RESUMO
LESSA, ALYNE ALVES. Seleção de terras aptas a disposição de lodo de estações de
tratamento de esgoto com fins agrícolas. 2010. 105 pág. Dissertação (Mestrado em
Engenharia do Meio Ambiente) - Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Engenharia
do Meio Ambiente – PPGEMA, Universidade Federal de Goiás – UFG, Goiânia, 2010.
A aglomeração humana em centros urbanos tem gerado muitos impactos ao meio ambiente,
destacando-se os resíduos produzidos por suas atividades. Para destinar corretamente estes
resíduos, tecnologias são desenvolvidas como as envolvidas no tratamento dos esgotos.
Entretanto, esta forma de tratamento também gera resíduos, os quais devem ser tratados e
dispostos adequadamente. O lodo é um dos subprodutos do tratamento do esgoto doméstico e
possui algumas alternativas de disposição, dentre as quais, a disposição agrícola com fins de
condicionamento do solo ou mesmo recuperação de áreas degradas. O solo, contudo, deve ter
características favoráveis ao recebimento deste tipo de material, de modo a não criar
condições para proliferação de bactérias não eliminadas no tratamento do lodo e evitar a
contaminação das águas subterrâneas e superficiais. Deste modo, este trabalho teve como
objetivo classificar áreas quanto à aptidão a aplicação do lodo da Estação de Tratamento de
Esgoto de Goiânia, num raio de 46 km e 20 km a partir da referida Estação, utilizando o
sistema de informações geográficas. Para atingir este objetivo, procedeu-se à identificação das
áreas consideradas inaptas ao recebimento do lodo pela Resolução CONAMA 375/2006 do
MMA. Em seguida, as áreas que não apresentaram restrições foram submetidas à análise da
capacidade de uso do solo para aplicação do lodo a partir das características dos seguintes
fatores ambientais: hidromorfismo, fertilidade, textura, profundidade, drenagem e
pedregosidade do solo, além do relevo e da suscetibilidade dos solos à erosão. Os estudos
para os raios de 46 e 20 km pelas restrições estabelecidas pela resolução demonstraram que da
área total de estudo 25,5 e 43%, respectivamente, são inaptas à aplicação do lodo, atendendo
muitas das fragilidades ambientais do terreno como o observado para os fatores
hidromorfismo e drenagem do solo. Já os fatores ambientais textura, pedregosidade e
profundidade apresentaram restrições que impedem o lançamento do lodo em algumas áreas,
enquanto a fertilidade do solo mostrou-se ideal para esta finalidade. Considerando todos os
fatores ambientais, a área apresenta inaptidão à aplicação do lodo na ordem de 14,5% das
terras para o raio de 46 km e 8,3% para o raio de 20 km, que somadas à restrição normativas,
exclui 40% e 51%, respectivamente, para este tipo de uso. As áreas aptas à disposição
agrícola do lodo respondem por 51,3% da área total, estando 8,7% das terras com fortes
restrições ambientais considerando o raio de 46 km, enquanto para o raio de 20 km esses
valores são de 45 e 3,7%, respectivamente. As melhores áreas para aplicação do lodo, em
ambas as áreas - 46 e 20 km - estão localizadas na região norte da área de estudo.
Palavras-chave: Lodo de esgoto. Disposição final no solo. Seleção de áreas. Restrições legais.
Fatores ambientais.