Download PDF
ads:
“Júlio de Mesquita Filho”
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira
Curso de Pós Graduação em Agronomia Sistemas de Produção
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
Desenvolvimento e produção de figueiras
submetidas ao controle de nematóides
TATIANE DE OLIVEIRA PEREIRA
Engenheira Agrônoma
Ilha Solteira
2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
“Júlio de Mesquita Filho”
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira
Curso de Pós Graduação em Agronomia Sistemas de Produção
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
“Desenvolvimento e produção de figueiras
submetidas ao controle de nematóides”
TATIANE DE OLIVEIRA PEREIRA
Orientador: Prof. Dr. Luiz de Souza Corrêa
Dissertação apresentada à Faculdade de
Engenharia - UNESP Campus de Ilha Solteira,
para obtenção do título de Mestre em
Agronomia.
Especialidade: Sistemas de Produção
Ilha Solteira
2010
ads:
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação
Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da UNESP - Ilha Solteira.
Pereira, Tatiane de Oliveira.
P436d Desenvolvimento e produção de figueiras submetidas ao controle de
nematóides / Tatiane de Oliveira Pereira. -- Ilha Solteira : [s.n.], 2010.
60 f. : il.
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de
Engenharia de Ilha Solteira. Especialidade: Sistemas de Produção, 2010
Orientador: Luiz de Souza Corrêa
Inclui bibliografia
1. Figo. 2. Meloidogyne incognita. 3. Crotalaria spectabilis.
Dedico
Aos meus pais Juarez e Inajá, fundamentais em mais esta
conquista. Obrigada por todo apoio, incentivo, carinho,
dedicação e por todo amor que vocês me deram durante
toda minha vida.
É graças a vocês que cheguei até aqui e sei que vou ainda
mais longe.
Amo vocês.
Ofereço
Ao meu noivo Jefferson, que esteve ao meu lado durante
toda realização deste trabalho. Muito obrigada pelo
carinho e amor.
Te amo muito.
AGRADECIMENTOS
- À Deus primeiramente, pela vida, por sempre me iluminar e me guiar e por ter
me privilegiado e proporcionado a realização deste importante curso.
- Aos meus pais que sempre lutaram muito para que eu conseguisse mais essa
conquista e por toda dedicação, apoio e compreensão.
- Ao meu noivo, fundamental na realização deste trabalho, por estar ao meu lado
todo tempo me apoiando.
- A minha família, em especial meu irmão, minha cunhada e meus sobrinhos,
Maria Eduarda e Felipe.
- A minha sogra, meu sogro e minha cunhada que mesmo a distância sempre
torceram por mim.
- Ao professor Dr. Luiz de Souza Corrêa pela orientação, amizade, respeito,
ensinamentos fundamentais para concretização do trabalho.
- Aos professores Marineide Rosa Vieira e José Carlos Cavichioli.
- Aos funcionários Delcir Sambugari e Zeneide pela grande ajuda.
- À Universidade Estadual Paulista - UNESP, Campus de Ilha Solteira pela
oportunidade de realização deste trabalho e aos seus professores pela
contribuição à minha formação profissional.
- A todos os funcionários da biblioteca e da seção de Pós-Graduação.
- À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES),
pela bolsa de estudo concedida.
- À todos os amigos(as) de Pós-Graduação, pela amizade e convivência durante
esse etapa tão importante na minha vida.
- Aos amigos Maíra Gual, Mariana Pina, Lívia Matuda, Erika Tie, Daniel
Kramer, que sempre estiveram e sempre estarão ao meu lado.
- Enfim, a todos que contribuíram de alguma forma para realização desse sonho.
Muito obrigada!!!
Mesmo se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim
plantaria a minha macieira”
Martin Luther King
“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”
Fernando Pessoa
DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE FIGUEIRAS
SUBMETIDAS AO CONTROLE DE NEMATÓIDES
Autora: Tatiane de Oliveira Pereira
Orientador: Prof. Dr. Luiz de Souza Corrêa
RESUMO: A fruticultura é uma atividade de grande importância para o
desenvolvimento do setor agropecuário brasileiro e entre as culturas mais promissoras
destaca-se a cultura do figo. A figueira comercial tem sido parasitada por dois gêneros
de nematóides Meloidogyne incognita (Kofoid; White) Chitwood, denominado
nematóides das galhas e Heterodera fici Kirjanova, denominado nematóide dos cistos.
Neste contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento e produção de
figueiras sob o efeito da adubação orgânica, uso de plantas leguminosas e de produtos
nematicidas. O experimento foi conduzido na Fazenda de Ensino e Pesquisa e
Extensão da UNESP - Campus de Ilha Solteira, de julho de 2009 a julho de 2010.
Foram utilizadas plantas da cultivar Roxo de Valinhos instaladas no campo. Todos
os tratamentos continham 10 L de esterco bovino/planta e 10 L de composto/planta,
sendo: 1. testemunha; 2. 20L de torta de mamona/planta; 3. Crotalaria spectabilis; 4.
terbufós (COUNTER® - 20g p.c./planta); 5. aldicarbe (TEMIK® - 20g p.c./planta); 6.
forato (GRANUTOX® - 20g p.c./planta); 7. fenamifós (NEMACUR® - 20g
p.c./planta). Foram avaliadas as características: produção de figo verde por planta;
comprimento dos ramos; massa de matéria seca dos ramos e número de galhas por
grama de raízes. Os resultados mostraram que: a presença de M. incognita na área
reduziu a produção (número de frutos/planta) em mais de 50%; a maior produção
(número de frutos) por planta foi obtido com a utilização de aldicarbe; a maior
produtividade (kg/ha) da cultura foi obtida com o uso de aldicarbe; o tamanho dos
frutos (comprimento e diâmetro) apresentou padrões normais nos tratamentos
utilizados, e o desenvolvimento dos ramos (comprimento e massa da matéria seca) não
foi afetado pelos tratamentos utilizados.
Palavras-chave: Ficus carica. Meloidogyne incognita. Crotalaria spectabilis.
DEVELOPMENT AND PRODUCTION ON FIG TREE UNDER
NEMATODE CONTROL
Author: Tatiane de Oliveira Pereira
Advisor: Prof. Dr. Luiz de Souza Corrêa
ABSTRACT: Fruit production is a very important activity for the development of the
Brazilian agricultural sector, among the most promising crops there is the culture of fig. The
fig tree business has been parasitized by two genera of nematodes Meloidogyne incognita
(Kofoid; White) Chitwood, and Heterodera fici Kirjanova, called cyst nematode. In this
context, the objective was to evaluate the development and production of fig under the effect
of organic fertilization, use of leguminous plants and products nematicides. The study was
conducted in the Experimental Station belonging to the College of Engineering, Campus of
Ilha Solteira- UNESP, located in Selviria-MS, july 2009 to july 2010. Plants of the cultivar
Roxo of Valinhos were used, already installed in the field. All treatments contained 10 L of
manure/plant and 10 L of compound/plant, namely: 1. control; 2. 20L of castor bean/plant; 3.
Crotalaria spectabilis; 4. terbufós (COUNTER® - 20g p.c./plant); 5. aldicarbe (TEMIK® -
20g p.c./plant); 6. forato (GRANUTOX® - 20g p.c./plant); 7. fenamifós (NEMACUR® - 20g
p.c./plant). The evaluated characteristics were: the production of green fig per plant, length of
branches, dry mass of branches and number of galls per gram of roots. The results showed
that the presence of M. incognita reduced production in the area (number of fruits per plant) in
more than 50%; the highest yield (fruit number) per plant was obtained with the use of
aldicarb; the highest productivity (kg / ha) was obtained with culture the use of aldicarb; the
fruit size (length and diameter) showed normal patterns in the treatments and the development
of the branches (length and dry mass) was not affected by treatments.
Keywords: Ficus carica. Meloidogyne incognita. Crotalaria spectabilis.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
PÁGINA
FIGURA 1. Comprimento de ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos seleção Gigante, sob
diferentes tratamentos. Selvíria, MS. 2010....................................................................... 39
LISTA DE TABELAS
PÁGINA
TABELA 1. Características químicas do solo na profundidade de 0-0,20m. Selvíria, MS.
2010...................................................................................................................................31
TABELA 2. Características de produção de figueiras cv. Roxo de Valinhos seleção gigante,
sob diferentes tratamentos. Selvíria, MS. 2010................................................................37
TABELA 3. Comprimento e massa da matéria seca de ramos de figueiras cv. Roxo de
Valinhos seleção Gigante, sob diferentes tratamentos. Selvíria, MS. 2010....................38
TABELA 4. Número de galhas/grama de raiz de figueiras cv. Roxo de Valinhos seleção
Gigante, sob diferentes tratamentos. Selvíria, MS. 2010................................................40
SUMÁRIO
PÁGINA
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................12
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................14
2.1. BOTÂNICA E BIOLOGIA.....................................................................................14
2.2. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA............................................................................16
2.3. CULTIVARES........................................................................................................18
2.4. CONDUÇÃO DAS PLANTAS .............................................................................19
2.4.1. PODA DE FORMAÇÃO.....................................................................................19
2.4.2. PODA DE FRUTIFICAÇÃO..............................................................................20
2.5. PROBLEMAS FITOSSANITÁRIOS.....................................................................20
2.6. NEMATÓIDES.......................................................................................................21
2.7. CONTROLE DE NEMATÓIDES NA CULTURA...............................................23
2.7.1. USO DE COBERTURA MORTA E LEGUMINOSAS .....................................24
2.7.2. USO DE TORTA DE MAMONA.......................................................................28
2.7.3. CONTROLE QUÍMICO......................................................................................29
3. MATERIAL E METODOS........................................................................................31
3.1. LOCAL....................................................................................................................31
3.2. CULTIVAR UTILIZADO......................................................................................31
3.3. CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO......................................................................32
3.4. TRATAMENTO E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL UTILIZADOS.........32
3.5 TRATOS CULTURAIS...........................................................................................33
3.6. VARIÁVEIS ANALISADAS NO EXPERIMENTO.............................................33
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................35
5. CONCLUSÕES.........................................................................................................41
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................42
APÊNDICES.................................................................................................................56
12
1. INTRODUÇÃO
A fruticultura é uma atividade bastante promissora para o desenvolvimento do setor
agropecuário brasileiro, apresentando um ambiente favorável ao seu crescimento, como a
existência de um programa nacional de fruticultura, de vários programas estaduais, aumento
do consumo de frutas, possibilidade de exportação, atividade com capacidade de geração de
emprego e renda para a agricultura familiar, complementação alimentar, entre outras
(NASCENTE, 2007).
Pertencente a família Moraceae, a figueira é uma frutífera originária da região arábica
mediterrânea, Mesopotâmia, Armênia e Pérsia, havendo relatos de cultivos até mesmo a 639
A.C.
Segundo dados do IBGE, citado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações
e Investimentos - APEX (2007) com uma produção de 41 milhões de toneladas de frutas
tropicais, subtropicais e de clima temperado, o Brasil tem grande potencial de atender a
demanda crescente do mercado interno de frutas frescas que vem aumentando 4,5% ao ano; e
de frutas processadas como os sucos e néctares de frutas que vem crescendo 14% ao ano. Para
contribuir com o crescimento sustentado do setor o Ibraf desenvolveu em 2007 uma série de
ações em parceria com o setor público e privado, visando à integração da cadeia para difundir
as Boas Práticas Agrícolas na produção; ações de marketing nacional e internacional; e
promover a junção do setor agrícola com o industrial para realização de produtos processados
com maior valor agregado.
Os frutos da figueira podem ser consumidos frescos, secos, preservados, cristalizados
ou enlatados, sendo o figo um fruto altamente energético. O figo está entre as vinte principais
frutas exportadas pelo Brasil e vem mantendo a terceira posição no ranking de volume
comercializado, entre as frutas de clima temperado (FRANCISCO; BAPTISTELLA; SILVA,
2009).
O figo apresentou um excelente desempenho em 2006, considerando a redução do
volume exportado. No acumulado de janeiro a outubro, o Brasil exportou 482 mil toneladas
da fruta, um negócio de US$ 1,480 milhão, contra as 538 mil toneladas e apenas US$ 1,258
milhão, obtidos no ano anterior. Desde que começaram as exportações de figo para a Europa,
20 anos, a Frutland, de São Paulo, SP, tem registrado aumento nos embarques da fruta ano
a ano (PEREIRA, 2006).
O único cultivar comercial utilizado é o Roxo de Valinhos, introduzido no Brasil por
Lino Busatto por volta de 1898.
Devido à utilização de apenas um cultivar, a presença de nematóides apresenta-se
como um dos sérios problemas paro o cultivo no Brasil, com isso práticas culturais que
proporcionem melhores condições para o desenvolvimento da figueira, são desejáveis durante
o ciclo produtivo.
A figueira é parasitada por duas espécies de nematóides que são: Meloidogyne
incognita (Kofoid; White) Chitwood, denominado nematóide das galhas, de maior ocorrência
no Brasil e o Heterodera fici Kirjanova, denominado nematóide dos cistos, que apesar da
menor ocorrência tem sido citado na literatura. Atualmente, os nematóides são considerados
um dos grandes problemas fitossanitários da ficicultura, especialmente nas regiões
tradicionais produtoras de figos, pelo dano causado e por onerar os custos de produção.
