65
Estas projeções indicam, portanto, que o PIB brasileiro cresceria abaixo da média
mundial e também abaixo da média dos países não-membros da OECD perdendo posição
relativa no PIB mundial, porém em contrapartida, apresentaria um crescimento populacional
ligeiramente inferior ao da média mundial.
A Oferta Interna de Energia – OIE, ou demanda de energia, apresenta, num cenário
de referência, um crescimento médio mundial de 1,6% ao ano, chegando a 17.506 milhões/tep
em 2030, inferior a taxa registrada entre 1990 e 2005 (EPE, 2008). Para os países membros
da OECD o crescimento anual seria de 0,7%, sendo que entre 1990 e 2005 esse crescimento
foi de 1,3%. A previsão para os países não-OECD é de 2,5% a.a até 2030, com um registro
histórico de 2,6% para o período 1990-2005. Em 2030 o Brasil consumiria 428,4 milhões/tep
e teria um crescimento anual de 2,4%.
As emissões de dióxido de carbono relacionadas à energia podem ser analisadas pelo
aumento populacional, pelo PIB per capita, pela evolução da intensidade energética e pela
evolução da intensidade das emissões por unidade de energia (como CO
2
/GJ). A intensidade
energética mede a relação entre a demanda de energia e o PIB. A intensidade energética será
menor, quanto maior a eficiência no uso da energia e quanto menor a relevância de setores
energo-intensivos na economia. Assim, de acordo com Walter (2007, p. 31) “a intensidade das
emissões será tanto menor quanto menor a importância, nas matrizes energéticas, de insumos
energéticos de alta intensidade de carbono
e maior o uso de fontes renováveis de energia”.
Considerando dados históricos de 1980 a 2005 e um cenário de referência até 2030
para a oferta total de energia no mundo, são constatadas pequenas variações para as fontes de
energia ofertadas durante todo o período: há uma diminuição na oferta do petróleo, o aumento
de gás natural, nuclear e carvão mineral e a estabilidade na oferta de energéticos renováveis
(EPE, 2008).
Constata-se a partir dos dados expostos que a matriz mundial é composta, em sua
maior parte, por energias provenientes de combustíveis fósseis. Devido à participação desses
energéticos na matriz mundial, as projeções referentes ao período de 2005 a 2030 para o total
de emissões de CO
2
indicam uma taxa de crescimento anual médio de 1,7%, sendo, portanto,
Na equação %(CO
2
/ano) = %(POP/ano) x %(PIB/hab) x %(GJ/PIB) x %(CO
2
/GJ), a intensidade de carbono é
expressa, por exemplo, em tCO
2
emitidas por GJ de energia consumida. Conforme o IPCC (1996, apud
WALTER, 2007, p. 31), para cada combustível deve ser assumido um fator de oxidação do carbono (por
exemplo, 0,99 para petróleo e derivados, e 0,995 para gás natural), o que permite a estimativa de emissões de
CO
2
a partir do conhecimento dos fatores de emissão de carbono. Por sua vez, os fatores de emissão de carbono
são função da composição do combustível (teores típicos de carbono na composição) e de seu poder calorífico
(energia liberada no processo de combustão completa, quando reagentes e produtos estão no mesmo estado
termodinâmico).