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E
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ/MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA
CURSO DE MESTRADO EM ZOOLOGIA
Revisão taxonômica do grupo limata de Crematogaster Lund, 1831
(Formicidae: Myrmicinae: Crematogastrini)
Sherlem Patricia de Seixas Felizardo
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-graduação em Zoologia, Curso de
Mestrado, do Museu Paraense Emílio
Goeldi e Universidade Federal do Pará
como requisito parcial para obtenção do
grau de mestre em Zoologia.
Orientadora: Dra. Ana Yoshi Harada
BELÉM
2010
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SHERLEM PATRICIA DE SEIXAS FELIZARDO
Revisão taxonômica do grupo limata de Crematogaster Lund, 1831
(Formicidae: Myrmicinae: Crematogastrini)
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-graduação em Zoologia, Curso de
Mestrado, do Museu Paraense Emílio
Goeldi e Universidade Federal do Pará
como requisito parcial para obtenção do
grau de mestre em Zoologia.
Orientadora: Dra. Ana Yoshi Harada
BELÉM
2010
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SHERLEM PATRICIA DE SEIXAS FELIZARDO
Revisão taxonômica do grupo limata de Crematogaster Lund, 1831
(Formicidae: Myrmicinae: Crematogastrini)
Dissertação aprovada em 20 de Julho de 2010
_________________________________________________
Dra. Ana Yoshi Harada (Orientadora)
CZO/Setor de Invertebrados/Museu Paraense Emílio Goeldi
_________________________________________________
Dr. Carlos Roberto Ferreira Brandão (Avaliador)
Presidente ICOM-BR/Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo
_________________________________________________
Dr. Jacques Hubert Charles Delabie (Avaliador)
Laboratório de Mirmecologia/Universidade Estadual de Santa Cruz/Comissão Executiva do
Plano da Lavoura Cacaueira/CEPEC
_________________________________________________
Dr. William Leslie Overal (Avaliador)
CZO/Setor de Invertebrados/Museu Paraense Emílio Goeldi
BELÉM
2010
i
“Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas
mais que a dos mísseis.
Tenho em mim
esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância
de ser feliz por isso.
Meu quintal
É maior do que o mundo”
Manoel de Barros
ii
À mamãe.
iii
AGRADECIMENTOS
Ao CNPq pela concessão de bolsa.
À Profa. Ana Harada pela orientação.
Ao Museu Paraense Emilio Goeldi e Universidade Federal do Pará pela formação.
Aos coordenadores do Programa de Pós-graduação em Zoologia UFPA/MPEG e a todos os
professores por todo conhecimento transmitido, pelo apoio e paciência.
Aos curadores das Coleções que me receberam e aos que enviaram material.
Aos colegas que me receberam nos museus visitados.
Às secretárias do curso que se tornaram amigas, Dorotea e Wanessa por toda ajuda, pela
preocupação e pela disponibilidade.
Aos amigos José Nazareno Jr. pelas ajuda com as imagens e Luciano dos Anjos pela ajuda
com os mapas e Leonardo Magalhães pelas amostras trazidas do campo.
À turma de mestrado de 2008 e aos amigos conhecidos no decorrer do curso pelos bons
momentos. Especialmente à Cris Ramos pela amizade e pelo carinho.
Aos companheiros de laboratório Emely Laiara, Tayana Cabral, João Gabriel e Alexandro
Bastos pelos sorrisos de todos os dias, pela ajuda constante, por tornarem o trabalho mais fácil
e pelo amor às formigas.
À amiga Valeria Vale por todos os dias, do começo ao fim, por todas as conversas, todos os
conselhos, conhecimentos trocados, happy hours e risos infinitos.
Às amigas Dany, Karol, e Taty (em ordem alfabética) que continuam sendo amigas, por
estarem sempre por perto, mesmo longe. Pelos risos, choros, terapias, compras, conselhos,
conversas. E a Brenda, Cris e Dani, de outros mestrados, que se tornaram amigas por tabela,
mas mesmo assim fizeram diferença.
A Cleber Castro pela amizade desde a infância, pela companhia, pelas indicações e pelos
esforços de fazer com que eu me mexa.
À minha e, Maria da Paz pela dedicação em todos os momentos. E a minha família pela
preocupação e paciência e pelo cuidado enquanto minha mãe estava fora.
A todos que citei (não necessariamente nesta ordem), aos que não citei (perdoem a minha
falta de memória) e a todos que contribuíram direta ou indiretamente com este trabalho, meus
sinceros agradecimentos.
iv
S
UMÁRIO
LISTA DE FIGURAS................................................................................................................v
RESUMO................................................................................................................................ viii
ABSTRACT.............................................................................................................................. ix
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................1
MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................................3
RESULTADOS..........................................................................................................................7
O GRUPO CREMATOGASTER LIMATA..................................................................................7
DESCRIÇÃO E REDESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DO GRUPO CREMATOGASTER
LIMATA .....................................................................................................................................9
Crematogaster brasiliensis Mayr 1878......................................................................................9
Crematogaster carinata Mayr 1862.........................................................................................15
Crematogaster levior Longino, 2003.......................................................................................21
Crematogaster limata F. Smith, 1858......................................................................................26
Crematogaster longispina Emery, 1890...................................................................................33
Crematogaster tenuicula Forel, 1904.......................................................................................37
Crematogaster sp. nov. 1 Nova Espécie...................................................................................41
Crematogaster sp. nov. 2 Nova Espécie...................................................................................44
Crematogaster sp. nov. 3 Nova Espécie...................................................................................48
Crematogaster sp. nov. 4 Nova espécie....................................................................................51
Chave de identificação para operárias do grupo de espécies Crematogaster limata................56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................58
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Padrão de medidas para Crematogaster. Adaptado de: Longino, 2003.................... 6
Figura 2: Crematogaster brasiliensis Mayr, 1878. A: Vista frontal da cabeça, B: vista lateral
do alitronco, pecíolo e pós-pecíolo, Ba:dente na sutura metanotal, Bb: dente no pós-pecíolo,
Bc: espinho propodeal, Bd: helcium. C: vista dorsal do alitronco, pecíolo e pós-pecíolo, Ca:
espinhos propodeais. D: vista lateral. Escala em 1mm............................................................ 11
Figura 3: Representação gráfica dos Índices Escapular (IE) e Índice do Espinho Propodeal
(IEP) de Crematogaster tenuicula e Crematogaster brasiliensis. .......................................... 12
Figura 4: Mapa de distribuição geográfica de Crematogaster brasiliensis Mayr, 1878........ 14
Figura 5: Crematogaster carinata Mayr, 1862. A: Vista frontal da cabeça. B: vista lateral do
alitronco, pecíolo e pós-pecíolo. Ba: estrias leves na mesopleura, Bb: região ventral do pós-
pecíolo, Bc: espinho propodeal. C: vista dorsal do alitronco, pecíolo e pós-pecíolo. Ca:
espinhos propodeais. D: vista lateral. Escala em 1mm............................................................ 18
Figura 6: Mapa de distribuição geográfica de Crematogaster carinata
Mayr, 1862
................ 20
Figura 7: Crematogaster levior Longino, 2003. A: Vista frontal da cabeça, B: vista lateral do
alitronco, pecíolo e pós-pecíolo. Ba: mesopleura, Bb: região ventral do pós-pecíolo. C: vista
dorsal do alitronco, pecíolo e pós-pecíolo. Ca: espinhos propodeais. D: vista lateral. Escala
em 1mm.................................................................................................................................... 23
Figura 8: Mapa de distribuição geográfica de Crematogaster levior Longino, 2003............ 25
Figura 9: Crematogaster limata F. Smith, 1858. Vista dorsal. Detalhe: esculturação no
gáster. Escala em 1mm............................................................................................................. 28
Figura 10: Crematogaster limata F. Smith, 1858. A: Vista frontal da cabeça. Aa: Clípeo. B:
vista lateral do alitronco, pecíolo e pós-pecíolo. Ba: região ventral pós-pecíolo, Bb:
vi
mesopleura estriada, Bc: helcium. C: vista dorsal do alitronco, pecíolo e pós-pecíolo. Ca:
espinhos propodeais. D: vista lateral. Escala em 1mm............................................................ 29
Figura 11: Mapa de distribuição geográfica de Crematogaster limata F. Smith, 1858......... 31
Figura 12: Crematogaster longispina Emery, 1890. A: Vista frontal da cabeça. Aa: funículo
antenal, Ab: vértice cefálico. B: vista lateral do alitronco, pecíolo e pós-pecíolo. Ba: espinho
propodeal, Bb: dente no pós-pecíolo. C: vista dorsal do alitronco, pecíolo e pós-pecíolo. Ca:
espinhos propodeais, Cb: carenas. D: vista lateral. Escala em 1mm...................................... 35
Figura 13: Mapa de distribuição geográficade Crematogaster longispina Emery, 1890....... 36
Figura 14: Crematogaster tenuicula Forel, 1904. A: Vista frontal da cabeça, B: vista lateral
do alitronco, pecíolo e pós-pecíolo. Ba: sutura metanotal, Bb: espinho propodeal, Bc: dente no
pós-pecíolo, Bd: helcium. C: vista dorsal do alitronco, pecíolo e pós-pecíolo. Ca: Espinhos
propodeais. D: vista lateral. Escala em 1mm.......................................................................... 39
Figura 15: Mapa de distribuição geográfica de Crematogaster tenuicula Forel, 1904.......... 40
Figura 16: Crematogaster sp. nov. 1. A: Vista frontal da cabeça, B: vista lateral do alitronco,
pecíolo e pós-pecíolo. Ba: espinho propodeal, Bb: sutura metanotal. C: vista dorsal do
alitronco, pecíolo e pós-pecíolo. Ca: espinhos propodeais, Cb: carenas longitudinais. D: vista
lateral. Detalhe: Da: vista lateral do pecíolo e pós-pecíolo. Escala em 1mm.......................... 43
Figura 17: Crematogaster sp. nov. 2. A: Vista frontal da cabeça, B: vista lateral do alitronco,
pecíolo e pós-pecíolo. Ba: extremidade posterior do pecíolo, Bb: região ventral do pós-
pecíolo. C: vista dorsal do alitronco, pecíolo e pós-pecíolo, Ca: vista dorsal do pronoto. D:
vista lateral. Escala em 1mm.................................................................................................... 47
Figura 18: Crematogaster sp. nov. 3. A: Vista frontal da cabeça. B: vista lateral do alitronco,
pecíolo e pós-pecíolo. Ba: base do espinho propodeal, Bb: dente do pós-pecíolo, Bc:
mesopleura estriada. C: vista dorsal do alitronco, pecíolo e pós-pecíolo. Ca: espinhos
propodeais. D: vista lateral. Da: distância entre a sutura metanotal e a base do espinho. Escala
em 1mm.................................................................................................................................... 50
vii
Figura 19: Crematogaster sp. nov. 4. A: Vista frontal da cabeça, B: vista lateral do alitronco,
pecíolo e pós-pecíolo. Ba: cerdas grossas, Bb: metanoto. C: vista dorsal do alitronco, pecíolo
e pós-pecíolo. Ca: carenas longitudinais. D: vista lateral. Escala em 1mm ............................ 53
Figura 20: Mapa de distribuição geográfica das espécies Crematogaster sp. nov. 1,
Crematogaster sp. nov. 2, Crematogaster sp. nov. 3, Crematogaster sp. nov. 4.................... 55
viii
RESUMO
O gênero Crematogaster é um grupo diverso, com características peculiares e taxonomia
complexa. Cerca de 780 espécies e subespécies foram descritas para este gênero, e constantes
mudanças são feitas ao longo do tempo devido a sua ampla distribuição geográfica e
variedade morfológica. Poucas revisões foram feitas para este gênero, sendo, as existentes,
feitas com fauna regional. Neste trabalho, foi feita a revisão taxonômica do grupo de espécies
Crematogaster limata, onde foram redescritas sete espécies: Crematogaster brasiliensis
Mayr, 1878, C. carinata Mayr, 1862, C. levior Longino, 2003, C. limata Smith, 1858, C.
longispina Emery, 1890, C. tenuicula Forel, 1904 e quatro novas espécies foram descritas:
Cremastogaster sp. nov. 1, Cremastogaster sp. nov. 2, Crematogaster sp. nov. 3,
Crematogaster sp. nov. 4. A variedade Crematogaster longispina var. boliviana foi elevada à
categoria de espécie e redescrita. Mapas de distribuição geográfica para todas as espécies e
uma chave de identificação específica baseada em operárias são apresentados.
