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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
RESILIÊNCIA E VELHICE: UM ESTUDO DE FATORES DE RISCO E DE
PROTEÇÃO NA SAÚDE DO IDOSO
CAMOMILA LIRA FERREIRA
NATAL/RN
2010
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
RESILIÊNCIA E VELHICE: UM ESTUDO DE FATORES DE RISCO E DE
PROTEÇÃO NA SAÚDE DO IDOSO
CAMOMILA LIRA FERREIRA
Dissertação a ser apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Ciências da Saúde,
como requisito para a obtenção do Título de
Mestre em Ciências da Saúde pela
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte.
Orientadora: PROFA. DRA. EULÁLIA MARIA CHAVES MAIA
NATAL/RN
2010
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CATALOGAÇÃO NA FONTE
F383r
Ferreira, Camomila Lira.
Resiliência e velhice: um estudo de fatores de risco e
de proteção na saúde do idoso / Camomila Lira Ferreira.
Natal, 2010.
66 f.
Orientadora: Profª. Drª. Eulália Maria Chaves Maia.
Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-Graduação
em Ciências da Saúde. Centro de Ciências da Saúde.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
1. Saúde do idos Dissertação. 2. Resiliência
psicológica Dissertação. 3. Idoso Dissertação. I. Maia,
Eulália Maria Chaves. II. Título.
RN-UF/BS-CCS CDU: 616-053(043.3)
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação:
PROFA. DRA. TÉCIA MARIA DE OLIVEIRA MARANHÃO
Natal/RN
2010
iv
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
RESILIÊNCIA E VELHICE: UM ESTUDO DE FATORES DE RISCO E DE
PROTEÇÃO NA SAÚDE DO IDOSO
BANCA EXAMINADORA
Presidente da Banca: Profa. Dra. Eulália Maria Chaves Maia
Membros Titulares:
Profa. Dra. Eulália Maria Chaves Maia (Universidade Federal do Rio Grande do
Norte - UFRN).
Prof. Dr. Renato Peixoto Veras (Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ).
Prof. Dr. Gilson de Vasconcelos Torres (Universidade Federal do Rio Grande do
Norte - UFRN).
Natal/RN
2010
v
À minha família, especialmente meus pais
e avós, que me ofereceram todo apoio e
carinho necessários ao longo dessa
minha importante caminhada acadêmica,
ensinando-me uma nova lição a cada dia.
vi
AGRADECIMENTOS:
Agradeço a Deus pela força diária de seguir no gratificante trabalho com as pessoas
idosas.
À Profa. Dra. Eulia Maria Chaves Maia por ir muito além da orientação
acadêmica, já que sempre acreditou e confiou em meu trabalho, motivando-me
diante de toda e qualquer dificuldade. Obrigada por contribuir para meu crescimento
pessoal e profissional.
À minha querida e especial amiga Ádala Nayana de Sousa Mata por estar sempre
presente na minha vida, auxiliando-me com sua força, garra e alegria de viver.
Às minhas amigas pesquisadoras e companheiras do Grupo de Estudos: Psicologia
e Saúde (GEPS), Liliane, Caroline, Soraya, Santana, Luciana, Ariane e Patrícia,
por sempre torcerem e acreditarem em minha capacidade de enfrentar mais essa
etapa.
Aos brilhantes bolsistas e alunos do GEPS pelo empenho e dedicação que muito
contribuíram para a concretização desse trabalho.
Aos meus amigos da Casa Lar Nossa Senhora da Conceição e do Programa SOS
Idoso pela escuta, paciência e compreensão nos momentos em que mais precisei.
A todos os idosos sem os quais esse trabalho não seria possível.
vii
SUMÁRIO:
LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................... viii
LISTA DE TABELAS ................................................................................................ ix
RESUMO .................................................................................................................... x
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 3
2.1.Resiliência ............................................................................................................................. 3
2.2. Mecanismos de Risco e de Proteção ................................................................ 4
2.3. Processo de Envelhecimento 6
3. ANEXAÇÃO DE ARTIGOS .................................................................................... 8
3.1. Artigo 1 ................................................................................................................................ 8
3.2. Artigo 2 25
4. COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES ..................................................... 40
5. APENDICE ........................................................................................................... 45
5.1. Questionário elaborado pela mestranda ............................................................................. 45
5.2. Tabelas dos resultados apresentados nos Comentários, Críticas e Sugestões ...................... 47
5.3. Publicações geradas a partir do projeto inicial de pesquisa ................................................. 50
5.3.1. Capítulo de livro publicado 50
5.3.2. Trabalhos publicados em anais de eventos (Completo) 50
5.3.3. Trabalhos publicados em anais de eventos (Resumo Expandido) 51
5.3.4. Trabalhos publicados em anais de eventos (Resumo) 51
5.4. Participações em eventos científicos ................................................................................... 56
6. ANEXOS .............................................................................................................. 57
7. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 62
ABSTRACT .............................................................................................................. 66
viii
LISTA DE ABREVIATURAS
ALCESTE
Análise Léxica por Contexto de um Conjunto de Segmentos de Texto
CAPES
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
GEPS
Grupo de Estudos: Psicologia e Saúde
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
RN
Rio Grande do Norte
SPSS
Statistical Package for the Social Sciences
UFRN
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
ix
LISTA DE TABELAS
Localização
Número
p.
3.1. Artigo 1
Tabela 1
Descrição da amostra de idosos usuários da Rede
de Atenção Básica de Saúde do Distrito Sanitário
Leste - Natal/RN, Brasil - 2009.
15
3.1. Artigo 1
Tabela 2
Auto-avaliação de relacionamentos interpessoais
de idosos usuários da Rede de Atenção Básica de
Saúde do Distrito Sanitário Leste - Natal/RN, Brasil
- 2009.
17
3.2. Artigo 2
Tabela 1
Descrição sócio-demográfica da amostra de idosos
usuários da Rede de Atenção Básica de Saúde.
(N=65)
39
5. Apêndice
Tabela 1
Auto-avaliação de saúde, morbidade referida e do
uso de medicamentos em idosos usuários da Rede
de Atenção Básica de Saúde do Distrito Sanitário
Leste - Natal/RN, Brasil.
45
5. Apêndice
Tabela 2
Morbidade referida em idosos usuários da Rede de
Atenção Básica de Saúde do Distrito Sanitário
Leste - Natal/RN, Brasil.
46
5. Apêndice
Tabela 3
Eventos vitais vivenciados no último ano de vida de
idosos usuários da Rede de Atenção Básica de
Saúde do Distrito Sanitário Leste - Natal/RN, Brasil.
47
x
RESUMO
A resiliência consiste em uma capacidade para se adaptar ou superar situações de
risco, a partir do auxílio de fatores protetores. Esse constructo se constitui em um
processo de caráter preventivo e multideterminado presente em todas as etapas do
desenvolvimento humano. Durante esse desenvolvimento, tem-se o idoso imerso
nas modificações biopsicossociais decorrentes do processo de envelhecimento.
Nesse sentido, observou-se a necessidade de realizar um estudo multidisciplinar,
aliando a Psicologia com a Medicina, a Enfermagem, o Serviço Social e a
Gerontologia, com o objetivo de verificar a capacidade de resiliência, seus fatores de
risco, tais como eventos vitais e condições de saúde, e de proteção, tais como auto-
estima e apoio social. Para isso, realizou-se um estudo descritivo exploratório, de
caráter transversal, junto a uma amostra de conveniência constituída por 65 idosos
usuários da rede pública de saúde do distrito sanitário leste do município de
Natal/RN, Brasil. Essa investigação possibilitou a obtenção de dados cio-
demográficos, econômicos, relacionais, físicos, biológicos e psicológicos para
compreender o processo de envelhecimento. Percebe-se que a amostra estudada
apresenta nível sócio-econômico baixo e condições crônicas de saúde em suas
próprias vidas e em suas famílias, que demandam por cuidados e atenção diária,
são resilientes, já enfrentaram perdas significativas, possuem auto-estima positiva e
apoio social externo percebido como satisfatório. Diante dessa
multidimensionalidade, o processo de envelhecimento merece a atenção dos
diversos profissionais e políticas de saúde, buscando propiciar ao idoso melhores
condições de vida e mecanismos que promovam o bem-estar e a saúde.
Descritores: Resiliência Psicológica; Envelhecimento; Risco; Proteção.
11
1. INTRODUÇÃO
A presente investigação pretendeu verificar a capacidade de resiliência em
idosos do distrito sanitário leste do município de Natal/RN, além de identificar os
fatores de riscos aos quais os idosos estão submetidos e os fatores de proteção que
propiciam a atenuação dessas situações de risco. Vários estudos evidenciam o
aumento da população idosa no Brasil e no mundo, e, diante desse processo de
transição demográfica, o estudo do envelhecimento e da velhice torna-se um
importante foco de ateão e de pesquisa para as ciências humanas e da saúde.
Além disso, essa área de conhecimento também procura, atualmente, expandir os
estudos sobre a resiliência para a vida adulta e a velhice, uma vez que esse
constructo psicológico pode favorecer um desenvolvimento bem sucedido em
qualquer etapa do ciclo vital.
Dessa forma, o presente trabalho intitulado Resiliência e Velhice: um estudo
de fatores de risco e de proteção na saúde do idoso” consiste em um estudo
descritivo exploratório, realizado junto a uma amostra de conveniência constituída
por 65 idosos usuários da rede de atenção básica de sde do município de Natal.
Através desse estudo foi possível compreender como alguns idosos, apesar de
todas as modificações biopsicossociais da velhice, conseguem aceitar e viver com
saúde essa fase do desenvolvimento, minimizando os efeitos dos riscos e perdas
acumuladas ao longo da vida.
Nessa perspectiva, a primeira parte dessa dissertação enfoca a literatura
sobre as características da resiliência, destacando sua relação com os fatores de
risco e de proteção na saúde do idoso. Seguem, portanto, algumas considerações
sobre as questões teóricas envolvidas com o processo de envelhecimento e a
12
resiliência. Posteriormente, descreve-se os procedimentos metodológicos da
pesquisa, partindo-se do pressuposto de que a vivência mínima de situações de
riscos e a presença de elementos de proteção vislumbrados como satisfatórios pelos
idosos favorece a adaptação à velhice ao propiciar a promoção da resiliência. os
resultados do estudo são apresentados sob a forma de dois artigos científicos, com
os recortes propostos e aprovados pela banca à época do exame de qualificação.
O Artigo 1 - “Resiliência em Idosos Atendidos na Rede de Atenção Básica de
Saúde em Município do Nordeste Brasileiro - é um estudo exploratório de corte
transversal, no qual se pretendeu avaliar a resiliência em idosos e verificar a auto-
estima e o apoio social percebido - fatores de proteção envolvidos no processo de
envelhecimento. Esse artigo foi aprovado na fase de pré-normalização e
encaminhado para possível publicação na “Revista da Escola de Enfermagem da
USP”.
O Artigo 2 - Contribuições da Resiliência e da Auto-Estima para o
Envelhecimento Bem-Sucedido de Idosos em Natal/RN, Brasil” - tem como objetivo
principal avaliar a capacidade de resiliência e a auto-estima de idosos atendidos na
rede de atenção básica de saúde, acreditando na interferência que os fatores de
proteção podem ter sobre esse constructo psicológico, potencializando-o. Esse
artigo foi enviado para a “Revista Gaúcha de Enfermagem” e está aguardando
designação.
Ao final da dissertação, são descritos comentários, críticas e sugestões do
estudo e o tecidas demais considerações relevantes à luz dos resultados
encontrados, como subsídios para futuras discussões no âmbito das políticas
públicas de saúde com idosos.
13
2. REVISÃO DA LITERATURA
Várias pesquisas e investigações sobre o processo de envelhecimento
procuram abarcar alguns de seus múltiplos fatores envolvidos. Entretanto, a maioria
delas enfatiza as doenças, perdas e declínios da velhice. Felizmente, nos últimos
anos, estudiosos estão direcionando sua atenção para os recursos e as
potencialidades existentes nessa etapa do desenvolvimento. Dentre estes, tem-se a
resiliência, descrita como um fator relevante para o restabelecimento ou manutenção
do nível de bem-estar do indivíduo diante de situações adversas. Nesta perspectiva,
a velhice representa um período de desenvolvimento promissor para o estudo da
resiliência e dos mecanismos de risco e de proteção, na medida em que se
caracteriza por diversos desafios físicos, sociais e psicológicos que merecem
atenção
(1)
.
