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César Augustus Fernandes da Silva
Impacto da meditação prânica sobre a função de fagócitos
e os níveis de hormônios em praticantes recentes
Brasília - DF
2010
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César Augustus Fernandes da Silva
Impacto da meditação prânica sobre a função de fagócitos
e os níveis de hormônios em praticantes recentes
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Ciências Médicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de Brasília, como requisito parcial para a obtenção do título de
Mestre em Ciências Médicas, Área de Concentração,
Imunologia.
Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo Tosta
Brasília - DF
2010
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César Augustus Fernandes da Silva
Impacto da meditação prânica sobre a função de fagócitos
e os níveis de hormônios em praticantes recentes
Este trabalho de dissertação, quesito para obtenção do título de mestre na
Universidade de Brasília, Área de Concentração, Imunologia, foi apreciado por uma
Banca Examinadora constituída pelos professores:
___________________________________________________
Prof. Dr. Carlos Eduardo Tosta UnB
___________________________________________________
Prof. Dr. Marcelo Marcos Piva Demarzo Unifesp
___________________________________________________
Prof. Dr. Enrique Roberto Argañaraz UnB
___________________________________________________
Profa. Dra. Luciana Menezes da Silva Flannery UnB
5
“O pesquisador transforma o ruído em melodia, o
cientista, a melodia em música”.
Carlos Eduardo Tosta
6
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por me permitir que realizasse a pesquisa com saúde e equilíbrio.
À minha mãe, Marinésia Fernandes de Araújo (in memorian) por me alimentar com carinho,
amor e responsabilidade.
À minha avó e mãe, Maria Fernandes de Araújo (in memorian) por me ensinar a
compreender o verdadeiro sentido das palavras amor e fraternidade.
Agradeço à minha irmã Miriam Fernandes pela grande amiga e companheira nessa nova
etapa acadêmica a qual optei por seguir. Ao meu amigo, Marcio Smidt, pela amizade e
momentos de alegria.
Aos meus familiares pelo carinho e amizade.
Às amigas Érica Alessandra Rocha e Yanna Nóbrega pela gentil colaboração para a
realização deste trabalho.
Às professoras Maria Imaculada e Selma Kückelhaus pelas orientações que facilitaram a
execução da pesquisa.
A todos os colegas do Laboratório de Imunologia Celular e demais amigos que fizeram parte
dos nossos grandes momentos de êxtase acadêmico:
Carlos Kückelhaus, Felício Sala Neto (in memoriam), Juarez Castellar, Luis Camelo, Karlo
Quadros, Luciana Flannery, Mariana Carminatti, Marthina Gomes, Rafael Guimarães,
Rosana Saldanha, Tatiana Borges, Nelson Pelet, José Siqueira e Shirley Couto.
Aos funcionários da secretaria de pós-graduação da Faculdade de Medicina pela presteza e
cordialidade: Gledson Alessandro Ribeiro, Daniele Gomes de Miranda e Jaqueline Almeida
de Oliveira.
Aos voluntários da pesquisa pela inestimável colaboração e à Universidade de Brasília, que
contribuiu para o verdadeiro papel que a academia exerce: “Comprovação de fenômenos
submetidos a investigações científicas”.
Ao orientador, mestre e amigo, Prof. Carlos Eduardo Tosta, por me ensinar o verdadeiro
propósito de se “fazer” ciência.
César Augustus
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RESUMO
As práticas de meditação desenvolvidas no Ocidente têm sido utilizadas como
método de redução do estresse e da gravidade de algumas condições clínicas. Seus
benefícios têm estimulado os profissionais de saúde a adotar a meditação como um
método complementar de tratamento e despertado o interesse da comunidade
científica mundial no sentido de comprovar seus efeitos e explicar seus possíveis
mecanismos de ação na manutenção e recuperação da saúde. Existem atualmente
poucas informações sobre os efeitos que a meditação é capaz de causar sobre os
sistemas adaptativos (imunitário, endócrino e nervoso), particularmente, aqueles
envolvendo a atividade de fagócitos e os níveis de hormônios como a corticotrofina,
o cortisol e a melatonina. Os benefícios relativos à saúde multidimensional relatados
por praticantes que vêm participando de cursos de meditação prânica nos últimos
anos motivaram-nos a utilização de metodologia científica para comprovar os
resultados e tentar explicá-los. A presente investigação teve como objetivo avaliar os
efeitos das práticas de meditação prânica sobre a capacidade fagocitária e a
produção de peróxido de hidrogênio e de óxido nítrico por monócitos e os níveis de
corticotrofina, cortisol e de melatonina em praticantes recentes. Observou-se que
dez semanas de práticas de meditação prânica foram capazes de aumentar a
fagocitose, a produção de peróxido de hidrogênio e de reduzir os níveis de
corticotrofina dos praticantes que meditaram mais (>980min). Nossos dados
sugerem que a meditação levou a uma tendência à normalização dos valores
extremos da produção de óxido nítrico pelos monócitos. Em nossas condições
experimentais, o foi possível demonstrar efeito da meditação prânica sobre os
níveis de cortisol e de melatonina, provavelmente em decorrência da grande
variabilidade dos níveis basais entre indivíduos. Nossos dados mostraram que a
meditação prânica foi capaz de causar impacto positivo sobre o sistema
imunoneuroendócrino de praticantes recentes. Os resultados do presente estudo
concorrem para dar respaldo científico à meditação prânica e facilitar sua
aceitabilidade como método complementar na prática médica.
Palavras-chave: Meditação prânica; prana; fagócitos; monócitos; peróxido de
hidrogênio; óxido nítrico; corticotrofina; cortisol; melatonina; sistema
imunoneuroendócrino; saúde.
8
ABSTRACT
Meditation has been used in the western world for the last few decades as a
method of reducing stress and treating different medical and psychological disorders.
The benefits provided by meditation have stimulated its adoption as a
complementary method of treatment and have stirred the scientific community to
prove its effects and to explain its possible mechanisms. Presently, little is known
about the effects of meditation on the function of the adaptive systems (the immune,
the endocrine and the nervous systems), including on the activity of phagocytes and
the levels of the hormones capable of influencing these cells. The benefits
associated to the multidimensional health referred by the practitioners of pranic
meditation in the last few years aroused our interest to submit this novel modality of
meditation to the scientific methodology, in order to evaluate the possible
mechanisms involved in its outcomes. The present investigation aimed at evaluating
the effects of pranic meditation practices on the phagocytic capacity, the production
of hydrogen peroxide and nitric oxide by monocytes, and on the concentrations of
corticotrophin, cortisol, and melatonin. It was observed that a 10-week course on
pranic meditation was capable to increase phagocytosis, and hydrogen peroxide
production by monocytes, and to reduce the levels of corticotrophin in the higher
(>980min of meditation) practitioners. Our data suggest that the practice of
meditation lead to a trend of normalization of the extreme values of the production of
nitric oxide by monocytes. In our experimental conditions, no effect of meditation was
detected on the levels of cortisol and the melatonin, probably due to the high
variability of the basal levels of these hormones among the subjects. Our results
showed that pranic meditation is capable to positively impact the
immunoneuroendocrine system of recent practitioners and, therefore, pave the way
for its acceptance as a new complementary method in medical practice.
Key-words: Pranic meditation; prana; phagocytes; monocytes; hydrogen peroxide;
nitric oxide; corticotrophin; cortisol; melatonin; immunoneuroendocrine system;
health.
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LISTA DE FIGURAS
Figuras 1 e 2. Avaliação da capacidade fagocitária de fagócitos...................38/39
Figuras 3 e 4. Quantificação da produção de peróxido de hidrogênio..........40/41
Figuras 5 e 6. Quantificação da produção de óxido nítrico............................42/43
Figuras 7 e 8. Quantificação de corticotrofina.................................................44/45
Figuras 9 e 10. Quantificação de cortisol..........................................................46/47
Figura 11. Quantificação de melatonina............................................................48
10
SUMÁRIO
1. Introdução.............................................................................................................12
2. Objetivos...............................................................................................................24
3. Métodos.................................................................................................................25
3.1 Caracterização do grupo de estudo............................................................25
3.2 Delineamento experimental.........................................................................26
3.3 Fluxograma....................................................................................................27
3.4 Considerações éticas...................................................................................28
3.5 Práticas de meditação prânica....................................................................28
3.6 Coletas de sangue e de saliva.....................................................................31
3.7. Avaliação da capacidade fagocitária de fagócitos sanguíneos..............32
3.8. Separação de células mononucleares.......................................................33
3.9. Quantificação da produção de peróxido de hidrogênio por
monócitos ....................................................................................................33
3.10. Quantificação da produção de óxido nítrico por monócitos.................34
3.11. Quantificação de corticotrofina................................................................35
3.12. Quantificação de cortisol..........................................................................35
3.13. Quantificação de melatonina....................................................................36
3.14. Análise estatística......................................................................................36
4. Resultados............................................................................................................38
4.1 Avaliação da capacidade fagocitária de fagócitos....................................38
4.2 Quantificação da produção de peróxido de hidrogênio...........................40
4.3 Quantificação da produção de óxido nítrico.............................................42
4.4. Quantificação de corticotrofina.................................................................44
4.5. Quantificação de cortisol...........................................................................46
4.6 Quantificação de melatonina......................................................................48
4.7 Correlações de dados..................................................................................48
5. Discussão.............................................................................................................49
6. Conclusões..........................................................................................................58
7. Referências Bibliográficas..................................................................................59
Apêndices.................................................................................................................76
Apêndice A: Diário da prática de meditação...............................................77
Apêndice B: Programa do curso de meditação prânica............................78
11
Apêndice C: Termo de consentimento após esclarecimento....................79
Anexos.......................................................................................................................80
Anexo 1: Parecer do comitê de ética em pesquisa....................................81
Anexo 2: Separação de células mononucleares (CMNs) ..........................82
Anexo 3: Produção de peróxido de hidrogênio por monócitos em placa
de microcultivo.............................................................................83
Anexo 4: Produção de óxido nítrico por monócitos em placa de
microcultivo..................................................................................84
Anexo 5: Índice fagocitário dos participantes............................................85
Anexo 6: Quantificação do peróxido de hidrogênio por monócitos........86
Anexo 7: Quantificação do óxido nítrico por monócitos...........................87
Anexo 8: Concentrações de corticotrofina.................................................88
Anexo 9: Concentrações de cortisol............................................................89
Anexo 10: Concentrações de melatonina....................................................90
12
1. INTRODUÇÃO
A palavra meditação deriva do latin meditare, que significa voltar-se para o
centro, no sentido de desligar-se do mundo exterior e de entregar-se à
contemplação ou reflexão (PINNA, 2008). Em sânscrito, é chamada de dhyāna,
conhecida por ch'an na tradição chinesa e zen na tradição japonesa (SUZUKI,
2007). Segundo o dicionário Houaiss (2010), meditação é um ato ou efeito de
meditar e de pensar com grande concentração de espírito; é uma prática de
concentração mental que se propõe a levar, através de uma sucessão de estádios, à
liberação espiritual dos laços do mundo material. A meditação é um método que
objetiva o autoconhecimento e a manutenção do equilíbrio do ser em sua
multidimensionalidade (física, mental/emocional, interpessoal e espiritual), e pode
ser comparada a uma prece mental feita para alcançar a transcendência e a
iluminação (MERTON, 1960). Possui raízes orientais descritas em textos hindus e
taoistas entre 1500 e 300 a.C., mas sua origem exata diverge entre a comunidade
científica e especula-se que a prática de meditação seja datada por volta de 5.000 a
8.000 anos (OSPINA e cols., 2007; CHIESA e cols., 2010).
As práticas de meditação originárias do Oriente baseiam-se na manutenção
do equilíbrio multidimensional do ser humano e na busca do autoconhecimento e da
transcendência. Diferem das técnicas desenvolvidas no Ocidente por utilizarem a
meditação profunda para aumentar a capacidade de atenção, concentração e
reflexão que desperta o indivíduo para a sua própria cura e mantêm a essência do
desenvolvimento espiritual (GOLEMAN, 1999). No Ocidente a meditação sofreu
modificações para dar origem a modalidades que passaram a integrar a medicina
complementar como um método de autorregulação das funções fisiológicas do
corpo, com o objetivo de redução dos efeitos deletérios do estresse e da ansiedade
(HARINATH e cols., 2004; GALVIN e cols., 2006; TANG e cols., 2007; OMAN e
cols., 2008).
Existe uma ampla variedade de exercícios que compõem as diversas práticas
de meditação (ex.: exercícios de respiração, de captação e manipulação de prana
(energia vital), de visualização, de recitação de mantra e posturas do corpo), o que
facilitou a origem de categorias de meditação compostas por modalidades, tais
como: (1) meditação mântrica (ex.: meditação transcendental, reação de
relaxamento, entre outras), (2) meditação de plena atenção ou ―mindfulness‖ (ex.:
13
vipassanā, meditação Zen Budista, redução do estresse baseada em plena atenção
e terapia cognitiva baseada em plena atenção), (3) yoga, (4) chi kung e o (5) tai chi
(OSPINA e cols., 2007, 2008). Essas modalidades apresentam um conjunto de
técnicas distintas, mas que têm em comum, a característica de manter a focalização
da atenção durante as práticas meditativas (SHAPIRO e WALSH, 1984). Algumas
modalidades de meditação foram ocidentalizadas para se adequarem aos costumes
dos povos do ocidente e m sendo, ao longo dos anos, submetidas a investigações
científicas para avaliar a sua eficácia como método complementar na prática médica.
Entre elas estão, a meditação vipassanā (SULEKHA e cols., 2006), a meditação
transcendental (ROSAEN e BENN, 2006), a reação de relaxamento (GALVIN e cols.,
2006), a redução do estresse baseada em plena atenção (―mindfulness‖) (WITEK-
JANUSEK e cols., 2008), a terapia cognitiva baseada em plena atenção
(KAZANTZIS e cols., 2010), a hatha yoga (HARINATH e cols., 2004) e o chi kung
(CHEN, 2004).