Palavras-chave: Hymenoptera, Formicidae, Crematogaster, grupo limata, Formigas,
Taxonomia
ix
ABSTRACT
The large number of species, peculiar morphology and its wide geographic distribution make
the genus Crematogaster one of the most complex taxonomically among ants. About 780
species and subspecies were described and constants changes are made over time due to its
morphological variety. A few revisions only for regional fauna were made for this genus. This
study is a taxonomic revision of the species group Crematogaster limata. Six species are
redescribed: Crematogaster brasiliensis Mayr, 1878, C. carinata Mayr, 1862, C. levior
Longino, 2003, C. Limata Smith, 1858, C. longispina Emery, 1890, C. tenuicula Forel, 1904
and four new species are described: Crematogaster n. sp. 1, Crematogaster n. sp. 2,
Crematogaster n. sp. 3, Crematogaster n. sp. 4. The taxa Crematogaster longispina var.
boliviana was raised to species level and redescribed. Maps of the geographical distribution
for it species and a key for species based in workers are presented.
Key words: Hymenoptera, Formicidae, Crematogaster limata species group, Ants,
Taxonomy.
1
INTRODUÇÃO
As formigas do gênero Crematogaster pertencem à subfamília Myrmicinae e à tribo
Crematogastrini Bolton, 1992. Esse gênero tem distribuição cosmopolita e foi descrito por
Lund (1831), sem espécie tipo. Binghan (1903) designou Formica scutellaris (Oliver, 1792)
como espécie tipo deste gênero.
Os indivíduos do gênero Crematogaster possuem características morfológicas
peculiares como a inserção do pós-pecíolo na região superior do gáster e a ausência de nodo
no pecíolo (Lund, 1831). Essas características permitem que as formigas posicionem o ster
sobre o próprio alitronco quando são perturbadas (Cunha, 1980), dando a elas o nome popular
de formigas acrobáticas. Além disso, essas formigas têm o gáster em forma de coração e um
par de espinhos no propódeo.
O gênero Crematogaster possui 789 espécies e subespécies descritas, encontradas em
grandes populações amplamente distribuídas no mundo (Bolton, 2006). Ocorrem
principalmente nos trópicos e se distribuem até as zonas temperadas, em amplas variações de
altitude (Hölldobler & Wilson, 1990). Nos trópicos, são encontradas em todos os estratos
florestais, desde o solo até a copa das árvores, nidificando em galhos, troncos vivos ou em
decomposição, domáceas de plantas especializadas, na serapilheira, além de construíres
ninhos de cartão (Longino, 2003). Possuem várias interações com outros animais e plantas e
algumas espécies são bem comuns no meio urbano. Na região Neotropical, é um dos gêneros
de formigas com maior numero de espécies e abundncia (Wilson, 1976), porém, pouco
estudado taxonomicamente.
A maioria das espécies de Crematogaster foi descrita no século XIX e algumas
mudanças foram feitas desde essa época, como a sinonímia de alguns gêneros e constante
realocação de espécies entre os subgêneros criados em 1918 por Santschi. As revisões foram
feitas para este grupo foram de Buren (1958; 1968) para a região Neártica e Longino (2003),
2
para a Costa Rica (descreveu 11 espécies novas, e sinonimizou 43 espécies para a Região
Neotropical).
Atualmente, Crematogaster possui dois sinônimos, Acrocoelia Mayr, 1853 e
Tranopeltoides Wheeler, 1922, e 16 subgêneros: Crematogaster (Crematogaster), C.
(Decacrema), C. (Atopogyne), C. (Physocrema), C. (Xiphocrema), C. (Nematocrema), C.
(Orthocrema), C. (Eucrema), C. (Neocrema), C. (Sphaerocrema), C. (Paracrema), C.
(Rhachiocrema), C. (Colobocrema), C. (Mesocrema), C. (Apterocrema), C. (Oxygyne). O
subgênero C. (Orthocrema) é o que possui o maior número de espécies na região Neotropical
(117 espécies e subespécies, 51 Neotropicais), com vários grupos de espécies como grupo
limata (Bolton, 2006).
Composto por cinco espécies, o grupo limata foi formado baseado na combinação de
alguns caracteres de pilosidade, esculturação da superfície do corpo e forma do pecíolo.
Longino (2003) considerou as espécies Crematogaster brasiliensis Mayr, 1878, C. carinata
Mayr, 1862, C. foliocrypta Longino, 2003, C. limata F. Smith, 1858, C. levior Longino, 2003
e C. tenuicula Forel, 1904
formando este grupo.
A espécie Crematogaster limata foi descrita por F. Smith em 1858 e incluída no
subgênero C. (Orthocrema) em 1921 por Wheeler. Possuía duas subespécies e duas
variedades: C. limata dextella Santschi, 1929, C. limata parabiotica Forel, 1904, C. limata
var. palans Forel, 1912, C. limata parabiotica var. levior Forel, 1911. Atualmente, esta
espécie é sinônimo sênior das variedades da subespécie C. limata parabiotica palans, C.
limata parabiotica dextella e Crematogaster inca ascendens Wheeler, 1925 (Longino, 2003).
A subespécie C. limata parabiotica foi sinonimizada com C. carinata Mayr, 1862 e a
variedade C. limata parabiotica var. levior foi elevada à categoria de espécie por Longino
(2003).
3
A espécie Crematogaster brasiliensis, descrita por Mayr (1878), foi combinada em
C. (Orthocrema) por Emery (1922). Tem C. brasiliensis arawak Weber, 1938 como
subespécie, e as variedades C. brasiliensis var. cocciphila Borgmeier, 1934, C. brasiliensis
var. ludio Forel, 1912 e C. armandi Forel, 1920 são seus sinônimos juniores.
A subespécie C. longispina r. tenuicula Forel, 1904 foi elevada à categoria de
espécie por Longino (2003).
Os grupos de espécies em Crematogaster não são bem definidos, uma vez que é
difícil delimitar caracteres que sustentem estes agrupamentos (Buren, 1958; Longino, 2003).
Com base na literatura e em observações de morfologia externa, foram escolhidas algumas
características que agrupam as espécies objetos deste estudo. Então, o grupo limata foi
baseado nos caracteres: pilosidade da face e do alitronco fina, flexível e abundante; superfície
do corpo lisa e brilhante; o comprimento dos espinhos propodeais variando de médios a
longos (IEP maior que 11); e o pecíolo é alongado (IAP < 80).
MATERIAL E MÉTODOS
Aproximadamente 1300 espécimes de Crematogaster disponíveis em museus foram
estudados, além de fotografias de espécies cujos tipos não foram disponibilizados. Coleções
entomológicas são referenciadas de acordo com as seguintes siglas (Brandão, 2000):
INPA Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia
NHRS Naturhistoriska Riksmuseet, 10405 Stockholm
MNHN Muséum National d´Historie Naturelle, Paris
MNHB Museum der Naturkunde für Humboldt Universität zu Berlin
MNRJ Museu Nacional do Rio de Janeiro
MPEG Museu Paraense Emilio Goeldi
4
MZUSP Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo
ZSM Zoologische Staatssammlung München
DZUP Coleção Entomológica Padre Jesus Santiago Moure, Departamento de Zoologia,
Universidade Federal do Paraná.
O material foi examinado com o auxilio de microscópio estereoscópico ZEISS SV11,
com magnitude de 60x. As medidas foram feitas com ocular micrometrada e são baseadas no
padrão de medidas usado por Longino (2003), exceto as medias dos segmentos do funículo
antenal (Figura 2). As medidas dos exemplares fotografados foram baseadas em proporções
de acordo com a escala. As imagens dos espécimes foram realizadas com auxílio de câmera
digital Leica DFC 420 acoplada ao microscópio estereoscópico Leica MZ 16. A captura das
imagens foi realizada por meio do software IM 50 (Image Manager) version 5 e a montagem
das mesmas por meio do software Auto-Montage Pro 5.03.0061 (Syncroscopy, 2007).
As seguintes abreviações foram usadas para representar as medidas:
LTC
Largura
Total da Cabeça; maior largura da cabeça, em vista frontal, incluindo
os olhos.
LC
Largura do Capítulo; maior largura da cabeça, em vista frontal, excluindo os
olhos.
CC
Comprimento da Cabeça; distância entre a linha que tangencia o vértex e a
linha tangente à região anterior da projeção do clípeo, em vista frontal.
CE
Comprimento do Escapo; comprimento entre o ápice do escapo e a base, não
incluindo o côndilo basal.
CA
Comprimento do Alitronco; em vista lateral, distância entre o ponto de declive
do pronoto e os lobos posteroventrais propodeais.
CEP
Comprimento do Espinho Propodeal; comprimento entre a ponta do espinho
até o ponto mais próximo do espiráculo propodeal.
5
CP
Comprimento do Pecíolo; em vista lateral, a distância entr
e a linha posterior
aos lobos póstero-
laterais até a porção posterior da inflexão onde o pecíolo
curva até o côndilo. A inflexão pode ser obscurecida pelos lóbulos póstero-
ventrais do propódeo.
AP
Altura do Pecíolo; em vista lateral, distância perpendicular entre a margem
ventral e o ponto mais alto da margem póstero-lateral.
LP
Largura do Pecíolo; maior largura do pecíolo em vista dorsal.
CPP
Comprimento do Pós-
pecíolo; distância perpendicular entre o ponto de
inflexão anterior e a linha tangente posterior aos lobos.
LPP
Largura do Pós-pecíolo; maior largura do pós-pecíolo em vista dorsal.
DO
Distância ocular; distância entre os dois olhos.
DA
Distância antenal; distância entre as inserções das duas antenas.
LO
Largura do olho: medida do diâmetro máximo do olho.
IC
Índice Cefálico - 100*LTC/CC
IE
Índice Escapular - 100*CE/CC
IEP
Índice do Espinho Propodeal - 100*CEP/CA
IAP
Índice da Altura do Pecíolo - 100*AP/LP
ILP
Índice da Largura do Pecíolo - 100*LP/CP
LPP
Índice da largura do Pós-pecíolo - 100*LPP/CPP
IDO
Índice da distância ocular - 100*DO/LTC
IO
Ìndice Ocular - 100*LO/CC
6
Os termos de morfologia externa e esculturação de superfície seguem Bolton (1994)
e Harris (1976). A análise de Componentes Principais e Análise Discriminante foram usadas
para a escolha de caracteres métricos que melhor separem as espécies. E a análise pictórica de
gráficos para analisar se existe separação entre as espécies.
Os registros de distribuição geográfica das espécies foram retirados das etiquetas do
material examinado e nas informações disponíveis em bancos de dados na internet
(http://www.antweb.org/). As coordenadas geográficas foram obtidas por meio do programa
Figura 1: Padrão de medidas para Crematogaster. Adaptado de: Longino, 2003. Ver texto para definições.
7
Google Earth 4.1.3534. Os mapas de distribuição geográfica das espécies foram gerados com
o auxílio do programa ArcGis 9.3 (ESRI, 2009).