2.1. Resiliência
A resiliência é entendida na Física como a propriedade dos materiais
retomarem a sua forma inicial depois de submetidos a pressões, e na Medicina
como a capacidade do indivíduo resistir a uma alteração em seu estado de saúde
(2)
.
alguns anos, as ciências humanas e sociais passaram a aplicar esse conceito
em seus estudos, compreendendo a resiliência como a capacidade humana de
enfrentar as adversidades, proporcionando ao indivíduo ser transformado por esses
fatores potencialmente estressores, adaptando-se ou superando tais experiências
traumáticas e/ou estressantes
(2,3)
.
O conceito de resiliência vem sendo debatido e reconstruído, na medida em
que se observa que alguns indivíduos, grupos ou comunidades superam situações
14
adversas e ainda as transformam em vantagens ou estímulos para o seu
desenvolvimento biopsicossocial e sobrevivência humana
(4,5)
. Assim, a resiliência
parece favorecer esse desenvolvimento saudável necessário à evolução de todos os
seres humanos
(5)
.
A maioria dos estudos tem como ponto de partida o questionamento de como
alguém que se encontra exposto a situações e experiências consideradas de risco e
prejudiciais consegue as condições necessárias para um desenvolvimento
adequado
(6)
. Isso permite pensar a resiliência não apenas como um atributo inato ou
adquirido, mas sim um processo interativo e multifatorial, envolvendo aspectos
individuais, o contexto ambiental, a quantidade e qualidade dos eventos vitais, e a
presença dos fatores de proteção
(7)
.
2.2. Mecanismos de Risco e de Proteção
Para compreender a resiliência, deve-se considerar alguns conceitos
associados a esse construto psicológico, tais como os fatores de risco e os fatores
de proteção.
Os fatores ou mecanismos de risco são considerados eventos da vida
adversos que são vislumbrados como obstáculos individuais ou ambientais que
aumentariam a predisposição individual que potencializa os efeitos de um estressor.
Eles podem ser de natureza psicossocial ou sociocultural, os quais acabam por
resultar em perturbações psicológicas, respostas mal-adaptativas e conseqüentes
resultados negativos para o desenvolvimento do indivíduo
(1,7)
.
Esses fatores de risco devem ser vistos como um processo que considera
não somente a gravidade de um fator negativo da vida, mas o acúmulo desses
fatores, sua cronicidade, suas consequências, o período, a situação e o contexto de
15
exposição ao risco. Assim, nenhum evento ou situação assume uma condição de
risco sem considerar tais aspectos que se somam à visão subjetiva do indivíduo, ou
seja, ao modo como ele percebe e ao significado que ele atribui à situação ou ao
evento vivenciado. Algumas variáveis, no entanto, têm sido associadas ao risco para
o desenvolvimento, tais como a pobreza, as rupturas familiares, as doenças, as
perdas significativas, a violência física e psicológica, as atitudes discriminatórias e
preconceituosas
(1)
.
os fatores ou mecanismos de proteção se constituem em características
potenciais na promoção de resiliência, uma vez que podem minimizar os eventuais
efeitos negativos ou disfuncionais na presença do risco, além da possibilidade de
modificar, melhorar ou alterar a resposta pessoal a um perigo ambiental. Assim, os
fatores de proteção não necessariamente eliminam os riscos, mas encorajam o
indivíduo a superá-los, atuando como mediadores e protetores da adversidade
(1,5,7)
.
Como fatores de proteção, considera-se a interrelação entre os fatores
individuais (tais como temperamento, capacidade para resolver problemas, bem-
estar psicológico, auto-estima, autonomia, inteligência, autocontrole, auto-eficácia e
competência social), os fatores familiares (como coesão, estabilidade, respeito
mútuo, apoio e vínculo), e os fatores relacionados ao apoio social externo (relações
com pessoas significativas na escola, na igreja ou em grupos sociais). Esses fatores
não devem ser apenas identificados, mas tamm compreendidas suas associações
e a forma como atuam na redução dos impactos da adversidade
(1,7)
.
Ao considerar a resiliência como uma capacidade para se desenvolver
normalmente sob condições difíceis ou de risco, e que todas as pessoas, em menor
ou maior intensidade, terão que enfrentar alguma dessas condições enquanto
estiverem vivos
(3)
, a resiliência e a interação entre os fatores de risco e de proteção
16
podem se integrar ao longo de toda a vida humana
(8)
, seja na infância, na
adolescência, na fase adulta ou na velhice. Para isso, o ser humano, em qualquer
fase de seu desenvolvimento, deve fazer uso de seus atributos individuais, de seu
ambiente familiar, social e cultural. E quanto melhor for essa estrutura, mais
resiliente será o indivíduo
(9)
.
2.3. Processo de Envelhecimento
A população idosa corresponde, atualmente, ao grupo etário que mais cresce
no Brasil e no mundo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o Brasil possui cerca de 19 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que
representa mais de 10% da população brasileira. Estimativas deste óro indicam
que esse contingente atingirá 32 milhões de 2025 e fará do País o sexto em número
de idosos no mundo
(10)
.
Quanto ao envelhecimento, inúmeras definições procuram caracterizar esse
processo do desenvolvimento humano. A maioria dos conceitos refere-se à
multideterminação desse processo, assinalado por modificações em seus aspectos
físicos, sociais, biológicos e psicológicos, e dimensões políticas, culturais e
econômicas
(11)
. Em meio a isso, vislumbra-se a velhice que se configura como uma
etapa do ciclo vital que pode oferecer riscos ao bem-estar psicológico e à boa
qualidade de vida, uma vez que é acompanhado por perdas significativas para o
indivíduo que está envelhecendo
(12)
.
Todas as mudanças pelas quais passam os idosos podem resultar na
vivência de sentimentos negativos, tais como abandono, inutilidade, falta de
autonomia, falta de controle sobre o meio e sobre si mesmo
(12)
. Porém, na medida
em que diversos fatores influenciam o processo de envelhecimento humano, é
17
importante observar que alguns aspectos agem na vida do idoso com o objetivo de
protegê-lo das situações de risco e/ou condições adversas vivenciadas, de mobilizá-
lo para adaptação e/ou superação dessas vivências, de fazê-lo aprender novos
conteúdos e compensar possíveis perdas
(1)
.
Percebe-se, por exemplo, que, mesmo na presença de ameaças e dos riscos
inerentes à velhice, alguns idosos podem se desenvolver normalmente e evitar a
ocorrência de patologias diversas, sem complicações ou sequelas que dificultem sua
independência e sua autonomia. Dessa forma, o idoso, após superar uma situação
de risco, passa a ter uma participação ativa em seu tratamento e um envolvimento
na prevenção de condições crônicas e seus sintomas. Isso se faz possível ao
reverter as perdas associadas à idade. Para isso, essa população faz uso de
recursos como a capacidade de resiliência, o atributo pessoal da auto-estima, o
apoio e a assistência da família, de equipes de saúde e instituições da
comunidade
(13)
.
Assim, ao associar tais resultados com o fenômeno mundial de aumento
progressivo no número de idosos, verifica-se a necessidade de compreender a
velhice como um período do ciclo vital que merece atenção dos profissionais, das
políticas e dos serviços de saúde. Com isso, pode-se promover o que se denomina
de envelhecimento bem-sucedido, na medida em que são oferecidas, ao idoso,
condições para lidar com as demandas do dia-a-dia
(12)
.
18
3. ANEXAÇÃO DE ARTIGOS
3.1. Artigo 1
Intitulado “Resiliência em Idosos Atendidos na Rede de Atenção Básica de
Saúde em Município do Nordeste Brasileiro, este artigo foi aprovado na fase de pré-
normalização e encaminhado para possível publicação na “Revista da Escola de
Enfermagem da USP” (ISSN 0080-6234).
19
RESILIÊNCIA EM IDOSOS ATENDIDOS NA REDE DE ATENÇÃO BÁSICA DE
SAÚDE EM MUNICÍPIO DO NORDESTE BRASILEIRO.
1
RESILIENCE TO ELDERLY PEOPLE SERVED BY THE PRIMARY HEALTH CARE
OF A CITY IN THE BRAZILIAN NORTHEAST.
RESILIENCIA EN ANCIANOS ATENDIDOS EN LA RED DE ATENCIÓN BÁSICA
DE SALUD EN CIUDAD DEL NORDESTE BRASILEÑO.
AUTORES
Camomila Lira Ferreira
2
, Lúcia Maria Oliveira Santos
3
, Eulália Maria Chaves Maia
4
.
1
Este artigo é decorrente da pesquisa PVC979-2008 - Resiliência e Velhice: a influência de fatores de
risco e de proteção no processo de envelhecimento, e recebeu auxílio financeiro através de bolsa
CAPES e bolsa PROPESQ-UFRN.
2
Psicóloga, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCSA) da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Especialização em Psicologia da Saúde:
Desenvolvimento e Hospitalização pela UFRN, Pesquisadora Voluntária da base de pesquisa Grupo
de Estudos: Psicologia e Saúde (GEPS) do Departamento de Psicologia da UFRN. E-mail:
camomilapsi@yahoo.com.br. E-mail institucional: geps_ufrn@hotmail.com
3
Graduanda do Curso de Psicologia da UFRN, Bolsista de Iniciação Científica do GEPS. E-mail:
aldenor_lucia@yahoo.com.br. E-mail institucional: geps_ufrn@hotmail.com
4
Psicóloga, Professora Doutora do Departamento de Psicologia da UFRN, Orientadora de Mestrado
e Doutorado do PPGCSA e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRN, Coordenadora
do GEPS. End,: Rua Seri, 754, Apto. 902. Petrópolis. CEP: 59020-010. Natal/RN. Brasil. Tel.: (84)
3215-3592 (Ramal: 220) / (84) 9962-0455. E-mail: eulalia.maia@yahoo.com.br. E-mail institucional:
geps_ufrn@hotmail.com
20
RESUMO:
Objetiva-se avaliar a capacidade de resiliência, a auto-estima e o apoio social em
idosos através de um estudo exploratório com uma amostra por conveniência
constituída por idosos usuários da rede pública de saúde do município de Natal/RN,
Brasil, os quais responderam ao questionário e às Escalas de Resiliência, Auto-
estima e Apoio Social. Participaram 65 idosos com idade média de 71 anos, sendo
81% do sexo feminino, com baixas condições sócio-econômicas. Identificou-se
escore médio de resiliência de 134,1±12,8; auto-estima, 9,4±3,7, apoio social
percebido na dimensão material, 90,7±14,6; na dimensão afetiva, 93,9±13,2; na
emocional, 80,9±20,0; de informação, 79,8±22,0; e interação social positiva,
82,6±20,0. Os idosos apresentam características resilientes, auto-estima positiva e
apoio social percebido como satisfatório, mesmo diante das perdas e declínios
vivenciados na velhice. Emerge, portanto, a necessidade de direcionar atenção a
esse período de desenvolvimento, buscando aperfeiçoar as condições de vida e
promover a saúde.
DESCRITORES: Envelhecimento, Resiliência, Proteção.
ABSTRACT:
This study aimed to evaluate the resilience capacity, self-esteem and social support
to elderly people, through an exploring study with a sample by convenience with
elderly people who use the public health care of Natal/RN, Brazil. They answered to
a questionnaire and to Scales of Resilience, Self-Esteem and Social Stand. Sixty-five
elderlies who were in average 71 years old have participated in this survey, being
81% female, with low socioeconomic. It has been perceived an average resilience
score of 134.1±12.8; self-esteem score, 9.4±3.7; in the material social support,
90.7±14.6; in the affective dimension, 93.9±13.2; in the emotional dimension,
80.9±20.0; regarding the informative one, 79.8±22.0 and positive social interaction,
82.6±20.0. These elderlies present resilient characteristics, positive self-esteem and
external social support perceived as satisfactory, even against losses and declines
lived in aging. It emerges, therefore, the necessity to direct attention to this period of
development, seeking to propitiate better life conditions and health.
KEYWORDS: Aging, Resilience, Protection.
