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Nos primórdios, o plantio era feito utilizando-se mão de obra escrava. As mudas
de café eram intercaladas com mudas de alimentos, tais como feijão, mandioca e milho.
Após a colheita, os grãos eram expostos ao sol para secar e em seguida, beneficiados
para a retirada das cascas. O transporte das sacas de café era feito utilizando-se tropas
de mulas, as quais na ida levavam a produção e na volta, transportavam ferramentas e
mantimentos para as propriedades. (NEVES, 1974).
A riqueza fluía pelos cafezais, evidenciada nas elegantes mansões dos
fazendeiros, que traziam a cultura européia aos teatros erguidos nas novas cidades do
interior paulista. Durante dez décadas o Brasil cresceu movido pelo hábito do cafezinho,
servido nas refeições de toda população, interiorizando nossa cultura, construindo
fábricas, promovendo a miscigenação racial, dominando partidos políticos, derrubando
a monarquia e abolindo a escravidão.
Além de ter sido fonte de muitas das nossas riquezas, o café permitiu alguns
feitos extraordinários. Durante muito tempo, o café brasileiro mais conhecido em todo o
mundo era o tipo Santos. A qualidade do café santista e o fato de ser um dos principais
portos exportadores do produto determinaram a criação do Café Tipo Santos (ABCI,
2009)
A cafeicultura no centro-sul do Brasil começou a ter problemas em 1870,
quando uma grande geada atingiu as plantações do oeste paulista provocando prejuízos
incalculáveis. Depois de uma longa crise, a cafeicultura nacional se reorganizou e os
produtores, industriais e exportadores voltaram a alimentar esperanças de um futuro
melhor. A busca pela região ideal para a cultura do café se estendeu por todo o país, se
firmando hoje em regiões do Estado de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Espírito
Santo, Bahia e Rondônia. O café continua hoje, a ser um dos produtos mais importantes
para o Brasil e é, sem dúvida, o mais brasileiro de todos. Hoje o país é o primeiro
produtor e o segundo consumidor mundial do produto.
As áreas cafeeiras estão concentradas no centro-sul do país, onde se destacam
quatro estados produtores: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Paraná. A região
Nordeste também tem plantações na Bahia, e da região Norte pode-se destacar
Rondônia. A produção de café arábica se concentra em São Paulo, Minas Gerais,