O controle de nematóides na figueira tem sido realizado através do uso de adubações
que oneram o custo de produção, uso de irrigação e cobertura morta.
O uso da cobertura morta é uma das práticas mais utilizadas na manutenção da cultura,
sua colocação logo após a poda de inverno proporciona muitos benefícios, como redução na
incidência de nematóides, manutenção de umidade do solo e fonte de nutrientes, levando a
uma melhor produção (PEREIRA, 1981).
Em outras culturas, ainda faz-se uso de torta de mamona e plantio intercalar de
Crotalaria spectabilis, que pode contribuir para melhoria do solo, com redução na
disseminação, bem como nas infestações de nematóides, uma vez que a leguminosa não
possibilita a reprodução do mesmo em seu sistema radicular.
Neste contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento e produção de
figueiras infestadas com nematóides sob o efeito da adubação orgânica, uso de plantas
leguminosas e de produtos nematicidas.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Botânica e biologia
A figueira, Ficus carica L., pertence à família Moracea e é originária da região
mediterrânea, antigas Mesopotâmia, Armênia e Pérsia. Os relatos mais antigos do seu cultivo
datam de 639 A. C. (PIO; CHAGAS, 2008).
Essa espécie é considerada uma das mais antigas árvores de frutos domesticada, tendo
sido encontrados fósseis nas eras quaternária e terciária, sendo também citada na Bíblia, nos
escritos de Homero, Theophrastus, Aristóteles, Plínio e de outros escritores gregos e romanos
(SIMÃO, 1998). O Ficus carica tem acompanhado o homem desde as primeiras civilizações
importantes no Egito, Mesopotâmia, Grécia, Roma e Terra Santa, na época de Cristo. Foi
uma das primeiras árvores frutíferas cultivadas pelo homem e até referidas no antiqüíssimo
livro de Gênesis, como vestimenta de Adão e Eva, mas erroneamente pintadas como folhas de
parreira em quadros célebres. Como símbolo de honra, os figos foram usados como alimento
do treinamento pelos atletas olímpicos em Atenas; os frutos foram apresentados como láureos
aos vencedores como a primeira medalha olímpica (PENTEADO, 1999).
O gênero Ficus abrange cerca de 1000 espécies, algumas das quais produtoras de
frutos comestíveis, e é dividido em 48 subgêneros com base em características que
diferenciam os grupamentos de espécies (PEREIRA; NACHTIGAL, 1999).
Em 1532, Martim Afonso de Souza introduziu a figueira no Brasil. Em 1585, segundo
Fernão Cardim, São Paulo já produzia figos, entre outras culturas. Porém, foi com a imigração
de europeus que a cultura teve maior impulso no Brasil, principalmente por parte dos italianos
que, chegando a São Paulo, trouxeram a maior parte dos cultivares. Cita-se que a partir de
1920 é que realmente iniciou-se cultivo comercial de figueiras no Brasil. Na década de 1970,
a região de Valinhos apresentava cerca de 2 milhões de pés de figueira, 500 produtores e
cerca de 1000 hectares. Na década de 1980, houve uma queda diminuindo para cerca de 300
mil plantas, 110 produtores e 230 hectares. Este declínio foi devido à grande ocorrência de
doenças e a concorrência com outras espécies frutíferas, que hoje está sendo revertido.
É uma frutífera tipicamente de clima temperado, que se desenvolve bem tanto em
regiões frias quanto inverno ameno; a exigência à baixa temperatura é mínima, brotando
quase que imediatamente após a queda das folhas, se a temperatura permanecer elevada.
relatos de produções significativas em regiões temperadas, como no Rio Grande do Sul e em
regiões árido-tropicais, como em Juazeiro-BA e Petrolina-PE (ALBUQUERQUE;
ALBUQUERQUE, 1981).
A planta apresenta folhas caducas que caem no outono-inverno. A figueira se
desenvolve satisfatoriamente nas regiões subtropicais temperadas, mas é de comportamento
cosmopolita, com grande capacidade de adaptação climática. É caracterizada pela presença de
células lactíferas, principalmente nos ramos e pecíolo foliar, que exsudam uma substância
denominada de ficina, enzima proteolítica que é responsável por queimaduras de grau
quando em contato com a pele. Em condições de bons tratos culturais, a figueira pode viver
até 100 anos (PIO, 2010). A planta apresenta porte arbustivo, conduzido em sistema de
sucessivas podas drásticas.
Segundo Rigitano (1955) e Simão (1971), o sistema radicular da figueira caracteriza-
se por uma grande expansão lateral e desenvolvimento superficial. Chalfun et al. (1998)
registram que a raiz da figueira pode ter um desenvolvimento lateral de até 12 m e atingir 6 m
de profundidade, quando encontra condições favoráveis. Em plantas com 2 anos de idade,
cultivadas em Selvíria, Vênega e Correa (1998) encontraram 56,89 % do total de raízes
localizadas nos primeiros 15 cm ao redor do tronco e 64,8 % distribuídas regularmente até 60
cm de profundidade.
Figueiras podem apresentar flores masculinas e femininas, sendo que as plantas que
produzem frutos comestíveis contêm apenas as femininas. As flores são pequenas,
pediceladas, hipóginas e unissexuais com perianto simples pentapartido.
O figo ao contrário do que aparenta, não é um fruto e sim o que, pomologicamente, é
denominado "sicônio". Pode ser definido como sendo uma infrutescência na qual as flores ou
os frutos individuais crescem justapostos (MEDEIROS, 2002). Os frutos verdadeiros das
figueiras são os aquênios, que se formam pelo desenvolvimento dos ovários. Os aquênios
normais apresentam um embrião envolvido pelo endosperma e pelo tegumento. os frutos
não polinizados podem apresentar aquênio com ovário esclereficado, porém ocos (PEREIRA;
NACHTIGAL, 1999).
Geralmente os figos crescem solitários nas axilas das folhas, porém, certas cultivares
podem apresentar dois figos num mesmo nó, um de cada lado da gema vegetativa.
Dependendo da cultivar, do clima e do sistema de cultivo, a figueira pode produzir mais de
uma colheita por ano (MEDEIROS, 2002).
Pinheiro et al. (1998) relata que de acordo com as características florais e os hábitos de
frutificação, distinguem-se quatro tipos: caprifigos, figos de Esmirna (ou Smyrna), figos
comuns e figo São Pedro, quais sejam:
- caprifigo (Ficus carica silvestris) Constitui a única classe de figos que apresenta, quando
maduros, estames fornecedores de pólen às demais variedades. São os únicos figos que
apresentam flor com estilo curto (brevistiladas), apropriadas a oviposição e ao
desenvolvimento de vespa polinizadora Blastophaga psenes. uma simbiose entre o
caprifigo e a vespa, a qual não vive por muito tempo a não ser no caprifigo. Por outro lado, a
grande maioria dos caprifigos não chega a amadurecer, se não houver o estímulo provocado
pela presença de larvas da vespa em seu interior;
- smyrna (Ficus carica smyrniaca) nesta classe de figos, a caprificação é indispensável. Sem
este estímulo e sem a formação de sementes, as frutas da produção principal enrugam e caem
ao atingirem cerca de 2 cm de diâmetro. Figos do tipo smyrna são mais doces, firmes e
duráveis após a colheita que os figos do tipo Comum;
- comum (Ficus carica violaceae ou F. carica hortensis) no Brasil, somente são cultivadas
variedades do tipo comum, cujas flores são exclusivamente femininas. Os figos tipo comum
desenvolvem-se partenocarpicamente, ou seja, não necessitam da caprificação. Podem,
porém, serem polinizados e produzir sementes;
- São Pedro (Ficus carica intermedia) as figueiras do tipo São Pedro são intermediárias
entre as do tipo smyrna e comum. Os figos têm apenas flores femininas, com estilo longo,
mas enquanto as flores dos figos da primeira safra são partenocárpicas, as da segunda safra
não se desenvolvem até a maturidade sem o estímulo da fecundação.
2.2.Importância econômica
A produção de figo nos países localizados na Bacia Arábica do Mediterrâneo
representa a maior parte da produção mundial. Em 2004, a Turquia respondeu por 26% do
total; o Egito, por 18%; a Grécia e o Irã, por 7% cada um; Marrocos e Espanha, por 6% e o
Brasil, na 10
a
colocação, por 2% da produção mundial (INSTITUTO DE ECONOMIA
AGRÍCOLA - IEA, 2005).
O Brasil é considerado o 13° produtor mundial de figos e o maior produtor do
hemisfério Sul, com uma área cultivada de aproximadamente 3.020 ha. O país detém a sétima
maior produção mundial (26.476 t) e a quinta maior produtividade (8,76 tha
-1
), o que aloca o
Brasil como um dos maiores produtores e o principal exportador de frutas frescas de figo para
o mercado egípcio, turco e libanês, maiores consumidores mundiais da fruta (FOOD AND
AGRICULTURE ORGANIZATION - FAO, 2009).
No Brasil, os principais estados produtores são: Rio Grande do Sul, Minas Gerais e
São Paulo, sendo juntos responsáveis por cerca de 90% da produção brasileira. No estado de
São Paulo, com os dados de 2008, verifica-se que a cultura se concentra na região
administrativa de Campinas, que foi responsável por 98% da produção do estado. Os
municípios de Valinhos e Campinas responderam respectivamente por 64 e 17% da produção
do estado. Constata-se também que 97% da produção do estado destinaram-se para consumo
in natura e apenas 3% tiveram como destino a indústria. Nesse ano apresentaram áreas
plantadas com figueiras os seguintes municípios: Apiaí, Alambari, Bragança Paulista,
Campinas, Duartina, Itapetininga, Itatiba, Itupeva, Jundiaí, Louveira, Monte Mor, Morungaba,
Natividade da Serra, Pedregulho, Santa do Sul, Santo Antonio do Pinhal, São Miguel
Arcanjo, Valinhos e Vinhedo (IEA, 2010).
Os bons resultados produtivos e comerciais obtidos no país com a figueira permitem
considerar esta como uma das mais importantes frutíferas de clima temperado cultivada. O
desempenho da figueira está estreitamente ligado a sua larga adaptação climática, rusticidade
e fins de aproveitamento de seus subprodutos, não incipiente a utilização nobre de seus frutos
(SGARBIERI, 1965; MARIN et al., 2002; MAIA de SOUZA et al., 2003; ALVARENGA et
al., 2007).
Os maiores importadores do figo brasileiro são Alemanha, França, Países Baixos,
Reino Unido e Suíça, dentre mais de dez países para onde, costumeiramente, são feitos
embarques aéreos (TODA FRUTA, 2005).
O figo é cultivado em cerca de quarenta países. Embora haja países com grandes
produções, estas se destinam principalmente ao mercado interno, ficando o Brasil (figo tipo
comum: Roxo de Valinhos) e a Turquia (tipo polinizado, tipo Smirna) como importantes
fornecedores de figo ao mercado internacional (IEA, 2005).
O Roxo de Valinhos caracteriza-se por produzir figos vindimos, ou seja, em ramos em
vegetação. Assim, a poda de frutificação é realizada de forma drástica, nos meses de junho e
julho, próximo à época da brotação (CHALFUN et al., 1998).
A colheita brasileira do figo ocorre num período de entressafra da produção da fruta
fresca no Hemisfério Norte e nos países do MERCOSUL. Assim, são amplas as
possibilidades de exportação, pois o produto brasileiro entra no mercado internacional a partir
de dezembro, logo após a safra dos países mediterrâneos (IEA, 2005).
2.3. Cultivares
Rigitano (1955) citava que existiam no estado de São Paulo, cerca de 25 cultivares de
figueira, das quais a única cultivada comercialmente era a Roxo de Valinhos. Esta cultivar é
do tipo comum, de grande valor econômico, caracterizando-se pela rusticidade, vigor e
produtividade.
O introdutor do figo Roxo de Valinhos foi o Sr. Lino Busatto, imigrante italiano, que
chegou por volta de 1898, e teve a iniciativa de mandar vir de uma região da Itália algumas
mudas de figueiras produtoras de Figo Roxo, que encontraram fácil adaptação; tratadas com
cuidado, prosperaram, e seus figos, de coloração roxo-escura, tornaram-se desde logo
conhecidos como “Roxo de Valinhos” (MAIORANO, 1999).
É, segundo Pereira (1981), a variedade que melhor tem se adaptado ao sistema de poda
drástica. Os frutos desta cultivar, quando maduros, são de coloração roxo-violácea escura,
alcançando cerca de 7,5 cm de comprimento, pesando, normalmente, entre 60 e 90 gramas.
São considerados grandes, piriformes, alongados, com pedúnculo curto. O ostíolo é aberto, o
que propicia a entrada de insetos e fungos; a polpa é de coloração rósea avermelhada
característica, apresentando cavidade central. É suculenta, macia e possui um sabor agridoce
agradável.
Os frutos da variedade Roxo de Valinhos podem ser utilizados para o consumo “in
natura” quando maduros ou industrializados verdes, inchados e maduros ou rami. O grande
defeito dessa variedade é apresentar frutos com ostíolo muito aberto e com facilidade para
ocorrer rachaduras quando maduros, o que favorece o ataque de pragas e, principalmente, de
doenças (CORRÊA; BOLIANI, 1999).
