94
concentração das possibilidades de imaginar e construir o futuro do mundo
94
; a falta de
privacidade
95
; a barganha generalizada
96
, a concorrência acirrada, que enfraquece a
estabilidade do emprego e das relações industriais
97
; as condições de trabalho do mundo
flexível
98
; o crime global como caso de empresa em rede
99
; a novidade da guerra em rede
100
; a
sociedade em rede enquanto estrutura social dominante, à qual se opõem alternativas
construídas pelos movimentos sociais
101
; a incontrolabilidade dessa estrutura social, pela
interdependência que provocaram suas inovações, que conduzem a novos tipos de crise
102
; o
peso objetivo da estrutura que limita a ação, pelas característica que define a Sociedade em
Rede: o poder dos fluxos
103
; os processos de modernização conservadora que geram exclusão
agricultura” (FM: 367).
94 “Finlândia, como Japão, está obcecada com o futuro. Eu acho que é a cultura da sobrevivência, a cultura de
nações e pessoas que experimentaram a possibilidade real de serem engolidas por outras culturas e nações, e
reagiram – ou sobre-reagiram, como o imperialismo japonês”. Ao contrário, na Califórnia “a noção é que o
futuro está sendo construído na Califórnia” (2003: 46).
95 “desaparecimento da privacidade através de um mundo em que vivemos conectados à rede [...] O fato de
estar em uma rede global significa que não existe privacidade [...] A batalha pelo criptografado é, neste
momento, a batalha pela privacidade” (2000: 282-4).
96 Mas uma comunidade pode também “tornar-se um grupo de interesse, e aderir à lógica da barganha
generalizada, predominante na sociedade em rede” (PI: 420).
97 A África do Sul deve “evitar ser excluída da acirrada concorrência existente na economia global, uma vez
promovida a abertura de sua economia” (FM: 153). Diante da concorrência global, enfraquecem-se o
sistema de emprego estável e as relações industriais estáveis (FM: 281).
98 Vidas miseráveis da maioria dos engenheiros de Silicon Valley “com um alto índice de isolamento,
depressão, abuso de drogas e álcool e uma alta taxa de suicídio”, e 65 horas por semana como tempo médio
de trabalho. E o “maior individualismo e atitudes mais egoístas em Silicon Valley que no resto dos EUA”
(2003: 37). Se a internet socializa, parece que ao mesmo tempo isola e inferniza a quem produz as suas
condições de possibilidade.
99 Cfr. SR: 503; FM: 204-5, 217, 232-3; e 2003: 93.
100 “está havendo um processo de globalização de uma nova forma de guerra, a guerra em rede [netwar], na
terminologia dos especialistas da Rand Corporation” (2003: 99).
101 “A cultura verde, na forma proposta por um movimento ambientalista multifacetado, é o antídoto à cultura
da virtualidade real que caracteriza os processos dominantes de nossas sociedades. Assim, temos a ciência
da vida contra a vida dominada pela ciência; o controle local sobre o espaço contra um espaço de fluxos
incontrolável; a realização do tempo glacial contra a destruição do conceito de tempo e a escravidão ao
tempo cronológico; a cultura verde contra a virtualidade real. São esses os principais desafios do movimento
ambientalista às estruturas dominantes da sociedade em rede” (PI: 160).
102 Estamos numa “era de instabilidade econômica estrutural [...] A invalidação do conceito de tempo e a
manipulação do tempo por mercados de capitais globais gerenciados eletronicamente são um componente da
fonte de novas formas de devastadoras crises econômicas que adentram o século XXI” (SR: 592) “Os
mercados financeiros globais são interdependentes, e as turbulências em qualquer nó dessas redes
financeiras difundem-se para outros mercados” (FM: 278). “Não há maneira de controlar os mercados
financeiros globais, e sendo que os mercados financeiros globais condicionam as políticas monetárias e as
taxas de juros [interest rates], temos perdido o controle da política econômica nacional. Sempre é possível
intervir, mas dentro dos parâmetros ditados pelos movimentos de fluxos financeiros globais” (2003: 34).
103 “O poder dos fluxos é mais importante que os fluxos do poder. A presença na rede ou a ausência dela e a
dinâmica de cada rede em relação às outras são fontes cruciais de dominação e transformação de nossa
sociedade: uma sociedade que, portanto, podemos apropriadamente chamar de sociedade em rede,
caracterizada pela primazia da morfologia social sobre a ação social” (SR: 565).