50
Serviço (PLUS)
31
, o Projeto Montes Claros (MOC)
32
e o Programa de Interiorização das
Ações de Saúde (PIASS)
33
.
Todavia, ao fim do período Geisel, o grupo renovador do Ministério da Saúde
sofreu desgaste, a modernização administrativa foi superficial e os programas
inovadores, aplicados somente em parte. A importância da assistência médica dentro da
estrutura de saúde do Estado ficara explícita com a criação do Instituto de Assistência
Médica da Previdência Social (Inamps), dentro do SINPAS
34
, em 1977 (ALMEIDA,
OLIVEIRA, 1979). A década seguinte, no entanto, veria uma grande transformação no
modelo institucional de assistência à saúde, graças, em grande parte, à atuação do
movimento sanitarista.
O período inicial da década de 1980 foi de aguda crise econômico-social. No
setor saúde, o Ministério da Saúde procurou desenvolver uma política mais atuante de
expansão da cobertura assistencial, já iniciada na década anterior, a fim de responder às
proposições formuladas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na Conferência de
Alma-Ata, em 1978, que preconizava “Saúde para todos no ano 2000”, em especial por
meio da atenção primária (BODSTEIN, 1987).
Várias foram as propostas de implantação de uma rede de serviços voltada para a
atenção primária à saúde, com hierarquização, descentralização e universalização. A
questão das diretrizes políticas e da competência do Ministério da Saúde foi incorporada
na proposta do Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (Prev-Saúde) e
discutida na VII Conferência Nacional de Saúde, em 1979, convocada com o fim de
promover o debate amplo de temas relacionados à implantação e ao desenvolvimento
31
O PLUS foi uma experiência pioneira de saúde pública na previdência social, a qual pôs em prática a
programação de serviços, aplicando de forma racional o princípio da universalização da oferta. Em 1979,
o plano foi desmontado (ESCOREL, NASCIMENTO, EDLER, 2005).
32
O MOC, por sua vez, incorporou conceitos de regionalização, hierarquização, administração
democrática e eficiente, integralidade da assistência, auxiliares de saúde e participação popular. A idéia
que originou o MOC vem de 1972, quando a Family Health, seguindo modelo da Organização Pan-
Americana de Saúde (OPAS) tentou fazer um projeto que ampliasse a estrutura de atenção à saúde nos
postos rurais, para dar conta também do planejamento familiar (ESCOREL, NASCIMENTO, EDLER,
2005).
33
O PIASS foi elaborado pelo setor saúde do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) e tinha
como objetivo central a implantação da estrutura básica de saúde pública nas comunidades de até 20 mil
habitantes e a contribuição para a melhoria do nível de saúde da região, através da instalação de
minipostos e de ações de saneamento. Em geral seguia as linhas propostas por organismos internacionais
quanto à participação comunitária nos serviços de atenção primária, com baixos custos, sem oferta de
serviços sofisticados e com mão-de-obra sem formação acadêmica (ALMEIDA, OLIVEIRA, 1979).
34
O Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (Sinpas) organizou o sistema de proteção
social brasileiro a partir do critério da especialização funcional, criando autarquias vinculadas ao
Ministério da Assistência e Previdência Social, entre elas o Instituto de Assistência Médica da
Previdência Social (Inamps) (BODSTEIN, 1987).