Além dessa variedade, outras podem ser encontradas em algumas regiões produtoras
brasileiras, porém praticamente sem importância econômica. Sendo eles: Adriático Branco” -
apresenta pedúnculo curto e grosso; o fruto é acima do tamanho médio; com casca verde a
amarelo-esverdeado, com polpa vermelha. Quando colhidos precocemente, os frutos têm
formato alongado e sabor forte. “Pingo de Mel” - fruto com ótimo vigor e boa resistência ao
transporte; possui pedúnculo relativamente curto, o que dificulta a colheita; é muito doce e
suculento. Produz figos lampos e vindimos (clone bífedo). Os figos lampos não apresentam
interesse comercial, mas a produção de figo vindimos é elevada. Tem dupla aptidão, para
consumo em fresco e para secagem. 'Genova Branco' - piriforme; pedúnculo fino e curto, ou
ausente; frutos de tamanho médio; casca verde-amarelada; polpa verde-esbranquiçada perto do
pedúnculo, geralmente âmbar com pontos vermelhos; de boa qualidade (MORTON, 1987).
„Palestino‟ piriforme; pedúnculo fino e longo; frutos de tamanho médio, casca colorida;
folhas grandes e pouco lobadas e de boa qualidade.
2.4. Condução das plantas
A figueira necessita de uma série de podas durante sua condução visando um melhor
desenvolvimento da planta e uma maior facilidade durante a colheita. As podas são realizadas
pelo fato das plantas apresentarem um período de dormência em regiões com inverno mais
pronunciado, e também por que as figueiras produzem em ramos do ano, por isso necessitam
a eliminação de ramos que já produziram.
2.4.1. Poda de formação
Em fruticultura, a poda tem por finalidade formar a estrutura da planta para a obtenção
de colheitas regulares, sem a incidência de alternâncias de safra, removendo-se ainda ramos
mal localizados e com problemas fitossanitários (INGLÊS de SOUZA, 2005).
Segundo Corrêa e Boliani (1999) visa dar as plantas forma e tamanhos adequados, os
quais facilitarão os demais tratos culturais e a colheita, bem como permitirão a obtenção de
frutos de boa qualidade.
A poda de formação da figueira é realizada durante os três primeiros anos após o
plantio, buscando-se formar uma estrutura adequada para inserção dos ramos produtivos,
sendo esta estrutura formada por seis ramos, denominadas pernadas. A poda de frutificação na
figueira consiste no rebaixamento dos ramos a 5 cm de comprimento a partir da inserção do
mesmo tronco, a operação estaque propicia também um excelente método cultural de
controle, principalmente à coleobroca e uma fonte de material vegetativo utilizado na
propagação (ABRAHÃO et al., 1997).
Pereira (1981) recomenda que, para a produção de figos de mesa (maduros), as plantas
sejam formadas com 12 ramos e que, para a produção exclusiva de figos verdes para indústria,
as plantas podem ser conduzidas com 20 a 30 ramos. Rigitano (1957) indica que, para a
produção exclusiva de figos verdes, as plantas podem ser conduzidas com 25 a 35 ramos. O
autor constatou, em trabalho realizado na região de Campinas-SP, que à medida que se
aumentava o número de ramos por planta, ocorria aumento na produção e no número de
frutos. Verificou também que, quanto maior o número de ramos, menor era o peso do fruto
maduro, o que não ocorria com os frutos verdes.
2.4.2. Poda de frutificação
É feita normalmente no período de dormência (junho a agosto) e visa a retirada
dos ramos que produziram no ano anterior, normalmente esses ramos são cortados a cerca
de 5cm da base (CORRÊA; BOLIANI, 1999).
Posteriormente, após a brotação, são escolhidos 1 a 2 brotos em boa posição por galho
podado, de modo que os ramos cresçam verticalmente, formando um círculo à volta do
tronco. Os demais brotos que aparecem são totalmente eliminados. A maioria das espécies de
figueira tolera bem a poda drástica (SOUZA; MELO; MANCIN, 2009).
Segundo Moura (1983), além disso, no mês de janeiro, tiram-se os ponteiros dos
ramos, para que haja rebrota. Tais despontes permitirão a formação de novos ramos que
produzirão figos.
2.5. Problemas fitossanitários
De acordo com Ferraz, Pereira e Bolonhezi (1980) a cultura da figueira apresenta
problemas relativos a pragas e doenças, que interferem negativamente no seu cultivo,
reduzindo os lucros, dos quais se podem destacar: nematóides, ferrugem (Cerotelium fici
Cast.), seca-da-figueira (Botrydiplodia sp.), broca-da-figueira (Azochis gripusalis Walk.) e
mosca-do-figo (Zaprionus indianus Gupta.) .
Dentre os principais problemas que afetam a figueira, infecções decorrentes do ataque
do nematóide das galhas (Meloidogyne sp.) podem limitar seriamente o desenvolvimento da
cultura (CAMPOS, 1997). A suscetibilidade da figueira a Meloidogyne spp. tem sido relatada
em várias regiões do mundo (ICHINOE, 1965). A cultivar 'Roxo-de-Valinhos' é muito
suscetível ao nematóide Meloidogyne incognita (Kofoid & White) Chitwood, que ataca as
raízes da planta, formando galhas, prejudicando assim seu desenvolvimento e exigindo altos
gastos com insumos e tratos culturais (FERRAZ; PEREIRA; BOLONHEZI, 1980). Plantas de
figueira severamente afetadas pelo nematóide das galhas (Meloidogyne spp.), apresentam-se
raquíticas, amarelecidas, com muitas galhas nas raízes, menor produção, e em alguns casos,
podem ser levadas à morte (MOURA, 1967; LORDELLO, 1988).
2.6. Nematóides
Os nematóides são animais invertebrados encontrados em todos os ambientes
favoráveis a vida, inclusive o mar, rios, lagos, desertos, florestas e agroecossistemas. O
tamanho desses varia de fração do milímetro até alguns metros de comprimento, sendo que os
fitonematóides (nematóides parasitos de plantas) são todos microscópicos (SANTOS; MAIA,
1999).
Segundo Lordello (1992) citado por FMC Agricultural Products (2010), o
desenvolvimento embriológico dos ovos depositados pelas fêmeas se inicia algumas horas
depois de depositados, em local com condições ideais (alta temperatura e umidade),
formando-se em seu interior a larva de primeiro estádio. Esse juvenil sofre uma ecdise dentro
do ovo e transforma-se no juvenil de estádio que eclode do ovo e migra no solo em busca
das raízes da planta hospedeira. Penetra nas células das raízes com seus estiletes e liberam
uma secreção esofagiana que dará origem às chamadas células gigantes (galhas) próximo ao
cilindro central da raiz. No terceiro estágio juvenil a larva cresce e desenvolve seu sistema
reprodutivo. A fase adulta é marcada por um acentuado dimorfismo sexual, sendo os machos
vermiformes, e as fêmeas, piriformes. A fêmea inicia sua metamorfose após a infecção na
raiz hospedeira (EISENBACK; TRIANTAPHYLLOU, 1991, citado por FMC
AGRICULTURAL PRODUCTS, 2010). O ciclo dura de três a quatro semanas.
Geralmente, os nematóides estão presentes no solo e atuam nas raízes das plantas
fazendo uso de um estilete bucal que, além de retirar substâncias nutritivas das
plantas, viabilizam a injeção de substâncias tóxicas no interior da célula vegetal. Quase
sempre esse parasitismo fica evidente pelo aparecimento de formas aberrantes de estruturas
galhas e escurecimento do tecido (ROSSETTO; SANTIAGO, 2007, citado por FMC
AGRICULTURAL PRODUCTS, 2010).
Os nematóides podem ser endoparasitos ou ectoparasitos. Os endoparasitos podem
penetrar no vegetal na fase de larvas e dele não sair mais, instalando-se definitivamente nos
tecidos, sendo, pois, parasitos sedentários (Meloidogyne spp). Outros nematóides penetram no
vegetal e podem voltar ao solo, caso as condições do ambiente local se tornem desfavoráveis
a ele. Estes atuam como parasitos migradores (Pratylenchus spp) (LORDELLO, 1998, citado
por FMC AGRICULTURAL PRODUCTS, 2010). Os ectoparasitos não penetram nos tecidos
da planta. Eles se alimentam de fora e raramente são vistos dentro dos tecidos. Uns migram de
uma raiz necrosada para a outra sadia para continuar se alimentando. São os chamados
ectoparasitos migradores: Helicotylenchus spp, Xiphinema spp.
Os fitonematóides, ao contrário da maioria das pragas, não de disseminam, a longas
distâncias, pelos seus próprios recursos. A maioria das espécies vive no solo em volta ou
dentro das raízes, sendo o principal meio de disseminação o transporte de material infestado.
Em culturas propagadas por mudas, a exemplo da figueira (Ficus carica L.), o transporte de
mudas infectadas é o principal meio de disseminação a longas distâncias (SANTOS; MAIA,
1999). Os principais métodos de disseminação são: pelos seus próprios meios (movimentos
lentos), pelo homem, no transporte de material propagativo infectado (sementes, mudas,
tubérculos, etc.), por implementos agrícolas contendo solo infestado, por animais domésticos,
por insetos, por água de irrigação e infiltração.
Os nematóides fitoparasitas causam perdas de aproximadamente 12 % na produção
agrícola mundial, que resultam em prejuízos para o produtor e elevação dos preços para o
consumidor (SASSER; FRECKMAN, 1987). Estão distribuídos mundialmente e ocasionam
prejuízos de 125 bilhões de dólares anualmente (FRAGOSO, 2008). Desta forma, o controle
de fitonematóides em áreas infestadas é de extrema importância, tendo em vista as perdas
causadas na economia mundial.
Várias espécies de nematóides foram encontradas associadas à figueira no Brasil.
Campos (1997), citando alguns autores, alistou as seguintes: Aphelenchoides beseyi Christie
(1942); Aphelenchus avenae Bastian; Criconemella onoensis Luc (1959); C. sphaerocephala
Taylor (1936); Helicotylenchus didystera (Cobb) Sher; H. fici; Pratylenchus brachiurus
(Godfrey) Filipjev & Schuurmans stekhoven; P. zeae Grahan, 1951; Meloidogyne arenaria
(Neal) Chitwood (1949); M. incognita e M. javanica (Treub) Chitwood.
No Brasil, os relatos de ocorrência do nematóide das galhas e danos na cultura têm
sido reportados principalmente nos estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul na cultivar
Roxo de Valinhos (LORDELLO, 1988; MOURA, 1967; SANTOS; MAIA, 1999). Dentre os
poucos levantamentos realizados em território brasileiro, M. incognita foi, por muitos anos,
considerada a única espécie causadora de danos na cultura (LORDELLO, 1958; MOURA,
1967).
O nematóide que ocorre com mais frequência é M. incognita que constitui um dos
principais entraves à cultura da figueira. As raízes atacadas apresentam galhas por toda
extensão, ocorre o definhamento da planta com reflexo na produção. Como controle
recomenda-se evitar o uso de mudas tipo rebentão e o cultivo da figueira em solos mais
argilosos, além de empregar cobertura morta que mantém a fertilidade do solo e a umidade,
favorecendo o desenvolvimento de parasitos e inimigos dos nematóides (PIO, 2010).
O principal sintoma causado por nematóides do gênero Meloidogyne é a formação de
galhas nas raízes das plantas, resultado da hiperplasia e hipertrofia (células gigantes) de
células do cilindro central. Outros sintomas em raízes envolvem a diminuição do volume do
sistema radicular; deslocamento cortical ou descortiçamento (sintoma típico em cafeeiros em
que parte do córtex fica completamente desorganizada); raízes digitadas; rachaduras, entre
outros. Como sintomas reflexos podem-se citar nanismo, deficiência mineral, murcha,
desfolhamento e diminuição da produção (FERRAZ; MONTEIRO, 1995).
De acordo com Scherb (1993) o nematóide das galhas é considerado um dos fatores
mais limitantes ao rendimento e produtividade da figueira. Campos (1997) considerou M.
incognita, 1949 a espécie que causa os maiores danos a cultura no Brasil.
Para Santos e Maia (1999) figueiras muito atacadas entram rapidamente em declínio,
evidenciando sintomas de enfraquecimento, podendo morrer dependendo do manejo da
cultura, uma vez que os nematóides comprometem a capacidade das plantas de absorver água
e nutrientes.
2.7. Controle de nematóides
Na tentativa de diminuir as populações de nematóides abaixo do vel de dano
econômico, vários métodos de controle podem ser empregados. No entanto, a integração de
diferentes métodos torna o processo produtivo mais racional, eficiente e econômico
(NOVARETTI et al., 1998).
De acordo com Santos e Maia (1999) em pomares infestados, o manejo mais
cuidadoso da cultura pode evitar perdas. Nesse caso, todas as práticas possíveis para reduzir o
estresse da cultura devem ser empregadas. Entretanto, de se avaliar, cuidadosamente, o
valor das práticas culturais em relação aos custos das diferentes alternativas de manejo dos
nematóides.
