Download PDF
ads:
“Análise das ações de gestão dos efluentes do processamento de exames
radiográficos na região de Corumbá, MS”
por
José Francisco Sampaio Júnior
Dissertação apresentada com vistas à obtenção do título de Mestre Modalidade
Profissional em Saúde Pública.
Orientador: Prof. Dr. Aldo Pacheco Ferreira
Campo Grande, outubro de 2010.
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Esta dissertação, intitulada
“Análise das ações de gestão dos efluentes do processamento de exames
radiográficos na região de Corumbá, MS”
apresentada por
José Francisco Sampaio Júnior
foi avaliada pela Banca Examinadora composta pelos seguintes membros:
Prof.ª Dr.ª Alexandra Maria Almeida Carvalho Pinto
Prof.ª Dr.ª Inês Echenique Mattos
Prof. Dr. Aldo Pacheco Ferreira Orientador
Dissertação defendida e aprovada em 04 de outubro de 2010.
ads:
A U T O R I Z A Ç Ã O
Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total
ou parcial desta dissertação, por processos fotocopiadores.
Campo Grande, 04 de outubro de 2010.
________________________________
José Francisco Sampaio Júnior
CG/Fa
Serviço de Gestão Acadêmica - Rua Leopoldo Bulhões, 1.480, Térreo Manguinhos-RJ 21041-210
Tel.: (0-XX-21) 2598-2969 ou 08000-230085
E-mail: [email protected] Homepage: http://www.ensp.fiocruz.br
Catalogação na fonte
Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica
Biblioteca de Saúde Pública
S192 Sampaio Júnior, José Francisco
Análise das ações de gestão dos efluentes do processamento de
exames radiográficos na região de Corumbá, MS. / José Francisco
Sampaio Júnior. Rio de Janeiro: s.n., 2010.
64 f., il., tab., mapas
Orientador: Oliveira, Aldo Pacheco de
Dissertação (Mestrado) Escola Nacional de Saúde Pública Sergio
Arouca, Rio de Janeiro, 2010
1. Administração Ambiental. 2. Serviços de Saúde. 3. Gerenciamento
de Resíduos. 4. Águas Residuárias. I. Título.
CDD - 22.ed. 628.3
AGRADECIMENTOS
A Deus, arquiteto do grande plano do universo.
A meus pais, meus exemplos
A minhas irmãs, minhas amigas
A Lucinéia, minha esposa, minha vida.
Aos mestres, todos.
RESUMO
Os problemas de gestão dos efluentes do processamento de exames radiográficos na região de
Corumbá, MS, o um fato, assim como a necessidade de resolvê-los. Com o crescimento
populacional e econômico da cidade também aumentaram as demandas dos serviços de saúde e
conseqüentemente os resíduos gerados em suas atividades. Soma-se o fato do município não possuir
uma política pública eficaz para minimizar os problemas ambientais decorrentes do descarte
inadequado desses resíduos, haja vista que o município não dispõe de política de orientação para
descarte apropriado, nem alguma forma para tratamento prévio ao descarte. A dissertação tem por
finalidade contribuir para o debate sobre a necessidade de implantar políticas públicas eficazes para a
gestão dos efluentes do processamento de exames radiográficos na região de Corumbá, contribuindo
assim de forma significativa para a formação de diretrizes que possam minimizar os impactos gerados
pelo descarte inadequado.
Palavras-Chave: Gestão Ambiental, Serviços de Saúde, Gerenciamento de Resíduos, Efluentes
ABSTRACT
The problems from management of the effluents from the processing of radiographic exams in the
region of Corumbá, MS, are a fact, as well the need to solve them. Population and economic growth of
the city also increased the demand of health services and consequently the waste generated by these
activities. Add the fact that the municipality does not have an effective public policy to minimize the
environmental problems raised from inadequate disposal of such waste, considering that does not have
policy to guide a proper disposal, nor any way to treatment previous to disposal. The dissertation aims
to contribute to the debate about the need to implement effective public policies for the effluents
management from the processing of radiographic exams in the region of Corumbá, thus contributing
significantly to the formation of guidelines that could minimize the impacts of inappropriate disposal.
Key words: Environmental Management, Health Services, Waste Management, Effluents
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS
ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANVISA
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CNEN
Comissão Nacional de Energia Nuclear
CONAMA
Conselho Nacional de Meio Ambiente
DATASUS
Departamento de Informática do SUS
DQO
Demanda Química de Oxigênio
FGV
Fundação Getúlio Vargas
FIOCRUZ
Fundação Instituto Osvaldo Cruz
GM
Gabinete do Ministro
g
Gramas
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Kg
Quilogramas
L
Litro
MS
Ministério da Saúde
NBR
Norma Brasileira
PGRSS
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
pH
Potencial Hidrogeniônico
PMC
Prefeitura Municipal de Corumbá
PPI
Programação Pactuada e Integrada
RDC
Resolução da Colegiada
RSS
Resíduos de Serviços de Saúde
SUS
Sistema Único de Saúde
SVS
Secretaria de Vigilância em Saúde
Ton
Tonelada
UNESCO
United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
WWF
World Wildlife Found
SUMÁRIO
I
11
I.1
14
I.2
15
I.3
17
I.3.1
17
I.3.2
17
II
18
III
25
III.1
25
III.2
29
III.3
30
III.4
31
III.5
32
IV
34
V
35
VI
47
50
56
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Quantidade de exames realizados, volume de soluções processadoras
adquiridas e rendimento calculado (nº exames/L), na unidade A, para cada ano e
para o conjunto de anos, Corumbá, 2005 a 2009
35
TABELA 2 - Número de exames realizados nas unidades pesquisadas, volume de
soluções processadoras trocadas e seu rendimento, durante período inter-trocas,
Corumbá, 2010
35
TABELA 3 - Número de exames realizados, por tipo de exame e por unidade,
Corumbá, 2005 a 2009
37
TABELA 4 - Volume estimado em litros de soluções processadoras gerado, por tipo
de solução e por Unidade, Corumbá, período de 2005 a 2009
38
TABELA 5 Número de usuários atendidos e de exames radiográficos realizados, por
ano e tipo de exame, Corumbá 2005 a 2009
39
TABELA 6 Perfil dos entrevistados, segundo algumas Características
sociodemográficas e de trabalho, Corumbá - 2010 (n=16)
41
TABELA 7 Conhecimento dos entrevistados sobre manejo de resíduos, por
profissão, Corumbá 2010
42
TABELA 8 Situação dos serviços/unidades, segundo os entrevistados, Corumbá
2010
43
TABELA 9 Resíduos gerados nos estabelecimentos, segundo número de respostas
dadas pelos entrevistados, Corumbá - 2010
44
TABELA 10 Disposição dos efluentes nos estabelecimentos, segundo número de
respostas dadas pelos entrevistados, Corumbá - 2010
45
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. Fluxograma das atividades desenvolvidas
25
FIGURA 2. Mapa do Estado de Mato Grosso do Sul, destacando a localização de
Corumbá
27
FIGURA 3. Localização do Pantanal Matogrossense
28
FIGURAS 4 a 7. Ligações que levam a água de lavagem das processadoras
diretamente à rede coletora de água servida dos estabelecimentos
57
FIGURAS 8 a 11. Armazenamento temporário interno de efluentes químicos
58
FIGURAS 12 a 15. Armazenamento temporário externo de efluentes químicos
59
FIGURA 16. Películas rejeitadas prontas para serem descartadas
60
FIGURA 17. Sala de processamento manual
60
FIGURA 18. Caminhão de coleta de RSS
61
FIGURAS 19 a 21. Área do lixão municipal reservada aos RSS
61
I. INTRODUÇÃO
A preservação e a utilização racional da água é um aspecto importante na atualidade para a
resolução de problemas agudos relacionados à questão hídrica, visando o bem estar de todos e a
preservação do meio ambiente.
No país, a pressão antrópica, principalmente a implantação progressiva de atividades
econômicas e o adensamento populacional desordenado, associa-se a uma crise na gestão pública,
explicitando carências sociais e dos serviços públicos de forma generalizada, o que provoca crescente
deterioração ambiental, manifestada na deterioração dos recursos hídricos e nas dificuldades em
garantir a qualidade dos serviços urbanos básicos associados ao saneamento ambiental (FERREIRA,
2009).
A gestão ambiental vem ganhando um espaço crescente em distintas camadas e setores da
sociedade mundial. No meio empresarial o desenvolvimento da consciência ecológica torna-se uma
necessidade e abarca até mesmo as condições ideais operacionais. Entretanto, não se pode assegurar
que todos os setores empresariais se encontrem conscientizados da importância da gestão
responsável dos recursos naturais.
Constitui-se um desafio administrar eficientemente os riscos à saúde associados com o vasto
espectro da poluição gerada pelas atividades no planeta. Essa complexidade e multidisciplinaridade
causadas pelo rápido crescimento tecnológico requerem que a questão da saúde seja tratada de forma
integrada, pois a melhora da qualidade da saúde ambiental estará, necessariamente, ligada ao
desenvolvimento de processos ecologicamente sustentáveis (RIBEIRO, 2004).
O gerenciamento de recursos hídricos é tarefa difícil. O estabelecimento da carga de efluentes
a ser lançada num corpo d`água deve ponderar dois extremos: de um lado o custo das instalações de
tratamento dos efluentes, que aumenta com o grau de tratamento exigido, e de outro, a capacidade do
corpo receptor de assimilar esta poluição excedente, efetuando o tratamento final (TUCCI et al., 2000).
Dentre os diversos tipos de resíduos, têm-se os resíduos de serviços de saúde, os quais são muito
nocivos ao ambiente, pois possuem grande diversidade de compostos poluentes, e assim merecem
atenção especial.
Os hospitais utilizam uma variedade de substâncias químicas, tais como fármacos,
radionuclídeos, solventes, desinfetantes para fins médicos, meios para diagnósticos e investigação
(EMMANUEL et al., 2005). Após a utilização, algumas destas substâncias entram no efluente hospitalar
alcançando as águas residuais urbanas e a rede municipal de esgotos geralmente sem tratamento
preliminar; podendo representar uma fonte de liberação de muitas substâncias xicas no ambiente
aquático (KUMMERER et al., 2004).
