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EDILBERTO LIMA FALLEIROS
CORRELAÇÃO ENTRE DIAGSTICO CLÍNICO E
ANATOMOPATOGICO DE LESÕES PALPEBRAIS E
CONJUNTIVAIS EM SERVIÇOS DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE -
MS
CAMPO GRANDE
2010
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EDILBERTO LIMA FALLEIROS
CORRELAÇÃO ENTRE DIAGSTICO CLÍNICO E
ANATOMOPATOGICO DE LESÕES PALPEBRAIS E
CONJUNTIVAIS EM SERVIÇOS DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE -
MS
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Saúde e
Desenvolvimento na Região Centro-
Oeste da Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul, para obtenção
do título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Nakao
Odashiro
CAMPO GRANDE
2010
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FOLHA DE APROVAÇÃO
EDILBERTO LIMA FALLEIROS
CORRELAÇÃO ENTRE DIAGNÓSTICO CLÍNICO E ANATOMOPATOLÓGICO DE
LESÕES PALPEBRAIS E CONJUNTIVAIS EM SERVIÇOS DE SAÚDE DE CAMPO
GRANDE - MS
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Saúde e
Desenvolvimento na Região Centro-
Oeste da Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul, para obtenção
do título de Mestre.
Resultado____________________________________________________
Campo Grande (MS), ________de___________________de___________
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________
Prof. Dr. Alexandre Nakao Odashiro
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/UFMS
________________________________________________________
Prof. Dr. Andresson Péricles de Figueiredo
Instituição: Universidade do Vale do Itajaí/UNIVALI
________________________________________________________
Prof. Dr. Lívio Viana de Oliveira Leite
Instituição: Sociedade Beneficente de Campo Grande/Santa Casa
3
Edilberto Lima Falleiros
CORRELAÇÃO ENTRE DIAGNÓSTICO CLÍNICO E
ANATOMOPATOLÓGICO DE LESÕES PALPEBRAIS E CONJUNTIVAIS
EM SERVIÇOS DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE - MS / Edilberto Lima
Falleiros – Campo Grande, 2010.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Desenvolvimento na Região
Centro-Oeste.
Título em inglês: Correlation between clinical and histopathological
diagnosis of eyelid and conjunctival lesions in health services of Campo
Grande - MS.
1. Neoplasias palpebrais; 2. Neoplasias da túnica conjuntiva; 3. Diagnóstico
clínico; 4. Patologia cirúrgica.
DEDICATÓRIA
À minha companheira Viviane,
pelo amor, carinho, amizade, doação
e incentivo em todos estes anos que passamos juntos.
Ao meu falecido pai, minha mãe e meu irmão
que sempre me apoiaram nas minhas decisões de vida.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Ao Prof. Dr. Alexandre Nakao Odashiho, grande patologista ocular de nossa
cidade, agradeço pelas horas dedicadas e por imbuir-se com carinho nesta
pesquisa.
Ao Prof. Maçanori Odashiro, colega de Mestrado e, sobretudo um grande
professor, que além de me ensinar os primórdios da Anatomia Patológica na
graduação, tamm gentilmente abriu as portas de seu laboratório para que esta
pesquisa se concretizasse.
Ao Prof. Dr. Ricardo Dutra Aydos, pelo incentivo e apoio desde a época da
graduação quando fui orientado por ele em programa de iniciação científica do
CNPQ.
AGRADECIMENTOS
Aos professores das disciplinas do Programa de Pós-Graduação em Saúde
e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul.
À bibliotecária Célia Campos da Cruz que gentilmente pesquisou e enviou-
me artigos da biblioteca da USP- São Paulo, à Profª. Maria Derenice Moreira
Campos que fez a revisão de português, à família Campos da Cruz (Cenira, Flavia e
Deise) pela revisão da formatação.
Às secretárias do LAC – Laboratório de Anatomia Patológica e Citopatologia,
Waleska Ramos, Silvana Cação, Sarah Nunes dos Santos e Regiane Alves Queiroz,
por sua presteza em todas as vezes que precisei ir àquela instituição.
Aos secretários do Programa de s-Graduação em Saúde e
Desenvolvimento na Região Centro-Oeste, Vera Nascimento Silva, Júlio César
Castro Teixeira e Renata Patrícia Andrade Raiano por sua dedicação ao trabalho e
atenção com os alunos.
“Quem sabe concentrar-se numa coisa e insistir nela como único objetivo,
obtém, ao fim e ao cabo, a capacidade de fazer qualquer coisa.”
(Mahatma Gandhi)
8
RESUMO
Falleiros, EL. Correlação entre diagnóstico clínico e anatomopatológico de
lesões palpebrais e conjuntivais em serviços de saúde de Campo Grande – MS.
Campo Grande; 2010. [Dissertação - Programa de Pós-Graduação em Saúde e
Desenvolvimento na Região Centro-Oeste da Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul].
A pálpebra e a conjuntiva apresentam uma enorme variedade de lesões benignas e
malignas. Muitas delas têm potencial para causar danos funcionais, estéticos e
psicológicos ou até mesmo a morte. O diagnóstico clínico (DC), o diagnóstico
anatomopatológico (DAP) e as margens cirúrgicas o cruciais para o prognóstico
destas lesões. Trata-se de pesquisa descritiva, documental, quantitativa e
retrospectiva com dados extraídos das solicitações de exames anatomopatológicos
emitidos por cirurgiões e os resultados destes exames. Os objetivos do estudo foram
correlacionar DC com DAP, mostrar a freqüência das lesões, avaliar a acurácia do
DC e a relação entre margens cirúrgicas e DC em lesões pré-malignas (PM) e
malignas (M). De 300 lesões palpebrais avaliadas, havia 87,0% benignas (B), 4,0%
PM e 9,0% M. De 135 lesões conjuntivais, 68,1% eram B, 26,7% PM e 5,2% M. A
lesão palpebral mais comum foi nevo (18%), calázio (15,3%) e hidrocistoma (11,3%)
(grupo benigno); queratose actínica (4,0%) (grupo pré-maligno) e carcinoma
basocelular (5,7%), carcinoma sebáceo (1,3%) e carcinoma metatípico (1,3%) (grupo
maligno). Das lesões conjuntivais, a mais comum foi nevo (17,0%), pterígio (11,0%)
e granuloma (10,0%) (grupo benigno); neoplasia intraepitelial conjuntival (20,0%)
(grupo pré-maligno) e carcinoma espinocelular (3,7%) e melanoma (1,5%) (grupo
maligno). Nas lesões palpebrais encontramos 23,7% de concordância do DC quanto
ao tipo histológico e 30,3% quanto à malignidade e para lesões conjuntivais, 29,6%
e 34,8% respectivamente. A acurácia dos DC efetivos palpebrais foi de 73,2%
quanto ao tipo histológico e 93,8% quanto à malignidade e nas conjuntivais foi de
69,0% e 81,0% respectivamente. Entre todas as 39 lesões PM e M, 13 (33,3%)
tiveram margens cirúrgicas comprometidas pelos tumores os quais tiveram DC B em
30,8% e M em 7,7%. A proporção foi bem diferente das lesões palpebrais PM e M
com margens livres (n=24, 61,5%) que tiveram 4,2% de DC B e 16,7% de M. Entre
as 43 lesões conjuntivais PM e M, 17 (39,5%) tiveram margens cirúrgicas
comprometidas pelos tumores que por sua vez tiveram DC PM ou M em 41,2% e
tiveram DC B, indeterminado ou ausente em 58,9%. Entretanto, nenhuma das lesões
PM ou M de conjuntiva com margem cirúrgica livre (n=25, 58,1%) tiveram um DC PM
ou M. Em relação à concordância entre DC e DAP palpebrais, Dermatologia, Cirurgia
de Cabeça e Pescoço, Oncologia e Oftalmologia foram as especialidades médicas
com maior concordância. Todas as lesões conjuntivais foram excisadas por
oftalmologistas. Em conclusão, nós encontramos uma alta taxa de DC indeterminado
em lesões palpebrais e conjuntivais. O DC foi significativo na determinação de
margens cirúrgicas em lesões palpebrais e conjuntivais PM e M.
Palavras-chave: neoplasias palpebrais, neoplasias da túnica conjuntiva, diagnóstico
clínico, patologia cirúrgica.
9
ABSTRACT
Falleiros, EL. Correlation between clinical and histopathological diagnosis of
eyelid and conjunctival lesions in health services of Campo Grande - MS.
Campo Grande; 2010. [Dissertation - Programa de Pós-Graduação em Saúde e
Desenvolvimento na Região Centro-Oeste da Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul].
Eyelid (Ey) and conjunctiva (Co) have a vast variety of benign to malignant lesions.
Many of them have potential to cause aesthetic, functional and psychological injure
or even death. The clinical diagnosis (CD), the histopathological diagnosis (HD) and
the surgical margins are crucial for the prognosis of these lesions. This is a
descriptive, documental, quantitative and retrospective research with data extracted
from histopathological exams requests issued by surgeons and their
histopathological results. The objectives of the study were correlate the CD with the
HD, show the frequency of lesions, assess the accuracy of the CD and correlate to
the surgical margins in premalignant (PM) and malignant (M) lesions. From the 300
Ey lesions collected, there was 87.0% benign (B), 9.0% M and 4.0% PM lesions.
From the 135 Co lesions, 68.1% was B, 26.7% was PM and 5.2% was M. The most
common Ey lesions were nevus (18%), chalazion (15.3%) and hidrocystoma (11.3%)
(B group); actinic keratosis (4%) (PM group) and basal cell carcinoma (5.7%),
sebaceous (1.3%) and metatypical carcinoma (1.3%) (M group). From the Co
lesions, the most common lesions were nevi (17%), pterygium (11%) and granuloma
(10%) (B group), conjunctival intraepithelial neoplasia (20%) (PM group), and
squamous cell carcinoma (3.7%) and melanoma (1.5%) (M group). In Ey lesions we
found 23.7% CD agreement for histological type and 30.3% for malignancy and in Co
lesions, 29.6% and 34.8% respectively. The accuracy of the effective eyelid CD was
73.2% for histological type and 93.8% for malignancy and the conjunctival was
69.0% and 81.0% respectively. Among all 39 PM and M Ey lesions, 13 (33.4%) had
surgical margins compromised by the tumor which had CD B in 30.8% and M in
7.7%. The proportion was quite different from the PM and M Ey lesions with free
surgical margins (n=24, 61.5%) which had 4.2% B and 16.7% M CD. Among all 43
the PM and M conjunctival lesions, 17 (39.5%) had surgical margins compromised by
the tumor which had CD PM or M in 41.2%, and had B, indeterminate or absent CD
in 58.9%. However, none of the PM and M lesions of the Co with free surgical
margins (n=25, 58.1%) had a PM or M CD. Concerning the Ey CD and HD
correlation, Dermatology, Head and Neck Surgery, Oncology and Ophthalmology
were the medical specialties with the highest agreement. All Co lesions were excised
by Ophthalmologists. In conclusion, we found a high rate of indeterminate CD in Ey
and Co lesions. The CD was significant to determine the surgical margin in the PM
and M Ey and Co lesions.
Key Words: eyelid neoplasms, conjunctival neoplasms, clinical diagnosis, surgical
pathology.
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Freqüência e porcentagens de todas as lesões palpebrais de acordo com
os diagnósticos anatomopatológicos.........................................................................46
Tabela 2 Freqüências e porcentagens de todas as lesões palpebrais benignas de
acordo com os diagnósticos anatomopatológicos.....................................................47
Tabela 3 Freqüências e porcentagens de lesões palpebrais malignas de acordo com
os diagnósticos anatomopatológicos.........................................................................47
Tabela 4 Freqüências e porcentagens de lesões palpebrais neoplásicas e não-
neoplásicas de acordo com os diagnósticos anatomopatológicos............................48
Tabela 5 Freqüências e porcentagens dos diagnósticos clínicos de lesões palpebrais
....................................................................................................................................48
Tabela 6 Freqüência e porcentagem da correlação entre tipos de lesões palpebrais e
diagnóstico clínico.....................................................................................................49
Tabela 7 Freqüências e porcentagens de concordância entre diagnósticos cnicos e
anatomopatológicos de lesões palpebrais quanto ao tipo histológico.......................49
Tabela 8 Freqüências e porcentagens da concordância entre diagnósticos clínicos e
anatomopatológicos de lesões palpebrais quanto à malignidade .............................49
Tabela 9 Freqüências e porcentagens em lesões palpebrais da correlação entre
diagnósticos anatomopatológicos e diagnósticos cnicos quanto à malignidade......50
Tabela 10 Acurácia do diagnóstico clínico quanto ao tipo histológico em lesões
palpebrais..................................................................................................................51
Tabela 11 Acurácia do diagnóstico clínico quanto à malignidade em lesões
palpebrais..................................................................................................................51
Tabela 12. Freqüências e porcentagens em lesões palpebrais malignas e pré-
malignas da correlação entre diagnósticos anatomopatológicos e margens
cirúrgicas....................................................................................................................51
Tabela 13. Freqüências e porcentagens em lesões palpebrais malignas e pré-
malignas da correlação entre margens cirúrgicas e diagnósticos clínicos quanto à
malignidade...............................................................................................................52
Tabela 14. Freqüências e porcentagens dos diagnósticos clínicos das lesões
neoplásicas palpebrais..............................................................................................52
11
Tabela 15. Freqüências e porcentagens dos diagnósticos clínicos das lesões o
neoplásicas palpebrais..............................................................................................53
Tabela 16. Freqüências e porcentagens dos diagnósticos clínicos por especialidade
médica em lesões palpebrais....................................................................................53
Tabela 17. Freqüências e porcentagens dos casos concordantes entre diagnóstico
clínico e anatomopatológico de lesões palpebrais quanto ao tipo histológico...........54
Tabela 18. Freqüência e porcentagem das lesões palpebrais quanto ao sexo........54
Tabela 19. Resultados em freqüências e porcentagens dos diagnósticos clínicos em
relação à especialidade médica ................................................................................55
Tabela 20. Comparão em porcentagem entre as especialidades médicas no acerto
do diagnóstico clínico em relação ao anatomopatológico quanto ao tipo histológico
em lesões palpebrais.................................................................................................56
Tabela 21. Comparão em porcentagem entre as especialidades médicas no
acerto do diagnóstico clínico em relação ao anatomopatológico quanto à
malignidade em lesões palpebrais ............................................................................56
Tabela 22. Freqüências e porcentagens de todas as lesões conjuntivais de acordo
com os diagnósticos anatomopatológicos.................................................................58
Tabela 23. Freqüências e porcentagens de lesões conjuntivais benignas de acordo
com os diagnósticos anatomopatológicos.................................................................59
Tabela 24. Freqüências e porcentagens de lesões conjuntivais pré-malignas de
acordo com os diagnósticos anatomopatológicos.....................................................59
Tabela 25. Freqüências e porcentagens de lesões conjuntivais malignas de acordo
com os diagnósticos anatomopatológicos.................................................................60
Tabela 26. Freqüências e porcentagens de lesões conjuntivais neoplásicas e não
neoplásicas de acordo com os diagnósticos anatomopatológicos............................60
Tabela 27. Freqüências e porcentagens dos diagnósticos clínicos de lesões
conjuntivais................................................................................................................60
Tabela 28. Freqüência e porcentagem da correlação entre tipos de lesões
conjuntivais e diagnóstico clínico ..............................................................................61
Tabela 29. Freqüências e porcentagens quanto à malignidade dos diagnósticos
anatomopatológicos em relação aos diagnósticos cnicos de lesões conjuntivais ...61
Tabela 30. Freqüências e porcentagens da concordância entre diagnósticos clínicos
e anatomopatológicos das lesões conjuntivais quanto ao tipo histológico................62
12
Tabela 31. Freqüências e porcentagens da concordância entre diagnósticos clínicos
e diagnósticos anatomopatológicos das lesões conjuntivais quanto à malignidade..62
Tabela 32. Acurácia do diagnóstico clínico quanto ao tipo histológico em lesões
conjuntivais................................................................................................................63
Tabela 33. Acurácia do diagnóstico clínico quanto à malignidade em lesões
conjuntivais................................................................................................................63
Tabela 34. Freqüências e porcentagens em lesões conjuntivais malignas e pré-
malignas da correlação entre diagnósticos anatomopatológicos e margens
cirúrgicas....................................................................................................................63
Tabela 35. Freqüências e porcentagens em lesões conjuntivais malignas e pré-
malignas da correlação entre margens cirúrgicas e diagnósticos clínicos quanto à
malignidade...............................................................................................................64
Tabela 36. Freqüência e porcentagem da concordância entre diagnóstico clínico e
anatomopatológico quanto ao tipo histológico de lesões conjuntivais.......................65
Tabela 37. Freqüência e porcentagem da concordância entre diagnóstico clínico e
anatomopatológico quanto à malignidade de lesões conjuntivais.............................65
Tabela 38. Freqüência e porcentagem das lesões conjuntivais quanto ao sexo.....66
Tabela 39. Resultados da concordância entre os diagnósticos clínicos e
anatomopatológicos de lesões conjuntivais ..............................................................67
13
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A – Instrumento de coleta de dados................................................... 94
APÊNDICE B – Ofício de autorização................................................................... 95
APÊNDICE C – Solicitação de dispensa de termo de consentimento livre e
esclarecido (TCLE)................................................................................................ 96
APÊNDICE D – Termo de compromisso para utilização de dados....................... 97
APÊNDICE E – Declaração de retorno de pesquisa para as instituições envolvidas
.............................................................................................................................. 98
APÊNDICE F – Planilha do Excel para tabulação de dados das lesões palpebrais..
.............................................................................................................................. 99
APÊNDICE G – Planilha do Excel para tabulação de dados das lesões conjuntivais
............................................................................................................................ 100
APÊNDICE H – Resultados da comparação de acertos ou erros entre os médicos
especialistas em lesões palpebrais..................................................................... 101
APÊNDICE I – Resultados da comparação de acertos ou erros entre os médicos
que realizaram os diagsticos clínicos de lesões conjuntivais .......................... 102
14
LISTA DE ABREVIATURAS
A Ausente
B Benigno
Ca Carcinoma
CBC Carcinoma basocelular
CCP Cirurgia de Cabeça e Pescoço
CEC Carcinoma espinocelular
CGR Cirurgia Geral
CP Comprometidas
DAP Diagnóstico anatomopatológico
DC Diagnóstico clínico
DER Dermatologia
I Indeterminado
LAC Laboratório de Anatomia Patológica e Citopatologia
LV Livres
M Maligno
MARG Margens cirúrgicas
MED Médicos
N Não
NA Não se aplica
NAV Não avaliáveis
NIC Neoplasia intra-epitelial conjuntival
OFT Oftalmologia
ONC Oncologia
PAM Melanose Primária Adquirida
PLA Cirurgia Plástica
PM Pré-maligno
QA Queratose actínica
QS Queratose seborréica
S Sim
Tu Tumor
15
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 17
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 21
2.1 Considerações iniciais................................................................................. 21
2.2 Acurácia do diagnóstico.............................................................................. 22
2.3 Lesões palpebrais........................................................................................ 23
2.3.1 Lesões palpebrais benignas........................................................................ 23
2.3.2 Lesões palpebrais pré-malignas.................................................................. 27
2.3.3 Lesões palpebrais malignas........................................................................ 28
2.4 Lesões conjuntivais..................................................................................... 31
2.4.1 Lesões conjuntivais benignas...................................................................... 31
2.4.2 Lesões conjuntivais pré-malignas................................................................ 34
2.4.3 Lesões conjuntivais malignas...................................................................... 36
3 OBJETIVOS...................................................................................................... 41
3.1 Gerais............................................................................................................ 41
3.2 Específicos ................................................................................................... 41
4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 42
4.1 Tipo de pesquisa.......................................................................................... 42
4.2 Procedimentos de pesquisa........................................................................ 42
4.3 Critérios de inclusão e exclusão................................................................. 43
4.4 Processamento histológico das peças cirúrgicas .................................... 44
4.5 Ética............................................................................................................... 44
4.6 Análise estatística........................................................................................ 45
5 RESULTADOS.................................................................................................. 46
16
5.1 Resultados das lesões palpebrais.............................................................. 46
5.1.1 Análise descritiva de lesões palpebrais....................................................... 46
5.1.2 Análise estatística de lesões palpebrais...................................................... 54
5.2 Resultados de lesões conjuntivais............................................................. 57
5.2.1 Análise descritiva de lesões conjuntivais..................................................... 57
5.2.2 Análise estatística de lesões conjuntivais.................................................... 66
6 DISCUSSÃO..................................................................................................... 69
6.1 Lesões palpebrais........................................................................................ 69
6.2 Lesões conjuntivais..................................................................................... 77
7 CONCLUSÕES................................................................................................. 84
8 REFERÊNCIAS................................................................................................. 86
APÊNDICES .................................................................................................... 93
ANEXO............................................................................................................. 103
17
1 INTRODUÇÃO
A pálpebra e a conjuntiva são tecidos de fácil acesso e de constante exame
clínico, portanto, quando são encontradas alterações epiteliais das mesmas, faz-se
necessária a utilizão de técnicas para obtenção de material para exame
morfológico, que podem contribuir para o esclarecimento diagnóstico, como biópsia
excisional, com funções diagnóstica e terapêutica, citologia esfoliativa pelo método
de Papanicolaou (LIMA et al., 2005) e biópsia incisional (MESSINA; VALENTE;
CASTRO, 2006).
Uma parcela importante da clínica oftalmológica é constituída pelas
neoplasias palpebrais (SOARES et al., 2001). Muitos tipos de tumores que ocorrem
nas pálpebras refletem a diversidade de tecidos que as mesmas possuem. Muitos
destes tumores são similares a outros observados em diferentes áreas de pele
expostas ao sol, com exceção do carcinoma de glândulas sebáceas, que raramente
ocorre em outras partes do corpo (MCLEAN et al., 1993). A maioria destas lesões é
benigna e desenvolve-se da epiderme, derme ou de outras estruturas anexas à
pálpebra, que apresentam características únicas (AMERICAN ACADEMY OF
OPHTHALMOLOGY, 2007; SUGANO et al., 2005; SANTO, 2006). Na maioria das
vezes, o oftalmologista é procurado para o tratamento destas patologias, devido aos
sintomas e sinais presentes que comprometem a estética e a função ou devido à
possibilidade de malignidade (SUGANO et al., 2005; SANTO, 2006).
A conjuntiva também é sede de inúmeras doenças. Os tumores podem ser
provenientes de vários elementos constituintes da conjuntiva, representando assim
um enorme espectro de lesões benignas ou malignas, com conseqüências que
podem variar desde perda da visão e, até mesmo, da vida (LIMA et al., 2005).
Tumores podem ainda causar desfiguração com grande potencial de disfunção e
cada vez mais tumores agressivos acometem pessoas mais jovens (KIIRE;
DHILLON, 2006; YOON et al., 2007). O diagnóstico e tratamento precoces destas
lesões perioculares são necessários devido à proximidade de outras estruturas
importantes da face (SCOTT; KRONISH, 2000).
18
Lesões são injúrias causadas em um tecido ou órgão por traumatismo,
queimadura, ferida ou alteração patológica na estrutura ou na atividade funcional
(LEITE, 2007).
Neoplasias são lesões de crescimento celular descontrolado sem demanda
fisiológica ou crescimento excessivo, ilimitado e autônomo, formado pela proliferação
de células atípicas (LEITE, 2007).
Tumor ou tumoração é qualquer edema ou aumento mórbido de tamanho,
ou ainda, um crescimento novo de tecido no qual a multiplicação das células é
incontrolada e progressiva (LEITE, 2007).
O termo “tumor” foi aplicado originalmente à tumefação
causada pela inflamação. As neoplasias também podem produzir
tumefações e, em virtude do longo precedente, o significado não-
neoplásico de “tumor” foi lançado no limbo; assim sendo, agora esse
termo equivale à neoplasia (COTRAN; KUMAR; ROBBINS, 1991,
p.197).
Câncer é uma doença caracterizada por uma população de células que
cresce e se divide sem respeitar os limites normais, invade e destrói tecidos
adjacentes e pode se espalhar para lugares distantes no corpo, através de um
processo chamado metástase. Estas características malignas do câncer o diferencia
dos tumores benignos, que são auto-limitados em seu crescimento e o invadem
tecidos adjacentes, embora alguns tumores benignos sejam capazes de se tornarem
malignos (LEITE, 2007).
Segundo Cotran, Kumar e Robbins (1991) as características dos tumores
benignos são boa diferenciação celular/anaplasia com estrutura pica do tecido de
origem; ritmo de crescimento habitualmente progressivo e lento, podendo estabilizar
ou regredir, apresentando figuras mitóticas raras e normais e quanto à invasão local
o habitualmente massas compactas e expansivas bem demarcadas, que não
invadem nem infiltram os tecidos normais circundantes. Os mesmos autores
descrevem as características dos tumores malignos como: alguma falta de
diferenciação celular/anaplasia com estrutura atípica; ritmo de crescimento errático
que pode ir de lento à rápido; invasão local com infiltração dos tecidos normais
circundantes, às vezes podendo ser aparentemente compactos e expansivos e
19
freqüentemente apresentando metástase (quanto maior e mais indiferenciado for o
tumor primário, maior será a probabilidade de haver metástases).
O diagnóstico e tratamento diferenciados para cada tipo de lesão são
imprescindíveis para a resolução destes casos. Neoplasias conjuntivais do epitélio e
do estroma o clinicamente e histologicamente similares a tumores que crescem
em outras membranas mucosas do corpo. Sua diferenciação baseia-se no histórico
médico do paciente e de certas características histopatológicas e clínicas conforme
descrito por Amoli e Heidari (2006). Estes mesmos autores relatam ainda que o
diagnóstico por biópsia pode ser indicado em lesões maiores que quinze milímetros
de diâmetro ou quatro horas dos ponteiros do relógio para tumores límbicos (um
terço da circunferência límbica). Em casos de lesões menores que quinze mimetros
de diâmetro ou quatro horas do relógio para tumores mbicos é freqüente a excisão
completa do tumor para obter o diagnóstico histopatológico.
Dificuldades diagnósticas em tumores de pálpebra e conjuntiva são
relatadas por vários autores (SCOTT; KRONISH, 2000; AKPEK et al., 1999;
HONAVAR et al., 2001; SCHELLINI et al., 1997; YANG; FOSTER, 199
7).
Scott e Kronish (2000) descrevem que tumores cutâneos benignos pré-cancerosos e
malignos o difíceis de serem diferenciados pela aparência cnica. Akpek et al.
(1999) relataram dificuldades no diagnóstico de tumores malignos de superfície
ocular que mimetizam blefaroconjuntivites configurando a síndrome mascarada, que
foi primeiramente descrita por Theodore e Irvine em 1967. Ronavar et al. (2001)
relataram que o carcinoma de glândulas sebáceas pode simular calázio ou
blefaroconjuntivite crônica, causando um retardo no diagnóstico. Lesões benignas
como queratoacantoma conjuntival podem ocasionalmente ser difíceis de diferenciar
de carcinoma espinocelular (SCHELLINI et al., 1997). Yang e Foster (1997)
relataram ainda que, clinicamente, distinguir carcinoma de células escamosas de
displasia ou carcinoma in situ conjuntivais pode ser difícil.
Um aspecto importante analisado é a correlação entre margens cirúrgicas de
exames histológicos e diagsticos clínicos quanto à malignidade. Segundo Ishi et
al. (2004), o exame histológico é importante para confirmação diagnóstica, definição
do tipo histológico, avaliação da presença de ulceração microscópica e para detectar
20
o acometimento das margens cirúrgicas de ressecção, assim como a observação
das distâncias destas margens.
Os clínicos costumam subestimar as importantes contribuições que fazem
para o diagstico de uma neoplasia. Os dados clínicos são valiosos para se fazer
um diagnóstico patológico ótimo (COTRAN; KUMAR; ROBBINS, 1991, p.248).
O diagnóstico clínico correto dos tumores e sua correlação com os
resultados anatomopatológicos são fatores importantes no prognóstico dos
pacientes portadores de neoplasias. A suspeita de malignidade ou benignidade
serve como indicação para a realização de uma exérese da lesão com margens
cirúrgicas seguras, dependendo do tipo de tumor encontrado e seu grau de
malignidade e potencial de produzir metástases.
Em relação às neoplasias palpebrais e conjuntivais, não encontramos no
estado de Mato Grosso do Sul estudos epidemiológicos ou sobre correlação
anatomoclínica, nem estudos sobre margens cirúrgicas em relação a estas lesões,
tão encontradas na prática clínica diária.
Avaliar a acurácia do diagnóstico clínico de neoplasias palpebrais e
conjuntivais tamm se mostra muito importante para servir de alerta e estimular a
busca pelo aprofundamento do conhecimento científico por parte dos profissionais
solicitantes, pois é necessário o correto diagnóstico clínico para que ocorra a retirada
das lesões com margens de segurança, principalmente nos casos suspeitos de
malignidade, para alcançar melhores resultados na cura ou controle destas lesões.
A pesquisa tem relevância no município de Campo Grande e no estado de
Mato Grosso do Sul, pois carência de estudos regionais sobre o tema. Estudos
bem estruturados e com objetivos pontuais podem se constituir em ponto de partida
para novas políticas de saúde e de ensino. A divulgação destes dados pode ter
efeito reflexivo para melhoria de práticas médicas e despertar interesse na educação
continuada em Medicina na área em questão.
21
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Considerações Iniciais
“Os tumores palpebrais são patologias muito freqüentes na prática clínica
oftalmológica. A maioria é composta de tumores benignos (59,9%)” (ABDI et al.,
1996 apud GRUPENMACHER et al., 2006, p.336).
Devido ao fato de serem aparentes, os tumores de pálpebra, sobretudo os
malignos, têm facilitada a sua detecção e diagnóstico precoce, o que é importante
para permitir uma reconstrução palpebral sem remoção desnecessária de tecidos.
Ainda pouco se sabe sobre a freqüência destes tumores em nosso meio (SOARES
et al., 2001).
Grupenmacher et al. (2006) relataram que em adultos de 5% a 10% dos
tumores cutâneos ocorrem nas pálpebras e destacaram a necessidade do
diagnóstico precoce em lesões de pálpebra hiporresponsivas ao tratamento clínico
para otimização terapêutica.
Cânceres ocorrem com maior freqüência na pele do que em outras partes do
corpo devido à exposição solar e radiações eletromagnéticas diversas. Tem
importância ainda o contato com carcinógenos químicos, aliado à predisposição
genética. No Brasil evidencia-se alta incidência de lesões cutâneas por exposição
solar devido ao país ser localizado predominantemente em área tropical (SCHELLINI
et al. 1990 apud SOARES et al., 2001).
Bessa, Potting e Bonfim (1997) referiram que tumores conjuntivais o são
muito freqüentes, porém são lesões que despertam a atenção do oftalmologista em
seu exame clínico. Consideraram a conjuntiva de fácil observação, levando à
detecção precoce destas lesões, porém que o diagnóstico dificilmente é feito.
Consideraram o exame anatomopatológico indispensável para o correto diagnóstico
das lesões.
22
Rodrigues et al. (2000) descreveram a conjuntiva como sendo altamente
exposta à fatores agressivos externos e suscetível a doenças heredo-degenerativas,
sendo um dos locais mais comuns de desenvolvimento dos tumores oculares e
ressaltaram ainda o fato de que poucos relatos sobre a incidência destes
tumores.
Amoli e Heidari (2006) consideraram que a maioria das lesões
conjuntivais tem características típicas e um acurado diagnóstico pode ser realizado
com um adequado exame emmpada de fenda.
2.2 Acurácia do Diagnóstico Clínico
Kersten, Ewing-Chow e Kulwin (1997) referem que lesões malignas podem
mascarar um grande número de condições benignas e concluem que todas as
lesões palpebrais retiradas cirurgicamente devem ser submetidas à análise
histopatológica porque não é possível obter 100% de acurácia no diagnóstico clínico
de lesões palpebrais. Das lesões diagnosticadas clinicamente como benignas,
encontraram que 98% dos casos foram provados serem histopatologicamente
benignas. Com relação às lesões malignas, embora citem que outros estudos
mostram acima de 50% de lesões palpebrais malignas mal diagnosticadas, em sua
experiência argumentam que um clínico experiente poderia ser capaz de distinção
confiável entre condições benignas, pré-malignas e malignas. Em seu estudo
verificaram 92,8% de acurácia diagnóstica para CBC de pálpebras.
Em outro estudo similar, verificando acurácia do diagnóstico cnico em
relação ao diagnóstico histopatológico de 86 biópsias de tumores palpebrais, Margo
et al. (1999) encontraram 83,7% de concordância em uma análise geral.
Ozdal et al. (2004), estudando 1060 casos de calázio retirados por diferentes
oftalmologistas da McGill University Health Center em Montreal, QC, Canadá
referiram que estas lesões inflamatórias palpebrais podem simular diversas
23
condições benignas, pré-malignas ou malignas e concordância entre diagnóstico
clínico e histopatológico foi encontrado em 992 casos, ou seja, 93,6% do total.
Heal et al. (2008) em seu artigo analisando todos os casos de cânceres de
pele entre o fim de 1996 e outubro de 1999 na James Cook University de Townsville,
North Queensland, Austrália, encontraram 23,5% de ausência de registro do
diagnóstico clínico, não observando razões claras para isto. Em seu estudo,
relataram que o fato do desempenho diagnóstico ter deixado a desejar, demonstra a
necessidade de educação específica incorporada à graduação e pós-graduação no
treinamento para o diagnóstico dos cânceres de pele.
2.3 Lesões Palpebrais
2.3.1 Lesões Palpebrais Benignas
Sugano et al. (2005) descreveram que a maioria das lesões de pálpebra é
benigna, desenvolvendo-se de várias estruturas da epiderme, derme ou anexos
cutâneos. Referiram ainda que a diferenciação entre tumores benignos e malignos,
como por exemplo, entre tricoepitelioma e CBC, é possível baseada na clínica e nos
achados histológicos, mostrando-nos a importância do diagnóstico cnico.
Entre as lesões benignas, as mais comuns foram: calázios, nevos
pigmentados, cistos e papilomas, sendo calázio o tipo histológico mais freqüente
(GRUPENMACHER et al. 2006).
Ozdal et al. (2004) também apontaram para o calázio como a lesão
inflamatória mais comum na pálpebra e referiram que, apesar da aparente facilidade
diagnóstica desta lesão, numerosas condições benignas, pré-malignas e malignas
podem ser simuladas pela mesma.
Calázio é um tipo de inflamão localizada na pálpebra que é causada pela
obstrução das glândulas de Meibomius, freqüentemente associa-se com blefarite
24
crônica e com rosácea e pode ocasionalmente ser confundido com neoplasias
malignas (AMERICAN ACADEMY OF OPHTALMOLOGY, 2007, p.164).
Os nevos melanocíticos não são aparentes ao nascimento, aparecem na
infância como lesões planas tipo máculas pigmentadas, aumentam a pigmentação
na puberdade, nos adultos são elevadas pápulas pigmentadas e nos idosos são
elevadas, mas minimamente pigmentadas ou amelanóticas. São classificadas em
juncionais quando estão na junção dermo-epidérmica, compostos quando se
estendem acima da epiderme e abaixo da derme e rmicos quando involução
do componente epidérmico e persistência do componente dérmico e geralmente
estão associados com a infância, a idade adulta e a idade senil respectivamente
(AMERICAN ACADEMY OF OPHTALMOLOGY, 2007, p.176).
Tumores melanocíticos palpebrais o similares aos conjuntivais, embora
menos comuns. No caso do nevo, a pigmentação é muito variável, algumas lesões
o totalmente amelanóticas e podem ser confundidas com lesões epiteliais ou
angiomatosas se elas aumentarem muito ou se tornarem inflamadas (MCLEAN et
al., 1993, p.38, p.76).
Em revisão sobre lesões melanocíticas, Garcia e Botella-Estrada (2009)
descrevem que o nevo melanocítico pode ser adquirido ou congênito, é uma lesão
benigna e em seu aparecimento estão envolvidos fatores genéticos, hereditários e
ambientais como exposição solar. No seu diagnóstico utiliza-se sintomatologia,
dermatoscopia e histologia. Seu seguimento é importante devido ao risco de
desenvolvimento de melanoma a partir desta lesão e nele observam-se mudanças
malignas como aumento do tamanho com o crescimento da criança, o aparecimento
de zonas de diferentes cores, o aparecimento de folículos pigmentados e grosseiros
e o desenvolvimento de lesões satélites ou verrucosas. O tratamento é cirurgia,
curetagem, dermoabrasão e laser.
Os hidrocistomas são cistos comumente solitários com aparência translúcida
que crescem das glândulas de Moll (sudoríparas) ao longo da margem palpebral.
São verdadeiros adenomas secretores. Podem se apresentar únicos ou múltiplos
(AMERICAN ACADEMY OF OPHTALMOLOGY, 2007, p.174).
25
Em sua casuística, Schellini et al. (2001) citaram hidrocistomas como lesões
benignas palpebrais não muito freqüentes correspondendo a 0,07% de 70 mil
biópsias. Citaram que eles classificam-se em apócrinos ou écrinos. O apócrino
deriva da obstrução da glândula de Moll da margem palpebral, são vesículas
translúcidas, arredondadas e medindo de 01 a 03 mm de diâmetro com conteúdo
aquoso em seu interior. O écrino deriva da glândula sudorípara e é raro, apresenta-
se como vesículas, às vezes numerosas, na pálpebra inferior ou face.
Cistos epidérmicos são lesões elevadas, redondas, lisas e de crescimento
lento com freqüência correspondente a aproximadamente 18% das lesões benignas
excisadas, que crescem a partir do infundíbulo do folículo piloso ou após
implantação traumática de epiderme dentro da derme. Freqüentemente m um poro
central, que é indicativo remanescente do ducto do pêlo. São também chamados de
cistos sebáceos, mas na verdade contém queratina. O tratamento é marsupialização
ou excisão completa com a cápsula (AMERICAN ACADEMY OF OPHTALMOLOGY,
2007, p.171). Complicações associadas com o cisto epidérmico incluíram infecção,
reação granulomatosa por ruptura do cisto e transformação maligna (GEIST, 2000,
p. 3352).
A queratose seborréica (QS) é uma lesão comum encontrada em pálpebras
e face de idosos e pessoas de meia-idade. Apresenta-se como um crescimento bem
delimitado, friável e com consistência macia. É superficial, o envolvendo a derme.
Seu tratamento é a curetagem ou vaporização com laser de CO
2
para lesões planas
e excio cirúrgica para lesões pediculadas (GEIST, 2000, p.3354). Pode ser
clinicamente confundida com nevo, CBC pigmentado e até mesmo com melanoma
maligno (MCLEAN et al., 1993, p.12).
Os papilomas são hiperplasias epiteliais que podem ser sésseis ou
pediculadas e ter a cor da pele adjacente. Foram descritas como a lesão benigna
mais comum da pálpebra em estatística americana (MCLEAN et al., 1993, p.11). São
geralmente encontrados em pessoas idosas ou de meia-idade, usualmente as
lesões são solitárias, mas podem ser múltiplas e o crescimento é lento. Elas se
apresentam clinicamente como firmes e pequenas lesões pediculadas com uma
superfície nodular ou cerebriforme. O diagnóstico diferencial se faz com nevo,
26
fibroma, epitelioma, queratose actínica, verruga vulgar e queratose seborréica. O
tratamento é feito com excio cirúrgica ou ablação por laser de CO
2
(GEIST, 2000,
p.3353-4).
Estudando xantelasma, Bagatin et al. (2000) descreveram que esta lesão é o
tipo mais comum de xantoma cutâneo que ocorre na região das pálpebras.
Clinicamente aparece como placas amareladas, principalmente em pálpebras
superiores próximo ao canto interno dos olhos. Os tratamentos considerados são
uso oral de drogas com probucol e pravastatina, que reduzem o colesterol
plasmático e levam à regressão da lesão em parte dos pacientes, a utilização de
ácidos, a criocirurgia com nitrogênio líquido ou neve carbônica e a eletrocoagulação,
todos com recidivas freqüentes e por fim, a excisão cirúrgica associada ou não à
blefaroplastia com resultados excelentes. Existe mais recentemente a utilizão do
laser de CO
2
ultrapulsado e dye laser pulsado com resultados tamm excelentes.
Verruga vulgar é uma lesão causada pela infecção epidérmica pelo papiloma
rus humano tipo 06 ou 11 (HPV), raramente ocorre na pele das pálpebras e o
tratamento mais eficiente é a crioterapia (AMERICAN ACADEMY OF
OPHTALMOLOGY, 2007, p.170).
Granuloma piogênico é uma lesão vascular comum de pálpebra que é
desencadeada freqüentemente após uma cirurgia ocular ou um trauma palpebral.
Clinicamente se caracteriza por uma massa rósea de crescimento rápido e às vezes
com ulceração superficial do epitélio. Seu tamanho varia de alguns milímetros a mais
de 03 cm de diâmetro. Sangra facilmente após ser traumatizado devido à
vascularização. O tratamento preconizado é a excisão local (GEIST, 2000, p.3357).
Melanose refere-se à excessiva pigmentação melânica e pode ser congênita
ou adquirida. A lesão é plana, o que a diferencia de nevo e melanoma. Quando a
lesão é elevada, isto consiste usualmente em sinal de malignidade (MCLEAN et al.,
1993, p.78).
Sugano et al. (2005) descreveram tricoepitelioma como um tumor cutâneo
benigno derivado dos foculos pilosos e mais freqüente na face.
Marback et al. (2007) citaram pilomatrixoma como tumor benigno com
acometimento principal de jovens e originado no folículo piloso. Seu sítio principal de
27
localizão teria sido a pálpebra, mas com prevalência baixa, com freqüente
confusão no diagnóstico clínico. Referiram que o diagnóstico clínico deste tumor
raramente é feito e os principais erros diagnósticos foram confundi-lo com cisto
dermóide ou cisto epidérmico, tendo sido citado ainda hemangioma capilar e
rabdomiossarcoma.
Existem numerosos outros tipos de lesões palpebrais benignas que não
foram descritas devido à sua baixa freqüência.
2.3.2 Lesões palpebrais pré-malignas
Em dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da USP, Cabral
(2007), analisando a instabilidade genômica como fator prognóstico e diagnóstico na
progressão de queratose actínica (QA) para carcinoma espinocelular (CEC) humano,
relatou QA como lesão pré-maligna precursora de CEC, com taxa de progressão
para CEC de aproximadamente 10% dos casos. Relatou ainda que QA surge em
áreas expostas ao sol em indivíduos de pele clara, acima de quarenta anos como
lesão única ou múltipla. Descreveu a lesão clinicamente como lesões escamosas,
ásperas, secas, amareladas, de tamanho variável, geralmente com menos de um
centímetro, com curso crônico e possibilidade de malignização para CEC.
Lucci et al. (2006) em seu trabalho sobre tratamento cirúrgico do ectrópio
cicatricial com retalho miocutâneo bipediculado, relataram que em nosso país, da
mesma forma que em outros países tropicais, a exposição crônica aos raios
ultravioleta levam à alteração da pele conhecida como QA, que por conseqüência
leva a um encurtamento da lamela anterior de toda a extensão da pálpebra inferior,
levando ao ectrópio cicatricial, passível de correção com enxertos ou retalhos
cutâneos.
Em sua revisão sobre crioterapia com nitronio líquido nas dermatoses,
Moraes, Velho e Magalhães (2008) indicam este tratamento para QA, classificando-a
também como lesão pré-maligna.
28
2.3.3 Lesões Palpebrais Malignas
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (2006) coletando dados entre
dermatologistas em programa nacional desenvolvido por aquela sociedade desde
1999 e através de um artigo com análise descritiva, mostrou que evidências
importantes de que os três principais tipos de cânceres de pele tenham a exposição
solar como seu principal fator de risco, sendo tamm descritos o álcool, o fumo, a
exposição ao arsênico, as radiações ionizantes e os processos cutâneos irritativos
crônicos. Consideraram também evidências de tendência de aumento de
mortalidade e morbidade por câncer de pele, tornando-o um problema de saúde
pública. Atribuíram o aumento da morbidade a diversos fatores, quais sejam:
aumento da exposição aos raios ultravioleta (UV) recreacional, cultural diminuição do
uso de chapéus, sombrinhas e roupas que cobrem mais o corpo, valorizão do
bronzeamento de pele, exposição solar sem uso de protetor, hábito de
bronzeamento artificial e aumento da incidência dos raios UV por diminuição da
camada de ozônio. Relataram que a consciência da gravidade sanitária do câncer
de pele é pequena entre profissionais da área da saúde em diversas partes do
mundo e que por isso, o necessárias atividades educacionais para profissionais
envolvidos com atenção básica à saúde ou inclusão dos profissionais de
Enfermagem nos processos de suspeição e encaminhamento dos casos suspeitos.
Soares et al. (2001) estudando a incidência de tumores malignos palpebrais
no Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre, RS, Brasil, em análise retrospectiva de
54 neoplasias, referiram como citado por outros autores, que em países tropicais
como o nosso, há elevada incidência de lesões por exposição solar. Citaram ainda
que o tumor mais encontrado foi CBC (72,34%) e este tumor apresentou recidivas
locais nos casos de excisão incompleta e 0,1% de metástases.
Mantese et al. (2006) pesquisando CBC em Uberlândia, MG, Brasil,
evidenciou maior freqüência de CBC em brancos, predominância na área urbana,
29
com a ressalva de que muitos pacientes moraram ou trabalharam em zona rural em
alguma etapa de suas vidas, 90,3% dos pacientes relataram exposição solar no
trabalho, 43,7% das mulheres relataram ausência de proteção solar nas atividades
do lar e 68,1% dos sujeitos estavam expostos à radiação UV de forma prolongada e
repetidas vezes.
Motivado pela necessidade de conhecer o comportamento clínico e
histopatológico de CBC em Recife, PE,
Brasil, Bandeira et al. (2003) estudaram 704 casos com este diagnóstico
histopatológico entre 1991 e 1996, de um laboratório de dermatopatologia,
concluíram que os CBC têm freqüência elevada, irregular, com predominância em
idosos e discreta predominância no sexo feminino, que morar em orla marítima de
países tropicais é dado significativo para maior ocorrência destes tumores, que a sua
evolução é lenta e o tamanho independe do tempo de evolução e que as suas
localizões preferenciais foram a cabeça e os membros superiores.
Durante o período de 1998 a 2001 na Faculdade de Medicina de
Botucatu/UNESP, foram estudados por Ishi et al. (2004), 23 casos de CBC
recidivados. Estes autores relatam como fatores predisponentes a radiação
ultravioleta, predisposição genética, exposição à carcinógenos e fatores
imunológicos. Ressaltam a importância da confirmão das margens cirúrgicas e
afirmam que margens cirúrgicas comprometidas não são sinônimas de recidiva, pois
resquícios de tumor podem ser destruídos por reação inflamatória local, seguida de
reparação tecidual.
Salomon et al. (2004) estudaram 304 pacientes com CBC, 55 destes casos
localizados nas pálpebras, no Departamento de Dermatologia e Venereologia da
University of Medicine, Wroclaw, Polônia e encontraram que os CBC na pálpebra
constituem 19,7% dos tumores de cabeça e pescoço e 16,6% do total deste tipo de
neoplasia. Observaram que a localização palpebral foi a segunda mais freqüente em
seus pacientes.
Avaliando a utilidade da biópsia incisional na classificação de CBC de pele,
em análise retrospectiva de 70 casos, Messina, Valente e Castro (2006) nos informa
que CBC é a neoplasia maligna mais comum em indivíduos da raça branca e que
30
55% das lesões necessitaram de reconstrução cirúrgica complexa do tipo retalho ou
enxerto. Considerando o tipo histológico predominante na biópsia e na peça
cirúrgica houve concordância em 78,3%. Quando se leva em conta, além do tipo
histológico principal também o acessório, a concordância chega a 87% e quando se
classifica o CBC como agressivo e o agressivo, a concordância chega a 92,7%,
mesmo assim ressaltam que ainda é indispensável à correlação anatomoclínica.
Nasser (2005) em seu estudo em Blumenau verificou aumento importante da
morbidade de CBC de pele que em 1980 era de 51,5 casos /100.000hab. e em 1999
chegou aos 225 casos/100.000hab., tendo o autor atribuído esta diferença ao
aumento de mero de diagnósticos realizados no município, pela grande
intensidade da radiação solar e pelo hábito de se expor ao sol. Ressaltaram ainda
que a morbidade dos carcinomas basocelulares da pele vêm aumentando no
mundo.
Analisando retrospectivamente 68 casos de tumores operados no Banco de
Olhos de Porto Alegre entre junho de 2004 e setembro de 2005, Grupenmacher et
al. (2006) observaram maior incidência de CBC (57%) entre os tipos histológicos
malignos. Descreveram que na literatura observa-se entre as lesões malignas, nesta
ordem: carcinoma basocelular, seguido de carcinoma de células escamosas e
melanoma, sendo de aparecimento mais raro o carcinoma de células sebáceas.
Em um relato de caso descrito por Honavar et al. (2001), sobre portador de
carcinoma de glândulas sebáceas (Ca sebáceo), descreveram que este câncer
representa de 1% a 6% das neoplasias malignas palpebrais, que pode simular
calázio ou blefaroconjuntivite crônica. Inflamação tarsoconjuntival é descrita como
comum em pacientes com Ca sebáceo. Concluíram que deve ser feito um cuidadoso
seguimento no local do tumor primário excisado e todo paciente com assimetria
palpebral inexplicada, blefaroconjuntivite crônica ou hipertrofia papilar conjuntival
deveria realizar biópsia para descartar esta condição, inclusive em pacientes jovens.
Esmaeli (2008) analisou recorrência local, linfonodo regional, metástase à
distância e sobrevida após preservação do globo ocular em casos de melanomas
palpebrais e conjuntivais, diagnosticados em um serviço de Oftalmologia, entre junho
de 2003 e junho de 2007. De 58 casos, 57 tiveram preservação de globo ocular com
31
reconstrução da superfície ocular ou pálpebra, 07 pacientes fizeram quimioterapia
tópica pós-cirúrgica, 12 fizeram radioterapia pós-cirúrgica. Oito pacientes (14%)
tiveram recorrência local, 01 paciente (1,7%) foi submetido à exenteração orbital
devido à recorrência conjuntival, 09 (16%) tiveram metástases em linfonodos
regionais, 08 (14%) tiveram metástases à distância. Após seguimento médio de 25
meses, ao último contato, 51 (87,9%) estavam curados e 07 (12,1%) tinham morrido
devido à doença.
2.4 Lesões Conjuntivais
2.4.1 Lesões Conjuntivais Benignas
Bessa, Potting e Bonfim (1997) observando 67 casos de lesões conjuntivais
no Centro de Estudos e Pesquisas Oculistas Associados (CEPOA), Hospital Geral
de Ipanema e Hospital São Vicente de Paulo no Rio de Janeiro, RJ, Brasil no
período de 05 anos (1991-1996), relataram que os tumores de conjuntiva não são
muito freqüentes, mas chamam a atenção do oftalmologista para o exame de rotina,
levando à detecção precoce. Relatam ainda que o exame histopatológico define o
diagnóstico.
Amoli e Heidari (2006) em sua série de casos do Farabi Eye Hospital,
Tehran, Iran, detectaram que lesões conjuntivais benignas representam um grande
grupo com 58,4% do total.
Shields e Shields (2004) em sua revisão sobre tumores de conjuntiva e
córnea descreveram que a observação clínica é a conduta de escolha para lesões
benignas e assintomáticas da conjuntiva, citando como exemplos que podem ser
observados sem intervenção terapêutica, a pinguécula, o dermolipoma e o nevo.
Sugerem controle fotográfico e exame semestral ou anual para evidenciar
32
crescimento, alterações malignas ou efeitos secundários diretos sobre os tecidos. Já
biópsia excisional pode ser usada para tumores pequenos (menores que 4h do
relógio para tumores mbicos ou 15 mm de diâmetro) sintomáticos, benignos ou
suspeitos de malignidade.
Em estudo comparativo de método citológico e histopatológico no
diagnóstico de lesões de conjuntiva, Lima et al. (2005) ressaltaram a função dupla
diagnóstica e terapêutica da biópsia excisional para obtenção de material para
análise de lesões conjuntivais. Destacaram ainda a citologia esfoliativa como tendo
significativa importância na diferenciação de lesões tumorais benignas e malignas,
técnica facilitada pelo acesso direto aos tecidos da córnea e conjuntiva.
Um estudo retrospectivo de 81 lesões conjuntivais benignas elaborado por
Rodrigues et al. (2000), demonstrou que o nevo melânico foi a lesão benigna mais
freqüente com 60,49% dos casos. Compararam seu estudo com outros que tiveram
como lesão mais freqüente o pterígio, mas esta diferença teria ocorrido, pois em seu
estudo, consideraram o pterígio como pseudoneoplásico e o mesmo teria sido
excluído da análise. Discutem o fato dos levantamentos a respeito de lesões
conjuntivais serem escassos e de difícil comparação por não se adotar uma
classificação homogênea.
Estudando nevo conjuntival, Levecq, Potter e Jamart (2009) em sua série de
255 casos, mostraram nesta lesão benigna que 75 pacientes (29%) tiveram
indicação cirúrgica, em 13 casos decidida pelo cirurgião (17%) e em 62 casos pelo
paciente (83%). A indicação cirúrgica por suspeita de malignidade ocorreu em 10
casos (13%).
O pterígio foi estudado na região de Botucatu, São Paulo, Brasil por Schellini
et al. (2005) tendo sido identificado pterígio primário em 77,08% dos pacientes,
55,28% eram mulheres, a maioria dos pacientes tinha acima de 40 anos e na
maioria dos indivíduos (68,51%) o houve associação entre a presença da lesão e
a atividade laboral com exposição solar, mas os autores discutem que em outros
estudos fica evidenciada esta relação, talvez a caracterização deste aspecto possa
ter sido prejudicada pela excessiva mudança de ocupação que ocorreu naquela
33
casstica, não havendo como ser mensurada a exposição à radiação UV que os
indivíduos possam ter sido submetidos no decorrer de sua vida.
Alves e Victor (2005) em seu artigo de revisão sobre o tratamento do pterígio
relataram fortes evidências de que a exposição UV é importante para o
aparecimento daquela lesão.
Keizer e Wolff-Rouendaal (2003) em relatos de casos na Holanda, nos
informaram que existe uma ampla variedade de escolha no tratamento de papiloma
conjuntival e mesmo assim estes recorrem com freqüência. Informaram também que
o vírus HPV esteve presente em 92% dos casos de papiloma da conjuntiva.
O vírus HPV tamm é descrito no trabalho de Tornesello et al. (2006) como
tendo sido detectado em biópsias de casos de neoplasias conjuntivais em diferentes
estágios de malignidade. Concluíram neste estudo na Uganda, região sub-saariana,
que HPV cutâneo não foi detectado, HPV mucosotrópico foi raramente encontrado e
HPV relacionado ao vírus Epstein-Barr foi freqüentemente encontrado em neoplasia
conjuntival de baixo grau em pacientes HIV-positivos e menos comumente em CEC.
Deste modo, concluíram que o DNA do HPV encontrado em lesões conjuntivais deve
ser meramente um passageiro.
Em um relato de caso da UNICAMP na cidade de Campinas, São Paulo,
Brasil, feito por Schellini et al. (1997) estudando também queratoacantoma
conjuntival, relatam dificuldades no diagnóstico diferencial com CEC, afirmam que
queratoacantoma é relativamente comum na pele e pode raramente acometer
mucosas.
Perdigão et al. (2004) descreveram o queratoacantoma como uma neoplasia
epitelial de células escamosas que têm como característica o crescimento rápido de
um nódulo queratótico não doloroso. Sabe-se que regride sem tratamento, porém os
tumores são geralmente retirados cirurgicamente devido à dificuldade de
diferenciação diagnóstica com CEC bem diferenciado e devido ao risco de
malignização.
Shields et al. (2008) estudando melanose primária adquirida (PAM)
descreveram-na como lesão benigna, mas que pode evoluir para melanoma. Na
prática oncológica ocular, PAM compreende 11% dos tumores conjuntivais e 21%
34
das lesões melanocíticas. PAM da conjuntiva tem sido geralmente considerada uma
doença unilateral.
2.4.2 Lesões Conjuntivais Pré-malignas
Neoplasia escamosa da superfície ocular (OSSN) abrange desde a
neoplasia intraepitelial escamosa ou carcinoma intraepitelial conjuntival (NIC) até o
carcinoma de lulas escamosas invasivo também chamado carcinoma
espinocelular (CEC) (KANE, 2007). O mesmo autor relata que estas duas lesões são
difíceis de serem identificadas clinicamente.
Whittaker et al. (2002) em seu relato de caso e revisão de literatura
também estudando OSSN refere que a mesma é uma malignidade incomum com
incidência de 0,13 a 2,8 por 100.000 habitantes dependendo da localização
geográfica. Relatam ainda que o principal mecanismo responsável por seu
aparecimento é o dano actínico, tendo tamm sido implicados a causa viral e
irritação conjuntival crônica.
Akpek et al. (1999) comentaram sobre a síndrome mascarada, ou seja, a
OSSN simulando blefaroconjuntivite crônica, o que acaba criando dificuldades no
diagnóstico da mesma.
Hirst (2007) descreveu formas de tratamento de OSSN, incluindo cirurgia,
radioterapia e colírios.
Nemet, Sharma e Benger (2006) relataram como tratamento de OSSN a
cirurgia, a crioterapia, o colírio de mitomicina C (MMC) e, nos casos não responsivos
a estes últimos, o colírio de interferon alpha 2-β e concluem que este último
tratamento pode reduzir a morbidade, reduzindo a necessidade da repetição de
outros tratamentos e também pode ser considerado como terapia inicial para estas
lesões, podendo evitar complicações ligadas com outras formas de tratamento.
Huerva et al. (2006) também descreveram o interferon alpha 2-β tópico
como efetivo em várias malignidades epiteliais oculares e relataram ainda que este
35
tratamento pode ser curativo em casos de NIC selecionados e pode ter sucesso em
casos recorrentes. Descreveram também a injeção subconjuntival como coadjuvante
ao tratamento tópico, depois de biópsia excisional.
Huerva, Sanchez e Mangues (2007) em outro artigo no ano seguinte
também defenderam o uso do colírio de interferon alpha 2-β no tratamento de NIC
residual nos casos não responsivos à cirurgia, crioterapia e MMC tópica e ainda nos
casos onde a cirurgia não é possível.
Abraham et al. (2006) citam largo uso de MMC pica como tratamento de
várias malignidades conjuntivais.
Em um estudo no sul da Austrália sobre complicações ligadas ao uso de
MMC na OSSN, Khong e Muecke (2006) citam este quimioterápico na forma tópica
como tratamento de NIC, PAM com atipia, melanoma conjuntival e disseminação
pagetóide de Ca sebáceo e concluem que as complicações mais percebidas foram
reação alérgica e estenose de pontos lacrimais, não tendo sido observadas
complicações severas, sugerindo segurança no uso deste colírio.
Yamamoto et al. (2002) mostram nas conclusões de seu estudo que o colírio
de 5-Fluoracil (5-FU) pode ser uma oão para o tratamento de pacientes com NIC
resistente ao tratamento com MMC.
Sobre a neoplasia intraepitelial conjuntival (NIC), Santos, Barbosa e Souza
(2004) relataram que NIC substitui hoje nomenclaturas anteriormente utilizadas
como epitelioma intra-epitelial, displasia, carcinoma in situ e intra-epitelioma.
Kiire e Dhillon (2006) em revio de literatura encontraram como principais
causas e associações com NIC a exposição solar e distância ao Equador, a infecção
pelo papilomavírus humano (HPV), o aumento de expressão de p53 e a
soropositividade para HIV.
Aoki et al. (1998) citam NIC como tumor conjuntival comum em indivíduos
idosos.
Melanose primária adquirida (PAM) habitualmente tem curso benigno, porém
PAM com atipias é descrito por Sugiura et al. (2007) como sendo precursora de 36%
a 75% de melanomas conjuntivais.
36
Oliveira et al. (2009) descreve que a citologia de impressão é uma ótima
técnica para avaliação da superfície ocular e pode ser utilizada na avaliação de
suspeitas de malignidades. Relatam que alguns nevos e o PAM podem apresentar
lesões precursoras de melanoma da superfície ocular, e que cerca de 75% dos
melanomas conjuntivais derivam das melanoses com atipia, consideradas lesões
pré-malignas.
2.4.3 Lesões Conjuntivais Malignas
Yang e Foster (1997) em sua revisão sobre CEC relataram que distinguir
CEC de displasia ou NIC pode ser difícil. CEC pode crescer, embora raramente, do
epitélio de pinguécula e pterígio. Exposição ultravioleta (radiação solar) tem sido
considerada fator predisponente, papilomavírus humano (HPV) tamm está
implicado na patogênese da doença e observa-se uma associação com xeroderma
pigmentoso. Excisão cirúrgica com margem de 2 a 3 mm é o tratamento mais
apropriado.
Em sua revisão bibliográfica realizada no Instituto Penido Burnier (IPB) de
Campinas, SP, Brasil, os pesquisadores Lopes e Gallo (2008) ressaltaram que CEC
é o tumor maligno mais freqüente da conjuntiva com aproximadamente 20% das
lesões, as lesões melanocíticas são raras e potencialmente fatais, acometendo
2% das neoplasias malignas oculares, representada principalmente pelo melanoma
de conjuntiva, que pode se apresentar como lesão pigmentada ou amelanótica,
podendo ser confundido, principalmente no caso desta última, com CEC. Relataram
ainda que carcinoma de glândulas sebáceas corresponde a 5% das neoplasias
malignas de pálpebra e pode ser confundido com calázio ou blefaroconjuntivite
crônica e por último o carcinoma mucoepidermóide que é neoplasia muito rara, e
clinicamente assemelha-se a uma forma mais agressiva de CEC, mais invasivo e de
crescimento acelerado.
37
Schellini et al. (2005), em estudo sobre lesões epiteliais malignas
conjuntivais em Botucatu, São Paulo, Brasil, observaram que na análise histológica
foi detectado 86,5% de CEC e 13,5% de carcinoma in situ.
Em rie de casos descrita por McKevie et al. (2002), estes autores referem
que CEC é uma doença incomum na população em geral com incidência variando
de 0,02 a 3,5 casos/100.000hab., dependendo da localização geográfica.
Consideraram a citologia de impressão como método útil para a confirmão
diagnóstica de OSSN, especialmente em casos recorrentes nos quais esteja se
considerando a terapia tópica com MMC. Descrevem a apresentação cnica como
uma massa na maioria dos pacientes, sendo que alguns apresentaram irritação,
hiperemia ocular ou redução da visão.
Realizando trabalho experimental cirúrgico em relação ao uso de membrana
amniótica no tratamento de CEC para reconstituição da superfície ocular, Carvalho-
Rêgo et al. (2008) relataram que CEC tem maior incidência em idosos e pessoas
expostas ao sol, que o tratamento clássico preconizado é a excisão cirúrgica
associada à crioterapia e através da experimentação concluem que membrana
amniótica pode ser usada como enxerto alternativo ao uso da conjuntiva autóloga,
pois encontraram 71,4% de sucesso total nesta técnica e outros 28,6% tiveram
sucesso parcial.
Ballalai et al. (2003) avaliando o uso de MMC tópica no tratamento de NIC e
CEC, sugerem que a mesma seria opção segura e eficaz como tratamento único de
NIC primário ou recidivada e no tratamento de CEC recidivado, porém não evitando
a cirurgia neste último tipo de neoplasia.
Finger (2006) tamm analisando MMC tópica observou que é difícil
determinar se terapia com MMC ou outros tratamentos tópicos podem ter sido causa
de deficiência de células límbicas, inflamação, atipia celular, catarata ou cicatrização
córneo-conjuntival. Descreveu também largo uso de MMC tópica no tratamento de
neoplasias de córnea e conjuntiva, sem evidências de perda do olho ou outros
efeitos colaterais mais drásticos.
Avaliando fatores prognósticos para melanoma conjuntival, Anastassiou et
al. (2002) relataram em estudo retrospectivo desenvolvido na Alemanha, melanoma
38
de conjuntiva como uma rara condição maligna em humanos. Quando se diagnostica
a doença disseminada, o prognóstico é ruim e a sobrevida é de 70% em 10 anos de
evolução. Referiram alta taxa de recorrência da doença como um dos principais
problemas no manejo clínico. Relatam que excisão cirúrgica é possível na maioria
dos casos, mas freqüentemente a lesão não é totalmente removida, às vezes por
ampla extensão da lesão ou localização inconveniente do tumor.
Analisando a braquiterapia para melanoma, Stannard et al. (2000) discutem
que Iodine-125 através da braquiterapia é alternativa razoável às largas excisões
cirúrgicas ou exenteração para casos de melanoma de conjuntiva palpebral e
pálpebra, resultando em controle local, manutenção da visão e morbidade aceitável.
Choi et al. (2005) analisando registros médicos de 15 pacientes em Seul,
Coréia do Sul, relatam melanoma conjuntival como condição extremamente rara,
mas fatal e que tem relação direta com áreas de pele expostas ao sol. Pode
desenvolver-se “de novo” ou a partir de nevo ou PAM pré-existente. Referiram a
ressecção cirúrgica como tratamento de escolha para estes tumores.
Analisando melanoma conjuntival em brancos, Tuomaala et al. (2002)
indicaram cirurgia com crioterapia associada e MMC tópica adjuvante para o
tratamento destes tumores, argumentaram que há poucas evidências de que a
exenteração, tratamento de escolha utilizado em outras décadas, ainda apresente
benefícios e, por fim, perceberam que a incidência de melanoma conjuntival em
brancos da Finlândia aumenta concomitantemente com a taxa de melanoma
cutâneo. Tumores não límbicos recorreram com mais freqüência e estão mais
associados com diminuição de sobrevida e a recorrência local contribui no aumento
de mortalidade.
Vieira et al. (2000) em relato de caso da Clínica de Olhos da Santa Casa de
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, argumentaram que a história natural em
relação à recorrência de melanoma conjuntival ainda não está bem esclarecida, pois
existe muita variação na evolução de um caso para outro. Preconizaram como
tratamento a excisão cirúrgica associada à crioterapia ou laser, exenteração
reservada para grandes tumores disseminados e quimioterapia para doença
metastática.
39
Shields et al. (2000) em seu estudo com 150 casos de melanoma conjuntival
concluíram que esta neoplasia é potencialmente mortal, detectaram 26% de
metástases e 13% de mortes em 10 anos. Com relação à cirurgia é sugerida a
técnica “no touch” para excisão de tumores, com associação de epiteliectomia com
álcool nos casos necessários e crioterapia da conjuntiva remanescente.
Desjardins et al. (1999) em seu estudo em Paris, França, com 38 pacientes
com melanoma conjuntival, estudaram os fatores prognósticos e concluíram que
este é um tumor que recorre com freqüência, metástase não são infreqüentes e o
seguimento destes casos deve ser prolongado.
Analisando lesões linfoproliferativas de anexos oculares em Seul, Coréia do
Sul, Yoon et al. (2007) descreveram proptose como principal sintoma e uma massa
da cor salmão em localização subconjuntival nos casos de linfomas da conjuntiva.
Concluíram que estas lesões ocorrem em pessoas relativamente jovens, mais
comumente em órbita e o subtipo MALT foi o mais encontrado.
No Japão, um estudo clinicopatológico e imunogenético de linfomas da
conjuntiva, elaborado por Suzuki et al. (1999) descreveram que estas lesões
mostraram morfologia ambígua ou atípica e concluíram que estas lesões usualmente
têm características dos linfomas MALT.
Cockerham e Jakobiec (1997) descreveram linfomas de anexos oculares
perfazendo 10% de tumores orbitais e de 2% a 28% de todos os linfomas
extranodais.
Outro tumor maligno muito raro em conjuntiva é o rabdomiossarcoma que
tem somente 12% de apresentação nesta localização e 3% nas pálpebras.
Rabdomiossarcoma de um modo geral é o sarcoma de tecidos moles mais comum
na infância e corresponde a 5% dos cânceres em crianças. O tumor primário pode
originar-se na órbita, conjuntiva, pálpebra ou dentro do globo, apresenta-se
clinicamente como proptose, deslocamento do globo ou edema palpebral. A
exenteração orbital é necessária em 6% dos casos e o prognóstico é favorável com
90% de sobrevida.
Pouco se encontra na literatura sobre metástases oculares de tumores
sistêmicos. Pompeu et al. (2005) descreveram dois casos de metástases oculares
40
de carcinoma de células renais e consideraram que das neoplasias metastáticas do
olho, somente uma minoria é devido a este carcinoma e concluíram que o
tratamento da metástase ocorre somente por razões estéticas ou funcionais.
Em alguns casos nestes tumores malignos é indicada a quimioterapia e
Chaves, Gomes e Höfling-Lima (2007) destacaram que esta tem aumentado a
sobrevida em neoplasias diversas e observaram mucosite e ceratoconjuntivite seca
como efeitos adversos freqüentes e limitantes desta terapia.
Diante do exposto, podemos verificar que o assunto é extenso, não é
explorado em nossa região e por isso, desenvolvemos este trabalho com o intuito de
produzir informações sobre estas lesões palpebrais e conjuntivais em Mato Grosso
do Sul.
41
3 OBJETIVOS
3.1 Geral
Correlacionar o diagnóstico clínico de lesões palpebrais e conjuntivais com o
respectivo diagnóstico anatomopatológico de peças cirúrgicas no período de
30/11/2007 a 19/12/2009.
3.2 Específicos
Verificar a freqüência relativa do diagnóstico anatomopatológico das lesões
palpebrais e conjuntivais do universo em estudo.
Verificar a relação entre margens cirúrgicas e diagnósticos clínicos quanto à
malignidade das lesões palpebrais e conjuntivais.
Verificar as especialidades médicas que tiveram maior porcentagem de
acerto e erros diagnósticos para lesões palpebrais e conjuntivais.
Verificar a acurácia dos diagnósticos clínicos das lesões palpebrais e
conjuntivais efetuados pelos médicos cirurgiões.
42
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Tipo de Pesquisa
Trata-se de uma pesquisa descritiva quanto aos objetivos, documental no
que se refere aos procedimentos de coleta e fontes de informão e quantitativa
relacionada à natureza dos dados.
A pesquisa foi transversal e retrospectiva com dados coletados no período
de novembro de 2007 a dezembro de 2009.
4.2 Procedimentos de Pesquisa
Foram utilizados dados secundários a partir de formulários de solicitação dos
exames anatomopatológicos e os respectivos resultados dos exames
anatomopatológicos de peças cirúrgicas provenientes de serviços de saúde públicos
e privados de Campo Grande, MS, Brasil.
Os formulários analisados são relativos à pacientes operados em hospitais e
clínicas de Campo Grande MS, cujos cirurgiões enviaram suas solicitações de
exames histopatológicos ao Laboratório de Anatomia Patológica e Citopatologia
(LAC) da mesma cidade, laboratório de referência em patologia ocular.
Existem nos serviços de saúde formulários de solicitação de
anatomopatológico que são preenchidos pelos cirurgiões no ato do envio da peça
cirúrgica com a hipótese diagnóstica clínica, o que facilitou a coleta de dados no
LAC.
Nos casos estudados, as peças cirúrgicas foram provenientes do Hospital
Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), da Sociedade
Beneficente de Campo Grande (Santa Casa), do Hospital São Julião, estes últimos
43
grandes hospitais públicos de Campo Grande, MS, Brasil e ainda de outros serviços
de saúde privados do mesmo município.
O pesquisador coletou no LAC as informões necessárias para a pesquisa
por meio de um instrumento de coleta de dados para cada conjunto de solicitação e
resultado de exame, conforme formulário contido no apêndice A.
Os dados coletados foram tabulados em planilhas Excel (apêndice F e
apêndice G) e, a partir da análise destas planilhas, foi feita a correlação dos
diagnósticos clínicos contidos nas solicitações com os diagnósticos
anatomopatológicos e margens cirúrgicas emitidos pelo patologista em seu laudo.
Observamos que, na literatura, grande parte dos autores coloca casos
neoplásicos e não neoplásicos incluídos nas freqüências de “tumores”, outros
descrevem o termo “lesões”, ambos significando aumento de volume dos tecidos e
não somente neoplasias. Optamos pelo termo “lesões” ao invés de “tumores”, porém
entendemos que são sinônimas.
Trata-se de um universo de pesquisa, pois foram analisados todos os
pedidos de exames anatomopatológicos de lpebra e conjuntiva e todos os
correspondentes resultados dos exames anatomopatológicos realizados no período
supracitado por um único patologista especialista em Patologia Ocular do LAC.
Os resultados anatomopatológicos foram considerados como gold
standard”, ou seja, o diagnóstico considerado definitivo foi o emitido pelo patologista.
Cabe ressaltar que classificamos os casos de diagnósticos clínicos
indeterminados como não concordantes e os casos com diagnóstico clínico
ausente como “não se aplica” a correlação cnico-anatomopatológica.
4.3 Critérios de inclusão e exclusão
Foram incluídos na pesquisa todos os casos de lesões palpebrais e
conjuntivais nos quais foi enviada a peça cirúrgica para processamento histológico
44
no LAC, no período citado, examinados e laudados por um mesmo patologista,
com especialização na área de patologia ocular.
Foram excluídos da pesquisa os casos com mais de um diagnóstico cnico
indicado na solicitação do anatomopatológico, aqueles cujo frasco de coleta continha
mais de uma peça cirúrgica e ainda os que continham no laudo emitido mais de um
diagnóstico anatomopatológico.
4.4 Processamento histológico das peças cirúrgicas
Após excisão cirúrgica, as peças foram imediatamente fixadas em formol a
10% e enviadas ao LAC. O material seguiu o processamento histopatológico
convencional conforme metodologia recomendada por Michalany (1998). Após a
adequada fixação dos espécimes utilizando formalina a 10%, os materiais passaram
por tratamento com álcool e xilol em um processador de tecidos. Cada espécime foi
emblocado em parafina em cassetes de plástico com a utilização de moldes de
alumínio para a formação do bloco. Após a colocação do espécime no molde este foi
preenchido com parafina líquida com a ajuda do dispensador de parafina. O
dispensador mantém a parafina derretida e permite a dosagem da quantidade que
entra no cassete. Secções de 4µm de espessura foram realizadas em micrótomo
rotatório e colocadas no banho histológico para serem “pescadas”, e posteriormente
montadas em minas e secas a 60
0
C na estufa de secagem por no mínimo 60
minutos para a coloração convencional de Hematoxilina-Eosina.
4.5 Ética
45
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UFMS
sob protocolo nº 1417 de 24 de setembro de 2009 (anexo A).
A pesquisa no LAC foi devidamente autorizada por seu diretor geral,
mediante ciência e assinatura do termo de compromisso de utilização de banco de
dados (apêndice B).
Foi solicitada a Dispensa do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE), pois o estudo não utiliza sujeitos de pesquisa, nem material biológico de
forma direta (apêndice C).
Não foram mencionadas no estudo quaisquer referências de identificação
dos pacientes ou dos médicos cirurgiões. Foi elaborado um termo de compromisso
para a utilizão dos dados (apêndice D).
Ao final do estudo, o pesquisador se compromete a fornecer retorno da
pesquisa na forma de relatório contendo os resultados obtidos para a direção do
LAC e dos hospitais envolvidos direta ou indiretamente na mesma, conforme
formulário enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFMS (apêndice E).
4.6 Análise estatística
Os resultados foram submetidos à análise descritiva de freqüências e
análise estatística utilizando os testes qui-quadrado, Kruskal-Wallis, e qui-quadrado
corrigido por Yates.
Na análise descritiva das tabelas que envolvem margens cirúrgicas nos
resultados convém ressaltar-se que o n” utilizado foi seletivamente dos casos pré-
malignos e malignos, excluindo-se os casos benignos dos anatomopatológicos, pois
nestes casos a pesquisa das margens cirúrgicas o é tão importante como nos
casos que envolvem malignidade.
46
5 RESULTADOS
5.1 Resultados de Lesões Palpebrais
5.1.1 Análise descritiva de lesões palpebrais
Estudamos 317 casos de lesões palpebrais, tendo havido 17 exclusões.
Foram analisados 300 resultados de diagnósticos anatomopatológicos realizados no
LAC, destes encontrou-se uma maior freqüência de nevo com 18,0% do total,
seguido de calázio, com 15,3% e de hidrocistoma, com 11,3%. A tabela 1 descreve
todas as lesões em ordem decrescente.
Tabela 1. Freqüências e porcentagens de todas as lesões palpebrais de acordo com os
diagnósticos anatomopatológicos.
Lesão palpebral Freqüência (N) Porcentagem (%)
NEVO
54 18.0
CALÁZIO
46 15.3
HIDROCISTOMA
34 11.3
CISTO EPIDÉRMICO
33 11.0
QUERATOSE SEBORRÉICA
26 8.7
PAPILOMA
20 6.7
CBC
17 5.7
QUERATOSE ACTÍNICA
12 4.0
PROCESSO INFLAMATÓRIO CRÔNICO
7 2.3
XANTELASMA
7 2.3
VERRUGA VULGAR
6 2.0
GRANULOMA
5 1.7
CARCINOMA METATÍPICO
4 1.3
CARCINOMA SEBÁCEO
4 1.3
MELANOSE
4 1.3
ECTASIA VASCULAR
2 0.7
HEMANGIOMA CAPILAR
2 0.7
ACANTOSE
1 0.3
ADENOMA APÓCRINO
1 0.3
ADENOMA SEBÁCEO
1 0.3
CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE
1 0.3
CEC
1 0.3
CISTO ZEISS
1 0.3
ECTOPIA DE GLÂNDULA LACRIMAL
1 0.3
HEMANGIOMA CAVERNOSO
1 0.3
LIPOMA
1 0.3
MIXOMA
1 0.3
NEUROMA
1 0.3
PILOMATRIXOMA
1 0.3
QUELÓIDE
1 0.3
SIRINGOMA
1 0.3
TECIDO ADIPOSO E MUSCULAR SEM ATIPIAS
1 0.3
TRICOADENOMA
1 0.3
TRICOEPITELIOMA
1 0.3
Total
300 100.0
47
Dentre todas as lesões de lpebra, foram diagnosticadas 261 benignas
(87,0%), 27 malignas (9,0%) e 12 pré-malignas (4,0%). A tabela a seguir seleciona
todas as lesões de pálpebra benignas diagnosticadas no período estudado.
Tabela 2. Freqüências e porcentagens de todas as lesões palpebrais benignas de acordo com
os diagnósticos anatomopatológicos.
Lesões palpebrais benignas Freqüência (N)
Porcentagem (%)
NEVO 54 20,7
CALÁZIO 46 17,6
HIDROCISTOMA 34 13,0
CISTO EPIDÉRMICO 33 12,6
QUERATOSE SEBORRÉICA 26 10,0
PAPILOMA 20 7,7
PROCESSO INFLAMATÓRIO 7 2,7
XANTELASMA 7 2,7
VERRUGA 6 2,3
GRANULOMA 5 1,9
MELANOSE 4 1,5
HEMANGIOMA 3 1,1
ECTASIA 2 0,8
ACANTOSE 1 0,4
ADENOMA APÓCRINO 1 0,4
ADENOMA SEBÁCEO 1 0,4
CISTO ZEISS 1 0,4
ECTOPIA GLÂNDULA LACRIMAL 1 0,4
LIPOMA 1 0,4
MIXOMA 1 0,4
NEUROMA 1 0,4
PILOMATRIXOMA 1 0,4
QUELÓIDE 1 0,4
SIRINGOMA 1 0,4
TECIDO ADIPOSO 1 0,4
TRICOADENOMA 1 0,4
TRICOEPITELIOMA 1 0,4
Total 261 100,0
As lesões pré-malignas foram 12 casos de queratose actínica, sendo este o
único tipo de pré-maligna encontrada, constituindo 4,0% das lesões palpebrais
totais.
As lesões malignas apresentaram um total de 27 casos com maior
ocorrência de carcinomas basocelulares (CBC) com freqüência de 63% do total,
seguidos de carcinomas metatípicos e carcinomas sebáceos, estes apresentando
taxa alta no presente trabalho com 14,8% cada. Registramos ainda um caso de
carcinoma mucoepidermóide e um caso de CEC.
Tabela 3. Freqüências e porcentagens de lesões palpebrais malignas de acordo com os
diagnósticos anatomopatológicos:
Lesões palpebrais malignas Freqüência (N) Porcentagem (%)
CBC 17 63.0
CA METATÍPICO 4 14.8
CA SEBÁCEO 4 14.8
CA MUCOEPIDERMÓIDE 1 3.7
CEC 1 3.7
Total 27 100.0
48
Os diagnósticos anatomopatológicos foram classificados em lesões
neoplásicas e lesões não neoplásicas, as primeiras encontradas com maior
freqüência (229 casos analisados).
Tabela 4. Freqüências e porcentagens de lesões palpebrais neoplásicas e não-neoplásicas de
acordo com os diagnósticos anatomopatológicos:
Lesões Palpebrais (Diagnóstico anatomopatológico) Freqüência (N) Porcentagem (%)
LESÃO NEOPLÁSICA 229 76.3
LESÃO NÃO NEOPLÁSICA 71 23.7
Total 300 100.0
Os diagnósticos clínicos analisados no presente trabalho foram
classificados em indeterminados, ausentes, benignos e malignos, no grupo de
indeterminados foram inseridos os diagnósticos inespecíficos, como lesões de
pálpebra, cistos de pálpebra ou tumores de pálpebra, com 59,3% do total. Os
demais diagnósticos específicos encontrados foram 30,0% benignos e 2,3%
malignos, conforme a tabela 5 a seguir.
Tabela 5. Freqüências e porcentagens dos diagnósticos clínicos de lesões palpebrais.
Da tabela 6 verificamos que das lesões palpebrais neoplásicas, 150 (65,5%)
tiveram diagnóstico indeterminado, 54 (23,6%) tinham sido diagnosticadas como
benignas, 19 (8,3%) não tiveram diagnóstico clínico e 6 casos (2,6%) receberam
diagnóstico de malignas. Das lesões não neoplásicas, 36 (50,7%) tiveram
diagnóstico clínico de benignas, 28 (39,4%) indeterminadas, 6 (8,5%) ausente e 1
(1,4%) de maligna.
Lesões palpebrais (Diagnóstico clínico) Freqüência (N) Porcentagem (%)
INDETERMINADO 178 59,3
BENIGNO 90 30,0
AUSENTE 25 8,3
MALIGNO 7 2,3
Total 300 100,0
49
Tabela 6. Freqüência e porcentagem da correlação entre tipos de lesões palpebrais e
diagnóstico clínico.
Lesões palpebrais
Diagnóstico clínico
A B I M
Total
Freqüência (N) 19 54 150 6 229
Neoplásica
% dentro de Neoplásica 8,3% 23,6% 65,5% 2,6% 100,0%
Freqüência (N) 6 36 28 1 71
Tipo de
lesão
Não
Neoplásica % dentro de Não Neoplásica 8,5% 50,7% 39,4% 1,4% 100,0%
A= Ausente; B= Benigno; I= Indeterminado; M= Maligno
Quando analisada a concordância quanto ao tipo histológico entre
diagnóstico clínico e anatomopatológico das lesões palpebrais, encontrou-se uma
discordância de 68,0% dos casos analisados, 23,7% de concordância entre tipos
histológicos e 8,3% de casos onde não foram colocados diagnósticos clínicos, não
sendo possível análise de concordância.
Tabela 7. Freqüências e porcentagens de concordância entre diagnósticos clínicos e
anatomopatológicos de lesões palpebrais quanto ao tipo histológico.
DC=diagnóstico clínico; DAP=diagnóstico anatomopatológico
Ao ser analisada a porcentagem de concordância quanto à benignidade ou
malignidade entre diagnóstico cnico e anatomopatológico, encontrou-se 184 casos
discordantes (61,4%), 91 casos (30,3%) onde houve concordância entre a hipótese
diagnóstica e o diagnóstico anatomopatológico e onde não havia hipótese
diagnóstica encontrou-se 25 casos (8,3%).
Tabela 8. Freqüências e porcentagens da concordância entre diagnósticos clínicos e
anatomopatológicos de lesões palpebrais quanto à malignidade.
DC=diagnóstico clínico; DAP=diagnóstico anatomopatológico
Lesões palpebrais – DCxDAP (tipo histológico) Freqüência (N) Porcentagem (%)
NÃO 204 68,0
SIM 71 23,7
NÃO SE APLICA 25 8,3
Total 300 100,0
Lesões palpebrais - DCxDAP ( malignidade) Freqüência (N) Porcentagem (%)
NÃO 184 61,4
SIM 91 30,3
NÃO SE APLICA 25 8,3
Total 300 100,0
50
Ao analisar os diagnósticos anatomopatológicos com resultados benignos
(261 casos), encontrou-se 58,6% deste total com diagnósticos clínicos
indeterminados, 32,6% benignos, 8,4% ausentes e 0,4% malignos.
os resultados anatomopatológicos malignos (27 casos) tiveram 55,6% de
diagnósticos clínicos indeterminados, 22,2% malignos, 14,8% benignos e 7,4%
ausentes. Quanto aos 12 diagnósticos anatomopatológicos pré-malignos encontrou-
se 83,3% de diagsticos cnicos indeterminados, 8,3% benignos, 8,3% ausentes e
nenhum caso maligno.
A relação entre diagnóstico anatomopatológico e cnico das lesões
palpebrais está descritas na tabela abaixo:
Tabela 9. Freqüências e porcentagens em lesões palpebrais da correlação entre diagnósticos
anatomopatológicos e diagnósticos clínicos quanto à malignidade.
Lesões palpebrais
Diagnóstico clínico
A B I M
Total
Freqüência (N) 22 85 153 1 261
% dentro DAP 8,4% 32,6% 58,6% 0,4% 100,0%
B
% do Total 7,3% 28,3% 51,0% 0,3% 87,0%
Freqüência (N) 2 4 15 6 27
% dentro DAP 7,4% 14,8% 55,6% 22,2% 100,0%
M
% do Total 0,7% 1,3% 5,0% 2,0% 9,0%
Freqüência (N) 1 1 10 0 12
% dentro DAP 8,3% 8,3% 83,3% 0,0% 100,0%
Diagnóstico
anatomopatológico
PM
% do Total 0,3% 0,3% 3,3% 0,0% 4,0%
Freqüência (N) 25 90 178 7 300
% dentro DAP 8,3% 30,0% 59,3% 2,3% 100,0%
Total
% do Total 8,3% 30,0% 59,3% 2,3% 100,0%
B=benigno; M=maligno; PM=pré-maligno; A=ausente; I=indeterminado.
Para se analisar a acurácia dos diagnósticos de lesões palpebrais,
realizou-se a exclusão dos diagnósticos clínicos indeterminados e ausentes e
calculou-se a freqüência de acertos dos diagnósticos clínicos efetivos e encontrou-se
73,2% de acertos diagnósticos e 26,8% de erros quanto ao tipo histológico (tabela
10). Quanto à malignidade verificou-se 93,8% de acertos diagsticos e 6,2% de
erros (tabela 11).
51
Tabela 10. Acurácia do diagnóstico clínico quanto ao tipo histológico em lesões palpebrais.
Acurácia diagnóstica – Tipo histológico Freqüência (N) Porcentagem (%)
SIM 71 73,2
NÃO 26 26,8
Total 97 100,0
Tabela 11. Acurácia do diagnóstico clínico quanto à malignidade em lesões palpebrais.
Acurácia diagnóstica – Malignidade Freqüência (N) Porcentagem (%)
SIM 91 93,8
NÃO 06 6,2
Total 97 100,0
Quanto aos diagnósticos anatomopatológicos malignos e pré-malignos,
buscou-se verificar o comprometimento de suas margens cirúrgicas. Nos casos
malignos, 63,0% destes apresentavam margens cirúrgicas livres e 33,3%
comprometidas. os casos pré-malignos apresentaram 58,3% do total com
margens livres e 33,3% com margens comprometidas, conforme pode ser verificado
na tabela 12.
Ainda em relação às margens cirúrgicas das lesões malignas e pré-malignas
verificamos que, do total de margens cirúrgicas avaliadas (39 casos), 33,3% eram
comprometidas, 61,5% eram livres e 5,1% não eram avaliáveis.
Tabela 12. Freqüências e porcentagens em lesões palpebrais malignas e pré-malignas da
correlação entre diagnósticos anatomopatológicos e margens cirúrgicas.
M=maligno; PM=pré-maligno; CP= comprometidas; LV=livres; NAV=não avaliáveis.
Lesões palpebrais
Margens cirúrgicas
malignas e pré-malignas
CP LV NAV
Total
Freqüência (N) 9 17 1 27
% dentro de DAP 33,3% 63,0% 3,7% 100,0%
M
% do Total 23,1% 43,6% 2,6% 69,2%
Freqüência (N) 4 7 1 12
% dentro de DAP 33,3% 58,3% 8,3% 100,0%
Diagnóstico
anatomopatológico
PM
% do Total 10,3% 17,9% 2,6% 30,8%
Freqüência (N) 13 24 2 39
% dentro de DAP 33,3% 61,5% 5,1% 100,0%
Total
% do Total 33,3% 61,5% 5,1% 100,0%
52
Pode-se verificar pela tabela 13 que, dos anatomopatológicos com margens
livres (24 casos), 18 casos (75,0%) tinham diagnóstico clínico indeterminado, 4
(16,7%) malignos, 1 (4,2%) benigno e 1 ausente (4,2%) e dos anatomopatológicos
com margens comprometidas (13 casos), 7 (53,8%) apresentavam diagnóstico
clínico indeterminado, 4 (30,8%) benignos, 1 (7,7%) maligno e 1 (7,7%) ausente.
Tabela 13. Freqüências e porcentagens em lesões palpebrais malignas e pré-malignas da
correlação entre margens cirúrgicas e diagnósticos clínicos quanto à malignidade.
CP= comprometidas; LV=livres; NAV=não avaliáveis; A=ausente; B=benigno; I=indeterminado; M=maligno.
Ao separar os resultados anatomopatológicos das lesões de pálpebras como
neoplásicas e não neoplásicas encontrou-se a freqüência de 229 lesões neoplásicas
e 71 não neoplásicas. As lesões neoplásicas tiveram diagnóstico cnico prévio
indeterminado em 65,5% dos casos, 23,6% foram avaliadas como benignas 8,3%
não tiveram hipóteses diagnósticas e em 2,6%, os especialistas diagnosticaram
clinicamente como sendo malignas.
Tabela 14. Freqüências e porcentagens dos diagnósticos clínicos das lesões neoplásicas
palpebrais.
Diagnósticos clínicos – Lesões palpebrais neoplásicas Freqüência (N) Porcentagem (%)
INDETERMINADO 150 65,5
BENIGNO 54 23,6
AUSENTE 19 8,3
MALIGNO 6 2,6
Total 229 100,0
Diagnóstico
anatomopatológico
Diagnóstico Clínico
A B I M
Total
Freqüência (N) 1 4 7 1 13
% dentro de MARG 7,7% 30,8% 53,8% 7,7% 100,0%
CP
% do Total 2,6% 10,3% 17,9% 2,6% 33,3%
Freqüência (N) 1 1 18 4 24
% dentro de MARG 4,2% 4,2% 75,0% 16,7% 100,0%
LV
% do Total 2,6% 2,6% 46,2% 10,3% 61,5%
Freqüência (N) 1 0 0 1 2
% dentro de MARG 50,0% 0,0% 0,0% 50,0% 100,0%
Margens cirúrgicas das
lesões palpebrais
NAV
% do Total 2,6% 0,0% 0,0% 2,6% 5,1%
Freqüência (N) 3 5 25 6 39
% dentro de MARG 7,7% 12,8% 64,1% 15,4% 100,0%
Total
% do Total 7,7% 12,8% 64,1% 15,4% 100,0%
53
Nos resultados anatomopatológicos das lesões de pálpebras não
neoplásicas, encontrou-se a freqüência de 71 lesões. Destas o diagnóstico clínico foi
de 50,7% para benignas, indeterminado em 39,4% dos casos, 8,5% não tiveram
hipóteses diagnósticas e 1,4% malignas.
Tabela 15. Freqüências e porcentagens dos diagnósticos clínicos das lesões não neoplásicas
palpebrais.
Diagnósticos Clínicos – Lesões palpebrais não neoplásicas Freqüência (N) Porcentagem (%)
BENIGNO 36 50,7
INDETERMINADO 28 39,4
AUSENTE 6 8,5
MALIGNO 1 1,4
Total 71 100,0
Todas as solicitações de anatomopatológico em casos de exérese de lesões
tanto palpebrais quanto conjuntivais foram feitas por médicos cirurgiões de seis
especialidades (Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica,
Dermatologia, Oftalmologia e Oncologia).
Os especialistas que solicitaram as análises anatomopatológicas das lesões
palpebrais em sua maioria são oftalmologistas, com 84,7% do total, com menor
expressividade foram observadas as especilidades que tamm realizam
procedimentos de excisão de lesões faciais, como cirurgiões plásticos, cirurgiões
gerais, dermatologistas, oncologistas e cirurgiões de cabeça e pescoço.
Tabela 16. Freqüências e porcentagens dos diagnósticos clínicos por especialidade médica
em lesões palpebrais.
Especialidade Médica Freqüência (N) Porcentagem (%)
OFTALMOLOGIA 254 84,7
CIRURGIA PLÁSTICA 20 6,7
CIRURGIA GERAL 10 3,3
DERMATOLOGIA 7 2,3
ONCOLOGIA 5 1,7
CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO 4 1,3
Total 300 100,0
54
Os especialistas ao realizarem os diagnósticos clínicos obtiveram maior
número de acertos em lesões benignas comuns, principalmente calázios e
hidrocistomas. A seguir estão listados, em ordem decrescente, os diagnósticos
clínicos que foram concordantes com os diagnósticos anatomopatológicos.
Tabela 17. Freqüências e porcentagens dos casos concordantes entre diagnóstico clínico e
anatomopatológico de lesões palpebrais quanto ao tipo histológico.
DCxDAP – Tipo histológico Freqüência (N) Porcentagem do total (%)
CALÁZIO 26 8,67%
HIDROCISTOMA 13 4,33%
NEVO 7 2,33%
XANTELASMA 6 2,00%
CBC 5 1,67%
PAPILOMA 5 1,67%
CISTO EPIDÉRMICO 2 0,67%
QUERATOSE SEBORRÉICA 2 0,67%
CISTO ZEISS 1 0,33%
GRANULOMA 1 0,33%
SIRINGOMA 1 0,33%
TRICOEPITELIOMA 1 0,33%
VERRUGA VULGAR 1 0,33%
DC=diagnóstico clínico; DAP=diagnóstico anatomopatológico.
Verificando a freqüência quanto ao sexo dos pacientes que apresentaram
lesões palpebrais (tabela 18), observou-se que a porcentagem de pacientes do sexo
feminino foi maior do que a do sexo masculino.
Tabela 18. Freqüência e porcentagem das lesões palpebrais quanto ao sexo.
Lesões palpebrais (sexo) Freqüência (N) Porcentagem (%)
Feminino 195 65,0
Masculino 105 35,0
Total 300 100,0
5.1.2 Análise estatística de lesões palpebrais
Analisando a tabela 6 sobre a correlação entre o tipo de lesão (neoplásica
ou não neoplásica) e o diagnóstico clínico utilizou-se o teste qui-quadrado de
Pearson que mostrou que a associão entre as variáveis é muito significativa com p
55
= 0 (o mesmo acontece com o teste exato de Fisher). Assim pode-se deduzir que
quando a lesão é neoplásica, os cirurgiões tendem a classificá-la como
indeterminada e, quando se trata de uma não neoplásica, os cirurgiões tendem a
classificá-la como benigna.
Ao ser feito o levantamento dos especialistas que realizaram os diagnósticos
clínicos dos casos, pode-se observar que houve maior mero de oftalmologistas
solicitantes com um total de 254 casos e em menor proporção observou-se 20 casos
de cirurgiões plásticos, 10 de cirurgiões gerais, 7 de dermatologistas, 5 de
oncologistas e 4 de cirurgiões de cabeça e pescoço. No somatório de todas as
especialidades o resultado mais encontrado foi o diagnóstico clínico indeterminado
(178 casos), seguido de benigno (90 casos) e ausente (25 casos).
Tabela 19. Resultados em freqüências e porcentagens dos diagnósticos clínicos em relação à
especialidade médica.
CCP: Cirurgia de Cabeça e Pescoço; CGR: Cirurgia Geral; DER: Dermatologia; OFT: Oftalmologia; ONC: Oncologia; PLA:
Cirurgia Plástica.
Observando se diferença entre oftalmologistas e não oftalmologistas na
colocação do diagnóstico clínico e analisando o número de especialistas solicitantes,
como as variâncias são desiguais, o se aplicam testes paramétricos. Optou-se
pelo teste Kruskal-Wallis (teste o-paramétrico da variância) e como p>0,05, o
existem diferenças estatisticamente significativas entre os especialistas na
colocação dos diagnósticos clínicos.
Diagnóstico clínico x Especialidade
médica
CCP
Nº (%)
CGR
Nº (%)
DER
Nº (%)
OFT
Nº (%)
ONC
Nº (%)
PLA
Nº (%)
Total
Nº (%)
INDETERMINADO 2
(50,0%)
7
(70,0%)
1
(14,3%)
147
(57,9%)
3
(60%)
1
(90%)
178
(59,3%)
BENIGNO 0
(0,0%)
0
(0,0%)
(85,7%)
81
(31,9%)
2
(40%)
1
(5,0%)
90
(30,0%)
AUSENTE 1
(25,0%)
2
(20,0%)
0
(0,0%)
22
(8,6%)
0
(0,0%)
0
(0,0%)
25
(8,4%)
MALIGNO 1
(25,0%)
1
(10,0%)
0
(0,0%)
4
(1,6%)
0
(0,0%)
1
(5,0%)
7
(2,3%)
Total 4
(100%)
10
(100%)
7
(100%)
254
(100%)
5
(100%)
20
(100%)
300
(100%)
56
Avaliando quais os especialistas que mais acertaram diagnósticos clínicos
quanto ao tipo histológico (tabela 20), observou-se que os dermatologistas
apresentaram maior número de acertos proporcionalmente aos outros especialistas,
apresentando uma porcentagem de 85,7% de concordância diagnóstica. Os que
apresentaram maior discordância diagnóstica (90,0%) foram os cirurgiões plásticos.
Tabela 20. Comparação em porcentagem entre as especialidades médicas no acerto do
diagnóstico clínico em relação ao anatomopatológico quanto ao tipo histológico em lesões
palpebrais.
DC=diagnóstico clínico; DAP=diagnóstico anatomopatológico; CCP: Cirurgia de Cabeça e Pescoço; CGR: Cirurgia Geral; DER:
Dermatologia; OFT: Oftalmologia; ONC: Oncologia; PLA: Cirurgia Plástica.
Aplicando o teste qui-quadrado para a significância dos acertos quanto aos
diagnósticos, encontrou-se p< 0,0001, verificou-se então que existem diferenças
significativas entre as especialidades médicas em acertarem os diagnósticos quanto
ao tipo histológico da lesão.
Analisando a concordância quanto à malignidade (tabela 21), observou-se
que o especialista que mais acertou foi o dermatologista, com 85,7% e o que menos
acertou foi o cirurgião geral e o cirurgião plástico, ambos com 10% de acertos.
Tabela 21. Comparação em porcentagem entre as especialidades médicas no acerto do
diagnóstico clínico em relação ao anatomopatológico quanto à malignidade em lesões
palpebrais.
DC x DAP – Malignidade/Espec. médica CCP CGR DER OFT ONC PLA
NÃO 50.0% 70.0% 14.3% 60.6% 60.0% 90.0%
NÃO SE APLICA 25.0% 20.0% 0.0% 8.3% 0.0% 0.0%
SIM 25.0% 10.0% 85.7% 31.1% 40.0% 10.0%
TOTAL 100% 100% 100% 100% 100% 100%
DC=diagnóstico clínico; DAP=diagnóstico anatomopatológico; CCP=Cirurgia de Cabeça e Pescoço; CGR=Cirurgia Geral;
DER=Dermatologia; OFT=Oftalmologia; ONC=Oncologia; PLA=Cirurgia Plástica.
DC x DAP (Tipo histológico) x Especialidade médica CCP CGR DER OFT ONC PLA
NÃO 50.0% 70.0% 14.3% 68.1% 80.0% 90.0%
NÃO SE APLICA 25.0% 20.0% 0.0% 8.3% 0.0% 0.0%
SIM 25.0% 10.0% 85.7% 23.6% 20.0% 10.0%
TOTAL 100% 100% 100% 100% 100% 100%
57
Aplicou-se o teste qui-quadrado para analisar a significância dos acertos
quanto à malignidade e encontrou-se p<0,0001, então observou-se que existem
diferenças significativas entre as especialidades médicas em acertarem os
diagnósticos quanto à malignidade.
A análise dos acertos e erros de diagnóstico clínico foi realizada através da
tabulação dos especialistas através de códigos alfa-numéricos, com isso verificou-se
quais médicos apresentaram maior número de acertos de diagnóstico e maior
número de erros (apêndice H).
Aplicando o teste qui-quadrado para avaliar a significância dos acertos do
diagnóstico clínico quanto ao tipo histológico em relação a cada médico,
encontramos p<0,0001, portanto existem diferenças significativas entre os médicos
que acertaram os diagnósticos clínicos quanto ao tipo histológico da lesão. Observa-
se que o médico que mais acertou, em relação a todos os diagnósticos, foi o médico
F1, um oftalmologista, com 62,0%. Diversos médicos não acertaram nenhum
diagnóstico clínico.
Ao aplicar novamente o teste qui-quadrado para avaliar a significância dos
erros quanto do diagnóstico clínico quanto ao tipo histológico em relação a cada
médico, achou-se p<0,0001 que demonstra que existem diferenças significativas
entre os médicos que erraram os diagnósticos clínicos quanto ao tipo da lesão.
Observa-se que o médico que mais errou, em relação a todos os diagnósticos, foi o
médico D1, um oftalmologista, com 16,1%. Diversos médicos não tiveram nenhum
erro diagnóstico.
5.2 Resultados de lesões conjuntivais
5.2.1 Análise descritiva de lesões conjuntivais
58
Tivemos 145 casos de lesões de conjuntiva, tendo havido 10 exclusões,
portanto analisamos 135 resultados de exames anatomopatológicos realizados no
LAC, destes foram listadas todas as lesões conjuntivais diagnosticadas e verificou-
se uma maior proporção de lesões pré-malignas do tipo histológico NIC (neoplasias
intraepiteliais conjuntivais), com 20% do total de lesões, seguidas de nevos (17,0%),
pterígios (11,1%) e granulomas (10,4%), estas com tipo histológico benigno. Todas
as lesões de conjuntiva elencadas na pesquisa encontram-se descritas na tabela a
seguir.
Tabela 22. Freqüências e porcentagens de todas as lesões conjuntivais de acordo com os
diagnósticos anatomopatológicos.
Lesões Conjuntivais Freqüência (N) Porcentagem (%)
NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CONJUNTIVAL (NIC) 27 20,0
NEVO 23 17,0
PTERÍGIO 15 11,1
GRANULOMA 14 10,4
HIDROCISTOMA 6 4,4
CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC) 5 3,7
HIPERPLASIA EPITELIAL 5 3,7
LIPOMA 5 3,7
PAPILOMA 5 3,7
PTERÍGIO COM DISPLASIA 3 2,2
QUERATOSE ACTÍNICA 3 2,2
CARCINOMA IN SITU
2 1,5
HEMANGIOMA 2 1,5
MELANOMA 2 1,5
MELANOSE 2 1,5
PROCESSO INFLAMATÓRIO CRÔNICO 2 1,5
CISTO EPIDÉRMICO 1 0,7
CONJUNTIVITE 1 0,7
CONJUNTIVITE LENHOSA 1 0,7
DACRIOADENITE 1 0,7
DEPÓSITO AMORFO SUBCONJUNTIVAL 1 0,7
DERMÓIDE 1 0,7
FIBROSE REACIONAL 1 0,7
MELANOSE PRIMÁRIA ADQUIRIDA 1 0,7
METAPLASIA ESCAMOSA 1 0,7
PAPILOMA COM NIC 1 0,7
PROCESSO INFLAMATÓRIO CRÔNICO AGUDIZADO 1 0,7
QUERATOSE SEBORRÉICA 1 0,7
TECIDO COM HEMORRAGIA E FIBRINA 1 0,7
TECIDO FROUXO SEM ATIPIAS 1 0,7
Total 135 100,0
Dentre todas as lesões conjuntivais, foram diagnosticadas 92 benignas
(68,1%), 7 lesões malignas (5,2%) e 36 lesões pré-malignas (26,7%).
Após o levantamento de todas as lesões conjuntivais, foi realizada a seleção
das mesmas conforme suas características para evidenciar sua freqüência no
período estudado. As lesões conjuntivais benignas estão abaixo relacionadas.
59
Tabela 23. Freqüências e porcentagens de lesões conjuntivais benignas de acordo com os
diagnósticos anatomopatológicos.
Lesões conjuntivais benignas Freqüência (N) Porcentagem (%)
NEVO 23 25.0
PTERÍGIO 15 16.3
GRANULOMA 14 15.2
HIDROCISTOMA 6 6.5
HIPERPLASIA 5 5.4
LIPOMA 5 5.4
PAPILOMA 5 5.4
PROCESSO CRÔNICO INFLAMATÓRIO 3 3.3
HEMANGIOMA 2 2.2
MELANOSE 2 2.2
CISTO EPIDÉRMICO 1 1.1
CONJUNTIVITE LENHOSA 1 1.1
CONJUNTIVITE 1 1.1
DACRIOADENITE 1 1.1
DEPÓSITO AMORFO 1 1.1
DERMÓIDE 1 1.1
FIBROSE 1 1.1
METAPLASIA 1 1.1
MELANOSE PRIMÁRIA ADQUIRIDA (PAM) 1 1.1
QUERATOSE SEBORRÉICA 1 1.1
TECIDO FROUXO 1 1.1
TECIDO HEMORRÁGICO 1 1.1
Total 92 100.0
Lesões pré-malignas revelaram-se com porcentagem elevada, destacando-
se NIC, com 84,8% do total de lesões pré-malignas e como visto anteriormente,
representando 20,0% do total de lesões conjuntivais. A tabela 24 elenca as lesões
pré-malignas diagnosticadas nos anatomopatológicos. na tabela 25 estão
descritas as lesões de conjuntiva malignas, revelando o predomínio de CEC com
71,4%, seguido de melanoma com 28,6% das lesões.
Tabela 24. Freqüências e porcentagens de lesões conjuntivais pré-malignas de acordo com os
diagnósticos anatomopatológicos.
Lesões conjuntivais pré-malignas Freqüência (N) Porcentagem (%)
NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CONJUNTIVAL (NIC) 28 84.8
PTERIGIO COM DISPLASIA 3 9.1
QUERATOSE ACTÍNICA 3 9.1
CARCINOMA IN SITU 2 6.1
Total 36 100.0
60
Tabela 25. Freqüências e porcentagens de lesões conjuntivais malignas de acordo com os
diagnósticos anatomopatológicos.
Lesões conjuntivais malignas Freqüência (N) Porcentagem (%)
CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC) 5 71.4
MELANOMA 2 28.6
Total 7 100.0
Assim como na análise de lees palpebrais, as lesões conjuntivais foram
separadas em neoplásicas e o neoplásicas e verificou-se que as lesões com
caractesticas neoplásicas apareceram com maior freqüência no estudo (tabela 26).
Tabela 26. Freqüências e porcentagens de lesões conjuntivais neoplásicas e não neoplásicas
de acordo com os diagnósticos anatomopatológicos.
Lesões conjuntivais neoplásicas e não neoplásicas Freqüência (N) Porcentagem (%)
LESÃO NEOPLÁSICA 90 66.7
LESÃO NÃO NEOPLÁSICA 45 33.3
TOTAL 135 100.0
As 135 solicitações de exames de lesões conjuntivais avaliadas
apresentavam 09 delas sem diagnóstico clínico sugerido (6,7%), 49 (36,3%) com
diagnóstico clínico benigno, a maioria, 69 casos, continha diagnóstico clínico
indeterminado (51,1%) e em menor quantidade (1,5%) de malignos e 4,4% de pré-
malignos (tabela 27).
Tabela 27. Freqüências e porcentagens dos diagnósticos clínicos de lesões conjuntivais.
Lesões conjuntivais – (diagnóstico clínico) Freqüência (N) Porcentagem (%)
INDETERMINADO 69 51,1
BENIGNO 49 36,3
AUSENTE 9 6,7
PRÉ-MALIGNO 6 4,4
MALIGNO 2 1,5
TOTAL 135 100,0
Pela tabela 28 verifica-se que das lesões conjuntivais neoplásicas, 53
(58,9%) tinham sido diagnosticadas como indeterminadas, 23 lesões (25,6%) como
benignas, 7 (7,8%) não tiveram diagnóstico, 5 (5,6%) como pré-malignas e 2 (2,2%)
como malignas. Das lesões não neoplásicas, 26 (35,6%) tinham sido benignas, 16
61
(35,6%) indeterminadas, 2 (4,4%) sem diagnóstico, 1 (2,2%) pré-maligna e nenhuma
maligna.
Tabela 28. Freqüência e porcentagem da correlação entre tipos de lesões conjuntivais e
diagnóstico clínico.
Lesões conjuntivais
Diagnóstico clínico
A B I M PM
Total
Freqüência (N) 7 23 53 2 5 90
Neoplásica
% dentro de neoplásica 7,8% 25,6% 58,9% 2,2% 5,6% 100,0%
Freqüência (N) 2 26 16 0 1 45
Tipo de
lesão
Não
neoplásica
% dentro de não
neoplasia
4,4% 57,8% 35,6% 0,0% 2,2% 100,0%
A= Ausente; B= Benigno; I= Indeterminado; M= Maligno; PM= Pré-Maligno
Por intermédio da tabela 29, analisou-se a correlação entre o diagnóstico
anatomopatológico e o clínico quanto à malignidade das lesões conjuntivais, onde se
pode verificar que dos 92 diagnósticos anatomopatológicos benignos 50.0% tiveram
hipótese indeterminada, 43,5% tiveram concordância para benignidade e nenhum
como maligno. Das 7 lesões malignas no anatomopatológico, houve diagnóstico
clínico indeterminado em 71,4% dos casos, 28,6% malignos e nenhum benigno. Das
36 lesões pré-malignas, 50.0% haviam sido diagnosticadas de forma inespecífica e
25% como benignas e 13,9% pré-malignas.
Tabela 29. Freqüências e porcentagens quanto à malignidade dos diagnósticos
anatomopatológicos em relação aos diagnósticos cnicos de lesões conjuntivais.
Lesões conjuntivais
Diagnóstico clínico
A B I M PM
Total
Freqüência (N) 5 40 46 0 1 92
% dentro DAP 5,4 43,5 50,0 0,0 1,1 100,0%
B
% do Total 3,7 29,6 34,1 0,0 0,7 68,1%
Freqüência (N) 0 0 5 2 0 7
% dentro DAP 0,0 0,0 71,4 28,6 0,0 100,0%
M
% do Total 0,0 0,0 3,7 1,5 0,0 5,2%
Freqüência (N) 4 9 18 0 5 36
% dentro DAP 11,1 25,0 50,0 0,0 13,9 100,0%
Diagnóstico
anatomopatológico
PM
% do Total 3,0 6,7 13,3 0,0 3,7 26,7%
Freqüência (N) 9 49 69 2 6 135
% dentro DAP 6,7 36,3 51,1 1,5 4,4 100,0%
Total
% do Total 6,7 36,3 51,1 1,5 4,4 100,0%
B=benigno; M=maligno; PM=pré-maligno; A=ausente; I=indeterminado.
62
Ao avaliar a porcentagem de concordância entre diagnósticos clínicos e
anatomopatológicos quanto ao tipo histológico, verificou-se que em 64,4% não
houve concordância, 29,6% com concordância e em 5,9% dos casos não foi
colocado diagnóstico clínico, não sendo possível realizar a correlação entre
diagnóstico clínico e anatomopatológico.
Tabela 30. Freqüências e porcentagens da concordância entre diagnósticos clínicos e
anatomopatológicos das lesões conjuntivais quanto ao tipo histológico.
Lesões conjuntivais – Tipo histológico Freqüência (N) Porcentagem (%)
NÃO 87 64,4
SIM 40 29,6
NÃO SE APLICA 8 5,9
TOTAL 135 100,0
Quanto à concordância entre diagnósticos clínicos e diagnósticos
anatomopatológicos quanto à malignidade, pode-se verificar que 64,4% do total não
possuíram concordância e 29,6% apresentaram concordância.
Tabela 31. Freqüências e porcentagens da concordância entre diagnósticos clínicos e
diagnósticos anatomopatológicos das lesões conjuntivais quanto à malignidade.
Lesões conjuntivais – Malignidade Freqüência (N) Porcentagem (%)
NÃO 80 59,3
SIM 47 34,8
NÃO SE APLICA 8 5,9
TOTAL 135 100,0
A análise da acurácia dos diagnósticos de lesões conjuntivais foi feita
excluindo-se os diagnósticos clínicos indeterminados e ausentes e calculando-se a
freqüência de acertos dos diagnósticos clínicos efetivos. Encontrou-se 69,0% de
acertos diagsticos e 31,0% de erros quanto ao tipo histológico. Quanto à
malignidade constatou-se 81,0% de acertos diagnósticos e 19,0% de erros.
63
Tabela 32. Acurácia do diagnóstico clínico quanto ao tipo histológico em lesões conjuntivais.
Acurácia diagnóstica – Tipo histológico Freqüência (N) Porcentagem (%)
SIM 40 69,0
NÃO 18 31,0
Total 58 100,0
Tabela 33. Acurácia do diagnóstico clínico quanto à malignidade em lesões conjuntivais.
Acurácia diagnóstica – Malignidade Freqüência (N) Porcentagem (%)
SIM 47 81,0
NÃO 11 19,0
Total 58 100,0
Analisando a relação entre diagnósticos anatomopatológicos e as margens
cirúrgicas, pode-se verificar que os casos malignos apresentam 57,1% de margens
comprometidas e 42,9% de margens livres. Os casos pré-malignos apresentaram
61,1% com margens livres e 36,1% com margens comprometidas e 2,8% não
avaliáveis.
Tabela 34. Freqüências e porcentagens em lesões conjuntivais malignas e pré-malignas da
correlação entre diagnósticos anatomopatológicos e margens cirúrgicas.
M=maligno; PM=pré-maligno; LC_MPM=lesões conjuntivais malignas e pré-malignas; CP= comprometidas; LV=livres; NA=não
se aplica; NAV=não avaliáveis.
Lesões Conjuntivais
Margens cirúrgicas
malignas e pré-malignas CP LV NA NAV
Total
Freqüência (N) 4 3 0 0 7
% dentro LC_MPM 57.1% 42.9% .0% .0% 100.0%
M
% do Total 3.0% 2.2% .0% .0% 5.2%
Freqüência (N) 13 22 0 1 36
% dentro LC_MPM 36.1% 61.1% .0% 2.8% 100.0%
Diagnóstico anatomopatológico
PM
% do Total 9.6% 16.3% .0% .7% 26.7%
Freqüência (N) 17 25 0 1 43
% dentro LC_MPM 39.5% 58.1% .0% 2.3% 100.0%
Total
% do Total 39.5% 58.1% .0% 2.3%
100.0%
64
Nos casos malignos e pré-malignos, analisando as margens cirúrgicas em
relação à malignidade no diagnóstico clínico (tabela 35), verificou-se que dos 17
casos com margens comprometidas, 7 casos (41,2%) apresentavam diagnóstico
indeterminado, 5 (29,4%) apresentavam diagnóstico clínico pré-maligno, 02 casos
malignos (11,8%), 02 casos ausentes (11,8%) e 01 (5,9%) benigno.
Tabela 35. Freqüências e porcentagens em lesões conjuntivais malignas e pré-malignas da
correlação entre margens cirúrgicas e diagnósticos clínicos quanto à malignidade.
CP= comprometidas; LV=livres; NAV=não avaliáveis; A=ausente; B=benigno; I=indeterminado; M=maligno; PM=pré-maligno.
Dentre todas as lesões de conjuntivas levantadas na pesquisa, 29,63% do
total tiveram concordância entre diagnóstico clínico e anatomopatológico quanto ao
tipo histológico da lesão. As lees que tiveram mais concordância foram pterígio
(com 11,11%), seguido de granuloma (com 3,70% do total de casos) nevo e NIC em
terceiro com 2,96%.
Diagnóstico
anatomopatológico
Diagnóstico clínico
A B I M PM
Total
Freqüência (N) 2 1 7 2 5 17 CP
% dentro de
MARGENS
11,8% 5,9% 41,2% 11,8%
29,4%
100,0%
Freqüência (N) 2 7 16 0 0 25 LV
% dentro de
MARGENS
8,0% 28,0% 64,0% 0,0% 0,0% 100,0%
Freqüência (N) 0 1 0 0 0 1
Margens cirúrgicas
das lesões
conjuntivais
NAV
% dentro de
MARGENS
0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%
Freqüência (N) 4 9 23 2 5 43 Total
% dentro de
MARGENS
9,3% 20,9% 53,5% 4,7% 11,6% 100,0%
65
Tabela 36. Freqüência e porcentagem da concordância entre diagnóstico clínico e
anatomopatológico quanto ao tipo histológico de lesões conjuntivais.
Lesões conjuntivais DCxDAP – tipo histológico Freqüência (N) % do Total
PTERÍGIO 15 11,11%
GRANULOMA 5 3,70%
NEVO 4 2,96%
NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CONJUNTIVAL (NIC) 4 2,96%
PTERÍGIO COM DISPLASIA 3 2,22%
CARCINOMA IN SITU
1 0,74%
CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC) 1 0,74%
CONJUNTIVITE 1 0,74%
DACRIOADENITE 1 0,74%
DERMÓIDE 1 0,74%
HIDROCISTOMA 1 0,74%
LIPOMA 1 0,74%
PAPILOMA 1 0,74%
PROCESSO INFLAMATÓRIO CRÔNICO 1 0,74%
TOTAL 40 29,63%
DC=diagnóstico clínico; DAP=diagnóstico anatomopatológico.
Os casos de lesões onde houve concordância entre os diagnósticos clínicos
e anatomopatológicos quanto à malignidade, perfizeram um total de 34,81%, dentro
deste grupo encontraram-se os seguintes números com maior evidência: pterígio
mostrou-se com maior concordância com 11,11% do total de casos concordantes,
granuloma com 5,93% e nevo com 4,44%.
Tabela 37. Freqüência e porcentagem da concordância entre diagnóstico clínico e
anatomopatológico quanto à malignidade de lesões conjuntivais.
Lesões conjuntivais DCxDAP - malignidade
Freqüência (N)
% do Total
PTERÍGIO 15 11,11%
GRANULOMA 8 5,93%
NEVO 6 4,44%
NIC 4 2,96%
HIDROCISTOMA 2 1,48%
LIPOMA 2 1,48%
PAPILOMA 2 1,48%
CARCINOMA IN SITU 1 0,74%
CEC 1 0,74%
CONJUNTIVITE 1 0,74%
DACRIOADENITE 1 0,74%
DERMÓIDE 1 0,74%
HEMANGIOMA 1 0,74%
MELANOMA 1 0,74%
PROCESSO INFLAMATÓRIO CRÔNICO 1 0,74%
TOTAL 47 34,81%
DC=diagnóstico clínico; DAP=diagnóstico anatomopatológico.
Analisando a proporção de pacientes dos sexos feminino e masculino
portadores de lesões de conjuntiva, observou-se que há uma pequena diferença
entre os gêneros, havendo relativa proporcionalidade entre ambos.
66
Tabela 38. Freência e porcentagem das lesões conjuntivais quanto ao sexo.
Lesões conjuntivais (sexo) Freqüência (N)
Porcentagem (%)
Feminino 63 46,7
Masculino 72 53,3
Total 135 100,0
5.2.2 Análise estatística de lesões conjuntivais
Ao analisar estatisticamente a correlação entre tipos de lesões conjuntivais
(neoplásicas ou não neoplásicas) e diagnóstico clínico (tabela 28), aplicando o teste
qui-quadrado de Pearson, este mostrou que a associação entre as variáveis não é
significativa, com p = 0,06 (o mesmo acontece com o teste exato de Fisher com p =
0,06), mas muito próximas de serem significantes a 5%. São significantes a 10%.
Assim, com nível de significância de 10%, da tabela de lesões conjuntivais, pode-se
deduzir que quando a lesão é neoplásica, os cirurgiões tendem a classificá-la como
indeterminada e, quando se trata de uma não neoplásica, os cirurgiões a classificam
como benigna.
Analisando as especialidades médicas que encaminharam as solicitações de
pedido de anatomopatológico, verificou-se que todos os casos de lesões de
conjuntiva (135) foram encaminhados por oftalmologistas, destes 59,3% não
acertaram o diagnóstico clínico quanto à malignidade, 34,8% acertaram o
diagnóstico e 5,9% não colocaram nenhum diagnóstico.
Pela análise do apêndice I, observa-se que os médicos que mais acertaram,
em relação a todos os diagnósticos conjuntivais, foram: F1 (12,5%), G2 (12,5%), I1
(10,0%), J2 (10,0%) e V2 (10,0%). Diversos médicos não acertaram nenhum
diagnóstico clínico.
Para se avaliar a significância de acertos do diagnóstico clínico quanto à
malignidade, utilizou-se análises estatísticas que validassem o estudo, como o teste
qui-quadrado para a significância dos acertos. Como p < 0,0001, verificou-se que
67
existem diferenças significativas entre os médicos que acertaram os diagnósticos
clínicos quanto à malignidade.
Observou-se ainda pelo apêndice I que os médicos que mais erraram, em
relação a todos os diagnósticos conjuntivais foram: T1 (17,20%), B2 (9,20%), B1
(8,00%) e G1 (8,00%) dos diagnósticos. Cinco médicos não erraram nenhum
diagnóstico clínico. Para analisar o grau de significância dos médicos que mais
erraram o diagnóstico utilizou-se novamente o teste qui-quadrado para signifincia
dos erros quanto à malignidade das lesões. Como p < 0,0001, verificou-se que
existem diferenças significativas entre os médicos que erraram os diagnósticos
clínicos quanto às lesões conjuntivais.
Por meio da tabela 39, podemos analisar as lesões conjuntivais que tiveram
maior e menor concordância entre diagnósticos clínicos e anatomopatológicos. Onze
lesões não tiveram nenhum acerto, como mostra a tabela a seguir.
Tabela 39. Resultados da concordância entre os diagnósticos clínicos e anatomopatológicos
de lesões conjuntivais.
Lesões conjuntivais DCXDAP NÃO NÃO SE APLICA SIM
PTERÍGIO 4.6% 0.0% 45.0%
GRANULOMA 1.1% 0.0% 12.5%
NEVO 1.1% 0.0% 10.0%
NIC 1.1% 0.0% 10.0%
CARCINOMA IN SITU 0.0% 0.0% 2.5%
CEC 1.1% 0.0% 2.5%
CONJUNTIVITE ATÍPICA 0.0% 0.0% 2.5%
DACRIOADENITE 0.0% 0.0% 2.5%
DERMOLIPOMA 0.0% 0.0% 2.5%
DERMÓIDE 3.4% 0.0% 2.5%
HIDROCISTOMA 0.0% 0.0% 2.5%
NÓDULO INFLAMATÓRIO 0.0% 0.0% 2.5%
PAPILOMA 2.3% 0.0% 2.5%
AUSENTE 1.1% 100% 0.0%
CARÚNCULA 1.1% 0.0% 0.0%
CISTO CONJUNTIVA 1.1% 0.0% 0.0%
CONJUNTIVA BULBAR 1.1% 0.0% 0.0%
DEPÓSITO CONJUNTIVA 1.1% 0.0% 0.0%
HIPERPLASIA EPITELIAL 1.1% 0.0% 0.0%
LESÃO CONJUNTIVA 4.6% 0.0% 0.0%
PINGUÉCULA 1.1% 0.0% 0.0%
TU CONJUNTIVA 70.1% 0.0% 0.0%
TU CONJUNTIVA OU GRANULOMA 1.1% 0.0% 0.0%
TU PONTO LACRIMAL 1.1% 0.0% 0.0%
TOTAL 100% 100% 100%
DC=diagnóstico clínico; DAP=diagnóstico anatomopatológico.
Novamente foi aplicado o teste qui-quadrado para a significância das lesões
quanto à alta concordância e obtivemos p<0,0001, existem diferenças significativas
68
entre as concordâncias quanto aos diagnósticos das lesões. Observa-se também,
pela análise da tabela 39, que a lesão em que houve maior acerto, em relação a
todos os diagnósticos, foi o pterígio, com 45,0%. Em diversas lesões não houve
nenhum diagnóstico concordante.
No teste qui-quadrado para a significância das lesões quanto à alta
discordância obtivemos p < 0,0001, existem difereas significativas entre as
discordâncias quanto ao tipo de lesão. Observa-se que a lesão em que houve maior
discordância, em relação a todos os diagnósticos, foi o tumor de conjuntiva
(inespecífico), com 70,1%. Em seis lesões não houve nenhum diagnóstico
discordante.
69
6 DISCUSSÃO
6.1 Lesões palpebrais
Lesões palpebrais e conjuntivais têm relevante morbidade e mortalidade.
Estas lesões, sejam elas benignas ou malignas, causam ao indivíduo uma série de
problemas estéticos, funcionais e psicológicos, conforme tamm ressaltado por
Kersten et al. (1997).
Ressaltando a importância das lees malignas, evidências de que
nceres de pele são um problema de grande magnitude com tendências de
aumento da morbidade e mortalidade e sua elevada freqüência impõem que as
mesmas sejam consideradas como um problema de saúde blica. Existem
evidências importantes de que os três tipos principais de câncer da pele são
causados pela exposição solar, seu principal fator de risco, embora sejam descritos
ainda o uso de álcool e o fumo. A proteção contra a exposição solar ainda não é
prática difundida na população (Sociedade Brasileira de Dermatologia, 2006).
Devido à baixa consciência da gravidade sanitária do câncer da pele entre
os profissionais de saúde (Sociedade Brasileira de Dermatologia, 2006),
percebemos que é preciso estimular a produção de trabalhos com fins educativos e
informativos sobre a importância e freqüência destes cânceres.
A tabela 9 evidencia que, do total de 300 casos de lesões palpebrais, 261
foram benignas (87,0%), 27 malignas (9,0%) e 12 pré-malignas (4,0%). Este
resultado é compatível com o encontrado por Geist (2000), em trabalho americano,
evidenciou nas lesões palpebrais 76,0% de lesões benignas, uma taxa um pouco
menor do que a nosso, porém bem próxima. Grupenmacher et al. (2006) em sua
casstica encontrou 90% de tumores benignos e 10% de malignos. Como esta
última trata-se de estatística de nosso país, podemos induzir que nossos resultados
estão compatíveis com a literatura nacional.
70
Em análise geral de lesões palpebrais incluindo benignas, pré-malignas e
malignas (tabela 1), verificamos que as lesões mais freqüentes em ordem
decrescente foram nevo (18,0%), calázio (15,3%), hidrocistoma (11,3%), cisto
epidérmico (11,0%) e queratose seborréica (8,7%).
Em nosso estudo, separando as lesões benignas (tabela 2), tivemos a
seguinte freqüência: 54 casos de nevo (20,7%), 46 de calázio (17,6%) e 34 de
hidrocistoma (13,0%). Outro autor encontrou como mais freqüentes ceratose
seborréica (23.8%), cisto epitelial benigno (21.9%) e calázio (16%) (GEIST, 2000,
p.3350). Encontramos estatísticas diferentes uma vez que, das três mais freqüentes
que eles encontraram, a ceratose seborréica, em nosso estudo, foi o quinto
diagnóstico em freqüência com 10% dos casos, os cistos epidérmicos ficaram em
quarto com 12,6% e calázio em segundo com 17,6%, taxa muito próxima aos 16%
encontrado no estudo daqueles autores.
Grupenmacher et al. (2006) encontraram 42% de calázio, 15% de pólipo
fibroepitelial e em terceiro lugar três lesões com a mesma freqüência de 10%, quais
sejam, nevo, hidrocistoma e cisto epidermóide.
Comparando com o estudo de Grupenmacher, as freqüências são bem
diferentes, pois nós encontramos menos da metade de cisto calázio, não tivemos
pólipos fibroepiteliais e mais do que o dobro de nevo. Não pudemos identificar o
motivo desta diferença de freqüências, podendo-se sugerir-se algum fator regional
ou relacionado com práticas clínicas.
Ozdal et al. (2004) em seu artigo comenta que o calázio é a mais comum
lesão inflamatória da lpebra e, embora seu diagnóstico pareça fácil, o calázio
pode simular um mero considerável de lesões benignas, pré-malignas ou
malignas.
Nevo foi a lesão mais freqüente em nosso estudo. A American Academy of
Ophtalmology (2007, p.176) refere que nevo é a terceira mais encontrada, depois de
papiloma e cisto epidérmico. Kersten et al. (1997) tamm entre os benignos
encontrou como mais freqüentes papiloma, seguido de cisto epidérmico e nevo.
71
No caso de calázio, segunda lesão mais freqüente encontrada em nosso
trabalho, houve concordância com a literatura quanto à porcentagem conforme
exposto.
Em relação à hidrocistoma, a terceira mais freqüente, não houve
concordância com a literatura, pois Schellini et al. (2001) encontraram 0,07% de
freqüência enquanto encontramos 13,0%.
Como não há concordância com a literatura, podemos inferir que estas
diferenças se devem à grande diversidade de lesões benignas e às diferenças
geográficas.
Em nosso estudo, as lesões pré-malignas foram 12 casos, todos de
queratose actínica, perfazendo então 100,0% das pré-malignas e 4,0% do total de
pálpebra. Cabral (2007) comenta a importância deste tumor que em 10% dos casos
pode progredir para CEC.
Quanto às lesões malignas palpebrais, de um total de 27 lesões,
encontramos a maior freqüência de CBC em 17 dos casos (63,0%), seguido de Ca
seceo e Ca metatípico, ambos com 04 casos (14,8%) e tivemos somente 01 caso
de Ca Mucoepidermóide e 01 caso de CEC, ambos com 3,7% (tabela 3).
Soares et al. (2001) encontraram, entre tumores malignos de pálpebra,
75,9% de CBC 12,96% de CEC, 7,40% de melanomas, 1,85% de Ca indiferenciado
e 1,85% de lentigo maligna.
Riedel e Beyer-Machule (2000) tamm verificaram predominância de CBC
em tumores palpebrais com 92,5% dos casos, seguido de CEC com 4,6% dos
casos, Ca sebáceo foi o terceiro com 1,5%.
Grupenmacher (2006) observou que entre os tumores malignos 57% eram
CBC e 43% eram CEC.
Geist (2000) tamm relata que a vasta maioria (80.4%) de tumores
malignos é de CBC.
Comparando as nossas estatísticas com os trabalhos anteriores, verificamos
que há concordância quanto ao tipo mais comum de lesão maligna palpebral que é o
CBC, pois se encontrou freqüência na literatura entre 57% (GRUPENMACHER,
2006) e 92,5% (RIEDEL E BEYER-MACHULE, 2000). Já quanto ao segundo tipo
72
mais freqüente, estes autores juntamente com Soares et al. (2001) encontraram
CEC o que diferiu do nosso estudo onde encontramos Ca metatípico e Ca sebáceo.
Vários outros autores relatam demonstram a predominância de CBC como
tumor maligno de pele de um modo geral, com freqüências entre 65,7% e 75%
(MESSINA et al., 2006; SALOMON et al., 2004; NASSER, 2005).
Messina et al., 2006 refere que CBC é a neoplasia cutânea maligna mais
freqüente nos indivíduos da raça branca.
CBC é o mais comum câncer de pele não melanoma segundo Salomon et
al., 2004, sendo a pálpebra o local de maior ocorrência.
Nasser, 2005 em seu estudo em Blumenau verificou aumento importante da
morbidade de CBC de pele que em 1980 era de 51,5 casos /100.000hab. e em 1999
chegou aos 225 casos/100.000hab., atribuindo o autor esta diferença devido ao
aumento do número de diagnósticos realizados no município, pela grande
intensidade da radiação solar e pelo hábito de se expor ao sol.
Messina et al. relatam ainda em seu trabalho com carcinoma basocelular
que 55% das lesões necessitaram de reconstrução complexa, como enxerto ou
retalho.
Estudando em nossa casuística a diferença entre lesões neoplásicas e não
neoplásicas (tabela 4) encontramos porcentagens de 76,3% e 23,7%
respectivamente. Em nenhum dos trabalhos pesquisados foi encontrado este tipo de
estudo comparativo.
Analisando a freqüência dos diagnósticos clínicos (tabela 5) verificamos que
os diagnósticos indeterminados constituíram 59,3% dos casos, o que leva à redução
do número de diagnósticos específicos efetuados pelos cirurgiões na maioria dos
casos avaliados no presente estudo. Percebemos com a avaliação dos resultados
que é prática comum a colocação de diagnósticos inespecíficos, como tumor de
pálpebra, lesão de pálpebra e cisto de pálpebra. Esta atitude transfere para o
patologista a responsabilidade da definição diagnóstica, sendo que, quando o
cirurgião define uma hipótese diagnóstica conforme as características clínicas da
lesão, colabora muito no processo de identificação da mesma pelo patologista.
73
Observamos ainda que em 8,3% dos casos os cirurgiões não colocaram
nenhuma hipótese diagnóstica, fato mostrado na tabela 5 como diagnóstico ausente,
deixando o campo específico em branco ou colocando somente o termo
“anatomopatológico”, o que é ainda mais grave, pois desta forma o patologista não
tem a orientação sequer sobre a localizão da lesão, tornando mais trabalhoso o
processo de identificação, pois o patologista tem que descobrir a origem anatômica
da peça pelo tipo de lulas encontradas.
Constatamos ainda que nenhum cirurgião suspeitou de lesão pré-maligna
em pálpebra.
A tabela 6, que correlaciona lesões separadamente classificadas como
neoplásicas e não neoplásicas e diagnóstico clínico, evidencia que para lesões
palpebrais neoplásicas confirmou-se grande mero de diagnósticos
indeterminados, fato este preocupante, pois lesões neoplásicas necessitam do
diagnóstico clínico diferencial para auxiliar o trabalho do patologista, devido à grande
diversidade de apresentações histológicas de uma mesma lesão. Para lesões não
neoplásicas, a tendência dos cirurgiões foi colocar diagnóstico benigno, fato este
previsível.
Pela análise da tabela 7, verificamos alta porcentagem de discordância entre
o diagnóstico clínico quanto ao tipo histológico da lesão e o diagnóstico
anatomopatológico (68,0%), os diagnósticos foram concordantes em somente 23,7%
dos casos e em 8,3% dos casos foram ausentes. Isto provavelmente se deve ao
grande número de diagnósticos clínicos indeterminados. Quanto à malignidade
(tabela 8), a discordância foi de 61,4%, a concordância de 30,3% e 8,3% de
diagnósticos ausentes.
Outros trabalhos (MARGO, 1999 e KERSTEN et al., 1997) tamm
avaliaram a acurácia do diagnóstico clínico em relação ao anatomopatológico de
lesões palpebrais. Margo (1999) encontrou concordância entre diagnóstico clínico e
histopatológico em 72 (83,7%) de 86 espécimes palpebrais, encontrou ainda 10
(11,6%) de diagnósticos clínicos malignos que vieram benignos e 04 (4,6%) de
diagnósticos clínicos presumidos como benignos que provaram ser malignos. Cabe
observar que o trabalho de Margo (1999) é prospectivo e no caso da falta de
74
diagnóstico clínico ou se ele era inespecífico, o médico era chamado no tempo do
recebimento da peça e um diagnóstico clínico era requerido, sendo que a seleção de
benigno ou maligno era a categoria mínima aceita para o diagnóstico clínico.
Comparando nosso resultado com Margo (1999), constatamos que nossa
porcentagem de concordância está bem menor, porém isto se deve ao fato de
termos incluído nos diagnósticos discordantes os casos indeterminados.
Kersten et al. (1997) em seu estudo sobre acurácia do diagnóstico clínico de
lesões palpebrais encontraram alta acurácia no diagnóstico clínico de lesões
palpebrais benignas, com 98,0% de concordância. Relata ainda em seu estudo que
houve 92,8% de acurácia diagnóstica para CBC.
Entendemos que o diagnóstico clínico indeterminado constitui um
diagnóstico, porém inespecífico, e por ser inespecífico não pode estar concordante
com o diagnóstico final (anatomopatológico) e sim discordante.
Excluindo os diagnósticos indeterminados e ausentes, ou seja, considerando
somente os diagnósticos clínicos efetivos, encontramos uma acurácia do diagnóstico
clínico de 73,2% quanto ao tipo histológico e 93,8% quanto à malignidade das
lesões, o que nesta forma de analisar os dados, concorda com os achados da
literatura (tabelas 10 e 11).
Na análise global dos casos encontramos baixa concordância do diagnóstico
clínico com o anatomopatológico que se revelou 23,7% quanto ao tipo histológico e
30,3% quanto à malignidade, conforme evidenciado nas tabelas 7 e 8.
Foi analisada a malignidade dos resultados anatomopatológicos e sua
correlação com os diagnósticos clínicos registrados (tabela 9). Verificou-se que
dentre os diagnósticos histológicos benignos, 58,6% eram indeterminados, 32,6%
eram benignos, 8,4% eram ausentes e 0,4% eram malignos.
Constatamos que somente 32,6% dos diagnósticos benignos no
anatomopatológico tinham sido clinicamente diagnosticados desta forma, o que
mostra que somente um terço das lesões benignas foi corretamente diagnosticado,
porcentagem esta que consideramos baixa.
Dos diagnósticos malignos no anatomopatológico, 55,6% eram no
diagnóstico clínico indeterminados, 22,2% eram malignos, 14,8% eram benignos e
75
7,4% eram ausentes. A porcentagem de diagnósticos corretamente realizados neste
caso é menor ainda (22,2%), cerca de um quinto de porcentagem de diagnósticos
malignos corretos. O que preocupa tamm é que de tumores malignos (cânceres),
14,8% tinham sido diagnosticados clinicamente como benignos.
É obvio que com uma larga variedade de lesões palpebrais, o incorreto
diagnóstico clínico não pode ser completamente evitado (OZDAL et al., 2004).
Dos casos de lesões diagnosticadas como benignas, em 2% foram
encontrados anatomopatológicos malignos (KERSTEN et al., 1997). Estes autores
sugerem avaliação histopatológica de todas as lesões, não importando quanto
benignas elas pareçam.
Em outro estudo, a discrepância entre diagnóstico clínico e histopatológico
foi percebida em 16,2% das lesões palpebrais, 4,6% delas foi presumida
clinicamente como benigna e resultou no histopatológico como sendo maligna
(MARGO, 1999).
Dos casos de lesões malignas não diagnosticadas 80% foram Carcinoma
Sebáceo e 20% foram Carcinoma Basocelular (OZDAL et al., 2004).
Por intermédio do resultado anatomopatológico, pudemos analisar as
margens cirúrgicas das lesões retiradas (tabela 12) e evidenciamos que das 27
lesões malignas, 63,0% tinham margens cirúrgicas livres, 33,3% comprometidas e
3,7% não avaliáveis, ou seja, um terço dos tumores malignos vieram com margens
comprometidas, o que é uma estatística preocupante, pois estes casos têm grande
chance de recidivarem ou metastatizarem, dependendo da severidade da neoplasia
maligna em questão. Das lesões pré-malignas, que m potencial real de se
tornarem malignas, 43,6% tinham margens livres, 23,1% margens comprometidas e
2,6% não avaliáveis. É tamm um dado preocupante saber que quase um quinto
das lesões com potencial de malignização o foram retiradas com margens
cirúrgicas ou de forma insuficiente e que como citado anteriormente, nenhum
cirurgião suspeitou de lesão pré-maligna.
Soares et al. (2001) encontraram em seu estudo de lesões malignas que
estas estavam livres em todos os tumores, que foram no total 54 casos malignos,
resultando então 100% de margens cirúrgicas livres.
76
Ishi et al. (2004) verificando margens em CBC constataram que dos 23
pacientes estudados, 16 (69.5%) apresentaram margens cirúrgicas livres de
neoplasia e 07 (30.4%) apresentaram acometimento de margens de ressecção.
Analisando quais foram os diagnósticos clínicos nos diferentes tipos de
margens cirúrgicas (tabela 13), podemos constatar que dos 39 casos malignos e
pré-malignos 13 vieram com margens comprometidas e destes 04 (30,8%) tinham
sido diagnosticados clinicamente como benignos e 07 (53,8%) vieram com
diagnóstico clínico indeterminado. Isto causa preocupação porque os cirurgiões que
colocaram diagnóstico benigno ou indeterminado, não se atentaram para uma
possível malignidade da lesão e da importância da retirada da lesão com margens
de segurança.
Separando lesões neoplásicas de não neoplásicas (tabelas 14 e 15)
verificamos que proporcionalmente houve mais diagnósticos indeterminados nas
lesões neoplásicas do que nas o neoplásicas, e teoricamente deveria ser o
contrário, pois lesões neoplásicas m maior risco de ocasionarem disfunções,
seqüelas e até mesmo risco de morte.
Existem algumas especialidades médicas que intervêm cirurgicamente nas
lesões palpebrais, conforme visto na tabela 16, com predominância de
oftalmologistas (84,7%), seguido de cirurgiões plásticos (6,7%) e cirurgiões gerais
(3,3%). Este resultado se deve à localização da lesão, na qual outros profissionais
médicos não intervêm cirurgicamente com freqüência.
Quanto ao tipo da lesão (tabela 17), os diagnósticos mais concordantes
foram para calázio, hidrocistoma e nevo.
Quanto ao sexo em lesões palpebrais (tabela 18), verificamos 65,0% de
mulheres e 35,0% de homens, o que possivelmente se deva à maior preocupação
feminina com os problemas estéticos da face. Semelhante à nossa estatística, no
trabalho de Grupenmacher et al. (2006), verificou-se que a incidência de portadores
de tumores palpebrais do sexo feminino foi de 55,9% (37 pacientes) e do sexo
masculino foi de 44,4% (30 pacientes), sendo a proporção encontrada de 1,23
pacientes femininos para cada masculino. Vale ressaltar ainda que Lee et al. (1999)
77
em casos de nceres de pálpebra encontrou 50,2% de mulheres e 49,8% de
homens.
Observou-se que não existem diferenças estatísticas entre oftalmologistas e
não oftalmologistas na colocação das hipóteses diagnósticas (p>0,05 no teste
Kruskal-Wallis), pois especialidades que põem mais diagnóstico com mais
freqüência e outras que em menos diagnósticos, porém esta análise é
prejudicada, pois o ideal seria que todos os especialistas analisassem as mesmas
lesões, o que não aconteceu em nosso estudo ou que o mero de casos de uma
especialidade para outra não fosse tão discrepante.
Ainda analisando as especialidades médicas, com relação à concordância
diagnóstica quanto ao tipo histológico da lesão (tabela 20), a Dermatologia
apresentou a maior concordância com 85,7% e a menor ocorreu na Cirurgia Geral e
Cirurgia Plástica, ambas com 10,0%. A Oftalmologia teve 23,6% de concordância
diagnóstica. Na análise estatística (teste qui-quadrado), como p<0,0001, existem
diferenças significativas entre as especialidades médicas em acertarem os
diagnósticos.
Na análise da concordância diagnóstica quanto à malignidade feita pelos
especialistas (tabela 21), observou-se 85,7% para a Dermatologia, a menor
concordância foi 10,0% para Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica. A concordância na
Oftalmologia foi 31,1%.
Analisando freqüência de acertos entre os médicos (apêndice I), verificamos
que o médico F1 teve maior acerto diagnóstico (62,0%). Diversos médicos não
tiveram nenhum acerto diagnóstico. Quanto ao erro diagnóstico, o médico D1
apresentou maior taxa (16,1%). Diversos médicos não apresentaram nenhum erro
diagnóstico.
6.2 Lesões conjuntivais
78
Analisando dados da tabela 29 de acordo com os diagnósticos
anatomopatológicos, evidenciamos 135 casos de lesões conjuntivais, 92 das quais
foram benignas (68,1%%), 36 pré-malignas (26,7%) e 07 malignas (5,2%).
Amoli e Heidari (2006) analisando 447 neoplasias primárias conjuntivais,
encontraram 261 casos de tumores benignos (58.4%) e 134 casos de tumores
malignos (30%), sendo que 52 casos eram lesões pré-malignas (11.6%). Nossos
dados concordam com esta pesquisa com relação às lesões benignas com percentis
próximos, porém é discordante em relação às pré-malignas e malignas que
aparentam ter percentis invertidos.
Na tabela 22 vemos que do total geral de lesões conjuntivais, NIC foi a mais
freqüente com 20,0%, seguida de nevo com 17,0% e pterígio com 11,1%.
Em análise segmentada das lesões benignas, pré-malignas e malignas,
verificou-se que para lesões benignas (tabela 23) tivemos 25,0% de nevo, seguido
de 16,3% de pterígio e 15,2% de granuloma.
Os nevos são o tipo de tumor benigno mais freqüente da conjuntiva
(OLIVEIRA et al., 2009), o que está de acordo com nosso estudo.
Entretanto Bessa, Potting e Bomfim (1997) identificaram o pterígio como a
lesão mais comum entre as neoplasias benignas (13,5%) e representando 10,4% do
total de todas as neoplasias em outro estudo brasileiro. Apesar de em nossa
estatística o pterígio vir na segunda colocação, os valores que encontramos são
muito próximos dos encontrados em seu estudo, pois evidenciamos 16,3% das
lesões benignas e 11,1% do total de lesões conjuntivais. Os mesmos autores
encontraram granuloma piogênico como quarto em freqüência com 6,0% das
neoplasias benignas e nós encontramos como terceiro em freqüência com 15,2%
dos casos.
Quanto às lesões pré-malignas (tabela 24), encontramos com maior
freqüência NIC com 84,8% dos casos, em seguida queratose actínica e pterígio com
displasia ambas com 9,1% e por último Ca in situ com 6,1% dos casos.
De 251 lesões conjuntivais pré-malignas, MacLean et al. (1993) encontrou
149 (59,4%) de queratose actínica, 76 casos de displasia e 26 casos de Ca in situ
79
que eles sugerem classificar como neoplasia intraepitelial conjuntival NIC
somando, portanto, 102 casos deste último (40,6%).
Nossos dados neste caso não são coincidentes com a literatura, pois
encontramos mais do que o dobro de NIC (84,8% contra 40,6%) e enquanto eles
encontraram a maior freqüência de queratose actínica (QA) com 59,4%,
encontramos somente 9,1% em nossa casstica.
É importante ressaltar que Cabral (2007) referiram que dos casos de QA, a
progressão para CEC é de aproximadamente 10% dos casos. Já Scott e Kronish
(2000, p. 3370) relatam que o risco de malignização pode alcançar 20%,
demonstrando a importância do diagnóstico e tratamento desta neoplasia.
Não verificamos a incidência de pterígio com displasia na literatura, talvez
por ainda não ser bem estabelecido se esta é uma lesão pré-maligna ou benigna ou
talvez pelo fato de que em nossa cidade muitos casos de pterígio são enviados para
análise anatomopatológica,o que poderia estar causando a descoberta destes casos
com presença de displasia.
Analisando 07 lesões conjuntivais malignas (tabela 25), constatamos que a
mais freqüente foi CEC com 05 casos (71,4%), seguido de melanoma com 02 casos
(28,6%).
O CEC foi relatado Bessa, Potting e Bomfim (1997) como a mais freqüente
lesão entre as malignas. Analisando 15 lesões malignas, suas freqüências foram de
07 casos (46,7%) de CEC, 03 casos (20,0%) de Ca in situ que em nosso estudo
classificamos como pré-maligno com a denominação NIC e 02 casos (13,3%) de
melanoma conjuntival. Caso estes autores tamm tivessem incluído Ca in situ (03
casos) e tumor de Bowen (01 caso) como pré-malignos teriam 63,6% de CEC e
18,2% de melanoma, valores estes que já ficariam mais próximos dos nossos.
Schellini et al. (2005) em seu artigo comentam que entre tumores malignos
conjuntivais, CEC corresponde de 44,7 a 61,8%. A análise histológica em sua
casstica revelou 86,5% de CEC e 13,5% de Ca in situ (Schellini et al., 2005).
Encontramos uma taxa um pouco menor de CEC e não classificamos o Ca in situ
como maligno e sim pré-maligno. Tivemos alto índice de melanoma conjuntival,
28,6% dos nossos casos malignos.
80
Estudando a diferença entre lesões conjuntivais neoplásicas e não
neoplásicas (tabela 26) encontramos taxas de 66,7% e 33.3% respectivamente, ou
seja, dois terços das lesões conjuntivais eram neoplásicas e um terço eram não
neoplásicas das mais diversas etiologias, principalmente inflamatória e reacional.
Assim como nas lesões palpebrais, este tipo de estudo comparativo não foi
encontrado na literatura pesquisada.
Os diagnósticos clínicos de lesões conjuntivais (tabela 27, 28 e 29)
mostraram também alto índice de diagnósticos indeterminados (51,1%), revelando
que, assim como para lesões palpebrais, nas conjuntivais baixa freqüência de
hipóteses diagnósticas emitidas pelos cirurgiões. Apesar de termos 26,7% de lesões
pré-malignas no anatomopatológico, somente 4,4% dos cirurgiões pensaram neste
tipo de diagnóstico e de 5,2% de lesões malignas, somente houve 1,5% de
diagnósticos clínicos malignos. Por estes números podemos inferir que um grande
número de lesões malignas ou com potencial maligno foram mal diagnosticadas ou
ficaram sem diagnóstico clínico definido.
A tabela 28 que correlaciona lesões neoplásicas e não neoplásicas com o
diagnóstico clínico corrobora que, assim como nas lesões palpebrais, nas lesões
conjuntivais neoplásicas também houve grande número de diagnósticos
indeterminados, dificultando a análise anatomopatológica e para não neoplásicas, a
tendência tamm foi colocar diagnóstico benigno, fato previsível.
Analisando a tabela 29, nos casos anatomopatologicamente definidos como
malignos, o que se torna preocupante é o fato de 71,4% destes casos ter sido
registrado pelo cirurgião como diagnóstico indeterminado, porque se o cirurgião o
tinha a hipótese de malignidade nestes casos, que posteriormente se comprovaram
serem malignos, muito provavelmente não se preocupou com a retirada da lesão
com margens de segurança. Somente 28,6% dos diagnósticos clínicos foram
malignos e felizmente nenhum benigno ou ausente. Dos casos pré-malignos do
exame histopatológico, 50,0% foram indeterminados, 25,0% foram benignos,
somente 13,9% se confirmaram pré-malignos e ainda 11,1% o foi registrado
nenhum diagnóstico. Se somarmos os diagnósticos indeterminados e ausentes,
teremos 61,1% de não diagnóstico, índice tamm muito alto. Nas benignas,
81
também se verificou alto índice de indeterminados (50,0%) e ausentes (5,4%).
Quarenta casos (43,5%) tiveram confirmação benigna e 01 caso (0,7%) foi
clinicamente diagnosticado como pré-maligno e era benigno.
A correlação entre o diagnóstico clínico e o anatomopatológico quanto ao
tipo histológico (tabela 30) foi de somente 29,6% de concordância e tivemos 64,4 %
de casos discordantes.
Excluindo do n total os diagnósticos indeterminados e ausentes, teremos
uma acurácia diagnóstica de 69,0% para os diagnósticos clínicos efetivos (tabela
32).
Quanto à malignidade, a correlação do diagnóstico clínico e histopatológico
(tabela 31) foi de 34,8% de concordância, maior do que quanto ao tipo, pois é mais
fácil diagnosticar se uma lesão é benigna ou maligna do que o seu tipo histológico,
que demanda um maior conhecimento de patologia clínica.
Excluindo indeterminados e ausentes, temos 81,0% de acurácia nos
diagnósticos clínicos efetivos (tabela 33).
Com relação aos diagnósticos anatomopatológicos relacionados com as
margens cirúrgicas verificadas (tabela 34), constatamos que dos casos malignos e
pré-malignos, 57,1% dos malignos estavam com margens comprometidas e 36,1%
dos pré-malignos, estatísticas estas que precisam ser melhoradas para o melhor
manejo deste tipo de lesão, visando à cura ou melhora da qualidade de vida destes
pacientes. Ações educacionais quanto ao maior conhecimento destas lesões e
educativas quanto ao preenchimento correto das solicitações de exames podem ser
medidas que alcancem este fim.
Estudando as margens cirúrgicas desta vez relacionadas com os
diagnósticos clínicos (tabela 35) constatamos que dos casos com margens
comprometidas, 53,0% dos diagnósticos tinham sido indeterminados ou ausentes, e
41,2% tinham sido declarados pré-malignos ou malignos. Neste caso houve melhora
em relação aos resultados de lesões palpebrais, mas persiste com alta porcentagem
de diagnósticos indeterminados.
Schellini et al. (2005) relataram que as margens de ressecção cirúrgica
estavam livres de tumor em 19,2% dos pacientes e comprometida tamm em
82
19,2%. Entretanto, na grande maioria dos espécimes, o material estava impróprio
para o estudo das margens cirúrgicas apresentando margens duvidosas. Relatam
ainda que a análise das margens cirúrgicas podem proporcionar melhor controle da
doença.
Comentário importante tamm fez Huerva, Sánchez e Mangues (2007)
sobre OSSN ter tido recorrência em 53% quando as margens estavam
comprometidas e em 5% quando as margens estavam livres.
Quanto à concordância do diagnóstico clínico quanto ao tipo histológico por
lesão (tabela 36), a que teve maior mero de casos com concordância diagnóstica
foi pterígio com 11,11% dos 29,63% de concordância diagnóstica total, ou seja, mais
de um terço das concordâncias, em segunda posição temos o granuloma com 3,70%
e em terceira posição temos nevo e NIC, ambas com 2,96%. Como 100% dos
diagnósticos conjuntivais são feitos por oftalmologistas e estes conhecem bem a
patologia pterígio, esta foi a que teve maior freqüência de concordâncias
diagnósticas. Quanto à malignidade evidenciada na tabela 37, o maior número de
concordâncias diagnósticas tamm foi para pterígio com 11,11%, seguida de
granuloma com 5,93% e nevo com 4,44% dos 34, 81% de concordância diagnóstica
total.
No caso de lesões conjuntivais, os oftalmologistas foram responsáveis pela
realização de 100% dos procedimentos cirúrgicos desta localizão. Destes somente
34,8% acertaram os diagsticos clínicos quanto à malignidade (tabela 37).
Na análise quanto ao sexo, quase não houve diferença entre o masculino e
o feminino com 53,3 % e 46,7% respectivamente (tabela 38).
Analisando estatisticamente o apêndice I, podemos inferir que existem
diferenças significantes entre os médicos que acertaram os diagnósticos clínicos
quanto à malignidade. Houve cinco médicos que tiveram porcentagens de acerto
muito parecidos (entre 10,0% e 12,5%) e rios que não acertaram nenhum
diagnóstico.
Quanto aos erros diagnósticos evidenciados na mesma tabela, destaca-se
que um médico teve grande porcentagem de erros (17,20%), destacando-se dos
demais e cinco médicos o erraram nenhum diagnóstico, estes últimos
83
possivelmente devido à sua expertise ou devido ao fato de terem um n muito
pequeno. Evidenciou-se tamm que existem diferenças estatisticamente
significantes entre os médicos que erraram os diagnósticos clínicos quanto à
malignidade.
Através da tabela 39 podemos verificar que o pterígio foi a que teve maior
concordância (45,0%) devido ao conhecimento desta patologia pelos médicos
oftalmologistas. O diagnóstico “tumor de conjuntiva” como era de se esperar teve a
maior discordância (70,1%), devido ao grande número de casos registrados com
este tipo de diagnóstico inespecífico. Pelo teste do qui-quadrado (p<0,0001), tanto
com relação à alta concordância quanto à alta discordância, houve diferenças
estatisticamente significantes entre estas concordâncias ou discordâncias nos
diagnósticos quanto ao tipo histológico da lesão.
Em vista dos resultados avaliados e discutidos no presente estudo e da
divulgação destes dados, sinalizamos a necessidade de que a sociedade ou os
médicos especialistas executem novos trabalhos com fins informativos e educação
continuada e permanente sobre estas lesões e seus diagnósticos.
84
7 CONCLUSÕES
Concluímos quanto à correlação do diagnóstico clínico com o respectivo
anatomopatológico de lesões palpebrais e conjuntivais que baixa concordância
diagnóstica e alto índice de indeterminação, o que sugere a necessidade de maior
disseminação do conhecimento destas patologias ou a transferência de
responsabilidade diagnóstica dos cirurgiões para o patologista.
As lesões palpebrais benignas mais freqüentes foram nevo, calázio e
hidrocistoma; a pré-maligna foi queratose actínica e a maligna foi carcinoma
basocelular. Com relação às lesões conjuntivais, as benignas mais freqüentes foram
nevo, pterígio e granuloma; a pré-maligna foi neoplasia intraepitelial conjuntival e a
maligna foi carcinoma espinocelular.
Relacionando margens cirúrgicas e diagnósticos clínicos quanto à
malignidade, concluímos, no caso de lesões palpebrais, que houve alta
indeterminação diagnóstica e baixa suspeição maligna, sugerindo que os cirurgiões
tiveram pouca preocupação com o preenchimento das solicitações de exames e não
se atentaram para uma possível malignidade das lesões com conseqüente
necessidade de retirada com margens de segurança. Com relação às lesões
conjuntivais, concluímos que houve alto índice de diagnósticos indeterminados e
pré-malignos e baixo índice de benignos sugerindo que para este tipo de lesão os
cirurgiões se atentaram para o risco de malignidade, porém tiveram tamm pouca
preocupação com o preenchimento das solicitações dos exames.
Quanto ao tipo histológico de lesões palpebrais, os especialistas que
obtiveram a maior freqüência de acertos foram dermatologistas e cirurgiões de
cabeça e pescoço e de erros foram cirurgiões plásticos e oncologistas. Quanto à
malignidade das lesões palpebrais, os que obtiveram a maior freqüência de acertos
foram dermatologistas e oncologistas e de erros cirurgiões plásticos e cirurgiões
gerais. Neste aspecto, não se pôde concluir sobre as lesões conjuntivais, pois todos
os médicos eram oftalmologistas.
85
A acurácia do diagnóstico clínico de lesões palpebrais foi de 73,2% quanto
ao tipo histológico e 93,8% quanto à malignidade e de conjuntivais de 69,0% e
81,0% respectivamente.
86
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93
APÊNDICES
94
APÊNDICE A – Instrumento de coleta de dados
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Número LAC: __________________________________________________________
Nome do paciente: _______________________________________________________
Data da solicitação: ______________________________________________________
Médico solicitante: ______________________________________________________
Especialidade do médico solicitante: _________________________________________
Localização do tumor: ( ) pálpebra ( ) conjuntiva
Diagnóstico clínico: ______________________________________________________
Diagnóstico clínico: ( ) benigno ( ) maligno ( ) pré-maligno ( ) indeterminado
( ) ausente
Data do exame anatomopatológico: _________________________________________
Diagnóstico anatomopatológico: ____________________________________________
Diagnóstico anatomopatológico: ( ) benigno ( ) maligno ( ) pré-maligno
( ) indeterminado
Margens cirúrgicas: ( ) livres ( ) comprometidas ( ) não avaliáveis ( ) não se aplica
95
APÊNDICE B – Ofício de autorização
OFÍCIO DE AUTORIZAÇÃO
Of s/n Campo Grande, 01 de abril de 2009.
De Edilberto Lima Falleiros
Ao Sr. Diretor do Laboratório de Anatomia Patológica e Citopatologia - LAC
Assunto: Solicitação de Autorização.
1. Solicito a V.Sa., conforme orientado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa CEP/UFMS, autorização para realizar em sua Instituição a pesquisa
intitulada “Correlação entre diagnóstico clínico e anatomopatológico de neoplasias
palpebrais e conjuntivais e estudo de sua freqüência em serviços blicos e
privados de Campo Grande MS”, tratando-se de uma pesquisa em Banco de
Dados de resultados de exames anatomopatológicos em peças cirúrgicas de
diversos hospitais públicos de Campo Grande. Informo ainda que não haverá a
utilização de sujeitos de pesquisa.
____________________________
EDILBERTO LIMA FALLEIROS
Pesquisador
Ciente e de acordo:
____________________________
MAÇANORI ODASHIRO
Diretor do LAC
96
APÊNDICE C - Solicitação de dispensa de termo de consentimento livre e
esclarecido (TCLE)
Campo Grande, 01 de Abril de 2009.
De: Edilberto Lima Falleiros
Ao: Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/UFMS
Solicitação de Dispensa de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, Edilberto Lima Falleiros, CPF 614629421-72, RGA N
o
2008.1.10200001-010,
pesquisador e mestrando desta Universidade, solicito dispensa do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE) na pesquisa intitulada Correlação entre diagnóstico clínico e
anatomopatológico de neoplasias palpebrais e conjuntivais e estudo de sua freqüência em
serviços públicos de Campo Grande MS”, por se tratar de uma pesquisa em Banco de
Dados, sem a utilização de sujeitos de pesquisa. Incluso no processo encaminhado ao Comitê
de Ética, enviei também o Ofício de autorização de utilização do Banco de Dados, emitido
pela autoridade responsável pela Instituição onde ocorrerá a pesquisa.
Atenciosamente,
____________________
Edilberto Lima Falleiros
97
APÊNDICE D – Termo de compromisso para utilizão de dados
TERMO DE COMPROMISSO PARA UTILIZAÇÃO DE DADOS
O pesquisador do projeto de pesquisa intitulado “Correlação entre diagnóstico clínico
e anatomopatológico de neoplasias palpebrais e conjuntivais e estudo de sua
freqüência em serviços públicos de Campo Grande (MS)” se compromete a preservar
a privacidade dos pacientes cujos dados serão coletados em requisições e resultados
de exames anatomopatológicos de bases de dados do LAC Laboratório de
Anatomia Patológica e Citopatologia. Concorda, e assume a responsabilidade, de que
estas informações serão utilizadas única e exclusivamente para execução do
presente projeto. Compromete-se ainda a fazer divulgação das informações
coletadas somente de forma anônima.
Campo Grande , 19 de maio de 2009.
Nome do Pesquisador Assinatura
Edilberto Lima Falleiros
98
APÊNDICE E – Declaração de retorno de pesquisa para as instituições envolvidas
DECLARAÇÃO DE RETORNO DE PESQUISA PARA AS INTITUIÇÕES ENVOLVIDAS
O pesquisador do projeto de pesquisa intitulado “Correlação entre diagnóstico clínico
e anatomopatológico de neoplasias palpebrais e conjuntivais e estudo de sua
freqüência em serviços públicos de Campo Grande (MS)” se compromete a fornecer
retorno da pesquisa na forma de relatório contendo os resultados obtidos para a
Direção Geral das Instituições envolvidas direta ou indiretamente na mesma, quais
sejam Hospital Universitário da UFMS, Sociedade Beneficente de Campo Grande
Santa Casa, Hospital São Julião e LAC – Laboratório de Anatomia Patológica e
Citopatologia.
Campo Grande , 19 de maio de 2009.
Nome do Pesquisador Assinatura
Edilberto Lima Falleiros
99
APÊNDICE F – Planilha do Excel para tabulação de dados das lesões palpebrais
CORRELAÇÃO ENTRE DIAGNÓSTICO CLÍNICO E ANATOMOPATOLÓGICO DE LESÕES PALPEBRAIS E
CONJUNTIVAIS E ESTUDO DE SUA FREQÜÊNCIA EM SERVIÇOS PÚBLICOS E PRIVADOS DE CAMPO GRANDE (MS) -
EDILBERTO LIMA FALLEIROS
PLANILHA DE DADOS GERAIS - LESÕES PALPEBRAIS
PAC
LAC
DATA MÉD
ESPEC
SEXO
LOC
DIAG
CLÍN MALIG
DIAGN
AP MALIG
DCxDAP
BENxMAL
MARG
NÃO
NEOPL
1
2
2
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
100
APÊNDICE G – Planilha do Excel para tabulação de dados de tumores conjuntivais
CORRELAÇÃO ENTRE DIAGNÓSTICO CLÍNICO E ANATOMOPATOLÓGICO DE LESÕES PALPEBRAIS E CONJUNTIVAIS
E ESTUDO DE SUA FREQÜÊNCIA EM SERVIÇOS BLICOS E PRIVADOS DE CAMPO GRANDE (MS) – EDILBERTO
LIMA FALLEIROS
PLANILHA DE DADOS GERAIS - LESÕES CONJUNTIVAIS
PAC
LAC
DATA
MÉD
ESPEC
SEXO
LOC
DIAG
CLÍN
MALIG
DIAG
AP
MALIG
DCXDAP
BENIGXMALIG
MARG
NÃO
NEOPL
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
101
APÊNDICE H Resultados da comparação de acertos ou erros entre os médicos
especialistas em lesões palpebrais
Médicos especialistas x acertos/erros diagnósticos NÃO (ERROS) NÃO SE APLICA SIM (ACERTOS)
A1 1.0% 0.0% 0.0%
A2 0.0% 0.0% 1.4%
A4 0.0% 0.0% 1.4%
B1 11.7% 4.2% 0.0%
B2 2.4% 8.3% 0.0%
B3 0.0% 0.0% 1.4%
C1 0.5% 0.0% 0.0%
C2 1.0% 0.0% 0.0%
C3 1.0% 0.0% 0.0%
D1 16.1% 4.2% 0.0%
D2 0.0% 0.0% 1.4%
D3 0.0% 4.2% 0.0%
E1 2.0% 0.0% 0.0%
E3 0.0% 0.0% 1.4%
F1 4.9% 0.0% 62.0%
F3 0.5% 0.0% 0.0%
G1 4.4% 0.0% 0.0%
G3 0.5% 0.0% 0.0%
H1 0.5% 0.0% 0.0%
H2 0.5% 0.0% 0.0%
H3 0.0% 0.0% 1.4%
I1 8.8% 4.2% 5.6%
I3 0.0% 0.0% 4.2%
J1 1.0% 0.0% 0.0%
J2 0.0% 0.0% 1.4%
J3 1.0% 0.0% 0.0%
K1 3.4% 0.0% 0.0%
K2 0.5% 0.0% 0.0%
K3 0.0% 0.0% 1.4%
L1 1.0% 41.7% 1.4%
L3 1.5% 0.0% 1.4%
M1 1.0% 0.0% 0.0%
M2 0.5% 0.0% 0.0%
M3 0.5% 0.0% 0.0%
N1 0.5% 0.0% 4.2%
N3 0.5% 0.0% 0.0%
O1 0.5% 0.0% 0.0%
O3 0.5% 0.0% 0.0%
P1 1.0% 0.0% 0.0%
P3 0.5% 0.0% 0.0%
Q1 0.5% 0.0% 1.4%
Q2 1.0% 4.2% 0.0%
Q3 0.5% 0.0% 0.0%
R1 0.5% 0.0% 1.4%
R2 2.4% 4.2% 0.0%
R3 0.5% 0.0% 0.0%
S1 0.5% 0.0% 0.0%
S3 0.0% 4.2% 0.0%
T1 5.4% 12.5% 0.0%
T3 0.0% 0.0% 1.4%
U1 4.4% 0.0% 1.4%
U3 0.5% 0.0% 0.0%
V1 4.9% 0.0% 0.0%
V2 1.0% 0.0% 0.0%
V3 0.5% 0.0% 0.0%
W1 2.0% 0.0% 1.4%
W2 0.5% 4.2% 0.0%
W3 1.0% 0.0% 0.0%
X1 0.5% 0.0% 0.0%
X2 0.0% 4.2% 0.0%
X3 1.0% 0.0% 0.0%
Y1 0.5% 0.0% 2.8%
Y2 0.5% 0.0% 0.0%
Y3 0.5% 0.0% 0.0%
Z1 1.0% 0.0% 0.0%
Z2 0.5% 0.0% 0.0%
Z3 0.5% 0.0% 0.0%
TOTAL 100% 100% 100%
102
APÊNDICE I Resultados da comparação de acertos ou erros entre os médicos
especialistas em lesões conjuntivais
Médicos especialistas x acertos/erros
diagnósticos
NÃO (ERROS) NÃO SE APLICA SIM (ACERTOS)
B1 8.0% 0.0% 5.0%
B2 9.2% 12.5% 0.0%
C2 1.1% 0.0% 2.5%
D1 5.7% 25.0% 2.5%
D2 4.6% 0.0% 0.0%
E1 1.1% 0.0% 0.0%
E2 0.0% 0.0% 2.5%
F1 1.1% 0.0% 12.5%
F2 2.3% 0.0% 0.0%
G1 8.0% 0.0% 0.0%
G2 0.0% 0.0% 12.5%
H2 2.3% 0.0% 0.0%
I1 4.6% 0.0% 10.0%
I2 3.4% 0.0% 0.0%
J1 1.1% 0.0% 0.0%
J2 3.4% 0.0% 10.0%
K1 1.1% 0.0% 2.5%
K2 1.1% 0.0% 2.5%
L1 1.1% 37.5% 2.5%
L2 0.0% 0.0% 2.5%
M1 1.1% 0.0% 2.5%
M2 1.1% 0.0% 5.0%
N1 2.3% 0.0% 0.0%
N2 1.1% 0.0% 2.5%
O2 0.0% 0.0% 2.5%
P2 2.3% 12.5% 2.5%
Q2 0.0% 12.5% 0.0%
R1 5.7% 0.0% 2.5%
R2 2.3% 0.0% 0.0%
S2 0.0% 0.0% 2.5%
T1 17.2% 0.0% 0.0%
T2 1.1% 0.0% 0.0%
U1 3.4% 0.0% 2.5%
U2 1.1% 0.0% 0.0%
V2 0.0% 0.0% 10.0%
Y1 1.1% 0.0% 0.0%
TOTAL 100% 100% 100%
103
ANEXO
104
ANEXO A – Carta de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFMS
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
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Baixar livros de Filosofia
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Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
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Baixar livros de Serviço Social
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