Vários pesquisadores têm descrito o efeito de extratos botânicos, óleos essenciais e
resíduos orgânicos sobre os fitonematóides. Dentre as alternativas estudadas, a utilização de
óleos essenciais, tem sido freqüentemente relatada na literatura no controle de nematóides
(LORIMER et al., 1996; OKA et al., 2000). Os compostos presentes nos óleos essenciais
podem atuar diretamente sobre a eclosão e mortalidade dos nematóides (ABID et al., 1997;
BOSENBECKER, 2006); ou também como indutores de resistência, envolvendo a ativação
de mecanismos de defesa latentes existentes nas plantas (HAMMERSCHMID; DANN, 1997;
SCHWAN-ESTRADA et al., 2003).
De acordo com Ritzinger e Fancelli (2006) no geral, para o controle de nematóides
fitoparasitas podem ser utilizados diferentes estratégias, dentre as quais, métodos culturais,
biológicos, físicos e químicos, sendo:
a) Métodos Culturais: rotação de culturas, inundação de pequenas áreas, operações culturais
como aração e gradagem que propiciam a exposição do solo aos raios solares, podendo ser
efetivas na redução de várias espécies de nematóides; incorporação de matéria orgânica,
época de plantio e colheita, variedades resistentes. Dentre os métodos culturais existem alguns
procedimentos mais específicos, como a utilização de plantas atraentes (Brassica nigra),
repelentes (Tagets sp. e Crotalaria spectabilis) ou armadilhas (específicas para endoparasitas
sedentários).
b) Métodos Biológicos: controle de nematóides com organismos predadores, como outros
nematóides, bactérias, fungos, vírus e protozoários. Na prática, apenas alguns fungos têm
evidenciado resultados experimentais favoráveis. Ex.: Dactylella oviparasitica como parasita
de ovos de Meloidogyne.
c) Métodos Físicos: esterilização do solo através de calor úmido e de partes da planta pela
água aquecida.
d) Métodos Químicos: com uso de nematicidas que podem ser fumigantes ou sistêmicos.
2.7.1. Uso de Cobertura Morta e Leguminosas
Segundo Kiehl (1985) uma importante forma de proteger o solo e sua umidade e a
matéria orgânica é fazer a cobertura morta, que é a cobertura do solo com uma camada de
material vegetal morto colocada por cima da terra. Este material vegetal pode ser bagaço de
cana, palha de milho, resto de grama, casca de arroz, palha de feijão e folhas. A cobertura
morta ajuda a manter a umidade do solo, não deixando o solo ficar ressecado, nem deixa
crescer muito mato (as famosas “ervas daninhas), protegendo a matéria orgânica do solo e
assim, quando chove a água penetra mais facilmente, diminuindo a possibilidade de ocorrer
erosão. Com o tempo, esta cobertura se decompõe, se transforma em nutrientes para o solo e
aumenta a atividade biológica do solo.
A manutenção da matéria orgânica do solo também pode contribuir para o controle de
fitonematóides. Estudos mostram que o mecanismo de ação da matéria orgânica na supressão
de fitonematóides tem sido atribuído, na maioria das vezes, à melhoria da estrutura dos solos.
Esta inclui desde mudanças no pH, umidade e em propriedades químicas e físicas do solo,
resultando em maior aeração, capacidade de retenção de água, melhoria na nutrição da planta
ou no desenvolvimento de microrganismos que competem com os nematóides fitoparasitas,
por meio da liberação de nutrientes à planta, aumento da população de predadores ou de
microrganismos parasitas existentes no solo, ou por meio da liberação de metabólitos tóxicos
devido à sua decomposição, como compostos fenólicos, NH
3
ou nitrito, íons de Ca
+
(RITZINGER; FANCELLI, 2006).
Contudo, essas mudanças são altamente dependentes da relação C/N do material
utilizado, do favorecimento ao crescimento e desenvolvimento de espécies antagônicas
existentes no solo, dos metabólitos liberados por meio de sua decomposição e da quantidade
do material aplicado, seja para a supressão do fitoparasita, seja para aumentar a tolerância da
planta. A espécie do fitonematóide presente, ou a condição da cultura, com relação à sua
adaptabilidade e presença de tratos culturais adotados também devem ser considerados. Esses
atributos podem ser importantes em situações específicas, pois a eficácia da matéria orgânica
varia, dependendo da sua natureza, tipo de solo e espécie do fitonematóide. Além disso, a
ação tóxica da decomposição da matéria orgânica por antagonistas, actinomicetos ou bactérias
pode estar relacionada com a produção e liberação de quitinase. A produção de quitinase
promove o rompimento da camada de proteção dos ovos dos fitonematóides, que é composta
por quitina, resultando na eclosão prematura do estádio juvenil (MIAN; RODRÍGUEZ-
KÀBANA, 1982; STIRLING, 1991; RITZINGER; MCSORLEY, 1998 a; b; RODRÍGUEZ-
KÀBANA; KLOEPPER, 1999).
Não obstante, a aplicação de matéria orgânica pode, por si só, promover benefício às
plantas com relação à sua nutrição, bem como favorecer a manutenção de umidade,
diminuindo o estresse hídrico. Dessa forma, a cultura poderá tolerar a presença dos
fitoparasitas sem, contudo, apresentar queda acentuada da sua produção (MCSORLEY;
GALLAHER, 1995; RITZINGER et al., 1998; MCSORLEY, 1998, BRIDGE, 2000).
Felippi (2003) observou que, nos pomares onde havia teor de matéria orgânica mais
elevado, a cultura da figueira, apresentava bom desenvolvimento, ou seja, aspecto “viçoso”,
mesmo tendo presente o nematóide das galhas. A matéria orgânica, não diminuiu o nível
populacional do nematóide, porém auxiliou o desenvolvimento da planta, o que pode
favorecer o convívio com o parasita.
Geralmente, solos com teores mais elevados de matéria orgânica possuem grande
diversidade de microrganismos naturais e a existência desses inimigos, como nematóides
predadores, fungos, bactérias e ácaros podem exercer influência significativa na redução de
fitonematóides (STIRLING, 1991; UNIVERSITY OF CALIFORNIA, 1991; FREITAS et al.,
1995). Diversas espécies de nematóides predadores têm sido estudados no controle biológico
de fitonematóides, entre as quais, tem se destacado o Mononchus aquacticus Coetzee.
De acordo com Carvalho (1951) o gênero Mononchus tem sido observado com interesse
pelos fitopatologistas. Parecem ser um poderoso auxiliar no combate de vermes parasitas das
plantas, pois são tidos como predadores de outros nematóides. O autor observou em
laboratório o ataque de Mononchus a outras espécies de nematóides por sugar-lhes o conteúdo
e freqüentemente também os devora.
Segundo Bezerra (2002) o emprego de cobertura morta em agricultura é uma dessas
tecnologias simples e fartamente conhecidas, cujos benefícios sobre a produção e a
produtividade das culturas são irrefutáveis, especialmente em situações de baixa
disponibilidade de água, reduzindo, inclusive, a frequência dos tratos culturais e, em
conseqüência, os custos de produção.
O emprego da cobertura morta do solo do pomar permite preservar a umidade do solo,
fundamental para o bom desenvolvimento da figueira. Em locais com precipitações
irregulares, pequenas estiagens são sentidas pelas plantas, causando a queda das folhas, com
prejuízos à produção. Neste caso a cultura deve ser irrigada. Por outro lado, a alta umidade
pode predispor as frutas ao ataque de doenças bem como causar fendilhamento das frutas
quando elas se encontram no estágio de maturação. (SOUZA; MELO; MANCIN, 2008).
Na ficicultura paulista, o uso da cobertura morta é uma das práticas mais saudáveis
usadas na manutenção dessa cultura; sua colocação logo após a poda de inverno proporciona
muitos benefícios, como o controle de nematóides, manutenção de umidade do solo e fonte de
nutrientes, levando a uma melhor produção (PEREIRA, 1981).
Algumas espécies de gramíneas, leguminosas e compostas têm sido relatadas como
sendo antagônicas a Meloidogyne spp. e Rotylenchulus spp.; todavia, o efeito nematicida tem
sido relacionado à presença de substâncias que são liberadas por meio da decomposição
dessas plantas que, por sua vez, são altamente dependentes da relação carbono/nitrogênio
(C/N). A eficiência também pode ser afetada devido à flutuação que pode ocorrer na
fertilidade do solo, teor de umidade e de matéria orgânica, e da densidade populacional dos
nematóides. Assim sendo, a relação C/N e a produção de massa fresca e seca da espécie,
mudanças no pH do solo decorrentes do uso dessas espécies como cobertura, bem como o teor
de matéria orgânica necessitam ser conhecidos para promover o manejo dos fitonematóides
(TRIVERDI; BARKER, 1986; MCSORLEY,1998; 2001; RITZINGER; ALVES, 2001).
A utilização de cobertura morta em áreas de cultivo de figueira tem como objetivo a
proteção do solo contra erosão, manutenção da umidade do solo, controle de ervas daninhas,
fonte de nutrientes e matéria orgânica, proteção do sistema radicular superficial e favorece o
aparecimento de inimigos naturais de nematóides. Podem ser utilizadas como cobertura capim
gordura, bagaço de cana, casca de amendoim e arroz e outras leguminosas como a espécie
Crotalária spectabilis.
A utilização de culturas que não sejam hospedeiras de nematóides ou hospedeiras,
para rotação de culturas, tem sido apontada como uma importante prática de manejo na
redução dos danos causados por nematóides (SANTOS; RUANO, 1987).
De acordo com Ferraz e Freitas (2004) a espécie mais estudada com relação ao controle
de nematóides é Crotalaria spectabilis. Contudo, o cultivo desta espécie no Brasil ainda
apresenta alguns problemas: dificuldade de obtenção de sementes pelo agricultor; não se
desenvolve bem em algumas regiões, florindo precocemente e paralisando o crescimento, e é
tóxica para animais. A penetração e o desenvolvimento de Meloidogyne spp. nas raízes de
Crotalaria foram estudados por Silva e Ferraz (1989), Sano et al. (1983) e Sano e Nakasono
(1986). Nestes dois últimos trabalhos os autores, trabalhando com M. incognita e C.
spectabilis, observaram que a penetração excedeu a 30% nas raízes das plantas hospedeiras
Lycopersicon esculentum e Sorghum bicolor e também nas raízes de C. spectabilis, que não é
hospedeira.
Lordello (1973) demonstrou que as larvas infestantes do nematóide das galhas
(Meloidogyne spp.) penetram nas raízes de C. spectabilis, mas não sobrevivem, perecendo
prematuramente sem deixar sobreviventes.
Jahen e Mendes (1979) em seus estudos confirmaram a propriedade da C. spectabilis
quando exposta a infestação por uma população de larvas pré-parasitadas de Meloidogyne
incognita obtidas de plantas de cafeeiro, permitindo-lhes indicar a leguminosa para rotação
em glebas infestadas pelo nematóide.
Carneiro e Carneiro (1982) observaram que Stizolobium deeringianum (mucuna anã) e
C. spectabilis permitiram a penetração de larvas em suas raízes, porém impossibilitaram a
formação de fêmeas adultas em seu interior.
Lordello (1984) cita que a C. spectabilis tem sido empregada com sucesso como rotação
contra os nematóides causadores de galhas, e ainda como cultura de cobertura em plantações
permanentes estabelecidas. O mesmo autor ainda relata que durante o período que a planta
permanece vegetando, verifica-se uma redução na população de nematóides, decorrentes das
larvas que são atraídas para o seu sistema radicular.
2.7.2. Uso de Torta de mamona
Define-se como torta de mamona o resíduo da extração do óleo das sementes da
mamoneira (Ricinus comunis). Trata-se de produto com elevado teor de proteínas, produzido
na proporção aproximada de 1,2 tonelada para cada tonelada de óleo extraída (AZEVEDO;
LIMA, 2001), ou seja, corresponde a 55% do peso das sementes, valor que pode variar de
acordo com o teor de óleo da semente e do processo industrial de extração do óleo.
O principal uso da torta de mamona desengordurada (farelo) é como adubo orgânico.
Devido à limitação tecnológica de transformar a torta de mamona em ração animal, além de
adubo orgânico, o produto possui importante atividade nematicida, podendo ser usado no
controle de nematóides fitoparasitas, o que tem sido demonstrado por pesquisadores da área.
De acordo com Dutra et al. (2006) em cafeeiros irrigados a aplicação da torta de
mamona no controle de nematóide pode ser atribuída, provavelmente, aos seguintes efeitos:
ação do complexo ricina-ricinina presente na torta de mamona, que pode ter toxidade aos
nematóides; ação nutricional promovida pela torta de mamona; ou ainda pela ão conjunta
desses efeitos. Mas estes resultados necessitam ser complementados com estudos específicos
para a elucidação dos mecanismos bioquímicos, fisiológicos e citológicos dos componentes
da torta de mamona na redução dos nematóides. Em tomateiro também verificou-se a
eficiência da torta no combate do nematóide Nacobbus aberrans sendo o efeito atribuído à
liberação de compostos tóxicos e da lectina, da ricina e da ricina aglutinina (NAVARRO et
al., 2002).
Alguns estudos também demonstram a rapidez com que a torta de mamona se
mineraliza e, conseqüentemente, disponibiliza seus nutrientes. A velocidade de mineralização
da torta de mamona, medida pela respiração microbiana, é cerca de seis vezes mais rápida que
a de esterco bovino e quatorze vezes mais rápida que a do bagaço de cana. A decomposição
mais rápida da matéria orgânica, provavelmente, ocorre devido aos altos teores de nitrogênio,
fósforo e potássio presentes na torta, além de condições ótimas para a atividade microbiana:
alta umidade, boa aeração e temperatura em torno de 28 ºC (SEVERINO et al., 2004).
A adição de substâncias orgânicas no solo proporciona uma diminuição da população
de certos nematóides, resultando assim em controle com benefícios para o desenvolvimento
das plantas (LORDELLO, 1984). O autor relata ainda que, outros pesquisadores em seus
trabalhos observaram a matéria orgânica adicionada ao solo promove condições favoráveis a
multiplicação de inimigos naturais, resultando assim numa redução da população de
nematóides.
Lear (1959) estudou os efeitos do uso de torta de mamona e verificou que a adição
deste material ao solo promoveu uma redução na população dos nematóides causadores de
galhas. Porém observou também que existe necessidade do emprego de grandes quantidades
para obter uma redução significativa.
Moraes e Lordello (1977) realizaram experimento onde incorporaram 0,75%, 1,5% e
3,0% de torta de mamona a um solo altamente infestado pelo nematóide Meloidogyne exígua
Goeldi, 1887. A avaliação das raízes das mudas de café mostrou que a dose de 3,0%
proporcionou o melhor controle do nematóide.
Jahen e Lambert (1978) ao conduzirem experimento semelhante também observaram
efeitos positivos da torta de mamona em solos infestados com M. incognita destinados a
cultura da café, a partir da adição de 1,5% da torta os resultados foram satisfatórios.
Akhtar e Mahmood (1996) demonstraram o efeito da adubação com torta de mamona
sobre a redução da população de nematóides fitoparasitas e ainda o aumento da população de
nematóides predadores de vida livre, o que propiciou melhor desenvolvimento das plantas de
Cajanus cajan (guandu). Mashela e Nthangeni (2002) também demonstraram a eficácia de
sementes de mamona na supressão do crescimento da população do nematóide M. incognita
em tomateiros. Outros autores confirmam esse efeito da torta de mamona.
2.7.3. Controle químico
Os nematicidas são moléculas químicas altamente tóxicas com elevado poder residual
e amplo espectro de ação. Essas moléculas causam a contaminação de lençóis freáticos e de
alimentos, representando um grande risco para o meio ambiente e o homem. Por essas razões,
os nematicidas vêm sofrendo grandes restrições de uso em muitos países, tornando-se atrativo
o desenvolvimento de métodos alternativos de controle a fitonematóides (FERRAZ; VALLE,
2001).
Em culturas perenes, como o cafeeiro, os nematicidas, no campo, devem ser aplicados
no início da estação chuvosa, quando o sistema radicular entra em franca absorção de água e
nutrientes pela emissão de radicelas. A eficiência do produto aumentará, coincidindo também,
com as melhores condições de temperatura e umidade para a eclosão de larvas de segundo
estádio de Meloidogyne spp. no solo, que estas são as mais sensíveis à ação nematicida que
aquelas no interior de raízes ou dos ovos. No que se refere a lavouras adultas, é impraticável,
sob o ponto de vista econômico, realizar aplicações de nematicidas, por ser preciso tratar
grande volume de solo e, ainda, por estarem as raízes primárias do cafeeiro, na maioria dos
casos, bastante comprometidas, com difícil recuperação (SANTOS, 2010).
De acordo com Barros et al. (2003) e Rosa et al. (2003), o uso de produtos químicos
no controle de nematóides deve considerar sempre a relação custo/benefício, pois são
produtos onerosos e de grande impacto ambiental devido sua alta toxidez. O alto índice de uso
destes produtos na agricultura deve-se ao efeito imediato que tem sobre os nematóides.
Porém, deve-se deixar bem claro também a ineficiência destes em relação à erradicação
desses fitopatógenos.
A utilização de produtos químicos para controle do nematóide em pomares afetados,
ou, para erradicação do patógeno em mudas, além de serem medidas onerosas e pouco
eficientes, tem uso restringido pela falta de nematicidas registrados para a cultura.
Fertilizações constantes parecem prolongar a vida produtiva das plantas atacadas, entretanto,
gradativamente, o pomar entra em declínio. Devido à baixa eficiência e altos custos dos
métodos de controle em pomares já implantados, o plantio de mudas sadias em áreas livres do
nematóide constitui-se na principal medida preventiva de controle (CAMPOS, 1992).
Devido a estas desvantagens, existe pressão por parte da sociedade para que o uso de
moléculas químicas seja cada vez mais restrito, aliado a uma crescente demanda, por parte
dos agricultores, por produtos que sejam ao mesmo tempo atóxicos ao homem e animais,
menos onerosos e eficientes no controle de nematóides fitoparasitas (FREITAS, 2001).
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Local
O experimento foi conduzido na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da UNESP -
Campus de Ilha Solteira, localizada no município de Selvíria-MS, no encontro aproximado
das coordenadas geográficas 20°22' de Latitude Sul e 51°02' de Longitude Oeste, com altitude
ao redor de 335 m.
O clima da região é Aw, segundo a classificação de eppen (1948) apresentando
uma temperatura média anual de 24,5 °C (média das máximas de 27,5 °C e das mínimas de
21,4 °C).
O solo, reclassificado segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos é um
Latossolo Vermelho distroférrico típico muito argiloso, A moderado, hipodistrófico, álico,
caulinítico, férrico, epicompactado, muito profundo, moderadamente ácido (EMPRESA
BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA, 1999). A Tabela 1
apresenta os resultados da análise química do solo realizada na área.
Tabela 1. Características químicas do solo na profundidade de 0-0,20m. Selvíria, MS. 2010.
P
M.O.
pH
K
Ca
Mg
H+Al
Al
SB
T
V
m
(mg dm
-3
)
(g dm
-3
)
(CaCl
2
)
mmol
c
dm
-3
%
%
84
27
5,5
5,0
48
20
26
0
73
99
74
0
3.2. Cultivar utilizado
Durante a condução do experimento foram utilizadas plantas da cultivar Roxo de
Valinhos, seleção Gigante, já instaladas no campo, com oito anos de idade.
Essa cultivar apresenta as mesmas características da cultivar Roxo de Valinhos
comum, sendo uma planta vigorosa, produtiva e adaptando-se muito bem ao sistema de poda
drástica. O fruto é de tamanho grande, piriforme, pedúnculo curto, coloração externa escura,
coloração da polpa rosa violácea, apresenta cavidade central. Os frutos maduros são tenros e
saborosos.
3.3. Condução do experimento
O experimento foi conduzido no período de julho de 2009 a julho de 2010.
As plantas utilizadas para o experimento estavam dispostas num espaçamento de 2,0 x
2,5 m.
Antes da instalação do experimento todas as plantas foram podadas no dia 23 de julho
de 2009, sendo selecionados após o início da brotação, oito brotos, que foram os ramos
conduzidos durante o ciclo (APÊNDICE A).
A aplicação dos tratamentos foi realizada no dia 26/08/2009, com a colocação dos
produtos químicos em cada planta de acordo com os tratamentos definidos. Os produtos
foram colocados em covas, em formato de meia-lua feita em cada planta com auxílio de
enxadão. A descrição das principais características de cada produto encontra-se no
APÊNDICE B deste trabalho.
Um dos tratamentos foi constituído pelo plantio de C. spectabilis na linha e entrelinha,
no dia 24/09/2009 (APÊNDICE C). As plantas de C. spectabilis permaneceram na área
durante seu ciclo, sendo cortadas e deixadas na linha de plantas ao final do seu ciclo, que foi
no mês de janeiro.
3.4. Tratamentos e delineamento experimental utilizados
Em cada planta de todos os tratamentos do experimento foram aplicados 10 L de
esterco bovino curtido, bem como 10 L de composto (APÊNDICE D).
Tratamentos:
- Testemunha
- 20L de Torta de mamona/planta
- Crotalária spectabilis
- Terbufós (COUNTER® - 20g p.c./planta)
- Aldicarbe (TEMIK® - 20g p.c./planta)
- Forato (GRANUTOX® - 20g p.c./planta)
- Fenamifós (NEMACUR® - 20g p.c./planta)
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, composto de 7
tratamentos, 3 repetições e 4 plantas/parcela. Todas as plantas da parcela foram utilizadas para
avaliação do número de frutos/planta e uma planta/parcela para as demais avaliações.
3.5. Tratos culturais realizados
Durante a condução do experimento foram feitos os tratos culturais normalmente
realizados na cultura, tais como: adubação da área com base no resultado da análise de solo
(Tabela 1), obedecendo a recomendação de Campo-Dall‟Orto et al. (1996), desbrotas das
plantas, controle de plantas invasoras e irrigação feita através de gotejamento. Realizou-se
ainda aplicação de calda bordalesa para controle de ferrugem.
Além disso, realizou-se a colocação de cobertura morta em toda a área do experimento,
feita com capim gramão (Paspalum notatum Flügge) (APÊNDICE E).
3.6. Variáveis avaliadas no experimento
Após o plantio no campo foram avaliadas as seguintes variáveis:
- Produção de figo verde por planta: Os frutos das plantas de cada tratamento foram
colhidos verdes, a partir do mês de dezembro de 2009, sendo contados e pesados. Além disso,
foram realizadas medições de altura e diâmetro dos frutos com auxílio de régua graduada em
milímetros (APÊNDICE F). A partir desses dados foi calculada a produtividade da área em
kg/ha.
- Comprimento dos ramos: Obtido pela medição de todos os ramos das plantas, da base
ao ápice dos mesmos, a cada 60 dias com auxílio de fita métrica;
- Massa da matéria seca por ramo: Feita com a retirada de um ramo de cada planta, por
tratamento. Esses ramos foram colocados em estufa de circulação forçada a 65 - 70 ºC, até
peso constante, quando obteve-se a massa média da matéria seca por ramo.
- Número de galhas por grama de raízes: Após a colheita de todos os frutos, foi
realizada a contagem do número de galhas por secções do sistema radicular das plantas, sendo
expressas em número/g de raízes de acordo com a metodologia de Costa et al. (2001). As
raízes foram retiradas do solo na profundidade de 0 30 cm, com auxílio de um trado de
caneca com 5 cm de diâmetro. Todas as amostras coletadas apresentavam raízes, sendo o solo
coletado peneirado e as raízes lavadas para contagem das galhas, posteriormente levadas para
secar em estufa de circulação forçada a 65 - 70 ºC, até peso constante, quando obteve-se a
massa da matéria seca das mesmas (APÊNDICE G);
Após as avaliações os dados foram analisados pelo programa Sisvar (FERREIRA,
2008), realizando-se a análise de variância e análise de regressão.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 2, verifica-se que para as variáveis mero de frutos/planta, massa/fruto e
diâmetro dos frutos, houve diferença estatística significativa entre os tratamentos.
Com relação à produção avaliada pelo número de frutos por planta verifica-se que os
melhores resultados foram obtidos no tratamento com aldicarbe que não diferiu dos
tratamentos com torta de mamona, terbufós, forato e fenamifós. Tais resultados foram
semelhantes ao encontrado por Pereira et al. (1989) que trabalhando com nematicidas temik
(aldicarbe) e bromex (brometo de metila) na formação de mudas de figueiras, verificaram
bom controle de M. incognita, especialmente quando foi aplicado no monte de substrato.
Ainda com relação à produção (número de frutos por planta), Pereira e Ferraz (1985)
verificaram resultados semelhantes em ensaio de controle de nematóide M. incognita em
plantas adultas de figueira, verificando que todos os nematicidas utilizados, entre eles o temik,
promoveram reduções nas populações do nematóide durante certo período, além de
aumentarem significativamente a produção.
O número de frutos/planta obtidos no tratamento com utilização de aldicarbe pode ser
considerado como um bom resultado em função de que as plantas apresentaram apenas 8
ramos. Tais resultados foram semelhantes ao obtido por Leonel e Tecchio (2008), em
figueiras submetidas a diferentes épocas de poda e irrigação.
O tratamento com torta de mamona apresentou a segunda maior produção em número
de frutos, evidenciando sua importância para cultivos orgânicos. Por outro lado, deu origem a
frutos menores, o que provavelmente exigirá um tempo maior para atingir as 20 gramas.
Salgado et al. (2010) utilizando aplicação da torta de mamona para o controle de M. incognita
em pomar de figo não obtiveram resultados positivos. Ao contrário do encontrado por Lear
(1959) que observou efeito sensível de desinfestação de solo, com uso de torta de mamona, no
cultivo de beterraba açucareira infestada por nematóides. O mesmo autor em outro trabalho,
cultivando tomateiros em vasos de meio galão de capacidade em casa de vegetação, cheios
com terra infestada por M. javanica e adicionando 0,5 1,0 2,0 4,0 e 10,0 gramas de torta
de mamona, concluiu que à medida que a quantidade de torta aumentava, diminuía o grau de
infestação do nematóide.
Esses resultados podem ser explicados, de acordo com Dutra et al. (2006), pela ação
do complexo ricina-ricinina presente na torta de mamona, que pode ser tóxico aos nematóides
pela ação nutricional promovida com a utilização da torta de mamona ou ação conjunta desses
efeitos.