A meditação vipassanā é relatada como o método de meditação praticado por
Siddhārtha Gautama (Buda) mais de 2500 anos e baseia-se nos princípios da
tradição teravada que representa uma das mais antigas escolas budistas
(EMAVARDHANA e cols., 1997; CHIESA, 2010). Vipassanā como é conhecida na
linguagem pāli é chamada de vipaśyanā em sânscrito, e significa ―ver as coisas
como realmente são‖ (SULEKHA e cols., 2006). É praticada no sul e sudeste da Ásia
e em alguns países do ocidente, e seu principal objetivo é compreender três
características associadas à concepção da natureza humana: a impermanência
(anicca), o sofrimento (dhuka) e o ―não-eu (anatta) (OSPINA e cols., 2007). Esta
prática meditativa inclui um retiro de dez dias em pleno silêncio, sem comunicação e
com cinco preceitos morais: abstinência de violência, de mentira, de furto, de sexo e
de bebida alcoólica (HIMELSTEIN, 2010). Também pode ser praticada diariamente
de 5 a 10 minutos duas vezes ao dia nas posições sentada, em pé, deitada ou com
caminhada, mas o foco deve estar sempre na respiração controlada (OSPINA e
cols., 2007). Durante a meditação, os praticantes permanecem conscientes no
presente momento e são observadores de seus pensamentos (CHIESA, 2010).
A meditação transcendental é uma modalidade originada da tradição védica
da Índia, cujo estado meditativo, também conhecido como de ―serena vigilância‖ é
alcançado pela recitação repetida de vibrações sonoras (mantra) para evitar a
dispersão da mente (OSPINA e cols., 2007). Foi introduzida no Ocidente por
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Maharishi Mahesh Yogi, fundador do Movimento de Regeneração Espiritual em
1957, que daria início às atividades de divulgação dos conhecimentos sobre a
meditação transcendental em vários países (SCHACHINGER & SCHROTT, 2005). É
uma modalidade de redução do estresse mental (INFANTE e cols., 1998), definida
como uma forma estilizada de relaxamento físico e mental (ELIAS & WILSON, 1995,
2000), ou como uma versão ocidentalizada da ioga hindu, que vem sendo, de certa
forma, comercializada no Ocidente (GOLEMAN, 1999; RUBIA, 2009) com o objetivo
de modular a mente e reduzir o estresse mental (INFANTE e cols., 1998) ou de
induzir um estado de relaxamento físico e mental (ROSAEN e BENN, 2006). As
práticas são feitas na posição sentada com duas sessões diárias entre 15 e 20 min,
sem uma técnica específica de respiração, e a concentração é focada na recitação
de mantra (HIMELSTEIN, 2010).
A reação de relaxamento foi descrita em 1974 pelo Dr. Herbert Benson,
cardiologista da Universidade Harvard, como uma resposta fisiológica coordenada,
oposta às mudanças fisiológicas causadas pelo estresse, que estimulam o
comportamento de luta ou fuga (BENSON, 1997). Algumas modalidades de
meditação como, o tai chi (ROBINS e cols., 2006), o chi kung (TSANG e cols., 2006),
a meditação transcendental (PAUL-LABRADOR e cols., 2006), a vipassa
(SULEKHA e cols., 2006), a yoga (BANERJEE e cols., 2007) e a redução do
estresse baseada em plena atenção (PRADHAN e cols., 2007; MORONE e cols.,
2008) são capazes de estimular a reação de relaxamento associada ao bem estar
físico e emocional, caracterizada pela redução da atividade do sistema nervoso
simpático, que exerce influência sobre o estado de alerta, as frequências cardíaca e
respiratória e a pressão sanguínea (GALVIN e cols., 2006; OSPINA e cols., 2007). A
reação de relaxamento pode ser praticada duas vezes ao dia durante 20 min, e
utiliza exercícios específicos que estimulam a mente e o corpo, trabalhando a
focalização da atenção sobre palavras, sons, frases, imagem, respiração ou
movimentos corporais (FRIEDMAN e cols., 2001; OSPINA e cols., 2007).
A redução do estresse baseada em plena atenção (―mindfulness‖) é uma
modalidade que foi inicialmente desenvolvida por Jon Kabat-Zinn para o tratamento
de pacientes com dores crônicas (KABAT-ZINN, 1982) e que, nas últimas décadas,
tem mostrado eficácia na redução da gravidade de algumas condições clínicas como
o estresse e as manifestações associadas ao câncer (SCHENSTRÖM e cols., 2006;
WITEK-JANUSEK e cols., 2008). Baseia-se nos princípios da meditação de plena
15
atenção, que tem raízes na tradição teravada do budismo, entretanto, difere por ser
um programa de aplicabilidade clínica desenvolvido para reduzir os efeitos do
estresse e da ansiedade (OMAN e cols., 2008) e que conduz a um estado de
relaxamento, embora esse não seja o objetivo mas sim a consequência. Entre as
principais características da redução do estresse baseada em plena atenção estão,
a manutenção do estado consciente no momento presente, a atenção sobre as
vivências, sem reação mental e de julgamento, e a proposta de aliviar o sofrimento e
cultivar a compaixão (CARMODY e cols., 2008; LUDWIG e KABAT-ZINN, 2008). O
treinamento consiste em aulas teóricas sobre a psicofisiologia do estresse,
discussões e práticas com sete a dez sessões com duração entre 60 e 90 min,
semanalmente, acrescidas de um retiro com práticas que envolvem técnicas de
respiração, de meditação com caminhada ou na postura sentada ou deitada, de
emissão de prana pelo corpo e de posturas (asanas) da Hatha yoga ou do
movimento do corpo em plena atenção (ARIAS e cols., 2006; HIMELSTEIN, 2010).
Como parte das atividades complementares, os praticantes recebem um CD (disco
compacto) com instruções para 45 min de práticas diárias em casa (MASSION e
cols., 1995; REBECCA e cols., 2006).
A terapia cognitiva baseada em plena atenção é uma técnica desenvolvida
por Zindel Segal, Mark Williams e John Teasdale em 1992, que utiliza uma
combinação de práticas de meditação de plena atenção, instrução sobre depressão
e estratégias comportamentais e cognitivas com o objetivo de prevenir recaídas e a
recorrência de episódios de depressão maior (KAZANTZIS e cols., 2010). O
praticante aprende a lidar com seus pensamentos e sentimentos, mantendo uma
relação de equilíbrio entre a mente e o corpo, sem fazer julgamentos e sem tentar
excluí-los da consciência. O programa consiste de treinamento de oito semanas com
uma sessão de duas horas por semana e as técnicas possuem componentes como,
a respiração passiva que o exige padrões específicos, o ―rastreamento do corpo‖
e a meditação na postura sentada. Se, durante as práticas, a mente estiver dispersa,
a focalização deve retornar para a parte do corpo que estava sob atenção (OSPINA
e cols., 2007).
Chi kung, que significa cultivo do chi, ou prana, que é a energia vital
encontrada na natureza e em todas as formas de vida, é uma modalidade de
meditação da tradição chinesa que se baseia no sistema de meridianos localizado
no corpo humano por onde flui a energia vital. A doença é considerada como o
16
resultado da escassez, impureza, ou bloqueio (estagnação) do chi (CHEN, 2004;
KEMP, 2004). A literatura biomédica documenta os efeitos das práticas de chi kung
sobre a saúde com as designações de treinamento chi para o chi kung interno
(JONES e cols., 2001; LEE e cols., 2004a, 2004b e 2004c; MALDONADO e cols.,
2005), quando a prática é autodirecionada pelo praticante envolvendo movimentos
do corpo e meditação, e terapia chi para o chi kung externo, quando feito pelo
praticante que usa as mãos para a emissão de chi para outra pessoa (LEE e cols.,
2001, 2007). As práticas podem ser feitas com sessões de 20 a 30min diariamente,
duas vezes ao dia, e inclui cnicas de respiração e movimentos suaves do corpo,
focados na mente, com o objetivo de aumentar e restabelecer o fluxo de chi (prana)
para acelerar o processo de autocura (KEMP, 2004; OSPINA e cols., 2007; LEE e
cols., 2009).
A yoga é uma modalidade de meditação de origem indiana praticada por
cerca de 5.000 a 8.000 anos, e está associada às tradições do hinduísmo (HOYEZ,
2007; OSPINA e cols., 2007). A palavra yoga deriva da raiz sânscrita Yuj, que
significa união da consciência individual com a consciência universal (SULEKHA e
cols., 2006). Ao longo dos séculos, suas cnicas foram desenvolvidas e
transmitidas por meio de modalidades como, por exemplo, o Kundalini yoga, o
Sahaja yoga e o Hatha yoga. As práticas de yoga podem ser feitas diariamente com
duração mínima de 15 min e têm como características a focalização da força e da
flexibilidade do corpo numa combinação de cnicas com movimentos e posturas do
corpo (asanas), meditação (dhyana) e recitação de mantra para a manutenção do
equilíbrio multidimensional do praticante (OSPINA e cols., 2007; VERA e cols.,
2009). Por meio das práticas é possível abrir os canais e liberar a energia que está
bloqueada e permitir o seu fluxo pelo corpo (GULMEN, 2004). O treinamento do
controle da consciência tem como objetivo descobrir a essência da existência
humana e possibilita ao praticante de ioga alcançar o autoconhecimento e o
sentimento de autorrealização (POSADZKI e cols., 2010).
A meditação prânica é uma modalidade sistematizada em 1982, a partir dos
ensinamentos do mestre indiano Baddhu Lari, e que se baseia nos princípios da
antiga medicina ayurvédica indiana, que considera a doença como decorrente de
desequilíbrios em quaisquer das dimensões do ser humano: física,
mental/emocional, interpessoal e espiritual, e tem como objetivo o
autoconhecimento. Considera que as doenças físicas frequentemente se originam,
17
ou são influenciadas pelas dimensões mental/emocional, interpessoal ou espiritual, e
que os processos vitais (e, consequentemente a saúde e a vida) são mantidos por
meio de prana (sânscrito: energia vital), também conhecido por qi ou chi, na tradição
chinesa, e ki na tradição japonesa. O prana pode ser captado por meio da
respiração ou pelo sistema de chakras, circula por todo o corpo e forma campos de
energia sutil (ou metenergia) que envolvem o corpo e podem ser projetados
(OHNISHI, S.T. & OHNISHI, T, 2009). O prana, essencial para todas as formas de
vida, é capaz de atuar sobre células e moléculas (REIN, 1995; KIANG e cols., 2005;
OHNISHI e cols., 2007; SHAO e cols., 2009) e de melhorar a saúde do indivíduo
(SANCIER, 1996). A meditação prânica utiliza técnicas de focalização da atenção e
concentração para a serenização da mente, de respiração controlada (pranayama) e
de visualização, para a captação e manipulação de prana, visando a preservação e
recuperação da saúde multidimensional, a expansão da sensibilidade e da
consciência e, principalmente, o autoconhecimento e a autotransformação.
A meditação não se restringe a exercícios físicos com padrões mecanicistas
que causam o relaxamento, mas cria uma condição para que a mente possa
permanecer calma e ao mesmo tempo concentrada, em estado de vigilância serena,
que permite ao praticante desenvolver o processo de autoconhecimento. Muitas
práticas de meditação foram desenvolvidas num contexto espiritual ou religioso que
tem como objetivo final a autotransformação e a experiência de transcendência.
Como método de intervenção no cuidado à saúde, a meditação pode ser ensinada e
utilizada efetivamente desconsiderando a opção religiosa ou cultural do praticante
(ASTIN e cols., 2003). Embora a meditação seja uma prática milenarmente utilizada
no Oriente, somente no culo XX passou a ter divulgação mais ampla no Ocidente
(XIONG & DORAISWAMY, 2009), devido à perspectiva de propiciar um estado de
equilíbrio entre a mente e o corpo, a prevenção e a redução dos efeitos da
ansiedade, da depressão, da dor e do estresse (CARLSON e cols., 2004; LUDWIG e
KABAT-ZINN, 2008; MORONE e cols., 2009; OMAN e cols., 2008; LEE e cols.,
2009; RUBIA, 2009).
As evidências de que a prática de meditação pode concorrer para a
manutenção da saúde física e mental, além de facilitar a redução da frequência ou
da gravidade de algumas doenças, são cada vez mais presentes na literatura
científica biomédica. Efeitos benéficos da meditação têm sido comprovados em
pacientes com artrite reumatóide (PRADHAN e cols., 2007), câncer (CARLSON e
18
GARLAND, 2005, HANN e cols., 2005; OTT e cols., 2006; CARLSON e cols., 2007;
MOADEL e cols., 2007; CARLSON e BULTZ, 2008), doenças cardiovasculares,
epilepsia, esclerose múltipla, hipertensão arterial, psoríase (BARNES e cols., 1999,
2001; CUNNINGHAM e cols., 2000; PAUL-LABRADOR e cols., 2005; ARIAS e cols.,
2006; ORME-JOHNSON, 2006) e distúrbios da atenção (RAZ e BUHLE, 2006;
TANG e cols., 2007). Praticantes de meditação podem desenvolver mecanismos
mais adequados de adaptação fisiológica e imunitária, que contribuem para o
melhora da resposta adaptativa a situações estressogênicas (TANG e cols., 2007;
FAN e cols., 2010).
Com a popularização da meditação e os resultados das investigações
mostrando que as práticas exercem influência positiva na recuperação ou na
atenuação dos efeitos deletérios de algumas doenças, a grande questão passou a
versar sobre como explicar os mecanismos biológicos envolvidos na regulação da
resposta imunoneuroendócrina influenciada pelas práticas de meditação. Sabe-se
que a meditação pode atuar sobre a saúde em decorrência de alterações de
mediadores bioquímicos responsáveis pelas conexões entre os sistemas adaptativos
(imunoneuroendócrino) (LEE e cols., 2001; NEWBERG e IVERSEN, 2003;
ROBINSON e cols., 2003). Entre os possíveis mediadores associados aos efeitos da
meditação estão, a corticotrofina e o cortisol (MAcLEAN e cols., 1997; INFANTE e
cols., 1998; LEE e cols., 2004c; TANG e cols., 2007; INFANTE e cols., 2010), a
melatonina (CARLSON e cols., 2004; LEE e cols., 2004b), a adrenalina, a
noradrenalina e a dopamina (INFANTE e cols., 2001; KJAER e cols., 2002), a
serotonina (SOLBERG e cols., 2004), o ácido aminobutírico gama (GABA) (ELIAS e
WILSON, 1995), a endorfina β (IFANTE e cols., 1998) e as citocinas pró-
inflamatórias e anti-inflamatórias (JONES, 2001; CARLSON e cols., 2003, 2007;
JANUSEK e cols., 2008; PACE e cols., 2009, 2010). é bem conhecido o fato de
que linfócitos, macrófagos, monócitos e neutrófilos sofrem ação moduladora do
sistema neuroendócrino por meio de neuropeptídeos (ex.: endorfinas e encefalinas),
neurotransmissores (ex.: acetilcolina, dopamina e noradrenalina), neurormônios (ex.:
corticotrofina e melatonina) e hormônios endócrinos (ex.: cortisol e insulina)
(STRAUB e cols., 1998; LANG e cols., 2003; PADGETT e GLASER., 2003; REICHE
e cols., 2004; CARRILL-VICO e cols., 2005; SZCZEPANIK, 2007; COLE, 2008). Se,
por um lado, os receptores das células do sistema imunitário são capazes de
responder a esses mediadores, por outro, os neurônios cerebrais também sofrem
19
influência de citocinas produzidas pelo sistema imunitário, ou de mediadores da
resposta inflamatória (ex.: serotonina e histamina) (ELENKOV e cols., 2000;
WEBSTER e cols., 2002; LEONARD, 2005; MILLER, 2009), corroborando o fato de
que os efeitos estimuladores da meditação sobre os sistemas adaptativos podem ser
bidirecionais, levando-se em conta que os mediadores do sistema imunitário atuam
na regulação da resposta neuroendócrina para manter a homeostase.
Existem evidências de efeitos benéficos de práticas associadas à meditação
sobre o estresse oxidativo causado por radicais de oxigênio (ex.: peróxido de
hidrogênio e ânion superóxido), decorrente da modulação positiva da atividade de
enzimas antioxidantes capazes de prevenir os danos causados pela ação de
radicais livres (ex.: glutationa peroxidase, dismutase do íon superóxido e catalase) e
promover o aumento no tempo de vida de linfócitos devido aos efeitos anti-
apoptóticos (ex.: ciclooxigenase-2) (KRIYA e cols., 2003; SINHA e cols., 2007;
SHARMA e cols., 2008). De fato, foi mostrado que práticas associadas à meditação
são capazes de aumentar a expressão de genes relacionados à síntese e
degradação protéica (ex.: genes que codificam a ubiquitina), ao processo de
apoptose (ex.: Bcl-2, Bcl-xL), ao processo de reparo de ADN (ex.: ERCC), ao
estresse celular (ex.: proteínas de choque térmico Hsp70 e Hsp40-3) e à resposta
imunitária (ex.: síntese de interferon) (LI e cols., 2005). A modulação da resposta
imunitária tem sido foco de estudos que comprovam que as práticas de meditação
são capazes de causar efeitos estimuladores sobre o fenótipo e a atividade de
linfócitos citotóxicos naturais (células NK) (ROBINSON e cols., 2003), a contagem de
linfócitos, neutrófilos e monócitos (SOLBERG e cols., 2000; LEE e cols., 2003a,
2003b; APICHARTPIYAKUL e cols., 2004; CRESWELL e cols., 2009), a
determinação dos níveis de interferon-γ, de fator de necrose tumoral, de
interleucinas (IL-4, IL-6, IL-10 e IL-12) (JONES, 2001; CARLSON e cols., 2007;
JANUSEK e cols., 2008; PACE e cols., 2009, 2010), a apoptose de neutrófilos
estimulados com lipopolissacarídeo, os níveis de peptídeos antimicrobianos (LI e
cols., 2005) e as concentrações de imunoglobulina A com função protetora na
imunidade da mucosa contra bactérias e vírus (TANG e cols., 2007; FAN e cols.,
2010).
Os estudos sobre as interações mente-corpo e suas consequências para a
saúde são descritos pela psiconeuroimunologia, ciência que investiga os
mecanismos envolvidos na regulação dos sistemas adaptativos do organismo sob a
20
influência da mente (ASTIN e cols., 2003). Segundo Danucalov e cols. (2006),
determinadas práticas de meditação podem alterar os padrões
eletroencefalográficos, causando diferentes padrões que se mantém mesmo fora
dos períodos de prática. Práticas de meditação estimulam a conectividade do córtex
cerebral (TRAVIS e cols., 1999), o sincronismo de ondas gama de alta amplitude
(LUTZ e cols., 2004) e a ativação de ondas alfa e teta (CAHN e POLICH, 2006;
CAHN e cols., 2010), o que explica o fato da meditação melhorar as funções
cognitivas, a criatividade e a modulação da atenção (LUTZ e cols., 2004; TANG e
cols., 2007). Atuando sobre o estado emocional é capaz de causar alterações
positivas do humor (CARLSON e cols., 2001). As evidências dos efeitos das práticas
observadas em estudos de neuroimagem estrutural e funcional mostram que
estruturas como o hipocampo e a substância cinzenta periaquedutal apresentam
modificações anatômicas (EGGERT, 2008; LUDERS e cols., 2009; GRANT e cols.,
2010) e que outras áreas e estruturas, como o córtex pré-frontal, o giro do cíngulo,
os gânglios basais, o tálamo, a glândula pineal, o núcleo paraventricular e o locus
ceruleus são estimuladas por práticas meditativas (TRAVIS e cols., 1999;
NEWBERG e IVERSEN, 2003; RITSKES e cols., 2003; CAHN e POLICH, 2006;
IVANOVSKI e MALHI, 2007; LIOU e cols., 2007; KOZASA e cols., 2008; LUTZ e
cols., 2008; RUBIA, 2009; TANG e cols., 2009). Estas respostas estruturais e
funcionais do sistema nervoso podem se manifestar por mudanças de padrões
cognitivos e comportamentais, capazes de influenciar positivamente o praticante em
sua vida cotidiana.
A meditação tem sido um método utilizado para a manutenção da saúde
física, mental e espiritual, e para o autoconhecimento mais de 5.000 anos e
estima-se que haja atualmente mais de cem milhões de praticantes espalhados pelo
mundo (OSPINA e cols., 2007; CHIESA, 2010). Nos últimos 40 anos observou-se o
incremento das práticas de meditação em vários países do ocidente (IVANOVSKI e
MALHI, 2007) que, nos últimos 11 anos, investiram mais de dez milhões de dólares
em pesquisas científicas com o objetivo de investigar a influência da meditação
sobre as interações mente-corpo, e no desenvolvimento de programas de
treinamento (ARIAS e cols., 2006). Existem razões práticas bem contundentes para
o investimento em práticas meditativas: aqueles que praticaram meditação duas
vezes por dia durante quatro anos apresentam redução de 76% na taxa de
hospitalização e de consultas médicas, e de 87% de doenças associadas ao sistema
21
nervoso, nos que praticaram durante cinco anos (ORME-JOHNSON, 2006). No
Brasil, o plano de potica nacional de práticas integrativas e complementares do
SUS, apoiado pela Organização Mundial da Saúde, oficializou a implantação da
meditação (ou práticas mentais) como método complementar para a melhoria da
qualidade de vida dos usuários do Sistema (BRASIL, 2006) e, atualmente são
oferecidas práticas de meditação em alguns hospitais e postos de saúde (BUSATO
e cols., 2008), além do incentivo para a implantação de projetos em parceria com as
secretarias de educação de alguns estados para a aplicação das práticas nas redes
públicas de ensino (SILVEIRA-JÚNIOR e CARDOSO, 2004). Entretanto, uma das
dificuldades de utilização da meditação como método complementar na prática
médica no Brasil, é o fato de muitas pessoas acreditarem que exista uma relação
entre a meditação e misticismo ou religião, e que suas práticas teriam como único
objetivo o alcance de um tipo de dimensão espiritual (SBISSA e cols., 2009).
Os benefícios associados às práticas meditativas têm nas comunidades
científica e de saúde o interesse de submeter modalidades de meditação a
investigações científicas com o objetivo de comprovar a sua eficácia e explicar o
mecanismo de efeitos benéficos. O achado de efeitos positivos da meditação tais
como, a modulação da resposta imunitária (DAVIDSON e cols., 2003; LEE e cols,
2001, 2003a, 2003b, 2003c, 2004a, 2004b, 2004c), a estimulação dos níveis de
melatonina após três horas seguidas de práticas (SOLBERG e cols., 2004), a
redução dos níveis de corticotrofina associada a sessões de 60min de práticas,
feitas três vezes por semana, durante quatro semanas (LEE e cols., 2004c) e a
estimulação com redução dos níveis de cortisol após somente cinco sessões diárias
de 20min (TANG e cols., 2007), aumenta a aplicabilidade médica da prática e, em
consequência, estimula o interesse do estudo dos mecanismos envolvidos em seus
efeitos. Entretanto, existe pouca informação sobre efeitos da meditação sobre o
sistema imunitário e sua modulação pelo sistema neuroendócrino (TRAVIS e
WALLACE, 1999; DAVIDSON e cols., 2003; LUTZ e cols., 2004), como por exemplo,
por meio da ação da corticotrofina, do cortisol ou da melatonina (INFANTE e cols.,
1998; LEE e cols., 2004b, 2004c; MALDONADO e cols., 2004; SOLBERG, e cols.,
2004; JANUSEK e cols., 2008), particularmente sobre as funções celulares, como as
desempenhadas pelos fagócitos.
O papel que a meditação exerce na regulação da resposta imunitária envolve
a modulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), que controla a liberação da
22
corticotrofina e do cortisol (VERA e cols., 2009). Estímulos estressores como a
privação do sono e o excesso de trabalho aumentam a atividade do eixo HHA
(COECK e cols., 1991; TOMEI e cols., 2003) e, consequentemente, os níveis desses
hormônios na circulação, causando possíveis efeitos imunodepressivos e
comprometendo a saúde do indivíduo. A modulação do eixo HHA é coordenada por
um complexo de interações entre os sistemas adaptativos que envolvem mediadores
bioquímicos como, por exemplo, citocinas, neurotransmissores e óxido nítrico
(McCANN e cols., 2000; LEONARD, 2005; RETTORI e cols., 2009), que estimulam o
organismo a reequilibrar as funções destes sistemas para melhorar a eficiência da
resposta de células imunitárias como os fagócitos (ex.: monócitos/macrófagos e
neutrófilos), componentes essenciais da imunidade inata, capazes de fagocitar
agentes infecciosos e eliminá-los por meio da produção de radicais microbicidas de
oxigênio e de nitrogênio (ex.: peróxido de hidrogênio e óxido nítrico), além de facilitar
a resposta imunitária adaptativa (MUNIZ-JUNQUEIRA e cols., 2003; DALE e cols.,
2008). A modulação da atividade do eixo HHA envolve, também, a conexão com o
eixo simpático-adrenal (sistema nervoso simpático e medula adrenal), mediada pelo
controle da liberação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) que apresentam
níveis aumentados durante o estresse (REICHE e cols., 2004). Um dos efeitos da
meditação está associado à redução da atividade de neurônios noradrenérgicos
localizados no locus coeruleus e da atividade do tônus do sistema nervoso
simpático, causando a inibição da liberação de noradrenalina (EGGERT, 2008). De
fato, foi mostrado que praticantes de meditação apresentaram reduzidos níveis de
noradrenalina (INFANTE e cols., 2001, 2010), o que seria determinante para a
inibição da secreção do hormônio liberador de corticotrofina no núcleo
paraventricular do hipotálamo e, consequentemente, para a redução da secreção e
da liberação de corticotrofina pela hipófise e de cortisol pelo córtex da adrenal
(WALTON e cols., 1995; NEWBERG e IVERSEN, 2003).
Os benefícios que a meditação é capaz de gerar em relação à saúde podem
ser mediados pelo controle da produção de melatonina, que exerce variados efeitos
moduladores sobre o organismo. A melatonina induz o sono fisiológico (HAUS,
2007), regula o ciclo circadiano (MACCHIA & BRUCEB, 2004), inibe o crescimento
de tumores (GRANT e cols., 2009), modula a dor (AMBRIZ-TUTUTI e cols., 2009),
modula o sistema imunitário com aumentada produção de IL-1, IL-6, IL-12, fator de
necrose tumoral e de radicais microbicidas de oxigênio por monócitos/macrófagos
23
ativados e estimula a atividade de células citotóxicas naturais (HALDAR & AHMAD,
2010). Descreve-se também o envolvimento da melatonina na regulação
epigenética, pela modulação negativa da enzima ADN-metiltransferase (KORKMAZ
e REITER, 2008), e no aumento da plasticidade neuronal, por estímulo à
organização do citoesqueleto (microtúbulos, microfilamentos e filamentos
intermediários) de células epiteliais e de neurônios (BENÍTEZ-KING, 2006). está
bem documentado o fato de que a melatonina previne a apoptose por estresse
oxidativo de hepatócitos e, consequentemente, confere proteção contra a disfunção
hepática (SRINIVASAN e cols., 2010).
A presente investigação teve como objetivo avaliar os efeitos das práticas de
meditação prânica sobre a capacidade fagocitária e a produção de peróxido de
hidrogênio e de óxido nítrico por monócitos e os níveis de corticotrofina, cortisol e de
melatonina em praticantes recentes. O fato de estudos mostrarem que algumas
modalidades de meditação são capazes de atuar na modulação do eixo HHA, e
consequentemente, no controle da liberação de corticotrofina e de cortisol, na
produção de melatonina e na atividade de células do sistema imunitário, corrobora a
hipótese de que os benefícios associados às práticas de meditação prânica
relatados por participantes de cursos de meditação prânica, oferecidos nos últimos
anos, podem estar relacionados ao controle da produção de hormônios e à
modulação da atividade de células do sistema imunitário que participam da
eliminação de agentes infecciosos patogênicos e da regulação e manutenção dos
sistemas adaptativos.
Cursos de meditação prânica vêm sendo ministrado nos últimos anos para
membros da comunidade, na Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília,
como parte das atividades de extensão do CESPE, e no Hospital Universitário de
Brasília, para pacientes em tratamento ou acompanhamento de ncer de mama, e
m mostrado resultados benéficos em relação à saúde multidimensional dos
praticantes, o que motivou a utilização de metodologia científica para comprovar os
resultados e tentar explicá-los. Os resultados poderão concorrer para dar respaldo
científico à meditação prânica e facilitar sua aceitabilidade como método
complementar na prática médica.
24
2. OBJETIVOS
2.1. Geral
Avaliar o impacto da meditação prânica sobre o sistema imunoneuroendócrino
de praticantes recentes.
2.2. Específicos:
a. Determinar o efeito da meditação prânica sobre a capacidade fagocitária de
neutrófilos e monócitos;
b. Determinar o efeito da meditação prânica sobre a produção de peróxido de
hidrogênio (H
2
O
2
)
e óxido nítrico (ON) por monócitos;
c. Determinar o efeito da meditação prânica sobre os níveis de corticotrofina,
cortisol e melatonina;
d. Correlacionar os resultados obtidos.
25
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Caracterização do grupo de estudo
A presente investigação foi conduzida no Laboratório de Imunologia Celular
da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília e contou com o apoio técnico
do Laboratório de Análises Clínicas do Hospital das Forças Armadas em Brasília. O
número de participantes da pesquisa foi obtido por amostra de conveniência
baseada no número de amostras que poderiam ser processadas em cada
experimento.
O grupo de estudo constou de 29 indivíduos hígidos de ambos os sexos, com
idade variando de 24 a 67 anos (mediana 45 anos), que não faziam uso de
medicamentos capazes de interferir com a atividade das células do sistema
imunitário e nos níveis dos hormônios, recrutados entre os alunos inscritos no
Curso de meditação prânica: teoria e prática‖. O curso foi oferecido como atividade
de extensão da Universidade de Brasília pelo Fórum Permanente de Professores do
Centro de Seleção e Promoção de Eventos - CESPE, realizado no período de
14/5/2008 a 22/10/2008 e 4/5/2009 a 8/7/2009 na Faculdade de Medicina da
Universidade de Brasília. Foi estabelecido como critério de seleção, o convite feito
pelo ministrante aos participantes, no primeiro dia de aula, para participarem como
voluntários da pesquisa, cientes dos benefícios e riscos. Foram estabelecidos como
critérios de inclusão: a concordância em participar da pesquisa e a assinatura do
termo de consentimento. Foram excluídos da pesquisa aqueles que interromperam
as práticas de meditação e aqueles que deixaram de entregar os diários da prática
de meditação (ver apêndice A).
A assiduidade às aulas e o tempo de prática em minutos eram monitorados
semanalmente pela lista de frequência e pelo diário das práticas de meditação. Foi
feita a estratificação dos participantes em dois grupos: participantes que meditaram
muito e os que meditaram menos. Considerou-se que o tempo ideal para as práticas
diárias como 20 min, que equivale ao total de 1400min durante as dez semanas de
curso. Foram estabelecidos os seguintes critérios para a escolha do ponto de corte e
para a estratificação dos participantes, conforme abaixo:
(1) Participantes que meditaram muito, praticaram mais de 980 min (>70% do
total de 1400min);
26
(2) Participantes que meditaram menos, praticaram 980 min ou menos;
3.2. Delineamento experimental
Tratou-se de um estudo de série temporal, feito com voluntários que
participaram do Curso de meditação prânica: teoria e prática, com aulas teórico-
práticas semanais de três horas, durante um período de 10 semanas, ministrado por
instrutor experiente (ver apêndice B). Foram feitas três coletas de amostras de
sangue venoso e de saliva de cada participante da pesquisa em três momentos: nas
semanas 1 e 2 (no início do curso), nas semanas 5 e 6 (no meio do curso) e nas
semanas 9 e 10 (no fim do curso).
Foram avaliados os efeitos da prática de meditação sobre a capacidade
fagocitária, a produção de peróxido de hidrogênio e de óxido nítrico por monócitos, e
sobre os níveis dos hormônios corticotrofina, cortisol e melatonina.
27
3.3. Fluxograma
Obs.: Os procedimentos feitos durante o estudo foram os mesmos nas três coletas:
Coleta 1 (início): Semanas 1 e 2
Coleta 2 (meio): Semanas 5 e 6
Coleta 3 (fim): Semanas 9 e 10
Coleta de sangue venoso
Separação das células
mononucleares (CMN) em meio
gradiente de densidade (Percoll)
Quantificação de melatonina
Separação do plasma
Quantificação de corticotrofina e
cortisol
Determinação da produção de
peróxido de hidrogênio (monócitos)
Determinação da produção
de óxido nítrico (monócitos)
Determinação da capacidade
fagocitária (monócitos e neutrófilos)
28
3.4. Considerações éticas
A pesquisa teve início após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (CEP-FM/UnB) (ver anexo 1)
e todos os indivíduos assinaram o termo de consentimento de que participavam da
pesquisa livremente, após tomarem conhecimento de seus possíveis riscos e
esperados benefícios (ver apêndice C).
3.5. Práticas de meditação prânica
A meditação prânica utiliza exercícios respiratórios (prānayama) e de
visualização para relaxamento e para a captação e circulação de prāna (sânscrito:
energia vital) e atua sobre a preservação e a recuperação da saúde física,
mental/emocional e espiritual. Foram as seguintes as técnicas básicas das práticas
meditativas:
1. Técnicas de serenização: objetivam a redução da ansiedade e o aumento
da capacidade de concentração e compõem-se de um exercício de pranayama e um
de visualização.
(a) Pranayama 1 ou respiração da paz crescente:
Expirar lenta e profundamente: visualizar a palavra ‗PAZ‘
Parar brevemente (contar até três)
Iniciar com uma respiração completa
Inspirar lenta e profundamente: visualizar a palavra ‗CRESCENTE‘
Parar brevemente (contar até três)
Repetir mais cinco vezes
o Atenção total na respiração
o Caso tenha havido desatenção, repetir o ciclo de seis respirações.
(b) Visualização da onda azul de paz:
Iniciar com uma respiração completa
Visualizar uma luz azul celeste muito pura e transparente
A luz azul vai penetrando em ondas pelas plantas dos pés e ascendendo
lentamente por todo o corpo, impregnando-o de azul todos os órgãos e estruturas
por onde atravessa, absorvendo todas as tensões e dores
29
Ao atingir o topo da cabeça se esvai no ar, levando consigo todas as tensões e
provocando uma sensação de profunda PAZ.
2. Técnicas de pranificação:
(a) Pranayama 2 ou respiração controlada:
Expulsar todo o ar do pulmão por meio de expiração lenta e muito profunda
Expandir o tórax (sem inspirar)
Contar 6 batimentos cardíacos (atenção no coração)
Inspirar lenta e profundamente, contando 6 batimentos
Reter o ar no pulmão, contando 12 batimentos
Expirar lenta e profundamente, contando 6 batimentos
Um ciclo de respiração completa (abdômino-torácica)
Expandir o tórax e seguir as etapas 3 a 6, mais duas vezes
o Atenção nos batimentos cardíacos
o Caso tenha havido desatenção, repetir os três ciclos
(b) Ativação dos sete chakras e circulação do prana:
Iniciar com uma respiração completa abdômino-torácica
Colocar a ponta da língua no céu da boca, o mais posterior possível
Expirar emitindo vibração
Focalizar toda atenção em cada chakra (do 1º ao 7º)
Na 1ª expiração com vibração: sentir o chakra vibrar
Na expiração com vibração: visualizar a cor do prana e seu sentido de
rotação no chakra
Na expiração com vibração: visualizar a glândula e a área sobre a
influência do respectivo chakra, com a cor do prana correspondente
Visualizar o prana circular, a partir da projeção posterior de cada chakra,
durante 3 expirações com vibração
3. Técnicas de autocura:
(a) Vitalização prânica dos órgãos:
Respiração abdômino-torácica
Inspiração profunda
30
Colocar a língua no céu da boca
Expirar lentamente, emitindo vibração
Focalizar toda a atenção no órgão a ser vitalizado
Sentir a vibração na sua área
Repetir mais 2x
Circulação de prana em três expirações com vibração
(b) Circulação prânica auricular:
Respiração abdômino-torácica
Inspiração profunda
Colocar a língua no céu da boca
Expirar lentamente, emitindo vibração
Focalizar toda a atenção nos pavilhões auriculares
Visualizar o prana verde circulando rapidamente, de baixo para cima e de trás
para a frente
Continuar até sentir as orelhas aquecidas
(c) Exercício do regostar: estabelecimento de vínculos de simpatia e gratidão
Respiração abdômino-torácica
Inspiração profunda
Colocar a língua no céu da boca
Expirar lentamente, emitindo vibração
Concentrar toda a atenção na projeção anterior do chakra e sentir o prana
verde vibrar e se expandir até impregnar todo o corpo
Estabelecer vínculos de simpatia e gratidão com todos os componentes do
corpo, principalmente os carentes de saúde
Voltar a gostar de si, apesar de tudo.
4. Técnica de heterocura:
Energizar o 4º chakra com vibração + prana + mantra
Fazer circulação do prana em oito, a partir da projeção posterior do 4º chakra
Visualizar a pessoa-alvo: colocar-se frente a frente
Emitir prana verde a partir do 4º chakra e dos chakras das mãos
31
Colocar-se atrás da pessoa-alvo e fazer seu prana verde circular,
juntamente com o prana da pessoa-alvo, de baixo para cima e de
trás para frente
5. Técnica de meditação profunda:
Respiração abdômino-torácica
Focalizar toda a atenção na projeção anterior do 6º chakra
Vibração + prana azul escuro + mantra no 6º chakra
Sentir toda a região sob a influência do chakra vibrar e se impregnar de prana
Depois de algum tempo, reduzir a vibração, prana e mantra até a extinção
O chakra passa a ser visualizado como um ponto azul escuro
Silenciamento total
Focalizar a pura consciência
Expansão (ilimitada) da consciência
3.6. Coletas de sangue e de saliva
Foram coletadas amostras de 3mL de sangue venoso em tubos de vácuo
estéreis, siliconizados e sem anticoagulante (Shandong Weigao Group Medical
Polymer Com. Ltd, Shandong, China) e amostras de 10mL de sangue venoso em
tubos de vácuo estéreis com anticoagulante heparina sódica (Vacuette, Greiner Bio-
one, Americana, SP). Todas as coletas de sangue foram feitas no período entre 8h e
8h30 da manhã, depois de um período de 10min de descanso que se seguia à
chegada ao laboratório.
As amostras de sangue coletadas sem anticoagulante foram utilizadas para a
determinação da capacidade fagocitária de monócitos, e as coletadas com heparina
foram utilizadas para a obtenção de monócitos para a quantificação de peróxido de
hidrogênio e óxido nítrico, e para a dosagem de corticotrofina e cortisol plasmáticos.
Foram coletadas amostras de cerca de 2mL de saliva em tubos plásticos
estéreis de 15mL para centrífuga TPP (Techno Plastic Products AG, Trasadingen,
Suiça) para a quantificação de melatonina, entre 3h e 3h30 da manhã, quando os
níveis do hormônio estão mais elevados. Os participantes foram orientados a
escrever nos tubos plásticos o horário exato que a amostra de saliva foi coletada e,
também, os procedimentos para o armazenamento e transporte.
32
3.7. Avaliação da capacidade fagocitária de fagócitos sanguíneos
Para avaliar o efeito da meditação prânica sobre a capacidade fagocitária de
neutrófilos e monócitos foi utilizada técnica padronizada por Muniz-Junqueira e cols.
(2003). Alíquotas em triplicatas de 45l de sangue venoso foram distribuídas sobre
lamínulas circulares de vidro com 13 mm de diâmetro, previamente depositadas nas
escavações de placas de microcultivo de plástico com fundo plano e 24 escavações
TPP (Techno Plastic Products AG, Trasadingen, Suiça). Em seguida, a placa
contendo as células era incubada em câmara úmida a 37ºC por 45min para permitir
a aderência dos fagócitos às lamínulas. Ao término da incubação, as escavações
contendo as lamínulas com os fagócitos aderidos eram lavadas três vezes com
solução de cloreto de sódio 0,15M tamponada com fosfato (STF) pH 7,2, a 37ºC,
para a retirada das células não aderidas. Em seguida, eram distribuídas alíquotas de
50l de suspensão de leveduras (Saccharomyces cerevisiae) em solução de Hanks
(Sigma-Aldrich, St. Louis, EUA), previamente sensibilizadas com pool de soro
humano a 10%, para a adsorção de complemento e imunoglobulinas, na proporção
de 20 leveduras por fagócito. Após 30 min de incubação em câmara úmida a 37ºC,
as escavações eram lavadas três vezes por pipetagem com STF a 37ºC, para a
retirada das leveduras não fagocitadas e dispostos 100l de Hanks contendo 30%
de soro fetal bovino (Gibco - Invitrogen, Grand Island, EUA) que era posteriormente
aspirado. Em seguida, as lulas fixadas com metanol absoluto (Dinâmica -
Diadema, São Paulo) por 1min e coradas com solução de Giemsa (Dinâmica -
Diadema, São Paulo) a 10% por 10min. As lamínulas eram secadas ao ar e retiradas
das escavações para serem fixadas às lâminas de microscopia, previamente
identificadas, com meio de montagem para microscopia (Entellan
®
, Merck,
Darmstardt, Alemanha) para posterior avaliação da fagocitose por microscopia
óptica. A avaliação da fagocitose era efetuada em lâminas escolhidas
aleatoriamente e identificadas por códigos que impossibilitavam a identidade do
sujeito da pesquisa.
A capacidade fagocitária foi avaliada por meio do índice fagocitário, calculado
pelo produto da percentagem dos fagócitos (neutrófilos e monócitos) envolvidos na
fagocitose pela média de leveduras fagocitadas. Para esse cálculo, foram
examinados 300 fagócitos por preparação por microscopia óptica com aumento de
1000x.
33
3.8. Separação de células mononucleares
Após a retirada do plasma por centrifugação, o sedimento de células
sanguíneas tinha seu volume duplicado com STF a 4ºC e as células mononucleares
(CMNs) eram separadas por centrifugação através de suspensão de Percoll (Sigma-
Aldrich, St Louis, EUA), densidade 1,077 g/mL, segundo a técnica de Ulmer e Flad
(1979) (ver anexo 2). Alíquotas de 5mL da suspensão de sangue eram
cuidadosamente dispostas sobre 3mL de Percoll em tubos plásticos estéreis de
15mL TPP (Techno Plastic Products AG, Trasadingen, Suiça), centrifugadas a
750xG por 15 min a C em centrífuga refrigerada com caçamba móvel Legend
Mach 1.6R (Thermo Scientific Sorvall, Waltham, EUA). As células da interface eram
ressuspensas em 1mL de STF a 4ºC, transferidas para outro tubo de centrífuga de
15mL, o volume completo para 15mL com STF a C, centrifugadas a 400xG por
10min a 4ºC para a remoção do Percoll, e o sedimento celular era ressuspenso em
1mL de STF a 4ºC, transferido para outro tubo de centrífuga de 15mL, o volume
completo para 15mL e a suspensão submetida à centrifugação a 300xG por 10min
para reduzir a contaminação por plaquetas. Após descartar o sobrenadante, o
sedimento contendo as CMNs era ressuspenso em meio RPMI 1640 (Sigma, St.
Louis, EUA) gelado sem soro. A viabilidade das CMNs, avaliada por
hematocitometria utilizando-se solução de nigrosina a 0,5% em meio RPMI 1640
sem soro era sempre superior a 95%.
