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MARIANA CALLIL VOOS
A INFLUÊNCIA DA IDADE E DA ESCOLARIDADE NA
EXECUÇÃO E NO APRENDIZADO DE UMA TAREFA
COGNITIVO-MOTORA
SÃO PAULO
2009
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MARIANA CALLIL VOOS
A INFLUÊNCIA DA IDADE E DA ESCOLARIDADE NA
EXECUÇÃO E NO APRENDIZADO DE UMA TAREFA
COGNITIVO-MOTORA
Tese apresentada ao Instituto de
Psicologia da Universidade de São
Paulo para obtenção do título de Doutor
em Neurociências e Comportamento
Área de concentração: Neurociências e
Comportamento
Orientador: Prof. Dr. Luiz Eduardo
Ribeiro do Valle
SÃO PAULO
2009
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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Catalogação na publicação
Biblioteca Dante Moreira Leite
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo
Voos, Mariana Callil.
A influência da idade e da escolaridade na execução e no
aprendizado de uma tarefa cognitivo-motora / Mariana Callil Voos;
orientador Luiz Eduardo Ribeiro do Valle. -- São Paulo, 2009.
131 p.
Tese (Doutorado Programa de Pós-Graduação em Psicologia.
Área de Concentração: Neurociências e Comportamento) Instituto de
Psicologia da Universidade de São Paulo.
1. Avaliação geriátrica 2. Avaliação neuropsicológica 3.
Cognição 4. Envelhecimento 5. Locomoção 6. Percepção visual I.
Título.
QP360.1
Nome: VOOS, Mariana Callil
Título: A influência da idade e da escolaridade na execução e no aprendizado
de uma tarefa cognitivo-motora
Tese apresentada ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo
para obtenção do título de Doutor em Neurociências e Comportamento
Tese defendida e aprovada em:
Banca Examinadora
Prof. Dr. _____________________________Instituição: __________________
Julgamento: _________________________ Assinatura: __________________
Prof. Dr. _____________________________Instituição: __________________
Julgamento: _________________________ Assinatura: __________________
Prof. Dr. _____________________________Instituição: __________________
Julgamento: _________________________ Assinatura: __________________
Prof. Dr. _____________________________Instituição: __________________
Julgamento: _________________________ Assinatura: __________________
Prof. Dr. _____________________________Instituição: __________________
Julgamento: _________________________ Assinatura: __________________
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu amado marido, que me estimulou a espairecer
nas horas vagas, o que foi fundamental para a preservação da minha função
executiva para a realização deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Luiz Eduardo Ribeiro do Valle, que muito me ensinou e contribuiu
para meu crescimento científico e intelectual.
Às Profas. Dras. Maria Elisa Pimentel Piemonte e Letícia Lessa Mansur, pelas
valiosas sugestões e críticas realizadas no exame de qualificação.
Ao Prof. Dr. Jacob Pinheiro Goldberg pelas valiosas sugestões e pelo apoio
durante a realização deste trabalho.
Às amigas e colegas de profissão e de pós-graduação Carolina de Oliveira
Souza, Gisele Braga Pinheiro, Thaís Contenças, Érica Tardelli das Neves e
Maria Clara Drummond Soares de Moura, pelo apoio e pelas sugestões e
críticas.
Aos alunos do Curso Avançado de Fisioterapia em Neurologia Juliana Noda,
Carolina Guerra, Luciana Cicca, Andréia Lázaro, Tiago Strufaldi, pela ajuda na
coleta de parte dos dados deste trabalho e de outros projetos desenvolvidos de
forma complementar e paralela.
À educadora e bacharel em letras e ciências sociais Eliana Callil Voos, minha
maior colaboradora e debatedora de idéias durante o desenvolvimento deste
trabalho e por uma grande sorte minha, também minha mãe.
As invenções são o resultado de um trabalho teimoso.
Santos Dummond
RESUMO
VOOS, M. C. A influência da idade e da escolaridade na execução e no
aprendizado de uma tarefa cognitivo-motora. 2009. 99 p. Tese (Doutorado) -
Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
Função executiva é a habilidade necessária para planejar, iniciar, realizar e
monitorar comportamentos intencionais, relacionados a um objetivo ou a
demandas ambientais, com base na experiência prévia. Tanto indivíduos
idosos, quanto indivíduos com escolaridade baixa apresentam dificuldade em
tarefas que requerem função executiva, como o Trail Making Test (TMT), que
consiste em traçar retas em uma folha de papel, conectando uma seqüência de
números (parte A, TMTA) e de números e letras, alternados (parte B, TMTB), o
mais rápido possível. O presente estudo teve como objetivo geral desenvolver
uma nova versão do TMT, o Teste de Deambulação Funcional (TDF), que
poderia ser mais familiar a indivíduos com escolaridade baixa e favorecer sua
compreensão e execução. Os objetivos específicos foram: testar se haveria
diferenças de idade e/ou escolaridade (1) na execução das partes A e B do
TDF (TDFA e TDFB) e das partes A e B do TMT (TMTA e TMTB); (2) nos
deltas cognitivos do TMT (dcTMT=TMTBTMTA) e do TDF (dcTDF=TDFB
TDFA); (3) nos deltas motores da parte A (dmA=TDFATMTA) e da parte B
(dmB=TDFBTMTB) e (4) no aprendizado do TDF. Participaram 70 voluntários,
(24 jovens, 26 adultos maduros, e 20 idosos). Na primeira sessão os
voluntários realizaram (I) o TDF, (II) o TMT, (III) sete repetições do TDFA, (IV)
sete repetições do TDFB. Metade dos voluntários de cada faixa etária realizou
a ordem (I) e (II) e metade, (II) e (I). Depois de uma semana, realizaram (V)
quatro repetições do TDFA e (VI) quatro do TDFB. Foi adotado nível de
significância de p=0,05. ANOVAs mostraram que (1) os idosos, principalmente
aqueles com escolaridade baixa, foram mais lentos que os adultos jovens e
maduros no TMT e no TDF, sobretudo na parte B e os idosos com escolaridade
alta foram mais lentos no TDFB do que no TMTB; (2) os deltas cognitivos do
TMT e do TDF foram mais altos para indivíduos com maior idade e menor
escolaridade e o dcTMT foi maior que o dcTDF para idosos com escolaridade
baixa; (3) o dmB de idosos com escolaridade baixa foi menor que o de idosos
com escolaridade alta; (4) os idosos com escolaridade baixa foram mais lentos
que aqueles com escolaridade alta na avaliação 1 da TDFA e em todas as
avaliações da TDFB, mas não foram observadas diferenças de escolaridade no
desempenho de adultos jovens e maduros. O TDF mostrou-se uma ferramenta
complementar eficaz para avaliar indivíduos com diferentes idades e
escolaridades. Indivíduos mais idosos e com escolaridade mais baixa
apresentaram tempos mais altos, tanto no TMT, quanto no TDF. O dcTDF o
parece ter sido equivalente ao dcTMT em indivíduos com escolaridade baixa, já
que eles apresentaram menor dificuldade em resolver cognitivamente o TDF.
Idosos com alta e baixa escolaridade apresentaram resultados antagônicos no
dmB: idosos com escolaridade baixa apresentaram menor dificuldade no
TDFB, com relação ao TMTB e o contrário ocorreu para idosos com
escolaridade alta. A escolaridade baixa prejudicou o aprendizado da tarefa,
principalmente em idosos. Idosos apresentaram estabilização mais lenta no
desempenho do que adultos maduros, que por sua vez apresentaram
estabilização mais lenta que jovens.
Palavras-chave: avaliação geriátrica; cognição; envelhecimento; locomoção;
percepção visual.
ABSTRACT
VOOS, M. C. The influence of age and educational status on the
performance of a cognitive-motor task and on its learning. 2009. 99 p.
Thesis (PhD) - Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, o Paulo,
2009.
Executive function is the ability of planning, initiating, performing and monitoring
intentional behaviors, related to an objective or environmental demands, based
on previous experience. Older adults and individuals with a low educational
status have difficulty in performing executive function tasks, such as the Trail
Making Test (TMT), which consists on linking a sequence of numbers on a
sheet of paper (part A, TMTA) and alternated numbers and letters (part B,
TMTB) as fast as possible. The present study had as a general aim to develop
a new version of the TMT, the Functional Gait Test (FGT), which could be more
familiar to individuals with a low educational status and favor their
comprehension and performance. The specific aims were: to investigate
possible differences due to age and/or educational status (1) in the performance
of parts A and B of FGT (FGTA e FGTB) and of parts A and B of TMT (TMTA
and TMTB); (2) in the cognitive deltas of TMT (cdTMT=TMTBTMTA) and of
FGT (cdFGT=FGTBFGTA); (3) in the motor deltas of part A (mdA=FGTA
TMTA) and part B (mdB=FGTBTMTB) and (4) in the learning process of FGT.
Seventy volunteers participated (24 young adults, 26 mature adults and 20
older adults). At the first session, volunteers performed (I) the FGT, (II) the
TMT, (III) seven repetitions of the FGTA, (IV) seven repetitions of the FGTB.
Half of the sample of each age group performed the order (I) and (II) and the
other half, (II) and (I). After one week, they performed (V) four repetitions of the
FGTA and (VI) four of the FGTB. Significance level was p=0,05. ANOVAs
showed that (1) older adults, mainly the ones with a low educational status,
were slower than young and mature adults on the TMT and on the FGT,
principally on part B and older adults with a high educational status were slower
on the FGTB than on the TMTB; (2) the cognitive deltas of TMT and FGT were
higher for individuals with higher age and lower level of education and the
cdTMT was higher than cdFGT for older adults with a low educational status;
(3) the mdB of older adults with a low educational level was lower that the mdB
of older adults with more years of formal education; (4) older adults with a low
educational status were slower than the ones with a high level of education on
assessment 1 of the FGTA and in all assessments of the FGTB, but no
educational status differences were observed in the performance of young and
mature adults. The FGT is an useful complementary tool to evaluate individuals
with different ages and educational levels. Older adults and individuals with a
lower educational level showed higher times, both in the TMT and in the FGT.
The cdFGT did not seem equivalent to the cdTMT in individuals with a low
educational status, since they had less difficulty in solving the cognitive part of
the FGT. Older adults with a high and a low educational level had antagonistic
results on mdB: older adults with a low educational status had less difficulty on
the FGTB, compared to the TMTB and the opposite occurred for the ones with a
high educational status. The low educational level impaired the learning
process, mainly for older adults. Older adults showed slower stabilization on
performance than mature adults and mature adults showed slower stabilization
than young adults.
Key-words: geriatric assessment; cognition; aging; locomotion; visual
perception.
SUMÁRIO
1.0. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1
2.0. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 7
2.1. A influência da idade em tarefas cognitivo-motoras ................................. 7
2.2. A influência da escolaridade em tarefas cognitivo-motoras ................... 10
2.3. Interação da idade com a escolaridade em tarefas cognitivo-motoras .. 16
2.4. O Trail Making Test ................................................................................ 21
2.5. Hipóteses e predições ............................................................................ 26
3.0. OBJETIVOS .............................................................................................. 31
3.1. Objetivo geral ......................................................................................... 31
3.2. Objetivos específicos ............................................................................. 31
4.0. MÉTODOS ................................................................................................ 32
4.1. Participantes .......................................................................................... 32
4.2. Local ...................................................................................................... 33
4.3. Materiais e procedimentos específicos de cada teste ............................ 34
4.3.1. Trail Making Test ............................................................................. 34
4.3.2. Teste de Deambulação Funcional ................................................... 35
4.3.3. Ordem de realização dos testes ...................................................... 36
4.4. Análise estatística .................................................................................. 37
5.0. RESULTADOS .......................................................................................... 39
5.1. A influência da idade e da escolaridade no desempenho nas partes A e B
do TMT e do TDF .......................................................................................... 39
5.2. A influência da idade e da escolaridade no delta cognitivo do TMT e do
TDF ............................................................................................................... 44
5.3. A influência da idade e da escolaridade no delta motor do TMT e do
TDF ............................................................................................................... 47
5.4. A influência da idade e da escolaridade no aprendizado de cada uma das
partes do TDF ............................................................................................... 49
5.4.1. Diferenças entre as avaliações ........................................................ 51
5.4.2. Diferenças decorrentes da idade ..................................................... 53
5.4.3. Diferenças decorrentes da escolaridade ......................................... 54
6.0. DISCUSSÃO ............................................................................................. 58
6.1. Desempenho nas partes A e B do TMT e do TDF ................................. 58
6.1.1. A influência da idade ....................................................................... 59
6.1.2. A influência da escolaridade ............................................................ 61
6.1.3. A influência da resposta motora do teste ......................................... 66
6.2. A influência do delta cognitivo do TMT e do TDF ................................... 67
6.2.1. A influência da idade ....................................................................... 68
6.2.2. A influência da escolaridade ............................................................ 69
6.2.3. A influência do teste ........................................................................ 71
6.3. O delta motor do TMT e do TDF ............................................................ 72
6.3.1. A influência da idade ....................................................................... 72
6.3.2. A influência da escolaridade ............................................................ 73
6.3.3. A influência da parte do teste .......................................................... 73
6.4. A influência da idade e da escolaridade no aprendizado de cada uma das
partes do TDF ............................................................................................... 75
6.4.1. A influência da idade ....................................................................... 75
6.4.2. A influência da escolaridade ............................................................ 77
6.5. Limitações do estudo ............................................................................. 79
7.0. CONCLUSÃO ........................................................................................... 81
8.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 82
LISTA DE ABREVIAÇÕES
AJ adultos jovens
AM adultos maduros
ANOVA análise de variância
dmA delta motor da parte A
dmB delta motor da parte B
dcTMT delta cognitivo do Trail Making Test
dcTDF delta cognitivo do Teste de Deambulação Funcional
dp desvio-padrão
EA escolaridade alta
EB escolaridade baixa
EEB Escala de Equilíbrio de Berg
MEEM Mini Exame do Estado Mental
m média
ID idosos
TDFA parte A do Teste de Deambulação Funcional
TDFB parte B do Teste de Deambulação Funcional
TMT Trail Making Test
TMTA parte A do Trail Making Test
TMTB parte B do Trail Making Test
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Tempo, em segundos (média ± desvio-padrão) para realização do
Trail Making Test e o Teste de Deambulação Funcional...........................pág. 43
Figura 2 Deltas cognitivos do Trail Making Test e do Teste de Deambulação
Funcional em função da idade e da escolaridade.....................................pág. 46
Figura 3 Deltas motores das partes A e B (TDFA TMTA e TDFB TMTB)
(média ± desvio-padrão) em função da idade e da escolaridade..............pág. 48
Figura 4 Tempo, em segundos (média ± desvio-padrão) para realização do
Teste de Deambulação Funcional em função da escolaridade e da parte do
teste no aprendizado ao longo das doze avaliações realizadas nos voluntários
adultos jovens............................................................................................pág. 55
Figura 5 Tempo, em segundos (média ± desvio-padrão) para realização do
Teste de Deambulação Funcional em função da escolaridade e da parte do
teste no aprendizado ao longo das doze avaliações realizadas nos voluntários
adultos maduros........................................................................................pág. 56
Figura 6 Tempo, em segundos (média ± desvio-padrão) para realização do
Teste de Deambulação Funcional em função da escolaridade e da parte do
teste no aprendizado ao longo das doze avaliações realizadas nos voluntários
idosos.........................................................................................................pág. 57
Figura 7 Exemplo do TMT, realizado pelo examinador (Parte A).......ANEXO A
Figura 8 Versão do TMT realizada pelo paciente (Parte A)................ANEXO A
Figura 9 Exemplo do TMT, realizado pelo examinador (Parte B).......ANEXO A
Figura 10 Versão do TMT realizada pelo paciente (Parte B)..............ANEXO A
Figura 11 Exemplo do TDF realizado pelo examinador (Parte A)......ANEXO B
Figura 12 Versão do TDF realizada pelo paciente (Parte A)..............ANEXO B
Figura 13 Exemplo realizado pelo examinador (Parte B)...................ANEXO B
Figura 14 Versão do TDF realizada pelo paciente (Parte B)..............ANEXO B
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Pontuações nas partes A e B do Trail Making Test em estudos que
investigaram a relação da idade com a escolaridade................................pág. 15
Tabela 2 Características dos indivíduos que participaram do estudo (média ±
desvio-padrão). Uma análise de variância não constatou diferenças de idade
entre os subgrupos com alta e baixa escolaridade....................................pág. 33
Tabela 3 Tempos, em segundos (média ± desvio-padrão) dos voluntários nas
partes A e B do Trail Making Test (TMTA e TMTB) e do Teste de Deambulação
Funcional (TDFA e TDFB).........................................................................pág. 39
Tabela 4 Valores de p obtidos no teste post hoc de Tukey para as
comparações entre os tempos de realização de cada tarefa nas diferentes
idades........................................................................................................pág. 40
Tabela 5 Valores de p obtidos no teste post hoc de Tukey para as
comparações entre os tempos de realização da tarefa nas duas
escolaridades..............................................................................................pág.41
Tabela 6 Valores de p obtidos no teste post hoc de Tukey para comparações
entre os tempos de realização da tarefa em cada um dos testes.............pág. 42
Tabela 7 Deltas cognitivos do Trail Making Test (TMTB - TMTA) e do Teste
de Deambulação Funcional (TDFB - TDFA) (média ± desvio-padrão)......pág. 44
Tabela 8 Valores de p obtidos no teste post hoc de Tukey para as
comparações entre os deltas cognitivos do Trail Making Test (dcTMT) e do
Teste de Deambulação Funcional (dcTDF) nas diferentes idades............pág. 45
Tabela 9 Deltas motores da parte A (TDFA - TMTA) e da parte B (TDFB -
TMTB) (média ± desvio-padrão)................................................................pág. 47
Tabela 10 Tempo (em segundos) nas doze avaliações da parte A do Teste de
Deambulação Funcional............................................................................pág. 49
Tabela 11 Tempo (em segundos) nas doze avaliações da parte B do Teste de
Deambulação Funcional............................................................................pág. 50
Tabela 12 Resultados do teste post hoc de Tukey, realizado após ter sido
constatada a interação idade X escolaridade X avaliação X parte do
teste.......................................................................................................ANEXO D
Tabela 13 Escolaridade Média nos estados do Brasil nos Anos 2001 e
2005.......................................................................................................ANEXO E
Tabela 14 Comparação das pontuações no TMT A e TMT B no presente
estudo com resultados de outros estudos que também investigaram a relação
da idade com a escolaridade.................................................................ANEXO F
1.0. INTRODUÇÃO
O envelhecimento da população é um fenômeno mundial, que tem
repercussão direta nos sistemas de saúde e na economia de países
desenvolvidos e de países em desenvolvimento. No Brasil, a população de
idosos tem aumentado consideravelmente e representa um contingente de
cerca de 15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade (8,6% da
população brasileira) (IBGE, 2009).
Está bem documentada na literatura a ocorrência de uma associação
entre envelhecimento e decréscimo da função executiva, que poderia explicar,
pelo menos em parte, o prejuízo que ocorre no desempenho de tarefas do
cotidiano (HANNA-PLADDY, 2007; ALLEY et al., 2007; ZALONIS et al. 2007;
COPPIN et al., 2006; BLE et al., 2005; TOMBAUGH, 2004).
Função executiva é a habilidade necessária para planejar, iniciar,
realizar e monitorar comportamentos intencionais, relacionados a um objetivo
ou a demandas ambientais, com base na experiência prévia. Envolve a
capacidade de selecionar e manter um objetivo, organizar e monitorar
informações internas e externas, suprimir comportamentos inadequados e
formular planos alternativos, quando necessário (HANNA-PLADDY, 2007;
COPPIN et al., 2006; BLE et al., 2005; LEZÀK, 2004).
Dentro do contexto de adaptação ambiental, a função executiva envolve
uma ampla gama de funções, como resolução de problemas, inferência,
alternância de tarefas, auto-monitorização, iniciativa, tomada de decisão,
inibição, seleção de comportamentos, verificação e controle de ações,
planejamento, seqüenciamento e flexibilidade cognitiva (HANNA-PLADDY,
2007; COPPIN et al., 2006; LEZÀK, 2004).
Tisserand et al. (2004) realizaram um estudo longitudinal que mediu a
redução do volume cerebral decorrente do envelhecimento, por meio da
morfometria. Os autores mostraram que os maiores decréscimos no volume da
substância cinzenta, relacionados à idade, ocorreram no lobo frontal, que é a
área mais solicitada em tarefas que exigem função executiva (HANNA-
PLADDY, 2007). Esse decréscimo de volume da substância cinzenta frontal,
decorrente do envelhecimento, associa-se à redução da habilidade de planejar,
organizar e executar estratégias cognitivo-motoras (ZIMMERMAN et al., 2006).
Outro estudo associou a integridade da substância branca à capacidade
de processar informações rapidamente, ter bom desempenho de memória
operacional e episódica, inibir respostas inapropriadas e mudar um padrão de
resposta, quando necessário, em idosos. Esse mesmo estudo relatou a
ocorrência de mudanças microestruturais da substância branca com o
processo de envelhecimento (KENNEDY e RAZ, 2009).
Outro fenômeno bastante relevante, também com grande expressividade
no Brasil e em diversos outros países em desenvolvimento, é a baixa
escolaridade. No Brasil, a média de anos de estudo formal dos idosos é muito
baixa (cerca de três anos) (IBGE, 2009). Apesar de haver uma quantidade tão
expressiva de indivíduos com escolaridade baixa, principalmente idosos,
estudos para compreender a saúde e as características sócio-demográficas
desta parcela da população ainda são escassos (BRUCKI et al., 2003).
