia e de distribuição de plantas,
há ampla aceitação entre taxonomistas, melhoristas e geneticistas da nomenclatura Solanum
lycopersicum (WARNOCK, 1988; SPOONER et al., 2003, PERALTA et al., 2006) conforme
consta no Code of Nomenclature for Cultivated Plants (BRICKELL et al., 2004). O gênero
Solanum seção Lycopersicum engloba 13 espécies agrupadas em dois complexos de acordo com
o grau de facilidade de cruzamento com S. lycopersicum. O complexo Esculentum abrange: S.
lycopersicum, S. cheesmaniae (L. Riley), Fosberg, S. pimpinellifolium L., S. chmielewskii (C.M.
Rick, Kesicki, Fobes & M. Holle) D.M. Spooner, G.J. Anderson & R.K. Jansen, S. habrochaites
S. Knapp & D.M. Spooner e S. penelli Correll (PERALTA et al., 2005). Já o complexo
Peruvianum inclui as espécies S. chilense (Dunal) Reiche, S. peruvianum L., S. arcanum Peralta,
S. corneliomuelleri J.F. Macbr., e S. huaylasense Peralta.
A planta do tomateiro é pilosa e herbácea e, quando jovem, possui caule flexível que se
torna fibroso na medida em que a planta se desenvolve. Sua arquitetura natural lembra uma
moita, com muitas ramificações laterais, podendo ser modificada pela poda. A espécie e
caracterizada por apresentar dois tipos de crescimento, indeterminado e determinado. Nas
cultivares de hábito determinado, predominam aquelas cultivares destinadas à indústria de
processamento, adaptadas ao cultivo rasteiro, enquanto que nas cultivares de hábito
indeterminado, as plantas são tutoradas e desbrotadas, e os frutos são destinados à mesa
(FILGUEIRA, 2000). S. lycopersicum é ainda uma espécie que possui diferentes segmentos,
atendendo às mais variadas demandas de mercado (MELO, 1989).
O tomateiro é uma planta altamente autógama, com 2n = 2x = 24 cromossomos, a qual
apresenta grande diversidade morfológica, mas baixa diversidade genética, quando comparada
28
com outras espécies relacionadas do gênero Solanum (MILLER; TANKSLEY, 1990). Isso pode
ser explicado, entre outros fatores, por gargalos genéticos sucessivos, tais como a domesticação
na América Central (fora de seu centro de origem) associada com o isolamento da cultura do seu
centro de diversidade na região Andina; transferência de poucas cultivares para o Mediterrâneo,
levados pelos conquistadores espanhóis no século XVI; e as práticas modernas de melhoramento
genético (BAI; LINDHOUT, 2007).
A flor do tomateiro é hermafrodita, pequena com sépalas e pétalas amarelas, apresentando
cinco estames livres, sendo que as anteras soldam-se formando um cone envolvendo o estigma
(MELO, 2007). As flores apresentam-se em números variáveis, agrupando-se em inflorescências
do tipo racemoso (NUEZ et al., 1998). Os frutos são do tipo baga, suculentas, tendo o seu
aspecto, tamanho e massa, variando de acordo com a cultivar. O número de lóculos, de dois até
dez, caracteriza as cultivares como biloculares ou pluriloculares. Suas sementes são pilosas,
pequenas e envolvidas por mucilagem quando no interior do fruto (FILGUEIRA, 2000).
Os fatores do meio ambiente que mais influenciam a composição e qualidade da parte
aérea e dos frutos de tomate são luminosidade, temperatura, umidade relativa e disponibilidade de
nutrientes (SAMPAIO; FONTES, 1998).
O tomateiro adapta-se melhor a climas mais amenos, com variação de temperaturas
diurnas de 27 ± 4
o
C e 18 ± 2
o
C para as noturnas. Considera-se que esta variação é ideal, sendo
um fator preponderante na obtenção de maiores produções (MORAES, 1997). É uma hortaliça
que não é tolerante a variações extremas de temperatura, sendo que algumas cultivares tem maior
grau de tolerância a temperaturas mais elevadas. Porém, quando exposto a baixas temperaturas, o
tomateiro tem seu comportamento afetado quanto ao crescimento e desenvolvimento, causando
encurtamento dos entrenós, diminuição do porte da planta, inibição da formação de frutos e, em
consequência, ocorre atraso no início da colheita (FILGUEIRA, 2008). Por outro lado, a
exposição a temperaturas noturnas elevadas, acima de 32 ºC causa abortamentos de flores, afeta
desfavoravelmente o desenvolvimento dos frutos e a produção de pólen, com influência direta na
polinização. Em consequência, a produtividade é reduzida e a expressão da desordem conhecida
como fruto-oco é intensificada (SILVA; GIORDANO, 2000).
Acredita-se que foram os imigrantes europeus que introduziram o tomateiro no Brasil por
volta de 1870. Ao que tudo indica, uma das cultivares pioneiras introduzidas no país, pelos
imigrantes italianos, foi a San Marzano (MELO et al., 2009). Existe escassa documentação
29
sobre o cultivo e difusão do tomateiro nessa época. Há registros de que nas primeiras décadas do
século XX, predominava o cultivo das cultivares Pêra, Rei Umberto, Purungo e Redondo. Por
volta de 1940, as cultivares Americana, Paulista, Beauty, Mikado, Presidente Garfield, Sem
Rival, Maravilha dos Mercados, Perfeição, Ponderosa Marglobe, M.P. Stoner e Lukullus se
destacavam como as mais cultivadas (NAGAI, 1993).
Os primeiros programas de melhoramento, tanto de empresas públicas como privadas, só
tiveram início em meados da década de 1960. A partir de então, diversas cultivares foram
desenvolvidas para condições agro-ecológicas tropicais e subtropicais do país, para cultivo em
condições de campo aberto.
2.1.2 Grupos de Mercado
Os grupos de mercado são definidos basicamente pelo formato dos frutos das cultivares,
levando-se em conta a relação entre o comprimento e o diâmetro equatorial do fruto
(COMPANHIA DE ENTREPOSTOS E ARMAZÉNS GERAIS DE SÃO PAULO - CEAGESP,
2003). Também se leva em consideração outras características como coloração e conservação
pós-colheita (“vida de prateleira”). Atualmente no Brasil são considerados cinco grupos de
mercado. Alvarenga (2004) sugere a classificação baseada nos grupos Santa Cruz, Salada ou
Caqui, Saladinha, Italiano ou Saladete e Cereja, enquanto que Filgueira (2000) considera os
grupos Santa Cruz, Salada ou Caqui, Italiano, Cereja e Agroindustrial. Na legislação brasileira
(BRASIL, 1995) não são consideradas as cultivares cereja ou mini, de cacho e italiano
(FONTES; SILVA, 2002).
Pela norma da Comissão Econômica Européia (ECE, 2000) e no Codex Alimentarius
(FAO, 2002), o tomate é classificado em quatro grupos: redondo, achatado com sulcos, oblongo
ou alongado e cereja, incluindo nessa última categoria o tomate do tipo cocktail. Nos Estados
Unidos a segmentação de mercado independe do grupo varietal, uma vez que a forma do fruto
não é levada em consideração (ESTADOS UNIDOS, 2002).
No Brasil, a forma do tomate esdiretamente relacionada ao grupo ao qual a cultivar
pertence. Desse modo, as cultivares Santa Cruz apresentam frutos oblongos e predominantemente
biloculares, tolerando-se, todavia a presença de três lóculos; as do grupo Salada (Longa vida) ou
Caqui exibem formato arredondado, globoso ou achatado e são tipicamente pluriloculares
30
(CAMARGO, 1992; FERREIRA et al., 2004); as do tipo Italiano se caracterizam por apresentar
frutos alongados (7 a 10 cm), diâmetro transversal de 3 a 5 cm, cor vermelha intensa, biloculares,
às vezes podem ter o fechamento estilar pontudo e parede espessa. Os tomates desse tipo têm
sabor adocicado (equilíbrio adequado da relação ácido/açúcar), textura e aroma acentuados
(MELO, 2003).
Vale ressaltar que, os híbridos do tipo Italiano têm sido também designados
equivocadamente de Saladete (ALVARENGA, 2004). As cultivares Saladete, todavia, integram
outro segmento varietal, pois apresentam algumas características de fruto distintas das cultivares
pertencentes ao tipo Italiano. Os frutos de cultivares Saladete são menos alongados do que os das
cultivares do tipo Italiano e, geralmente, exibem fechamento estilar pontiagudo (MELO, 2003).
2.1.2.1 Grupo Santa Cruz
De acordo com Nagai (1993), o grupo varietal Santa Cruz pode ser considerado como
uma população formada por uma mistura de linhagens que se diferenciavam principalmente pelas
características de frutos tais como tamanho, tendência ao rachamento, índice de fruto oco e
presença ou ausência de bico na porção estilar do fruto. Cientes desta variabilidade, os produtores
paulistas, praticaram intensa seleção massal na população Santa Cruz visando ampliar a sua
capacidade de adaptação (maior tolerância ao frio) e melhorar a qualidade do fruto, com ênfase
no aumento de tamanho. Como resultado, diversas dessas seleções foram lançadas no mercado
ostentando os nomes de seus obtentores (‘Santa Cruz Yokota’, ‘Kada’, ‘Samano’, ‘Kazue’,
‘Ozawa’, entre outras).
A cultivar Kada destacava-se das demais do grupo Santa Cruz por sua rusticidade,
uniformidade, pela produção de alto percentual de frutos graúdos e pela maior tolerância a
rachaduras e à podridão apical. ‘Kada’ foi selecionada pelos produtores Kada e Uejima, de
Piedade, SP, e foi líder do segmento por vários anos (NAGAI, 1993).
A partir da década de 60, começaram a ser delineados e executados programas de
melhoramento tendo como meta a obtenção de novas cultivares do tipo Santa Cruz com
características condizentes com as demandas do setor produtivo e do mercado consumidor.
Inicialmente tais programas concentraram-se nas instituições públicas de pesquisa. Mais tarde,
foram implementados os do setor privado (MELO et al., 2009).
31
O lançamento, em 1969, de ‘IAC-Ângelacausou uma mudança radical na história da
tomaticultura de mesa no Brasil, pois em poucos anos esta cultivar conquistou a preferência dos
produtores e do mercado. O seu êxito foi atribuído principalmente à resistência ao vírus da risca-
do-tomateiro (PVY), doença séria durante a década de 60 e início da de 70. Além disso, exibia
alta produtividade nas diferentes regiões produtoras de tomate de mesa do país. Em curto prazo, o
mercado passou a ser disputado por diferentes seleções derivadas diretamente da cv. IAC-Ângela,
destacando-se ‘Ângela Super’, ‘Ângela LC’, ‘Ângela Zambom’, ‘Ângela Hiper’ e ‘Ângela G-I’
(NAGAI, 1993).
Por volta de 1978, o lançamento da seleção ‘Ângela Gigante I-5.100’ representou outro
importante avanço no segmento. Essa cultivar teve grande êxito comercial por ter conseguido
aumentar ainda mais a massa média de frutos da categoria extra AA, de melhor cotação no
mercado. Enquanto os frutos das cultivares mais plantadas naquela época pesavam, em média,
120g, os de ‘Ângela Gigante I-5.100’ atingiam cerca de 170g (NAGAI, 1993). Essa cultivar
chegou a ocupar 70% da área plantada com tomateiro estaqueado no Brasil até os últimos anos da
década de 80 (MELO, 2003).
Em 1985, ocorreu o lançamento oficial da ‘IAC-Santa Clara, que se converteria na mais
bem sucedida das cultivares do grupo Santa Cruz do Programa de Melhoramento do Instituto
Agronômico de Campinas (IAC) (NAGAI, 1985). Essa cultivar apresenta plantas de porte mais
baixo e frutos com ausência de ombro verde, com três lóculos, graúdos (extra AA com média de
215g) e mais arredondados do que os da cultivar tradicional IAC-Ângela. Dois anos mais tarde já
estavam no mercado, em quantidades limitadas, os primeiros lotes de sementes das seleções
oriundas da cv. IAC-Santa Clara. A reação de toda a cadeia produtiva do tomate para mesa foi
altamente positiva, uma vez que o mercado demandava frutos cada vez maiores e de boa
qualidade. Em pouco tempo a ‘IAC-Santa Clara’ substituiu a líder ‘Ângela Gigante I-5.100’ em
todas as regiões produtoras de tomate estaqueado do país (MELO, 2003).
Desse modo, as seleções praticadas nas populações do grupo Santa Cruz, propiciaram um
extraordinário e progressivo aumento da massa média do fruto. Desde seu surgimento, no Rio de
Janeiro, nos primeiros anos da década de 1940, até o lançamento da IAC-Santa Clara’, as
cultivares do grupo Santa Cruz tiveram um aumento de massa média dos frutos de 250 a 300%.
Esse grupo varietal permaneceu líder de mercado no Brasil até por volta de 1998. A partir de
então, inicia-se no país a era dos tomates do grupo Salada Longa Vida (SLV) de origem israelita
32
que dominam o mercado até a presente data. Esse acontecimento marca uma página virada na
história do melhoramento do tomateiro de mesa no Brasil, segundo Melo (2003).
Atualmente, o grupo Santa Cruz detém uma reduzida participação de mercado com os
híbridos chamados de longa vida estruturais (LVE), cujos frutos exibem elevada firmeza e
conservação pós-colheita de 8 a 21 dias, dependendo da maturação e da temperatura do ambiente
(DELLA VECCHIA; KOCH, 2000). Os principais híbridos do grupo Santa Cruz LVE em cultivo
na atualidade são Débora Max, Débora Pto, Kombat e Avalon.
2.1.2.2 Grupo Salada
No mercado brasileiro, as cultivares do grupo Salada são confundidas com as do
tradicional grupo Caqui. As cultivares Caqui se caracterizam por apresentarem frutos graúdos,
pluriloculares, de cor vermelha ou rosada, massa média acima de 200g, formato achatado,
consistência mole, cicatriz peduncular grande e hábito de crescimento indeterminado. Em geral,
os frutos dessas cultivares têm qualidade gustativa superior aos do tipo Santa Cruz. No entanto,
sempre foi considerado um nicho de mercado insignificante devido à sua baixa capacidade de
transporte à longa distância, manuseio precário e conservação pós-colheita altamente limitada
(NAGAI, 1993). Além disso, as cultivares Caqui são muito suscetíveis a anomalias fisiológicas
graves que afetam os frutos, destacando-se o lóculo-aberto e as rachaduras radiais e concêntricas
(FILGUEIRA, 2000).
A partir de meados da década de 80, as cultivares Caqui mais tradicionais, a maioria de
origem japonesa ou norte-americana, tais como Akafuku, Ogata Fukuju, Oshi, Akamaru Gigante
e Coração da Bocaina entre outras, foram sendo substituídas por híbridos de porte determinado,
com frutos firmes, de boa qualidade gustativa e capacidade de transporte à longa distância,
destacando-se os híbridos Sunny, Humaya, Sumbeam e Duke, todos pertencentes a empresas de
sementes dos Estados Unidos. Esse segmento de tomate é comum ainda hoje especialmente no
Rio Grande do Sul, onde recebe a designação de “tomate gaúcho”, mas tem pouca expressão em
outros centros de consumo do país (MELO, 2003).
O advento dos híbridos de tomate do tipo Salada Longa Vida (SLV) causou uma grande
mudança nos esquemas de comercialização de tomate em escala mundial.
33
As pesquisas pioneiras visando à obtenção desse tipo de tomate foram iniciadas em 1974
no Instituto de Cultivos Hortícolas da Universidade Hebraica de Jerusalém, Israel. Desde o início
era considerado um projeto altamente estratégico uma vez que a obtenção de híbridos com a
característica longa vida potencialmente poderia viabilizar a exportação de tomate produzido em
Israel para o valioso mercado do continente europeu. A característica longa vida permitiria que os
frutos transportados à longa distância, chegassem aos distribuidores e, depois aos consumidores
finais na Europa, sem perda de qualidade (KEDAR; RABINOVITCH, 1997).
A estratégia adotada pelos cientistas israelitas e de outros países visando prolongar a vida
útil pós-colheita dos frutos do tomateiro se baseou no emprego de alelos mutantes que controlam
um ou mais processos da maturação. Os mutantes descritos até o presente, rin, nor, Nr e alc,
atuam de forma marcante sobre a conservação pós-colheita dos frutos uma vez que retardam o
amadurecimento, prolongam o período de conservação e interferem, principalmente, na firmeza e
na síntese de pigmentos carotenóides (KOPELIOVITCH et al., 1979; ROBINSON; TOMES,
1968; TIGCHELAAR et al., 1973, 1978; TIGCHELAAR, 1989; RICK; BUTLER, 1956;
KOPELIOVITCH et al., 1981; SANTOS Jr., et al., 2005; MELO, 1999; DELLA VECHIA;
KOCH, 2000; STEVENS, 1986; ARAÚJO et al., 2002; FARIA et al., 2003).
Os primeiros híbridos SLV começaram a ser testados experimentalmente no início da
década de 1980, mas somente em 1989 a empresa israelita Hazera Seeds fez o lançamento do
primeiro híbrido SLV comercial que recebeu o nome de fantasia ‘Daniella. Em pouco tempo
esse híbrido passou a ser cultivado em larga escala em Israel e nas principais zonas de produção
da Europa.
No Brasil, a introdução desse novo conceito de tomate ocorreu em 1994 com o
lançamento do híbrido Carmen, uma versão do consagrado ‘Daniella’ (AGROFLORA, 1995;
DELLA VECHIA; KOCH, 2000).
De maneira análoga ao que havia acontecido em outros países, no Brasil, tanto o setor
produtivo quanto o de comercialização logo perceberam as virtudes desse novo tipo de tomate.
