Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE UNESC
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE - PPGCS
CARMEM LÚCIA AGUIAR GRANDI
RELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS SÉRICOS DO FATOR
NEUROTRÓFICO DERIVADO DO CEREBRO,ENOLASE NEURÔNIO
ESPECIFÍCO E S100β E A OCORRÊNCIA DE DELIRIUM EM UMA
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
CRICIÚMA-SC, JANEIRO DE 2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
1
CARMEN LÚCIA AGUIAR GRANDI
RELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS SÉRICOS DE FATOR
NEUROTRÓFICO DERIVADO DO CÉREBRO, ENOLASE NEURÔNIO
ESPECIFÍCO, S10 E A OCORRÊNCIA DE DELIRIUM EM UMA
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Dissertação do Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Saúde para obtenção do titulo de Mestre em
Ciências da Saúde.
Orientadora Profª. Dra. Cristiane Ritter
Co-orientador Prof.Dr. Felipe Dal Pizzol
CRICIUMA-SC, JANEIRO DE 2010.
ads:
2
Dedico esta dissertação à
meu esposo, Leví , aos
meus filhos, Rodrigo e Paula e
ao meu afilhado Evandro
que me dão inspiração e
coragem para prosseguir
durante todos os momentos de
minha vida.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
F G753r Grandi, Carmen Lúcia Aguiar.
Relação entre os níveis séricos de fator neurotrófico
derivado do cérebro, enolase neurônio específico, S100ß e a
ocorrência de delirium em uma unidade de terapia intesiva /
Carmen Lúcia Aguiar Grandi; orientadora: Cristiane Ritter;
co-orientador: Felipe Dal Pizzol. Criciúma : Ed. do Autor,
2010.
56 f. : il. ; 30 cm.
Dissertação (Mestrado) - Universidade do Extremo Sul
Catarinense, Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Saúde, Criciúma, 2010.
1. Doenças mentais . 2. Fator neurotrófico derivado do
cérebro. 3. Fosfopiruvado hidratase. 4. Delírio. I. Título.
CDD. 21ª ed. 616.89
Bibliotecária Eliziane de Lucca CRB 1101/14ª -
Biblioteca Central Prof. Eurico Back - UNESC
3
4
Agradeço aos Professores e Amigos
Cristiane Ritter e Felipe Dal Pizzol pela
dedicação e confiança dispensados durante
todas as etapas deste mestrado. Agradeço
aos meus colegas e amigos;Cassiana
Mazzon Fraga,Fernando Schimitz de
Figueredo,Cristiane Damiani Tomazi pela
amizade e paciência.Agradeço ao meu
esposo e aos meus filhos pelo amor e
tolerância incondicionais.
5
Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra
(Hino Rio-Grandense-Francisco Pinto da Fontoura)
6
RESUMO
Introdução: Determinar a associação entre concentrações séricas de fator
neurotrófico derivado do cerebro (BDNF), enolase neurônio-específica (NSE) e
S100β e a ocorrência de delirium em pacientes críticos. Métodos: estudo caso-
controle com 30 pacientes com delírium e 30 controles, pareados em uma UTI geral
de 16 leitos. Concentrações séricas de BDNF, NSE e S100β foram determinadas
por ELISA, no momento da admissão na UTI e no primeiro dia antes do delírium ser
diagnosticado. Delirium foi diagnosticado pela CAM-UTI. Resultados: Na internação
na UTI, os níveis séricos de BDNF foram significativamente maiores em pacientes
com delirium do que nos controles sem delirium (2,89 ± 1,48 vs 1,79 ± 0,89,
respectivamente). Quando comparamos os níveis séricos S100β , não houve
diferenças significativas entre os grupos. Valores de NSE foram significativamente
mais elevados nos pacientes com delirium que nos controles sem delirium (0,79 ±
0,03 vs 0,59 ± 0,01, respectivamente). Conclusões: Nossos resultados sugerem
que o BDNF sérico e NSE está associado com a ocorrência de delirium nos
pacientes internados em UTI.
Palavras-chave: delirium, danos cerebrais, UTI, biomarcadores
7
ABSTRACT
Introduction: To determine the association between serum concentrations of brain
derived neurotrophic factor (BDNF), neuron-specific enolase (NSE) and S100β and
the occurrence of delirium in critically ill patients. Methods: This case-control study
included 30 patients with delirium and 30 matched controls in a 16-bed general ICU.
Serum BDNF, NSE and S100 concentrations were determined by ELISA assays at
the time of ICU admission and on the day before delirium was diagnosed. Delirium
was diagnosed by CAM-ICU. Results: At ICU admission, serum BDNF levels were
significantly higher in delirious patients than in non-delirious controls (2.89 ± 1.48 vs.
1.79 ± 0.89, respectively). When we compared serum S100 levels, there were no
significant differences between the groups. NSE values were significantly higher in
the delirious patients than in the non-delirious controls (0.79 ± 0.03 vs 0.59 ± 0.01,
respectively). Conclusions: Our results suggest that serum BDNF and NSE levels
are associated with the occurrence of delirium in ICU patients.
Key Words: delirium, brain damage, ICU, biomarkers
LISTA DE ABREVIATURAS
8
BDNF = fator neurotrófico derivado do cérebro
NSE = enolase neurônio especifica
UTI = Unidade de Terapia Intensiva
ELISA = Enzyme linked immuno sorbent assay
CAM-ICU = Método de avaliação de confusão na unidade de terapia intensiva
SNC = Sistema Nervoso Central
RAAS =Escala de agitação e sedação de Richmond
APACHE II = Acute Physiology end Chronic Health Evaluation II
SOFA = Sequential organ failure assessment
SUMÁRIO
9
1.Introdução.........................................................................................................
09
1.1. Delirium ........................................................................................................
09
1.1.1 Conceito .....................................................................................................
09
1.1.2 Incidência ...................................................................................................
10
1.1.3 Diagnóstico .................................................................................................
10
1.1.4 Fator de Risco ............................................................................................
11
1.1.5 Fisiopatologia .............................................................................................
11
1.2 Marcadores Séricos de Lesão Cerebral ........................................................
13
1.2.1 Conceito .....................................................................................................
13
1.2.2 Enolase ......................................................................................................
13
1.2.3 S100β ........................................................................................................
14
1.2.4 BDNF .........................................................................................................
15
2. Objetivos .........................................................................................................
17
2.1 Objetivo Geral ...............................................................................................
17
2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................
17
Artigo ...................................................................................................................
19
3. Discussão ........................................................................................................
31
Referências...........................................................................................................
37
Anexos ................................................................................................................
42
1. INTRODUÇÃO
10
1.1-Delirium
1.1.1-Conceito
O delirium é definido como uma síndrome mental orgânica transitória e
flutuante de início agudo, caracterizada por transtorno global das funções cognitivas,
reduzido nível de consciência, anormalidades atencionais, atividade psicomotora
aumentada ou diminuída e desordem no ciclo vigíliasono.
O delirium é caracterizado por mudança aguda e flutuante no estado
mental, característica esta que o diferencia de demência, desatenção, pensamento
desorganizado e alteração do nível de consciência que podem ou não ser
acompanhados de agitação, ocorre em curto período (horas ou dias) é geralmente
reversível. Apesar de o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos (DSM-IV)
(AMERICAM PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2000) apresentar critérios para o
diagnóstico de delirium, um grande número de questões existem sobre o diagnóstico
de delirium no paciente criticamente enfermo. Um grande número de características
do paciente criticamente enfermo restringe o uso de instrumentos de diagnóstico de
delirium, estas incluem: inabilidade do paciente em ventilação mecânica em uso de
tubo oro-traqueal de participar de escalas que apresentam componente de resposta
verbal, instabilidade hemodinâmica e clínica que impossibilitam o uso de
instrumentos diagnósticos demorados, entre outras (ELY et al., 2004).
Recentemente tem se dado maior importância no impacto do delirium na
morbi-mortalidade do paciente criticamente enfermo. A ocorrência de delirium é
associada a maior risco para mortalidade intra-hospitalar,maior permanência na UTI
e maiores gastos com saúde. A disfunção cognitiva associada ao delirium pode
persistir por um longo tempo após a alta da UTI, tendo impacto significativo na
11
funcionalidade e na qualidade de vida do paciente,gerando maior taxa de
institucionalização (ELY et al., 2004).
1.1.2-Incidência
Delirium é a disfunção cerebral aguda mais comum em pacientes
internados em UTI, com uma incidência que varia enormemente de 16 a 89%,
ocorrendo em até 60 a 80% dos pacientes mecanicamente ventilados, mais de 60%
dos episódios de delirium passam desapercebidos nestas unidades. Esta
variabilidade é conseqüência de diferenças metodológicas em relação aos
instrumentos utilizados para o diagnóstico de delirium, as populações incluídas, o
nível de treinamento para reconhecer o delirium,entre outras. Diversas ferramentas
estão disponíveis para determinar a presença de delirium em pacientes não
internados na UTI (ELY et al., 2001).
1.1.3-Diagnóstico
Duas escalas desenhadas para pacientes em ventilação mecânica foram
validadas para o diagnóstico de delirium no paciente criticamente enfermo; a
Intensive Care Delirium Screening Checklist (ICDSC) e a Confusion Assessment
Method-ICU (CAM-ICU). Além destas existem outras escalas desenhadas para
pacientes criticamente enfermos:a) Cognitive Test for Delirium (CTD); b) escala
NEECHAM; c) Delirium Detection Score (6). Apesar de que diretrizes de grandes
sociedades de terapia intensiva recomendam a avaliação regular do delirium na UTI,
em geral menos de 40% dos médicos intensivistas tem este tipo de conduta. Isto
pode estar associado a poucas descrições do uso de escalas de delirium fora dos
centros onde as mesmas foram validadas, sendo na maioria dos casos estas
12
ferramentas preenchidas por pesquisadores e não pelos médicos a beira do leito.
Recentemente delirium tem sido reconhecido por alguns como o sexto sinal vital, e
recomenda-se que sua avaliação seja uma parte da rotina na UTI (ELY et al., 2004).
1.1.4-Fatores de Risco
Diversos fatores de risco tem sido descritos para o desenvolvimento de
delirium, a maioria deles descritos para coortes de pacientes não criticamente
enfermo e podem ser categorizados como: a) condição pré-existente do paciente
(idade avançada, pré existência de demência, história de depressão, doença
hepática, doença renal); b) condição aguda do paciente (overdose de drogas,
infecção, evento cirúrgico de grande porte) e c) fatores iatrogênicos ou ambientais
(uso de sedativos, alimentação enteral, cateter venoso central) (BROWN et al., 2002;
MAX et al., 2008).