Segundo Castro-Caldas et al. (1998), aprender a ler e a escrever
durante a infância influencia na organização funcional do cérebro humano. Em
um estudo com tomografia por emissão de pósitrons (PET), indivíduos
alfabetizados apresentaram um melhor desempenho durante uma tarefa de
repetição de palavras e, principalmente, de pseudopalavras do que indivíduos
não-alfabetizados. Além disso, houve maior ativação cerebral dos indivíduos
alfabetizados em regiões corticais do lobo frontal, além do putâmen, globo
pálido, tálamo, ponte e vérmis do cerebelo.
O desempenho em diversos testes de avaliação neuropsicológica varia
com a escolaridade (YASSUDA et al., 2009; BRUCKI e NITRINI, 2008; ALLEY
et al., 2007; SEO et al., 2006; NITRINI et al., 2005; LEE et al., 2003; ARDILA et
al., 2000; CASTRO-CALDAS et al., 1998). Na maioria das tarefas avaliadas,
quanto mais anos de estudo o indivíduo apresenta, melhor tende a ser o seu
desempenho. Dentre esses testes, estão os que medem função executiva,
como, por exemplo, o Trail Making Test (TMT).
O TMT é um teste neuropsicológico de lápis e papel, formado por duas
partes: A e B. A parte A requer a conexão seqüencial crescente por meio de
traços, de números de 1 a 25, localizados dentro de círculos, distribuídos de
forma randômica em uma folha de papel de tamanho A4. Na parte B, maior
demanda cognitiva, pois, ao invés de ligar apenas números, o indivíduo deve
alternar, de forma crescente, uma seqüência de números e letras (1, A, 2, B, 3,
C, etc.). Tanto na parte A quanto na B 25 círculos no total. O trajeto deve
ser realizado o mais rápido possível e sem tirar o lápis do papel.
Diversos estudos demonstraram que o desempenho no TMT é afetado
tanto pela idade quanto pela escolaridade (HESTER et al., 2005; TOMBAUGH,
2004; IVNIK et al., 1996). Acreditávamos que, criando-se uma nova resposta
ao TMT, seria possível investigar novos efeitos e novas interações da idade e
da escolaridade.
Por isso, além de solicitarmos ao voluntário que realizasse o teste da
forma tradicional, ou seja, riscando o papel, ampliamos a superfície do teste e
solicitamos que o voluntário o realizasse por meio da deambulação e pisasse
com os dois pés sobre cada círculo antes de seguir para o próximo número.
Com essa modificação, além de coordenação motora, passamos a exigir
mudanças de direção, transferência de peso, equilíbrio estático e dinâmico.
A esta nova versão do teste, demos o nome de Teste de Deambulação
Funcional (TDF). Com os dados de ambos os testes, foi possível o cálculo de
um novo delta, ao qual nomeamos delta motor.
O delta motor consistiu em subtrair o resultado do teste que
supúnhamos ter a resposta motora mais simples e, portanto, mais rápida
(TMT), do resultado do teste com resposta motora possivelmente mais
complexa e, portanto, mais lenta (TDF). O delta motor foi calculado para cada
uma das partes do teste. Para a parte A, foi realizada a subtração do tempo na
parte A do TMT (TMTA) do tempo na parte A do TDF (TDFA) (TDFATMTA=
delta motor A). O mesmo foi feito para a parte B (TDFBTMTB= delta motor B).
Esperávamos que, quanto maior a idade, maior seria o tempo no TDF
em relação ao TMT, portanto, o delta motor seria maior. Por outro lado, quanto
menor a escolaridade, maior a dificuldade no TMT, em relação à dificuldade no
TDF, portanto, o delta motor seria menor. Sendo assim, o envelhecimento e a
escolaridade baixa poderiam ter efeitos antagônicos sobre o delta motor.
Além do delta motor, elaboramos hipóteses a respeito dos deltas
cognitivos do TDF (TDFB TDFA) e do TMT (TMTB TMTA). O delta cognitivo
do TMT foi bastante discutido na literatura (PERIÀÑEZ et al., 2007;
HASHIMOTO et al., 2006; COPPIN et al., 2006; BLE et al., 2005; HESTER et
al., 2005; STUSS et al., 2001; ARBUTHNOTT e FRANK, 2000; LEZÀK, 2004).
O lculo do delta cognitivo elimina o componente motor e ressalta a função
executiva (BLE et al., 2005; STUSS et al., 2001; ARBUTHNOTT e FRANK,
2000; LEZÀK, 2004).
Na ausência de diferenças significativas entre os deltas cognitivos, seria
comprovado que, de fato, a dificuldade cognitiva do TDF equivaleria à do TMT.
Por outro lado, caso houvesse alguma diferença entre o delta cognitivo do TDF
e o delta cognitivo do TMT, chegaríamos à conclusão de que a mudança de
resposta do TMT para o TDF não teria consistido apenas numa modificação da
demanda motora, mas numa modificação da demanda cognitiva.
Também tínhamos a premissa de que o envelhecimento e a
escolaridade baixa prejudicariam o aprendizado de uma tarefa cognitivo-
motora, no caso, o TDF. Esperávamos que os piores desempenhos
ocorressem para indivíduos idosos e para indivíduos com escolaridade baixa.
Por outro lado, por partirem de um desempenho pior, esses indivíduos
poderiam se beneficiar mais do treinamento.
A relevância do presente estudo sustenta-se no fato de não terem sido
encontrados outros estudos que investigassem simultaneamente a influência
da idade e da escolaridade em uma tarefa visuomotora familiar a todos os
voluntários, que tarefas de lápis e papel costumam favorecer indivíduos com
escolaridade alta. Também é importante destacar o fato de termos modificado
o mínimo possível os aspectos cognitivos do TMT quando criamos o TDF, o
que acreditamos ter favorecido um número maior de comparações, ora com
ênfase em aspectos motores, com o delta motor, ora com ênfase em aspectos
cognitivos, com o delta cognitivo.
Com o uso desta tarefa, acreditamos que os nossos resultados possam
contribuir para a prática clínica de diversos profissionais, que se trata de um
teste multidisciplinar, com técnicas de avaliação mais adequadas ao nível de
escolaridade do indivíduo e também para o campo da neurociência, com
informações importantes sobre como o tempo de escolaridade interfere na
realização e no aprendizado de uma tarefa cognitivo-motora.
2.0. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. A influência da idade em tarefas cognitivo-motoras
O processo de envelhecimento resulta no decréscimo do desempenho
nas tarefas do cotidiano que requerem sensibilidade vestibular (KOVACS,
2005), visual (LORD, 2006) e/ou proprioceptiva (CHAPMAN e HOLLANDS,
2006), divisão de atenção (OXLEY et al., 2005), habilidade perceptual (BALL e
OWSLEY, 1993), planejamento e seleção de estratégias motoras (COPPIN et
al., 2006; BLE et al., 2005), reação rápida frente a um estímulo (KENNEDY e
RAZ, 2009; DIFABIO et al., 2005), retenção de informações a curto e/ou longo
prazo (REBOK, CARLSON e LAUNGBAUM, 2007), aprendizado e/ou
gerenciamento de duas ou mais tarefas simultâneas (TEIXEIRA et al., 2008) e
função executiva (KENNEDY e RAZ, 2009; HANNA-PLADDY, 2007).
Diversas tarefas cognitivo-motoras dependem da função executiva para
serem realizadas de forma satisfatória. tanto tarefas que envolvem
predominantemente o ajuste compensatório, como manter o equilíbrio em
situações de instabilidade, durante a realização de tarefas-duplas (MELZER et
al., 2007; COPPIN et al., 2006; BRAUER, WOOLLACCOT e SHUMWAY-
COOK, 2001), quanto tarefas que envolvem predominantemente o ajuste
antecipatório, como saltar obstáculos (COPPIN et al., 2006; DIFABIO et al.,
2005; BLE et al., 2005), dirigir (NOVACK et al., 2006; BALL e OWSLEY, 1993),
ajustar a velocidade e o padrão de marcha (VAN IERSEL et al., 2007; COPPIN
et al., 2006; BLE et al., 2005), orientar-se espacialmente e mudar de direção ao
deambular em ambientes externos (OXLEY et al., 2005; BROMAN et al., 2004;
TURANO et al., 2004).
Oxley et al. (2005) avaliaram a habilidade de indivíduos jovens e idosos
de decidirem o melhor momento de atravessar a rua e de adequarem a
velocidade da marcha, em relação a veículos que se aproximavam em diversas
velocidades, em um simulador de tráfego. Os autores concluíram que
pedestres idosos têm maior dificuldade que os jovens, tanto na tomada de
decisão de quando devem ou não atravessar a rua, quanto na adequação da
velocidade da marcha.
Segundo os autores, a associação do ato motor de atravessar a rua ao
de olhar os carros que se aproximam dificulta a locomoção, devido a uma
redução da capacidade de dividir a atenção, que normalmente surge com o
envelhecimento. Além disso, os idosos são mais dependentes da visão quando
andam e, por isso, olham mais freqüentemente para o chão durante a marcha.
Isso prejudica o monitoramento simultâneo da distância do carro e da distância
a ser percorrida e retarda a aceleração a marcha, nos casos em que ela é
necessária. Por fim, a tomada de decisão é menos adequada em idosos, pelo
decréscimo da função executiva.
Ble et al. (2005) avaliaram o desempenho de idosos em duas tarefas de
marcha com diferentes graus de dificuldade: na mais simples, o idoso deveria
andar por 4 m na velocidade usual (tarefa automática) e na mais complexa, o
idoso deveria andar por 7 m o mais rápido possível e saltar dois obstáculos, de
6 e 30 cm de altura (tarefa que requer habilidade executiva). Os dados obtidos
foram correlacionados com o delta do Trail Making Test, ou delta TMT (tempo
da parte B menos tempo da parte A).
Os resultados de Ble et al. (2005) não indicaram associação entre o
delta e a velocidade da marcha normal, contudo, houve uma associação forte
entre o delta e a velocidade na tarefa de andar rápido saltando obstáculos, pelo
fato desta ter requerido consideravelmente mais atenção. Os autores
argumentaram que a função executiva teria um papel importante na execução
de atividades complexas de membros inferiores em idosos, sendo muito menos
necessárias em tarefas extensivamente treinadas, como andar na velocidade
habitual sobre uma superfície plana e sem obstáculos.
Por outro lado, Hausdorff et al. (2005) e Sparrow et al. (2002)
defenderam a idéia de que a marcha sempre apresentaria algum custo
atencional. Por ter sido extensivamente treinada, encontrar-se-ia automatizada
e, por isso, não inibiria a capacidade de realizar outras atividades ao mesmo
tempo. Durante a marcha, aferências e objetivos seriam integrados ao longo
dos níveis hierárquicos. Até o ato de andar sem outras atividades associadas
poderia ser visto como uma tarefa-dupla, que necessitaria de recursos
cognitivos, mesmo que em quantidade mínima.
Com o envelhecimento, o controle rítmico de passos passaria a requerer
maior atenção, pois haveria diminuição da sensibilidade, percepção, velocidade
e planejamento. Dessa forma, a atenção estaria atuando de forma
compensatória nestes sistemas e estaria menos disponível para ser alocada a
tarefas cognitivas freqüentemente associadas à marcha.
Apesar de, em condições de teste, haver diferenças significativas entre
jovens e idosos, estudos constataram aprendizado proporcional entre os dois
grupos, ou até a diminuição da diferença entre jovens e idosos quando foi
realizado algum tipo de treinamento. Bherer et al. (2006) realizaram uma tarefa
de discriminação auditiva isolada e associada a uma tarefa de discriminação
visual e verificaram aprendizado significativo, evidenciado pela diminuição dos
tempos de reação nas tarefas isoladas e associadas, tanto para jovens, quanto
para idosos. Em algumas ocasiões, a diferença entre jovens e idosos chegou a
diminuir, ou seja, o treinamento minimizou as perdas de desempenho que
haviam sido proporcionadas pelo envelhecimento.
O mesmo ocorreu nos trabalhos de Melzer et al. (2007) e de Melzer e
Oddsson (2004), que propuseram uma tarefa de dar um passo para frente ou
para o lado o mais rápido possível, após um estímulo tátil no tornozelo, em
duas condições: tarefa isolada e tarefa-dupla, sendo que, na segunda
condição, a tarefa motora foi associada ao teste de Stroop.
Nos dois trabalhos, os idosos foram mais lentos que os jovens na tarefa
isolada e, principalmente, na tarefa-dupla, ao longo de todo o experimento.
Porém, tanto os jovens, quanto os idosos apresentaram aprendizado
significativo com as repetições realizadas. Em ambos os experimentos,
principalmente no de Melzer e Oddsson (2004), a melhora dos idosos foi mais
acentuada que a dos jovens, ou seja, embora os idosos ainda tenham
terminado o experimento com tempo de reação maior que os jovens, a
diferença entre jovens e idosos diminuiu.
2.2. A influência da escolaridade em tarefas cognitivo-motoras
Indivíduos com escolaridade baixa demonstram desempenho pior do
que indivíduos com escolaridade alta em tarefas que requerem percepção
visuoespacial (BRUCKI e NITRINI, 2008; REIS et al., 2006; NITRINI et al.,
2004), fluência verbal (BRUCKI e ROCHA, 2004; NITRINI, 2004), cálculo e
representação monetária (ARDILA et al., 2000; DELOCHE et al., 1999),
destreza e habilidade práxica (NEVES, 2008; DANSILIO e CHARAMELO,
2005; NITRINI et al., 2005; NITRINI et al., 2004; CAVALCANTE, 2004),
memória de longa e curta duração (BARNES et al. 2004; NITRINI et al., 2004),
memória operacional (LE CARRET et al., 2003), realização concomitante de
duas tarefas (ANDRADE-MACHADO et al., 2009) e função executiva (TUN e
LACHMAN, 2008; VAN DER ELST et al., 2006).
Indivíduos com poucos anos de estudo formal tendem a ser mais lentos
e a apresentar maior número de erros ao identificarem representações
bidimensionais esquemáticas de objetos comumente utilizados no dia-a-dia
(NITRINI et al., 2004; PETERSSON et al., 2001; REIS et al., 2001). Contudo,
essa diferença de desempenho diminui quando os objetos a serem
identificados são apresentados em fotos e desaparece com a observação dos
objetos reais (REIS et al., 2001).
Esses dados sugerem que o desempenho em tarefas de nomeação seja
dependente da representação visual, da linguagem e da interação entre
ambas. Em atividades escolares, o reconhecimento de imagens bidimensionais
é extensivamente treinado, o que faz com que indivíduos de maior escolaridade
tenham maior familiaridade em decodificar e interpretar informações em duas
dimensões (REIS et al., 2001).
Brucki e Nitrini (2008) estudaram a influência da escolaridade em
indivíduos da região amazônica. Compararam o desempenho de voluntários
que nunca haviam freqüentado a escola com o de indivíduos com quatro anos
de escolaridade em uma tarefa de cancelamento de figuras. Constataram que
os indivíduos que nunca haviam freqüentado a escola apresentavam um maior
tempo para concluir a tarefa e um maior número de erros dos que os indivíduos
que haviam freqüentado a escola por quatro anos.
Pessoas com escolaridade baixa tendem a ter menor fluência verbal.
Assim, quando são solicitados a enumerar o maior número de animais que
consigam em um minuto, eles apresentam um desempenho inferior ao de
indivíduos com escolaridade alta (BRUCKI e ROCHA, 2004; NITRINI, 2004;
ARDILA et al., 2000).
Além da dificuldade em tarefas de linguagem, a escolaridade baixa
associa-se à menor habilidade aritmética. Foi demonstrado que indivíduos com
escolaridade baixa apresentam pior desempenho em testes de leitura de
algarismos, lculo e representação monetária (ARDILA et al., 2000;
DELOCHE et al., 1999).
A escolaridade baixa resulta na diminuição da capacidade visuomotora,
bem como em menor destreza e habilidade práxica (DANSILIO e
CHARAMELO, 2005; NITRINI et al., 2005; NITRINI et al., 2004; SAHADEVAN
et al., 1997).
Sahadevan et al. (1997) observaram um pior desempenho de indivíduos
com escolaridade baixa na tarefa de organização visuoespacial da Escala de
Inteligência Weschler para adultos, que envolve construir réplicas com cubos
vermelhos e brancos a partir de figuras desenhadas.
Dansilio e Charamelo (2005) compararam o desempenho de indivíduos
com escolaridade alta ao de indivíduos com escolaridade baixa por meio de
testes de praxia construcional, nos quais algumas figuras deveriam ser
copiadas. Em ambos os estudos, voluntários com escolaridade baixa
apresentaram maior número de erros do que os com escolaridade alta. Nitrini
et al. (2004) utilizaram a tarefa do desenho do relógio e obtiveram o mesmo
resultado.
Nitrini et al. (2005) constataram um pior desempenho de indivíduos com
escolaridade baixa em testes de movimentos manuais seqüenciais (Luria´s fist-
edge-palm). Segundo os autores, indivíduos com escolaridade alta adotam
estratégias diferentes dos com escolaridade baixa para execução e
aprendizado de tarefas motoras seqüenciais.
Duas estratégias são normalmente usadas para ajudar na formulação de
um movimento. A primeira é baseada na análise visual do movimento
(estratégia sensorial), com transformação da informação visual em
representação motora. A segunda é baseada na interpretação verbal do gesto
(estratégia semântica) e ocorre quando, por exemplo, é dado um comando
verbal para um movimento.
De acordo com Nitrini et al. (2005), indivíduos com escolaridade alta
usam as duas estratégias para reproduzir e ajustar os movimentos quando
solicitados a realizar uma seqüência de gestos. Porém, a estratégia verbal é
menos elaborada nos indivíduos com escolaridade baixa, o que os torna
dependentes, quase que exclusivamente, da estratégia visual e pode resultar
em mais falhas e em pontuações mais baixas em diversos testes motores.
Cavalcante (2004) avaliou a habilidade de produzir e reconhecer gestos
em idosos de diferentes escolaridades. Constatou que os idosos com
escolaridade baixa apresentaram pior desempenho que os com escolaridade
alta. Segundo a autora, o fato de ter freqüentado a escola por poucos anos
está associado a uma maior dificuldade em produzir e reconhecer gestos não-
contextualizados e em demonstrar corretamente a posição da mão ao imitar um
gesto demonstrado pelo examinador.
Um teste de memória bastante utilizado na literatura consiste na
reprodução de palavras lidas por um examinador. Para a avaliação da memória
imediata são apresentadas dez palavras consecutivas, que devem ser
repetidas em seguida. para a avaliação da memória de longa duração, as
dez palavras são apresentadas mais duas vezes e, depois disso, uma tarefa
que distrai a atenção é realizada. As dez palavras devem, então, ser
novamente repetidas (BERTOLUCCI et al., 2001). Por meio deste teste, Nitrini
et al. (2004) e Sahadevan et al. (1997) demonstraram que pessoas menos
escolarizadas apresentavam pior retenção imediata e a longo prazo do que
pessoas mais escolarizadas.
Pessoas com escolaridade baixa tendem a apresentar maior dificuldade
na realização de tarefas-duplas (ANDRADE-MACHADO et al., 2009). Em um
experimento que associou uma tarefa visual de identificação e comparação de
figuras a uma tarefa motora de alternância de passos do chão a uma
plataforma, indivíduos com escolaridade baixa apresentaram maior dificuldade
em cada uma das tarefas isoladamente e um aumento mais acentuado do
número de erros na tarefa visual quando esta foi realizada simultaneamente à
tarefa motora.
Quanto às diferenças no aprendizado motor, decorrentes da
escolaridade, Neves (2008) verificou que idosos com escolaridade baixa
apresentaram maior dificuldade para aprender uma seqüência de oposição de
dedos do que idosos com escolaridade alta. Os idosos com escolaridade baixa
apresentaram mais erros e menor velocidade na seqüência treinada que os de
maior escolaridade.
Além disso, os idosos com escolaridade baixa não conseguiram
generalizar o aprendizado da tarefa treinada para uma tarefa controle, que não
havia sido treinada, enquanto os de maior escolaridade conseguiram. Segundo
a autora, o cérebro humano passa por modificações estruturais e funcionais na
presença de educação formal e essas modificações interferem não só em
processos cognitivos, mas também em processos motores (NEVES, 2008).
Segundo Ardila et al. (2000), o fato de indivíduos com escolaridade baixa
ficarem mais tensos em situações de teste, além de reduzirem a velocidade
devido ao maior medo de cometer erros, contribui com esses resultados. Além
disso, o autor acredita que as piores condições de saúde e sócio-econômicas,
comumente associadas à escolaridade baixa, somam-se às deficiências
específicas da baixa educação formal.
No entanto, estudos que controlaram as condições sócio-econômicas e
de saúde e compararam o desempenho de indivíduos com escolaridade alta ao
de indivíduos com escolaridade baixa também encontraram diferenças
significativas decorrentes do tempo de educação formal, o que sugere que,
independentemente da situação sócio-econômica, a escolaridade tenha, de
fato um papel muito importante no desempenho de tarefas cognitivo-motoras
(TUN e LACHMAN, 2008; LEE et al., 2003).
2.3. Interação entre idade e escolaridade em tarefas cognitivo-
motoras
Indivíduos com baixo nível de escolaridade apresentam sinais precoces
de envelhecimento cognitivo (KULAIF, 2005). Por outro lado, evidências de
que um maior nível de escolaridade ocasiona maior ativação sináptica, com
maior fluxo de sangue cerebral em regiões fronto-temporais (CHIU et al., 2004),
o que poderia proporcionar melhor percepção, memória e raciocínio e retardar
o aparecimento de quadros demenciais (LEE et al., 2003; STERN et al., 2005).
Em uma série de estudos conhecida como Nun Study (estudo das
freiras), foram estudadas mulheres com diferentes escolaridades, mas que
desde a juventude, ordenaram-se freiras e moraram no mesmo local,
receberam a mesma alimentação e mantiveram hábitos de vida semelhantes.
Ao longo do processo de envelhecimento, as freiras com maior escolaridade
tenderam a manter por mais tempo uma boa coordenação e uma maior força
de preensão manual, além de uma melhor acuidade visual e de menos
alterações cognitivas (OSTWALD et al., 1989).
Além disso, outros estudos com este mesmo grupo de voluntárias
demonstraram que as freiras com escolaridade alta tenderam a apresentar uma
melhor capacidade de expressar idéias por escrito (SNOWDON et al., 1996) e
mantiveram a habilidade de desempenhar atividades de vida diária sem
precisar de auxílio por mais tempo (SNOWDON et al., 1989).
Estudos que tiveram como objetivo verificar quais fatores poderiam
contribuir para uma preservação da habilidade cognitiva durante o processo de
envelhecimento e, conseqüentemente, uma manutenção da independência
funcional por mais tempo, verificaram que o nível educacional está entre os
fatores mais importantes para a determinação de um bom prognóstico (YAO et
al., 2009; ALLEY, SUTHERS e CRIMMINS, 2007; JAGGER et al., 2007;
ARDILA et al., 2000; SNOWDON et al., 1989).
De acordo com Paradise, Cooper e Livingston (2009), níveis mais altos
de educação compensam a progressão da Doença de Alzheimer e atrasam
suas manifestações clínicas. A teoria da reserva cognitiva propõe que a
educação fornece uma reserva cognitiva e neurológica, por meio de mudanças
neuronais ou aumento da eficiência de redes de processamento, o que faz com
que os sintomas clínicos da neurodegeneração decorrente da Doença de
Alzheimer surjam mais tardiamente (FRITSCH et al., 2001).
Então, dentre os indivíduos que evoluíram com demência, os que
apresentavam níveis maior número de anos de estudo formal mostraram
sintomas mais tardiamente do que aqueles com menor escolaridade (LEE et
al., 2003; CHIU et al., 2004; STERN et al., 2005). Indivíduos com mais de oito
anos de estudo formal o protegidos contra uma redução de suas
capacidades para solucionar testes cognitivos (KULAIF, 2005).
Estes dados foram confirmados por estudos com ressonância magnética
funcional (STERN et al., 1992) e por estudos post-mortem (BENNETT et al.,
2003; ROE et al., 2007). Estes estudos demonstraram que, entre indivíduos
com o mesmo comprometimento clínico, com a mesma classificação de
gravidade da doença e de prejuízo cognitivo, aqueles com maior nível de
escolaridade apresentavam um maior número de achados neuropatológicos.
A hipótese da compensação sugere que a educação formal e/ou a
atividade intelectual podem diminuir o declínio cognitivo até um ponto no qual
habilidades básicas começam a se deteriorar com o envelhecimento. Neste
momento, indivíduos com maior escolaridade podem mostrar uma progressão
mais rápida do declínio cognitivo (ALLEY, SUTHERS e CRIMMINS, 2007; TUN
e LACHMAN, 2008).
Embora muitos estudos tenham associado a escolaridade baixa ao
surgimento de maiores alterações cognitivas durante o processo de
envelhecimento (YAO et al., 2009; ALLEY, SUTHERS e CRIMMINS, 2007;
MANCKOUNDIA et al., 2006; ARDILA et al., 2000), poucos associaram o baixo
número de anos de estudo formal a alterações motoras (NEVES, 2008;
CAVALCANTE, 2004).
A cognição permite o controle adequado de ações, com base em regras
e em representações de eventos. Ações ocorrem com planejamento e alvo
definidos. O planejamento, por sua vez, é realizado de acordo com regras, que
governam eventos ou tarefas (VON HOFSTEN, 2007). Por exemplo: a redução
do equilíbrio funcional e o aumento do risco de quedas, que ocorrem com o
envelhecimento, são agravados pela escolaridade baixa. Um estudo que visou
investigar a relação entre a Escala de Equilíbrio de Berg e o número de anos
de estudo formal verificou que, embora haja exceções, idosos com
escolaridade baixa tendem a apresentar menor pontuação na escala de
equilíbrio (VOOS, CUSTODIO e MALAQUIAS, 2009).
Um estudo de Gitlin et al. (2008) visou investigar se diferenças de
escolaridade em idosos poderiam resultar em ganhos distintos após a
aplicação de um programa de orientações, realizado por um fisioterapeuta e
um terapeuta ocupacional, que visou minimizar disparidades entre a
capacidade física do idoso e as demandas ambientais.
O fisioterapeuta ensinou exercícios de equilíbrio e fortalecimento
muscular, reações de proteção em casos de quedas e orientações sobre como
levantar do chão de forma segura após uma eventual queda. O terapeuta
ocupacional propôs formas mais adequadas de uso de ferramentas,
conservação de energia e modificações na residência para maior segurança. O
desempenho foi avaliado após seis e após doze meses de intervenção.
Após a intervenção, o grupo com escolaridade baixa apresentou melhora
mais expressiva que o grupo com escolaridade alta nas áreas de atividades de
vida diária, mobilidade, confiança em lidar com dificuldades funcionais e
prevenção de quedas. Segundo os autores, uma possível explicação para este
fato é a menor acessibilidade a esse tipo de informação, bem como a recursos
de assistência à locomoção e menor conhecimento de estratégias
compensatórias de indivíduos com escolaridade baixa.
Segundo Tun e Lachman (2008), níveis mais altos de escolaridade estão
associados à melhor eficiência de função executiva. Em uma tarefa que
envolvia controle inibitório e alternância de padrão de resposta verbal a
estímulos sonoros, indivíduos com nível superior apresentaram desempenho
equivalente ao de indivíduos menos escolarizados dez anos mais jovens. As
autoras concluíram que níveis mais altos de educação formal poderiam diminuir
a influência do envelhecimento em tarefas complexas que envolvessem
velocidade de processamento cognitivo-motor e função executiva.
A função executiva, por sua vez, pode prevenir quedas em idosos,
atuando de forma compensatória em relação à instabilidade postural,
característica do envelhecimento. Um estudo de Liu-Ambrose et al. (2008)
verificou que indivíduos com menor habilidade em tarefas de função executiva
(Trail Making Test), de inibição (teste de Stroop) e de memória operacional
(repetição de dígitos de trás para frente) tendem a apresentar maior risco de
quedas e maior oscilação postural. Voos, Custódio e Malaquias (2009)
constataram que indivíduos com maiores pontuações na Escala de Equilíbrio
de Berg também apresentaram melhor desempenho no TMT.
Diversos autores estudaram a interação da idade com a escolaridade no
desempenho do TMT, em populações de diferentes nacionalidades e com
diferentes características cio-culturais (TOMBAUGH, 2004; HESTER et al.,
2005; SEO et al., 2006; HASHIMOTO et al., 2007; ZALONIS et al., 2007;
ASHENDORF et al., 2008).
Tombaugh (2004) e Hester et al. (2005) estudaram indivíduos idosos
saudáveis, divididos em quatro grupos por idade (60 a 69, 70 a 74, 75 a 79 e
84 a 84 anos) e em dois níveis de escolaridade (≤11 e > 11 anos de estudo
formal). Ambos verificaram que a interferência da idade, bem como a da
educação não foi igual nas partes A e B do teste. Na parte A, mais simples, o
desempenho piorou com o aumento da idade, mas não sofreu interferência da
educação. Na parte B, mais complexa, os indivíduos sofreram tanto influência
da idade, quanto da escolaridade. Portanto, para indivíduos com escolaridade
baixa, houve declínio mais acentuado do desempenho a cada década de vida
do que na comparação de indivíduos com escolaridade alta.
2.4. O Trail Making Test (TMT)
O Trail Making Test (TMT) foi desenvolvido por Partington em 1938,
como uma ferramenta para avaliar atenção dividida. Passou a ser utilizado por
psicólogos do exército americano e foi publicado pela primeira vez em 1944, na
Bateria de Testes Individuais do Exército (Army Individual Test Battery)
(LEZÀK, 2004). Depois disso, teve papel importante no estudo de Ralph
Reitan, com indivíduos com traumatismo crânio-encefálico (REITAN, 1958) e,
posteriormente, foi incorporado na Bateria Neuropsicológica HalsteadReitan
(DIKMEN et al., 1999). Atualmente, é um teste de domínio público e pode ser
reproduzido sem necessitar de autorização (LEZÀK, 2004). Os coeficientes de
confiabilidade variam de 0,70 até 0,90 na literatura. A maioria dos estudos
relata um valor por volta de 0,80 (LEZÀK, 2004).
O TMT é um teste neuropsicológico de lápis e papel, que fornece
informações sobre a capacidade de busca por escaneamento visual
(TOMBAUGH, 2004; LEZÀK, 2004; CROWE, 1998), velocidade de
processamento (PERIÀÑEZ et al., 2007; TOMBAUGH, 2004), flexibilidade
cognitiva (TOMBAUGH, 2004; LEZÀK, 2004), capacidade de alternar tarefas
(SHIBUYA-TAYOSHI et al., 2007; ARBUTHNOTT e FRANK, 2000), atenção
dividida (LEZÀK, 2004), inibição (HANNA-PLADDY, 2007), agilidade motora
(LEZÀK, 2004; CROWE, 1998), coordenação motora (CROWE, 1998). Como
visto anteriormente, boa parte dessas funções pertence ao grupo das funções
executivas (LEZÀK, 2004; HANNA-PLADDY, 2007).
É formado por duas partes: A e B. A parte A requer a conexão seqüencial
crescente por meio de traços, de números de 1 a 25, localizados dentro de
círculos, distribuídos de forma randômica em uma folha de papel de tamanho
A4. Na parte B, maior demanda cognitiva, pois, ao invés de ligar apenas
números, o indivíduo deve alternar, de forma crescente, uma seqüência de
números e letras (1, A, 2, B, 3, C, etc.). Tanto na parte A quanto na B 25
círculos no total. O trajeto deve ser realizado o mais rápido possível e sem tirar
o lápis do papel.
Ambas as partes testam a capacidade de escaneamento visual (CROWE,
1998). A parte A do teste fornece informações sobre a agilidade e coordenação
motora (HASHIMOTO, 2006; CROWE, 1998). A parte B, além de mensurar as
funções da parte A, também é útil para evidenciar a capacidade de alternância
entre duas tarefas (SHIBUYA-TAYOSHI et al., 2007; HASHIMOTO, 2006;
CROWE, 1998; REITAN, 1958), por isso, o tempo da parte B do TMT é
comumente usado como um índice de função executiva (DIFABIO et al., 2005;
HASHIMOTO, 2006; HANNA-PLADDY, 2007). Por solicitar a alternância entre
duas seqüências, a parte B requer maior atenção (GAUDINO, et al., 1997) e
memória operacional (CROWE, 1998).
É necessária ainda, para a parte B, maior habilidade em suprimir uma
tarefa (neste caso, ir até a próxima letra da seqüência) para realizar outra (ir
até o próximo número da seqüência) e depois retornar à tarefa inicial (HANNA-
PLADDY, 2007; KORTTE et al., 2002; ARBUTHNOTT e FRANK, 2000;
OLIVEIRA-SOUZA et al., 2000; CROWE, 1998). Essa característica é
comumente chamada de flexibilidade mental (TOMBAUGH, 2004; BELL-
MCGINTY, 2002; CROWE, 1998). O processamento eficiente consiste na
capacidade de ativar a informação que é relevante para a tarefa realizada
naquele momento e inibir simultaneamente a informação que não é relevante
(MINER e FERRARO, 1998).
Segundo estipulado por Reitan (1958), quando o voluntário comete um
erro durante a realização do teste, o examinador deve apontar o erro no
momento de sua ocorrência e solicitar que o examinado volte para o círculo
anterior e continue o teste. Dessa forma, os erros não são registrados, mas
resultam em aumento no tempo total, que o indivíduo deve retornar à etapa
anterior antes de continuar (BOWIE e HARVEY, 2006; LEZÀK, 2004; STUSS et
al., 2001). Segundo Bowie e Harvey (2006), quando o tempo gasto para
completar uma parte do teste passa de 300 segundos, o teste pode ser
interrompido e pode ser atribuída a pontuação máxima.
Os índices diretos do TMT são a pontuação na parte A (A) e a pontuação
na parte B (B), que consistem no tempo necessário para completar cada parte
(TOMBAUGH, 2004). Os índices derivados do TMT são o delta (B-A) e a razão
(B/A). O delta é o mais utilizado e, segundo alguns autores, é uma medida mais
fiel de função executiva do que a parte B do teste, uma vez que, quando o
tempo da parte A é subtraído do tempo na parte B, são minimizados os efeitos
decorrentes do controle motor e da percepção visuoespacial e restam a
capacidade de alternância entre duas tarefas, a habilidade em suprimir uma
tarefa para realizar outra e a flexibilidade mental (VAN IERSEL et al., 2007;
COPPIN et al., 2006; BLE et al., 2005; LEZÀK, 2004; ARBUTHNOTT e FRANK,
2000; STUSS et al., 2001).
algumas controvérsias na literatura envolvendo a parte B do TMT. Em
primeiro lugar, alguns estudos questionaram a equivalência motora das partes
A e B (ROSSINI e KARL, 1994), já que o comprimento total médio do trajeto da
parte B é maior que o da parte A, ou seja, o maior tempo do voluntário na parte
B também se deve a um trajeto mais longo a ser realizado nesta parte
(CROWE, 1998; GAUDINO et al., 1997). Em segundo lugar, o escaneamento
visual parece ser mais difícil na parte B porque os círculos estão mais
embaralhados (GAUDINO et al., 1997; CROWE, 1998).
Durante a execução da parte B do TMT foi verificada maior ativação do
córtex pré-frontal do que durante a execução da parte A em jovens
universitários (SHIBUYA-TAYOSHI et al., 2007). Estudos que compararam
pacientes com lesão no lobo frontal com pacientes com lesão em regiões não-
frontais e com sujeitos controle descreveram a relação entre lesão frontal e
alterações no desempenho nas partes A (DEMAKIS et al., 2004) e B (STUSS
et al., 2001) do TMT.
O TMT pode ser usado para estimar ou prever habilidades funcionais.
Seu desempenho está correlacionado à capacidade de dirigir (NOVACK et al.,
2006; BOWIE e HARVEY, 2006) e é um teste de triagem útil quando associado
aos resultados de avaliações em simuladores de direção (NOVACK et al.,
2006; UC et al., 2006). De acordo com o estudo de BELL-MCGINTY et al.
(2002), idosos com dificuldade na parte B do TMT tendem a apresentar
problemas em atividades complexas de vida diária. Além disso, quando a
pontuação na parte A é muito menor que a da parte B, ou seja, quando o delta
é grande, o indivíduo geralmente apresenta dificuldade em realizar tarefas-
duplas ou múltiplas (LEZÀK, 2004).
A grande maioria dos estudos afirma que, quanto maior a idade, maior o
tempo necessário para completar tanto a parte A quanto a parte B do TMT
(PERIÀÑEZ et al., 2007; ZALONIS et al., 2007; HASHIMOTO et al., 2006; SEO
et al., 2006; HESTER et al., 2005; TOMBAUGH, 2004). O delta e a razão
aumentam quando aumenta a idade do voluntário (HASHIMOTO et al., 2007).
A escolaridade também afeta o tempo no TMT (HASHIMOTO et al., 2007;
ZALONIS et al., 2007; SEO et al., 2006), mas alguns estudos encontraram
este efeito para a parte B (IVNIK et al., 1996; TOMBAUGH, 2004; HESTER et
al., 2005). A escolaridade tem efeito oposto ao da idade: o delta e a razão
aumentam quando diminui a escolaridade do voluntário (HESTER et al., 2005).
Estudos relatam algum efeito de aprendizagem no TMT quando o teste é
reaplicado em menos de seis meses (DIKMEN et al., 1999; MCCAFFREY et
al., 1993), mas este efeito desaparece quando o teste é reaplicado após esse
intervalo de tempo (BASSO, 1999; GIOVAGNOLI et al., 1996). Um estudo
recente não encontrou diferenças significativas no desempenho de idosos
quando o TMT foi reaplicado após o intervalo de trinta dias (YAMAZAKI, 2009).
McCaffrey et al. (1993) aplicaram o TMT três vezes, espaçadas por uma
semana e verificaram que a parte B apresentou efeito de prática significativo.
Entretanto, na quarta aplicação, após três meses decorridos da terceira, este
efeito de prática deixou de ser observado, pois o desempenho se estabilizou.
Os principais resultados do TMT, presentes na literatura, provenientes de
estudos que avaliaram indivíduos idosos subdivididos por idade e por
escolaridade, estão resumidos na tabela 1, a seguir.
Tabela 1: Pontuações nas partes A e B do Trail Making Test em estudos que
investigaram a relação da idade com a escolaridade.
Estudo
(autores)
Adultos
maduros
(anos)
Escolaridade
(anos)
TMTA
(segundos)
Idosos
(anos)
TMTB
(segundos)
Tombaugh
(2004)
60-69
<11
39,1
70-74
109,9
≥11
33,8
86,2
Hester et al.
(2005)
60-69
<11
43,6
70-74
106,3
≥11
36,7
101,7
Seo et al.
(2006)
60-69
8
68,3
70-74
190,5
≥10
56,2
163,8
Hashimoto et
al. (2007)
não
avaliado
<11
não
avaliado
70-74
190,6
≥11
154,4
Zalonis et al.
(2007)
45-65
<9
59,2
60-80
165,3
>13
45,5
140,3
Ashendorf et
al. (2008)
55-74
<16
33,5
75-98
103,0
≥16
29,0
88,0
Legenda: TMTA: parte A do Trail Making Test; TMTB: parte B do Trail Making
Test.
2.5. Hipóteses e predições
Muitos estudos discutiram isoladamente o impacto do envelhecimento e
da escolaridade baixa em tarefas cognitivo-motoras. No entanto, poucos
estudos discutiram interações entre idade e escolaridade e, dentre os que o
fizeram, praticamente todos enfatizaram os aspectos cognitivos, dando menor
espaço para os aspectos motores.
O TMT é um teste de domínio público e requer diversas habilidades
cognitivo-motoras, como atenção espacial, escaneamento visual, flexibilidade
mental, memória operacional e coordenação motora. O TMT é considerado
uma das melhores medidas de função executiva e seus aspectos cognitivos
têm sido amplamente explorados.
O componente motor do TMT, no entanto, ora é eliminado por meio do
cálculo do delta (parte B parte A), ora é deixado em segundo plano nas
discussões dos trabalhos, uma vez que é dada maior ênfase para a parte B do
teste, considerada uma medida mais fiel da função executiva. Acreditávamos
que, modificando-se a resposta motora do teste, poderíamos evidenciar outras
diferenças e interações entre idade e escolaridade.
Por essa razão, optamos por ampliar o TMT catorze vezes e
confeccioná-lo sobre um material antiderrapante, para solicitarmos que os
voluntários deambulassem sobre a área do teste e pisassem com os dois pés
sobre cada círculo antes de seguirem para o próximo número. Ao exigirmos
mudanças de direção, transferência de peso, equilíbrio estático e dinâmico,
modificamos o componente motor do teste, que originalmente consiste em
riscar traços sobre uma folha de papel, com o membro dominante.
A esta nova versão do TMT com nova resposta motora, demos o nome
de Teste de Deambulação Funcional (TDF). Com os dados do TMT e do TDF,
seria possível o cálculo de um novo delta, ao qual nomeamos delta motor.
O delta motor consistiria em subtrair o resultado do teste que
supúnhamos ter a resposta motora mais simples e, portanto, mais rápida
(TMT), do resultado do teste com resposta motora possivelmente mais
complexa e, portanto, mais lenta (TDF). O delta motor seria calculado para
cada uma das partes do teste: para a parte A: TDFA TMTA = delta motor A e
para a parte B: TDFB TMTB = delta motor B.
Esperávamos que, quanto maior a idade, maior seria o tempo no TDF
em relação ao TMT. Se o TDF fosse concluído em mais tempo, o delta motor
seria maior. Essa suposição foi feita sabendo-se que o processo de
envelhecimento resulta no decréscimo do desempenho de tarefas motoras que
requerem sensibilidade vestibular (KOVACS, 2005), sensibilidade
proprioceptiva (CHAPMAN e HOLLANDS, 2006), equilíbrio (MELZER et al.,
2007; COPPIN et al., 2006; BRAUER, WOOLLACCOT e SHUMWAY-COOK,
2001), mudança de direção (OXLEY et al., 2005; BROMAN et al., 2004;
TURANO et al., 2004), transferência de peso (MELZER et al., 2007; MELZER e
ODDSSON, 2004), planejamento e seleção de respostas (COPPIN et al., 2006;
BLE et al., 2005), adequação da velocidade da marcha (VAN IERSEL et al.,
2007; COPPIN et al., 2006; BLE et al., 2005), habilidades que acreditávamos
que seriam mais solicitadas pelo TDF do que pelo TMT.
Esperávamos que, quanto menor a escolaridade, maior seria o tempo no
TMT, com relação ao TDF. Acreditávamos que a parte motora do TDF, que
consistia em deambular de um local a outro e manter o equilíbrio
momentaneamente com uma base de apoio reduzida consistiria numa resposta
igualmente familiar para indivíduos com escolaridade alta e com escolaridade
baixa. Porém, a parte cognitiva de ambos os testes seria mais difícil para
indivíduos com escolaridade baixa do que para indivíduos com escolaridade
alta. Além disso, a parte cognitiva do TMT seria relativamente mais complexa
para indivíduos com escolaridade baixa, por exigir domínio de representações
bidimensionais e verbais, que tende a ser menos eficiente nesses indivíduos
(NITRINI et al., 2004; REIS et al., 2001; PETERSSON et al., 2001).
Logo, o envelhecimento e a escolaridade baixa teriam efeitos
antagônicos sobre o delta motor. Quanto maior a idade, maior seria o tempo no
TDF com relação ao tempo no TMT e maior seria o delta motor. Por outro lado,
quanto menor a escolaridade, maior seria o tempo no TMT com relação ao TDF
e menor seria o delta motor.
Sendo assim, acreditávamos que seria particularmente interessante
estudar o delta motor de indivíduos idosos e com escolaridade baixa, pois se o
prejuízo da idade prevalecesse, o delta motor seria alto e se o prejuízo da
escolaridade prevalecesse, o delta motor seria baixo. O fenômeno inverso
poderia ocorrer para indivíduos jovens com escolaridade alta. Se o benefício da
idade prevalecesse, o tempo do TDF tenderia a diminuir com relação ao do
TMT e o delta seria baixo. Se o benefício da escolaridade prevalecesse, o
tempo do TMT tenderia a diminuir com relação ao TDF e o delta seria alto.
Além do delta motor, tínhamos a intenção de testar hipóteses a respeito
dos deltas cognitivos do TDF e do TMT. O delta do TMT tem sido calculado em
diversos estudos e tem sido considerado por alguns autores como a principal
medida de função executiva do TMT (VAN IERSEL et al., 2007; COPPIN et al.,
2006; BLE et al., 2005; LEZÀK, 2004; STUSS et al., 2001; ARBUTHNOTT e
FRANK, 2000). Caso não houvesse diferenças significativas entre os deltas
cognitivos, calculados por meio da subtração da parte A da parte B de cada
teste (TMTB TMTA e TDFB TDFA), seria comprovado que, de fato, a
dificuldade cognitiva do TDF equivaleria à do TMT.
Por outro lado, caso houvesse alguma diferença entre o delta cognitivo
do TDF e o delta cognitivo do TMT, chegaríamos à conclusão de que a
mudança de resposta do TMT para o TDF não teria consistido apenas numa
modificação da demanda motora, mas numa modificação da demanda
cognitiva. Neste caso, se o delta do TMT fosse maior que o do TDF, a
demanda cognitiva do TMT seria maior que a do TDF; se o delta do TMT fosse
menor que o do TDF, a demanda cognitiva do TMT seria menor que a do TDF.
Além disso, acreditávamos que o envelhecimento e a escolaridade baixa
prejudicariam o aprendizado de uma tarefa cognitivo-motora, no caso, o TDF.
Esperávamos que os piores desempenhos ocorressem para indivíduos idosos.
Porém, esperávamos que, com as repetições, as diferenças decorrentes da
idade diminuíssem, de acordo com estudos prévios a este respeito (BHERER
et al., 2006; MELZER e ODDSSON, 2004). Quanto à escolaridade, baseamo-
nos nos resultados de Neves (2008) e consideramos que, com as repetições, o
desempenho poderia apresentar uma melhora menos expressiva para
indivíduos com escolaridade baixa.
3.0. OBJETIVOS
3.1. Objetivo geral
O presente estudo visou primeiramente desenvolver uma nova versão do
Trail Making Test (TMT), à qual demos o nome de Teste de Deambulação
Funcional (TDF), que poderia evidenciar alterações cognitivas e motoras
relacionadas à idade e escolaridade e interações idade-escolaridade.
3.2. Objetivos específicos
Em seguida, tivemos como objetivos testar se haveria diferenças
decorrentes da idade e da escolaridade:
(1) na execução das partes A e B do TDF e das partes A e B do TMT;
(2) nos deltas cognitivos do TMT (TMTB TMTA) e do TDF (TDFB
TDFA);
(3) nos deltas motores da parte A (TDFA TMTA) e da parte B
(TDFB TMTB), dos dois testes conjuntamente;
(4) no aprendizado (aquisição, estabilização e retenção do
desempenho) do TDF.
4.0. MÉTODOS
4.1. Participantes
Participaram deste estudo 70 voluntários, sendo 24 adultos jovens, entre
20 e 34 anos, 26 adultos maduros, entre 50 e 64 anos e 20 idosos, com idade
entre 65 e 79 anos (tabela 2).
A amostra foi constituída por acompanhantes de pacientes dos
ambulatórios do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia
Ocupacional da FMUSP, professores e alunos do departamento, integrantes da
comunidade USP em geral. Os voluntários foram convidados por meio de
cartazes, de um anúncio no jornal da USP e de palestras realizadas em
ambulatórios e cursos para a terceira idade, que são oferecidos pela
universidade.
Os critérios de inclusão foram escolaridade maior ou igual a seis anos,
visão normal ou corrigida por lentes, testada pela tabela de Snellen, para
acuidade visual para longe e pela tabela de Jaeger, para acuidade visual para
perto (DUARTE et al., 2003).
Os critérios de exclusão foram (1) pontuação abaixo de 26 na versão em
português do Mini Exame do Estado Mental (BRUCKI et al., 2003), (2)
pontuação abaixo de 50 na Escala de Equilíbrio de Berg (MIYAMOTO et al.,
2004), (3) indivíduos com alguma doença cárdio-vascular, respiratória,
neurológica, ortopédica, reumatológica ou metabólica (auto-referida), (4)
indivíduos que estudaram em supletivo (auto-referido), (5) indivíduos que
faltaram à segunda sessão.
Tabela 2: Características dos indivíduos que participaram do estudo (média ±
desvio-padrão). Uma análise de variância não constatou diferenças de idade
entre os subgrupos com alta e baixa escolaridade.
Grupo
Idade
Média
de idade
Escolaridade
Média de
escolaridade
Sexo
Média no
MEEM
Média na
EEB
Adultos
jovens
20 34
24,6±3,9
Alta
17,0±1,4
9 ♀ e 5 ♂
29,7±0,5
55,9±0,5
20 34
25,6±4,1
Baixa
10,6±1,0
4 ♀ e 6 ♂
28,8±1,3
55,5±0,5
Adultos
maduros
50 64
56,6±5,2
Alta
17,2±2,2
8 ♀ e 6 ♂
28,4±1,1
55,7±0,7
50 64
55,7±4,8
Baixa
9,3±1,4
8 ♀ e 4 ♂
27,8±1,1
55,5±1,9
Idosos
65 79
71,1±4,4
Alta
16,6±2,4
4 ♀ e 6 ♂
27,9±0,7
53,9±2,3
65 79
74,3±5,8
Baixa
8,1±1,9
7 ♀ e 3 ♂
26,7±0,7
52,8±2,2
Legenda: MEEM: Mini Exame do Estado Mental; EEB: Escala de Equilíbrio de
Berg.
O presente estudo foi aprovado pela Comissão de Ética para Análise de
Projetos de Pesquisa (CAPPesq) da diretoria clínica do Hospital das Clínicas e
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (protocolo 254/08).
4.2. Local
A pesquisa foi realizada no Ambulatório de Fisioterapia do Departamento
de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo.
4.3. Materiais e procedimentos específicos de cada teste
4.3.1. Trail Making Test (TMT)
Foram utilizados mesa, cadeira, lápis e quatro folhas de papel sulfite de
tamanho A4 para cada voluntário, com a explicação para a parte A (modelo
preenchido pelo examinador), aplicação da parte A, explicação da parte B
(modelo preenchido pelo examinador) e aplicação da parte B.
Em cada folha de modelo, usada para explicações do examinador ao
voluntário sobre a parte A e sobre a parte B, havia um retângulo, de 12 X 7 cm,
com oito círculos em seu interior. Os círculos tinham 1,4 cm de diâmetro. Na
parte A, os círculos continham um número (de 1 a 8) em seu interior. Na parte
B, quatro rculos continham meros (de 1 a 4) e quatro continham letras (de
A a D). Tantos os números quanto as letras tinham 0,7 cm de altura (Anexo A).
Na parte A do TMT, havia um retângulo de 18 X 14 cm, com 25 círculos
em seu interior. Cada círculo tinha 1,1 cm de diâmetro. Dentro de cada círculo,
havia um número (de 1 a 25), medindo 0,5 cm. Na parte B, também havia um
retângulo de 18 X 14 cm. Ao invés de 25, havia 24 círculos em seu interior.
Cada círculo tinha 1,1 cm de diâmetro. Dentro de cada círculo, havia um
número (de 1 a 13) ou uma letra (de A a M), medindo 0,5 cm.
Na parte A foram colocados 25 círculos e na parte B, 24, para minimizar a
diferença no comprimento total do trajeto, descrita por Rossini e Karl (1994).
Assim como em outro trabalho desenvolvido no Brasil com o TMT, de Oliveira-
Souza et al. (2000), a letra K foi o elemento eliminado, por não ser muito usada
pelos brasileiros.
O TMT foi aplicado de acordo com as recomendações de Bowie e Harvey
(2006). Cada voluntário recebeu a instrução de completar cada parte do TMT o
mais rápido possível e procurando não errar. Toda vez que ocorria um erro, o
participante era orientado a retornar ao círculo no qual o erro havia se originado
e a continuar o teste. O tempo de cada parte foi registrado.
4.3.2. Teste de Deambulação Funcional (TDF)
O Teste de Deambulação Funcional também consistiu de duas partes
para explicações (modelo das partes A e B) e duas partes para a execução do
teste (partes A e B). Ao invés de riscar com o lápis sobre a folha de papel, o
trajeto foi realizado com o voluntário deambulando sobre um tatame.
Tanto na parte A, quanto na B, foi usado um tatame preto de EVA de 1,96
X 2,52 metros. No tatame havia círculos de cor cinza clara, de 20 cm de
diâmetro. Na parte A, havia 25 números pretos (de 1 a 25), cada um com 10
cm de altura, sendo um no interior de cada círculo. Na parte B, havia 13
números pretos (de 1 a 13) e 11 letras pretas (de A a M, sem a letra K), com o
mesmo tamanho da parte A, sendo um número ou uma letra no interior de cada
círculo (Anexo B).
O TDF foi montado com medidas catorze vezes maiores que as utilizadas
no TMT, para possibilitar a deambulação entre os círculos. Foram mantidas as
posições dos círculos e demais medidas, de forma proporcional.
O tempo foi mensurado com um cronômetro e registrado em segundos.
Os erros (pisar no número errado ou ir pela direção errada) foram anotados sob
a forma de observações, mas não foram analisados diretamente, que foram
penalizados com o tempo, pois, sempre que o voluntário cometia um erro, o
examinador avisava e solicitava o retorno ao círculo anterior para continuação
do teste (ver Anexo A para maiores detalhes sobre as instruções dadas ao
voluntário). Os voluntários podiam optar por usar tênis ou ficar descalços para
a realização do teste.
4.3.3. Ordem de realização dos testes
Os participantes compareceram duas vezes ao Departamento de
Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, com intervalo de uma
semana. Na primeira sessão, o voluntário preencheu um cadastro com seus
dados pessoais, recebeu a explicação sobre a pesquisa e assinou o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, foi submetido aos testes de inclusão. Em
seguida, (1) realizou o TDF; (2) realizou o TMT; (3) realizou sete repetições da
parte A do TDF; e (4) sete repetições da parte B do TDF. Metade dos
voluntários de cada faixa etária realizou a ordem (1) e (2) e metade, (2) e (1).
Os itens (3) e (4) foram realizados na mesma ordem por todos os participantes.
Na segunda sessão, os voluntários realizaram (5) mais quatro repetições
da parte A e depois (6) quatro repetições da parte B do TDF. Após todos os
dados terem sido coletados, foram calculados o delta cognitivo do TMT e do
TDF e o delta motor A e B.
O cálculo do delta cognitivo do TMT foi realizado de acordo com estudos
prévios (VAN IERSEL et al., 2007; COPPIN et al., 2006; BLE et al., 2005;
LEZÀK, 2004; STUSS et al., 2001; ARBUTHNOTT e FRANK, 2000). Esse
cálculo visou eliminar o componente motor (tempo necessário para riscar o
trajeto no papel), que é comum entre as partes A e B e manter exclusivamente
o componente cognitivo, que reflete a flexibilidade mental do indivíduo, ou seja,
o quanto o indivíduo seria capaz de alternar uma seqüência de números e uma
de letras.
O delta cognitivo foi calculado subtraindo-se do tempo na parte B o tempo
na parte A (TMTB TMTA). O mesmo cálculo foi feito para o TDF (TDFB
TDFA), eliminando-se o componente motor (tempo necessário para deambular
de um círculo ao outro, até terminar a seqüência) e evidenciando-se o
componente cognitivo.
O delta motor A foi calculado subtraindo-se do tempo na parte A do TDF o
tempo na parte A do TMT (TDFA TMTA). O delta motor B foi calculado
subtraindo-se do tempo na parte B do TDF o tempo na parte B do TMT (TDFB
TMTB). O delta motor seria uma medida indireta do quanto o TDF seria mais
difícil do que o TMT do ponto de vista motor.
4.4. Análise estatística
(1) Para testar a influência da idade e da escolaridade no desempenho nas
partes A e B do TMT e do TDF, foi feita uma ANOVA (3 X 2 X 4) que
teve como fatores a idade (adulto jovem, adulto maduro e idoso), a
escolaridade (alta e baixa) e o tipo de teste (TMTA, TMTB, TDFA e
TDFB).
(2) Para testar a influência de idade e de escolaridade no delta cognitivo do
TMT e no delta cognitivo do TDF, foi feita uma ANOVA (3 X 2 X 2) que
teve como fatores a idade (adulto jovem, adulto maduro e idoso), a
escolaridade (alta e baixa) e o tipo de delta cognitivo (dcTMT e dcTDF).
(3) Para testar a influência de idade e de escolaridade no delta motor do
TMT e do TDF foi feita uma ANOVA (3 X 2 X 2) que teve como fatores a
idade (adulto jovem, adulto maduro e idoso), a escolaridade (alta e
baixa) e o tipo de delta motor (dmA e dmB).
(4) Para testar o aprendizado no TDF, foi feita uma ANOVA que teve como
fatores a idade (adulto jovem, adulto maduro e idoso), a escolaridade e a
parte do teste (A e B) e como medidas repetidas as doze avaliações do
TDF.
5.0. RESULTADOS
5.1. Influência da idade e da escolaridade no desempenho nas
partes A e B do TMT e do TDF
Os tempos nas partes A e B do TMT e do TDF estão representados na
tabela 3 e na figura 1.
Tabela 3: Tempos, em segundos (média ± desvio-padrão) dos voluntários nas
partes A e B do Trail Making Test (TMTA e TMTB) e do Teste de Deambulação
Funcional (TDFA e TDFB).
Grupo
Escolaridade
TMTA
TDFA
TMTB
TDFB
Adultos jovens
Alta
22,5 ± 3,7
32,8 ± 5,9
40,7 ± 8,3
51,4 ± 12,7
Baixa
30,3 ± 6,3
42,8 ± 12,1
59,1 ± 14,5
68,1 ± 22,5
Adultos maduros
Alta
33,4 ± 6,3
48,2 ± 8,0
65,1 ± 13,3
77,9 ± 21,0
Baixa
39,3 ± 11,8
56,3 ± 13,0
80,8 ± 19,0
89,3 ± 20,9
Idosos
Alta
38,8 ± 4,1
54,8 ± 10,2
87,1 ± 10,3
113,4 ± 17,8
Baixa
71,9 ± 23,7
93,1 ± 16,3
173,0 ± 79,9
171,3 ± 49,9
Legenda: TMTA: parte A do Trail Making Test; TMTB: parte B do Trail Making
Test; TDFA: parte A do Teste de Deambulação Funcional; TDFB: parte B do
Teste de Deambulação Funcional.
Na análise de variância (3 X 2 X 4) que teve como fatores a idade
(adultos jovens, adultos maduros e idosos), a escolaridade (alta e baixa) e os
quatro testes, houve efeito de idade [F
2,64
=60,26, p<0,001], de escolaridade
[F
1,64
=37,91, p<0,001] e de teste [F
3,192
=147,29, p<0,001]. Houve interação
idade X escolaridade [F
2,64
=10,58, p<0,001], idade X teste [F
6,192
=17,81,
p<0,001], escolaridade X teste [F
3,192
=7,90, p<0,001] e idade X escolaridade X
teste [F
6,192
=2,58, p=0,020]. Após constatação da interação idade X
escolaridade X teste, foi feito o teste post hoc de Tukey (cujos resultados estão
representados nas tabelas 4, 5 e 6).
Tabela 4: Valores de p obtidos no teste post hoc de Tukey para as
comparações entre os tempos de realização de cada tarefa nas diferentes
idades. Resultados significativos estão indicados com um asterisco.
Parte A do TMT
(TMTA)
Parte A do TDF
(TDFA)
Parte B do TMT
(TMTB)
Parte B do TDF
(TDFB)
EA
EB
EA
EB
EA
EB
EA
EB
AJ X AM
0,999
0,999
0,980
0,999
0,367
0,828
0,209
0,858
AJ X ID
0,987
0,007*
0,759
0,001*
0,001*
0,001*
0,001*
0,001*
AM X ID
0,999
0,098
0,999
0,023*
0,758
0,001*
0,024*
0,001*
Legenda: TMT: Trail Making Test, TDF: Teste de Deambulação Funcional; AJ:
adultos jovens; AM: adultos maduros; ID: idosos; EA: escolaridade alta; EB:
escolaridade baixa.
Não houve diferenças de desempenho na parte A do TMT decorrentes
da idade entre os indivíduos com escolaridade alta. Entre os indivíduos com
escolaridade baixa, os idosos foram mais lentos que os jovens na parte A do
TMT (p=0,007).
Na parte B do TMT, entre os indivíduos com escolaridade alta, os idosos
foram mais lentos que os jovens (p=0,001). Entre os indivíduos com
escolaridade baixa, os idosos foram mais lentos que os adultos jovens e
maduros (p=0,001 para ambas as comparações).
Na parte A do TDF, não houve diferença de desempenho entre
indivíduos com escolaridade alta. Entre indivíduos com escolaridade baixa, os
idosos foram mais lentos que os adultos jovens (p=0,001) e maduros
(p=0,023).
Na parte B do TDF, entre indivíduos com escolaridade alta, os idosos
foram mais lentos que os adultos jovens (p=0,001) e maduros (p=0,024). Entre
indivíduos com escolaridade baixa, os idosos também foram mais lentos que os
adultos jovens (p=0,001) e maduros (p=0,001).
Tabela 5: Valores de p obtidos no teste post hoc de Tukey para as
comparações entre os tempos de realização da tarefa nas duas escolaridades.
Resultados significativos estão indicados com um asterisco.
Grupo
Parte A do TMT
(TMTA)
Parte A do TDF
(TDFA)
Parte B do TMT
(TMTB)
Parte B do TDF
(TDFB)
EA X EB
EA X EB
EA X EB
EA X EB
Adultos Jovens
0,999
0,999
0,949
0,983
Adultos Maduros
0,999
0,999
0,984
0,999
Idosos
0,131
0,024*
0,001*
0,001*
Legenda: TMT: Trail Making Test; TDF: Teste de Deambulação Funcional; EA:
escolaridade alta; EB: escolaridade baixa.
Com relação às diferenças de escolaridade, idosos com escolaridade
baixa foram mais lentos que idosos com escolaridade alta no TDFA, TDFB e
TMTB (p=0,024 para TDFA e p=0,001 para TDFB e TMTB).
Tabela 6: Valores de p obtidos no teste post hoc de Tukey para comparações
entre os tempos de realização da tarefa em cada um dos testes. Resultados
significativos estão indicados com um asterisco.
Adultos Jovens
Adultos maduros
Idosos
EA
EB
EB
EB
TMTA X TDFA
0,993
0,990
0,610
0,343
TMTB X TDFB
0,989
0,999
0,999
0,999
Legenda: TMTA: parte A do Trail Making Test, TMTB: parte B do Trail Making
Test, TDFA: parte A do Teste de Deambulação Funcional, TDFB: parte B do
Teste de Deambulação Funcional, EA: escolaridade alta, EB: escolaridade
baixa.
Com relação às diferenças do teste, os idosos com escolaridade alta
foram mais lentos no TDFB do que no TMTB (p=0,050).
Todos estes resultados estão representados na figura 1, a seguir.
Variações decorrentes da idade e da escolaridade no desempenho no Teste de
Deambulação Funcional e no Trail Making Test
Escolaridade:
Alta
Baixa
TMTA
AJ AM ID
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Tempo (segundos)
TDFA
AJ AM ID
TMTB
AJ AM ID
TDFB
AJ AM ID
Figura 1: Tempo, em segundos (média ± desvio-padrão) para realização do
Trail Making Test e o Teste de Deambulação Funcional. Legenda: TMTA: parte
A do Trail Making Test; TMTB: parte B do Trail Making Test; TDFA: parte A do
Teste de Deambulação Funcional; TDFB: parte B do Teste de Deambulação
Funcional; AJ: adultos jovens; AM: adultos maduros; ID: idosos. Os idosos com
escolaridade alta apresentaram tempo significativamente mais alto no TDFB
em relação ao TMTB. Essa diferença não foi evidente para idosos com
escolaridade baixa. A piora do desempenho dos idosos com relação aos
adultos maduros é mais acentuada para indivíduos com escolaridade baixa,
sobretudo na parte B do TMT e do TDF.
5.2. Influência da idade e da escolaridade no delta cognitivo do
TMT e do TDF
O delta cognitivo do TMT foi calculado subtraindo-se do tempo na parte
B o tempo na parte A (TMTB TMTA). O mesmo foi feito para calcular o delta
cognitivo do TDF (TDFB TDFA). Na tabela 7 estão apresentados os
resultados dos deltas cognitivos do TMT e do TDF.
Tabela 7: Deltas cognitivos do Trail Making Test (TMTB - TMTA) e do Teste de
Deambulação Funcional (TDFB - TDFA) (média ± desvio-padrão).
Grupo
Escolaridade
Delta Cognitivo TMT
Delta Cognitivo TDF
Adultos jovens
Alta
18,2 ± 7,0
18,6 ± 11,3
Baixa
28,8 ± 10,2
25,3 ± 18,7
Adultos maduros
Alta
31,6 ± 11,2
29,7 ± 20,3
Baixa
41,6 ± 13,3
33,0 ± 14,3
Idosos
Alta
48,3 ± 12,6
58,6 ± 23,8
Baixa
101,1 ± 59,0
78,2 ± 48,9
Legenda: Delta Cognitivo TMT: Delta Cognitivo do Trail Making Test; Delta
Cognitivo TDF: Delta Cognitivo do Teste de Deambulação Funcional.
Na análise de variância (3 X 2 X 2), que teve como fatores a idade
(adultos jovens, adultos maduros e idosos), a escolaridade (alta e baixa) e os
deltas cognitivos do TMT e do TDF (dcTMT e dcTDF), houve efeito de idade
[F
2,64
=26,43, p<0,001], de escolaridade [F
1,64
=9,58, p=0,003] e de delta
[F
1,64
=4,20, p=0,044]. Não houve interação idade X escolaridade [F
2,64
=2,79,
p=0,069], nem interação idade X delta [F
2,64
=0,45, p=0,636], mas houve
interação escolaridade X delta [F
1,64
=11,75, p=0,001]. Houve interação idade X
escolaridade X delta [F
2,64
=4,48, p=0,015]. Após constatação da interação
idade X escolaridade X delta, foi feito o teste post hoc de Tukey.
Não houve diferença significativa entre o dcTMT de adultos jovens,
adultos maduros e idosos com escolaridade alta. O dcTMT de idosos com
escolaridade baixa foi maior que o dcTMT de adultos jovens (p=0,001) e de
adultos maduros de mesma escolaridade (p=0,001).
O dcTDF dos idosos com escolaridade alta foi maior que o dcTDF dos
jovens de mesma escolaridade (p=0,009). O dcTDF de idosos com
escolaridade baixa foi maior que o dcTDF de adultos jovens (p<0,001) e de
adultos maduros de mesma escolaridade (p=0,003) (tabela 8).
Tabela 8: Valores de p obtidos no teste post hoc de Tukey para as
comparações entre os deltas cognitivos do Trail Making Test (dcTMT) e do
Teste de Deambulação Funcional (dcTDF) nas diferentes idades.
AJ X AM
AJ X ID
AM X ID
EA
EB
EA
EB
EA
EB
dcTMT
0,949
0,986
0,139
0,001*
0,889
0,001*
dcTDF
0,988
0,999
0,009*
0,001*
0,182
0,003*
Legenda: AJ: adultos jovens; AM: adultos maduros; ID: idosos; dcTMT: delta
cognitivo do Trail Making Test; dcTDF: delta cognitivo do Teste de
Deambulação Funcional.
O dcTMT de idosos com escolaridade baixa foi maior que o dcTMT de
idosos com escolaridade alta (p<0,001). Essa diferença não foi verificada para
o dcTDF. O dcTMT foi maior que o dcTDF para os idosos com escolaridade
baixa (p=0,006). Todos esses resultados estão representados na figura 2.
Efeitos da idade e da escolaridade nos deltas cognitivos do Trail Making Test e do
Teste de Deambulação Funcional
Escolaridade:
Alta
Baixa
Delta cognitivo TMT
(TMTB - TMTA)
AJ AM ID
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
Tempo (segundos)
Delta cognitivo TDF
(TDFB - TDFA)
AJ AM ID
Figura 2: Deltas cognitivos do Trail Making Test e do Teste de Deambulação
Funcional em função da idade e da escolaridade. Legenda: TMTA: parte A do
Trail Making Test; TMTB: parte B do Trail Making Test; TDFA: parte A do Teste
de Deambulação Funcional; TDFB: parte B do Teste de Deambulação
Funcional; AJ: adultos jovens; AM: adultos maduros; ID: idosos. Os deltas
cognitivos do TMT e do TDF de idosos com escolaridade baixa foram maiores
que os deltas cognitivos do TMT e do TDF de adultos jovens e maduros de
mesma escolaridade. O dcTDF dos idosos com escolaridade alta foi maior que
o dcTDF de jovens de mesma escolaridade. O dcTMT de idosos com
escolaridade baixa foi maior que o dcTMT de idosos com escolaridade alta. O
dcTMT foi maior que o dcTDF para os idosos com escolaridade baixa.
5.3. Influência da idade e da escolaridade no delta motor do TMT
e do TDF
O delta motor foi calculado subtraindo-se do tempo na parte A do TDF o
tempo na parte A do TMT (TDFA TMTA). O mesmo foi realizado para a parte
B (TDFB TMTB). Os valores obtidos estão apresentados na tabela 9.
Tabela 9: Deltas motores da parte A (TDFA - TMTA) e da parte B (TDFB -
TMTB) (média ± desvio-padrão).
Grupo
Escolaridade
Delta Motor A
Delta Motor B
Adultos jovens
Alta
10,3 ± 5,4
10,7 ± 12,5
Baixa
12,5 ± 7,5
9,0 ± 18,5
Adultos maduros
Alta
14,8 ± 8,3
12,8 ± 14,1
Baixa
17,1 ± 7,7
8,5 ± 14,5
Idosos
Alta
16,0 ± 7,7
26,3 ± 14,5
Baixa
21,2 ± 22,3
-1,7 ± 37,5
Na análise de variância (3 X 2 X 2), que teve como fatores a idade
(adultos jovens, adultos maduros e idosos), a escolaridade (alta e baixa) e os
dois deltas motores (dmA e dmB), não houve efeito de idade [F
2,64
=0,73,
p=0,483], nem de escolaridade [F
1,64
=1,63, p=0,206], mas houve efeito de delta
[F
1,64
=4,20, p=0,044]. Não houve interação idade X escolaridade [F
2,64
=1,25,
p=0,292], nem interação idade X delta [F
2,64
=0,45, p=0,636], mas houve
interação escolaridade X delta [F
1,64
=11,78, p=0,001]. Houve interação idade X
escolaridade X delta [F
2,64
=4,48, p=0,015]. Após constatação da interação
idade X escolaridade X delta, foi feito o teste post hoc de Tukey.
Não houve nenhum resultado significativo com relação às comparações
de idade. O delta motor B de idosos com escolaridade baixa foi menor que o
delta motor B de idosos com escolaridade alta (p=0,007). O delta motor B foi
menor que o delta motor A para idosos com escolaridade baixa (p=0,006).
Todos esses resultados estão representados na figura 3, a seguir.
Efeitos da idade e da escolaridade nos deltas motores das partes A e B
Escolaridade
Alta
Baixa
Delta motor: parte A
(TDFA - TMTA)
AJ AM ID
-20
-10
0
10
20
30
40
50
Tempo (segundos)
Delta motor: parte B
(TDFB - TMTB)
AJ AM ID
Figura 3: Deltas motores das partes A e B (TDFA TMTA e TDFB TMTB)
(média ± desvio-padrão) em função da idade e da escolaridade. Legenda:
TMTA: parte A do Trail Making Test; TMTB: parte B do Trail Making Test;
TDFA: parte A do Teste de Deambulação Funcional; TDFB: parte B do Teste
de Deambulação Funcional; AJ: adultos jovens; AM: adultos maduros; ID:
idosos. O delta motor B de idosos com escolaridade baixa foi menor que o
delta motor B de idosos com escolaridade alta. O delta motor B foi menor que o
delta motor A para idosos com escolaridade baixa.
5.4. Influência da idade e da escolaridade no aprendizado de cada
uma das partes do TDF
Os resultados das doze avaliações estão representados na tabelas 10
(parte A do TDF) e 11 (parte B do TDF).
Tabela 10: Tempo (em segundos) nas doze avaliações da parte A do TDF.
Avaliação
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
AJ(A)
m
32,8
28,2
25,8
24,1
23,5
22,2
21,3
20,7
23,9
21,9
21,3
20,4
dp
5,9
4,2
4,3
3,9
3,8
3,1
3,0
3,1
2,6
2,3
3,8
2,6
AJ(B)
m
42,8
36,8
32,4
29,9
28,9
27,1
26,2
25,4
27,1
24,7
24,0
24,0
dp
12,1
8,0
6,4
5,3
5,6
6,0
4,4
4,6
6,8
5,5
6,0
5,6
AM(A)
m
48,2
37,9
34,5
34,0
31,9
31,8
30,9
30,6
34,9
30,9
30,6
29,9
dp
8,0
6,3
5,8
6,9
6,4
7,4
5,7
5,4
7,7
6,2
5,3
5,1
AM(B)
m
56,3
42,3
38,2
34,5
33,4
32,6
30,3
29,7
31,8
30,6
29,5
29,7
dp
13,0
11,4
9,1
9,5
8,1
8,6
7,0
6,2
6,9
6,2
5,3
6,2
ID(A)
m
54,8
45,6
46,3
41,9
38,6
39,9
38,5
37,2
42,2
37,1
35,0
34,8
dp
10,2
13,2
9,4
7,0
8,6
8,6
7,5
6,8
6,7
5,7
5,8
4,8
ID(B)
m
93,1
71,0
61,6
56,8
54,4
55,2
50,2
50,0
57,8
51,3
47,9
46,4
dp
16,3
18,5
21,4
19,0
12,3
17,2
15,4
14,0
14,9
12,3
13,9
13,7
Legenda: AJ(A): adultos jovens com escolaridade alta; AJ(B): adultos jovens
com escolaridade baixa; AM(A): adultos maduros com escolaridade alta;
AM(B): adultos maduros com escolaridade baixa; ID(A): idosos com
escolaridade alta; ID(B): idosos com escolaridade baixa; m: média; dp: desvio-
padrão.
Tabela 11: Tempo (em segundos) nas doze avaliações da parte B do TDF.
Avaliação
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
AJ(A)
m
51,4
39,1
35,9
33,4
30,9
26,8
25,9
25,0
31,8
25,5
23,5
23,5
dp
12,7
9,6
7,3
7,7
5,0
4,7
4,0
4,2
7,6
4,9
3,5
4,2
AJ(B)
m
68,1
61,9
53,6
47,4
42,0
37,5
34,7
34,6
37,1
31,1
29,7
28,7
dp
22,5
28,3
22,6
19,8
18,9
14,3
9,3
13,0
11,5
9,5
9,1
8,2
AM(A)
m
77,9
66,1
56,8
53,5
50,1
48,0
47,9
45,7
51,9
44,7
43,1
42,0
dp
21,0
20,2
17,7
14,1
13,3
13,0
14,3
12,5
14,3
9,5
12,6
10,6
AM(B)
m
89,3
75,8
64,9
63,2
53,4
50,3
44,8
43,1
51,8
42,2
37,0
38,0
dp
20,9
17,2
15,5
22,9
16,0
16,3
11,6
14,0
13,7
8,1
8,4
8,1
ID(A)
m
113,4
89,1
74,2
62,7
59,6
50,0
52,3
51,1
65,1
50,5
50,4
50,8
dp
17,8
15,7
15,2
13,3
15,3
8,4
9,8
11,6
15,9
8,9
12,6
12,6
ID(B)
m
171,3
156,2
138,4
135,1
121,9
111,7
109,5
92,6
134,1
105,5
97,3
89,5
dp
49,9
47,1
41,2
40,2
29,8
36,4
40,8
30,4
36,1
30,0
27,6
31,4
Legenda: AJ(A): adultos jovens com escolaridade alta; AJ(B): adultos jovens
com escolaridade baixa; AM(A): adultos maduros com escolaridade alta;
AM(B): adultos maduros com escolaridade baixa; ID(A): idosos com
escolaridade alta; ID(B): idosos com escolaridade baixa; m: média; dp: desvio-
padrão.
Na análise de variância (3 X 2 X 2 X 12), que teve como fatores a idade
(adultos jovens, adultos maduros e idosos), a escolaridade (alta e baixa) e a
parte do TDF (parte A e parte B) e como medidas repetidas as doze repetições
do TDF, houve efeito de idade [F
2,64
=91,31; p<0,001], de escolaridade
[F
1,64
=44,11; p<0,001], de teste [F
1,64
=186,84; p<0,001], de avaliação
[F
11,704
=207,15; p<0,001].
Houve interação idade X escolaridade [F
2,64
=20,42; p<0,001], idade X
parte do teste [F
2,64
=29,48; p<0,001], escolaridade X parte do teste
[F
1,64
=20,18; p<0,001], idade X avaliação [F
22,704
=10,12; p<0,001], escolaridade
X avaliação [F
11,704
=10,26; p<0,001], parte do teste X avaliação [F
11,704
=41,66;
p<0,001].
Houve interação idade X escolaridade X parte do teste [F
2,64
=11,77;
p<0,001], escolaridade X avaliação X parte do teste [F
11,704
=3,78; p<0,001],
idade X avaliação X parte do teste [F
22,704
=3,30; p<0,001]. Não houve interação
idade X escolaridade X avaliação [F
22,704
=1,17; p=0,271].
Houve interação idade X escolaridade X avaliação X parte do teste
[F
22,704
=1,64; p=0,033]. Os resultados do teste post hoc de Tukey estão na
tabela 12 (Anexo D).
5.4.1. Diferenças entre as avaliações
Para adultos jovens com escolaridade alta, não houve diferenças
significativas entre as avaliações 1 a 12 no desempenho da parte A do TDF. Na
parte B, os tempos nas avaliações 3 a 12 foram menores que os tempos na
avaliação 1 e os tempos nas avaliações 8, 10, 11 e 12 foram menores do que o
tempo na avaliação 2.
Para adultos jovens com escolaridade baixa, as avaliações 6, 7, 8, 10,
11 e 12 apresentaram tempos menores do que a avaliação 1 no desempenho
da parte A do TDF. Na parte B, os tempos nas avaliações 4 a 12 foram
menores do que na avaliação 1, os tempos nas avaliações 5 a 12 foram
menores do que na avaliação 2, os tempos nas avaliações 6 a 12 foram
menores do que na avaliação 3 e os tempos nas avaliações 10 a 12 foram
menores do que na avaliação 4.
Para adultos maduros com escolaridade alta, os tempos nas avaliações
3 a 12 foram menores do que o tempo na avaliação 1 na parte A do TDF. Na
parte B, os tempos nas avaliações 3 a 12 foram menores do que na avaliação
1, os tempos nas avaliações 5 a 12 foram menores do que na avaliação 2 e os
tempos nas avaliações 11 e 12 foram menores do que na avaliação 3.
Para adultos maduros com escolaridade baixa, os tempos nas
avaliações 3 a 12 foram menores do que o tempo na avaliação 1 na parte A do
TDF. Na parte B, os tempos nas avaliações 3 a 12 foram menores do que na
avaliação 1, os tempos nas avaliações 5 a 12 foram menores do que na
avaliação 2, os tempos nas avaliações 6, 7, 8, 10, 11 e 12 foram menores do
que na avaliação 3, os tempos nas avaliações 7, 8, 10, 11 e 12 foram menores
do que na avaliação 4, os tempos nas avaliações 11 e 12 foram menores do
que na avaliação 5 e o tempo na avaliação 11 foi menor do que na avaliação 9.
Para idosos com escolaridade alta, os tempos nas avaliações 5, 7, 8, 10,
11 e 12 foram menores do que na avaliação 1 na parte A do TDF. Na parte B,
os tempos nas avaliações 2 a 12 foram menores que na avaliação 1, os tempos
nas avaliações 4 a 12 foram menores do que na avaliação 2 e os tempos nas
avaliações 6, 7, 8, 10, 11 e 12 foram menores do que na avaliação 3.
Para idosos com escolaridade baixa, os tempos nas avaliações 2 a 12
foram menores do que o tempo na avaliação 1 e os tempos nas avaliações 5,
6, 7, 8, 10, 11 e 12 foram menores do que o tempo na avaliação 2, na parte A
do TDF. Na parte B, os tempos nas avaliações 3 a 12 foram menores do que
nas avaliações 1 e 2, os tempos nas avaliações 6, 7, 8, 10, 11 e 12 foram
menores do que nas avaliações 3 e 4, os tempos nas avaliações 8, 10, 11 e 12
foram menores do que na avaliação 5, os tempos nas avaliações 8 e 12 foram
menores do que na avaliação 6, os tempos nas avaliações 6, 8, 10, 11 e 12
foram menores do que o tempo na avaliação 9 e o tempo na avaliação 12 foi
menor do que o tempo na avaliação 10.
Esses resultados estão representados nas figuras 4, 5 e 6.
5.4.2. Diferenças decorrentes da idade
Não houve diferença entre o desempenho de adultos jovens e adultos
maduros com escolaridade alta nas partes A e B do TDF. Embora também não
tenha havido diferença entre adultos jovens e idosos com escolaridade alta na
parte A, os idosos foram mais lentos do que os adultos jovens nas avaliações
1, 2, 3 e 9 da parte B do TDF. Comparando-se adultos maduros e idosos com
escolaridade alta, não houve diferença no desempenho na parte A do TDF e os
idosos foram mais lentos que os adultos maduros na avaliação 1 da parte B.
Não houve diferença entre o desempenho de adultos jovens e adultos
maduros com escolaridade baixa nas partes A e B do TDF. Os idosos foram
mais lentos que os adultos jovens com escolaridade baixa nas avaliações 1 e 2
na parte A e em todas as avaliações na parte B. Os idosos foram mais lentos
que os adultos maduros com escolaridade baixa na avaliação 1 da parte A do
TDF e em todas as avaliações da parte B.
Esses resultados estão representados nas figuras 4, 5 e 6.
5.4.3. Diferenças decorrentes da escolaridade
Os adultos jovens com escolaridade baixa não diferiram dos com
escolaridade alta nem na parte A, nem na parte B do TDF. O mesmo ocorreu
para os adultos maduros. Os idosos com escolaridade baixa foram mais lentos
que os com escolaridade alta na avaliação 1 da parte A do TDF e em todas as
avaliações da parte B do TDF.
Esses resultados estão representados nas figuras 4, 5 e 6.
Aprendizado de adultos jovens nas partes A e B do Teste de Deambulação
Funcional
Escolaridade:
alta
baixa
TDFA
AV:
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Tempo (segundos)
TDFB
AV:
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Figura 4: Tempo, em segundos (média ± desvio-padrão) para realização do
Teste de Deambulação Funcional em função da escolaridade e da parte do
teste no aprendizado ao longo das 12 avaliações realizadas nos voluntários
adultos jovens. Houve interação idade X escolaridade X avaliação X parte do
teste [F
22,704
=1,64; p=0,033]. Os adultos jovens com escolaridade baixa não
diferiram dos com escolaridade alta nem na parte A, nem na parte B do TDF.
Legenda: TDFA: parte A do Teste de Deambulação Funcional; TDFB: parte B
do Teste de Deambulação Funcional.
Aprendizado de adultos maduros nas partes A e B do Teste de Deambulação
Funcional
Escolaridade:
alta
baixa
TDFA
AV:
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Tempo (segundos)
TDFB
AV:
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Figura 5: Tempo, em segundos (média ± desvio-padrão) para realização do
Teste de Deambulação Funcional em função da escolaridade e da parte do
teste no aprendizado ao longo das 12 avaliações realizadas nos voluntários
adultos maduros. Houve interação idade X escolaridade X avaliação X parte do
teste [F
22,704
=1,64; p=0,033]. Os adultos maduros com escolaridade baixa não
diferiram dos com escolaridade alta nem na parte A, nem na parte B do TDF.
Legenda: TDFA: parte A do Teste de Deambulação Funcional; TDFB: parte B
do Teste de Deambulação Funcional.
Aprendizado de idosos nas partes A e B do Teste de Deambulação Funcional
Escolaridade:
alta
baixa
TDFA
AV:
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Tempo (segundos)
TDFB
AV:
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Figura 6: Tempo, em segundos (média ± desvio-padrão) para realização do
Teste de Deambulação Funcional em função da escolaridade e da parte do
teste no aprendizado ao longo das 12 avaliações realizadas nos voluntários
idosos. Houve interação idade X escolaridade X avaliação X parte do teste
[F
22,704
=1,64; p=0,033]. Os idosos com escolaridade baixa foram mais lentos
que os com escolaridade alta na avaliação 1 da parte A do TDF e em todas as
avaliações da parte B do TDF. Legenda: TDFA: parte A do Teste de
Deambulação Funcional; TDFB: parte B do Teste de Deambulação Funcional.
6.0. DISCUSSÃO
O presente estudo visou investigar o impacto da idade e da escolaridade
na execução e no aprendizado de uma tarefa cognitivo-motora. Para isso, a
resposta motora do TMT foi modificada de modo a demandar a deambulação
sobre um tatame, ao invés de movimentos manuais ao riscar uma folha de
papel. Foram realizadas comparações entre a resposta deste novo teste (TDF)
e a resposta do teste tradicional (TMT).
Esperávamos que a idade e a escolaridade influenciassem de modo
diferente a resposta tradicional (TMT) e essa nova resposta (TDF), o que,
conseqüentemente poderia influenciar, de formas distintas, o delta cognitivo e o
delta motor. Além disso, foi investigada a influência da idade e da escolaridade
sobre o aprendizado e a retenção da nova resposta motora (TDF).
6.1. Desempenho nas partes A e B do TMT e do TDF
Primeiramente, analisamos a influência da idade e da escolaridade no
desempenho nas partes A e B do TMT e do TDF. Encontramos uma interação
idade X escolaridade X teste, a qual evidenciou que os indivíduos
apresentaram respostas diferentes aos testes, de acordo com sua idade e sua
escolaridade.
6.1.1. A influência da idade
Supúnhamos que, quanto mais idoso, mais lento o indivíduo seria para
riscar o papel e para deambular de um círculo a outro. Esta hipótese se
confirmou. De modo geral, os idosos foram mais lentos que os adultos
maduros, que, por sua vez, foram mais lentos que os adultos jovens, o que
pode ser explicado por uma menor habilidade sensorial (CHAPMAN e
HOLLANDS, 2006; LORD, 2006; KOVACS, 2005), motora (VAN IERSEL et al.,
2007; MELZER et al., 2007; COPPIN et al., 2006; MELZER e ODDSSON,
2004; TURANO et al., 2004; BROMAN et al., 2004; BRAUER, WOOLLACCOT
e SHUMWAY-COOK, 2001) e cognitiva (KENNEDY e RAZ, 2009; HANNA-
PLADDY, 2007; OXLEY et al., 2005; BALL e OWSLEY, 1993) dos idosos.
Ble et al. (2005) avaliaram idosos em duas tarefas de locomoção: uma
mais simples, na qual o idoso deveria andar por 4 m na velocidade usual e
outra mais complexa, na qual o idoso deveria andar por 7 m o mais rápido
possível e saltar dois obstáculos, de 6 e 30 cm de altura. Os autores discutem
que na segunda tarefa houve maior demanda da função executiva, logo, esta
esteve correlacionada com o desempenho no TMT, o que não ocorreu com a
primeira tarefa. Concluem que a função executiva teria um papel importante na
execução de atividades motoras complexas em idosos. Esses resultados estão
de acordo com os nossos.
Os idosos apresentaram menor velocidade para emissão de respostas
motoras, em relação a indivíduos mais jovens, assim como em diversos outros
estudos (KENNEDY e RAZ, 2009; TEIXEIRA et al., 2008; MELZER, 2007;
OXLEY et al., 2005). A diminuição da velocidade com o aumento da idade foi
mais expressiva para indivíduos com escolaridade baixa. Enquanto idosos com
escolaridade alta foram mais lentos do que adultos jovens apenas na parte B
do TMT e do TDF, idosos com escolaridade baixa foram mais lentos tanto na
parte A, quanto na parte B dos testes. Além disso, enquanto idosos com
escolaridade alta foram mais lentos que adultos maduros apenas na parte B do
TDF, idosos com escolaridade baixa foram mais lentos nas partes A e B do
TDF e na parte B do TMT.
Com base na informação de que, sobretudo para idosos, a parte B do
TMT é mais difícil que a parte A (PERIÀÑEZ et al., 2007; ZALONIS et al., 2007;
HASHIMOTO et al., 2006; SEO et al., 2006; HESTER et al., 2005;
TOMBAUGH, 2004), podemos supor que, para indivíduos com escolaridade
alta, tenha sido necessária uma tarefa mais complexa, como a parte B, para
evidenciar a perda de desempenho decorrente do envelhecimento, porém, para
indivíduos com escolaridade baixa, essa diferença já apareceu em tarefas mais
simples, como a parte A. O mesmo efeito de interação idade X parte do teste,
descrito para o TMT (PERIÀÑEZ et al., 2007; ZALONIS et al., 2007;
HASHIMOTO et al., 2006; SEO et al., 2006; HESTER et al., 2005;
TOMBAUGH, 2004), ocorreu com o TDF.
Também esperávamos que indivíduos idosos demorassem mais tempo
para concluir o TDF do que o TMT. Essa hipótese não foi verdadeira para todos
os grupos, pois a escolaridade interagiu com a idade. Indivíduos com
escolaridade alta foram mais lentos no TDF do que no TMT, conforme
esperado. Indivíduos com escolaridade baixa apresentaram este
comportamento na parte A, mas não na parte B dos testes. Na parte B a
grande dificuldade cognitiva, tanto do TMT quanto do TDF, parece ter
minimizado o impacto do aumento de complexidade motora do TDF com
relação ao TMT. Essa discussão será aprofundada nos itens 6.1.2 e 6.1.3, a
seguir.
6.1.2. A influência da escolaridade
Esperávamos que, quanto menor a escolaridade, maior a dificuldade no
TMT e no TDF. Essa diferença de desempenho decorrente da escolaridade
não foi observada para adultos jovens e maduros, mas foi constatada nos
idosos. Verificamos que idosos com escolaridade baixa foram mais lentos que
idosos com escolaridade alta no TDFA, TDFB e TMTB. Na parte A do TMT
essa diferença também foi observada, mas não chegou a nível significativo.
O primeiro aspecto a ser ressaltado com relação a esses resultados é o
fato de a diferença de escolaridade ter aparecido nos idosos, mas não nos
adultos jovens e maduros. De acordo com a teoria da reserva cognitiva, a
educação fornece uma reserva, por meio de mudanças neuronais ou aumento
da eficiência de redes de processamento, que faz com que o declínio fisiológico
do envelhecimento e de possíveis processos patológicos associados a ele
surjam mais tardiamente (VAN DER ELST et al., 2006; KULAIF, 2005;
FRITSCH et al., 2001).
Tun e Lachman (2008) e Van der Elst et al. (2006) defenderam a idéia
de que níveis mais altos de escolaridade estariam associados a um melhor
desempenho da função executiva. Tun e Lachman (2008) relataram que, em
uma tarefa que exigia função executiva, indivíduos com escolaridade alta
apresentaram desempenho equivalente a indivíduos com escolaridade baixa
que eram dez anos mais jovens. Van der Elst et al. (2006) demonstraram que o
desempenho no teste de Stroop piora com o envelhecimento e que este
declínio é mais acentuado em indivíduos menos escolarizados. Os autores
alegam que a educação tem um efeito protetor contra as perdas de funções
cerebrais causadas pelo envelhecimento.
O presente estudo, assim como o de Tun e Lachman (2008) e o de Van
der Elst et al. (2006), também envolve uma tarefa de função executiva. Em
todos eles, a escolaridade alta diminuiu a influência do envelhecimento, que
idosos com escolaridade alta apresentaram menos diferenças com relação aos
indivíduos mais jovens que os idosos com escolaridade baixa.
O segundo aspecto a ser ressaltado é o fato de não ter sido constatada
uma diferença significativa na parte A do TMT, mas sim nos demais testes.
Nas partes A do TDF e do TMT era necessário apenas seguir a
seqüência 1, 2, 3, 4, 5, etc., que é uma seqüência automática, tanto para
pessoas de alta, quanto de baixa escolaridade, principalmente na amostra
estudada, na qual indivíduos com escolaridade baixa tinham, no mínimo, seis
anos de estudo formal. na parte B, a demanda cognitiva era maior, pois
números deveriam ser alternados com letras. Nessa situação, as pessoas com
escolaridade alta poderiam ter tido melhor desempenho por terem conseguido
alternar a seqüência de números com a de letras com maior facilidade e por
terem conseguido inibir uma seqüência e evocar a outra com maior eficiência.
A habilidade de alternar seqüências, também conhecida como
flexibilidade mental, é parte da função executiva que, por sua vez, é mais
desenvolvida em indivíduos com escolaridade alta (YASSUDA et al., 2009;
TUN e LACHMAN, 2008; VAN DER ELST et al., 2006; LEE et al., 2003). Tun e
Lachman (2008) estudaram uma tarefa de função executiva, que envolvia
controle inibitório e alternância de padrão de resposta a estímulos auditivos e
verificaram que indivíduos com nível superior apresentaram melhor
desempenho em do que indivíduos que cursaram a escola ao ginásio ou
colegial. Hanna-Pladdy (2007) destacou a importância da habilidade inibitória
na realização do TMT, sobretudo da parte B.
Embora a influência da escolaridade seja muito forte e consistente na
literatura a respeito da parte B do TMT (ZALONIS et al., 2007; SEO et al.,
2006; TOMBAUGH, 2004; HESTER et al., 2005), estudos que, assim como
o presente, não evidenciaram diferenças de escolaridade na parte A (IVNIK et
al., 1996; TOMBAUGH, 2004; HESTER et al., 2005). Nesses estudos têm-se
argumentado que, como a parte A exige apenas velocidade na resposta
motora, essa diferença não havia sido constatada porque tal velocidade é
menos dependente da escolaridade.
Foi sugerida na literatura a existência de maior complexidade motora e
perceptual na parte B do TMT com relação à parte A (ROSSINI e KARL, 1994;
GAUDINO et al., 1997; CROWE, 1998). A maior complexidade motora dever-
se-ia às maiores mudanças de direção e maiores distâncias entre os círculos a
serem conectados na parte B. A maior complexidade perceptual ocorreria
porque os números estariam mais embaralhados. Esses fatos poderiam
contribuir para explicar as diferenças de escolaridade do presente estudo: pior
desempenho de indivíduos com escolaridade baixa para a parte B do TMT,
mas não para a parte A do TMT.
Por fim, é importante discutirmos a relação da escolaridade com a
natureza das tarefas cognitivo-motoras propostas. Os achados do presente
estudo, serão relacionados aos de Andrade-Machado et al. (2009) e os de
Neves (2008) de modo a se abordar essa questão de forma mais detalhada,
pois nos três estudos, foram evidenciadas diferenças de escolaridade em
atividades motoras.
No estudo de Andrade-Machado et al. (2009), uma tarefa cognitiva, de
comparação de figuras, foi associada a uma tarefa motora de alternância de
passos do chão a uma plataforma. Os indivíduos com escolaridade baixa
apresentaram maior dificuldade em cada uma das tarefas isoladamente e, o
que ainda foi mais interessante, um aumento mais acentuado dos erros na
tarefa visual quando esta foi realizada simultaneamente à tarefa motora, ou
seja, uma piora do desempenho cognitivo nessa situação. A complexidade do
componente motor estava em monitorar continuamente o grau de flexão do
tornozelo, joelho e quadril, em uma sala de iluminação reduzida, para não
tropeçar na plataforma. É importante ressaltar que ambas as tarefas eram
independentes, a realização de uma não dependia de informações da outra.
Por outro lado, havia competição entre os recursos atencionais disponíveis
para a realização das tarefas.
No estudo de Neves (2008), a complexidade motora estava em
selecionar continuamente o dedo correto para cada parte de uma seqüência
motora que consistia em cinco movimentos de oposição de dedos. A tarefa
deveria ser repetida diversas vezes, o mais rápido possível. A autora testou a
generalização do aprendizado desta seqüência para outra seqüência de
oposição de dedos, que não havia sido treinada. A generalização ocorreu para
os indivíduos com escolaridade alta, mas não para aqueles com escolaridade
baixa.
No presente estudo, assim como no estudo de Neves (2008), houve a
exigência de realização de uma atividade motora complexa, não apenas
associada, mas na dependência de informações obtidas pela tarefa cognitiva,
pois era preciso saber a seqüência correta para saber para onde andar no
tatame ou em que direção riscar o papel.
Diante desses três estudos, acreditamos que a influência da
escolaridade em tarefas cognitivo-motoras possa ser explicada não apenas
pela dificuldade cognitiva de indivíduos com escolaridade baixa, amplamente
discutida na literatura (YASSUDA et al., 2009; BRUCKI e NITRINI, 2008;
BARNES et al., 2004; NITRINI et al., 2004; LE CARRET et al., 2003; ARDILA et
al., 2000), mas também pela competição entre o componente cognitivo e o
motor. Essa competição parece não ocorrer em tarefas-duplas, nas quais
claramente uma tarefa não contribui e sim compete com a outra, como no
estudo de Andrade-Machado et al. (2009), mas também em tarefas nas quais a
resposta motora depende de um processamento eficiente dos componentes da
tarefa cognitiva, como a utilizada por Neves (2008) e a do presente estudo.
Indivíduos com escolaridade mais alta conseguiriam lidar com essa competição
de forma mais efetiva do que indivíduos com escolaridade baixa.
Quando uma tarefa cognitiva é associada a uma tarefa motora, quanto
mais complexo for um dos componentes (cognitivo ou motor), mais ele irá
prejudicar o outro componente (ANDRADE-MACHADO et al., 2009; TEIXEIRA
et al., 2008; MELZER, 2007; COPPIN et al., 2006; OXLEY et al., 2005). Isso
também foi constatado no presente estudo, tanto na execução do TMT, quanto
do TDF. Mesmo os idosos com escolaridade alta tiveram maior dificuldade em
associar tarefas, quando comparados aos jovens com mesma escolaridade.
DiFabio et al. (2005) estudaram dois grupos de indivíduos idosos, um
com pontuações abaixo de 160s na parte B do TMT, considerado o grupo com
boa função executiva e outro com pontuações acima deste valor, considerado
com pouca habilidade de função executiva. Verificaram que o grupo com boa
função executiva apresentou melhor habilidade ao saltar obstáculos e melhor
controle visual sobre a tarefa. Essa é mais uma evidência de que o
componente cognitivo do TDF está intimamente relacionado com o
componente motor, pois ambos (e não apenas o cognitivo) sofrem grande
influência da função executiva.
6.1.3. A influência da resposta motora do teste
Tínhamos interesse em investigar possíveis interações escolaridade X
idade nos dois tipos de resposta motora (riscar o papel e andar sobre o
tatame), já que os efeitos da idade e da escolaridade poderiam variar de
acordo com o tipo de resposta.
Os idosos com escolaridade alta foram mais lentos na parte B do TDF
do que na parte B do TMT. Se, por um lado, a parte B de ambos os testes foi
muito difícil para idosos com escolaridade baixa, o que pode ter minimizado a
complexidade da resposta motora diante da complexidade cognitiva, isso não
ocorreu para idosos com escolaridade alta, que tiveram mais dificuldade em
andar pela trilha sobre o tatame do que em riscar a trilha de números e letras
alternados no papel. A dificuldade não parece ter ocorrido para entender a
regra de seguir uma seqüência, mas para mudar de direção, transferir o peso
de uma perna à outra, manter o equilíbrio.
Esse resultado está de acordo com os achados de Melzer (2007) e
Melzer e Oddsson (2004), que estudaram uma tarefa de dar um passo para
frente ou para o lado o mais rápido possível, após um estímulo tátil no
tornozelo, em duas condições: tarefa isolada (tarefa motora) e tarefa-dupla
(tarefa motora associada a uma tarefa cognitiva, que consistiu em realizar o
teste de Stroop). Os idosos foram mais lentos que os jovens na tarefa isolada
e, principalmente, na tarefa-dupla. Embora esses estudos tenham excluído
indivíduos com demência por meio do Mini Exame do Estado Mental, a
escolaridade dos voluntários não é informada em nenhum deles, o que dificulta
a análise mais aprofundada.
6.2. O delta cognitivo do TMT e do TDF
Na segunda análise estatística, que testou a influência da idade e da
escolaridade no delta cognitivo do TMT e do TDF (TMTB TMTA e TDFB
TDFA), foi evidenciada uma interação idade X escolaridade X delta.
6.2.1. A influência da idade
Entre os indivíduos com escolaridade alta, não houve diferenças de
idade para o delta cognitivo do TMT. O delta cognitivo do TDF dos idosos com
escolaridade alta foi maior que o de adultos jovens com mesma escolaridade.
Entre os indivíduos com escolaridade baixa, os deltas cognitivos do TMT e do
TDF de idosos foram maiores que os de adultos jovens e de adultos maduros.
Na literatura, são descritos os efeitos antagônicos da idade e da
escolaridade sobre o delta cognitivo do TMT: há aumento do delta com o
aumento da idade e há diminuição do delta com o aumento da escolaridade
(HESTER et al., 2005; HASHIMOTO et al., 2007). Portanto, indivíduos mais
idosos e menos escolarizados apresentam maiores deltas.
A escolaridade alta eliminou a influência da idade sobre o delta cognitivo
do TMT. Entre indivíduos com escolaridade alta, foi observada apenas uma
diferença no delta cognitivo do TDF entre idosos e adultos jovens e não foram
observadas diferenças entre adultos maduros e idosos. A ausência de
diferenças de idade para o delta cognitivo do TMT e a diminuição dessas
diferenças para o delta cognitivo do TDF entre indivíduos com escolaridade alta
podem ser explicadas pelo fato de a influência da escolaridade tender a
prevalecer sobre a da idade em diversos testes neuropsicológicos (ARDILA et
al., 2000).
É possível que a educação tenha atuado como uma proteção e que
tenha minimizado o processo de envelhecimento cognitivo nos indivíduos com
escolaridade alta, o que resultou em diferenças de idade menos evidentes
nesses indivíduos. Esse efeito protetor da escolaridade não neutralizou a
influência da idade sobre o delta cognitivo do TDF. Como explicado
anteriormente, a resposta motora do TDF parece ter gerado uma competição
com o processamento cognitivo em idosos com escolaridade alta, o que
impediu que a influência da escolaridade neutralizasse a influência da idade.
Para indivíduos com escolaridade baixa, foram evidenciadas diferenças
expressivas de idade tanto para o delta cognitivo do TDF, quanto para o delta
cognitivo do TMT. O pior desempenho de função executiva em indivíduos
idosos com escolaridade baixa, em relação aos de mesma idade e com maior
número de anos de estudo, foi descrito na literatura tanto para o delta cognitivo
do TMT (HASHIMOTO et al., 2007; ZALONIS et al., 2007; SEO et al., 2006;
HESTER et al., 2005), o que reforça os achados do presente estudo, quanto
para o teste de Stroop (VAN DER ELST et al., 2006).
Segundo Van der elst (2006), o desempenho no teste de Stroop, que é
um teste também muito usado para avaliação da função executiva, piora com o
envelhecimento e esse declínio é mais acentuado em indivíduos com menos
anos de estudo formal.
6.2.2. A influência da escolaridade
O delta cognitivo do TMT de idosos com escolaridade baixa foi maior
que o delta cognitivo do TMT de idosos com escolaridade alta. Esses dados
estão de acordo com a literatura, que estudos prévios descreveram efeitos
mais expressivos do envelhecimento sobre o delta cognitivo do TMT para
indivíduos com escolaridade baixa (HASHIMOTO et al., 2007; ZALONIS et al.,
2007; SEO et al., 2006; HESTER et al., 2005).
Não houve diferença entre idosos com escolaridade alta e idosos com
escolaridade baixa para o delta cognitivo do TDF. Os idosos com escolaridade
baixa podem ter tido menor prejuízo em resolver o componente cognitivo
envolvido na parte B do TDF do que em resolver esse componente na parte B
do TMT. Inicialmente, ao modificarmos o componente motor do TMT e criarmos
o TDF, acreditávamos que não tínhamos alterado o componente cognitivo do
TMT, mas pode não ter sido isso o que de fato aconteceu.
Em tarefas de representação tridimensional, como o TDF, as diferenças
de escolaridade são minimizadas (REIS et al., 2001; PETERSSON et al.,
2001). Porém, os estudos que mencionam menor prejuízo em indivíduos com
escolaridade baixa incluíram em sua amostra pessoas com menos anos de
estudo formal que o presente estudo. Por isso, mesmo diante dos achados de
Petersson et al. (2001) e de Reis et al. (2001), esse resultado ainda é
surpreendente no presente estudo.
Outra explicação seria a de que a escolaridade mais alta favoreceria a
capacidade de utilizar uma regra pré-estabelecida e informações verbais para
selecionar a resposta motora de forma mais eficiente, ou seja, para utilizar, de
forma mais adequada, a informação cognitiva, fosse ela verbal, visual ou
mnêmica, para nortear a resposta motora (NITRINI et al., 2004; CAVALCANTE,
2004; NEVES, 2008). Como, no TDF, o corpo todo seguiu o trajeto a ser
realizado, talvez tenha havido um número maior de informações para nortear a
resposta motora e essas informações tenham captado maior atenção e
facilitado a seleção da próxima resposta que seria executada. Isso pode ter
tornado o teste mais fácil para indivíduos menos escolarizados.
6.2.3. A influência do teste
O delta cognitivo do TMT foi maior que o delta cognitivo do TDF para os
idosos com escolaridade baixa. Ou seja, para idosos com escolaridade baixa,
mas não para idosos com escolaridade alta, o componente cognitivo do TMT
foi mais difícil que o do TDF. Uma possível explicação para este fato seria que
riscar um papel, por ser menos familiar para idosos com escolaridade baixa,
teria sido uma resposta motora mais difícil do que andar sobre um tatame, o
que teria influenciado negativamente no desempenho, competindo com o
controle cognitivo da tarefa.
Outra explicação seria que, de fato, a mudança do TMT para o TDF, que
aparentemente consistia apenas em proporcionar demandas motoras distintas,
acabou por modificar aspectos cognitivos da tarefa. Em atividades escolares, o
reconhecimento de símbolos e de imagens bidimensionais é extensivamente
treinado, o que faz com que indivíduos com maior escolaridade tenham maior
familiaridade em decodificar e interpretar informações em duas dimensões
(REIS et al., 2001). Quanto mais anos de estudo formal, maior a familiaridade
com conhecimentos abstratos e maior a capacidade de gerar regras a partir
deles e não de objetos concretos. Portanto, é possível que, para indivíduos
com escolaridade alta, seja indiferente compreender a regra de alternância
entre tarefas riscando uma folha de papel ou andando sobre um tatame, mas
que, para indivíduos com escolaridade baixa, essa compreensão seja mais fácil
andando sobre um tatame.
6.3. O delta motor do TMT e do TDF
Na terceira análise estatística, que visou testar a influência da idade e da
escolaridade nos deltas motores (TDFA TMTA e TDFB TMTB) do TMT e do
TDF, foi encontrada uma interação idade X escolaridade X delta.
Deltas motores acima de zero indicam maior facilidade em gerenciar o
componente motor do TMT com relação ao componente motor do TDF (tempo
mais baixo para concluir o TMT do que para concluir o TDF). Deltas motores
abaixo de zero indicam maior facilidade em gerenciar o componente motor do
TDF com relação ao do TMT (tempo mais baixo para finalizar o TDF do que
para finalizar o TMT).
6.3.1. A influência da idade
Não houve diferenças significativas referentes à idade no delta motor.
Esperávamos que, quanto maior fosse a idade, maior seria o delta motor. Essa
tendência, de fato, pôde ser observada entre os indivíduos com escolaridade
alta, na figura 3, mas não chegou a nível significativo.
Como a análise de variância levou em consideração a idade e a
escolaridade conjuntamente, as diferenças de idade parecem ter sido
minimizadas pelo desempenho de indivíduos com escolaridade baixa, que não
apresentaram esse aumento do delta com o aumento da idade, principalmente
na parte B do teste. Isso sugere que a escolaridade exerça maior influência
sobre o delta motor do que a idade.
6.3.2. A influência da escolaridade
Na parte B, o delta motor de idosos com escolaridade baixa foi menor
que o delta motor de idosos com escolaridade alta. Isso significa que alternar
números e letras foi mais fácil ao deambular sobre um tatame do que ao riscar
uma folha de papel para idosos com escolaridade baixa.
Embora não tenham sido registradas sistematicamente, foram muito
freqüentes as hesitações, com pausas prolongadas, de idosos com
escolaridade baixa ao riscar a parte B do TMT. Essas pausas também
existiram, mas foram menos freqüentes no TDF. Indivíduos com escolaridade
baixa costumam apresentar maior medo de errar, o que faz com que,
freqüentemente, reduzam a velocidade de tarefas motoras em momentos de
avaliação (ANDRADE-MACHADO et al., 2009; ARDILA et al., 2000).
O erro ao riscar no papel no TMT ficou mais evidente, pois o risco não
foi apagado, o que reforça a hipótese de que indivíduos com escolaridade
baixa tenham tido maior medo de errar no TMT do que no TDF. Tanto no TDF,
quanto no TMT, a cada erro cometido, o examinador solicitou o retorno ao
círculo anterior e continuidade do teste, mas o erro não foi visível no tatame,
uma vez que a trajetória não ficou marcada sobre o tapete de teste.
6.3.3. A influência da parte do teste
O delta motor A foi maior que o delta motor B para idosos com
escolaridade baixa. Portanto, a maior facilidade de idosos com escolaridade
baixa no TDF, com relação ao TMT, ficou evidente na parte B. Acreditamos
que a formulação de uma regra para 1, 2, 3, 4, 5, 6, etc. tenha sido algo muito
mais simples do que para 1, A, 2, B, 3, C, etc. Isso explicaria porque na parte
mais simples do teste não surgiram diferenças de desempenho decorrentes da
escolaridade, mas na parte mais complexa do teste, o componente cognitivo
exerceu uma competição com o componente motor, prejudicando-o.
Para idosos com escolaridade alta, a realização de um teste de lápis e
papel e a realização de um teste de deambulação poderiam ser consideradas
tarefas igualmente familiares. para idosos com escolaridade baixa, a
deambulação seria mais familiar do que riscar o caminho no papel. Portanto, é
possível a suposição de que, diante da competição cognitivo-motora, os grupos
de idosos apresentaram dificuldades diferentes.
Para os idosos com escolaridade alta, foi mais fácil conciliar a tarefa
cognitiva com a tarefa motora de riscar o papel, porque esta requisitava menor
equilíbrio, que é uma habilidade que diminui com o envelhecimento (MELZER,
2007; MELZER e ODDSSON, 2004). Estudos prévios demonstraram a
dificuldade de idosos ao associarem uma tarefa cognitiva à deambulação
(VERGHESE et al., 2007; VAN IERSEL et al., 2007; COPPIN et al.; 2006; BLE
et al., 2005; OXLEY et al., 2005). Verghese et al. (2007) demonstraram que
idosos diminuíram a velocidade da marcha quando esta foi associada a uma
tarefa cognitiva complexa (dizer as letras do alfabeto de forma alternada). O
decréscimo na velocidade o foi observado quando os idosos realizaram a
deambulação associada a uma tarefa simples (dizer as letras do alfabeto).
Para os idosos com escolaridade baixa o comportamento motor mais
treinado ao longo da vida era o de andar. A experiência prévia em tarefas
motoras similares à tarefa testada pode facilitar o desempenho no teste,
enquanto a falta de familiaridade com determinados componentes da tarefa
testada podem prejudicá-lo (BEILOCK et al., 2004). Acreditamos que, para
idosos com escolaridade baixa, no TDF o componente motor era familiar e, por
isso foi mais fácil, enquanto no TMT, o componente motor, por ser menos
familiar, exigiu mais atenção e mais tempo para ser realizado.
6.4. A influência da idade e da escolaridade no aprendizado de cada
uma das partes do TDF
Por fim, o TDF foi usado para estudo da influência da idade e da
escolaridade no aprendizado de uma tarefa cognitivo-motora. Houve interação
idade X escolaridade X avaliação X parte do teste.
6.4.1. A influência da idade
Os adultos maduros e os idosos, mas não os jovens, apresentaram
melhora de desempenho na parte A do TDF. Isso ocorreu porque a parte A do
TDF consistiu numa tarefa pouco desafiadora para os adultos jovens, portanto,
houve um efeito-piso no desempenho dos mesmos, não havendo mais como
melhorar (diminuir o tempo) a cada repetição. Melzer e Oddsson (2004)
também encontraram esse efeito-piso no desempenho de jovens, ao compará-
los aos idosos em uma tarefa cognitivo-motora de dar passos para frente, para
o lado ou para trás e realizar simultaneamente o teste de Stroop.
Tanto adultos jovens, quanto adultos maduros, quanto idosos
demonstraram aprendizado na parte B do TDF. Porém, para adultos maduros e
idosos, o desempenho estabilizou mais lentamente do que para adultos jovens
e para idosos estabilizou mais lentamente do que para adultos maduros.
Adultos jovens partiram de pontuações mais baixas, o que facilitou a
estabilização do desempenho. Para todos os grupos, o desempenho tendeu a
se estabilizar mais lentamente para indivíduos com escolaridade baixa do que
para indivíduos com escolaridade alta. Esse mesmo resultado de estabilização
tardia em indivíduos menos escolarizados foi observado no trabalho de Neves
(2008).
Não houve diferença entre o desempenho de adultos jovens, adultos
maduros e idosos com escolaridade alta na parte A do TDF. Portanto, a
escolaridade alta eliminou diferenças de idade na parte A do TDF, que é uma
tarefa de menor complexidade que a parte B.
Ainda dentre os indivíduos com escolaridade alta, os idosos foram mais
lentos do que os adultos jovens nas avaliações 1, 2, 3 e 9 da parte B do TDF.
Os idosos foram mais lentos que os adultos maduros na avaliação 1 da parte B
do TDF. Na parte B, devido à maior complexidade, a escolaridade alta não
eliminou as diferenças de idade, mas tornou-as restritas às três primeiras
avaliações do primeiro dia e à primeira avaliação do segundo dia (nona
avaliação).
Dentre os indivíduos com escolaridade baixa, não houve diferença entre
o desempenho de adultos jovens e maduros. Os idosos foram mais lentos que
os adultos maduros nas avaliações 1 e 2 na parte A do TDF. Ou seja,
apareceram diferenças de idade já na parte A do TDF, o que não havia
ocorrido para o grupo com escolaridade alta.
Os idosos foram mais lentos que os adultos jovens e maduros em todas
as avaliações na parte B. Ou seja, para indivíduos com escolaridade baixa, as
diferenças de idade ficaram mais evidentes do que para indivíduos com
escolaridade alta na parte B. Enquanto houve diferenças de idade apenas para
as avaliações iniciais do primeiro e segundo dias de avaliação para o grupo
com escolaridade alta, essas diferenças estiveram presentes em todas as
avaliações para o grupo com escolaridade baixa.
6.4.2. A influência da escolaridade
Quando o desempenho dos grupos com escolaridade alta e baixa foi
comparado a cada avaliação, constatou-se que os adultos jovens e os adultos
maduros com escolaridade alta não diferiram dos com escolaridade baixa nas
partes A e B do TDF. os idosos com escolaridade baixa foram mais lentos
que os com escolaridade alta na avaliação 1 da parte A do TDF e em todas as
avaliações da parte B do TDF.
Esses resultados estão de acordo com a teoria de que a escolaridade
alta atuaria como um agente protetor, minimizando perdas decorrentes do
envelhecimento. evidências de que um maior nível de escolaridade
ocasionaria maior ativação sináptica, com melhora na percepção, memória e
raciocínio (LEE et al., 2003; CHIU et al., 2004; STERN et al. 2005). Assim,
podemos considerar que o grupo de idosos com escolaridade baixa teve seu
desempenho prejudicado.
Paralelamente, podemos supor que os idosos com escolaridade alta
(maior ou igual a onze anos) tiveram seu desempenho favorecido. De acordo
com Paradise, Cooper e Livingston (2009), níveis mais altos de educação
compensam a progressão de quadros demenciais e atrasam suas
manifestações clínicas. A educação proporciona uma reserva cognitiva e
neurológica, por meio de mudanças neuronais ou aumento da eficiência de
redes de processamento (FRITSCH et al., 2001; ALLEY, SUTHERS e
CRIMMINS, 2007; TUN e LACHMAN, 2008).
Nossos resultados nos indicam que, ao atendermos indivíduos idosos em
situações de prevenção de perdas funcionais, otimização da capacidade física
e/ou reabilitação após enfermidades, a escolaridade deva ser levada em
consideração para a seleção mais adequada do tratamento, com base na
interação cognitivo-motora, que parece ser distinta entre estes subgrupos. Essa
conclusão está de acordo com estudos de Gitlin et al. (2008) e de Voos,
Custódio e Malaquias (2009).
Gitlin et al. (2008), ao verificarem os resultados de um programa de
orientações sobre resolução de problemas, uso de ferramentas, conservação
de energia, segurança, prevenção de quedas, treino de equilíbrio e
fortalecimento muscular, chegaram a conclusão de que indivíduos com
escolaridade baixa apresentaram maiores benefícios do que indivíduos com
escolaridade alta. Voos, Custódio e Malaquias (2009) constataram que
indivíduos com maior escolaridade apresentaram melhor desempenho na
Escala de Equilíbrio de Berg e no Timed Up and Go Test.
6.5. Limitações do estudo
O presente estudo tem algumas limitações. Primeiro, a amostra foi
dividida em escolaridade abaixo de onze anos (classificada como escolaridade
baixa) e maior ou igual a onze anos (classificada como escolaridade alta). Essa
divisão não reflete a realidade do Brasil e demais países em desenvolvimento.
No Brasil, a escolaridade média da população é de sete anos de estudo formal
(Anexo E). Essa taxa diminui conforme aumenta a idade da população,
chegando a cerca de três anos de estudo para indivíduos acima de 60 anos
(IBGE, 2009). Por outro lado, nossa amostra permite a comparação com
estudos que aplicaram o TMT em grupos com escolaridade dividida da mesma
forma que o presente estudo, realizados em diversos países (Anexo F).
Segundo, as diferenças encontradas podem ter sofrido influência do
fator sócio-econômico, comumente associado às diferenças de escolaridade
(ANDRADE-MACHADO et al., 2009; LEE et al., 2003; ARDILA et al., 2000).
Para minimizar este efeito, foram recrutados participantes da comunidade USP,
porém, mesmo dentro desta população, podem ter havido diferenças cio-
econômicas que contribuíram com as diferenças encontradas.
Em terceiro lugar, como foram avaliados três grupos de idade que
apresentam uma série de características distintas, algumas diferenças de
escolaridade entre os adultos jovens e maduros podem ter sido mascaradas
por um efeito mais significativo no caso dos idosos com escolaridade baixa, o
que não significa que não possam existir.
Em quarto lugar, seria interessante estudar um número maior de
indivíduos e classificá-los de acordo com sua profissão, ou levando em
consideração o fato de os idosos ainda exercerem ou não atividades
ocupacionais. Acreditamos que essas variáveis interajam com a escolaridade e
também possam atenuar ou exacerbar o efeito fisiológico do envelhecimento.
7.0. CONCLUSÃO
O TDF mostrou-se uma ferramenta complementar eficaz para avaliar
indivíduos com diferentes idades e escolaridades. Ele seria menos influenciado
pela experiência prévia do indivíduo do que o TMT, devido à atividade motora
requerida. Indivíduos mais idosos e com escolaridade mais baixa apresentaram
tempos mais altos tanto no TMT quanto no TDF.
O delta cognitivo do TDF não parece ter sido equivalente ao do TMT em
indivíduos com escolaridade baixa, já que eles apresentaram menor dificuldade
em resolver cognitivamente o TDF. Os idosos com alta e baixa escolaridade
apresentaram resultados antagônicos no delta motor. Enquanto idosos com
escolaridade baixa apresentaram menor dificuldade no TDF, com relação ao
TMT, o contrário ocorreu para idosos com escolaridade alta.
Idosos apresentaram estabilização mais lenta no desempenho do que
adultos maduros, que por sua vez apresentaram estabilização mais lenta que
jovens. A escolaridade baixa prejudicou o aprendizado e a retenção da tarefa,
principalmente em idosos.
8.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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of Geriatric Psychiatry, v. 14, n. 10, p. 823833, 2006.
ANEXO A
Trail Making Test Partes A e B
Instruções dadas segundo Bowie & Harvey (2006).
Figura 7 Exemplo do TMT, realizado pelo examinador Parte A
Figura 8 Versão do Trail Making Test realizada pelo paciente (Parte A)
Figura 9 Exemplo do TMT, realizado pelo examinador Parte B
Figura 10 Versão do Trail Making Test realizada pelo paciente (Parte B)
ANEXO B: Teste de Deambulação Funcional
Figura 11 Exemplo realizado pelo examinador (Parte A)
Instrução:
“O senhor (a senhora) deverá andar dentro deste retângulo, pisando nos
números de 1 a 8, na ordem certa. Precisa fazer isso o mais rápido possível,
mas não pode errar a seqüência. Eu vou fazer uma vez para o senhor (a
senhora) ver como é, depois o senhor (a senhora) vai fazer também uma vez
também.”
O examinador realiza o trajeto do modelo e, em seguida, o voluntário faz o
mesmo. Se houver qualquer tipo de erro, o examinador diz: “Espere um
momento. O senhor (a senhora) errou este número. Volte para o número ____
e continue”.
Figura 12 Versão do Teste de Deambulação Funcional realizada pelo
paciente (Parte A)
Instrução:
“Agora o senhor (a senhora) vai fazer a mesma coisa, mas os números vão de
1 a 25. Não precisa pisar nas bolinhas brancas, pode andar pisando na
parte preta também. Mas precisa ser o mais rápido possível e sem errar.” Se
houver erro, repetir o procedimento do modelo.
Figura 13 Exemplo realizado pelo examinador (Parte B)
Instrução:
“Agora o senhor (a senhora) deverá andar dentro deste retângulo, pisando nos
números e nas letras na ordem certa. Vai pisar primeiro num mero, depois
numa letra, depois num número de novo e assim por diante. A ordem vai ser:
1A, 2B, 3C, qual vem depois?” O voluntário deve responder 4D. Se a resposta
estiver errada, corrigir e explicar esse trecho novamente.
“Precisa fazer isso o mais rápido possível, mas não pode errar a seqüência. Eu
vou fazer uma vez para o senhor (a senhora) ver como é, depois o senhor (a
senhora) vai fazer também uma vez também.”
O examinador realiza o trajeto do modelo e, em seguida, o voluntário faz o
mesmo. Se houver qualquer tipo de erro, o examinador diz: “Espere um
momento. O senhor (a senhora) errou este número/ esta letra. Volte para o
número/ a letra ____ e continue”.
Figura 14 Versão do Teste de Deambulação Funcional realizada pelo
paciente (Parte B)
Instrução
“Agora o senhor (a senhora) vai fazer a mesma coisa, mas os números vão de
1 até 12 e as letras vão de A até M. Não precisa pisar só nas bolinhas brancas,
pode andar pisando na parte preta também. Mas precisa ser o mais rápido
possível e sem errar. Não se esqueça de que é sempre um número e depois
uma letra, um número e uma letra de novo, aaparecer a palavra FIM.” Se
houver erro, repetir o procedimento do modelo.
ANEXO C
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-HCFMUSP
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
_________________________________________________________________
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL
LEGAL
1. NOME: ............................................................................................................................................................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº : ........................................................................... SEXO : M F
DATA NASCIMENTO: ......../......../......
ENDEREÇO ........................................................................... Nº ............................ APTO: .............................
BAIRRO: ................................................................... CIDADE ........................................................................
CEP:................................................... TELEFONE: DDD (............) ..................................................................
2.RESPONSÁVEL LEGAL ....................................................................................................................................
NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc.) .......................................................................................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE :..........................................................................................SEXO: M F
DATA NASCIMENTO.: ....../......./......
ENDEREÇO: ...................................................................................... Nº ................... APTO: ..........................
BAIRRO: ...................................................................... CIDADE: ......................................................................
CEP: .......................................... TELEFONE: DDD (............)............................................................................
_______________________________________________________________________________________
DADOS SOBRE A PESQUISA
1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA: VALIDAÇÃO DE UM NOVO TESTE DE MARCHA PARA
IDOSOS: O TESTE DE DEAMBULAÇÃO FUNCIONAL (TDF)
2. PESQUISADOR: Mariana Callil Voos
CARGO/FUNÇÃO: Fisioterapeuta INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº 3/31192-F
UNIDADE DO HCFMUSP: Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional
3. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA: RISCO MÍNIMO X RISCO MÉDIO
RISCO BAIXO RISCO MAIOR
4.DURAÇÃO DA PESQUISA : 24 meses
1 O objetivo deste trabalho é estudar a capacidade de andar rápido e de mudar de direção. Isso é
importante para (1) conhecermos o desempenho de pessoas saudáveis para futuras comparações com
pacientes e com outros testes; (2) termos certeza de que esse teste serve para avaliar as pessoas e (3)
verificarmos se, com as repetições, as pessoas se tornam mais rápidas e erram menos.
2 O Senhor/ A Senhora deverá andar sobre uma superfície antiderrapante de 2,0 X 2,5 metros seguindo
uma seqüência. Na parte A, haverá números pretos de 1 a 25, dentro de círculos brancos. O tempo será
cronometrado e os erros (pisar no número errado) serão registrados. Na parte B, haverá números de 1 a
12 alternados com letras de A a M (exemplo: 1, A, 2, B, 3, C, etc.). No primeiro dia, o teste será realizado
oito vezes seguidas para a parte A e oito para a parte B. Uma semana depois, haverá uma reavaliação.
Tanto na primeira quanto na segunda sessão, outros testes serão realizados: ligar números e letras em
uma folha de papel, responder a algumas perguntas.
3 Um examinador permanecerá o tempo todo do experimento ao seu lado, para minimizar o risco de
desequilíbrio ou queda em todos os procedimentos propostos. A pressão arterial será medida diversas
vezes durante o estudo. Se a pressão arterial estiver acima do normal, o experimento será interrompido.
Será feito um teste de leitura para verificar sua capacidade visual.
4 O Senhor/ A Senhora poderá sentir cansaço ou desequilíbrio. Se houver algum desconforto, o
experimento será interrompido. Todas as pessoas que apresentarem risco de quedas ou dificuldades de
locomoção serão orientadas e encaminhadas ao ambulatório de fisioterapia.
5 Somente no final do estudo poderemos concluir a presença de algum benefício, mas é possível que
haja melhora da atenção e do equilíbrio com o procedimento realizado. Nesse caso, o ganho poderá ser
mantido com a realização dos exercícios parecidos com os realizados durante o experimento, que serão
orientados pelo examinador no final da segunda sessão.
6 O procedimento que poderá ser vantajoso é a execução repetida do Teste de Deambulação
Funcional.
7 Garantia de acesso: em qualquer etapa do estudo, o Senhor/ a Senhora terá acesso aos profissionais
responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. O principal investigador é a Ft.
Ms. Mariana Callil Voos, que pode ser encontrada na R Cipotânea, 51, Telefone 30917464. Se tiver
alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em
Pesquisa (CEP) Rua Ovídio Pires de Campos, 225 andar tel: 3069-6442 ramais 16, 17, 18 ou 20,
FAX: 3069-6442 ramal 26, email: [email protected].
8 É garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e deixar de participar do
estudo, sem qualquer prejuízo;
9 Direito de confidencialidade As informações obtidas serão analisadas em conjunto com outros
pacientes, não sendo divulgada a identificação de nenhum paciente;
10 O Senhor / a Senhora poderá ser mantido(a) atualizado(a) sobre os resultados parciais das
pesquisas, quando em estudos abertos, ou de resultados que sejam do conhecimento dos pesquisadores;
11 Despesas e compensações: não despesas pessoais em qualquer fase do estudo, incluindo
exames e consultas. Também não compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir
qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.
12 Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelos procedimentos ou tratamentos propostos
neste estudo (nexo causal comprovado), o participante terá direito a tratamento médico na Instituição.
13 Existe o compromisso do pesquisador de usar os dados e o material coletado somente para esta
pesquisa.
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para
mim, descrevendo o estudo: “Validação de um novo teste de marcha para idosos: o Teste de
Deambulação Funcional (TDF)”.
Eu discuti com a Ft. Ms. Mariana Callil Voos sobre a minha decisão em participar nesse estudo. Ficaram
claros para mim quais são os objetivos do estudo, os procedimentos, seus desconfortos e riscos, as
garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha
participação é gratuita e que tenho garantia do acesso a tratamento hospitalar quando necessário.
Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer
momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que
eu possa ter recebido, ou no meu atendimento neste Serviço.
------------------------------------------------------------------
Assinatura do paciente/representante legal
Data / /
---------------------------------------------------------------------
Assinatura da testemunha
Data / /
Para casos de pacientes menores de 18 anos, analfabetos, semi-analfabetos ou
portadores de deficiência auditiva ou visual.
(Somente para o responsável do projeto)
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e
Esclarecido deste paciente ou representante legal para a participação neste estudo.
-------------------------------------------------------------------------
Assinatura do responsável pelo estudo
Data / /
ANEXO D
Tabela 12: Resultados do teste post hoc de Tukey, realizado após ter sido
constatada a interação idade X escolaridade X avaliação X parte do teste
[F
22,704
=1,64; p=0,033]. Legenda: A: avaliação, TDF: Teste de Deambulação
Funcional.
Adultos Jovens Escolaridade alta - Parte A do Teste de Deambulação Funcional
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1 X A2
0,999
A3 X A5
0,999
A5 X A12
0,999
A1 X A3
0,999
A3 X A6
0,999
A6 X A7
0,999
A1 X A4
0,992
A3 X A7
0,999
A6 X A8
0,999
A1 X A5
0,955
A3 X A8
0,999
A6 X A9
0,999
A1 X A6
0,671
A3 X A9
0,999
A6 X A10
0,999
A1 X A7
0,371
A3 X A10
0,999
A6 X A11
0,999
A1 X A8
0,224
A3 X A11
0,999
A6 X A12
0,999
A1 X A9
0,982
A3 X A12
0,999
A7 X A8
0,999
A1 X A10
0,578
A4 X A5
0,999
A7 X A9
0,999
A1 X A11
0,371
A4 X A6
0,999
A7 X A10
0,999
A1 X A12
0,168
A4 X A7
0,999
A7 X A11
0,999
A2 X A3
0,999
A4 X A8
0,999
A7 X A12
0,999
A2 X A4
0,999
A4 X A9
0,999
A8 X A9
0,999
A2 X A5
0,999
A4 X A10
0,999
A8 X A10
0,999
A2 X A6
0,999
A4 X A11
0,999
A8 X A11
0,999
A2 X A7
0,999
A4 X A12
0,999
A8 X A12
0,999
A2 X A8
0,999
A5 X A6
0,999
A9 X A10
0,999
A2 X A9
0,999
A5 X A7
0,999
A9 X A11
0,999
A2 X A10
0,999
A5 X A8
0,999
A9 X A12
0,999
A2 X A11
0,999
A5 X A9
0,999
A10 X A11
0,999
A2 X A12
0,999
A5 X A10
0,999
A10 X A12
0,999
A3 X A4
0,999
A5 X A11
0,999
A11 X A12
0,999
Adultos jovens Escolaridade alta Parte B do Teste de Deambulação Funcional
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1 X A2
0,181
A3 X A5
0,999
A5 X A12
0,999
A1 X A3
0,002*
A3 X A6
0,973
A6 X A7
0,999
A1 X A4
0,001*
A3 X A7
0,851
A6 X A8
0,999
A1 X A5
0,001*
A3 X A8
0,578
A6 X A9
0,999
A1 X A6
0,001*
A3 X A9
0,999
A6 X A10
0,999
A1 X A7
0,001*
A3 X A10
0,738
A6 X A11
0,999
A1 X A8
0,001*
A3 X A11
0,168
A6 X A12
0,999
A1 X A9
0,001*
A3 X A12
0,168
A7 X A8
0,999
A1 X A10
0,001*
A4 X A5
0,999
A7 X A9
0,999
A1 X A11
0,001*
A4 X A6
0,999
A7 X A10
0,999
A1 X A12
0,001*
A4 X A7
0,999
A7 X A11
0,999
A2 X A3
0,999
A4 X A8
0,996
A7 X A12
0,999
A2 X A4
0,999
A4 X A9
0,999
A8 X A9
0,999
A2 X A5
0,998
A4 X A10
0,999
A8 X A10
0,999
A2 X A6
0,168
A4 X A11
0,851
A8 X A11
0,999
A2 X A7
0,997
A4 X A12
0,851
A8 X A12
0,999
A2 X A8
0,062
A5 X A6
0,999
A9 X A10
0,999
A2 X A9
0,018*
A5 X A7
0,999
A9 X A11
0,998
A2 X A10
0,999
A5 X A8
0,999
A9 X A12
0,998
A2 X A11
0,036*
A5 X A9
0,999
A10 X A11
0,999
A2 X A12
0,002*
A5 X A10
0,999
A10 X A12
0,999
A3 X A4
0,999
A5 X A11
0,999
A11 X A12
0,999
Adultos Maduros Escolaridade alta Parte A do Teste de Deambulação Funcional
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1 X A2
0,759
A3 X A5
0,999
A5 X A12
0,999
A1 X A3
0,032*
A3 X A6
0,999
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p
Comparações
p
Comparações
p
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Comparações
p
Comparações
p
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Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
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Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
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A1 X A5
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A3 X A8
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0,999
A1 X A6
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A6 X A10
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A3 X A4
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A5 X A11
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Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
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A1 X A7
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0,999
A1 X A8
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A10 X A11
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A5 X A10
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A10 X A12
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A5 X A11
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Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
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A5 X A12
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A3 X A7
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A1 X A8
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A1 X A11
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A7 X A10
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A1 X A12
0,001*
A4 X A7
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A7 X A11
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A2 X A3
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A4 X A8
0,999
A7 X A12
0,999
A2 X A4
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A4 X A9
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A8 X A10
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A8 X A11
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A2 X A10
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A5 X A8
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A9 X A12
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A10 X A12
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A3 X A4
0,999
A5 X A11
0,999
A11 X A12
0,999
Adultos Maduros - Escolaridade baixa - Parte B do Teste de Deambulação Funcional
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
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A3 X A8
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A6 X A9
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A6 X A10
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A1 X A7
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A3 X A10
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A6 X A11
0,420
A1 X A8
0,001*
A3 X A11
0,001*
A6 X A12
0,999
A1 X A9
0,001*
A3 X A12
0,001*
A7 X A8
0,999
A1 X A10
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A4 X A5
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A7 X A9
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A1 X A11
0,001*
A4 X A6
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A7 X A10
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A1 X A12
0,001*
A4 X A7
0,001*
A7 X A11
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A2 X A3
0,808
A4 X A8
0,001*
A7 X A12
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A2 X A4
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A4 X A9
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A8 X A10
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A2 X A6
0,001*
A4 X A11
0,001*
A8 X A11
0,999
A2 X A7
0,001*
A4 X A12
0,001*
A8 X A12
0,999
A2 X A8
0,001*
A5 X A6
0,999
A9 X A10
0,981
A2 X A9
0,001*
A5 X A7
0,999
A9 X A11
0,031*
A2 X A10
0,001*
A5 X A8
0,920
A9 X A12
0,102
A2 X A11
0,001*
A5 X A9
0,999
A10 X A11
0,999
A2 X A12
0,001*
A5 X A10
0,999
A10 X A12
0,999
A3 X A4
0,999
A5 X A11
0,015*
A11 X A12
0,999
Idosos Escolaridade baixa Parte A do Teste de Deambulação Funcional
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1 X A2
0,001*
A3 X A5
0,999
A5 X A12
0,999
A1 X A3
0,001*
A3 X A6
0,999
A6 X A7
0,999
A1 X A4
0,001*
A3 X A7
0,909
A6 X A8
0,999
A1 X A5
0,001*
A3 X A8
0,878
A6 X A9
0,999
A1 X A6
0,001*
A3 X A9
0,999
A6 X A10
0,999
A1 X A7
0,001*
A3 X A10
0,991
A6 X A11
0,999
A1 X A8
0,001*
A3 X A11
0,349
A6 X A12
0,999
A1 X A9
0,001*
A3 X A12
0,097
A7 X A8
0,999
A1 X A10
0,001*
A4 X A5
0,999
A7 X A9
0,999
A1 X A11
0,001*
A4 X A6
0,999
A7 X A10
0,999
A1 X A12
0,001*
A4 X A7
0,999
A7 X A11
0,999
A2 X A3
0,999
A4 X A8
0,999
A7 X A12
0,999
A2 X A4
0,240
A4 X A9
0,999
A8 X A9
0,999
A2 X A5
0,021*
A4 X A10
0,999
A8 X A10
0,999
A2 X A6
0,050*
A4 X A11
0,999
A8 X A11
0,999
A2 X A7
0,001*
A4 X A12
0,988
A8 X A12
0,999
A2 X A8
0,001*
A5 X A6
0,999
A9 X A10
0,999
A2 X A9
0,479
A5 X A7
0,999
A9 X A11
0,997
A2 X A10
0,001*
A5 X A8
0,999
A9 X A12
0,909
A2 X A11
0,001*
A5 X A9
0,999
A10 X A11
0,999
A2 X A12
0,001*
A5 X A10
0,999
A10 X A12
0,999
A3 X A4
0,999
A5 X A11
0,999
A11 X A12
0,999
Idosos Escolaridade baixa Parte B do Teste de Deambulação Funcional
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1 X A2
0,108
A3 X A5
0,023*
A5 X A12
0,001*
A1 X A3
0,001*
A3 X A6
0,001*
A6 X A7
0,999
A1 X A4
0,001*
A3 X A7
0,001*
A6 X A8
0,001*
A1 X A5
0,001*
A3 X A8
0,001*
A6 X A9
0,001*
A1 X A6
0,001*
A3 X A9
0,999
A6 X A10
0,999
A1 X A7
0,001*
A3 X A10
0,001*
A6 X A11
0,203
A1 X A8
0,001*
A3 X A11
0,001*
A6 X A12
0,001*
A1 X A9
0,001*
A3 X A12
0,001*
A7 X A8
0,014*
A1 X A10
0,001*
A4 X A5
0,479
A7 X A9
0,001*
A1 X A11
0,001*
A4 X A6
0,001*
A7 X A10
0,999
A1 X A12
0,001*
A4 X A7
0,001*
A7 X A11
0,752
A2 X A3
0,004*
A4 X A8
0,001*
A7 X A12
0,001*
A2 X A4
0,001*
A4 X A9
0,999
A8 X A9
0,001*
A2 X A5
0,001*
A4 X A10
0,001*
A8 X A10
0,562
A2 X A6
0,001*
A4 X A11
0,001*
A8 X A11
0,999
A2 X A7
0,001*
A4 X A12
0,001*
A8 X A12
0,999
A2 X A8
0,001*
A5 X A6
0,993
A9 X A10
0,001*
A2 X A9
0,001*
A5 X A7
0,700
A9 X A11
0,001*
A2 X A10
0,001*
A5 X A8
0,001*
A9 X A12
0,001*
A2 X A11
0,001*
A5 X A9
0,752
A10 X A11
0,999
A2 X A12
0,001*
A5 X A10
0,026*
A10 X A12
0,042*
A3 X A4
0,999
A5 X A11
0,001*
A11 X A12
0,999
Adultos Jovens X Adultos Maduros - Escolaridade alta - Parte A do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,999
A5
0,999
A9
0,999
A2
0,999
A6
0,999
A10
0,999
A3
0,999
A7
0,999
A11
0,999
A4
0,999
A8
0,999
A12
0,999
Adultos jovens X Adultos Maduros Escolaridade alta - Parte B do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,090
A5
0,873
A9
0,777
A2
0,073
A6
0,637
A10
0,873
A3
0,676
A7
0,527
A11
0,832
A4
0,785
A8
0,705
A12
0,926
Adultos Jovens X Idosos Escolaridade alta - Parte A do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,782
A5
0,999
A9
0,989
A2
0,997
A6
0,995
A10
0,999
A3
0,911
A7
0,998
A11
0,999
A4
0,995
A8
0,999
A12
0,999
Adultos Jovens X Idosos - Escolaridade alta - Parte B do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,001*
A5
0,106
A9
0,010*
A2
0,001*
A6
0,640
A10
0,414
A3
0,001*
A7
0,266
A11
0,220
A4
0,081
A8
0,293
A12
0,188
Adultos maduros X Idosos Escolaridade alta Parte A do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,999
A5
0,999
A9
0,999
A2
0,999
A6
0,999
A10
0,999
A3
0,999
A7
0,999
A11
0,999
A4
0,999
A8
0,999
A12
0,999
Adultos maduros X Idosos Escolaridade alta Parte B do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,003*
A5
0,999
A9
0,999
A2
0,663
A6
0,999
A10
0,999
A3
0,997
A7
0,999
A11
0,999
A4
0,999
A8
0,999
A12
0,108
Adultos Jovens X Adultos Maduros - Escolaridade baixa - Parte A do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,999
A5
0,999
A9
0,999
A2
0,999
A6
0,999
A10
0,999
A3
0,999
A7
0,999
A11
0,999
A4
0,999
A8
0,999
A12
0,999
Adultos jovens X Adultos Maduros Escolaridade baixa - Parte B do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,910
A5
0,999
A9
0,999
A2
0,999
A6
0,999
A10
0,999
A3
0,999
A7
0,999
A11
0,999
A4
0,999
A8
0,999
A12
0,999
Adultos Jovens X Idosos Escolaridade baixa - Parte A do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,001*
A5
0,590
A9
0,118
A2
0,024*
A6
0,301
A10
0,460
A3
0,209
A7
0,760
A11
0,770
A4
0,426
A8
0,695
A12
0,896
Adultos Jovens X Idosos - Escolaridade baixa - Parte B do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,001*
A5
0,001*
A9
0,001*
A2
0,001*
A6
0,001*
A10
0,001*
A3
0,001*
A7
0,001*
A11
0,001*
A4
0,001*
A8
0,001*
A12
0,001*
Adultos maduros X Idosos Escolaridade baixa Parte A do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,003*
A5
0,925
A9
0,401
A2
0,159
A6
0,797
A10
0,939
A3
0,709
A7
0,971
A11
0,994
A4
0,828
A8
0,955
A12
0,999
Adultos maduros X Idosos Escolaridade baixa Parte B do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,001*
A5
0,001*
A9
0,001*
A2
0,001*
A6
0,001*
A10
0,001*
A3
0,001*
A7
0,001*
A11
0,001*
A4
0,001*
A8
0,001*
A12
0,001*
Adultos jovens Escolaridade alta X escolaridade baixa Parte A do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,999
A5
0,999
A9
0,999
A2
0,999
A6
0,999
A10
0,999
A3
0,999
A7
0,999
A11
0,999
A4
0,999
A8
0,999
A12
0,999
Adultos jovens Escolaridade alta X escolaridade baixa Parte B do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,999
A5
0,999
A9
0,999
A2
0,697
A6
0,999
A10
0,999
A3
0,995
A7
0,999
A11
0,999
A4
0,999
A8
0,999
A12
0,999
Adultos maduros Escolaridade alta X escolaridade baixa Parte A do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,999
A5
0,999
A9
0,999
A2
0,999
A6
0,999
A10
0,999
A3
0,999
A7
0,999
A11
0,999
A4
0,999
A8
0,999
A12
0,999
Adultos maduros Escolaridade alta X escolaridade baixa Parte B do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,999
A5
0,999
A9
0,999
A2
0,999
A6
0,999
A10
0,999
A3
0,999
A7
0,999
A11
0,999
A4
0,999
A8
0,999
A12
0,999
Idosos Escolaridade alta X escolaridade baixa Parte A do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,003*
A5
0,999
A9
0,999
A2
0,602
A6
0,999
A10
0,999
A3
0,999
A7
0,999
A11
0,999
A4
0,999
A8
0,999
A12
0,999
Idosos Escolaridade alta X escolaridade baixa Parte B do TDF
Comparações
p
Comparações
p
Comparações
p
A1
0,001*
A5
0,001*
A9
0,001*
A2
0,001*
A6
0,001*
A10
0,001*
A3
0,001*
A7
0,001*
A11
0,001*
A4
0,001*
A8
0,001*
A12
0,001*
ANEXO E
Tabela 13: Escolaridade Média nos estados do Brasil nos Anos 2001 e 2005
ESTADO / REGIÃO
Escolaridade Média
GERAL
Escolaridade Média
ÁREAS URBANAS
Escolaridade Média
ÁREAS RURAIS
2001
2005
2001
2005
2001
2005
BRASIL
6,13
7,09
6,60
7,61
3,47
4,46
NORTE
6,05
6,44
6,05
7,08
-
4,47
Acre
5,92
5,97
5,92
7,04
-
3,39
Amapá
7,33
7,68
7,33
7,83
-
5,40
Amazonas
6,45
7,12
6,45
7,77
-
4,81
Pará
5,81
6,11
5,81
6,74
-
4,19
Rondônia
5,81
6,19
5,81
6,81
-
4,89
Roraima
5,82
7,02
5,82
7,34
-
5,75
Tocantins
5,21
6,31
5,94
6,97
3,36
4,27
NORDESTE
4,77
5,79
5,55
6,62
2,68
3,69
Maranhão
4,47
5,36
5,27
6,30
2,87
3,47
Piauí
4,31
5,26
5,50
6,48
2,19
3,24
Ceará
4,88
5,96
5,54
6,61
2,87
3,88
R.G.Norte
5,30
6,18
5,99
6,78
3,35
4,59
Paraíba
4,52
5,63
5,15
6,20
2,61
3,58
Pernambuco
5,17
6,14
5,89
6,85
2,92
3,74
Alagoas
4,15
5,01
4,90
5,87
2,52
3,29
Sergipe
5,15
6,06
5,77
6,64
2,66
3,50
Bahia
4,73
5,84
6,12
6,87
2,47
3,74
SUDESTE
6,83
7,82
7,05
8,05
4,03
5,18
E.Santo
6,20
7,45
6,69
7,93
4,10
4,99
M.Gerais
6,02
6,97
6,48
7,42
3,65
4,48
R.Janeiro
7,15
8,07
7,26
8,17
4,11
4,97
S.Paulo
7,14
8,15
7,27
8,27
5,00
6,17
SUL
6,53
7,56
6,89
8,00
4,36
5,51
Paraná
6,39
7,48
6,81
7,89
4,42
5,31
S. Catarina
6,66
7,85
7,13
8,27
4,69
5,87
R.G. Sul
6,58
7,49
7,04
7,95
4,67
5,50
C.OESTE
6,26
7,28
6,43
7,61
3,60
5,20
D.Federal
7,81
8,93
7,88
9,05
6,04
6,72
Goiás
5,92
6,96
6,18
7,23
4,13
5,04
M.Grosso
5,79
6,84
6,33
7,39
3,84
4,99
M.Grosso Sul
6,13
6,93
6,43
7,20
4,27
5,39
Fonte: http://www.seae.ma.gov.br/
ANEXO F
Tabela 14: Comparação das pontuações no TMT A e TMT B no presente
estudo com resultados de outros estudos que também investigaram a relação
da idade com a escolaridade
Estudo
(autores)
Escolaridade
(anos)
Adultos
maduros
(anos)
TMTA
(segundos)
TMTB
(segundos)
Idosos
(anos)
TMTB
(segundos)
Toumbaugh
(2004)
<11
60-69
39,1
91,3
70-74
109,9
≥11
33,8
67,1
86,2
Hester et al.
(2005)
<11
60-69
43,6
103,4
70-74
106,3
≥11
36,7
81,5
101,7
Seo et al.
(2006)
8
60-69
68,3
185,1
70-74
190,5
≥10
56,2
159,8
163,8
Hashimoto et
al. (2007)
<11
não
avaliado
não
avaliado
não
avaliado
70-74
190,6
≥11
154,4
Zalonis et al.
(2007)
<9
45-65
59,2
146,1
60-80
165,3
>13
45,5
94,5
140,3
Ashendorf et
al. (2008)
<16
55-74
33,5
79,0
75-98
103,0
≥16
29,0
61,0
88,0
Presente
estudo
<11
50-64
39,3
80,8
65-79
173,0
≥11
33,4
65,1
87,1
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