Para os produtores chamavam a atenção o vigor das plantas, o potencial de produtividade, a
uniformidade de frutificação e o alto índice de pegamento de frutos sob ampla faixa de
temperatura. Por sua vez, para o setor de comercialização o maior atrativo era a real oportunidade
de redução de perdas do produto que implicava diretamente em maior rentabilidade. Mas, com
tantas virtudes, seria difícil imaginar que o tomate do grupo SLV apresentasse aspectos
34
depreciativos. Na realidade, embora propicie reais vantagens para a maioria dos componentes da
cadeia produtiva, a qualidade gustativa desse tipo de tomate tem sido alvo de críticas frequentes
por parte dos consumidores em todos os países onde foi introduzido. Ocorre que, os mesmos
genes que conferem a característica desejável longa vida também causam efeitos deletérios no
sabor, aroma e no teor de licopeno, pigmento carotenóide que dá a cor vermelha aos frutos de
tomate (BOITEUX et al., 2008).
Desde seu lançamento oficial em dezembro de 1994, os híbridos SLV foram
paulatinamente sendo plantados em maior escala, e hoje respondem por mais de 80 % do
mercado, alterando de forma radical a cadeia produtiva do tomate de mesa do Brasil. Atualmente,
o segmento varietal de tomate do tipo SLV é disputado por vários híbridos, todos de origem
estrangeira, com destaque para Alambra, Carmen, Raísa, Itapitã, Dominador, Paron e Forty
(MELO et al., 2009; BOITEUX et al., 2008).
2.1.3 Práticas culturais
O consumidor brasileiro prioriza na aquisição de produtos hortícolas a qualidade e a
aparência do produto. No caso do tomate, aspectos como cor, brilho e principalmente o tamanho
do fruto são atributos essenciais na decisão de compra. Tal fato é confirmado pelos preços mais
elevados auferidos pelos frutos de tomate de maior calibre nas Centrais de Abastecimento
(CEASAs) espalhadas por todo o Brasil (BRASIL, 2003).
O uso de práticas culturais adequadas pode contribuir substancialmente para a obtenção
de frutos de tomate de melhor qualidade e aparência, agregando valor à produção e,
consequentemente, contribuindo para o aumento da lucratividade do empreendimento
(SEDYIAMA et al., 2003). Para esses autores, as principais práticas culturais empregadas na
cultura do tomateiro são: sistemas de condução das plantas, métodos de tutoramento, densidade
de plantio e as operações de desbrota, amarrio, poda apical (‘capação’ ou ‘desponta’) e raleio de
frutos (‘despenca’).
35
2.1.3.1 Sistemas de condução
Existem diversos sistemas de condução de plantas usados no Brasil. As diferenças entre
eles referem-se a pequenas adaptações regionais ou alterações feitas por produtores ou
preconizadas por pesquisadores na tentativa de reduzir custos de produção e melhorar a areação,
visando facilitar o controle de pragas e doenças.
De acordo com Alvarenga (2004), para a produção de tomates de hábito de crescimento
indeterminado em condições de campo, independente do grupo a que se propõe cultivar, os
sistemas de condução mais comuns são: (a) uma planta por cova e conduzido com uma haste por
planta; (b) uma planta por cova e conduzido com duas hastes por planta; (c) duas plantas por cova
e conduzido com uma haste por planta; (d) uma planta por cova, conduzido com uma haste por
planta, com capação baixa. O sistema de condução (a) é preferencialmente utilizado quando o
mercado consumidor é muito exigente, preferindo apenas frutos graúdos. Esse sistema é
especialmente recomendado para cultivares do grupo Salada, pois para este grupo o tamanho de
frutos é essencial para a obtenção de bons preços na comercialização (ALVARENGA, 2004). O
sistema de condução (b) é recomendado quando se utiliza cultivares de hábito de crescimento
indeterminado dos tipos salada longa vida e salada longa vida estrutural cujas sementes são
comercializadas a preços elevados. Entretanto, para a obtenção de frutos de maior calibre nos
racemos superiores, é recomendável fazer desbaste de frutos (‘despenca’). O sistema de condução
(c) é recomendado quando se utilizam cultivares cujas sementes tenham um baixo custo, ou até
mesmo àquelas de polinização aberta (ex., cv. IAC-Santa Clara). Nesse caso, a semeadura deve
ser feita com duas sementes na mesma célula da bandeja, sem haver necessidade de desbaste das
mudas após o transplantio para o local definitivo. Assim, as duas plantas se desenvolvem na
mesma cova, sendo cada uma delas conduzidas com uma única haste. O sistema de condução (d)
pode ser considerado como uma adaptação do sistema de condução (a). A cultura é implantada
com o uso de fileiras simples, no espaçamento de 1,00 m a 1,20 m x 0,40 m a 0,50 m, ou por
fileiras duplas, no espaçamento de 1,00 m a 1,20 m x 0,40 m a 0,50m x 0,40 m a 0,50 m. Neste
caso, é recomendada a poda apical drástica (‘capação’ ou ‘desponta’) após o quarto racemo floral
e as plantas ficam com altura máxima de 1,00 a 1,20m. Em resposta à fixação de apenas quatro
racemos por planta, a massa média dos frutos é significativamente aumentada e com isso os
produtores conseguem melhor cotação de preços na comercialização (ALVARENGA, 2004).
36
Atualmente no Brasil, tanto nos cultivos de tomate em condições quanto naqueles sob
ambiente protegido, predomina a adoção dos sistemas de condução (a) e (b)
1
2.1.3.2 Métodos de Tutoramento
.
A maioria das cultivares pertencente ao segmento de tomate de mesa possui hábito de
crescimento indeterminado, havendo a necessidade de tutorar sua haste ou caule herbáceo na
medida em que a planta se desenvolve. Portanto, o tutoramento tem como finalidade dar suporte
para o crescimento das plantas, ao mesmo tempo em que possibilita o aumento da ventilação e a
iluminação, facilitando também os tratos culturais (LÉDO et al., 1998; RUGHOO; GOVINDEN,
1999).
No Brasil, o método de tutoramento mais utilizado é o de cerca cruzada ou “V” invertido,
o qual consiste em amarrar as plantas em tutores (geralmente são usadas estacas de bambu)
dispostos obliquamente ao solo, formando um “V” invertido entre duas filas consecutivas
(MAKISHIMA; MIRANDA, 1992; FONTES; SILVA, 2002). Nesse método, os mourões, que
podem ser de madeira ou de bambu, são cortados a 2,30 m de altura, devendo ser fincados no
solo a uma profundidade de pelo menos 0,50 m. As estacas de bambu, que poderão ser rachadas
ao meio, devem ser cortadas com pelo menos 1,80 m e apoiadas ou amarradas no fio de arame
(ALVARENGA, 2004).
Embora seja o mais utilizado, este método apresenta a desvantagem de proporcionar a
formação de uma câmara úmida e quente na parte interna do “V” invertido, condicionando um
ambiente favorável para o desenvolvimento de fungos, além de reduzir a eficiência de aplicação
de agroquímicos, os quais não atingem a parte interna do “V” formado pelas plantas (REBELO,
1993).
Uma alternativa a esse método consiste em uma adaptação onde as estacas de bambu são
colocadas de forma alternada nos lados opostos da fila dupla. Segundo Rebelo (1993) esse
sistema chamado de ziguezaguepermite a ventilação, evita a formação de um ambiente úmido e
melhora a insolação. Embora esse arranjo espacial reduza os inconvenientes causados pelo
método “V” invertido, ainda não é o ideal na prevenção de problemas fitossanitários. Em função
1
MALLMANN, J. N. Comunicação pessoal, 2010. MALMANN TOMATES.
37
disso, foi proposto o uso do tutoramento vertical com estacas de bambu (FONTES; NAZAR;
CAMPOS, 1987), o qual otimiza a distribuição da radiação solar e a ventilação, reduzindo o
período de molhamento foliar, aumentando a eficiência de aplicação de defensivos, tornando
menos severa a incidência de doenças (ZAMBOLIM et al., 1989; PICANÇO et al., 1995;
SANTOS et al., 1999; WAMSER et al., 2008).
A maioria dos métodos de tutoramento tradicionalmente adotados pelos agricultores usa o
bambu como tutor. O bambu, além de ser um material cada vez mais escasso, acaba sendo um
vetor de patógenos, devido à sua reutilização nos ciclos subsequentes culturais, podendo carregar
nematóides, esporos de fungos, bactérias, além de alguns insetos. De acordo com Lopes e Stripari
(1998) e Alvarenga (2004), uma alternativa ao bambu é a condução no sistema vertical usando
fitilho de polietileno. Esse método consiste em tutorar as plantas, enrolando-as a um arame
horizontal sustentado por dois mourões de 0,15 m a 0,20 m de diâmetro e 2,30 m de comprimento
enterrado no solo, na profundidade de 0,40 m, a intervalos de 4,00 a 5,00 m, ao longo da linha de
plantio (SEDIYAMA; FONTES; SILVA, 2003). Com isso, evita-se a reinoculação de patógenos
na área, uma vez que a cada ciclo cultural são utilizados fitilhos novos.
Outras vantagens apresentadas por este método são a redução da mão-de-obra (FONTES;
NAZAR; CAMPOS, 1987) e também o fato de que o custo de fitilho por hectare é mais barato do
que o de bambu.
O fitilho de polietileno é usado também no método de tutoramento chamado decerca
mexicana” ou “mexicano” (WAMSER et al., 2007). Este todo pode ser empregado tanto para
plantas de hábito de crescimento determinado como de crescimento indeterminado. Ao lado das
hastes do tomateiro são esticados os fitilhos, na posição horizontal, que são entrelaçadas entre os
caules das plantas. Cada fio é enrolado nos mourões para que se mantenha esticado e suporte o
peso da planta, principalmente na fase de frutificação do tomateiro, principalmente quando este
estiver com frutos.
Marim et al. (2005), estudaram diferentes métodos de tutoramento visando a produção de
frutos para consumo in natura, e constataram que o método de tutoramento vertical por fitilho,
apresenta vantagens em comparação aos métodos de tutoramento tradicional, ou “V” invertido, e
ao tutoramento triangular, pois favorece a produção de frutos de tamanho grande e a diminuição
na produção de frutos de tamanho médio e frutos não comercializáveis.
38
Paralelamente ao uso do método de tutoramento, preconiza-se o ajuste do espaçamento
entre plantas e a condução de apenas uma haste por planta, tendo com objetivo principal o
aumento da produtividade em relação à condução tradicional com duas hastes por planta, o que é
normalmente utilizado no método de tutoramento com varas de bambu. Dessa forma, além do
método de tutoramento das plantas, também é necessário levar em consideração o espaçamento
entre plantas, a fim de se obter a combinação adequada, de modo a maximizar a produtividade da
cultura.
2.1.3.3 Densidade de plantio
De acordo com Sedyiama et al. (2003), um dos fatores que exercem maior influência no
desenvolvimento das plantas e na produtividade, é a densidade de plantio, ou seja, a população de
plantas por área. O espaçamento adequado entre plantas e linhas é essencial para otimizar o uso
da área e prevenir a incidência de doenças. Com efeito, a população de plantas pode alterar a
distribuição da radiação solar e a ventilação em torno das plantas, influenciando a umidade
relativa e a concentração de gás carbônico atmosférico, entre e dentro das fileiras (ANDRIOLLO,
1999; GEISENBERG; STEWART, 1986). Desse modo, a densidade de plantio exageradamente
elevada ocasiona sombreamento, elevação da umidade e as plantas se tornam mais sujeitas à
incidência de doenças. Além disso, ocorre uma significativa redução do tamanho dos frutos
(SEDYIAMA et al., 2003)
O espaçamento entre as plantas definirá a densidade total de plantas na área de cultivo. O
espaçamento ideal para a cultura depende das características da cultivar que será utilizada, tais
como hábito de crescimento, vigor, arquitetura foliar, tipo e tamanho dos frutos, e à época de
plantio, a qual está relacionada ao regime hídrico e à disponibilidade de luz e calor.
Assim o melhor espaçamento é aquele que possibilite maximizar a produtividade,
mantendo o padrão comercial dos frutos (calibre) e que permita a otimização do manejo
fitossanitário (ANDRIOLLO, 1999).
De acordo com Nuez (1995), os efeitos mais visíveis de uma alta densidade de plantas, no
cultivo de tomate, são o aumento da produção precoce e o encurtamento do ciclo da cultura. Em
contrapartida, a qualidade do fruto é negativamente afetada por reduzir o seu tamanho. Além
disso, contribui para o aumento do risco de incidência de doenças fúngicas.
39
Em condições de campo, para cultivares do grupo Santa Cruz, geralmente são usados
espaçamentos de 1,0 m entre linhas e de 0,5 m a 0,6 m entre plantas, para condução com duas
hastes por planta, nas épocas de plantio de inverno e verão. Para cultivares do grupo Salada,
utiliza-se o espaçamento de 1,2 m entre linhas e 0,6 m a 0,7 m entre plantas, nas épocas de
plantio de inverno e verão (SEDIYAMA et al., 2003).
Existem trabalhos relacionando a densidade populacional ao aumento da produção e
redução no peso médio de frutos. Streck et al. (1996) ao avaliarem populações de 20, 30, 40 e 50
mil plantas por hectare do híbrido Monte Carlo, de hábito de crescimento indeterminado,
verificaram um incremento na produtividade comercial de frutos com o aumento da densidade
populacional na época de plantio de inverno-primavera. Esses autores chegaram à conclusão de
que o ponto de máxima eficiência técnica foi atingido na densidade de 43.862 plantas por hectare,
havendo também uma tendência de diminuição da massa média de frutos à medida que aumentou
a densidade de plantas de 20 para 50 mil plantas por hectare. De forma similar, Cardoso (2007)
obteve aumento na produção de frutos do híbrido Rebeca com o adensamento das plantas, sob
cultivo hidropônico, em ambiente protegido.
Resultados semelhantes foram reportados por Seleguini et al. (2002), com o híbrido
Duradouro, em que as produções total e comercial foram superiores no espaçamento de 0,30 m
entre plantas (33.333 plantas por hectare) comparado ao espaçamento de 0,60 m (16.666 plantas
por hectare). O aumento da população de plantas reduziu a produção de frutos grandes, elevou a
produção de frutos de calibre médio e pequeno. Os autores reportaram, ainda, que ocorreu
diminuição da massa média de frutos grandes e médios.
Streck et al. (1998), avaliaram o efeito de diferentes densidades de plantio (20, 40, 80 e
100 mil plantas por hectare) na produtividade comercial e massa média de frutos, utilizando o
híbrido Monte Carlo, e constataram que o aumento da densidade de plantas proporcionou
aumento da produtividade comercial e a redução na massa média de frutos, principalmente entre
20 e 80 mil plantas por hectare.
De acordo com Oliveira et al. (1995a), o rendimento comercial do tomate depende mais
do número de hastes do que do número de plantas por hectare. Os mesmos autores, em outro
estudo, concluíram que plantas com duas hastes apresentaram produções superiores às plantas
com apenas uma haste (OLIVEIRA et al., 1995b). Resultados similares são relatados por
Carvalho (2002). Por sua vez, Marim et al. (2005) revelaram que plantas conduzidas com duas
40
hastes, porém com diferentes espaçamentos entre plantas, apresentam diferenças na competição
por fotoassimilados causando redução da massa média de fruto.
No tomateiro, o aumento da densidade de plantio resulta em ganhos quantitativos e,
principalmente, qualitativos na produção quando associada a sistemas de condução de plantas que
reduzam a competição por radiação (BORRAZ et al., 1991; STRECK et al., 1998). Tal
constatação foi corroborada pelo estudo realizado por Wamser et al. (2007). Os autores
observaram que a produção comercial de frutos no sistema de condução de duas hastes por planta
foi menor quando comparada com a produção de plantas conduzidas com uma haste por planta.
Isso evidencia a ocorrência de competição intraplanta por água e nutrientes, visto que há um
sistema radicular para cada haste, além de existir uma melhor distribuição das hastes na fileira o
que contribui para reduzir a competição por luz entre as plantas. Em outro estudo conduzido por
esses autores, foi estudado o efeito do espaçamento entre plantas e do número de racemos por
haste sobre a produtividade e a qualidade de frutos das cultivares híbridas Débora Max e Nemo
Netta conduzidas no método de tutoramento vertical com fitilho (WAMSER et al., 2009). Os
autores verificaram que não houve interação entre os fatores cultivar, espaçamento entre plantas e
níveis de desponta. A redução do espaçamento entre plantas de 60 para 45 cm aumentou de 15,2
a 17,2% a produtividade de frutos comercializáveis, sem comprometer a qualidade. Além disso,
não houve diferença entre altura de desponte para produtividade de frutos comerciais.
Outros trabalhos comprovam tal comportamento, evidenciando que dependendo da
densidade populacional, em condição de alta insolação maior interceptação da radiação solar
fotossinteticamente ativa pela planta e uma maior ventilação. Com isso, a umidade relativa do ar
é reduzida e a concentração de gás carbônico na atmosfera adjacente às folhas é renovada,
resultando em maior eficiência fotossintética (LOOMIS; AMTHOR, 1999).
Carvalho e Tessarioli Neto (2005) constataram uma maior produção comercial de frutos
com a condução de uma haste por planta ao adotarem espaçamento de 0,30 m entre plantas em
ambiente protegido, cultivadas em substrato. Isso indica claramente que o espaçamento é uma
prática cultural extremamente importante para se obter ganhos de produtividade na cultura do
tomateiro.
41
2.1.3.4 Podas
Na cultura do tomateiro para consumo in natura, além do ajuste no espaçamento,
diferentes tipos de poda são recomendadas visando facilitar o manejo cultural e melhorar o
rendimento de frutos de melhor cotação comercial (CAMPOS et al., 1987).
As modalidades de podas usualmente praticadas na cultura do tomateiro são:
a) poda de condução (‘desbrota’), a qual consiste na retirada das brotações axilares,
quando tenras, conduzindo a planta com um número de hastes variando entre um e quatro
(FILGUEIRA, 1982);
b) poda apical (‘desponta’ ou ‘capação’), a qual consiste na remoção da gema
meristemática ou apical deixando duas ou três folhas acima do ou racemo. Essa prática vem
sendo utilizada para controlar a altura da planta, o número de cachos por planta e o tamanho dos
frutos (LOGENDRA et al., 2001). Conforme recomendações da EMBRAPA (1975), a poda
apical deve ser realizada sempre após a inflorescência. A poda apical drástica, praticada acima
da 3ª ou 4ª inflorescência, usualmente é associada à maior densidade de plantas, para que não
ocorra comprometimento da produtividade por área;
c) raleio de frutos (‘despenca’), que é a eliminação do excesso de frutos no racemo
(FILGUEIRA, 1982).