RESUMEN:
Se objetievaluar la capacidad de resiliencia, la auto-estima y el apoyo social en
ancianos a través de un estudio exploratorio com una muestra de conveniencia
compuesta por ancianos usuarios de la red de salud pública de ciudad de Natal/RN,
Brasil, que responderan al cuestionario y a las Escalas de Resiliencia, Auto-estima y
Apoyo Social. Participaron 65 ancianos con edad media de 71 años, siendo 81% del
género femenino, con bajas condiciones socioeconómicas. Se identifi índice
medio de resiliencia de 134,1±12,8; auto-estima, 9,4±3,7, apoyo social percibido en
la dimensión material, 90,7±14,6; en la dimensión afectiva, 93,9±13,2; en la
emocional, 80,9±20,0; de información, 79,8±22,0; e interacción social positiva,
82,6±20,0. Los ancianos apresentan características resilientes, auto-estima positiva
y apoyo social percibido como satisfatório, mismo delante de las pérdidas y daños
vivenciados en la vejez. Emerge, así, la necesidad de encaminar atención a ese
periodo de desenvolvimiento, intentando perfeccionar las condiciones de vida y
promoverla salud.
DESCRIPTORES: Envejecimiento, Resiliencia, Protección.
21
INTRODUÇÃO:
A partir da compreensão de resiliência enquanto capacidade humana de se
adaptar e transformar situações de risco e de vulnerabilidade em potencialidades,
este artigo procura evidenciar a importância de entender como alguns idosos,
apesar de todas as desvantagens da velhice, conseguem aceitar e viver com saúde
essa fase do desenvolvimento, minimizando os efeitos de suas dores e perdas
acumuladas ao longo da vida.
OBJETIVOS:
Nesta perspectiva, a pesquisa buscou avaliar a resiliência em idosos e
verificar os fatores de proteção envolvidos no processo de envelhecimento.
REVISÃO DE LITERATURA:
A resiliência é um conceito que cada vez mais vem sendo discutido na
literatura científica internacional e nacional. Ela é compreendida como a capacidade
humana de enfrentar as adversidades, proporcionando ao indivíduo ser
transformado por esses fatores potencialmente estressores, adaptando-se ou
superando tais experiências traumáticas e/ou estressantes. A resiliência é discutida
não apenas como um atributo inato ou adquirido, mas sim um processo interativo e
multifatorial, envolvendo aspectos individuais, o contexto ambiental, a quantidade e
qualidade dos eventos vitais, e a presença dos fatores de proteção
(1)
.
Os fatores ou mecanismos de proteção se constituem em características
potenciais na promoção de resiliência, uma vez que podem minimizar os eventuais
efeitos negativos ou disfuncionais na presença do risco, além da possibilidade de
modificar, melhorar ou alterar a resposta pessoal diante de um perigo qualquer.
Assim, os fatores de proteção o necessariamente eliminam os riscos, mas
encorajam o indivíduo a superá-los, atuando como mediadores e protetores da
adversidade
(1,2)
.
Ao considerar a resiliência como uma capacidade para se desenvolver
normalmente sob condições difíceis ou de risco, e que todas as pessoas, em menor
ou maior intensidade, terão que enfrentar alguma dessas condições enquanto
estiverem vivos, a resiliência e a interação entre os fatores de risco e de proteção
podem se integrar ao longo de toda a vida humana, seja na infância, na
adolescência, na fase adulta ou na velhice
(2)
.
22
O estudo desse constructo entre os idosos passou a ter mais relevância na
medida em que houve uma maior preocupação em virtude do envelhecimento
populacional. Isso se deve ao aumento da expectativa de vida que, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), será de 73 anos no ano de 2025. O mesmo
ocorrerá no Brasil, cuja expectativa de vida passará de 67 anos para 74 anos em
2025, ocasionando a duplicação no número de idosos no país que atualmente
corresponde a mais de 18 milhões de indivíduos com mais de 60 anos de idade
(3)
.
Quanto ao envelhecimento, inúmeras definições procuram caracterizar esse
processo do desenvolvimento humano. A maioria dos conceitos refere-se à
multideterminação desse processo, assinalado por modificações em seus aspectos
físicos, sociais, biológicos e psicológicos, e dimensões políticas, culturais e
econômicas. Em meio a isso, tem-se a velhice como uma etapa do ciclo vital
frequentemente vista como um período de estagnação e finalização da vida, de
declínio e de perdas, de desespero e temor à morte, sem possibilidades de
crescimento, participação e envolvimento nos mais variados contextos
(4)
.
O envelhecimento humano se configura, portanto, como um processo do ciclo
evolutivo que pode oferecer riscos ao bem-estar psicológico e à boa qualidade de
vida, uma vez que é acompanhado por perdas significativas para o indivíduo que
está envelhecendo. Todas as mudanças por quais passam os idosos podem resultar
na vivência de sentimentos negativos, tais como abandono, inutilidade, falta de
autonomia, falta de controle sobre o meio e sobre si mesmo
(4)
. Porém, na medida em
que diversos fatores biológicos, sociais, psicológicos, culturais e econômicos
influenciam o processo de envelhecimento humano, é importante observar que
diferentes aspectos agem na vida do idoso com o objetivo de protegê-lo das
situões de risco e/ou condições adversas vivenciadas, de mobilizá-lo para
adaptação e/ou superação dessas vivências, de fazê-lo aprender novos conteúdos e
compensar possíveis perdas
(1)
.
Percebe-se que, mesmo na presença de ameaças e dos riscos inerentes à
velhice, alguns idosos podem se desenvolver normalmente e evitar a ocorrência de
patologias diversas, sem complicações ou sequelas que dificultam sua
independência e sua autonomia. Dessa forma, o idoso, após superar uma situação
de risco, passa a ter uma participação ativa em seu tratamento e um envolvimento
na prevenção de condições crônicas e seus sintomas. Isso se faz possível ao
reverter as perdas associadas à idade. Para isso, essa população faz uso de
23
recursos como a capacidade de resiliência, o atributo pessoal da auto-estima, o
apoio e a assistência da família, de equipes de saúde e instituições da
comunidade
(5)
.
MÉTODOS:
Nesse estudo exploratório que objetivou compreender a resiliência na velhice,
a amostra foi de conveniência e constituída por 65 idosos usuários dos serviços
oferecidos pela Rede Básica de Atenção à Saúde do Distrito Sanitário Leste do
município de Natal/RN, Brasil.
Para isso, utilizou-se um questionário estruturado, contendo questões sócio-
demográficas, bem como uma Escala de Resiliência desenvolvida por Wagnild e
Young
(6)
e adaptada para o português por Pesce et al.
(1)
. Esta escala é um dos
poucos instrumentos usados para medir níveis de adaptação psicossocial positiva
em face de eventos de vida importantes
(1)
. Possui 25 itens descritos de forma
positiva com resposta tipo likert variando de 1 (nada característico) a 7 (totalmente
característico). Os escores da escala oscilam de 25 a 175 pontos, com valores altos
indicando elevada resiliência.
Os fatores de proteção foram investigados com o auxílio de duas Escalas.
Uma delas é a de Apoio Social adaptada para o português por Chor, Grip, Lopes e
Faerstein
(7)
. Essa escala avalia cinco dimensões de apoio social: material (provisão
de recursos práticos e ajuda material); emocional (apoio recebido através da
confiança, da disponibilidade em ouvir, compartilhar preocupações/medos e
compreender seus problemas), de informação (através do recebimento de
sugestões, bons conselhos, informação e conselhos desejados), afetiva
(demonstração de afeto e amor, dar um abraço e amar) e de interação social
positiva (diversão juntos, relaxar, fazer coisas agradáveis e distrair a cabeça). Nessa
escala, os altos escores associam-se a um apoio social satisfatório. A outra escala é
a de Auto-Estima
(8)
que foi adaptada para o português por Assis e Avanci
(9)
,
contendo 10 itens designados a avaliar globalmente a atitude positiva ou negativa de
si mesmo. Nessa escala, os altos escores associam-se a uma alta auto-estima.
Foram incluídos no estudo aqueles voluntários com 60 anos ou mais de idade
que apresentaram suas funções mentais preservadas, estando orientados no tempo
e no espaço, além de possuírem capacidade de verbalização oral e que
consentissem, livre e esclarecidamente, em responder aos protocolos da pesquisa.
24
Aqueles que apresentaram seu estado mental comprometido ou que não
concordaram com os procedimentos propostos não participaram ou foram excluídos
da pesquisa. Tal avaliação da capacidade de orientação temporal e espacial ocorreu
através da aplicação do Mini-Exame do Estado Mental
(10)
. A pesquisa foi apreciada e
aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisas da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (CEP-UFRN), sob Protocolo 022/06 - CEP-UFRN, sendo
tomados todos os preceitos éticos previstos na Resolução 196/96, do Conselho
Nacional de Saúde, que permitiram aos idosos responderem aos protocolos, com a
utilização da técnica da entrevista estruturada em situação individual, em um
encontro.
Considerando a importância da complementaridade das informações obtidas,
as escalas foram corrigidas conforme suas orientações específicas e seus escores,
juntamente com os dados do questionário, foram organizados e analisados através
do Software SPSS 12.0.
RESULTADOS:
Observou-se que 83% (N=54) são do sexo feminino, com idade média de 71
anos (DP=7), estando 31% (N=20) deles com idade compreendida entre 65 e 70
anos. Na amostra, 40% (N=26) são viúvos e 39% (N=25) estão casados e 66%
(N=43) apresentam a5 anos de estudo (Tabela 1). Embora a maioria dos idosos
esteja aposentada, 11% (N=7) deles trabalhando em funções de comerciante,
auxiliar de serviços gerais, costureira, agricultor, cuidadora de idosos e vendedoras.
Quanto à renda familiar, 80% (N=52) da amostra possui entre 1 e 3 salários-mínimos
(sabendo-se que 1 salário-mínimo equivale a R$ 465,00), provenientes de suas
aposentadorias ou pensões, as quais sustentam em média 3,78 pessoas (DP=2,13)
em suas casas, as quais 42% (N=27) abrigam duas gerações e 37% (N=24) três
gerações (Tabela 1). Na amostra, 88% (N=57) dos idosos possuem filhos e 82%
(N=53) netos.
25
Tabela 1 - Descrição da amostra de idosos usuários da Rede de Atenção Básica de
Saúde do Distrito Sanitário Leste - Natal/RN, Brasil - 2009.
Variável
n
%
Sexo
Masculino
11
17
Feminino
54
83
Situação Conjugal
Casado(a)/Com companheiro(a)
25
39
Viúvo
26
40
Separado(a)/Divorciado(a)
10
15
Solteiro(a)
4
6
Idade (anos)
60 a 64
13
20
65 a 69
20
31
70 a 74
16
25
75 a 79
9
14
80 ou mais
7
10
Escolaridade
Até 5 anos de estudo
43
66
De 5 a 8 anos de estudo
5
8
De 8 a 11 anos de estudo
3
5
Até 9 anos de estudo
1
1
Nunca estudou
13
20
Renda Familiar
Menos de 1 salário-mínimo
1
1
De 1 a 3 salários-mínimos
52
80
De 4 a 6 salários-mínimos
8
12
De 7 a 9 salários-mínimos
2
3
De 10 a 12 salários-mínimos
2
3
Convincia
Geracional
01 Geração
11
17
02 Gerações
27
42
03 Gerações
24
37
04 Gerações
2
3
05 Gerações
1
1
Total
65
100
26
Dentre as atividades realizadas pelos idosos desse estudo, 83% (N=54)
realizam funções domésticas diariamente, 57% (N=37) têm atividades de lazer, 91%
(N=59) usufruem de atividades de entretenimento como assistir televisão e ouvir
rádio, 83% (N=54) freentam atividades religiosas, 83% (N=54) não participam de
atividades educativas e 51% (N=33) não realizam esportes. No que se refere à
avalião que os idosos fazem de seus relacionamentos, 31% (N=20) consideram
boa e 31% (N=20) como ótima a relação com seus filhos, 34% (N=22) consideram
boa a relação com os netos, e 45% (N=29) avaliam como boa a relação que
possuem com seus amigos (Tabela 2).
27
Tabela 2 - Auto-avaliação de relacionamentos interpessoais de idosos usuários da
Rede de Atenção Básica de Saúde do Distrito Sanitário Leste - Natal/RN, Brasil -
2009.
Variável
n
%
Relacionamento com
companheiro(a)
Não possui companheiro
40
61
Péssimo
0
0
Ruim
1
1
Regular
5
8
Bom
12
19
Ótimo
7
11
Relacionamento com
filho(s)
Não possui filho(s)
8
12
Péssimo
2
3
Ruim
0
0
Regular
15
23
Bom
20
31
Ótimo
20
31
Relacionamento com
neto(s)
Não possui neto(s)
12
19
Péssimo
1
1
Ruim
0
0
Regular
13
20
Bom
22
34
Ótimo
17
26
Relacionamento com
amigo(s)
Não possui amigo(s)
8
12
Péssimo
0
0
Ruim
0
0
Regular
5
8
Bom
29
45
Ótimo
23
35
Total
65
100
Com a correção da escala de resiliência, identificou-se o escore médio de
134,14±12,77, o que indica um alto escore de resiliência, que os resultados desta
28
escala variam de 25 a 175. Quanto aos resultados obtidos com a escala de auto-
estima, o escore médio entre os idosos foi de 9,37±3,71, em uma escala cujos
escores variam entre -15 e 15, indicando também um alto escore.
No que diz respeito à escala de apoio social aplicada neste estudo, os
resultados são apresentados por dimensões, cada uma sendo avalião por escores
finais que vão de 0 a 100. Desta forma, na dimensão material do apoio social
percebido, obteve-se o escore médio de 90,85±14,65; na dimensão afetiva, o escore
médio de 93,95±13,18; na emocional, a média de 80,62±20,00; na dimensão de
informação, foi de 79,85±21,97; e na interação social positiva, 82,62±20,00.
DISCUSSÃO:
Através deste estudo, identificou-se a predominância de mulheres na
amostra, confirmando a tendência apresentada em outros estudos brasileiros
(11,12)
.
Essa predominância refletiu a maior longevidade das mulheres em relação aos
homens - um fenômeno que tem sido atribuído, segundo os autores Coelho Filho e
Ramos
(12)
, a uma menor exposição a determinados fatores de risco, uma menor
prevalência de tabagismo e uso de álcool, a diferenças quanto à atitude em relação
a doenças e incapacidades, e a uma maior cobertura da assistência gineco-
obstétrica.
A idade média encontrada está um pouco acima da faixa etária mais
comumente observada nos estudos brasileiros
(11)
, embora seja uma média que
caracteriza os idosos denominados mais jovens, ou seja, aqueles com idade abaixo
de 80 anos. Esses idosos denominados mais jovens pelos referidos autores
apresentam uma elevada plasticidade o que não acontece com os idosos
denominados muito idosos, ou seja, aqueles que apresentam 80-85 anos acima, na
qual a capacidade adaptativa se reduz gradualmente
(12)
.
No que se refere à baixa escolaridade encontrada, esta é justificada pela
restrição da Educação para a pequena elite brasileira
(13)
. A escolaridade é apontada
por Queroz e Neri
(14)
como um fator de proteção associado ao bem-estar
psicológico, na seguinte relação: quanto mais anos de estudo do indivíduo, maiores
as competências desse indivíduo para o alcance de satisfação com a vida e de
equilíbrio dos afetos.
Os poucos anos de estudo dos idosos também influenciam no baixo nível
sócio-econômico evidenciado nesse estudo, cujos proventos dos idosos advêm, na
29
maioria dos casos, de aposentadorias, pensões ou benefícios governamentais. O
mesmo é evidenciado em outros estudos nacionais e internacionais
(12,15,16)
. O fato da
amostra da presente pesquisa ser constituída, em sua maioria, por mulheres,
também pode interferir na renda média encontrada, que, como aponta Santos
(17)
,
existe uma elevada desigualdade de tratamento de gênero entre pessoas situadas
nas mesmas circunstâncias sociais.
Quase a totalidade da amostra reside em domicílios multigeracionais,
característico das áreas periféricas na América Latina, de todas as regiões do
país
(12)
e do distrito sanitário estudado que apresenta baixa renda familiar. Esses
autores acreditaram que residir com 2 ou mais gerações pode representar um
arranjo de sobrevivência necessário para filhos e netos desses idosos. Além disso,
Pinto, Garcia, Bocchi e Carvalhaes
(18)
sinalizaram que quanto maior o número de
pessoas morando no domicílio do idoso, melhor a afetividade e o auxílio que esse
idoso recebe.
Percebe-se avaliações positivas que os idosos fazem dos relacionamentos
que possuem com seus filhos, netos e amigos. Evidencia-se, dessa forma, que os
idosos não se isolam, mas sim constituem uma rede positiva e diversificada de
relacionamentos fortemente associada com desfechos positivos para os idosos,
como algumas medidas de saúde e no enfrentamento das mudanças decorrentes do
processo de envelhecimento
(13,18)
.
Os idosos parecem ocupar bem seu tempo diário através do engajamento em
diversas atividades, com destaque às atividades de entretenimento para auxiliar no
preenchimento do tempo ocioso, às atividades domésticas mais comuns entre as
mulheres e às atividades religiosas tidas como refúgio para as perdas e problemas
de saúde. A presença de idosos mais jovens na amostra provavelmente propicia
esse envolvimento em atividades variadas e sociais, bem como o envolvimento das
mulheres em atividades domésticas parece ser influenciado pelo que a cultura define
como mais adequado e aceitável
(13)
.
O pequeno envolvimento em atividades de lazer pode estar relacionado à
menor escolaridade e ao baixo nível socioeconômico da amostra, o que dificulta o
acesso a interações destinadas ao lazer disponibilizado pela sociedade atual
(18)
. O
envolvimento com a religiosidade na velhice corresponde, por vezes, a uma
estratégia de enfrentamento eficaz e a Igreja surge, nesse sentido, como um forte
elemento na rede de apoio social do idoso, quer seja através da promoção da
30
quer seja pela possibilidade de estabelecer novos vínculos positivos com os demais
freqüentadores desta Instituição.
Ao avaliar a resiliência nessa população, identificou-se que esses idosos
estão enfrentando a velhice de forma resiliente, estando de acordo com a concepção
apontada por Rabelo e Neri
(19)
quando apontam que os idosos m grande
capacidade de resiliência e, frente a perdas, tendem a organizar seu ambiente de
maneira a maximizar afetos positivos e a minimizar os negativos. Considerando as
possibilidades de crescimento na velhice, a resiliência pode fazer com que os idosos
sejam positivos em circunstâncias difíceis, desafios e exigências inerentes ao
processo de envelhecimento
(20,21)
.
A auto-estima parece estar favorecendo esse potencial denominado
resiliência nos idosos, já que se apresentou como favorável nos resultados
encontrados nesse estudo e pode ter funcionado como um recurso psicológico útil
para o idoso. Nesse sentido, uma auto-estima satisfatória corresponde a um fator
protetor que auxilia no enfrentamento dos desafios adaptativos na velhice, bem
como está fortemente relacionada à saúde, ao bem-estar e à felicidade, ajudando a
amenizar os efeitos negativos do estresse e a aumentar a longevidade
(22)
.
Outra variável estudada e que facilita esse processo de enfrentamento e a
capacidade adaptativa é o apoio social, avaliado, em termos médios, como
adequado pelos idosos, em todas as suas dimensões estudadas. Alguns
autores
(18,19)
acreditam que idosos com uma rede social de apoio mais desenvolvida
e com mais recursos psicológicos e sociais usam estratégias de adaptação mais
ricas e saudáveis ao desenvolvimento, além de conseguirem neutralizar os efeitos
das desvantagens da velhice e manter satisfatória sua qualidade de vida, suas auto-
concepções e seu ajustamento pessoal. Fatores estudados tamm se relacionam
ao apoio social disponível ao idoso e percebidos nessa amostra, tais como: os
relacionamentos positivos com amigos e familiares, a participação em grupos, as
residências multigeracionais, o estado civil de casado ou viúvo, e ter filhos
(18,19)
.
CONCLUSÃO:
Assim, a resiliência e os fatores de proteção encontrados nessa pesquisa,
acrescidos da percepção de saúde, esperança, crenças pessoais e participação em
atividades sociais, influenciam tanto o envelhecimento normal quanto o
envelhecimento patológico suscetíveis para qualquer idoso, e propiciam uma
31
vivência saudável dessa fase do desenvolvimento marcada por perdas e ganhos.
Dessa forma, verifica-se a necessidade de compreender a velhice com um período
do ciclo vital que merece ateão dos profissionais, das políticas e dos serviços de
saúde. Com isso, pode-se promover o que se denomina de envelhecimento bem-
sucedido, na medida em que são oferecidas, ao idoso, condições para lidar com as
demandas do dia-a-dia e mecanismos que propiciem o desenvolvimento saudável.
32
AGRADECIMENTOS
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
pela bolsa de mestrado cedida à primeira autora deste artigo. Aos alunos de
iniciação científica da base de pesquisa “Grupo de Estudos: Psicologia e Saúde” do
Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Os
autores do presente artigo declaram não possuir conflitos de interesse nem relações
e filiações específicas relevantes ao tema aqui exposto.
33
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35
3.2. Artigo 2
Intitulado Contribuições da Resiliência e da Auto-Estima para o
Envelhecimento Bem-Sucedido de Idosos em Natal/RN, Brasil”, esse artigo foi
enviado para a Revista Gaúcha de Enfermagem (ISSN 0102-6933) e está
aguardando designação.
36
CONTRIBUIÇÕES DA RESILIÊNCIA E DA AUTO-ESTIMA PARA O
ENVELHECIMENTO BEM-SUCEDIDO DE IDOSOS EM NATAL/RN, BRASIL.
AUTORES:
Camomila Lira Ferreira, Lúcia Maria Oliveira Santos, Luiza Carla Medeiros Góis,
Thaiani Godoy Gomes, Eulália Maria Chaves Maia.
RESUMO
Este trabalho objetiva compreender os constructos de resiliência e auto-estima em
65 idosos usuários da rede básica de saúde de Natal/RN, Brasil. Para isso, foi
realizado um estudo explorario, com aplicação de questionário sócio-demográfico
e Escalas de Resiliência e de Auto-Estima. Utilizou-se estatística descritiva e
coeficiente de correlação de Pearson. A maioria dos idosos (56%) possui idade entre
65 e 74 anos, 83% são mulheres, 40% viúvos e 80% têm baixo nível sócio-
econômico. O escore médio de resiliência foi de 134,1 (DP=12,8) e o de auto-estima,
9,4 (DP=3,7). Identificou-se ainda correlação moderada e positiva entre auto-estima
e resiliência (r=0,41). Os idosos apresentam moderada resiliência e auto-estima
positiva, estando esses constructos relacionados, que, na medida em que um
aumenta, o outro tamm sofre alteração. Viver bem esse período crítico parece ser
favorecido pela resiliência enquanto recurso propiciador do desenvolvimento e pela
auto-estima, importante indicador de saúde mental.
DESCRITORES: Resiliência Psicológica; Proteção; Envelhecimento; Atenção
Primária à Saúde.
37
RESUMEN
Esta investigación objetiva comprender los conceptos de resiliencia y auto-estima en
65 ancianos usuarios de la red de atención básica de salud de Natal, RN, Brasil. Fue
realizado un estudio exploratorio, con aplicación de cuestionario sociodemográfico y
Escalas de Resiliencia y de Auto-Estima. Se utili estadística descriptiva y
coeficiente de correlación de Pearson. La mayoría de los ancianos (56%) posee
edad entre 65 y 74 años, 83% son mujeres, 40% viudos y 80% tienen bajo nivel
socio-económico. El índice medio de resiliencia fue 134,1 (DP=12,8) y el de auto-
estima, 9,4 (DP=3,7). Se identificó aun correlación moderada y positiva entre auto-
estima y resiliencia (r=0,41). Los ancianos presentan moderada resiliencia y auto-
estima positiva, estando eses conceptos relacionados, ya que, cuando un aumenta,
el otro también sufre alteración. Vivir bien ese periodo crítico parece ser favorecido
por la resiliencia mientras recurso propiciador del desenvolvimiento y por la auto-
estima, importante indicador de salud mental.
DESCRIPTORES: Resiliencia Psicológica; Protección; Envejecimiento; Atención
Primaria de Salud.
TÍTULO: Contribuciones de la Resiliencia y de la Auto-Estima para el
Envejecimiento Bien-Sucedido de Ancianos en Natal/RN, Brasil.
38
ABSTRACT
This research understands the constructs of resilience and self-esteem in 65 elderly
people who use the primary health care of the city of Natal/RN, Brazil. It has been
developed an exploring study with application of social-demographic questionnaire
and to the Resilience and Self-esteem Scales. It has been used descriptive statistics.
The majority of the elderly people (56%) are between 65 and 74 years old, 83% are
women, 40% are widowers and widows and 80% demonstrate low socio-economic
status. The average resilience score was from 134,1 (SD=12,8) and average self-
esteem score, 9,4 (SD=3,7). It has been also identified a moderate and positive
correlation between self-esteem and resilience (r=0,41). Participants in this study
show a moderate resilience level and a positive self-esteem, and those related
constructs, as to the extent that one increases, the other also remains the same. To
live well this critical period seems to be favored by the resilience as a pertinent
resource which propitiates development and by the self-esteem as an important
indicator of mental health.
DESCRIPTORS: Resilience, Psychological; Protection; Aging; Primary Health Care.
TITLE: Contributions of Resilience and Self-Esteem to a Sucessful Aging of Elderly
People in Natal/RN, Brasil.
39
INTRODUÇÃO
O crescimento do envelhecimento populacional ocorre mais expressivamente
desde a década de 80, sendo um fenômeno observado tanto nos países
desenvolvidos como em países em desenvolvimento. Esse processo de
envelhecimento demográfico advém, dentre outros fenômenos, da redução das
taxas de natalidade e do aumento na expectativa de vida da população
(1)
.
No que concerne à realidade brasileira, no início do século XXI, a população
de idosos estava com um crescimento duas vezes maior do que a da população
mundial
(1)
. As projeções da Organização Mundial da Saúde revelam que, no ano de
2025, o Brasil será o sexto país com o maior número de pessoas com idade acima
de 60 anos
(2)
. Desse modo, a pirâmide etária será ocupada por 14% dessa
população, realidade bem diferente da observada na pirâmide de 1960, com 5% de
idosos
(3)
. Diante dessa realidade, ocorreu a necessidade de se estudar aspectos
dessa população, o que ocasionou, nas últimas décadas, na produção de inúmeros
trabalhos científicos sobre o envelhecimento.
No período da velhice, ocorrem modificações nos âmbitos social, biológico e
psicológico do indivíduo. Contudo, além de doenças, incapacidades e declínios, o
envelhecimento abrange também aspectos positivos, ganhos e potencialidades
manifestadas de forma heterogênea entre os idosos. Favorecer um envelhecimento
saudável para os indivíduos implica na promoção de saúde e de fatores de proteção,
sejam estes individuais, familiares ou sociais, e na adequação aos fatores de risco.
Entende-se por fatores de proteção os fortes influenciadores da capacidade de
adaptação e prevenção a riscos e danos, denominada resiliência
(4,5)
.
Resiliência se caracteriza como a capacidade do ser humano lidar com o
ambiente e responder às demandas da vida cotidiana de forma positiva, apesar das
40
adversidades e eventos estressantes que enfrenta ao longo de seu ciclo vital de
desenvolvimento
(6)
. Para isso, o ser humano, em qualquer fase de seu
desenvolvimento, deve fazer uso de seus atributos individuais, de seu ambiente
familiar, social e cultural. E quanto melhor for essa estrutura, mais resiliente será o
indivíduo
(7)
.
A resiliência se apresenta como um resultado da interação entre fatores
genéticos e ambientais, o que se configura como algo complexo, visto que estes
podem atuar tanto com fatores de proteção como de risco para o indivíduo
(8)
. Assim,
alguns indivíduos, em determinado momento de sua vida, podem apresentar-se
resilientes e em outros não, uma vez que, se as circunstâncias mudam, a resposta
da pessoa tamm pode ser modificada, e que a resiliência não se configura como
um construto universal aplicável a todas as áreas do funcionamento humano.
Pode-se dizer, então, que a presença de situações adversas estão atreladas
ao conceito de resiliência, que ela não traz a iia de invulnerabilidade e sim de
responder bem diante do risco, superando e encontrando estratégias para lidar com
a situação de forma positiva
(8,9)
. Esse crescimento relacionado ao estresse ou uma
transformação pessoal pode levar à adaptação, configurando-se como uma solução
para alguns indivíduos após uma experiência de vida traumática
(10)
.
Em um estudo
(11)
, foi observado que a auto-estima positiva está claramente
ligada à resiliência, sendo que aquela se configura como um importante fator de
proteção. Isso porque, uma vez detentor de uma auto-estima positiva, o indiduo
diante do risco tem maior probabilidade de adotar uma postura resiliente, o que se
configura como muito importante para o desenvolvimento da adaptabilidade,
segurança, autonomia e criatividade para superar o infortúnio. A auto-estima estaria,
41
então, entre os fatores individuais de proteção, a qual pode influenciar no surgimento
de outros fatores protetores em algum momento da vida do individuo
(12)
.
Não obstante, auto-estima tamm indica um alto juízo sobre si mesmo. Além
disso, a baixa auto-estima está muito relacionada a sentimentos depressivos e
suicidas
(11)
.
Em outro estudo
(12)
tamm foram desenvolvidos modelos que incluem
os fatores de proteção como redutores das possíveis disfunções ou desordens que
poderiam ser consequências da presença da vulnerabilidade e/ou de experiências
de vida estressantes. Perceberam, ainda, que pequenas alterações nos altos níveis
de auto-estima apontam para a presença de atitudes resilientes em idosos
(12)
.
Assim, observou-se a necessidade de avaliar a capacidade de resiliência e a
auto-estima de idosos atendidos na rede de atenção básica de saúde no município
de Natal, Rio Grande do Norte (RN), Brasil, acreditando na interferência que os
fatores de proteção podem ter sobre esse constructo psicológico, contribuindo para
a potencialização desta capacidade.
MÉTODO
Participantes
Trata-se de um estudo descritivo exploratório, realizado junto a uma amostra
de conveniência constituída por 65 idosos usuários da rede de atenção básica de
saúde do distrito sanitário leste do município de Natal/RN, Brasil. A partir dessa
amostra, tornou-se possível compreender a possível relação existente entre
resiliência e auto-estima na velhice.
Instrumentos
Utilizou-se um questionário estruturado, contendo questões sócio-
demográficas e de saúde, bem como uma Escala de Resiliência
(13)
adaptada para o
42
português
(14)
. Esta escala possui 25 itens descritos de forma positiva com resposta
tipo likert variando de 1 (nada característico) a 7 (totalmente característico). Os
escores da escala oscilam de 25 a 175 pontos, com valores altos indicando elevada
resiliência.
Como fator de proteção investigado foi a auto-estima, fez-se uso da Escala de
Auto-Estima
(15)
tamm adaptada para o português
(16)
, contendo 10 itens
designados a avaliar globalmente a atitude positiva ou negativa de si mesmo. Nessa
escala, os altos escores associam-se a uma alta auto-estima.
Procedimentos
Inicialmente, a pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sendo aprovada dentro dos padrões
da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde/Brasil, sob Protocolo
022/06 Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (CEP-UFRN). A realização da coleta dados ocorreu através da técnica de
entrevistas em situação individual. Para a obtenção dos dados, os participantes
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, concordando em
participar da pesquisa voluntariamente e responderam aos instrumentos da mesma.
Análises
Considerando a importância da complementaridade das informações obtidas,
as escalas foram corrigidas conforme suas orientações específicas e seus escores,
juntamente com os dados do questionário, foram organizados e analisados através
do Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 12.0.
RESULTADOS
43
Dos 65 idosos desse estudo, 56% (N=36) possuem idade entre 65 e 74 anos,
com idade média de 71 anos, 83% (N=54) são mulheres, 40% (N=26) viúvos e 39%
(N=25) estão casados. Em relação à escolaridade, os achados mostraram que 66%
(N=43) a 5 anos de estudo. no que concerne a renda familiar mensal,
encontrou-se que 80% (N=52) possuem renda entre 01 e 03 salários mínimos,
geralmente provenientes de suas pensões, benefícios ou aposentadorias (Tabela 1).
44
Tabela 1. Descrição sócio-demográfica da amostra de idosos usuários da Rede de
Atenção Básica de Saúde. (N=65)
Variável
n
%
Sexo
Masculino
11
17
Feminino
54
83
Situação Conjugal
Casado(a)/Com companheiro(a)
25
39
Viúvo
26
40
Separado(a)/Divorciado(a)
10
15
Solteiro(a)
4
6
Idade (anos)
60 a 64
13
20
65 a 69
20
31
70 a 74
16
25
75 a 79
9
14
80 ou mais
7
10
Escolaridade
5 a 8 anos de estudo
5
8
Até 5 anos de estudo
43
66
8 a 11 anos de estudo
3
5
Até 8 anos de estudo
1
1
Nunca estudou
13
20
Renda Familiar
Menos de 1 salário-mínimo
1
1
De 1 a 3 salários-mínimos
52
80
De 4 a 6 salários-mínimos
8
12
De 7 a 9 salários-mínimos
2
3
De 10 a 12 salários-mínimos
2
3
Total
65
100
Fonte: Coleta de dados em Unidades Básicas de Saúde do Distrito Sanitário Leste
do município de Natal/RN, Brasil, 2009.
Com a correção da escala de resiliência, identificou-se o escore médio de
134,1 (DP=12,8), indicando uma moderada resiliência. a média do escore de
auto-estima foi de 9,4 (DP=3,7), apontando para uma auto-estima positiva. Quanto
45
ao coeficiente de Pearson, identificou-se uma correlação moderada e positiva entre
os escores de auto-estima e de resiliência (r=0,41).
DISCUSSÃO
A maioria da amostra é composta por mulheres, isso corrobora com outros
estudos já realizados não apenas no Brasil como também em outros países
(12,17)
.
Essa predominância do sexo feminino se deve à maior expectativa de vida advinda
da menor exposição a fatores de risco como menor prevalência de tabagismo e
consumo de bebida alcoólica, diferenças quanto à atitude em relação a doenças e
incapacidades, e maior cobertura da assistência gineco-obstétrica
(4)
.
Esse predomínio de mulheres idosas acima de 60 anos é uma resposta
também dos programas de saúde nas comunidades locais de assistência à
velhice
(17)
. Outra hipótese levantada foi a de que mulheres possuem uma vantagem
biológica, posto que, na vida adulta, os hormônios femininos as protegem de
algumas patologias, como doenças cardíacas. No entanto, tendo maior expectativa
de vida, elas, tamm, acabam ficando mais vulneráveis a doenças crônicas que
necessitam de assistência médica continuada
(4)
.
A baixa renda e a baixa escolaridade também aparecem em vários estudos já
realizados
(4,17,18)
com dados que se assemelham aos encontrados nesse estudo,
que se observa que 80% de idosos como nível sócio-econômico baixo e 66%
possuem até 5 anos de escolaridade. Na idade escolar desses idosos, o trabalho era
priorizado em detrimento da educação. Além disso, não havia exigência de uma boa
escolaridade para se conseguir um bom emprego e obter uma melhor renda. Essa
realidade hoje está bastante modificada devido à competitividade no mercado de
trabalho e à exigência por profissionais cada vez mais capacitados
(19)
.
No que
46
concerne à renda do idoso, esta provém, na maioria dos casos, da aposentadoria, a
qual, por sua vez, desempenha um papel importante, já que esta provio
governamental não somente atinge o indivíduo idoso como tamm abarca as
necessidades de famílias multigeracionais, que, na realidade brasileira, o idoso,
muitas vezes, representa o provedor deste grupo social extenso.
Destaca-se ainda a presença de outro estudo
(20)
que aponta para a
contribuição de baixos níveis de escolaridade para uma visão positiva da velhice. A
predominância dessa visão tamm pode estar ligada à maneira como os próprios
idosos se vêem. As atitudes dessa população variam, portanto, de acordo com os
sentimentos relacionados ao baixo status sócio-econômico, problemas de saúde e
solidão, os quais podem interferir na auto-estima e na resiliência dos idosos.
No que diz respeito à resiliência e à auto-estima constatou-se que elas
tiveram uma correlação positiva, uma vez que, na medida em que uma aumenta, a
outra tamm sofre elevação. Assim, percebeu-se que os idosos da amostra,
embora se encontrem em um momento do desenvolvimento marcado por
adversidades, parecem estar se adaptando bem a todas as mudanças inerentes ao
envelhecimento. Tal fato pode indicar que um desenvolvimento satisfatório não está
relacionado apenas à idade, mas sim a aspectos multifatoriais, entre eles o
enfrentamento e a aceitação de sua condição de vida
(6)
.
Assim sendo, a auto-estima é um fator de proteção importante para o
desenvolvimento do idoso, que está relacionada com a saúde e o bem-estar
psicológico, e com ela estão implicados outros elementos, tais como apoio social,
auto-eficácia e autonomia, que influenciarão na forma como os idosos viverão sua
velhice
(11,12)
. Não obstante, a resiliência se constitui como um relevante recurso
propiciador do desenvolvimento. Pessoas com elevada auto-estima podem ter
47
elevada resiliência, o que, em meio à velhice, aumenta as possibilidades de um
envelhecimento bem-sucedido. Assim, embora seja uma fase de significativas
mudanças, ela tamm é de crescimento e desenvolvimento, com perspectivas
positivas na trajetória do idoso
(5)
.
CONCLUSÕES
Conhecer a forma como os idosos reagem frente a tantas transformações e
os sentimentos manifestos por eles contribui para a realização de intervenções
precoces que favoreçam a promoção da saúde e de um envelhecimento saudável.
Além disso, uma equipe interdisciplinar que favoreça esse desenvolvimento
saudável e a promoção de saúde no idoso deve promover a resiliência, identificar os
fatores de risco que podem ser minimizados e os fatores de proteção a serem
otimizados.
Outro ponto importante é potencializar a resiliência, visto que esta pode se
configurar como importante aliada frente ao processo de envelhecimento, o qual
ainda é um desafio para o ser humano. Portanto, colaborar para o desenvolvimento
de sujeitos resilientes, com boa auto-estima, possibilitará que estes vivenciem uma
velhice ativa e participativa, com uma qualidade de vida satisfatória.
48
REFERÊNCIAS
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49
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curso de vida. Psic.: Teor. e Pesq. 2000; 16(1):31-40.
50
4. COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES
Os resultados desse estudo possibilitaram, além da produção dos artigos
científicos apresentados acima, a confecção de outros artigos que se encontram
em processo de avaliação com correções obrigatórias. Também foram publicados
trabalhos completos, resumos expandidos e resumos em anais de eventos
internacionais, nacionais, regionais e locais, através da apresentação em
conferências, mesas redondas, sessões de comunicações orais e de painéis.
Além disso, a partir do anteprojeto inicial, foram desenvolvidas duas novas
pesquisas cadastradas junto à Pró-Reitoria de Pesquisa (PROPESQ) da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), vinculadas à Base de
Pesquisa Grupo de Estudos: Psicologia e Saúde” (GEPS). Esses projetos de
pesquisa propiciaram a interseção de conhecimentos entre discentes de
graduação e de pós-graduação que fazem parte desse grupo, bem como o
crescimento intelectual e científico dos mesmos, como pode ser observado nos
currículos Lattes de todos os envolvidos.
Ao longo dos oito anos da mestranda no GEPS, foi possível auxiliar a sua
orientadora na orientação de bolsistas de iniciação científica dessa referida base
de pesquisa, na qual se pretende permanecer realizando atividades de pesquisa e
de extensão. Uma das atividades que permanecerá em andamento neste grupo,
por exemplo, é o aprofundamento da análise de um dos dados obtidos através
dessa investigação, por meio de um projeto de pesquisa, que são os projetos de
vida e as expectativas para o futuro, cujas respostas serão submetidas ao
Programa ALCESTE (Análise Léxica por Contexto de um Conjunto de Segmentos
de Texto).
51
A metodologia adotada nesse estudo atendeu aos objetivos propostos,
correspondendo, portanto, às expectativas do modelo adotado. No entanto,
durante o projeto piloto, percebeu-se que as entrevistas para aplicação dos
protocolos eram demasiadamente longas, resultando em apenas uma
modificação do modelo inicial do anteprojeto. Essa modificação foi a
impossibilidade de realizar a pesquisa nos quatro distritos sanitários do município
de Natal, conforme estava previsto. Os idosos não demonstravam nem relatavam
cansaço ou incômodo ao responder os protocolos, mas sim muita demanda em
falar, o que prolongou bastante o período de coleta de dados e,
consequentemente, não foi realizada toda a coleta dentro do cronograma inicial.
Dessa forma, apenas o distrito sanitário leste foi contemplado na presente
investigação, não sendo possível estabelecer comparações entre os distritos do
município, o que poderia favorecer a identificação de outras variáveis sócio-
econômicas específicas a cada região administrativa e suas relações com as
demais variáveis estudadas. No entanto, ainda foram aplicados alguns protocolos
junto aos idosos dos distritos sanitários norte, sul e oeste e, em análise preliminar
desses dados, não foram identificadas diferenças significativas nos escores de
resiliência, auto-estima ou apoio social, nem na vincia de situações
consideradas de risco. Nesse sentido, acredita-se que os resultados aqui
expostos através dos artigos foram suficientes para atender aos objetivos
propostos.
Além dos resultados discutidos nos artigos acima, reportar-se-á agora para
alguns dados obtidos que ainda não foram abordados, tais como a auto-avaliação
de saúde e para a morbidade referida dos idosos da amostra estudada. Quanto a
este aspecto, 49% dos idosos avaliaram como regular a sua saúde, com 92%
52
deles referindo a presença de alguma doença crônica atualmente (Tabela 1).
Dentre estas patologias, houve uma maior prevalência da hipertensão (em 75%
dos idosos), seguida de doenças músculo-esqueléticas (em 60% da amostra)
(Tabela 2). Em virtude da vivência dessas doenças crônicas, 89% fazem uso de
algum medicamento diariamente (Tabela 1), com média de 2,55±1,70
medicamentos por idoso.
Embora a maioria dos idosos apresente problemas crônicos de saúde, esta
foi avaliada satisfatoriamente pelos idosos do estudo. Essa avalião pode ser
entendida através da concepção de que na medida em que a idade aumenta, a
percepção dos problemas da vida diminui
(14)
. Para estes autores, o
envelhecimento não deteriora a auto-avaliação da saúde porque os idosos
avaliam a saúde como boa quando ela é suficiente para viver. Daí, a o
percepção de saúde como a ausência total de enfermidades, mas sim como uma
avalião ligada a expectativas sobre o que esperar da velhice.
Visto que apenas 8% da amostra não apresentam alguma doença crônica,
identifica-se que as doenças crônicas abraçam todo e qualquer segmento da
sociedade que envelhece, todavia a maior morbidade se encontra entre o
segmento de menor nível sócio-econômico
(15)
como a população do presente
estudo. Além disso, sabe-se que as mulheres relatam mais a ocorrência de
doenças crônicas
(14)
e que uma amostra constituída em sua maioria por mulheres
pode estar relacionada com essa elevada morbidade auto-referida. É importante
destacar que essas queixas recorrentes entre as mulheres não indicam somente
que elas adoeçam mais que os homens, mas tamm que elas têm mais
consciência dos sintomas, melhor conhecimento das doenças e procuram mais os
serviços de saúde
(16)
.
53
A morbidade vem sendo bastante evidenciada entre os idosos, os quais,
possuem pelo menos uma enfermidade crônica, sendo a hipertensão arterial a
mais prevalente
(16,17)
. Por serem condições crônicas de saúde, as medicações se
fazem presentes, portanto, controle e adesão ao tratamento torna-se fundamental
para a manutenção da saúde e para que o idoso possa levar uma vida normal
mesmo diante de incapacidades
(18)
.
Outro dado relevante é a freqncia de respostas das situações de risco
vivenciadas no último ano pelos idosos desse estudo (Tabela 3). Através da
escala de eventos vitais, percebe-se que a situação de risco apontada como
maior frequência foi a presença de alguma doença na família (66%), seguida pela
vivência de problemas de saúde (59%). Com isso, percebe-se que, além das
características do próprio processo de envelhecimento e das condições sócio-
econômicas específicas da população estudada, os idosos vivenciaram eventos
estressantes como doenças em sua própria vida ou no seio de sua família, além
de perdas comuns nesta fase de desenvolvimento como a perda de amigos.
Esses achados condizem com os de outros estudos já realizados
(19,20)
.
Assim como essa investigação, a literatura atual aponta para a
necessidade de ampliar os estudos com os idosos, sempre com o intuito de
promover a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida. Os principais
direcionamentos estão voltados para a realização de estratégias de ação e a
elaboração de programas de intervenção que envolvam tanto os idosos como os
seus familiares.
Nessa perspectiva, acredita-se que, mesmo com uma amostra local, os
resultados desse estudo apresentam-se significativos para a comunidade
acadêmica, para os profissionais de saúde e para a própria população idosa,
54
tendo em vista os poucos estudos que abordem a resiliência, o apoio social e a
auto-estima nesta população fazendo uso da Escala de Resiliência
(21)
, Escala de
Eventos Vitais
(22)
, Escala de Apoio Social
(23)
e Escala de Auto-Estima
(24)
.
Percebeu-se que essas escalas podem oferecer subsídios para planejar ações de
prevenção e promoção de saúde, bem como realizar intervenções junto aos
idosos, a fim de promover a resiliência, minimizar os fatores de risco e fortalecer
ou promover os fatores de proteção individuais e sociais.
Assim, essa se constitui como uma das principais metas a serem
alcaadas em próximos estudos, por meio de atuações interdisciplinares nas
próprias Unidades Básicas de Saúde ou em grupo de idosos na comunidade,
sempre procurando atender às demandas dos idosos. Por isso a importância da
identificação desses elementos de risco e de proteção e da discussão sobre os
mesmos frente à comunidade científica, tal como foi possibilitado através da
produção decorrente desse estudo durante o seu desenvolvimento.
55
5. APENDICE
5.1. Questionário elaborado pela mestranda
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Questionário
Nome (Iniciais): _________ Gênero: ( ) Fem ( ) Masc Idade: ________
Estado Civil: ( ) solteiro ( ) casado ( ) viúvo ( ) divorciado ( ) outro: ____
Há quanto tempo mantém esse estado? ______________________________
Naturalidade: _____________________ Religião: _______________________
Escolaridade: ( ) Nunca estudou
Ensino Fundamental: ( ) Completo ( ) Incompleto
Ensino Médio: ( ) Completo ( ) Incompleto
Ensino Superior: ( ) Completo ( ) Incompleto
Pós-Graduação: ( ) Completa ( ) Incompleta
Distrito onde mora: ( ) Norte ( ) Sul ( ) Leste ( ) Oeste
Bairro onde mora: ________________________________________________
Trabalha? ( ) Sim ( ) Não Profissão: _____________________________
Renda Familiar: ( ) Menos de 1 SM ( ) De 4 a 6 SM ( ) De 10 a 12 SM
( ) De 1 a 3 SM ( ) De 7 a 9 SM ( ) Acima de 12 SM
Quantos cômodos têm sua casa? _______________
Quantas pessoas moram nela? _________________
Quem são? _______________________________________________________
Tem filhos? ( ) Sim ( ) Não Quantos? __________
Tem netos? ( ) Sim ( ) Não Quantos? __________
Que atividades você costuma realizar diariamente? Com qual freqüência a(s)
realiza?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
56
Como você avalia:
a) Relacionamento com o(a) companheiro(a):
0 1 2 3 4 5
b) Relacionamento com os filhos:
0 1 2 3 4 5
c) Relacionamento com os netos:
0 1 2 3 4 5
c) Relacionamento com as (demais) pessoas com as quais mora em sua
residência: 0 1 2 3 4 5
d) Relacionamento com os amigos:
0 1 2 3 4 5
e) Saúde:
0 1 2 3 4 5
Você possui alguma doença ou situação crônica? ( ) Sim ( ) Não
Qual? ___________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Você faz uso de alguma medicação? ( ) Sim ( ) Não
Qual? ___________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Você possui projetos de vida? ( ) Sim ( ) Não
Qual?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Quais são suas expectativas para o futuro?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Natal, ___ / ___ / ______, Entrevistadora: ________________________
0
Não possui / Não existe
1
Péssimo
2
Ruim
3
Regular
4
Bom
5
Ótimo
57
5.2 Tabelas dos resultados apresentados no item acima, Comentários,
Críticas e Sugestões
Tabela 1. Auto-avaliação de saúde, morbidade referida e do uso de
medicamentos em idosos usuários da Rede de Atenção Básica de Saúde do
Distrito Sanitário Leste - Natal/RN, Brasil.
Variável
n
%
Saúde
Péssima
7
11
Ruim
6
9
Regular
32
49
Boa
17
26
Ótima
3
5
Doença Crônica
Sim
60
92
Não
5
8
Uso de
Medicamentos
Sim
58
89
Não
7
11
Total
65
100
58
Tabela 2. Morbidade referida em idosos usuários da Rede de Atenção Básica de
Saúde do Distrito Sanitário Leste - Natal/RN, Brasil.
Doença Crônica
N
%*
Hipertensão
49
75%
Doenças Músculo-Esquelética
39
60%
Diabetes
20
31%
Outras Doenças Cardiovasculares
11
17%
Doenças Mentais
7
11%
Gastrite
5
8%
Tireoidismo
5
8%
Doenças Oftalmológicas
3
5%
Doença Renal
2
3%
Câncer
2
3%
Asma
1
1%
*Percentual acima de 100% porque alguns idosos relataram possuir mais de uma
doença crônica.
59
Tabela 3. Eventos vitais vivenciados no último ano de vida de idosos usuários da
Rede de Atenção Básica de Saúde do Distrito Sanitário Leste - Natal/RN, Brasil.
Evento Vital
N
%*
Doença na Família
43
66
Problemas de Saúde
38
59
Morte de um Amigo
36
55
Dívidas
29
45
Morte de Alguém da Família
28
43
Perdas Financeiras
25
39
Mudança de Hábitos Pessoais
20
31
Acréscimo ou Diminuição no Número de Pessoas com que Convive
18
28
Mudança de Atividades Sociais
16
25
Nascimento na Família
15
23
Mudança de Atividades Recreativas
10
15
Acidentes
8
12
Dificuldades Sexuais
6
9
Mudança de Casa
6
9
Mudança de Atividades Religiosas
4
6
Reconhecimento Profissional
2
3
Perda de Emprego
1
1
*Percentual acima de 100% porque alguns idosos relataram ter vivenciado mais
de um evento vital.
60
5.3. Publicações geradas a partir do projeto inicial de pesquisa
5.3.1. Capítulo de livro publicado:
1) MAIA, Eulália Maria Chaves; FERREIRA, Camomila Lira. Envelhecimento e
Desafios Adaptativos: A resiliência e os mecanismos de proteção como
mediadores nesse processo. In: FALCÃO, Deusivania Vieira da Silva; ARAÚJO,
Ludgleydson Fernandes de (Orgs.), Psicologia do Envelhecimento: relações
sociais, bem-estar subjetivo e atuação profissional em contextos diferenciados.
Ed. Campinas/SP: Editora Alínea, 2009, v.1, p. 119-135.
5.3.2. Trabalhos publicados em anais de eventos (Completo):
1) GOMES, Thaiani Godoy; SANTOS, Lúcia Maria de Oliveira; GOIS, Luiza Carla
de Medeiros; MAIA, Rodrigo da Silva; MATA, Ádala Nayana de Sousa;
FERREIRA, Camomila Lira; MAIA, Eulália Maria Chaves. Apoyo social en
ancianos: Un levantamiento de la producción científica reciente. In: 11º Congreso
Virtual de Psiquiatría, 2010.
2) GOIS, Luiza Carla de Medeiros; MAIA, Rodrigo da Silva; SANTOS, Lúcia Maria
de Oliveira; GOMES, Thaiani Godoy; MATA, Ádala Nayana de Sousa;
FERREIRA, Camomila Lira; MAIA, Eulália Maria Chaves. Resiliencia y apoyo
social en ancianos: Una apreciación bibliográfica del tema. In: 11º Congreso
Virtual de Psiquiatría, 2010.
3) GOIS, Luiza Carla de Medeiros; GOMES, Thaiani Godoy; SANTOS, Lúcia
Maria de Oliveira; ARAUJO, Priscilla Cristhina Bezerra de; FERREIRA, Camomila
Lira; MAIA, Eulália Maria Chaves. Resiliência e Apoio Social: potenciais
61
mecanismos de proteção e de adaptação na velhice. In: XVII Semana de
Humanidades, 2009, Natal/RN.
4) SANTOS, Lúcia Maria de Oliveira; ARAUJO, Priscilla Cristhina Bezerra de;
GOMES, Thaiani Godoy; GOIS, Luiza Carla de Medeiros; FERREIRA, Camomila
Lira; MAIA, Eulália Maria Chaves. Resiliência e Auto-Estima em Idosos Assistidos
na Rede de Atenção Básica de Saúde em Natal/RN. In: XVII Semana de
Humanidades, 2009, Natal/RN.
5) FERREIRA, Camomila Lira; MATA, Ádala Nayana de Sousa; GOMES, Thaiani
Godoy; GOIS, Luiza Carla de Medeiros; MAIA, Eulália Maria Chaves. Auto-
Avaliação, Doenças Crônicas e Medicamentos: a saúde sob a perspectiva do
idoso. In: III Congresso Ibero-americano de Psicogerontologia, 2009, São
Paulo/SP.
6) FERREIRA, Camomila Lira; MATA, Ádala Nayana de Sousa; SANTOS, Lúcia
Maria de Oliveira; MAIA, Eulália Maria Chaves. Velhice e Projetos de Vida:
desafios e possibilidades de saúde e desenvolvimento. In: III Congresso Ibero-
americano de Psicogerontologia, 2009, São Paulo/SP.
5.3.3. Trabalhos publicados em anais de eventos (Resumo
Expandido):
1) SANTOS, Lúcia Maria de Oliveira; FERREIRA, Camomila Lira; MAIA, Eulália
Maria Chaves. Resiliência e Auto-Estima: um estudo com idosos da rede de
saúde na Zona Leste de Natal/RN. In: VII Congresso Brasileiro de Psicologia do
Desenvolvimento, 2009, Rio de Janeiro/RJ.
5.3.4. Trabalhos publicados em anais de eventos (Resumo):
62
1) SANTOS, cia Maria de Oliveira; GOMES, Thaiani Godoy; FERREIRA,
Camomila Lira; MAIA, Eulália Maria Chaves. Auto-estima e Apoio Social:
indicadores de uma vida saudável e de qualidade de vida no envelhecimento? In:
VIII Semana Norte-riograndense de Psicologia [e] IV Jornada de Psicologia da
UFRN, 2009, Natal/RN.
2) SANTOS, Lúcia Maria de Oliveira; FERREIRA, Camomila Lira; MAIA, Eulália
Maria Chaves. Característica de Resiliência e Auto-estima: uma investigação na
população de idosos assistidos na rede de atenção básica de saúde em Natal/RN.
In: II Encontro de Psicossomática da Paraíba, 2009, João Pessoa/PB.
3) SANTOS, Lúcia Maria de Oliveira; GOIS, Luiza Carla de Medeiros; FERREIRA,
Camomila Lira; MAIA, Eulália Maria Chaves. Relação entre Convivência
Intergeracional e Apoio Social Material em Idosos Usuários da Rede de Saúde
Pública de Natal/RN. In: VIII Semana Norte-riograndense de Psicologia [e] IV
Jornada de Psicologia da UFRN, 2009, Natal/RN.
4) MATA, Ádala Nayana de Sousa; FERREIRA, Camomila Lira; MAIA, Eulália
Maria Chaves. Ações e Práticas para o Envelhecimento Ativo. In: VII Semana
Norteriograndense de Psicologia [e] III Jornada de Psicologia da UFRN, 2008,
Natal/RN.
5) GOMES, Thaiani Godoy; SANTOS, Lúcia Maria de Oliveira; FERREIRA,
Camomila Lira; MAIA, Eulália Maria Chaves. Atividades, Projetos e Expectativas
para o Futuro: Perspectivas para um Processo de Envelhecimento Ativo? In: VII
Semana Norteriograndense de Psicologia [e] III Jornada de Psicologia da UFRN,
2008, Natal/RN.
6) ROCHA, Eudes Araújo; MATA, Ádala Nayana de Sousa; FERREIRA,
Camomila Lira; MAIA, Eulália Maria Chaves. Auto-Avaliação dos
63
Relacionamentos e do Apoio Social Percebido em Idosos. In: VII Semana
Norteriograndense de Psicologia [e] III Jornada de Psicologia da UFRN, 2008,
Natal/RN.
7) MAIA, Eulália Maria Chaves; MATA, Ádala Nayana de Sousa; FERREIRA,
Camomila Lira. Conceitos, Fundamentos e Dimensões do Envelhecimento Ativo.
In: VII Semana Norteriograndense de Psicologia [e] III Jornada de Psicologia da
UFRN, 2008, Natal/RN.
8) FERREIRA, Camomila Lira; MATA, Ádala Nayana de Sousa; MAIA, Eulália
Maria Chaves. Determinantes e Desafios para o Envelhecimento Ativo. In: VII
Semana Norteriograndense de Psicologia [e] III Jornada de Psicologia da UFRN,
2008, Natal/RN.
9) FERREIRA, Camomila Lira; MAIA, Eulália Maria Chaves. Processo de
Envelhecimento Humano: um olhar sobre a prevenção e a otimização da saúde
do idoso. In: IX Congresso Brasileiro de Psicologia Hospitalar, 2008, São
Paulo/SP.
10) ARAUJO, Priscilla Cristhina Bezerra de; FERREIRA, Camomila Lira; MATA,
Ádala Nayana de Sousa; BRAGA, Liliane Pereira; MAIA, Eulália Maria Chaves.
Processo de Envelhecimento Saudável? Uma avaliação de saúde e morbidade
referidas em idosos da rede básica de saúde. In: IX Congresso Brasileiro de
Psicologia Hospitalar, 2008, São Paulo/SP.
11) FERREIRA, Camomila Lira; MATA, Ádala Nayana de Sousa; BRAGA, Liliane
Pereira; MAIA, Eulália Maria Chaves. Resiliência e Apoio Social em Idosos:
mediadores de um processo de envelhecimento saudável. In: XVI Congresso
Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, 2008, Porto Alegre/RS.
64
12) GOIS, Luiza Carla de Medeiros; ARAUJO, Priscilla Cristhina Bezerra de;
FERREIRA, Camomila Lira; MAIA, Eulália Maria Chaves. Resiliência e Auto-
Estima em Idosos: Mediadores de uma Velhice Bem-Sucedida? In: VII Semana
Norteriograndense de Psicologia [e] III Jornada de Psicologia da UFRN, 2008,
Natal/RN.
13) MATA, Ádala Nayana de Sousa; FERREIRA, Camomila Lira; SILVA,
Neuciane Gomes da; MAIA, Eulália Maria Chaves. Resiliência e Velhice: um
estudo sobre os elementos de risco e de proteção nessa etapa do
desenvolvimento humano. In: XIX Congresso de Iniciação Científica da UFRN,
2008, Natal/RN.
14) SANTOS, Lúcia Maria de Oliveira; GOMES, Thaiani Godoy; ROCHA, Bruna
Ponzi Costa da; ROCHA, Eudes Araújo; GOIS, Luiza Carla de Medeiros;
ARAUJO, Priscilla Cristhina Bezerra de; FERREIRA, Camomila Lira; MAIA,
Eulália Maria Chaves. Saúde e Morbidade Referidas: uma percepção de quem
envelhece. In: XVI Semana de Humanidades, 2008, Natal/RN.
15) GOIS, Luiza Carla de Medeiros; ROCHA, Bruna Ponzi Costa da; ROCHA,
Eudes Araújo; SANTOS, Lúcia Maria de Oliveira; ARAUJO, Priscilla Cristhina
Bezerra de; GOMES, Thaiani Godoy; FERREIRA, Camomila Lira; MAIA, Eulália
Maria Chaves. Situações de Risco para o Idoso: um estudo na rede de atenção
básica à saúde. In: XVI Semana de Humanidades, 2008, Natal/RN.
16) FERREIRA, Camomila Lira; MATA, Ádala Nayana de Sousa; BRAGA, Liliane
Pereira; MAIA, Eulália Maria Chaves. Velhice Normal ou Patológica? Uma
avaliação de saúde e morbidade referidas no processo de envelhecimento. In: XVI
Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, 2008, Porto Alegre/RS.
65
17) FERREIRA, Camomila Lira; MATA, Ádala Nayana de Sousa; MAIA, Eulália
Maria Chaves. A Resiliência em Idosos: uma reflexão sobre o envelhecimento
bem-sucedido. In: I Congresso Internacional de Envelhecimento Humano [e] I
Encontro Brasil/Espanha sobre Envelhecimento Ativo, 2007, Campina Grande/PB.
18) FERREIRA, Camomila Lira; MATA, Ádala Nayana de Sousa; MAIA, Eulália
Maria Chaves. Processo de Envelhecimento Humano: confluência de riscos,
desafios e ganhos. In: VI Semana Norte-Riograndense de Psicologia [e] II
Jornada de Psicologia da UFRN, 2007, Natal/RN.
19) FERREIRA, Camomila Lira; MATA, Ádala Nayana de Sousa; MAIA, Eulália
Maria Chaves. Resiliência e Velhice: a influência de fatores de risco e de proteção
no processo de envelhecimento. In: XVIII Congresso de Iniciação Científica CIC:
Pesquisa, Ambiente e Qualidade de Vida, 2007, Natal/RN.
66
5.4. Participações em eventos científicos
1) 11º Congreso Virtual de Psiquiatría, 2010. (Online).
2) II Encontro de Psicossomática da Paraíba, 2009. (João Pessoa/PB).
3) III Congresso Ibero-americano de Psicogerontologia, 2009. (São Paulo/SP).
4) VIII Semana Norte-riograndense de Psicologia [e] IV Jornada de Psicologia da
UFRN, 2009. (Natal/RN).
5) I Jornada de Memória da UFRN: Interfaces entre a Psicologia e a
Neurobiologia, 2009. (Natal/RN).
6) XVI Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, 2008. (Porto Alegre/RS).
7) VI Congresso Brasileiro de Alzheimer, 2008. (Recife/PE).
8) IX Congresso Brasileiro de Psicologia Hospitalar, 2008. (São Paulo/SP).
9) VII Semana Norteriograndense de Psicologia [e] III Jornada de Psicologia da
UFRN, 2008. (Natal/RN).
10) Seminário Envelhecimento e Subjetividade - Desafios para uma cultura de
compromisso social, 2008. (Natal/RN).
11) II Seminário Municipal de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa,
2008. (Natal/RN).
12) I Congresso Internacional de Envelhecimento Humano [e] I Encontro
Brasil/Espanha sobre Envelhecimento Ativo, 2007. (Campina Grande/PB).
13) XVIII Congresso de Iniciação Científica CIC: Pesquisa, Ambiente e Qualidade
de Vida, 2007. (Natal/RN).
14) VI Semana Norte-Riograndense de Psicologia [e] II Jornada de Psicologia da
UFRN, 2007. (Natal/RN).
15) XV Semana de Humanidades, 2007. (Natal/RN)
67
6. ANEXOS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Escala de Resiliência
(2)
Nome: Idade:
1
Nada característico
5
Característico
2
Muito pouco característico
6
Muito característico
3
Pouco característico
7
Totalmente característico
4
Indiferente
Quando eu faço planos, eu levo eles até o fim
1 2 3 4 5 6 7
Eu costumo lidar com os problemas de uma forma ou de outra
1 2 3 4 5 6 7
Eu sou capaz de depender de mim mais do que qualquer outra pessoa
1 2 3 4 5 6 7
Manter interesse nas coisas é importante para mim
1 2 3 4 5 6 7
Eu posso estar por minha conta se eu precisar
1 2 3 4 5 6 7
Eu sinto orgulho de ter realizado coisas em minha vida
1 2 3 4 5 6 7
Eu costumo aceitar as coisas sem muita preocupação
1 2 3 4 5 6 7
Eu sou amigo de mim mesmo
1 2 3 4 5 6 7
Eu sinto que posso lidar com várias coisas ao mesmo tempo
1 2 3 4 5 6 7
Eu sou determinado
1 2 3 4 5 6 7
Eu raramente penso sobre o objetivo das coisas
1 2 3 4 5 6 7
Eu faço as coisas um dia de cada vez
1 2 3 4 5 6 7
Eu posso enfrentar tempos difíceis porque já experimentei dificuldades antes
1 2 3 4 5 6 7
Eu sou disciplinado
1 2 3 4 5 6 7
Eu mantenho interesse nas coisas
1 2 3 4 5 6 7
Eu normalmente posso achar motivo para rir
1 2 3 4 5 6 7
Minha crença em mim mesmo me leva a atravessar tempos difíceis
1 2 3 4 5 6 7
Em uma emergência, eu sou uma pessoa em quem as pessoas podem contar
1 2 3 4 5 6 7
Eu posso geralmente olhar uma situação em diversas maneiras
1 2 3 4 5 6 7
Às vezes eu me obrigo a fazer coisas querendo ou não
1 2 3 4 5 6 7
Minha vida tem sentido
1 2 3 4 5 6 7
Eu não insisto em coisas as quais eu não posso fazer nada sobre elas
1 2 3 4 5 6 7
Quando eu estou numa situação difícil, eu normalmente acho uma saída
1 2 3 4 5 6 7
Eu tenho energia suficiente para fazer o que eu tenho que fazer
1 2 3 4 5 6 7
Tudo bem se há pessoas que não gostam de mim
1 2 3 4 5 6 7
68
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Escala de Eventos Vitais
(22)
Nome: Idade:
Durante os últimos doze meses você passou por alguma dessas situações?
( ) Morte do cônjuge
( ) Separação
( ) Casamento
( ) Morte de alguém da família
( ) Doença na família
( ) Acréscimo ou diminuição do número de pessoas morando em sua casa
( ) Nascimento na família
( ) Mudança de casa
( ) Reconciliação matrimonial
( ) Aposentadoria
( ) Perda de emprego
( ) Mudança de trabalho (favorável ou desfavorável)
( ) Dificuldade com a chefia
( ) Reconhecimento profissional
( ) Acidentes
( ) Perdas financeiras
( ) Dificuldades sexuais
( ) Problemas de saúde
( ) Morte de um amigo
( ) Dívidas
( ) Mudança de hábitos pessoais
( ) Mudança de atividades recreativas
( ) Mudança de atividades religiosas
( ) Mudança de atividades sociais
69
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE.
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE.
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE.
Escala de Apoio Social
(25)
Nome: Idade:
1
nunca
2
raramente
3
às vezes
4
quase sempre
5
sempre
Se você precisar, com que freqüência você conta com alguém...
1. que a ajude se ficar de cama
1 2 3 4 5
2. para a ouvir
1 2 3 4 5
3. para lhe dar bom conselho numa situação de crise
1 2 3 4 5
4. para levá-lo ao médico
1 2 3 4 5
5. que demonstre amor e afeto por você
1 2 3 4 5
6. para se divertir junto
1 2 3 4 5
7. para lhe dar informações que ajude a compreender uma determinada situação
1 2 3 4 5
8. para confiar e falar seus problemas
1 2 3 4 5
9. que lhe dê um abraço
1 2 3 4 5
10. com quem relaxar
1 2 3 4 5
11. para preparar refeições
1 2 3 4 5
12. de quem você realmente quer conselho
1 2 3 4 5
13. com quem distrair a cabeça
1 2 3 4 5
14. para fazer as tarefas diárias se ficar doente
1 2 3 4 5
15. para compartilhar preocupações e medos mais íntimos
1 2 3 4 5
16. para dar sugestões de como lidar com um problema pessoal
1 2 3 4 5
17. com quem fazer coisas agradáveis
1 2 3 4 5
18. que compreenda seus problemas
1 2 3 4 5
19. que você ame e que faça você se sentir querido
1 2 3 4 5
70
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE.
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE.
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE.
Escala de Auto-Estima
(26)
Nome: Idade:
1
Discordo muito
2
Discordo um pouco
3
Concordo um pouco
4
Concordo muito
De forma geral, estou satisfeito comigo mesmo.
1 2 3 4
Às vezes, penso que não presto para nada.
1 2 3 4
Penso que tenho algumas boas qualidades.
1 2 3 4
Sou capaz de fazer as coisas tão bem como a maioria das pessoas.
1 2 3 4
Creio que o tenho grande coisa de que me possa orgulhar.
1 2 3 4
Sinto-me, por vezes, verdadeiramente inútil.
1 2 3 4
Julgo que tenho, pelo menos, tanto valor como os outros.
1 2 3 4
Gostaria de ter mais consideração por mim próprio.
1 2 3 4
Bem vistas as coisas, sou levado a pensar que sou um falhado.
1 2 3 4
Tenho uma atitude positiva para com a minha pessoa.
1 2 3 4
71
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE.
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE.
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE.
Mini-Exame do Estado Mental
(27)
Atividades / Pontuação
1
2
3
4
5
1. Orientação temporal (0-5):
ANO ESTAÇÃO - MÊS DIA - DIA DA SEMANA
2. Orientação espacial (0-5):
ESTADO - CIDADE - RUA - BAIRRO - LOCAL
3. Registro (0-3):
Nomear: PENTE - RUA CANETA
4. Cálculo- tirar 7 (0-5):
100-93-86-79-72
5. Evocação (0-3):
Três palavras anteriores: PENTE RUA CANETA
6. Linguagem 1 (0-2):
Nomear um RELÓGIO e uma CANETA
7. Linguagem 2 (0-1):
Repetir: NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ
8. Linguagem 3 (0-3):
Siga o comando: Pegue o papel com a mão direita,
dobre-o ao meio, coloque-o em cima da mesa.
9. Linguagem 4 (0-1):
Ler e obedecer: FECHE OS OLHOS
10. Linguagem 5 (0-1):
Escreva uma frase completa
11. Linguagem 6 (0-1):
Copiar o desenho:
TOTAL
72
7. REFERÊNCIAS
1. Couto MCPP, Koller SH, Novo RF. Resiliência no Envelhecimento: Risco e
Proteção. In Falcão DVS, Dias CMSB (Org.), Maturidade e Velhice, v.II:
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Adaptação transcultural, confiabilidade e validade da escala de resiliência.
Cadernos de Saúde Pública 2005; 21(2):436-448.
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community-dwelling older women. Journal of Psychiatric Research 2009;
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5. Poletto M, Wagner TMC, Koller SH. Resiliência e desenvolvimento infantil de
crianças que cuidam de crianças: uma visão em perspectiva. Psicologia:
Teoria e Pesquisa. Brasília 2004; 20(3):241-250.
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Development. European Psychologist 2009; 14(1):40-50.
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um equilíbrio promotor de resiliência. Psicologia Teoria e Pesquisa 2004;
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9. Mazzoleni MHB, Gorenstein C, Fuentes D, Tavares H. Wives of pathological
gamblers: personality traits, depressive symptoms and social adjustment.
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10. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE. Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão. Síntese de Indicadores Sociais. Estudos
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11. Davim RMB, Torres GV, Dantas SMM, Lima VM. Estudo com idosos de
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socioeconômicas e de saúde. Rev Latino-am Enfermagem 2004; 12(3):518-
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pesquisas e intervenções psicológicas. São Paulo (SP): Casa do Psicólogo;
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18. Rabelo DF, Neri AL. Recursos psicológicos e ajustamento pessoal frente à
incapacidade funcional na velhice. Psicologia em Estudo, Maringá 2005;
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Idosos Residentes na Comunidade. Psicologia: Reflexão e Crítica 2008;
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Princeton University Press; 1989.
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estudo pró-saúde: Pré-testes e estudo piloto. Cadernos de Saúde Pública
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75
26. Assis SG, Avanci JQ. Labirinto de espelhos. Formação da auto-estima na
infância e na adolescência. Rio de Janeiro (RJ): Fiocruz; 2004.
27. Folstein MF, Folstein SE, McHugh PR. Mini-mental state. A practical method
for grading the cognitive state of patients for the clinician. Journal of Psychiatry
Research 1975;12:189-198.
76
ABSTRACT
Resilience consists of a capacity to adapt and overcome situations of risk, from the
aid of protective factors. This construct constitutes a process of preventive and
multidimensional present in all stages of human development. During this
development, it has been immersed in the elderly biopsychosocial changes
resulting from the aging process. In this sense, there was a need for a
multidisciplinary study, combining psychology, medicine, nursing, social work and
gerontology in order to check the resilience, its risk factors, such as life events and
health, and protection, such as self-esteem and social support. For this, we
performed a descriptive exploratory study of cross-sectional nature, along with a
convenience sample consisting of 65 elderly users of the public health of the
district east of the city of Natal/RN, Brazil. This research allowed the collection of
socio-demographic, economic, relational, physical, biological and psychological in
understanding the aging process. It is observed that the studied sample socio-
economic status and chronic health conditions in their own lives and their families,
that demand for care and attention every day, are resilient, have faced significant
losses, have positive self-esteem and social support perceived as external
satisfactory. Given this multidimensional nature, the aging process deserves the
attention of many professionals and health policies, seeking provide to the elderly
a better living conditions and mechanisms that promote well-being and health.
Descriptors: Resilience, Psychological; Aging; Risk; Protection.
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