Quando perguntados sobre os critérios de identificação dos alunos com
AH/SD, ou seja, quais os norteadores do processo de identificação destes alunos os
professores em geral apontaram para a eleição do modelo de Renzulli para apoiar o
processo, tal como exemplificado nas transcrições das comunicações verbais
enunciadas, a seguir:
PFC2: Aqui de identificação? [...] aqui no NAAH/S eu chamo muito de pente fino porque [...]
quando a equipe de intinerancia sai para captar esse aluno um dos critérios é trazer a cópia
do boletim e é nesse caso que eu não tenho uma visão diferenciada por quê? Porque esse
aluno nem sempre vai estar ali, no boletim, com mérito bom em termos de nota então quando
eu falo pente fino é nesse sentido, pois vem para o NAAH/S o aluno nota dez e eu observo
que fica para trás aquele que realmente precisa de um socorro, por quê? Porque ele tem AH,
mas ele não é compreendido, ele não tem estimulo, e tudo isso leva ele a não ter
envolvimento com a tarefa e conseqüentemente não apresenta notas boas e esse sim precisa
ser olhado e é nisso que o NAAH/S fica para trás. Então eu bato muito nessa tecla, pois
precisa se ter esse aluno aqui, precisa-se compreender quem é esse aluno pois, tem essa
questão do produtivo e se for por causa de produção ele de alguma forma produz, nós não
temos nenhum aluno desse aqui, porque o critério de observação é esse, poxa no caso que
nós temos aqui ele não tem tanta necessidade do atendimento especializado, ele lê, corre
atrás daquilo que interessa para ele então por si só eles procuram, aquele que nós deixamos
para trás esse sim precisa de um olhar diferenciado, uma ajuda, pois ele acaba sendo
repetente, como nós tivemos casos então acho que o programa deveria dar uma olhada
nesses alunos.
PFC3: […] o processo de identificação inclui todo essa abordagem teórica, metodológica das
AH são aplicados testes psicológicos, escalas de criatividades, até mesmos testes
psicológicos padronizados são utilizados, mas eles não dão o veto final, o modelo que nós
usamos de caracterização das AH é o de Renzulli que aborda o aluno sobre três pontos de
vista se ele tem criatividade, comprometimento com a tarefa e habilidade acima da média
então ele tem indícios de AH […].
PFC5: Nós temos aqui vários questionários todos em cima da linha de Renzulli então nós
fazemos essa observação a partir deles […] é uma gama muito grande de atividade de forma
diferenciada, atividades que mostram percepção, liderança, mostra o potencial, da lingüística,
lógico-matemático, sabe as inteligências múltiplas todas elas tem atividade em cima delas.
PFC9: [...] não entendo só sei que alguns são testes psicológicos, mas acho que são validos
e a única coisa que eu posso te falar é em cima dos dados que eu obtenho de cada aluno que
eu vou trabalhar então tenho acesso a pasta de cada aluno.
O modelo de Renzulli (1978, 1986) se apresenta sob três pontos de vista
determinantes para AH/SD, o envolvimento com a tarefa, a capacidade acima da
média e a criatividade podendo ser estes os primeiros indícios percebidos pelo
professor. E, mediante a eleição deste modelo, o discurso dos entrevistados revela
que o processo de identificação se sustenta em testes padronizados que privilegiam
as habilidades acadêmicas.
Por sua vez, quando o processo de identificação é discutido na Rede de
Colaboração na Universidade, durante a 2ª reunião (vide quadro 5), as
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