Com relação ao tratamento onde houve o plantio de C. spectabilis, para a variável
número de frutos obtidos, cabe salientar que melhores resultados poderão ser obtidos com
vários anos de utilização, tanto pelo efeito da cultivo dessa planta, como pela incorporação de
seus restos vegetais. Feitosa et al. (2009) avaliando a contribuição da cobertura de solo com a
leguminosa Crotalaria juncea L. em figueiras, obteve maior número de frutos (superior a 100
frutos/planta), porém em plantas com 24 ramos.
para a variável produtividade (kg/ha) observa-se que houve diferença estatística
significativa entre os diferentes tratamentos utilizados, sendo o tratamento com utilização de
aldicarbe o que apresentou melhor média e o tratamento com plantio de C. spectabilis a
menor média de produtividade.
As produtividades encontradas no experimento estão de acordo com o encontrado por
Gonçalves et al. (2006) que avaliaram o efeito da época de poda e de sistemas de condução
sobre crescimento, produção e qualidade de frutos da figueira cultivada na região norte
mineira, onde obtiveram produtividade de 1677 kg/ha na safra 2000/2001 e 3314 kg/ha na
safra 2001/2002, em plantas podadas no mês de junho, em áreas sem infestação de
nematóides.
Os resultados de produtividade estão de acordo com os encontrados por Rodrigues,
Correa e Boliani (2009) que avaliaram seleções mutantes de figueira (Ficus carica L.)
originadas de plantas formadas por estacas provenientes de gemas irradiadas com raio gama,
onde encontraram produtividade máxima de 3.230 kg/ha, em áreas não infestadas por
nematóides.
Ainda com relação a produtividade, os resultados do presente trabalho são semelhantes
ou até maiores que os encontrados por Dalastra et al. (2009), que avaliando o efeito da época
de poda sobre o crescimento e a produção da figueira „Roxo de Valinhos‟, cultivada na região
oeste do Paraná, sob sistema orgânico, para a produção de figos-verdes encontraram
produtividades de 2.656 kg/ha em plantas podadas em julho.
No caso da variável diâmetro de frutos, os tratamentos testemunha, terbufós, aldicarbe
e forato, apresentaram as melhores médias em relação aos demais tratamentos.
Tabela 2. Características de produção de figueiras cv. Roxo de Valinhos seleção Gigante, sob
diferentes tratamentos. Selvíria, MS. 2010.
Tratamentos
Frutos/
Planta
Massa/
Fruto
(g)
Produ-
tivid.
(kg/ha)
Comp.
médio/
Fruto
(cm)
Diâm.
médio/
Frutos
(cm)
Testemunha
44,00 bc
19,40 a
1764 ab
4,95 a
3,81 a
20L de Torta de mamona /planta
86,00 ab
15,86 b
2730 ab
4,63 a
3,44 b
Crotalaria spectabilis
38,67 c
16,43 ab
1229 b
5,05 a
3,66 ab
Terbufós (20g p.c./planta)
67,00 abc
17,51 ab
2355 ab
4,53 a
3,81 a
Aldicarbe (20g p.c./planta)
90,33 a
18,61 ab
3364 a
4,93 a
3,77 a
Forato (20g p.c./planta)
58,00 abc
18,82 ab
2186 ab
5,05 a
3,79 a
Fenamifós (20g p.c./planta)
63,67 abc
17,90 ab
2288 ab
4,52 a
3,70 ab
CV (%)
24,36
17,79
32,03
10,07
2,72
Médias nas colunas seguidas de mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 1% de
significância para número de frutos por planta e 5% de significância para as demais variáveis
analisadas.
A Tabela 3 apresenta os resultados referentes ao comprimento de ramos e massa seca
de ramos em função dos tratamentos realizados. Observa-se nessa tabela que não houve
diferença significativa entre os tratamentos. Observa-se ainda que os maiores valores para
comprimento e massa seca dos ramos foram obtidos no tratamento com aldicarbe. Apesar de
não apresentar efeito significativo, com relação ao comprimento dos ramos os resultados
obtidos são semelhantes ou maiores do que os encontrados por Caetano et. al. (2005) ao
determinar o número mais adequado de ramos produtivos para a condução da figueira, sem
ataque de nematóides, por meio de avaliações da produção de frutos verdes, obtiveram valores
de no máximo 96cm de comprimento, aos 180 dias após a poda, assim como Feitosa et al.
(2009) e Junqueira et al. (2002), que trabalhando com C. juncea observaram que esta
proporcionou à figueira maior comprimento de ramos.
Tabela 3. Comprimento e massa da matéria seca de ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos
seleção Gigante, sob diferentes tratamentos, ao final das avaliações. Selvíria, MS.
2010.
Tratamento
Comprimento
médio por
ramo (cm)
Massa média da matéria
seca por ramo (g)
Testemunha
122,75 a
133,00 a
20L de Torta de mamona /planta
117,12 a
130,33 a
Crotalaria spectabilis
132,41 a
148,00 a
Terbufós (20g p.c./planta)
131,72 a
116,83 a
Aldicarbe (20g p.c./planta)
149,91 a
160,00 a
Forato (20g p.c./planta)
135,92 a
153,33 a
Fenamifós (20g p.c./planta)
134,33 a
110,33 a
CV (%)
9,28
22,89
Médias nas colunas seguidas de mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
significância.
Realizou-se uma análise de regressão para as épocas em que foram medidos os
comprimentos de ramos, em cada tratamento. De acordo com a análise não houve diferença
estatística significativa entre os tratamentos, apenas entre as épocas após a poda, o que era
esperado, uma vez que após a poda, as brotações dão origem a ramos que param de crescer
no final do ciclo de produção e inicio do inverno. A Figura 1 permite visualizar uma regressão
cuja função é do tipo quadrática (Y= -22,48 + 1,048X 0,001X
2
, com R
2
= 99,99%), e mostra
um intenso crescimento dos ramos nos primeiros 120 dias, quando atingiram valores
próximos a 80 cm de comprimento.
Figura 1. Comprimento de ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos seleção Gigante, sob
diferentes tratamentos. Selvíria, MS. 2010.
A Tabela 4 apresenta os resultados de número de galhas/grama de raiz, no qual
observa-se que não houve diferença estatística significativa entre os tratamentos. Porém,
verifica-se que o tratamento testemunha, se destacou em relação aos demais. Esses resultados
estão de acordo com os obtidos por Ferraz et al. (1982), que avaliaram a viabilidade do
emprego de nematicidas em viveiro de mudas de figueiras mantidas em sacos de polietileno
com 10 litros de capacidade com solo infestado por nematóides, e constataram que o maior
grau de infestação das raízes ocorreu no tratamento testemunha, embora os demais
tratamentos não tenham apresentado diferença entre si.
Embora não tenha ocorrido diferença estatística significativa entre os tratamentos,
verifica-se que bons resultados para números de galhas por grama de raízes foram obtidos nos
tratamentos com produtos químicos, bem como com o plantio de C. spectabilis. Esses
resultados estão de acordo com os encontrados por Andrade & Ponte (1999) e Ribas et al.
(2002), avaliando a utilização de C. juncea e C. spectabilis consorciadas com quiabeiro
(Abelmoschus esculentus Moench.), observaram redução no número de galhas, formadas por
fitonematóides, nas raízes do quiabeiro e conseqüente aumento na produtividade, porém em
cultivo convencional. Segundo Peacock (1959) o efeito nematicida de tais plantas é exercido
pelos exsudatos radiculares tóxicos e/ou por mecanismos de resistência, que impedem o
desenvolvimento e reprodução do nematóide no sistema radicular dessas plantas. Além disso,
a decomposição da matéria orgânica incorporada favorece a proliferação de inimigos naturais,
além de liberar substâncias com efeito nematicida (BADRA et al., 1979).
Com relação ao tratamento com terbufós, este apresentou um dos resultados menos
satisfatórios para número de galhas/grama de raiz. Na cultura do algodoeiro Asmus (2005),
verificou que o menor número de nematóides/grama de raiz foi encontrado com a utilização
de aldicarbe (Temik) e terbufós (Counter) no controle do nematóide reniforme (Rotylenchulus
reniformis).
O tratamento com utilização de fenamifós pode ser considerado eficiente com relação
ao número de galhas/grama de raízes, sendo que o efeito desse nematicida foi comprovado
por Ferraz et al. (1982), trabalhando com mudas de figueira (Ficus carica) onde os menores
graus de infestação foram observados com a utilização de Mocap e Fenamifós, porém em
nenhum dos casos houve eliminação total do parasito.
o tratamento com forato pode ser considerado uma forma de controle eficiente de
nematóides, uma vez que seus resultados para número de galhas/grama de raiz são
satisfatórios quando comparados aos demais tratamentos.
Tabela 4. Número de galhas/grama de raiz de figueiras cv. Roxo de Valinhos seleção Gigante,
sob diferentes tratamentos, ao final das avaliações. Selvíria, MS. 2010.
Tratamentos
Número médio de galhas/g de raiz
Testemunha
151,13 a
20L de Torta de mamona /planta
146,44 a
Crotalaria spectabilis
94,65 a
Terbufós (20g p.c./planta)
112,14 a
Aldicarbe (20g p.c./planta)
99,72 a
Forato (20g p.c./planta)
93,50 a
Fenamifós (20g p.c./planta)
97,09 a
CV (%)
43.53
Médias nas colunas seguidas de mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
de significância.
5. CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos com a figueira cv. Roxo de Valinhos seleção Gigante,
nas condições dos experimentos, pode-se concluir que:
a) A presença de M. incognita na área reduziu a produção (número de frutos/planta) em
mais de 50%;
b) A maior produção (número de frutos) por planta foi obtido com a utilização de
aldicarbe;
c) A maior produtividade (kg/ha) da cultura foi obtida com o uso de aldicarbe;
d) O tamanho dos frutos (comprimento e diâmetro) apresentou padrões normais nos
tratamentos utilizados;
e) O desenvolvimento dos ramos (comprimento e massa da matéria seca) não foi afetado
pelos tratamentos utilizados.
REFERÊNCIAS
ABID, M. M. I.; CHOUDHARY, M. A.; MAQBOOL, A. U. RAHMAN. Preliminary
screening of some plants for their nematicidal activity against Meloidogyne javanica.
Nematologia Mediterrânea, Bari, v.25, n.1, p.155-157, 1997.
ABRHÃO, E.; ANTUNES, L. E. C.; SILVA, V. J.; OLIVEIRA, N. C. Poda e condução de
figueira. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.18, n.188, p.5-8, 1997.
ANDRADE, N. C.; PONTE, J. J. Efeito do sistema de plantio em camalhões e do consórcio
com Crotalaria spectabilis no controle de Meloidogyne incognita em quiabeiro. Nematologia
Brasileira, Piracicaba, v.23, n.1, p.11-16, 1999.
AKTAR, M.; MAHMOOD, I. Control of plant-parasitic nematodes with organic and
inorganic amendments in agricultural soil. Applied Soil Ecology, Amsterdam, v.4, n.3 p.243-
247, 1996.
ALBUQUERQUE, J. A. S.; ALBUQUERQUE, T. C. S. Comportamento da figueira (Ficus
carica L.) cultivar Roxo de Valinhos no vale do São Francisco. Petrolina: Embrapa-
CPATSA, 1981. 19p. (Boletim de pesquisa, 07).
ALVARENGA, A. A.; ABRAHÃO, E.; FRÁGUAS, J. C. et al. Figo (Ficus carica L.). In:
TRAZILBO JÚNIOR, J. P..; MADELAINE, V. (Org.). 101 Culturas: manual de tecnologias
agrícolas. Belo Horizonte: EPAMIG, 2007. p.365-372.
AGÊNCIA BRASILEIRA DE PROMOÇÃO DE EXPORTAÇÕES E INVESTIMENTOS -
APEX. Retrospectiva da fruticultura. [S.l.: s.n.], 2007. Disponível em:
<http://www.apexbrasil.com.br/noticia_detalhe.aspx?idnot=1493>. Acesso em: 15 abr. 2008.
ASMUS, G. L. Eficiência de nematicidas no controle de Rotylenchulus reniformis na
cultura do algodoeiro. Salvador: [s.n.], 2005. Disponível em: <
http://www.cnpa.embrapa.br/produtos/algodao/publicacoes/trabalhos_cba5/283.pdf >. Acesso
em: 10 ago. 2010.
AZEVEDO, D. M. P.; LIMA, E. F. (Ed.). O agronegócio da mamona no Brasil. Brasília:
Embrapa Informação Tecnológica, 2001. 350p.
BADRA, T.; SALEH, M.A.; OTEIFA, B.A. Nematicidal activity and composition of some
organic fertilizers and amendments. Revue Nématologie, Nigéria, v.2, n.1, p.29-36, 1979.
BARROS, A. C. B.; MOURA, R. M.; PEDROSA, E. M. R. Influência da aplicação conjunta
de nematicida com calcário, cupinicida ou torta de filtro na eficiência do nematicida em cana-
de-açúcar. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE NEMATOLOGIA, 25., 2003, Petrolina.
Anais... Petrolina: Embrapa, 2003. p.277.
BEZERRA, F. F. Influência da cobertura morta no desenvolvimento de fruteiras
tropicais. Fortaleza: [s.n.], 2002. Disponível em:
<http://64.233.169.104/search?q=cache:DvVyx1fQCcAJ:www.cnpat.embrapa.br/publica/pub/
SerDoc/doc_49.pdf+o+emprego+de+cobertura+morta+em+agricultura+%C3%A9+uma+dess
as+tecnologias+simples+e+fartamente+conhecidas&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1&gl=br>.