Os resíduos de serviços de diagnóstico radiológico constituem um desafio com múltiplas
interfaces, uma vez que, além das questões ambientais inerentes a qualquer tipo de resíduo,
incorporam uma preocupação maior no que tange ao controle de poluentes químicos concernentes aos
ambientes de saúde pública e ambiental (RIBEIRO, 2004).
Nos procedimentos de diagnóstico radiológico geração de imagens, utilizando-se emissões
de raios-X para se obter películas radiográficas. O processamento das radiografias envolve quatro
etapas: revelação, fixação, enxágüe e secagem (PISTÓIA et al., 2004). Efluentes típicos desse
processamento o caracterizados por elevados valores de Demanda Química de Oxigênio (DQO), na
faixa de 200 g/l (STALIKAS et al.,2001). Entretanto, estes efluentes não contêm somente os
componentes iniciais do processamento fotográfico, mas também uma variedade de substâncias
resultantes de reações químicas destes agentes com a prata. (BENDASSOLLI et al., 2003).
O panorama atual dos hospitais, clínicas e órgãos afins sinaliza que carência em
investimento para o aprimoramento de profissionais, processos e equipamentos e, como agravamento,
pouco tem sido feito para controlar o impacto ambiental causado por efluentes originados de serviços
de radiodiagnóstico (PAOLIELLO & De CAPITANI, 2007). Como suporte fundamental de apoio a várias
áreas da medicina, o serviço de diagnóstico por imagem denota não conformidades dessa prática com
os balizadores normativos vigentes no país, no aspecto ambiental, incluindo potenciais impactadores
ambientais com a geração de efluentes como as soluções reveladoras e fixadoras, que contém
inúmeras substâncias de alto poder toxicológico e contém ainda a prata, um metal pesado, o que por si
agrava o contexto.
A compreensão das relações entre saneamento, saúde pública e meio ambiente constitui etapa
importante no desenvolvimento de um modelo de planejamento de sistemas de esgotamento sanitário
hospitalar. Em termos de planejamento, a identificação e análise dos efeitos advindos da
implementação de determinado sistema, deve conferir meios para se estabelecer uma certa ordem de
prioridades e apontar o direcionamento mais adequado das ações.
O contato de poluentes dos serviços de saúde com os ecossistemas aquáticos leva a um risco
diretamente relacionado com a existência de substâncias perigosas que poderia ter efeitos
potencialmente negativos sobre o equilíbrio biológico dos ambientes naturais. No contexto da descarga
de tais efluentes nas águas residuais e daí para o ecossistema aquático, a exposição da população à
substâncias perigosas requer considerar os possíveis riscos e agravos para a saúde pública.
A resolução número 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 2005), no seu
capítulo IV, Artigos 24 e 30, proíbe o lançamento de efluentes, direto ou indireto nos corpos de água,
sem o devido tratamento e sua diluição com águas de melhor qualidade. Desse modo, pretende-se
com esse estudo de avaliação das ações de gestão dos efluentes do processamento de exames
radiográficos na região de Corumbá, MS, contribuir para ações ambientais pautadas nas orientações
técnicas que devem balizá-las.
I.1 PERGUNTAS CONDUTORAS
Para o delineamento do estudo, vale ressaltar algumas questões norteadoras, tais como:
1. Como é realizado o tratamento dos resíduos gerados por unidades e serviços de saúde na
área de diagnósticos por imagens radiográficas da região de Corumbá, MS?
2. Estas unidades e serviços de radiodiagnósticos atendem às exigências sanitárias e ambientais
relativas ao gerenciamento dos efluentes gerados?
3. Estas unidades e serviços de radiodiagnósticos possuem Plano de Gerenciamento de
Resíduos de Serviços de Saúde- PGRSS, e, em caso afirmativo, o Plano é aplicado
efetivamente?
I.2 JUSTIFICATIVA
Um sistema de gerenciamento de resíduos eficiente permite que a organização atinja o nível de
excelência de desempenho ambiental e promova sua melhoria contínua ao longo do tempo. Consiste,
essencialmente, no planejamento de sua atividade, visando à eliminação ou minimização dos impactos
ao meio ambiente, resultando em balanços mais positivos entre os benefícios e os prejuízos dela
decorrentes, seja para a saúde dos ecossistemas, da fauna ou da população em geral.
O contínuo desenvolvimento da ciência médica, onde a todo o momento são incorporadas
novas tecnologias aos métodos para diagnóstico e tratamento, como a imaginologia digital, nem
sempre chega com a mesma velocidade aos estabelecimentos de saúde, seja por entraves
econômicos ou dificuldades inerentes aos recursos humanos envolvidos na atividade.
Os resíduos gerados nos serviços radiológicos causam riscos à saúde pública e ocupacional
equivalente aos resíduos dos demais estabelecimentos de saúde, existindo ainda o perigo potencial
para a fauna hídrica.
Corumbá, considerada a capital do Pantanal, goza de visibilidade mundial pela indústria do
turismo e ecologia. Na cidade de Corumbá não existe sistema de tratamento de esgoto e todos os
efluentes domiciliares, comerciais e provenientes dos serviços de saúde são lançados, direta ou
indiretamente e em diferentes momentos, sem tratamento prévio adequado no Rio Paraguai, maior rio
da Bacia Pantaneira.
A cidade possui uma população de aproximadamente cem mil habitantes, além de quase
cinquenta mil moradores dos municípios de Ladário e do vizinho país Bolívia, que usam os serviços de
saúde especializados ali instalados, em especial os de diagnóstico por imagem.
Corumbá e o município vizinho, Ladário, possuem juntos dois hospitais; seis unidades de
saúde (duas públicas e quatro privadas), duas clínicas de radiologia odontológica, uma clínica
veterinária e aproximadamente 65 clínicas e consultórios odontológicos isolados que realizam exames
radiográficos rotineiramente, além de diversas gráficas e laboratórios fotográficos que geram efluentes
com as mesmas características.
O recolhimento dos resíduos de serviços de saúde é realizado pela mesma empresa
responsável pelo recolhimento dos resíduos urbanos, tendo ambos o mesmo destino final - o lixão
municipal.
Não estimativa sobre o volume de resíduos e efluentes gerados pelos estabelecimentos de
saúde e não é certo se todas as unidades possuem o PGRSS ou mesmo se aplicam as normas e
princípios sanitários e ambientais quanto ao gerenciamento de seus resíduos.
Nem sempre os gestores públicos estão aptos a regularem e fiscalizarem a aplicação das
normas ambientais e a demanda cada vez maior pelos serviços de diagnóstico por imagem trás
consigo um aumento da produção de resíduos e efluentes potencialmente prejudiciais ao meio
ambiente, em especial à vida aquática do ecossistema pantaneiro.
Assim, este estudo pretende quantificar os efluentes radiográficos gerados nos
estabelecimentos de saúde geradores, conhecer o destino final que lhes é dado e analisar o nível de
conhecimento dos trabalhadores nos serviços quanto às normas vigentes.
I.3 OBJETIVOS
I.3.1 Objetivo Geral
Avaliar a gestão dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) na área de diagnósticos por
imagens radiográficas na região de Corumbá, MS.
I.3.2 Objetivos Específicos
i. Estimar quantitativamente os efluentes gerados nas unidades e serviços de diagnósticos por
imagens radiográficas.
ii. Analisar a gestão dos Resíduos de Serviços de Saúde gerados, em especial em sua
destinação final.
iii. Analisar o conhecimento dos técnicos em radiologia e responsáveis técnicos ou
administrativos, quanto às práticas intra-unidades e sobre o conhecimento das normas
aplicáveis aos serviços.
II. REFERENCIAL TEÓRICO
Para cumprir sua atribuição, os estabelecimentos de saúde utilizam água, energia e diferentes
materiais, gerando efluentes líquidos e uma grande variedade de resíduos sólidos que necessitarão de
um gerenciamento adequado, se constituindo em fontes importantes de contaminação para o ambiente
e para a população (SISINNO & MOREIRA, 2005).
Até a década de 1980, os resíduos gerados em unidades e estabelecimentos de saúde
hospitalares eram classificados pela Norma Brasileira da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(NBR) 10004/1987, reeditada em 2004 (ABNT, 2004), como resíduos perigosos e eram
generalizadamente chamados de “lixo hospitalar”. A partir da NBR 12807/1993 (ABNT 1993), foi
introduzida a expressão resíduos de serviços de saúde, definidos como resíduos produzidos por
todos os estabelecimentos voltados para a saúde humana ou animal, de hospitais a clínicas
veterinárias, ambulatórios e consultórios médicos e odontológicos isolados, laboratórios e farmácias
(SISINNO & MOREIRA, 2005; PILGER & SCHENATO, 2008).
Em 1993 foi editada a Resolução Nº 5 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA),
que estabeleceu definições para a classificação dos resíduos de saúde e procedimentos para seu
gerenciamento. Em 2001 foi editada a Resolução CONAMA 283, que, atualizando e complementando a
anterior, classificou os resíduos em quatro grupos (CAETANO & GOMES 2006).
Em 2003 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou a Resolução da
Diretoria Colegiada (RDC) 33, que modifica a classificação para cinco grupos. Esta RDC 33 foi
revogada pela RDC 306/2004, que buscou harmonizar e integrar os conceitos da Resolução CONAMA
283 e da RDC 33. O CONAMA publicou em 2005 a Resolução 358, correspondente da RDC 306 para
aquele órgão ambiental. Ambas classificam os RSS em cinco grupos (CAETANO & GOMES 2006):
A. Infectantes resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas
características podem apresentar risco de infecção;
B. Químicos resíduos contendo substancias químicas que podem apresentar risco à saúde ou
ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade e toxicidade;
C. Radiativos quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham
radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificadas em normas do
CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista;
D. Resíduos Comuns que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou
ao meio ambiente, podendo equiparados aos resíduos domiciliares, e
E. Perfurocortantes ou escarificantes.
A Resolução número 358 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 2005) classifica
os efluentes reveladores e fixadores no Grupo B, que se não forem submetidos a processo de
reutilização, recuperação ou reciclagem, devem ser submetidos a tratamento e disposição final
específicos. No seu Artigo 11, determina que os efluentes líquidos procedentes de prestadores de
serviços de saúde, para serem lançados na rede pública coletora de esgoto, devem atender às normas
estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes.
Além de rever a classificação, a RDC 306 também define a obrigatoriedade do estabelecimento
gerador de elaborar o PGRSS, que é o documento que estabelece diretrizes de manejo desses
resíduos de acordo com suas características e riscos, devendo contemplar: segregação,
acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento intermediário e temporário, coleta,
transporte externo e destinação final (SISINNO & MOREIRA, 2005; PILGER & SCHENATO, 2008).
Diversos autores concordam que os princípios que devem orientar o gerenciamento de
resíduos são a redução, segregação e reciclagem (GARCIA & ZANETTI-RAMOS, 2004; PILGER &
SCHENATO, 2008). Segundo Sisinno & Moreira (2005) os princípios da ecoeficiência no PGRSS
deveriam privilegiar, nessa ordem de prioridade: não geração, redução da geração, reciclagem e
tratamento ou disposição final. Por outro lado, vários fatores que contribuem para o aumento da
geração de RSS, como tipo e tamanho do estabelecimento de saúde; quantidade de serviços
oferecidos; quantidade de pacientes atendidos; procedimentos adotados, entre outros. Entre os
benefícios da correta classificação dos resíduos está o manuseio mais eficiente, econômico e seguro,
facilitando a segregação apropriada, com menores riscos no manuseio e custos no tratamento
(PILGER & SCHENATO, 2008).
Na área da saúde, os resíduos produzidos representam um risco em potencial de danos à
saúde do usuário e do trabalhador que nela atua, bem como ao próprio meio ambiente
(TAKAYANAGUI, 1993; SILVA et al., 2002). No Brasil não estatísticas precisas a respeito do
número de geradores, nem da quantidade de resíduos de serviços de saúde gerada diariamente, mas
estima-se que 1% das 228.413 toneladas de lixo coletadas diariamente no Brasil, no ano 2000, ou seja,
2.300 ton./dia, correspondam a RSS (GARCIA & ZANETTI-RAMOS, 2004). Segundo Silva & Hoppe
(2005), a taxa média brasileira de geração de RSS equivale a 2,63 kg/leito diários.
A noção de riscos à saúde pública e meio ambiente causados por RSS está muito ligada aos
componentes infectantes (SILVA et al., 2002). Os estabelecimentos de saúde demonstram uma
prioridade na separação e acondicionamento dos resíduos perfurocortantes e biológico-infectantes, e
os demais tipos são geralmente acondicionados sem uma perspectiva de reciclagem e são coletados
pelo serviço de coleta pública municipal, provavelmente pelo fato do conhecimento básico dos
servidores estar centrado na área de ciências da saúde, justificando o alto desempenho na gestão de
resíduos do Grupo A (SILVA & HOPPE, 2005).
Na direção contraria, autores como Rutala & Mayhall (1992), argumentam que os resíduos de
serviços de saúde não trazem riscos de infecção para a comunidade e o meio ambiente, já que não há
evidências cientificas que assim o comprovem.
Fleming & Oliveira (1999) além de afirmarem que os resíduos sólidos dos serviços de saúde
causam menos impacto ao meio ambiente que os resíduos sólidos domiciliares, citam Meyer (1991)
afirmando que a natureza química da poluição ambiental provocada por tais resíduos prevalece sobre a
natureza biológica.
Em média, os resíduos domésticos contêm mais microrganismos com potencial patogênico
para humanos do que os RSS (RUTALA & MAYHALL,1992). A maior parte da literatura, entretanto,
concorda que não se pode desprezar a contaminação ambiental provocada pelos RSS, haja vista a
precariedade em seu tratamento e disposição; e estudos demonstram a prevalência da prática do
“Comportamento do tudo ou nada”, a saber, ou todos os resíduos são segregados como perigosos ou
nada é separado (GARCIA & ZANETTI-RAMOS, 2004).
Os resíduos do Grupo B não têm recebido atenção necessária em todos os estabelecimentos
(SILVA & HOPPE, 2005). Como estes resíduos possuem potencial de causar ou contribuir para a
mortalidade ou apresentar um perigo substancial para a saúde humana e o meio ambiente, seu
gerenciamento e disposição inadequados se mostram preocupantes.
O serviço de diagnóstico por imagem é um dos mais importantes e utilizados instrumentos de
apoio às inúmeras áreas da saúde (FERNANDES & AZEVEDO, 2005; CARVALHO et al., 2006;
BORTOLETTO et al., 2007).
O processo de revelação é bastante antigo e grandes similaridades entre os processos de
formação de imagens gráficas, fotográficas e radiológicas, e serão aqui comumente tratados por
fotoprocessamento. Os filmes radiográficos são folhas de acetato de celulose revestidas por duas
camadas de emulsão de gelatina com haletos de prata, que, após expostos à radiação ionizante, ou à
luz, o excitados e os íons de prata são reduzidos à forma de prata metálica, formando uma imagem
latente (PISTÓIA et al., 2004; FERNANDES & AZEVEDO, 2005).
O processo de revelação se consiste de quatro etapas: revelação desta imagem latente;
fixação, que é a remoção da prata não reduzida; lavagem, para remoção dos excessos de soluções
reveladoras e fixadoras que podem prejudicar a qualidade da imagem, e a etapa da secagem (PISTÓIA
et al., 2004; FERNANDES & AZEVEDO, 2005). À medida que as soluções fotográficas são utilizadas
no fotoprocessamento, elas se esgotam, devendo ser substituídas por soluções novas, a fim de manter
a continuidade do processo e a qualidade da imagem. Esta é a origem dos efluentes radiográficos e
fotográficos (GOETTEMS & VACCO, 1997; HOCEVAR & RODRIGUES, 2002).
As características tanto do revelador quanto do fixador mostram que estes efluentes são, de
maneira geral, bastante poluentes (FERNANDES & AZEVEDO, 2005; CARVALHO et al., 2006). Além
dos componentes iniciais, estes efluentes contêm também uma variedade de substâncias resultantes
de reações químicas dos agentes reveladores com prata, oxigênio e outros componentes presentes, e
se caracterizam por altos valores de Demanda Química de Oxigênio (DQO) (GOETTEMS & VACCO,
1997; KODAK, 1999; FERNANDES & AZEVEDO, 2005).
A solução fixadora contém substâncias que são grandes consumidoras de oxigênio, em
especial o tiossulfito, além de ácido acético, sulfito de sódio e alúmen de potássio. a solução
reveladora contém compostos fenólicos (quinona e hidroquinina), metol, carbonatos e hidróxidos de
sódio e potássio, brometo de potássio e sulfito de sódio e apresenta um alto valor de pH, entre 5 e 9
(PISTÓIA et al., 2004).
A etapa de lavagem também gera efluentes com os mesmos componentes das soluções
fixadoras, reveladoras e seus subprodutos: hidroquinona, quinona, metol, tiossulfato de sódio, sulfito de
sódio, enxofre, ácido acético, acetato de sódio, ácido bórico e prata. As características destes efluentes
mostram que não devem ser descartados sem um tratamento devido (FERNANDES & AZEVEDO,
2005).
Segundo Fernandes et al. (2005), tem sido grande o investimento em áreas diversas da
medicina, porém são poucos os recursos utilizados para a diminuição dos impactos ambientais gerados
pelos efluentes de serviços de diagnóstico por imagem. Alguns estabelecimentos descartam seus
efluentes (fixador e revelador) no sistema público de coleta de esgoto sem tratamento necessário; um
segundo grupo vende a solução do fixador e películas rejeitadas a terceiros e descartam a solução de
revelador; o último grupo possui contrato com empresas fornecedoras de separadores eletrolíticos,
visando também a recuperação da prata presente na solução do fixador utilizado, sendo os líquidos
resultantes do processo descartadas sem tratamento.
Comparado com efluentes resultantes de atividades industriais e comerciais, os efluentes do
fotoprocessamento têm um volume relativamente baixo e as substâncias químicas resultantes
geralmente podem ser tratadas em estações de tratamento, na maioria dos casos não havendo
objeções quanto ao seu lançamento em uma estação de tratamento biológico (GOETTEMS & VACCO,
1997).
Os atuais processos de recuperação de prata tornam os resíduos de fotoprocessamento a
maior fonte de prata reciclada. Em 1997, o uso mundial de prata relacionado ao processo fotográfico foi
de 6.600 toneladas. Deste total, 2.024 toneladas foram usadas em filmes amadores e 2.480 toneladas
em processos radiológicos (HOCEVAR & RODRIGUES, 2002).
Para processamento desta prata, que está inserida no filme, são consumidos anualmente em
torno de 350 milhões de litros de produtos químicos (HOCEVAR & RODRIGUES, 2002). Entretanto,
apesar de a prata não estar inicialmente nas soluções de fotoprocessamento novas, ela é solubilizada
e removida dos filmes e papéis para os fixadores durante o processamento (GOETTEMS & VACCO,
1997).
Os métodos de remoção de prata mais utilizados não o capazes de degradar a matéria
orgânica dos efluentes de fotoprocessamento (RIZK & GIMENES, 2007). Goettems & Vacco (1997),
afirmam que o tratamento biológico secundário é recomendável enquanto tratamento final aceitável de
efluentes de fotoprocessamento e, desde que em quantidades moderadas, não devem causar danos
aos sistemas de tratamento biológico, sendo tratados de maneira satisfatória e podendo então ser
despejados no meio ambiente.
A introdução da tecnologia digital em radiologia, em substituição ao sistema convencional,
ainda possui entraves pelo alto custo dos equipamentos, restringindo o seu uso apenas nas clínicas
especializadas e centros de excelência em pesquisa (SALLES et al., 2002).
Como crítica ao modelo atual adotado para o controle do gerenciamento dos RSS no Brasil,
Machado & Moraes (2004) são favoráveis ao ...
“emprego de tecnologias de menor custo de implantação e operação, e de mais
fácil controle operacional, podendo ser admitida uma menor garantia quanto à
preservação ambiental em detrimento da exeqüibilidade de determinadas soluções. A
maximização do beneficio ambiental e à saúde publica pode ser conseguida com a
minimização dos riscos infecciosos atribuídos aos RSSS por meio de atendimento a
rigorosos procedimentos de biossegurança, urgindo a incorporação de novos paradigmas,
que preconizem a adoção de tecnologias ambientais ou limpas, conduzindo a não
geração, via redução, reutilização e reciclagem da ração de resíduos comuns. As
exigências legais e normativas devem adequar-se às realidades socioeconômicas e
culturais, além das condições geográficas e ambientais das diversas regiões do país”.
Leff (2001) in apud Araújo & Schor (2008), sinaliza que devemos abordar as questões dos RSS
como questões amplas, que envolvam posicionamentos, condutas, pesquisa, mudanças de
paradigmas, gestão publica bem organizada, regulamentação e fiscalização, perpassando diversas
escalas de análise.
Enquanto a maioria dos estabelecimentos não possua o PGRSS, a sua implementação apenas
para cumprimento de exigências legais o resolve o problema de geração dos resíduos (SISINNO &
MOREIRA, 2005; CAETANO & GOMES, 2006). O fato de um estabelecimento de saúde possuir um
plano de gerenciamento de resíduos não garante que sua direção esteja comprometida com os
conceitos ambientalmente conscientes e realmente adote medidas e comportamento adequados à
preservação e cuidados com o meio em que vive.
III. METODOLOGIA
Para visualizar o delineamento proposto no presente trabalho, observa-se, na Figura 1 o
macro fluxograma das atividades desenvolvidas.
Esse trabalho foi desenvolvido em três fases: a fase exploratória, a fase de coleta de dados e a
fase de análise e interpretação dos dados.
FIGURA 1. Fluxograma das atividades desenvolvidas
III.1 Caracterização do Sítio de Estudo
Foram investigadas nesta avaliação as unidades de radiodiagnóstico pertencentes aos
municípios de Corumbá e Ladário, Mato Grosso do Sul (Figura 2).
Geograficamente estes municípios se localizam a oeste do Estado, em faixa de fronteira com a
Bolívia, à margem direita do Rio Paraguai, o mais importante na formação do pantanal matogrossense,
considerado importante rio de integração internacional, pois em seus 2.620 km de extensão corta os
estados brasileiros de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de trechos nos países Bolívia e
Paraguai, até sua foz no Rio Paraná (WWF, 2001).
Corumbá, fundada em 21 de setembro de 1778, é o maior município em área do Estado de
Mato Grosso do Sul, com 64.960,86 km
2
de extensão, e o terceiro em população, com 99.196
habitantes, que somados aos 18.494 moradores do vizinho município de Ladário, distante 5 km,
totalizam 117.690 habitantes (IBGE, 2008). Contando os moradores das cidades bolivianas fronteiriças
de Puerto Quijaro e Puerto Suarez, encontra-se um valor aproximado de 140.000 potenciais usuários
dos serviços de radiodiagnóstico da região.
Corumbá apresenta valores percentuais que variam de 0,01 a 7,53 por cento de domicílios
ligados à rede de esgoto, um dos mais baixos de Mato Grosso do Sul (MS, 2002; FGV, 2009). Não
Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) em atividade e a utilização de fossas residenciais é bastante
freqüente e, em consequência, quase a totalidade dos efluentes domiciliares, comerciais e de serviços
de saúde é lançada em algum momento no leito do Rio Paraguai.
Quanto à legislação ambiental, Corumbá possui a Lei Municipal 1.665, de 18 de julho de 2001,
(CORUMBÁ, 2001a) e o Decreto Municipal nº 150/2001, de 09 de agosto de 2001 (CORUMBÁ, 2001b),
que a regulamenta, tratando do licenciamento ambiental no âmbito do município. Nestas normas, as
clínicas de radiologia são classificadas no Grupo II, com alto potencial poluidor, devendo apresentar
licenciamento ambiental, de acordo com critérios do órgão ambiental municipal. Tais normas ainda
obrigam todas as atividades poluidoras a se cadastrarem junto ao órgão municipal competente.
A coleta de resíduos dos serviços de saúde é realizada pela mesma empresa que realiza a
coleta dos resíduos domésticos. É utilizado um veículo diferenciado(FIGURA 18), que percorre as
unidades de saúde que solicitam a coleta diferenciada. Todo o material recolhido é lançado no lixão
municipal, em um espaço contíguo ao restante do espaço reservado para os demais tipos de resíduos,
e de tempos em tempos, são misturados com material não orgânico (aterro, terra e restos de
construção) e revolvidos (FIGURAS 19 a 21).
FIGURA 2. Mapa do Estado de Mato Grosso do Sul, destacando a localização de Corumbá
Fonte: http://www.corumba.ms.gov.br/
O Pantanal (Figura 3), considerado uma das maiores planícies alagadas do planeta, apresenta
flora e fauna de grande beleza e diversidade, com influências de biomas amazônicos, de cerrado, de
mata atlântica e chaco (UNESCO, 2009). Suas características geográficas provocam concentração e
isolamento da população humana nas poucas áreas não alagáveis. A cidade mais próxima da região,
Miranda, dista aproximadamente 227 km e a capital do Estado, Campo Grande, aproximadamente 440
km. A concentração populacional e as distâncias dificultam o fluxo de pessoas para realização de
exames radiográficos em outras localidades, bem como o deslocamento de pessoas de outras
localidades para realizar tais exames em Corumbá.
FIGURA 3. Localização do Pantanal Matogrossense
Fonte: http://www.corumba.ms.gov.br/
III.2 Atividade potencialmente poluidora e perfil dos estabelecimentos
No município de Corumbá existem dez unidades de saúde que oferecem serviços de
diagnóstico por imagem radiográfica e mais uma no município de Ladário: dois hospitais gerais; um
pronto-socorro; duas clínicas de radiologia odontológica; uma clínica veterinária; um hospital de
pequeno porte; uma clínica especializada em diagnósticos médicos por imagem; duas unidades
ambulatoriais e um centro de radiodiagnóstico médico e odontológico.
Hospital Naval de Ladário: hospital geral; atende população de militares das três forças da ativa,
da reserva e familiares; possui um aparelho de radiologia clínica.
Santa Casa de Corumbá: hospital geral; atende pacientes internados, oriundos do Sistema Único
de Saúde - SUS, convênios e particulares; possui um aparelho de radiologia clínica e um mamógrafo
que serve também à usuárias referenciadas.
Pronto Socorro Municipal: unidade de pronto atendimento às urgências e emergências; atende
demanda espontânea e referenciada de outras unidades do SUS; possui um aparelho de radiologia
clínica.
UBS Nova Corumbá: unidade de saúde municipal com atendimento em três turnos; atende
demanda própria e referenciada de outras unidades de saúde da região e do município de Ladário;
possui um aparelho de radiologia clínica
Clínica Prontomed: ambulatório e internações de pequena complexidade; atende clientela
própria, particulares e convênios; possui um aparelho de radiologia clínica e um tomógrafo de
processamento digital.
Radioclin: clínica de radiologia odontológica; atende clientela própria e convênios;
processamento digital; possui um aparelho de radiologia odontológica.
Clínica CDT: clínica de radiologia médica e odontológica; atende particulares e convênios; possui
um aparelho de radiologia clínica e um odontológico.
Radius: clínica de radiologia odontológica; atende clientela própria e convênios; processamento
manual; possui um aparelho de radiologia odontológica
Medimagem: ambulatório de especialidades e exames complementares; atende clientela própria
e referenciada, convênios e particulares; possui um aparelho de radiologia clinica e um mamógrafo.
Clínica Veterinária Corumbá: clínica veterinária; possui um aparelho de radiologia veterinária;
processamento manual.
Posto Médico do Exército: unidade ambulatorial; possui um aparelho de radiologia com
processamento automático; realiza exames radiográficos de baixa complexidade.
Destas, uma unidade não autorizou sua participação e outras duas foram excluídas da etapa de
estimação de efluentes, por não terem em seus registros dados suficientes que pudessem estimar o
volume de soluções processadoras geradas ou levantar o número de exames realizados.
As unidades serão, a partir deste momento, tratadas genericamente Unidades de A a J,
distribuídas aleatoriamente.
III.3 Desenvolvimento e Validação do instrumento de pesquisa de campo
Por este trabalho se constituir de um estudo qualitativo, quantitativo, de caráter exploratório,
descritivo e transversal, consistido de um processo sistemático de obtenção de dados observáveis e
quantificáveis (MINAYO & SANCHEZ, 1993), o instrumento utilizado visou caracterizar os fenômenos,
denotando as relações entre os conceitos estabelecidos e produzindo um perfil geral do fenômeno em
análise.
A validação do instrumento (MINAYO & SANCHEZ, 1993) se deu nas etapas de validade de
face, ou seja, de forma e vocabulário adequados; validade de conteúdo, realizada através do pré-teste
e de sua análise; e validade de traço ou construto, com ligação entre a teoria e as estimativas utilizadas
no instrumento.
Em dezembro de 2009 foi realizado pré-teste em uma das unidades participantes do estudo,
com aplicação do questionário inicial. Após os ajustes necessários foi finalizado o questionário, com
perguntas abertas e fechadas (ANEXO 2), aplicado aos técnicos em radiologia, responsáveis
administrativos ou técnicos das unidades participantes, inclusive daquela onde foi realizado o pré-teste,
e que teve como base as seguintes questões norteadoras:
Forma de descarte ou destinação final dos efluentes;
Conhecimento quanto às normas sanitárias e ambientais em vigor;
Conhecimento da existência no serviço de documentos legais exigidos, como alvará sanitário e
PGRSS.
III.4 Coleta de dados
Foi realizada em três etapas diferentes: aplicação dos questionários/entrevistas; levantamento
dos registros de atendimentos e realização de exames, e levantamento das trocas de soluções de
fotoprocessamento (revelador e fixador).
Foram realizadas 16 entrevistas. Seis unidade foram representadas pelo responsável técnico
ou administrativo e por um técnico de radiologia. Três unidades foram representadas pelos
responsáveis técnicos e uma unidade se fez representar apenas pelo técnico em radiologia, que o
responsável técnico também o era em outra unidade. O grupo de entrevistados foi composto por 05
médicos radiologistas, 02 cirurgiões-dentistas especialistas em radiologia odontológica, 01 médico
veterinário, 01 administrador e 07 cnicos em radiologia, sendo que 05 destes desempenhavam a
função de supervisores do serviço.
Os questionários foram preenchidos pelo pesquisador, de acordo com as opções de respostas
apontadas, que anotava também informações nas questões abertas.
Além do questionário, foi elaborada uma planilha a ser preenchida pelos técnicos de radiologia
com o objetivo de estimar o volume de efluentes gerados a partir das seguintes informações:
Data das trocas dos líquidos de processamento (fixador e revelador) realizadas;
Volume de efluentes utilizados em cada troca.
Através dos registros dos serviços constantes nos arquivos e sistemas gerenciais, foram
levantadas ainda as informações:
Quantidade de pacientes e exames radiográficos realizados, separados nas categorias exames
de radiologia clínica, exames de radiologia odontológica extra-bucal, exames contrastados e
mamografias, nos anos de 2005 a 2009, quando disponíveis;
Quantidade de pacientes e exames radiográficos realizados, nas mesmas categorias do item
anterior, no período entre os intervalos anotados pelos técnicos.
III.5 Cálculo da Estimativa
Os serviços forneceram a quantidade de usuários atendidos e de exames realizados nos anos
de 2005 a 2009, de acordo com os dados existentes em seus arquivos. Os anos que tiveram
comprometimento da continuidade dos dados ou falhas nos seus registros, impossibilitando o
levantamento da quantidade de atendimentos realizados, foram excluídos do estudo. Em uma planilha
deixada com os técnicos em radiologia foram anotados os dias em que eram feitas as trocas das
soluções reveladora e fixadora, bem como o volume utilizado em cada uma das trocas.
A administração da Unidade C optou por, dado o pequeno volume de soluções utilizado e a
organização do seu serviço, fornecer o exato volume de soluções processadoras gerado no serviço,
comprovado através das notas fiscais de compra, para os anos de 2006, ano em que iniciou suas
atividades, até 2009.
Nas unidades onde não se pode levantar o exato volume das soluções consumidas nos anos
de estudo, este volume foi levantado por estimativa.
Para estimar este volume, foi aplicado o seguinte procedimento: com os dados fornecidos
pelos serviços durante o intervalo entre as trocas realizadas de revelador e fixador, calculou-se o
rendimento destas soluções, utilizando a fórmula:
R =N / V Eq. 1
onde R representa o rendimento a calcular, N representa o número de exames realizados, e V
representa o volume em litros de soluções fixadora ou reveladora usados. O período utilizado no
cálculo foi o dia da primeira troca anotada até a véspera da última anotação dos técnicos responsáveis
pela troca e renovação das soluções processadoras, denominado neste estudo de período inter-trocas.
A unidade de R é nº exames /L.
Com o rendimento R calculado, este será aplicado sobre o total de exames realizados
anualmente nos serviços, segundo seus registros, obtendo, assim, o volume estimado de soluções
para aquele período.
Na unidade A houve acesso aos registros de aquisição de soluções reveladora e processadora.
Para fins de validação da técnica utilizada na estimação do volume de efluentes, os valores estimados
para a unidade A foram confrontados com o volume real destes efluentes gerados.
Para a análise das informações foi construído um banco de dados com o software Excel 2003
(Microsoft Corporation) e para levantamento de dados junto ao DATASUS, foi utilizado o programa
Tabwin (Datasus).
IV. Aspectos Éticos
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública
FIOCRUZ, parecer 201/09, CAAE: 0215.0.031.000-09. Todos os sujeitos receberam informações
sobre a pesquisa, assinando o formulário do consentimento informado antes de participar, sendo
assegurados o anonimato e a confidencialidade.
V. RESULTADOS e DISCUSSÃO
A Tabela 1 apresenta dados reais da quantidade de exames e do volume de efluentes gerados
na unidade A.
TABELA 1 - Quantidade de exames realizados, volume de soluções processadoras adquiridas e rendimento calculado (
exames/L), na unidade A, para cada ano e para o conjunto de anos, Corumbá, 2005 a 2009
Ano
Nº exames
Revelador
Fixador
Volume (L)
Rendimento
(nº exames/L)
Volume (L)
Rendimento
(nº exames/L)
2005
8521
352
24,21
274
31,10
2006
5237
198
26,45
158
33,15
2007
6728
350
19,22
192
35,04
2008
7894
342
23,08
190
41,55
2009
6619
304
21,77
190
34,83
2005-2009
34999
1546
22,64
1004
34,86
A Tabela 2 exibe as informações anotadas pelos técnicos durante as trocas de soluções
processadoras em todas as unidades pesquisadas, bem como os dados levantados sobre o
atendimento neste período inter-trocas, em cada uma das unidades.
TABELA 2 - Número de exames realizados nas unidades pesquisadas, volume de soluções processadoras trocadas e seu
rendimento, durante período inter-trocas, Corumbá, 2010
Unidades
Nº exames
Revelador
Fixador
Volume (L)
Rendimento
(nº exames/L)
Volume (L)
Rendimento
(nº exames/L)
A
1948
76
25,63
58
33,59
D
2563
152
16,86
114
16,46
F
1402
76
18,45
76
18,45
G
64
20
3,20
20
3,20
H
973
114
8,54
76
10,32
I
574
50
11,48
50
11,48
J
2200
114
19,30
114
19,30
As unidades B, C e E não participaram desta etapa do estudo. A unidade B não possuía dados
que possibilitassem estimar o rendimento e volume nos períodos anteriores. A Unidade C apresenta
em sua rotina atual processamento digital, não gerando efluentes de processamento, desde janeiro de
2010. A unidade E tem suas atividades paralisadas desde meados de julho de 2009 devido a
adequações de infra-estrutura.
Os valores encontrados na estimativa de rendimento (nº exames/L) no período inter-trocas
para a Unidade A (25,63 e 33,59 para revelador e fixador, respectivamente) são similares ao
rendimento médio real para o conjunto de anos de 2005 a 2009 (22,64 - 34,86) e se encaixam entre os
valores máximos e mínimos encontrados na Tabela 1, o que permite estender a utilização deste
procedimento de estimativa do volume de efluentes gerados para um determinado período, nas outras
unidades.
Para a Unidade E existem registros de 5.270 exames realizados no período de 14 de fevereiro
a 25 de junho de 2008 e de 10.339 exames realizados no primeiro semestre de 2009. Estes dados
estão inseridos na Tabela 3 para demonstrar que esta unidade realiza muito mais exames que as
outras unidades individualmente, e sua ausência impactou negativamente sobre o estudo, uma vez que
não puderam ser utilizados na estimativa de efluentes gerados.
A Tabela 3 traz o número de exames realizados, para cada Unidade e ano de estudo,
separados ainda por tipo de exame.
TABELA 3 - Número de exames realizados, por tipo de exame e por unidade, Corumbá, 2005 a 2009
1
: Unidade E não possui registros completos para nenhum ano do estudo, os dados anotados são parciais.
2
: Unidade F iniciou suas atividades em dezembro de 2008, tendo sido excluído este período.
3
: Unidade I só apresentou registros completos para os anos de 2008 e 2009.
4
: Unidade J não apresentou registros do ano de 2005.
Ano
Tipo de Exame
Radiográfico
Unidades
A
D
E
1
F
2
G
H
I
3
J
4
2005
Clínico
8521
4733
-
-
-
3851
-
-
Odontológico
-
-
-
-
-
-
-
-
Contrastado
-
240
-
-
-
-
-
-
Mamografia
-
998
-
-
-
-
-
-
Veterinário
-
-
-
-
65
-
-
-
Total 2005
8521
5971
-
-
65
3851
-
-
2006
Clínico
4850
5467
-
-
-
4170
-
4475
Odontológico
387
-
-
-
-
-
-
-
Contrastado
-
287
-
-
-
-
-
72
Mamografia
-
1244
-
-
-
-
-
59
Veterinário
-
-
-
50
-
-
-
Total 2006
5237
6998
-
-
50
4170
-
4606
2007
Clínico
5324
4978
-
-
-
3594
-
3021
Odontológico
1404
-
-
-
-
-
-
-
Contrastado
-
385
-
-
-
-
-
12
Mamografia
-
1641
-
-
-
-
-
136
Veterinário
-
-
-
-
109
-
-
-
Total 2007
6728
7004
-
-
109
3594
-
3169
2008
Clínico
5984
5881
5270
-
-
4939
2705
4922
Odontológico
1910
-
-
-
-
-
-
-
Contrastado
-
441
-
-
-
-
23
31
Mamografia
-
1456
-
-
-
-
-
1240
Veterinário
-
-
-
-
132
-
-
-
Total 2008
7894
7778
5270
-
132
4939
2728
6193
2009
Clínico
4289
6483
10339
5342
-
4480
2386
4436
Odontológico
2330
-
-
-
-
-
-
-
Contrastado
-
441
-
-
-
-
51
27
Mamografia
-
1847
-
-
-
-
-
1381
Veterinário
-
-
-
-
140
-
-
-
Total 2009
6619
8771
10339
5342
140
4480
2437
5844
Total
34999
36522
15609
5342
496
21034
5165
19812
A Tabela 4 apresenta o volume estimado em litros das soluções processadoras, analisado por
tipo, unidades e período de geração.
TABELA 4 - Volume estimado em litros de soluções processadoras gerado, por tipo de solução e por Unidade,
Corumbá, período de 2005 a 2009
1:
volume real, não estimado
Ano Solução
Unidades
Total
A
C
1
D
F
G
H
I
J
2005
Revelador
332
354
-
20
451
-
-
1157
Fixador
254
363
-
20
373
-
-
1010
2006
Revelador
208
28
415
-
16
488
-
239
1366
Fixador
159
28
425
-
16
404
-
239
1243
2007
Revelador
245
38
415
-
34
421
-
164
1279
Fixador
200
38
425
-
34
348
-
164
1171
2008
Revelador
308
38
460
-
41
578
238
321
1946
Fixador
235
38
472
-
41
478
238
321
1785
2009
Revelador
258
38
520
290
44
525
212
303
2152
Fixador
197
38
533
290
44
434
212
303
2013
Total
Revelador
1351
142
2164
290
155
2463
450
1027
8042
Fixador
1045
142
2218
290
155
2037
450
1027
7364
A Tabela 5 mostra o quantitativo de usuários atendidos e de exames realizados no período de
estudo, incluindo os dados parciais da Unidade E.
TABELA 5 Número de usuários atendidos e de exames radiográficos realizados, por ano e tipo de exame,
Corumbá 2005 a 2009
Variáveis
2005
2006
2007
2008
2009
Usuários
Radiologia Clínica
14876
16839
15124
21498
23957
Radiologia odontológica
-
286
1048
1328
1596
Exames contrastados
240
356
389
479
510
Mamografia
998
1303
1777
2696
3228
Total
16114
18784
18338
26001
25004
Exames
Radiologia Clínica
17105
18962
16917
28311
37447
Radiologia odontológica
387
1404
1910
2330
Exames contrastados
240
359
397
483
519
Mamografia
998
1303
1777
2696
3228
Radiologia veterinária
(1)
65
50
109
132
140
Total
18408
21061
20604
33532
43664
A categoria “Radiologia veterinária” só foi incluída na variável “Exames
Mesmo não sendo um dos objetivos do presente estudo, os dados disponíveis permitiram
comparar os registros dos sistemas oficiais de informações do Ministério da Saúde com os registros
das unidades estudadas.
A Portaria 1101/GM, (MS, 2002) publicada em 12 de junho de 2002 pelo Ministério da
Saúde, estabeleceu parâmetros de cobertura assistencial no âmbito do Sistema Único de Saúde, com
objetivo de orientar as ações de planejamento, programação e controle das ações de saúde
desenvolvidas nos três níveis de governo. Estes parâmetros tem sido, desde então, amplamente
utilizados para fins de elaboração de PPIs Programação Pactuada e Integrada; de planejamento
orçamentário e de ações de saúde.
Para os serviços de apoio ao diagnóstico, incluindo serviços de radiologia, a portaria fornece
uma fórmula de cálculo indireta, baseada na populacional local. ainda uma estimativa de cálculo
baseada no número de consultas médicas em suas diferentes clínicas: básica ou especializadas.
A portaria parametriza entre duas e três consultas médicas por cada habitante/ano e que de
cinco a oito por cento destas consultas irão gerar um procedimento de radiodiagnóstico, sendo que do
total gerado, 99,40 serão de raios-X simples, contrastados ou de média complexidade, e 0,60℅
serão de procedimentos especiais em radiodiagnóstico.
Segundo esta portaria, os 117.690 habitantes (IBGE, 2008) dos municípios de Corumbá e
Ladário, gerariam entre 235.380 e 353.070 consultas médicas, que por sua vez iriam produzir entre
11.769 e 28.246 exames de radiodiagnóstico. Este estudo encontrou, para o ano de 2008, 33.532
exames realizados nas diversas unidades dos dois municípios, lembrando que os dados na Unidade E,
a que mais os realiza, são parciais.
O presente trabalho levantou que para o ano de 2009 foram realizados 43.664 exames
radiográficos. Destes, 21.525 foram realizados em unidades públicas ou vinculadas ao SUS. Dados do
DATASUS, disponíveis no seu sítio de internet através dos sistemas Tabnet/Tabwin, entretanto,
demonstram que foram apresentados, dentro do SUS, 13.499 exames radiográficos, sendo 11.298
realizados ambulatorialmente e 2.201 realizados em ambiente hospitalar. Necessário se faz ressalvar
dois pontos: 1- que os procedimentos radiográficos não apresentados para faturamento, ou faturados e
não autorizados pelos sistemas de controle do Sistema Único de Saúde, não aparecem nos dados do
DATASUS, ou seja, o número de exames efetivamente realizados dentro do SUS é virtualmente maior,
porém incluído dentro dos valores demonstrados neste estudo; 2- que uma das unidades vinculadas
ao SUS também atende outros convênio e uma pequena parcela dos seus exames radiográficos
ambulatoriais não estão vinculados ao Sistema Único.
Os resultados advindos das entrevistas realizadas nos serviços do presente estudo são
explicitados nas tabelas subsequentes (Tabelas 6 a 10). A Tabela 6 apresenta um perfil dos
entrevistados: profissão, tempo de formado e de trabalho na área de radiologia, faixa etária e função
exercida no serviço.
TABELA 6 Perfil dos entrevistados, segundo algumas características
sociodemográficas e de trabalho, Corumbá - 2010 (n=16)
Variáveis
Nº.
%
Profissão
Técnico em radiologia
7
43,7
Médico
5
31,2
Cirurgião-dentista
2
12,5
Veterinário
1
6,3
Administrador
1
6,3
Escolaridade
Pós-graduação
8
50,0
Superior
3
18,7
Nível médio
5
31,3
Faixa Etária
Menor que 30
1
6,2
De 30 a 39
3
18,7
De 40 a 49
5
31,3
De 50 a 59
5
31,3
Maior que 59
2
12,5
Tempo de formado
Menor que 10
4
25,0
De 10 a 19
2
12,5
De 20 a 29
6
37,5
De 30 a 39
2
12,5
Maior que 39
2
12,5
Tempo de trabalho em radiologia
Menor que 10
6
37,5
De 10 a 19
4
25,0
De 20 a 29
3
18,7
De 30 a 39
2
12,5
Maior que 39
1
6,3
Função exercida no serviço
Responsável técnico
7
43,7
Responsável administrativo
1
6,3
Proprietário
1
6,3
Técnico em radiologia
2
12,5
Supervisor técnico em
radiologia
5
31,2
A Tabela 7 mostra o grau de conhecimento básico sobre manejo dos RSS, de acordo com sua
categoria profissional.
TABELA 7 Conhecimento dos entrevistados sobre manejo de resíduos, por profissão, Corumbá 2010
Questões
Médicos
n=5
Técnicos em
radiologia n=7
Cirurgiões-
dentistas
n=2
Outros
n=2
Tem conhecimento de norma ou ato
legal sobre manejo de resíduos?
Sim *
1
-
-
-
Não
4
7
2
2
Teve capacitação sobre manejos de
resíduos?
Sim
-
5
2
-
Não
5
2
-
2
Considera que a disposição dos
efluentes está de acordo com
legislação ambiental e sanitária?
Sim
2
6
-
1
Não
1
1
1
1
Não se aplica/ não respondeu
2
-
1
-
Nota: * Respondeu “Sim”, mas indicou a norma errada.
Apesar de apenas um profissional ter respondido conhecer a norma ou ato legal que disciplina
o manejo dos RSS, oito entrevistados afirmaram considerar que o estabelecimento cumpria a
legislação ambiental e sanitária vigente e nove disseram que não tiveram nenhuma capacitação sobre
o manejo dos RSS.
A Tabela 8 demonstra o envolvimento dos entrevistados sobre aspectos administrativos
vinculados ao gerenciamento de RSS nas unidades.
TABELA 8 Situação dos serviços/unidades, segundo os entrevistados, Corumbá 2010
Variáveis
Médicos
n=5
Técnicos em
radiologia n=7
Cirurgiões-
dentistas
n=2
Outros
n=2
Possuir Alvará de Localização
Sim
3
5
2
2
Não
-
-
-
-
Não sabe/não respondeu
2
2
-
-
Possuir Alvará Sanitário
Sim
4
6
2
2
Não
-
-
-
-
Não sabe/não respondeu
1
1
-
-
Possuir PGRSS
Sim
1
1
1
1
Não
-
1
1
1
Não sabe/não respondeu
4
5
-
-
Dos entrevistados, chama a atenção que cinco de sete cnicos em radiologia e quatro dos
médicos afirmaram não saber se o estabelecimento possuía o PGRSS. A RDC 306 (ANVISA, 2004),
estabelece que aos serviços de radiodiagnóstico, assim como qualquer estabelecimento de saúde
gerador de resíduos, compete: indicar um responsável pela elaboração, implantação e execução do
PGRSS no âmbito de sue estabelecimento, podendo ser o próprio Responsável Técnico do serviço; e
promover capacitação e treinamento de todo o pessoal envolvido no manejo de resíduos e requerer às
empresas prestadoras de serviços terceirizados a apresentação de licença ambiental para o tratamento
ou disposição final dos resíduos de serviços de saúde. Na ausência de outro responsável indicado
formalmente pelo serviço, parece claro concluir que o Responsável Técnico do serviço é também o
responsável pela implantação do PGRSS no estabelecimento e, portanto, deve estar a par daquilo que a
RDC determina como obrigação, entre outros: promover programas de capacitação de todo o pessoal
envolvido e cuidar para que as empresas terceirizadas para coleta, transporte e destinação final sejam
cumpridoras da legislação ambiental em vigor.
A Tabela 9 apresenta quais os resíduos indicados pelos entrevistados como resultado da
atividade das unidades de radiodiagnóstico.
TABELA 9 Resíduos gerados nos estabelecimentos, segundo
número de respostas dadas pelos entrevistados,
Corumbá - 2010
Variáveis
Nº.
Revelador
13
Fixador
13
Películas
6
Seringas
3
Agulhas
3
Gazes
3
Frascos de medicamentos
2
Luvas
2
Prata
2
Radiação
1
Outros
11
Não sabem/não responderam
2
Total
61
Nem todos os entrevistados mencionaram as soluções fixadora e reveladora e um entrevistado
mencionou “radiação” como resíduo gerado. As soluções fixadora e reveladora e as películas
rejeitadas, a princípio, deveriam ser citadas por todos os que trabalham em estabelecimentos de
radiodiagnóstico não digitalizados. A radiação utilizada para a produção de raios-X é gerada com o uso
de energia elétrica e cessa quando interrompida a sua transmissão, não sendo considerada resíduo.
Na questão demonstrada pela Tabela 10, a seguir, os entrevistados respondiam abertamente
como era dada a disposição final dos efluentes nos estabelecimentos, sendo as respostas foram
agrupadas como se segue.
TABELA 10 Disposição dos efluentes nos estabelecimentos, segundo
número de respostas dadas pelos entrevistados, Corumbá -
2010
Variáveis
Nº.
%
Armazenados em galões e
aguardando recolhimento
8
50,0
Recolhidos por uma pessoa ou
empresa
4
25,0
Não se aplica
1
6,3
Não sabem/não responderam
3
18,7
Total
16
100,0
Ao contrário da água resultante da lavagem, que em todas as unidades do estudo era
despejada na rede de coleta de águas pluviais ou servidas, que são diretamente lançadas no Rio
Paraguai, em nenhum dos estabelecimentos observou-se esta prática com as soluções reveladora ou
fixadora (Anexo 1). Entretanto, oito dos entrevistados afirmaram que estas soluções estavam sendo
armazenadas e aguardando que fossem recolhidas; quatro afirmaram que elas haviam sido recolhidas,
não identificando se por agente habilitado ou não para o seu tratamento e destino adequado. Nenhum
dos estabelecimentos usa estações de separação eletrolítica, que retira a prata, mistura as soluções de
diferente pH e despeja tal mistura na rede coletora.
Outras questões abordadas nas entrevistas merecem destaque. Apenas dois dos
estabelecimentos realizam processamento manual e nove dos entrevistados afirmaram que são
utilizados filmes e soluções processadoras da mesma marca comercial.
Dos entrevistados, nenhum afirmou que o estabelecimento possuía um Programa de Controle
de Qualidade instituído. A Portaria 453/SVS-MS, de 01 de junho de 1998 (MS, 1998), estabelece que
os estabelecimentos de radiodiagnóstico médicos e odontológicos devem implantar um programa de
garantia de qualidade, voltado principalmente para controle de emissão de radiação, controle da
exposição de pacientes e trabalhadores e controle da aceitação dos exames realizados, ajudando a
evitar também a repetição de exames e conseqüente geração de menor quantidade de resíduos e
efluentes.
A Portaria 453/SVS-MS (MS, 1998) ainda determina como uma das obrigações básicas das
unidades prestadoras de serviços de radiodiagnóstico manter assentamento de cada procedimento
radiológico. Quatro das unidades deste trabalho não cumprem esta obrigação e as falhas em seus
sistemas de registro ou arquivo provocaram prejuízos ao estudo proposto.
Dos entrevistados, onze afirmaram que faltam, por parte dos órgãos e instituições do poder
público, ações de orientação sobre o manejo dos resíduos produzidos nos estabelecimentos de saúde.
Os entrevistados fizeram algumas observações e sugestões no presente estudo, fruto da
expectativa criada na apresentação de alternativas para o problema criado pela estocagem e guarda
de grande volume de soluções de fotoprocessamento em seus estabelecimentos, como: devolução das
soluções ao fabricante, coleta pelo órgão municipal de vigilância sanitária, orientação e treinamento
aos funcionários dos serviços e fiscalização mais eficiente.
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A dissertação teve por finalidade contribuir para o debate sobre a necessidade de implantar
políticas públicas eficazes para a gestão dos efluentes do processamento de exames radiográficos na
região de Corumbá, contribuindo assim de forma significativa para a formação de diretrizes que
possam minimizar os impactos pelo descarte inadequado.
Este estudo buscou avaliar hospitais e clínicas prestadoras de serviços de diagnóstico por
imagem, nas quais foi analisada a forma de descarte dos efluentes gerados no processo.
A disposição imprópria dos efluentes do processamento de exames radiográficos cria
condições ambientais potencialmente graves e propiciam sua dispersão no ambiente, o que afeta,
conseqüentemente, a saúde pública e o ambiente.
Os problemas de gestão dos efluentes do processamento de exames radiográficos na região
de Corumbá, MS, são um fato, assim como a necessidade de resolvê-los. Com o crescimento
populacional e econômico da cidade também aumentaram as demandas dos serviços de saúde e
conseqüentemente os resíduos de suas atividades. Soma-se o fato do município não possuir uma
política pública eficaz para minimizar os problemas ambientais decorrentes do descarte inadequado
desses resíduos, haja vista que o município não dispõe de política de orientação para descarte
apropriado, nem alguma forma para tratamento prévio ao descarte.
Associar proteção ao meio ambiente com biossegurança e qualidade no atendimento parece
não ser ainda um conceito presente nos gestores das unidades de radiodiagnóstico da região de
Corumbá, sejam elas públicas ou privadas.
A implantação de um Programa de Garantia de Qualidade ajuda tanto na redução de RSS
quanto na melhora da qualidade do diagnóstico, seja em exames radiográficos clínicos, odontológicos
e em especial, nas mamografias. Nenhuma das unidades, segundo os entrevistados, possui este
Programa. Não possuí-lo não implica necessariamente que não se realizam ações que almejem
qualidade, mas que elas não estão organizadas de forma sistemática e que possam ser aplicadas e
seguidas continuadamente por todos os colaboradores do serviço ou do estabelecimento.
Manter equipamentos de processamento de radiografias em bom estado de conservação e
manutenção e corretamente regulados, bem como a utilização de soluções processadoras e filmes da
mesma marca comercial são ações que ajudam a diminuir a rejeição de exames, sua repetição,
geração de resíduos e efluentes e consequentemente os prejuízos.
A comparação dos dados oficiais do Ministério da Saúde com os dados colhidos neste estudo
demonstra que as informações disponíveis no sistema de informações do DATASUS o representam
a totalidade de exames radiográficos realizados dentro do Sistema Único de Saúde nos municípios de
Corumbá e Ladário, nos anos de 2008 e 2009.
A discrepância entre o quantitativo de exames gerados, de exames apresentados e de exames
parametrizados levanta a questão da efetividade dos parâmetros da Portaria 1101/GM (MS, 2002b),
pelo menos na área de radiodiagnóstico. Por ser um estudo localizado e restrito ao setor de
radiodiagnóstico, outros estudos mais abrangentes poderiam ou não confirmar esta conclusão.
As falhas encontradas nos sistemas de registros e arquivo das maiores unidades, em termos
de volume de exames radiográficos realizados, não permitiram uma estimativa mais fidedigna do
volume de efluentes gerados. A lógica da informação para faturamento deve ceder lugar ao
pensamento de que as informações devem ser preservadas para fins epidemiológicos, acadêmicos,
continuidade no tratamento e principalmente qualidade na assistência. Mesmo assim, o método
apresentado neste estudo para estimar o volume de efluentes químicos em radiologia poderá servir
como base ou parâmetro para estudos similares em outras regiões ou cidades com maior controle de
seus registros.
A Prefeitura Municipal de Corumbá, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, tem
normatizada a exigência de licenciamento ambiental para estabelecimentos de radiodiagnóstico e seria
interessante permitir que o PGRSS seja aceito como documento apropriado para este fim. Para tanto,
todavia, a necessidade em se capacitar fiscais e técnicos tanto da Secretaria de Meio Ambiente
quanto da Secretaria de Saúde do Município para, primeiro, compreenderem o PRGSS como
instrumento capaz de promover mudanças nas atitudes e na prestação ambientalmente correta de
serviços de saúde, e, segundo, agirem como multiplicadores aptos a orientar e educar, mais do que
fiscalizar e punir, estes mesmos prestadores.
No campo da legislação ambiental, existem normas e atos jurídicos em todas as esferas da
administração pública, demonstrando acima de tudo o papel controlador e punitivo do estado. Inovação
seria a aprovação de leis que trouxessem incentivos ao financiamento de equipamentos de radiologia
com processamento digital que eliminaria a geração dos resíduos químicos; no âmbito municipal,
poderiam ser aprovados benefícios fiscais para estabelecimentos e serviços de radiodiagnóstico com
processamento digital, lembrando que estas renúncias fiscais seriam recuperadas na economia obtida
nas etapas de coleta e tratamento de resíduos químicos, além do benefício em preservar o capital
ambiental, ecológico e turístico de áreas como o Pantanal Sul-Matogrossense.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12807/1993. Define os termos empregados em
relação aos resíduos de serviços de saúde. Disponível em http://www.abntcatalogo.com.br.
Acesso em 28/07/2010
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10004/2004. Classifica os resíduos lidos
quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser
gerenciados adequadamente. Disponível em http://www.abntcatalogo.com.br. Acesso em
28/07/2010
ANVISA. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada 33/2003. Dispõe
sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Disponível
em http://www.anvisa.gov.br/e-legis/. Acesso em 28/07/2010
ANVISA. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada 306/2004. Dispõe
sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Disponível
em http://www.anvisa.gov.br/e-legis/. Acesso em 28/07/2010
Araújo, M. E. & Schor, T. Resíduos de Serviços de Saúde no Estado do Amazonas: Desafios para
Implantar sua Gestão Revista de Gestão Integrada em Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente
vol 3, nº 1, Seção a, jan-abr 2008
Bendassolli J. A., Tavares G. A., Ignoto R. F., Rosseti A. L. R.M., Procedimentos para recuperação
de Ag de resíduos líquidos e sólidos, Química Nova, Vol. 26,No. 4, 578-581, 2003
Bortoletto, E. C., e colaboradores. Remoção da prata e efluentes radiográficos Acta Sci. Technol.,
Maringá, v. 29, n. 1, p 37-41, 2007
Caetano, M.O. & Gomes, L.P. Proposta de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde para
o hospital Beneficiência Portuguesa Porto Alegre, RS Estudos tecnológicos, vol. 2, 2:
99-112, jul/dez 2006
Carvalho, P.L. e colaboradores. Situação dos resíduos gerados em radiologia odontológica. Rev.
biociên. Taubaté, v.12, n. 3-3, jul-dez, 2006
Emmanuel, E.; Y. Perrodina, Y.; Keck, G.; Blanchard, J.M. & Vermande, P. Ecotoxicological risk
assessment of hospital wastewater: a proposed framework for raw effluents discharging
into urban sewer network. Journal of Hazardous Materials A117 (2005) 111
Fernandes, G. S.; Azevedo, A. C. P.; Carvalho, A. C. P.; Pinto, M. L.C. Análise e gerenciamento de
efluentes de serviços de radiologia. Radiol. Bras. ,v. 38, n. 5, p. 355-358, 2005
FGV. Fundação Getúlio Vargas.
http://www3.fgv.br/ibrecps/CPS_infra/tabela/Ranking/ESGOTO/MUNICIPIOS/MS.xls, acessada em
17/08/2009
Ferreira, A.P.; BRAGA, A.M.C.; MATTOS, I.E. Análises de situações de vulnerabilidade: Estudo de
caso moradores da Baía de Sepetiba, Rio de janeiro, Brasil. Gaia Scientia, 2009 3(2): 3-12
Fleming, S.F. & Oliveira, E.L. Resíduos de Serviços de Saúde. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, 3(2),
mai/ago 1999, 169-172
Garcia L.P. & Zanetti-Ramos, B.G. Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: uma questão
de biossegurança. Cad Sde Pública, RJ, 20(3): 744-752, mai-jun, 2004
Goettems, E.M.P. & Vacco, D. Tratamento e Destinação de Efluentes Fotográficos: Aspectos
Ambientais Associaçao Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. Trabalhos Técnicos. Rio
de Janeiro. ABES, 1997, p. 13 Tab
Hocevar, C.M. & Rodriguez, M.T.R. Avaliação do Impacto Ambiental gerado por Efluentes
Fotográficos, Gráficos e Radiológicos em Porto Alegre, RS Eng San Ambiental, vol 7, nº 3
jul- set 2002, 139-143
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estimativas da população para de julho de
2008. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Estimativas_Projecoes_Populacao/Estimativas_2008/.
Acesso em 28/07/2010
KODAK. Managenment of Photographic Wastes in The Dental Office. Eastman Kodak Company,
1999
Kummerer, K. Resistance in the environment. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, 2004, 54(2):
311-320
Machado, N. & Moraes, L.R.S. Revisitando as soluções adotadas no Brasil para tratamento e
destino final. Eng Sanit e ambiental, vol 9,nº 1, jan-mar 2004, 55-64
Minayo,M.C.S & Sanchez, O. Quantitativo-Qualitativo: Oposição ou complementaridade. Cadernos
de Saúde Pública 1993; 9(3): 239-62
Ministério da Saúde. Portaria nº 453/SVS, de 01 de junho de 1998. Aprova o Regulamento Técnico que
estabelece as diretrizes básicas de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e
odontológico, dispõe sobre o uso dos raios-x diagnósticos em todo território nacional e outras
providências. Disponível em http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/453_98.htm. Acesso em
28/07/2010
Ministério da Saúde. Aglomerados de Saúde: Mato Grosso do Sul/UNICAMP, NESUR/I.E., NEPO.
Brasília, 2002
Ministério da Saúde. Portaria 1101/GM, de 12 de junho de 2002. Estabelece os parâmetros de
cobertura assistencial no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. Disponível em
http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2002/Gm/GM-1101.htm. Acesso em 28/07/2010
Ministério do Meio Ambiente. CONANA. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução 05, de 05
de agosto de 1993. Define normas mínimas para tratamento de resíduos sólidos oriundos de
serviços de saúde. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama. Acesso em 28/07/2010
Ministério do Meio Ambiente. CONANA Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 283, de 12
de julho de 2001. Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de
saúde. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama. Acesso em 28/07/2010
Ministério do Meio Ambiente. CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução 357, de
17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais
para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes, e outras providências. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama. Acesso
em 30/10/2008
Ministério do Meio Ambiente. CONAMA. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução 358, de
29 de abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de
saúde e outras providências. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama. Acesso em
28/07/2010
Paoliello,M.M.B. & De Capitani, E.M. Occupational and environmental human lead exposure in
Brazil. Environmental Research 103 (2007) 288297
Pilger, R.R. & Schenato, F. Classificação dos RSS de um hospital veterinário. Eng San Ambiental,
vol 13,nº 1 jan-mar 2008, 23-28
Pistóia, G.D. et al. A Imagem Latente e a Química do Processamento Radiográfico. Saúde, vol 30
(1-2): 12-20, 2004
PREFEITURA MUNICIPAL DE CORUMBÁ. Lei Municipal Nº 1.665, de 18 de julho de 2001. Institui o
sistema municipal de licenciamento e controle ambiental SILAM
PREFEITURA MUNICIPAL DE CORUMBÁ. Decreto Municipal 150/2001, de 09 de agosto de 2001.
Regulamenta a Lei Municipal Nº 1.665
Ribeiro, H. Saúde pública e meio ambiente: evolução do conhecimento e da prática, alguns aspectos
éticos. Saúde e Sociedade, v.13, n.1, p. 70-80, jan/abr, 2004
Rizk, M.C. & Gimenes, M.L. Aplicação de precipitação química, troca metálica e reagente Fenton
no tratamento de efluentes fotográficos. Acta. Sci. Technol. Maringá, vol. 29, n.1, p. 29-35,
2007
Rutala, W.A. & Mayhall, C.G. Medical Waste. Infection Control and Hospital Epidemiology, vol. 13,
1, jan 1992, 38-48
Sales, M. A. O. L.; Costa, J.; Nascimento Neto, J. B. S. Controvérsias em radiologia digital. Revista
Brasileira de Patologia Oral, v.1, n.1, p.13-18, out./dez., 2002. Disponível em:
http://www.patologiaoral.com.br/texto03.asp. Acesso em 30/10/2008
Silva, C.E. & Hoppe, A.E. Diagnóstico dos RSS no Interior do RS. Eng San Ambient. Vol 10, 2,
abr-jun, 146-151 (2005)
Silva, A.C.N. et al. Critérios adotados para seleção de indicadores de contaminação ambiental
relacionados aos resíduos sólidos de serviços de saúde: uma proposta de avaliação. Cad.
Saúde Pública, RJ, 18(5): 1401-1409, set-out/2002
Sisinno, C.L. & Moreira, J.C. Ecoeficiência: um instrumento para a redução da geração de
resíduos e desperdício em estabelecimentos de saúde. Cad Saúde Pública, RJ, 21(6): 1893-
1900, Nov-dez 2005
Stalikas, C. D., Lunar, L., Rubio,S., Perez-Bendito, D., Degradation of medical x-ray film developing
wastewaters by advanced oxidation processes, Wat. Res. Vol. 35, N 16, p.3845-3856, 2001
Takayanagui, A. Consciência ecológica e os resíduos de serviços de saúde. Rev Bras
Enfermagem, Ribeirão Preto - vol 1, nº 2, 93-96, jul 1993
Tucci, C. E. M. Modelos hidrológicos. Porto Alegre: Ed.UFRGS, 2000
UNESCO. United Nation Educational, Scientific and Cultural Organization.
http://whc.unesco.org/pg.cfm?cid=31&id_site=999, acessada em 01.07.2009
WWF-Brasil. 1999. Retrato da Navegação no Alto Rio Paraguai.
http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/meio_ambiente_brasil/pantanal/pantanal_pub/?7240,
acesso em 02.07.2009
ANEXO 1
FIGURA 4
FIGURA 5
FIGURA 6
FIGURA 7
FIGURAS 4 a 7. Ligações que levam a água de lavagem das processadoras diretamente à rede
coletora de água servida dos estabelecimentos
FIGURA 8
FIGURA 9
FIGURA 10
FIGURA 11
FIGURAS 8 a 11. Armazenamento temporário interno de efluentes químicos
FIGURA 12
FIGURA 13
FIGURA 14
FIGURA 15
FIGURAS 12 a 15. Armazenamento temporário externo de efluentes químicos
FIGURA 16. Películas rejeitadas prontas para
serem descartadas
FIGURA 17. Sala de processamento manual
FIGURA 18. Caminhão de coleta de RSS
FIGURA 19
FIGURA 20
FIGURA 21
FIGURAS 19 a 21. Área do lixão municipal reservada aos RSS
ANEXO 2
Instituição ou empresa
_____________________________________
Nome completo de quem responde ao questionário
_____________________________________
1. Cargo ou função exercida na instituição ou empresa
Resp Tecn Resp Adm Proprietário Técn Rad Outro _______
2. Grau de escolaridade____________
3. Idade_________
4. Formado há_____ anos, no curso de _________.
5. Há quantos anos trabalha na área de radiologia, em anos completos?__ _____
6. O Sr(a) sabe quais os resíduos gerados em seu estabelecimento?
7. O Sr(a) sabe indicar qual dispositivo legal (portaria, lei, resolução, etc) disciplina e orienta o
manejo dos resíduos gerados em seu estabelecimento de saúde?
Não Sim
Qual?_______________________________________________________________
8. O Sr(a) teve treinamento ou capacitação sobre manejo de resíduos originados em
estabelecimentos de saúde?
Não Sim
Ministrado por/pelo...___________________________________________________
O estabelecimento possui :
9. Alvará de localização? Não Sim Não sabe
10. Alvará ou Licença Sanitária? Não Sim Não sabe
Se SIM Municipal Estadual Federal
11. Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde? Não Sim Não sabe
Se sim, desde (ano)_________.
12. Que exames radiográficos são realizados?
Radiologia clínica Radiologia Odontológica Radiologia Veterinária
Mamografia Tomografia Exames contrastados Outros_______
13. Como é feita a disposição final dos efluentes do processamento radiográfico gerados na
unidade?
14. Considera que a disposição dada pela unidade contempla as exigências sanitárias e
ambientais? Não Sim
15. Qual a forma de processamento das radiografias?
Manual Automática Digital
16. Revelador, fixador e filmes são da mesma marca comercial? Não Sim
17. O Sr(a) acredita que faltam medidas dos órgãos governamentais sobre os resíduos gerados
nos estabelecimentos de radiologia?
Não Sim, de fiscalização Sim, de orientação
18. O estabelecimento possui programa de garantia de qualidade? Não Sim
19. O Sr(a) tem alguma sugestão sobre este levantamento realizado? Não Sim
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo