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encontro, né? Aí, ele procurou o dono, se quisesse vender... Isso, lá em
Queluz. Mas ele disse que no momento que não. Aí MS Jonas jogou uma
medalhinha de Nossa Senhora lá na fazenda. A medalhinha que ele sempre
faz isso. Ele olha, pra onde ele vai ou tudo que ele, que a comunidade
precisa, ele vai e joga uma medalhinha de Nossa Senhora. Passou o tempo, o
dono ofereceu a fazenda para o Monsenhor. Aí o Monsenhor comprou com
muito custo. Aí que foi a primeira casa da comunidade, onde eram realizados
os encontros. Daí, Monsenhor veio... Sabe onde era aquele prédio da TV,
anexo ao TI [tecnologia da informação]? Lá era a rádio Bandeirantes. MS
Jonas comprou sem ter dinheiro até pra pagar, não sabia como. Daí, nasceu o
clube do ouvinte. Só que a rádio era pegada só na cidade. Daí que foi
comprar o gerador pra fazer todo... [alongando as sílabas], pra pegar na
região inteira. Daí, MS. Jonas... Surgiu o sistema de comunicação, que é
rádio, TV, web, né? Aí, aquele pedaço lá MS Jonas comprou. TI, rádio. Aqui,
eram umas chácaras vizinhas. Não sei se você conhece a área. Na verdade,
isso era uma chácara vizinha. Monsenhor Jonas também jogou a medalhinha.
Aí ele comprou essa parte. A única estrutura no começo foi ali, a Casa de
Maria, que é mantida desde o começo. Não tem nenhuma modificação. Aí,
Monsenhor Jonas, num encontro, propôs aos jovens quem quisesse viver
durante um ano a serviço de Deus. Daí, surgiu doze, né, entre eles Luzia
Santiago, eles vieram com o Monsenhor morar nessa casa, né. E ele viu quem
sabia conviver. Depois, esse prédio aqui da... A infraestrutura, conforme foi
viajando, né, crescendo, vieram pra cá. Hoje, a Casa de Maria é oração.
Depois que os membros saíram daqui, veio o confessionário. Aí, como foi
crescendo, construíram o confessionário aqui. Daí, depois, o passo foi... o
gerador, né, da TV. Aí foi e pediu novamente [a N.S. Aparecida],
compraram. Daí a TV, ela pega em todo, praticamente em todo o país, né.
Aqui na região, a rádio. Hoje, tem todo o sistema de comunicação. Né. Aí,
nasceu a ermida da Mãe Rainha. Monsenhor Jonas, quando ele foi visitar o
padre Antônio Maria, ele se consagrou a Maria. Prometeu que ia construir
uma capelinha e a ermida. Então, tem a capelinha de Nossa Senhora. Aqui
tem a estrutura das pousadas. Hoje, alguns funcionários moram aqui nessas
casas, mas a maioria mora fora porque não tem espaço pra tá construindo
aqui dentro.
Mas as casas são de quem? São da comunidade ou dos próprios
funcionários?
Não, é tudo dos funcionários. Aí tem o auditório São Paulo, agora. Ali, é os
casos mais avançados, se você quer um atendimento, assim, ou você vai
direto na Casa de Maria. Hoje são todos... A Canção Nova tem mil e
duzentos funcionários, mantidos pela fundação. Tudo aqui é mantido pelo
shopping. Tudo o que é vendido aqui é revertido para a obra.
São quantos funcionários?
Olha, se eu não me engano, são dois mil e pouco.
Só aqui?
No Brasil todo. Onde tem mais é aqui, que é a sede. Tem algumas casas,
Brasília, tem algumas. Mas aqui é onde estão a maioria. Tem um ou outro
espalhado por aí, porque quando é mais longe assim, aí vão os consagrados
(Silmara, recepcionista da Canção Nova, Cachoeira Paulista, Caderno de
pesquisa, 2010).
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Chama a atenção no discurso de Silmara – o que explica grande parte do
diálogo com a peregrina que busca, desesperada, uma resposta imediata para seus
problemas -, muito além da fabulação miraculosa em torno da criação da Canção Nova,
as idas e vindas, os silêncios do discurso. É isso o que se nota no trecho “Aí, MS Jonas,
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Dados da entrevista. Pesquisa de campo realizada em 31/10/2009, na Sede da Canção Nova, em
Cachoeira Paulista, SP, durante o evento Acampamento da Sobriedade.