TRENTIN, Rodrigo Miguel. GOVERNANÇA NA EMPRESA FAMILIAR – Estratégia
e mecanismos para a minimização de conflitos no processo sucessório.
Dissertação (Mestrado em Administração). Programa de Pós Graduação – Mestrado
em Administração (PPGMAD) da Fundação Universidade Federal de Rondônia
(UNIR) 84 p. Porto Velho, 2010.
RESUMO
Podemos considerar empresas familiares a grande maioria das empresas em
atividade no mundo, aumentando, assim, a expectativa de todos os interessados no
sucesso da gestão e, por consequência, no sucesso e na perpetuação dessas
empresas. Os interessados podem ser as famílias proprietárias e seus herdeiros, e
mesmo a sociedade, que desenvolve suas atividades profissionais nessas
empresas, ou o poder público, que arrecada boa parte dos seus impostos das
empresas familiares. As empresas familiares possuem grandes vantagens e
algumas particularidades em sua gestão que podem gerar conflitos, justamente pelo
sentimento envolvido na participação da família. Um dos pontos mais delicados é a
sucessão, a passagem da primeira para a segunda geração e assim
sucessivamente. O presente estudo procurou analisar uma estratégia que pudesse
minimizar esses conflitos e se os mecanismos de Governança, quando aplicados às
empresas familiares, contribuem para minimizar esses conflitos advindos do
processo de sucessão. A metodologia do trabalho foi definida por meio de um estudo
de caso no Grupo Rovema, um Grupo multi-familiar que esta estruturando seu
processo de sucessão e já tem alguns mecanismos de Governança aplicados em
sua gestão. O estudo teve natureza aplicada, abordando o problema de forma
qualitativa e segundo o modelo de estudos descritivos. Em complemento ao roteiro
de entrevista desenvolvido, foi utilizada uma pesquisa realizada pela MB Consultoria
com os membros da empresa, buscando compreender o alinhamento e o
conhecimento dos mecanismos de Governança e o interesse e participação no
processo sucessório. Foi possível verificar que muitos desses mecanismos
minimizam alguns conflitos com fontes diferentes ao da sucessão, mas a falta de
comunicação e conhecimento dos reais objetivos desses mecanismos, pode criar
uma resistência na participação da segunda geração na gestão do Grupo, gerando
conflitos no processo sucessão. Os mecanismos de Governança ainda não estão
implementados em sua totalidade, mas a cultura organizacional do Grupo provê um
campo estruturado para a implantação desses mecanismos e um provável sucesso
nesse processo. Pelos resultados que o grupo apresenta, é fato que ainda há muito
para se aprimorar na gestão e na administração de cada um dos três eixos da
empresa familiar: família, propriedade e gestão, mas com as devidas adaptações e
correções, os mecanismos de Governança já implementados, podem ser a
estratégia correta para criar uma base sólida para o desenvolvimento e perpetuação
do Grupo.
Palavras Chave: Governança – Sucessão – Empresa Familiar