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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
Ajuste de Parâmetros de Controladores Suplementares
(POD) Através de Redes Neurais Artificiais em
Dispositivos FACTS TCSC e SSSC
Maxwell Martins de Menezes
Orientador: Prof. Dr. Percival Bueno de Araujo
Ilha Solteira – SP, Novembro de 2010
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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
Ajuste de Parâmetros de Controladores Suplementares
(POD) Através de Redes Neurais Artificiais em Dispositivos
FACTS TCSC e SSSC”
MAXWELL MARTINS DE MENEZES
Orientador: Prof. Dr. Percival Bueno de Araujo
Dissertação apresentada à Faculdade de
Engenharia UNESP Campus de Ilha
Solteira, para obtenção do título de
Mestre em Engenharia Elétrica.
Área de Conhecimento: Automação.
Ilha Solteira – SP
Novembro/2010
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FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação
Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da UNESP - Ilha Solteira.
Menezes, Maxwell Martins de.
M543a Ajuste de parâmetros de controladores suplementares (POD) através de
redes neurais artificiais em dispositivos FACTS TCSC e SSSC / Maxwell
Martins de Menezes. -- Ilha Solteira : [s.n.], 2010
116 f. : il.
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de
Engenharia de Ilha Solteira. Área de conhecimento: Automação, 2010
Orientador: Percival Bueno de Araujo
Inclui bibliografia
1. Controladores POD. 2. Estabilidade de sistema de potência. 3. Redes
neurais (Computação). 4. TCSC e SSSC.
Dedicatória
Aos meus pais, Marcos e Tânia, meu irmão,
Juninho, e demais familiares que acreditaram e
apoiaram o tempo todo.
Agradecimentos
Primeiramente, gostaria de agradecer a DEUS por ter me dado essa incrível
oportunidade e força necessária para superar todos os momentos, na alegria ou na tristeza, ao
longo de toda minha vida.
Se estou aonde cheguei, é porque muitas pessoas me ajudaram nesse caminho. Por isso
venho aqui agradecer a essas pessoas que tanto gosto e admiro.
A minha família na pessoa de meu pai (Marcos) e minha mãe (Tânia) que sempre me
ajudaram e apoiaram dando o suporte necessário para contribuir em todas minhas conquistas.
Sem esquecer meu irmão (Marcos Jr.), que além de irmão um grande amigo que se tornou
com o decorrer de toda nossa vida. Sem esses com certeza não estaria hoje aqui.
Outra pessoa que acreditou em meu potencial, e que sou grato por toda minha vida, é
meu primo Ricardo vulgo Bico Doce. Além de me acolher me ensinou valores a cada dia de
convivência e além da admiração tenho muito respeito a esta pessoa.
Respeito impar ao meu orientador Percival que acreditou em meu trabalho, que alem
de passar conhecimento se mostrou uma pessoa de valores incontestáveis.
Aos meus amigos de trabalho, não menos importantes, João Iron, Lord, Adriano,
Marcão, Marcos Furini, Carlos Pupin, Carlos Febres, Cuiabá e todos aqueles que conviveram
dia-a-dia as dificuldades encontradas em meu trabalho além de propiciar bons momentos em
nossa convivência.
Queria manifestar também em especial o carinho para duas pessoas, João Marcos e ao
Leandro (Barretin). Companheiros que ganhei em um bom período de minha vida e vou levá-
los como amigos pro resto de minha vida.
Sem esquecer também de meus amigos e amigas, Thiago (Batatinha), Gustavo
(Tufão), Fabrício (Sagui), Diógenes, Leandro, Ivo, Daniel, Fabio, Rodolfo, Lincoln, Sergio,
Emanuel, Patrick e Livia. As esses a minha satisfação em dizer que passei e ainda vamos
passar bons momentos.
Finalmente, a Universidade Estadual Paulista pela excelente qualidade no ensino
oferecido, em especial ao Departamento de Engenharia Elétrica de Ilha Solteira, e à CAPES
pelo apoio financeiro.
Lista de Figuras
Capítulo 2
Figura 2.1 – Diagrama Unifilar do Gerador Síncrono .............................................................. 23
Figura 2.2 – Potência Ativa e Potência Reativa no Sistema Multimáquinas ........................... 25
Figura 2.3 – Sistema de Excitação (RAT) do Gerador Síncrono ............................................. 32
Figura 2.4 – Diagrama de Blocos MSP para Sistemas Multimáquinas .................................... 39
Capítulo 3
Figura 3.1 – Circuito Equivalente do Dispositivo FACTS TCSC ............................................ 44
Figura 3.2 – Modelo Dinâmico Linear do Dispositivo FACTS TCSC .................................... 44
Figura 3.3 – Modelo Dinâmico do Dispositivo FACST TCSC com Controlador POD .......... 50
Figura 3.4 – Divisão do Bloco washout para o Dispositivo FACTS TCSC ............................. 51
Figura 3.5 – Divisão dos Blocos Avanço-Atraso de Fase para o Dispositivo FACTS TCSC . 51
Figura 3.6 – Circuito Equivalente do Dispositivo FACTS SSSC ............................................ 54
Figura 3.7 – Diagrama Fasorial Equivalente do Dispositivo FACTS SSSC: V
s
= 0 ................ 55
Figura 3.8 – Corrente entre as Barras k e m ............................................................................. 55
Figura 3.9 – Diagrama Fasorial: Modos de Operação do Dispositivo FACTS SSSC ............. 56
Figura 3.10 – Diagrama Fasorial:
0V
~
S
=
................................................................................. 58
Figura 3.11 – Modelo Dinâmico do Dispositivo FACTS SSSC com Controlador POD ......... 64
Figura 3.12 – Divisão do Bloco washout para o Dispositivo FACTS SSSC ........................... 64
Figura 3.13 – Divisão do Bloco Avanço-Atraso de Fase para o Dispositivo FACTS SSSC ... 65
Capítulo 4
Figura 4.1 – Função de Transferência do Sistema de Potência com Controlador POD ........... 71
Figura 4.2 – Efeito do Controlador POD no Resíduo Associado ao Autovalor λ
i
................... 73
Figura 4.3 – Neurônio Biológico .............................................................................................. 75
Figura 4.4 – Modelo de McCulloch e Pitts ............................................................................... 76
Figura 4.5 – Tipos de Funções de Ativação ............................................................................. 77
Figura 4.6 – Rede Perceptron Multicamadas (PMC) ............................................................... 78
Capítulo 5
Figura 5.1 – Diagrama Unifilar: Sistema Simétrico de Duas Áreas ......................................... 84
Figura 5.2 – Ângulo Interno: Máquina Geradora 3:
3 1
δ δ
................................................. 89
Figura 5.3 – Ângulo Interno: Máquina Geradora 2:
δ δ
................................................. 90
Figura 5.4 – Desvio do Fluxo de Potência Ativa na Linha de Transmissão 7-8 ...................... 90
Figura 5.5 – Ângulo Interno: Máquina Geradora 3:
3 1
δ δ
................................................. 94
Figura 5.6 – Ângulo Interno: Máquina Geradora 2:
δ δ
................................................. 94
Figura 5.7 – Desvio do Fluxo de Potência Ativa na Linha de Transmissão 7-8 ...................... 95
Figura 5.8 – Ângulo Interno: Máquina Geradora 3:
3 1
δ δ
................................................. 98
Figura 5.9 – Desvio do Fluxo de Potência Ativa na Linha de Transmissão 7-8 ...................... 98
Figura 5.10 – Ângulo Interno: Máquina Geradora 3:
3 1
δ δ
............................................. 100
Apêndice I
Figura A.I.1 – Sistemas de coordenadas r,m e d,q ................................................................. 112
Lista de Tabelas
Capítulo 5
Tabela 5.1 – Autovalores Dominantes, ω
n
e ξ .......................................................................... 84
Tabela 5.2 – FACTS TCSC: Módulos dos Resíduos da FTMA .............................................. 86
Tabela 5.3 – FACTS SSSC: Módulos dos Resíduos da FTMA ............................................... 86
Tabela 5.4 – Parâmetros do Controlador POD: dispositivo TCSC/SSSC (Método Clássico) 87
Tabela 5.5 – FACTS TCSC: Autovalores Dominantes, ξ e ω
n
................................................ 88
Tabela 5.6 – FACTS SSSC: Autovalores Dominantes, ω
n
e ξ ................................................. 89
Tabela 5.7 – Parâmetros do Controlador POD: dispositivo TCSC/SSSC (Método Neural:
situação treinada pela RNA) ..................................................................................................... 92
Tabela 5.8 – FACTS TCSC: Autovalores Dominantes, ξ e ω
n
(situação treinada pela RNA) . 92
Tabela 5.9 – FACTS SSSC: Autovalores Dominantes, ω
n
e ξ (situação treinada pela RNA) . 93
Tabela 5.10 Parâmetros do Controlador POD: dispositivo TCSC/SSSC (Método Neural:
situação não treinada pela RNA) .............................................................................................. 96
Tabela 5.11 FACTS TCSC: Autovalores Dominantes, ξ e ω
n
(situação não treinada pela
RNA) ........................................................................................................................................ 96
Tabela 5.12 FACTS SSSC: Autovalores Dominantes, ω
n
e ξ (situação não treinada pela
RNA) ........................................................................................................................................ 97
Tabela 5.13 – FACTS TCSC: Comparação entre o Método Clássico e o Método Neural ...... 99
Tabela 5.14 – FACTS SSSC: Comparação entre o Método Clássico e o Método Neural ..... 100
Apêndice II
Tabela A.II.1 – Dados das Máquinas Geradoras .................................................................... 114
Tabela A.II.2 – Dados dos Reguladores Automáticos de Tensão .......................................... 114
Tabela A.II.3 – Dados das Linhas de Transmissão ................................................................ 114
Tabela A.II.4 – Dados das Linhas de Transmissão (continuação) ......................................... 115
Tabela A.II.5 – Dados das Barras - Caso Base ....................................................................... 115
Lista de Símbolos e Acrônimos
RAT – Regulador Automático de Tensão
SEP – Sistema Elétrico de Potência
FACTS – Flexible Alternating Current Transmission Systems
POD – Power Oscillation Damping
TCSC – Thyristor Controlled Series Capacitor
SVC – Static Var Compensator
SSSC – Static Synchronous Series Compensator
STATCOM – Static Synchronous Compensator
UPFC – Unified Power Flow Controller
GTO – Gate Turn-Off
RNA – Redes Neurais Artificiais
MSP – Modelo de Sensibilidade de Potência
MHP – Modelo de Heffron e Phillips
VSC – Voltage Source Converter
AC – Corrente Alternada
PSS – Power System Stabilizer
ESP – Estabilizador de sistema de potência
FTMA – Função de transferência de malha aberta
PMC – Perceptron Multicamadas
LM – Levenberg-Marquardt
LT – Linha de Transmissão
A
POD
– Matriz composta por variáveis de estado, formada pelos parâmetros do POD
A
T
– vetor de variáveis de estado do sistema com TCSC
A1
Gk
, A2
Gk
, A3
Gk
– Coeficientes de sensibilidade da potência ativa do gerador k
A1
km
, A2
km
, A3
km
– Coeficientes de sensibilidade da potência ativa da L.T. k-m
B
T
– vetor de variáveis de entrada do sistema com TCSC
B
S
– vetor de variáveis de entrada do sistema com SSSC
D
k
– Coeficiente de amortecimento inerente do gerador k
'
ak
E
ɶ
– Tensão de definição da posição do sistema de coordenadas rotativo
E'
dk
– Tensão interna em eixo direto do gerador k
E
fdk
– Tensão no enrolamento de campo do gerador k
'
k
E
ɶ
– Tensão interna do gerador k
E'
qk
– Tensão interna em quadratura do gerador k
fd – Enrolamento de campo
G(s) – Função de transferência em malha fechada
H(s) – Função de transferência
H(x) – matriz hessiana referente ao treinamento LM
I
dk
– Componente de eixo direto da corrente da barra k
k
i
ɶ
– Corrente do gerador k
km
I
~
– Corrente elétrica que flui pela linha de transmissão k-m
I
qk
– Componente de eixo em quadratura da corrente da barra k
J(x) – matriz jacobiana referente ao treinamento LM
J1, J2, J3, J4, B1, B2 – Matrizes do MSP
J1
TPOD
, J2
TPOD
, J3
TPOD
, B1
TPOD
, B2
TPOD
– Matrizes do MSP com TCSC e POD
J1
SPOD
, J2
SPOD
, J3
SPOD
, J4
SPOD
, B1
SPOD
, B2
SPOD
– Matrizes do MSP com SSSC e POD
K
Ak
, K
Vk
– Coeficientes da reação de armadura do gerador k no MSP
K
rk
– Ganho do RAT
K
POD
– Ganho do controlador POD para o TCSC e SSSC
K
TCSC
– Ganho estático do TCSC
K
4
– Coeficiente de reação de armadura referente ao modelo de Heffron e Phillips
M
k
= 2H
k
– Constante de Inércia do gerador k
P
Gk
– Potência ativa gerada pelo gerador k
P
ki
– Fator de participação de uma variável k relacionada a um modo oscilante i
P
kl
– Fluxo de potência ativa entre as barras k e l
P
km
– Fluxo de potência ativa entre as barras k e m
P
kmSSSC
– Fluxo de potência ativa entre as barras k e m com a instalação do SSSC
P
Lk
– Carga ativa da barra k
P
Meck
– Potencia mecânica de entrada do gerador k
Q
Gk
– Potência reativa gerada pelo gerador k
Q
kl
– Fluxo de potência reativa entre as barras k e l
Q
Lk
– Carga reativa da barra k
Q
km
– Fluxo de potência reativa entre as barras k e m
Q
kmSSCC
– Fluxo de potência reativa entre as barras k e m com a instalação do SSSC
r
j
– Vetor resíduo referente ao treinamento LM
R1
Gk
, R2
Gk
, R3
Gk
– Coeficientes de potência reativa do gerador k
R1
km
, R2
km
, R3
km
– Coeficientes de potência reativa da linha de transmissão k-m
s – Operador de laplace
s
n
– Saída intermediaria de cada neurônio
Gk
S
~
– Potência complexa entregue pela barra k
R
ijk
– Resíduo associado ao modo k devido entrada i e saída j
km
S
~
– Potência complexa que flui pela linha de transmissão k-m
T – Matriz de Transformação de Coordenadas
T
rk
– Constante de tempo do RAT
T
TCSC
– Constante de tempo do TCSC
T
w
– Constante de tempo washout para POD
T'
d0k
– Constante de tempo transitória de eixo direto do gerador k
T
1
, T
2
, T
3
, T
4
– Constantes de tempo dos blocos avanço-atraso de fase para POD
u – vetor de variáveis de entrada do sistema
V
k
– Magnitude da tensão da barra k
V
m
– Magnitude da tensão da barra m
V
dk
– Componente de eixo direto da tensão da barra k
V
qk
– Componente de eixo em quadratura da tensão da barra k
V
ref k
– Tensão de referência para o RAT
VS – Vetor contendo os coeficientes de sensibilidade do SSSC
S
V
~
– Fasor tensão série inserida pelo SSSC
V
s
– Tensão série inserida pelo SSSC
W – Vetor peso da RNA
W
0
– Vetor peso bias da RNA
x – vetor de variáveis de estado do sistema
X
RNA
– Vetor de entrada da RNA
X
CSC
– Reatância do TCSC
x
dk
– Reatância síncrona de eixo direto do gerador k
X
km
– Reatância da linha de transmissão k-m
x
qk
– Reatância síncrona de eixo em quadratura do gerador k
X
ref
– Reatância de referência
x
S
– matriz estado do sistema com SSSC
x
T
– matriz estado do sistema com TCSC
x'
dk
– Reatância transitória de eixo direto do gerador k
y – Saída efetiva de cada neurônio
Y
km
– Admitância da linha de transmissão entre as barras k e m
z – vetor de variáveis algébricas do sistema
Z
kl
– Impedância da linha de transmissão entre as barras k e l
Z
km
– Impedância da linha de transmissão entre as barras k e m
Z
TCSC
– Impedância efetiva após instalação do TCSC
Z
SSSC
– Impedância efetiva após instalação do SSSC
∆X
CSC
– Variável responsável pela modulação da reatância série do TCSC
TPOD
X
– Representação no espaço de estado com TCSC e POD
SPOD
X
– Representação no espaço de estado com SSSC e POD
∆X’
1
, ∆X’
2
, ∆X’
POD
– Variáveis definidas para equacionamento do POD
α – Ângulo da tensão série do SSSC
δ
k
– Ângulo interno do gerador k
θ
k
– Ângulo da tensão da barra k
θ
km
– Diferença entre os ângulos das tensões da barra k e m (θ
km
= θ
k
- θ
m
)
k
– Conjunto de barras vizinhas à barra k
ω
k
– Velocidade Angular do gerador k
ω
n
– frequência natural não amortecida
ω
0
– Velocidade síncrona – 377 rad/s
λ – Autovalor
ξ – Amortecimento relacionado a uma oscilação
φ
km
– Ângulo da corrente em relação a referência do sistema elétrico na linha de transmissão
k-m
φ
ki
– Autovetor esquerdo relacionado ao modo oscilatório i em relação a variável k
ψ
ik
– Autovetor direito relacionado a variável de estado k em relação ao modo oscilatório i
X
– Representa a derivada da variável X
=
dt
dX
X
(r,m) – Sistema de coordenadas fixo, eixos real e imaginário
(d,q) – Sistema de coordenadas rotativo, eixos direto e em quadratura
Resumo
Este trabalho apresenta estudos referentes à estabilidade a pequenas perturbações do
SEP, considerando a atuação de FACTS para o amortecimento das oscilações eletromecânicas
de baixa frequência. São abordados os dispositivos FACTS TCSC (Thyristor Controlled
Series Capacitor) e o SSSC (Static Synchronous Series Compensator).
É realizada a representação e modelagem dos dispositivos FACTS no SEP inserindo
no Modelo Sensibilidade de Potência.
Para melhorar o desempenho do SEP no que se refere à estabilidade a pequenas
perturbações, controladores suplementares são propostos para aumentar o desempenho dos
dispositivos TCSC e SSSC, introduzindo o amortecimento necessário ao SEP.
Adicionam-se os controladores suplementares POD no modelo modificado para os
dispositivos TCSC e SSSC para verificar sua atuação.
Para encontrar a melhor localização para instalação dos dispositivos é usado a teoria
dos resíduos. Esta mesma teoria é usada também para o ajuste dos parâmetros dos controlares
juntamente com outro ajuste feito através de Redes Neurais Artificiais (RNA), que é proposto
como alternativa de comparação ao método dos resíduos.
Simulações são efetuadas em um sistema teste simétrico para se verificar resultados e
a eficácia do controlador POD (parâmetros ajustados pela RNA proposta), acoplados aos
dispositivos FACTS, na manutenção da estabilidade a pequenas perturbações do SEP.
Palavras-chave: Controladores POD. Estabilidade de sistema de potência. Redes neurais
artificiais. TCSC e SSSC.
Abstract
This work presents studies referred to short term Electric Power System (EPS)
perturbations, considering the actuation of FACTS devices for low frequency
electromechanical oscillation damping. The devices considered are: FACTS TCSC (Thyristor
Controlled Series Capacitor) and the SSSC (Static Synchronous Series Compensator).
It is representation and modeling FACTS devices in the EPS inserting in the Power
Sensitivity Model.
To improve the performance of the EPS considering the short term perturbations,
additional controllers are proposed to increase the performance of the TCSC and SSSC
devices, introducing the necessary damping to the EPS.
The additional POD controller is added to the modified model for TCSC and SSSC
devices to verify the acting.
The residual theory is used to find the best location to install the devices. The same
theory is used to adjust the parameters of the controllers and an adjustment with Artificial
Neural Networks (ANN) is proposed as an alternative to the residual method.
Simulations are effectuated for a symmetric test system to verify the efficiency of the
POD controller (parameters adjusted by the ANN proposed), coupled with the FACTS
devices, to maintain the stability considering the short term perturbations.
Key-works: POD Controllers. Electrical power system stability. Artificial neural network.
TCSC and SSSC.
Sumário
CAPÍTULO 1 ........................................................................................................................... 18
Introdução ................................................................................................................................. 18
CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................... 22
Modelo Sensibilidade de Potência Multimáquinas .................................................................. 22
2.1. Introdução .......................................................................................................................... 22
2.2. Equações Gerais do MSP para Sistemas Multimáquinas .................................................. 22
2.3. Potências Geradas e Fluxos de Potência no Sistema Multimáquinas ................................ 25
2.4. Balanço Nodal de Potências no Sistema Multimáquinas .................................................. 29
2.5. Tensão Interna do Gerador Síncrono ................................................................................. 29
2.6. Tensão de Campo da Máquina Síncrona ........................................................................... 31
2.7. Equações de Movimento do Gerador Síncrono ................................................................. 32
2.8. Representações do Sistema Multimáquinas pelo MSP ..................................................... 33
2.9. Conclusões ......................................................................................................................... 40
CAPÍTULO 3 ........................................................................................................................... 41
Inclusão dos Dispositivos FACTS e seus Controladores no MSP ........................................... 41
3.1. Introdução .......................................................................................................................... 41
3.2. Thyristor Controlled Series Capacitor (TCSC) ................................................................. 41
3.3. Static Synchronous Series Compensator (SSSC) .............................................................. 42
3.4. Controlador Power Oscillation Damping (POD) .............................................................. 43
3.5. Inclusão do Dispositivo FACTS TCSC no MSP ............................................................... 44
3.6. Inclusão do Dispositivo TCSC com Controlador POD no MSP ....................................... 50
3.7. Inclusão do Dispositivo FACTS SSSC no MSP ............................................................... 54
3.8. Inclusão do Dispositivo FACTS SSSC com Controlador POD no MSP .......................... 63
3.9. Conclusões ......................................................................................................................... 67
CAPÍTULO 4 ........................................................................................................................... 70
Localização e Projeto de Controladores POD .......................................................................... 70
4.1. Introdução .......................................................................................................................... 70
4.2. Localização do Controlador POD ..................................................................................... 70
4.3. Projeto Clássico do Controlador POD ............................................................................... 73
4.4. Redes Neurais Artificias .................................................................................................... 74
4.4.1. Neurônio Biológico ........................................................................................................ 75
4.4.2. Neurônio Artificial ......................................................................................................... 75
4.4.3. Perceptron Multicamadas (PMC) ................................................................................... 78
4.4.4. Algoritmo de Treinamento Levenberg-Marquardt (LM) ............................................... 79
4.5. Conclusões ......................................................................................................................... 81
CAPÍTULO 5 ........................................................................................................................... 83
Simulações e Resultados .......................................................................................................... 83
5.1. Introdução .......................................................................................................................... 83
5.2. Sistema Simétrico de Duas Áreas ...................................................................................... 83
5.3. Localização dos Dispositivos FACTS no SEP .................................................................. 85
5.4. Ajuste dos Parâmetros dos Controladores POD – Método Clássico ................................. 87
5.5. Ajuste dos Parâmetros dos Controladores POD – Método Neural .................................... 91
5.6. Conclusões ....................................................................................................................... 101
CAPÍTULO 6 ......................................................................................................................... 103
Conclusões e Trabalhos Futuros ............................................................................................. 103
Referências ............................................................................................................................. 106
Apêndice I. Matriz de Transformação de Coordenadas ......................................................... 112
Apêndice II. Dados do Sistema Multimáquinas ..................................................................... 114
Anexo. Artigos Publicados ..................................................................................................... 116
Capítulo 1 18
CAPÍTULO 1
Introdução
Com as crescentes demandas de energia elétrica motivadas pelo desenvolvimento
econômico dos últimos anos, a necessidade de produzir e transmitir energia elétrica com
confiabilidade e segurança aos usuários tem-se tornado primordial para empresas do setor
elétrico. Devido a essas crescentes demandas, surgiu a necessidade de interligações entre
grandes SEP. Dentre algumas consequências destas interligações pode-se dizer que se tornou
mais crítico manter a estabilidade a pequenas perturbações dos SEP, devido ao fato de que
várias unidades geradoras de diferentes características estão trabalhando em conjunto
(INSTITUTE OF ELECTRICAL AND ELECTRONIC ENGINEERS-IEEE/CIGRE, 2004).
Isto fez com que surgissem oscilações de baixa frequência pouco amortecidas (ou até mesmo
instáveis), entre diferentes unidades geradoras. Essas oscilações podem ser classificadas de
acordo com a sua frequência natural não amortecida, sendo de modo interárea (quando um
grupo de geradores oscila contra outro grupo de geradores), modo local (unidades geradoras
de um determinado local oscilando com o restante do SEP) ou modo intraplanta (oscilações
entre unidades geradoras de uma mesma planta) (KUNDUR, 1994).
As oscilações de modo interárea se caracterizam pela faixa de frequências de 0,2 a 0,8
Hz, as de modo local se situam na faixa de frequências de 0,8 a 1,8 Hz e as de modo
intraplanta entre 1,5 e 2,5 Hz (LARSEN; SWAN, 1981; YU, 1983; KUNDUR, 1994;
SAUER; PAI, 1998; ANDERSON; FOUAD, 2003).
Os SEP, naturalmente, já apresentam um baixo amortecimento natural e essas
oscilações prejudicam ainda mais o comportamento do sistema frente a pequenas
perturbações.
Outro fato que contribui para a ocorrência de oscilações de baixa frequência é a
operação de Reguladores Automáticos de Tensão (RAT) que tem como características
pequenas constantes de tempo e altos ganhos. Estas características, importantes no que se
refere à estabilidade a grandes perturbações, quando aliadas às condições de alto
carregamento e sistema de transmissão vulnerável, podem reduzir substancialmente, ou até
mesmo tornar negativo, o amortecimento de algum modo de oscilação, tornando o sistema
Capítulo 1 19
instável (DEMELLO; CONCORDIA, 1969; LARSEN; SWAN, 1981; YU, 1983; KUNDUR,
1994; SAUER; PAI, 1998; ANDERSON; FOUAD, 2003).
Uma solução para este problema é a construção de novas linhas de transmissão para
aumentar a capacidade de transmissão de energia elétrica. Porém, devido a aspectos
ambientais e econômicos, muitas vezes esta solução é inviável. Uma alternativa encontrada
foi à compensação de reativos, que é muito utilizada para se aumentar a capacidade dos SEP,
postergando assim a construção de novas LTs.
No início esta compensação era realizada através de banco de capacitores conectados
em série com a LT, o que resultava na diminuição de reatância efetiva da linha. O resultado
desta operação era tornar o SEP eletricamente mais robusto.
Com o avanço da tecnologia na área da eletrônica de potência, dispositivos de
compensação foram desenvolvidos, os quais foram chamados de FACTS (Flexible
Alternating Current Transmission Systems) (WATANABE et al., 1998; HINGORANI, 1998;
SONG; JOHNS, 1999; HINGORANI; GYUGYI, 1999) que, quando equipados com
controladores suplementares POD (Power Oscillation Damping) (HINGORANI; GYUGYI,
1999), são capazes de introduzir amortecimento às oscilações eletromecânicas de baixa
frequência.
Os dispositivos FACTS podem ser divididos basicamente em duas gerações de acordo
com a maneira de compensação utilizada. O TCSC (Thyristor Controlled Series Capacitor) e
o SVC (Static VAr Compensator) representam principalmente a primeira geração e são
caracterizados pela utilização de bancos de capacitores ou reatores chaveados por chaves
tiristoras. A segunda geração é representada pelos dispositivos SSSC (Static Synchronous
Series Compensator), STATCOM (Static Synchronous Compensator) e UPFC (Unified Power
Flow Controller) a qual utiliza conversores fonte de tensão, constituídos basicamente de
chaves tiristoras autocomutadas, como por exemplo, o GTO (Gate Turn-Off) (SONG;
JOHNS, 1999;
HINGORANI; GYUGYI, 1999; WATANABE et al., 1998).
Estudos mostraram que os dispositivos FACTS, quando acoplados com controladores
suplementares (chamados de POD Power Oscillation Damping), são capazes de introduzir
amortecimento às oscilações de baixa frequência do sistema elétrico de potência
(NOROOZIAN; ANDERSSON, 1994; YANG et al., 1998; UZUNOVIC, 2001; MATHUR;
VARMA, 2002; CAI; ERLICH, 2005; KAZEMI; SOHRFOROUZANI, 2006). Para que a
introdução de amortecimento seja efetiva o ajuste dos parâmetros dos controladores POD é de
fundamental importância.
Capítulo 1 20
Alguns métodos podem ser utilizados para o seu projeto sendo que os mais comuns
são a compensação de fase e a alocação de polos (CHEN; HSU, 1987; ARAUJO; ZANETTA,
2001; CAI; ERLICH, 2005). Ambos os métodos determinam parâmetros do POD para um
dado ponto de operação e assim, para diferentes condições são necessários novos ajustes.
Com objetivo de não se fazer novos ajustes do controlador POD a cada mudança do
ponto de operação do SEP, técnicas inteligentes estão sendo propostas para o ajuste de seus
parâmetros como lógica fuzzy (KAZEMI; SOHRFOROUZANI, 2006), algoritmos genéticos
(MISHRA et al., 2007) e Redes Neurais Artificiais (RNA) (HAYKIN, 1994).
Em vista disso, o principal foco deste trabalho é a utilização das RNAs para o ajuste
de parâmetros de controladores POD acoplados a dispositivos FACTS conectados em série
com a LT (o TCSC e o SSSC) para introduzir amortecimento ao SEP e analisar sua eficácia
na estabilidade a pequenas perturbações.
Para a análise do comportamento dinâmico do SEP é proposta à inclusão dos dois
dispositivos descritos por seus respectivos modelos dinâmicos, ambos equipados com
controladores suplementares POD, para posterior verificação da eficácia destes dispositivos
no amortecimento das oscilações de baixa frequência do SEP.
Para a representação do SEP de potência será utilizado o Modelo de Sensibilidade de
Potência expandido para o ambiente multimáquinas (MSP-multimáquinas) (COSTA, 1992;
DECKMANN; COSTA, 1994), que é um modelo linear. Como consequência poderão ser
utilizadas técnicas do controle clássico para a análise da estabilidade a pequenas perturbações
do SEP.
Após a modelagem do SEP, considerando a atuação dos dispositivos FACTS TCSC e
SSSC, será realizada a implementação computacional através do software Matlab
®
assim
como a simulação da rede proposta utilizando o Toolbox Neural Network.
Quanto à organização do texto, no Capítulo 2 é apresentada a formulação matemática
do MSP-Multimáquinas, cujas equações matemáticas são configuradas de tal maneira que
favoreça uma análise abrangente da estabilidade a pequenas perturbações do SEP.
Definidas as equações que descrevem o SEP, este será representado no domínio do
tempo e no domínio da frequência.
No Capítulo 3 é realizado um estudo a respeito dos dispositivos FACTS utilizados
nesse trabalho (TCSC e SSSC), sendo apresentadas suas principais características, seus
modelos matemáticos e posteriormente, a inclusão dos modelos destes dispositivos no MSP-
Multimáquinas.
Capítulo 1 21
Também neste Capítulo é feita uma análise a respeito dos sinais estabilizadores
suplementares para o SEP e sua inclusão no MSP-Multimáquinas, sendo destacado o
controlador POD.
Inicialmente é realizada uma análise sobre o controlador POD, sendo feito um breve
resumo citando seu funcionamento e suas vantagens. Em seguida é apresentada sua
formulação matemática.
No Capítulo 4 é mostrado o método utilizado para localização do controlador POD no
SEP (método dos resíduos). Na sequência são tratados dois métodos para o ajuste de seus
parâmetros. Primeiramente é apresentado o método da compensação de fase que aqui será
chamado de “método clássico” e na sequência a utilização de RNAs “método neural” para o
ajuste de parâmetros do controlador POD.
No Capítulo 5 são mostradas as simulações realizadas em um SEP teste para se fazer
uma comparação de desempenho entre os dispositivos FACTS sob estudo, cujos
controladores adicionais foram ajustados pelo método clássico e pelo método neural.
No Capítulo 6 são apresentadas as principais conclusões obtidas durante o
desenvolvimento do trabalho e sugestões para atividades futuras. Na sequência as
Referências, Apêndices e Anexo, necessários para uma melhor compreensão do trabalho.
Capítulo 2 22
CAPÍTULO 2
Modelo Sensibilidade de Potência Multimáquinas
2.1. Introdução
Neste Capítulo é apresentado o Modelo Sensibilidade de Potência (MSP)
(DECKMANN; COSTA, 1994) que pode ser utilizado para o estudo de oscilações
eletromecânicas de baixa frequência em sistemas de energia elétrica.
Este modelo se baseia no princípio de que os balanços de potência ativa e potência
reativa devem ser satisfeitos continuamente em qualquer barra do sistema durante qualquer
processo dinâmico. O modelo resultante é linear e consequentemente, pode ser utilizado para
a análise da estabilidade a pequenas perturbações.
2.2. Equações Gerais do MSP para Sistemas Multimáquinas
Para a desenvolvimento do MSP será considerado um gerador síncrono trifásico sendo
representados os enrolamentos do estator (fases a, b e c), e também um enrolamento do rotor
(enrolamento de campo – fd).
Dessa forma, podem ser definidos dois sistemas de coordenadas que atuam no SEP.
Um primeiro onde são medidas as grandezas do estator (sistema de coordenadas estático
(r,m)), referente aos enrolamentos do estator. E outro sistema onde as medidas são grandezas
do rotor (sistema de coordenadas rotativo (d,q)), onde o enrolamento de campo localizado
sobre o rotor se move com uma velocidade angular ω.
Para facilitar o manuseio das equações é necessária a introdução de uma
transformação de coordenadas, baseada na Transformada de Park (ANDERSON; FOUAD,
2003), que permitirá referenciar todas as grandezas a um único sistema de coordenadas. Esta
transformação que permite referir as grandezas do sistema de coordenadas fixo (r,m) ao
sistema de coordenadas rotativo (d,q) e vice-versa é realizada através da matriz T, dada pela
Capítulo 2 23
equação (2.1), cuja dedução se encontra no Apêndice I, onde δ
k
é o ângulo interno do gerador
conectado a uma barra k do sistema elétrico de potência.
=
kk
kk
senδcosδ
cosδsenδ
T
(2.1)
Na Figura 2.1 é mostrado o diagrama unifilar do gerador síncrono ligado a uma barra
genérica k. As variáveis
'
k
E
ɶ
,
'
d
x
,
k
i
ɶ
e
k
V
ɶ
correspondem respectivamente à tensão interna do
gerador k, à reatância de eixo direto do gerador k, à corrente do gerador k e a tensão terminal
da barra k.
Figura 2.1 – Diagrama Unifilar do Gerador Síncrono
A tensão terminal
k
V
ɶ
, expressa nas componentes de eixo real e eixo imaginário, é dada
pela equação (2.2), e por inspeção da Figura 2.1 pode-se escrever a equação (2.3).
kk
mrkkkkkkk
jVVsenθjVcosθVθVV
~
+=+== (2.2)
k dkkk
i
~
xjV
~
E
~
+=
(2.3)
De acordo com (Kundur, 1994; Anderson e Fouad, 2003) pode-se definir uma tensão
'
ak
E
ɶ
, localizada sobre o eixo em quadratura, a qual determina a localização do sistema de
coordenadas rotativo (d
k
, q
k
), para cada gerador. Esta tensão é dada pela equação (2.4), onde a
grandeza x
qk
corresponde à reatância síncrona de eixo em quadratura do gerador k.
k qkkak
i
~
xjV
~
E
~
+= (2.4)
k
E
~
k
V
~
k
i
~
d
x
k
Capítulo 2 24
Aplicando a matriz de transformação T (equação (2.1)) à equação (2.2) faz-se uma
mudança de coordenadas, expressando convenientemente a tensão terminal em componentes
de eixo direto e eixo em quadratura, cujo resultado é mostrado na equação (2.5).
dk k k k
qk k k k
V V sen(
δ θ )
V V cos(
δ θ )
=
=
(2.5)
Adotando um procedimento análogo ao realizado com a equação (2.2), as equações
(2.3) e (2.4) podem ser expressas em componentes de eixo direto e eixo em quadratura
respectivamente, como nas equações (2.6) e (2.7).
dk dk dk qk
qk qk dk dk
E V x I
E V x I
=
=
(2.6)
dk qk qk
ak qk qk dk
0 V x I
E V x I
=
=
(2.7)
A partir das equações (2.5), (2.6) e (2.7) podem ser escritas as equações (2.8) e (2.9),
para as componentes de eixo direto e eixo em quadratura da tensão terminal do gerador k.
qkqkqkdkdkkkkdk
IxIxE)θsen(δVV =
+
== (2.8)
dkqkakdkdkqkkkkqk
IxEIxE)θcos(δVV =
== (2.9)
Utilizando as equações (2.8) e (2.9) podem ser obtidas as correntes de eixo direto e
eixo em quadratura do gerador k, descritas pelas equações (2.10) e (2.11).
Capítulo 2 25
dk
kkkqk
dk
x
)θcos(δVE
I
= (2.10)
qk
kkk
qk
x
)θsen(δV
I
= (2.11)
2.3. Potências Geradas e Fluxos de Potência no Sistema Multimáquinas
Um gerador síncrono conectado a uma barra k fornece potência ativa e potência
reativa que são transferidas para as cargas através das LTs. A dedução das equações das
potências envolvidas no sistema multimáquinas é realizada a partir da Figura 2.2, onde uma
barra de geração genérica k é conectada a outras duas barras (m e l), através de linhas de
transmissão com impedâncias Z
km
= R
km
+ jX
km
e Z
kl
= R
kl
+ jX
kl
, respectivamente.
Figura 2.2 – Potência Ativa e Potência Reativa no Sistema Multimáquinas.
Na Figura 2.2 as potências ativa e reativa fornecidas pelo gerador k são
respectivamente, representadas por P
Gk
e Q
Gk
e as potências ativa e reativa injetadas na barra
k para a barra m, são representadas por P
km
e Q
km
, respectivamente. De uma forma análoga,
P
kl
e Q
kl
, respectivamente são as potências ativa e reativa injetada na barra k para a barra l.
As potências ativas e reativas fornecidas pelo gerador k podem ser obtidas através do
cálculo do fluxo de potência complexa entregue pela barra k, conforme a equação (2.12).
GkGkk kGk
jQP)i
~
(V
~
S
~
+=
=
(2.12)
k
E
~
k
V
~
k
i
~
d
x
k
P
Gk
,Q
Gk
P
kl
,Q
kl
P
km
,Q
km
Z
km
Z
kl
m
l
l
V
~
m
V
~
Capítulo 2 26
Substituindo as equações (2.8) a (2.11) na equação (2.12) podem ser obtidas as
expressões para as potências ativas e reativas geradas, como mostradas nas equações (2.13) e
(2.14).
( )
kk
2
k
dkqkdk
kkkqk
Gk
θδsen2V
x
1
x
1
2
1
x
)θsen(δVE
P
+
= (2.13)
[ ]
)θcos2(δ1
x
1
x
1
2
V
x
V
x
)θcos(δVE
Q
kk
dkqk
2
k
dk
2
k
dk
kkkqk
Gk
= (2.14)
Admitindo-se pequenas variações em torno de um ponto equilíbrio, as equações (2.13)
e (2.14) podem ser linearizadas utilizando da expansão de Taylor, desconsiderando os termos
de ordem maior ou igual a dois, cujos resultados são mostrados nas equações (2.15) e (2.16).
kGkqkGkkkGkGk
∆VA3EA2)θ∆(δA1∆P +
+= (2.15)
( )
kk
dkqk
2
k
dk
kkkqk
kk
Gk
Gk
θδcos2
x
1
x
1
V
x
)θcos(δVE
)θ
P
A1
+
=
= (2.15.a)
dk
kkk
qk
Gk
Gk
x
)θsen(δV
E
P
A2
=
= (2.15.b)
( )
kk
dkqk
k
dk
kkqk
k
Gk
Gk
θδsen2
x
1
x
1
V
x
)θsen(δE
V
P
A3
+
=
= (2.15.c)
kGkqkGkkkGkGk
∆VR3ER2)θ∆(δR1∆Q +
+= (2.16)
( )
kk
dkqk
2
k
dk
kkkqk
kk
Gk
Gk
θδsen2
x
1
x
1
V
x
)θsen(δVE
)θ
Q
R1
=
= (2.16.a)
Capítulo 2 27
dk
kkk
qk
Gk
Gk
x
)θcos(δV
E
Q
R2
=
= (2.16.b)
[ ]
)θcos2(δ1
x
1
x
1
V
x
2V
x
)θcos(δE
V
Q
R3
kk
dkqk
k
dk
k
dk
kkqk
k
Gk
Gk
=
= (2.16.c)
As constantes A1
Gk
, A2
Gk
e A3
Gk
são os coeficientes de potência ativa do gerador k
enquanto que as constantes representadas por R1
Gk
, R2
Gk
e R3
Gk
são os coeficientes de
potência reativa.
Para a obtenção dos coeficientes de potência do sistema de transmissão externo,
considere uma linha de transmissão responsável pela ligação entre as barras k e m do sistema
multimáquinas, conforme o diagrama mostrado na Figura 2.2. Considere que a impedância
seja Z
km
e, para fins de simplificação, será utilizada sua admitância Y
km
(equação (2.17)).
kmkm
2
km
2
km
km
2
km
2
km
km
km
km
jbg
)X(R
X
j
)X(R
R
Z
1
Y +=
+
+
== (2.17)
A linha de transmissão (k-m) é percorrida por uma corrente I
km
, equação (2.18),
transferindo, no sentido da barra k para a barra m, fluxo ativo (P
km
) e fluxo reativo (Q
km
),
equação (2.19).
)V
~
V
~
(YI
~
mkkmkm
= (2.18)
kmkmkmkkm
jQP)I
~
(V
~
S
~
+=
= (2.19)
Da manipulação das equações (2.18) e (2.19) são obtidos os fluxos de potência ativa e
reativa da barra k para a barra m, representadas pelas equações (2.20) e (2.21).
kmkmmkkmkmmkkm
2
kkm
senθbVVcosθgVVgVP =
(2.20)
Capítulo 2 28
kmkmmkkmkmmkkm
2
kkm
senθgVVcosθbVVbVQ +=
(2.21)
Admitindo-se pequenas variações em torno de um ponto equilíbrio, as equações (2.20)
e (2.21) podem ser linearizadas, resultando nas equações (2.22) e (2.23).
mkmkkmkmkmkm
∆VA3∆VA2∆θA1∆P ++= (2.22)
kmkmmkkmkmmk
km
km
km
cosθbVVsenθgVV
)
P
A1 =
=
(2.22.a)
kmkmmkmkmmkmk
k
km
km
senθbVcosθgVg2V
)(V
P
A2 =
=
(2.22.b)
kmkmkkmkmk
m
km
km
senθbVcosθgV
)(V
P
A3 =
=
(2.22.c)
mkmkkmkmkmkm
∆VR3∆VR2∆θR1∆Q ++= (2.23)
kmkmmkkmkmmk
km
km
km
cosθgVVsenθbVV
)
Q
R1 =
=
(2.23.a)
kmkmmkmkmm
sh
kmkmk
k
km
km
senθgVcosθbV)b(b2V
)(V
Q
R2 ++=
=
(2.23.b)
kmkmkkmkmk
m
km
km
senθgVcosθbV
)(V
Q
R3 =
=
(2.23.c)
As constantes A1
km
, A2
km
e A3
km
são os coeficientes de potência ativa e as constantes
R1
km
, R2
km
e R3
km
são os coeficientes de potência reativa da linha de transmissão (k-m).
Capítulo 2 29
2.4. Balanço Nodal de Potências no Sistema Multimáquinas
O MSP tem como conceito fundamental a aplicação do balanço incremental de
potências (ativa e reativa) em cada barra do sistema (DECKMANN; COSTA, 1994).
Se for considerada uma barra de geração genérica k, conectada a outras duas barras (k-
m) e (k-l) do sistema elétrico, conforme diagrama mostrado na Figura 2.2, as variações de
potência ativa e potência reativa geradas na barra k (P
Gk
e Q
Gk
) devem ser iguais à
somatória das variações dos fluxos de potência ativa e potência reativa (P
km
e Q
km
) e (P
kl
e Q
kl
) nas linhas de transmissão (k-m) e (k-l).
Generalizando este conceito, considere um conjunto de todas as barras conectadas à
barra k, denominado Ω
k
. Para maior generalização considere ainda que na barra k está
conectada uma carga que consome (na sua forma incremental) as potências ativa e reativa
P
Lk
e Q
Lk
, respectivamente.
Com estas considerações, o balanço incremental de potências (ativa e reativa) na barra
k é dado pelas equações (2.24) e (2.25).
0∆P∆P∆P
km
k
LkGk
m
=
(2.24)
0∆Q∆Q∆Q
km
k
LkGk
m
=
(2.25)
As equações (2.24) e (2.25) são equações algébricas e traduzem o balanço nodal de
potência na sua forma incremental em cada barra do sistema multimáquinas. Esta igualdade
de potências deve ser satisfeita no decorrer de qualquer processo do sistema elétrico de
potência.
2.5. Tensão Interna do Gerador Síncrono
As variações da tensão interna do gerador são dadas pela equação (2.26), onde x
dk
é a
reatância de eixo direto, E
fdk
é a tensão de campo do gerador síncrono e T
d0k
a constante de
tempo transitória de eixo direto em circuito aberto. (ANDERSON; FOUAD, 2003;
KUNDUR, 1994).
Capítulo 2 30
( )
[
]
dkdkdkqkfdk
qk
d0k
IxxEEET
+
=
(2.26)
Admitindo-se pequenas variações em torno de um ponto equilíbrio, a equação (2.26)
pode ser linearizada, fornecendo as equações (2.27).
dk
dk
qk
d0k
qk
qk
qk
d0k
fdk
fdk
qk
d0k
qk
d0k
∆I
I
)ET(
E
E
)ET(
∆E
E
)ET(
ET
+
+
=
(2.27)
1
E
)ET(
fdk
qk
d0k
=
(2.27.a)
1
E
)ET(
qk
qk
d0k
=
(2.27.b)
( )
dkdk
dk
qk
d0k
xx
I
)ET(
=
(2.27.c)
A corrente de eixo direto do gerador k (equação (2.10)) também é linearizada em torno
de um ponto de equilíbrio e é mostrada no conjunto de equações (2.28).
)θ∆(δ
)θ
I
∆V
V
I
E
E
I
∆I
kk
kk
dk
k
k
dk
qk
qk
dk
dk
+
+
= (2.28)
dkqk
dk
x
1
E
I
=
(2.28.a)
dk
kk
k
dk
x
)θcos(δ
V
I
=
(2.28.b)
Capítulo 2 31
dk
kkk
kk
dk
x
)θsen(δV
)θ
I
=
(2.28.c)
Substituindo (2.28) em (2.27) tem-se a equação (2.29) que expressa às variações da
tensão interna do gerador k.
)θ∆(δK∆VKE
x
x
∆EET
kkAkkVkqk
dk
dk
fdk
qk
d0k
+
=
(2.29)
dk
kkdkdk
Vk
x
)θ)cos(δx(x
K
= (2.29.a)
dk
kkkdkdk
Ak
x
)θsen(δ)Vx(x
K
= (2.29.b)
Os coeficientes K
Vk
e K
Ak
são chamados de coeficientes de reação de armadura do
gerador síncrono k” no MSP.
Em relação ao modelo de Heffron e Phillips (MHP), onde a reação de armadura é
representada pelo termo K
4
e associada apenas às variações do ângulo interno do gerador k
(δ
k
) (DEMELLO; CONCORDIA, 1969), o MSP fornece maiores informações a respeito da
reação de armadura do gerador síncrono (DECKMANN; COSTA, 1994). Observe que pela
equação (2.29) a reação de armadura no MSP é determinada pelas variações do ângulo da
tensão interna do gerador síncrono (δ
k
) e do ângulo da tensão da barra terminal (θ
k
)
(ponderados pelo termo K
Ak
) além da magnitude da tensão terminal (V
k
) (ponderada pelo
termo K
Vk
).
2.6. Tensão de Campo da Máquina Síncrona
Para se considerar os efeitos de enrolamento de campo (variação da tensão de
excitação da máquina síncrona), faz-se necessário introduzir o RAT do gerador k.
O RAT tem como função modular a tensão de excitação da maquina síncrona (E
fd
), de
acordo com as variações da tensão terminal (∆V
k
) em relação a uma tensão de referência pré-
Capítulo 2 32
especificada (V
refk
), conforme o diagrama mostrado na Figura 2.3.
Figura 2.3 – Sistema de Excitação (RAT) do Gerador Síncrono.
Dentre os vários modelos para o RAT, neste trabalho será considerado um de primeira
ordem (estático rápido), representando por um ganho K
rk
e por uma constante de tempo T
rk
,
muito utilizado em estudos da estabilidade a pequenas perturbações (DEMELLO;
CONCORDIA, 1969; ANDERSON; FOUAD, 2003; KUNDUR, 1994).
Por inspeção, da Figura 2.3 pode-se escrever as expressões da tensão de campo E
fd
nos
domínios da frequência, equação (2.30), e domínios do tempo, equação (2.31).
( )
krefk
rk
rk
fdk
VV
sT1
K
E
+
= (2.30)
( )
krefk
rk
rk
rk
fdk
fdk
VV
T
K
T
E
E
+= (2.31)
Admitindo pequenos desvios em torno de um ponto de operação, tem-se a forma
linearizada da equação (2.31) mostrada em (2.32).
k
rk
rk
refk
rk
rk
fdk
rk
fdk
∆V
T
K
∆V
T
K
∆E
T
1
E
+= (2.32)
2.7. Equações de Movimento do Gerador Síncrono
O comportamento das grandezas mecânicas de uma máquina síncrona, em função das
grandezas elétricas, é obtido a partir da equação de balanço (swing) da máquina síncrona,
representada pela equação (2.33) (DEMELLO; CONCORDIA, 1969; ANDERSON; FOUAD,
∆V
k
rk
rk
sT1
K
+
refk
∆V
fdk
∆E
Capítulo 2 33
2003; KUNDUR, 1994).
t
δ
DPP
t
δ
M
k
kGkMeck
2
k
2
k
d
d
d
d
= (2.33)
A partir da equação de oscilação do gerador síncrono (equação diferencial de grau
dois, que pode ser decomposta em duas equações diferenciais de grau um), as variações do
ângulo interno (δ
k
) e velocidade angular do rotor (ω
k
), linearizadas em torno de um ponto de
equilíbrio, são representadas pelas equações (2.34) e (2.35).
( )
kkGkMeck
k
k
∆ωD∆P∆P
M
1
ω
= (2.34)
k0k
∆ωωδ
=
(2.35)
Nas equações (2.34) e (2.35) ω
0
é a velocidade síncrona (377 rad/s), M
k
(= 2H
k
) é a
constante de inércia da máquina síncrona e D
k
é o coeficiente de amortecimento inerente do
SEP.
Este coeficiente é normalmente designado por “coeficiente de torque de
amortecimento do laço eletromecânico” (DEMELLO; CONCORDIA, 1969) e expressa as
componentes de torques contrários às oscilações do rotor e aceleração do gerador síncrono.
Estes torques se referem a diversos fatores existentes no sistema elétrico de potência como a
inércia das cargas, as perdas do sistema de transmissão e do sistema de distribuição, além de
possíveis atritos não considerados (ANDERSON; FOUAD, 2003; KUNDUR, 1994).
2.8. Representações do Sistema Multimáquinas pelo MSP
O conjunto de equações algébricas (2.24) e (2.25) e o conjunto de equações
diferenciais (2.29), (2.32), (2.34) e (2.35) permitem representar o sistema multimáquinas
através do MSP. Estas representações podem ser realizadas no domínio do tempo e/ou no
domínio da frequência.
Para estas representações, considere um sistema multimáquinas constituído de
ng
Capítulo 2 34
geradores e
nb
barras e o conjunto de equações (2.36), que é a representação do SEP pelo
MSP-multimáquinas (nesta equação x, z e u são os vetores de variáveis de estado,
variáveis algébricas e entradas do SEP).
[ ]
∆u
B2
B1
∆z
∆x
J4J3
J2J1
0
x
+=
(2.36)
[
]
[
]
[
]
[
]
[
]
t
fdq
E'E∆x =
δω
(2.36.a)
[
]
[
]
[
]
t
Vz =
θ
(2.36.b)
[
]
[
]
[
]
[
]
[
]
t
LLrefMec
QPVP∆u = (2.36.c)
[
]
t
ng1
]∆ωω [∆ =
ω
(2.36.d)
[
]
t
ng1
]∆δδ [∆ =
δ
(2.36.e)
[
]
t
qq1q
]EE [∆∆E'
ng
=
(2.36.f)
[
]
t
fdfd1fd
]∆EE [∆∆E
ng
= (2.36.g)
[
]
t
nb1
]∆θθ [∆
=
θ
(2.36.h)
[
]
t
nb1
]∆VV [∆∆V
=
(2.36.i)
[
]
t
MecngMec1Mec
]∆PP[∆∆P =
(2.36.j)
[
]
t
refngref1ref
]∆VV[∆∆V =
(2.36.k)
Capítulo 2 35
[
]
t
LnbL1L
]∆PP[∆∆P
= (2.36.l)
[
]
t
LnbL1L
]∆QQ[∆∆Q
= (2.36.m)
[ ]
=
ng
2
1
D0
D0
00D
D
(2.36.n)
[ ]
=
ng
2
1
M0
M0
00M
M
(2.36.o)
[ ]
ngxng
0
0
0
0
ω0
ω0
00ω
ω
=
(2.36.p)
[ ]
=
dng
d2
d1
d
x0
x0
00x
x
(2.36.q)
[ ]
=
dng
d2
d1
d
x0
x0
00x
x
(2.36.r)
[ ]
=
dong
do2
do1
do
T0
T0
00T
T
(2.36.s)
Capítulo 2 36
[ ]
=
Ang
A2
A1
A
K0
K0
00K
K
(2.36.t)
[ ]
=
Vng
V2
V1
V
K0
K0
00K
K
(2.36.u)
[ ]
=
Gng
G2
G1
G
A10
A10
00A1
A1
(2.36.v)
[ ]
=
Gng
G2
G1
G
A20
A20
00A2
A2
(2.36.x)
[ ]
=
Gng
G2
G1
G
A30
A30
00A3
A3
(2.36.z)
[ ]
=
Gng
G2
G1
G
R10
R10
00R1
R1
(2.36.a’)
[ ]
=
Gng
G2
G1
G
R20
R20
00R2
R2
(2.36.b’)
Capítulo 2 37
[ ]
=
Gng
G2
G1
G
R30
R30
00R3
R3
(2.36.c’)
Com o conjunto de equações (2.36), podem ser escritas as equações diferenciais e
algébricas mostradas nas equações (2.37) e (2.38).
-1 -1 -1
G G ng x ng
0 ng x ng ng x ng ng x ng
-1 -1 -1 -1
ng x ng do A d do d do
q
ng x ng ng x ng ng x ng
fd
[∆ω]
-[M] [D] -[M] [A1 ] -[M] [A2 ] [0]
[∆δ]
] [0] [0] [0]
=
[0] -[T ] [K ] -[x ] [T ] [x ] [T ]
[∆E ]
[0] [0] [0] -[
[∆E ]
q
-1
r
fd
-1 -1
G ng x nb-ng G ng x nb-ng
ng x ng ng x nb-ng ng x ng ng x nb-ng
-1 -1
do A ng x nb-ng do V ng x nb-ng
[
∆ ω]
[
∆ δ]
[
∆ E ]
T ]
[
∆ E ]
[M] [A1 ] [0] -[M] [A3 ] [0]
[0] [0] [0] [0]
+
[T ] [K ] [0] [T ] [K ] [0]
[0]
-1
ng x ng ng x nb-ng r r ng x nb-ng
-1
ng x ng ng x nb ng x nb
ng x ng ng x ng ng x nb ng x nb
ng x ng ng x ng ng x nb ng x nb
[∆ θ]
[∆ V]
[0] -[T ] [K ] [0]
[M] [0] [0] [0]
[0] [0] [0] [0]
+
[0] [0] [0] [0]
Mec
ref
L
-1
ng x ng ng x nb ng x nb
L
r r
[∆ P ]
[∆ V ]
[∆ P ]
[0] [T ] [K ] [0] [0]
[∆ Q ]
(2.37)
ng x ng G G ng x ng
nb - ng x ng nb - ng x ng nb - ng x ng nb - ng x ng
ng x ng G G ng x ng
nb - ng x ng nb - ng x ng nb - ng x ng nb - ng x ng
[0] [A1 ] [A2 ] [0]
[0] [0] [0] [0]
[0]
=
[0]
[0] [R1 ] [R2 ] [0]
[0] [0] [0] [0]
q
fd
nb x ng nb x ng nb x nb nb x nb
1 2
3 4 nb x ng nb x ng nb x nb
[∆ ω]
[∆ δ]
[∆ E ]
[∆ E ]
[0] [0] [diag(-1)] [0]
[J4 ] [J4 ]
[∆ θ]
+ +
[J4 ] [J4 ] [0] [0] [0] [diag(-
[V]
Mec
ref
nb x nb
L
L
[
P ]
[
V ]
1)]
[
P ]
[
Q ]
(2.38)
A matriz J4 que aparece na representação descrita pela equação matricial (2.36) possui
formação semelhante à matriz Jacobiana do fluxo de potência. A lei de formação de cada
submatriz componente da matriz J4 (equação (2.38)) é mostrada no conjunto de equações
(2.39).
Capítulo 2 38
[ ]
=
=
=
kmkm1
mk
kmGkkk1
1
A1J4
A1A1J4
J4 (2.39.a)
[ ]
=
=
=
kmkm2
mk
kmGkkk2
2
A3J4
A2A3J4
J4 (2.39.b)
[ ]
=
=
=
kmkm3
mk
kmGkkk3
3
R1J4
R1R1J4
J4 (2.39.c)
[ ]
=
=
=
kmkm4
mk
kmGkkk4
4
R3J4
R2R3J4
J4 (2.39.d)
A eliminação do vetor de variáveis algébricas z da equação (2.36) permite realizar a
representação na forma de espaço de estados mostrada na equação (2.40) onde “A” é a matriz
de estados e “B” é a matriz de entradas.
∆u B∆xA x
+= (2.40)
J3J2J4J1A
1
= (2.40.a)
2BJ2J4B1
1
=
B
(2.40.b)
Aplicando a Transformada de Laplace nas equações algébricas (2.24) e (2.25) e
diferenciais (2.29), (2.32), (2.34) e (2.35), a representação do MSP-multimáquinas no
domínio da frequência é obtida, como mostrado na Figura 2.4 (apenas para um gerador
genérico k).
Capítulo 2 39
Figura 2.4 – Diagrama de Blocos MSP para Sistemas Multimáquinas.
A representação no domínio da frequência do sistema multimáquinas pelo MSP
(diagrama de blocos) permite ver a separação em um subsistema ativo e outro subsistema
reativo (delimitados pela linha vertical). À esquerda da linha vertical um subsistema referente
às potências ativas envolvidas (subsistema ativo ∆P
k
, A
Gk
, A
km
), e à direita um subsistema
reativo (referente às potências reativas envolvidas – ∆Q
k
, R
Gk
, R
km
).
O diagrama também é separado por uma linha horizontal que o divide em um
subsistema lento (na parte superior) composto de variáveis de estado de variação lenta (∆δ
k
,
∆E
fdk
, ∆E’
qk
) e em um subsistema rápido (representado na parte inferior), constituído de
variáveis algébricas de variação rápida (∆V
k
, ∆θ
k
) (DA COSTA, 1992; DECKMANN;
COSTA, 1994).
dk
x
dk
x
k
d
dk
dk
T
s
x
x
+
0
1
km
km
R
θ
1
Gk
R 2
Gk
R1
Gk
A
1
s
M
k
1
k
D
s
0
ω
Gk
A
1
[ ]
1
R
Modelo
Reativo da
Rede
[ ]
1
A
Modelo
Ativo da
Rede
Vk
K
Gk
A
2
Gk
A
3
)3
2
(
m
km
k
km
V
A
V
A
+
+
Ak
K
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
-
-
-
-
-
-
-
-
Mec
k
P
refk
V
rk
rk
sT
K
+
1
fdk
E
q
k
E
k
δ
k
θ
Gk
P
k
V
k
Q
k
P
k
θ
k
δ
Ativo
Reativo
Lento
Rápido
Capítulo 2 40
2.9. Conclusões
Neste Capítulo foi apresentado o MSP expandido para o ambiente multimáquinas que
pode ser usado no estudo da estabilidade a pequenas perturbações de SEP.
O principio do modelo é de que os balanços de potência ativa e potência reativa em
todas as barras do SEP devem ser satisfeitos em qualquer instante. O modelo resultante é
composto por um conjunto de equações diferenciais (onde são definidas as variáveis de
estado) e um conjunto de equações algébricas (que definem as variáveis algébricas).
Após o desenvolvimento matemático do modelo, foram feitas representações no
domínio do tempo e no domínio da frequência (através de diagramas de blocos).
Estas representações serão modificadas no Capítulo 3 para a inclusão dos modelos dos
dispositivos FACTS TCSC e SSSC e seus controladores para posterior análise da estabilidade
a pequenas perturbações.
Capítulo 3 41
CAPÍTULO 3
Inclusão dos Dispositivos FACTS e seus Controladores no Modelo
de Sensibilidade de Potência
3.1. Introdução
Neste Capítulo são modelados os dispositivos FACTS TCSC e SSSC para posterior
inclusão no MSP. Também são apresentadas as estruturas que definem os controladores POD
para cada dispositivo e é feita a inclusão no modelo do SEP. Com isto será verificada a
facilidade de inclusão de novos dispositivos no MSP.
3.2. Thyristor Controlled Series Capacitor (TCSC)
Para se introduzir melhorias no comportamento em regime permanente e em regime
transitório de um SEP podem ser utilizados dispositivos de compensação de potência reativa.
A utilização de capacitores série fixos para a compensação da reatância indutiva da LT foi
uma solução durante décadas. Porém, para uma efetiva melhora da estabilidade do SEP são
exigidos altos níveis de compensação, podendo ocasionar problemas como grandes variações
de corrente e fluxo de potência devido às pequenas flutuações na diferença angular entre as
barras da LT (KUNDUR, 1994).
O surgimento de tiristores de alta potência proporcionou um grande avanço na
compensação de potência reativa e, consequentemente, trouxe melhorias na estabilidade dos
SEP.
Diante desses avanços, surgem, entre outros, o dispositivo FACTS TCSC que
possibilita fazer o controle de fluxo de potência e amortecimento de oscilações, quando
equipado com controlador suplementar (NOROOZIAN ; ANDERSSON, 1995; FURINI,
Capítulo 3 42
2008; FURINI ; ARAUJO, 2008; FURINI E ARAUJO, 2008
[2]
).
O TCSC utiliza como princípio fundamental a injeção de uma reatância variável,
através da inserção de uma impedância capacitiva, com o objetivo de diminuir a queda de
tensão indutiva (aumentando assim a capacidade do sistema de transmissão) e controlar o
fluxo de potência na LT.
3.3. Static Synchronous Series Compensator (SSSC)
O dispositivo FACTS SSSC pode ser visto como uma fonte de tensão síncrona
conectada em série com a LT, capaz de variar a impedância efetiva da linha através de injeção
de uma tensão V
s
, em apropriada fase, em relação à corrente da linha, permitindo a troca de
potências (ativa e reativa) com o sistema de transmissão.
Se o ângulo da tensão V
s
estiver em fase com a corrente de linha, ocorre à absorção ou
injeção de potência ativa. Por outro lado, se o ângulo da tensão V
s
estiver em quadratura com
a corrente de linha tem-se a injeção ou absorção de potência reativa (SONG; JOHNS, 1999;
MATHUR; VARMA, 2002, PUPIN, 2009; PUPIN ET AL., 2009).
O SSSC é basicamente composto de um “conversor fonte de tensão” VSC (Voltage
Source Converter) que por meio de tiristores do tipo GTO (Gate Turn-Off) modulam uma
tensão em corrente contínua proveniente de uma fonte externa (independente da linha de
transmissão). Como resultado tem-se uma tensão AC injetada em série na LT e da mesma
frequência fundamental (SONG; JOHNS, 1999; MATHUR; VARMA, 2002).
Para que o SSSC possa trocar potência ativa com a rede é necessária a instalação de
um sistema para suprimento de energia mais robusto, substituindo o banco capacitivo,
tornando assim o SSSC hábil a compensar a resistência da LT (SONG; JOHNS, 1999;
MATHUR; VARMA, 2002).
Se considerado como uma fonte externa de tensão com capacidade suficiente de
controlar potência ativa da rede, o SSSC poderá controlar, além da magnitude da tensão da
saída AC, também seu ângulo de defasagem em relação à corrente da linha. Neste estudo será
considerado que o SSSC irá compensar somente reativos, isto é, não haverá troca de potência
ativa com o sistema de transmissão.
Capítulo 3 43
3.4. Controlador Power Oscillation Damping (POD)
Com a disseminação dos dispositivos FACTS, que podem ser instalados em qualquer
localidade do sistema de transmissão, inclusive na interligação entre duas áreas, surgiram
estudos que mostraram que estes dispositivos podiam inserir amortecimento a modos de
oscilação de baixa frequência, desde que fossem equipados com um controlador adicional,
que possuísse a ação suplementar de fornecer torque elétrico em fase com as variações da
velocidade angular do rotor (torque de amortecimento) (YANG ET AL. 1998; WANG ;
SWIFT, 1998). Estes controladores são comumente chamados de POD Power Oscillation
Damping (UZUNOVIC, 2001; CAI; ERLICH, 2005).
O controlador POD passou a ser utilizado para o controle das oscilações
eletromecânicas de baixa frequência, pois permite realizar correções de fase necessárias no
SEP, contribuindo significativamente para a introdução de amortecimento (NASSIF, 2004;
NASSIF ET ALLI, 2004; CAI; ERLICH, 2005; PEREIRA, 2009; PEREIRA ET AL., 2010;
FURINI ET AL. 2010).
A estrutura de um controlador POD é basicamente a mesma de um estabilizador de
sistema de potência ESP (no inglês, PSS Power System Stabilizer) sendo que a diferença
entre eles ocorre no modo de atuação e sinal de entrada. Enquanto que o sinal de saída do ESP
é inserido no laço de regulação de tensão do gerador, agindo fortemente sobre os modos
locais de oscilação, o POD é instalado em qualquer ponto do sistema de transmissão e pode
atuar de maneira efetiva no amortecimento dos modos interárea de oscilação. Além disso, o
ESP pode utilizar como sinal de entrada a velocidade angular do gerador (por exemplo), pois
este sinal está disponível no local de sua instalação. Em se tratando do POD seus sinais de
entrada devem estar disponíveis no local de sua instalação para evitar atrasos no sistema de
controle e gastos adicionais com a transmissão do sinal, o que pode diminuir a confiabilidade
do sistema elétrico como um todo. Como exemplos de sinal de entrada para o POD podem ser
citados o fluxo de potência ativa ou a corrente na linha de transmissão de instalação do
FACTS.
De maneira geral um POD é constituído de um filtro passa alta (washout), de um
circuito compensador de fase e de um ganho estático. O filtro washout previne a atuação do
controlador em regime permanente. Os blocos de avanço e atraso de fase (lead-lag) regulam a
defasagem do sinal de entrada conforme o necessário, enquanto que o ganho atua diretamente
na quantidade de amortecimento a ser introduzido pelo controlador no SEP.
Capítulo 3 44
3.5. Inclusão do Dispositivo FACTS TCSC no MSP
Para estudos de estabilidade a pequenas perturbações o dispositivo TCSC, instalado na
LT de impedância Z
km
= R
km
+ jX
km
que faz a ligação entre as barras k e m pode ser modelado
matematicamente como uma reatância variável (X
CSC
), como mostrado na Figura 3.1.
Figura 3.1 – Circuito Equivalente do Dispositivo FACTS TCSC.
A inclusão do TCSC provoca a diminuição da reatância original da linha (X
km
),
resultando em uma reatância efetiva (X
TCSC
) como na equação (3.1) (Furini e Araujo, 2008).
TCSC km CSC
X =X -X (3.1)
Na Figura 3.2 um modelo dinâmico linearizado para o TCSC é apresentado, onde o
sinal de entrada são as variações da potência ativa (∆P
km
) na LT onde o controlador está
instalado (YANG ET AL., 1998; FURINI; ARAUJO, 2008).
A reatância do TCSC (X
CSC
) é modulada por um bloco de primeira ordem definido por
um ganho estático (K
TCSC
) e uma constante de tempo (T
TCSC
), que representa o atraso inerente
do sistema de controle do dispositivo. O sinal de referência (∆X
ref
) pode ser utilizado para a
inserção de um sinal estabilizante suplementar.
Figura 3.2 – Modelo Dinâmico Linear do Dispositivo FACTS TCSC.
A partir do modelo dinâmico do TCSC apresentado na Figura 3.2, é obtida a equação
(3.2) que descreve o comportamento dinâmico do controlador, tornando a reatância do TCSC
uma variável de estado do sistema elétrico.
Capítulo 3 45
( )
kmTCSCCSCref
TCSC
CSC
PKXX
T
1
X =
ɺ
(3.2)
A inclusão do TCSC no MSP é feita através da consideração da equação (3.2) nas
equações dinâmicas do modelo e com a colocação da reatância série constante do dispositivo
(X
CSC
), de maneira a modificar os fluxos de potências (ativa e reativa). Assim, a impedância
de uma LT entre quaisquer barras k e m do SEP, após a inclusão do TCSC, será obtida pela
equação (3.3).
TCSC km km CSC km ref
Z =R +j(X -X )=R +jX
(3.3)
A corrente e a potência complexa que fluem nesta LT são dadas pelas equações (3.4) e
(3.5), respectivamente.
k m
km
TCSC
(V -V )
I =
Z
ɶ ɶ
ɶ
(3.4)
*
km k km km km
S =V (I ) =P +jQ
ɶ
ɶ ɶ
(3.5)
A substituição da equação (3.4) na equação (3.5) permite calcular o fluxo de potência
complexa na LT de instalação do TCSC.
A separação entre parte real e parte imaginária desta potência complexa fornece os
fluxos de potência ativa e potência reativa na linha de transmissão, conforme as equações
(3.6) e (3.7), respectivamente.
2
km CSCkm
km k k m km k m km
2 2
TCSC TCSC
(X -X )R
P = (V -V V cos
θ )+ (V V senθ )
Z Z
(3.6)
2
km CSCkm
km k m km k k m km
2 2
TCSC TCSC
(X -X )R
Q =- (V V sen
θ )+ (V -V V cosθ )
Z Z
(3.7)
Capítulo 3 46
As equações (3.6) e (3.7) podem ser linearizadas em torno de um ponto de equilíbrio
estável fornecendo as equações (3.8) e (3.9) e os respectivos coeficientes de sensibilidade de
potência (ativos e reativos).
km km km km k km m km CSC
∆P A1 ∆θ A2 ∆V A3 ∆V A4 ∆X= + + + (3.8)
kmefkm km
km k m km k m km
2 2
km
TCSC TCSC
XP R
A1 = = (V V sen
θ )+ (V V cosθ )
)
Z Z
(3.8.a)
kmefkm km
km k m km m km
2 2
k
TCSC TCSC
XP R
A2 = = (2V -V cos
θ )+ (V senθ )
V
Z Z
(3.8.b)
TCSCkm km
km k km k km
2 2
m
TCSC TCSC
XP R
A3 = =- (V cos
θ )+ (V senθ )
V
Z Z
(3.8.c)
2 2
2
km TCSC km TCSCkm
km k k m km k m km
4 4
CSC
TCSC TCSC
2R X (-R +X )P
A4 = = (V -V V cos
θ )+ (V V senθ )
X
Z Z
(3.8.d)
km km km km k km m km CSC
∆Q R1 ∆θ R2 ∆V R3 ∆V R4 ∆X= + + + (3.9)
TCSCkm km
km k m km k m km
2 2
km
TCSC TCSC
XQ R
R1 = =- (V V cos
θ )+ (V V senθ )
)
Z Z
(3.9.a)
TCSCkm km
km m km k m km
2 2
k
TCSC TCSC
XQ R
R2 = =- (V sen
θ )+ (2V -V cosθ )
V
Z Z
(3.9.b)
TCSCkm km
km k km k km
2 2
m
TCSC TCSC
XQ R
R3 = =- (V sen
θ )- (V cosθ )
V
Z Z
(3.9.c)
2 2
2
km TCSC km TCSCkm
km k m km k k m km
4 4
CSC
TCSC TCSC
2R X (-R +X )Q
R4 = =- (V V sen
θ )+ (V -V V cosθ )
X
Z Z
(3.9.d)
Capítulo 3 47
Deve ser observado que devido à inclusão do TCSC no sistema elétrico de potência
são definidos dois novos coeficientes, um coeficiente ativo A4
kmTCSC
e outro reativo R4
kmTCSC
,
que ponderam, respectivamente, as variações dos fluxos de potência ativa e potência reativa
devido às variações da reatância do dispositivo FACTS TCSC.
O comportamento dinâmico do TCSC é completamente descrito pela equação (3.10)
obtida na substituição da equação (3.8) na equação (3.2).
CSC CSC CSC CSC km CSC k CSC m CSC ref
∆X =K1 ∆X +K2 ∆θ +K3 ∆V +K4 ∆V +K5 ∆X
ɺ
(3.10)
TCSC km
CSC
TCSC
(-K A4 -1)
K1 =
T
(3.10.a)
TCSC km
CSC
TCSC
-K A1
K2 =
T
(3.10.b)
TCSC km
CSC
TCSC
-K A2
K3 =
T
(3.10.c)
TCSC km
CSC
TCSC
-K A3
K4 =
T
(3.10.d)
CSC
TCSC
1
K5 =
T
(3.10.e)
Para um sistema multimáquinas com múltiplos dispositivos TCSCs instalados, as
constantes definidas na equação (3.10) podem ser agrupadas na forma matricial de acordo
com o conjunto de equações (3.11).
[ ]
CSC1
CSC2
CSC
CSCnt
K1 0 0
0 K1
K1 =
0 K1
(3.11.a)
Capítulo 3 48
[ ]
CSC CSC
CSC CSC CSC
CSC
K2 =(nt, nb inicial)=-K2
K2 = K2 =(nt, nb final)=K2
K2 =(nt, nb)=0
(3.11.b)
[ ]
CSC CSC
CSC CSC CSC
CSC
K34 =(nt, nb inicial)=K3
K34 = K34 =(nt, nb final)=K4
K34 =(nt, nb)=0
(3.11.c)
[ ]
CSC1
CSC2
CSC
CSCnt
K5 0 0
0 K5
K5 =
0 K5
(3.11.d)
Na formulação mostrada na equação (3.11) foi considerado um sistema multimáquinas
com
ng geradores, nb barras e nt dispositivos TCSC instalados em LT que interligam barras
iniciais (
nb inicial) e finais (nb final), definidas de acordo com o sentido do fluxo de potência
na referida LT.
O conjunto de equações (3.11) e a equação matricial (2.37) podem ser agrupados
obtendo a equação matricial (3.12), que representa o comportamento das variáveis dinâmicas
do MSP para sistemas multimáquinas com consideração de múltiplos dispositivos TCSCs em
operação.
[ ]
[ ] [ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
4ngxnt
q q
CSC CSC
1CSC
ntx4ng
fd
fd
CSC
CSC
m
4ngxnt
CSC
ntx4ng
∆ω
∆ω
∆δ
∆δ
J1 0
[J2]
∆θ
∆E' = ∆E' + +
[K2 ] [K34 ]
∆V
0 [K ]
∆E
∆E
∆X
∆X
∆P
[B1] 0
+
0 [K5 ]
ɺ
ɺ
ɺ
ɺ
ɺ
ref
L
L
ref
V
∆P
∆Q
∆X
(3.12)
Para descrever as equações algébricas do sistema multimáquinas considere as
equações (3.13) e (3.14) que mostram a regra de formação das submatrizes A4
km
e R4
km
, que
representam o efeito do dispositivo FACTS TCSC no balanço nodal de potência ativa e
Capítulo 3 49
potência reativa em cada barra do sistema.
[ ]
Tkm km
Tkm Tkm mk
Tkm
A4 =(nb inicial, nt)=-A4
A4 = A4 =(nb final, nt)=-A4
A4 =(nb, nt)=0
(3.13)
[ ]
Tkm km
Tkm Tkm mk
Tkm
R4 =(nb inicial, nt)=-R4
R4 = R4 =(nb final, nt)=-R4
R4 =(nb, nt)=0
(3.14)
Com as equações (3.8), (3.9) e (3.14) é obtida a forma matricial das equações
algébricas, como mostrado na equação (3.15), que descrevem o balanço nodal de potência
ativa e potência reativa que deve ser satisfeito durante todo o tempo.
[ ]
[ ]
[ ]
[
]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
m
ref
ngxnt
Tkm
q L
Tkm
ngxnt
L
fd
ref
CSC
∆ω
∆P
∆δ
∆V
0
A4 ∆θ
0
= J3 ∆E' + J4 + B2 ∆P
0
R4 ∆V
0
∆Q
∆E
∆X
∆X
 
 
 
(3.15)
As equações (3.13) e (3.15), podem ser expressas de uma maneira compacta conforme
a equação (3.16), onde o SEP fica descrito por equações de estado e equações algébricas.
[ ]
T T T
T
T
T
T T T
J1 J2 B1
∆x
∆x
= +
∆u
0
J3 J4 B2
∆z
ɺ
(3.16)
A representação no espaço de estados é obtida da eliminação do vetor de variáveis
algébricas ∆z, fornecendo a equação (3.17).
T T T T
∆x A x B ∆u
= +
ɺ
(3.17)
T
-1
TTT
J3J4J2J1A
T
=
(3.17.a)
Capítulo 3 50
T
-1
TTT
2BJ4J2B1
T
=B
(3.17.b)
Na equação (3.17) A
T
é matriz de estados e B
T
é matriz de entradas.
3.6. Inclusão do Dispositivo TCSC com Controlador POD no MSP
Na Figura 3.3 é mostrada uma estrutura convencional de um controlador POD
(NASSIF ET ALLI, 2004; CAI; ERLICH, 2005; PEREIRA ET AL., 2010; FURINI ET AL.,
2010), bem como sua atuação na variável de controle do TCSC (∆X
CSC
).
O sinal de entrada escolhido para o POD é a variação do fluxo de potência ativa
(P
km
) na LT onde o dispositivo FACTS TCSC está instalado por se tratar de um sinal
disponível localmente e, para facilidade de entendimento, sua expressão é repetida na equação
(3.18).
km km km km k km m km CSC
∆P A1 ∆θ A2 ∆V A3 ∆V A4 ∆X= + + + (3.18)
Outro fato importante é que os modos interárea de oscilação possuem alta
observabilidade neste sinal, tornando prática comum o uso do fluxo de potência ativa para a
entrada do controlador POD (YANG ET ALLI, 1998).
Ainda na Figura 3.3 é utilizado o sinal ∆X
ref
, sendo este o desvio do valor da reatância
do TCSC em regime permanente.
TCSC
sT+1
1
km
P
ref
X
TCSC
∆X
+
TCSC
sT1
1
+
4
3
sT1
sT1
+
+
2
1
sT1
sT1
+
+
w
w
sT1
sT
+
POD
K
POD
X
POD
2
X
1
X
Figura 3.3 – Modelo Dinâmico do Dispositivo FACST TCSC com Controlador POD.
Como o sinal de entrada do controlador POD não é uma variável de estado, cada bloco
Capítulo 3 51
que forma sua estrutura pode ser dividido em dois blocos (FURINI; ARAUJO, 2008),
resultando na definição de novas variáveis de estado (sem significado físico), mas que o
úteis para modelar o controlador na forma de espaço de estados.
w
sT1
sT
w
+
w
1
sT1 +
w
sT
kmPOD
∆PK
kmPOD
∆PK
1
∆X
1
∆X
1
∆X'
Figura 3.4 – Divisão do Bloco
washout para o Dispositivo FACTS TCSC.
A divisão para o bloco
washout pode ser feita como mostrado na Figura 3.4 onde, por
inspeção, obtém-se a equação (3.19), que define a variável de estado ∆X’
1
.
POD
1 km 1
w w
K 1
∆X' = ∆P - ∆X'
T T
ɺ
(3.19)
De forma análoga, a mesma divisão é aplicada aos blocos de avanço-atraso de fase,
resultando nas Figuras 3.5.a e 3.5.b.
2
1
sT1
sT1
+
+
2
1
sT1 +
1
sT
1
∆X
2
∆X
2
∆X
2
∆X'
1
∆X
+
+
(a)
4
3
sT1
sT1
+
+
4
1
sT1 +
3
sT
2
∆X
POD
∆X
POD
∆X
POD
∆X'
2
∆X
+
+
(b)
Figura 3.5 – Divisão dos Blocos Avanço-Atraso de Fase para o Dispositivo FACTS TCSC.
Por inspeção, a partir do diagrama de blocos da Figura 3.5.a e da equação (3.19) é
obtida a variável de estado ∆X’
2
do primeiro bloco de compensação de avanço-atraso de fase
(equação (3.20)).
' ' '
POD
2 km 1 2
2 2 2
K
1 1
∆X = ∆P - ∆X - ∆X
T T T
ɺ
(3.20)
Capítulo 3 52
De maneira análoga, para a obtenção da variável de estado ∆X’
POD
(equação (3.21)),
utiliza-se da Figura 3.5.b e da equação (3.20).
' ' '
1 1 1
POD POD km 1 2 POD
2 4 2 4 2 4 4
T T T 1 1
∆X =K ∆P - ∆X + 1- ∆X - ∆X
T T T T T T T
ɺ
(3.21)
Finalmente, obtém-se a expressão da variável de interesse ∆X
CSC
como mostrada na
equação (3.22), agora definida como uma variável de estado.
Esta variável será a responsável pela modulação da reatância série do dispositivo
TCSC e, consequentemente, a responsável pela introdução de amortecimento ao sistema de
energia elétrica.
' '
POD 1 3 1 3 3 31
1 POD
CSC km
TCSC 2 4 TCSC 2 4 2 4 TCSC 4 TCSC
CSC ref
TCSC TCSC
K T T T T T TT 1
∆X =- ∆P - ∆X + 1- - 1- ∆X -
T T T T T T T T T T T
1 1
- ∆X + ∆X
T T
ɺ
(3.22)
Para a inclusão do controlador POD no MSP, novamente são modificadas as equações
(3.12) e (3.15). Estas modificações resultam nas equações (3.23) e (3.24), onde o vetor de
variáveis de estado é acrescido das variáveis introduzidas pelo POD.
[
]
[ ] [ ]
[ ] [ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
'
'
q
q
fd
fd
4ngx4nt
'
'
1
1
POD
4ntx4ng
4x4
'
'
2
2
'
'
POD
POD
CSC
CSC
∆ω
∆ω
∆δ
∆δ
∆E
∆E
J1 0
∆E
∆E
=
∆X
∆X
0 A
∆X
∆X
∆X
∆X
∆X
∆X
ɺ
ɺ
ɺ
ɺ
ɺ
ɺ
ɺ
ɺ
[ ]
[ ]
[
]
[
]
[ ]
[ ]
[ ]
POD
4ntx2nb
m
ref
L
3x(2ng+2nb+nt)
L
ref
ntx(2ng+2nb)
TCSC
J2
∆θ
+
J
∆V
∆P
B1
∆V
∆P
0
∆Q
1
∆X
0
T
+
+
(3.23)
Capítulo 3 53
[ ] [ ]
[ ]
[ ]
[
]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
m
q
ref
ngxnt
Tkm
fd
L
2nbx3nt
Tkm
ngxnt
1
L
2
ref
POD
CSC
∆ω
∆δ
∆P
∆E'
∆V
0
A4 ∆θ
0
∆E
= J3 0 + J4 + B2 ∆P
0
R4 ∆V
0
∆X
∆Q
∆X
∆X
∆X
∆X
 
 
 
(3.24)
A submatriz A
POD
, presente na equação (3.23), relaciona os parâmetros de operação do
POD com os coeficientes de sensibilidade do TCSC (A4
km
e R4
km
). Esta submatriz é mostrada
na equação (3.25). A submatriz J
POD
, também presente na equação (3.23), relaciona os
parâmetros do POD com a magnitude e ângulo das tensões nas barras do sistema que
receberam a instalação do POD. As duas primeiras colunas da matriz J
POD
multiplicam as
variações angulares, enquanto que as duas últimas ponderam as variações da magnitude das
tensões nas barras do sistema elétrico. Esta submatriz é mostrada na equação (3.26).
[ ]
POD
km
W W
POD
km
2 2 2
POD
POD 1
1
km
2 4 2 4 4 2 4
1 3 3 3 POD 1 31
km
2 4 TCSC 2 4 TCSC 4 TCSC 2 4 TCSC TCSC
K1
- 0 0 A4
T T
K1 1
- - 0 A4
T T T
A =
K T1 T 1 1
- 1- - A4
T T T T T T T
T T T T K T T
T 1 1
- - 1- - 1- - A4 -
T T T T T T T T T T T T
(3.25)
[ ]
POD POD POD POD
km km km km
W W W W
POD POD POD POD
km km km km
2 2 2 2
POD
POD 1 POD 1 POD 1 POD 1
km km km km
2 4 2 4 2 4 2 4
POD 1 3 POD 1 3 POD 1 3
km km
2 4 TCSC 2 4 TCSC 2 4
K K K K
A1 - A1 A2 A3
T T T T
K K K K
A1 - A1 A2 A3
T T T T
J =
K T K T K T K T
A1 - A1 A2 A3
T T T T T T T T
K T T K T T K T T
- A1 A1 -
T T T T T T T T
POD 1 3
km km
TCSC 2 4 TCSC
K T T
A2 - A3
T T T T
(3.26)
As equações (3.23) e (3.24) representam completamente o MSP e podem ser
Capítulo 3 54
organizadas na equação (3.27) de uma forma compacta.
[ ]
TPOD TPOD
TPOD
TPOD
TPOD
TPOD
TPOD
TPOD TPOD
J1 J2
B1
∆X
∆X
= + ∆u
B2
∆z
0
J3 J4
ɺ
(3.27)
A representação no espaço de estados é obtida da eliminação do vetor de variáveis
algébricas ∆z, fornecendo a equação (3.28).
(
)
(
)
-1 -1
TPOD TPOD TPOD TPOD TPOD TPOD TPOD TPOD TPOD
∆X = J1 -J2 J4 J3 ∆X + B1 -J2 J4 B2 ∆u
ɺ
(3.28)
3.7. Inclusão do Dispositivo FACTS SSSC no MSP
Considerando o SSSC como uma tensão variável inserida em rie com a linha de
transmissão por um transformador de acoplamento de reatância X
C
, o circuito elétrico com o
dispositivo FACTS SSSC instalado pode ser representado por um equivalente como mostrado
na Figura 3.6.
Figura 3.6 – Circuito Equivalente do Dispositivo FACTS SSSC.
Na Figura 3.6 Z
km
é a impedância entre as barras k e m e Z
SSSC
é a impedância
equivalente após a inserção do dispositivo SSSC, resultante da soma das impedâncias entre as
barras k e m e da reatância do transformador de acoplamento, como na equação (3.29)
Z
SSSC
=Z
km
+jX
C
(3.29)
Para a dedução do modelo do dispositivo FACTS SSSC, inicialmente será considerado
que a tensão série do SSSC é nula (
V
s
ɶ
= 0). Nesta condição a corrente que percorre a linha de
k
V
ɶ
S
V
~
m
V
ɶ
km
I
ɶ
'
k
V
ɶ
Z
km
Capítulo 3 55
transmissão que liga as barras k e m é dada na equação (3.30) e na Figura 3.7 é mostrado o
diagrama fasorial equivalente do sistema (Pupin, 2009).
k m
km
SSSC
(V -V )
I =
Z
ɶ ɶ
ɶ
(3.30)
Figura 3.7 – Diagrama Fasorial Equivalente do Dispositivo FACTS SSSC: V
s
= 0.
O ângulo e a corrente, referenciados ao sistema elétrico é obtido após manipulações
geométricas, decompondo o fasor da corrente em parte real e parte imaginária, conforme
mostrado na Figura 3.8.
Figura 3.8 – Corrente entre as Barras k e m.
Manipulando a equação (3.30) obtém-se a expressão da corrente em função das
variáveis da linha de transmissão entre as barras k e m (equação (3.31)).
( ) ( )
( ) ( )
SSSCkm
km dkm qkm k k m m k k m m
2 2
SSSC SSSC
SSSCkm
k k m m m m k k
2 2
SSSC SSSC
XR
I =I +jI = V cos
θ -V cosθ + V senθ -V senθ +
Z Z
XR
+j V senθ -V senθ + V cosθ -V cosθ
Z Z
ɶ
(3.31)
O ângulo da corrente para o caso de (
V
s
ɶ
= 0) é dado pela equação (3.32).
REF
m
V
ɶ
km
I
ɶ
ij km
R I
ɶ
T km
jX I
ɶ
φ
km
REF
km
I
ɶ
φ
km
I
dkm
jI
qkm
k
V
ɶ
Capítulo 3 56
-1
km k k m SSSC m m k k
km
km k k m SSSC k k m m
R (V sen
θ -V senθm)+X (V cosθ -V cosθ )
φ =tan
R (V cos
θ -V cosθm)+X (V senθ -V senθ )
(3.32)
Neste trabalho somente será considerada a compensação reativa por parte do SSSC.
Sendo assim, a tensão série injetada pelo SSSC na rede sempre estará em quadratura com a
corrente, independente do tipo de compensação reativa realizada (capacitiva ou indutiva).
Considerando a tensão série injetada diferente de zero, o SSSC pode atuar de duas
diferentes formas, modo capacitivo (suprindo reativos) ou modo indutivo (absorvendo
reativos) como mostrado nas Figuras 3.9.a e 3.9.b, respectivamente.
A variável
S
V
~
é definida a partir do nível de compensação reativa que se deseja aplicar
na LT através do SSSC. A equação (3.33) atribui o valor de
S
V
~
considerando um nível k de
compensação estipulado e é obtida a partir de manipulações geométricas do diagrama fasorial
mostrado na Figura 3.9.a.
Figura 3.9 – Diagrama Fasorial: Modos de Operação do Dispositivo FACTS SSSC.
Com a tensão série injetada pelo SSSC definida na equação (3.34), é possível
determinar a corrente na linha de transmissão entre as barras k e m, conforme mostrada na
equação (3.35).
2
22
22
k)(1XR
cosθV2VVV
kX |I
~
|kXV
SSSCkm
kmmkmk
SSSCkmSSSCS
+
+
==
(3.33)
αVV
~
SS
= (3.34)
RE RE
S
V
~
k
V
~
m
V
~
'V
~
k
k
V
~
'V
~
k
m
V
~
S
V
~
km
I
~
km
I
~
Z
SSSC
Z
SSSC
φ
φ
k
V
~
k
V
~
m
V
~
m
V
~
S
V
~
km
SSSC
I
~
jX
km
SSSC
I
~
jX
kmkm
I
~
R
kmkm
I
~
R
(a)
(b)
S
V
~
Capítulo 3 57
k S m S
k m
km km 0 km
SSSC
SSSC SSSC SSSC
V -V -V V
V -V
I =I = = + - =I +I
Z Z Z
ϕ
ɶ ɶ ɶ ɶ
ɶ ɶ
ɶ ɶ ɶ
(3.35)
Analisando a equação (3.35) pode-se concluir que a corrente na linha de transmissão
pode ser obtida pela superposição de efeitos, somando o termo da corrente na condição inicial
(
0
I
~
) com a parcela da corrente introduzida pelo SSSC, mostrada na equação (3.36).
( ) ( )
2
SSSC
S S S
km km SSSC km SSSC
2
SSSC
SSSC
SSSC
V V V
I =- =- R cos
α+X senα -j R senα-X cosα
Z
Z
Z
ɶ
ɶ
ɺ
(3.36)
O fluxo de potência complexa entre as barras k e m com a inclusão do SSSC é
expresso pela equação (3.37), obtida utilizando-se novamente o conceito da superposição de
efeitos. Desta forma, pode-se efetuar a soma dos termos de potência complexa para a
condição de
V
s
ɶ
= 0 com a potência complexa injetada pelo SSSC quando
V
s
ɶ
≠ 0.
SSSC
km km0 km
S =S +S
ɺ ɺ ɺ
(3.37)
O desenvolvimento do termo
SSSC
km
S
ɺ
da expressão (3.37), que representa a parcela de
potência complexa (ativa e reativa) inserida pelo SSSC, fornece as equações (3.38) a (3.40).
(
)
SSSC SSSC SSSC SSSC
*
km k km km km
S =V I =P +j Q
ɺ
ɶ ɶ
(3.38)
2 2
SSSC
SSSC
SSSC
km
km k S k k m k
SSSC
X
R
P =- V V cos(
θ -α)+ V V sen(θ -α)
Z Z
(3.39)
2
SSSC
SSSCkm
km k S k k S k
2
SSSC
SSSC
XR
Q =- V V sen(
θ -α)- V V cos(θ -α)
Z
Z
(3.40)
A potência ativa e a potência reativa são representadas respectivamente pelas equações
(3.39) e (3.40), estando ambas em função do ângulo da tensão série
S
V
~
do dispositivo FACTS
SSSC.
Capítulo 3 58
Considerando o SSSC atuando em seu modo capacitivo, ou seja, com o ângulo da
tensão
S
V
~
atrasada de 90° em relação à corrente da linha de transmissão (
°
=
90α
ϕ
), as
equações (3.39) e (3.40) podem ser reescritas como nas equações (3.41) e (3.42).
2
SSSC
SSSCkm
km k S k k S k
2
SSSC
SSSC
XR
P = V V sen(
θ -φ)+ V V cos(θ -φ)
Z
Z
(3.41)
2 2
SSSC
SSSCkm
km k S k k S k
SSSC SSSC
XR
Q =- V V cos(
θ -φ)+ V V sen(θ -φ)
Z Z
(3.42)
As equações (3.41) e (3.42) estão em função do ângulo da tensão da barra k (
θ
k
) e do
ângulo da corrente que flui da barra k para a m (
ϕ
). Tem-se assim, a necessidade de se
determinar as equações das potências em função de valores conhecidos, como os ângulos das
tensões nas barras k e m. Para este fim, considere o diagrama fasorial mostrado na Figura
3.10, na condição de
0V
~
S
=
, onde
θ
km
=
θ
k
θ
m
e
θ
m
ϕ
=
θ
m
ϕ
.
Figura 3.10 – Diagrama Fasorial:
0V
~
S
=
.
A partir da Figura 3.10 e relações geométricas, são escritas as equações (3.43) a
(3.48).
km m
k 0 m
k k
OB R V
cos(
θ -φ)= = I + cos(θ -φ)
V V
OY
(3.43)
SSSC m
k 0 m
k k
XBY V
sen(
θ -j)= = I + sen(θ -j)
V V
OY
(3.44)
B
O
W
E
C
D
Y
REF
k
V
ɶ
SSSC 0
jX I
ɶ
m
V
ɶ
km 0
R I
ɶ
φ
θ
m
θ
km
0
I
~
Z
Capítulo 3 59
SSSCm km
k m 0 m 0 m
k k k k
XOZ V R
cos(
θ )= = + I cos(θ -φ)+ I sen(θ -φ)
V V V V
(3.45)
SSSC km
k m 0 m 0 m
k k k
XYZ R
sen(
θ )= = I cos(θ -φ)- I sen(θ -φ)
V V V
(3.46)
( )
( )
2 2 2
m
k km km SSSC km
k
m
2
km 0
km SSSC k m k m km
V
V R cosθ - +X senθ
V
CD
cos(θ -j)= =
R I
R +X V +V -2V V cosθ
(3.47)
( )
( )
2 2 2
m
k km km SSSC km
k
m
2
km 0
km SSSC k m k m km
V
V -R senθ +X co -
V
DE
sen(θ -j)= =
R I
R +X V +V -2V V cosθ
(3.48)
Substituindo-se as equações (3.47) e (3.48) nas equações (3.43) e (3.44), são obtidas as
equações (3.45) e (3.46).
2 2
2 2
m
m km km SSSC km
k
km
kj k m k m km
k SSSC
SSSC k m k m km
V
V R cosθ - +X senθ
V
R
cosθ = +
V +V -2V V cosθ
V Z
Z
V +V -2V V cosθ
(3.45)
2 2
2 2
m
m km km SSSC km
k
SSSC
kj k m k m km
k SSSC
SSSC k m k m km
V
V -R senθ +X cosθ -
V
X
senθ = +
V +V -2V V cosθ
V Z
Z
V +V -2V V cosθ
(3.46)
Voltando às equações da potência ativa e da potência reativa inseridas pelo SSSC no
sistema, equações (3.41) e (3.42), e substituindo as equações (3.45) e (3.46), obtêm-se as
expressões das potências ativa e reativa injetadas ou absorvidas pelo SSSC na forma desejada,
como mostradas nas equações (3.47) e (3.48).
(
)
2 2
2
3
3
SSSC
2 2 2 2
km SSSC k m S km
km SSSC S
k k m km
km
SSSC
k m k m km SSSC k m k m km
-R +X V V V senθ
2R X V
V -V V cosθ
P = +
Z
Z
V +V -2V V cos
θ V +V -2V V cosθ
(3.47)
Capítulo 3 60
(
)
2 2
2
3
3
SSSC
2 2 2 2
km SSSC S
km T k m S km k k m km
km
SSSC
SSSC k m k m km k m k m km
-R +X V
2R X V V V senθ
V -V V cosθ
Q =- +
Z
Z
V +V -2V V cosθ V +V -2V V cosθ
(3.48)
Somando as equações (3.47) e (3.48), que representam as potências ativa e reativa
inseridas no sistema elétrico pelo dispositivo FACTS SSSC, com a equação (3.37), que
fornece as expressões da potência ativa e da potência reativa transferida da barra k para a
barra m, são obtidas as equações (3.49) e (3.50), que modelam o dispositivo FACTS SSSC no
SEP, considerando a resistência da linha de transmissão.
( )
( )
( )
2
2 2
2 2
2
3
3
2 2 2 2
SSSCkm
km k k m km k m km
SSSC SSSC
km SSSC k m S km
km SSSC S k k m km
SSSC
k m k m km SSSC k m k m km
X
R
P = V -V V cosθ + V V senθ
Z Z
-R +X V V V sen
θ
2R X V V -V V cosθ
+ +
Z
Z
V +V -2V V cos
θ V +V -2V V cosθ
(3.49)
( )
( )
( )
2
2 2
2 2
2
3
3
2 2 2 2
SSSCkm
km k m km k k m km
SSSC SSSC
km SSSC S
km SSSC k m S km k k m km
SSSC
SSSC k m k m km k m k m km
XR
Q =- V V senθ + V -V V cosθ
Z Z
-R +X V
2R X V V V senθ V -V V cosθ
- +
Z
Z
V +V -2V V cosθ V +V -2V V cosθ
(3.50)
A linearização das equações (3.49) e (3.50) fornecem as equações (3.51) e (3.52), onde
ficam definidos os coeficientes de sensibilidade de potência ativa e potência reativa da linha
de transmissão, respectivamente.
km km km km k km m km S
∆P A1 ∆θ A2 ∆V A3 V A4 ∆V
= + + +
(3.51)
( )
( )
SSSCkm km
km k m km k m km
2 2
km
SSSC SSSC
2
k m S km m k m km
km SSSC
3 3
2 2
SSSC
k m k m km
2 2
2
km SSSC k m S
km k m km
3 3
2 2
2 2
SSSC
k m k m km
k m k m km
XδP R
A1 = = V V senθ + V V cosθ
δθ
Z Z
V V V senθ V -V V cosθ
2R X
+
Z
V +V -2V V cosθ
-R +X V V V
cosθ V V sen θ
+ -
Z
V +V -2V V cosθ
V +V -2V V cosθ
(3.51.a)
Capítulo 3 61
( )
( ) ( )
SSSCkm km
km k m km m km
2 2
k
SSSC SSSC
2 2 2
km SSSC m S km m k m km
3
3
2 2
T k m k m km
2
2
km SSSC S k m km k m km
3 3
2 2
2 2
SSSC
k m k m km
k m k m km
XP R
A2 = = 2V -V cosθ + V senθ
V
Z Z
-R +X V V senθ V -V V cosθ
+
Z
V +V -2V V cosθ
2R X V
V V cosθ V V sen θ
-
+ +
Z
V +V -2V V cosθ
V +V -2V V cosθ
δ
δ
(3.51.b)
( ) ( )
( )( )
SSSCkm km
km k km k km
2 2
m
SSSC SSSC
2 2 2
km SSSC k S km k k m km
3
3
2 2
SSSC k m k m km
m k km k m km
km T k S
km
3 3
2 2
2 2
SSSC
k m k m km
k m k m km
XP R
A3 = =- V cosθ + V senθ
V
Z Z
-R +X V V senθ V -V V cosθ
+
Z
V +V -2V V cosθ
V -V cosθ V -V cosθ
2R X V V cosθ
- +
Z
V +V -2V V cosθ
V +V -2V V cosθ
δ
δ
(3.51.c)
(
)
(
)
2 2 2
km SSSC k k m km km SSSC k m km
km
km
3 3
2 2 2 2
S
SSSC k m k m km SSSC k m k m km
2R X V -V V cosθ -R +X V V senθ
P
A4 = = +
V
Z Z
V +V -2V V cos
θ V +V -2V V co
δ
δ
(3.51.d)
km km km km k km m km S
∆Q R1 θ R2 ∆V R3 ∆V R4 ∆V
= + + +
(3.52)
( ) ( )
SSSCkm km
km k m km k m km
2 2
km
SSSC SSSC
2 2 2
km SSSC k m S km m k m km
3
3
2 2
SSSC k m k m km
2
km SSSC k m S km k m km
3 3
2 2
2 2
SSSC
k m k m km
k m k m km
XQ R
R1 = =- V V cosθ + V V senθ
θ
Z Z
-R +X V V V senθ V -V V cosθ
+
Z
V +V -2V V cosθ
2R X V V V cosθ V V sen θ
- -
Z
V +V -2V V cosθ
V +V -2V V cosθ
δ
δ
(3.52.a)
( )
( )
( )
SSSCkm km
km m km k m km
2 2
k
SSSC SSSC
2
km SSSC m S km m k m km
3
3
2 2
SSSC k m k m km
2 2
2
2
km SSSC
k m km k m km
S
3 3
2 2
2 2
SSSC
k m k m km
k m k m km
X
Q R
2V -V cosθ
R2 = =- V senθ +
V
Z Z
2R X V V senθ V -V V cosθ
-
Z
V +V -2V V cosθ
-R +X
V -V cosθ V V sen θ
+ V +
Z
V +V -2V V cosθ
V +V -2V V cosθ
δ
δ
(3.52.b)
Capítulo 3 62
( )
( )
SSSCkm km
km k km k km
2 2
m
SSSC SSSC
2 2 2
2
km SSSC k m S km
3
3
2 2
SSSC k m k m km
m m k km
km SSSC k S km
3 3
2 2
2 2
SSSC
k m k m km
k m k m km
X
Q R
R3 = =- V senθ - V cosθ
V
Z Z
-R +X V V V sen θ
-
Z
V +V -2V V cosθ
V V -V cosθ
2R X V V senθ
1
- -
Z
V +V -2V V cosθ
V +V -2V V cosθ
δ
δ
(3.52.c)
(
)
(
)
2 2 2
km SSSC k k m km
km SSSC k m kmkm
km
3 3
2 2 2 2
S
SSSC k m k m km SSSC k m k m km
-R +X V -V V cosθ
2R X V V senθQ
R4 = =- +
V
Z Z
V +V -2V V cosθ V +V -2V V cosθ
δ
δ
(3.52.d)
Observe que a consideração da atuação do dispositivo FACTS SSSC no SEP faz com
que sejam definidos dois novos coeficientes, um coeficiente ativo A4
km
e outro reativo R4
km
,
que ponderam respectivamente as variações dos fluxos de potência ativa e potência reativa,
devido às variações da tensão V
s
introduzida pelo SSSC.
A representação matricial do novo sistema de potência com a inclusão do SSSC é
praticamente o mesmo do representado no capítulo 2, equações (2.37) e (2.38), com exceção
do vetor de entradas ∆u e da matriz de entradas “B” (formada pelas submatrizes B1 e B2), que
incluirão as variáveis do SSSC.
A representação matricial no domínio do tempo é descrita nas equações (3.53) e
(3.54).
[ ] [ ]
M
ngx1
ref
ngx1
L
ngx1
q
L
q
ngx1
fd
S
fd
[∆ ω ]
[
∆ P ]
[0]
[∆ ω]
[
∆ V ]
[0]
[∆ δ ] [∆ δ]
[∆ θ]
= J1 + J2 + B1 [
∆ P ]
[0]
[∆ E ]
[∆ V]
[
∆ Q ]
[∆ E ]
[0]
[∆ E ]
[
∆ V ]
[∆ E ]
(3.53)
A inclusão do SSSC ao sistema acarretou no surgimento da variável de entrada ∆V
s
,
presente no vetor de entradas ∆u.
Capítulo 3 63
[ ] [ ]
M
ref
L
q
L
fd
S
+
[
P ]
[ ω]
[
V ]
[0]
[ δ]
[ θ]
= J3 + J4 B2 VS
[
P ]
[0]
[ E ]
[ V]
[
Q ]
[ E ]
[
V ]
(3.54)
Consequentemente, a matriz que multiplica o vetor ∆u foi expandida em uma coluna
(VS), e é composta pelos coeficientes de sensibilidade A4 e R4. A regra de formação do vetor
VS é apresentada na expressão (3.55).
( )
( )
( )
( )
( )
km
k 1
mk
m 1
km
2nb 1
k nb 1
mk
m nb 1
VS A4 , se k for a barra inicial com SSSC.
VS A4 , se m for a barra final com SSSC.
[VS]
VS R4 , se k for a barra inicial com SSSC.
VS R4 , se m for a barra final
×
×
×
+ ×
+ ×
=
=
=
=
=
com SSSC.
VS 0, para qualquer barra diferente de k e m.
=
(3.55)
As equações (3.53) e (3.54), podem ser expressas de uma maneira compacta conforme
a equação (3.56), de maneira que a representação no espaço de estados é obtida da eliminação
do vetor de variáveis algébricas ∆z, fornecendo a equação (3.57).
[ ]
S
S
Sz
B1∆x
∆x J1 J2
= +
∆u
B2
0 J3 J4
ɺ
(3.56)
ss
1
ss
1
s
u)2B4J2J1B(x)3J4J2J1J(x
+=
ɺ
(3.57)
3.8. Inclusão do Dispositivo FACTS SSSC com Controlador POD no MSP
Na Figura 3.11 é mostrada uma estrutura convencional do POD (CASTRO ET ALLI,
2007; FURINI E ARAUJO, 2008), bem como sua atuação na variável de controle do SSSC
(∆V
S
).
Capítulo 3 64
Figura 3.11 – Modelo Dinâmico do Dispositivo FACTS SSSC com Controlador POD.
Novamente será considerado como sinal de entrada para o controlador POD a variação
de fluxo de potência ativa (∆P
km
) na linha de transmissão onde o SSSC estiver instalado, cuja
expressão é mostrada na equação (3.58).
Ainda na Figura 3.11 é utilizado o sinal ∆Vs
0
, sendo este o desvio do valor da tensão
do SSSC em regime permanente.
km km km km k km m km s
∆P A1 ∆θ A2 ∆V A3 ∆V A4 ∆V
= + + +
(3.58)
Da mesma forma que o realizado no caso do controlador POD para o TCSC, a
inclusão do modelo do controlador POD para o dispositivo FACTS SSSC será realizada
através da divisão dos blocos que formam sua estrutura.
Figura 3.12 – Divisão do Bloco
washout
para o Dispositivo FACTS SSSC.
A divisão para o bloco
washout
pode ser feita como mostrado na Figura 3.12 onde, por
inspeção, obtém-se a equação (3.59), que define a variável de estado ∆X
1
.
POD
1 km 1
w w
K 1
∆X' = ∆P - ∆X'
T T
ɺ
(3.59)
De forma análoga, é aplicado aos blocos de avanço-atraso de fase, resultando nas
Figuras 3.13.a e 3.13.b.
K
POD
∆P
km
w
w
sT1
sT
+
∆X
1
K
POD
∆P
km
w
sT1
1
+
∆X
1
w
sT
∆X
1
K
POD
∆P
km
∆V
S
0
S
∆V
w
w
sT1
sT
+
2
1
sT1
sT1
+
+
4
3
sT1
sT1
+
+
∆X
1
∆X
2
SSSC
sT1
1
+
ganho
washout
lead-lag
Capítulo 3 65
Figura 3.13 – Divisão do Bloco Avanço-Atraso de Fase para o Dispositivo FACTS SSSC.
Através de manipulações do diagrama de blocos da Figura 3.13.a e da equação (3.59),
é obtida a variável de estado ∆X’
2
do primeiro bloco avanço-atraso de fase (equação (3.60)).
Para a obtenção da variável de estado ∆X’
POD
, mostrada na equação (3.61), utiliza-se da
Figura 3.13.b e da equação (3.60).
' ' '
POD
2 km 1 2
2 2 2
K
1 1
∆X = ∆P - ∆X - ∆X
T T T
ɺ
(3.60)
' ' '
1 1 1
POD POD km 1 2 POD
2 4 2 4 2 4 4
T T T 1 1
∆X =K ∆P - ∆X + 1- ∆X - ∆X
T T T T T T T
ɺ
(3.61)
Finalmente, obtém-se a expressão variável ∆V
S
, agora definida como uma variável de
estado, e que será a responsável pela modulação da tensão série do SSSC e,
consequentemente, a responsável pela introdução de amortecimento no sistema de energia
elétrica (equação (3.62)).
0
' '
POD 1 3 1 3 3 31
1 POD
S km
SSSC 2 4 SSSC 2 4 2 4 SSSC 4 SSSC
S S
SSSC SSSC
K T T T T T T
T 1
∆V =- ∆P - X + 1- - 1- ∆X -
T T T T T T T T T T T
1 1
- ∆V + ∆V
T T
ɺ
(3.62)
Para a inclusão do controlador POD no MSP, novamente são modificadas as equações
(3.53) e (3.54), resultando nas equações (3.63) e (3.64).
2
1
sT1
sT1
+
+
∆X
2
2
sT1
1
+
∆X’
2
1
sT
∆X
2
∆X
1
∆X
1
+
+
4
3
sT1
sT1
+
+
∆X
POD
4
sT1
1
+
∆X’
POD
3
sT
∆X
2
∆X
2
+
+
3.13.a
3.13.b
∆X
POD
Capítulo 3 66
[
]
[ ] [ ]
[ ] [ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
'
'
q
q
fd
fd
4ngx4nt
'
'
1
1
POD
4ntx4ng
4x4
'
'
2
2
'
'
POD
POD
S
S
∆ω
∆ω
∆δ
∆δ
∆E
∆E
J1 0
∆E
∆E
=
∆X
∆X
0 A
∆X
∆X
∆X
∆X
∆V
∆V
ɺ
ɺ
ɺ
ɺ
ɺ
ɺ
ɺ
ɺ
[ ]
[ ]
[
]
[
]
[ ]
[ ]
[ ]
0
POD
4ntx2nb
m
ref
L
3x(2ng+2nb+nt)
L
s
ntx(2ng+2nb)
SSSC
J2
∆θ
+
J
∆V
∆P
B1
∆V
∆P
0
∆Q
1
∆V
0
T
+
+
(3.63)
[ ] [ ]
[
]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
0
m
q
ref
ngxnt
fd
2 L
2nbx1
ngxnt
1
L
2
s
POD
S
∆ω
∆δ
∆P
∆E'
∆V
0
∆θ
0
∆E
= J3 VS + J4 + B2 ∆P
0
∆V
0
∆X
∆Q
∆X
∆V
∆X
∆V
 
 
 
(3.64)
Na equação (3.63) estão presentes as submatrizes A
POD
e J
POD
cujas estruturas são
mostradas nas equações (3.65) e (3.66), respectivamente.
[ ]
POD
km
W W
POD
km
2 2 2
POD
POD 11
km
2 4 2 4 4 2 4
1 3 3 3 POD 1 31
km
2 4 SSSC 2 4 SSSC 4 SSSC 2 4 SSSC SSSC
K1
- 0 0 A4
T T
K1 1
- - 0 A4
T T T
A =
K T1 T 1 1
- 1- - A4
T T T T T T T
T T T T K T T
T 1 1
- - 1- - 1- - A4 -
T T T T T T T T T T T T
(3.65)
Capítulo 3 67
[ ]
POD POD POD POD
km km km km
W W W W
POD POD POD POD
km km km km
2 2 2 2
POD
POD 1 POD 1 POD 1 POD 1
km km km km
2 4 2 4 2 4 2 4
POD 1 3 POD 1 3 POD 1 3
km km
2 4 SSSC 2 4 SSSC 2 4
K K K K
A1 - A1 A2 A3
T T T T
K K K K
A1 - A1 A2 A3
T T T T
J =
K T K T K T K T
A1 - A1 A2 A3
T T T T T T T T
K T T K T T K T T
- A1 A1 -
T T T T T T T T
POD 1 3
km km
SSSC 2 4 SSSC
K T T
A2 - A3
T T T T
(3.66)
A matriz A
POD
relaciona os parâmetros de operação do POD com coeficientes de
sensibilidade do SSSC (A4
km
e R4
km
). A matriz J
POD
relaciona os parâmetros do POD com a
magnitude e ângulo das tensões nas barras do sistema que receberam a instalação do POD. As
duas primeiras colunas da matriz J
POD
multiplicam as variações angulares, enquanto que as
duas últimas ponderam as variações da magnitude das tensões nas barras do sistema elétrico.
As equações (3.63) e (3.64) descrevem completamente o sistema elétrico de potência
multimáquinas, com um dispositivo FACTS SSSC instalado, acoplado a um controlador do
tipo POD, representado pelo Modelo de Sensibilidade de Potência. Estas duas equações
podem ser agrupadas de uma forma compacta, como mostrada na equação (3.67).
[ ]
SPOD
SPOD SPOD SPOD
SPOD
SPOD
SPOD SPOD
SPOD
B1
J1 J2 ∆X
∆X
= + ∆u
J3 J4
B2
∆z
0
ɺ
(3.67)
A representação no espaço de estados é obtida da eliminação do vetor de variáveis
algébricas ∆z, fornecendo a equação (3.68).
(
)
(
)
-1 -1
SPOD SPOD SPOD SPOD SPOD SPOD SPOD SPOD POD
∆X = J1 -J2 J4 J3 ∆X + B1 -J2 J4 B2 u
ɺ
(3.68)
3.9. Conclusões
Discutiu-se neste Capítulo sobre a crescente necessidade de ampliação dos SEP para
continuar o fornecimento de energia elétrica em veis seguros de operação. Como possível
solução foi abordada a utilização de dispositivos FACTS e dispositivos de controle
Capítulo 3 68
(controlador POD).
Foram abordadas as inclusões no Modelo Sensibilidade de Potência dos dispositivos
FACTS TCSC e SSSC.
Para estas inclusões o TCSC foi representado como uma reatância variável,
responsável pela compensação série da linha de transmissão e o SSSC como uma fonte de
tensão em série com a LT, fazendo a compensação de reativos a partir do controle desta
tensão.
Com as inclusões dos dispositivos FACTS TCSC e SSSC realizadas, dispositivos
adicionais de controle, aqui chamados de POD, foram modelados e também inseridos no
MSP.
O ajuste dos parâmetros do controlador POD e também a sua melhor localização para
maior eficácia no fornecimento de torque de amortecimento é assunto para o próximo
Capítulo.
Capítulo 4 70
CAPÍTULO 4
Localização e Projeto de Controladores POD
4.1. Introdução
A localização dos dispositivos FACTS com controladores POD deve ser adotada de
forma a obter a maior eficácia no fornecimento de torque de amortecimento aos modos
oscilatórios fracamente amortecidos. Esta localização, de maneira geral, pode ser determinada
a partir da análise dos resíduos da função de transferência em malha aberta do SEP, para
diversos sinais de entrada e saída do controlador POD (MARTINS; LIMA, 1990; YANG ET
AL., 1998; FURINI; ARAUJO, 2008).
Uma vez definida a localização do dispositivo FACTS com controlador POD, é
necessário fazer o ajuste dos parâmetros do controlador. Dois métodos serão aqui
apresentados. Primeiramente o método dos resíduos (que utiliza a compensação de fase) que
aqui será chamado de método clássico”. Posteriormente é apresentado o método de ajuste
por RNAs ou “método neural”, buscando melhorar a eficiência e buscar alternativas para o
ajuste dos parâmetros dos controladores PODs.
4.2. Localização do Controlador POD
Utilizando a teoria dos resíduos é possível determinar qual a melhor localização para a
instalação de dispositivos FACTS acoplados com controladores suplementares e também
ajustar os parâmetros dos controladores para atuação direta e efetiva em um modo oscilatório
presente no SEP.
Considerando o diagrama de blocos da Figura 4.1 que mostra a função de transferência
do sistema elétrico (SEP(s)) realimentado por um controlador POD (representado pela função
de transferência KH(s)), a análise dos resíduos da função de transferência de malha aberta
(FTMA) fornece uma indicação da melhor localização dos dispositivos FACTS e
Capítulo 4 71
controladores suplementares (MARTINS; LIMA, 1990; YANG et al., 1998; FURINI, 2008).
Figura 4.1 – Função de Transferência do Sistema de Potência com Controlador POD.
A função de transferência em malha fechada G(s) que define a resposta dinâmica do
sistema (∆y) quando da ocorrência de alguma perturbação em uma das entradas do sistema
(∆u), pode ser calculada como mostrado na equação (4.1).
DB
A)det(sI
A)adj(sI
C
∆u(s)
∆y(s)
G(s) +
==
(4.1)
Na equação (4.1) A é matriz de estado, B é a matriz de entradas (relacionada à
controlabilidade), C é a matriz de saídas (relacionada com a observabilidade) e D é a matriz
de transferência direta da entrada para a saída.
Os autovalores
i
) da matriz A são todos os valores da variável “sque satisfazem a
equação det(sI-A) = 0. Estes autovalores podem assumir valores reais ou complexos (neste
caso sempre se apresentam em pares conjugados).
Os autovalores reais descrevem modos não oscilatórios (no domínio do tempo o
exponenciais). Os pares complexos conjugados definem modos oscilatórios com uma taxa de
amortecimento (ξ) e frequência natural não amortecida (ω
n
).
Na equação (4.2) é mostrada a forma de obtenção destes parâmetros (Kundur, 1994;
Furini, 2008).
+
=
+==
±=
2
i
2
i
i
2
i
2
iin
iii
ωσ
σ
ξ
ωσλω
σλ
(4.2)
A estabilidade ou não de um sistema linear pode ser determinada pela localização dos
∆u
SEP(s)
∆y
K H(s)
Capítulo 4 72
autovalores da matriz de estados no plano complexo.
Pelo Primeiro Método de
Lyapunov
se todos os autovalores da matriz de estados A
possuírem parte real negativa (autovalores situados no semiplano esquerdo do plano
complexo), o sistema é considerado estável. Basta um autovalor possuir parte real positiva
(autovalor situado no semiplano direito do plano complexo), para se definir como sistema
instável para aquele ponto de operação.
No caso de SEP com alto carregamento, a situação crítica para a ocorrência da
instabilidade é a falta de amortecimento relacionada a algum modo oscilatório (ANDERSON;
FOUAD, 2003; KUNDUR, 1994; BRETAS; ALBERTO, 2000).
É possível de se determinar a influência de uma variável de estado qualquer em um
modo oscilatório com o uso dos fatores de participação (p
ki
), que pode ser calculado de acordo
com a equação (4.3).
ikkiki
ψP
ϕ
=
(4.3)
Na equação (4.4) ψ
ik
é o autovetor direito relativo à variável de estado k, enquanto que
φ
ik
é o autovetor esquerdo relacionado ao modo oscilatório i, definindo assim a participação
(p
ki
) de uma variável k na oscilação do modo i.
A partir dos resíduos da função de transferência G(s) é possível obter informações
sobre controlabilidade e observabilidade da entrada e saída do controlador.
Estes resíduos são determinados pela expansão da função de transferência G(s)
(equação (4.2)) em frações parciais em função da matriz C (matriz relacionada com a
observabilidade do sistema linear), da matriz B (matriz associada à controlabilidade do
sistema linear) e dos autovetores esquerdo e direito (MARTINS; LIMA, 1990; YANG et al.,
1998; FURINI, 2008), como descrito na equação (4.4)
==
=
==
n
1i
i
i
n
1i
i
ii
)λ(s
R
)λ(s
BψC
∆u(s)
∆y(s)
G(s)
ϕ
(4.4)
Para cada termo i tem-se um escalar chamado resíduo (R
i
) que dá a participação de um
sistema de controle em um modo oscilatório entre os sinais de saída y(s) e entrada u(s). O
resíduo R
i
é definido como o produto entre a observabilidade de uma entrada j presente na
matriz C e a controlabilidade de uma saída k na matriz B,
associados a um determinado
Capítulo 4 73
autovalor, como expresso na equação (4.5) (MARTINS; LIMA, 1990; FURINI, 2008).
ContObserR
BψCont
CObser
jk
i
ki
ij
=
=
=
ϕ
(4.5)
O controlador deve ser então incorporado ao sistema, de forma a introduzir
amortecimento ao modo oscilatório de interesse. A equação (4.6) descreve o deslocamento
sofrido pelo autovalor devido à atuação de um controlador. A variação do autovalor é
proporcional ao valor absoluto do resíduo, ou seja, quanto maior o resíduo associado ao
autovalor, maior será o deslocamento alcançado e, consequentemente, maior o amortecimento
introduzido.
(
)
iii
λKCR∆λ
jk
= (4.6)
4.3. Projeto Clássico do Controlador POD
O projeto clássico do controlador POD pode ser baseado no conceito de compensação
de fase, onde devem ser determinados seus parâmetros para que o resíduo se desloque θ graus
para o semiplano esquerdo do plano complexo, conforme mostrado na Figura 4.2.
Imag
Real
R
ijk
β
θ
Figura 4.2 – Efeito do Controlador POD no Resíduo Associado ao Autovalor λ
i
.
A relação entre o deslocamento do autovalor e seu correspondente resíduo (R
ijk
) é
Capítulo 4 74
mostrada na equação (4.7).
(
)
∆λ =R POD(λ )=R K H(λ )
i ijk i ijk POD i
(4.7)
O projeto do controlador POD se resume em calcular as constantes de tempo T
1
=T
3
,
T
2
=T
4
e o ganho K
POD
de forma a introduzir a compensação de fase necessária para o
deslocamento do autovalor de interesse. Considerando que a fase a ser compensada pelo
controlador seja θ, ω
i
a frequência em rad/s do modo eletromecânico de interesse e λ
ides
a
posição desejada para o autovalor, o conjunto de equações mostradas em (4.8) fornece os
procedimentos para obtenção dos parâmetros do controlador POD (FURINI; ARAUJO,
2008).
ο
2 1 2
POD
θ=180 β
1-sen( 2)
=
1+sen( 2)
1
T ; T
αT
K
( )
i
ides i
ijk i
R C
θ
α
θ
ω α
λ λ
λ
= =
=
(4.8)
4.4. Redes Neurais Artificiais
Nesta seção, em um primeiro momento, serealizado uma breve explanação sobre as
redes neurais artificiais, objetivando explorar seus principais conceitos e características
relevantes. Na sequência é tratada a rede neural que será utilizada neste trabalho, ou seja, a
Perceptron Multicamadas.
Considerada tais abordagens, será mostrada a rede neural artificial aplicada no projeto
dos parâmetros do controlador POD, na tentativa de se buscar alternativas para resolver a
questão de um novo ajuste a cada mudança do ponto de operação do SEP.
A utilização de redes neurais para o projeto de parâmetros de controladores PODs se
justifica pelas suas características de aprendizagem e capacidade de generalização.
Capítulo 4 75
4.4.1. Neurônio Biológico
O sistema nervoso é responsável pela decisão, integração de idéias e sensações e pela
adaptação do organismo e do próprio ser, sendo essa última função realizada através do
aprendizado. Este sistema é constituído por células que são responsáveis pelo seu
funcionamento denominadas neurônios.
Utilizando a Figura 4.3 se pode identificar a estrutura biológica de um neurônio.
Esta estrutura é composta basicamente pelo corpo celular (parte principal do neurônio
que tem como função de receber e processar informações de outros neurônios). Também
fazem parte desta estrutura as sinapses que são válvulas capazes de controlar o fluxo de
informação entre os neurônios. Os dendritos são responsáveis pelo recebimento dos estímulos
e/ou informações de outros neurônios para conduzi-los ao corpo celular. Finalmente, é o
axônio que transmite os estímulos/informações a outros neurônios.
Figura 4.3 – Neurônio Biológico.
Vários modelos de neurônios têm sidos apresentados na literatura especializada,
porém, apresenta-se a seguir um modelo básico de neurônio encontrado com frequência em
trabalhos do gênero, conhecido como o neurônio de McCulloch & Pitts (MCCULLOCH;
PITTS, 1943).
4.4.2. Neurônio Artificial
O primeiro modelo proposto por McCulloch e Pitts (MCCULLOCH; PITTS, 1943)
interpretou o funcionamento do neurônio biológico como sendo um circuito binário, então um
modelo binário equivalente é apresentado na Figura 4.4.
Capítulo 4 76
Figura 4.4 – Modelo de McCulloch e Pitts.
Observando a Figura 4.4 pode-se determinar um vetor de entrada X
RNA
= [X
1
X
2
X
3
...X
n
] de tamanho n e seus respectivos pesos W
RNA
= [w
1
w
2
w
3
...w
n
]. Também pode conter
um peso bias (W
0
) alimentado por uma entrada (X
0
=+1) que controla o nível de saída do
neurônio. A soma acumulada de maneira ponderada das várias entradas pelos seus respectivos
pesos produz a entrada efetiva do neurônio que resulta na equação (4.9).
n
n RNA RNA
i=1
s = x w
(4.9)
Obtido o valor da soma ponderada, uma função de ativação f(.) processa este valor
para determinar a sua ativação ou não para obter-se a saída y do neurônio (equação (4.10)). É
importante observar que cada neurônio pode conter
n
entradas, porém somente uma saída que
pode servir como entrada de
n
neurônios.
( )
y f s
=
(4.10)
As funções de ativação f(.), geralmente não-lineares, mais usuais são as do tipo
Degrau (equação (4.11) e Figura 4.5.a), Rampa (equação (4.12) e Figura 4.5.b) e dois tipos de
funções Sigmóides: Sigmóide (1) (equação (4.13) e Figura 4.5.c) e Sigmóide (2) (equação
(4.14) e Figura 4.5.d).
Nas equações (4.13) e (4.14) o parâmetro λ determina a inclinação da curva.
Capítulo 4 77
1, 0
( )
1, 0
n
n
n
s
f s
s
=
<
(4.11)
0, 0
( ) ,0 1
1, 1
n
n n
s
f s x s
x
<
=
>
(4.12)
1
( )
1
n
n
s
f s
e
λ
=
+
(4.13)
(1 )
( )
(1 )
n
n
s
n
s
e
f s
e
λ
λ
=
+
(4.14)
Figura 4.5 – Tipos de Funções de Ativação.
Devido à capacidade de aprender e generalizar, o emprego de redes neurais artificiais
tem sido frequentemente utilizadas para soluções de vários problemas de complexidade
elevada. Seu aprendizado consiste no ajuste de parâmetros de forma que esta produza um
resultado esperado. Este aprendizado consiste em regras definidas que é chamado de
Capítulo 4 78
treinamento.
De uma forma geral pode classificar as redes neurais artificiais em uma combinação
de neurônios e um algoritmo de treinamento. Deve-se levar em consideração para se
caracterizar esse agrupamento o número de camadas da rede, o número de neurônios por
camadas, o tipo das conexões e o grau de complexidade entre os neurônios.
Neste trabalho será considerada apenas a rede feed-foward que também é conhecida
como Perceptron Multicamadas (PMC).
4.4.3. Perceptron Multicamadas (PMC)
Este tipo de rede é representado por camadas e obrigatoriamente necessita de uma
camada de entrada (neurônios que têm sua entrada como entrada da rede) e uma camada de
saída (neurônios que têm sua saída como saída da rede), podendo ou não ter camadas
intermediarias (neurônios que não pertencem nem à camada de entrada e nem à de saída).
Uma rede PMC consiste de elementos de processamento (neurônios) e suas conexões.
Cada neurônio pode ter X
RNAn
entradas, mas somente uma saída, que pode ser utilizada com
entrada para vários neurônios através de suas conexões, como pode ser visualizada na Figura
4.6. Cada conexão entre neurônios possui um peso que determina e controla a distribuição na
saída do neurônio.
Figura 4.6 – Rede Perceptron Multicamadas (PMC).
Nestas redes cada camada de neurônios recebe sinais somente das camadas anteriores,
ou seja, elas não possuem laços de realimentação e suas saídas são exclusivamente
determinadas em função de sua entrada e valores dos pesos (HAYKIN, 1994).
Capítulo 4 79
A entrada de todos os neurônios é a soma de (X
1
, X
2
,..., X
n
) entradas ponderadas por
seus respectivos pesos (W
1
, W
2
,..., W
n
) e adicionado o bias (W
0
), que podem ser chamadas de
saídas intermediárias (equação (4.15)).
n 1 1 2 2 n n 0
s =X W +X W +...+X W +W
(4.15)
Após o processamento do neurônio, uma saída intermediária s
n
, (equação (4.15)) e
mostrada na Figura 4.4, é usualmente processada por uma função de ativação não linear que
produz o sinal emitido para a saída de cada neurônio. O sinal de saída pode servir de entrada
de outros n neurônios. O processamento do sinal do neurônio geralmente é feito por uma
função de ativação f(s), que produz o sinal de saída do neurônio. Neste trabalho a função de
ativação que será utilizada é a função Sigmóide (2), que pode ser vista na Figura 4.5.d. Esta
função tem a capacidade de assumir valores em determinados intervalos, sendo estes valores
calculados pela equação (4.14).
A propriedade mais importante da RNA é a sua facilidade e habilidade de aprender
para se obter desempenho satisfatório, o que é feito através de um processo iterativo de ajuste
de pesos que é chamado de treinamento. Existem vários tipos de treinamentos para cada tipo
de RNA e as diferenças ocorrem na maneira como são ajustados os pesos.
Quando a rede tem um treinamento bem sucedido, seus parâmetros internos e os pesos
das conexões estão ajustados de forma a produzir respostas na saída com percentual de erro
aceitável. A escolha do algoritmo de treinamento depende da topologia da rede, dificuldade
do problema a ser resolvido e ao conjunto de padrões de treinamento.
Um dos algoritmos mais importantes e utilizados na literatura, o backpropagation
(Másson e Wang, 1990), tem baixa taxa de convergência. Buscando alternativas se encontrou
na literatura um algoritmo que vem sendo utilizado com frequência e se mostra muito
eficiente, o Levenberg-Marquardt (HAGAN; MENHAJ, 1994), que é o algoritmo de
treinamento que será utilizado neste trabalho.
4.4.4. Algoritmo de Treinamento Levenberg-Marquardt (LM)
Levenberg-Marquardt (LM) é um algoritmo de otimização eficiente e aceito para
solucionar problemas de minimização de funções não-lineares, que tem como objetivo que a
soma dos quadrados das distâncias entre a saída desejada e a resposta do neurônio de saída
Capítulo 4 80
seja a menor possível (RANGANATHAN, 2004).
O problema de nimos quadrados pode ser escrito como a soma dos erros
quadráticos (equação (4.16)), onde o vetor de entrada é X
RNA
= [x
1
, x
2
,...,x
n
].
m
2
RNA j RNA
j=1
1
f(X )= r (X )
2
(4.16)
A diferença entre a saída desejada e a resposta do neurônio de saída é representada por
um vetor resíduo definida pela equação (4.17).
j RNA 1 RNA 2 RNA m RNA
r (X )=(r (X ),r (X ),...,r (X ))
(4.17)
Substituindo a equação (4.17) em (4.16), podemos escrever a equação (4.18).
2
RNA j RNA
1
f(X )= r (X )
2
(4.18)
Como o algoritmo de LM se baseia no método de otimização de Newton, que utiliza o
recurso da matriz Hessiana (matriz que representa derivada segunda), pode-se definir as
derivadas de
f
utilizando a matriz Jacobiana (matriz que representa derivada primeira)
definida na equação (4.19).
j
RNA
RNA
δr
J(X )=
δX
(4.19)
A matriz Jacobiana tem sua determinação mais simples se comparada com a matriz
Hessiana e como o método de LM é expresso em função da soma dos erros quadráticos, a
matriz Hessiana pode ser expressa pela equação (4.20) e a atualização dos pesos pode ser
obtida pela equação (4.21) e equação (4.22).
T
RNA RNA RNA
H(X )=J (X )J(X )
(4.20)
Capítulo 4 81
-1
RNA RNA RNA
X (i+1)=X (i)-H g(X )
(4.21)
T
RNA RNA RNA
g(X )=2J (X )r(X )
(4.22)
Substituindo as equações (4.20) e (4.22) na equação (4.21), obtêm a equação (4.23)
que é a atualização dos pesos da matriz Hessiana para o algoritmo de LM, onde λ é uma
constante do método de LM.
-1
T T
RNA RNA RNA RNA RNA
X (i+1)=X (i)- J (X )J(X )+
λdiag[H] J (x)r(X )
(4.23)
Não existe uma regra bem definido sobre seleção dos padrões de treinamento
(FREEMAN; SKAPURA, 1992), assim, a escolha dos padrões de treinamento pode ser feito
de forma aleatória. Esta escolha deve ser criteriosa de forma que não haja conflito de
informações. Deve-se então, escolher padrões de treinamento que traduzam o comportamento
do sistema da melhor maneira possível.
4.5. Conclusões
O ajuste dos parâmetros do controlador POD e também a sua melhor localização para
maior eficácia no fornecimento de torque de amortecimento foram abordados. A escolha da
localização serealizada através dos resíduos da função de transferência em malha aberta. O
ajuste dos parâmetros do controlador POD é feito de dois modos: clássico e neural.
Uma vez ajustados os parâmetros do controlador, será considerada sua atuação no
sistema elétrico de potência.
Em um primeiro momento considerou-se o método clássico e após apresentou-se uma
alternativa para o ajuste de parâmetros de controladores POD, o método neural. Discutiu-se
sobre a estrutura da RNAs no qual foi apresentada a rede e o algoritmo de treinamento
utilizado no trabalho, PMC e Levenberg-Marquardt, respectivamente.
Para um bom ajuste dos parâmetros do controlador através do método neural, além da
seleção dos melhores padrões de treinamento é imprescindível ter sucesso no algoritmo de
treinamento da RNA, obtendo parâmetros com porcentagem de erro aceitável.
Uma vez definido o modelo do sistema elétrico de potência considerando os
Capítulo 4 82
dispositivos FACTS TCSC e SSSC e também seus controladores e os todos de ajuste que
serão utilizados, simulações serão realizadas em um sistema de potência teste para obtenção
de resultados, que serão mostrados no Capítulo 5.
Capítulo 5 83
CAPÍTULO 5
Simulações e Resultados
5.1. Introdução
Neste Capítulo serão apresentados os resultados, simulações e análises do
comportamento dinâmico do um SEP multimáquinas teste, com a atuação dos dispositivos
FACTS TCSC e SSSC equipados com controladores suplementares POD.
Para as simulações será utilizado um sistema simétrico de duas áreas, composto por 4
geradores, especialmente proposto para se estudar o comportamento de oscilações de baixa
frequência associadas ao modo interárea de oscilação (KLEIN et al., 1991; KUNDUR, 1994).
Todas as modelagens descritas nos Capítulos anteriores foram implementadas
computacionalmente utilizando-se o software MATLAB
®
.
São apresentadas análises no domínio da frequência (autovalores da matriz de estados
A, frequência natural não amortecida e coeficientes de amortecimento associados a
autovalores pares complexos conjugados, resíduos de funções de transferência).
As análises no domínio do tempo são realizadas a partir de curvas de respostas
temporais do sistema, a partir da ocorrência de uma pequena perturbação em alguma
“entrada” do SEP.
Neste trabalho a pequena perturbação será considerada uma variação em degrau na
potência mecânica de algum gerador do SEP.
5.2. Sistema Simétrico de Duas Áreas
O SEP teste é composto de duas áreas iguais e foi proposto para se estudar os fatores
que influenciam os modos interárea de oscilação (diagrama unifilar mostrado na Figura 5.1).
Cada área possui dois geradores, sendo interligadas por três LTs longas em paralelo.
Esta interligação das duas áreas apresenta alta reatância indutiva e tal fato, aliado ao ponto de
operação considerado neste trabalho contribui para a falta de amortecimento do sistema,
Capítulo 5 84
tornando-o instável.
Os dados dos geradores, barras, LT e fluxo de potência para o caso base são mostrados
no Apêndice II (não é o objetivo deste trabalho a análise de métodos de solução de fluxo de
potência, portanto, para o sistema teste considerado foi utilizado a ferramenta MATPOWER
®
,
desenvolvida para a linguagem MATLAB
®
, disponível em (ZIMMERMAN, 2009)).
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
G
1
G
2
G
3
G
4
L
7
L
8
Área 1 Área 2
Figura 5.1 – Diagrama Unifilar: Sistema Simétrico de Duas Áreas
Na Tabela 5.1 são mostrados os autovalores de interesse (λ), bem como o coeficiente
de amortecimento (ζ) e a frequência natural não amortecida (ω
n
) a eles associados,
considerando o caso base (sistema sem a atuação dos dispositivos FACTS).
Estes autovalores foram classificados em modo local 1 e modo local 2 (modos se
encontram na faixa de frequências de 0,7 a 2,0 Hz e estão associados às oscilações dos rotores
de um grupo de geradores próximos, fisicamente ou eletricamente) e modo interárea de
oscilação (modos que se localizam-se na faixa de frequências de 0,1 a 0,8 Hz e são
relacionados com as oscilações de grupos de geradores de uma área contra outro grupo de
geradores de outra área), a partir de sua frequência natural de oscilação (LARSEN; SWANN,
1981; KUNDUR, 1994).
Tabela 5.1 – Autovalores Dominantes, ω
n
e ξ
Autovalores
ζ
ω
ωω
ω
n
(Hz)
-0,2356 ± j 6,2953 (local 1) 0,0374 1,0026
-0,1585 ± j 5,8779 (local 2) 0,0270 0,9358
0,0460 ± j 4,1382 (interárea) -0,0111 0,6587
Capítulo 5 85
Analisando-se os valores mostrados na Tabela 5.1 pode-se concluir que o par
complexo conjugado associado ao modo interárea de oscilação é o responsável pela
instabilidade do sistema (modo oscilatório na faixa de frequências típicas: de 0,2 a 0,8 Hz
(LARSEN; SWANN, 1981; KUNDUR, 1994)).
Para solucionar o problema da instabilidade é proposta a inclusão de dispositivos
FACTS TCSC ou SSSC equipados com controladores POD no SEP.
Para posterior comparação entre o desempenho dos dois dispositivos será considerada
a mesma compensação fixa (10% da reatância da LT de instalação) e o mesmo coeficiente de
amortecimento desejado (ξ = 0.1 para o modo de oscilação interárea) para ajuste dos
parâmetros dos PODs.
5.3. Localização dos Dispositivos FACTS no Sistema Elétrico de Potência
No Capítulo 4 uma das seções mostrava que é possível determinar a melhor
localização para a instalação de dispositivos FACTS acoplados aos controladores
suplementares analisando-se os resíduos da função de transferência em malha aberta (FTMA).
Estes resíduos dependem do tipo de dispositivo FACTS (no caso deste trabalho, TCSC
ou SSSC) e do sinal de entrada escolhido para o controlador POD.
Neste trabalho será utilizado como sinal de entrada para os controladores a variação da
potência ativa (P
e
) na LT de instalação do dispositivo. A escolha deste sinal se justifica por
ser um sinal disponível localmente, além de que os modos interárea de oscilação possuem alta
observabilidade neste sinal (YANG et al., 1998).
Os resultados da aplicação do método dos resíduos ao sistema simétrico são mostrados
na Tabela 5.2 e na Tabela 5.3, onde são apresentados os módulos dos resíduos da FTMA para
os dispositivos TCSC e SSSC, respectivamente, para suas possíveis localizações.
Pode-se escolher como a melhor localização para instalação do dispositivo FACTS
acoplado ao POD a interligação que possui o maior resíduo da função de transferência em
malha aberta (MARTINS; LIMA, 1990; YANG et al., 1998). Também é importante verificar
os valores de reatância das linhas de instalação (quanto menor a reatância da linha, menor a
faixa de compensação que pode ser introduzida) (SADIKOVIC, 2004). Além disso, o método
dos resíduos pode não fornecer a melhor localização se houver um zero mal posicionado na
FTMA, o que pode dificultar o deslocamento de um polo problemático, visto que este zero irá
atraí-lo (entenda por um zero mal posicionado a ocorrência de um zero muito próximo de um
Capítulo 5 86
polo de interesse ou o zero se localizar no semiplano direito do plano complexo) (MARTINS;
LIMA, 1990; MHASKAR; KULKARNI, 2006).
Tabela 5.2 – FACTS TCSC: Módulos dos Resíduos da FTMA
Linha de
Transmissão
Z(pu) Modo Local 1 Modo Local 2 Modo Interárea
1 – 5 0,001+j0,012 140,230 1,4993 20,201
Área 1
2 – 6 0,001+j0,012 274,220 0,2869 21,908
5 – 6 0,005+j0,05 142,580 1,4028 20,018
6 – 7 0,002+j0,2 1,3265 2,7771 166,520
Interligação
7 – 8 0,022+j0,22 0,7349 0,3717 27,869
8 – 9 0,002+j0,02 5,0980 1,2624 137,990
3 – 9 0,001+j0,012 6,1628 264,060 14,047
Área 2
9 – 10 0,005+j0,05 0,0917 154,860 18,388
4 – 10 0,001+j0,012 0,0889 152,980 18,687
Tabela 5.3 – FACTS SSSC: Módulos dos Resíduos da FTMA
Linha de
Transmissão
Z(pu) Modo Local 1 Modo Local 2 Modo Interárea
1 – 5 0,001+j0,012 19,811 0,210 2,660
Área 1
2 – 6 0,001+j0,012 32,300 0,038 2,484
5 – 6 0,005+j0,05 20,718 0,202 2,680
6 – 7 0,002+j0,2 0,107 0,195 10,760
Interligação
7 – 8 0,022+j0,22 0,330 0,161 12,825
8 – 9 0,002+j0,02 0,325 0,057 9,240
3 – 9 0,001+j0,012 0,656 29,024 1,420
Área 2
9 – 10 0,005+j0,05 0,011 20,030 2,272
4 – 10 0,001+j0,012 0,013 20,145 2,551
Analisando os valores mostrados na Tabela 5.2 e na Tabela 5.3 pode-se observar que
as interligações com maiores módulos de resíduos são as entre as barras 6-7, 7-8 e 8-9. Isso
pode ser explicado pelo fato de que essas linhas serem uma extensão da linha de interligação,
ou seja, constituem em um caminho obrigatório para o fluxo interárea.
Entretanto, analisando os dados das linhas do SEP (Apêndice II) e também observando
Capítulo 5 87
as Tabelas 5.2 e Tabela 5.3, observa-se que a linha de transmissão de maior reatância é a que
está entre as barras 7-8, o que propiciaria um maior índice de compensação, quando
comparada com as outras duas possíveis localizações.
Outro fato a ser considerado é a existência de zeros mal posicionados na FTMA. Para
este sistema em particular, quando o sinal de entrada para os controladores é a variação da
potência ativa na linha de interligação, ocorre um zero no semiplano direito do plano
complexo associado ao modo interárea de oscilação. Este zero atrairá o polo, dificultando o
seu deslocamento (MOURA et al., 2010).
Em função dos argumentos expostos decidiu-se pela instalação dos dispositivos
FACTS e seus respectivos controladores suplementares entre as barras 7 e 8 do SEP teste.
Com a localização dos dispositivos FACTS acoplado aos controladores POD definida
(interligação entre as barras 7 e 8), também fica definido o sinal de entrada para os
controladores POD, a saber, o fluxo de potência ativa entre as barras 7 e 8 (P
78
).
Na próxima seção será tratado do ajuste dos parâmetros dos controladores pelo método
clássico (compensação de fase) e pelo método neural.
5.4. Ajuste dos Parâmetros dos Controladores POD – Método Clássico
Neste caso o ajuste dos parâmetros é realizado pelo método dos resíduos da função de
transferência em malha aberta (MARTINS; LIMA, 1990; YANG et al., 1998) utilizando as
equações (4.9) (Capítulo 4) e os valores obtidos são mostrados na Tabela 5.4.
Tabela 5.4 – Parâmetros do Controlador POD: dispositivo TCSC/SSSC (Método Clássico)
K
POD
T
1
(s) T
2
(s) T
3
(s) T
4
(s)
TCSC
0,1492 0,0806 0,6914 0,0806 0,6914
SSSC
0,2290 0,0947 0,5925 0,0947 0,5925
Analisando os valores mostrados na Tabela 5.4 conclui-se que os controladores para
os dois dispositivos são de atraso de fase. Mais ainda: o controlador destinado ao dispositivo
FACTS SSSC exige um ganho maior que o controlador a ser acoplado ao TCSC, para um
mesmo valor de coeficiente de amortecimento de projeto. Isto implica em se exigir uma maior
atuação do controlador do SSSC do que do controlador do TCSC.
Capítulo 5 88
Depois de incluso o dispositivo TCSC equipado com seu controlador POD (ajustado
com os parâmetros mostrados na Tabela 5.4) no sistema elétrico de potência, novas
simulações foram realizadas e os autovalores de interesse, bem como os coeficientes de
amortecimento (ζ) e as frequências naturais (ω
n
) a eles associados são dados na Tabela 5.5.
Tabela 5.5 – FACTS TCSC: Autovalores Dominantes, ξ e ω
n
Autovalores
ζ
ω
ωω
ω
n
(Hz)
-0,2437 ± j 6,2980 (local 1) 0,0387 1,0031
-0,1638 ± j 5,8792 (local 2) 0,0279 0,9361
-0,4107 ± j 4,3762 (interárea) 0,0934 0,6996
-1,3032 ± j 0,8742 (controlador 1) 0,8305 0,2498
-19,6530 ± j 0,1786 (controlador 2) 0,9999 3,1279
A análise dos autovalores mostrados na Tabela 5.5 permite concluir que o sistema
torna-se estável após a inserção do dispositivo TCSC com seu controlador acoplado.
Além
disso, pode-se observar que o coeficiente de amortecimento obtido para o modo interárea é
bastante próximo do especificado em projeto.
Quanto aos modos locais de oscilação, eles também sofrem deslocamentos com a
atuação do TCSC sendo que para a situação simulada ambos os modos se tornam mais
amortecidos, quando comparados com os valores dados na Tabela 5.1.
Observe também que a atuação do controlador POD faz com que sejam excitados dois
modos oscilatórios, aqui chamados de modo controlador 1 e modo controlador 2. Estes novos
modos não devem comprometer a integridade do sistema, pois são bastante amortecidos
(coeficientes de amortecimento em 0,8305 e 0,9999, respectivamente).
Considerando o controlador POD para o dispositivo SSSC com os parâmetros
mostrados na Tabela 5.4 foram realizadas novas simulações e os autovalores dominantes da
matriz de estados e seus coeficientes de amortecimento e frequências naturais associados são
mostrados na Tabela 5.6.
Da análise dos autovalores mostrados na Tabela 5.6 se pode concluir pela estabilidade
do sistema elétrico após a inserção do dispositivo SSSC com controlador POD.
Também pode
ser observado
que o coeficiente de amortecimento real do modo interárea é bastante próximo
do valor de projeto (ξ = 0,1008).
Capítulo 5 89
Tabela 5.6 – FACTS SSSC: Autovalores Dominantes, ω
n
e ξ
Autovalores
ζ
ω
ωω
ω
n
(Hz)
-0,2428 ± j 6,2956 (local 1) 0,0385 1,0027
-0,1630 ± j 5,8778 (local 2) 0,0277 0,9358
-0,4205 ± j 4,1513 (interárea) 0,1008 0,6641
-1,5754 ± j 0,8976 (controlador) 0,8689 0,2886
No que se referem aos modos locais de oscilação, eles também sofrem deslocamentos
com a atuação dos dispositivos FACTS, sendo que para a situação simulada ambos os modos
também se tornaram mais amortecidos, quando comparados com os valores da Tabela 5.1.
Observe ainda que no caso do dispositivo SSSC com um controlador POD acoplado é
excitado apenas mais um modo oscilatório (chamado de modo controlador na Tabela 5.6).
Este modo não compromete a estabilidade do sistema elétrico, pois possui coeficiente de
amortecimento elevado (ξ = 0,8689).
Na Figura 5.2 e na Figura 5.3 são mostrados os comportamentos dos ângulos internos
das máquinas geradoras 3 (pertencente à área 2) e 2 (pertencente à área 1), em relação ao
ângulo interno da máquina 1 (pertencente à área 1), após uma perturbação em degrau de 0,05
pu no torque mecânico de entrada do gerador 1 (∆δ
3
∆δ
1
e ∆δ
2
∆δ
1
, respectivamente).
Figura 5.2 – Ângulo Interno: Máquina Geradora 3:
3 1
δ δ
0
1
2
3
4
5 6
7
8
9
10
-0,018
-0,016
-0,014
-0,012
-0,01
-0,008
-0.006
-0.004
-0.002
0
0.002
ângulo interno da máquina geradora 3 (ra
d)
Tempo (s)
TCSC
SSSC
caso base
Capítulo 5 90
Figura 5.3 – Ângulo Interno: Máquina Geradora 2:
δ δ
Comparando-se as curvas estáveis das Figuras 5.2 e 5.3 pode-se afirmar que a
máquina 3 é mais afetada pela perturbação que a máquina 2 (o desvio em regime permanente
do ângulo interno da máquina 3 é maior que o da máquina 2).
Na Figura 5.4 é mostrado o comportamento dos desvios do fluxo de potência ativa na
linha de transmissão 7-8 (local de instalação do conjunto (TCSC/SSSC) +POD), para o caso
base e com a atuação dos dispositivos TCSC e SSSC equipados com controlador POD. A
análise das curvas mostradas permite afirmar que os dispositivos TCSC e SSSC conseguiram
controlar o fluxo de potência ativa na linha de transmissão 7-8.
Figura 5.4 – Desvio do Fluxo de Potência Ativa na Linha de Transmissão 7-8
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1
0
-0.02
-0.01
0
0.01
0.02
0.03
0.04
0.05
0.06
0.07
SSSC
TCSC
caso base
0 1
2
3
4 5 6 7
8
9
10
-0.01
-0.009
-0.008
-0.007
-0.006
-0.005
-0.004
-0.003
-0.002
-0.001
0
ângulo interno da máquina geradora 2 (rad)
TCSC≈SSSC
caso base
Tempo (s)
Tempo (s
)
desvio do fluxo de pot
ência ativa (pu)
Capítulo 5 91
Observando as curvas mostradas (Figuras 5.2 à Figura 5.4) vê-se que a atuação dos
dispositivos FACTS seja o TCSC ou o SSSC com seus respectivos controladores tornou o
sistema estável (como concluído pela análise dos autovalores Tabela 5.5 e Tabela 5.6)
sendo esta estabilidade caracterizada por oscilações de amplitude decrescente.
5.5. Ajuste dos Parâmetros dos Controladores POD – Método Neural
Neural Network Toolbox é uma ferramenta para elaboração, execução, visualização e
simulação de redes neurais contida no software Matlab
®
. A ferramenta fornece suporte
completo para projetar e gerenciar redes neurais, além de simplificar a criação de funções e
redes neurais personalizadas.
A rede neural que será utilizada neste trabalho é a Perceptron Multicamadas com
treinamento supervisionado (Levenberg-Marquardt).
A estrutura da RNA é composta por 1 camada de entrada com dois neurônios (as
variações da potência ativa gerada pela máquina 4 e as variações da potência ativa entre as
barras 7 e 8), 1 camada intermediária com 3 neurônios e 1 camada de saída com três
neurônios (T
1
, T
2
e K
POD
).
A escolha das entradas da RNA deveu-se ao fato de que testes preliminares mostraram
que tais variáveis traduziam melhor o comportamento do sistema elétrico. As saídas da RNA
são os parâmetros dos controladores POD.
A coleta dos padrões de treinamento da RNA (entradas e saídas) capazes de reproduzir
situações (não necessariamente reais) do sistema elétrico para o projeto dos PODs foi
realizado pelo método dos resíduos (Febres e Araujo, 2008). Para este fim os desvios da
potência ativa gerada pela máquina 4 (barra slack do sistema) e os desvios da potência ativa
na linha de transmissão entre as barras 7 e 8 sofreram variações na faixa de 1% a 12%.
Primeiramente foi alterado o carregamento da barra 7 para mais e para menos do que o
caso base. Na sequência o mesmo procedimento foi realizado para a barra 8. A partir destas
simulações foram obtidas as entradas utilizadas para o treinamento da RNA, sendo que estes
padrões foram utilizados para os dois dispositivos (TCSC e SSSC). Após o treinamento, a
RNA se tornou capaz de realizar o projeto dos PODs para situações em que foi treinada e
também para condições de operação inéditas.
Na Tabela 5.7 são mostrados os parâmetros para controladores PODs para os
dispositivos TCSC e SSSC obtidos através da RNA, considerando como ponto de operação o
Capítulo 5 92
caso base do sistema elétrico de potência, que é uma situação conhecida pela RNA (ponto de
operação que fez parte do treinamento pela RNA).
Tabela 5.7 – Parâmetros do Controlador POD: dispositivo TCSC/SSSC (Método Neural:
situação treinada pela RNA)
K
POD
T
1
(s) T
2
(s) T
3
(s) T
4
(s)
TCSC
0,1494 0,0807 0,6934 0,0807 0,6934
SSSC
0,2290 0,0947 0,5930 0,0947 0,5930
Comparando os valores dos parâmetros dos PODs mostrados na Tabela 5.7 (método
neural, situação treinada pela RNA) com os da Tabela 5.4 (método clássico) pode-se observar
que são bastante próximos. Este resultado era esperado pois em ambos os casos o ajuste foi
feito para o caso base.
Quanto aos valores mostrados na Tabela 5.7 novamente se verifica que os
controladores são de atraso de fase. Além disso, o controlador destinado ao dispositivo
FACTS SSSC também exige um ganho maior que o controlador a ser acoplado ao TCSC,
para uma ação de controle equivalente, implicando em um maior esforço de controle para o
controlador associado ao SSSC.
Depois de incluso os dispositivos TCSC e SSSC equipados com seus respectivos
controladores no sistema elétrico de potência, novas simulações foram realizadas e os
autovalores de interesse, bem como os coeficientes de amortecimento (ζ) e as frequências
naturais (ω
n
) a eles associados são dados na Tabela 5.8 e na Tabela 5.9.
Tabela 5.8 – FACTS TCSC: Autovalores Dominantes, ξ e ω
n
(situação treinada pela RNA)
Autovalores
ζ
ω
ωω
ω
n
(Hz)
-0,2437 ± j 6,298
(local 1)
0,0387 1,0031
-0,1638 ± j 5,8792
(local 2)
0,0279 0,9361
-0,4086 ± j 4,3762
(interárea)
0,0930 0,6995
-1,3007 ± j 0,87105
(controlador 1)
0,8309 0,2492
-19,6530 ± j 0,17805
(controlador 2)
0,9999 3,1279
Capítulo 5 93
Tabela 5.9 – FACTS SSSC: Autovalores Dominantes, ω
n
e ξ (situação treinada pela RNA)
Autovalores
ζ
ω
ωω
ω
n
(Hz)
-0,2428 ± j 6,2956
(local 1)
0,0385 1,0027
-0,1630 ± j 5,8777
(local 2)
0,0277 0,9358
-0,4198 ± j 4,1518
(interárea)
0,1006 0,6642
-1,5741 ± j 0,89647
(controlador)
0,8690 0,2883
A análise dos autovalores mostrados na Tabela 5.8 e Tabela 5.9 permite concluir que o
sistema elétrico de potência se torna estável após a inserção dos dispositivos FACTS
acoplados aos seus respectivos controladores PODs cujos parâmetros foram calculados
através da RNA. Além disso, pode-se observar que o coeficiente de amortecimento real do
modo interárea é o de projeto para a atuação do dispositivo SSSC (0.1006) e bastante próximo
do desejado para o dispositivo TCSC (0.0930).
Quanto aos modos locais de oscilação, eles também sofrem deslocamentos com a
atuação dos FACTS e seus controladores sendo que para a situação simulada ambos os modos
se tornam mais amortecidos, quando comparados com os valores mostrados na Tabela 5.1
(sistema elétrico sem compensação). Se a comparação for feita com os valores mostrados nas
Tabelas 5.5 e 5.6 (autovalores obtidos com os PODs ajustados pelo método clássico), pode-se
afirmar que a ação dos controladores sob os modos locais é a mesma, independente do
método de ajuste utilizado.
Assim como quando da atuação dos controladores ajustados pelo método clássico, é
importante notar que a inclusão do dispositivo TCSC acoplado ao POD excita mais dois
modos oscilatórios no sistema de potência (modos controladores 1 e 2 – Tabela 5.8). A
operação do dispositivo SSSC em conjunto com o POD excita novamente apenas mais um
modo oscilatório (modo controlador, na Tabela 5.9). Observe que estes modos não são do tipo
local nem do tipo interárea, estando relacionados com a estrutura e princípio de
funcionamento dos FACTS e PODs e não comprometem a integridade do sistema elétrico
pois são fortemente amortecidos (apresentam valores elevados de coeficiente de
amortecimento ξ).
Capítulo 5 94
Figura 5.5 – Ângulo Interno: Máquina Geradora 3:
3 1
δ δ
Na Figura 5.5 e na Figura 5.6 são mostrados os comportamentos dos ângulos internos
das máquinas geradoras 3 (pertencente à área 2) e 2 (pertencente à área 1) em relação ao
ângulo interno da máquina 1 (pertencente à área 1), após uma perturbação em degrau de 0,05
pu no torque mecânico de entrada do gerador 1 (δ
3
δ
1
e ∆δ
2
δ
1
, respectivamente). Na
Figura 5.7 são apresentados os desvios do fluxo de potência ativa na linha de transmissão
entre as barras 7 e 8 (local de instalação do conjunto TCSC/SSSC com os respectivos PODs).
Figura 5.6 – Ângulo Interno: Máquina Geradora 2:
δ δ
0
1 2 3 4
5
6 7
8
9 10
-0.018
-0.016
-0.014
-0.012
-
0.01
-0.008
-0.006
-0.004
-0.002
0
0.002
ângulo interno da máquina geradora 3 (rad)
Tempo (s
)
TCSC
SSSC
caso base
0
1
2
3
4 5
6
7 8
9
10
-0.01
-0.009
-0.008
-0.007
-0.006
-0.005
-0.004
-0.003
-0.002
-0.001
0
TCSC≈SSSC
caso base
ângulo interno da máquina geradora 2 (rad)
Tempo (s)
Capítulo 5 95
Figura 5.7 – Desvio do Fluxo de Potência Ativa na Linha de Transmissão 7-8
A partir dos gráficos mostrados nestas Figuras pode-se concluir novamente pela
estabilidade do sistema elétrico de potência devido à atuação dos dispositivos FACTS e seus
controladores adicionais.
Comparando-se os gráficos mostrados na Figuras 5.5 (obtidos com os PODs ajustados
pelo método neural) com os gráficos apresentados na Figura 5.2 (obtidos com os PODs
ajustados pelo método clássico), observa-se que são bastante próximos. Este comportamento
deve-se ao fato de que os padrões de treinamento utilizados na RNA foram coletados através
do método clássico e em ambos os casos (método clássico ou método neural) o projeto foi
realizado para o caso base. As mesmas conclusões podem ser obtidas comparando-se as
Figuras 5.3 e 5.6 e as Figuras 5.4 e 5.7.
Uma grande vantagem da RNA é a sua capacidade de generalização, isto é,
particularizando para o caso deste trabalho, o fornecimento de parâmetros do controlador
POD em situações na qual ela não foi treinada.
Para exemplificar esta capacidade, foi considerada uma situação em que as cargas
ativas das barras 7 e 8 sofrem um aumento de 8% e 5%, respectivamente (situação não
utilizada no treinamento da RNA). Após o processamento da RNA, são obtidos novos
parâmetros dos controladores POD, que são mostrados na Tabela 5.10.
Novamente, a partir dos valores obtidos para os parâmetros, pode-se afirmar que os
controladores são de atraso de fase e que o controlador POD projetado para o dispositivo
TCSC requer um maior ganho quando comparado com o controlador projetado para o
0 1 2 3 4 5
6
7 8
9
10
-
0.02
-
0.01
0
0.01
0.02
0.03
0.04
0.05
0.06
0.07
TCSC
SSSC
caso base
desvio do fluxo de potência ativa (pu)
Tempo (s)
Capítulo 5 96
dispositivo SSSC.
Tabela 5.10 – Parâmetros do Controlador POD: dispositivo TCSC/SSSC (Método Neural:
situação não treinada pela RNA)
K
POD
T
1
(s) T
2
(s) T
3
(s) T
4
(s)
TCSC
0,2968 0,0761 0,7012
0,0761 0,7012
SSSC
0,2321 0,0923 0,5986
0,0923 0,5986
Uma comparação entre os valores dos parâmetros mostrados na Tabela 5.7 (método
neural, situação apresentada para a RNA) com os da Tabela 5.10 (método neural, situação
não apresentada à RNA) permite concluir que o POD associado ao TCSC é mais sensível às
variações do ponto de operação que o POD associado ao dispositivo SSSC (observe que o
ganho do controlador associado ao TCSC sofre alteração bem maior que o ganho do
controlador associado ao SSSC, para uma mesma variação no ponto de operação do sistema
elétrico de potência).
Os dispositivos FACTS com os controladores ajustados de acordo com os valores
dados na Tabela 5.10 foram colocados em operação no sistema elétrico e novas simulações
foram realizadas. Os autovalores de interesse, bem como os coeficientes de amortecimento (ζ)
e as frequências naturais (ω
n
) a eles associados são dados na Tabela 5.11 e na Tabela 5.12.
Tabela 5.11 – FACTS TCSC: Autovalores Dominantes, ξ e ω
n
(situação não treinada pela
RNA)
Autovalores
ζ
ω
ωω
ω
n
(Hz)
-0,2381 ± j 6,3000
(local 1)
0,0378 1,0034
-0,0224 ± j 6,1120
(local 2)
0,0037 0,9727
-0,4263 ± j 4,5112
(interárea)
0,0941 0,7212
-1,2249 ± j 0,8658
(controlador 1)
0,8166 0,2387
-19,7760 ± j 0,6629
(controlador 2)
0,9994 3,1492
Capítulo 5 97
Tabela 5.12 – FACTS SSSC: Autovalores Dominantes, ω
n
e ξ (situação não treinada pela
RNA)
Autovalores
ζ
ω
ωω
ω
n
(Hz)
-0,2369 ± j 6,2959
(local 1)
0,0376 1,0027
-0,0203 ± j 6,1140
(local 2)
0,0033 0,9731
-0,4373 ± j 4,2614
(interárea)
0,1021 0,6818
-1,5210 ± j 0,8835
(controlador)
0,8647 0,2800
Analisando os valores mostrados nas Tabelas 5.11 e 5.12 pode-se afirmar que a RNA
foi capaz de calcular os parâmetros dos controladores PODs em uma situação não treinada
com eficiência, pois os coeficientes de amortecimento real do modo interárea (0,0941 para a
atuação do TCSC e 0,1021 para o SSSC) estão bem próximos do coeficiente de
amortecimento especificado em projeto.
Quanto aos modos locais, estes também sofrem deslocamentos no plano complexo
como nos casos simulados anteriormente.
Comparando-se os valores relacionados ao modo local 1 da Tabela 5.1 com os
mostrados nas Tabelas 5.11 e 5.12 pode-se concluir que este sofre pequena alteração,
tornando-se um pouco mais amortecido. Se a comparação for realizada entre os valores
mostrados nas Tabelas 5.5 e 5.6 (ou Tabelas 5.8 e 5.9) com os das Tabelas 5.11 e 5.12 a
conclusão é que o modo local 1 sofre pequeno deslocamento, tornando-se menos amortecido.
Com relação ao modo local 2, para os parâmetros de ajuste mostrados na Tabela 5.10,
este sofre grande deslocamento, tornando-se fracamente amortecido quando comparado com
os valores obtidos para as outras condições de ajuste (Tabelas 5.1, 5.5, 5.6, 5.8 e 5.9).
No caso do sistema teste considerado esta diminuição de amortecimento não resultou
em instabilidade, mas deve ser preocupante. Se esta tendência de baixo amortecimento do
modo local 2 obtido com os parâmetros dos PODs listados na Tabela 5.10 continuar para
outros pontos de operação, a estabilidade do sistema elétrico de potência poderá ser
comprometida. Para se evitar esta situação, um projeto coordenado dos dispositivos TCSC ou
SSSC equipados com PODs e Estabilizadores de Sistemas de Potência é recomendado para
tornar o sistema eletricamente mais robusto.
Na Figura 5.8 é mostrado os comportamentos dos ângulos internos da máquina 3
Capítulo 5 98
(pertencente à área 2) em relação ao ângulo interno da máquina 1 (pertencente à área 1).
Figura 5.8 – Ângulo Interno: Máquina Geradora 3:
3 1
δ δ
Figura 5.9 – Desvio do Fluxo de Potência Ativa na Linha de Transmissão 7-8
Na Figura 5.9 é mostrado o comportamento dos desvios do fluxo de potência ativa na
linha de transmissão entre as barras 7 e 8 (local de instalação dos dispositivos FACTS).
A análise das curvas mostradas em ambas as Figuras permite concluir pela
estabilidade do sistema elétrico de potência, caracterizada por oscilações de amplitude
decrescente.
0
1 2
3
4 5
6
7
8
9
10
-0,018
-0,016
-0,014
-0,012
-0,01
-0,008
-0,006
-0,004
-0,002
0
-0,002
â
ngulo interno da máquina geradora 3 (rad)
TCSC
SSSC
sem FACTS
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9 10
-0.04
-0.02
0
0.02
0.04
0.06
0.08
desvio do fluxo de potência ativa (pu)
TCSC
SSSC
sem FACTS
Tempo (s
)
Tempo (s)
Capítulo 5 99
A vantagem de se utilizar uma RNA no ajuste de parâmetros do controlador POD é
que ao se alterar o carregamento do sistema elétrico, a RNA (depois de feito o treinamento)
identifica o novo ponto de operação e modifica os parâmetros do controlador para manter o
coeficiente de amortecimento definido em projeto, não necessitando de um novo ajuste
manual (caso do método clássico).
Para se analisar este fato (para o caso do dispositivo TCSC) considere a Tabela 5.13
onde é mostrado o autovalor associado ao modo interárea considerando o ponto de operação
que reflete a situação não utilizada no treinamento da RNA (as cargas ativas das barras 7 e 8
sofrem um aumento de 8% e 5%, respectivamente).
Tabela 5.13 – FACTS TCSC: Comparação entre o Método Clássico e o Método Neural
Método de Ajuste Autovalores
ζ
ω
ωω
ω
n
(Hz)
Clássico
-0,19379 ± j 4,3881
(interárea)
0,0441 0,6991
Neural
-0,4263 ± j 4,5112
(interárea)
0,0941 0,7212
Quando se utiliza para este ponto de operação os parâmetros do POD mostrados na
Tabela 5.4 (método clássico), obtém-se um coeficiente de amortecimento associado ao modo
interárea de 0,0441, bem abaixo do especificado em projeto (0,1). Se os parâmetros do POD
são os mostrados na Tabela 5.10 (quando a RNA modifica os parâmetros para se considerar o
novo ponto de operação) o coeficiente de amortecimento que se obtém é de 0,0941, bastante
próximo do especificado em projeto.
O efeito desta diferença entre os coeficientes de amortecimento pode ser visualizado
nos gráficos mostrados na Figura 5.10 onde são apresentadas as curvas do ângulo interno da
máquina geradora 3 (pertencente à área 2) em relação ao ângulo interno da máquina 1
(pertencente à área 1).
Observe na Figura 5.10 que a curva referente ao ajuste pelo método clássico é bem
menos amortecida que a curva referente ao ajuste realizado pelo método neural. Isto implica
que o sistema elétrico com o POD ajustado pelo método clássico terá um maior intervalo de
tempo para se atingir a condição de regime permanente, se comparado com o sistema elétrico
onde o POD é ajustado pelo método neural.
Capítulo 5 100
Figura 5.10 – Ângulo Interno: Máquina Geradora 3:
3 1
δ δ
Na Tabela 5.14 são apresentados os coeficientes de amortecimento associados ao
modo interárea para as mesmas situações da Tabela 5.13, só que para o dispositivo SSSC.
Observe que os coeficientes de amortecimento obtidos com controladores projetados
pelos métodos clássico e neural estão bem próximos dos estipulados em projeto (0,1033 para
o método clássico e 0,1021 para o método neural.
Tabela 5.14 – FACTS SSSC: Comparação entre o Método Clássico e o Método Neural
Método de Ajuste Autovalores
ζ
ω
ωω
ω
n
(Hz)
Clássico
-0,4410± j 4,2477
(interárea)
0,1033 0,6991
Neural
-0,4373 ± j 4,2614
(interárea)
0,1021 0,6818
Este resultado mostra que no caso do sistema teste simulado e para as condições de
operação consideradas, o POD associado ao dispositivo SSSC é menos sensível às variações
do ponto de operação que o POD associado ao dispositivo TCSC (observe que os valores dos
parâmetros do POD associado ao SSSC mostrados nas Tabelas 5.4 (método clássico), 5.7
(método neural em situação treinada pela RNA) e 5.10 (método clássico em situação não
apresentada à RNA) são bastante próximos).
Baseado apenas neste resultado pode-se afirmar que o método clássico de ajuste
fornece parâmetros robustos para o controlador POD quando o dispositivo considerado for o
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
-0.015
-
0.01
-0.005
0
ângulo interno da máquina geradora 3 (rad)
neural
clássico
Tempo (s)
Capítulo 5 101
SSSC, diferentemente da situação onde o dispositivo é o TCSC o método neural é necessário
pois o POD associado a este dispositivo é mais sensível às variações do ponto de operação do
sistema elétrico de potência.
5.6. Conclusões
Neste Capítulo foram apresentados os resultados obtidos quando da inclusão dos
dispositivos FACTS TCSC e SSSC no Modelo Sensibilidade de Potência para sistemas
multimáquinas. As modelagens realizadas nos Capítulos 2 e 3 foram aplicadas a um sistema
de potência simétrico de duas áreas, por ter uma característica didática, fácil visualização e
estudo dos principais modos eletromecânicos de oscilação de baixa frequência (modos locais
e modos interáreas).
O sistema mostrou ter três modos de oscilação, sendo dois deles estáveis
(caracterizados como modos locais de oscilação) e um modo oscilatório instável com
frequência característica de modo de oscilação interárea.
A localização e ajuste dos parâmetros dos controladores para ambos os dispositivos
foram realizados a partir dos resíduos da função de transferência em malha aberta e um
método alternativo sugerido para o ajuste de parâmetros dos controladores, método neural
(que utiliza a RNA Perceptron Multicamadas para o ajuste dos parâmetros do POD).
Em comum, as atuações dos dois dispositivos com seus respectivos controladores,
introduziram torque de amortecimento de maneira eficaz ao sistema elétrico de potência,
tornando-o estável, independentemente do método utilizado para o projeto dos controladores
POD.
Porém, a justificativa da RNA não se aplica ao dispositivo SSSC, por que o ganho do
seu controlador POD (que faz a compensação de fase necessária para obter-se o
amortecimento desejado) é pouco sensível à mudança do ponto de operação do sistema
elétrico. Observou-se das simulações realizadas que uma vez ajustado os parâmetros do
controlador pelo método clássico e se o sistema for submetido a uma mudança do ponto de
operação, o coeficiente de amortecimento associado ao modo interárea ainda é bastante
próximo ao estipulado em projeto.
Comportamento diference ocorre quando o dispositivo é o TCSC, onde o ajuste pelo
método neural é mais necessário quando se comparado com o ajuste feito pelo método
clássico. As simulações mostraram que o ajuste feito pelo método clássico não consegue
Capítulo 5 102
manter o coeficiente de amortecimento especificado em projeto quando o sistema elétrico
altera o seu ponto de operação. Este coeficiente é mantido o de projeto quando o método
neural altera os parâmetros do POD, em função do ponto de operação do sistema elétrico de
potência.
Capítulo 6 103
CAPÍTULO 6
Conclusões e Trabalhos Futuros
Neste trabalho foram apresentados estudos referentes à estabilidade às pequenas
perturbações (estabilidade dinâmica) do SEP no ambiente multimáquinas, sob a ação de dois
dispositivos FACTS.
Foram comparadas as atuações dos dispositivos TCSC e SSSC com controladores
POD acoplados, para se introduzir amortecimento às oscilações de baixa frequência do
sistema elétrico de potência.
O modelo utilizado para se representar o SEP foi o Modelo de MSP, que é uma
alternativa ao modelo linear de Heffron & Phillips, que é bastante utilizado na literatura em
estudos da estabilidade de oscilações de baixa frequência. O princípio fundamental do MSP
baseia-se no fato de que o balanço de potências (ativa e reativa) deve ser satisfeito
continuamente em qualquer barra do sistema elétrico durante qualquer processo dinâmico.
Uma das vantagens de utilizar o MSP consiste em não ser necessária a representação
de um barramento infinito nem a redução do sistema externo de transmissão às barras internas
dos geradores, o que torna muito facilitada a sua extensão para o sistema de potência
multimáquinas. Além disso, a inclusão de outros dispositivos na modelagem é feita de
maneira relativamente simples, aproveitando todo o equacionamento anteriormente efetuado.
Realizada a formulação matemática do MSP, foram desenvolvidos os
equacionamentos dos dispositivos FACTS TCSC e SSSC, sendo avaliadas as características
mais importantes e relevantes desses dispositivos. Também foram apresentados estudos
funcionais dos mesmos, seguido de suas representações dinâmicas (modelagem). Estas
modelagens foram então incorporadas ao MSP.
Na sequência, para cada dispositivo, apresentou-se um modelo matemático que
descreve o seu controlador POD, bem como seu acoplamento ao dispositivo FACTS TCSC ou
SSSC. Com o controlador devidamente descrito incluiu-se a formulação matemática que
representa a instalação do TCSC e SSSC acoplados com controladores POD no MSP-
multimáquinas.
Para a localização e o ajuste dos parâmetros do POD foi utilizado o método dos
Capítulo 6 104
resíduos (método clássico) da função de transferência em malha aberta. Foi também realizado
o ajuste do POD utilizando-se redes neurais artificiais (método neural) para posterior
comparação com o método clássico.
Através da análise dos autovalores de um sistema de potência teste, pode-se concluir
que depois de inserido os dispositivos TCSC e SSSC acoplados aos controladores POD, o
sistema antes instável, se tornou estável, ou seja, os dispositivos e seus controladores
(ajustados pelo método clássico ou pelo método neural) cumpriram o objetivo de fornecer
amortecimento necessário a fim de estabilizar as oscilações eletromecânicas de baixa
frequência, associadas a um modo interárea de oscilação. As mesmas conclusões foram
obtidas a partir da análise no domínio do tempo para determinadas variáveis do sistema
elétrico. Além disso, observou-se a proximidade entre as curvas de respostas destas variáveis,
indicando uma atuação semelhante dos dois dispositivos.
No que se refere ao emprego da RNA PMC para o projeto dos parâmetros do
controlador POD, esta se mostrou eficaz, tanto para condições por ela treinadas quando para
condições desconhecidas.
Da análise feita dos parâmetros do controlador de cada dispositivo, pode-se concluir
que o ganho do controlador POD, projetado para o mesmo coeficiente de amortecimento
desejado, para o dispositivo SSSC é maior que o ganho do controlador POD para o
dispositivo TCSC, ou seja, ambos os controladores fornecem o amortecimento estipulado em
projeto para o sistema elétrico, porém o controlador acoplado ao dispositivo SSSC exigirá um
maior esforço de controle, quando comparado com o POD associado ao dispositivo TCSC.
Entretanto, quando ocorrem variações no carregamento do sistema, a alteração dos
parâmetros do controlador POD associado ao dispositivo SSSC para se manter o coeficiente
de amortecimento especificado é bem pequena quando comparada com as alterações
necessárias dos parâmetros do controlador POD associado ao dispositivo TCSC. Dito de outra
forma, nas condições avaliadas e para o sistema teste considerado, os parâmetros do
controlador associado ao dispositivo TCSC precisam ser reajustados para cada mudança do
ponto de operação do sistema elétrico de potência, enquanto que os parâmetros do POD
associado ao dispositivo SSSC sofrem pouca variação.
Em vista disso, no caso do sistema teste considerado e para os pontos de operação
avaliados, a questão de um novo ajuste dos parâmetros a cada mudança do ponto de operação
do sistema elétrico de potência se justifica somente para o dispositivo TCSC. Como
consequência, a utilização da RNA para projeto de parâmetros do controlador POD é indicada
Capítulo 6 105
para o dispositivo TCSC, enquanto que o método clássico supre satisfatoriamente as
condições do projeto do POD para o dispositivo SSSC.
Outra conclusão obtida a partir das simulações foi que a atuação do controlador POD
associado ao TCSC excita dois novos modos oscilatórios (modos controladores 1 e 2). No
caso do POD ser associado ao SSSC apenas um modo controlador é excitado.
De maneira geral, ambos os dispositivos se mostraram eficazes em fornecer
amortecimento às oscilações eletromecânicas de baixa frequência quando equipados com
controladores POD bem ajustados, com desempenhos muito semelhantes. Vale ressaltar que o
SSSC é considerado uma evolução do TCSC, porém, como se verificou através dos
resultados, o TCSC ainda é um dispositivo muito eficiente para o amortecimento de
oscilações eletromecânicas de baixa frequência quando comparado com o SSSC.
Para trabalhos futuros é proposta a utilização do método neural de ajuste para um
sistema de potência de maior porte como, por exemplo, o conhecido como “New England”.
Este sistema é interessante, pois tem como característica modos instáveis do tipo local e tipo
interárea. Assim, o ajuste coordenado dos parâmetros de controladores de diferentes filosofias
(como os estabilizadores de sistemas de potência para atuar sobre os modos locais e PODs
associados a dispositivos FACTS para agir sobre os modos interárea) atuando no sistema
elétrico seria necessário, justificando ainda mais a utilização de RNA’s em seus projetos.
Outro fato a ser levado em consideração é que a existência de modos instáveis de diferentes
características em um mesmo sistema de potência é muito próxima dos sistemas elétricos
reais.
Também é proposto um estudo mais aprofundado do comportamento dos dispositivos
TCSC e SSSC (entre outros dispositivos sugeridos) para analisar as características que os
diferem quando ambos são equipados com o mesmo controlador POD.
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Apêndice I 112
Apêndice I. Matriz de Transformação de Coordenadas
Considere dois sistemas de coordenadas distintos, conforme Figura A.I.1, onde tem-se
um sistema fixo, determinado pelos eixos real (r) e imaginário (m), e outro rotativo,
determinado pelos eixos direto (d) e em quadratura (q).
m
q
q
m
q
δ d
r
q
r
r
δ
d
m
d
d
Figura A.I.1 – Sistemas de coordenadas r,m e d,q
Da Figura A.I.1 pode-se expressar uma grandeza sobre o eixo real (r), como na
expressão (A.I.1).
r
q
r
dr += (A.I.1)
De maneira semelhante para uma grandeza no eixo imaginário (m), tem-se a equação
(A.I.2).
m
q
m
dm += (A.I.2)
Apêndice I 113
Da Figura A.I.1 também podem ser obtidas as relações trigonométricas de interesse,
descritas pelas equações (A.I.3).
d
d
sen
d
m
d
cos
q
q
sen
q
r
q
cos
r
m
=δ
=δ
=δ
=δ
(A.I.3)
Através de substituições pertinentes, pode ser escrito o sistema matricial que
transforma uma grandeza representada no sistema de coordenadas (r,m), para o sistema de
coordenadas (d,q) (equação A.I.4).
=
δδ
δδ
=
q
d
T
q
d
sencos
cossen
m
r
1
(A.I.4)
De maneira similar, obtém-se a transformada inversa entre os sistemas de coordenadas
(d,q) e (r,m) (equação A.I.5).
=
δδ
δδ
=
m
r
T
m
r
sencos
cossen
q
d
(A.I.5)
Apêndice II 114
Apêndice II. Dados do Sistema Multimáquinas
Os dados reproduzidos nas Tabelas A.II.1- A.II.4 podem ser encontrados em
(KUNDUR, 1994).
Tabela A.II.1 – Dados das Máquinas Geradoras
G1 G2 G3 G4
x’
d
(pu)
0,033 0,033 0,033 0,033
x
q
(pu)
0,19 0,19 0,19 0,19
x
d
(pu)
0,2 0,2 0,2 0,2
H (s)
54 54 63 63
D (pu)
0,1 0,1 0,1 0,1
T’
do
(s)
8 8 8 8
Tabela A.II.2 – Dados dos Reguladores Automáticos de Tensão
Variável
G1 G2 G3 G4
Kr (pu)
200 200 200 200
Tr (pu)
0,001 0,001 0,001 0,001
Tabela A.II.3 – Dados das Linhas de Transmissão
Barra Inicial Barra Final R (pu) X (pu) B (pu)
1 5 0,001 0,012 -
2 6 0,001 0,012 -
7 8 0,022 0,22 0,33
7 8 0,022 0,22 0,33
7 8 0,022 0,22 0,33
6 7 0,002 0,02 0,03
6 7 0,002 0,02 0,03
4 10 0,001 0,012 -
3 9 0,001 0,012 -
9 8 0,002 0,02 0,03
9 8 0,002 0,02 0,03
Apêndice II 115
Tabela A.II.4 – Dados das Linhas de Transmissão (continuação)
Barra Inicial Barra Final R (pu) X (pu) B (pu)
5 6 0,005 0,05 0,075
5 6 0,005 0,05 0,075
10 9 0,005 0,05 0,075
10 9 0,005 0,05 0,075
Tabela A.II.5 – Dados das Barras - Caso Base
Barra V (pu) Ang. (graus) P
G
(MW)
Q
G
(MVAr)
P
L
(MW)
Q
L
(MVAr)
1 1,0 8,683 700,00 195,97 - -
2 1,0 -2,088 700,00 505,25 - -
3 1,0 -11,92 700,00 601,55 - -
4 1,0 0 743,69 236,08 - -
5 0,973 3,846 - - - -
6 0,936 -6,928 - - - -
7 0,886 -16,16 - - 1159 212
8 0,865 -26,57 - - 1575 288
9 0,924 -16,76 - - - -
10 0,968 -5,149 - - - -
Referências 116
Anexo. Artigos Publicados
MENEZES, Maxwell Marques de; ARAUJO, Percival Bueno de. Ajuste de Parâmetros de
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XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE AUTOMÁTICA CBA 2010, paper n. 65845_1, p.
2008-2015, (Cd-rom).
MENEZES, Maxwell Martins de; ARAUJO, Percival Bueno de. Comparação de
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BRASILEIRO DE SISTEMAS ELÉTRICOS SBSE 2010, Belém do Pará-PA. Anais
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SISTEMAS ELÉTRICOS SBSE 2010, paper n. sbse2010-
0055, p. 01-06.
MENEZES, Maxwell Martins de; ARAUJO, Percival Bueno de. Ajuste de Parâmetros de
Controladores Suplementares para o Amortecimento de Oscilações Eletromecânicas em
SEP Utilizando Redes Neurais Artificiais. In: VI CONGRESSO DA ACADEMIA
TRINACIONAL DE CIENCIAS C3N, 2009, Foz do Iguaçu-PR. Anais do VI
CONGRESSO DA ACADEMIA TRINACIONAL DE CIENCIAS – C3N 2009, paper n.
60749_1, p. 01-09, (Cd-rom). ISSN: 1982-2758.
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