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interesses de cada um, das suas formas de perceber, sentir e relacionar-se.” (MORAN,
2006, p. 19).
O autor entende que a construção do conhecimento, tendo em vista o processo
multimídico, é mais „livre‟, “menos rígida, com conexões mais abertas, que passam pelo
sensorial, pelo emocional e pela organização do racional; uma organização provisória, que se
modifica com facilidade, que cria convergências e divergências instantâneas, que precisa de
processamento múltiplo instantâneo e de resposta imediata” (MORAN, 1998, pp. 148-152,
apud MORAN, 2006, p. 19).
Para ele, a aprendizagem se dá a partir da vivência, experimentação, sentidos. O aluno
aprende, quando relaciona, estabelece conexão entre o desorganizado e integra-o em um novo
contexto onde este recebe significado e novo sentido (MORAN, 2006). Aprendemos quando
“interagimos com os outros e o mundo e depois, quando interiorizamos, quando nos voltamos
para dentro, fazendo nossa própria síntese, nosso reencontro do mundo exterior com a nossa
reelaboração pessoal” (MORAN, 2006, p. 23).
A concepção de conhecimento adotada por Barufi (1999, p. 12) é a de que “conhecer
algo é conhecer o seu significado”. A partir dessa premissa, ela explica como entende
significado. Segundo ela,
Quando falamos em significado de um dado conhecimento, estamos nos
referindo a todas as relações que dizem respeito a esse conhecimento. Assim
sendo, o significado não é algo material que se transfere de um indivíduo a
outro. Constitui-se um feixe de relações, analógicas, metafóricas, que podem
ser estabelecidas, envolvendo aquilo que se pretende conhecer, enredando-o
ao que já é conhecido. Os significados podem emergir das experiências
individual ou coletivamente vivenciadas, a partir da interação dos indivíduos
com objetos ou com outros indivíduos. Em vez de afirmar estar “de posse de
determinado conhecimento”, devemos procurar compreender seu
significado, por meio das relações que são percebidas. Assim é que conhecer
é conhecer o significado (BARUFI, 1999, p. 13, grifos do autor).
Assim, ocorre a aprendizagem “quando o aprendiz conseguir estabelecer significados
para o objeto de conhecimento - nó - em sua própria rede, articulando assim o novo aos
diversos nós já existentes. É dessa maneira que os novos conhecimentos constituem
enredamentos” (BARUFI, 1999, p. 14).
“O significado de algum objeto, indivíduo, entidade, e assim por diante, é o
conjunto de tudo o que se diz ou se pode dizer a respeito desse objeto,
indivíduo, entidade. Nesse sentido, negociar significados é falar sobre,
mostrar representações, de exibir metáforas extremamente úteis para a
transferência de relações que existem entre o conhecido e o novo. Para
negociar significados e estabelecer relações não basta, pois, apresentar uma