Diversos autores têm demonstrado a contribuição da poda apical e do raleio de frutos para
o aumento da massa média de frutos. Gusmão (1988), verificou para a cultivar Santa Cruz Kada
que a redução do número de racemos na planta, de oito para quatro, favoreceu o aumento da
massa média de frutos. Segundo o autor, a poda drástica, realizada acima do quarto racemo,
permitiu a antecipação da colheita uma vez que 90% da produção total ocorreram nas primeiras
cinco semanas de colheita. Streck et al. (1998) descreveram resultados semelhantes para o híbrido
Monte Carlo, cujas plantas foram podadas acima do 3º racemo. Os autores relataram que 80 % da
produção ocorreram nas primeiras cinco semanas, contra sete semanas no sistema de condução
convencional, com sete racemos.
Os resultados de Poerschke et al. (1995) com o híbrido Monte Carlo, cujas plantas foram
conduzidas com uma e duas hastes por planta e poda acima do 3°, 5° e 7° racemos, em cultivo
protegido, revelaram que plantas com duas hastes apresentaram maior rendimento de frutos
comerciais, e que plantas conduzidas com uma haste e poda apical acima do racemo,
42
alcançaram maior massa média de frutos. Por outro lado, o número de frutos comercializáveis foi
crescente com o aumento do número de racemos por planta, não havendo diferença quando
conduzidas com cinco e sete racemos.
Segundo Gusmão (1988), o efeito da poda drástica praticada na cultivar Santa Cruz Kada
causou a redução do número de drenos reprodutivos e vegetativos, embora a área foliar tenha
permanecido relativamente alta com o aumento no tamanho das folhas, elevando o teor de
assimilados disponíveis aos frutos.
Alguns trabalhos têm evidenciado outras vantagens da poda apical drástica. Gusmão
(1988) relatou que plantas conduzidas com apenas uma haste e com poda apical acima do
racemo, necessitam da metade do volume de agrotóxicos aplicados em comparação ao sistema
em que as plantas foram conduzidas com duas hastes sem poda apical. De outro lado, Silva
Junior et al. (1992) recomendam a poda apical drástica seja realizada acima do 3º racemo, como
mecanismo de escape contra a alta incidência de pragas e doenças, e pela redução do ciclo da
cultura. Resultados similares são sugeridos por Belfort et al. (1982), que indicam para condições
adversas de cultivo a poda apical acima do terceiro racemo em uma densidade de 40 mil plantas
por hectare. Por sua vez, de acordo com Tamiso (2005), a poda apical drástica acima do 4º
racemo vem sendo adotado, no estado de São Paulo, por produtores orgânicos de tomate com o
objetivo de reduzir o risco de incidência de doenças de difícil controle como é caso da requeima
causada por Phytophthora infestans.
Na cultura do tomateiro, o raleio ou despenca de frutos é uma prática cultural empregada
em cultivares de hábito de crescimento indeterminado, cuja produção destina-se ao consumo in
natura. Consiste na retirada do excesso de frutos existentes nos racemos com o objetivo de obter
o aumento do tamanho e padronização dos frutos (NUEZ, 1995). Com isso, agrega-se valor à
produção e, consequentemente, contribui para incrementar a lucratividade do empreendimento.
Excetuando-se as folhas da base do caule, que enviam seus fotoassimilados para a raiz, a
planta de tomate é composta por diversas unidades de fonte-dreno, sendo cada uma constituída de
órgãos vegetativos (folhas e do caule) e órgãos reprodutivos (frutos). Cada unidade fonte-dreno,
quando desenvolvida, é auto-suficiente em fotoassimilados ou possui um potencial fotossintético
maior que o necessário, se desenvolvendo da unidade inferior para a superior (TANAKA;
FUJITA, 1974). O desenvolvimento de frutos é um poderoso dreno de carboidratos. Por isso, se
uma parte dos possíveis frutos é removida no início do florescimento ou da frutificação, os
43
fotoassimilados que poderiam ter sido direcionados para o crescimento desses frutos tornam-se
disponíveis para os outros órgãos. Assim, uma parte dos fotoassimilados pode ser canalizada para
os frutos restantes, e outra, para promover o crescimento vegetativo (ALVARENGA, 2004).
Segundo Caliman (2003), a maior disponibilidade de fotoassimilados aos frutos pode ocasionar o
aumento do tamanho bem como propiciar uma melhoria de sabor.
Janick (1968) comenta que há dois métodos de compensar a competição entre os frutos.
Um seria aumentar o número ou a eficiência das folhas; o outro se baseia na redução do número
de frutos pelo desbaste dos botões florais ou dos frutos.
Assim, o desbaste de frutos do tomateiro de consumo in natura, tanto em condições de
campo como em ambiente protegido, é realizado com o objetivo de aumentar o tamanho e
melhorar a qualidade dos frutos (ALVARENGA, 2004). Os frutos escolhidos para permanecer na
planta devem estar isentos de anomalias fisiológicas e danos causados por pragas ou doenças,
apresentando, portanto, potencial para se desenvolverem com boa formação.
Alvarenga (2004) relata que para as cultivares dos grupos Santa Cruz e Italiano é
recomendável fazer o desbaste, deixando cerca de seis frutos por racemo, eventualmente até oito,
se estiverem uniformes, até o 4º ou 5º racemo. Nos racemos superiores, o autor sugere deixar um
número menor de frutos (quatro a seis). Nas cultivares do grupo Salada ou Caqui, o número de
frutos por racemo deve ser reduzido, deixando-se nos três primeiros cerca de quatro a cinco
frutos e nas superiores de três a quatro frutos (FILGUEIRA, 2003). Essa prática é imprescindível
para a obtenção de frutos graúdos, de forma a atender mercados mais exigentes. Algumas
cultivares dos grupos Salada, Santa Cruz e Italiano, exibem o pegamento de poucos frutos por
racemo devido à tendência de aborto natural de botões florais. Nessas cultivares, a prática do
raleio de frutos é dispensável (ALVARENGA, 2004).
Shirahige (2009) estudando o desempenho de híbridos de tomate dos segmentos Santa
Cruz e Italiano em função do raleio de frutos, em ambiente protegido, verificou que essa prática
proporcionou aumento da produtividade comercial, massa média, comprimento e largura do fruto
para os híbridos de ambos os segmentos.
Em suma, pode-se observar que a alteração de práticas culturais como a densidade
populacional e o método de tutoramento atuam diretamente nas relações fisiológicas da planta,
com implicações na produção total e comercial de frutos do tomateiro. Neste sentido, levando-se
em consideração que as empresas do setor de sementes de hortaliças introduzem a cada ano novas
44
cultivares híbridas de tomate, torna-se imprescindível a realização de uma rede de experimentos
de competição de cultivares em diferentes locais e épocas de cultivo. Ademais, como esses
híbridos apresentam características de planta e fruto distintas, é essencial também que os
experimentos contemplem diferentes sistemas de condução, métodos de tutoramento, densidade
populacional e modalidades de poda. Com isso, poder-se-á fazer recomendações adequadas ao
setor produtivo sobre os genótipos com melhor capacidade de adaptação para as diferentes zonas
e épocas de cultivo do tomateiro do país.
2.1.4 Classificação dos frutos
Os produtos agrícolas são caracterizados por uma série de atributos qualitativos e
quantitativos. Os quantitativos referem-se ao tamanho e massa. Os qualitativos dizem respeito à
forma, turgidez, coloração natural, grau de maturação, sinais de danos mecânicos, fisiológicos, de
pragas, presença de resíduos de produtos químicos e sujeira (CEAGESP, 2003).
A classificação padronizada do tomate unifica a linguagem do mercado, isto é, produtores,
atacadistas, varejistas e consumidores devem ter os mesmos padrões para determinar a qualidade
do produto. As cultivares de tomate de mesa são classificadas de acordo com o formato do fruto
em dois grupos: oblongo, quando o diâmetro longitudinal é maior que o transversal, e redondo,
quando o diâmetro longitudinal é menor ou igual ao transversal (BRASIL, 2002).
A seleção, classificação e embalagem do tomate para mesa são normatizadas pela Portaria
nº 553, de 30 de Agosto de 1995 (BRASIL, 1995), e pelo Anexo SVII da Portaria SARC nº
085/02 do Ministério da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária (BRASIL, 2002). Nesta,
é estabelecida a classificação dos frutos em grupos (de acordo com o formato do fruto),
subgrupos (de acordo com a coloração do fruto), classes ou calibres (de acordo com o tamanho
do fruto) e tipos ou graus de seleção ou categorias (de acordo com a qualidade do fruto). De
forma geral, a classificação mais importante no momento da comercialização é a classe ou
calibre, que classifica os frutos de formato redondo e oblongo pelo maior diâmetro transversal em
milímetros (mm).
Existem algumas discordâncias em relação à essa classificação, como é o caso da proposta
apresentada pelo Programa Brasileiro de Modernização da Horticultura (CEAGESP, 2003), a
45
qual recomenda a classificação em oito classes, conforme o diâmetro dos frutos, não levando em
consideração os diferentes grupos varietais.
Por outro lado, Alvarenga e Souza (2004) apresentam outro sistema que consiste no
agrupamento dos frutos (oblongo e redondo) de acordo com o calibre e o diâmetro transversal.
Por esta classificação, os frutos oblongos e redondos são agrupados em cinco e sete classes,
respectivamente.
Na prática, entretanto, o mercado usa padrões bem mais simples, classificando os frutos
geralmente em duas ou três classes, as quais são chamadas de A, AA e AAA, sem levar em conta
o grupo de mercado a que as cultivares pertence. Por tal critério de classificação, os frutos do tipo
AA são aqueles que recebem maior valor de mercado; os frutos da categoria A são
comercializados, geralmente, por valor 60% inferior aos classificados como AA. No final do
processo de classificação, em geral, um pequeno percentual dos frutos é descartado por não
atingirem tamanho mínimo enquanto uma reduzida quantidade de frutos atinge tamanho acima da
classe AA, sendo então classificados como AAA. Os frutos dessa categoria são comercializados
de maneira diferenciada, acomodados em bandejas descartáveis com número reduzido de frutos e
alcançam cotação no mercado similar a dos frutos AA.
2.1.5 Custo de produção
Entre as hortaliças cultivadas no país, a produção de tomate de mesa é considerada como
a de maior custo total devido à grande demanda de mão-de-obra para realização das práticas
culturais durante todo o processo produtivo, colheita manual, seleção e classificação, à
necessidade de altas dosagens de adubos e aquisição de insumos como agrotóxicos, sementes e
adubos (FARIA; OLIVEIRA, 2005).
Considerando-se que a cultura do tomateiro, tanto em condições de campo como sob
ambiente protegido, é realizada com elevado custo de produção, assume extrema importância a
exploração do potencial produtivo máximo das cultivares em uso.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, Universidade de
São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (CEPEA/ESALQ/USP), o custo
total de produção para a cultura do tomate de mesa, na região de Mogi Guaçu, SP, safra de
inverno de 2008, para uma população de 11 mil plantas por hectare, tutoradas com bambu e com
46
sistema de irrigação por sulcos, foi de R$ 50.894,99 ou R$ 4,63 por planta (DELEO; TRUPPEL,
2009). Desse total, as maiores despesas (39,0 %) correspondem à aquisição de insumos
(fertilizantes, agrotóxicos e sementes) e à mão-de-obra (19,0 %). O item sementes, isoladamente,
respondeu por 6,29% do custo total de produção (DELEO; TRUPPEL, 2009). Nesse caso, o custo
do milheiro de sementes foi de aproximadamente R$ 263,00. Deve ser mencionado que
atualmente o milheiro de sementes da maioria das cultivares híbridas de tomate de mesa
disponíveis no mercado custa, em nível de produtor, de R$ 120,00 a R$ 350,00
2
2.2 Material e métodos
.
O uso de insumos é diretamente ligado à densidade populacional, mas não há uma relação
linear entre o aumento de plantas por unidade de área com o aumento do uso de fertilizantes e
agrotóxicos. Tal relação existe apenas para o insumo sementes. Desse modo, o aumento da
densidade populacional implicará diretamente no incremento do custo do insumo semente.
Uma vez que o custo de sementes varia de forma proporcional à densidade de plantio, e
que o espaçamento de plantio exerce marcada influência no ciclo da planta, no controle de
doenças e pragas, na produtividade e qualidade, diversos autores sugerem um planejamento
adequado antes da implantação das áreas de cultivo de tomate de mesa levando em conta a
cultivar e as práticas culturais que serão adotadas (FERY; JANICK, 1970; NICHOLS, 1987;
FILGUEIRA, 2000; ALVARENGA, 2004, MUELLER; WAMSER, 2009; CAMPOS et al.,
1987; MOCCIA; KATCHERIAN, 1997; ADPAWAR et al., 2000; AHMED et al., 2001;
HOODA et al., 2001).
2.2.1 Localização e caracterização da área experimental
Foram conduzidos dois experimentos em condições de campo na estação experimental da
Syngenta Seeds Ltda., no município de Itatiba, SP, localizada a 23º 0115de latitude Sul e 46º
45’ 00’’ de longitude Oeste, a 755 m de altitude acima do nível do mar. O clima é caracterizado
como Subtropical, com inverno seco e verão tipicamente chuvoso.
O experimento 1 foi conduzido no período de 30 de julho de 2007 a 04 de janeiro de 2008
enquanto o experimento 2, de 06 de fevereiro a 30 de julho de 2009.
2
SALLIT, F. Comunicação Pessoal, 2010. Syngenta Seeds Ltda.
47
No período compreendido entre 2007 e 2009, as temperaturas médias anuais máxima e
mínima no local onde os experimentos foram conduzidos oscilaram entre 26,5 ºC e 17,5 ºC,
respectivamente (Tabela 1). De acordo com os registros locais, o índice pluviométrico durante a
condução do experimento 1 foi de 671 mm, enquanto que no período de realização do
experimento 2, foi de 652 mm (Tabela 1).
Tabela 1 – Médias mensais das temperaturas máximas, mínimas e umidade relativa, e valores de precipitação
pluviométrica ocorridas nos períodos experimentais de julho/2007 a janeiro/2008 e fevereiro a
julho/2009. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2007 / 2009
Ano Mês
Temperatura (°C)
Umidade Relativa (%)
P
Mínima
Máxima
Média
Mínima
xima
Média
(mm)
2007
Julho
12
21
16
56
87
71
0*
Agosto
13
26
20
40
86
63
0
Setembro
17
29
23
53
87
70
58
Outubro
20
30
25
61
82
71
122
Novembro
19
27
23
61
82
72
231
Dezembro
21
29
25
58
84
71
188
Janeiro/08
20
28
24
66
86
76
72**
2009
Fevereiro
21
29
25
63
90
77
167*
Março
22
30
26
57
89
73
114
Abril
20
26
23
73
88
81
45
Maio
16
24
20
72
87
80
97
Junho
11
19
15
66
86
76
82
Julho
13
21
17
69
88
78
147**
*início dos experimentos; **final dos experimentos
O solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho Amarelo. As análises
químicas e granulométricas das amostras de solo colhidas nas camadas de 0 a 20 cm e de 20 a 40
cm, para ambos os experimentos, foram realizadas no Laboratório de Análise de Solos e Plantas
do Instituto Agronômico (IAC), Campinas, SP. Os resultados encontram-se nas Tabelas 2 e 3.
48
Tabela 2 Resultado das análises químicas do solo da área experimental realizadas no Laboratório de Análise de
Solos e Plantas do Instituto Agronômico (IAC), Campinas, SP, 2007 / 2009
Macronutritentes
Camada
pH
MO
P
K
Ca
Mg
Al
H
CTC
V%
(cm)
CaCl
2
g/dm³
mg/d
mmolc/dm³
00-20 (1)
5,3
15,0
67,7
8,58
36,0
7,0
1,0
15,0
67,6
76,3
20-40 (1)
5,5
9,0
166,6
6,40
25,0
8,0
1,0
15,0
55,4
71,1
00-20 (2)
5,3
12,0
52,1
8,58
32,0
11,0
2,0
14,0
67,6
76,3
20-40 (2)
5,7
7,0
79,8
6,66
35,0
12,0
1,0
15,0
69,7
77,0
Micronutrientes
Camada
S
Na
Fe
Mn
Cu
Zn
B
(cm)
ppm
ppm
00-20 (1)
1,0
12,0
76,0
46,0
5,8
11,4
0,3
20-40 (1)
12,2
12,0
79,0
34,0
3,8
10,7
0,1
00-20 (2)
8,8
26,0
82,0
37,0
6,2
10,3
0,5
20-40 (2)
8,7
22,0
82,0
21,0
3,0
5,5
0,1
(1) = Experimento 1 (2007); (2) = Experimento 2 (2009)
Tabela 3 Resultado das análises granulométricas do solo da área experimental realizadas no Laboratório de
Análise de Solos e Plantas do Instituto Agronômico (IAC), Campinas, SP, 2007 / 2009
Camada (cm)
Areia Total Areia Grossa Areia Fina Argila Silte
Classificação
g/kg
00-20 (1)
358
241
117
335
287
Franco Argiloso
20-40 (1)
308
205
103
424
268
Argila
00-20 (2)
347
239
110
321
277
Franco Argiloso
20-40 (2)
306
201
100
318
259
Argila
(1) = Experimento 1 (2007); (2) = Experimento 2 (2009)
Em ambos os experimentos, o preparo de solo foi feito com roçadeira, aração e duas
gradagens. Em seguida foi utilizada uma rotoencanteiradora rotativa para a confecção dos
canteiros.