3.9. Quantificação da produção de peróxido de hidrogênio por
monócitos
Para avaliar o efeito da meditação prânica sobre a produção de peróxido de
hidrogênio (H
2
O
2
) pelos monócitos, foi utilizada a técnica preconizada por Pick e
Keisara (1981). As determinações foram feitas em triplicatas, em placas de
microcultivo de fundo plano e 96 escavações TPP (Techno Plastic Products AG,
Trasadingen, Suiça) (ver anexo 3). Alíquotas de 1,5x10
5
CMNs em 200l de meio
RPMI 1640 sem soro eram distribuídas por escavação da placa e incubadas em
câmara úmida a 37°C e atmosfera de ar + 5% de CO
2
por 120 min para permitir a
aderência dos monócitos. Em seguida, as escavações eram lavadas com STF a
37°C, por meio de três pipetagens e aspirações para retirar as células não aderidas.
Para estimular a produção de H
2
O
2
, eram adicionadas às escavações 140l de
solução vermelho fenol com 75 unidades de peroxidase Sigma-Aldrich, St. Louis,
34
EUA (2mg/mL em 200l), seguidas de 20 l de solução de acetato de miristato de
forbol (Sigma-Aldrich, St. Louis, EUA) (concentração final de 20nM/mL) e, em
seguida, as células eram incubadas em câmara úmida a 37°C em atmosfera de ar +
5% de CO
2
por 60min. Durante a incubação era preparada uma curva padrão
contendo oito diferentes concentrações de H
2
O
2
(0; 1,56; 3,12; 6,25; 12,5; 25, 50 e
100nM) em 140l de vermelho fenol. Terminada a incubação, as escavações
recebiam 10l da solução de hidróxido de sódio 1N para interromper a produção de
peróxido de hidrogênio e as leituras de absorbância eram feitas em
espectrofotômetro de placa Spectramax Plus
384
(Molecular Devices, Sunnyvale,
EUA) com filtro de 620nm Stakmax (Molecular Devices, Sunnyvale, EUA). Foi
utilizado o programa Softmax Pro 5.2 (Molecular Devices, Sunnyvale, EUA) para a
análise dos dados. Os resultados foram expressos em micromoles (µM) de H
2
O
2
por
1,5x10
5
monócitos/60min.
3.10. Quantificação da produção de óxido nítrico por monócitos
Para avaliar o efeito da meditação prânica sobre a produção de óxido nítrico
(NO) por monócitos, foi utilizada a técnica descrita por Green e cols. (1982). As
determinações foram feitas em triplicatas, em placas de microcultivo de fundo plano
e 96 escavações TPP (Techno Plastic Products AG, Trasadingen, Suiça). Alíquotas
de 1,5x10
5
CMNs em 200l de meio RPMI 1640 sem soro eram distribuídas por
escavação da placa e incubadas em câmara úmida a 37°C e atmosfera de ar + 5%
de CO
2
por 120min para permitir a aderência dos monócitos. Em seguida, as
escavações eram lavadas com STF a 37°C, por meio de três pipetagens e
aspirações para retirar as lulas não aderidas, as escavações imediatamente
completadas com 200l de meio RPMI 1640 (Sigma-Aldrich, St. Louis, EUA)
suplementado com 10% de soro fetal bovino (Gibco - InVitrogen, Grand Island,
EUA), previamente inativado a 56ºC por 1h, suplementado com 20mM Hepes, 2 mM
glutamina, Na
2
HCO
3
e 40mg/mL de gentamicina. Para estimular a produção de NO,
eram adicionados às escavações, em triplicatas, 200l do mesmo meio RPMI 1640
(Sigma-Aldrich, St. Louis, EUA) suplementado com 10% de soro fetal bovino,
acrescentado de lipopolissacarídeo (LPS, Escherichia coli sorotipo 055:b5, Sigma-
Aldrich, St Louis, EUA) na concentração de 20ng/mL. Os monócitos eram então
incubados em mara úmida a 37°C em atmosfera de ar + 5% de CO
2
por 24h para
35
o processo de produção de NO. Para cada experimento era preparada uma curva
padrão com oito diferentes concentrações de nitrito de sódio (NaNO
2
) em água
destilada (0; 1,56; 3,12; 6,25; 12,5; 25, 50 e 100nM). Ao fim da incubação, eram
transferidos 100l do sobrenadante de cada escavação para outra placa e
acrescentados 100l de reagente de Greiss (solução composta de N-(1-naphthyl)
ethylene diamine (NEED) (Sigma-Aldrich, St Louis, EUA) a 0,2% + sulfanilamida 2%
(Sigma-Aldrich, St Louis, EUA). As leituras de absorbância eram feitas em
espectrofotômetro de placa Spectramax Plus
384
(Molecular Devices, Sunnyvale,
EUA) com filtro de 590nm Stakmax (Molecular Devices, Sunnyvale, EUA). Foi
utilizado o programa Softmax Pro 5.2 (Molecular Devices, Sunnyvale, EUA) para a
análise dos dados. Os resultados foram expressos em milimoles (mM) de NO por
1,5x10
5
monócitos/24h.
3.11. Quantificação de corticotrofina
Para avaliar o efeito da meditação prânica sobre os níveis de corticotrofina,
foram coletadas amostras de 10mL de sangue venoso em tubos estéreis vacutainer
(Vacuette, Greiner Bio-one, Americana, SP) contendo 10U de heparina sódica. Após
centrifugação, o plasma era transferido para tubos Eppendorf de 1,5mL e
armazenadas à temperatura de -80ºC no Laboratório de Imunologia Celular da
Faculdade de Medicina/UnB, para posterior dosagem.
A quantificação dos níveis de corticotrofina foi feita por ensaio imunométrico
quimioluminescente competitivo de fase sólida, pelo aparelho analisador Immulite
2000 (Diagnostics Products Corporation, Los Angeles, EUA). As amostras foram
dosadas segundo as indicações contidas no manual fabricante (Siemens, Immulite
2000 ACTH). Os resultados foram expressos em picogramas de corticotrofina por
mililitro (pg/mL), sendo a sensibilidade da técnica de 5 pg/mL.
3.12. Quantificação de cortisol
Para avaliar o efeito da meditação prânica sobre os níveis de cortisol, foram
coletadas amostras de 10mL de sangue venoso em tubos estéreis vacutainer
(Vacuette, Greiner Bio-one, Americana, SP) com 10U de heparina sódica. Após
centrifugação, o plasma era transferido para tubos Eppendorf de 1,5mL e
armazenadas à temperatura de -80ºC no Laboratório de Imunologia Celular da
Faculdade de Medicina/UnB, para posterior dosagem. A quantificação dos níveis de
36
cortisol foi feita por ensaio imunométrico quimioluminescente competitivo de fase
sólida, pelo aparelho analisador Immulite 2000 (Diagnostics Products Corporation,
Los Angeles, USA). Os resultados foram expressos em microgramas de cortisol por
decilitro (µg/dL). As amostras foram dosadas segundo as indicações contidas no
manual do fabricante (Siemens, Immulite 2000 Cortisol). Os resultados foram
expressos em microgramas de cortisol por decilitro (µg/dL), sendo a sensibilidade da
técnica de 5 µg/dL.
3.13. Quantificação de melatonina
Para avaliar o efeito da meditação prânica sobre os níveis de melatonina,
foram coletadas amostras de saliva em tubos plásticos estéreis de 15mL TPP
(Techno Plastic Products AG, Trasadingen, Suiça), aliquotadas e armazenadas em
Eppendorf de 1,5mL a -80ºC no Laboratório de Imunologia Celular da Faculdade de
Medicina/UnB, para posterior dosagem.
A quantificação dos níveis de melatonina foi feita por radioimunoensaio
utilizando-se o kit comercial Melatonin Research RIA KIPL 3900 (BioSource,
Nivelles, Bélgica). As amostras eram dosadas segundo as indicações contidas no
manual do fabricante. Os resultados foram expressos em picogramas de melatonina
por mililitro (pg/mL), sendo a sensibilidade da técnica de 10 pg/mL.
3.14. Análise estatística
No primeiro momento, as variáveis do estudo foram submetidas às análises
quanto ao seu padrão de distribuição amostral e o teste de Kolmogorov-Smirnov foi
utilizado para caracterizar a normalidade ou não dos valores das amostras. As
variáveis que apresentaram distribuição amostral normal foram analisadas pelos
seguintes testes: análise de variância para comparar os valores das amostras de
cada variável entre as três coletas feitas; análise de comparações múltiplas de
Student-Newman-Keuls; teste t de Student não pareado para a comparação dos
efeitos da meditação entre os participantes que meditaram mais e os que meditaram
menos; correlação de Pearson para verificar a existência ou não da relação entre as
variáveis. As variáveis que apresentaram distribuição amostral não-normal foram
analisadas pelos seguintes testes: Kruskal-Wallis seguido pelo método de Dunn de
comparações múltiplas; Mann-Whitney para a comparação entre os participantes
que meditaram mais e aqueles que meditaram menos; correlação de Spearman. Foi
37
utilizado o software Graphpad Prism (Graphpad, San Diego, EUA) para as análises
estatísticas e representações gráficas. Foram consideradas estatisticamente
significantes as diferenças entre variáveis quando p<0,05 e as correlações efetuadas
também foram consideradas significantes ao nível de 5%.
38
4. RESULTADOS
4.1 Avaliação da capacidade fagocitária de fagócitos
Os efeitos da meditação prânica sobre a capacidade fagocitária de fagócitos
foram avaliados por meio do índice fagocitário, calculado pelo produto da
percentagem dos fagócitos envolvidos na fagocitose pela média de leveduras
fagocitadas. Para esse cálculo, foram avaliados 300 fagócitos por microscopia com
aumento de 1000x. Os resultados mostram que as práticas de meditação prânica
estimularam a fagocitose nos participantes que meditaram mais (>980min) (Fig. 1a).
Entretanto, os resultados não mostram alterações significativas do índice fagocitário
nos participantes que meditaram menos (≤980min) (Fig. 1b).
Início
Meio
Fim
0
20
40
60
*p=0.0147
Índice fagocitário
Início
Meio
Fim
0
20
40
60
Índice fagocitário
Figura 1 Índice fagocitário de fagócitos (neutrófilos e monócitos) incubados com 4,1x10
4
leveduras sensibilizadas com soro humano (10%). (a) Participantes que meditaram mais (>980min):
n=14; (b) Participantes que meditaram menos (≤ 980min): n=7. Os resultados estão expressos em
mediana, quartis superiores e inferiores, valores máximo e mínimo, e mostram diferenças entre o
início e o fim do curso naqueles que meditaram muito (a, p=0,0266), mas não nos que meditaram
menos (b).
Teste de Kruskal-Wallis, seguido pelo método de Dunn para comparações múltiplas entre o início,
meio e o fim do curso.
p=0,0266
a
b
39
Foram avaliados os efeitos da meditação prânica sobre a capacidade
fagocitária dos participantes que meditaram mais (>980min) em relação àqueles que
meditaram menos (≤980min) (Fig. 2). Os resultados não mostram diferenças
significativas do índice fagocitário na comparação entre os grupos.
início (M-)
início (M+)
meio (M-)
meio (M+)
fim (M-)
fim (M+)
0
20
40
60
Índice fagocitário
Figura 2 Índice fagocitário de fagócitos (neutrófilos e monócitos). Comparação da fagocitose entre
os participantes que meditaram mais (>980min) (M+, n=14) e os participantes que meditaram menos
(980min) (M-, n=7). Os resultados estão expressos em mediana, quartis superiores e inferiores,
valores máximo e mínimo, e não mostram diferenças significativas do índice fagocitário na
comparação entre os participantes que meditaram mais e aqueles que meditaram menos.
Teste de Mann-Whitney para a comparação dos efeitos da meditação prânica entre os participantes
que meditaram muito e aqueles que meditaram menos.
40
4.2 Quantificação da produção de peróxido de hidrogênio por monócitos
A avaliação dos efeitos da meditação prânica sobre a produção de peróxido
de hidrogênio por monócitos foi feita no sobrenadante de cultivo com leituras de
absorbância no espectrofotômetro de placa com filtro de 620nm e os resultados
foram expressos em micromoles (µM). Os resultados mostram que as práticas de
meditação estimularam o aumento da produção de peróxido de hidrogênio dos
participantes que meditaram mais (Fig. 3a). Entretanto, os resultados não mostram
alterações significativas da produção de peróxido de hidrogênio dos participantes
que meditaram menos (Fig. 3b).
Início
Meio
Fim
0
10
20
30
40
Concentração em micromolesM)
de peróxido de hidrogênio
1,5x10
5
lulas/60min
Início
Meio
Fim
0
10
20
30
40
Concentração em micromoles (µM)
de peróxido de hidronio
1,5x10
5
lulas/60min
Figura 3 Produção de peróxido de hidrogênio por monócitos estimulados com 20nM/mL de
acetato de miristato de forbol. (a) Participantes que meditaram mais (>980min): n=22; (b)
Participantes que meditaram menos (≤ 980min): n=7. Os resultados estão expressos em mediana,
quartis superiores e inferiores, valores máximo e mínimo, e mostram diferenças entre o início e o
fim, e entre o meio e o fim do curso naqueles que meditaram mais (a, p<0,0001), mas não nos que
meditaram menos (b).
Teste de Kruskal-Wallis, seguido pelo método de Dunn de comparações múltiplas entre o início,
meio e o fim do curso.
a
b
p<0,0001
p<0,0001
41
Foram avaliados os efeitos da meditação prânica sobre a produção de
peróxido de hidrogênio dos participantes que meditaram mais (>980min) em relação
àqueles que meditaram menos (≤980min) (Fig. 4). Entretanto, os resultados não
mostram alterações significativas do peróxido de hidrogênio na comparação entre os
participantes.
início (M-)
início (M+)
meio (M-)
meio (M+)
fim (M-)
fim (M+)
0
10
20
30
40
Concentrão em micromoles M)
de peróxido de hidrogênio
1,5x10
5
lulas/60min
Figura 4 Produção de peróxido de hidrogênio por monócitos estimulados com 20nM/mL de
acetato de miristato de forbol. Comparação da produção de peróxido de hidrogênio entre os
participantes que meditaram mais (>980min) (M+, n=22) e os participantes que meditaram menos
(≤980min) (M-, n=7). Os resultados estão expressos em mediana, quartis superiores e inferiores,
valores máximo e mínimo, e não mostram diferenças significativas da produção de peróxido de
hidrogênio na comparação entre os participantes que meditaram mais e aqueles que meditaram
menos.
Teste de Mann-Whitney para comparação dos efeitos da meditação prânica entre os participantes
que meditaram mais e aqueles que meditaram menos.
42
4.3 Quantificação da produção de óxido nítrico por monócitos
A avaliação dos efeitos da meditação prânica sobre a produção de óxido
nítrico por monócitos foi feita no sobrenadante de cultivo após 24h de incubação
com leituras de absorbância no espectrofotômetro de placa com filtro de 590nm e os
resultados foram expressos em milimoles (mM). Os resultados mostram redução da
produção de óxido nítrico dos participantes que meditaram mais (>980min) nas
amostras colhidas no meio do curso (Fig. 5a), seguido por posterior normalização,
mas não mostram alterações significativas naqueles que meditaram menos
(≤980min) durante o curso (Fig. 5b).
Início
Meio
Fim
0
100
200
300
400
Concentração em milimoles (mM)
de óxido nítrico
1,5x10
5
lulas/24h
Início
Meio
Fim
0
100
200
300
400
Concentração em milimoles (mM)
de óxido nítrico
1,5x10
5
lulas/24h
a
b
Figura 5 Produção de óxido nítrico por monócitos estimulados com 20ng/mL de
lipopolissacarídeo. (a) Participantes que meditaram mais (>980min): n=22; (b) Participantes que
meditaram menos (≤ 980min): n=5. Os resultados mostram redução da produção de óxido nítrico
naqueles que meditaram mais (a) nas amostras colhidas no meio do curso, seguida por posterior
normalização da produção no fim do curso, mas não mostram alterações entre o início e o fim do
curso naqueles que meditaram menos (b). Os resultados estão expressos em mediana, valores
máximo e mínimo.
Teste de Kruskal-Wallis, seguido pelo método de Dunn de comparações múltiplas entre o início,
meio e o fim do curso.
p=0,007
7
p=0,007
7
43
Foram avaliados os efeitos da meditação prânica sobre a produção de óxido
nítrico dos participantes que meditaram mais (>980min) em relação àqueles que
meditaram menos (≤980min) (Fig. 6). Os resultados não mostram diferenças
significativas do óxido nítrico na comparação entre esses grupos.
início (M-)
início (M+)
meio (M-)
meio (M+)
fim (M-)
fim (M+)
0
100
200
300
400
500
Concentração em milimoles (mM)
de óxido nítrico
1,5x10
5
lulas/24h
Figura 6 Produção de óxido nítrico por monócitos estimulados com 20ng/mL de
lipopolissacarídeo. Comparação da produção de óxido nítrico entre os participantes que meditaram
mais (>980min) (M+, n=22) e os participantes que meditaram menos (980min) (M-, n=5). Os
resultados estão expressos em mediana, valores máximo e mínimo, e não mostram diferenças
significativas da produção de óxido nítrico na comparação entre os participantes que meditaram
mais e aqueles que meditaram menos.
Teste de Mann-Whitney para a comparação dos efeitos da meditação prânica entre os participantes
que meditaram mais e aqueles que meditaram menos.
44
4.4. Quantificação de corticotrofina
A avaliação dos efeitos da meditação prânica sobre os níveis de corticotrofina
no plasma foi feita pelo método de quimioluminescência competitiva. Os resultados
foram expressos em picogramas de corticotrofina por mililitro (pg/mL), e mostram a
redução dos níveis de corticotrofina dos participantes que meditaram mais (>980min)
(Fig. 7a), no fim do curso. Entretanto, os resultados não mostram alterações
significativas de corticotrofina dos participantes que meditaram menos (≤980min)
(Fig. 7b).
Início
Meio
Fim
0
10
20
30
Concentrão em picogramas por
mililitro (pg/mL) de corticotrofina
Início
Meio
Fim
0
10
20
30
Concentração em picrogramas por
mililitro (pg/mL) de corticotrofina
a
b
Figura 7 Quantificação dos veis de corticotrofina no plasma. (a) Participantes que meditaram
mais (>980min): n=22, (b) participantes que meditaram menos (980min): n=7. Os resultados
mostram diferenças entre o início e o fim, e entre o meio e o fim do curso naqueles que meditaram
mais (a, p=0,0007). Não houve diferenças dos veis de corticotrofina dos participantes que
meditaram menos (≤980min). Os resultados estão expressos em mediana, valores máximo e
mínimo.
Teste de Kruskal-Wallis seguido pelo método de Dunn de comparações múltiplas entre o início,
meio e o fim do curso.
p=0,0007
p=0,0007
45
Foram avaliados os efeitos da meditação prânica sobre os níveis de
corticotrofina dos participantes que meditaram mais (>980min) em relação àqueles
que meditaram menos (≤ 980min) (Fig. 8). Os resultados mostram alterações
significativas da corticotrofina, com reduzidos níveis nos participantes que
meditaram mais em relação àqueles que meditaram menos.
início (M-)
início (M+)
meio (M-)
meio (M+)
fim (M-)
fim (M+)
0
10
20
30
p=0,004
p=0,012
Concentrão em picogramas por
mililitro (pg/mL) de corticotrofina
Figura 8 Quantificação dos níveis de corticotrofina no plasma. Comparação da produção de
corticotrofina entre os participantes que meditaram mais (>980min) (M+, n=22) e os participantes
que meditaram menos (980min) (M-, n=7). Os resultados estão expressos em mediana, valores
máximo e mínimo, e mostram a redução de corticotrofina tanto no meio (a, p=<0,004) quanto no fim
do curso (p=0,012) nos participantes que meditaram mais em relação àqueles que meditaram
menos.
Teste de Mann-Whitney para a comparação dos efeitos da meditação prânica entre os participantes.
46
4.5. Quantificação de cortisol
A avaliação dos efeitos da meditação prânica sobre os níveis de cortisol no
plasma foi feita pelo método de quimioluminescência competitiva. Os resultados
foram expressos em microgramas de cortisol por decilitro (µg/dL) e não mostram
alterações significativas dos níveis de cortisol dos participantes da pesquisa (Fig. 9).
Início
Meio
Fim
0
10
20
30
40
Concentração em microgramas
por decilitro (µg/dL) de cortisol
Início
Meio
Fim
0
10
20
30
40
Concentração em microgramas
por decilitro (µg/dL) de cortisol
Figura 9 Quantificação dos níveis de cortisol no plasma. (a) Participantes que meditaram mais
(>980min): n=22, (b) participantes que meditaram menos (≤980min): n=7. Os resultados estão
expressos em mediana, quartis superiores e inferiores, valores máximo e mínimo, e não mostram
alterações significativas do cortisol entre o início e o fim do curso.
Teste de Kruskal-Wallis seguido pelo método de Dunn de comparações múltiplas.
a
b
47
Foram avaliados os efeitos da meditação prânica sobre os níveis de cortisol
dos participantes que meditaram mais (>980min) em relação àqueles que meditaram
menos (≤980min) (Fig. 10). Os resultados não mostram alterações significativas do
cortisol na comparação entre os participantes (Fig. 10).
início (M-)
início (M+)
meio (M-)
meio (M+)
fim (M-)
fim (M+)
0
10
20
30
40
Concentração em microgramas
por decilitro (µg/dL) de cortisol
Figura 10 Quantificação dos níveis de cortisol no plasma. (a) comparação da produção de cortisol
entre os participantes que meditaram mais (>980min) (M+, n=22) e os participantes que meditaram
menos (≤980min) (M-, n=7). Os resultados estão expressos em mediana, quartis superiores e
inferiores, valores máximo e mínimo, e não mostram alterações significativas da redução dos níveis
de cortisol nos participantes que meditaram mais em relação àqueles que meditaram menos.
Teste de Mann-Whitney para a comparação dos efeitos da meditação prânica entre os participantes
que meditaram mais e aqueles que meditaram menos.
48
4.6 Quantificação de melatonina
A avaliação dos efeitos da meditação prânica sobre os níveis de melatonina
na saliva foi feita pelo método de radioimunoensaio. Os resultados foram expressos
em picogramas de melatonina por mililitro (pg/mL), e não mostram alterações
significativas dos níveis de melatonina dos participantes que meditaram mais
(>980min) (Fig. 11). Não foi possível fazer a análise estatística dos participantes que
meditaram menos (≤980min), porque todos aqueles que participaram da coleta de
saliva fizeram parte do grupo dos que meditaram mais.
Início
Meio
Fim
0
100
200
300
Concentrão em picogramas
(pg/mL) de melatonina
4.7 Correlações de dados
Foram investigadas as possíveis correlações entre a capacidade fagocitária
de fagócitos, a produção de peróxido de hidrogênio e de óxido nítrico por monócitos
e os níveis de corticotrofina, cortisol e de melatonina, utilizando-se os testes de
correlação de Pearson (para distribuição normal) e de Spearman (para distribuição
não-normal), não sendo detectadas correlações significativas entre as variáveis.
Figura 11 Quantificação dos níveis de melatonina na saliva. Participantes que meditaram mais
(>980min): n=22. Os resultados estão expressos em mediana, quartis superiores e inferiores,
valores máximo e mínimo, e não mostram alterações significativas da melatonina entre o início e o
fim do curso.
Teste de Kruskal-Wallis seguido pelo método de Dunn de comparações múltiplas.
49
5. DISCUSSÃO
Apesar de milenarmente utilizada no oriente como método para preservação e
recuperação da saúde, para o autoconhecimento e para o desenvolvimento
espiritual, somente nas últimas três cadas as práticas de meditação vêm
recebendo a atenção dos profissionais de saúde do ocidente e o interesse da
comunidade científica mundial (ARIAS e cols., 2006; OSPINA e cols., 2008; RUBIA,
2009; BUSHELL, 2009; GREESON, 2009; HAYES & CHASE, 2010; FORTNEY &
TAYLOR, 2010; HOROWITZ, 2010).
Presentemente, a meditação vem sendo utilizada como prática terapêutica
complementar ou integrativa em um grande número de instituições de saúde em
todo o mundo (BISHOP, 2002; DAVIDSON e cols., 2003; OSPINA e cols., 2007) e
seus efeitos benéficos estão comprovados em várias condições médicas
(BARNES e cols., 1999, 2001; CUNNINGHAM e cols., 2000; PAUL-LABRADOR e
cols., 2005; ORME-JOHNSON, 2006; PRADHAN e cols., 2007; CARLSON e BULTZ,
2008; GORDON, 2008; FORTNEY & TAYLOR, 2010; HOROWITZ, 2010) e
psicológicas (WAELDE & THOMPSON, 2004; RAMEL e cols., 2004; TANG e cols.,
2007, 2009; CHAMBERS e cols., 2009; BOHLMEIJER e cols., 2010). Existem,
entretanto, cinco importantes fatores que concorrem para dificultar a adoção
generalizada da meditação como prática terapêutica: (a) a não comprovação da
eficácia de algumas técnicas, em parte decorrente das dificuldades metodológicas
inerentes à prática; (b) o limitado conhecimento sobre os mecanismos de ação das
práticas de meditação; (c) o fato de algumas modalidades de meditação serem
vinculadas a tradições religiosas, o que reduz a universalidade de sua aceitação; (d)
a realidade de que muitas práticas consideradas no ocidente como meditação serem
simplesmente técnicas de relaxamento que, embora apresentem comprovada
eficácia na redução da ansiedade e suas consequências danosas para o organismo,
não atingem as dimensões mais profundas do ser; (e) o fato de os efeitos benéficos
das práticas de meditação serem, frequentemente, de lenta manifestação, o que
dificulta a aderência dos praticantes. Tais limitações foram as principais motivações
para submetermos, pela primeira vez à investigação científica, a técnica de
meditação prânica com o objetivo de avaliar seu possível impacto sobre o sistema
imunoneuroendócrino. Trata-se de uma prática sem vinculação religiosa, que, além
50
de reduzir a ansiedade, atua também nos níveis mais profundos do ser, e que
provoca precocemente benefícios no praticante.
A meditação prânica utiliza técnicas de relaxamento (visualização e exercícios
respiratórios) e de captação e manipulação de prana, que concorrem para gerar
benefícios à saúde física, mental/emocional, interpessoal e espiritual. Além disso,
preservando a essência das tradições meditativas do oriente, a modalidade de
prática que utilizamos inclui também exercício de meditação profunda, poderoso
instrumento para o autoconhecimento. A presente investigação mostrou que poucas
semanas de prática de meditação prânica são capazes de influenciar as células do
sistema imunitário e os níveis hormonais de praticantes recentes. Nossos dados
comprovaram aumento da fagocitose, da produção de peróxido de hidrogênio e a
redução da produção de óxido nítrico por monócitos que ocorreu no meio do curso,
retornando aos níveis basais no fim da investigação. Observou-se, também, que a
meditação causou redução dos níveis de corticotrofina, o que indica que ela possa
influenciar o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) e, deste modo, modular a
resposta imunitária. Nas condições experimentais utilizadas o foi possível
comprovar a influência da meditação prânica sobre os níveis de cortisol e de
melatonina. É possível que a ampla variação individual e o tamanho reduzido da
amostra tenham concorrido para isto.
A presente investigação mostrou aumento da fagocitose, da produção de
peróxido de hidrogênio e redução da produção de óxido nítrico por monócitos no
meio do curso, seguida por sua normalização no fim do curso, dos participantes com
mais tempo de meditação (>980min), o que indica que tais efeitos tiveram relação
direta com o tempo de prática. Os mecanismos pelos quais a meditação atua sobre
a resposta imunitária não estão completamente esclarecidos, no entanto, a
estimulação da atividade dos fagócitos pode ter decorrido de dois possíveis
mecanismos que compõem as práticas de meditação prânica: o relaxamento
(visualização e exercícios respiratórios) e a captação e manipulação de prana. Os
exercícios respiratórios utilizados para se alcançar o estado de relaxamento na
meditação prânica (pranayama) se caracterizam por ciclos respiratórios lentos e
profundos com retenção do ar entre a inspiração e a expiração. Tais características
da respiração influenciam o sistema nervoso autônomo levando à redução do tônus
simpático e aumento do parassimpático (JERATH e cols., 2006). Células do sistema
imunitário o responsivas a neurotransmissores liberados pelo sistema nervoso
51
parassimpático por meio da expressão de receptores muscarínicos (TAYEBATI e
cols., 2002), o que poderia explicar a modulação positiva da atividade dos fagócitos
que observamos em nossa investigação.
Existem poucos estudos que descrevem os efeitos da meditação sobre a
função de monócitos e neutrófilos, o que nos motivou a investigar, pela primeira vez,
os efeitos da meditação prânica sobre a atividade dessas células. Monócitos e
neutrófilos têm papel importante na manutenção e recuperação da saúde, atuando
como células efetoras para detectar e eliminar agentes infecciosos (BERRINGTON &
HAW, 2007; DALE e cols., 2008; SERBINA e cols., 2008; TAKEUCHI & AKIRA,
2009), células apoptóticas (RAKOJJ-NAHOUM & MEDZHITOV, 2009; MANTOVANI
& SICA, 2010), para inibir a tumorigênese (JOYCE & POLLARD, 2009; JAISWA e
cols., 2010), regular a inflamação (WANG, e cols., 2008; AUFFRAY e cols., 2009;
GRIFFITHS e cols., 2010), o metabolismo (WANG & RADER, 2007; De DOMENICO
e cols., 2008; QATANANI e cols., 2009) e a angiogênese (MARUYAMA e cols.,
2005; RAY & FOX, 2007; APTE, 2010), além de regular os três principais sistemas
adaptativos (imunitário, endócrino e nervoso) (BANAEI-BOUCHAREB e cols., 2004;
LIN e cols., 2005, BUTTS & STERNBERG, 2008; PLATT & MOWAT, 2008; SMITH,
2008; TRIPATHI & SODHI, 2009; BOURLIER & BOULOUMIE, 2009; REYES-
GARCÍA & GARCÍA-TAMAYO, 2009). O achado do aumento da atividade dos
fagócitos associado à meditação prânica indica que as práticas feitas diariamente
são capazes de melhorar a eficiência da resposta imunitária, o que poderia
concorrer para reduzir a suscetibilidade do indivíduo a doenças causadas por
agentes infecciosos oportunistas, como vírus, bactérias e fungos. A redução do
número de monócitos (MANZANEQUE e cols., 2004) e o aumento da fagocitose, da
produção de ânion superóxido (O
-2
) e da aderência de neutrófilos após as práticas
de chi kung (LEE e cols., 2003b, 2004b; LEE e cols., 2004a, 2005; LI e cols., 2005)
mostram que práticas meditativas com técnicas similares às da meditação prânica
(ex.: relaxamento, captação e manipulação de prana) modulam a atividade de
células que participam de mecanismos envolvidos na regulação da resposta
imunitária, e assim, podem facilitar a manutenção e a recuperação da saúde.
Estudos mostram que a corticotrofina e o cortisol, quando em níveis
aumentados, exercem efeitos inibitórios sobre a diferenciação e funções de
monócitos/macrófagos (SCHAFFNER & SCHAFFNER; 1987; BAYBUTT &
HOLSBOER, 1990; ALTAVILLA e cols., 2000; RICHARD & YOUNG, 2009; BILLING
52
e cols., 2010), além de aumentar a gravidade de condições clínicas como ansiedade
(LANDGRAF e cols., 1999), doença cardiovascular (ROSMOND & BJÖRNTORP,
2000; KUBZANSKY e cols., 2005), diabetes (CHAN e cols., 2002), esclerose múltipla
(HUITINGA e cols., 2003), artrite reumatóide (JARA e cols., 2006) e depressão
(HUBER e cols., 2006). Os dados da presente investigação apontam para o fato de
que a estimulação dos fagócitos tenha sido influenciada pelos efeitos moduladores
que as práticas causaram sobre a atividade do eixo HHA, reduzindo a liberação de
corticotrofina. Os resultados mostraram que as práticas de meditação prânica
causaram a redução dos níveis de corticotrofina nos participantes com mais tempo
de meditação (>980min). Entretanto, apesar de os dados indicarem que as práticas
de meditação prânica foram capazes de alterar a produção de cortisol, não foi
possível demonstrar reduções significativas dos níveis deste hormônio associadas
às práticas, devido à grande variabilidade dos resultados, provavelmente decorrente
das características heterogêneas do grupo de praticantes. É importante salientar que
os procedimentos de coleta e armazenamento das amostras de plasma para a
dosagem do cortisol foram os mesmos utilizados para a corticotrofina, cuja dosagem
mostrou queda associada à meditação, e que os dois hormônios foram dosados por
técnicas igualmente sensíveis.
Além de a dispersão dos valores ter dificultado a detecção de diferenças
estatísticas envolvendo a produção de cortisol, uma possível explicação para o fato
de não terem sido observados níveis reduzidos deste hormônio em associação à
redução de corticotrofina, esta mostrada no presente estudo, é que a relação
descrita entre esses dois hormônios nem sempre é frequente (BORNSTEIN &
CHROUSOS, 1999, 2008), ou seja, nem todos os pulsos de corticotrofina são
seguidos por um aumento comparável de cortisol no plasma (HAUS, 2007).
Contudo, a redução de corticotrofina aponta para o possível efeito imunoestimulante
que a meditação prânica é capaz de causar, atuando principalmente na modulação
da atividade do eixo HHA.
Nossos dados indicam que a meditação prânica pode ser um método capaz
de exercer influência sobre a atividade do eixo HHA, por estímulo ao relaxamento,
contudo, não se pode descartar a possibilidade de que os exercícios de captação e
manipulação de prana possam ter também contribuído para a modulação da
atividade do eixo HHA. O praticante de meditação prânica exercita a intenção focada
ao direcionar o fluxo de prana para vitalizar os órgãos e pratica o exercício do
53
regostar que estabelece vínculos de simpatia e gratidão com todos os componentes
do corpo, principalmente os carentes de saúde, reequilibrando as funções do
sistema imunoneuroendócrino, e consequentemente, os processos vitais
necessários à saúde e à manutenção da vida. É possível que o prana tenha exercido
influência na redução da corticotrofina, por influência sobre o estado emocional dos
participantes do estudo. A melhora do humor (LEE e cols., 2001), o aumento da
satisfação, do relaxamento e da calma (LEE e cols., 2004d) são condições descritas
em associação à captação e manipulação de prana, e poderiam concorrer para a
modulação do eixo HHA.
Não se pode descartar a possibilidade de que o prana captado durante as
práticas de meditação tenha exercido efeitos moduladores sobre o sistema
enzimático dos fagócitos a ponto de aumentar a produção de radicais microbicidas.
Nossos dados mostraram aumento da produção de peróxido de hidrogênio e a
redução da produção de óxido nítrico, retornando aos níveis basais no fim do curso.
Células e tecidos in vitro, e moléculas, tais como proteínas e antibióticos, possuem
sua própria energia vital, e desse modo, são sensíveis ao qi (prana) emitido por
praticantes (CHEN, 2004). Considerando que o prana emitido por praticantes afeta a
dinâmica do processo de muitas reações químicas (CHEN, 2004), é concebível que
as práticas de meditação prânica possam ter afetado a atividade de enzimas, como
a dismutase do íon superóxido e a óxido nítrico-sintase induzível envolvidas na
produção de peróxido de hidrogênio e de óxido nítrico (BENZ e cols., 2002;
SPLETTSTOESSER e SCHUFF-WERNER, 2002; BRANDT e cols., 2003; DUSSE e
cols., 2003; BARREIROS e cols., 2006).
O modo pelo qual o prana atua sobre a função das células se tornou objeto de
estudo pela comunidade científica, que investiga uma maneira de quantificar essa
forma de energia sutil presente nos seres vivos. Embora o ki (prana) possa consistir
de variadas formas de energia, ao menos uma delas está próxima da radiação
infravermelha com comprimento de onda que varia entre 800 e 2.700nm (OHNISHI e
cols., 2006a), o que explicaria seu possível envolvimento nas alterações das
reações bioquímicas da célula. Entretanto, a alteração da atividade biológica de
células expostas a campos eletromagnéticos mostra que a absorção de diferentes
tipos de energia depende de seus compartimentos e do meio que as circundam
(SIMEONOVA e cols., 2002). Considerando que uma única molécula de hormônio
ou neurotransmissor, ou um único fóton de energia eletromagnética possam
54
estimular a resposta celular (OSCHMAN, 2002), é concebível que os mecanismos
desenvolvidos pelas células para detectar e responder a sinais moleculares (HINTZ
e cols., 2003) sejam essenciais para detectar e reagir à estimulação do prana.
Os recursos tecnológicos atualmente disponíveis não possibilitam a
quantificação exata do prana. Apesar disso, essa energia sutil é detectável, podendo
apresentar um potencial efeito modulador sobre a cascata de sinais intracelulares
que iniciam, aceleram ou inibem os processos biológicos em variados tipos de
células (CHEN e cols., 2009). As evidências dos efeitos do prana sobre diferentes
tipos celulares e moléculas são descritas em estudos in vitro que mostram que o
prana estimula a alteração da conformação da molécula de ácido
desoxirribonucléico em solução aquosa (REIN, 1995), o aumento da capacidade
funcional de neutrófilos por estímulo à produção de ânion superóxido (LEE e cols.,
2003c), a proliferação de astrócitos humanos (YOUNT e cols., 2004), o aumento do
cálcio intracelular em linfócitos T humanos (KIANG e cols., 2005), a ativação de
linfócitos citotóxicos naturais (células NK) (LEE e cols., 2005b), a redução do
crescimento de células de carcinoma hepático (OHNISHI e cols., 2005), a proteção
das mitocôndrias contra o estresse oxidativo (OHNISHI e cols., 2006b), a
proliferação, diferenciação e a mineralização de osteoblastos e inibição da formação
de osteoclastos (OHNISHI e cols., 2007), o aumento ou a depressão (a depender da
intenção do experimentador) do crescimento de Escherichia coli (SHAO e cols.,
2009) e a supressão do crescimento e aumento da apoptose de células de câncer
de mama (YAN e cols., 2010), o que poderia ser uma explicação para o fato de que
práticas meditativas que utilizam técnicas de captação e manipulação de prana
sejam capazes de modular a atividade de lulas envolvidas na regulação da
resposta imunitária.
Apesar de a presente investigação indicar que a meditação prânica exerce
efeitos moduladores sobre a atividade dos fagócitos e sobre os níveis de
corticotrofina, os dados da presente investigação não mostraram alterações
significativas da atividade dos fagócitos e da corticotrofina entre o início e o meio do
curso, exceto da produção de óxido nítrico. Embora as práticas de meditação
prânica sejam de cil execução, é possível que a falta de experiência e de domínio
das técnicas e a ansiedade em alcançar precocemente os benefícios facilitaram para
que alguns participantes tivessem dificuldade na execução dos exercícios propostos
nas primeiras semanas do curso. Um dos aspectos mais importantes observados na
55
presente investigação é que, no período de dez semanas, os resultados mostraram
que a meditação prânica causou variações da atividade dos fagócitos e da
modulação do eixo HHA, ao contrário de alguns estudos que demonstraram efeitos
transitórios imediatamente após um período de práticas (LEE e cols., 2003b, 2004b),
o que explicaria o fato de que as alterações causadas pela meditação prânica não
correspondem unicamente aos efeitos imediatos do relaxamento, mas do acúmulo
de práticas feitas diariamente.
Nossos dados mostraram que as práticas de meditação prânica não foram
capazes de causar alterações significativas da fagocitose, da produção de peróxido
de hidrogênio e de óxido nítrico, e dos níveis de corticotrofina e de cortisol dos
participantes com menos tempo de meditação (<980min), indicando que a falta de
empenho e de comprometimento dos participantes durante as 10 semanas de curso,
foram fatores determinantes para a atenuação dos efeitos das práticas meditativas.
Provavelmente em consequência da dispersão dos resultados, não foi possível
mostrar diferenças estatísticas significativas da fagocitose, da produção de peróxido
de hidrogênio, de óxido nítrico, do cortisol e da melatonina entre os participantes
com mais tempo de meditação e aqueles com menos tempo. É possível que o
número reduzido de participantes com menos tempo de prática tenha facilitado a
ocorrência de erro do tipo II (falso-negativo), mascarando os resultados.
Nossos dados indicam que a meditação prânica causou alterações da
produção de melatonina, embora não tenha sido possível mostrar aumento
consistente dos níveis deste hormônio associado à meditação, como descrito por
alguns autores (MASSION e cols., 1995; TOOLEY e cols., 2000; HARINATH e cols.,
2004; SOLBERG e cols., 2004), mas não por outros (CARLSON e cols., 2004; LEE e
cols., 2004b). É provável que a grande variabilidade das concentrações basais de
melatonina observada entre os indivíduos e descrita por alguns autores (OKATANI e
cols., 2000) tenha impossibilitado a detecção de diferenças estatísticas. É importante
salientar que a quantificação das concentrações de melatonina foi feita por técnica
de radioimunoensaio que apresenta alta sensibilidade, e que optamos pelo todo
de dosagem de melatonina na saliva pelo fato de as coletas das amostras serem
feitas às 3h da manhã (período em que os níveis de melatonina alcançam seu pico
máximo de concentração), pelos próprios participantes da pesquisa.
Apesar dos reconhecidos benefícios da melatonina sobre a saúde, atuando,
por exemplo, como imunoestimulante e na redução do desenvolvimento de tumores
56
(REITER, 2003), existem poucos estudos (MASSION e cols., 1995; TOOLEY e cols.,
2000; LEE e cols., 2004b; HARINATH e cols., 2004; CARLSON e cols., 2004;
SOLBERG e cols., 2004) que descrevem os efeitos de práticas meditativas sobre os
níveis de melatonina, principalmente, daquelas envolvendo técnicas similares às da
meditação prânica. Foi mostrado o aumento da melatonina (MASSION e cols., 1995;
TOOLEY e cols., 2000; HARINATH e cols., 2004; SOLBERG e cols., 2004) em
estudos que compararam a produção de melatonina dos praticantes em relação ao
grupo controle. Entretanto, esse aumento observado pode não expressar a realidade
dos fatos, considerando que práticas meditativas desenvolvidas para estimular a
reação de relaxamento reduziram significativamente a produção de melatonina
(SOLBERG e cols., 2004), ou que modalidades de meditação como a redução do
estresse baseada em plena atenção (CARLSON e cols., 2004) e o chi kung (LEE e
cols., 2004b) não foram capazes de causar alterações estatisticamente significativas
dos níveis de melatonina. Tais resultados geram duas questões: (1) a utilização do
grupo controle que pode não ser tão vantajosa em investigações que avaliam os
efeitos das práticas de meditação, e (2) a grande dispersão de dados gerada por
indivíduos que respondem de maneira variada aos efeitos da meditação, o que
facilitaria o mascaramento dos resultados, comprometendo a comprovação dos
benefícios que as práticas meditativas trazem ao praticante.
Uma questão metodológica envolvendo o estudo da meditação se refere à
vantagem de se utilizar grupos controle externo ou interno. Apesar de a utilização de
grupo controle externo ser o padrão mais frequentemente utilizado na metodologia
científica, questiona-se sua pertinência por introduzir variáveis confundidoras
associadas às variações das características pessoais (HULLEY e cols., 2003) que
seriam evitadas se o desenho contemplasse estudos longitudinais em que o
indivíduo pudesse servir como seu próprio controle (PACE e cols., 2010). Assim,
optamos por este desenho.
Um dos aspectos da presente investigação é que não foi possível demonstrar
diferenças significativas na análise das correlações entre as variáveis investigadas,
e uma possível explicação para esse fato é que o número reduzido de dados e a
grande dispersão dos resultados podem ter dificultado a detecção de diferenças
estatísticas.
As evidências dos efeitos da meditação prânica sobre os fagócitos e os níveis
de corticotrofina indicam que essa modalidade de meditação pode ser utilizada para
57
reequilibrar os sistemas adaptativos (imunitário, nervoso e endócrino). Nosso estudo
mostrou que dez semanas de práticas de meditação prânica compostas por técnicas
de relaxamento e de captação e manipulação de prana foram capazes de modular a
atividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, e deste modo, prevenir a depressão
da atividade dos fagócitos para preservar a integridade dos mecanismos envolvidos
na regulação da resposta imunoneuroendócrina. Espera-se que, com a continuidade
das práticas após as dez semanas de curso, os resultados se tornem mais evidentes
em praticantes avançados capazes de executar a meditação prânica completa.
Futuras investigações poderão avaliar os benefícios da meditação prânica em
praticantes mais experientes, bem como avaliar os mecanismos envolvidos.
A meditação prânica possui particularidades que a diferenciam das práticas
meditativas que utilizam exclusivamente técnicas de relaxamento para reduzir a
ansiedade. Sua essência é baseada nos antigos ensinamentos védicos de captação
e manipulação de prana e seu objetivo mais profundo é o autoconhecimento e o
desenvolvimento espiritual do ser humano. A apresentação de uma nova
modalidade de meditação, baseada em técnicas padronizadas e de fácil execução, e
a comprovação de sua capacidade de influenciar positivamente a atividade do eixo
hipotálamo-hipófise-adrenal e a função de células do sistema imunitário, constitui um
passo importante para a futura implantação da meditação prânica como um novo
método complementar para a manutenção e recuperação da saúde.
58
6. CONCLUSÕES
1. As práticas de meditação prânica causaram estímulo da capacidade fagocitária de
neutrófilos e monócitos.
2. Os monócitos dos praticantes de meditação prânica apresentaram aumento da
produção de peróxido de hidrogênio na 10ª semana de prática, enquanto que a
produção de óxido nítrico apresentou redução na semana e retorno aos níveis
basais na 10ª semana.
3. Os níveis plasmáticos de corticotrofina mostraram significativa redução na 10ª
semana de prática de meditação.
4. Não foi possível detectar efeito da meditação prânica sobre os níveis de cortisol e de
melatonina, provavelmente em decorrência da grande variabilidade dos valores
basais desses hormônios.
5. Sugere-se como possíveis mecanismos envolvidos nos efeitos da meditação prânica
a redução da atividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e a captação e
manipulação de prana.
6. Nossos dados indicam que 10 semanas de práticas de meditação prânica foram
suficientes para exercer efeitos moduladores sobre a atividade do sistema
imunoeuroendócrino por estímulo à atividade de fagócitos e alterações de
corticotrofina.
59
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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76
APÊNDICES
77
Apêndice A - Diário da prática de meditação
Nome:
Semana de .........../............/............ a ............/............/............
DIÁRIO DA PRÁTICA DE MEDITAÇÃO
É muito importante que você responda com o máximo de cuidado e sinceridade
1. Assinale os dias e a duração de sua prática de meditação
Dias da semana/mês
Períodos da meditação
(manhã, tarde ou noite)
Tempo de meditação
(minutos)
Quarta-feira (............/............)
Quinta-feira (............/............)
Sexta-feira (............/............)
Sábado (............/............)
Domingo (............/............)
Segunda-feira (............/............)
Terça-feira (............/............)
2. Em relação à prática de meditação:
2.1. ( ) Sempre sigo as orientações que recebi
2.2. ( ) As vezes não sigo as orientações que recebi
2.3. ( ) Frequentemente não sigo as orientações que recebi
2.4. ( ) Nunca sigo as orientações que recebi
3. Na última semana, você sentiu alguma dificuldade para praticar a meditação? Qual?
4. Na última semana, você sentiu alguma coisa agradável associada à meditação? O
quê?
5. Na última semana, você sentiu alguma coisa desagradável associada à meditação? O
quê?
6. Como você se sente em comparação ao que sentia antes de iniciar o curso de
meditação prânica?
6.1. Muito melhor ( )
6.2. Bastante melhor ( )
6.3. Um pouco melhor ( )
6.4. O mesmo, sem modificação ( )
78
Apêndice B - Programa do Curso de Meditação Prânica: teoria e prática, ministrado
como parte da programação do Fórum Permanente de Professores do CESPE/UnB.
Curso com carga horária total de 30h/aula.
N.º de aulas
Aulas teóricas
Carga
horária
Aulas práticas
Carga
horária
Aula 1
Meditação: princípios e
benefícios
1h
Postura e respiração
2h
Aula 2
Anatomia dos corpos sutis
1h
Técnicas de
purificação energética
2h
Aula 3
Prana e pranayama
1h
Técnicas de
serenização
2h
Aula 4
Anatomia e fisiologia dos
chakras
1h
Técnicas de
pranificação
2h
Aula 5
Patologia dos chakras 1
1h
Energização dos
chakras 1
2h
Aula 6
Patologia dos chakras 2
1h
Energização dos
chakras 2
2h
Aula 7
Mantras
1h
Circulação de prana
2h
Aula 8
Os perigos da meditação
1h
Autocura
2h
Aula 9
Saúde e equilíbrio
1h
Alterocura
2h
Aula 10
Transcendência
1h
Meditação prânica
completa
2h
79
Apêndice C - Termo de consentimento após esclarecimento.
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE MEDICINA
ÁREA DE PATOLOGIA
LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA CELULAR
PROJETO DE PESQUISA
Efeitos da meditação sobre a função de fagócitos em praticantes recentes
Pesquisadores responsáveis
Dr. Carlos Eduardo Tosta e César Augustus F. da Silva
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado(a) a participar de uma pesquisa para verificar o efeito da
meditação sobre as células do sangue e sobre os veis dos hormônios cortisol,
corticotrofina e melatonina. Essas células e esses hormônios serão estudados no
laboratório e você não tomará nenhum medicamento. Caso você concorde, será
solicitado a coleta de saliva para a dosagem de melatonina , no início, no meio e no fim
do curso de meditação e nesses mesmos períodos, serão retirados 10ml de sangue de
uma veia de seu braço utilizando material estéril e descartável para a sua segurança e de
onde serão obtidas as células e os hormônios citados acima. Durante a retirada de
sangue você poderá sentir um pequeno desconforto pela picada da agulha e muito
raramente poderá ocorrer uma mancha arroxeada no local da picada, que desaparecerá
em poucos dias. Não haverá nenhum benefício direto para você por participar deste
projeto, entretanto você estará contribuindo para que possamos esclarecer os efeitos
benéficos que a meditação exerce sobre o organismo humano. Você receberá
esclarecimentos sobre quaisquer dúvidas antes e durante a pesquisa e poderá desistir de
participar a qualquer momento sem que isto lhe incorra em nenhum prejuízo. Se desejar,
poderá ser informado sobre os resultados dos exames realizados com o seu sangue. Seu
nome não será divulgado garantindo-se o sigilo e a privacidade da identidade.
Declaro que concordo em participar de livre vontade desta pesquisa e que li ou ouvi o
texto do presente documento e compreendi o seu significado.
Nome:
RG: idade:
.............................................................................
Assinatura do voluntário
........................................... .........................................
Pesquisador Testemunha
Brasília, de de
Caso haja necessidade você poderá entrar em contato com os pesquisadores
responsáveis pelos telefones: (61) 3307-2273/9963-7780 (Dr. Carlos Eduardo Tosta) e
(61) 3307-2273/84775406 (Mestrando César Augustus).
80
ANEXOS
81
Anexo 1 - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da
Universidade de Brasília (CEP-FM/UnB).
82
Anexo 2 Células mononucleares (CMNs) separadas por centrifugação através de
suspensão de Percoll (Sigma-Aldrich, St Louis, EUA), densidade 1,077 g/mL.
Células mononucleares
83
Anexo 3 Avaliação da produção de peróxido de hidrogênio por monócitos feita em
triplicatas, em placas de microcultivo de fundo plano e 96 escavações TPP (Techno
Plastic Products AG, Trasadingen, Suíça).
84
Anexo 4 Avaliação da produção de óxido nítrico por monócitos feita em triplicatas,
em placas de microcultivo de fundo plano e 96 escavações TPP (Techno Plastic
Products AG, Trasadingen, Suíça).
85
Anexo 5 Índice fagocitário dos participantes que mais praticaram (>980min) e
daqueles que menos praticaram (980min).
>980 (n=14)
Início
Meio
Fim
34
34
32
15
16
19
4
6
11
19
24
44
13
23
14
11
9
18
6
9
4
6
21
49
4
8
33
18
22
44
6
17
18
17
7
42
1
12
18
15
15
9
980 (n=7)
Início
Meio
Fim
16
17
34
14
9
23
11
10
16
11
8
25
14
17
22
14
42
16
10
17
10
86
Anexo 6 Produção de peróxido de hidrogênio (µM) dos participantes que mais
praticaram (>980min) e daqueles que menos praticaram (980min).
>980 (n=22)
Início
Meio
Fim
5,21
9,97
18,94
6,83
11,07
23,03
7,47
22,27
23,86
22,03
11,16
19,15
23,04
18,75
31,51
19,50
18,63
30,38
19,30
10,92
19,07
11,69
9,39
21,72
11,97
12,65
17,92
10,17
10,76
18,94
20,98
11,46
21,96
17,61
8,88
18,15
12,74
10,43
22,11
12,48
11,23
5,68
11,52
17,10
16,06
11,86
15,10
19,90
12,28
16,96
17,94
14,36
16,54
17,39
15,42
16,41
17,35
13,72
15,35
17,73
14,01
15,70
17,93
15,44
16,43
16,54
980 (n=7)
Início
Meio
Fim
12,49
18,61
19,81
6,15
12,52
17,92
4,89
7,93
6,87
17,93
10,92
19,69
12,48
11,23
5,68
19,37
24,84
19,37
20,57
27,62
21,62
87
Anexo 7 Produção de óxido nítrico (mM) dos participantes que mais praticaram
(>980min) e daqueles que menos praticaram (980min).
>980 (n=22)
Início
Meio
Fim
1,17
0,92
0,69
3,44
1,00
0,75
1,12
1,79
4,41
1,60
1,34
0,69
2,38
2,94
2,10
0,92
3,30
1,55
12,54
0,69
347,30
4,46
0,49
275,50
3,17
0,86
0,85
4,95
107,07
1,48
65,97
3,27
311,91
54,01
91,87
0,60
1,94
0,58
2,94
59,10
0,78
1,07
94,35
0,83
62,77
83,44
1,22
0,73
0,46
1,29
56,88
0,29
0,35
59,79
151,96
0,39
60,64
64,98
0,66
36,08
11,69
0,16
35,50
2,69
1,29
61,08
980 (n=5)
Início
Meio
Fim
2,29
13,61
0,97
2,24
2,94
1,07
2,08
91,41
3,46
46,61
1,48
0,47
1,94
2,60
31,57
88
Anexo 8 Concentrações de corticotrofina (pg/mL) dos participantes que mais
praticaram (>980min) e daqueles que menos praticaram (980min).
>980 (n=22)
Início
Meio
Fim
6,73
12,40
9,10
9,15
8,33
4,00
7,07
6,54
3,99
6,02
4,00
3,98
5,08
6,20
3,97
7,97
7,40
3,96
25,90
13,30
3,95
10,70
6,03
3,95
10,30
4,05
8,51
4,02
4,01
4,01
4,04
4,03
7,17
6,12
20,00
4,04
23,00
10,30
26,70
6,01
4,04
4,05
4,05
9,85
4,02
13,50
5,89
4,03
9,31
4,02
4,06
19,50
4,06
4,07
4,03
4,07
4,01
8,70
4,01
4,03
8,33
4,03
4,04
4,01
22,20
4,01
980 (n=7)
Início
Meio
Fim
12,49
18,61
19,81
6,15
12,52
17,92
4,89
7,93
6,87
17,93
10,92
19,69
12,48
11,23
5,68
19,37
24,84
19,37
20,57
27,62
21,62
89
Anexo 9 Concentrações de cortisol (µg/dL) dos participantes que mais praticaram
(>980min) e daqueles que menos praticaram (980min).
>980 (n=22)
Início
Meio
Fim
21,50
16,00
13,70
21,00
7,78
9,97
19,60
12,70
14,20
12,20
11,00
13,30
15,90
7,77
6,37
7,76
11,30
9,20
14,10
10,50
11,80
9,73
8,01
10,30
9,14
8,40
11,00
28,50
13,60
11,20
9,08
5,05
9,88
10,00
16,50
7,96
13,80
14,60
10,60
23,40
8,21
8,32
10,20
12,30
20,60
18,40
24,20
26,70
10,60
13,70
5,10
8,83
15,10
11,40
3,31
10,10
16,30
16,90
18,80
9,65
11,30
12,70
14,40
12,30
15,20
13,10
980 (n=7)
Início
Meio
Fim
24,80
6,55
11,60
9,27
0,90
16,30
11,00
13,80
8,84
14,30
10,40
13,70
17,10
27,50
14,00
7,95
15,30
23,90
18,50
7,09
26,20
90
Anexo 10 Concentrações de melatonina (pg/mL) dos participantes que mais
praticaram (>980min).
>980 (n=22)
Início
Meio
Fim
144
95
105
178
93
108
21
6
48
66
15
84
33
85
36
35
37
30
230
237
212
242
72
174
106
26
39
24
5
58
28
31
8
166
42
175
90
14
24
33
15
1
44
16
37
18
23
81
27
70
1
1
1
1
15
1
29
33
46
14
114
203
195
81
187
228
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