RESULTADOS
O GRUPO LIMATA
Neste estudo, são incluídas 11 espécies no grupo C. limata: Crematogaster
brasiliensis Mayr, 1878, C. carinata Mayr, 1862, C. foliocrypta Longino 2003, C. levior
Longino, 2003, C. limata F. Smith, 1858, C. tenuicula Forel, 1904, C. longispina Emery,
1890, Crematogaster sp. nov. 1, Crematogaster sp. nov. 2, Crematogaster sp. nov. 3,
Crematogaster sp. nov. 4.
O agrupamento dessas espécies foi baseado nos caracteres de morfologia externa
(escultura, forma, pilosidade, cor, brilho) na superfície do corpo, considerando as variações
existentes entre os indivíduos de mesma espécie. O grupo C. limata pode ser identificado pelo
conjunto das seguintes características:
Coloração varia de amarelo a castanho escuro; superfície do corpo brilhante e, em
sua maior parte, lisa; pilosidade, flexível, longa e abundante em todo o corpo. Sutura
metanotal profunda. Comprimento dos espinhos propodeais varia de dios a muito longos
(IEP maior que 11); direcionados para trás ou para cima, em vista lateral, podendo formar,
com a linha horizontal do alitronco, ângulos de agudo a obtuso, podendo ser paralelos ou
divergentes, em vista dorsal. Pecíolo, em vista lateral, alongado (IAP menor que 85),
trapezoidal, estreito anteriormente, alargando gradativamente até a extremidade posterior; em
vista dorsal, semi-triangular, igualmente estreito anteriormente, alargando-se posteriormente;
processo, no pecíolo, localizado ventralmente na porção anterior, no pós-pecíolo, o processo
ventral é mais central, em ambos variando em tamanho e forma, podendo ser ausente.
8
Embora Longino (2003) não considere C. longispina dentro do grupo limata, esta
espécie foi inclusa neste estudo uma vez que possui os caracteres escolhidos para a
delimitação do grupo. Os valores dos índices dos espinhos propodeais, que antes separava esta
espécie das outras espécies do grupo, se sobrepõem com os valores dos índices de C. limata.
Apenas fotografias do holótipo de C. foliocrypta Longino, 2003 foi estudada neste
trabalho o que possibilitou a caracterização e inclusão da mesma na chave de identificação de
operárias.
SINOPSE
Crematogaster brasiliensis Mayr 1878 - Costa Rica ao Brasil
Crematogaster carinata Mayr 1862 - Guatemala ao Brasil
Crematogaster foliocrypta Longino 2003 - Costa Rica
Crematogaster levior Longino 2003 - Venezuela ao Brasil
Crematogaster limata Smith 1858 - México ao Brasil
Crematogaster longispina Emery 1890 - Nicarágua ao Peru
Crematogaster tenuicula Forel 1904 - Costa Rica ao Brasil
Crematogaster sp. nov. 1 Peru - Nova Espécie
Crematogaster sp. nov. 2 Brasil - Nova Espécie
Crematogaster sp. nov. 3 Brasil - Nova Espécie
Crematogaster sp. nov. 4 Bolivia - Nova Espécie
9
DESCRIÇÃO E REDESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DO GRUPO CREMATOGASTER
LIMATA
Crematogaster brasiliensis Mayr 1878
Crematogaster brasiliensis Mayr, 1878:875: Operária. Localidade tipo: Brasil. Forel,
1912:217: rainha. Emery, 1922:136: Combinação em C. (Orthocrema). Longino, 2003:37: C.
brasiliensis ludio e C.brasiliensis armandi sinônimos juniores. Longino, 2003:38: operária e
rainha. Crematogaster brasiliensis ludio Forel, 1912:217: Operária. Brasil, Ceará. Forel,
1913:233: variedade de C. brasiliensis. Wheeler, 1921:151: descrição de rainha. Emery,
1922:136: Combinação em C. (Orthocrema). Longino, 2003:37: sinônimo Junior de C.
brasiliensis. Crematogaster brasiliensis armandi Forel, 1921:208: operária e rainha. Kempf,
1972:37: combinação em C. (Orthocrema). Longino, 2003:37: sinônimo Junior de C.
brasiliensis. Crematogaster inca Wheeler, 1925: 27: Operária. Localidade tipo: Peru.
Longino, 2003:37: sinônimo Junior de C. brasiliensis. Crematogaster brasiliensis cocciphila
Borgmeier, 1934:102: operária e rainha. Localidade tipo: Suriname. Longino, 2003:37:
sinônimo Junior de C. brasiliensis.
Diagnose
Esta espécie caracteriza-se principalmente pela presença de um dente na sutura
metanotal (Figura 2Ba) e a presença de dente na região ventral do pós-pecíolo (Figura 2Bb).
Possui a face lisa (Figura 2C), cerdas eretas, longas e abundantes, tanto na cabeça como no
alitronco e gáster. A coloração é castanho claro. O helcium, nesta espécie, geralmente, é mais
alto do que as margens póstero-laterais do pecíolo, em vista lateral.
10
Medidas
LTC: 0,57 - 0,74; LC: 0,57 - 0,70; CC: 0,56 - 0,71; CE: 0,59 - 0,68; CA: 0,68 - 0,80;
CEP: 0,11 - 0,18; CP: 0,20 - 0,29; AP: 0,12 - 0,20; LP: 0,17 - 0,20; CPP: 0,12 - 0,15; LPP:
0,15 - 0,20; DO: 0,47 - 0,61; DA: 0,24 - 0,30; IC 91,55 - 112,5; IE: 96,61 - 116,39; IEP: 15,07
- 22,97; IAP: 41,38 - 83,33; ILP: 62,07 - 85,71; ILPP: 100 - 166,67; IDO: 76,06 - 83,56.
Descrição da operária
Operárias polimórficas.
Coloração: Castanho claro a castanho escuro uniforme.
Cabeça: Mandíbulas lisas e brilhantes; clípeo brilhante, podendo ser liso ou com
estrias longitudinais. Cabeça, no geral, alongada (IC: 91,55 - 112,5), lisa e brilhante; gena
com variável grau de estriação; face com abundantes cerdas eretas, longas, flexíveis e
hialinas, sem pubescência. Clava antenal de dois segmentos; escapo com muitas cerdas longas
e eretas; o escapo ultrapassa mais de um terço do seu tamanho a margem do vértice cefálico
(Figura 2A).
Alitronco: Em vista lateral, pronoto e mesonoto achatados dorsalmente, formando
uma superfície plana, uma declividade côncava ou não a partir da região mediana do
mesonoto que se prolonga até a sutura mesonotal, a qual possui um dentículo triangular
(Figura 2Ba). Comprimento do espinho propodeal médio (IEP: 15,07 - 22,97), este se projeta
para trás em vista lateral (Figura 2Bc), e, em vista dorsal, o par de espinhos, é paralelo (Figura
2Ca). A declividade do propódeo pode apresentar estrias longitudinais paralelas, sendo mais
acentuadas lateralmente que medialmente, podendo ser também completamente lisas e
brilhantes, sem estrias. Mesonoto com carenas semi paralelas, estas continuam até o epímero,
onde ficam mais sutis. Laterais do pronoto liso e brilhante; catepisterno pontuado, anepisterno
possui rugas que continuam até o epímero. Dorso do alitronco com inúmeras cerdas eretas,
11
longas, flexíveis e hialinas, sem pubescência. Fêmures e tíbias com abundantes cerdas longas,
eretas e hialinas.
Pecíolo e pós-pecíolo: Pecíolo em vista lateral trapezoidal, alto (IAP maior que 70),
liso, podendo apresentar pontuações na região ventral; margem ântero-ventral com um dente
de ponta arredondada. Helcium com pontuações e alto, quase no nível da margem posterior do
pecíolo (Figura 2Bd). Em vista dorsal, o pecíolo é liso, brilhante, alongado, mais largo na
porção posterior e afilando anteriormente, com cerdas eretas longas nas porções póstero-
laterais. Pós-pecíolo globular em vista dorsal, com abundantes cerdas eretas; em vista lateral,
com dente ventral agudo (Figura 2Bb).
Gáster: Liso, brilhante, com abundantes cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas.
Sem pubescências.
b
B
a
D
A
C
a
a
c
d
Figura 2: Crematogaster brasiliensis Mayr, 1878. A: Vista frontal da cabeça, B: vista lateral do
alitronco, pecíolo e pós-pecíolo, Ba:dente na sutura metanotal, Bb: dente no pós-pecíolo, Bc: espinho
propodeal, Bd: helcium. C: vista dorsal do alitronto, pecíolo e pós-pecíolo, Ca: espinhos propodeais. D:
vista lateral. Escala em 1mm.
12
Comentários
Esta espécie possui grande variação no tamanho das operárias, podendo ocorrer em
diferentes escalas. Na Amazônia brasileira, ocorre polimorfismo bem acentuado (Longino,
2003) A cabeça pode variar de semiquadrada a alongada (IC: 91,55 - 112,5). O pecíolo varia
de baixo a alto, curto ou longo (IAP: 41,38 - 83,33). Clava antenal de dois segmentos. O nono
segmento funicular pode ser um pouco maior que o oitavo, confundindo-se com a clava, mas
isso não ocorre em todos os indivíduos.
Crematogaster brasiliensis diferencia-se de C. tenuicula pela presença dos seguintes
caracteres: dente na sutura metanotal; helcium mais alto do que as margens póstero-laterais do
pecíolo, em vista lateral; Índice do Espinho Propodeal (IEP) variando de 15,07 a 22, 97,
enquanto que em C. tenuicula, os caracteres são ausentes, e o Índice do Espinho Propodeal
(IEP) varia de 20,27 a 28,75. Ainda que haja certa sobreposição, no geral, os espinhos de C.
tenuicula são maiores do que em C. brasiliensis (Figura 3).
90.00
95.00
100.00
105.00
110.00
115.00
120.00
15.00 17.00 19.00 21.00 23.00 25.00 27.00 29.00 31.00
IEP
IE
4
6
Figura 3: Representação gráfica dos Índices Escapular (IE) e Índice do Espinho
Propodeal (IEP) de Crematogaster tenuicula e Crematogaster brasiliensis.
13
Aspectos biológicos
Os indivíduos de Crematogaster brasiliensis habitam geralmente ambiente de
florestas úmidas, podendo ocorrer em florestas primárias e/ou secundárias. Elas podem ser
encontradas forrageando tanto durante o dia quanto à noite (Longino, 2003); são geralmente
onívoras, buscando principalmente proteínas e carboidratos, visitando frequentemente
nectários extraflorais (Beattie, 1985).
Estas formigas geralmente nidificam na serapilheira, no entanto podem ser
encontradas nidificando em madeira em decomposição sob a vegetação, em mirmecófitas,
como Cordia spp., no entanto, a nidificação nestas cavidades parece ser mais oportunismo do
que uma preferência especializada (Longino, 2003). Em florestas tropicais primarias são
encontradas na serapilheira, podendo ser, freqüentemente coletadas com iscas, Winkler e
manualmente.
Distribuição geográfica
Região Neotropical: Bolívia, Brasil (Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará,
Rondônia, São Paulo), Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana, Nicarágua, Peru, Panamá
(Figura 4).
14
Figura
4
:
Mapa de distribuição geográfica de
Crematogaster brasiliensis
Mayr, 1878
.
15
Material examinado
Brasil: Amapá: Serra do Navio, 1/X/1957, 1 operária [MNRJ]; Rio Amaparí,
21/VI/1959, 1 operária [MNRJ]; Amazonas, Barcelos, Lectótipo, Forel: 1912:217, fotografia
examinada, Jonh Longino, Evergreen state College, 2004; Pará: Belém, XII/1969, N. Rosa
col., 21 operárias [MZUSP]; Melgaço, Flona Caxiuanã, 23-29/IV/2004, 150 operárias
[MPEG]; 13-18/II/2005, 65 operárias [MPEG]; Parauapebas, IV-V/2008, 114 operarias
[MPEG]; Nova Ipixuna, IV-V/2008, 104 operárias [MPEG]; Pacajás, IV-V/2008, 5 operárias
[MPEG]; Piauí (Rio Urucuí Preto), 20/II/1976, R. Negret col., 3 operárias [MZUSP]; Mato
Grosso, Poconé, P. S. Oliveira, 8 operárias; Sinop, X/1974, M. Alvarenga col., 2 operárias
[MZUSP]. Equador: Prov. Napo (Limoncocha), 6/VII/1970, Peter L. Kalan col., 4 operárias
[MZUSP], 10/VIII/1923, C. W. Bettemmeyer col., 2 operárias [MZUSP]. Suriname:
Saramacca (Dirkshoop), 10-18/III/1959, I.V.D. Drift, 4 operárias [MZUSP]; Sidoredjo,
VII/1959, I.V.D. Drift, 6 operárias [MZUSP]; Paramaribo, C. brasiliensis r. cocciphila
Borgmeier, 1934:102, Holótipo, 4 operárias, 1 rainha [MZUSP].
Crematogaster carinata Mayr 1862
Crematogaster carinata Mayr, 1862:768. Operária. Localidade tipo: Brasil, Rio de
Janeiro. Emery, 1922:136: Combinação em C. (Orthocrema). Crematogaster (espécie não
indicada): Forel, 1898:380 (descrição de parabiose). Crematogaster limata r. parabiotica
Forel, 1904:683. Operária síntipo: Colômbia, Magdalena, Orihueca, C. parabiotica com
Dolichoderus debilis (Forel Col.). Forel, 1912:217: rainha. Wheeler, 1921:152; Wheeler,
1923:3; Kutter 1931:61; Santschi, 1939:161; Kempf, 1972:88: subspecie de limata. Longino,
2003:44: sinônimo de limata.
16
Diagnose
Esta espécie se caracteriza por não apresentar dente no pós-pecíolo (Figura 5Bb);
possuir espinhos propodeais médios (IEP: 15,56 - 20) e mesopleura com rugas ou estrias
(Figura 5Ba).
Medidas
LTC: 0,56 - 0,65; LC: 0,45 - 0,61; CC: 0,54 - 0,7; CE: 0,53 - 0,61; CA: 0,61 - 0,71;
CEP: 0,11 - 0,12; CP: 0,18 - 0,23; AP: 0,12 - 0,15; LP: 0,12 - 0,17; CPP: 0,12 - 0,14; LPP:
0,14 - 0,18; DO: 0,45 - 0,53; DA: 0,23 - 0,27; IC: 78,95 - 100; IE: 100 - 112,28; IEP: 15,56 -
20; IAP: 57,14 - 83,33; ILP: 60 - 85; ILPP: 100 - 150; IDO: 72,58 - 84,21.
Descrição da operária
Operárias monomórficas.
Coloração: Castanho claro a marrom avermelhada, com mandíbula, segmentos do
funículo antenal e tarsos frequentemente amarelados ou marrons claros.
Cabeça: Mandíbulas lisas e brilhantes; clípeo brilhante podendo ser lisa ou com
algumas estrias longitudinais. Cabeça, no geral, alongada (IC: 78,95 - 100), lisa e brilhante;
genas estriadas. Face com abundantes cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas, sem
pubescência. Clava antenal de dois segmentos. O escapo antenal ultrapassa mais de um terço
do seu comprimento a margem do vértice cefálico, com pilosidade ereta longa (Figura 5A).
Alitronco: Em vista lateral, mesosoma convexo, podendo formar uma declividade
côncava ou não a partir da região mediana do mesonoto que se prolonga até
a sutura
mesonotal, a qual pode apresentar um dentículo triangular. Comprimento do espinho
propodeal médio (IEP: 15,56 - 20), este se projeta para trás em vista lateral, em vista dorsal, o
par de espinhos, é paralelo (Figura 5Ca). A declividade do propódeo pode apresentar estrias
17
longitudinais paralelas, sendo mais acentuadas nas laterais e menos acentuadas medialmente,
podendo ser também completamente lisas e brilhantes, sem estrias. Superfície lateral do
mesonoto com carenas semiparalelas, estas continuam até o epímero, onde ficam mais sutis.
Lateral do pronoto lisa e brilhante; catepisterno pontuado, anepisterno possui rugas que
continuam até o epímero com menor acentuação. Dorso do alitronco liso ou com rugas
irregulares que se afinam até o propódeo, com inúmeras cerdas eretas, longas, flexíveis e
hialinas, sem pubescência. Fêmures e tíbias com abundantes cerdas longas, eretas e hialinas.
Pecíolo e pós-peciolo: Pecíolo em vista lateral trapezoidal, alto (IAP > 70), liso;
ventralmente pontuado; margem ântero-ventral com um dente arredondado na extremidade.
Em vista dorsal, o pecíolo é brilhante, alongado, mais largo na porção posterior e afilando
anteriormente, extremidades póstero-laterais convexas com cerdas eretas longas. Pós-pecíolo
sem dente ventral, globular em vista dorsal, com abundantes cerdas eretas.
Gáster: Liso, brilhante, com abundantes cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas.
Sem pubescências.
18
Comentários
A diferença primária dessa espécie em relação às outras espécies do grupo limata (C.
limata, C. brasiliensis, C. tenuicula e C. levior) refere-se ao comprimento do espinho
propodeal, relativamente mais curto em C. carinata (IEP: 15,56 - 20) e o escapo antenal que
ultrapassa menos de um terço do vértice da cabeça. Essa espécie é muito semelhante a C.
levior, no entanto, a última possui o alitronco completamente liso.
Algumas variações podem ser encontradas na estrutura do alitronco como
profundidade da carena metanotal que pode ser rasa ou mais profunda; a presença ou ausência
de um dentículo nesta sutura, além do comprimento da base do propódeo. Duas carenas
longitudinais semiparalelas (pouco ou bastante acentuadas) que começam no pronoto e
C
a
a
A
D
B
a
b
c
Figura 5: Crematogaster carinata Mayr, 1862. A: Vista frontal da cabeça. B: vista lateral do alitronco,
pecíolo e pós-pecíolo. Ba: estrias leves na mesopleura, Bb: região ventral do pós-pecíolo, Bc: espinho
prodeal. C: vista dorsal do alitronco, pecíolo e pós-pecíolo. Ca: espinhos propodeais. D: vista lateral.
Escala em 1mm.
19
seguem até próximo aos espinhos propodeais. O mesonoto pode ser mais alto, formando uma
declividade para o propódeo, semelhante a C. brasiliensis.
Crematogaster carinata é, provavelmente um complexo de espécies. Este grupo é
um dos mais frequentes nas coletas em florestas úmidas. Há muita variação morfológica entre
os indivíduos de grupos distintos, mas os caracteres se sobrepõem.
Aspectos Biológicos
Crematogaster carinata ocorre em ambiente de vegetação primária e secundária.
Grandes colônias poligênicas que ocupam grandes extensões de floresta. Nidificam
convivendo com outras espécies de formigas (Wheeler, 1921), em “ninhos de cartão” e
“jardins de formiga”, no entanto, em Caxiuanã (floresta tropical primária) é bem
representativa na serapilheira.
São encontradas frequentemente em associação com Dolichoderus, diferenciando de
C. levior que tem associação com Camponotus femoratus. Ao contrario de C. levior, C.
carinata não perdeu o seu hábito comportamento agressivo e territorialista (Longino, 2003).
Distribuição geográfica
Região Neotropical: Barbados, Bolívia, Brasil (Rondônia, Minas Gerais, Rio de
Janeiro, Amazonas, Pará), Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Suriname, Venezuela
(Figura 6).
20
Figura 6
:
Mapa de distribuição geográfica de
Crematogaster carinata
Mayr,
1862
.
21
Material examinado
Brasil: Espírito Santo, Santa Teresa, 20/V/1928, Borgmeier col., 3 operárias
[MZUSP]. Mato Grosso, Sinop, X/1974, M. Alvarenga col., 6 operárias [MZUSP]; Minas
Gerais, Rio Claro, 1 operária [MNRJ]; Pará, Carajás, VII-VIII/1985, Benson e Brandão col., 3
operárias [MZUSP]; Pacajá, IV-V/2008, 1 operária, eq. M. Martins col., [MPEG]; Rio de
Janeiro, Imbariê, 5/IX/1961, M. Alvarenga col., 1 operária [MZUSP]; Lectótipo, Emery,
1922:136, fotografia examinada, Jack Longino, Evergreen state College, 2004, Fotografia
examinada, FoCol 0788, FoCol 1622, FoCol 1623, FoCol 1624 [MNHB]; Rondônia, 25/I-
9/II/1961, Pereira e A. Machado col., 3 operárias [MZUSP].
Crematogaster levior Longino, 2003
Crematogaster limata subsp. parabiotica var. levior Forel, 1911:274. Operária.
Localidade tipo: Brasil. Bolton, 1995:156: nome inválido. Longino, 2003:132. Operária; nova
espécie.
Diagnose
Presença de dente no pós-pecíolo (Figura 7Bb), espinhos propodeais médios (IEP:
11,48 - 25,37). Pronoto e mesonoto lisos (Figura 7).
Medidas
LTC: 0,54 - 0,65; LC: 0,45 - 0,61; CC: 0,51 - 0,65; CE: 0,51 - 0,65; CA: 0,61 - 0,71;
CEP: 0,07 - 0,17; CP: 0,18 - 0,26; AP: 0,09 - 0,17; LP: 0,12 - 0,18; CPP: 0,11 - 0,15; LPP:
0,14 - 0,18; DO: 0,44 - 0,53; DA: 0,23 - 0,26; IC: 78,95 - 100; IE: 95,38 - 111,32; IEP: 11,48
- 25,37; IAP: 45,00 - 80,95; ILP: 53,85 - 85,71; ILPP: 100 - 141,67; IDO: 69.23 - 83,33.
22
Descrição da operária
Operárias monomórficas.
Coloração: Castanho claro uniforme.
Cabeça: Mandíbulas lisas e brilhantes; clípeo liso e brilhante. Cabeça arredondada
(IC: 95,38 - 111,32), lisa e brilhante; gena lisa, podendo apresentar estriações sutis. Face com
abundantes cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas, sem pubescência. Clava antenal de dois
segmentos. O escapo antenal ultrapassa mais de um terço do seu tamanho a margem do
vértice cefálico, com pilosidade ereta longa (Figura 7A).
Alitronco: Em vista lateral, mesosoma convexo, podendo formar uma declividade a
partir da região mediana do mesonoto até a sutura metanotal. Comprimento do espinho
propodeal médio (IEP: 11,48 - 25,37), este se projeta para trás em vista lateral, em vista
dorsal, o par de espinhos, é paralelo (Figura 7Ca). Declividade do propódeo lisa. Lateral do
pronoto lisa e brilhante; a mesopleura lisa (Figura 7Ba). Dorso do alitronco liso, com
inúmeras cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas, sem pubescência. Fêmures e tíbias com
abundantes cerdas longas, eretas e hialinas.
Pecíolo e pós-pecíolo: Pecíolo em vista lateral trapezoidal, alto (IAP > 70), liso, sem
dente ventral. Em vista dorsal, o pecíolo é liso e brilhante, alongado, mais largo na porção
posterior e afilando anteriormente, extremidades póstero-laterais convexas com cerdas eretas
longas. Pós-pecíolo sem dente ventral (Figura 7Bb), globular em vista dorsal, com abundantes
cerdas eretas.
Gáster: Liso, brilhante, com abundantes cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas.
Sem pubescências.
23
Comentários
Crematogaster levior é uma espécie similar a C. carinata, diferenciando-se apenas
por algumas diferenças morfológicas e comportamentais. Estas espécies diferem apenas na
esculturação do alitronco que é presente em C. carinata e em C. levior é completamente lisa.
Estas diferem de C. carinata por terem o pronoto completamente liso e brilhante,
sem vestígios de carenas longitudinais. C. carinata pode apresentar acentuada esculturação no
alitronco.
Aspectos biológicos
Crematogaster levior formam grandes “jardins de formigas” polígamos em
associação com Camponotus femoratus. Também pode construir grandes colônias poligínicas
B
Figura 7: Crematogaster levior Longino, 2003. A: Vista frontal da cabeça, B: vista lateral do alitronco,
pecíolo e pós-pecíolo. Ba: mesopleura, Bb: região ventral do s-pecíolo. C: vista dorsal do alitronto,
pecíolo e pós-pecíolo. Ca: espinhos propodeais. D: vista lateral. Escala em 1mm.
A
D
C
a
b
a
a
24
espalhas nas copas de árvores ou colônias menores monogênicas, algumas vezes em parabiose
com Dolichoderus
debilis.
Distribuição geográfica
Região Neotropical: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa,
Peru, Suriname, Venezuela (Figura 8).
25
Figura 8: Mapa de distribuição geográfica de Crematogaster levior Longino, 2003.
26
Material examinado
Brasil: Amapá, Serra do Navio, 1/X/1957, K. Lenko col., 1 operária [MNRJ];
Amazonas, H. W. Bates S. col., 1 operária [MZUSP]; Holótipo, Longino, 2003:132,
fotografia examinada, FoCol0656, ZSM; Pará, Carajás, VII-VIII/1985, Brandão e Benson, 3
operárias [MZUSP]; Melgaço, Flona Caxiuanã, X/2009, coleta manual, L. Magalhães col., 8
operárias coletadas junto com Camponotus [MPEG].
Crematogaster limata F. Smith, 1858
Crematogaster limatus Smith, F., 1858:139. Operária, rainha e macho. Localidade
tipo: Brasil, Amazonas, Tefé. Wheeler, 1921:151: Combinação em C. (Orthocrema).
Crematogaster limata palans Forel, 1912:216. Operária. Localidade tipo: Panamá
(Christophersen). Wheeler, 1921:151: rainha. Emery, 1922:136: combinação em C.
(Ortocrema). Wheeler, 1942:197: macho. Longino, 2003:79: sinônimo de Crematogaster
limata. Crematogaster (Eucrema) inca subsp. ascendens Wheeler, 1925: 28. Operária: Peru,
Santa Ana. Longino, 2003:79: sinônimo de Crematogaster limata. Crematogaster
(Orthocrema) limata st. dextella Santschi, 1929:88, fig. 2. Operária: Panama, Bajo Colorado,
Zona do Canal. Wheeler, and Wheeler, 1952:258: descrição de larva. Longino, 2003:79:
sinônimo de Crematogaster limata.
Diagnose
Face lisa, com rugas apenas na região da gena, cerdas eretas, longas e abundantes.
Ausência de dente ântero-ventral no pós-pecíolo (Figura 10Ba). Gáster com esculturação
reticulada (Figura 9).
27
Medidas
LTC: 0,73 - 0,79; LC: 0,68 - 0,74; CC: 0,7 - 0,74; CE: 0,73 - 0,77; CA: 0,8 - 0,88;
CEP: 0,23 - 0,24; CP: 0,24 - 0,32; AP: 0,18 - 0,21; LP: 0,15 - 0,17; CPP: 0,15 - 0,18; LPP:
0,18 - 0,20; DO: 0,47 - 0,68; DA: 0,23 - 0,32; IC: 95,95 - 102,78; IE: 100 - 102,6; IEP: 26,14
- 28,75; IAP: 65,65 - 75; ILP: 46,88 - 72,96; ILPP: 105,88 -120; IDO: 66,02 - 83,56.
Descrição da operária
Operárias monomórficas.
Coloração: Castanho claro a marrom avermelhado uniforme.
Cabeça: Mandíbulas lisas e brilhantes; clípeo brilhante, com estrias longitudinais
(Figura 10Aa). Cabeça semiquadrada (IC: 95 -103), lisa, brilhante, genas com variável nível
de estriação; face com abundantes cerdas eretas e semieretas, medias, flexíveis e hialinas, sem
pubescência; algumas cerdas direcionadas para a porção media da face. Antenas com clava de
dois segmentos; o escapo ultrapassa menos de um terço do seu tamanho a margem do vértice
cefálico (Figura 10A).
Alitronco: Em vista lateral, pronoto convexo, mesonoto mais alto que o pronoto,
forma um ângulo no terço distal, que declina para a sutura propodeal, a qual pode ter um
dentículo triangular. Espinho propodeal longo (IEP: 26,14 - 28,75), projetado para trás em
vista lateral, e, em vista dorsal, o par de espinhos, é paralelo ou podem divergir levemente
(Figura 10Ca). A declividade do propódeo pode apresentar estrias longitudinais paralelas,
sendo mais acentuadas nas margens laterais do que na área media, podendo ser também
completamente lisas e brilhantes, sem estrias. Lateral do pronoto liso e brilhante; catepisterno
pontuado, anepisterno possui rugas que continuam até o epímero com menor acentuação
(Figura 10Bb). Dorso do alitronco com algumas rugas longitudinais semiparalelas, inúmeras
28
cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas, sem pubescência. Fêmures e tíbias com abundantes
cerdas longas, eretas e hialinas.
Pecíolo e pós-pecíolo: Pecíolo em vista lateral trapezoidal, alto (IAP > 70), liso,
podendo apresentar pontuações na região ventral, sem dente na região ântero-ventral ou
apresentando um nodo nessa região. Helcium com pontuações e baixo, mais baixo que o nível
da margem posterior do pecíolo (Figura 10Bc). Em vista dorsal, o pecíolo é liso, brilhante,
alongado, com lados semiparalelos, ligeiramente mais largo na porção posterior, com cerdas
eretas longas nas porções póstero-laterais. Pós-pecíolo sem dente ventral (Figura 10Ba),
globular em vista dorsal, com abundantes cerdas eretas.
Gáster: Liso, brilhante, com abundantes cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas.
Sem pubescências. Tergos do primeiro e segundo segmentos com esculturação reticulada
desordenadas (Figura 9).
Figura 9: Crematogaster limata F. Smith, 1858. Vista dorsal. Detalhe: esculturação
no gáster. Escala em 1mm.
29
Comentários
Crematogaster limata é semelhante às espécies do grupo limata, com abundantes
cerdas eretas e face lisa e brilhante. Espinhos propodeais longos, direcionados para trás. A
principal diferença de C. limata das outras espécies deste grupo é a ausência de dentes ântero-
ventrais no pecíolo e pós-pecíolo e esculturação nos tergos do primeiro e segundo segmentos
gástricos. Os espinhos propodeais são relativamente maiores do que em C. tenuicula e C.
carinata. Os indivíduos dessa espécie variam pouco em tamanho e forma, tanto na mesma
população como em populações diferentes.
A B
C D
a
a
a
b
a
c
Figura 10: Crematogaster limata F. Smith, 1858. A: Vista frontal da cabeça. Aa: Clípeo. B: vista lateral
do alitronco, pecíolo e s-pecíolo. Ba: região ventral pós-pecíolo, Bb: mesopleura estriada, Bc: helcium.
C: vista dorsal do alitronto, pecíolo e pós-pecíolo. Ca: espinhos propodeais. D: vista lateral. Escala em
1mm.
30
Aspectos Biológicos
Crematogaster limata é uma espécie muito comum. É encontrada em abundância, em
floresta tropical primária ou secundária, úmida e seca com vegetação do nível do mar até
1000m de altitude. (Longino, 2003).
Esta espécie nidifica em vários tipos de cavidades. São encontradas em ninhos feitos
em cavidades de galhos vivos ou mortos, em várias espécies de plantas, podendo ser
encontradas também em ninhos de vespas abandonados (Longino, 2003). São muito
abundantes em serapilheira em Caxiuanã.
As operárias são onívoras, podendo ser atraídas por nectários extraflorais. Elas
podem ser encontradas forrageando durante o dia ou à noite.
Distribuição geográfica
Região Neotropical: Bolívia, Brasil (Amazonas, Pará, Rondônia, Rio de Janeiro, São
Paulo, Santa Catarina), Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Guiana, México,
Nicarágua, Panamá, Peru, Trinidad & Tobago, Venezuela (Figura 11).
31
Figura 11: Mapa de distribuição geográfica de Crematogaster limata F. Smith, 1858.
32
Material Examinado
Bolívia: Mojo, Crematogaster longispina var. boliviana Wheeler (Parte), 3 operárias
e 2 rainhas [NHRS]. Brasil: Acre, Cruzeiro do Sul, 12/VII-16/VIII/1983, F. H. Cartano col., 3
operárias [MZUSP]; Porto Velho, X/1961, P. Herbet col., 5 operárias [MZUSP]; Amapá,
Serra do Navio, 1/X/1957, K. Lenko col., 4 operárias [MNRJ]; Amazonas, Fonte Boa,
IX/1975, F. M. Oliveira col., 10 operárias [MZUSP]; Tefé, Sintipo, F. Smith, 1858:139,
fotografia examinada, FoCol 1627, FoCol 1628, FoCol 1628 [MNHB]. Bahia, Itabuna,
CEPLAC, II/1971, J.A. Winder col., 3 operárias [MZUSP]; Espírito Santo, Itaúnas,
25/VII/1989, J. Diniz col., 2 operárias [MNRJ]; Mato Grosso, Diamantino, Utiariti,
19/X/1966, K. Lenko e Pereira col., 3 operárias [MZUSP]; Três Lagoas, 15-18/IX/1964, 9
operarias [MZUSP]; Sinop, X/1974, M. Alvarenga col., 1 operária [MZUSP]; Pará, Belém,
Reserva Guamá, 27/X/1966, 8 operárias [MPEG]; Melgaço, Flona Caxiuanã, 23-29/IV/2004,
169 operárias, 13-18/II/2005, 45 operárias [MPEG]; Nova Ipixuna, IV-V/2008, 5 operárias,
eq. M. Martins col., [MPEG]; Parauapebas, IV-V/2008, 9 operárias, eq. M. Martins col.,
[MPEG]; Pacajá, IV-V/2008, 11 operárias, eq. M. Martins col., [MPEG]; Carajás, VII-
VIII/1985, Brandão e Benson col. [MZUSP]; Paraná, Antonina, 29/VIII/1973, 2 operárias
[MZUSP]; Rio de Janeiro, Silva Jardim, III/1974, F. M. Oliveira e Kempf col., 6 operárias
[MZUSP]; Rondônia, 25/I-9/II/1961, Pereira e A. Machado col., 3 operárias [MZUSP]; Alto
Paraíso, 26/X/-2/XI/1985, 3 operárias [MZUSP]; Santa Catarina, Blumenau, III/1918,
Borgmeier col., 9 operárias [MZUSP]; Gaspar, R. Muller col., 3 operárias [MZUSP];
Florianópolis, 3 operárias [MZUSP]; São Paulo, Caraguatatuba, 22/V-1/VI/1962, 27 operárias
[MZUSP]; Ilha de Búzios, 18-20/X/1963, 25 operárias [MZUSP]; São Sebastião, 19/I/1990,
M. F. Françoso col., 9 operárias [MZUSP]. Costa Rica: Golfito, 20/VI/1969, C. Evers R. col.,
2 operárias, C. Lara E. col., 2 operárias [MZUSP]. Heredia, Puerto Viejo, 21/V/1974, R. L.
Jeanne col., 3 operárias [MZUSP]. Honduras: La Lima, 5/V/1969, C. Evers R. col., 2
33
operarias [MZUSP]. Peru: Cusco, La Convención, 28/VII/1968, 7 operárias [MZUSP].
Suriname: Tambah-redjo, X/1959, I.V.D. Drift col., 3 operárias [MZUSP].
Crematogaster longispina Emery, 1890
Crematogaster longispina Emery, 1890:53. Operária. Costa Rica, Prov. Limon,
Jimenez. Santschi, 1918:182: combinação em C. (Eucrema). Emery, 1922:136; Santschi,
1923:250: combinação em C. (Orthocrema).
Diagnose
Segmentos do funículo antenal e tarsos frequentemente amarelados ou marrons
claros (Figura 12Aa). Espinhos propodeais muito longos (IEP > 34) e finos (Figura 12Ba).
Em vista dorsal, par de espinhos divergente (Figura 12Ca).
Medidas
LTC: 0,62 - 0,68; LC: 0,54 - 0,59; CC: 0,61 - 0,68; CE: 0,68 - 0,76; CA: 0,76 - 0,83;
CEP: 0,27 - 0,32; CP: 0,26 - 0,29; AP: 0,14 - 0,17; LP: 0,15 - 0,18; CPP: 0,12 - 0,15; LPP:
0,14 - 0,18: DO: 0,48 - 0,54; DA: 0,26 - 0,29; IC: 86,76 - 90,77; IE: 89,47 - 91,55; IEP: 34,94
- 37,21; IAP: 48,28 - 58,62; ILP: 51,72 - 62,07; ILPP: 93,33 - 141,67; IDO: 77,42 - 79,41.
Descrição da operária
Operárias monomórficas.
Coloração: Amarelado, marrom avermelhado, cabeça mais escura que as demais
partes do corpo. Com segmentos do funículo antenal e tarsos amarelados ou marrons claros
(Figura 12Aa).
34
Cabeça: Mandíbulas lisas e brilhantes; clípeo liso e brilhante. Cabeça alongada, com
vértices arredondados (IC: 86,76 - 90,77) (Figura 12Ab), lisa, brilhante, genas com variável
grau de estriação; face com abundantes cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas, sem
pubescência. Clava de dois segmentos, com pubescências nas extremidades dos funículos.
Superfície ventral da cabeça com cerdas semieretas; o escapo ultrapassa mais de um terço do
seu tamanho a margem do vértice cefálico (Figura 12A).
Alitronco: Em vista lateral, promesonoto alongado; pronoto forma uma curva
levemente convexa com a metade anterior do mesonoto; a metade posterior do mesonoto
declina para o sulco metanotal. Comprimento dos espinhos propodeais muito longos (IEP >
30) e finos, estes se projetam para cima, em vista lateral e, em vista dorsal, são fortemente
divergentes. Mesonoto com um par de carenas longitudinais bem pronunciadas que
convergem, tornado-se mais nítidas posteriormente, formando duas pontes laterais no sulco
metanotal com dentes (Figura 12Cb). Lateral do pronoto lisa e brilhante; catepisterno
pontuado, anepisterno liso ou com rugas longitudinais que continuam até o epímero com
menor acentuação. Propódeo com estrias longitudinais, fracas, semiparalelas. Em vista
dorsal, o alitronco é liso e brilhante, com algumas estrias longitudinais fracas. Fêmures e
tíbias com abundantes cerdas curtas (mais curtas que a largura da tíbia), semieretas e hialinas.
Pecíolo e pós-pecíolo: Pecíolo, em vista lateral, trapezoidal, alongado (IAP < 70) e
liso ou com micropontuações fracas, com dente ântero-ventral pequeno ou ausente. Em vista
dorsal, é longo, mais largo posteriomente, afilando anteriormente; região anterior lisa. As
extremidades póstero-laterais afiladas, com um ou dois pares de cerdas. Pós-pecíolo com
dente pequeno na margem ventral. Em vista dorsal, é globular, com dois pares de cerdas
eretas.
Gáster: Liso e brilhante, com abundantes cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas.
35
Comentários
Os indivíduos de C. longispina são semelhantes aos do complexo de espécies C.
egregior, não revisado neste trabalho, diferenciando-se pela disposição dos espinhos que é em
C. longispina são divergentes e em C. egregior são paralelos. Esta espécie foi inclusa neste
trabalho por apresentar certa sobreposição dos valores do IEP com os valores de C. limata e
todas as outras características morfológicas presentes nos indivíduos do grupo limata como as
cerdas abundantes, eretas e longas. Corpo, em sua maior parte, liso e brilhante e pecíolo
relativamente baixo, comparado com outras espécies do gênero Crematogaster. Pode haver
variação na coloração, podendo ser amarelada ou castanho mais escuro, e na forma da cabeça,
podendo ser mais alongada ou semiquadrada (tão larga quanto longa).
A B
C
D
a
a
a
a
Figura 12: Crematogaster longispina Emery, 1890. A: Vista frontal da cabeça. Aa: funículo antenal, Ab:
vértice cefálico. B: vista lateral do alitronco, pecíolo e s-pecíolo. Ba: espinho propodeal, Bb: dente no
pós-pecíolo. C: vista dorsal do alitronto, pecíolo e pós-pecíolo. Ca: espinhos propodeais, Cb: carenas. D:
vista lateral. Escala em 1mm.
b
b
b
36
Distribuição geográfica
Região Neotropical: Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana, Guiana Francesa,
Nicarágua, Peru, Suriname (Figura 13).
Figura 13: Mapa de distribuição geográfica de Crematogaster
longispina Emery, 1890.
37
Material examinado
Equador: Pichinera, 28/II/1981, Sonia Sandoval col. 6 operárias [MZUSP].
Crematogaster tenuicula Forel, 1904
Crematogaster longispina r. tenuicula Forel, 1904:36. Operária. Localidade tipo:
Brasil, Pará. Emery, 1922:136: combinação em C. (Orthocrema). Longino, J. T., 2003:118:
elevado à espécie; operaria e rainha descritas.
Diagnose
Pecíolo triangular, presença de dente no pós-pecíolo (Figura 14Bc), diferenciando-se
de C. brasiliensis pela ausência do dente na sutura metanotal (Figura 14Ba). Possui a face
lisa, gena com estrias leves e regulares, cerdas eretas, longas e abundantes, tanto na cabeça
como no alitronco. A coloração varia de castanho claro a castanho escuro.
Medidas
LTC: 0,57 - 0,76; LC: 0,53 - 0,74; CC: 0,59 - 0,86; CE: 0,62 - 0,76; CA: 0,64 - 0,86;
CEP: 0,14 - 0,23; CP: 0,21 - 0,29; AP: 0,15 - 0,23; LP: 0,15 - 0,20; CPP: 0,11 - 0,18; LPP:
0,15 - 0,21; DO: 0,48 - 0,64; DA: 0,23 - 0,30; IC 70,93 - 104,92; IE: 91,94 - 107,35; IEP:
20,27 - 28,75; IAP: 62,07 - 95,83; ILP: 62,07 - 83,33; ILPP: 100 - 163,64; IDO: 79,10 -
86,15.
Descrição da operária
Operárias monomórficas.
Coloração: Castanho claro a marrom avermelhado.
38
Cabeça: Mandíbulas lisas e brilhantes; clípeo brilhante, podendo ser liso ou
apresentando algumas estrias longitudinais. Cabeça semiquadrada (IC 70,93 - 104,92), lisa e
brilhante, com a gena estriada; face com abundantes cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas,
sem pubescência. Clava antenal de dois segmentos. O escapo ultrapassa mais de um terço a
margem do vértice cefálico, com pilosidade ereta longa (Figura 14A).
Alitronco: Em vista lateral, mesosoma convexo podendo formar um ângulo na
sutura promesonotal que declina para a sutura metanotal. Não possui dentículo na sutura
metanotal (Figura 14Ba). Comprimento do espinho propodeal varia de médio a longo (IEP:
20,27 - 28,75), este se projeta para trás em vista lateral, formando um ângulo agudo com a
linha horizontal do alitronco (Figura 14Bb); em vista dorsal, o par de espinhos, é paralelo
(Figura 14Ca); a declividade do propódeo pode ser lisa ou apresentar estrias longitudinais
paralelas mais acentuadas lateralmente e menos acentuadas medialmente. Mesonoto com
carenas longitudinais semiparalelas, que continuam até o epímero, onde ficam mais sutis.
Lateral do pronoto lisa e brilhante; catepisterno pontuado, anepisterno possui rugas
longitudinais que continuam até o epímero. Dorso do alitronco com rugas irregulares, com
inúmeras cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas, sem pubescência. Fêmures e tíbias com
abundantes cerdas longas, eretas e hialinas.
Pecíolo e pós-pecíolo: Pecíolo em vista lateral, de médio a alto (IAP: 62,07 - 95,83),
trapezoidal, liso, podendo apresentar um dente com ponta arredondada na margem ântero-
ventral. Helcium com pontuações e baixo, abaixo do nível da margem posterior do pecíolo
(Figura 14Bd). Em vista dorsal, o pecíolo é liso e brilhante, alongado, mais largo na porção
posterior e afilando anteriormente, extremidades pôstero-laterias arredondadas, com cerdas
eretas longas. Pós-pecíolo, em vista lateral, com dente ventral (Figura 14Bc) e, em vista
dorsal, globular, com abundantes cerdas eretas.
39
Gáster: Liso, brilhante, com abundantes cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas.
Sem pubescências.
Distribuição geográfica
Região Neotropical: Brasil, Costa Rica, Bolívia, Equador, Peru, Guiana, Venezuela,
Colômbia, Panamá (Figura 15).
B
A
C
D
a
b
c
a
a
d
Figura 14: Crematogaster tenuicula Forel, 1904. A: Vista frontal da cabeça, B: vista lateral do alitronco,
pecíolo e pós-pecíolo. Ba: sutura metanotal, Bb: espinho propodeal, Bc: dente no pós-pecíolo, Bd:
helcium. C: vista dorsal do alitronco, pecíolo e s-pecíolo. Ca: Espinhos propodeais. D: vista lateral.
Escala em 1mm.
40
Figura 15: Mapa de distribuição geográfica de Crematogaster tenuicula Forel, 1904.
41
Material examinado
Brasil: Amazonas, Benjamim Constant, 18-28/IX/1962, K. Lenko col, 12 operárias
[MZUSP]; Cupiní, 26/IV/1975, D. Dias col., 1 operária [MZUSP]; Pará, Belém, IX-XII/1969,
N. Rosa col., 66 operárias [MZUSP]; Melgaço, Flona Caxiuanã, 23-29/IV/2004, 145
operárias, 13-18/II/2005, 114 operárias, eq. A. Y. Harada col., [MPEG]; Parauapebas, IV-
V/2008, 3 operárias, eq. M. Martins col.; Pacajá, IV-V/2008, 7 operárias, eq. M. Martins col.,
[MPEG]; Mato Grosso, Diamantino, 3/VIII/1961, K. Lenko, 18 operárias [MZUSP];
Rondônia, Pimenta Bueno, XI/1960, M. Alvarenga col., 1 operária [MNRJ]. Suriname:
Saramacca (Dirkshoop), 10-18/III/1959, I.V.D. Drift col., 3 operárias [MZUSP].
Crematogaster sp. nov. 1 Nova Espécie
Operária tipo: Peru, Islandia, 23/IX/1962, K. Lenko col., nº4523 [MZUSP].
Diagnose
Cabeça semiquadrada (IC: 102,70 - 111,25). O escapo ultrapassa menos de um terço
do seu comprimento a margem do vértice cefálico (Figura 16A). Comprimento do espinho
propodeal muito longo (IEP > 42), espinhos robustos (Figura 16Ba) e divergentes (Figura
16Ca).
Medidas do holótipo
LTC: 0,91; LC: 0,89; CC: 0,8; CE: 0,76; CA: 0,98; CEP: 0,45; CP: 0,38; AP: 0,2;
LP: 0,23; CPP: 0,18; LPP: 0,23; DO: 0,74; DA: 0,35; DO: 0,18; LO: 0,18; IC: 111,25; IE:
119,74; IEP: 45,92; IAP: 52,63; ILP: 60,53; ILPP: 127,78; IDO: 81,32; IO: 22,50.
42
Medidas dos parátipos
LTC: 0,8 - 0,91; LC: 0,76 - 0,89; CC: 0,74 - 0,8; CE: 0,71 - 0,76; CA: 0,91 - 0,98;
CEP: 0,39 - 0,45; CP: 0,32 - 0,38; AP: 0,2 - 0,21; LP: 0,2 - 0,23; CPP: 0,18 - 0,2; LPP: 0,21 -
0,24; DO: 0,65 - 0,74; DA: 0,32 - 0,35; LO: 0,17 - 0,18; IC: 102,06 - 111,25; IE: 112,68 -
119,74; IEP: 42,86 - 45,92; IAP: 52,63 - 65,63; ILP: 60,53 - 62,50; ILPP: 116,67 - 127,78;
IDO: 81,25 - 82,02; IO: 21,52 - 22,97.
Descrição da operária
Operárias monomórficas.
Coloração: Castanho claro a castanho escuro uniforme.
Cabeça: Mandíbulas lisas e brilhantes. Clípeo liso e brilhante. Cabeça semiquadrada
(IC: 102,70 - 111,25), lisa, brilhante, genas sutilmente estriadas; face com abundantes cerdas
eretas, longas, flexíveis e hialinas, sem pubescência. Clava de dois seguimentos. O escapo
ultrapassa menos de um terço do seu tamanho a margem do vértice cefálico (Figura 16A).
Cerdas do escapo antenal eretas, tão longas quanto a largura do escapo e do funículo. Cerdas
da clava curtas e abundantes.
Alitronco: Em vista lateral, pronoto convexo; mesonoto mais alto que o pronoto,
com sua metade distal declinando numa concavidade para a sutura metanotal, a qual possui
um dentículo pontiagudo (Figura 16Bb). Comprimento do espinho propodeal muito longo
(IEP > 42), este se projeta para cima, em vista lateral, e, em vista dorsal, o par de espinhos são
fortemente divergentes e robustos (Figura 16Ca). A declividade do propódeo é lisa, sem
estrias. Mesonoto com carenas longitudinais semiparalelas, estas continuam até o epímero;
possui um par de carenas longitudinais bem pronunciadas que convergem, tornado-se mais
nítidas posteriormente, formando duas pontes laterais no sulco metanotal com os dentículos
(Figura 16Cb). Laterais do pronoto lisas e brilhante; catepisterno pontuado, anepisterno possui
43
rugas que continuam até o epímero. Dorso do alitronco com inúmeras cerdas eretas, longas,
flexíveis e hialinas, sem pubescência. Fêmures e tíbias com abundantes cerdas medias (cerdas
tão longas quando a largura da tíbia), eretas e hialinas.
Pecíolo e pós-pecíolo: Pecíolo, em vista lateral, trapezoidal, alongado (IAP: 52,63 -
65,63), com micropontuações fracas, sem dente ântero-ventral. Em vista dorsal, é longo, mais
largo posteriormente, afilando anteriormente; região anterior lisa. As extremidades póstero-
laterais são afiladas, com um ou dois pares de cerdas. Pós-pecíolo sem dente na margem
ventral; em vista dorsal, globular, estriado, com dois pares de cerdas eretas.
Gáster: Brilhante, com abundantes cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas. Tergos
do primeiro e segundo segmentos com escultura microalreolada.
Figura 16: Crematogaster sp. nov. 1. A: Vista frontal da cabeça, B: vista lateral do alitronco, pecíolo e
pós-pecíolo. Ba: espinho propodeal, Bb: sutura metanotal. C: vista dorsal do alitronco, pecíolo e pós-
pecíolo. Ca: espinhos propodeais, Cb: carenas longitudinais. D: vista lateral. Detalhe: Da: vista lateral do
pecíolo e pós-peciolo. Escala em 1mm.
C
D
a
A B
a
a
a
b
b
b
44
Comentários
Crematogaster sp. nov. 1 é, visualmente, semelhante a C. longispina, diferenciando-
se pelos espinhos propodeais mais longos e mais espessos (desde a base) do que os espinhos
de C. longispina;. pecíolo mais alto e o alitronco mais robusto do que em C. longispina.
Distribuição
Peru (Figura 20).
Material Examinado
Peru: Islândia, 23/IX/1962, K. Lenko col., nº4523, 1 operária (holótipo), 1 operária (Parátipo)
serão depositados na coleção do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo [MZUSP],
1 operária (Parátipo), será depositado na coleção do Museu Paraense Emilio Goeldi [MPEG].
Crematogaster sp. nov. 2 Nova Espécie
Operária tipo: Brasil: Pará, Melgaço, Flona Caxiuanã, Estação Científica Ferreira Penna
(1º42'23.81"S, 51º27'32.72"O), X/2007. S. Felizardo col.
Diagnose
Pecíolo baixo (IAP: 50 - 65,22), todo pontuado, com extremidades póstero-laterais
anguladas (Figura 17Ba). Alitronco rugoso (Figura 17Ca).
45
Medidas do holótipo
LTC: 0,7; LC: 0,68; CC: 0,64; CE: 0,61; CA: 0,68; CEP: 0,12; CP: 0,24; AP: 0,14;
LP: 0,15; CPP: 0,15; LPP: 0,18; DO: 0,56; DA: 0,24; LO: 0,15; IC 106,25; IE: 114,75; IEP:
17,65; IAP: 58,33; ILP: 62,50; ILPP: 120; IDO: 80; IO: 23,44.
Medidas dos parátipos
LTC: 0,64 - 0,77; LC: 0,53 - 0,73; CC: 0,59 - 0,7; CE: 0,56 - 0,67; CA: 0,59 - 0,8;
CEP: 0,11 - 0,12; CP: 0,23 - 0,26; AP: 0,12 - 0,15; LP: 0,14 - 0,17; CPP: 0,14 - 0,15; LPP:
0,14 - 0,18; DO: 0,51 - 0,62; DA: 0,24 - 0,3; LO: 0,14 - 0,15; IC 86,89 - 104,25; IE: 112,28 -
118,64; IEP: 15 - 20,34; IAP: 50 - 65,22; ILP: 58,33 - 65,38; ILPP: 100 - 128,57; IDO: 79,69
- 82,81; IO: 20,90 - 24,19.
Descrição da operária
Operárias monomórficas.
Coloração: Marrom avermelhado a castanho escuro uniforme.
Cabeça: Mandíbulas lisas e brilhantes; clípeo brilhante, com algumas estrias
longitudinais. Cabeça semiquadrada (IC 86,89 - 104,25), lisa e brilhante, com a gena estriada;
face com abundantes cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas, sem pubescência. Clava
antenal de dois segmentos. O escapo ultrapassa menos de um terço a margem do vértice
cefálico, com pilosidade ereta curtas (comprimento menor que a largura do escapo) (Figura
17A). Cerdas do escapo antenal eretas, tão longas quanto a largura do escapo e do funículo.
Cerdas da clava curtas e abundantes.
Alitronco: Em vista lateral, mesosoma convexo, formando dois ângulos no
mesonoto, dividindo-o em três partes, sendo que o terço posterior declina para a sutura
metanotal. Comprimento dos espinhos propodeais médio (IEP: 15 - 20,34), este se projeta
46
para trás em vista lateral, formando um ângulo agudo com a linha horizontal do alitronco; em
vista dorsal, o par de espinhos, é paralelo (Figura 17Cb). Declividade do propódeo lisa, sem
estrias. Mesonoto com carenas longitudinais semiparalelas, estas continuam até o epímero,
onde ficam mais sutis. Lateral do pronoto liso e brilhante; catepisterno e anepisterno
fortemente pontuados. Dorso do alitronco com rugas irregulares, com inúmeras cerdas eretas,
longas, flexíveis e hialinas, sem pubescência (Figura 17Ca). Fêmures e tíbias com cerdas
curtas (cerdas mais curtas que a largura da tíbia), semieretas e hialinas.
Pecíolo e pós-peciolo: Pecíolo em vista lateral, baixo (IAP: 50 - 65,22), trapezoidal,
pontuado. Helcium com pontuações e baixo (abaixo do nível da margem posterior do
pecíolo). Em vista dorsal, o pecíolo é fracamente pontuado e brilhante, alongado, mais largo
na porção posterior e afilando anteriormente, extremidades póstero-laterias retas, com cerdas
eretas longas. Pós-pecíolo, em vista lateral, sem dente ventral (Figura 17Bb) e, em vista
dorsal, globular, com abundantes cerdas eretas.
Gáster: Liso, brilhante, com abundantes cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas.
Sem pubescências.
47
Comentários
Os indivíduos foram encontrados forrageando em galho morto em uma das áreas
(plote IV delimitado pelo Projeto TEAM/Caxiuanã) na floresta na Floresta Nacional de
Caxiuanã (1º42’30”S e 51º31’45”W), no período seco. A região tem clima tropical úmido,
caracterizada por uma excessiva precipitação pluviométrica (2000 a 2500 mm). Foram
encontrados em área de vegetação primária fechada, em terra firme.
Distribuição geográfica
Brasil: Pará, Melgaço, Flona Caxiuanã, Estação Científica Ferreira Penna (Figura
20).
b
D
A B
a
C
a b
b
Figura 17: Crematogaster sp. nov. 2. A: Vista frontal da cabeça, B: vista lateral do alitronco, pecíolo e
pós-pecíolo. Ba: extremidade posterior do pecíolo, Bb: região ventral do pós-pecíolo. C: vista dorsal
do alitronco, pecíolo e pós-pecíolo, Ca: vista dorsal do pronoto. D: vista lateral. Escala em 1mm.
48
Material examinado
Brasil: Pará, Melgaço, Flona Caxiuanã, Estação Científica Ferreira Penna, X/2007. S.
Felizardo col., 6 operárias. 1 operária (holótipo) e 1 operária (Parátipo) serão depositadas na
coleção do Museu Paraense Emilio Goeldi [MPEG], 1 operária (Parátipo) será depositada na
coleção do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo [MZUSP], 1 operária (Parátipo)
será depositada na coleção do Museu Nacional do Rio de Janeiro [MNRJ], 1 operária
(Parátipo) será depositado na coleção do Museu de História Natural de Estocolmo [NHRS].
Crematogaster sp. nov. 3 Nova Espécie
Operária tipo: Brasil: Bahia, Encruzilhada 980m, XI-1974, Seabra & Alvarenga col., 12968
[MZUSP].
Medidas do holótipo
LTC: 0,88; LC: 0,76; CC: 0,77; CE: 0,8; CA: 0,94; CEP: 0,18; CP: 0,29; AP: 0,21;
LP: 0,18; CPP: 0,17; LPP: 0,21; DO: 0,68; DA: 0,33; LO: 0,18 IC: 98,70; IE: 110; IEP:
19,15; IAP: 72,41; ILP: 62,07; ILPP: 123,53; IDO: 77,27; IO: 23,38.
Medidas dos parátipos
LTC: 0,85 - 0,97; LC: 0,76 - 0,86; CC: 0,77 - 0,86; CE: 0,8 - 0,85; CA: 0,94 - 1,01;
CEP: 0,18 - 0,23; CP: 0,29 - 0,33; AP: 0,21 - 0,23; LP: 0,18 - 0,21; CPP: 0,15 - 0,2; LPP: 0,21
- 0,23; DO: 0,68 - 0,79; DA: 0,33 - 0,38; IC 92,77 - 100; IE: 106,25 - 116,87; IEP: 18,37 -
24,47; IAP: 65,63 - 76,67; ILP: 60 - 72,41; ILPP: 115 - 140; IDO: 77,27 - 81,44.
49
Diagnose
Dente no pós-pecíolo bastante robusto e proeminente (Figura 18Bb). Espinhos
propodeais robustos com base reta surgindo abruptamente na extremidade póstero-lateral do
propódeo (Figura 18Ba). Distância entre a sutura metanotal e a base dos espinhos propodeais
maior que o comprimento dos espinhos (Figura 18Da).
Descrição da operária
Operárias monomórficas.
Coloração: Marrom avermelhado a castanho escuro.
Cabeça: Mandíbulas lisas e brilhantes; clípeo brilhante, com algumas estrias
longitudinais. Cabeça semiquadrada (IC 92,77 - 100), lisa e brilhante, com a gena estriada;
face com abundantes cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas, sem pubescência. Clava
antenal de dois segmentos. O escapo ultrapassa menos de um terço a margem do vértice
cefálico, com pilosidade ereta longa (Figura 18A). Cerdas do escapo antenal eretas, tão longas
quanto a largura do escapo e do funículo. Cerdas da clava curtas e abundantes.
Alitronco: Em vista lateral, mesosoma convexo, formando um ângulo na sutura
promesonotal e na metade do mesonoto, a segunda metade declina para a sutura metanotal.
Comprimento d base do propódeo maior que o comprimento do espinho. Espinhos propodeais
médio (IEP: 18,37 - 24,47), projetados posteriormente para trás em vista lateral, formando um
ângulo agudo com a linha horizontal do alitronco; em vista dorsal, o par de espinhos, é
paralelo (Figura 18Ca). A declividade do propódeo é lisa e brilhante. Mesonoto com carenas
longitudinais semiparalelas, estas continuam até o epímero, onde ficam mais sutis. Lateral do
pronoto liso e brilhante; catepisterno e anepisterno fortemente estriados (Figura 18Bc). Dorso
do alitronco com rugas irregulares, com inúmeras cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas,
50
sem pubescência. Fêmures e tíbias com cerdas medias (cerdas tão longas quanto a largura da
tíbia), eretas e hialinas.
Pecíolo e pós-peciolo: Pecíolo em vista lateral, alto (IAP: 65,63 - 76,67),
trapezoidal, liso. Helcium com pontuações e baixo (abaixo do nível da margem posterior do
pecíolo). Em vista dorsal, o pecíolo é liso e brilhante, alongado, mais largo na porção
posterior e afilando anteriormente, extremidades póstero-laterias arredondadas, com cerdas
eretas longas. Pós-pecíolo, em vista lateral, com dente ventral bem desenvolvido (Figura
18Bb), agudo e, em vista dorsal, globular, com abundantes cerdas eretas.
Gáster: Liso, brilhante, com abundantes cerdas eretas, longas, flexíveis e hialinas.
Sem pubescências.
A B
C D
a
b
a
a
a
c
Figura 18: Crematogaster sp. nov. 3. A: Vista frontal da cabeça. B: vista lateral do alitronco, pecíolo e
pós-pecíolo. Ba: base do espinho propodeal, Bb: dente do pós-pecíolo, Bc: mesopleura estriada. C: vista
dorsal do alitronco, pecíolo e pós-pecíolo. Ca: espinhos propodeais. D: vista lateral. Da: distância entre a
sutura metanotal e a base do espinho. Escala em 1mm.
51
Comentários
Crematogaster sp. nov. 3 possui características bem diagnósticas como o processo
no pós-pecíolo bem desenvolvido em relação às outras espécies do grupo limata. Os espinhos
propodeais surgem abruptamente da extremidade póstero-lateral do propódeo distante da
sutura metanotal.
Distribuição geográfica
Brasil: Bahia, Espírito Santo, Mato grosso (Figura 20).
Material examinado
Holótipo: Brasil: Bahia, Encruzilhada, XI/1974, Seabra & Alvarenga col., 1 operária.
será depositado na Coleção do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo [MZUSP]
Parátipos: Brasil: Espírito Santo, Santa Teresa, 20/V/1928, Borgmeyer col., 6
operárias; Bahia, Encruzilhada, XI/1974, Seabra & Alvarenga col., 9 operárias. 1 operária
(Parátipo) será depositada na coleção do Museu Paraense Emilio Goeldi [MPEG], 7 operárias
(Parátipos) serão depositados na Coleção do Muzeu de Zoologia da Universidade de São
Paulo [MZUSP]; Mato grosso, Sinop, X/1974, M. Alvarenga col. [MZUSP], Xingu, XI/1961,
4 operárias, Crematogaster brasiliensis, Kempf det. [MNRJ].
Crematogaster sp. nov. 4 Nova espécie
Crematogaster longispina var. boliviana Wheeler (Parte): Wheeler, 1925:25,
Operária. Localidade tipo: Bolivia, Mojos.
52
Diagnose
Cerdas do corpo grossas, claras e longas (Figura 19Ba). Coloração amarelada (Figura
19). Espinhos propodeais muito longos (IEP: 37,21 - 40,91). Mesonoto com um par de
carenas longitudinais bem pronunciadas.
Medidas do holótipo
LTC: 0,71; LC: 0,67; CC: 0,71; CE: 0,77; CA: 0,86; CEP: 0,32; CP: 0,32; AP: 0,23;
LP: 0,17; CPP: 0,15; LPP: 0,2; DO: 0,54; DA: 0,27; IC: 94,37; IE: 92,21; IEP: 37,21; IAP:
65,63; ILP: 53,13; ILPP: 133,33; IDO: 76,06.
Medida dos parátipos
LTC: 0,71 - 0,76; LC: 0,65 - 0,67; CC: 0,7 - 0,74; CE: 0,76 - 0,83; CA: 0,8 - 0,88;
CEP: 0,32 - 0,36; CP: 0,32 - 0,33; AP: 0,2 - 0,23; LP: 0,17 - 0,18; CPP: 0,15 - 0,18; LPP: 0,2
- 0,23; DO: 0,54 - 0,56; DA: 0,27 - 0,3; IC: 90,54 - 94,37; IE: 91,57 - 93,42; IEP: 37,21 -
40,91; IAP: 60,61 - 71,88; ILP: 51,52 - 54,55; ILPP: 117,65 - 133,33; IDO: 73,68 - 76,06.
Descrição da operária
Operárias monomórficas.
Coloração: Amarela, castanho claro uniforme.
Cabeça: Mandíbulas lisas e brilhantes; clípeo liso e brilhante. Cabeça alongada (IC:
90,54 - 94,37), lisa, brilhante, genas com variável grau de estriação; face com cerdas eretas,
longas, grossas e claras, sem pubescência. Clava de dois segmentos; o escapo ultrapassa mais
de um terço do seu tamanho a margem do vértice cefálico (Figura 19A). Cerdas do escapo
antenal eretas, tão longas quanto a largura do escapo e do funículo. Cerdas da clava curtas e
abundantes.
53
Alitronco: Em vista lateral, promesonoto alongado; pronoto reto; metanoto com
primeiro terço convexo, mais alto que o pronoto (Figura 19Bb), o terço médio declina até a
sutura metanotal. Mesonoto mais alto que o propódeo. Espinhos propodeais muito longos
(IEP > 37), projetando para trás, em vista lateral e, em vista dorsal, são divergentes (Figura
19C). Mesonoto com um par de carenas longitudinais bem pronunciadas. Lateral do pronoto
lisa e brilhante; catepisterno pontuado, anepisterno possui rugas longitudinais que continuam
até o epímero com menor acentuação ou pode ser liso. Propódeo com poucas estrias
longitudinais, semiparalelas. Em vista dorsal, o alitronco é liso e brilhante, com algumas
cerdas eretas, longas, grossas e claras, sem pubescência. Fêmures e tíbias com abundantes
cerdas longas, grossas, semieretas e claras.
Pecíolo e pós-pecíolo: Pecíolo, em vista lateral, trapezoidal, alongado (IAP: 60,61 -
71,88) e longo, liso na porção anterior, com micropontuações na região posterior, com dente
antero-ventral pequeno. Em vista dorsal, é longo, mais largo posteriormente, afilando
anteriormente; região anterior lisa. As extremidades póstero-laterais afiladas, com um ou dois
pares de cerdas. Pós-pecíolo sem dente na margem ventral. Em vista dorsal, é globular, com
dois pares de cerdas eretas.
Gáster: Liso, brilhante, com abundantes cerdas eretas, longas, grossas e claras.
54
Comentários
Crematogaster sp. nov. 4 foi descrita como uma variedade de C. longispina da
Bolívia, que está sendo elevada a espécie. Esta espécie possui espinhos tão longos quanto C.
longispina, diferencia-se pelas cerdas grossas e claras por todo o corpo. Coloração amarelada
a castanho claro.
Distribuição geográfica
Bolívia: Mojos (Figura 20).
Material examinado
Figura 19: Crematogaster sp. nov. 4. A: Vista frontal da cabeça, B: vista lateral do alitronco, pecíolo e
pós-pecíolo. Ba: cerdas grossas, Bb: metanoto. C: vista dorsal do alitronco, pecíolo e pós-pecíolo. Ca:
carenas longitudinais. D: vista lateral. Escala em 1mm.
b
a
a
a
A B
D
55
Bolívia: Mojos. 1 operária (Holótipo) e 1 operária (Parátipo) serão depositadas no
Museu de história Natural de Estocolmo [NHRS]. 1 operária será depositada na coleção do
Museu Paraense Emilio Goeldi [MPEG].
Figura 20: Mapa de distribuição geográfica das espécies Crematogaster sp. nov. 1,
Crematogaster sp. nov. 2, Crematogaster sp. nov. 3, Crematogaster sp. nov. 4.
56
Chave de identificação para operárias do grupo de espécies Crematogaster limata
1a - Pós-pecíolo com processo ventral (Fig. 2Ab) ................................................................... 2
1b - Pós-pecíolo sem processo ventral (Fig. 5Bb) .................................................................... 4
2a - Pós-pecíolo com processo ventral bastante robusto e proeminente (Fig. 18Bb). Espinhos
propodeais robustos com base reta descontínua com o propódeo (Fig. 18Ba). Base do
propódeo maior que o comprimento dos espinhos.................................................. C. sp. nov. 3
2b – Base do propódeo menor que o comprimento dos espinhos; base dos espinhos propodeais
mais larga, dando continuidade ao propódeo (Fig. 2Bc) .......................................................... 3
3a - Sutura metanotal com dente (Fig. 2Ba)......................................Crematogaster brasiliensis
3b - Sutura metanotal sem dente (Fig. 14Ba)........................................Crematogaster tenuicula
4a – Tergo I e II do gáster com esculturação microalveolada (Fig. 9)....................................... 5
4b - Tergo I e II do gáster lisos ................................................................................................. 6
5a - Espinhos propodeais, em vista lateral, direcionados para a região posterior e, em vista
dorsal, paralelos (Fig. 10C) ...................................................................... Crematogaster limata
5b - Espinhos propodeais, muito longos (IEP > 34), em vista lateral, direcionados para cima e,
em vista dorsal, divergentes (Fig. 12Ba e 12Ca) .............................. Crematogaster longispina
6a - Espinhos propodeais longos (IEP > 33) ............................................................................. 7
6b - Espinhos propodeais médios (IEP < 25) ............................................................................ 8
7a - Cerdas grossas, coloração amarelada a castanho claro (Fig. 19B) .................. C. sp. nov. 4
7b - Cerdas finas, comprimento do espinho propodeal muito longo (IEP > 42); espinhos
grossos (Fig. 16Ca) ................................................................................................. C. sp. nov. 1
8a - Cerdas da tíbia curtas (comprimento das cerdas menor que a largura da tíbia) e
decumbentes ..................................................................................... Crematogaster foliocrypta
8b - Cerdas da tíbia eretas ou semieretas .................................................................................. 9
9a - Pecíolo pontuado, com extremidades posterolaterais anguladas (Fig. 17Ba) .. C. sp. nov. 2
57
9b - Pecíolo liso, com extremidades posterolaterais arredondadas (Fig. 5C) ......................... 10
10a - Pronoto e metanoto com rugas e estrias (Fig. 5Ba) ..................... Crematogaster carinata
10b - Pronoto e metanoto lisos (Fig. 7Ba) ................................................ Crematogaster levior
58
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