A correção do solo e a adubação de plantio e cobertura foram realizadas de acordo com os
resultados da análise de solo (Tabela 2), seguindo-se a recomendação de adubação e calagem
para o estado de São Paulo (TRANI; RAIJ, 1996). Os canteiros foram cobertos com filme
49
agrícola de polietileno de cor prata/preto (“mulching”), MPP - Agroplas
®
, da empresa Electro
Plastic, com espessura de 0,7 micras e 1,60 m de largura, com o objetivo de impedir o
crescimento de plantas daninhas próximas às plantas e evitar competição por nutrientes.
As mudas para os dois experimentos foram produzidas nas casas-de-vegetação da estação
experimental, em bandejas de poliestireno expandido e foi utilizado o substrato de fibra de coco
AMAFIBRA tipo 11, pH 5,8; condutividade elétrica 1.1 dS m
-1
, densidade = 89 Kg m
-3
e
capacidade de retenção de umidade = 308 ml L
-1
.
Aos 30 dias após a semeadura, as plântulas foram pulverizadas com inseticida Actara 250
WG (Thiamethoxam) (dosagem de 3g L
-1
), com o objetivo de prevenir o ataque de mosca-branca
(Bemisia tabaci), pulgão verde (Myzus persicae) e tripes (Thrips palmi).
As adubações de cobertura foram realizadas duas vezes por semana a partir de 25 dias
após a instalação dos experimentos no local definitivo.
Utilizou-se o sistema de fertirrigação localizada por meio de gotejamento. As quantidades
de fertilizantes foram distribuídas com base no estádio de desenvolvimento da cultura
(ALVARENGA, 2004), sendo divididas em três fases. Na primeira, da terceira à quinta semana
após o transplantio das mudas (SAT), foram aplicados 1,67 kg de nitrato de cálcio, 1,25 kg de
fosfato monopotássico e 0,535 kg de nitrato de potássio; na segunda fase, da sexta à 11ª SAT,
foram aplicados 2,1 kg de nitrato de cálcio, 1,73 kg de fosfato monopotássico e 0,945 kg de
nitrato de potássio; e na terceira fase, da 12ª a 17ª SAT, foram aplicados 1,1 kg de nitrato de
cálcio e 1,74 kg de nitrato de potássio.
O controle fitossanitário foi realizado de maneira preventiva com aplicação de agrotóxicos
registrados para a cultura do tomate. Por sua vez, o controle de plantas daninhas entre os
canteiros foi feito por meio de capina mecânica sempre que necessária para evitar competição do
mato com as plantas de tomate.
2.2.2 Experimento 1
2.2.2.1 Instalação
O transplantio das mudas para a área experimental ocorreu em 12 de setembro de 2007,
42 dias após a semeadura, quando as mudas apresentavam quatro folhas definitivas.
50
Nesse experimento, foram utilizados dois sistemas de condução de plantas associados a
dois métodos de tutoramento:
1) Condução de uma planta por cova, com duas hastes por planta, tutoradas com bambu
(sistema tradicional de estaqueamento tipo “V” invertido);
2) Condução de uma planta por cova, com uma haste por planta, tutorada com fitilho
(sistema tradicional de tutoramento com fitilho).
Para o tutoramento, foram instalados na linha central dos canteiros, mourões de 3,0 m de
comprimento a cada 7,0 m, unidos por um arame (bitola 18 mm), situado a uma altura de 1,70 m
do solo. O arame serviu como suporte para as estacas de bambu e fitilho, os quais foram
utilizados como tutores nesse experimento (Figura 1).
Figura 1 – Sistema de condução tradicional com uma planta por cova, com duas hastes por planta e estaqueamento
tipo “V” invertido com bambu (A); sistema de condução com uma planta por cova, com uma haste por
planta, tutorada com fitilho (B)
2.2.2.2 Genótipos utilizados
Foram utilizados cinco híbridos comerciais, sendo três do grupo Salada (Alambra, Clause
do Brasil; Paron e Forty, Syngenta Seeds Ltda.) e dois do grupo Santa Cruz (Débora Pto, Sakata
Seed Sudamerica; Ellus, Syngenta Seeds Ltda.). Na Tabela 4 encontra-se a descrição varietal de
cada um dos híbridos, de acordo com os catálogos das empresas proprietárias dos mesmos.
A
B
51
Tabela 4 Descrição varietal dos híbridos dos segmentos de mercado Salada Longa Vida e Santa Cruz utilizados
no experimento 1, Itatiba, SP, 2007
Híbrido
Segmento de
mercado*
Descrição varietal**
Alambra SLV
hábito de crescimento indeterminado; alto potencial produtivo; 6 a 7
frutos por racemo; excelente pegamento de frutos até o ponteiro.
Resistências: ToMV; V; Fol 1, 2; C 1, 2, 3, 4, 5; N
Paron SLV
hábito de crescimento indeterminado; excelente cobertura foliar; bom
pegamento de frutos até o ponteiro; 5 a 6 frutos por racemo. Resistências:
ToMV; V; Fol 1, 2; C 1, 2, 3,4, 5, TSWV
Forty SLV
hábito de crescimento indeterminado; excelente vigor de planta; bom
pegamento de frutos; 6 a 7 frutos por racemos. Resistências: ToMV; V;
Fol 1, 2; TYLCV
Débora Pto SC/LVE
hábito de crescimento indeterminado; excelente cobertura foliar, frutos
com ótima coloração e padrão de mercado. Resistências: ToMV; V; Fol
1, 2; Pto
Ellus SC/LVE
hábito crescimento indeterminado; alto potencial produtivo e cobertura
foliar moderada. Resistências: ToMV; V; Fol 1, 2; N, Pto
* SLV = Salada Longa Vida; SC/LVE = Santa Cruz / Longa Vida Estrutural
** Abreviações: V = Verticillium albo-atrum; Fol 1,2 = Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici raças 1 e 2; C =
Fulvia fulvum raças 1, 2, 3, 4 e 5; N = Meloidogyne spp.; ToMv = Tomato mosaic virus; TSWV = Tomato spotted
wilt virus; TYLCV = Tomato yellow leaf curl virus
2.2.2.3 Delineamento experimental
O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso com os tratamentos em
esquema fatorial 5 x 2, com quatro repetições. Os dez tratamentos correspondem à combinação
dos fatores sistemas de condução (1) com uma planta por cova e duas hastes por planta, tutorada
por bambu, e (2) com uma planta por cova e uma haste por planta, tutorada por fitilho e híbridos
(Alambra, Paron, Forty, Débora Pto e Ellus). Cada bloco foi constituído por um canteiro com
74,0 m de cumprimento por 0,60 m de largura. Os canteiros foram dispostos lado-a-lado e como
bordaduras foram instalados canteiros adicionais nas laterais do experimento. Nas extremidades
de cada canteiro (bloco) foram deixadas quatro plantas consideradas também como bordadura.
Os tratamentos (genótipos) foram dispostos em parcelas com área de 9,8 m
2
, sendo que
nas parcelas onde foi utilizado o tutoramento com estacas de bambu, (“V invertido” alternado) o
espaçamento foi de 0,9 m entre canteiros, 0,5 m entre linhas e 1,0 m entre plantas, totalizando 14
plantas por parcela, o que corresponde a uma população de 14.285 plantas/ha. Nas parcelas onde
se utilizou o fitilho (vertical em fileira simples), o espaçamento foi de 1,4 m entre canteiros e
0,35 m entre plantas na fileira no canteiro, num total de 20 plantas por parcela, correspondendo a
52
uma população de 20.408 plantas/ha. Em função da utilização de bordadura, foram avaliadas
todas as plantas de cada parcela.
Baseado nos resultados deste experimento se decidiu realizar um segundo experimento
utilizando o sistema de condução de uma planta por cova e uma haste por planta, tutorada com
fitilho, onde foram avaliados diferentes espaçamentos de plantio utilizando dois híbridos do
grupo Salada, uma vez que este grupo representa atualmente mais de 70% do mercado de tomate
de mesa no país.
2.2.2.4 Tratos culturais
As freqncias de irrigação foram realizadas uma a duas vezes ao dia, dependendo do
estádio fenológico da planta. A vazão foi de aproximadamente 2,9 L h
-1
planta com duração de
30 minutos cada irrigação.
A cada fertirrigação foram medidos a condutividade elétrica (C.E.) e o pH da solução. O
aparelho utilizado foi o medidor de pH e E.C. modelo HI 98129, da Hanna Instruments.
Procurou-se manter a C.E. e o pH entre 1,8 e 2,2 mS cm
-1
e ao redor de 5,5, respectivamente.
Realizaram-se pulverizações preventivas e curativas semanais, com fungicidas e inseticidas
registrados para a cultura do tomateiro visando o controle de doenças e de pragas.
A desbrota foi realizada pelo menos uma vez por semana durante toda a fase de
desenvolvimento da cultura, consistindo na remoção manual dos brotos ainda tenros (jovens)
quando apresentavam de quatro a cinco centímetros de comprimento.
Em todos os tratamentos foram realizados o raleio de frutos, deixando-se seis frutos por
racemo, no máximo. Essa operação era realizada no estádio de florescimento e com frutos no
início do desenvolvimento.
A poda apical ou capação foi realizada em todos os tratamentos, sendo efetuada a uma
altura de 1,8 m a 2,2 m, após a emissão do racemo, para viabilizar a produção de frutos
graúdos.
Os frutos foram colhidos no ponto considerado ideal de maturação, reconhecido pela
visualização da porção apical dos frutos quando começava a se tornar avermelhada. Tais frutos
são chamados popularmente de “pintando”. A colheita foi realizada em todas as plantas das
parcelas de cada tratamento. A primeira colheita ocorreu em 22 de novembro de 2007, seguida de
53
mais seis em 27/11, 03/12, 10/12, 17/12, 26/12 e 03/01/2008, totalizando sete colheitas durante o
ciclo de condução do experimento. Concluída a colheita, os frutos foram transportados para um
galpão próximo ao cultivo, onde foram avaliados e classificados sempre no mesmo dia da
respectiva colheita.
2.2.2.5 Avaliação
Os dados foram anotados para o valor total de cada parcela tendo sido avaliadas as
seguintes características:
2.2.2.5.1 Componentes de produção
a) Produção Total de Frutos (PTP): representa a massa total de frutos por parcela de 9,80
m², expressa em quilogramas. A colheita do tomateiro foi feita de forma escalonada,
semanalmente após o início da maturação dos frutos, sendo acumulada ao longo das
diferentes etapas de cultivo;
b) Número Total de Frutos (NTF): os frutos de cada parcela foram contados em cada
colheita. Ao final, obteve-se o número total de frutos colhidos por parcela;
c) Número de Frutos Comercializáveis (NFC): soma do número de frutos
comercializáveis;
d) Massa de Frutos Descartados (MFD): massa total de frutos descartados, com base no
número de frutos descartados, com resultados expressos em kg parcela
-1
;
e) Produção Comercial (PCO): é a diferença entre a massa total de frutos e a massa de
frutos descartados, com resultados expressos em kg parcela
-1
;
f) Produção por Planta (PPP): representa a massa média de frutos por planta, a qual foi
acumulada nas diferentes etapas da colheita, com resultados expressos em kg parcela
-1
;
54
g) Massa Média de Fruto (MMF): constitui a relação entre a massa e o número total de
frutos por parcela, com resultados expressos em g fruto
-1
;
h) Massa de Frutos por Classe (MFC): cada grupo varietal foi separado em três diferentes
classes, conforme descrito na Tabela 5, sendo posteriormente pesados, para a obtenção da
produção por parcela de cada classe e os resultados expressos em kg parcela
-1
.
Os frutos foram classificados pelo sistema usualmente adotado pelo setor produtivo de
tomate que separa os frutos em três categorias (A, AA e AAA) de acordo com o diâmetro
transversal (Tabela 5). A classificação dos frutos foi feita com auxílio de uma caixa de madeira
dotada de peneiras as quais eram trocadas de acordo com o grupo varietal (SLV e SC), conforme
ilustrado na Figura 2.
Tabela 5 Classificação de frutos de tomate adotada para os grupos Salada e Santa Cruz
Grupo Diâmetro transversal do fruto (mm) Tipo
Salada
Maior que 85
AAA
Maior que 65 até 85
AA
Menor ou igual a 65
A
Santa Cruz
Maior que 70 AAA
Maior que 60 até 70
AA
Menor ou igual a 60
A
55
Figura 2 Caixas de madeira utilizadas para a classificação de frutos de tomate do grupo Salada (A) e (B), e para
frutos do tipo Santa Cruz (C) e (D)
2.2.2.5.2 Distúrbios fisiológicos
a) Número de Frutos com Rachaduras Radiais (RAD): são rachaduras que ocorrem ao
longo da circunferência dos frutos, geralmente mais próximas do pedúnculo, as quais
podem contribuir para infecções secundárias;
b) Número de Frutos com Rachaduras Concêntricas (CON): são pequenas rachaduras
concêntricas que ocorrem ao redor do ponto da inserção peduncular, ainda no fruto verde.
À medida que os frutos amadurecem as rachaduras coalescem formando manchas escuras;
c) mero de Frutos com Danos do Tipo “Lóculo Aberto” (LAB): corresponde à
cavidades secas e cicatrizadas que expõem a placenta e as sementes, tornando os frutos
não comercializáveis.
A
B
C
D
56
d) mero de Frutos Manchados (MAN): frutos com coloração desuniforme (externa e
interna), exibindo vasos escurecidos, também conhecido como “gray wall. Distúrbio
associado a solos excessivamente úmidos, à deficiência de potássio, à temperatura e à
luminosidade;
e) Número de Frutos Ocos (OCO): frutos mal formados devido a falhas de polinização,
apresentando lóculos vazios com pouca ou nenhuma semente;
f) Número de Frutos Deformados (DEF): frutos que exibem deformações assumindo
aspecto achatado e curvado e lóculos de tamanho desuniforme.
A visualização dos distúrbios fisiológicos avaliados encontra-se no Apêndice.
2.2.2.5.3 Aspectos fitossanitários
a) Incidência de doenças bacterianaso nível de danos causados pela incidência de
doenças bacterianas, especialmente pinta bacteriana (Pseudomonas syringae pv. tomato) e
mancha bacteriana (Xanthomonas campestris pv. vesicatoria), foi avaliado visualmente
por meio do monitoramento permanente do estado fitossanitário das plantas durante todo
o ciclo da cultura;
b) Incidência de viroses do tomateiro as avaliações ficaram restritas à incidência de
tospovírus (“vira-cabeça-do-tomateiro”), por ser a principal doença virótica prevalente na
região de Itatiba, SP.
Não foi feita avaliação para Begomoviroses (geminiviroses) transmitidas por mosca-
branca (Bemisia tabaci, biotipo B), uma vez que não há registros históricos de sua ocorrência na
região onde os experimentos foram conduzidos. De acordo com Alves et al. (2006) e Lourenção
et al. (2008), a principal espécie de mosca-branca que predomina na região de Itatiba-SP é a
Trialeurodes vaporariorum, a qual não é o principal vetor de geminiviroses que afetam o
tomateiro no Brasil.
57
2.2.2.6 Experimento 2
2.2.2.6.1 Instalação
O transplantio das mudas ocorreu em 09 de março de 2009, 31 dias após a semeadura,
quando as mudas apresentavam quatro folhas definitivas.
Neste experimento, foi utilizado o sistema de condução de uma planta por cova, com uma
haste por planta, tutorada com fitilho. O tutoramento consistiu na instalação na linha central dos
canteiros de mourões de 3,0 m de comprimento a cada 7,0 m, unidos por um arame (bitola 18
mm), situados a 1,70 m de altura do solo, o qual serviu de suporte para o fitilho.
2.2.2.6.2 Genótipos utilizados
Foram utilizados dois híbridos comerciais de hábito de crescimento indeterminado do
grupo Salada Longa Vida, Forty e Valenty, ambos pertencentes à Syngenta Seeds Ltda., cujas
caracterizas varietais encontram-se descritas a seguir (Tabela 6):
Tabela 6 Descrição varietal dos híbridos do segmento de mercado Salada Longa Vida utilizados no experimento
2, Itatiba, SP, 2009
Híbrido
Segmento de
mercado*
Descrição varietal**
Forty SLV
hábito de crescimento indeterminado; excelente vigor de planta; bom
pegamento de frutos; 6 a 7 frutos por racemo. Resistências: ToMV; V;
Fol 1,2; TYLCV
Valenty SLV
hábito de crescimento indeterminado; cobertura foliar moderada, com
boa sanidade; bom pegamento de frutos desde a base até o ponteiro,
com 6 a 7 frutos por racemo. Resistências: ToMV; V; Fol 1, 2; TSWV;
TYLCV, N.
* SLV = Salada Longa Vida
** Abreviações: V = Verticillium albo-atrum; Fol 1,2 = Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici raças 1 e 2; N =
Meloidogyne spp.; ToMv = Tomato mosaic vírus; TSWV = Tomato spotted wilt virus; TYLCV = Tomato yellow
leaf curl virus
2.2.2.6.3 Delineamento experimental
O experimento foi instalado sob delineamento de blocos ao acaso, com os tratamentos em
esquema fatorial 2 x 4, e quatro repetições. Os oito tratamentos corresponderam à combinação
58
dos fatores cultivar (Forty e Valenty) e aos espaçamentos de 0,20 m, 0,30m, 0,40 m e 0,50 m
entre plantas na linha, correspondendo a populações de 35.715, 23.810, 17.858 e 14.286
plantas/ha, respectivamente (Tabela 7). Cada canteiro foi considerado como sendo um bloco,
sendo preparados lado a lado, tendo a extensão de 36,0 m de cumprimento por 0,60 m de largura.
Cada parcela foi composta de uma fileira simples, com espaçamento de 1,4 m entre fileiras e com
número de plantas variável conforme o espaçamento entre plantas adotado. A área total de cada
parcela foi de 9,8 m
2
e foram avaliadas todas as plantas de cada parcela. Como bordadura foi
instalado um canteiro adicional nas laterais dos blocos, e quatro plantas nas extremidades de cada
bloco (canteiro).
Tabela 7 Densidade de plantio obtida em função dos espaçamentos testados
Espaçamento (m) Plantas parcela
-1
Densidade (plantas ha
-1
)
0,20
35
35.715
0,30
26
23.810
0,40
17
17.858
0,50
14
14.286
2.2.2.6.4 Tratos culturais
As frequências de irrigação foram realizadas uma a duas vezes ao dia, dependendo do
estádio fenológico da planta. A vazão foi de aproximadamente 2,9 L h
-1
planta com duração de
30 minutos cada irrigação.
A cada fertirrigação foram medidos a condutividade elétrica (C.E.) e o pH da solução. O
aparelho utilizado foi o medidor de pH e E.C. modelo HI 98129, da Hanna Instruments.
Procurou-se manter a C.E. e o pH entre 1,8 e 2,2 mS cm
-1
e ao redor de 5,5, respectivamente.
Realizaram-se pulverizações preventivas e curativas semanais, com fungicidas e inseticidas
registrados para a cultura do tomate, visando o controle de doenças e pragas.
A desbrota foi realizada pelo menos uma vez por semana durante toda a fase de
desenvolvimento da cultura, consistindo na remoção manual dos brotos ainda tenros (jovens)
quando apresentavam de quatro a cinco centímetros de comprimento.
59
Em todos os tratamentos foi realizado o raleio de frutos, fixando seis frutos por racemo,
no máximo. Essa operação foi realizada no estádio de florescimento e com frutos no início do
desenvolvimento.
A poda da gema apical ou capação foi realizada em todos os tratamentos, sendo efetuada a
uma altura de 1,8 m a 2,2 m, após a emissão do 8º racemo com a finalidade de maximizar a
produção de frutos graúdos.
Os frutos foram colhidos no ponto considerado ideal de maturação, reconhecido pela
visualização da porção apical dos frutos quando começa a se tornar avermelhada. Tais frutos são
chamados popularmente de “pintando”. A colheita foi realizada em todas as plantas das parcelas
de cada tratamento. A primeira colheita ocorreu em 19 de maio de 2009, seguida de mais sete em
28/05, 03/06, 17/06, 23/07, 30/06, 15/07 e 29/07/2009, totalizando oito colheitas durante o ciclo
de condução do experimento. Concluída a colheita, os frutos foram transportados para um galpão
próximo ao cultivo, onde foram avaliados sempre no mesmo dia da respectiva colheita.
2.2.2.6.5 Avaliação
Os dados foram anotados para o valor total de cada parcela tendo sido avaliadas as
mesmas características mencionadas no experimento 1.
2.2.2.7 Análises estatísticas
Em ambos os experimentos, para cada característica avaliada, foi realizada análise de
variância e as médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey (5%). Nas análises
de regressão, foi usado o coeficiente de determinação ajustado segundo os parâmetros do modelo
(r² ajustado). A determinação do melhor modelo de regressão foi estabelecida pelo Critério de
Informação de Akaike (AIC) (AKAIKE, 1981). A homogeneidade de variâncias foi verificada
pelo teste de Bartlett (BARTLETT, 1937) e a normalidade dos resíduos pelo teste de Shapiro-
Wilks (SHAPIRO; WILKS, 1965). Os dados de RAD, CON, LAB, MAN, OCO e DEF foram
transformados com. Todas as análises foram feitas usando o software R (http://www.r-
project.org/).
60
2.3 Resultados e discussão
2.3.1 Experimento 1
2.3.1.1 Componentes da produção
Os resumos das análises de variância para os dados de produção encontram-se na tabela 8.
Os valores dos quadrados médios e dos coeficientes de variação indicam que houve um efeito
significativo da interação entre cultivares e sistema de condução de plantas para a massa média
de frutos (MMF), e a massa de frutos para as classes AAA e AA. Para todos os componentes de
produção, houve diferenças significativas entre as cultivares, evidenciando, como era de se
esperar, a diferença existente entre o potencial produtivo dos dois grupos varietais. Em relação ao
sistema de condução de plantas, também houve diferença significativa para a maioria dos
caracteres avaliados, exceto para produção total de frutos (PTP), produção comercial (PCO),
massa dos frutos tipo AA. Não houve efeito significativo dos blocos para nenhum dos
componentes de produção estudados, indicando uma homogeneidade da área experimental,
mesmo em condições de campo. O coeficiente de variação foi baixo para a maioria dos caracteres
avaliados, com exceção para frutos tipo A e AAA que foram médios, e para número de frutos
descartados (NFD) e a massa de frutos descartados (MFD) que foram altos.
Tabela 8 Quadrados médios (QM) da análise de variância para número total de frutos (NTF), produção total
(PTP), massa de frutos descartados (MFD), número de frutos comerciais (NFC), produção comercial
(PCO), produção por planta (PPP), massa média dos frutos MMF), massa de frutos das classes AAA,
AA e A das cultivares de tomate dos grupos varietais SLV e SC. Syngenta Seeds, Estação Experimental
de Itatiba, SP, 2007
FV GL NTF PTP MFD NFC PCO PPP MMF AAA AA A
Blocos 3 4.019,0 69,04 0,18 4188,0 73,13 0,274 2,5 18,07 89,20 16,86
Sistemas (S) 1 56.370,0** 71,40 4,10** 61.246,0** 109,76 0,999* 26.883,7** 95,17* 1,16 366,87*
Híbridos (H) 4 13.340,0* 582,16** 2,26** 14.439,0** 523,60** 1,129** 3356,5** 557,99** 900,55** 325,82*
S x H 4 4.864,0 153,55 0,34 4643 143,81 0,179 386,9** 56,79* 144,54* 19,17
Resíduo 27 3.530,0 75,70 0,26 3403 73,32 0,172 29,5 18,93 37,98 13,06
CV parcela (%) 10,38 11,02 52,30 10,28 10,98 9,16 4,45 36,84 12,82 19,96
* Diferenças significativas a 5% pelo teste F
** Diferenças significativas a 1% pelo teste F
61
2.3.1.1.1 Número total de frutos
De acordo com a tabela 9 observa-se que houve efeito do sistema de condução de plantas
sobre o número total de frutos (NTF) apenas para híbridos do grupo Santa Cruz (SC). O híbrido
Ellus conduzido com estaca de bambu foi superior em 28,6% (694,58) em relação ao sistema de
cultivo com fitilho (540,00). No sistema de condução com estaca de bambu, o NTF para o híbrido
Ellus (694,58) foi superior em 30,3% apenas em relação ao híbrido Paron (533,05). Dentro do
grupo Salada Longa Vida (SLV), os três híbridos testados não diferiram entre si. Tal
comportamento se repete quando são consideradas as médias de NTF para os híbridos SLV nos
dois sistemas de condução de plantas. De outra parte, o híbrido SC Ellus (617,29), independente
do sistema de condução, supera ‘Paron’ (522,52) em 18,1%, sendo estatisticamente semelhante às
demais cultivares. Para o sistema de condução com fitilho, o NTF não sofreu efeito do híbrido,
uma vez que não houve diferenças significativas para todos os híbridos estudados. Na média dos
sistemas de condução de plantas, o sistema com estaca de bambu (609,98) teve uma resposta
14,0% superior em relação ao sistema de condução com fitilho. Este resultado já era previsível
uma vez que os dois grupos varietais estudados têm características de fruto distintas, sobretudo
em termos de tamanho e formato de frutos. No entanto, uma provável explicação para tal
ocorrência deve estar também relacionada ao fato de que as plantas tutoradas com bambu terem
sido conduzidas com duas hastes, enquanto que as plantas tutoradas com fitilho foram conduzidas
com apenas uma haste. Resultados semelhantes são reportados por Oliveira (1977), que
obtiveram maior número total de frutos e de frutos comercializáveis no sistema de condução com
duas hastes em condições de céu aberto. Igualmente Poerschke et al. (1995), estudando a cultivar
do grupo SLV Monte Carlo, observaram que em plantas conduzidas com duas hastes, o número
de total de frutos por planta foi 17,7% superior em relação àquelas cultivadas com uma haste. Por
sua vez, Seleguini et al. (2002), obtiveram com a cultivar SLV Duradouro produção média de
3,37 kg planta
-1
, em plantas conduzidas com duas hastes, contra 2,96 kg planta
-1
em plantas com
apenas uma haste. Esse resultado é corroborado por Carvalho e Tessarioli Neto (2005) estudando,
sob ambiente protegido, cultivares de diferentes grupos de mercado (Débora Max, do grupo SC;
Carmen e Diana, do grupo SLV; Andréa, do segmento Italiano). Esses autores obtiveram
incremento do número de frutos por planta no sistema de condução de uma planta por cova com
62
duas hastes. Portanto, ao que tudo indica o incremento do número de frutos por planta é função
do maior número de hastes por planta.
Tabela 9 Número total de frutos (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate dos grupos SLV e SC, em função do
sistema de condução. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2007
Híbridos
Sistemas de condução/tutoramento
Média
Bambu
Fitilho
Alambra
625,80 Aab
546,00 Aa
585,90 ab
Paron
533,05 Ab
512,00 Aa
522,52 b
Forty
565,78 Aab
508,25 Aa
537,01 ab
Débora Pto
630,70 Aab
568,25 Aa
599,48 ab
Ellus
694,58 Aa
540,00 Ba
617,29 a
Média
609,98 A
534,90 B
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%
2.3.1.1.2 Produção total
A produção total (PTP) está diretamente relacionada ao número total de frutos (NTF).
Entretanto, ao contrário do que foi observado para NTF, não houve efeito do sistema de condução
sobre a PTP (Tabela 10). No sistema de condução com fitilho, o híbrido Ellus, do grupo SC,
mostrou desempenho de produção inferior ao das três cultivares do grupo SLV, mas não diferiu
de Débora Pto’, pertencente ao seu grupo de mercado. Todavia, ‘Débora Pto’ não diferiu em
PTP para os três híbridos SLV. Considerando a média geral dos dois sistemas de condução, nota-
se que não há diferença entre as cultivares do tipo SLV, e que estas são superiores às cultivares
SC, com exceção do híbrido Forty.
No sistema de condução com bambu, não houve diferença estatística entre os grupos SLV
e SC, bem como entre cultivares dentro de cada grupo. Entretanto, pode-se notar uma tendência
de que as cultivares pertencentes ao grupo SLV apresentam produções 21,6% superiores em
comparação aquelas do grupo SC. Em geral, as cultivares do grupo SLV têm frutos de maior
tamanho e de maior massa média, do que os das cultivares do grupo SC. Tal resultado está em
consonância com o reportado por Wamser et al. (2007) onde as cultivares do grupo SLV, Carmen
e Nemo Netta, foram 10,5e 38,3% superiores às cultivares Débora Max (SC) e San Vito
(Italiano), respectivamente.
63
No sistema de condução com fitilho, as cultivares do grupo SLV não diferiram entre si.
Com relação às cultivares do grupo SC, ‘Ellus’ (61,01 kg parcela
-1
)
não diferiu de ‘Debora Pto’
(71,19 kg parcela
-1
). Entretanto, o desempenho de ‘Debora Pto’, em termos de produção total, é
estatisticamente semelhante ao dos híbridos SLV.
Tabela 10 Produção total (kg parcela
-1
) das cultivares de tomate dos grupos SLV e SC, em função do sistema de
condução. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2007
Híbridos
Sistemas de condução/tutoramento
Média
Bambu
Fitilho
Alambra
88,39 Aa
84,77 Aa
86,58 a
Paron
83,56 Aa
89,82 Aa
86,70 a
Forty
82,19 Aa
81,30 Aa
81,74 ab
Débora Pto
69,36 Aa
71,19 Aab
70,28 b
Ellus
77,94 Aa
61,01 Ab
69,47 b
Média
80,29 A
77,62 A
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%
2.3.1.1.3 Massa de frutos descartados
O efeito do sistema de condução sobre MFD foi significativo apenas para o híbrido SLV
Forty, com valores de 2,18 kg parcela
-1
para o sistema de fitilho e 1,02 kg parcela
-1
para o sistema
de condução com estacas de bambu. As demais cultivares não diferiram entre si,
independentemente do grupo varietal a que pertencem e do sistema de condução (Tabela 11).
Em termos médios, a MFD das cultivares conduzidas no sistema de fitilho (1,29 kg
parcela
-1
) diferiu estatisticamente do sistema de condução com estacas de bambu (0,65 kg
parcela
-1
). Conforme esperado, esse resultado é similar ao encontrado para NDF uma vez que são
características diretamente relacionadas. Em ambos os sistemas de condução, a cultivar Ellus
obteve a menor MFD, mas diferiu estatisticamente apenas de Forty.
Corroborando os resultados encontrados no presente estudo, Silva et al. (1997) reportaram
que o método de tutoramento vertical (tradicional) é o que proporciona maior quantidade de
frutos deformados, e por conseguinte maior massa de frutos descartados, quando comparados
com métodos de tutoramento com bambu (tradicional e modificado). Considerando-se que para
uma área de 9,8m
2
a massa média de frutos descartados tende a ser maior no sistema de condução
64
com fitilho, e que o número total de frutos na mesma área é maior no sistema com bambu, ao que
parece, a adoção do sistema de condução de plantas com uma única haste, tutoradas com fitilho,
não é vantajoso quando se avalia a massa de frutos descartados por área.
Tabela 11Massa de frutos descartados (kg parcela
-1
) das cultivares de tomate dos grupos SLV e SC, em função do
sistema de condução. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2007
Híbridos
Sistemas de condução/tutoramento
Média
Bambu
Fitilho
Alambra
0,78 Aab
1,43 Aab
1,11 ab
Paron
0,83 Aab
1,72 Aab
1,28 a
Forty
1,02 Aa
2,18 Ba
1,61 a
Débora Pto
0,27 Ab
0,70 Aab
0,48 bc
Ellus
0,32 Ab
0,40 Ab
0,36 c
Média
0,65 B
1,29 A
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5%
2.3.1.1.4 Número de frutos comercializáveis
Para NFC, verificou-se efeito do sistema de condução de plantas apenas sobre a cultivar
Ellus (SC) a qual mostrou desempenho estatisticamente diferente no sistema tradicional de
bambu (692,78 frutos parcela
-1
) em comparação ao de fitilho (536,74 frutos parcela
-1
), como pode
ser visto na Tabela 12. Isso representa 28,9% (155,37 frutos parcela
-1
) de superioridade do
sistema tradicional de condução com estacas de bambu em comparação ao sistema de
tutoramento com fitilho. Contudo, a média da cultivar Ellus (614,44 frutos parcela
-1
) nos dois
sistemas de condução, não diferiu significativamente das cultivares Débora Pto (595,80 frutos
parcela
-1
) e Alambra (580,39 frutos parcela
-1
). Paron e Forty, com médias de NFC de 517,01
frutos parcela
-1
e 528,76 frutos parcela
-1
, respectivamente, foram inferiores a Ellus, mas não
diferiram de Alambra e Débora Pto. É de se esperar que cultivares do grupo SC, em geral, sejam
menos produtivas do que as cultivares do grupo SLV. Isso está diretamente relacionado com o
fato de que os frutos das cultivares do grupo SLV são, geralmente, pluriloculares, de tamanho e
massa médias maiores do que as do grupo SC (Epagri, 2003). No entanto, existem trabalhos que
mostram a tendência de cultivares do grupo SC apresentarem maior número de frutos
65
comercializáveis do que cultivares do grupo SLV. Wamser et al. (2007) reportaram que o híbrido
Débora Max (SC) foi 7,32% (2,06 frutos haste
-1
) superior em relação ao híbrido Carmen (SLV).
Deve ser ressaltado que são raros os trabalhos existentes na literatura envolvendo
comparações de técnicas culturais relacionadas aos segmentos de tomate SC e SLV em condições
de campo.
Tabela 12Número de frutos comercializáveis (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate dos grupos SLV e SC, em
função do sistema de condução. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2007
Híbridos
Sistemas de condução/tutoramento
Média
Bambu
Fitilho
Alambra
621,78 Aab
539,00 Aa
580,39 ab
Paron
529,02 Ab
505,00 Aa
517,01 b
Forty
560,52 Aab
497,00 Aa
528,76 b
Débora Pto
628,60 Aab
563,00 Aa
595,80 ab
Ellus
692,12 Aa
536,75 Ba
614,44 a
Média
606,41 A
528,15 B
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%
2.3.1.1.5 Produção comercial
No que concerne à produção comercial (PCO), não houve efeito do sistema de condução
de plantas sobre os dois grupos varietais, conforme pode ser visto na Tabela 13. Todavia, houve
diferenças significativas entre os híbridos para o sistema de condução com fitilho. Os híbridos
SLV Paron (88,10 kg parcela
-1
) e Alambra (83,34 kg parcela
-1
) foram superiores em 45,4% e
37,5%, respectivamente, em relação a Ellus (60,61 kg parcela
-1
) do grupo SC, mas não
diferiram do ‘Débora Pto’ (70,50 kg parcela
-1
), também do segmento varietal SC.
Considerando a média dos dois sistemas de condução de plantas, os híbridos SLV não
diferiram estatisticamente entre si. No entanto, Alambra (85,45 kg parcela
-1
) e Paron(85,42
kg parcela
-1
) mostraram, para PCO, desempenho superior aos híbridos SC Ellus (69,12 kg
parcela
-1
) e Débora Pto (69,69 kg parcela
-1
). A média da produção comercial no sistema com
bambu (79,64 kg parcela-1) não diferiu significativamente do sistema de tutoramento com fitilho
(73,66 kg parcela-1) sugerindo que todas as cultivares estudadas, de ambos os grupos de
mercado, apresentam produção comercial similar, independentemente do sistema de condução.
66
Tais resultados evidenciam que ambos os sistemas de condução de plantas estudados no presente
trabalho, são indicados para o cultivo de híbridos dos grupos SLV e SC em condições de campo.
Tabela 13Produção comercial (kg parcela
-1
) das cultivares de tomate dos grupos SLV e SC, em função do sistema
de condução. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2007
Híbridos
Sistemas de condução/tutoramento
Média
Bambu
Fitilho
Alambra
87,61 Aa
83,34 Aa
85,48 a
Paron
82,74 Aa
88,10 Aa
85,42 a
Forty
81,16 Aa
79,11 Aab
80,14 ab
Débora Pto
69,09 Aa
70,50 Aab
69,79 b
Ellus
77,62 Aa
60,61 Ab
69,12 b
Média
79,64 A
76,33 A
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%
2.3.1.1.6 Produção por planta
Para produção por planta (PPP), houve diferença entre sistemas de condução, onde o
tutoramento com bambu apresentou média de 4,69 kg planta
-1
, sendo superior em 7,3% (0,32 kg
planta
-1
) em relação ao tutoramento com fitilho, com média de 4,37 kg planta
-1
(Tabela 14).
Entretanto, não foi observada diferença entre os sistemas para nenhuma das cultivares estudadas,
o que indica que pelo menos para estas cultivares utilizadas no experimento 1, a característica
PPP não é influenciada pelos sistemas de condução de plantas.
No que concerne à media dos dois sistemas de condução, as cultivares do tipo SLV
Alambra (4,89 kg planta
-1
), Paron (4,75 kg planta
-1
) e Forty (4,76 kg planta
-1
) mostraram
desempenhos superiores em 20,7% (0,84 kg planta
-1
), 17,3% (0,70 kg planta
-1
) e 17,5% (0,71 kg
planta
-1
) em relação a cultivar SC Débora Pto (4,05 kg planta
-1
), porém somente a cultivar
Alambra diferiu da cultivar SC Ellus (4,20 kg planta
-1
). Genta; Guarinoni (1985), em estudo
realizado em estufa com tomate de porte indeterminado, concluíram que o rendimento de frutos
por planta, depende mais do número de hastes por metro quadrado do que do número de plantas
por metro quadrado.
67
Tabela 14Produção por planta (kg planta
-1
) das cultivares de tomate dos grupos SLV e SC, em função do sistema
de condução. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2007
Híbridos
Sistemas de condução/tutoramento
Média
Bambu
Fitilho
Alambra
5,12 Aa
4,65 Aa
4,89 a
Paron
4,77 Aa
4,73 Aa
4,75 ab
Forty
4,77 Aa
4,75 Aa
4,76 ab
Débora Pto
4,21 Aa
3,90 Aa
4,05 c
Ellus
4,57 Aa
3,83 Aa
4,20 bc
Média
4,69 A
4,37 B
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%
2.3.1.1.7 Massa média dos frutos
O efeito do sistema de condução de plantas sobre MMF mostrou diferenças significativas
entre híbridos do grupo varietal SLV (Tabela 15). Em contrapartida, não houve efeito do sistema
de condução sobre MMF para os híbridos do grupo SC. Na comparação da média de todos os
híbridos submetidos aos dois sistemas de condução, no sistema tradicional com estacas de bambu
a MMF (137,49 g fruto
-1
) foi inferior a do sistema de condução das plantas com fitilho (148,10 g
fruto
-1
). Esses resultados estão de acordo com aqueles apresentados por Carvalho e Tessarioli
Neto (2005). Os autores avaliaram diferentes cultivares híbridas de tomate em função do
espaçamento e número de ramos por planta e chegaram à conclusão que independentemente dos
híbridos, as plantas conduzidas com duas hastes apresentaram maior número de frutos por planta
e menor massa média comercial de fruto. Entretanto estudos realizados anteriormente por
Seleguini et al. (2002) com a cultivar Duradouro reportaram produção de frutos graúdos 17,8%
superior com duas hastes (63,9 t ha
-1
) em relação a plantas com uma única haste (54,2 t ha
-1
).
No sistema de condução com fitilho, o híbrido SLV Paron com MMF de 178,40 g fruto
-1
diferiu das demais cultivares independentemente do grupo varietal. Por sua vez, o híbrido SC
Ellus com 113,03 g fruto
-1
mostrou a menor MMF diferindo estatisticamente das demais
cultivares de ambos os grupos de marcado.
Considerando a média de MMF dos dois sistemas de condução, ‘Paroncom 168,34 g
fruto
-1
diferiu estatisticamente das demais cultivares de ambos os grupos de mercado. ‘Alambra’
68
(152, 88 g fruto
-
1) e ‘Forty’ (156,98 g fruto
-1
) não diferiram entre si, mas foram superiores às
cultivares SC Débora Pto (120,40 g fruto
-1
) e Ellus (115,37 g fruto
-1
).
As diferenças de MMF entre os grupos SLV e SC já era previsível uma vez que as
cultivares do grupo SLV mostram geralmente características distintas do grupo SC em termos de
formato, tamanho e massa média de fruto.
A significância estatística na ANAVA para H x S para MMF indica que os híbridos se
comportaram de maneira distinta dentro de cada sistema de condução de plantas para essa
característica. No presente estudo, tal diferença foi verificada entre os híbridos SLV, onde
‘Paron’ (178,40 g fruto
-1
) apresentou MMF superior em 12,7% no sistema com fitilho em relação
ao sistema de condução com bambu (158,28 g fruto
-1
), indicando que esse híbrido responde
positivamente a uma melhor distribuição da radiação solar e maior ventilação ao longo do dossel
das plantas, proporcionado pelo sistema de condução de plantas com fitilho, conforme constatado
por Zambolim et al. (1989) e Picanço et al. (1995). Os híbridos do grupo SC não diferirem
estatisticamente entre si nos dois sistemas de cultivo.
Tabela 15Massa média dos frutos (g fruto
-1
) das cultivares de tomate dos grupos SLV e SC, em função do sistema
de condução. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2007
Híbridos
Sistemas de condução/tutoramento
Média
Bambu
Fitilho
Alambra
148,28 Aa
157,48 Ab
152,88 b
Paron
158,28 Ba
178,40 Aa
168,34 a
Forty
149,75 Aa
164,22 Ab
156,98 b
Débora Pto
113,44 Ab
127,36 Ac
120,40 c
Ellus
117,71 Ab
113,03 Ad
115,37 c
Média
137,49 B
148,10 A
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%
2.3.1.1.8 Massa de frutos por classe
Houve efeito do sistema de condução para a massa de frutos AAA apenas para híbridos do
grupo SLV (Tabela 16). Para a classe de fruto AAA, verificou-se diferença estatística para o
híbrido Paron o qual produziu 7,99 kg parcela
-1
no sistema de fitilho e 4,07 kg parcela
-
1 no
sistema de bambu. A diferença do sistema de fitilho em relação ao de bambu foi de 96,3 %. No
69
sistema de condução com estacas de bambu não houve efeito do híbrido dentro de cada segmento
de mercado para a massa de frutos AAA. Este mesmo comportamento foi observado para o
sistema de condução com fitilho. Todavia, as médias dos híbridos SLV para a massa de frutos
AAA foram superiores em relação à dos híbridos do grupo SC, que por sua vez também não
diferiram entre si, o que evidencia a diferença do potencial produtivo de frutos graúdos (tipo
AAA) entre os dois grupos de mercado.
Para a massa de frutos AA, também não houve efeito do sistema de condução de plantas,
para os híbridos estudados, independe do segmento de mercado. Da mesma forma, não houve
efeito do híbrido na massa de frutos AA para o sistema de condução de plantas com bambu,
dentro de cada grupo de mercado. Entretanto, no sistema de condução com fitilho, houve efeito
do híbrido na massa de frutos AA apenas no grupo SLV, onde Paron foi superior em 26,9%
(64,70 kg parcela
-1
) em relação a Forty (50,98 kg parcela
-1
). As médias dos híbridos para a massa
de frutos AA, não apresentaram diferenças no grupo Santa Cruz, porém foram significativamente
diferentes dentro do grupo SLV, onde Paron foi superior em 18,4% (59,80 kg parcela
-1
) em
relação à Forty (50,50 kg parcela
-1
).
Houve efeito do sistema de condução de plantas sobre a massa de frutos A, nos híbridos
do grupo Salada Longa Vida. Os híbridos Alambra (29,71) e Paron (23,79) tutorados com bambu
apresentaram massa de frutos da classe A superior em 50,5% e 54,4%, respectivamente, em
relação ao sistema de condução com fitilho (19,74 e 15,40 kg parcela
-1
), indicando que estes
híbridos tendem a apresentar frutos de maior calibre quando cultivados com fitilho. Estes
resultados confirmam os estudos de Marim et al. (2005) onde estudando sistemas de condução do
tomateiro visando produção de frutos para consumo in natura, verificaram que o sistema de
tutoramento vertical de plantas resultou numa maior produção de frutos graúdos (43,6 t ha
-1
)
quando comparado com o sistema de condução com bambu (35,8 t ha
-1
). Os autores atribuem
essa diferença à maior insolação e ventilação propiciadas pelo método de tutoramento vertical.
De forma similar, Silva et al. (1997), observaram maior produção de frutos grandes nas plantas
submetidas ao tutoramento vertical (570 g planta
-1
) quando comparadas com plantas tutoradas
com bambu (440 g planta
-1
).
A significância estatística na ANAVA para H x S para a classe de frutos AAA reflete o
desempenho diferenciado entre os híbridos do grupo SC, onde o híbrido Ellus apresenta maior
produção de frutos graúdos tipo AAA no sistema de condução bambu (21,40 kg parcela
-1
) do que
70
no sistema de condução com fitilho (19,67 kg parcela
-1
). Tal desempenho é diferente daquele
apresentado por ‘Débora Pto’ onde a maior produção de frutos da classe AAA ocorreu no sistema
de fitilho, sendo superior em 77,3% em relação ao sistema com bambu.
Por outro lado, significância estatística na ANAVA para H x S para a classe de frutos AA
é resultado do desempenho diferenciado entre os grupos varietais, onde todos os híbridos SLV
mostraram maior massa de frutos AA no sistema com fitilho, enquanto que os híbridos do grupo
SC apresentaram maior massa de frutos AA apenas no sistema com bambu. Tais resultados
permitem inferir que os híbridos do grupo SLV têm a tendência de incrementar a produção de
frutos de maior calibre (classe AA) quando conduzidos com fitilho, onde geralmente recebem
maior insolação e ventilação entre as plantas. Essa evidência é corroborada por Picanço et al.,
1995. Já os híbridos do grupo SC respondem negativamente para a produção de frutos AA no
sistema de fitilho, uma vez que nesse grupo, as maiores massas de frutos da classe AA foram
obtidas no sistema de condução com bambu.
Tabela 16Massa dos frutos (kg parcela
-1
) nas classes AAA, AA e A das cultivares de tomate dos grupos SLV e
SC, em função do sistema de condução. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2007
Híbridos
Sistemas de condução/tutoramento
Médias
Bambu Fitilho
AAA AA A AAA AA A AAA AA
A
Alambra
4,20 Ab 53,70 Aab 29,71 Aa 5,40 Ac 58,22 Aab 19,74 Bab 4,80 b 55,96 ab 24,72 a
Paron
4,07 Bb 54,88 Aa 23,79 Aa 7,99 Abc 64,71 Aa 15,40 Bbc 6,03 b 59,80 a 19,59 a
Forty
6,29 Ab 50,04 Aab 24,84 Aa 6,43 Ac 50,98 Ab 21,70 Aa 6,36 b 50,50 b 23,27 a
Débora Pto
15,38 Aa 40,42 Ab 13,28 Ab 27,27 Aa 35,64 Ac 7,59 Ad 21,33 a 38,03 c 10,44 b
Ellus
21,40 Aa 42,18 Aab 14,42 Ab 19,67 Aab 29,97 Ac 10,96 Acd 20,54 a 36,07 c 12,50 b
Média
10,27 B 48,24 A 21,13 A 13,35 A 47,90 A 15,08 B
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%
2.3.1.2 Distúrbios fisiológicos
O resumo da análise de variância para os dados de distúrbios fisiológicos encontra-se na
Tabela 17. Os valores dos quadrados médios e dos coeficientes de variação indicam que não
houve um efeito significativo da interação sistema de cultivo (S) x híbridos (H) para nenhuma das
características avaliadas. Dentre os distúrbios fisiológicos avaliados, houve diferença
71
significativa entre osbridos para as características lóculo aberto (LAB) e frutos manchados
(MAN), evidenciando diferenças genéticas entre as cultivares. Houve diferença significativa
entre os sistemas somente de condução para a característica frutos manchados (MAN). O
coeficiente de variação (CV) foi baixo para rachaduras concêntricas (CON, e médio para todas as
demais características avaliadas. Não se realizou análise de variância para frutos ocos (OCO)
devido a não ter sido registrada a sua ocorrência no experimento 1.
A seguir, serão abordados apenas os distúrbios fisiológicos LAB e MAN, que foram os
únicos que mostraram diferenças significativas na análise de variância (Tabela 17).
Tabela 17Quadrados médios (QM) da análise de variância para número de frutos com rachaduras radiais (RAD),
número de frutos com rachaduras concêntricas (CON), número de frutos com lóculo aberto (LAB),
número de frutos manchados (MAN), e número de frutos deformados (DEF) nas cultivares de tomate
dos grupos SLV e SC, em função do sistema de condução de plantas. Syngenta Seeds, Estação
Experimental de Itatiba, SP, 2007
FV GL RAD CON LAB MAN DEF
Blocos 3 0,0341 0,0043 0,08 0,53 0,0050
Sistemas (S) 1 0,0974 0,0043 0,39 2,34** 0,0062
Híbridos (H) 4 0,0084 0,0043 2,53** 1,58* 0,0533
S x H 4 0,0084 0,0043 0,09 0,23 0,0540
Resíduo 27 0,0253 0,0043 0,16 0,31 0,0193
CV parcela (%) 15,18 6,48 26,23 28,72 13,01
* Diferenças significativas a 5% pelo teste F
** Diferenças significativas a 1% pelo teste F
2.3.1.2.1 Lóculo aberto
Não houve efeito entre os sistemas de condução de plantas para lóculo aberto (LAB)
(Tabela 18). No entanto, dentro de cada sistema de condução ocorreu diferença estatística entre
os híbridos, assim como também houve diferença entre a média dos híbridos, evidenciando a
diferença genética entre os grupos de mercado. No sistema de condução com bambu, o híbrido
Paron (3,85) diferiu significativamente de Alambra(0,35), com produção de frutos com lóculo
aberto superior em 11 vezes, mas não diferiu de Forty(2,28). As cultivares Débora Pto e Ellus
do grupo SC, não apresentaram frutos com lóculo aberto quando conduzidas com bambu, e
também não diferiram significativamente de Alambra(0,35) e Forty(2,28). No sistema de
condução com fitilho, não foi observada diferença entre as cultivares do grupo. Os valores de
72
LAB desse grupo varietal foram significativamente superiores ao das cultivares SC Débora Pto
(0,00) e Ellus (0,25). A média de frutos com lóculo aberto para as cultivares Paron (4,18) e Forty
(3,26) foram significativamente superiores ao de Alambra(0,68). Esse resultado mostra que
Paron e Forty, aparentemente, têm uma predisposição genética maior para apresentar este tipo de
distúrbio fisiológico do que ‘Alambra’. Essa cultivar, por sua vez, não diferiu de Débora Pto
(0,00) e Ellus (0,13), indicando, de fato, ser mais tolerante à ocorrência de LAB. É importante
ressaltar que, a ocorrência quase nula de LAB observada nas duas cultivares SC estudadas já era
previsível, pois de acordo com Melo et al. (2005) a expressão desse distúrbio está associada,
dentre outros fatores, à cultivar. Segundo esses autores, cultivares que produzem frutos grandes e
extra grandes têm tendência de apresentarem frutos com lóculo aberto em maior frequência.
Tabela 18Frutos com lóculo aberto (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate dos grupos SLV e SC, em função do
sistema de condução de plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2007
Híbridos
Sistemas de condução/tutoramento
Média
Bambu
Fitilho
Alambra
0,35 Ab
1,00 Aab
0,68 b
Paron
3,85 Aa
4,50 Aa
4,18 a
Forty
2,28 Aab
4,25 Aa
3,26 a
Débora Pto
0,00 Ab
0,00 Ab
0,00 b
Ellus
0,00 Ab
0,25 Ab
0,13 b
Média
1,30 A
2,00 A
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5%
2.3.1.2.2 Frutos manchados
O efeito dos sistemas de condução de plantas sobre o número de frutos manchados
(MAN) mostrou diferença significativa apenas entre híbridos do grupo SLV (Tabela 19). O
híbrido Forty mostrou número de frutos manchados superiores em 126,5% (6,75) nas plantas
conduzidas com fitilho em comparação àquelas conduzidas com bambu (2,98). Em termos
médios, os sistemas de condução foram significativamente diferentes, onde a condução com
fitilho foi superior em 98,6% (4,25) em relação à condução com bambu (2,14). Independente do
sistema de condução,o houve diferenças estatísticas para as médias de MAN dos híbridos dos
dois segmentos de mercado. Considerando as médias dos dois sistemas de condução, verifica-se
73
que o MAN do híbrido Paron (0,62) foi significativamente inferior aos de Alambra’ (4,45) e
‘Forty’ (4,86). Entretanto a média de MAN de Paron(0,62) não diferiu significativamente de
Débora Pto(3,42) e Ellus(2,60). Por sua vez, esses híbridos SC não diferiram de Alambrae
Forty.
O fato de não ter ocorrido maior número de frutos manchados no sistema de condução
com fitilho em relação ao sistema com bambu para cultivares do grupo Santa Cruz, está em
conformidade com os resultados reportados por Marim et al. (2005). Esses autores encontraram
diferença significativa para índice de frutos manchados da cultivar Santa Clara entre os diferentes
sistemas de condução de plantas testados. Resultados similares foram apresentados por Santos et
al. (1999) com a cultivar Santa Clara Miss Brasil. Os autores não detectaram efeito do método de
tutoramento sobre a incidência de doenças no tomateiro, bem como sobre a ocorrência de frutos
manchados. Em discordância com os resultados desses estudos, Silva et al. (1997), verificaram no
sistema de tutoramento vertical a cultivar Santa Clara exibiu maior número de frutos manchados
do que no método de estaqueamento com estacas de bambu.
Deve ser ressaltado que são raros os trabalhos existentes na literatura brasileira sobre
triagem de cultivares de tomate de mesa de diferentes segmentos varietais abordando anomalias
fisiológicas como frutos manchados e outras consideradas no presente trabalho. Por conta disso,
torna-se necessário a realização de ensaios de avaliação de cultivares nas diferentes zonas de
cultivo de tomate de mesa, em mais de um ano e nas distintas épocas de plantios de cada região.
A condução desses ensaios permitirá a identificação de cultivares com maior amplitude de
adaptação às condições agroecológicas tropicais e subtropicais, com reais benefícios para o setor
produtivo.
Tabela 19 – Frutos manchados (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate dos grupos SLV e SC, em função do
sistema de condução de plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2007
Híbridos
Sistemas de condução/tutoramento
Média
Bambu
Fitilho
Alambra
3,15 Aa
5,75 Aa
4,45 a
Paron
0,00 Aa
1,25 Aa
0,62 b
Forty
2,98 Aa
6,75 Ba
4,86 a
Débora Pto
2,10 Aa
4,75 Aa
3,42 ab
Ellus
2,45 Aa
2,75 Aa
2,60 ab
Média
2,14 B
4,25 A
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5%
74
2.3.2 Experimento 2
2.3.2.1 Componentes da produção
Os resumos das análises de variância para os dados de produção encontram-se na tabela
20. Os valores dos quadrados médios e dos coeficientes de variação indicam que houve um efeito
significativo do espaçamento entre plantas para todos os componentes de produção. Por sua vez,
para a interação espaçamento entre plantas x híbridos houve efeito significativo apenas MMF.
Em relação aos híbridos, diferenças significativas foram observadas somente para NFD, MFD e
PPP. Não houve efeito significativo dos blocos para nenhum dos componentes de produção
estudados, indicando uma homogeneidade da área experimental, mesmo em condições de campo.
O coeficiente de variação foi baixo para NTF, PTP, NFC, PCO e MMF, e médio para
NFD, MFD, PPP e para as classes de frutos AAA, AA e A.
Tabela 20Quadrados médios (QM) da análise de variância para número total de frutos (NTF), produção total
(PTP), massa de frutos descartados (MFD), número de frutos comerciais (NFC), produção comercial
(PCO), produção por planta (PPP), massa média dos frutos (MMF), massa de frutos das classes AAA,
AA e A das cultivares de tomate do segmento SLV. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba,
SP, 2009
FV GL NTF PTP MFD NFC PCO PPP MMF AAA AA A
Blocos 3
1.521,0 43,06 0,42 1.371,0 36,92 0,73 56,90 10,40 14,60 7,09
Espaçamentos (E) 3
107.372,0** 1.786,08** 6,19** 111.543,0** 1.912,97** 11,06** 3.584,60** 102,58** 1.221,34** 313,32**
Híbridos (H) 1
2.145,0 66,07 9,64** 1.024,0 25,24 3,56* 95,40 22,28 78,88 0,73
E x H 3 539,0 21,93 0,90 536,0 16,39 0,98 279,20* 39,12 19,64 3,68
Resíduo 21
1.077,0 43,14 0,72 1.117,0 42,16 0,74 67,90 13,46 25,22 6,89
CV parcela (%) 9,09 8,95 33,23 9,53 9,17 13,53 3,89 18,26 11,74 33,08
* Diferenças significativas a 5% pelo teste F
** Diferenças significativas a 1% pelo teste F
2.3.2.1.1 Número total de frutos
A Tabela 21 apresenta os dados de NTF dos híbridos SLV Forty e Valenty para todos os
espaçamentos entre plantas estudados. Considerando a média de todos os espaçamentos entre
plantas avaliados, não houve efeito significativo do híbrido para o NTF, evidenciando que nos
diferentes espaçamentos a que foram submetidas, Fortye Valentyapresentam desempenho
75
semelhante. Entretanto, houve efeito significativo dos espamentos sobre NFT. Todavia, apenas
no espaçamento de 0,20m entre plantas os híbridos Forty (499,50) e Valenty (514,25), mostraram
diferenças estatísticas significativas em relação aos demais espaçamentos testados. Verifica-se
que NFT para o espaçamento de 0,30 m entre plantas para os híbridos Forty e Valenty foram
superiores em 28,7% (376,50) e 39,1% (416,25) para o espaçamento de 0,40 m (292,25 e 299,25,
respectivamente), e em 54,8% e 68,7% (243,00 e 246,75, respectivamente) para o espaçamento
de 0,50 m entre plantas. No entanto, quando se considera a média geral dos espaçamentos para as
duas cultivares avaliadas, observa-se que o NFT no espaçamento de 0,20 m entre plantas
(506,86), diferiu significativamente em relação aos demais espaçamentos. A diferença entre o
NTF no espaçamento de 0,20 m em comparação a 0,50 m (244,88) foi de aproximadamente 106
%. Esses resultados estão em consonância com os reportados Streck el al. (1998) os quais
verificaram que, sob cultivo protegido, o NFT obedece um modelo linear para o intervalo de
densidades de plantio estudados (20.000, 40.000, 80.000 e 100.000 plantas ha
-1
). Carvalho e
Tessarioli Neto (2005) e Seleguini et al. (2006), por sua vez, também encontraram resultados
semelhantes para NFT. Recentemente Wamser et al. (2009), reportaram que em plantas e tomate
tutoradas com fitilho, o NTF no espaçamento de 0,30 m entre plantas, foi superior em 34,0 % e
22,2 % nas safras 2006/07 e 2007/08, respectivamente, quando comparado com o espaçamento
de 0,60 m entre plantas.
Tabela 21 Número total de frutos (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate do segmento SLV, em função do
espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2009
Espaçamentos
Cultivares
Média
Forty
Valenty
0,20 m
499,50 Aa
514,25 Aa
506,86 a
0,30 m
376,25 Ab
416,25 Ab
396,25 b
0,40 m
292,25 Ac
299,25 Ac
295,75 c
0,50 m
243,00 Ac
246,75 Ac
244,88 d
Média
352,75 A
369,13 A
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%
76
2.3.2.1.2 Produção total
Os dados de PTP são semelhantes ao apresentado pela característica NTF, onde não
efeito significativo do híbrido nos quatro diferentes espaçamentos testados (Tabela 22). Contudo,
considerando a média geral dos quatro espaçamentos, a PTP é significativamente diferente para
todos os espaçamentos, variando entre 90,27 kg parcela
-1
(0,20 m) e 56,06 kg parcela-1 (0,50 m),
o que corresponde a uma variação de 61,0% na PTP entre o menor e maior espaçamento. Nos
espaçamentos entre plantas de 0,20 m (90,26 kg parcela
-1
) e 0,30 m (77,21 kg parcela
-1
), o híbrido
Forty não diferiu para PTP. No entanto, a PTP desse híbrido no contraste entre os espaçamentos
de 0,20 m e 0,50 m entre plantas foi de aproximadamente 70 %. De outro lado, a PTP dos
híbridos Forty e Valenty no espaçamento de 0,30 m entre plantas (77,21 e 82,87,
respectivamente) foi superior em 45,27 % e 40,5 % na comparação com o espaçamento de 0,50 m
entre plantas (53,15 e 58,97, respectivamente).
Considerando-se que a PTP representa a massa do número total de frutos, as conclusões
das pesquisas conduzidas por Streck et al. (1998), Carvalho e Tessarioli Neto (2005), Seleguini et
al. (2006) e Wamser et al. (2009) corroboram os resultados obtidos no presente estudo. No
entanto, deve ser ressaltado que apenas Wamser et al. (2009) estudaram o efeito do espaçamento
de plantas de tomateiro sobre a produção em condições de campo aberto. Os demais autores
realizaram seus estudos em condições de ambiente protegido, evidenciando a necessidade de
ampliar a experimentação fitotécnica sobre sistemas de cultivo do tomateiro a campo, uma vez
que a maior parte da produção de tomate de mesa no Brasil é feita sob tais condições.
Tabela 22 Produção total (kg parcela
-1
) das cultivares de tomate do segmento SLV em função do espaçamento
entre plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2009
Espaçamentos
Cultivares
Média
Forty
Valenty
0,20 m
90,26 Aa
90,28 Aa
90,27 a
0,30 m
77,21 Aab
82,87 Aa
80,04 b
0,40 m
67,04 Abc
67,03 Abc
67,04 c
0,50 m
53,15 Ac
58,97 Ac
56,06 d
Média
71,91 A
74,79 A
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%
77
2.3.2.1.3 Massa de frutos descartados
Os dados para massa de frutos descartados (MFD) encontram-se na tabela 23. Assim
como ocorreu para a NFD, não houve efeito do híbrido dentro dos diferentes espaçamentos entre
plantas. Todavia, as médias dos híbridos nos diferentes espaçamentos mostraram diferença
estatística entre si. O híbrido Valenty foi superior em 54,7% (3,11 kg parcela
-1
) em relação a
‘Forty’ (2,01 kg parcela
-1
). Para o híbrido Forty não foi detectada nenhuma diferença estatística
em todos os espaçamentos estudados. Contudo, para o híbrido Valenty, a MFD no espaçamento
0,40 m entre plantas foi superior em 138,6% (4,39kg parcela
-1
) em relação ao espaçamento de
0,20 m (1,84 kg parcela
-1
). Assim, para o híbrido Valenty, a diminuição do espaçamento
contribuiu para a diminuição da massa de frutos descartados, indicando, aparentemente, ser um
genótipo que em cultivo adensado tende a produzir menor massa de frutos descartados por área.
A média geral dos espaçamentos para os dois híbridos mostra que o espaçamento de 0,50 m (3,80
kg parcela
-1
) diferiu estatisticamente dos demais para MFD, sendo superior em 52,6%, 72,7% e
117,1% em relação aos espaçamentos de 0,40 m, 0,30 m e 0,20 m (2,49, 2,20 e 1,75 kg parcela
-1
,
respectivamente). Portanto, em termos médios, o espaçamento de 0,50 m entre plantas,
aparentemente, favorece uma maior massa de frutos descartados por área para os híbridos Forty e
Valenty. Tal resultado diverge dos reportados por Wamser et al. (2009), os quais encontraram
MFD significativamente superior nos espaçamentos de 0,30 m (19,6 t ha
-1
) quando comparado
com os espaçamentos de 0,45 m (13,7 t ha
-1
) e 0,60 m (10,6 t ha
-1
) entre plantas.
Tabela 23 Massa de frutos descartados (kg parcela
-1
) das cultivares de tomate do segmento SLV, em função do
espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2009
Espaçamentos
Cultivares
Média
Forty
Valenty
0,20 m
1,66 Aa
1,84 Ab
1,75 b
0,30 m
1,58 Aa
2,82 Aab
2,20 b
0,40 m
3,21 Aa
4,39 Aa
2,49 b
0,50 m
1,59 Aa
3,38 Aab
3,80 a
Média
2,01 B
3,11 A
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%
78
2.3.2.1.4 Número de frutos comercializáveis
Não houve efeito dos quatro espaçamentos estudados sobre o desempenho dos híbridos
para NFC (Tabela 24). Os valores médios de NFC indicam que não há diferença significativa
entre o potencial produtivo de ‘Forty e Valenty (345,13 e 356,44 frutos parcela
-1
,
respectivamente) nos diferentes espaçamentos entre plantas avaliados. Contudo, quando se
considera cultivar per si, verifica-se que houve efeito do espaçamento sobre NFC. Desse modo,
no espaçamento de 0,20 m os híbridos Forty (493,25 frutos parcela
-1
) e Valenty (506,25 frutos
parcela
-1
) foram superiores em 33,1% e 25,23%, respectivamente, para NFC em relação ao
espaçamento de 0,30 m. Por sua vez, esse espaçamento foi superior em 32,0% (370,50 frutos
parcela
-1
) e 43,48% (404,25 frutos parcela
-1
) quando comparado com o espaçamento de 0,40 m
(280,75 e 281,75 frutos parcela
-1
respectivamente). Da mesma forma, o espaçamento de 0,30 m
entre plantas mostrou-se superior em 57,0% e 73,1% em relação ao espaçamento de 0,50 m entre
plantas (236,00 e 233,50 frutos parcela
-1
, respectivamente).
No tocante à média dos híbridos em cada um dos espaçamentos testados, verifica-se que o
espaçamento de 0,20 m (499,75 frutos parcela
-1
) foi superior em 29,0% ao espaçamento de 0,30
m (387,38 frutos parcela
-1
). O espaçamento de 0,30 m também apresentou média superior em
37,8% e 65,0% em relação às médias dos espaçamentos de 0,40 m e 0,50 m entre plantas (281,25
e 234,75 frutos parcela
-1
, respectivamente). Esses resultados estão de acordo com os estudos
realizados por Campos et al. (1987) envolvendo a cultivar São Sebastião, grupo Santa Cruz. Os
autores verificaram que o NFD para uma população de 40.000 plantas ha
-1
foi superior em 48,2%
(748,6 frutos ha
-1
) em relação à uma população de 20.000 plantas ha
-1
e superior em 13,3% em
relação à uma população de 30.000 plantas ha
-1
.
79
Tabela 24 Número de frutos comercializáveis (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate do segmento SLV, em
função do espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2009
Espaçamentos
Cultivares
Média
Forty
Valenty
0,20 m
493,25 Aa
506,25 Aa
499,75 a
0,30 m
370,50 Ab
404,25 Ab
387,38 b
0,40 m
280,75 Ac
281,75 Ac
281,25 c
0,50 m
236,00 Ac
233,50 Ac
234,75 c
Média
345,13 A
356,44 A
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%
2.3.2.1.5 Produção comercial
A PCO não sofreu efeito do híbrido nos diferentes espaçamentos avaliados (Tabela 25).
Os valores médios para cada híbrido em todos os espaçamentos avaliados, também não diferem
entre si, o que indica que ambos os híbridos têm o mesmo potencial produtivo,
independentemente do espaçamento entre plantas utilizado. Para o híbrido Forty, a produção
comercial no espaçamento de 0,20 m entre plantas (88,60 kg parcela
-1
) não diferiu daquela obtida
com 0,30 m entre plantas (75,63 kg parcela
-1
). Entretanto, foi superior em 38,8% e 71,8% para a
produção comercial quando comparado com os espaçamentos de 0,40 m e 0,50 m entre plantas
(63,83 e 51,56 kg parcela
-1
, respectivamente). Por sua vez, para o híbrido Valenty, os
espaçamentos de 0,20 m e 0,30 m entre plantas, as produções comerciais não diferiram
estatisticamente entre si, porém foram superiores em 41,2% (88,44 kg parcela
-1
) e 27,8% (80,05
kg parcela
-1
) ao espaçamento de 0,40 m entre plantas (62,64 kg parcela
-1
) e superiores em 59,1%
e 44,0% em relação ao espaçamento de 0,50 m entre plantas (55,59 kg parcela
-1
).
Os dados obtidos no presente trabalho, são similares aos reportados por Campos et al.
(1987), os quais obtiveram valores médios de dois experimentos conduzidos com a cv. São
Sebastião, em que a produção comercial de uma população e 40.000 plantas ha
-1
foi superior em
16,4% (54,49 t ha
-1
) em relação a uma população de 20.000 plantas ha
-1
. Os resultados de
Wamser et al. (2009) com os híbridos Débora Max (SC) e Nemo Netta (SLV), em dois anos
agrícolas consecutivos (2006/07 e 2007/08), são também similares. Esses autores verificaram que
a produção comercial no espaçamento 0,30 m foi superior em 39,7% (127,7 t ha
-1
) em relação ao
80
espaçamento de 0,6 m no ano 2006/07 e superior em 27,7% (135,9 t ha
-1
) em relação ao
espaçamento de 0,60 m entre plantas, no ano agrícola 2007/08.
Tabela 25Produção comercial (kg parcela
-1
) das cultivares de tomate do segmento SLV, em função do
espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2009
Espaçamentos
Cultivares
Média
Forty
Valenty
0,20 m
88,60 Aa
88,44 Aa
88,52 a
0,30 m
75,63 Aab
80,05 Aa
77,84 b
0,40 m
63,83 Abc
62,64 Ab
63,24 c
0,50 m
51,56 Ac
55,59 Ab
53,58 d
Média
69,90 A
71,68 A
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%
2.3.2.1.6 Produção por planta
Com relação a PPP, não houve efeito significativo para híbridos nos quatro espaçamentos
estudados (Tabela 26). Entretanto, as médias dos dois híbridos nos quatro espaçamentos
avaliados diferem entre si. O híbrido Forty apresentou PPP superior em 11,1% (6,71 kg planta
-1
)
em relação ao híbrido Valenty (6,04 kg planta
-1
) na média dos diferentes espaçamentos avaliados.
Embora o híbrido Forty não difira de ‘Valenty’ nos quatro espaçamentos estudados,
aparentemente ele apresenta, em média, maior produtividade por planta quando comparado ao
híbrido Valenty.
Não houve diferença significativa para PPP para o híbrido Forty nos espaçamentos de
0,30m (6,73 kg planta
-1
), 0,40m (7,52 kg planta
-1
) e 0,50 m (7,57 kg planta
-1
). Entretanto, os
espaçamentos de 0,40 m e 0,50 m foram superiores 50,1% e 51,1% respectivamente, quando
comparados com o espaçamento de 0,20 m entre plantas (5,01 kg planta
-1
). Em relação ao híbrido
Valenty, não houve diferença significativa entre os espaçamentos de 0,30 m (6,03 kg planta
-1
),
0,40 m (6,92 kg planta
-1
) e 0,50 m (7,65 kg planta
-1
), porém apenas o espaçamento de 0,50 m se
mostrou superior 67,4% (7,65 kg planta
-1
)
ao espaçamento 0,20 m (4,57 kg planta
-1
). A média dos
híbridos para cada espaçamento testado, indica que a PPP no espaçamento de 0,50 m (7,61 kg
planta
-1
) é superior em 19,3% e 58,9% em relação aos espaçamentos de 0,30 m e 0,20 m entre
plantas (6,38 e 4,79 kg planta
-1
).