1.1.5-Fisiopatologia
Apesar de a fisiopatologia do delirium não ser bem determinada,
provavelmente deva ter origem multifatorial. Embora os mecanismos precisos
permaneçam desconhecidos, dois deles parecem ter maior mérito, as alterações de
neurotransmissores e a lesão cerebral difusa (oculta).
É provável que estes mecânismos estejam relacionados às alterações
nas concentrações de neurotransmissores, que modulem o controle da função
cognitiva, comportamento e humor (acetilcolina, serotonina, dopamina, noradrenalina
e GABA) (MARCANTONIO et al., 2006).
Duas hipóteses tentam explicar a disfunção nos sistemas de
neurotransmissores; a diminuição do metabolismo oxidativo e o aumento de
13
citocinas em situações de estresse físico e esses mecânismos podem interagir entre
si (GUNTER et al., 2008).
Uma percentagem significativa de pacientes que desenvolvem delirium na
UTI continuam a apresentar sintomas como alterações cognitivas e estão mais
propensos a desenvolver demência do que pacientes sem delirium (GUNTER et al.,
2008). Estas observações levantam a possibilidade de que algum grau de lesão
cerebral difusa ocorre como conseqüência de hipóxia, hipoperfusão, citocinas e
inflamação, com consequente trombose microvascular que caracterizam a disfunção
orgânica múltipla das doenças graves (GUNTER et al., 2008).
Uma das dificuldades em evidenciar lesão cerebral é a aparente
necessidade de amostras de tecido para provar que a lesão no cérebro realmente
ocorreu. No entanto estudos de acidente vascular cerebral, trauma, cirurgia
cardíaca, associados com lesão cerebral, mostram que os marcadores séricos de
danos cerebrais se correlacionam bem com a extensão dos danos do sistema
nervoso central (RECH et al., 2006; ROUTSI et al., 2006). Embora as seqüelas do
delirium permaneçam incertas é provável que pelo menos alguns casos de delirium
resultem em lesão neuronal direta, logo biomarcadores séricos que detectem injúria
neuronal podem ser apropriados para acompanhar o início, evolução e prováveis
seqüelas cognitivas de delirium.
Enolase neurônio especifica (NSE), S100β e BDNF (Fator Neurotrófico
Derivado do Cérebro), são marcadores que podem ser usados para procurar
evidencias de lesão cerebral associada com delirium em pacientes graves (CAO et
al., 2008).
1.2-Marcadores séricos de lesão cerebral
1.2.1-Conceito
14
Marcadores séricos são parâmetros bioquímicos ou moleculares
associados com a presença e ou severidade de um estado específico de doença,
mensurados por uma variedade de métodos.
Três tipos de biomarcadores surgem em determinados estados da
doença; marcadores de risco (allelo E4-Alzheimer), marcadores de doença (CA-
125;ovário), marcadores de produtos finais da doença; lesão neuronal (S100β,
enolase neurônio especifica-NSE), lesão muscular (CK), lesão miocárdica (CKMB).
Embora as seqüelas do delirium permaneçam incertas é provável que pelo menos
alguns casos de delirium resultam em lesão neuronal direta, logo biomarcadores
séricos que detectam injuria neuronal podem ser apropriados para acompanhar o
início, evolução e seqüelas cognitivas de delirium (Meyer & Hall, 2006).
1.2.2-Enolase (NSE-Neuron Especific Enolase)
Enzima intracitoplasmatica encontrada quase exclusivamente nos
neurônios e nas células neuroendócrinas existindo, em situações normais em
quantidade desprezível no sangue periférico, juntamente com a S100β é
considerada um dos marcadores mais promissores de dano cerebral
(INGEBRIGTSEN et al., 2002). A enolase é uma enzima glicolítica que converte 2-
fosfo-D glicerato em fosfoenolpiruvato. As isoenzimas enolases neurais específicas
(NSE) estão presentes quase que exclusivamente no citoplasma dos neurônios e
células neuroendócrinas. A enolase é o único marcador que avalia diretamente dano
funcional aos neurônios liberada passivamente por destruição celular e suas
concentrações aumentadas, após o dano neural, podem ser mensuradas em sangue
periférico ou líquor (PELINKA et al., 2005; VOS et al., 2004).
15
A especificidade da enolase é alta e a variabilidade relacionada a sexo e
idade é baixa. Níveis de enolase aumentados foram encontrados no sangue e no
líquor de pacientes com acidente vascular encefálico, hemorragia intracerebral e
após ressuscitação cardio-pulmonar (MEYNAAR et al., 2003; SCHOERKHUBER et
al., 1999). A enolase também aumenta e se associa com lesão cerebral em
pacientes com sepse grave e choque séptico (NGUYEN et al., 2006). Células
tumorais nos neuroblastomas e carcinomas de pequenas células pulmonares são
capazes de produzir enolase.
1.2.3-S100β
Proteína citosólica dimérica do tipo ligadora de cálcio (RAABE et al.,
2002). Ela tem peso aproximado de 21 kDa e existe em várias formas, dependendo
de sua estrutura de cadeias α e β. A forma ββ, que é chamada de S100β, é
encontrada na astroglia e células de Schwann. A S100β é altamente específica para
tecido do sistema nervoso central, assim como para células de melanoma maligno.
Contudo, também pode ser encontrada em outros tecidos, como o adiposo. O
aparecimento da S100β no soro pode indicar dano cerebral e aumento na
permeabilidade da barreira hemato-encefálica. O pico máximo de concentração
ocorre após 20 minutos, sendo ela metabolizada no rim e excretada na urina (meia-
vida aproximada entre 30 e 113 minutos). Pode ser medida em sangue arterial ou
venoso, não é afetada por hemólise, e mantém-se estável por horas, sem
necessidade de centrifugação e congelamento imediatos da amostra. Níveis
elevados de S100β têm sido relatados após TCE, acidente vascular encefálico,
hemorragia subaracnóide e no pós-operatório de cirurgia cardíaca, quando evolui
com complicações neurológicas (CAO et al., 2008; PELINKA et al., 2003; PETZOLD
16
et al., 2002). A S100β também se mostrou elevada em pacientes com choque
hemorrágico, estando relacionada com a severidade do choque e hipoperfusão
(SAVOLA et al., 2004). Especificamente em estudos envolvendo TCE os níveis de
S100β e NSE se correlacionam com a intensidade e extensão da lesão cerebral.
Além disso, S100β esta aumentada em pacientes com TCE leve e que apresentam
sintomas neuropsicológicos, sem apresentarem alterações evidentes em exames de
imagem (TC), o que sugere que esta proteína apresenta uma grande sensibilidade
para detectar alterações cerebrais sutis e que podem ter prognóstico neurológico
desfavorável (BIBERTHALER et al., 2006).
1.2.4-BDNF (Fator neurotrófico derivado do cérebro)
Fatores neurotróficos constituem o grupo heterogêneo de polipeptídios
solúveis, que permitem, sobrevivência, diferenciação, manutenção e quando
possível, a regeneração axonal no SNC. Os fatores neurotróficos compõem duas
principais famílias: a das neurotrofinas (NT) e a do fator neurotrófico derivado da glia
(GDNF). Os principais componentes da primeira são: o fator de crescimento neural,
o BDNF fator a NT-3 e a NT-4/5. Por apresentar funções extremamente relevantes
as neurotrofinas tem papel fundamental em diferentes funções fisiológicas como
formação da memória, plasticidade neural, controle da função sináptica (GRIESACH
et al., 2008).
BDNF parece ser molécula chave na neuroplasticidade. Ele é expresso
em ltiplos tipos celulares, incluindo os neurônios e células da glia. A expressão
aumentada do BDNF no sistema nervoso central, em resposta a vários estímulos,
sugere um papel neuroprotetor para esta neurotrofina. Particularmente, respostas
17
inflamatórias parecem estar envolvidas na expressão aumentada de BDNF (SAHA et
al., 2006).
BDNF vem sendo pesquisado em várias desordens neurológicas e
psiquiátricas. No TCE, estudos experimentais em ratos têm demonstrado aumentos
no RNAm de BDNF no hipocampo, dentro das primeiras 24 horas após o trauma.
Estudos dos níveis séricos de BDNF em pacientes vítimas de TCE grave mostram
níveis séricos elevados de BDNF nas primeiras horas após o TCE, havendo
correlação dos níveis séricos de BDNF com desfecho fatal em pacientes com TCE
grave isolado (RODRIGUES et al., 2008).
2. OBJETIVOS
18
2.1- Objetivo Geral
O objetivo geral deste estudo é avaliar possíveis marcadores séricos de
delirium em uma UTI.
2.2- Objetivos Específicos
Dosar níveis ricos de enolase (NSE) em pacientes com e sem delirium na
admissão e um dia antes do diagnóstico de delirium
Dosar níveis séricos de S100ß em pacientes com e sem delirium na admissão
e um dia antes do diagnóstico de delirium
Dosar níveis séricos de fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) em
pacientes com e sem delirium na admissão e um dia antes do diagnóstico de
delirium
Este artigo foi submetido à Intensive Care Med
19
Brain-derived neurotrophic factor and neuron-specific enolase, but not S100β, levels
are associated to delirium in intensive care unit patients.
Brain-derived neurotrophic factor and neuron-specific enolase, but not S100β, levels are
associated to delirium in intensive care unit patients
20
Carmen Grandi
1,4
, Cristiane Damiani Tomasi
1
, Keiti Fernandes
1
, Laura Stertz
3
,
Flávio Kapczinski
3
, João Quevedo
2
, Felipe Dal-Pizzol
1,4
, and Cristiane Ritter
1,4
1
Laboratório de Fisiopatologia Experimental, Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Saúde, Unidade Acadêmica de Ciências da Saúde, Universidade do Extremo Sul Catarinense,
88806-000 Criciúma, SC, Brazil;
2
Laboratório de Neurociências and Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional
em Medicina, Programa de Pós-Graduação Ciências da Saúde, Unidade Acadêmica de
Ciências da Saúde, Universidade do Extremo Sul Catarinense, 88806-000 Criciúma, SC,
Brazil;
3
Laboratório de Psiquiatria Molecular and Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
Translacional em Medicina, Centro de Pesquisas, Hospital de Clínicas de Porto Alegre,
90035-003 Porto Alegre, RS, Brazil;
4
Centro de Tratamento Intensivo, Hospital São José, Criciúma, SC, Brazil.
To request reprints contact: Prof. Felipe Dal-Pizzol, MD, PhD - Laboratório de Fisiopatologia
Experimental, PPGCS, UNASAU, Universidade do Extremo Sul Catarinense, 88806-000
Criciúma, SC, Brazil. E-mail: [email protected]
21
Abstract
Introduction: To determine the association between serum concentrations of brain-derived
neurotrophic factor (BDNF), neuron-specific enolase (NSE) and S100β and the occurrence of
delirium in critically ill patients.
Methods: This case-control study included 30 patients with delirium and 30 matched controls
in a 16-bed general ICU. Serum BDNF, NSE and S100 concentrations were determined by
ELISA assays at the time of ICU admission and on the day before delirium was diagnosed.
Delirium was diagnosed by CAM-ICU.
Results: At ICU admission, serum BDNF levels were significantly higher in delirious patients
than in non-delirious controls (2.89 ± 1.48 vs. 1.79 ± 0.89, respectively). When we compared
serum S100 levels, there were no significant differences between the groups. NSE values
were significantly higher in the delirious patients than in the non-delirious controls (0.79 ±
0.03 vs 0.59 ± 0.01, respectively).
Conclusions: Our results suggest that serum BDNF and NSE levels are associated with the
occurrence of delirium in ICU patients.
Key Words: delirium, brain damage, ICU, biomarkers
22
Introduction
Delirium is an acute change in mental status marked by a fluctuating course of
impaired attention, disorganized thinking and disturbance of consciousness. In intensive care
units (ICUs), delirium is associated with higher rates of morbidity and mortality (1). Despite
previous research, the pathophysiology of delirium is not well understood, and there is little
data on delirium pathophysiology in ICU patients (2).
Delirium is thought to be the result of alterations in neurotransmission, inflammation,
and/or cerebral blood flow (2). These alterations could be associated with cell death in the
central nervous system (CNS), but there is no direct evidence of neuron/glial cell death in
delirious patients. Neuron-specific enolase (NSE) is the γ-subunit of enolase present primarily
in the cytoplasm of neurons (3). S100β is a dimeric calcium-binding protein with α and β
subunits; the β subunit is highly specific to the brain and is synthesized in glial cells
throughout the central nervous system (3). Brain-derived neurotrophic factor (BDNF) is an
important member of the neurotrophin family and has many effects on the nervous system,
particularly on neuronal growth, differentiation and repair (4). Low concentrations of these
substances are present in the plasma of healthy subjects, while high plasma concentrations are
found after neuronal damage (3,4). Therefore, BDNF, NSE and S100β assays have been used
as biomarkers of neuronal and glial damage in patients with a variety of serious illnesses
(3,4).
This study was designed to determine the association between serum concentrations of
BDNF, NSE and S100β and the occurrence of delirium in critically ill patients.
Materials and Methods
23
This study was approved by the university’s institutional review board and informed
consent was obtained from participating patients or their families. The study recruited all
patients admitted to a 16-bed general ICU for more than 24 hours between May and July of
2008 (n=100) that were followed until ICU discharge. Patients were excluded because of
previous neurological disease (previous stroke, cerebral palsy, etc.) (n=5), active seizure
disorder (n=1), Child-Pugh class B or C cirrhosis (n=1), alcohol abuse (n=2), severe dementia
(n=4), pregnancy (n=0) and either a severe hearing disability or an inability to understand
Portuguese (which would prevent the evaluation for delirium) (n=2). This information was
obtained through medical record reviews and interviews with patients and their families. In
addition, those patients whose level of consciousness was between RASS -4 and -5 for 3 days
or more were excluded (n=24).
Retrospectively, from this cohort we derived a case-control study including 30 patients
with delirium. These patients were matched by sex, age, disease severity, sedative use (the
mean day dose), need for mechanical ventilation (and the duration of mechanical ventilation),
presence of hypotension and need for vasopressor therapy to 30 non-delirious patients. The
selection of cases and controls was done before the measurements of biomarkers. Relevant
clinical information was collected from computerized medical record data.
The confusion assessment method for the intensive care unit (CAM-ICU) was used to
assess delirium, twice a day, until the patients were discharged from the ICU (5). Sedation
levels were measured with the Richmond agitation-sedation scale (RASS) (6). Patients were
categorized as delirious if they had a RASS score of -3 or greater (i.e., -3 to +4) and a positive
CAM-ICU score. Coma was defined as a RASS score of -4 (responsive only to physical
stimulus) or -5 (unresponsive to physical stimulus). Delirium evaluation was performed by the
same person during all study period.
24
Venous blood samples were collected daily in anticoagulant-free tubes until ICU
discharge. Immediately after they were collected, blood samples were placed on ice,
centrifuged at 2,000 rpm and stored at -80°C. Serum BDNF, NSE and S100β concentrations
were determined by ELISA commercial assays according to the manufacturer’s instructions;
these concentrations were measured at the time of ICU admission and on the day before
delirium was diagnosed. The serum markers of control patients were measured at the time of
ICU admission and at a later time corresponding to the measurement from a matched delirious
patient. Venous blood used to determine biomarkers were selected retrospectively. BDNF,
NSE and S100 were expressed as ng/ml.
Data were normally distributed and comparisons between means were performed with
a t-test or chi-square depending on variable characteristic; p<0.05 was considered to be
statistically significant.
Results
The mean age of delirious patients was 53.6 years, while the mean age of non-
delirious patients was 47 years (p=0.35). There were no significant differences in the
APACHE II or SOFA scores of the two groups or in the need for mechanical ventilation
(Table 1). Most patients were admitted for cardiovascular reasons (15%), and there were no
significant differences between the groups in admission diagnosis (Table 1). The average
duration of delirium was 2.5 (± 1.5) days, and delirium most often occurred on day 7 (17.5%).
On the day of ICU admission, serum BDNF levels were significantly higher in patients
who became delirious than in those who did not (2.89 ± 1.48 vs. 1.79 ± 0.89, respectively, p
<0.01). When we compared serum S100β levels, we found no significant differences between
the delirious and non-delirious groups (0.83 ± 0.48 vs. 0.88 ± 0.41, respectively). In addition,
NSE values were significantly higher in the patients who became delirious than in those who
25
did not (0.79 ± 0.03 vs 0.59 ± 0.01), respectively, p<0.01). All of these levels decreased
during the ICU stay (between admission and the day before delirium was diagnosed);
however, the degree of decrease was not associated with delirium (Table 1).
Discussion
Our study showed that admission serum BDNF and NSE levels are significantly
higher in patients who develop delirium in the ICU. S100β concentrations did not differ
between delirious and non-delirious patients. These brain injury markers have been previously
studied in the setting of critical care medicine, primarily after traumatic brain injury, stroke
and cardiac arrest (5,6). In addition, Routsi and cols demonstrated that serum levels of S100β
are elevated in critically ill patients, in the absence of an apparent brain damage (9), but these
authors did not certify if those patients have delirium (10). To the best of our knowledge, this
is the first study that demonstrates a relationship between these markers and delirium in
critically ill patients.
We expected that higher BDNF levels would be associated with a lower occurrence of
delirium, since low levels of this neurotrophin are associated with neuropsychiatric diseases
(11, 12). Instead, experimental studies have demonstrated that BDNF exaggerates the loss of
parvalbumin-positive cells and causes the death of striatal interneurons following a stroke
(13). The observation of higher NSE levels in delirious patients when they were admitted to
the ICU reinforces these findings. It is interesting that only the concentrations of BDNF and
NSE on admission are associated with the development of delirium. This observation suggests
that the alterations associated with the development of delirium occur in the pre-ICU setting
or soon after admission. It is possible that serum BDNF and NSE levels reflect predisposing
conditions (such as genetic traits or conditions related to premorbid characteristics) that
influence the development of delirium in critically ill patients.
26
In the adult brain, ischemic insults lead to marked increases in the BDNF levels of
cortical and hippocampal neurons; some researchers have suggested that these changes in
endogenous BDNF levels may be a neuroprotective response (3). We expected that, during an
ICU stay, both BDNF levels and markers of CNS cell injury would increase over time,
particularly in delirious patients. This increase did not occur, however, which suggests that
the critical illness and the occurrence of delirium are not associated with significant CNS cell
death and repair. This is an interesting finding that must be further examined in future studies.
S100β was not associated with delirium in this study. Although it is synthesized in
glial cells, this marker is not specific to brain injury (4). This lack of specificity could, in part,
explain the lack of association with the occurrence of delirium. However, previous studies
have demonstrated that S100β beta levels more closely reflect the Glasgow Coma Scale in
septic patients than NSE levels (14). In contrast, recently van Munster and cols demonstrated
that delirium was associated with increased level of S100, but not NSE, elderly patients
admitted for acute surgical repair of hip fracture (15). In addition, in this population the
highest levels of S100 were observed during delirium, differently from our results that
demonstrating a decrease on S100during ICU stay. Clearly there are several differences
between the two populations, including mean age, pre-existent cognitive and functional
impairment, that certainly accounts for the observed differences.
Some limitations of the study must be pointed out. First, we included only 30 patients
in each group, and the lack of difference with admission S-100β, and to all biomarkers levels
in the day before delirium diagnosis, may simply have been due to a lack of power between
both the 2 groups. Second, the observed incidence in our study is 30%, lower than previous
larger studies (1,5) and missing detecting delirium when it was present would have an impact
on our results. Patients included in our study seemed to be at lower risk of delirium
development (i.e. less than 50% in mechanical ventilation, less than 50% using sedation)
27
when compared to others, and CAM-ICU was performed by a trained nurse, and these factors
attenuate this limitation. The average duration of delirium was 2.5 days and data from
numerous cohorts shows that duration of delirium possesses a highly skewed distribution.
Thus, it would be important to consider the individual patient’s clinical course and biomarker
profile, but the number of patients did not allow us to perform such analyses. In addition, due
to the low number of patients included case and control groups did not match exactly, but this
bias is partially resolved by the fact that there are no significant differences between groups in
clinical characteristics.
Conclusions
This study demonstrates an association between ICU admission levels of BDNF and
NSE and the occurrence of delirium in ICU patients, suggesting a role for neuronal death
occurring in the pre-ICU setting or soon after admission, but not during ICU stay, in the
pathophysiology of ICU delirium.
List of abbreviations
BDNF = brain-derived neurotrophic factor
NSE = neuron-specific enolase
ICU = Intensive Care Unit
ELISA = Enzima linked immuno sorbent assay
CAM-ICU = Confusion assessment method for the intensive care unit
CNS = Central nervous system
RAAS = Richmond agitation-sedation scale
APACHE II = Acute Physiology And Chronic Health Evaluation II
SOFA = Sequential organ failure assessment
28
Competing interests
The authors declare that they have no competing interests
Author´s contributions
CG, FK, JQ, FD-P and CR conceived of this study, participated in the design of the study, and
drafted the manuscript. CDT, KF, and L participated in the design of the study, the collection
of data and performed experimental analyses.
Acknowledgements
The authors thank CNPq and UNESC for their financial support.
29
References
1. Ely EW, Shintani A, Truman B, et al: Delirium as a predictor of mortality in
mechanically ventilated patients in the intensive care unit. JAMA 2004, 291:1753-1762.
2. Gunther ML, Morandi A, Ely EW: Pathophysiology of delirium in the intensive care
unit. Crit Care Clin 2008, 24:45-65.
3. Lewin GR, Barde YA: Physiology of the neurotrophins. Annu Rev Neurosci 1996,
19:289317.
4. Kochanek PM, Berger RP, Bayir H, Wagner AK, Jenkins LW, Clark RS: Biomarkers of
primary and evolving damage in traumatic and ischemic brain injury: diagnosis,
prognosis, probing mechanisms, and therapeutic decision making. Curr Opin Crit Care
2008, 14: 135-141.
5. Ely EW, Margolin R, Francis J, May L, Truman B, Dittus B, Speroff T, Gautam S, Bernard
G, Inouye S: Evaluation of delirium in critically ill patients: Validation of the Confusion
Assessment Method for the Intensive Care Unit (CAM-ICU). Crit Care Med 2001,
29:1370-1379.
6. Sessler CN, Gosnell M, Grap MJ, Brophy GT, O'Neal PV, Keane KA, Tesoro EP, Elswick
RK: The Richmond Agitation-Sedation Scale: validity and reliability in adult intensive
care patients. Am J Respir Crit Care Med 2002, 166:1338-1344.
7. Meyer NJ, Hall JB: Brain dysfunction in critically ill patients--the intensive care unit
and beyond. Crit Care 2006, 10: 223.
8. Ali MS, Harmer M, Vaughan R: Serum S100 protein as a marker of a cerebral damage
during cardiac surgery. Br J Anaesth 2000, 85: 287-298.
30
9. Routsi C, Stamataki E, Nanas S, Psachoulia C, Stathopoulos A, Koroneos A, Zervou M,
Jullien G, Roussos C: Increased levels of serum S100B protein in critically ill patients
without brain injury. Shock 2006.
10. Cotton BA, Girard TD, Ely EW: Increased levels of serum S100B protein in critically
ill patients without brain injury. Shock 2008, 30:222.
11. Machado-Vieira R, Dietrich MO, Leke R, Cereser VH, Zanatto V, Kapczinski F, Souza
DO, Portela LV, Gentil V: Decreased plasma brain derived neurotrophic factor levels in
unmedicated bipolar patients during manic episode. Biol Psychiatry 2007, 61:142-144
12. Gustafsson E, Andsberg G, Darsalia V, et al: Anterograde delivery of brain-derived
neurotrophic factor to striatum via nigral transduction of recombinant adeno-associated
virus increases neuronal death but promotes neurogenic response following stroke. Eur
J Neurosci 2003, 17: 2667-2678.
13. Nguyen DN, Spapen H, Su F, Schiettecatte J, Shi L, Hachimi-Idrissi S, Huyghens L:
Elevated serum levels of S-100beta protein and neuron-specific enolase are associated
with brain injury in patients with severe sepsis and septic shock. Crit Care Med 2006,
34:1967-1974.
14. van Munster BC, Korse CM, de Rooij SE, Bonfrer JM, Zwinderman AH, Korevaar JC:
Markers of cerebral damage during delirium in elderly patients with hip fracture. BMC
Neurol 2009, 9: 21.
31
Table 1 Clinical and brain damage parameters in delirious and non-delirious patients
Characteristic
Delirium
No Delirium
p value
(n = 30)
(n = 30)
Age, y, mean
53.6 (29.8-77.4)
47 (27.2-66.8)
0.183
Male, sex, (%)
14 (47)
13 (43)
0.536
Race
- white, %
19 (63)
18 (60)
0.630
APACHE II score, mean
14.45(5.85-23.05)
20.45 (11.4-29.47)
0.459
SOFA score D3, mean
6.25 (2.55-9.91)
4.94(0.99-8.8)
0.370
BDNF concentration admission,
mean, SD
2.89(1.48)
1.79 (0.89)
0.006*
BDNF concentration day before
delirium, mean, SD
1.23 (0.65)
1.56 (0.78)
0.645
S100 concentration, admission, mean,
SD
0.83(0.48)
0.88(0.41)
0.556
S100 concentration day before
delirium, mean, SD
0.55(0.36)
0.61(0.29)
0.694
NSE concentration, admission, mean,
SD
0.79(0.03)
0.59(0.01)
0.001*
NSE concentration day before
delirium, mean, SD
0.04(0.03)
0.05(0.01)
0.321
Mechanical ventilation, n (%)
14 (47)
13 (43)
0.5
Sedation use, n (%)
14 (47)
14 (47)
0.8
Major admission diagnosis, n (%)
Cardiovascular
6 (20)
4 (13)
0.721
Trauma
4 (13)
3 (10)
0.698
Sepsis
3 (10)
4 (13)
0.990
Respiratory Failure
2 (7)
1 (3.5)
0.985
Postoperative monitoring
4 (13)
5 (17)
0.185
Neurologic
3 (10)
3 (10)
0.664
32
3-Discussão
Neste trabalho determinamos que os níveis plasmáticos de BDNF e NSE,
mas não os de S100β estão relacionados com a ocorrência de delirium em pacientes
criticamente enfermos internados em uma UTI geral. Estes biomarcadores se
relacionam com a ocorrência de delirium quando coletados nas primeiras horas, mas
não durante a internação na UTI, sugerindo que eventos que ocorrem antes ou
imediatamente após a internação podem influenciar a ocorrência de delirium em
pacientes criticamente enfermos.
O extravasamento de enzimas intracelulares para o fluido extracelular é
uma maneira de detectar morte celular, em diferentes órgão e tecidos. Parece haver
relação entre o grau de lesão e a quantidade de enzimas liberadas nos fluidos
biológicos. Em decorrência disso, têm sido pesquisados indicadores bioquímicos que
se associem à extensão da lesão e por isto possam ter relação com a ocorrência de
um determinado tipo de doença. Para as lesões do Sistema Nervoso Central dois
marcadores periféricos são mais comumente utilizados em estudos clínicos: a NSE e
a S100β.
A NSE é a forma neuronal da enzima glicolítica enolase, que é
encontrada quase exclusivamente nos neurônios e nas células de origem neu-
roendócrina, existindo em quantidades desprezíveis no sangue periférico. As
concentrações encefálicas de NSE variam de 0,4% a 2,2% e podem representar até
4% do total de proteínas solúveis em alguns neurônios. Altas concentrações de NSE
são encontradas na substância cinzenta, ao passo que são baixas as concentrações
na substância branca. Apesar da especificidade para neurônios, NSE também está
presente em hemácias e mesmo mínima hemólise pode aumentar a NSE sérica.
33
Para que lesões neuronais permitam que a NSE atinja o sangue deve
existir quebra da integridade da barreira hemato-encefálica, e uma vez atingindo o
sangue apresenta um meia-vida de aproximadamente 24h.
S100β é uma pequena proteína citosólica dimérica ligadora de cálcio,
existindo em várias formas, dependendo de sua estrutura de cadeias α e β. A forma
ββ que é chamada de S100β, é encontrada na astróglia e células de Schwann,
sendo relativamente específica para tecido do sistema nervoso central, contudo,
porém, também pode ser encontrada em outros tecidos. O aparecimento da S100β
no soro pode indicar dano cerebral e aumento na permeabilidade da barreira
hemato-encefálica. O pico máximo de concentração ocorre após 20 minutos com
meia-vida aproximada entre 30 e 115 minutos, sendo metabolizada no rim.
Diferentemente da NSE seus níveis plasmáticos não parecem ser afetados por
hemólise, e mantém-se estável por horas, sem necessidade de centrifugação e
congelamento imediatos da amostra.
Estes marcadores foram utilizados anteriormente como marcadores de
lesão do SNC em pacientes criticamente enfermos, predominantemente em
condições que levem diretamente a lesão central como pós parada cardio-
respiratório, traumatismo craniano, acidente vascular encefálico ou após circulação
extra-corpórea em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca. Os estudos que
determinam o valor dos marcadores de lesão neuronal na ocorrência de disfunção
cognitiva aguda e crônica no pós-operatório de diferentes cirurgias,
predominantemente cirurgia cardíaca são controversos. Ao contrário, a maioria dos
estudos que determinam os níveis plasmáticos de NSE e S100β para prever os
desfechos neurológicos de curto e longo prazo em pacientes comatosos após
parada cardio-respiratória mostram relação positiva inclusive somando-se a escala
34
de coma de Glasgow para este fim, da mesma forma após traumatismo crânio-
encefálico e acidente vascular encefálico (MEYNAAR et al., 2003; MUSSACK et al.,
2002).
Estes marcadores também são estudados em pacientes sem
acometimento primário do SNC. Por exemplo, níveis de S100β estão aumentados
após ocorrência de choque hemorrágico, pelo menos em modelo animal
(BARICHELLO et al., 2006), assim como em humanos existe correlação entre
níveis de S100β e o estado hemodinâmico dos pacientes. Pacientes com
miocardiopatia dilatada apresentam aumento nos níveis plasmáticos de S100β e
esta parece ter relação com a gravidade da doença (RECH et al., 2006). Estudos em
pacientes sépticos tentam correlacionar o aumento plasmático de S100β com
presença de sintomas de encefalopatia, mas de um modo geral tem demonstrado
resultado negativo. Apesar disto um estudo demonstra relação entre níveis destes
marcadores com escala de coma de Glasgow em paciente sépticos (NGUYEN et al.,
2006).
Normalmente os estudos feitos em pacientes criticamente enfermos sem
lesão primária do SNC não determinam a presença de delirium de forma
padronizada, mas avaliam de maneira a disfunção do SNC utilizando a escala de
coma de Glasgow ou a impressão clínica da presença de delirium. Os poucos
estudos que determinam estes marcadores especificamente para a predição de
delirium, normalmente realizados em pacientes o criticamente enfermos.
Resultados recentemente publicados demonstram que, S100β, mas o a NSE, são
associadas com a ocorrência de delirium em pacientes submetidos à correção de
fratura de fêmur (VAN MUNSTER et al., 2009). Em pacientes idosos os níveis de
S100β são maiores nos que desenvolvem delirium, predominantemente na fase
35
sintomática do mesmo. Neste sentido, nossos resultados são a primeira evidência
em pacientes criticamente enfermos, utilizando ferramenta adequada para o
diagnóstico de delirium, do valor da dosagem sérica de NSE na predição de delirium.
Diferentemente do esperado, somente os níveis da admissão na UTI têm relação
com a ocorrência de delirium. Esperávamos que, durante a internação, os fatores
associados ao desenvolvimento de delirium levassem a uma progressiva alteração
do SNC de monta suficiente para ser visualizada com estes marcadores
plasmáticos. Entretanto nossos resultados não suportam esta hipótese, ao contrário
ambos marcadores reduzem progressivamente durante a internação na UTI, o que
sugere que não lesão neuronal durante o curso de desenvolvimento da doença.
Poderia se levantar a hipótese de que a barreira hemato-encefálica estivesse íntegra
e por isto não se perceberia aumento dos marcadores periféricos, porém esta
explicação não justifica a redução dos marcadores quando se compara o dia da
admissão na UTI e com o dia anterior ao diagnóstico de delirium. Talvez possa haver
lesão neuronal após o desenvolvimento de delirium e isto estar associado à
progressão do quadro, porém nosso estudo não procurou determinar tal situação.
Nossos resultados sugerem que eventos que acontecem antes ou imediatamente
após a internação na UTI, mas não durante a estada na UTI, podem ter relação com
o aumento de NSE e levar a ocorrência de delirium.
Os fatores neurotróficos constituem grupo heterogêneo de polipeptídeos
solúveis, que permitem sobrevivência, diferenciação, manutenção e quando
possível, a regeneração axonal no SNC. Os fatores neurotróficos compõem duas
principais famílias: a das neurotrofinas (NT’s) e a do fator neurotrófico derivado da
glia (GDNF). Os principais componentes da primeira são: o fator de crescimento
neural, o BDNF, a NT-3 e a NT-4/5. Por apresentar funções extremamente
36
relevantes as NTs tem papel fundamental em diferentes funções fisiológicas como
formação da memória, plasticidade neural, controle da função sináptica. Tendo em
vista esta importância fisiológica das NTs cada vez mais vem surgindo na literatura
sua relação com a fisiopatologia de diferentes doenças do SNC. foi descrito
associação entre BDNF e esquizofrenia, depressão, doença bipolar, transtorno de
déficit de atenção e hiperatividade. Nenhum estudo publicado determina relação
entre níveis séricos de BDNF e ocorrência de delirum, tanto na população geral,
quanto em pacientes criticamente enfermos. Como nossa hipótese inicial era de que
existia dano neuronal durante a permanência do paciente na UTI e isto culminaria na
ocorrência de delirium medimos os níveis de BDNF, esperando que indivíduos mais
adaptados as condições da terapia intensiva apresentariam, durante sua internação,
aumento dos níveis de BDNF plasmáticos como resultado de uma tentativa de
manter a função do SNC e estes desenvolveriam menos delirium. Como para os
marcadores de lesão neuronal nossa hipótese não é suportada pelos nossos
resultados. Níveis elevados de BDNF na admissão estão associados com a
ocorrência de delirium, durante a internação na UTI até o dia anterior ao
desenvolvimento de delirium os níveis de BDNF reduzem e esta redução é
semelhante quando se analisam indivíduos com ou sem delirium. A hipótese de que
altos níveis de neurotrofinas são importantes em condições clínicas de lesão
neuronal tem apoio em recente estudo onde se mostrou que em humanos com
traumatismo craniano quanto mais grave a lesão sofrida, menores os níveis
plasmáticos de diferentes neurotrofinas, incluindo o BDNF (RODRIGUES et al.,
2008). Neste sentido os resultados demonstrados com os níveis de BDNF
plasmáticos reforçam a idéia de que não existe lesão neuronal direta (ou detectável)
durante internação de pacientes criticamente enfermos em UTI até o
37
desenvolvimento de delirium. Novamente, pode haver lesão após o desenvolvimento
de delirium e isto ser responsável por perpetuar o quadro, mas isto o foi objeto de
estudo em nosso trabalho.
Em conclusão, demonstramos que os níveis de admissão na UTI de NSE
e BDNF, mas não os de S100B estão relacionados com a ocorrência de delirium
durante a internação na UTI. Entretanto a variação dos níveis plasmáticos entre a
admissão e o dia antes do desenvolvimento de delirium não tem relação com a
ocorrência de delirium em nossa amostra.
38
REFERÊNCIAS
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of
mental disorders. American Psychiatric Press, Washington. 2000.
ANDERSON RE, HANSSON LO, NILSSON O, DIJLAI-MERZOUG R,
SETTERGREN G. High serum S100B levels for trauma patients without head
injuries. Neurosurgery. 48:1255-1260. 2001.
BARICHELLO T, FORTUNATO JJ, VITALI AM, FEIER G, REINKE A, MOREIRAJC,
QUEVEDO J, DAL PIZZOL F. Oxidative variables in the rat brainafter sepsis induced
by cecal ligation and perforation. Critical Care Medicine. 34: 886-889. 2006.
BEERS SR, BERGER RP, ADELSON PD. Neurocognitive outcome and serum
biomarkers in inflicted versus non-inflicted traumatic brain injure in yong children.
Journal of Neurotrauma. 24: 97-105. 2007.
BIBERTHALER P, LINSENMAIER U, PFEIFER KJ, KROETZ M, MUSSACK T, KANZ
KG, HOECHERL EF, JONAS F, MARZI I, LEUCHT P, JOCHUM M, MUTSCHLER
W. Serum S-100B concentration provides additional information for the indication of
computed tomograghy in patients after minor head injury. Shock. 25: 446-453. 2006.
BROWN TM, BOYLE ME. Delirium. British Medical Journal. 325: 644-647. 2002.
CAO F, YANG XF, LUI WG, HU WW, LI G, ZHENG XJ, ZHAO XQ, LV ST. Elevation
of neuron-specific enolase and S100beta protein level in experimental acute spinal
cord injure. Journal of Clinical Neuroscience. 15: 541-544. 2008.
COPLIN WM, LONGSTRETH JR WT, LAM AM, CHANDLER WL, MAYBERG TS,
FINE JS, WINN HR. Cerebrospinal fluid creatine kinase-BB isoenzyme activity and
outcome after subarachnoid hemorrhage. Archives of Neurology. 56: 1348-1352.
1999.
DOBERSTEIN CE, HOVDA DA, BECKER DP. Clinical considerations in the
reduction of secondary brain injury. Annals Emergency Medicine. 22: 993-997.
1993.
39
MARCANTONIO ER, RUDOLPH JL, CULLEY D, CROSBY G, ALSOP D, INOUYE
SK. Serum Biomarkers for Delirium. Journal of Gerontology. 61: 12,1281-1286.
2006,
ELY EW, GAUTAM S, MARGOLIM R, FRANCIS J, MAY L, SPEROFF T, TRUMAN
B, DITTUS R, BERNARD R, INOUYE SK. The impact of delirium in the intensive
care united on hospital length of stay. Intensive Care Medicine. 27:1892-1900.
2001.
ELY EW, MARGOLIN R, FRANCIS J, MAY L, TRUMAN B, DITTUS R, SPEROFF T,
GAUTAM S, BERNARD GR, INOUYE SK. Evaluation of delirium in critical ill patients,
validation the Confusion Assessment Method for the Intensive Care United (CAM-
ICU). Critical Care Medicine. 29: 1370-1379. 2001.
ELY EW, SHINTANI A, TRUMAN B, SPEROFF T, GORDON SM, HARRELL FE JR,
INOUYE SK, BERNARD GR, DITTUS RS. Delirium as a predictor of mortality in
mechanically ventilated patients in the intensive care unit. JAMA: The Journal of
the American Medical Association. 291: 1753-1762. 2004.
GRIESBACH GS, HOVDA DA, GOMEZ-PINILLA F, SUTTON RL. Voluntary exercise
or amphetamine treatment, but not the combination, increases hippocampal brain-
derived neurotrophic factor and synapsin I following cortical contusion injury in rats.
The Journal of Neuroscience. 154:530-40. 2008.
Gunther ML, Morandi A, Ely EW. Pathophysiology of delirium in the intensive care
unit. Critical Care Clinics. 24: 45-65. 2008.
HERRMANN M, CURIO N, JOST S, GRUBICH C, EBERT AD, FORK ML,
SYNOWITZ H. Release of biochemical markers of damage to neuronal and glial
brain tissue is associated with short and long term neuropsychological outcome after
traumatic brain injury. Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry. 70:
95-100. 2001.
HERRMANN M, VOS P, WUNDERLICH MT, DE BRUIJN CHMM, LAMERS KJB.
Release of glial tissue-specific proteins after acute stroke. A comparative analysis of
serum concentrations of protein S-100B and glial fibrillary acidic protein. Stroke. 31:
2670-77. 2000.
40
INGEBRIGTSEN T, ROMNER B. Biochemical serum markers of traumatic brain
injury. Journal of Trauma. 52: 798-808. 2002.
INOUYE SK. Delirium in older persons. New England Journal Medicine. 354: 1157-
1165. 2006.
MAX L. GUNTHER MS, ALESSANDRO M, WESLEY E. Pathophysiology of Delirium
in the Intensive Care Unit. Critical Care Clinics. 24: 45-65. 2008.
MEYNAAR IA, OUDESMAN-VAN STRAATEN HM, WETERING J, VERLOOY P,
SLAATS EH, BOSMAN RJ. VAN DER SPOEL JI, ZANDSTRA DF. Serum neuron-
specif enolase predicts outcome in post-anoxic coma: a prospective cohort study.
Intensive Care Medicine. 29: 189-195. 2003
MUSSACK T, BIBERTHALER P, KANZ K-G, WIEDEMANN E, GIPPNER-
STEPPERT C, MUTSCHLER W, JOCHUM M. Serum S-100B and interleukin-8 as
predictive markers for comparative neurologic outcome analysis of patients after
cardiac arrest and severe traumatic brain injury. Critical Care Medicine. 30: 2669-
2674. 2002
NGUYEN DN, SPAPEN H, SU F, SCHIETTECATTE J, SHI L, HACHIMI-IDRISSI S,
HUYGHENS L. Elevated serum levels of S-100β protein and neuron-specific enolase
are associated with brain injury in patients with severe sepsis and septic shock.
Critical Care Medicine. 34: 1967-1974. 2006.
PELINKA LE, HERTZ H, MAURITZ W, HARADA N, JAFARMADAR M, ALBRECHT
M, REDL H, BAHRAMI S. Nonspecific increase of systemic neuron-specific enolase
after trauma: clinical and experimental findings. Shock. 24: 119. 2005
PELINKA LE, KROEPFL A, SCHMIDHAMMER R, KRENN M, BUCHINGER W,
REDL H, RAABE A. Glial fibrillary acid protein in serum after traumatic brain injury
and multiple trauma. Journal of Trauma. 57: 1006-12. 2004.
PELINKA LE, TOEGEL E, MAURITZ W, REDL H. Serum S 100 B: a marker of brain
damage in traumatic brain injury with and without multiple trauma. Shock. 19: 195-
200. 2003.
PETZOLD A, GREEEN AJE, KEIR G, FAIRLEY S, KITCHEN N, SMITH M,
41
THOMPSON EJ. Role of serum S100B as an early predictor of high intracranial
pressure and mortality in brain injury: a pilot study. Critical Care Medicine. 30: 2705-
2710. 2002.
RAABE A, GROLMS C, SORGE O, ZIMMERMANN M, SEIFERT V. Serum S-100B
protein in severe head injury. Neurosurgery. 45: 477-483. 1999.
RECH T, VIEIRA S, BRAUNER J. Serum Neuron-Specific Enolase as a Prognostic
Marker after a Cardiac Arres. RBTI: Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 18:
396-401. 2006.
REGNER A, KAUFMAN M, FRIEDMAN G, CHEMALE I. Increased serum S100beta
protein concentrations following severe head injury in humans: a biochemical marker
of brain death? Neuroreport Journal. 12: 691-694. 2001.
RODRIGUES E, OLIVEIRA C, CAMBRUSSI A, GOMES G, GODOY D, DA ROCHA
AB, GRIVICICH I, REGNER A. Increased serum brain derived neurotrophic factor
(BDNF) following isolated severe traumatic brain injury in humans. Brain Injury. 22:
165. 2008.
ROUTSI C, STAMATAKI E, NANAS S, PSACHOULIA C, STATHOPOULOS A,
KORONIOS A, ZERVOU M, JULLIEN G, ROUSSOS C. Increased Levels of serum
S100B protein in critical ill patients without brain injury. Shock. 26: 20-24. 2006.
SAHA RN, LIU X, PAHAN K. Up-regulation of BDNF in astrocytes by TNF-α: a case
for the neuroprotective role of cytokine. Journal Neuroimmune Pharmacology. 1:
212-222. 2006.
SAVOLA O, PYHTINEN J, LEINO TK, SIITONEN S, NIEMELÄ O, HILLBOM M.
Effects of head and extracranial injuries on serum protein S100B levels in trauma
patients. Journal of Trauma. 56: 1229-1234. 2004.
SCHOERKHUBER W, KITTLER H, STERZ F, BEHRINGER W, HOLZER M,
FROSSARD M, SPITZAUER S, LAGGNER AN. Time course of serum neuron-
specific enolase. A predictor of neurological outcome in patients resuscitated from
cardiac arrest. Stroke. 30: 1598-1603. 1999.
42
SCHW SCHWARTZ JG, BAZAN C III, GAGE CL, PRIHODA TJ, GILLHAM SL.
Serum creatine kinase isoenzyme BB is a poor index to the size of various brain
lesions. Clinical Chemistry. 35: 651-654. 1989.
TOWNEND WJ, GUY MJ, PANI MA, MARTIN B, YATES DW. Head injury outcome
prediction in the emergency department: a role for protein S-100B? Journal of
Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry. 73: 542-546. 2002.
VAN MUNSTER BC, KORSE CM, DE ROOIJ SE, BONFRER JM, ZWINDERMAN
AH, KOREVAAR JC. Markers of cerebral damage during delirium in elderly patients
with hip fracture. BioMedCentral Neurology, 9: 21. 2009.
VOS PE, LAMERS KJ, HENDRIKS JC, VAN HAAREN M, BEEMS T, ZIMMERMAN
C, VAN GEEL W, DE REUS H, BIERT J, VERBEEK MM. Glial and neuronal proteins
in serum predict outcome after severe traumatic brain injury. Neurology. 62: 1303-
1310. 2004.
WOERTGEN C, ROTHOERL RD, METZ C, BRAWANSKI A. Comparison of clinical,
radiologic, and serum marker as prognostic factors after severe head injury. Journal
of Trauma. 47: 1126-1130. 1999.
43
Anexo 1 Escala de sedação de RASS
44
Anexo 2 - Confusion Assessment Method for the Intensive Care Unit
Delirium é diagnosticado quando os itens 1 e 2 forem positivos, aliado a positividade
do item 3 ou item 4.
Item 1 Inicio agudo de mudança no estado mental ou flutuação no estado mental.
- Existe evidência de mudança aguda do estado mental do paciente em relação ao
seu basal?
- Este comportamento flutua nas últimas 24 horas, isto é, ele melhora e piora na sua
severidade?
P.S. para este item leve em conta a escala de coma de Glasgow ou escala de
sedação de Ramsay (se disponíveis), ou informações da equipe de saúde ou da
família do paciente.
Item 2 Desatenção.
- O paciente tem dificuldade em manter a atenção?
- Existe redução na habilidade de manter ou mudar a atenção?
P.S. para este item utilize o todo de vigilância ao A em letras randômicas (veja
anexo abaixo ele não precisa de resposta verbal).
Item 3 Pensamento desorganizado.
- O pensamento do paciente é desorganizado ou incoerente, apresenta idéias
ilógicas ou não claras, ou muda de modo não previsível de objeto para objeto?
Item4 Nível de consiência
- Considere positivo qualquer item que não o “alerta”.
- Alerta: normal, acorda espontaneamente e interage apropriadamente com o
ambiente.
- Vigilante: hiperalerta.
- Letárgico: sonolento, mas acorda facilmente, não interage espontaneamente
com o entrevistador, mas interage adequadamente quando estimulado levemente.
- Estupor: difícil acordar, não interage ou interage de modo não adequado
com o entrevistador mesmo com estímulo vigoroso.
- Coma: não acorda mesmo com estímulo vigoroso.
Instrumento para avaliar desatenção
- Fale ao paciente: “Eu vou ler uma série de letras. Sempre que ouvir a letra A
indique apertando minha mão”. Você deve ler em um tom normal, aproximadamente
uma letra por segundo a seguinte seqüência: L T P E A O A I C T D A L A A A N I A
B F S A M R Z E O A D P A K L A U C J T O E A B A A Z Y F M U S A H E V A A R
A T
Considere normal oito ou menos erros. Exemplos de erros comuns: a) não indicar a
letra A quando ela for apresentada, b) indicar a letra A quando ela não for
apresentada, c) não parar de indicar quando da apresentação de uma letra
subseqüente não alvo.
45
Anexo 3 Ficha de coleta de dados
Estudo sobre a incidência de delirium em pacientes internados em unidades
de terapia intensiva.
Reinternação na UTI: |sim||não|
1 Identificação e Dados Demográficos
Iniciais: |....||....||....||....| Registro hospitalar: |....||....||....||....||....||....||....||....||....||....|
Idade: |....||....||....| anos Sexo: | M | | F | Peso: |....||....||....| kg Altura: |....||....||....|cm
Data Internação: Hospitalar: |....||....| / |....||....| / |....||....|
Na UTI: |....||....| / |....||....| / |....||....|
2 Comorbidades
Insuficiência renal crônica em diálise |sim||não|
Insuficiência renal crônica sem diálise |sim||não|
Insuficiência cardíaca NYHA classes II-III |sim||não|
Insuficiência cardíaca NYHA classe IV |sim||não|
DPOC grave |sim||não| Cirrose Chlid C |sim||não| SIDA |sim||não|
OUTRAS:__________________________________________________________
|Assinale | 0 | se não houver; no caso de haver a comorbidade, marque em
função do grau de descompensação ou gravidade: | 1 | = leve; | 2 | moderada; |
3 | grave| de acordo com o Adult Comorbidity Evaluation (ACE-27)
Hipertensão arterial |....| Diabetes mellitus |....| Angina |....| Trombose |....|
Desnutrição |....| AVC com seqüela |....| AVC sem seqüela |....| DPOC |....| Demência
|....| Alcoolismo |....| Doença arterial periférica |....| Cirrose hepática |....| Infarto
miocárdico prévio |....| Arritmias |....| Doença psiquiátrica |....| Obesidade
(IMC>38Kg/m2) |....| Doenças reumáticas |....|
3 Internação na UTI
Tipo: | 1 | Médica | 2 | Cirurgia eletiva | 3 | Cirurgia de urgência / emergência
Origem: | 1 | Enfermaria/quarto | 2 | Emergência | 3 | Centro Cirúrgico | 4 | Outra
Motivo da Internação: | 1 | Monitoração pós-operatório | 2 | Sepse
| 3 | Insuficiência respiratória (exceto sepse) | 4 | Choque (exceto sepse)
| 5 | Neurológico | 6 | Renal / metabólico | 7 | Pós PCR | 8 | Cardiovascular
| 9 | Hepático | 10 | Hematológica | 11 | Digestivo | 11 | Trauma | 12 | Outras
Escreva o diagnóstico da internação:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________________________________________________________________
Complicações à internação na UTI |as informações referem-se ao período de +
1h|
Insuficiência respiratória |sim||não| Arritmia cardíaca |sim||não|
46
Efeito massa intracraniano sim||não| Parada cardiorrespiratória |sim||não|
Insuficiência renal aguda |sim||não| Neutropenia |sim||não|
Hemorragia digestiva |sim||não| Ventilação não-invasiva |sim||não|
Insuficiência Adrenal |sim||não| Ventilação Mecânica |sim||não|
Aminas vasoativas> 1h |sim||não| Diálise |sim||não|
Complicações ao final das primeiras 24h de internação na UTI
Insuficiência respiratória |sim||não| Arritmia cardíaca |sim||não|
Efeito massa intracraniano sim||não| Parada cardiorrespiratória |sim||não|
Insuficiência renal aguda |sim||não| Neutropenia |sim||não|
Hemorragia digestiva |sim||não| Ventilação não-invasiva |sim||não|
Insuficiência Adrenal |sim||não| Ventilação Mecânica |sim||não|
Aminas vasoativas> 1h |sim||não| Diálise |sim||não|
Assinale o Pior Resultado à Internação na UTI (período de + 1h)
PA: |....||....||....| x |....||....||....| mmHg Freq. card: |....||....||....| bpm
Freq. resp: |....||....| irpm Temp: ....||....|,|….| 0C
Escala de coma de Glasgow total: |....||....| pontos
Icterícia: |sim||não| Bilirrubinas totais l: |....||....|,|....| mg%
Leucócitos.: |....||....|,|....| x103/mm3 Plaquetas: |....||....||....| x103/mm3
Creatinina: |....||....|,|....| mg/dL
pH: |....|,|....||....| PaO2: |....||....||....| FiO2: |....||....||....| %
Lactato: |....||....|,|....| mmol/L
Assinale o Pior Resultado nas Primeiras 24Horas de Internação na UTI
PA: |....||....||....| x |....||....||....| mmHg Freq. card: |....||....||....| bpm
Freq. resp: |....||....| irpm Temp: |....||....|,|….| 0C
Escala de coma de Glasgow total: |....||....| pontos
Icterícia: |sim||não|
Diurese: |....||....||....||....| ml/24h
Hematócrito: |....||....| % Hemoglobina: |....||....|,|....| g%
Plaquetas: |....||....||....| x103/mm3 TAP INR: |....||....|,|....|
Leucócitos.: |....||....|,|....| x103/mm3 Neutrófilos.: |....||....||....||....| /mm3
Creatinina: |....||....|,|....| mg/dL Uréia: |....||....|,|....| mg%
Sódio: |....||....||....| mEq/L Potássio: |....|,|....| mEq/L
Bilirrubinas totais l: |....||....|,|....| mg%
Albumina.: |....|,|....| g/dL PCR-t: |....||....|,|....| mg%
glicemia: |....||....|,|....| mg/dL
Lactato: |....||....|,|....|mmol/L
pH: |....|,|....||....| PaO2: |....||....||....| PaCO2: |....||....||....| HCO3: |....||....|,|....| mEq/L
FiO2: |....||....||....| %
Aminas vasoativas |Assinale a maior dose utilizada durante as primeiras 24h de
UTI| |g/Kg/min|:
Dopamina: |....||....|,|....| Dobutamina: |....||....|,|....| Noradrenalina.: |....||....|,|....|
DIURESE NAS PRIMEIRAS 24HS: _____________________________________
4 Variáveis Relacionadas às Complicações Infecciosas À internação na UTI
47
Infecção à internação na UTI: |sim| |não|
Origem: | 1 | Comunitária | 2 | Hospitalar
Tipo: | 1 | Clinicamente comprovada | 2 | Microbiologicamente documentada
Gravidade: | 0 | Sem sepse | 1 | Sepse | 2 | Sepse grave | 3 | Choque séptico
Focos de Infecção (marque todas que se apliquem):
Pulmonar |sim||não| Urinário |sim||não| Corrente sanguínea |sim||não|
Cateter |sim||não| Sinusite |sim||não| Pele / partes moles |sim||não|
Abdominal |sim||não| Sistema nervoso |sim||não| Ferida cirúrgica |sim||não|
Outros: |sim||não|
Especifique: ____________________________________________
Germes (marque todas que se apliquem):
|....| Staphyloccocus coagulase negativo |....| MRSA |....| Pneumococo |...| Klebsiella
sp. |....| Staphyloccocus aureus não-MRSA |....| E. coli |....|
Serratia sp. |...| Acinetobacter sp. |....| S. maltophyla / B. cepacia |....|
P. aeruginosa |....| Outros
|....| Aspergilose |....| Cândida sp. |....| Vírus |....| Micobacterias
Antibioticoterapia inicial ou empírica adequada: |sim||não|
Durante internação na UTI
Infecção adquirida durante internação na UTI: |sim| |não|
Tipo: | 1 | Clinicamente comprovada | 2 | Microbiologicamente documentada
Gravidade: | 0 | Sem sepse | 1 | Sepse | 2 | Sepse grave | 3 | Choque séptico
Focos de Infecção (marque todas que se apliquem):
Pulmonar |sim||não| Urinário |sim||não| Corrente sanguínea |sim||não|
Cateter |sim||não| Sinusite |sim||não| Pele / partes moles |sim||não|
Abdominal |sim||não| Sistema nervoso |sim||não| Ferida cirúrgica |sim||não|
Outros: |sim||não|
Especifique: ____________________________________________
Germes (marque todas que se apliquem):
|....| Staphyloccocus coagulase negativo |....| MRSA |....| Pneumococo |...| Klebsiella
sp. |....| Staphyloccocus aureus não-MRSA |....| E. coli |....|
Serratia sp. |...| Acinetobacter sp. |....| S. maltophyla / B. cepacia |....|
P. aeruginosa |....| Outros
|....| Aspergilose |....| Cândida sp. |....| Vírus |....| Micobacterias
Antibioticoterapia inicial ou empírica adequada: |sim||não|
5 - Durante a Permanência no CTI
Aminas vasoativas: |sim||não| Dia de UTI: |....||....|
Diálise: |sim||não| Dia de UTI: |....||....|
Ventilação Mecânica: |sim||não| Dia de UTI: |....||....|
48
Ventilação não invasiva (VNI): |sim||não| Dia de UTI: |....||....|
Falha da VNI: |sim||não| Dia de UTI: |....||....|
Duração do suporte ventilatório: |....||....||....| dias
Sedação: |sim||não| Dia de UTI: |....||....| Duração da sedação: |....||....| dias
Medicação (ões) utilizadas para sedação:_________________________________
__________________________________________________________________
Uso de antipsicóticos: [sim] [não]
Se sim qual: _______________________________________________________
Uso de analgésicos: [sim] [não]
Se sim qual: _______________________________________________________
Uso de restrição física: [sim] [não]
Se sim: [antes do diagnóstico de delirium] [após o diagnóstico de delirium]
[antes e após o diagnóstico de delirium]
Suporte nutricional enteral: |sim||não| Dia de UTI: |....||....|
Duração do suporte enteral: |....||....| dias
Suporte nutricional parenteral: |sim||não| Dia de UTI: |....||....|
Duração do suporte parenteral: |....||....| dias
Acesso venoso central: [sim] [não]
Sonda vesical de demora: [sim] [não]
Sonda naso/oro gástrica/entérica: [sim] [não]
Hipotermia: [sim] [não]
Hipertermia: [sim] [não]
Hipoglicemia: [sim] [na]
Hiperglicemia: [sim] [não]
Hiponatremia: [sim] [não]
Hipernatremia: [sim] [não]
Anote os valores para os domínios do SOFA e do SOFA total (pontos) e da
PCR-t (mg/dL)
SOFA Cardiov Respir Hematol Hepático Neuro Renal Total PCR-t
D3 de UTI |....| |....| |....| |....| |....| |....| |.…||.…| |....||....|,|....|
D5 de UTI |....| |....| |....| |....| |....| |....| |.…||.…| |....||....|,|....|
D7 de UTI |....| |....| |....| |....| |....| |....| |.…||.…| |....||....|,|....|
6 Intensive Care Delirium Screening Checklist
Consc Aten Orient Aluci Agito Linguag Sono Flutua Total
49
D1 |....| |....| |....| |....| |....| |....| |.…| |.…| |....|
D2 |....| |....| |....| |....| |....| |....| |.…| |.…| |....|
D3 |....| |....| |....| |....| |....| |....| |.…| |.…| |....|
D4 |....| |....| |....| |....| |....| |....| |.…| |.…| |....|
D5 |....| |....| |....| |....| |....| |....| |.…| |.…| |....|
7 - Confusion Assessment Method for the Intensive Care Unit
D1 Item 1 |sim| |não| Item 2 |sim| |não| Item 3 |sim| |não| Item 4 |sim| |não|
D2 Item 1 |sim| |não| Item 2 |sim| |não| Item 3 |sim| |não| Item 4 |sim| |não|
D3 Item 1 |sim| |não| Item 2 |sim| |não| Item 3 |sim| |não| Item 4 |sim| |não|
D4 Item 1 |sim| |não| Item 2 |sim| |não| Item 3 |sim| |não| Item 4 |sim| |não|
D5 Item 1 |sim| |não| Item 2 |sim| |não| Item 3 |sim| |não| Item 4 |sim| |não|
8 Evolução no CTI e no Hospital
Saída do CTI: Óbito: |sim||não| Alta: |sim||não| Data: : |....||....| / |....||....| / |....||....|
Saída do Hospital: Óbito: |sim||não| Alta: |sim||não|
Data: : |....||....| / |....||....| / |....||....|
Houve decisão para a limitação da terapêutica? |sim||não|
Data: : |....||....| / |....||....| / |....||....|
50
Anexo 4 Glossário e definição de variáveis
Reinternação na UTI: Marque sim ou não caso trate-se de uma reinternação na UTI
durante a mesma internação hospitalar.
Código da UTI / Centro: NÃO preencher. Este campo será preenchido pelo centro
coordenador do estudo.
1 Identificação e Dados Demográficos
Iniciais- Anote as iniciais dos nomes e sobrenomes do paciente.
Registro hospitalar: Anote o número de registro hospitalar do paciente na sua
instituição.
ID no centro: NÃO preencher. Este campo será preenchido pelo centro coordenador
do
estudo.
Idade: idade do paciente em anos.
Sexo: Atribua | M | para sexo masculino e | F |para sexo feminino.
Peso: peso atual mensurado ou estimado, em quilogramas.
Altura: altura mensurada ou estimada em centímetros.
Datas de internação: anote no formato DD / MM / AA
2 Comorbidades
Marque |sim| ou |não| de acordo com a presença ou ausência dês seguintes
comorbidades
principais: insuficiência renal crônica com a necessidade ou não de diálise crônica,
insuficiência cardíaca congestiva classificada de acordo com NYHA, DPOC grave
(necessidade de oxigênio suplementar, sinais de hipertensão pulmonar ou cor
pulmonale,
retenção crônica de CO2 > 50 mmHg), cirrose hepática Chlid C e SIDA (critérios
diagnósticos da OMS).
Assinale | 0 | se não houver; no caso de haver a comorbidade, marque em
função do
grau de
descompensação ou gravidade: | 1 | = leve; | 2 | moderada; | 3 | grave| de
acordo com o
Adult Comorbidity Evaluation (ACE-27) (Ref # 49. Piccirllo JF) Consultar
Anexo 7.
3 Internação na UTI
Tipo: Assinale a opção adequada para a presente internação do paciente.
Origem: Assinale a opção adequada para a localização do paciente antes da
internação na
UTI.
Motivo da Internação: Assinale a opção adequada para a razão principal da
internação na
UTI:
| 1 | Monitoração pós-operatório.
| 2 | Sepse: diagnosticada pelos critérios de Bone et al. (Chest 1992) (vide abaixo)
| 3 | Insuficiência respiratória (exceto sepse): outras causas de insuficiência
respiratória tais
como: DPOC descompensado, SARA, parada respiratória, broncoaspiração,
51
envenenamento intoxicação exógena causando insuficiência respiratória,
tromboembolismo
pulmonar, neoplasia.
| 4 | Choque (exceto sepse): choque anafilático, indefinido ou outras causas de
choque
circulatório e não previstas em outras opções de diagnóstico.
| 5 | Neurológico: complicações neurológicas agudas (AVC, convulsões, doenças
neuromusculares, etc)
| 6 | Renal / metabólico: insuficiência renal aguda, distúrbios hidro-eletrolíticos e do
equilíbrio ácido-base, cetoacidose diabética, estado hiperosmolar, etc.
| 7 | Pós PCR: após reanimação cardiopulmonar realizada fora da UTI.
| 8 | Cardiovascular: complicações cardiovasculares agudas (crise hipertensiva,
edema
agudo de pulmão, síndromes coronariana agudas, arritmias cardíacas
| 9 | Hepático: insuficiência hepática aguda ou crônica descompensada;
| 10 | Hematológica: discrasias sanguíneas.
| 11 | Digestivo: complicações agudas do aparelho digestivo; hemorragia digestiva,
pancreatite aguda, abdome agudo. Caso haja abdome agudo com sinais de sepse,
assinale a
opção sepse.
| 11 | Trauma: trauma múltiplo, trauma craniano
| 12 | Outras: outras causas de internação não previstas em outras opções de
diagnóstico.
Escreva o diagnóstico da internação: escrever por extenso a(s) causa(s) de
internação na
UTI.
Complicações à internação na UTI |as informações referem-se ao período de ±
1h|:
assinale as complicações apresentadas no período compreendido entre a última
hora antes e
a primeira hora após a internação na UTI. (vide abaixo)
Complicações ao final das primeiras 24h de internação na UTI: assinale as
complicações apresentadas nas primeiras 24 horas após a internação na UTI. (vide
abaixo)
- Insuficiência respiratória:
- Arritmia cardíaca: distúrbios do ritmo cardíacos agudos tais como fibrilação e
flutter atriais, taquicardias e fibrilação ventriculares, bloqueios AV.
- Efeito massa intracraniano: documentado por exame de imagem.
- Parada cardiorrespiratória.
- Insuficiência renal aguda: creatinina sérica com um aumento de 3 vezes a
creatinina basal ou diurese < 0.3 ml/kg/hour × 24 horas ou anúria por mais de 12h
ou necessidade suporte renal dialítico agudo.
- Neutropenia: contagem total de neutrófilos < 500 células por mm3.
- Hemorragia digestiva
- Ventilação não-invasiva: necessidade de suporte ventilatório não invasivo
- Insuficiência Adrenal: Definido de acordo com protocolos de cada serviço: Os
critérios aceitos serão: aumento <9 μg/dl do cortisol basal após estimulação com
250 μg de ACTH, valor de cortisol basal inferior a 15μg/dl ou resposta
hemodinâmica ao uso de esteróides em dose de estresse (hidrocortisona 200-
52
300mg/dia ou equivalente).
- Ventilação Mecânica: necessidade ventilação mecânica invasiva endotrqueal.
- Aminas vasoativas> 1h: necessidade aminas vasoativas por mais de uma hora
consecutiva nas seguintes doses: dopamina > 5mcg/Kg/mimnuto, qualquer dose de
dobutamina, adrenalina ou noradrenalina.
- Diálise: necessidade suporte renal dialítico.
Resultados a internação na UTI (período compreendido entre a última hora antes e a
primeira hora após a internação na UTI) e nas primeiras 24 horas de internação.
PA = pressão arterial
Freq. Card. = freqüência cardíaca em batimentos por minuto.
Freq. Resp. = freqüência respiratória em incursões por minuto.
Escala de coma de Glasgow = pontuação para a escala de coma de Glasgow
(abaixo)
Elementos da escala coma de Glasgow:
Abertura ocular
Existem quatro níveis (pontos):
4. Olhos se abrem espontaneamente.
3. Olhos se abrem ao comando verbal. (Não confundir com o despertar de uma
pessoa
adormecida; se assim for, marque 4, se não, 3.)
2. Olhos se abrem por estímulo doloroso.
1. Olhos não se abrem.
Melhor resposta verbal
Existem cinco níveis (pontos):
5. Orientado. (O paciente responde coerentemente e apropriadamente às perguntas
sobre seu nome e idade, onde está e porquê, a data etc.)
4. Confuso. (O paciente responde às perguntas coerentemente mas há alguma
desorientação e confusão.)
3. Palavras inapropriadas. (Fala aleatória, mas sem troca conversacional).
2. Sons ininteligíveis. (Gemendo, sem articular palavras.)
1. Ausente.
Melhor resposta motora
Existem seis níveis (pontos):
6. Obedece ordens verbais. (O paciente faz coisas simples quando lhe é ordenado.)
5. Localiza estímulo doloroso.
3. Padrão flexor à dor (decorticação).
4. Retirada inespecífica à dor.
2. Padrão extensor à dor (descerebração).
1. Sem resposta motora.
Pontuação total: de 3 a 15 pontos.
Observação: Caso o paciente esteja sedado, utilizar os parâmetros anteriores à
53
sedação.
FiO2 = Fração inspirada de oxigênio
Vent. Mec. = Ventilação mecânica
PCR-t = proteína C reativa titulada
4 Variáveis Relacionadas às Complicações Infecciosas
Infecção à internação na UTI: preencha as opções caso o paciente apresente
infecção
clinicamente ou microbiologicamente documentada no dia da internação na UTI.
Infecção adquirida durante internação na UTI: preencha as opções caso o
paciente
apresente infecção clinicamente ou microbiologicamente documentada adquirida
durante a
internação na UTI.
Origem: | 1 | Comunitária: adquirida fora do ambiente hospitalar e manifesta nas 1as
48
horas de admissão; | 2 | Hospitalar: adquirida no ambiente hospitalar e manifesta
após as
1as 48 horas de admissão.
Tipo: | 1 | Clinicamente comprovada; presença de sinais clínicos, radiológicos e
laboratoriais compatíveis com infecção e que justifiquem o emprego de antibióticos e
| 2 |
Microbiologicamente documentada, os critérios anteriores associados à identificação
de
germe patogênico, de acordo com os critérios do Centers for Diseases Control de
1988.
(. Garner et al. Am J Infect Control 1988; 16:128-140)
Gravidade será definida de acordo com os critérios de sepse abaixo (Bone et al.
Chest 1992; 101:1644-1655).
Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (do inglês “systemic inflammatory
response
síndrome” SIRS). Resposta do organismo a um insulto variado (trauma, pancreatite,
grande
queimado, infecção sistêmica), com a presença de pelo menos 2 dos critérios abaixo
1. Febre, temperatura corporal > 38ºC ou Hipotermia, temperatura corporal < 36ºC
2. Taquicardia freqüência cardíaca > 90 bpm
3. Taquipnéia freqüência respiratória > 20 irpm ou PaCO2 < 32 mmHg
4. Leucocitose ou leucopenia Leucócitos > 12.000 cels/mm3 ou < 4.000 cels/mm3,
ou
presença de > 10% de formas jovens (bastões)
- Sepse Quando a síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) é
decorrente
de um processo infeccioso comprovado.
- Sepse grave Quando a sepse está associada a manifestações de hipoperfusão
tecidual e disfunção orgânica, caracterizada por acidose lática, oligúria ou alteração
do nível de consciência, ou hipotensão arterial com pressão sistólica menor do que
90 mmHg porém, sem a necessidade de agentes vasopressores
- Choque séptico Quando a hipotensão ou hipoperfusão induzido pela sepse é
refratária à ressuscitação volêmica adequada e com subseqüente necessidade de
administração de agentes vasopressores.
54
Focos de Infecção (marque todas que se apliquem): Assinale as opções
pertinentes. Os
critérios utilizados serão os do Centers for Diseases Control de 1988. (Garner et al.
Am J Infect Control 1988; 16:128-140)
Germes (marque todas que se apliquem): Assinale as opções pertinentes.
S. maltophila = Stenotrophomonas maltophila; B. cepacea = Burkholderia cepacea;
MRSAestafilococo
resistente a meticilina/oxacilina; E. coli - Escherichia coli; P. aeruginosa =
Pseudomonas aeruginosa.
Antibioticoterapia inicial ou empírica adequada: Definida por presença de
microorganismos sensíveis ao esquema antimicrobiano empregado ou
resolução/cura
clínica da infecção em resposta ao tratamento utilizado.
5 - Durante a Permanência no CTI: assinale as intervenções e tratamentos
utilizados ou
recebidos durante a internação na UTI. Ao lado de cada opção, anote o dia de
internação
correspondente ao início do respectivo tratamento ou interveção.
- Aminas vasoativas> 1h: necessidade aminas vasoativas por mais de uma hora
consecutiva nas seguintes doses: dopamina > 5mcg/Kg/mimnuto, qualquer dose de
dobutamina, adrenalina ou noradrenalina.
- Diálise: necessidade suporte renal dialítico.
- Ventilação Mecânica: necessidade ventilação mecânica invasiva endotrqueal.
- Ventilação não-invasiva: necessidade de suporte ventilatório não invasivo
- Falha da VNI: falha do suporte ventilatório não-invasivo com necessidade de
intubação endotraqueal para ventilação mecânica invasiva.
- Duração do suporte ventilatório: em dias.
- Sedação: necessidade de sedação intermitente ou contínua.
- Duração da sedação: em dias
- Suporte nutricional enteral: necessidade de suporte nutricional enteral
- Duração do suporte enteral: em dias
- Suporte nutricional parenteral: necessidade de suporte nutricional parenteral
- Duração do suporte parenteral: em dias
Anote os valores para os domínios do SOFA e do SOFA total (pontos) e da PCR-t
(mg/dL):
Anote os valores correspondentes aos domínios e ao valor total do escore SOFA e
das
dosagens de proteína C titulada nos dias #3, #5 e #7 de internação na UTI.
6 Confusion Assessment Method for the Intensive Care Unit (CAM-ICU):
Anote a presença ou não dos itens de 1 a 4 do CAM-ICU conforme Anexo 4 nos dias
#1 a #28 de internação na UTI.
55
Anexo 5 Escore SOFA
56
57
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo