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RUGOSIDADE DA SUPERFÍCIE DE UM CAMBISSOLO HÚMICO RELACIONADA
AO TIPO DE PREPARO SOB CHUVA NATURAL
Autor: Ivana Manenti Capistrano Correa
Orientador: Dr. Ildegardis Bertol
RESUMO
A rugosidade superficial do solo é uma das características mais importantes de sua superfície, a qual,
juntamente com a cobertura por resíduos vegetais, influencia a infiltração de água no solo, a
armazenagem de água e de sedimentos na superfície e a erosão hídrica. Por sua vez, a rugosidade é
influenciada pelo preparo do solo, pela umidade do solo no momento do preparo, pelos resíduos
culturais, pelo efeito residual do uso do solo e, temporalmente pela chuva, dentre outros fatores. O
trabalho teve o objetivo de estudar o efeito de tipos de preparo e da consolidação do solo e da chuva
sobre a rugosidade e a tortuosidade superficial; para isso, conduziu-se um experimento sob chuva
natural em um Cambissolo Húmico Alumínico léptico, com declividade média de 0,03 m m
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, em
Lages, SC, de setembro a novembro de 2008 em campo até novembro de 2009 em laboratório.
Estudaram-se os seguintes tratamentos: 1) sem preparo instalado em solo que permaneceu consolidado
por três anos (LIC); 2) sem preparo instalado em solo não consolidado (LINC), no qual não se efetuou
preparo imediatamente antes de instalar o tratamento; 3) preparo do solo com uma operação de arado a
0,20 m de profundidade e duas de grade a 0,15 m de profundidade em solo consolidado por três anos
(PCC); 4) preparo do solo com uma operação de arado a 0,20 m de profundidade e duas de grade a
0,15 m de profundidade em solo não consolidado (PCNC), no qual não se efetuou preparo
imediatamente antes de instalar o tratamento; 5) preparo do solo com uma operação de escarificador a
0,15 m de profundidade em solo consolidado por três anos (ESC); e 6) preparo do solo com uma
operação de escarificador a 0,15 m de profundidade em solo não consolidado (ESNC), no qual não se
efetuou preparo imediatamente antes de instalar o tratamento. No período de consolidação do solo dos
tratamentos LIC, PCC e ESC não houve preparo algum, enquanto, nos tratamentos LINC, PCNC e
ESNC, houve vários preparos antecedentes e nenhum preparo imediatamente antes de instalar os
tratamentos. As alturas do microrelevo que permitiram o cálculo da rugosidade e tortuosidade
superficial foram determinadas com rugosímetro mecânico de varetas, em seis oportunidades:
imediatamente antes de instalar os tratamentos; imediatamente após o preparo do solo nos tratamentos
com preparo; e após a ocorrência de cada um dos seguintes volumes de chuva: 78 mm, 82 mm, 230
mm e de 123 mm. O preparo do solo aumenta a rugosidade ao acaso da superfície do solo. O aumento
é de 3,72 vezes no PCC e PCNC e de 3,88 vezes no ESC e ESNC. A consolidação do solo também
influencia essa rugosidade, quando o mesmo é preparado. No caso do PCC, o aumento é de 4,58 vezes
e é de 3,04 vezes no PCNC. No caso do ESC o aumento é de 5,49 vezes e é de 2,61 vezes no ESNC. A
rugosidade ao acaso da superfície do solo decresce com o aumento da altura de chuva,
independentemente do tipo de preparo e do grau de consolidação do solo; o modelo y=ae
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se ajusta
aos dados com significância estatística (p < 0,01). O coeficiente de determinação é de 0,67; 0,87; e
0,97, para os tratamentos LIC, PCC e ESC, respectivamente, enquanto, para os tratamentos LINC,
PCNC e ESNC, tal coeficiente é respectivamente de 0,94; 0,96; e 0,98. A rugosidade linear aumenta
com a rugosidade original e, esta, com a rugosidade ao acaso; o modelo y=a+bx se ajusta aos dados
com significância estatística (p < 0,01). A declividade do terreno tem maior influência (coeficiente