Acesso em: 20 abr. 2008.
BOSENBECKER, V. K. Efeitos de óleos essenciais de plantas bioativas no controle de
Phytophthora infestans e Meloidogyne javanica em batata (Solanum tuberosum L.). 2006.
65f. Tese (Doutorado) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM), Universidade
Federal de Pelotas, Pelotas, 2006.
BRIDGE, J. Keynote: Nematodes of bananas and plantains in Africa: research trends and
management strategies relating to the small scale farmer. Acta Horticulturae, Wageningen,
v.1, n.540, p.391-408, 2000.
CAETANO, L. C. S.; CARVALHO, A. J. C.; CAMPOSTRINE, E. et al. Efeito do número de
ramos produtivos sobre o desenvolvimento da área foliar e produtividade da figueira. Revista
Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.27, n.3, p.426-429, 2005.
CAMPO-DALL‟ORTO, F. A.; BARBOSA, W.; OJIMA, H.; RAIJ, B. van. Frutas de clima
temperado: II. figo, maça, marmelo, pêra e pêssego em pomar compacto. In: RAIJ, B. van;
CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A.; FURLANI, A. M. C. Recomendações de adubação
e calagem para o estado de São Paulo. 2.ed. Campinas: Instituto Agronômico, 1996. 285p.
CAMPOS, V. P. Perspectivas do controle biológico de nematóides. Informe Agropecuário,
Belo Horizonte, v.16, n.172, p.26-30, 1992.
CAMPOS, V. P. Nematóides na cultura da figueira. Informe Agropecuário, Belo Horizonte,
v.18, n.1, p.33-38, 1997.
CARVALHO, J. C. Uma nova espécie de Mononchus (Nematoda, Mononchidae).
Bragantia, Campinas, v.11, n.1/3, p.51-54, 1951.
CARNEIRO, R. G. ; CARNEIRO, R. M. D. G. Seleção preliminar de plantas para rotação de
culturas em áreas infestadas por Meloidogyne incognita nos anos de 1979 e 1980.
Nematologia Brasileira, Campinas, v.6, n.6, p.141-148, 1982.
CHALFUN, N. N. J.; PASQUAL, M.; HOFFMANN, A. Cultura da figueira. In:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS. Fruticultura comercial: frutíferas de clima
temperado. Lavras: Ufla/Faepe, 1998. p. 13-69.
CORREA, L. S.; BOLIANI, A. C. Cultura da figueira, do plantio à comercialização. Ilha
Solteira: FAPESP, 1999. 259p.
COSTA, M. J. N. et al. Nematóides em plantas ornamentais. Ciência agrotecnológica,
Lavras, v.25, n.5, p.1127-1132, 2001.
DALASTRA, I. M. et al. Épocas de poda na produção de figos verdes roxo de valinhos‟ em
sistema orgânico na região oeste do Paraná. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal,
v.31, n.2, p.447-453, 2009.
DUTRA, M. R.; PAIVA, B. R. T. L.; MENDONÇA, P. L. P.; GONZAGA, A.; CAMPOS, V.
P.; NETO, P. C.; FRAGA, A. C. Utilização de silicato de cálcio e torta de mamona no
controle do nematóide meloidogyne exigua em cafeeiro irrigado. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE MAMONA, 2., 2006, Aracaju. Anais... Campina Grande: Embrapa
Algodão. 2006. não paginado.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA- EMBRAPA. Centro
Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro,
1999. 412p.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION - FAO. Fig. [S.l.: s.n.], 2009. Disponível
em: <http://www.faostat.fao.org>. Acesso em: 24 jun 2009.
FELIPPI, M. Levantamento de espécies vegetais daninhas hospedeiras de Meloidogyne
incognita associado à cultura da figueira (ficus carica), em quatro municípios na região
produtora do Médio Alto Uruguai. 2003. 40 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
em Ciências Biológicas) Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões,
Campus de Frederico Westphalen, 2003.
FEITOSA, H. O. et al. Influência da adubação orgânica e da cobertura viva em figueira com
irrigação suplementar. Revista Brasileira de Agricultura Irrigada, Fortaleza, v.3, n.2,
p.8894, 2009.
FERRAZ, L. C. C. B. ; PEREIRA, F. M. ; BOLONHEZI, A. C. Danos causados por
nematoides de galhas em mudas de figueira cv. Roxo-de- Valinhos. Revista Brasileira de
Fruticultura, Jaboticabal, v.2, n.2, p. 47-53, 1980.
FERRAZ, L. C. C. B.; MONTEIRO, A. R. Nematóides. In: BERGAMIN, A. F, KIMATI, H.,
AMORIM, L. Manual de fitopatologia. São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. cap. 8, p.168
199.
FERRAZ, S.; FREITAS, L. G. O controle de fitonematóides por plantas antagonistas e
produtos naturais. Viçosa: [s.n.], 2004. Disponível em:
<www.ufv.br/dfp/lab/nematologia/antagonistas.pdf>. Acesso em: 18 maio 2010.
FERRAZ, S.; VALLE, L. A. Controle de fitonematóides por plantas antagônicas. Viçosa:
UFV, 2001. 73p. (Cadernos Didáticos, 7).
FERRAZ, L. C. C. B.; PEREIRA, F. M.; VALENTE, J. C. Considerações sobre o uso de
nematicidas em viveiro visando a recuperação de mudas de Ficus carica cv. roxo de valinhos
infestadas por Meloidogyne incognita. Nematologia Brasileira, Campinas, v.5, n.6, p.13-20,
1982.
FERREIRA, D. F. SISVAR: um programa para análises e ensino de estatística. Revista
Symposium, Lavras, v.6, n.1, p.36-41, 2008.
FMC AGRICULTURAL PRODUCTS. Controle de nematóides: gênero meloidogyne. [S.l.:
s.n., 2008?]. Disponível em: < http://www.nematoides.com.br/wordpress/index.php/sobre-
nematoides/genero-meloidogyne/>. Acesso em: 15 ago. 2010.
FRAGOSO, R. R. Nova arma biotecnológica contra nematóides parasitas de plantas.
[S.l.: s.n.], 2008. Disponível em: <http://www.criareplantar.com.br>. Acesso em: 5 maio
2010.
FRANCISCO, V. L. F. S.; BAPTISTELLA, C. S. L.; SILVA, P. R. A cultura do figo em
São Paulo. [S.l.: s.n., 2008?]. Disponível em: <
http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=2314>. Acesso em: 6 mar 2009.
FREITAS, L. G. Rizobactérias versus nematóides. Viçosa: Departamento de Fitopatologia.
Universidade Federal de Viçosa, 2001. Disponível em:
<www.ufv.br/dfp/lab/nematologia/rizo.pdf>. Acesso em: 03 mai 2010.
FREITAS, L. G.; FERRAZ, S.; MUCHOVEJ, J.J. Effectiveness of different isolates of
Paecilomyces lilacinus and an isolate of Cylindrocarpon destructans on the control of
Meloidogyne javanica. Nematropica, Riverside, v.25, n. 2, p.109-115, 1995.
GONÇALVES, C. A. A. et al. Poda e sistemas de condução na produção de figos verdes.
Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v.41, n.6, p.955-961, jun. 2006.
HAMMERSCHMIDT, R.; DANN. E. K. Induced resistance to disease. In: RECHCIGL, N.
A.; RECHCIGL, J. E. Environmentally safe approaches to crop disease control. Boca
Raton: CRC-Lewis Publishers, 1997. p.177-199.
ICHINOE, M. Nematodes en los cultivos perenes. Biokemia, Midland, v. 9, p. 1013, 1965.
INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA IEA. Área e produção dos principais
produtos da agropecuária. [S.l.: s.n.], 2010. Disponível em:
<http://ciagri.iea.sp.gov.br/bancoiea/subjetiva.aspx?cod_sis=1>. Acesso em: 20 jul. 2010.
INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA. Cultura do figo em São Paulo. [S.l.: s.n.],
2005. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=2314>. Acesso
em: 22 abr. 2008.
INGLÊS DE SOUZA, J. S. Podas das plantas frutíferas. São Paulo: Nobel, 2005. 191p.
INSTITUTO BRASILEIRO DE FRUTAS- Ibraf. Exportação: frutas frescas. [S.l.: s.n.,
2007?]. Disponível em: <http://www.ibraf.org.br/estatisticas/est_frutas.asp>. Acesso em: 15
ago. 2010.
JAHEN, A.; MENDES, B. V. Avaliação de penetração e desenvolvimento de Meloidogyne
incognita em Crotalaria spectabilis. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS
CAFEEIRAS, 7., 1979, Araxa. Resumos... Rio de Janeiro, IBC-GERCA, 1979. p. 28-29.
JAHEN, A.; LAMBERT, N. S. Uso de torta de mamona como nematicida em viveiro de café.
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 6., 1978, Ribeirão Preto.
Resumos... Rio de Janeiro, IBC-GERCA, 1978. p. 151-154.
JUNQUEIRA, R. M.; RIBAS, R. G. T.; LIMA, E. A.; OLIVEIRA, F. L. de GUERRA, J. G.
M.; RIBEIRO, R. L. D.; BUSQUET, R. N. B. Influencia da cobertura viva permanente de
solo com leguminosas perenes. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE BIOLOGIA DO SOLO, 4.,
2002, Rio de Janeiro. Reunião... Rio de Janeiro: UFRRJ, 2002. p.27.
KIEHL, E. J. Fertilizantes orgânicos. São Paulo: Agronômica Ceres, 1985. 492p
LEAR, B. Application of castor pomace and cropping of castor beans to soil to reduce
nematode populations. Plant Disease Reporter, Washington, v.43, n.4, p.459-460, 1959.
LEONEL, S.; TECCHIO, M. A. Produção da figueira submetida a diferentes épocas de poda e
irrigação. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.30, n.4, p. 1015-1021, 2008.
LORDELLO, L. G. E. Meloidogyne incognita”, a nematode pest of orchards at the Valinhos
Region (State of S. Paulo, Brazil). Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, v.18, n.4,
p.375-379, 1958.
LORDELLO, L. G. E. Nematóides das plantas cultivadas. 2.ed. São Paulo: Nobel, 1973.
197p.
LORDELLO, L. G. E. Nematóides de plantas cultivadas. 8.ed. São Paulo: Nobel, 1984.
314 p.
LORDELLO, L. G. E. Nematóides de plantas cultivadas. São Paulo: Livraria Nobel, 1988.
314 p.
LORIMER, S. D.; PERRY, N. B.; FOSTER, L. M.; BURGESS, E. J. A nematode larval
motility inhibition assay for screening plant extracts and natural products. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, Easton, v.44, n.9, p.2842-2845, 1996.
MAIA de SOUZA, R M. Fig culture techniques. Acta Horticulturae, The Hague, v.605, n.5,
p.99-101, 2003.
MAIORANO, J. A. Importância econômica da figueira no estado de São Paulo. In: CORRÊA,
L.S.; BOLIANI, A.C. (Ed.). Cultura da figueira: do plantio à comercialização. Ilha Solteira:
FUNEP, 1999. p.17-24.
MARIN, F. A.; PERES, S. P. B. A.; ZULIANI, A. Alergia látex-fruta. Revista de Nutrição,
Campinas, v.15, n.1, p.95-103, 2002.
MASHELA, P. W.; NITHANGENI, M. E. Efficacy of Ricinus communis fruit meal with and
without Bacillus species on suppression of Meloidogyne incognita and Growth of tomato.
Journal of Phytopathology, Berlin, v.150, n.7, p.399-402, 2002.
McSORLEY, R. Alternative practices for managing plant-parasitic nematodes. American
Journal of Alternative Agriculture, Oxfordshire, v.13, n.3, p.98-104, 1998.
McSORLEY, R. Multiple cropping systems for nematode management: a review. Soil and
Crop Science Society of Florida, Gainesville, v.60, n.5, p.132-142, 2001.
McSORLEY, R.; GALLAHER, R.N. Cultural practices improve crop tolerance to nematodes.
Nematropica, Riverside, v.25, n.1, p.53-60, 1995.
MEDEIROS, A. R. M. Figueira do plantio ao processamento caseiro. Pelotas: Embrapa
Clima Temperado, 2002. 16 p. (Circular Técnica 35).
MIAN, I. H.; RODRIGUEZ-KABANA, R. Survey of the nematicidal properties of some
organic materials available in Alabama as amendments to soil for control of Meloidogyne
arenaria. Nematropica, Riverside, v.12, n.2, p.235-246, 1982.
MORAES, M. V. ; LORDELLO, L. G. E. Uso de torta de mamona no controle de nematóides
em solo para viveiro de café. Nematologia Brasileira, Campinas, v.1, n.2, p.267-271, 1977.
MORTON, J. Fruits of warm climates. Miami: Creative Resource Systems, p.47-50, 1987.
MOURA, J. C. Produção de figos em Valinhos. O Estado de São Paulo, São Paulo, 1983.
Supl. Agrícola, p.5.
MOURA, R. M. Contribuição ao estudo da Meloidogynose da figueira (Fícus carica L.).
1967. 28 f. Dissertação (Mestrado em Fitopatologia)- Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Quieroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 1967.
NASCENTE, A. S. A Fruticultura no Brasil: Ciência e pesquisa artigos técnicos. [S.l.:
s.n., 2005?]. Disponível em:
<http://www.cpafro.embrapa.br/embrapa/Artigos/frut_brasil.html>. Acesso em: 15 abr. 2007.
NAVARRO, F. F.; VERA, I. C. D.; MEJIA, E. Z.; GARCIA, P. S. Aplicación de enmiendas
orgánicas para el manejo de Nacobbus aberrans en tomate. Nematropica, Bradenton, v.32,
n.2, p.113-124, 2002.
NOVARETTI, W. R. T.; MONTEIRO, A. R.; FERRAZ, L. C. C. B. Controle químico de
Meloidogyne incognita e Pratylenchus zeae em cana-de-açúcar com carbofuram e terbufos.
Nematologia Brasileira, Campinas, v. , n.22, p.6074, 1998.
OKA, Y.; NACAR, S.; PUTIEVSKY, E.; RAVID, U.; YANIV, Z.; SPIEGEL, Y.
Nematicidal activity of essential oils and their components against the root-knot nematode.
Nematology, Leiden, v.90, n.7, p.710- 15, 2000.
PEACOCK, F.C. The development of a technique for studying the host-parasite relationships
of the root-knot nematode Meloiodgyne incognita under controlled conditions. Nematologica,
Alburn, v.4, n.2, p.43-55, 1959.
PENTEADO, S. R. O cultivo da figueira no Brasil e no mundo. In: CORRÊA, L.S.;
BOLIANI, A.C. (Ed.). Cultura da figueira: do plantio à comercialização. Ilha Solteira:
FUNEP, 1999. p. 1-16.
PEREIRA, B. Altos e baixos da fruticultura. Revista Frutas e Derivados, São Paulo, v.1,
n.4, p.19-30, 2006.
PEREIRA, F. M. et al. Efeitos do aldicarb no controle de Meloidogyne incognita (Kofoid &
White, 1919) Chitwood, 1949, em mudas de figueira (Ficus carica L.) cv. Roxo de Valinhos.
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 10., 1989, Fortaleza. Anais...
Fortaleza: SBF, 1989. v.1, p.158 165.
PEREIRA, F. M.; FERRAZ, L.C.C.B. Nematicidas granulados no controle de Meloidogyne
incognita em Figueira (Ficus carica cv. Roxo de Valinhos). Ecossistema, Espírito Santo do
Pinhal, v.10, n.2, p.167-175, 1985.
PEREIRA, F. M. Cultura da figueira. São Paulo: Livroceres, 1981. 73p.
PEREIRA, F. M.; NACHTIGAL, J. C. Botânica, biologia e cultivares de figueira. In:
CORRÊA, L. S.; BOLIANI, A. C. (Ed.). Cultura da figueira: do plantio à comercialização.
Ilha Solteira: FUNEP, 1999. p.25-35.
PINHEIRO, S. O. et al. Cultura da figueira. [S.l.: s.n.], 1998. Disponível em:
< http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/figo.html>. Acesso em: 11 ago. 2010.
PIO, R. O potencial de novas fruteiras. [S.l.: s.n., 2009?]. Disponível em: <
http://www.uepg.br/uepg_departamentos/defito/htm/labiovegetal/anais/O_Potencial_De_Nov
as_Fruteiras.pdf >. Acesso em: 15 mai 2010.
PIO, R.; CHAGAS, E. A. et al. O cultivo da figueira. [S.l.: s.n., 2009?]. Disponível em:
<http://www.todafruta.com.br/todafruta/mostra_conteudo.asp?conteudo=15051>. Acesso em:
20 abr. 2008.
RIBAS, R. G. T.; JUNQUEIRA, R. M.; OLIVEIRA, F. L.; GUERRA, J. G. M.; ALMEIDA,
D. L.; RIBEIRO, R. L. D. Adubação verde na forma de consórcio no cultivo do quiabeiro
sob manejo orgânico. Seropédica: UFRRJ/ EDUR, 2002. (Comunicado Técnico, 54).
RIGITANO, O. Resultados experimentais relativos à poda da figueira, variedade “Roxo de
Valinhos”. Bragantia, Campinas, v.16, n.9, p.109-130, 1957.
RIGITANO, O. A figueira cultivada no estado de São Paulo. Campinas: Instituto
Agronômico, 1955. 59p.
RITZINGER, C. H. S. P.; ALVES, E.J . Nematóides. In: ALVES, E.J. (Ed.). Cultivo de
bananeira tipo Terra. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2001. p.117-122.
RITZINGER, C. H. S. P.; FANCELLI, M. Manejo integrado de nematóides na cultura da
bananeira. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.28, n.2, p.331-338, 2006.
RITZINGER, C. H. S. P.; McSORLEY, R. Effect of castor and velvetbean organic
amendments on Meloidogyne arenaria in greenhouse experiments. Journal of Nematology,
Lakeland, v.30, supl., p.624-631. 1998a.
RITZINGER, C H. S .P.; McSORLEY, R. Effect of fresh and dry organic amendments on
Meloidogyne arenaria in greenhouse experiments. Nematropica, Riverside, v.28, n.2, p.173-
185, 1998b.
RITZINGER, C. H. S. P.; McSORLEY, R.; GALLAHER, R. N. Effect of Meloidogyne
arenaria and mulch type on okra in microplot experiments. Journal of Nematology,
Riverside, v.30, supl., p.616-623, 1998.
RODRIGUES, M. G. F.; CORREA, L. S.; BOLIANI, A. C. Avaliação de seleções mutantes
de figueira cv. roxo-de-valinhos. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.31, n.3,
p.771-777, 2009.
RODRIGUEZ-KABANA, R.; KLOEPPER, J.K. Chitin-mediated changes in bacterial
communities of the soil, rhizosphere and within roots of cotton in relation to nematode
control. Soil Biology and Biochemistry, Oxford, v.31, p.551-560, 1999.
ROSA, R. C. T.; MOURA, R. M.; PEDROSA, E. M. R. Efeito do uso de Crotalária juncea e
carbofuram observados na colheita de cana planta. Nematologia Brasileira, Campinas, v.2,
n. 27, p.167-171, 2003.
SALGADO, S. M. L. et al. Aplicação da torta de mamona (ricinus comunis) para o
controle de Meloidogyne incognita em pomar de figo (Ficus carica). Lavras: [s.n.], 2009.
Disponível em: <http://docentes.esalq.usp.br/sbn/nbonline/ol%20334/286-436%20co.pdf>.
Acesso em: 11 ago. 2010.
SANO, Z. ; NAKASONO, K. Histological responses of three leguminous enemy plants to the
penetration and development of Meloidogyne incognita. Japanese Journal of Nematology,
Tokyo, v.16, n.12, p.48-55, 1986.
SANO, Z. I.; NAKASONO, K. ; ARAKI, M. Penetration and development of Meloidogyne
incognita in some enemy and host plants. In: PROCEEDINGS OF THE ASSOCIATION
FOR PLANT PROTECTION OF KYUSHU, 29., 1983, [S.l.] Proceeding... [S.l: s.n.], 1983.
p.132-136.
SANTOS, A. Doenças do café. [S.l.: s.n., 2006?]. Disponível em:
<http://www.uesb.br/utilitarios/modelos/monta.asp?site=fitopatologia&tex=ControleBiolgico.
html>. Acesso em: 20 abr. 2010.
SANTOS, J. M.; MAIA, A. S. Nematóide da figueira, In: CORRÊA, L. S.; BOLIANI, A. C.
(Ed.). Cultura da figueira: do plantio à comercialização. Ilha Solteira: FUNEP, 1999. p.33-
38.
SANTOS, M. A. ; RUANO, O. Reação de plantas usadas com o adubos verdes a Meloidogyne
incognita Raça 3 e M. javanica. Nematologia Brasileira, Campinas, v.11 , n.6, p.184-197,
1987.
SASSER, J. N.; FRECKMAN, D. W. A world perspective on nematology: the role of the
Society. In: VEECH, J. A.; DICKSON, D. W. (Ed.) Vistas on nematology: a
commemoration of the twendiyfiftth anniversary of the Society of Nematologistis.
Hyattsvelle. Maryland: Society of nematologists, 1987. p.7-14.
SCHERB, C. T. Flutuação populacional de Meloidogyne incógnita (Kofooid & White)
Chitwood, 1949 em figueira (Ficus carica L.) inoculadas no campo. 1993. Tese
(Mestrado)- Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo,
Piracicaba, 1993.
SCHWAN-ESTRADA, K. R. F.; STANGARLIN, J. R; CRUZ, M. E. S. Uso de plantas
medicinais no controle de doenças de plantas. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.28
(suplemento), p. 54-56, 2003.
SEVERINO, L. S.; COSTA, F. X.; BELTRÃO, N. E. M.; LUCENA M. A.; GUIMARÃES,
M. M. B. Mineralização da torta de mamona, esterco bovino e bagaço de cana estimada pela
respiração microbiana. Revista de Biologia e Ciências da Terra, Campina Grande, v.5, n.1,
2004.
SGARBIERI, V. C. Enzimas proteolíticas do látex de diversas variedades de Ficus carica L.
Bragantia, Campinas, v.4, n.10, p.109-124, 1965.
SILVA, G. S. S; FERRAZ, J. M. S. Atração, penetração e desenvolvimento de larvas de
Meloidogyne javanica em raizes de Crotalaria spp. Nematologia Brasileira, n.13, p.151-163,
1989.
SIMÃO, S. Manual de fruticultura. São Paulo: Ceres, 1971. p.291-309.
SIMÃO, S. Tratado de fruticultura. Piracicaba: FEALQ, 1998. 760p.
SOUZA, O. P.; MELO, B.; MANCIN, C. A. Cultura da figueira. [S.l.: s.n., 2009?].
Disponível em: <http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/figo.html>. Acesso em: 20 abr. 2008.
STIRLING, G.R. Biological control of plant-parasitic nematodes. Wallingford: CAB
International, 1991. 282p.
TODA FRUTA. Cultura do figo em São Paulo. [S.l.: s.n., 2005?]. Disponível em:
<http://www.todafruta.com.br/todafruta/mostra_conteudo.asp?conteudo=9646>. Acesso em:
22 mar 2009.
TRIVEDI, P. C.; BARKER, K. R. Management of nematodes by cultural methods.
Nematropica, Riverside, v.1, n 16, p.213-236, 1986.
UNIVERSITY OF CALIFORNIA. Division of Agriculture and Natural Resources.
Integrated pest management for Citrus. 2.ed. Oakland: [s.n.], 1991. p.129-131.
NEGA, M. F.; CORRÊA, L. S. Distribuição do sistema radicular da figueira (Ficus carica
L.) cultivada num latossolo vermelho escuro, na região de Selvíria MS. Cultura
Agronômica, Ilha Solteira, v.7, n.1, p.65-72, 1998.
APÊNDICE
APÊNDICE A - Vista geral das plantas na área experimental, com oito ramos. Selvíria, MS.
2010.
APÊNDICE B Características dos produtos químicos utilizados. Selvíria, MS. 2010.
Produtos
Grupo Químico
Tipo de
Formulação
Culturas com
registro do
produto
Intervalo de
Segurança
COUNTER
150G®
Organofosforado
Granulado
Café, banana,
milho, cana,
algodão,
amendoim e
feijão
3 a 90 dias
TEMIK 150®
Metilcarbamato
de Oxima
Granulado
Batata, cana,
café e citros
50 a 90 dias
GRANUTOX
150G®
Organofosforado
Granulado
Algodão,
batata, feijão,
milho e café
90 dias
NEMACUR®
Organofosforado
Granulado
Algodão,
banana,
batata, café,
tomate e
cacau
30 a 100 dias
Fonte:
http://www.bayercropscience.com.br/site/nossosprodutos/protecaodecultivosebiotecnologia/DetalheDoProduto.f
ss?Produto=185; http://www.agro.basf.com.br/UI/Produtos.aspx?CodProduto=23;
http://www.seab.pr.gov.br/arquivos/File/defis/DFI/Bulas/Inseticidas/GRANUTOX_150_G.pdf;
http://www.seab.pr.gov.br/arquivos/File/defis/DFI/Bulas/Inseticidas/NEMACUR.pdf.
APÊNDICE C - Vista da parcela com plantio da Crotalaria spectabilis. Selvíria, MS. 2010.
APÊNDICE D - Composição química do esterco bovino e composto orgânico. Ilha Solteira
SP, 2010.
Material
Nitrogênio
Fósforo
Potássio
Cálcio
Magnésio
Matéria Orgânica
………………………….................%..........................................................
Esterco
Bovino
0,78
0,87
0,33
0,31
0,18
15,94
Composto
Orgânico
0,88
0,84
0,38
1,80
0,20
18,68
Fonte: http://www.cnpa.embrapa.br/produtos/mamona/publicacoes/trabalhos_cbm2/023.pdf
APÊNDICE E - Vista da cobertura morta utilizada: capim gramão (Paspalum notatum).
Selvíria, MS. 2010.
APÊNDICE F - Utilização de régua graduada para medição do comprimento e diâmetro de
frutos. Selvíria, MS. 2010.
APÊNDICE G - Amostra de raízes com presença de galhas. Selvíria, MS. 2010.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo