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ANDRÉ DOMINGHETTI FERREIRA
SELEÇÃO DE GENÓTIPOS DE CAFEEIROS
BOURBON PARA A PRODUÇÃO DE CAFÉS
ESPECIAIS
LAVRAS - MG
2010
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ANDRÉ DOMINGHETTI FERREIRA
SELEÇÃO DE GENÓTIPOS DE CAFEEIROS BOURBON PARA A
PRODUÇÃO DE CAFÉS ESPECIAIS
Tese apresentada à Universidade Federal de Lavras,
como parte das exigências do Programa de Pós-
Graduação em Agronomia/Fitotecnia, área de
concentração em Produção Vegetal, para a obtenção
do título de Doutor.
Orientador
Dr. Antônio Nazareno Guimarães Mendes
LAVRAS – MG
2010
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Ferreira, André Dominghetti.
Seleção de genótipos de cafeeiros Bourbon para a produção de
cafés especiais / André Dominghetti Ferreira. – Lavras : UFLA,
2010.
95 p. : il.
Tese (doutorado) – Universidade Federal de Lavras, 2010.
Orientador: Antônio Nazareno Guimarães Mendes.
Bibliografia.
1. Café. 2. Produtividade. 3. Análise sensorial. 4. Qualidade. I.
Universidade Federal de Lavras. II. Título.
CDD – 633.7323
Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca da UFLA
ANDRÉ DOMINGHETTI FERREIRA
SELEÇÃO DE GENÓTIPOS DE CAFEEIROS BOURBON PARA A
PRODUÇÃO DE CAFÉS ESPECIAIS
Tese apresentada à Universidade Federal de Lavras,
como parte das exigências do Programa de Pós-
Graduação em Agronomia/Fitotecnia, área de
concentração em Produção Vegetal, para a obtenção
do título de Doutor.
APROVADA em 22 de novembro de 2010.
Dr. César Elias Botelho EPAMIG
Dr. Flávio Meira Borém UFLA
Dr. Gladyston Rodrigues Carvalho EPAMIG
Dr. Marcelo Malta Ribeiro EPAMIG
Dr. Antônio Nazareno Guimarães Mendes
Orientador
LAVRAS – MG
2010
Aos meus pais, Francisco Roberto Ferreira e Lucia de Fátima Dominghetti
Ferreira, que me proporcionaram carinho e compreensão, sempre mostrando os
verdadeiros valores do ser humano.
Às minhas irmãs, Agda Ferreira e Adriana Dominghetti Ferreira, pela
amizade, compreensão e estímulo.
À minha sobrinha, Ana Beatriz Ferreira que, na sua inocência de criança,
proporciona a cada dia novas alegrias.
DEDICO
A Evelin, pela paciência, compreensão e carinho.
OFEREÇO
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida, saúde, proteção e sem O qual nada seria.
A Jesus Cristo, fonte imensurável de amor e inspiração, a quem devo
tudo o que sou.
À Nossa Senhora, Mãe em todos os momentos de minha vida.
À Universidade Federal de Lavras (UFLA), Pró-Reitoria de Pós-
Graduação e ao Departamento de Agricultura, por meio de seus professores e
funcionários, pela oportunidade de realização do curso.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes), pela concessão da bolsa de estudos.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(Fapemig) e ao Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
(CBP&D/Café), pela concessão dos recursos para a realização deste trabalho.
À Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig),
pela concessão dos experimentos que foram avaliados neste trabalho.
Ao professor Antônio Nazareno Guimarães Mendes, pela orientação,
pelos ensinamentos, apoio e amizade.
Ao pesquisador Gladyston Rodrigues Carvalho, pela amizade,
companheirismo, orientação e valiosas contribuições.
Ao pesquisador César Elias Botelho, pelo tempo dispensado à
transmissão de seus ensinamentos e pela amizade.
À pesquisadora Juliana Costa de Rezende, pela amizade e incentivo.
Ao pesquisador Marcelo Ribeiro Malta, pela ajuda e contribuições.
Ao professor Flávio Meira Borém, à professora Flávia Maria Avelar
Gonçalves e ao professor Rubens José Guimarães, pelos ensinamentos e
apoio, além de sugestões que muito contribuíram para a realização deste
trabalho.
Aos grandes amigos, Gladyston, César, Alex e Juliana, pelo
acolhimento, incentivo, presteza e companheirismo.
Aos senhores Ronaldo, Alexandrino e Valter, gerentes das fazendas
experimentais da Epamig de Três Pontas, Patrocínio e Lavras, respectivamente,
pela oportunidade de realizar este trabalho.
Aos proprietários das fazendas que forneceram as sementes dos
genótipos de Bourbon, para a realização do experimento.
Ao Sr. Francisco Falco, pela concessão da área e de funcionários para a
condução do experimento.
Aos proprietários das Fazendas Cerrado Grande e Samambaia, pelo
apoio durante a condução deste trabalho.
Aos funcionários do Setor de Cafeicultura: José Maurício, José
Avelino, Marcinho, Alexandre, Sérgio e Edson, pela experiência transmitida.
À secretária do Programa de Fitotecnia, Marli, pela paciência e auxílio.
Em especial, aos amigos Ramiro, Thamiris e Tiago (Tchucan’s), pela
amizade, ajuda e companheirismo.
Aos amigos e colegas de curso Alex, Vinícius, Luisa, Fabiana, Letícia,
João Paulo, Cristiano, Renato, Marcelo, Plínio, Deila, Bruno, Cynthia,
Kaio, Diego, Realino, Evandro, Luis Paulo, Noemia, Allan, Jeanny, Tales,
Beatriz, Aline, João, Pedro Henrique, Lucas, Mateus, Paulo, Gabriel, João
Marcos, Antônio Alfredo, Augusto, Estevam, Alessandro, Sérgio, Joyce,
Paulo, Guilherme, Luiza e Marine (in memoriam) e muitos outros que
contribuíram, direta ou indiretamente, para a realização deste trabalho.
Agradeço em especial ao amigo e companheiro de república Thiago
Henrique Pereira Reis, pela amizade, paciência e atenção.
MUITO OBRIGADO!
RESUMO
O consumo mundial de café tem sofrido pouca variação em termos de
quantidade. No entanto, a busca por cafés de excelente qualidade tem crescido
em larga escala, justificando o investimento em pesquisas nesta área. Dessa
forma, os cafeicultores precisam atualizar as técnicas de produção, buscando
reduzir custos e melhorar a qualidade do produto. O presente trabalho foi
realizado com o objetivo de selecionar genótipos de Bourbon para a produção de
cafés especiais. Foram instalados ensaios em duas regiões produtoras de café de
Minas Gerais, utilizando 17 genótipos de Bourbon e mais três cultivares
comerciais como testemunhas. Os experimentos foram instalados em blocos
casualizados com 3 repetições e parcelas com 10 plantas. Os resultados obtidos
permitem concluir que os genótipos de Bourbon apresentam elevado potencial
produtivo, com destaque para o Bourbon Vermelho FSJB, que apresentou maior
adaptabilidade e estabilidade. Quanto às características químicas, os ambientes
influenciam na resposta dos genótipos, sendo a acidez titulável total a
característica de maior contribuição na diferenciação dos genótipos. A
pontuação final obtida pelos genótipos de Bourbon indica que possuem elevado
potencial para a produção de cafés especiais, com destaque para o Bourbon
Amarelo LCJ 9 (Instituto Agronônico de Campinas), Bourbon Amarelo
(Fazenda Experimental da EPAMIG/Machado), Bourbon Amarelo FBJ e
Bourbon Amarelo FBV.
Palavras-chave: Café. Produtividade. Análise sensorial. Qualidade.
ABSTRACT
World coffee consumption has had low variation in quantity terms.
However, excellent quality coffee search has grown on a large scale, justifying
research investment in this area. Thus, coffee farmers need to upgrade
production techniques to reduce costs and improve quality product. This study
was conducted with the objective of selecting genotypes of Bourbon for special
coffee production. Experiments were installed in two coffee producing regions
of Minas Gerais, using 17 Bourbon genotypes and three commercial cultivars as
controls. The experiments were installed in randomized blocks with three
replicates and 10 plants. The results showed that Bourbon genotypes have high
yield potential, especially the Bourbon Vermelho FSJB, which showed greater
adaptability and stability. For chemical characteristics, the environments
influenced genotypes response, and the total acidity was the characteristic of
highest contribution to genotypes differentiation. The final score obtained by
Bourbon genotypes states that they have high potential to special coffee
production, especially Bourbon Amarelo LCJ 9 (Instituto Agronômico de
Campinas), Bourbon Amarelo (Fazenda Experimental da EPAMIG / Machado),
Bourbon Amarelo FBJ and Bourbon Amarelo FBV.
Keywords: Coffee. Productivity. Sensory analysis. Quality.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Dispersão gráfica de 20 genótipos de Coffea arabica L., em
relação à primeira (VC1) e à segunda (VC2) variáveis
canônicas obtidas com base em 8 caracteres, no município de
Campos Altos................................................................................... 69
Figura 2 Dispersão gráfica de 20 genótipos de Coffea arabica L., em
relação à primeira (VC1) e à segunda (VC2) variáveis
canônicas obtidas com base em 8 caracteres, no município de
Santo Antônio do Amparo ............................................................... 70
Figura 3 Dispersão gráfica de 20 genótipos de Coffea arabica L., em
relação à primeira (VC1) e à segunda (VC2) variáveis
canônicas obtidas com base em 8 caracteres, no município de
Patrocínio......................................................................................... 71
Figura 4 Dispersão gráfica de 20 genótipos de Coffea arabica L., em
relação à primeira (VC1) e à segunda (VC2) variáveis
canônicas obtidas com base em 8 caracteres, no município de
Lavras .............................................................................................. 72
Figura 5 Dispersão gráfica de 20 genótipos de Coffea arabica L., em
relação à primeira (VC1) e à segunda (VC2) variáveis
canônicas obtidas com base em 8 caracteres, no município de
Três Pontas....................................................................................... 73
Figura 6 Dispersão gráfica de 20 genótipos de Coffea arabica L., em
relação à primeira (VC1) e à segunda (VC2) variáveis
canônicas obtidas com base em nove caracteres.............................. 79
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Teores de alguns componentes químicos em café em g/100g,
segundo a ABIC............................................................................... 29
Quadro 2 Características sensoriais recomendáveis e qualidade global da
bebida, segundo a ABIC .................................................................. 29
Quadro 3 Relação de genótipos de Bourbon e de cultivares comerciais de
cafeeiro avaliadas em experimentos nas regiões Sul e Alto
Paranaíba de Minas Gerais. Epamig, 2010 ...................................... 37
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Região geográfica, variáveis climáticas e caracterização dos
locais de instalação dos experimentos no estado de Minas
Gerais. Epamig, 2010.................................................................... 38
Tabela 2 Resumo da análise de variância para produtividade,
uniformidade de maturação (MAT), porcentagem de frutos
chochos (%CH), vigor vegetativo, porcentagem de grãos com
peneira 16 acima (PEN) e porcentagem de grãos chatos
(%GCH) de genótipos de Bourbon e de cultivares comerciais
de cafeeiro avaliadas em experimentos nas regiões Sul e Alto
Paranaíba de Minas Gerais. Epamig, 2010.................................... 48
Tabela 3 Médias de produtividade, em sacas de 60 kg.ha
-1
, de genótipos
de Bourbon e de cultivares comerciais de cafeeiro avaliadas
em experimentos nas regiões Sul e Alto Paranaíba de Minas
Gerais. Epamig, 2010.................................................................... 50
Tabela 4 Estimativa da média (Y
i
), desvios (S
i
) e do índice de confiança
(I
i
), segundo o método proposto por Annicchiarico (1992),
para produtividade de café beneficiado, em sacas de 60 kg.ha
-1
de genótipos de Bourbon e de cultivares comerciais de
cafeeiro avaliadas em experimentos nas regiões Sul e Alto
Paranaíba de Minas Gerais. Epamig, 2010.................................... 51
Tabela 5 Porcentagem média de frutos cereja, expressa em
porcentagem de frutos no estádio cereja de genótipos de
Bourbon e de cultivares comerciais de cafeeiro avaliadas em
experimentos nas regiões Sul e Alto Paranaíba de Minas
Gerais. Epamig, 2010.................................................................... 54
Tabela 6 Porcentagem média de grãos chochos dos 20 genótipos em
cinco locais de Minas Gerais conduzidos por três anos.
Epamig, 2010 ................................................................................ 57
Tabela 7 Notas de vigor vegetativo dos 20 genótipos em cinco locais de
Minas Gerais – média de três anos. Epamig, 2010 ....................... 59
Tabela 8 Porcentagem de grãos chatos e peneira 16 acima dos 20
genótipos em cinco locais de Minas Gerais – média de três
anos. Epamig, 2010....................................................................... 62
Tabela 9 Autovetores (Y
i
), autovalores, explicação individual e
acumulada das duas variáveis canônicas originais selecionadas
obtidas com base em oito caracteres avaliados em 20
genótipos de cafeeiros em cinco ambientes. Epamig, 2010.......... 64
Tabela 10 Importância relativa dos caracteres estudados nas variáveis
canônicas (VC) de 20 genótipos de cafeeiro nos cinco
ambientes. Epamig, 2010 .............................................................. 66
Tabela 11 Agrupamento genético dos genótipos com base na distância de
Mahalanobis e método multivariado mutuamente exclusivo de
Tocher referente ao ambiente de Campos Altos. Epamig, 2010... 67
Tabela 12 Agrupamento genético dos genótipos com base na distância de
Mahalanobis e método multivariado mutuamente exclusivo de
Tocher referente ao ambiente de Santo Antônio do Amparo.
Epamig, 2010 ................................................................................ 68
Tabela 13 Agrupamento genético dos genótipos com base na distância de
Mahalanobis e método multivariado mutuamente exclusivo de
Tocher referente ao ambiente de Patrocínio. Epamig, 2010 ......... 68
Tabela 14 Agrupamento genético dos genótipos com base na distância de
Mahalanobis e método multivariado mutuamente exclusivo de
Tocher referente ao ambiente de Lavras. Epamig, 2010............... 68
Tabela 15 Agrupamento genético dos genótipos com base na distância de
Mahalanobis e método multivariado mutuamente exclusivo de
Tocher referente ao ambiente de Três Pontas. Epamig, 2010 ....... 68
Tabela 16 Autovetores (Y
i
), autovalores, explicação individual e
acumulada das duas variáveis canônicas originais selecionadas
obtidas com base em nove caracteres avaliados em 20
genótipos de cafeeiros. Epamig, 2010........................................... 76
Tabela 17 Importância relativa dos caracteres estudados nas variáveis
canônicas (VC) de 20 genótipos de cafeeiro. Epamig, 2010......... 76
Tabela 18 Agrupamento genético dos genótipos com base na distância de
Mahalanobis e método multivariado mutuamente exclusivo de
Tocher. Epamig, 2010................................................................... 77
Tabela 19 Nota final dos vinte0 genótipos estudados – média dos três
anos e dos cinco locais. Epamig, 2010......................................... 80
Tabela 20 Notas finais médias dos 20 genótipos em cada ambiente de
cultivo. Epamig, 2010 ................................................................... 82
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................... 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................... 18
2.1 Melhoramento do cafeeiro e qualidade de bebida......................... 18
2.2 Cafés especiais................................................................................... 20
2.3 Caracterização, potencial de produtividade e qualidade da
cultivar Bourbon............................................................................... 22
2.4 Condições edafoclimáticas ............................................................... 24
2.5 Aspectos sensoriais ........................................................................... 26
2.6 Aspectos químicos e físico-químicos do café .................................. 27
2.6.1 Polifenóis ........................................................................................... 30
2.6.2 Acidez ................................................................................................ 31
2.6.3 Lixiviação de potássio ...................................................................... 32
2.6.4 Açúcares totais, redutores e não redutores .................................... 33
2.7 Análise das variáveis canônicas....................................................... 34
3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................. 36
3.1 Caracterização dos experimentos ................................................... 36
3.2 Colheita e avaliações de campo ....................................................... 39
3.2.1 Características agronômicas............................................................ 39
3.2.1.1 Produtividade de café beneficiado .................................................. 39
3.2.1.2 Porcentagem de frutos cereja.......................................................... 39
3.2.1.3 Porcentagem de frutos chochos....................................................... 39
3.2.1.4 Vigor vegetativo................................................................................ 40
3.2.1.5 Porcentagem de grãos chatos e de grãos com peneira 16
acima.................................................................................................. 40
3.2.2 Preparo e processamento das amostras.......................................... 40
3.2.3 Análises químicas e físico-químicas do café ................................... 41
3.2.3.1 Teor de água ..................................................................................... 42
3.2.3.2 Condutividade elétrica..................................................................... 42
3.2.3.3 Lixiviação de íons potássio............................................................... 42
3.2.3.4 Acidez total titulável......................................................................... 42
3.2.3.5 Açúcares redutores, não redutores e totais .................................... 43
3.2.3.6 Polifenóis ........................................................................................... 43
3.2.4 Avaliação dos atributos sensoriais .................................................. 43
3.3 Delineamento experimental e análise estatística............................ 44
3.3.1 Análise estatística das características agronômicas ...................... 44
3.3.2 Metodologia de Annicchiarico (1992) ............................................. 45
3.3.3 Análises estatísticas das variáveis físico-químicas e químicas...... 45
3.3.4 Análises estatísticas das variáveis sensoriais.................................. 46
3.3.4.1 Análise univariada............................................................................ 46
3.3.4.2 Análise multivariada ........................................................................ 46
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................... 47
4.1 Características agronômicas............................................................ 47
4.1.1 Análise conjunta e estabilidade de produção................................. 47
4.1.2 Porcentagem de frutos cereja.......................................................... 53
4.1.3 Porcentagem de grãos chochos........................................................ 56
4.1.4 Vigor vegetativo................................................................................ 58
4.1.5 Porcentagem de grãos chatos e peneira alta .................................. 60
4.2 Características químicas e físico-químicas..................................... 63
4.3 Características sensoriais................................................................. 75
5 CONCLUSÕES ................................................................................ 84
REFERÊNCIAS ............................................................................... 85
16
1 INTRODUÇÃO
A trajetória da cafeicultura brasileira é marcada por várias modificações
no modelo produtivo. Uma das mais importantes é a passagem de uma atividade
econômica pioneira e extrativista para um modelo tecnológico voltado
fundamentalmente para a produtividade.
Pela introdução de novas variedades, com o aumento na utilização de
fertilizantes minerais e de tecnologias de produção, foi criado um sistema de
produção e comercialização que, por um lado, beneficiava a escala de produção
e a economicidade via redução de custos e, por outro lado, sacrificava a imagem
da qualidade do produto brasileiro, inserindo-o em um sistema internacional de
comercialização que, paradoxalmente, se mostrava mais favorável para as
características sensoriais do café de outros produtores mundiais.
No entanto, a partir da década de 1970, com a grande oferta do produto
nos mercados nacional e internacional, surgiu a necessidade de que o setor
brasileiro se profissionalizasse, produzindo cada vez mais, com eficiência e
qualidade. O consumidor também começou a perceber as diferenças entre as
diversas qualidades do produto, passando a valorizar, junto com o café espresso,
também o café torrado e moído de melhor sabor, aroma, fragrância e pureza.
Assim, os cafés de melhor qualidade passaram a ter preços mais atraentes no
mercado nacional e no internacional. A distinção entre os cafés faz-se por suas
características de pureza, sabor, aroma e corpo, demandando matérias-primas
diferenciadas para a fabricação de espresso, especiais e gourmet.
Os fatores genéticos e ambientais, associados ao refinamento das
técnicas de produção e industrialização, são determinantes para se produzir cafés
finos. Fatores como espécie botânica das lavouras cafeeiras, cultivares e as
condições ambientais das diferentes regiões onde são cultivadas podem
influenciar de maneira significativa a qualidade do café produzido.
17
O primeiro fator a influenciar a qualidade do café é a sua espécie, já que
existem diferenças entre as espécies mais cultivadas em todo o mundo. As
cultivares da espécie C. arabica apresentam bebida de qualidade superior, com
mais aroma e sabor. Dentre estas, as cultivares do grupo Bourbon têm
apresentado elevado potencial de qualidade de bebida nas regiões de melhor
aptidão climática para o cultivo do cafeeiro, sendo, por isso, altamente
valorizada nos mercados de cafés especiais.
Diante do exposto, este trabalho foi realizado com o objetivo de
descrever as características agronômicas, sensoriais e químicas de genótipos de
cafeeiro Bourbon (Coffea arabica L.) cultivados em duas regiões do estado de
Minas Gerais, visando identificar genótipos com capacidade de produção de
cafés de qualidade superior.
18
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Melhoramento do cafeeiro e qualidade de bebida
Do ponto de vista agronômico, o sucesso da lavoura cafeeira começa
pela escolha da variedade adequada, a qual deve possuir características
desejáveis, como boa produtividade, vigor, porte baixo e que apresente frutos de
boa qualidade (FUNDAÇÃO PROCAFÉ, 2002). A resistência a determinadas
doenças e pragas é uma vantagem adicional, que permite economia no trato da
lavoura. Embora as cultivares selecionadas já tenham atingido elevados níveis
de produtividade, novos acréscimos poderão advir do desenvolvimento de
cultivares com resistência a pragas, doenças ou com características específicas
de adaptação a novas fronteiras agrícolas ou de qualidade do produto, sendo
essas características encontradas na espécie Coffea arabica e em espécies
silvestres de Coffea (EIRA et al., 2003).
A qualidade da bebida do café está associada a diversos fatores,
destacando-se, entre eles a composição química do grão, determinada por fatores
genéticos, ambientais e culturais; o processo de preparo e conservação do grão,
assim como a torração e o preparo da infusão que modificam a constituição
química do grão, modificação esta sempre relacionada à composição original do
grão cru (CHAGAS, 1994, 2003).
Produzir cafés de qualidade e com baixo custo é essencial para a
sobrevivência do cafeicultor nos períodos de preços baixos e para aumentar sua
rentabilidade em períodos de bons preços, melhorando a qualidade de vida dos
cafeicultores, além de aumentar a competitividade dos “Cafés do Brasil” no
mercado internacional (PETEK et al., 2005).
Uma das formas de se melhorar a qualidade do café é com a tecnologia
de escalonamento da colheita, utilizando cultivares com épocas de maturação
19
diferenciadas, visando diminuir o custo com a colheita e colher maior
quantidade de café no ponto ideal, ou seja, café cereja (GARÇON; BARROS;
MATIELO, 2001; MATIELO; ALMEIDA, 2001; PEREIRA et al., 2002; SERA;
ALTEIA; PETEK, 2002). Entretanto, apesar de a maturação dos frutos ser
controlada geneticamente, ela é bastante influenciada por condições
edafoclimáticas regionais e microclimáticas (FAZUOLI et al., 2002).
O cafeeiro é cultivado em diversas regiões do estado de Minas Gerais
(Sul de Minas, Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, Zona da Mata e Vale do
Jequitinhonha), proporcionando receita, gerando empregos e fixando mão de
obra no campo. Em virtude dessa amplitude de cultivo no estado e da
diversidade de materiais cultivados, a interação genótipos por ambientes existe
e, consequentemente, a qualidade do produto final é afetada por essa interação.
Em qualquer lugar que os cafeeiros cresçam estão submetidos a estresses
múltiplos que afetarão o seu desenvolvimento por meio de alterações no seu
metabolismo e, consequentemente, na sua sobrevivência. E a intensidade da
resposta ao estresse vai depender também do material genético ali plantado
(LARCHER, 2000).
As pesquisas de melhoramento genético buscam, por meio de
cruzamentos entre diferentes materiais, a obtenção de novas cultivares com
resistência a pragas e doenças, assim como características vegetativas associadas
ao máximo vigor e produtividade. Contudo, estudos para verificar as possíveis
diferenças entre a qualidade das mesmas são relativamente escassos
(MENDONÇA et al., 2007). Com relação às espécies, sabe-se que o café arábica
apresenta melhor qualidade e concentrações mais elevadas de carboidratos,
lipídeos e trigonelina, dentre outros compostos e os cafés robustas, considerados
como de bebida neutra exibem, geralmente, maiores teores de polifenóis e
cafeína (ILLY; VIANI, 1995).
20
Características multigênicas, segundo Illy e Viani (1995), controlam a
qualidade da bebida do café arábica. No cruzamento interespecífico entre
arábica e robusta, a qualidade da bebida mostra-se associada a uma ação de
dominância dos genes que controlam esta característica, sendo que, em geral, a
espécie arábica melhora a qualidade do híbrido (TEIXEIRA; FAZUOLI;
CARVALHO, 1977).
Essas considerações realçam a importância do componente genético na
seleção de plantas para melhorar a qualidade da bebida. A relação entre
qualidade e germoplasma tem sido identificada por meio de características
morfológicas, como, por exemplo, genótipos com área foliar reduzida, como
Mokka, Blue Mountain e Kona, que normalmente produzem cafés de boa
qualidade, possivelmente influenciados pelo microclima da própria planta. A
redução da área foliar promoverá maior aeração, aumentando a penetração da
luz, expondo mais energia durante o amadurecimento do fruto, cujo tempo é
diminuído, reduzindo a umidade e minimizando a fermentação microbiana que
ocorre nos frutos cereja demasiadamente maduros (ILLY; VIANI, 1995).
Contudo, pela ampla variabilidade das condições de cultivo existentes em Minas
Gerais, como, por exemplo, a região do cerrado, a redução na área foliar poderá
acelerar a maturação, prejudicando, dessa forma, a qualidade do café.
2.2 Cafés especiais
As primeiras pesquisas sobre a qualidade do produto café iniciaram-se,
no Brasil, sobre a origem dos defeitos ou grãos imperfeitos, como os pretos e os
ardidos. Bittancourt (1956) determinou que há a ocorrência de processos
fermentativos durante o processamento dos grãos, divididos em duas fases
(formação de ácido acético e de ácido lático) e que isso induzia à formação de
grãos pretos e à deterioração da qualidade.
21
Com a saturação do mercado por cafés sem algum diferencial, houve um
aumento na busca de produtos diferenciados e de melhor qualidade,
impulsionando o dos cafés especiais. A busca por esse tipo de café é crescente.
De todo café comercializado mundialmente, 10% é da classe de especiais,
envolvendo cafés finos ou gourmet. Ainda, o mercado desses cafés vem
crescendo a uma taxa de 10% ao ano, enquanto os tradicionais têm taxa de
crescimento de 1,5% ao ano (BRAZIL SPECIALITY COFFEE ASSOCIATION
- BSCA, 2008).
Segundo Souza (2006), a qualidade final do café é resultado de uma
série de fatores, em grande parte associados às condições agroecológicas e às
decisões do produtor, tais como qualidade das terras de plantio, sistema de
cultivo adotado, tipo de colheita e tipo de processamento pós-colheita.
Um café é considerado especial não só pela qualidade final da bebida,
dada pelas propriedades físicas, químicas e sensoriais, mas também pelas
características relacionadas a questões tecnológicas, preservação do meio
ambiente e responsabilidade social. Segundo Zylbersztajn e Farina (2001, p. 43),
os cafés especiais podem ser definidos da seguinte maneira:
O conceito de cafés especiais está intimamente ligado ao
prazer proporcionado pela bebida. Tais cafés destacam-se
por algum atributo associado ao produto, ao processo de
produção ou a serviço a ele relacionado. Diferenciam-se por
características como qualidade superior da bebida, aspectos
dos grãos, forma de colheita, tipo de preparo, história,
origem dos plantios, variedades raras e quantidades
limitadas, entre outras. Podem também incluir parâmetros
de diferenciação que se relacionam à sustentabilidade
econômica, ambiental e social da produção.
De acordo com a BSCA (2007), os cafés especiais são aqueles que não
apresentam defeitos primários (pedras, paus, verdes) e que apresentam algo que
os diferencie dos outros, como o sabor remanescente floral, cítrico ou
22
achocolatado, entre outros, agregando valor ao produto. Para a sua obtenção,
devem-se selecionar o local onde será produzido o café e a variedade que será
plantada, tomando todos os cuidados com as práticas culturais. A colheita pode
ser manual ou mecânica e deve ser realizada no momento ideal de maturação
dos frutos. Em seguida, procede-se ao processamento e à secagem, a qual deve
ser em camadas finas ao sol e pode ser complementada em secadores. Na
produção dos cafés especiais, o tipo de processamento pode ser natural, cereja
descascado, desmucilado ou despolpado. O segmento de cafés especiais permite
que o produtor conquiste compradores que estejam dispostos a pagar mais por
um produto de qualidade e com características diferenciadas (LEME, 2007).
Segundo Figueiredo (2010), as transformações na conjuntura econômica
da cafeicultura têm resultado na necessidade de mudança, tanto na produção
quanto na comercialização de cafés, com reflexos significativos na produção
brasileira. Os consumidores têm se tornado mais exigentes, valorizando tipos
especiais de café e o mercado mais competitivo, pela entrada de novos países
produtores e exportadores. Sendo assim, para a sobrevivência da cafeicultura
brasileira, é imprescindível que o Brasil siga o caminho da qualidade.
2.3 Caracterização, potencial de produtividade e qualidade da cultivar
Bourbon
Em 1859, chegaram ao Brasil sementes de café que o governo brasileiro
mandara buscar na Ilha de Reunião, antiga Bourbon, por ter informações de que
eram de melhor qualidade e mais produtivas que a cultivar Típica. Por terem
frutos vermelhos, os cafeeiros originados dessas sementes passaram a ser
chamados de ‘Bourbon Vermelho’ (FAZUOLI et al., 2008).
Em 1930, o Dr. Carlos Arnaldo Krug examinou pela primeira vez frutos
amarelos de Bourbon, sendo sua origem pouco conhecida. Essa mudança na
coloração dos frutos pode ter sido originada da mutação de ‘Bourbon Vermelho’
23
ou também surgido como produto de recombinação do cruzamento natural entre
‘Bourbon Vermelho’ e ‘Amarelo de Botucatu’, pois, nas populações originais
em que foi selecionada, foram encontradas algumas plantas de fenótipo
semelhante ao da cultivar Bourbon Vermelho e outras ao da cultivar Amarelo de
Botucatu. Além disso, a produção média de suas melhores seleções é superior à
da ‘Bourbon Vermelho’ em 32% a 45% (FAZUOLI et al., 2008).
As plantas desta cultivar são altamente suscetíveis à ferrugem alaranjada
(Hemileia vastatrix Berg et Br), menos vigorosas e produtivas que a cultivar
Mundo Novo em, aproximadamente, 30% a 50%. A peneira média é em torno de
16 e a porcentagem de grãos normais, de aproximadamente 95% (FAZUOLI et
al., 2008).
Também existe grande variação na produtividade de diferentes
genótipos do grupo Bourbon, verificada por vários autores que encontraram
superioridade de 12% a 25% do ‘Bourbon Amarelo’ sobre o ‘Bourbon
Vermelho’ (CARVALHO et al., 1973; FAZUOLI et al., 2005; MENDES, 1951).
Por apresentarem menor produtividade em relação às demais cultivares,
as seleções de Bourbon têm sido indicadas para o plantio somente para aqueles
cafeicultores que desejam obter um produto diferenciado em relação à qualidade
de bebida, já que esta característica é fator de grande destaque nessas cultivares
(PEREIRA et al., 2010).
A qualidade intrínseca da cultivar Bourbon, relacionada ao seu potencial
genético para produzir café de excelente qualidade de bebida, é mundialmente
conhecida, devido às suas características sensoriais diferenciadas, como elevada
doçura natural, sabor achocolatado, aroma intenso e agradável acidez. É bastante
utilizada para a produção de cafés especiais, em diversas regiões do mundo
(FIGUEIREDO, 2010).
Com a ascensão do mercado de cafés especiais, o melhoramento
genético passou a dar ênfase não somente à produtividade, mas também à
24
qualidade da bebida fornecida pelas cultivares. Dessa forma, há a necessidade de
estudos físico-químicos, bioquímicos e sensoriais nos frutos do cafeeiro visando
identificar materiais genéticos com elevado potencial para a produção de cafés
especiais.
2.4 Condições edafoclimáticas
Com a evolução da cafeicultura e a demanda por materiais adaptados às
diferentes condições ambientais, um grande número de cultivares vem sendo
desenvolvido para alcançar tais objetivos. O conhecimento do potencial de
produção de cafés de qualidade, das cultivares melhoradas geneticamente, é uma
ferramenta indispensável para completar e dar suporte aos trabalhos de
melhoramento genético (MENDONÇA, 2004).
Os aspectos climatológicos de localização (altitude e latitude) e de
qualidade de bebida estão intimamente interligados (CHALFOUN;
CARVALHO, 2001; GUYOT, 1996; LEITE; CARVALHO, 1994;
ORGANIZACION INTERNACIONAL DEL CAFÉ - OIC, 1991; SILVA et al.,
2004). A altitude constitui um importante fator para a diferenciação de regiões
cafeeiras, pois a mesma influencia diretamente a temperatura e a distribuição das
chuvas. A cada 100 metros de aumento da altitude, a temperatura cai ao redor de
1,0ºC e as regiões mais altas, do mesmo modo, são mais chuvosas.
Dessa forma, regiões de clima mais quente e/ou úmido no período da
colheita proporcionam um ciclo de maturação mais curto, ou seja, os frutos
passam rapidamente do estádio de cereja para passa e ainda ocorrem as duas
fases iniciais da fermentação dos grãos (fases lática e acética) que podem evoluir
rapidamente para as duas fases seguintes (propiônica e butírica), que são
prejudiciais à bebida (SOUZA, 1996). Solares (2000), estudando a influência da
altitude sobre três cultivares (Bourbon, Caturra e Catuaí) cultivadas em três
25
níveis de altitude: abaixo de 1.220 m, entre 1.220 a 1.460 m e acima de 1.460 m,
concluíram ser evidente a influência do fator altitude sobre a qualidade do café,
independente da cultivar utilizada. Os mesmos autores observaram que as
propriedades organolépticas, como corpo, aroma e suavidade, acentuam-se à
medida que a altitude se eleva, ao passo que, para o atributo acidez, essa
evidência não é perceptível.
Sabendo das diferenças qualitativas dos cafés de diferentes regiões
produtoras de Minas Gerais, Chagas et al. (1996) fizeram uma caracterização
química e qualitativa de cafés de alguns municípios de três regiões produtoras de
Minas Gerais e verificaram que aqueles de melhor qualidade de bebida eram
oriundos da região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, seguida pelo Sul de
Minas e, finalmente, da Zona da Mata. Nesta mesma linha de pesquisa, Chagas,
Malta e Pereira (2005), verificando o potencial da região sul de Minas Gerais
para a produção de cafés especiais, verificaram que, de acordo com os resultados
das análises físico-químicas de 22 municípios estudados, esta região apresenta
características desejáveis para a produção de cafés de boa qualidade.
Oliveira et al. (1979), observando os efeitos da origem, tipo de
despolpamento e armazenamento do café na atividade da polifenoloxidase
(PFO) e qualidade da bebida, verificaram diferenças entre cafés despolpados da
cultivar Mundo Novo das regiões de Pindamonhangaba, Piracicaba e Campinas,
as quais apresentaram valores da polifenoloxidase (PFO) de 65,58, 55,48 e 72,83
U min
-1
g
-1
de amostra, respectivamente. Já quando foram coletadas amostras de
cafés da cultivar Bourbon Amarelo das mesmas regiões anteriormente citadas,
os autores verificaram valores da atividade enzimática da PFO de 68,40, 60,37 e
66,33 U min
-1
g
-1
de amostra, para Pindamonhagaba, Piracicaba e Campinas,
respectivamente. Segundo Malta, Santos e Silva (2002), esses resultados
permitem inferir que diferentes genótipos de cafeeiro podem apresentar
26
diferenças na qualidade e que a interação genótipos por ambientes também pode
provocar diferenças na qualidade do café.
Nos programas clássicos de melhoramento, as diferenças entre cultivares
e linhagens referem-se apenas às características vegetativas e de produção. No
entanto, torna-se imprescindível conhecer a qualidade de diferentes cultivares e
linhagens, avaliando a composição química e a qualidade dos grãos devido ao
grande potencial que estes materiais possuem, capacitando-os a contribuírem
para a produção de cafés com qualidade superior.
2.5 Aspectos sensoriais
A análise sensorial é uma ciência que objetiva, principalmente, estudar
as percepções, as sensações e as reações do consumidor sobre as características
dos produtos, incluindo sua aceitação ou rejeição (DELLA-LUCIA; MININ;
CARNEIRO, 2006).
A análise sensorial do café é conhecida como “prova de xícara” e é
adotada no Brasil desde 1917, sendo adotada pela Bolsa Oficial do Café e
Mercadorias de Santos. Nesta análise, o café é classificado pelo seu aroma e
sabor. O resultado final é a soma dos resultados individuais dados para cada
atributo, subtraídos os defeitos. Aqueles que apresentam notas a partir de 80 são
considerados cafés especiais (BSCA, 2008).
A classificação sensorial pode ser feita por meio de uma análise
subjetiva que pode variar de indivíduo para indivíduo ou por meio da análise
sensorial descritiva, pela qual provadores descobrem sabores e aromas frutados,
achocolatados e amendoados, caracterizando os cafés especiais e que foi
introduzida no Brasil a partir de 1997, por George Howell (BSCA, 2005).
Essa metodologia foi aprimorada junto a pesquisadores e degustadores
brasileiros até resultar na atual avaliação, na qual são pontuados diversos
27
atributos de qualidade. Por meio de um formulário, os degustadores anotam as
notas, numa escala de 0 a 8, para propriedades como corpo, sabor, doçura e
acidez de cada amostra, sendo considerados cafés especiais aqueles que
apresentem nota geral mínima de 80 pontos (BSCA, 2008).
Na classificação sensorial de cafés especiais, cuidados são tomados
quanto às características da bebida quente e fria, já que variações nos atributos
qualitativos podem acontecer, ressaltando ou anulando determinadas
características. Na análise sensorial do café, os principais atributos são aroma,
doçura, bebida limpa, corpo, gosto residual e acidez (PAIVA, 2005).
Segundo Paiva (2005), o aroma é perceptível pelo olfato e está
relacionado com a experiência do degustador. Pode ser suave a intenso,
lembrando aromas frutados, achocolatados, florais, cítricos, etc. A doçura é
identificada quando se podem apreciar os cafés sem a adição de açúcar. O
atributo corpo é dado pela sensação de preenchimento e a permanência do gosto
do produto na cavidade oral. Já o sabor residual é dado pelo sabor que
permanece na boca após a degustação do café. Por fim, a acidez é altamente
desejável para o café, sendo uma sensação percebida nas partes laterais da
língua.
Devido ao fato de a análise sensorial do café ser uma classificação
subjetiva, várias pesquisas têm sido realizadas com o objetivo de relacionar as
características sensoriais da bebida com análises químicas e físico-químicas,
com o objetivo de auxiliar a análise sensorial, buscando minimizar discrepâncias
(DYMINSKI et al., 2005; LEHOTAY; HAJSLOVA, 2002).
2.6 Aspectos químicos e físico-químicos do café
A influência de fatores como a composição química dos grãos,
determinada por fatores genéticos, ambientais e culturais, e os métodos de
28
colheita, processamento e armazenamento são importantes por afetarem
diretamente a qualidade da bebida do café. A torração e o preparo da bebida
modificam a constituição química dos grãos, no entanto, essas alterações são
dependentes da composição original dos mesmos (LOPES, 2000). De acordo
com a Associação Brasileira das Indústrias do Café - ABIC (2010), não só o
beneficiamento ou os cuidados na torra e moagem, ou um blend cuidadosamente
estudado e controlado, fazem a qualidade da bebida.
Sabe-se que há diferenças na qualidade entre as espécies, sendo que o
Coffea arabica tem melhor qualidade, com concentrações mais elevadas de
carboidratos, lipídeos e trigonelina. Já o Coffea canephora é considerado de
bebida neutra, por possuir maiores teores de cafeína e compostos fenólicos
(ILLY; VIANI, 1995).
Entre os açúcares constituintes dos grãos de café, a sacarose destaca-se
como sendo aquele encontrado em maior quantidade e sua quantificação pode
variar entre as espécies, origem e tipo de processamento (MENDONÇA et al.,
2007). Rogers et al. (1999) observaram o dobro de sacarose em grãos de café
arábica maduros, em relação ao café robusta.
O conhecimento do potencial de produção de cafés de qualidade das
cultivares melhoradas geneticamente é uma ferramenta para complementar os
trabalhos de melhoramento genético. Lopes (2000) avaliou alguns constituintes
químicos dos grãos crus de uma mistura de frutos de oito cultivares de Coffea
arabica e observou variações significativas nos teores de sólidos solúveis,
extrato etéreo, açúcares e proteína bruta. O autor ressalta a correlação desses
constituintes com a qualidade de bebida, por serem estes compostos os
precursores das substâncias responsáveis pelo sabor e aroma da bebida do café.
Em vários estudos realizados sobre as características químicas entre
cultivares de C. arabica têm sido verificadas diferenças para os teores de
29
sacarose, polifenóis, proteína, ácido clorogênico, lixiviação de potássio,
trigonelina e cafeína (AGUIAR et al., 2001; PEREIRA, 2008).
Nos Quadros 1 e 2 são apresentadas as características químicas,
sensoriais recomendáveis e qualidade global da bebida adotada pela ABIC, nas
Normas de Qualidade Recomendável e Boas Práticas de Fabricação de Cafés
Torrados em Grãos e Torrados e Moídos, de 28 de abril de 2004.
Quadro 1 Teores de alguns componentes químicos em café em g/100g, segundo
a ABIC
Umidade Máximo 5,0 %
Resíduo mineral fixo, insolúvel em ácido clorídrico a 10% Máximo 1,0 %
Cafeína Mínimo 0,7 %
Cafeína para o produto descafeinado Máximo 0,1 %
Extrato aquoso Mínimo 25 %
Extrato aquoso para o produto descafeinado Mínimo 20 %
Extrato etéreo Mínimo 8,0 %
Fonte: Adaptado da ABIC (2010)
Quadro 2 Características sensoriais recomendáveis e qualidade global da bebida,
segundo a ABIC
Característica Tradicional Superior Gourmet
Aroma Fraco a moderado Característico
Característico,
marcante e intenso
Acidez Baixa Baixa à moderada Baixa à alta
Amargor
Fraco a
moderadamente
intenso
Moderado Típico
Sabor
Razoavelmente
característico
Característico e
equilibrado
Característico,
equilibrado e limpo
Sabor estranho Moderado
Livres de sabor
fermentado,
mofado e de terra
Livres de sabor
estranho
Adstringência Moderada Baixa Nenhuma
Corpo
Pouco encorpado a
encorpado
Razoavelmente
encorpado
Encorpado,
redondo e suave
Qualidade global
Regular a
ligeiramente bom
Razoavelmente
bom a bom
Muito bom a
excelente
Fonte: Adaptado da ABIC (2010)
30
2.6.1 Polifenóis
Os compostos fenólicos estão presentes nos grãos de café em grandes
proporções. Sua função tem sido associada à inibição de insetos e pragas e,
quando encontrados em grandes proporções, são associados à perda de qualidade
do café (CLIFFORD, 1985). Outra função atribuída aos polifenóis é a ação
protetora, antioxidante dos aldeídos. Em virtude de qualquer condição adversa
aos grãos, ou seja, colheita inadequada, problemas no processamento e
armazenamento, as polifenoloxidases agem sobre os polifenóis, diminuindo sua
ação antioxidante sobre os aldeídos, facilitando a oxidação desses com
interferência no sabor e no aroma do café após a torração (AMORIM; SILVA,
1968).
Os polifenóis são responsáveis pela adstringência dos grãos de café,
interferindo fortemente no sabor e no aroma do produto final.
Consequentemente, contribuem de forma essencial para a qualidade típica do
flavor do café (MENEZES, 1990).
Os ácidos clorogênicos são os principais compostos fenólicos não
voláteis encontrados no café. São formados pela esterificação de um ou mais
derivados do ácido transcinâmico, como os ácidos cafeico, ferúlico e p-cumárico
com o ácido quínico. O conteúdo de ácidos clorogênicos no café varia conforme
a espécie e a variedade, assim como a extração e o método de análise empregado
(CLIFFORD, 1999).
A maior quantidade de açúcares e a menor quantidade de ácidos
clorogênicos e cafeína predispõem a uma melhor qualidade sensorial do C.
arabica em relação ao C. canephora. Vários autores, estudando os teores de
polifenóis e de ácido clorogênico, detectaram claramente, tanto nos grãos crus
como nos torrados, valores superiores destes dois compostos nos genótipos de C.
31
canephora (CASAL; OLIVEIRA; FERREIRA, 2000; KY et al., 2001;
MARTÍN; PABLOS; GONZÁLEZ, 1998).
2.6.2 Acidez
A acidez refere-se à percepção causada por substâncias como os ácidos
clorogênicos, cítrico, málico e tartárico, que produzem gosto ácido. A acidez em
café tem sido apontada como um bom indicativo de qualidade do produto,
podendo auxiliar na prova de xícara. Essa acidez pode variar de acordo com os
níveis de fermentações ocorridos nos grãos e também com os diferentes estádios
de maturação dos mesmos, podendo aumentar gradativamente com a maturação
e servir como suporte para auxiliar na avaliação da qualidade de bebida do café
(PIMENTA, 2001).
Em muitos alimentos e bebidas a acidez exerce extrema influência na
formação e nas propriedades do flavor. A acidez desejável de ser encontrada no
café pode ser confundida com azedume por leigos, sendo o sabor azedo
atribuído à presença de compostos indesejáveis ou a teores elevados de alguns
ácidos, devido à fermentação dos grãos (LOPES, 2000).
A torração e o ponto de torra são fatores que também influenciam a
acidez, como confirmado por Lopes (2000) que, ao estudarem características
químicas de grãos crus e torrados de sete cultivares de café (C. arabica) mais
plantadas na região sul de Minas Gerais, constataram que houve diferença para
acidez total titulável apenas nos grãos torrados e que a torração aumentou a
acidez dos grãos.
32
2.6.3 Lixiviação de potássio
O potássio é considerado o principal íon presente na membrana do grão
de café que influencia a condutividade elétrica. Segundo Marcos Filho et al.
(1982) e Prete (1992), grande parte da condutividade elétrica se deve à
lixiviação de íons potássio. Dessa forma, a determinação da quantidade de
potássio lixiviado pode ser utilizada como indicador da integridade das
membranas celulares e, consequentemente, do vigor dos grãos, fornecendo
informações sobre a qualidade fisiológica dos lotes em período de tempo
consideravelmente reduzido.
Amorim (1968) observou que a desestruturação das membranas
celulares era o ponto de partida para todas as transformações que ocorriam no
grão de café quando este deteriorava. Uma vez constatada a desorganização
celular, estas reações tornam-se irreversíveis e o final do processo resulta em um
café de pior qualidade.
Estudando a lixiviação de potássio nos diferentes estádios de maturação
dos grãos de café, Pimenta (1995) observou maior lixiviação deste íon nos grãos
de café colhidos verdes (devido à estruturação incompleta da parede celular),
seguido do estádio verde-cana e seco/passa, e valores bem inferiores nos grãos
de frutos colhidos no estádio cereja (devido à maior estruturação e menor
deterioração), confirmando a relação deste parâmetro com a qualidade.
Pereira (1997) constatou elevações significativas na quantidade de íons
potássio lixiviados e na atividade enzimática da polifenoloxidase com o aumento
do número e da intensidade de grãos defeituosos no café de bebida estritamente
mole.
Também Goulart et al. (2007) observaram que os valores de lixiviação
de potássio e condutividade elétrica aumentaram com a piora da qualidade dos
cafés. Afirmando estes autores que essas análises são adequadas para separar
33
amostras de café consideradas de melhor qualidade (estritamente mole, mole,
apenas mole) das de pior qualidade (duro, riado), colocando em último lugar a
amostra rio.
2.6.4 Açúcares totais, redutores e não redutores
Os açúcares presentes nos grãos de café estão associados com a
qualidade por estarem, juntamente com os aminoácidos e proteínas,
correlacionados com a origem de vários voláteis em cafés torrados
(SHANKARANARAYANA et al., 1975).
A quantidade total de carboidratos ou açúcares totais representa
aproximadamente 50%, em base seca, do grão cru. Esses carboidratos são
constituídos pelos polissacarídeos e açúcares de baixa massa molecular e os
polissacarídeos representam a maior proporção, aproximadamente 50%, sendo
parcialmente perdidos durante a torração, devido à participação em importantes
reações químicas, dentre elas a reação de Maillard e/ou caramelização, que serão
responsáveis pela formação da cor, do sabor e do aroma peculiares da bebida
(FLAMENT, 2002; PEREIRA, 1997).
Segundo Amorim et al. (1974) e Chagas et al. (1996), cafés de melhor
qualidade de bebida têm teores mais elevados de açúcares que, para Amorim
(1972), é decorrente do processo de degradação do amido durante o processo de
amadurecimento dos frutos.
Os açúcares não redutores são aqueles responsáveis pela formação do
sabor da bebida durante a torração, sendo representados, basicamente, segundo
Pereira et al. (2000), pela sacarose, cujo teor pode variar de 1,9% a 10% na
matéria seca.
Os teores de açúcares podem variar em função das distintas fases de
maturação, processamento do café, região produtora e, ainda, entre cultivares de
34
uma mesma espécie. Chagas et al. (1996) encontraram teores de açúcares totais
que variaram de 7,75%, para amostras oriundas do Alto Paranaíba e Triângulo
Mineiro a 7,03%, para amostras provenientes do sul do estado de Minas Gerais.
Os maiores teores de açúcares totais encontrados em amostras de café do
Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba podem ser atribuídos às condições climáticas
desta região que propiciam um amadurecimento mais uniforme dos frutos e,
consequentemente, um maior acúmulo de açúcares, devido à menor incidência
de microrganismos precursores de fermentações (CHALFOUN, 1996).
Analisando em frutos no estádio cereja e verde das cultivares Mundo
Novo e Catuaí, pesquisadores da Unidade Técnica da OIC (1992) encontraram
maiores teores de açúcares totais nos grãos cereja em relação aos frutos
imaturos. Também foi detectado maior teor de sacarose nos grãos de frutos
cereja descascados da cultivar Catuaí e nos grãos de frutos cereja preparados via
seca para a cultivar Mundo Novo.
2.7 Análise das variáveis canônicas
A análise da divergência genética entre genótipos é comumente
realizada por meio da dispersão gráfica destes, utilizando-se estatísticas
multivariadas obtidas das variáveis canônicas que têm por finalidade transformar
um conjunto original de características em outro conjunto de dimensão
equivalente, com propriedades importantes. Cada variável canônica, bem como
cada componente principal, é uma combinação linear das variáveis originais,
sendo independentes entre si e estimados com o propósito de reter, em ordem de
estimação, o máximo da informação, em termos de variação total, contida nos
dados iniciais. Em estudos de divergência genética, esses procedimentos
permitem a identificação dos genótipos similares em gráficos de dispersão bi ou
tridimensionais (CRUZ; REGAZZI, 1994).
35
A viabilidade de utilização das variáveis canônicas em estudo de
divergência genética dependerá da possibilidade de se resumir o conjunto de
variáveis originais em poucos componentes, o que significará ter boa
aproximação do comportamento dos indivíduos, oriundo de um espaço n-
dimensional (n = número de caracteres estudados) em um espaço bi ou
tridimensional. Assim, especialmente quando o número de genótipos
considerado for elevado, a utilização desta técnica proporcionará considerável
simplificação nos cálculos estatísticos, facilitando a interpretação dos resultados
em gráficos, nos casos em que as primeiras variáveis canônicas forem
responsáveis por um mínimo de 70% a 80% da variação total disponível
(BARROS, 1991; CRUZ; REGAZZI, 1994).
Dessa forma, a utilização da teoria de análise multivariada tem se
mostrado promissora, pois permite combinar todas as informações contidas na
unidade experimental, de modo que as inferências sejam baseadas em um
complexo de variáveis. O procedimento permite a identificação da importância
relativa dos caracteres na divergência genética, baseando-se no princípio de que
a importância relativa das variáveis canônicas decresce da primeira para a
última, sendo estas responsáveis pela explicação de uma fração mínima da
variância total disponível (FONSECA, 1999).
36
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Caracterização dos experimentos
Foram avaliados 20 genótipos de café (Quadro 3). Dezessete pertencem
ao grupo da cultivar Bourbon e foram obtidos em lavouras que tiveram seus
produtos bem pontuados em concursos de qualidade de bebida, localizadas em
fazendas tradicionais no cultivo do café. As outras três são amplamente
cultivadas nas diferentes regiões do estado de Minas Gerais, utilizadas como
controle dentro dos ensaios.
Os experimentos foram estabelecidos em campo nas duas principais
regiões cafeeiras do estado, Sul de Minas e Alto Paranaíba (Tabela 1), de forma
a representarem as condições de ambiente existentes nas regiões direcionadas
para a produção de cafés finos.
Os experimentos foram instalados, em dezembro de 2005, no
espaçamento de 3,5 x 0,8m. O presente trabalho foi desenvolvido durante os
anos agrícolas 2007/2008, 2008/2009 e 2009/2010, compreendendo as três
primeiras colheitas. Foram adotadas todas as práticas de manejo usualmente
empregadas na cultura e a recomendação de adubação realizada conforme a 5
a
Aproximação (RIBEIRO; GUIMARÃES; ALVAREZ, 1999).
37
Quadro 3 Relação de genótipos de Bourbon e de cultivares comerciais de
cafeeiro avaliadas em experimentos nas regiões Sul e Alto Paranaíba
de Minas Gerais. Epamig, 2010
Nº de ordem Genótipo
01
Bourbon Amarelo LCJ 10
(Fazenda experimental da Epamig/Machado-MG)
02 Bourbon Amarelo FPRO
03 Bourbon Amarelo FBJ
04 Bourbon Amarelo FB
05 Bourbon Amarelo FBV
06
Bourbon Amarelo LCJ 9
(Instituto Agronômico de Campinas-SP)
07 Bourbon Amarelo FT
08 Bourbon Amarelo FSP
09 Bourbon Amarelo FC
10 Bourbon Amarelo FN
11 Bourbon Amarelo FP
12 Bourbon Amarelo FS
13 Bourbon Vermelho FPRO
14 Bourbon Vermelho FSJB
15 Bourbon Amarelo IFMA 01
16 Bourbon Amarelo TFMA 02
17 Bourbon Amarelo LFMA 03
18 Mundo Novo IAC 502/9
19 Catuaí Vermelho IAC 144
20 Icatú Amarelo IAC 3282
38
Tabela 1 Região geográfica, variáveis climáticas e caracterização dos locais de instalação dos experimentos no estado de
Minas Gerais. Epamig, 2010
Município CA SAA PTC LAV TP
Região Alto Paranaíba Sul de Minas Alto Paranaíba Sul de Minas Sul de Minas
Altitude 1.230 m 1.050 m 966 m 950 m 905 m
Temperatura média 17,6°C 19,8°C 22°C 19,3°C 18°C
Precipitação média anual 1.830 mm 1.670 mm 1.620 mm 1.529 mm 1.545 mm
Latitude/longitude
19°41’46”S
46°59’33”N
20°56’47”S
44°55’08”O
18°56’38”S
46°59’33”N
21°14’43”S
44°59’59”O
21°20’50”S
45°28’23”O
Região cafeeira Cerrado de Minas Sul de Minas Cerrado de Minas Sul de Minas Sul de Minas
CA=Campos Altos, SAA=Santo Antônio do Amparo, PTC=Patrocínio, LAV=Lavras, TP=Três Pontas.
39
3.2 Colheita e avaliações de campo
A colheita foi manual e seletiva, tendo início quando a maioria dos
frutos de cada parcela atingiu o estádio de maturação cereja.
3.2.1 Características agronômicas
3.2.1.1 Produtividade de café beneficiado
Foi avaliada a produção de frutos, em quilogramas de café, em todos os
estádios de maturação (imaturos, maduros, sobremaduros e secos) por parcela,
entre os meses de maio a julho de cada ano. Posteriormente, foi realizada a
conversão para sacas de 60 kg de café beneficiado/ha por meio do rendimento de
uma amostra de 3 kg do café coletada por ocasião da colheita
3.2.1.2 Porcentagem de frutos cereja
Para a avaliação da porcentagem de frutos cereja foram amostrados
frutos das oito plantas centrais de cada parcela (um litro por parcela), em ramos
plagiotrópicos localizados nos quatro quadrantes, procurando-se realizar esta
avaliação quando a maioria dos frutos da parcela se encontrava neste estádio.
3.2.1.3 Porcentagem de frutos chochos
A metodologia utilizada foi a proposta por Antunes e Carvalho (1957),
em que se colocam 100 frutos cereja em água, sendo considerados chochos
aqueles que permanecerem na superfície.
40
3.2.1.4 Vigor vegetativo
O vigor vegetativo foi avaliado em escalas de notas arbitrárias de 1 a 10,
em que 1 = planta depauperada e 10 = planta com vigor vegetativo máximo.
3.2.1.5 Porcentagem de grãos chatos e de grãos com peneira 16 acima
Esta análise foi realizada por profissionais qualificados da Epamig,
segundo a Instrução Normativa nº 08 (BRASIL, 2003). A classificação por
peneira foi feita após o beneficiamento, passando-se uma amostra de 300 g em
peneira com crivo oblongo de 11 x ¾ de polegada para a retirada dos grãos moca
e, posteriormente, a amostra foi passada em um conjunto de peneiras (12/64 a
19/64). O material retido em cada peneira foi pesado determinando-se a
porcentagem de cada peneira, sendo esta característica expressa pela
porcentagem de grãos chatos retidos nas peneiras 16/64, 17/64, 18/64 e 19/64,
chamada, então, de grãos peneira 16 acima.
3.2.2 Preparo e processamento das amostras
Logo após a colheita de cada ano, realizou-se a separação dos frutos no
estádio cereja dos frutos no estádio boia que eventualmente caíram no pano de
colheita por diferença de densidade, utilizando-se uma caixa d’água adaptada
com um peneirão confeccionado com tela de arame com malha de 3,00 x 3,00
mm, sendo que após a separação de cada amostra foi realizada a limpeza dos
instrumentos, evitando a contaminação dos diferentes materiais. Após a
separação hidráulica, as amostras foram descascadas em um descascador de
café, separando, por fim, algum fruto verde que eventualmente tenha
permanecido na amostra, obtendo, dessa forma, 7 litros de café cereja
descascado. As amostras descascadas foram distribuídas uniformemente em
41
peneiras (com moldura de madeira e tela com malha de 2,00 x 1,00 mm,
fabricada em fios de polietileno) de 1 m², dispostas em terreiro pavimentado,
onde foram secas até o café atingir cerca de 11% a 12% de umidade (b.u.).
Após a secagem, as amostras foram beneficiadas e preparadas para a
realização das análises químicas, físico-químicas e sensorial, da maneira descrita
a seguir.
3.2.3 Análises químicas e físico-químicas do café
As amostras, após serem beneficiadas, foram passadas em peneira com
crivo oblongo de 10 x ¾ de polegada, para a retirada dos grãos moca e em
peneira com crivo circular de 16/64 avos de polegada, para separar apenas os
grãos chatos. Foram encaminhados para análise apenas os grãos retidos nesta
peneira.
As análises de avaliação da composição físico-química e química foram
realizadas no Laboratório de Qualidade do Café Dr. Alcides Carvalho, situado
na Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) em Lavras,
MG. Todos os resultados foram expressos em porcentagem de matéria seca.
As amostras de grãos dos diferentes genótipos foram moídas, por cerca
de 80 segundos, em moinho modelo TE 631/2, marca Tecnal, adicionando-se
nitrogênio líquido para facilitar a moagem e evitar a oxidação das amostras.
Após a moagem das amostras, estas foram acondicionadas em embalagens de
plástico e armazenadas em freezer, à temperatura de -18°C, até a realização das
análises.
42
3.2.3.1 Teor de água
O teor de água dos grãos foi determinado em estufa ventilada a
105°C±1°C, durante 24 horas, segundo Brasil (1992).
3.2.3.2 Condutividade elétrica
A condutividade elétrica foi determinada segundo metodologia proposta
por Loeffler, Terrony e Ecli (1988), com tempo de embebição das amostras de
cinco horas.
3.2.3.3 Lixiviação de íons potássio
A determinação da quantidade de potássio lixiviado foi realizada em
fotômetro de chama após 5 horas de embebição dos grãos, segundo metodologia
proposta por Prete (1992).
3.2.3.4 Acidez total titulável
A acidez foi determinada por titulação com NaOH 0,1 N, de acordo com
técnica descrita pela Association of Official Analytical Chemistry - AOAC
(1990) e expressa em ml de NaOH 0,1 N por 100 gramas de amostra. A partir do
mesmo extrato, o pH foi medido utilizando-se peagâmetro.
43
3.2.3.5 Açúcares redutores, não redutores e totais
Os açúcares foram extraídos pelo método de Lane-Enyon, citado pela
AOAC (1990), e determinados pela técnica de Somogy, adaptada por Nelson
(1944).
3.2.3.6 Polifenóis
Os polifenóis foram extraídos a quente pelo método de Goldstein e
Swain (1963), utilizando metanol 50% como extrator e identificados pelo
método Folin Denis, descrito pela AOAC (1990).
3.2.4 Avaliação dos atributos sensoriais
A avaliação dos atributos sensoriais foi realizada por profissionais
pertencentes à Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA). A metodologia
utilizada na avaliação sensorial foi a mesma do Cup of Excellence (CoE), de
1997, na qual cada atributo (bebida limpa, doçura, acidez, corpo, sabor, sabor
remanescente, balanço ou equilíbrio e nota geral) recebeu uma nota de 0 a 8, de
acordo com a intensidade que apresentaram nas amostras, sendo, por isso, mais
objetiva que a “prova de xícara” convencional. A somatória das notas
correspondeu à classificação final da bebida. Cada amostra começou com uma
pontuação pré-estabelecida de 36 pontos, à qual foram incorporadas as notas de
cada atributo, sendo classificadas como café especial aquelas que apresentaram
pontuação superior a 80 (BSCA, 2007).
44
3.3 Delineamento experimental e análise estatística
Os experimentos foram instalados utilizando-se o delineamento de
blocos casualizados, com três repetições. Cada parcela foi constituída por dez
plantas.
3.3.1 Análise estatística das características agronômicas
Foi realizada análise de variância conjunta, utilizando-se a média do
triênio nos cinco locais. A análise foi realizada após a constatação da
homogeneidade das variâncias, por meio do teste de Harttley, como sugerido por
Ramalho, Ferreira e Oliveira (2000). Posteriormente, as médias foram
comparadas pelo teste de Scott Knott, a 5% de probabilidade, utilizando-se o
software SISVAR (FERREIRA, 2000).
Utilizou-se o seguinte modelo para análise conjunta, considerando como
fixo o efeito de locais e os demais aleatórios:
Y
ilj
= m + p
i
+ a
l
+ b
j(l)
+ (pa)
il
+ e
(l)ij
em que
Y
ilj
: valor médio da progênie i, do local l, no bloco j;
m: média geral
p
i
: efeito da progênie i (i = 1, 2, ..., I);
a
l
: efeito do local l (l = 1, 2, ..., L);
b
j(l)
: efeito do bloco j dentro do local l (j = 1, 2, ..., J);
(pa)
il
: efeito da interação da progênie i com o local l;
e
(l)ij
: efeito do erro experimental médio.
45
3.3.2 Metodologia de Annicchiarico (1992)
A metodologia proposta por Annicchiarico (1992) propõe a adoção de
um índice de confiança (reliability índex) que estima o risco de adoção de
determinado genótipo. Os procedimentos para os cálculos por esse método dão-
se, inicialmente, com a transformação das médias de cada cultivar em cada
ambiente, em porcentagem da média do ambiente. Posteriormente, estima-se a
média (Y) e o desvio padrão das porcentagens de cada cultivar. De posse dessas
estimativas, obtém-se o índice de confiança I
i
por meio do seguinte estimador:
I
i
= Y
i
– Z (1 – α) . S
i
em que
I
i
: índice de confiança (%);
Y
i
: média da cultivar i em porcentagem;
Z: valor na distribuição normal estandardizada no qual a função de distribuição
acumulada atinge o valor percentil (1-α);
S
i
: desvio padrão dos valores percentuais.
3.3.3 Análises estatísticas das variáveis físico-químicas e químicas
A análise multivariada foi realizada com os objetivos de obter as
variáveis canônicas, por meio da análise canônica; obter a distância quadrática
das amostras pelo método da Distância de Mahalanobis e obter o agrupamento
pelo método de Tocher, em que os genótipos são agrupados pela medida de
similaridade. Para a análise multivariada, utilizou-se o software GENES (CRUZ,
2006).
Utilizou-se o seguinte modelo estatístico:
46
Y
ijk
= µ + α
i
+ β
j
+ δ
ij
+ 
ijk
em que
Y
ijk
: valor médio da progênie i, no bloco j, na colheita k;
µ: vetor de constantes do modelo linear multivariado;
α
i
: vetor de efeitos do i-ésimo nível do fator A dado por α
i
=[α
i1
, …, α
i
, …, α
ip
]
T
;
β
j
: vetor de efeitos do j-ésimo nível do fator B dado por β
j
=[β
j1
, …, β
j
, …, β
jp
]
T
;
δ
ij
: vetor de efeitos da interação entre o i-ésimo nível do fator A e j-ésimo nível
do fator B dado por δ
ij
= [δ
ij1
, …, δ
ij
, …, δ
ijp
]
T
;
ijk
: vetor de efeitos do erro experimental não observável correspondente a
observação Y
ijk
com distribuição normal p-variada com vetor de médias 0 e
covariância comum Σ.
3.3.4 Análises estatísticas das variáveis sensoriais
3.3.4.1 Análise univariada
Foi realizada análise de variância conjunta dos cinco locais utilizando-se
os anos de avaliação como repetição. A análise foi realizada após a constatação
da homogeneidade das variâncias, por meio do teste de Harttley, como sugerido
por Ramalho, Ferreira e Oliveira (2000). Posteriormente, as médias foram
comparadas pelo teste de Scott Knott, a 5% de probabilidade, utilizando-se o
software SISVAR (FERREIRA, 2000).
Utilizou-se o modelo estatístico igual ao apresentado no item 3.3.1.
3.3.4.2 Análise multivariada
Para esta análise, utilizou-se o mesmo procedimento do item 3.3.3.
47
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Características agronômicas
4.1.1 Análise conjunta e estabilidade de produção
Na Tabela 2 são apresentados os resultados das análises de variância dos
valores médios de produtividade, uniformidade de maturação, porcentagem de
frutos chochos, vigor vegetativo, porcentagem de grãos com peneira 16 acima e
porcentagem de grãos chatos.
Observa-se efeito significativo na interação genótipos por locais para
todas as características avaliadas, o que indica haver comportamento distinto dos
genótipos nos ambientes estudados.
48
Tabela 2 Resumo da análise de variância para produtividade, uniformidade de maturação (MAT), porcentagem de frutos
chochos (%CH), vigor vegetativo, porcentagem de grãos com peneira 16 acima (PEN) e porcentagem de grãos
chatos (%GCH) de genótipos de Bourbon e de cultivares comerciais de cafeeiro avaliadas em experimentos nas
regiões Sul e Alto Paranaíba de Minas Gerais. Epamig, 2010
Quadrado médio
FV GL
Produtividade MAT % CH Vigor PEN % GCH
Blocos (local) 10 237,8283** 106,6805** 8,4733
ns
1,1233** 60,4533** 14,0608**
Genótipos 19 112,2477** 141,4935** 30,3467** 3,5017** 162,3337** 29,1123**
Locais 4 3726,4904** 5504,1626** 263,0967** 36,3667** 3668,6226** 165,2932**
Genótipos x locais 76 149,0504** 65,9117** 9,7528* 0,6754** 29,7204** 9,4702**
erro 190 35,1399 38,1959 7,0137 0,397 14,8314 5,2001
CV(%) 21,18 12,56 37,62 8,75 5,93 2,74
Média geral 27,98 49,22 7,04 7,2 64,89 83,29
ns
não significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
** significativo, a 1% de probabilidade, pelo teste de F.
* significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
49
Na Tabela 3 verifica-se que foram detectadas diferenças significativas
para produtividade entre genótipos somente nos experimentos instalados em
Santo Antônio do Amparo e Patrocínio. Nos dois locais, houve a formação de
três grupos de genótipos com produtividades diferentes. No entanto, somente os
genótipos de número 5 (Bourbon Amarelo FBV), 10 (Bourbon Amarelo FN), 16
(Bourbon Amarelo TFMA) e 20 (Icatu Amarelo IAC 3282) tiveram
comportamento semelhante nos dois locais, estando no grupo de menor
produtividade.
O grupo de maior produtividade em Santo Antônio do Amparo, formado
por 12 genótipos - 1 (Bourbon Amarelo LCJ 10 – Fazenda Experimental da
Epamig/Machado), 2 (Bourbon Amarelo FPRO), 3 (Bourbon Amarelo FBJ), 6
(Bourbon Amarelo LCJ 9 – Instituto Agronômico de Campinas), 7 (Bourbon
Amarelo FT), 8 (Bourbon Amarelo FSP), 11 (Bourbon Amarelo FP), 12
(Bourbon Amarelo FS), 14 (Bourbon Vermelho FSJB), 18 (Mundo Novo IAC
502/9) e 19 (Catuaí Vermelho IAC 144) -, obteve médias de produtividade
variando de 40,70 a 53,07 sacas.ha
-1
.
Em Patrocínio, o genótipo 17 (Bourbon Amarelo LFMA) foi o único
superior aos demais genótipos, sendo o grupo de menor produtividade
constituído pela maioria dos genótipos.
Os resultados apresentados evidenciam a necessidade de implantação de
experimentos de avaliação de genótipos em vários locais de cultivo, pois, como
visto, a interação genótipos por ambientes é expressiva. Ramalho, Santos e
Zirmmermam (1993) explicam que essa interação ocorre devido a não
coincidência de comportamento dos genótipos nos vários ambientes, isto é,
reflete as diferentes sensibilidades dos genótipos às mudanças do ambiente.
Em ensaio conduzido por 33 anos, em Campinas, SP, Fazuoli et al.
(2005) verificaram superioridade das progênies de Mundo Novo sobre as
progênies de Bourbon Amarelo e Bourbon Vermelho, em 38,7% e 111,6%,
50
respectivamente. Dentre as 30 progênies mais produtivas, não houve nenhuma
progênie de Bourbon. Entretanto, no presente trabalho, foi verificada
superioridade de até 59,68% de alguns genótipos de Bourbon em relação à
cultivar Mundo Novo, havendo uma variação em função do ambiente de cultivo,
mostrando a competitividade dos genótipos de Bourbon em estudo.
Não foi observada diferença na produtividade entre os genótipos de
Bourbon Amarelo e Bourbon Vermelho, contrariando dados obtidos em outros
trabalhos (CARVALHO et al., 1961, 1973; FAZUOLI et al., 2005; ROCHA;
CARVALHO; MÔNACO, 1976), nos quais as cultivares de Bourbon Amarelo
sempre se sobressaíram às cultivares de Bourbon Vermelho.
Apesar de as cultivares de Bourbon serem tradicionais, há a necessidade
de verificar a influência do ambiente sobre o seu desempenho nas diferentes
regiões de cultivo. Dessa forma, os dados encontrados corroboram as afirmações
de Bartholo e Chebabi (1985) que mencionam a necessidade de se instalar um
mesmo experimento em mais locais, quando se deseja selecionar genótipos de
cafeeiros mais adaptados às diferentes regiões.
Tabela 3 Médias de produtividade, em sacas de 60 kg.ha
-1
, de genótipos de
Bourbon e de cultivares comerciais de cafeeiro avaliadas em
experimentos nas regiões Sul e Alto Paranaíba de Minas Gerais.
Epamig, 2010
Tratamento CA SAA PTC LAV TP
1
23,22 a 53,07 a 28,17 c 24,55 a 24,26 a
2
20,86 a 50,04 a 29,90 c 23,69 a 17,68 a
3
22,23 a 47,19 a 30,94 c 22,73 a 22,63 a
4
21,74 a 33,62 b 26,22 c 23,48 a 22,46 a
5
25,75 a 27,30 c 27,15 c 23,63 a 18,31 a
6
21,92 a 50,87 a 25,54 c 24,60 a 13,95 a
7
22,51 a 52,84 a 30,49 c 26,48 a 18,94 a
8
24,10 a 43,66 a 26,89 c 29,71 a 18,89 a
9
13,66 a 40,70 a 29,68 c 33,44 a 17,10 a
10
20,41 a 19,28 c 31,00 c 24,94 a 19,12 a
51
Tabela 3, “Conclusão”
Tratamento
CA SAA PTC LAV TP
11
19,27 a 47,13 a 25,61 c 21,51 a 14,70 a
12
13,80 a 48,36 a 26,37 c 26,22 a 17,97 a
13
22,89 a 34,83 b 16,54 c 23,96 a 17,43 a
14
25,57 a 44,76 a 42,00 b 29,07 a 22,37 a
15
33,35 a 20,58 c 39,00 b 32,09 a 22,30 a
16
22,60 a 27,81 c 32,09 c 32,10 a 22,39 a
17
26,78 a 21,43 c 55,33 a 31,77 a 21,14 a
18
20,78 a 49,10 a 34,65 c 29,29 a 22,28 a
19
18,66 a 43,18 a 29,02 c 26,70 a 21,51 a
20
19,13 a 36,02 b 44,11 b 26,29 a 24,88 a
Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si, pelo teste de Scott-
Knott, com um nível nominal de significância de 5%.
O comportamento distinto das cultivares estudadas nos diferentes locais
de cultivo confirma a ocorrência da interação genótipos por ambientes, fato que
justifica a avaliação de estabilidade e adaptabilidade dos genótipos que, no
presente trabalho, foi estudada por meio da metodologia proposta por
Annicchiarico (1992). Os resultados são apresentados na Tabela 4.
Tabela 4 Estimativa da média (Y
i
), desvios (S
i
) e do índice de confiança (I
i
),
segundo o método proposto por Annicchiarico (1992), para
produtividade de café beneficiado, em sacas de 60 kg.ha
-1
de genótipos
de Bourbon e de cultivares comerciais de cafeeiro avaliadas em
experimentos nas regiões Sul e Alto Paranaíba de Minas Gerais.
Epamig, 2010
Tratamento Y
i
S
i
I
i
*
1
107,01 21,05 80,03
2
97,22 16,57 75,99
3
101,99 14,33 83,62
4
92,72 12,92 76,17
5
89,83 17,57 67,31
6
93,93 22,46 65,14
7
104,70 16,44 83,63
8
102,11 11,63 87,21
9
93,78 22,94 64,37
10
85,66 20,77 59,04
52
Tabela 4, “Conclusão”
Tratamento
Yi Si Ii*
11
89,01 17,62 66,42
12
92,01 21,32 64,69
13
86,16 15,15 66,74
14
116,16 8,84 104,82
15
111,79 36,72 64,73
16
102,24 18,96 77,94
17
113,91 41,27 91,02
18
110,85 10,69 97,15
19
100,39 9,54 88,16
20
108,53 23,75 78,09
*Nível de significância adotado = 0,10
O índice de confiança (I
i
) demonstra o desempenho do genótipo em
relação à média do ambiente. Esse método estima o risco de adoção de
determinado genótipo para ser cultivado em diferentes regiões, ou seja, estima a
probabilidade de certo genótipo apresentar desempenho abaixo da média do
ambiente. Assim, será considerado ideal o genótipo que apresentar o menor risco
de ser adotado, isto é, aquele que apresentar o maior índice de confiança
(CORRÊA; MENDES; BARTHOLO, 2006).
No presente trabalho, apenas os genótipos 14 (Bourbon Vermelho FSJB)
e 18 (Mundo Novo 502/9) apresentaram maiores valores deste índice, sendo
104,82 e 97,15, respectivamente. Esses resultados indicam que o melhor
genótipo, 14 (Bourbon Vermelho FSJB), será, com 90% de confiança, 4,82%
mais produtivo que a média ambiental. Esse fato está comprovado nos dados da
Tabela 6, em que o referido genótipo permaneceu nos grupos de maior
produtividade nos diferentes locais, à exceção de Patrocínio. O genótipo 10
(Bourbon Amarelo FN), por sua vez, foi o que apresentou menor valor de I
i
,
apresentando o risco de 40,96% de se comportar abaixo da média dos ambientes.
Analisando-se o genótipo 14 (Bourbon Vermelho FSJB), que alcançou o
maior índice de confiança no experimento (104,82), em relação ao genótipo 10
53
(Bourbon Amarelo FN), que obteve o menor índice do ensaio (59,04), nota-se
que houve um aumento na confiabilidade de 45,78. Ou seja, se compararmos os
desempenhos dos dois genótipos nos ambientes mais desfavoráveis para cada
um, o genótipo 14 (Bourbon Vermelho FSJB) produzirá 45,78% a mais que o 10
(Bourbon Amarelo FN), comparado com a média ambiental. Dessa forma, os
resultados encontrados corroboram o de Mendes e Guimarães (1996), os quais
afirmam que as progênies mais produtivas são mais responsivas à melhoria dos
ambientes.
Carvalho et al. (2006) observaram diferença de até 54,37% entre as
progênies do grupo Mundo Novo estudadas. Resultados como este reforçam a
importância e a necessidade da instalação de experimentos de adaptabilidade e
estabilidade para possibilitar uma indicação mais segura de qual cultivar deverá
ser plantada em determinada região.
Segundo Wamatu, Thomas e Piepho (2003), as interações genótipo
versus ambientes para a produção de café são de magnitude significativa. Estes
autores concluíram que as características ambientais e os tratos culturais têm
grande influência sobre a produtividade.
Devido ao fato de as cultivares de Bourbon terem caído no
esquecimento dos agricultores e de pesquisadores, os resultados relacionados à
estabilidade são praticamente nulos, mostrando a necessidade de se desenvolver
mais pesquisas com estes materiais que estão sendo novamente plantados, com o
objetivo de se obter cafés de melhor qualidade.
4.1.2 Porcentagem de frutos cereja
Um dos grandes problemas detectados nas cultivares de cafeeiro é a
baixa uniformidade de maturação dos frutos (NOGUEIRA et al., 2005). O café,
por apresentar mais de uma florada, proporciona, em uma mesma planta, frutos
54
em diferentes fases de maturação: verde, cereja, passa e seco. Devido a essa
característica, é importante que a colheita seja efetuada quando a maioria dos
frutos se encontra no estádio cereja, que compreende o período no qual os
constituintes químicos atingem teores que conferem características peculiares da
maturação completa, sendo, então, considerado o ponto ideal de colheita
(CARVALHO; CHALFOUN, 2000; PIMENTA, 1995).
Na tentativa de se monitorar esta variabilidade, amostras dos frutos
colhidos em cada uma das parcelas foram retiradas e, a partir destas, foram
contados os frutos nos diferentes estádios de maturação, sendo os resultados
apresentados com base na análise de percentual de frutos no estádio cereja
(Tabela 5).
Tabela 5 Porcentagem média de frutos cereja, expressa em porcentagem de
frutos no estádio cereja de genótipos de Bourbon e de cultivares
comerciais de cafeeiro avaliadas em experimentos nas regiões Sul e
Alto Paranaíba de Minas Gerais. Epamig, 2010
Tratamento CA SAA PTC LAV TP
1
48,17 b 55,52 a 33,30 a 60,05 a 52,12 b
2
50,39 b 52,60 a 37,43 a 62,89 a 45,91 b
3
47,32 b 54,30 a 33,15 a 62,74 a 64,36 a
4
52,60 a 50,31 a 35,67 a 60,12 a 62,68 a
5
48,42 b 51,92 a 36,92 a 55,22 a 58,93 a
6
38,39 b 54,07 a 37,42 a 62,11 a 51,43 b
7
40,87 b 52,64 a 34,72 a 63,08 a 48,45 b
8
43,99 b 49,77 a 30,32 a 52,18 a 53,50 a
9
43,83 b 52,25 a 30,25 a 59,89 a 57,82 a
10
46,97 b 55,50 a 23,52 a 52,56 a 49,20 b
11
41,95 b 46,26 a 23,40 a 47,29 a 41,12 b
12
43,95 b 56,37 a 33,94 a 56,50 a 53,04 a
13
47,32 b 54,52 a 34,11 a 55,62 a 47,34 b
14
53,33 a 55,49 a 37,45 a 65,79 a 53,49 a
15
63,17 a 63,20 a 31,73 a 59,12 a 44,82 b
16
60,52 a 58,42 a 34,64 a 55,46 a 46,67 b
17
58,81 a 48,31 a 28,91 a 53,26 a 45,47 b
55
Tabela 5, “Conclusão”
Tratamento CA SAA PTC LAV TP
18
53,94 a 53,40 a 37,02 a 57,33 a 55,34 a
19
55,12 a 56,02 a 31,09 a 58,12 a 48,60 b
20
52,97 a 52,19 a 34,52 a 59,24 a 58,79 a
Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si, pelo teste de Scott-
Knott, com um nível nominal de significância de 5%.
Verifica-se que, para a percentagem de frutos no estádio cereja, houve
diferença significativa na maturação dos frutos das cultivares nas lavouras
localizadas em Campos Altos e Três Pontas.
Nesta avaliação, os genótipos 4 (Bourbon Amarelo FB), 14 (Bourbon
Vermelho FSJB), 18 (Mundo Novo IAC 502/9) e 20 (Icatu Amarelo IAC 3282)
foram as que obtiveram os melhores desempenhos, com a maior percentagem de
frutos cereja nos municípios de Campos Altos e Três Pontas. Porém, estes
valores estão aquém dos preconizados como ótimos, que vão de 80% a 85% no
estádio cereja (BARTHOLO; GUIMARÃES, 1997), principalmente no ensaio
instalado em Patrocínio, onde se verificam baixos valores dos frutos nesse
estádio de maturação. Outra explicação para a maior porcentagem de frutos no
estádio cereja em Campos Altos é o fato de este ambiente de cultivo estar
localizado em elevada altitude que, conforme Souza (1996), é um fator que
induz os frutos a permanecerem por mais tempo neste estádio.
A uniformidade de maturação é diretamente influenciada pela
disponibilidade de água no início da terceira fase fenológica do cafeeiro, que
sucede a fase de indução de gemas foliares formadas na primeira fase, para
gemas florais que entram em relativo repouso até o aumento do potencial hídrico
nas gemas florais (CAMARGO; CAMARGO, 2001; CAMARGO; FRANCO,
1985; GOUVEIA, 1984).
Dessa forma, uma possível explicação para os baixos valores
encontrados para esta característica é a disponibilidade de chuvas nos meses de
agosto e setembro – início da terceira fase fenológica – dos anos estudados, que
56
foi superior à média histórica (COOPERATIVA REGIONAL DE
CAFEICULTORES DE GUAXUPÉ - COOXUPÉ, 2010). Segundo Alves
(2008) e Rena e Maestri (1985), os cafeeiros que recebem, nesta fase, água com
muita frequência têm a florada indefinida, provocando elevada desuniformidade
de maturação.
Assim, as variações podem ser atribuídas às diferentes épocas de
florações ocorridas, em maior ou menor intensidade nos tratamentos,
influenciando os estádios de maturação.
Quanto às diferenças entre os locais estudados, Petek, Sera e Fonseca
(2009) afirmam que a uniformidade de maturação é bastante influenciada pelas
condições edafoclimáticas regionais, microclimáticas e sistemas de cultivo.
Ainda, variações regionais e interanuais na fenologia de cultivares de café
podem ocorrer devido às diferenças edafoclimáticas entre regiões de cultivo.
Como consequência, podem não concretizar aqueles diferenciais esperados na
maturação dos frutos.
4.1.3 Porcentagem de grãos chochos
Uma das anomalias que ocorrem nos frutos de café é a ausência de
semente em um dos locos desses frutos. Essas anomalias podem ocorrer em
função de fatores ambientais, fisiológicos e ou genéticos. Entretanto, alguns
cafeeiros apresentam elevada quantidade desse defeito, indicando um possível
controle genético. Nesse tipo de anomalia, verifica-se o desenvolvimento normal
do loco, ao contrário do que ocorre nos frutos moca, nos quais uma única
semente se desenvolve e ocupa todo o espaço do fruto. Uma observação
importante é que os frutos chochos apresentam o mesmo formato e volume dos
frutos que têm as duas sementes (MÔNACO, 1960).
57
Essa característica tem influência direta sobre o rendimento, dado pela
razão entre o peso ou litros de café da roça e pelo peso de café beneficiado, ou
seja, quanto maior a quantidade de frutos chochos, menor será o rendimento.
Analisando-se os dados da Tabela 9, verifica-se que houve, para todos
os genótipos e em todos os locais em estudo, maior porcentagem de frutos
normais do que chochos, com média geral de 92,96% para frutos normais e
7,04% para frutos chochos. Segundo Carvalho et al. (2006), uma cultivar é
considerada satisfatória para o melhorista quando apresenta valor igual ou
superior a 90,0% de frutos normais, explicando por que grande parte das
cultivares comerciais tem porcentagem de frutos normais próximo a este valor.
Ainda pelos dados da Tabela 6 é possível verificar a influência de
fatores genéticos e ambientais sobre esta característica, pois houve variação
entre os genótipos e, ainda, entre os locais estudados. Vale destacar que apenas o
genótipo 13 (Bourbon Vermelho FPRO) permaneceu no grupo de maior
porcentagem de grãos chochos nos três locais onde foi detectada diferença entre
os tratamentos, indicando uma possível causa genética. É comum ocorrer
variabilidade para essa característica nos ensaios de melhoramento genético.
Carvalho et al. (2006), estudando diferentes progênies de Coffea arabica,
verificaram, para a característica frutos chochos, uma amplitude de variação de
4,5% a 18,25%, sendo os valores encontrados atribuídos à variabilidade
genética.
Tabela 6 Porcentagem média de grãos chochos dos 20 genótipos em cinco locais
de Minas Gerais conduzidos por três anos. Epamig, 2010
Tratamento CA SAA PTC LAV TP
1
6,67 a 11,00 a 6,00 a 10,00 b 2,00 a
2
6,33 a 10,33 a 4,67 a 9,33 b 4,00 a
3
4,67 a 9,67 a 6,67 a 9,67 b 5,33 a
4
6,00 a 10,00 a 6,67 a 12,67 b 8,33 b
5
3,00 a 12,00 a 3,67 a 8,33 b 6,33 a
58
Tabela 6, “Conclusão”
Tratamento CA SAA PTC LAV TP
6
6,00 a 9,33 a 4,00 a 9,67 b 4,67 a
7
4,00 a 8,33 a 6,33 a 10,00 b 4,00 a
8
5,67 a 9,00 a 5,00 a 6,67 a 3,67 a
9
3,33 a 9,00 a 5,00 a 9,33 b 4,67 a
10
6,00 a 15,00 a 7,33 a 11,00 b 8,67 b
11
10,67 a 12,00 a 3,67 a 11,00 b 8,00 b
12
5,00 a 8,67 a 6,67 a 8,33 b 5,00 a
13
4,67 a 11,00 a 14,33 b 8,67 b 10,67 b
14
6,00 a 8,67 a 8,00 a 8,67 b 6,00 a
15
2,33 a 8,00 a 4,33 a 6,33 a 4,67 a
16
2,67 a 8,33 a 4,00 a 4,00 a 5,33 a
17
3,33 a 10,33 a 5,67 a 7,67 a 4,33 a
18
5,67 a 9,00 a 7,67 a 6,33 a 4,00 a
19
3,67 a 6,33 a 6,67 a 4,67 a 3,67 a
20
6,00 a 8,67 a 4,67 a 14,00 b 7,00 b
Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si, pelo teste de Scott-
Knott, com um nível nominal de significância de 5%.
4.1.4 Vigor vegetativo
Avaliou-se o aspecto vegetativo atribuindo-se pontos de modo subjetivo
e classificando em grupos, segundo o teste de Scott-Knott, a 5% de
probabilidade (Tabela 7). Em Campos Altos, houve a formação de dois grupos,
tendo os genótipos 15 (Bourbon Amarelo IFMA), 16 (Bourbon Amarelo TFMA)
e 17 (Bourbon Amarelo LFMA), todos provenientes de uma mesma fazenda,
sido iguais entre si e superiores aos demais.
Em Santo Antônio do Amparo também houve a formação de dois
grupos. No entanto, neste local, a maior parte dos genótipos ficou no grupo com
notas superiores, permanecendo no grupo das notas inferiores os genótipos 4
(Bourbon Amarelo FB), 5 (Bourbon Amarelo FBV), 10 (Bourbon Amarelo FN)
e 11 (Bourbon Amarelo FP).
As médias de vigor do experimento instalado em Patrocínio foram as
mais baixas, havendo a formação de três grupos distintos. Os resultados
59
permitem inferir que os genótipos de Bourbon não têm boa adaptabilidade nesta
região, evidenciando a influência ambiental sobre o desenvolvimento das
plantas, o que exige uma atenção especial na condução de lavouras formadas
com estes genótipos.
No ensaio instalado em Três Pontas houve a formação de dois grupos,
sendo os genótipos 12 (Bourbon Amarelo FS), 14 (Bourbon Vermelho FSJB),
15 (Bourbon Amarelo IFMA), 16 (Bourbon Amarelo TFMA), 17 (Bourbon
Amarelo LFMA), 18 (Mundo Novo IAC 509/2) e 20 (Icatu Amarelo IAC 3282)
formadores do grupo com maior nota de vigor.
Tabela 7 Notas de vigor vegetativo dos 20 genótipos em cinco locais de Minas
Gerais – média de três anos. Epamig, 2010
Tratamento CA SAA PTC LAV TP
1
7,33 b 7,67 a 5,00 c 7,00 a 7,33 b
2
7,33 b 7,67 a 5,33 c 7,33 a 7,67 b
3
7,33 b 7,33 a 5,67 c 7,00 a 7,33 b
4
7,33 b 6,33 b 5,33 c 7,67 a 7,33 b
5
7,33 b 6,67 b 5,00 c 7,33 a 7,67 b
6
7,00 b 7,33 a 5,67 c 8,00 a 7,00 b
7
7,33 b 8,00 a 5,33 c 7,67 a 7,00 b
8
6,67 b 7,33 a 5,33 c 7,67 a 7,00 b
9
6,67 b 7,33 a 5,33 c 7,67 a 7,67 b
10
6,33 b 6,33 b 5,67 c 7,67 a 7,67 b
11
6,67 b 7,00 b 4,33 c 7,33 a 6,67 b
12
7,00 b 8,00 a 5,33 c 7,67 a 8,33 a
13
7,00 b 7,67 a 5,67 c 7,67 a 7,00 b
14
7,67 b 8,00 a 6,00 c 7,67 a 8,00 a
15
8,67 a 7,33 a 6,00 c 8,33 a 9,00 a
16
8,67 a 8,00 a 7,67 a 8,00 a 9,00 a
17
8,00 a 7,67 a 7,67 a 8,00 a 8,67 a
18
7,33 b 8,00 a 6,33 b 8,33 a 8,00 a
19
7,67 b 8,33 a 6,67 b 7,67 a 7,33 b
20
7,33 b 7,33 a 7,33 a 7,67 a 8,33 a
Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si, pelo teste de Scott-
Knott, com um nível nominal de significância de 5%.
60
4.1.5 Porcentagem de grãos chatos e peneira alta
Quando se trata de cafeeiros com potencial de produção de cafés
especiais, é interessante a análise da porcentagem de grãos chatos e de peneira
alta, pois essas características proporcionam maior uniformidade do lote a ser
processado. Essas características vão influenciar diretamente o aspecto físico do
produto, o que é desejável principalmente para a utilização em máquinas de café
expresso. Porém, mesmo trabalhando-se com cafés moídos, a maior
concentração de grãos em um mesmo tamanho é importante, pois o ponto de
torra será detectado mais facilmente, tornando o produto mais homogêneo.
Pelos dados da Tabela 8 é possível notar a influência genética sobre a
formação de grãos chatos e grãos com peneira alta, uma vez que foi detectada
diferença entre os diferentes genótipos dentro de cada ambiente estudado.
Verifica-se que todos os genótipos têm porcentagens normais e elevadas
de sementes do tipo chato, tendo ocorrido a formação de dois grupos para esta
característica em todos os locais, à exceção do experimento de Santo Antônio do
Amparo. Nota-se que apenas os genótipos 8 (Bourbon Amarelo FSP), 10
(Bourbon Amarelo FN), 12 (Bourbon Amarelo FS) e 14 (Bourbon Vermelho
FSJB) permaneceram no grupo de maior porcentagem, em todos os locais
estudados.
Os resultados do presente trabalho corroboram os encontrados por
Fazuoli et al. (2005) que, em ensaio contendo cultivares de Mundo Novo e
Bourbon, verificaram a ocorrência de elevada porcentagem de grãos no formato
chato nas cultivares de Bourbon Amarelo e Bourbon Vermelho.
Para a porcentagem de grãos de peneira alta, houve, em todos os locais
estudados, a formação de pelo menos dois grupos. Apenas os genótipos 10
(Bourbon Amarelo FN), 11 (Bourbon Amarelo FP), 14 (Bourbon Vermelho
FSJB) e 20 (Icatu Amarelo IAC 3282) apresentaram maiores porcentagens de
61
peneira alta nos cinco locais estudados. Esses resultados são de grande
importância para a padronização da torra e elaboração de blends.
62
Tabela 8 Porcentagem de grãos chatos e peneira 16 acima dos 20 genótipos em cinco locais de Minas Gerais – média de
três anos. Epamig, 2010
CA SAA PTC LAV TP
Tratamento
Chato Peneira chato Peneira chato Peneira chato Peneira chato Peneira
1
81,72 a 57,06 a 84,47 a 75,13 a 86,41 a 55,75 b 81,00 b 65,47 b 82,77 a 66,66 b
2
79,57 b 51,93 b 85,24 a 73,23 b 85,77 a 52,35 b 82,10 b 62,67 b 84,23 a 69,53 b
3
82,79 a 60,21 a 87,78 a 80,30 a 78,84 b 55,51 b 82,97 a 69,06 a 81,39 b 65,07 c
4
82,84 a 56,05 a 86,17 a 78,29 a 86,26 a 56,69 b 80,96 b 66,05 b 82,73 a 67,03 b
5
83,17 a 57,21 a 85,15 a 72,24 b 87,64 a 52,54 b 80,79 b 65,11 b 84,84 a 70,63 b
6
80,72 a 55,99 a 84,86 a 73,46 b 84,94 a 53,79 b 82,33 b 64,37 b 84,40 a 66,57 b
7
81,41 a 57,60 a 86,78 a 77,18 a 84,83 a 53,79 b 82,40 b 69,13 a 83,41 a 68,56 b
8
83,45 a 62,08 a 84,41 a 71,80 b 84,86 a 60,87 a 84,29 a 66,50 b 83,56 a 67,89 b
9
82,64 a 57,35 a 85,19 a 74,85 a 84,49 a 59,25 a 81,30 b 66,52 b 85,61 a 73,68 a
10
82,23 a 60,74 a 86,97 a 78,90 a 85,50 a 59,08 a 83,99 a 73,77 a 86,15 a 73,23 a
11
78,22 b 60,14 a 87,14 a 80,04 a 85,80 a 59,28 a 83,95 a 69,63 a 86,03 a 76,30 a
12
81,00 a 57,27 a 85,10 a 75,51 a 86,30 a 62,96 a 84,24 a 65,26 b 83,64 a 66,84 b
13
84,80 a 59,93 a 85,92 a 75,42 a 80,65 b 51,40 b 84,86 a 71,98 a 84,76 a 68,72 b
14
81,27 a 57,23 a 87,29 a 79,01 a 84,83 a 64,54 a 85,00 a 71,07 a 86,65 a 76,11 a
15
75,86 b 46,79 b 83,47 a 70,70 b 82,53 b 45,62 c 78,20 b 63,96 b 80,19 b 59,11 c
16
79,48 b 51,17 b 85,22 a 73,81 b 80,63 b 56,06 b 81,67 b 66,43 b 79,55 b 60,06 c
17
78,86 b 52,74 b 84,03 a 71,58 b 83,07 b 63,58 a 81,63 b 68,53 a 78,94 b 62,16 c
18
81,26 a 56,41 a 88,69 a 80,47 a 85,21 a 66,43 a 85,41 a 70,08 a 81,04 b 71,07 b
19
81,70 a 59,05 a 84,59 a 75,53 a 81,85 b 60,74 a 81,97 b 68,28 a 84,80 a 74,50 a
20
80,90 a 55,27 a 81,75 a 64,95 b 84,27 a 56,85 b 79,20 b 61,20 b 77,63 b 57,50 c
Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, com um nível nominal de significância
de 5%.
63
4.2 Características químicas e físico-químicas
Foi utilizada a análise multivariada para a interpretação dos resultados
da análise química das diferentes cultivares para facilitar a identificação de
genótipos mais similares em gráficos de dispersão bidimensional, simplificando
a interpretação dos resultados. A utilização desta técnica é viável quando as
primeiras variáveis canônicas concentram grande proporção da variância total,
em geral referenciada em aproximadamente 70% (CRUZ; REGAZZI, 1994).
Como se verifica nos dados da Tabela 9, em que são apresentados os
valores dos autovetores associados às variáveis condensadas, as estimativas dos
autovetores (Y
i
), as proporções individuais e as proporções acumuladas
correspondentes às variáves canônicas nos diferentes ambientes estudados,
houve uma variação na explicação acumulada de 63,66% a 75,85%, dependendo
do ambiente estudado, justificando a utilização das duas primeiras variáveis
canônicas.
64
Tabela 9 Autovetores (Y
i
), autovalores, explicação individual e acumulada das duas variáveis canônicas originais
selecionadas obtidas com base em oito caracteres avaliados em 20 genótipos de cafeeiros em cinco ambientes.
Epamig, 2010
CA SAA PTC LAV TP
Variáveis
Y
1
Y
2
Y
1
Y
2
Y
1
Y
2
Y
1
Y
2
Y
1
Y
2
ATT
0,7010 0,3367 0,7212 -0,1827 0,9012 -0,1787 0,5963 0,2240 0,3922 0,5921
AR
0,2289 -0,2261 0,2870 -0,4550 0,0233 -0,0083 -0,1084 0,7496 0,0732 -0,4452
ANR
-0,0939 -0,0856 0,3225 0,2731 0,1750 0,6778 0,4394 -0,4695 -0,3187 0,4160
AT
-0,0964 -0,1037 0,0895 0,0269 0,1366 0,5337 0,0049 -0,1334 -0,5165 0,3188
LK
-0,5172 0,6387 0,3984 0,6100 0,0524 -0,1530 0,4494 0,0106 0,1452 -0,3455
CE
0,3203 0,2421 0,3022 0,0009 -0,1387 0,4204 0,4637 0,2230 0,4586 0,2127
ACT
-0,1730 -0,5469 0,1589 -0,1047 0,2345 0,1532 0,1474 0,3156 -0,4047 -0,0641
CFT
-0,1947 0,2270 -0,0998 0,5486 0,2468 0,0008 -0,0260 0,0063 -0,2777 0,0872
AV
4,6387 2,3790 2,9286 0,6936 2,2099 1,5415 2,4232 0,9523 3,9940 2,5981
%IND
42,74 21,92 54,96 13,01 37,50 26,16 53,31 20,95 45,96 25,89
%ACM
42,74 64,66 54,96 67,97 37,50 63,66 53,31 74,26 45,96 75,85
CA – Campos Altos; SAA – Santo Antônio do Amparo; PTC – Patrocínio; LAV – Lavras; TP – Três Pontas; ATT – acidez titulável
total; AR – açúcares redutores; ANR – açúcares não redutores; AT – açúcares totais; LK – lixiviação de íons potássio; CE
condutividade elétrica; ACT – ácidos clorogênicos totais; CFT – compostos fenólicos totais; AV – autovalores; %IND – porcentagem
de explicação individual; %ACM – porcentagem de explicação acumulada.
65
Na Tabela 10 são apresentadas as importâncias relativas dos caracteres
nas variáveis canônicas dentro de cada ambiente estudado. Admitindo-se uma
contribuição mínima de 70%, verifica-se que o estudo da acidez titulável total
foi o que mais contribuiu para a primeira variável canônica em todos os
ambientes. Já na segunda variável canônica, houve uma variação dos caracteres,
indicando a influência dos ambientes sobre as características estudadas.
Segundo Carvalho et al. (1994) e Chagas (2003), a acidez titulável total
é inversamente proporcional à qualidade de bebida do café, sendo os maiores
valores encontrados nos piores cafés. Assim, os genótipos com menores valores
têm maior possibilidade de apresentar bebidas de melhor qualidade.
A variação na acidez total pode ser devido a vários fatores, como local
de origem dos grãos de café, estádio de maturação dos frutos, fermentação dos
frutos, tipo de processamento utilizado e das condições climáticas durante o
período de colheita e secagem (MALTA; SANTOS; SILVA, 2002; PIMENTA,
1995). No presente trabalho, a maior contribuição da acidez total titulável na
composição da primeira variável canônica de todos os locais foi, possivelmente,
devido ao processo de preparo do café na etapa do descascamento, uma vez que
frutos com aspecto de maduro, porém ainda não totalmente maduros, podem ter
sido utilizados.
66
Tabela 10 Importância relativa dos caracteres estudados nas variáveis canônicas (VC) de 20 genótipos de cafeeiro nos
cinco ambientes. Epamig, 2010
CA SAA PTC LAV TP
Variáveis
VC
1
VC
2
VC
1
VC
2
VC
1
VC
2
VC
1
VC
2
VC
1
VC
2
ATT 0,9488
0,3472
1,0192
-0,5206
0,9493
-0,2076
0,8425
0,1431
0,7314 0,8158
AR
0,2914 -0,4096 0,4153 -0,4568 0,1024 -0,1221 -0,3286
0,9733
0,0323 -0,6057
ANR
-0,0757 -0,0762 0,1714 -0,0271 0,2633 0,5441
0,8023
-0,2193
-0,7827
0,5581
AT -0,8852
-0,1377 0,2483 0,2788 0,0153
0,7382
-0,1709 -0,3373
-0,7189
0,3642
LK
-0,5763
0,7162
0,3342 0,6321 -0,0829 -0,2574 0,5103 0,1173 0,2806 -0,331
CE
0,3789 0,5517 0,3029 0,1739 -0,0931 0,4584 0,4306 0,1187 0,6318 0,2531
ACT
-0,1033
-0,8495
0,2806
-0,7535
0,1969 0,1652 0,1789 0,3635 -0,6372 -0,1286
CFT
-0,2375 0,2769 -0,1721
0,9462
0,3230 0,0010 -0,0282 0,0068 0,3432 0,1078
CA – Campos Altos; SAA – Santo Antônio do Amparo; PTC – Patrocínio; LAV – Lavras; TP – Três Pontas; ATT – acidez titulável
total; AR – açúcares redutores; ANR – açúcares não redutores; AT – açúcares totais; LK – lixiviação de íons potássio; CE
condutividade elétrica; ACT – ácidos clorogênicos totais; CFT – compostos fenólicos totais.
67
Nas Tabelas 11, 12, 13, 14 e 15 são apresentados os resultados do
agrupamento de genótipos com base nas distâncias de Mahalanobis obtidas a
partir de análise multivariada com o uso do método de Tocher envolvendo os
oito caracteres estudados. Nas Figuras 1, 2, 3, 4 e 5 são apresentadas as
dispersões gráficas referentes à plotagem dos escores dos 20 genótipos de Coffea
arabica estudados para as duas primeiras variáveis canônicas nos ambientes
Campos Altos, Santo Antônio do Amparo, Patrocínio, Lavras e Três Pontas,
respectivamente.
Houve a formação de grupos de genótipos mais similares entre si em
cada ambiente de cultivo, em menor e maior intensidade. Em Lavras, os
genótipos foram agrupados em apenas dois grupos, indicando baixa interação
entre os dois fatores, não permitindo a expressão das peculiaridades de cada
genótipo, ocorrendo o inverso nos ambientes da região do Sul de Minas e de
Campos Altos e Patrocínio – Região do Alto Paranaíba.
Tabela 11 Agrupamento genético dos genótipos com base na distância de
Mahalanobis e método multivariado mutuamente exclusivo de
Tocher referente ao ambiente de Campos Altos. Epamig, 2010
Grupo Genótipos
I 2, 6, 1, 8, 3, 4, 16, 19, 5, 9
II 11, 14, 18
III 12, 15
IV 10
V 20
VI 13
VII 7
VIII 17
68
Tabela 12 Agrupamento genético dos genótipos com base na distância de
Mahalanobis e método multivariado mutuamente exclusivo de
Tocher referente ao ambiente de Santo Antônio do Amparo. Epamig,
2010
Grupo Genótipos
I 5, 11, 6, 2, 15, 3, 12, 16, 4, 18
II 8, 17, 7, 20
III 10, 13, 19
IV 1
V 9
VI 14
Tabela 13 Agrupamento genético dos genótipos com base na distância de
Mahalanobis e método multivariado mutuamente exclusivo de
Tocher referente ao ambiente de Patrocínio. Epamig, 2010
Grupo Genótipos
I 15, 18, 1
II 4, 19, 12, 17, 6, 11, 5
III 9, 14, 10, 13
IV 2, 8
V 7, 16
VI 20
VII 3
Tabela 14 Agrupamento genético dos genótipos com base na distância de
Mahalanobis e método multivariado mutuamente exclusivo de
Tocher referente ao ambiente de Lavras. Epamig, 2010
Grupo Genótipos
I 8, 15, 9, 10, 11, 4, 1, 14, 16, 5, 17, 6, 2, 20,
12, 7, 3, 13, 18
II 19
Tabela 15 Agrupamento genético dos genótipos com base na distância de
Mahalanobis e método multivariado mutuamente exclusivo de
Tocher referente ao ambiente de Três Pontas. Epamig, 2010
Grupo Genótipos
I 7, 10, 9, 1, 6, 8, 17
II 14, 18, 5, 20, 13, 4
III 2, 3, 19, 15
IV 11
V 16
VI 12
69
VIII
VII
VI
I
II
III
IV
V
VIII
VII
VI
IV
II
I
V
III
VC2 (21,92%)
VC1 (42,74%)
Figura 1 Dispersão gráfica de 20 genótipos de Coffea arabica L., em relação à primeira (VC1) e à segunda (VC2)
variáveis canônicas obtidas com base em 8 caracteres, no município de Campos Altos
70
I
II
III
IV
V
VI
V
IV
III
I
VI
II
VC2 (13,01%)
VC1
(
54,96%
)
Figura 2 Dispersão gráfica de 20 genótipos de Coffea arabica L., em relação à primeira (VC1) e à segunda (VC2)
variáveis canônicas obtidas com base em 8 caracteres, no município de Santo Antônio do Amparo
71
I
III
II
IV
V
VI
VII
VC1 (37,50%)
I
II
III
VI
VII
V
IV
VC2
(
26
,
16%
)
Figura 3 Dispersão gráfica de 20 genótipos de Coffea arabica L., em relação à primeira (VC1) e à segunda (VC2)
variáveis canônicas obtidas com base em 8 caracteres, no município de Patrocínio
72
I
II
I
VC2
(
20
,
95%
)
II
VC1 (53,31%)
Figura 4 Dispersão gráfica de 20 genótipos de Coffea arabica L., em relação à primeira (VC1) e à segunda (VC2)
variáveis canônicas obtidas com base em 8 caracteres, no município de Lavras
Figura 5 Dispersão gráfica de 20 genótipos de Coffea arabica L., em relação à primeira (VC1) e à segunda (VC2)
variáveis canônicas obtidas com base em 8 caracteres, no município de Três Pontas
73
II
V
I
III
IV
VI
I
II
III
IV
V
VI
VC1
(
45,96%
)
VC2
(
25,89%
)
74
Nota-se que a composição química dos genótipos variou de ambiente
para ambiente, havendo influência de várias características químicas na
diferenciação desses genótipos em cada ambiente.
Na Figura 1 verifica-se que, no ambiente Campos Altos, o genótipo 7
(Bourbon Amarelo FT) permaneceu isolado no gráfico, suplantando os demais
na qualidade com base nas características químicas, enquanto os genótipos 14
(Bourbon Vermelho FSJB), 11 (Bourbon Amarelo FP), 18 (Mundo Novo IAC
502/9) e 17 (Bourbon Amarelo LFMA) apresentaram posição intermediária.
Em Santo Antônio do Amparo (Figura 2), o genótipo 14 (Bourbon
Vermelho FSJB) apresentou superioridade em relação aos demais,
permanecendo como intermediários os genótipos 20 (Icatu Amarelo IAC 3282),
17 (Bourbon Amarelo LFMA), 8 (Bourbon Amarelo FSP) e 7 (Bourbon
Amarelo FT).
Os genótipos 18 (Mundo Novo IAC 502/9), 15 (Bourbon Amarelo
IFMA) e 1 (Bourbon Amarelo LCJ 10 – Fazenda Experimental da
EPAMIG/Machado) foram superiores aos demais, quando cultivados em
Patrocínio (Figura 3).
Em Lavras (Figura 4), o subgrupo formado pelos genótipos 7 (Bourbon
Amarelo FT), 13 (Bourbon Vermelho FPRO) e 3 (Bourbon Amarelo FBJ) foi
superior aos demais pertencentes ao mesmo grupo, os quais suplantaram o
genótipo 19 (Catuaí Vermelho IAC 144).
Na Figura 5, nota-se a superioridade dos genótipos 4 (Bourbon Amarelo
FB), 13 (Bourbon Vermelho FPRO), 14 (Bourbon Vermelho FSJB), 5 (Bourbon
Amarelo FBV), 18 (Mundo Novo IAC 502/9) e 20 (Icatu Amarelo IAC 3282),
em relação aos demais, quando cultivados em Três Pontas.
A partir dessas análises, nota-se que nenhum genótipo apresentou
superioridade em todos os locais, tendo apenas o genótipo 14 (Bourbon
Vermelho FSJB) sido classificado como superior em dois ambientes. Em função
75
da ampla extensão territorial, da diversidade climática e pedológica existente no
território brasileiro, as regiões apresentam grande variação no microclima, o que
interfere diretamente nos cultivos. Diante disso, não se deve ter expectativa de
detectar um cafeeiro que se adapte a todas as regiões e sim detectar uma cultivar
superior para cada região de cultivo.
Os resultados obtidos no presente trabalho corroboram as observações
de Santos (2006) que concluiu estar a qualidade enológica da uva primeiramente
relacionada com as condições edafoclimáticas da região de cultivo, exigindo
uma escolha correta de qual cultivar deverá ser plantada em uma dada região.
Também Figueiredo (2010) detectou uma estratificação na qualidade
final do café, em função do ambiente de cultivo, permitindo encontrar um
ambiente com maior aptidão para a produção de cafés especiais.
4.3 Características sensoriais
Devido ao fato de a análise sensorial agrupar um grande número de
atributos, procedeu-se a utilização da análise multivariada pelo método das
variáveis canônicas, que facilita a identificação de genótipos mais similares em
gráficos de dispersão bidimensional, simplificando a interpretação dos
resultados.
Na Tabela 16 observam-se os valores dos autovetores associados às
variáveis condensadas, as estimativas dos autovetores (Y
i
), as proporções
individuais e as proporções acumuladas correspondentes às variáves canônicas.
Segundo Cruz e Regazzi (1994), o requisito para que a utilização dessa
técnica seja viável é que haja, nas primeiras variáveis, a concentração de grande
proporção da variância total, em geral referenciada em, aproximadamente, 70%.
Em função dessa exigência, consideraram-se as duas primeiras variáveis
canônicas, acumulando, assim, 77,08% da variação disponível, sendo 66,03% da
76
variação explicada pela primeira variável canônica e 11,05% da variação
explicada pela segunda variável canônica.
Tabela 16 Autovetores (Y
i
), autovalores, explicação individual e acumulada das
duas variáveis canônicas originais selecionadas obtidas com base em
nove caracteres avaliados em 20 genótipos de cafeeiros. Epamig,
2010
Variáveis Y
1
Y
2
Bebida limpa
0,62736 0,05543
Doçura
0,60938 -0,04894
Acidez
0,39755 -0,2312
Corpo
0,05613 -0,18883
Sabor
0,24198 0,09551
Gosto remanescente
0,09277 0,92559
Balanço
0,0379 -0,19033
Geral
0,07269 -0,05791
Nota geral
0,00014 0,00006
Autovalores
1,0375543 0,1737695
% explicação individual
66,03 11,05
% explicação acumulada
66,03 77,08
Na Tabela 17 são apresentadas as importâncias relativas dos caracteres
nas variáveis canônicas. Verifica-se que o estudo da nota geral foi o que mais
contribuiu para a primeira variável canônica, enquanto o gosto remanescente e a
nota geral foram as variáveis de maior expressão na segunda variável canônica,
ou seja, estes caracteres foram determinantes para a caracterização dos grupos de
melhor qualidade.
Tabela 17 Importância relativa dos caracteres estudados nas variáveis canônicas
(VC) de 20 genótipos de cafeeiro. Epamig, 2010
Variáveis VC
1
VC
2
Bebida limpa
-0,1626296 -0,0946852
Doçura
-0,0124144 -0,3984255
Acidez
-0,076462 -0,6667834
Corpo
-0,4461833 -0,4407339
Sabor
-0,2030832 -0,2081448
Gosto remanescente
-0,3118504
0,959732
77
Tabela 17, “Conclusão”
Variáveis
VC1 VC2
Balanço
-0,3111047 -0,3974446
Geral
-0,3388847 -0,2563484
Nota geral 2,18497 0,9408011
Na Tabela 18 é apresentado o resultado do agrupamento de genótipos
com base nas distâncias de Mahalanobis obtidas a partir de análise multivariada
pelo método de Tocher envolvendo os nove caracteres estudados.
A formação dos grupos é em função da similiaridade apresentada pelos
genótipos. Dessa forma, verifica-se a formação de seis grupos distintos de
genótipos e o maior grupo contempla nove genótipos mais similares entre si.
Tabela 18 Agrupamento genético dos genótipos com base na distância de
Mahalanobis e método multivariado mutuamente exclusivo de
Tocher. Epamig, 2010
Grupo Genótipos
I
15, 17, 16, 18, 11, 19
II
1, 5, 8, 9, 4, 2, 12, 13, 3
III
14, 20
IV
10
V
7
VI
6
Na Figura 6 é apresentada a dispersão gráfica dos 20 genótipos de
Coffea arabica estudados, em relação à primeira e à segunda variável canônica
obtidas com base em 9 variáveis estudadas. Genótipos localizados mais à direita
e na parte superior do gráfico apresentaram maiores notas na análise sensorial.
A análise das duas primeiras variáveis canônicas permitiu discriminar os
genótipos em seis grupos, em que o grupo VI (Tabela 18), constituído apenas
pelo genótipo 6 (Bourbon Amarelo LCJ 9– Instituto Agronômico de Campinas),
apresentou os maiores valores dos atributos estudados em relação aos genótipos
dos demais grupos. Apesar de ter sido posicionado isoladamente no gráfico
(Figura 6), o genótipo 6 não apresentou diferença significativa dos genótipos 1
78
(Bourbon Amarelo LCJ 10– Fazenda Experimental Epamig/Machado), 3
(Bourbon Amarelo FPRO) e 5 (Bourbon Amarelo FBV) para a nota final, como
pode ser observado na Tabela 19.
Figura 6 Dispersão gráfica de 20 genótipos de Coffea arabica L., em relação à primeira (VC1) e à segunda (VC2)
variáveis canônicas obtidas com base em nove caracteres
79
VI
V
IV
III
II
I
I
II
III
IV
V
VI
VC1 (66,03%)
VC2 (11,05%)
80
A análise gráfica permite destacar os genótipos com maior potencial
para a produção de cafés especiais, tendo os genótipos constituintes dos grupos
II, V e VI sido os que apresentaram maior nota final, com destaque para o
genótipo 6 (Bourbon Amarelo LCJ 9 – Instituto Agronômico de Campinas),
como pode ser verificado na Tabela 19, indicando a capacidade de produção de
cafés de excelente qualidade independente do local de cultivo. Os dados
encontrados no presente trabalho corroboram os de Figueiredo (2010), que
detectou maior capacidade de alguns genótipos de Bourbon para a produção de
cafés especiais. Também Pereira (2008) destacou a cultivar Bourbon Vermelho
entre as 21 cultivares de café arábica estudadas para a produção de cafés
especiais.
Fazendo-se uma comparação entre as Tabelas 1 e 19, é possível verificar
que os genótipos com maior nota final na análise sensorial não foram os
genótipos com as produtividades mais elevadas. No entanto, deve-se salientar
que o ganho final em função da qualidade pode ser muito mais efetivo que o
ganho em produtividade, como ocorre na viticultura, onde as cultivares de uva
que produzem os melhores vinhos nem sempre são as que têm o maior potencial
produtivo (GRASSL et al., 2002; NAOR et al., 2002).
Tabela 19 Nota final dos vinte0 genótipos estudados – média dos três anos e dos
cinco locais. Epamig, 2010
Genótipo/local de origem Nota final*
06 Bourbon Amarelo LCJ 9 86,90 a
01 Bourbon Amarelo LCJ 10 85,87 a
03 Bourbon Amarelo FBJ 85,87 a
05 Bourbon Amarelo FBV 85,43 a
08 Bourbon Amarelo FSP 84,93 b
13 Bourbon Vermelho FPRO 84,87 b
02 Bourbon Amarelo FPRO 84,85 b
04 Bourbon Amarelo FB 84,70 b
12 Bourbon Amarelo FS 84,40 b
09 Bourbon Amarelo FC 84,32 b
81
Tabela 19, “Conclusão”
Genótipo/local de origem Nota final*
07 Bourbon Amarelo FT 83,93 b
14 Bourbon Vermelho FSJB 82,90 c
19 Catuaí Vermelho IAC 144 82,20 c
20 Icatu Amarelo IAC 3282 82,20 c
10 Bourbon Amarelo FN 81,97 c
11 Bourbon Amarelo FP 81,23 d
18 Mundo Novo IAC 502/9 80,53 d
15 Bourbon Amarelo IFMA 80,33 d
17 Bourbon Amarelo LFMA 80,27 d
16 Bourbon Amarelo TFMA 80,13 d
* Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, com
um nível nominal de significância de 5%.
Apesar de todos os genótipos terem apresentado notas finais que os
classifiquem como especiais, os genótipos 6, 1, 3 e 5 apresentaram superioridade
em relação aos demais, sendo classificados como cafés de excepcional qualidade
e que obterão valores superiores no ato da comercialização.
Na Tabela 20 são apresentadas as notas finais médias obtidas pelos
genótipos nos cinco ambientes estudados durante os três anos de condução do
experimento.
Os genótipos 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 13 permaneceram no grupo de maior
nota em todos os ambientes, o que permite inferir que esses genótipos
apresentam maior potencial para a produção de cafés especiais, sendo menos
influenciados pelo ambiente.
Quando se analisa a pontuação final na região do Alto Paranaíba, nota-se
que os genótipos 10, 11, 19 e 20 obtiveram pontuação para serem classificados
como café especial. Porém, cuidados especiais devem ser tomados na condução
desses genótipos nesta região para evitar maiores danos à qualidade de bebida.
Ainda nesta região, observa-se que os genótipos 15, 16, 17 e 18 não alcançaram
a nota mínima para serem classificados como especiais, evidenciando o baixo
potencial para a produção de cafés especiais por estes genótipos nesta região.
82
Tabela 20 Notas finais médias dos 20 genótipos em cada ambiente de cultivo.
Epamig, 2010
Genótipo CA PTC SAA LAV TP
1
86,50 a 86,67 a 83,83 b 85,83 a 86,50 a
2
83,83 a 84,67 a 85,58 a 86,17 a 84,00 a
3
84,83 a 85,33 a 85,83 a 86,67 a 86,67 a
4
84,83 a 84,83 a 84,67 a 85,50 a 83,67 a
5
86,16 a 84,17 a 84,67 a 86,50 a 85,67 a
6
86,17 a 88,33 a 87,33 a 87,33 a 85,33 a
7
84,67 a 83,50 a 84,67 a 84,17 a 82,67 a
8
83,67 a 86,17 a 85,00 a 85,33 a 84,50 a
9
84,17 a 81,83 b 86,25 a 84,50 a 84,83 a
10
81,17 b 82,67 b 83,67 b 82,17 b 80,17 b
11
81,00 b 81,83 b 82,67 b 79,83 b 80,83 b
12
83,33 a 83,33 b 85,83 a 84,00 b 85,50 a
13
84,17 a 86,00 a 85,00 a 86,00 a 83,17 a
14
82,83 a 83,00 b 83,83 b 82,83 b 82,00 b
15
77,83 b 79,50 b 82,33 b 83,00 b 79,00 b
16
79,17 b 80,50 b 83,17 b 79,00 b 78,83 b
17
77,33 b 79,83 b 81,67 c 80,83 b 81,67 b
18
78,83 b 81,16 b 80,33 c 83,17 b 79,17 b
19
80,67 b 81,50 b 83,67 b 81,00 b 84,17 a
20
81,33 b 82,33 b 83,50 b 83,00 b 80,83 b
Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si, pelo teste de Scott-
Knott, com um nível nominal de significância de 5%.
Na região Sul de Minas também houve variação significativa na
pontuação final dos cafés. Os genótipos 10, 14, 17 e 20, apesar de obterem notas
finais suficientes para serem classificados como especiais, devem receber
maiores cuidados durante a sua condução e colheita, uma vez que apresentaram
pontuação pouco acima do limite mínimo para a classificação como café
especial. Os genótipos 11, 15, 16 e 18 não apresentaram pontuação mínima para
serem classificados como especiais em todos os locais do Sul de Minas,
mostrando a interferência do ambiente de cultivo sobre a qualidade final do
produto. Em trabalho semelhante, Figueiredo (2010) não detectou diferença
significativa entre as notas finais obtidas de amostras dos diferentes genótipos de
Bourbon dentro de cada ambiente estudado. No entanto, alguns genótipos
apresentaram notas que permitem classificá-los como cafés especiais, o que
83
possibilitou que a autora concluísse que alguns genótipos apresentam maior
potencial para produção de cafés especiais do que outros.
Também é possível confirmar a superioridade de alguns dos genótipos
de Bourbon estudados sobre as cultivares tradicionais, uma vez que as cultivares
utilizadas como testemunha permaneceram no grupo com as menores notas
finais médias em todos os ambientes de cultivo estudados.
84
5 CONCLUSÕES
a) Os genótipos de Bourbon apresentam elevado potencial produtivo,
com destaque para o Bourbon Vermelho FSJB, que apresentou
maior adaptabilidade;
b) Os ambientes influenciam na resposta dos genótipos quanto às
características químicas, sendo a acidez titulável total a
característica que apresenta maior contribuição na diferenciação
dos genótipos;
c) A pontuação final obtida pelos genótipos de Bourbon indica que
têm elevado potencial para a produção de cafés especiais, com
destaque para o Bourbon Amarelo LCJ 9 (Instituto Agronônico de
Campinas), Bourbon Amarelo (Fazenda Experimental da
EPAMIG/Machado), Bourbon Amarelo FBJ e Bourbon Amarelo
FBV.
85
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