81
Tabela 26 Produção por planta (kg planta
-1
) das cultivares de tomate do segmento SLV, em função do
espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2009
Espaçamentos (m)
Cultivares
Média
Forty
Valenty
0,20 m
5,01 Ab
4,57 Ab
4,79 c
0,30 m
6,73 Aab
6,03 Aab
6,38 b
0,40 m
7,52 Aa
6,92 Aab
7,72 ab
0,50 m
7,57 Aa
7,65 Aa
7,61 a
Média
6,71 A
6,04 B
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5%
2.3.2.1.7 Massa média dos frutos
Não houve efeito do híbrido para os diferentes espaçamentos entre plantas (Tabela 27). O
híbrido Forty mostrou diferença significativa entre os espaçamentos avaliados, de maneira que as
MMF nos espaçamentos de 0,30 m, 0,40 m e 0,50 m foram superiores em 14,2% (214,33 g fruto
-
1), 20,9% (226,99 g fruto
-1
) e 19,8% (224,96 g fruto
-1
), respectivamente, em relação ao
espaçamento de 0,20 m entre plantas (187,73 g fruto
-1
). O híbrido Valenty por sua vez, também
apresentou diferenças para MMF nos diferentes espaçamentos utilizados, sendo que os
espaçamentos de 0,40 m (223,96 g fruto
-1
) e 0,50 m (237,18 g fruto
-1
) não diferem entre si, mas
são superiores em 23,8% e 31,1%, respectivamente, em relação aos espaçamentos de 0,20 m
(180,92 g fruto
-1
); também foram superiores em 13,0% e 19,7%, respectivamente, em relação ao
espaçamento de 0,30 m (198,15 g fruto-1), sendo que os espaçamentos de 0,20 m e 0,30 m não
diferem entre si. A média dos híbridos para todos os espaçamentos avaliados não diferiu, o que
mostra que os dois híbridos em estudo têm massa média de frutos semelhantes para todos os
espaçamentos. Contudo, as médias de MMF dos híbridos Forty e Valenty nos espaçamentos de
0,40 m (225,48 g fruto
-1
) e 0,50 m (231,07 g fruto
-1
) foram superiores em 9,3% e 12,0%,
respectivamente, em relação ao espaçamento de 0,30 m e superiores em 22,3% e 25,4%,
respectivamente, em relação ao espaçamento de 0,20 m.
A massa fresca média de frutos diminui com o aumento da densidade de plantio uma vez
que o aumento da população de plantas por área acarreta redução da área foliar por planta e
aumento do sombreamento, conforme resultados reportados por Streck et al. (1998), Vittum e
82
Tapley (1957), Fery e Janick (1970), Campos et al. (1987), Borraz et al. (1991), Pimpini e
Gianquinto (1994) e Cockshull e Ho (1995). Os resultados encontrados no presente estudo
respaldam tais estudos anteriormente realizados.
Embora a análise de variância tenha detectado interação significativa H x E para MMF,
pode-se notar pela Tabela 27, que os valores médios para essa característica dos híbridos Forty e
Valenty nos espaçamentos de 0,40 m (226,99 e 223,96 g fruto
-1
, respectivamente) e de 0,50 m
(224,96 e 237,18 g fruto
-1
, respectivamente) não diferem estatisticamente entre si. Da mesma
forma, quando é avaliado o desempenho de cada híbrido per se nos espaçamentos de 0,40 m e
0,50 m, verifica-se que os valores de MMF também não diferem entre si. Em função disso,
optou-se por não se fazer o desdobramento da interação.
Tabela 27Massa média de frutos (g fruto
-1
) das cultivares de tomate do segmento SLV, em função do
espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2009
Espaçamentos (m)
Cultivares
Média
Forty
Valenty
0,20 m
187,73 Ab
180,92 Ab
184,32 c
0,30 m
214,33 Aa
198,15 Ab
206,24 b
0,40 m
226,99 Aa
223,96 Aa
225,48 a
0,50 m
224,96 Aa
237,18 Aa
231,07 a
Média
213,50 A
210,05 A
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%
2.3.2.1.8 Massa de frutos por classe
Os dados de massa de frutos das classes AAA, AA e A encontram-se na tabela 28. Não
houve efeito do híbrido para os diferentes espaçamentos entre plantas para a massa de frutos
AAA, AA e A. Entretanto o híbrido Forty apresentou diferenças para a massa de frutos AAA nos
diferentes espaçamentos, onde o espaçamento de 0,40 m foi superior em 55,8% (25,17 kg
parcela
-1
) ao espaçamento de 0,20 m (16,15 kg parcela
-1
). O híbrido Valenty não apresentou
diferenças significativas para frutos da classe AAA nos diferentes espaçamentos avaliados. A
média dos espaçamentos na classe AAA apresentaram diferenças significativas, sendo que o
espaçamento de 0,20 m mostrou-se como o espaçamento mais desfavovel para a produção de
83
frutos AAA. Os demais espaçamentos, 0,30 m, 0,40 m e 0,50 m, não diferiram entre si para a
produção frutos AAA.
Para frutos da classe AA, ‘Forty’ mostrou diferença para os espaçamentos testados, onde
o espaçamento de 0,20 m (55,97 kg parcela
-1
) foi superior em 23,6%, 62,9% e 91,7% em relação
aos espaçamentos de 0,30 m (45,27 kg parcela
-1
), 0,40 m (34,34 kg parcela
-1
) e 0,50 m (29,29 kg
parcela
-1
) entre plantas, respectivamente. A massa de frutos AA para ‘Valenty’ também foi
diferente em função do espaçamento entre plantas. Os espaçamentos de 0,20 m (57,40 kg parcela
-
1
) e 0,30 m (52,98 kg parcela
-1
) m não diferiram entre si, mas foram superiores em 55,4% e
43,5% respectivamente em relação ao espaçamento de 0,40 m (36,93 kg parcela
-1
), e superiores
em 91,1% e 76,4% respectivamente em relação ao espaçamento de 0,50 m (30,03 kg parcela
-1
)
entre plantas. Todas médias dos espaçamentos para frutos AA, apresentaram diferenças
significativas entre si, sendo que, aparentemente, o espaçamento mais adequado para a produção
de frutos AA foi o de 0,20 m, com massa média de 56,68 kg parcela
-1
de frutos AA.
A classe de frutos A também apresentou variação para a massa de frutos em função do
espaçamento adotado. Tanto para o híbrido Forty como para o híbrido Valenty, o espaçamento
que proporcionou um maior número de frutos A foi o de 0,20 m entre plantas, diferindo de todos
os demais, com massa de 16,47 e 16,94 kg parcela
-1
, respectivamente. Os espaçamentos de 0,30
m, 0,40 m e 0,50 m entre plantas para ambos os híbridos não evidenciaram diferenças entre si
para a produção de frutos A. As médias dos espaçamentos para a classe A, apresentaram
diferença significativa entre si, onde o espaçamento de 0,20 m foi superior aos demais, com uma
produção média de massa de frutos A de 16,94 kg parcela
-1
, enquanto que o espaçamento de 0,50
m e 0,40 m foram os que apresentaram menor produção de frutos A, com valores médios de 2,99
e 4,53 kg parcela
-1
.
84
Tabela 28 Massa dos frutos (kg parcela
-1
) nas classes AAA, AA e A das cultivares de tomate do segmento SLV,
em função do espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2009
Espaçamentos
(m)
Cultivares
Médias
Forty Valenty
AAA AA A AAA AA A AAA AA
A
0,20
16,15 Ab 55,97 Aa 16,47 Aa 13,64 Ab 57,40 Aa 17,40 Aa 14,90 b 56,68 a 16,94 a
0,30
23,81Aab 45,27 Abc 6,54 Ab 19,04 Aab 52,98 Aa 8,03 Ab 21,42 a 49,13 b 7,29 b
0,40
25,17 Aa 34,34 Acd 4,32 Ab 20,98 Aab 36,93 Ab 4,74 Ab 23,08 a 35,64 c 4,53 bc
0,50
18,57 Aab 29,20 Ad 3,80 Ab 23,38 Ab 30,03 Ab 2,18 Ab 20,97 a 29,61 c 2,99 c
Média
20,93 A 41,19 A 7,79 A 19,26 A 44,33 A 8,09 A
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%
2.3.2.2 Distúrbios fisiológicos
Os resumos da análise de variância para os dados de distúrbios fisiológicos encontram-se
na tabela 29. Os valores dos quadrados médios e dos coeficientes de variação indicam que não
houve efeito significativo da interação entre os híbridos (Forty e Paron) e os espaçamentos entre
plantas (0,20 m, 0,30 m, 0,40 m e 0,50 m) para nenhum dos distúrbios fisiológicos avaliados.
Todavia, houve diferenças significativas entre híbridos para o distúrbio lóculo aberto (LAB),
evidenciando que são geneticamente contrastantes. Também houve diferenças significativas entre
os espaçamentos estudados para os distúrbios fisiológicos rachaduras radiais (RAD), lóculo
aberto (LAB) e frutos manchados (MAN). Não houve diferença significativa entre os blocos,
indicando homogeneidade da área experimental, mesmo em condições de campo. Os coeficientes
de variação (CV) para todos os distúrbios fisiológicos foram médios, exceto para rachaduras
concêntricas (CON) que foi baixo.
85
Tabela 29Quadrados médios (QM) da análise de variância para o número de frutos com rachaduras radiais
(RAD), número de frutos com rachaduras concêntricas (CON), número de frutos com lóculo aberto
(LOC), número de frutos manchados (MAN), número de frutos ocos (OCO) e número de frutos
deformados (DEF) das cultivares de tomate do segmento SLV. Syngenta Seeds, Estação Experimental
de Itatiba, SP, 2009
FV GL RAD CON LAB MAN OCO DEF
Blocos
3
0,10
0,007
0,07
0,03
0,618
0,299
Espaçamentos (E)
3
2,24**
0,021
0,84*
2,51**
0,241
0,080
Híbridos (H)
1
0,35
0,021
1,84*
0,60
0,848
0,007
E x H
3
0,20
0,021
0,06
0,15
0,189
0,274
Resíduo
21
0,19
0,007
0,24
0,31
0,362
0,098
CV parcela (%) 24,10 8,24 27,55 31,88 41,44 24,10
* Diferenças significativas a 5% pelo teste F
** Diferenças significativas a 1% pelo teste F
2.3.2.2.1 Rachaduras radiais
Os dados de RAD estão apresentados na tabela 30. Não houve efeito do híbrido dentro de
cada um dos espaçamentos avaliados, assim como não houve diferença entre a média dos
híbridos para os diferentes espaçamentos, indicando que a frequência média de frutos rachados é
estatisticamente igual para ambos os híbridos, em qualquer um dos espaçamentos estudados. Por
outro lado, considerando-se os diferentes espaçamentos utilizados para o híbrido Forty,
constatou-se que o espaçamento de 0,40 m foi superior em 533,3% (4,75 frutos parcela
-1
) para a
produção de frutos com rachadura radiais em comparação com o espaçamento de 0,20 m (0,75
frutos parcela
-1
). Em relação aos diferentes espaçamentos utilizados para o híbrido Valenty,
detectou-se que os espaçamentos de 0,40 m e 0,50 m apresentam uma superioridade de
2.000,00% (5,25 frutos parcela
-1
) e 1.700% (4,50 frutos parcela
-1
) em relação a frutos rachados
quando comparados com o espaçamento de 0,20 m entre plantas (0,25 frutos parcela
-1
). De
acordo com a média dos espaçamentos, não foi observado diferença estatística entre os
espaçamentos de 0,50 m (3,62 frutos parcela-1) e 0,40 m (5,0 frutos parcela
-1
), porém ambos se
mostram superiores em 624,0% e 900,0% para a produção de frutos rachados em relação ao
espaçamento de 0,20 m entre plantas. Estes resultados estão em conformidade com os resultados
de Campos et al. (1987) que reportaram para a cultivar SC São Sebastião menor percentual de
frutos com rachaduras nas populações com maior adensamento de plantas, sendo 6,96 % de
86
frutos rachados em populações de 20.000 plantas ha
-1
contra 1,98% de frutos rachados para uma
população de 40.000 plantas ha
-1
.
Tabela 30 Número de frutos com rachaduras radiais (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate do segmento SLV,
em função do espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2009
Espaçamentos
Cultivares
Média
Forty
Valenty
0,20 m
0,75 Ab
0,25 Ab
0,50 c
0,30 m
1,00 Aab
3,00 Aab
2,00 bc
0,40 m
4,75 Aa
5,25 Aa
5,00 a
0,50 m
2,75 Aab
4,50 Aa
3,62 ab
Média
2,31 A
3,25 A
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5%
2.3.2.2.2 Lóculo aberto
Para LAB não houve efeito do híbrido para os diferentes espaçamentos avaliados (Tabela
31). Contudo, a média dos híbridos para todos os espaçamentos avaliados diferiu
significativamente indicando que para os espaçamentos de 0,20 m, 0,30 m, 0,40 m e 0,50 m entre
plantas, o híbrido Valenty apresenta um valor médio de frutos com lóculo aberto superior em
116,6% (3,38 frutos parcela
-1
) em relação ao híbrido Forty (1,56 frutos parcela
-1
). Em relação à
média dos espaçamentos para os dois híbridos avaliados, pode-se observar que os espaçamentos
de 0,20 m, 0,30 m e 0,40 m entre plantas não diferiram entre si, porém apenas o espaçamento de
0,30 m entre plantas foi superior 250,0% (3,50 frutos parcela
-1
) em relação ao espaçamento de 0,5
m (1,00 fruto parcela
-1
) para o número de frutos com lóculo aberto, indicando que plantas de
tomateiro submetidas a altas densidades populacionais tendem a apresentar maior frequência de
frutos com lóculo aberto. Apesar de serem escassos na literatura trabalhos envolvendo a
avaliação de distúrbios fisiológicos em condições de campo, Melo et al. (2005) afirmam que o
distúrbio lóculo aberto está associado ao manejo adequado das práticas de adubação e irrigação,
bem como à deficiência de boro, sendo que as cultivares respondem de maneira diferente à esta
deficiência. Contudo, é possível fazer uma associação dessas informações com aquelas citadas
por Cockshull e Ho (1995) que afirmam que os frutos de tomateiro têm seu tamanho influenciado
pela cultivar, pela posição na inflorescência, pelo total de assimilados produzidos pela área
87
fotossintetizante e pelo número de frutos que competem por estes assimilados. Desta maneira,
baseado nos resultados obtidos do presente estudo, é possível inferir que plantas e frutos de
tomateiro submetidos a altas densidades populacionais apresentam uma maior competição por
nutrientes, a qual pode acarretar uma ocorrência maior de frutos com lóculos abertos.
Tabela 31 Número de frutos com lóculo aberto (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate do segmento SLV, em
função do espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2009
Espaçamentos
Cultivares
Média
Forty
Valenty
0,20 m
2,00 Aa
4,75 Aa
3,38 ab
0,30 m
2,50 Aa
4,50 Aa
3,50 a
0,40 m
1,50 Aa
2,50 Aa
2,00 ab
0,50 m
0,25 Aa
1,75 Aa
1,00 b
Média
1,56 B
3,38 A
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%
2.3.2.2.3 Frutos manchados
Os dados MAN estão apresentados na tabela 32. Não foram detectadas diferenças
significativas entre os híbridos para todos os espaçamentos avaliados, sendo que a média de cada
híbrido também não diferiu entre si. Apesar de não haver diferenças entre os espaçamentos
utilizados para ‘Forty’ e ‘Valenty’, foi detectada diferenças entre as médias de frutos manchados
para todos os espaçamentos avaliados, sendo que os espaçamentos de 0,50 m e 0,40 m não
diferem entre si, mas se mostraram superiores em 564,5% (4,12 frutos parcela
-1
) e 645,2% (4,62
frutos parcela
-1
) respectivamente em relação ao espaçamento de 0,30 m entre plantas (0,62 frutos
parcela
-1
) e superiores em 368,2% e 425,0% respectivamente em relação ao espaçamento de 0,20
m entre plantas (0,88 frutos parcela
-1
).
88
Tabela 32 Número de frutos manchados (frutos parcela
-1
) das cultivares de tomate do segmento SLV, em função
do espaçamento entre plantas. Syngenta Seeds, Estação Experimental de Itatiba, SP, 2009
Espaçamentos
Cultivares
Média
Forty
Valenty
0,20 m
1,00 Aa
0,75 Aa
0,88 b
0,30 m
0,25 Aa
1,00 Aa
0,62 b
0,40 m
3,00 Aa
6,25 Aa
4,62 a
0,50 m
3,75 Aa
4,50 Aa
4,12 a
Média
2,00 A
3,12 A
dias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna e maiúsculas na linha o diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%
89
3 CONCLUSÕES
Em relação aos híbridos estudados, a análise dos dados obtidos permite concluir que:
a) O sistema de condução de uma planta por cova, conduzida com duas hastes tutoradas
com bambu é mais indicado para proporcionar incremento do número total de frutos,
do número de frutos comercializáveis, da produção por planta e da massa de frutos da
classe A para ambos os segmentos varietais;
b) O sistema de condução com fitilho, para ambos os segmentos varietais, é o mais
recomendado para obtenção de frutos com maior massa média e com maior massa da
classe AAA;
c) O espaçamento de 0,20 m entre plantas é o mais adequado para incrementar o número
total de frutos, a produção total, o número de frutos comercializáveis, a produção
comercializável, e a massa de frutos das classes AA e A, e a redução da ocorrência de
frutos com rachaduras radiais e manchados;
d) O espaçamento de 0,50 m entre plantas propicia incremento da produção por planta, da
massa média de frutos e a redução do número de frutos com lóculo aberto.
90
91
REFERÊNCIAS
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APÊNDICE
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105
Apêndice A - Distúrbios Fisiológicos
(1) - Rachadura radial; (2) e (3) Rachadura concêntrica; (4), (5) e (6) Lóculo aberto; (7), (8) e
(9) – Fruto manchado (Gray wall); (10) e (11) – Fruto oco; (12) – Fruto deformado.
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Apêndice B - Métodos de Tutoramento
(13) e (14) – Tutoramento de plantas com fitilho (uma haste por planta)
(15) e (16) – Tutoramento de plantas com bambu (duas hastes por planta)
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