70
Oliveira (2004) demonstra, em sua tese de doutorado Reflexões sobre a imagem e
ilustrações: pelos Jardins de Boboli, que ilustrar é informar, persuadir ou narrar por meio de
imagens, estando ―inexoravelmente‖ atrelada à temporalidade dos acontecimentos.
A ilustração informativa é, nas palavras do autor, compromissada com o conhecimento e a
clareza de informações, como, por exemplo, ilustrações sobre medicina, botânica etc.
Considerando que toda imagem é persuasiva, Oliveira, ao classificar uma ilustração como sendo
persuasiva, refere-se ao uso específico de marketing e publicidade de algum artigo ou
acontecimento. Já a ilustração narrativa é sempre associada ao texto, o qual pode ser literário ou
não.
Dessa forma, conforme os pressupostos dos teóricos já mencionados, uma ilustração,
comumente, apoia-se no texto escrito, tendo, entre outros, o propósito de exemplificar,
ornamentar, informar, complementar, reforçar, narrar, descrever, em linguagem imagética, algo já
dito no texto verbal. Para alguns estudiosos, considera-se ilustração a imagem obtida tanto por
meio de ―métodos manuais de representação como desenho, pintura e gravura, quanto de
reprodução técnica, como a fotografia‖ (OLIVEIRA; CONDURO, 2004, p.336).
Além de todas as finalidades elencadas acima, há ainda um tipo de representação
ilustrativa que serve à ciência. Trata-se da ilustração científica, a qual recorre a técnicas que vão
desde desenhos feitos a lápis até imagens animadas por computação gráfica (INSTITUTO DE
BIOLOGIA). Assim, entendida como um tipo de representação figurativa, Oliveira e Conduro
(2004), apoiados em FORD (1992), notam que as finalidades da ilustração científica são:
registrar, traduzir e complementar, por meio da imagem, observações e
experimentos científicos que vão desde a descrição de espécies microscópicas de
animais e vegetais até anatomia humana, passando pela arqueologia,
paleontologia, mineralogia, geologia, cartografia, astronomia, arquitetura, física,
engenharia e história natural de uma infinidade de seres vivos e sua relação com
a paisagem ou nichos onde vivem. (OLIVEIRA; CONDURO, 2004, p.336)
De acordo com estes dois pesquisadores, o autor (o qual pode ser um cientista ou um
artista) de um livro com ilustrações de plantas ou animais deve levar em conta o público alvo,
visto que, ao ser direcionado para um público de não especialistas, o apelo visual torna-se mais
importante do que o compromisso com a precisão. Mas, se a publicação é científica, as
representações devem ser claras e cientificamente precisas, ―e não esteticamente atraentes‖
(p.336). Neste ponto, cabe mencionar que, na visão de Marques (2006), a ilustração científica